conceito e espÉcies de nacionalidade + cidadania

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05/05/2016 Artigos http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=1756&idAreaSel=16&seeArt=yes 1/10 Carlos Átila Pierre de Lima ‐ Acadêmico de Direito ‐ Recife/PE [email protected] Estudo sucinto sobre Direito da Nacionalidade no Brasil ESTUDO SUCINTO SOBRE DIREITO DA NACIONALIDADE, MATÉRIA ESPECIALMENTE TRATADA PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA Conceito de Nacionalidade, critérios basilares para obtenção da nacionalidade Brasileira e análise sob a luz do Ordenamento Jurídico Pátrio, notadamente a Constituição da República de 1988 sobre a possibilidade de adquirir‐se dupla nacionalidade SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 2. CONCEITO DE NACIONALIDADE 3 3. ESPÉCIES DE NACIONALIDADE 5 4. CRITÉRIOS PARA ADQUIRIR A NACIONALIDADE BRASILEIRA (original e secundária) 6 5. CIDADANIA – POSSIBILIDADE NO SISTEMA CONSTITUCIONAL VIGENTE DE UM BRASILEIRO OBTER DUPLA CIDADANIA (como, porque e quando) 9 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 12 REFERÊNCIAS 1. INTRODUÇÃO Preliminarmente faz imperativo observarmos que o “direito à : ÍNDICE : Constitucional : Estudo sucinto sobre Direito da Nacionalidade no Brasil Artigos Pesquisa Artigos recentes Índice de artigos Mostrar 10 por página 0

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CONCEITO E ESPÉCIES DE NACIONALIDADE + CIDADANIA

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Carlos Átila Pierre de Lima ‐ Acadêmico de Direito ‐ Recife/[email protected]

Estudo sucinto sobre Direito da Nacionalidade no Brasil

ESTUDO SUCINTO SOBRE DIREITO DA NACIONALIDADE, MATÉRIA ESPECIALMENTETRATADA PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Conceito de Nacionalidade, critérios basilares para obtenção danacionalidade Brasileira e análise sob a luz do Ordenamento JurídicoPátrio, notadamente a Constituição da República de 1988 sobre apossibilidade de adquirir‐se dupla nacionalidade

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

2. CONCEITO DE NACIONALIDADE 3

3. ESPÉCIES DE NACIONALIDADE 5

4. CRITÉRIOS PARA ADQUIRIR A NACIONALIDADE BRASILEIRA (original esecundária) 6

5. CIDADANIA – POSSIBILIDADE NO SISTEMA CONSTITUCIONAL VIGENTE

DE UM BRASILEIRO OBTER DUPLA CIDADANIA (como, porque e quando) 9

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 12

REFERÊNCIAS

1. INTRODUÇÃO

Preliminarmente faz imperativo observarmos que o “direito à

: ÍNDICE : Constitucional : Estudo sucintosobre Direito da Nacionalidade no Brasil

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nacionalidade” de que trataremos a seguir, é direito fundamentalinalienável da pessoa humana.

Nota‐se portanto, que existe especial importância na matéria, tendoobtido reconhecimento mundial nos diversos organismos internacionais,estando sua matéria regulada internacionalmente a partir das disposiçõesexpressas da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro de1948.

Vejamos:

[...] DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS.

Artigo XV

1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.

2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem dodireito de mudar de nacionalidade. [...]

Assim, nota‐se de forma clara importância solene da matéria tratada, aqual, todos os Estados devem respeitar e por sua vez estabelecer regraspara sua obtenção nos seus respectivos ordenamentos jurídicos tendo emvista, como fora observado acima a natureza inerente de ser ele umdireito fundamental e inalienável do homem.

Notadamente, tendo em vista a importância da Direito da Nacionalidade,existe disposição internacional de respeito a matéria, observando‐se asregras no âmbito do Direito Internacional Público.

Entretanto, mesmo que as determinações e normas internacionais alcem odireito à nacionalidade, como sendo direito de importância extrema,nunca é demais lembra que é de competência exclusive dos Estados a suaregulação.

No âmbito do ordenamento jurídico brasileiro, a questão da nacionalidadeobteve especial atenção, sendo elevada a matéria Constitucional, previstano Capítulo III (DA NACIONALIDADE), na Constituição da República de1988.

Assim, tomando‐se por base as determinações dispostas na CR/88,analisaremos de forma objetiva as características essenciais e as regrasgerais que tratam da nacionalidade.

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2 CONCEITO DE NACIONALIDADE

Sabe‐se que a nacionalidade do âmbito do ordenamento jurídico brasileiroé matéria constitucional, regulada pelo artigo XII da Constituição daRepública.

Desta maneira, a nacionalidade trata‐se do vínculo que prende umindivíduo a um Estado, sendo este sujeito de obrigações e deveres deacordo com as regras estabelecidas em cada Estado.

A Nacionalidade torna o individuo membro efetivo de um Estado, ou seja,o indivíduo a partir da nacionalidade para a ser um componente do povodesse Estado.

Portanto obter a nacionalidade de um Estado, faz com que umdeterminado individuo seja ligado por laços jurídicos que o tornam ummembro dessa organização política.

Nunca é demais lembrar que a regulação da nacionalidade depende doscritérios adotados soberanamente por cada Estado que determinará quempode ou não ser nacional.

DE MORAES (2007) ensina:

[...] Nacionalidade é o vinculo jurídico político que liga um individuo aum certo e determinado Estado, fazendo deste individuo um componentedo povo, da dimensão pessoal deste Estado, capacitando‐o a exigir suaproteção e sujeitando‐o ao cumprimento de deveres impostos [...]

Ainda sobre o conceito de Nacionalidade o Prof. Pedro Lenza, assimassevera:

[...] Nacionalidade pode ser definida como o vinculo jurídico‐político queliga um individuo a determinado Estado, fazendo com que esse indivíduopasse a integrar o povo daquele Estado e, por conseqüência, desfrute dedireitos e submeta‐se a obrigações. [...]

Portanto, a nacionalidade pode ser entendida como o vinculo mantido porqualquer individuo com um determinado Estado, o qual a partir decritérios absolutos e levando‐se em consideração a sua soberania,estabelecerá regras para a obtenção da nacionalidade, observando odisposto na declaração universal dos direitos humanos de 1948.

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Assim, de forma objetiva, o individuo ao adquirir a nacionalidade, seja deforma primária ou ao obter a nacionalidade de forma secundária, passa aser sujeito de obrigações, uma vez que têm de obtervar as disposiçõeslegais vigentes no país ao qual achasse vinculado, bem como passar a sercredor deste mesmo Estado, ou seja, torna‐se também sujeito que gozadireitos e garantias inalienáveis que devem ser resguardados pelo Estado.

3 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE

Compete exclusivamente ao Estado legislar sobre nacionalidade, sendodesta feita incontroversa a total impossibilidade de qualquer tipo deingerência normativa de qualquer direito estrangeiro, conformeensinamentos do Prof. Alexandre de Moraes no Curso de DireitoConstitucional.

Por conseguinte, a nacionalidade pode ser ainda capitulada em 2 (duas)espécies distintas que não devem jamais ser confundidas.

Nacionalidade primária e nacionalidade secundária.

A “primária” resulta de um fato natural, o nascimento, e portanto éinvoluntária. Já a “Secundária” resulta de um fato voluntário e soberanode cada individuo.

Ainda na sua obra o Prof. Alexandre de Moraes (2007) ensina:

[...] Doutrinariamente, distingue‐se duas espécies de nacionalidade, aprimária e a secundária.

A nacionalidade primária, também conhecida por originária, ou deorigem, resulta do nascimento a partir do qual, através de critériossanguíneos, territoriais ou mistos será estabelecida.

A nacionalidade secundária ou adquirida é a que se adquire por vontadeprópria, após o nascimento e, em regra, pela naturalização [...]

De acordo com Lenza (2008, P. 670), a nacionalidade primáriainvariavelmente imposta de maneira unilateral pelo Estado, no momentodo nascimento do individuo de acordo com as regras estabelecidas porcada Estado.

No caso da nacionalidade secundária pode ser definida como aquela emque o individuo de forma voluntária , adquire‐se a nacionalidade

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secundária normalmente por processo de naturalização que por sua veztem as regras de obtenção reguladas soberanamente por cada Estado.

4. CRITÉRIOS PARA ADQUIRIR A NACIONALIDADE BRASILEIRA (Original eSecundária)

Em regra, o direito das nacionalidade é matéria constitucional noordenamento jurídico pátrio, regulado Art. XII da Constituição daRepública.

A República Federativa do Brasil, estabelece diversos parâmetros queregulam a nacionalidade, conforme disposição na encontrada naConstituição de 1988.

Desta forma, tomando‐se por base o ordenamento jurídico vigente,observando ainda a modificação Constitucional que ocorreu em 7 de junhode 1994, com o advento na Emenda Constitucional de Revisão de número3 , temos que a nacionalidade no Brasil é estabelecida da seguinte forma:

[...] Art. 12. São brasileiros:

I ‐ natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de paisestrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desdeque qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desdeque venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, emqualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; [...]

Assim, de forma taxativa, a CR/88 estabelece os critérios para a obtençãoda nacionalidade brasileira, ou seja, são considerados brasileiros natosapenas aqueles que satisfaçam as exigências constitucionais previstas noArt 12, I, da CR/88.

De acordo com os ensinamento do Prof. Pedro Lenza, como regra geral oBrasil adotou como critério para obtenção da nacionalidade originária oseguintes:

a) IUS SOLI;

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b) IUS SANGUINIS.

Por este critério , O IUS SOLI (origem territorial), dá‐se o entendimento deque o cidadão nascido no território brasileiro, independente danacionalidade dos seus pais, será considerado brasileiro.

Já no critério do IUS SANGUINIS (origem sanguínea) temos que seráconsiderado nacional todo descendente de cidadão brasileiro,independentemente do local do seu nascimento.

Por outro lado, o Constituição da República de 1988, também prevê no seuInciso II, outras alternativas para aquisição da nacionalidade brasileira, ouseja, por processo de naturalização ao estrangeiro residente em territórioem território brasileiro.

Vejamos:

[...] Constituição da República de 1988.

Art 12 São Brasileiros:

São brasileiros:

II ‐ naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidasaos originários de países de língua portuguesa apenas residência por umano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na RepúblicaFederativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e semcondenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. [...]

No Brasil o processo de naturalização é o único meio para adquirir‐se anacionalidade brasileira de forma derivada.

A naturalização permite ao estrangeiro ou mesmo ao apátrida adquirir anacionalidade brasileira, por ato voluntário, desde que sejam satisfeitas ascondições legais vigentes.

Para a obtenção da nacionalidade brasileira, o estrangeiro deverápreencher diversos requisitos legais, tais como: a) residente no Brasil amais de 15 (quinze anos) ininterruptos, gozar idoneidade moral, nãopossuir condenação penal.

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Sobre este tema:

LENZA (2008) ensina:

[...] Como forma de aquisição da nacionalidade secundária, aConstituição prevê o processo de naturalização, que dependerá tanto damanifestação de vontade do interessado como da aquiescência estatal,que, através de ato de soberania, de forma discricionária, poderá ou nãoatender à solicitação do estrangeiro ou apátrida. [...]

Portanto, observamos que a Constituição da República de 1988, dispõe deforma clara acerca da possibilidade de obtenção da nacionalidadebrasileira, não existindo portanto qualquer alternativa de se obter anacionalidade que não esteja expressamente prevista na Lei Maior donosso país.

5. CIDADANIA – POSSIBILIDADE NO SISTEMA CONSTITUCIONAL VIGENTE DEUM BRASILEIRO OBTER DUPLA CIDADANIA (Como, Porque e Quando)

Referindo‐nos a ciência do Direito, temos que cidadania, como a própriapalavra já define, é a condição da pessoa natural que, investido dascompetências de membro efetivo de um Estado, encontrar‐se no gozo dosdireitos que lhe permitem participar da vida política.

Cidadania por sua vez, é o resultado da dos direitos políticos de umdeterminado individuo que lhe possibilitam intervir de forma direta ouindireta nas coisas e nos negócios do Estado, tendo inclusive apossibilidade de participar da sua administração, do seu governo.

Desta forma, o individuo investido por poderes inerentes ao cidadão, tema possibilidade de intervir diretamente nas decisões e diretrizesestabelecidas pelo Estado, podendo inclusive concorrer a cargo público(indireto), votar e ser votado.

A nacionalidade por sua vez é pressuposto essencial para obtenção dacidadania , ou seja, ser nacional de um Estado é condição indispensávelpara o exercício dos direitos políticos.

Assim, por esta análise preliminar, temos a constatação de que não épossível ser cidadão de um País, sem antes obter a sua nacionalidade, ouseja se todo cidadão é nacional de um Estado, nem todo nacional écidadão, uma que os indivíduos que não estejam investidos de direitospolíticos não podem ser considerados cidadãos de um Estado.

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Quanto a possibilidade de um Brasileiro poder gozar de dupla cidadania nosistema Constitucional vigente, a CR/88 disciplina da seguinte tal matériade forma taxativa.

Dupla‐nacionalidade, comumente referida também como dupla‐cidadania,é um status no qual um indivíduo é titular da nacionalidade de doisEstados nacionais concomitantemente.

Desta forma, observando o disposto na Constituição da República, não háqualquer restrição quanto à múltipla nacionalidade/cidadania debrasileiros que possuam nacionalidade originária estrangeira, em virtudede nascimento (jus soli) ou de ascendência (jus sanguinis).

Isto significa que todo indivíduo que, no momento de seu nascimento, jádetinha direito a cidadania diferente da brasileira, reconhecida por Estadoestrangeiro, poderá mantê‐la sem conflito com a legislação brasileira.

Por conseguinte, a dupla nacionalidade não se aplica ao cidadão brasileiroque adquire nacionalidade estrangeira, ao longo da vida, por casamentoou imigração, entre outros motivos, com exceção feita aos casos ondehouver, pelo Estado estrangeiro, imposição de naturalização, comocondição para permanência em país estrangeiro ou para o exercício dedireitos civis.

Dessa maneira, dupla‐cidadania não é um título concreto e independente,ou seja, uma pessoa não tira dupla‐nacionalidade ou ganha dupla‐cidadania.

A dupla‐cidadania, é portanto, um status derivado simplesmente daacumulação de duas nacionalidades que são independentes entre si, desdeque não haja choque na legislação que impeça que se proceda de formaharmoniosa.

Portanto o sistema Constitucional Brasileiro prevê as condições para queuma pessoa possa obter a dupla‐cidadania.

O Ex‐Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dr. Nelson A. Jobim, escreveuartigo publicado no jornal Folha de São Paulo, de 06 de setembro de 1996e assim asseverou:

[...] NELSON A. JOBIM

Até 1994, o Brasil não admitia a dupla nacionalidade para os seus cidadãos

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e decretava a perda da nacionalidade brasileira sempre que alguém senaturalizasse em outro país. No entanto jamais era argüida a"voluntariedade" dessas naturalizações. O que determinava odesaparecimento da nacionalidade originária era a decisão da pessoa deestabelecer vínculo político‐jurídico com outra nação, ainda que nãotivesse intenção de abdicar de sua cidadania brasileira.

A postura adotada, até então, era paradoxal. Enquanto se cancelava anacionalidade dos brasileiros, houve sempre a preocupação da lei degarantir aos filhos de imigrantes, aqui nascidos, o direito de ser nacionais.Essa política vigorou por longos anos, já que, por termos sido um país deimigração, a formação do nosso povo foi fortemente vinculada aos fluxosmigratórios.

Dessa maneira, para que possamos avaliar e obvervar de maneira maisclara, alguns exemplos onde o individuo pode obter dupla cidadania,vejamos:

Exemplos práticos:

1. um cidadão brasileiro cujo pai é português e a mãe italiana pode sertitular da nacionalidade de três países ao mesmo tempo. Brasileiro por jussoli e português e italiano por jus sanguinis.

2. um cidadão português residente no Brasil há vinte anos pode serbrasileiro sem ter de renunciar à nacionalidade portuguesa.

Portanto, observando‐se os limites Constitucionais, observamos que defato um cidadão brasileiro pode de fato obter a dupla‐cidadania sem queisso traga qualquer prejuízo no exercício dos seus direitos e obrigaçõespara com o Estado Brasileiro, conforme previsão expressa da Constituiçãoda República de 1988.

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta feita, observamos que a possibilidades de obtenção de cidadania noSistema Constitucional Brasileiro, deve ser feito de forma expressa eobjetiva analisando sempre o disposto no Art 12º da Constituição daRepública de 1988.

Portanto, qualquer ato jurídico que trate desta matéria, ou seja, obtençãoda nacionalidade, seja de forma primária ou de forma secundária com oadvento da naturalização, deve ser feito em consonância aos disposições

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expressas na Constituição da República 1988, em obediência ao sistemanormativo vigente e em respeito a Lei Maior e ao Principio da Legalidade,esculpido no Art. 5º, II da CR/88 e ainda em observância aos direitos egarantias fundamentais dos indivíduos, direito a vida e a liberdade, bemcomo o direito de cidadania, princípios estes norteadores do EstadoBrasileiro que devem ser terminantemente respeitados.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição (1988), Constituição da República Federativa doBrasil, Brasília: Senado, 1988.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12 Ed São Paulo:Editora Saraiva, 2008. p.669‐673.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 22 Ed. São Paulo: AtlasJurídico, 2003. p 198‐2008.

Biblioteca Virtual:http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htmAcesso: 20/09/2008 – 17:38 h

Bibliote Virtual:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dupla‐nacionalidade .Acesso:20/09/2008‐16:00 h

Biblioteca Virtual: http://www.brasil.org.co/htm/consularbr5.htm .Acesso: 20/09/2008 .15:00 h

BRASIL, Emenda Constitucional de Revisão nº 3 (1994), Brasília: Senado,1994.

Currículo do articulista:

Estudante de Direito da SOPECE/Pinto Ferreira

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