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COMUNIDADES QUILOMBOLAS BRASILEIRAS NA PERSPECTIVA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: ESTADO DA ARTE Lucia Mara de Lima Padilha Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG Mestre em Educação pela UEPG Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPG Bolsista - CAPES [email protected] Maria Isabel Moura Nascimento Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG Professora do Departamento de Educação na UEPG; Doutora em História e Filosofia da Educação pela UNICAMP; Coordenadora regional-HISTEDBR/ Campos Gerais [email protected] Projeto financiado pela Fundação Araucária Apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico (2012-2013) - UEPG RESUMO Este estudo teve como objetivo central a investigação acerca das produções científicas existentes sobre as Comunidades Quilombolas no Brasil. A reflexão sobre estas publicações visou à identificação das lacunas existentes na produção do conhecimento no que diz respeito à história da educação dos negros, mais especificamente a educação nas Comunidades Quilombolas no Estado do Paraná. O levantamento dos trabalhos sobre as Comunidades Quilombolas, na perspectiva da História da educação, teve como critério de análise os seguintes questionamentos: Quais são as produções teóricas sobre as Comunidades Quilombolas no Brasil na área da Educação? Existem estudos sobre a educação nas Comunidades Quilombolas do Paraná na área da História da Educação? O procedimento metodológico utilizado para a realização deste estudo consistiu no levantamento e seleção de pesquisas de Mestrado e Doutorado, disponíveis no banco de dados da CAPES, do ano de 1987 até o ano de 2012, com as seguintes palavras chave: Quilombos e Educação e Quilombos no Paraná. O período de consulta ao banco de dados ocorreu entre os meses de janeiro a junho de 2013. Palavras-chave: Estado da Arte, Comunidades Quilombolas, História da Educação. Introdução Em geral, a denominação Quilombo está ligada à ideia de negros fugitivos que se escondiam no meio das florestas, pois está relacionada com a interpretação do Conselho Ultramarino 1 em 1740, que quando consultado pelo rei de Portugal sobre 1 A administração portuguesa para as colônias e conquistas iniciou-se com a Mesa de Fazenda, onde se reuniam os vedores, existindo para a área ultramarina o vedor da Índia, Brasil e Guiné. Este órgão foi

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COMUNIDADES QUILOMBOLAS BRASILEIRAS NA PERSPECTIVA DA

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: ESTADO DA ARTE

Lucia Mara de Lima Padilha

Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG

Mestre em Educação pela UEPG

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPG

Bolsista - CAPES

[email protected]

Maria Isabel Moura Nascimento

Universidade Estadual de Ponta Grossa- UEPG

Professora do Departamento de Educação na UEPG;

Doutora em História e Filosofia da Educação pela UNICAMP;

Coordenadora regional-HISTEDBR/ Campos Gerais

[email protected]

Projeto financiado pela Fundação Araucária

Apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico (2012-2013) - UEPG

RESUMO

Este estudo teve como objetivo central a investigação acerca das produções científicas

existentes sobre as Comunidades Quilombolas no Brasil. A reflexão sobre estas

publicações visou à identificação das lacunas existentes na produção do conhecimento

no que diz respeito à história da educação dos negros, mais especificamente a educação

nas Comunidades Quilombolas no Estado do Paraná. O levantamento dos trabalhos

sobre as Comunidades Quilombolas, na perspectiva da História da educação, teve como

critério de análise os seguintes questionamentos: Quais são as produções teóricas sobre

as Comunidades Quilombolas no Brasil na área da Educação? Existem estudos sobre a

educação nas Comunidades Quilombolas do Paraná na área da História da Educação? O

procedimento metodológico utilizado para a realização deste estudo consistiu no

levantamento e seleção de pesquisas de Mestrado e Doutorado, disponíveis no banco de

dados da CAPES, do ano de 1987 até o ano de 2012, com as seguintes palavras chave:

Quilombos e Educação e Quilombos no Paraná. O período de consulta ao banco de

dados ocorreu entre os meses de janeiro a junho de 2013.

Palavras-chave: Estado da Arte, Comunidades Quilombolas, História da Educação.

Introdução

Em geral, a denominação Quilombo está ligada à ideia de negros fugitivos que

se escondiam no meio das florestas, pois está relacionada com a interpretação do

Conselho Ultramarino1 em 1740, que quando consultado pelo rei de Portugal sobre

1 A administração portuguesa para as colônias e conquistas iniciou-se com a Mesa de Fazenda, onde se

reuniam os vedores, existindo para a área ultramarina o vedor da Índia, Brasil e Guiné. Este órgão foi

Page 2: COMUNIDADES QUILOMBOLAS BRASILEIRAS NA PERSPECTIVA DA ... · COMUNIDADES QUILOMBOLAS BRASILEIRAS NA PERSPECTIVA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: ESTADO DA ARTE Lucia Mara de Lima Padilha

esses grupos sociais respondeu que Quilombo seria: "[...] toda habitação de negros

fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos

levantados e nem se achem pilões nele" (REIS, p.347, et al. 2008).

No entanto, são diversas as origens das comunidades de quilombo localizadas

em todo território brasileiro. Elas se formaram por diversos processos como: fugas com

ocupação de terras livres e geralmente isoladas; heranças e/ou doações; recebimentos de

terras como pagamento de serviços prestados ao Estado; simples permanência nas terras

que ocupavam e cultivavam no interior de grandes propriedades; a compra de terras,

tanto durante a vigência do sistema escravista quanto após sua abolição.

Para Clovis Moura o termo Quilombo é definido como uma organização sócio-

política na qual ocorre a luta e a resistência contra o sistema escravocrata. Pois, em uma

sociedade que defende a escravidão o escravo, “[...] pela sua posição no espaço social,

para dinamizá-la tem de negá-la, já que não lhe oferecem possibilidades de ascensão

capaz de modifica-la. Esta necessidade é que leva o escravo a se organizar em

movimentos ou grupos de negação ao sistema” (MOURA, 1986, p. 11).

Além da negação da sociedade escravocrata, que oprimia os negros de todas as

formas, os Quilombos eram considerados como um espaço de resistência cultural e

preservação da cultura africana, no qual os negros puderam voltar a falar a sua língua e

cultuar sua religião, nesse sentido, os Quilombos representaram “[...] a rebeldia contra

os padrões de vida impostos pela sociedade oficial e de restauração dos valores antigos”

(CARNEIRO, 1988, p 14).

Alguns Quilombos também foram formados a partir da compra das terras ou de

doações recebidas de seus antigos donos. Conforme levantamento da Secretaria

Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR/MEC2, atualmente

existem 3.524 comunidades remanescentes de Quilombos identificadas no território

nacional, principalmente nos Estados da Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pará,

Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Atualmente os

descendentes de negros que residem nestas Comunidades Quilombolas lutam pelo

reconhecimento de suas terras e de sua identidade étnica.

posteriormente chamado de Conselho da Fazenda, extinto em 1604. Foi criado o Conselho da Índia nesse

ano e extinto em 1614. O Conselho Ultramarino foi organizado em 1642, quando recebeu seu Regimento.

A nomeação dos seus ministros foi estabelecida pelo Decreto de 14 de julho de 1643, e sua instalação

ocorreu em 2 de dezembro de 1643. Competiam-lhe todas as matérias e negócios da Índia, Brasil, Guiné,

São Tomé, Cabo Verde e África. O Conselho Ultramarino foi extinto em 30 de agosto de 1833. (Arquivo

Público do Estado do Rio de Janeiro) http://www.aperj.rj.gov.br/g_cons_ultramarino.htm 2 Mais informações no site: http://www.seppir.gov.br/copy_of_acoes

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As comunidades quilombolas passaram a terem o direito ao reconhecimento de

suas terras a partir da Constituição Federal de 1988 no artigo 68, que expressa: “Aos

remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é

reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos

respectivos” Na seção II da mesma Constituição no artigo Art. 215 “O Estado garantirá

a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e

apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais” (Senado

Federal, 1988).

No Paraná, o número de escravos não foi tão expressivo comparando-se com as

regiões de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas percebe-se que os mesmos

estiveram presentes nos diversos trabalhos realizados no interior das fazendas e

posteriormente nos centros urbanos, onde exerciam todos os tipos de trabalho. O

levantamento das Comunidades Remanescentes de Quilombos no Estado do Paraná

realizado pelos pesquisadores do Grupo de Trabalho inter-secretarial Clóvis Moura do

Estado do Paraná3

, identificou a existência de trinta e seis (36) Comunidades

Remanescentes Quilombolas, distribuídas em nove micros regiões4

do Estado do

Paraná.

Essas comunidades quilombolas, localizada na maioria das vezes em áreas

distantes dos centros urbanos, lutam pelo direito à ocupação legalizada e permanente de

suas terras, lutam também por uma educação de qualidade que respeite a sua cultura, e

pelo direito de serem autores de sua própria história. Deste modo, ressalta-se a

importância de pesquisas que venham contemplar essas comunidades buscando

compreender como a educação está presente e influencia a vida das pessoas que nelas

vivem.

1. As pesquisas sobre as comunidades Quilombolas na perspectiva da Educação

Esta pesquisa concentrou-se no levantamento de Teses e Dissertações defendidas

nos Programas de Pós Graduação em Educação existentes no Brasil com resumos

3 O projeto realizado pelo grupo de trabalho do professor Clóvis Moura, voltado para as questões sociológicas, iniciou-se em 2005 e teve como “[...] objetivo principal a realização do levantamento Básico de Comunidades Negras, remanescentes de quilombos ou não, historicamente e até agora invizibilizadas e/ou suprimidas pelas diversas esferas do poder e da sociedade civil [...]”. (Instituto de Terras, Cartografia e Geociências Terra e cidadania, 2008, pg. 17). Mais informações no site: http://www.quilombos.pr.gov.br/ 4 Microrregião de Cerro Azul; Microrregião de Curitiba; Microrregião da Lapa; Microrregião de

Paranaguá; Microrregião de Ponta Grossa; Microrregião de Guarapuava; Microrregião de Prudentópolis; Microrregião de Toledo; Microrregião de Ibaiti.

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disponíveis, como já citado, no Banco de Dados da CAPES. O período delimitado da

pesquisa foi o de 1987, ano de início da disponibilização das pesquisas no banco de

dados, até o ano de 2012.

Após a organização dos dados levantados percebeu-se que a partir do ano de

1995 as pesquisas sobre os Quilombos e (ou) Comunidades Quilombolas, na área da

educação, tiveram um aumento significativo. A partir deste levantamento constatou-se a

existência de seis (6) teses e trinta e oito (38) dissertações sobre os

Quilombos/Comunidades Quilombolas no Brasil na área da educação.

Fonte: elaborado pelos autores com base nos dados levantados no Banco de Teses e

Dissertações da CAPES.

Das produções acadêmicas encontradas, os Estados que se destacam com maior

numero de produções são os de São Paulo, com uma (1) tese e nove (9) dissertações e o

Estado da Bahia com sete (7) dissertações; em seguida o Estado do Mato Grosso com

uma (1) tese e cinco (5) dissertações; no Ceará uma (1) tese e duas (2) dissertações; no

Estado do Paraná foram encontradas uma (1) tese e uma (1) dissertação; em

Pernambuco uma (1) tese e uma (1) dissertação; nos Estados do Maranhão, no Pará e no

Rio de Janeiro foram encontradas duas (2) dissertações sobre o tema; em Minas Gerais

uma (1) tese; no Estado de Santa Catarina; Sergipe, Goiás, Rio Grande do Sul, Rio

Grande do Norte, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, as produções sobre o tema

correspondem a uma (1) dissertação produzida em cada Estado.

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Ano de defesa - Teses e Dissertações

Ano de defesa - Teses eDissertações

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Fonte: elaborado pelos autores com base nos dados levantados no Banco de Teses e

Dissertações da CAPES.

Nos trabalhos produzidos na área da Educação, sobre os

Quilombos/Comunidades remanescentes Quilombolas, são apontados diversos temas:

dezesseis (16) trabalhos abordam as questões referentes à Identidade e a Cultura nas

Comunidades Quilombolas; são dez (10) as pesquisas que enfatizam a História da

Educação dos negros; Sete (7) trabalhos abordam, como tema central, o currículo

escolar nas escolas que atendem as crianças/jovens quilombolas; O tema, Políticas

Publicas é abordado em cinco (5) trabalhos; Os temas: Mulheres e Movimentos Sociais

são apresentados em quatro trabalhos (4); Formação de professores e o tema Educação

Ambiental são abordados como centrais em três (3) trabalhos; O termo Resistência é

apresentado em três (3) pesquisas; Os temas: Crianças, Educação Matemática, Educação

Popular, são apontados em dois (2) trabalhos; Arte e Educação, Comunicação,

Conceitos de Museus, Educação Agrícola/Profissional, Educação de Jovens e Adultos,

Gênero, Imprensa, Narrativas Orais, são temas apontados pelo menos em um (1)

trabalho.

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Teses e Dissertações - Quilombos e Educação

Teses e Dissertações -Quilombos e Educação

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Fonte: elaborado pelos autores com base nos dados levantados no Banco de Teses e

Dissertações da CAPES.

Cabe ressaltar que mesmo tendo ocorrido um aumento de produções sobre as

Comunidades Remanescentes Quilombolas no Brasil, realizadas em Programas de Pós

Graduação em Educação, dentre essas pesquisas apenas dez (10) se intitulam como uma

produção em História da Educação. No Paraná a carência ainda é maior, pois, os dois

trabalhos produzidos na área da Educação tem como tema central a análise das Políticas

Públicas Educacionais.

Temas abordados

Identidade/ Cultura

História da Educação

Curriculo

Políticas públicas

Mulheres

movimentos sociais

formação de professores

Educação Ambiental

Resistência

Crianças

Educação matemática

educação popular

arte e educação

Comunicação

Conceitos de Museus

Educação Agrícola/Profissional

EJA

genero

Imprensa

narrativas orais

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2. Apresentação dos trabalhos levantados

Cabe aqui fazer uma breve descrição dos trabalhos produzidos sobre o tema

Quilombo na área da educação em cada Estado brasileiro. No Estado de São Paulo

foram levantados os seguintes trabalhos: A Tese de doutorado intitulado “Saberes da

terra: o lúdico em Bombas, uma comunidade quilombola (estudo de caso etnográfico)”

de autoria de Maria Walburga dos Santos, defendida em 2010, teve como objetivo

principal registrar e refletir, a partir de um estudo etnográfico, sobre as formas lúdicas

na comunidade Quilombolas de Bombas em São Paulo; A dissertação de autoria de

Ariadne Rodrigues Vieira “Oficinas de arte africana como intervenção educativa na

cultura quilombola do Morro Seco” defendida em 2011 traz resultados de um estudo

realizado na Comunidade Quilombola do Moro Seco, em Iguape no Estado de São

Paulo; A dissertação “A educação diferenciada para o fortalecimento da identidade

quilombola: estudo nas comunidades remanescentes de quilombos do Vale do Ribeira”

defendida escrita em 2011 por Elson Alves da Silva teve por objetivo estudar o processo

de educação diferenciada em uma escola estadual Quilombola no Vale do Ribeira

município de Eldorado-SP; “Educação e identidade no Quilombo Brotas” dissertação

de autoria de Márcia Lúcia Anacleto de Souza, defendida em 2009, traz a investigação

sobre a construção da identidade Quilombola na comunidade remanescente de Brotas,

situada em Itatiba-SP, considerando os processos educativos envolvidos; Na dissertação

de Adriana Neves da Silva, intitulada “Formação de professores de comunidades

remanescentes de quilombos: temática ambiental e práticas pedagógicas”, defendida

em 2008, a autora busca compreender como os professores que atuam em comunidades

remanescentes Quilombolas vêm incorporando a temática ambiental em suas práticas

pedagógicas; “A política emancipatória e o projeto reflexivo do eu: uma análise das

práticas educativas no Movimento Negro de Santa Barbara d'Oeste” dissertação

defendida em 2008 de autoria de Izabel Richetti Pereira, nela a autora apresenta a

descrição e a análise de informações referentes às ações sociais e práticas educativas

dos dirigentes da associação Cultural e Beneficiente Comunidade Negra Quilombola da

Paz da cidade de Santa Bárbara D’oeste; A dissertação “A cultura negra na escola

pública: uma perspectiva etnomatemática” defendida em 2008, de autoria de Vanisio

Luiz da Silva apresenta uma investigação, a partir do estudo de caso em duas escolas da

região de Pirituba-SP, sobre as contribuições que a Etnomatemática pode oferecer para

a reconstrução dos currículos escolares com o objetivo de valorizar os conhecimentos

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negros; “As Artes e as Técnicas do Ser e do Saber/ Fazer em Algumas Atividades no

Cotidiano da Comunidade Kalunga do Riachão” dissertação defendida em 2007 por

Elivanete Alves de Jesus foi desenvolvida na comunidade do Riachão apresenta uma

análise, a partir da Etnomatemática, sobre como a produção do conhecimento e a

difusão da cultura nesta comunidade faz emergir as matemáticas produzidas, bem como

descrever o processo educacional das crianças da região do Riachão; A dissertação

“História, educação e cotidiano de um quilombo chamado Mumbuca/MG” de autoria

de Ana Luiza de Souza defendida em 2006 teve por objetivo principal reconstruir a

história do Quilombo da Mumbuca localizada no Baixo Vale Jequitinhonha-MG

fazendo um paralelo do cotidiano dos quilombolas em relação aos aspectos do trabalho,

da religião e da educação no século XX; A dissertação “A Cultura na Escola da

Comunidade de Quilombo do Sapatú - Eldorado/ SP” de autoria de Daniela Galvão

Vidoto defendida em 2006 analisa, a partir de uma pesquisa etnográfica, a historia

social da região do Vale do Ribeira e as trajetórias sociais e políticas da comunidade do

Sapatú.

Na Bahia os trabalhos publicados tratam-se de: “Mate,Má,Tica! Um caso de

resistência e violência na territorialidade” dissertação de autoria de Maria Célia Braz

Santos defendida em 2010 analisa as concepções elaboradas por estudantes e

professores sobre a pluralidade cultural que permeia o contexto escolar em um colégio

localizado no Quilombo do Cabula; “Histórias de Leitura, Trajetórias de Vida: um

olhar reflexivo sobre memórias leitoras quilombolas” dissertação defendida em 2009

de autoria de Ilmara Valois Bacelar Figueiredo a autora faz a análise de histórias

narradas por moradores da comunidade quilombola de Coqueiros na região de

Mirangaba-Bahia; A dissertação “O Currículo Escolar e a Construção da Identidade

Étnico-Racial da criança e do Adolescente Quilombola: Um Olhar Reflexivo Sobre A

Auto-Estima” defendida em 2008 de autoria de Dinalva de Jesus Santana Macedo foi

realizada na comunidade negra rural Aracá/Cariacá em Bom Jesus da Lapa- Bahia teve

como objetivo principal investigar a influência do currículo escolar na construção da

identidade étnico-racial da criança e do adolescente quilombola; A dissertação

“Juventude Negra: vozes e olhares intervenções políticas para o acesso a ensino

superior” defendida em 2007 de autoria de Valdecir Pedreira Do Nascimento teve

como objetivo identificar as características histórico-políticas das organizações negras

nas ações socioeducativas, no Estado da Bahia; “Mangal e Barro Vermelho”

dissertação de autoria de Sandra Nivia Soares de Oliveira defendida em 2006 sobre a

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comunidade de Mangal Barro/Vermelho, situada Município de Sítio do Mato – BA, na

qual a autora analisou qual a contribuição dos processos formais e informais de

educação na construção da referida identidade e quais são as práticas educativas que

mediaram/mediam o individual e o coletivo na comunidade fazendo desta ímpar e

original em seu modo de compreender e construir o mundo e a si mesma; Na dissertação

“Projeto Educacional do Quilombo Asantewaa: uma alternativa possível?” de autoria

de Ana Rita Santiago da Silva defendida em 2005 a autora buscou compreender as

ações pedagógicas no que se refere a sua contribuição para com a construção da

identidade e fortalecimento da mulheres negras do Quilombo Asantewaa; “Processos

Educativos na Formação de uma Identidade em Comunidades Remanescentes de

Quilombos: um estudo sobre Barra, Bananal e Riacho das Pedras” dissertação

defendida em 2005 por Carlos Eduardo Carvalho Santana que teve como objetivo

principal apresentar a ocorrência de práticas educativas na transmissão de sentidos e

saberes enquanto elementos essenciais no processo de construção da identidade negra

dos moradores das comunidades remanescentes quilombolas localizadas na Chapada

Diamantina.

No Mato Grosso foram encontrados as seguintes produções: A tese de doutorado

de autoria de Suely Dulce de Castilho intitulada “Culturas, família e educação na

comunidade negra rural de Mata-Cavalo-MT” defendida em 2008 teve como objetivo

compreender as relações de um grupo de famílias da comunidade negra rural de Mata-

Cavalo-MT; “Dança do congo: educação, expressão, identidade e territorialidade”

dissertação defendida em 2011 de autoria de Herman Hudson de Oliveira teve por

objetivo analisar a Dança do Congo, manifestação artística das comunidades negras que

reúne cenografia, coreografia, drama e música em devoção a São Benedito; Dissertação

“Serpentes e educação ambiental: mediatizando saberes no quilombo de Mata Cavalo”

de autoria de Ronaldo Henrique Santana defendida em 2011 na qual o autor procurou

identificar os mitos existentes sobre as serpentes e dialogar com a cultura biorregional,

discorrendo sobre o papel dos mitos na comunidade do Quilombo de Mata Cavalo- MT;

Rosana Manfrinate Martendal defendeu em 2011 a dissertação intitulada “Histórias

femininas: poder, resistência e educação no Quilombo de Mata Cavalo” na qual

apresenta os caminhos percorridos à compreensão do processo de educação contínua

realizado por um grupo de mulheres do Quilombo de Mata Cavalo com o objetivo de

interpretar à luz da Educação Ambiental a importância do reconhecimento da

identidade; “Por uma contrapedagogia libertadora no ambiente do Quilombo Mata

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Cavalo” dissertação de mestrado defendida em 2009 por Ronaldo Eustáquio Feitoza

Senra que teve como objetivo abordar na pesquisa um campo ético do sujeito enquanto

pedagogo e educador ambiental, um recorte conceitual do curso de pedagogia, e uma

vivência empírica das educações- libertadora/Quilombola/Ambiental no contexto da

justiça ambiental no Quilombo Mata Cavalo; Na dissertação intitulada “Memória e

educação na comunidade quilombola de Mata Cavalo” defendida em 2007 a autora

Maria dos Anjos Lina dos Santos traz os resultados de uma pesquisa sobre a origem da

Comunidade Rural de Mata Cavalos que teve como objetivo a construção do processo

histórico dos moradores desta comunidade por meio de narrativas sobre a transmissão e

manutenção de suas raízes culturais.

No Ceará as pesquisas sobre o tema são: “Batuques, Folias e Ladainha: A

Cultura Do Quilombo do Cria-Ú em Macapá e sua Educação” tese defendida em 2010,

por Piedade Lino Videira, que teve como objetivo analisar e compreender a cultura

expressa pelas danças do Batuque e Marabaixo na comunidade do Cria-ú como

elementos de ressignificação da práxis educativa e curricular no sentido de valorizar a

história e acultura africana e afro-brasileira; Elane Carneiro Albuquerque autora da

dissertação intitulada “Vejo Um Museu De Grandes Novidades, O Tempo Não Para ...

Sociopoetizando O Museu E Musealizando A Vida” defendida em 2008 teve por

objetivo analisar o papel dos museus na preservação do patrimônio cultural brasileiro

por meio do diálogo entre os conceitos instituídos e os conceitos produzidos pela

comunidade quilombola sobre museu, revelando a potencial do quilombo como espaço

museológico; “Educacao Sindical: Uma Reflexao a Partir da Pratica Educativa da

Escola Quilombo dos Palmares” dissertação de autoria de Francisca Clara Paula

defendida em 1995 que teve como objetivo analisar as teorias pedagógicas que

fundamentam a prática educativa realizada pela Central Única dos Trabalhadores em

convenio com a Escola Quilombo dos Palmares, junto aos dirigentes sindicais em

Fortaleza.

No Maranhão as produções sobre o tema são: “A Educação nas Áreas

Remanescentes de Quilombos no Maranhão: um estudo da realidade educacional das

comunidades negras rurais de Castelo e Cajueiro no município de Alcântara”

dissertação de autoria de Maria da Graça Reis Cardoso defendida em 2005 que teve

como objetivo analisar as formas de educação realizadas nas comunidades negras rurais

de Castelo e Cajueiro Alcântara no Maranhão; “Educação, gênero e etnia: um estudo

sobre a realidade educacional feminina na comunidade remanescente de Quilombo de

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São Cristóvão” dissertação defendida em 2001, por Ilma Fátima de Jesus, teve como

objetivo analisar gênero e etnia na educação e como este tema se constituiu em algo que

não é refletido na educação formal na comunidade remanescente de quilombo de São

Cristóvão.

No Pará as pesquisas produzidas sobre o tema são: “Educação Escolar e

Construção Identitária na Comunidade Quilombola de Abacatal – PA” dissertação de

autoria de Madalena Correa Pavão defendida em 2011 teve por objetivo analisar a

educação escolar na Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel Gregório Rosa

Filho, situada na comunidade remanescente quilombola de Abacatal em Ananindeua-

PA; “Narrativas Orais na Comunidade Remanescente de Quilombo Menino Jesus:

Processos de Educação e Memória” dissertação defendida em 2009 de autoria de Maria

do Socorro Ribeiro Padinha pesquisa realizada na comunidade remanescente de

Quilombo Menino Jesus em Acará-PA que teve como objetivo identificar e

compreender como as narrativas orais deflagram os processos de educação e memória

quilombolas.

No Paraná as produções encontradas no levantamento dizem respeito a:

“Educação Escolar Quilombola: quando a política pública diferenciada é indiferente”

tese de autoria de Edimara Gonçalves Soares defendida no ano de 2012 teve como

objetivo diagnosticar os efeitos gerados a partir da implementação da política de

Educação Escolar Quilombola no Estado do Paraná no período compreendido entre os

nos de 2009-2011, tanto nas Escolas Quilombolas quanto nas Escolas que atendem as

comunidades remanescentes de quilombos; “Sutilezas entre ciência, política e vida

prática: alfabetização de adultos em uma comunidade remanescente quilombola”

dissertação defendida em 2012 de autoria de Carlos Ricardo Grokorriski que teve como

objetivo descrever a dinâmica das relações entre o Programa Paraná Alfabetizado e a

comunidade remanescente quilombola do Sutil.

Em Pernambuco: “Brincadeira E Arte: patrimônio, formação cultural e samba

de coco em Pernambuco” tese defendida em 2011 de autoria de Magdalena Maria de

Almeida aborda questões relativas a políticas públicas de cultura, e teve por objetivo

relacionar o processo de criação de manifestações artísticas populares com as políticas

institucionais tomando como referencia o samba de coco nas comunidades de Castainho

e Atoleiros; “A Construção dos Princípios Político-Pedagógicos na Trajetória da

Escola Quilombo dos Palmares (1987-1994)” dissertação defendida em 1996 por

Daniel Alvares Rodrigues que teve como objetivo estudar a trajetória da Escola de

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Formação Quilombo dos Palmares e analisar os princípios político-pedagógicos que a

escola assumiu durante a sua trajetória.

No Rio de Janeiro as pesquisas referem-se : “As possibilidades de novos rumos

para a educação formal na Ilha da Marambaia – RJ” dissertação defendida em 2009

por Olívia Chaves de Oliveira teve como objetivo investigar a relação entre a população

da Ilha da Marambaia - RJ e a Escola Municipal Levy Miranda, no que tange aos

aspectos pedagógicos e as necessidades da comunidade; “Entre o quilombo e a cidade:

trajetórias de individuação de jovens mulheres negras” dissertação de autoria de

Priscila da Cunha Bastos defendida em 2009 nela a autora reflete sobre a trajetória de

jovens negras quilombolas considerando os percursos de escolarização e escolha

profissional das mesmas de modo a oferecer elementos para a compreensão da vida

dessas jovens que moram em localidades rurais frente a intensificação dos intercâmbios

entre a cidade e o campo.

No Espírito Santo: “A educação do negro na comunidade de Monte Alegre-ES;

em suas práticas de desinvibilidade da cultura popular negra” dissertação defendida

em 2007 por Patrícia Gomes Rufino Andrade teve por objetivo compreender o currículo

vivido nas práticas culturais realizadas na comunidade quilombola de Monte Alegre –

ES.

Em Goiás: “Cultura e Currículo: Um Estudo da Escola Kalunga” dissertação

defendida em 1997 de autoria de Rosolindo Neto de Souza Vila Real teve como

objetivo analisar a comunidade remanescente quilombola Kalunga e compreender como

a educação escolar prepara a população desta comunidade para atender os modos de

produção da sociedade atual sem deixar que se perca a identidade cultural.

No Mato Grosso do Sul a dissertação “A Pluralidade Cultural E A Proposta

Pedagógica Na Escola - Um Estudo Comparativo Entre as Propostas Pedagógicas de

Uma Escola de Periferia e Uma Escola de Remanescentes de Quilombos” defendida

em 2004 por Eugênia Portela de Siqueira Marques teve por objetivo investigar o

desenvolvimento do tema transversal Pluralidade Cultural em relação aos negros por

meio da análise da Proposta Pedagógica de duas escolas estaduais localizadas em

Campo Grande – Mato Grosso do Sul

Em Minas Gerais os trabalhos produzidos e levantados sobre o tema tratam-se

de: “Conflito, estigma e resistência: um estudo a partir da comunidade quilombola do

Matição – MG” tese defendida em 2011 por Marcilene da Silva que teve como obetivo

compreender os significados construídos pela comunidade quilombola do Mato do

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Tição no que diz respeito a preservação de seus costumes, na conservação das riquezas

imateriais, apesar da historia local ter sido marcada por processos de discriminação e

estigma.

Em Santa Catarina as produções existentes sobre os Quilombos na área da

educação são: “Entre Cores e Memórias: Escolarização de alunos da comunidade

remanescente do Quilombo Aldeia de Garopaba/SC” dissertação defendida em 2011 de

autoria de Francine Adelino Carvalho teve como objetivo compreender o processo de

escolarização dos afrodescendentes da comunidade remanescente de Quilombo Aldeia,

na cidade de Garopa - SC no período compreendido entre 1963-1980 analisando como a

educação dessa população de origem africana estava configurada no ensino primário

rural local.

Sergipe conta com os seguintes trabalhos: “As comunidades quilombolas do

campo em Sergipe e os desafios da formação docentes" dissertação de autoria de Glézia

Kelly Costa Santos defendida no ano de 2011 teve por objetivo analisar as condições

materiais e a formação docente das escolas situadas nas comunidades quilombolas do

campo em Sergipe, com base no banco de dados do INEP e pesquisa de campo a autora

verificou se o sistema educacional sergipano e as políticas públicas brasileiras atendem

as necessidades destas comunidades no que diz respeito ao acesso e a continuidade

educacional.

No Rio Grande do Norte: “Retratos da Dignidade: Negros do Riacho

Identidade – Educação – Fotografia” dissertação de autoria de Maria Igle De Medeiros

defendida em 2008 analisa o Projeto Dignidade, enquanto produto publicitário do

governo do Rio Grande do Norte por meio da educação, da identidade e da propaganda

publicitária.

No Rio Grande do Sul foram encontradas as seguintes produções: “A Lei

10.639/03: uma experienciação no quilombo e em uma escola pública de Porto Alegre”

dissertação defendida em 2009 por Eliane Almeida de Souza na qual a autora aborda a

importância de se trabalhar em escolas e nos espaços de formação de professores a Lei

10.639/03 que altera a LDB 9394/96, inserindo no currículo escolar a história e a luta

dos negros oriundos da diáspora africana.

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Conclusão

Realizar o Estado da Arte pressupõe colocar em evidência o que já foi escrito

sobre determinado objeto, no entanto, é preciso ressaltar que as pesquisas científicas

estão sendo renovadas constantemente, e este levantamento não pode ser considerado

como definitivo, mas sim como um dado histórico de um determinado período.

Os trabalhos aqui citados, devido aos limites do texto, não foram analisados em

sua totalidade, questões como: em quais instituições as pesquisas foram realizadas;

quais os referenciais teóricos utilizados; qual foi a metodologia utilizada; a que

conclusão cada pesquisa chegou; podem ser analisadas em outro trabalho que se

proponha a fazer o Estado da Arte nesta área.

Com a realização do levantamento das teses e dissertações produzidas nos

programas de Pós Graduação em Educação percebeu-se que houve um aumento das

pesquisas nesta área em todo o país a partir do ano de 1995. Dos diversos temas

abordados a historia da educação dos negros nos Quilombos/Comunidades Quilombolas

apresentou um resultado significativo, no entanto no Estado do Paraná esta lacuna ainda

continua. Desta forma, considera-se importante que novos estudos estejam voltados

para a história da educação dos negros no Brasil e no Paraná, e que, por meio destas

pesquisas possa haver um reconhecimento da importância de debater acerca deste tema.

Referências

CARNEIRO, E. O Quilombo dos Palmares. / Edison Carneiro. São Paulo. Ed. Nacional, 1988.

4ª ed.

MOURA, C. Os Quilombos e a Rebelião Negra. São Paulo. Ed. Brasiliense, 1986. 5ªed.

REIS, J. J; GOMES, F. S. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das letras, 2008.

BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil. Diário Oficial. 1988.