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COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias de agência, participação e resistência: um recurso oculto nas estratégias de comunicação das ONGs e movimentos sociais? Thomas Tufte Universidade de Roskilde, Dinamarca

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COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias de agência, participação e resistência :. um recurso oculto nas estratégias de comunicação das ONGs e movimentos sociais ? Thomas Tufte Universidade de Roskilde, Dinamarca. Estrutura da presenta ç ão. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil

Memórias de agência, participação e resistência:

um recurso oculto nas estratégias de comunicação das ONGs e movimentos sociais?

Thomas Tufte

Universidade de Roskilde, Dinamarca

Page 2: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

Estrutura da presentação

• Movimentos sociais, mídia digital e trajetórias de mobilização

• Comunicação para a mudança social em uma encruzilhada

• ‘Trabalho de memória’ (memory work) – 3 perspectivas analíticas

• Conclusão: En busqueda dum quadro mais abrangente em comunicação para a mudança social

Page 3: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

Movimentos sociais e suas trajetórias de mobilização

comemoradas na esfera pública, como insurreições provenientes de experiências de exclusão imediatas

o discurso e a memória públicos já construídos em torno destas insurreições recentes enfatizaram explicações de curto prazo e superficiais

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Trajetórias historicas

• longas lutas por justiça

• reivindicar uma voz e um espaço

• uma ação cívica e coletiva

• reivindicações dos cidadãos para conseguir um papel no desenvolvimento da sua sociedade

Page 5: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

Occupy, Indignados, Pinguinos, Autónomos, Primavera Árabe, etc…

• um denominador comum: o apelo para um processo de desenvolvimento mais inclusivo

• reivindicações históricas

• carregam consigo o legado de exclusão mas, muitas vezes também histórias e memórias de agência, participação e resistência

Page 6: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

A mascara de Guy Fawkes (1570-1606)

Page 7: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

A nova mídia digital e o campo da comunicação para o desenvolvimento

• O papel crucial da mídia e da comunicação, envolvidas em processos de mudança social

• Não está, ironicamente, vinculado ao campo da comunicação para o desenvolvimento e mudança social nas organizaçoes

• Espaços verticais para participação• Lógica sistemica: USAID, DFID, ONGs, agências das Nações

Unidas.

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Diversas abordagens da participação

• Participação como processos sociais estreitamente vinculados a ciclos de programas e de projetos e a lógica subjacente que informa sua inércia organizacional

• Processos participativos dirigidos por cidadãos

Page 9: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

Movimentos fora de arenas institucionais

• Sem estruturas organizacionais claras, sem qualidade de membro fixada, sem estratégia de comunicação explícita no papel

• Redes segmentadas, policêntricas, integradas’: tipo SPIN (Gerlach e Hines 1968)

• Otros teoricos: Lance Bennet (2003), Anastasia Kavada (2011)

Page 10: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

Comunicação para a mudança social em uma encruzilhada • Abismo entre os espaços convidados e promovidos pelo

sistema para a comunicação e a participação, e os espaços bottom-up, informais e não-institucionalizados

• America Latina: uma história e experiência de resistência, contrastando ao legado histórico de iniciativas controladas pelo governo

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A ‘confluência perversa’

‘A natureza perversa da confluência entre os projetos participativos e neoliberais reside no fato de que ambos não somente requerem uma sociedade civil vibrante e pró-ativa, mas compartilham também noções centrais, tais como cidadania, participação e sociedade civil, embora usadas com sentidos muito diferentes’ (E. Dagnino, 2011: 419).

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‘Trabalho de memória’ (memory work)

• Avaliar criticamente a prática comunicativa dos movimentos sociais e da sociedade civil.

• O trabalho de memória pode servir como uma perspective analítica

Page 13: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

Memoria: recurso oculto e implícito

• Ao trazer à luz as histórias, trajetórias e experiências que são lembradas e usadas do passado, estrategistas de comunicação poderão trabalhar de maneira mais pró-ativa e consciente com memoria nas suas estratégias para a mudança

• Pode se abrir para um ‘diálogo com a sociedade’

• Memória como um recurso e um valor, para o trabalho estratégico de comunicar para uma mudança socia

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1. Memória Pública como Estratégia Retórica (Kendall Phillips)

• memórias compartilhadas coletivamente

• memória pública se dá a través dos meios pelos quais divulgamos estas

• a construção de memória pública permanece um campo contestado onde ocorrem luta e negociação...

Page 15: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

2. A Memória é Política

• memórias da injustiça (Thomas Olesen, 2013)

• As memórias de injustiça existem no mundo real, em relações, como normas e valores. Como tais, elas são intangíveis.... elementos de uma cultura política.

Page 16: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

Expressões tangíveis - três sites

• Fotografias – iconicidade

• Arte e cultura popular

• Lugares

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Perspectiva global

• O genocídio de Ruanda em 1994

• Apartheid na África do Sul

• As lutas de memória muito raramente estavam encerradas. Permanecem abertas em arenas constantes de concorrência e negociação ferozes …

O que está lembrado e o que não?

Page 18: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

3. O desafio da tradução no trabalho de memória

Achille Mbembe: como a África do Sul pode lembrar sem cair na vingança violenta, no aprisionamento no passado?

Desafio: traduzir a memória em um discurso que é elaborável e factível para o presente e o futuro, e que evita incentivar um novo conflito

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Soul City (cidade das almas)

ONG Sulafrica desde 1992Usa edu-entretenimento

http://vimeo.com/44087658

(comecar no minuto 7.50)

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Tornar o privado público

‘Comparadas com a realidade, que vem do fato de ser visto e escutado, até as maiores forças da vida intima – as paixões do coração, os pensamentos do espírito, os deleites dos sentidos – levam a um tipo de existência incerto e sombrio, a menos que, e até que, elas sejam transformadas, desprivatizadas e desindividualizadas, de certo modo, em uma forma de adaptá-las para a aparência pública. A mais corrente de tais transformações ocorre na contação de histórias ‘ (H. Arendt, The Human Condition [A condição Humana] , 1958: 50)

Page 21: COMUNICON 2013, São Paulo, Brasil Memórias  de agência, participação e resistência :

Panelaço como estratégia de cambio?

• Memória viva dos tempos do regime do apartheid

• Panelaço, um símbolo global de resistência

• Mudança social em muitos níveis na África do Sul, de mudanca de normas socais a mudancas de lei

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ConclusãoElementos para uma dimensão diacrônica na comunicação para o desenvolvimento e para e engajamento cívico:

1. A perspectiva estratégica2. A dimensão política3. A construção discursiva de memória.

Mirca Madianou (2012): Um “modelo triplice de engajamento”: discurso, ação e compreensão

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Muito obrigado!