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A COMUNICAÇÃO COM OS A COMUNICAÇÃO COM OS SURDOS SURDOS 1 A Comunicação com os Surdos_10/03/2010

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A COMUNICAÇÃO COM OS A COMUNICAÇÃO COM OS SURDOSSURDOS

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

◦ … Frei Pedro Ponce de León (1520-1584): inicia contacto com os surdos da nobreza castelhana através do seu elemento natural (Gestos). O seu método incluía a dactilologia, a escrita e a fala. Aos alunos falava-se por meio de gestos e escrita e pedia-se que respondessem de forma oral. (Fonte: Cabral, E. (Dez. 2004). Para uma cronologia dos surdos. Revista Communicare)

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◦Podiam participar na missa e confessar-se, falavam grego,latim e italiano e discutiam físicae astronomia.

◦Incluía três fases de educação:1ª “desmutização do surdo”2ª escrita3ª integração na sociedade

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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…Abade de L´Epée (1712-1789): desenvolve o primeiro corpus de sinais manuais (“sinais metódicos”), para integrar a gramática francesa.

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Thomas Gallaudet (1787-1851): início de uma tradição gestualista nos E.U.A.

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Congresso de Milão (1880): ◦ O Congresso, considerando a superioridade

incontestável da fala para incorporar os “surdos-mudos” na vida social e para lhes proporcionar uma maior facilidade de linguagem, declara que o método da articulação deve ter preferência sobre os gestos na instrução e na educação dos surdos e dos mudos.

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Congresso de Milão (1880):

Vs.

◦ Ao defenderem que a utilização simultânea dos gestos prejudicaria a fala e a precisão das ideias, o Congresso declara que o método oral puro deve ser preferido.

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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A Sociedade Linguística Internacional (década de 70), declara que “…as Línguas Gestuais usadas pelos surdos são verdadeiras línguas, com uma sintaxe peculiar e estrutura linguística bem definida.”

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Em 1976, a Conferência de Directores das Escolas Americanas de Surdos, define a Comunicação Total como “…uma filosofia que incorpora as modalidades de comunicação auditiva, manual e oral apropriadas para assegurar uma comunicação efectiva, com e entre as pessoas surdas".

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Schlensinger (1978) e Monfort (1982), defendem uma modalidade que consiste no uso de gestos e produção oral em simultâneo – Comunicação Bimodal

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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A partir da década de 90, vários autores apontam para a necessidade de uma “língua-base” de categorização do universo (Língua Gestual – L1) e desenvolvimento da língua escrita/oral (L2) – Bilinguismo.

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Um pouco de história…. em Portugal◦ … ano de 1823, criação da 1ª escola para

surdos – Instituto de Surdos-Mudos de Lisboa, seguindo uma metodologia com recurso à língua gestual, semelhante à desenvolvida na Suécia.

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Criação de várias instituições no País, após o Congresso de Milão, seguindo o método intuitivo (ou oral puro):

- Instituto Araújo Porto, Porto (1893)

- Instituto Jacob Rodrigues Pereira, Lisboa (1922)

- Instituto Surdos Bencanta, Coimbra (1966)

- Colégio António Cândido, Porto (1970)

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Aurélio da Costa Ferreira, director da Casa Pia, organiza em 1913 o 1º curso de formação especializada para professores do ensino de deficientes auditivos, marcando uma tendência médico-pedagógica no ensino especial e oficializando o método oral em Portugal.

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Criação de várias Associações:◦ A.P.E.C.D.A (Associação de Pais para Educação Crianças

Deficientes Auditivas)◦ A.P.S. (Associação Portuguesa de Surdos)◦ F.P.A.S. (Federação Portuguesa das Associações de

Surdos)◦ A.P.P.T.R.C.J.S. (Associação Portuguesa de Profissionais e

Técnicos de Reabilitação de Crianças e Jovens Surdos)◦ A.F.A.S. (Associação de Familiares e Amigos dos Surdos)◦ A.F.O.M.O.S. (Associação de Formadores de LGP)◦ A.I.L.G.P. (Associação de Intérpretes de LGP)◦ Associação de Amigos da Pessoa com Implante Coclear

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Reconhecimento oficial da Língua Gestual Portuguesa através do artigo 74º da Constituição da República Portuguesa

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Integração de alunos surdos nas escolas de ensino regular, com participação em tempos parciais (década de 80 e princípios de 90); em simultâneo, dá-se a criação de Núcleos de Apoio à Criança Deficiente Auditiva – N.A.C.D.A.’s

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Inclusão de alunos surdos, de pleno direito a partir da criação das Unidades de Apoio à Educação de Alunos Surdos – U.A.E.A.S. (despacho 7520/98)

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

Page 19: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Contextos de Actuação do Terapeuta da Fala na Surdez em Portugal◦Meio hospitalar (ORL / SMFR / Pediatria)◦Clínica Privada◦UAEAS

Rede de Escolas de Referência para a Educação Bilingue de Surdos (Decreto-Lei nº

3/2008)

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Enquadramento histórico da Enquadramento histórico da SurdezSurdez

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Grau de SurdezGrau de Surdez(normas BIAP – Bureau International (normas BIAP – Bureau International

d’Audiophonologie)d’Audiophonologie)

LIGEIRA 20 – 40 dB

MÉDIA 1º GRAU 40 – 50 dB2º GRAU 50 – 70 dB

SEVERA1º GRAU 70 – 80 dB2º GRAU 80 – 90 dB

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PROFUNDA –1º GRAU 90 – 100 dB–2º GRAU 100 – 110 dB–3º GRAU Igual ou Superior a 110 dB

COFOSE => 120 dB

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Grau de SurdezGrau de Surdez(normas BIAP – Bureau International (normas BIAP – Bureau International

d’Audiophonologie)d’Audiophonologie)

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Audição “Normal”Audição “Normal”

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Surdez Neuro-sensorial Surdez Neuro-sensorial Profunda BilateralProfunda Bilateral

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Audiometria/AudiogramaAudiometria/Audiograma

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Tecnologias de Apoio na Tecnologias de Apoio na SurdezSurdez

Tipos de próteses:

- Próteses digitais- Próteses computadorizadas (híbridos)- Próteses analógicas (não programáveis)- Próteses de condução óssea- Próteses implantáveis

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Tecnologias de Apoio na Tecnologias de Apoio na SurdezSurdez

Estilos de aparelhos para surdez incluem:

Atrás da orelha ou retroauricular Interno No canal auditivo Inteiramente no canal auditivo

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Tecnologias de Apoio na Tecnologias de Apoio na SurdezSurdez

Próteses digitaisPróteses computadorizadas

(híbridos)Próteses analógicas (não

programáveis)

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http://www.widex.com/3dtutor/tnt/bte.html

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Tecnologias de Apoio na Tecnologias de Apoio na SurdezSurdez

Implante coclear

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Tecnologias de Apoio na Tecnologias de Apoio na SurdezSurdez

Amplificadores

Sistemas pessoais de FM - sistemas portáteis e sem fio que

possibilitam a amplificação do som até 91 metros.

Garante benefícios em situações acústicas difíceis, chegando mesmo

a proporcionar uma focalização sonora melhor que as pessoas com

audição normal:

-Permite focalizar com exactidão a fonte sonora

- Reduz a distorção provocada pelo ruído de fundo.

Pode ser utilizado na escola, no trabalho, em casa ou nos tempos

livres.

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Tecnologias de Apoio na Tecnologias de Apoio na SurdezSurdez

Sistema FM SCOLAhear e SCOLAtalk (Widex)

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Uma definição de Surdez?Uma definição de Surdez?

A definição de surdez tem sido muito discutida actualmente...

De um lado, temos a visão clínico-terapêutica que quantifica a perda auditiva, considerando o sujeito como deficiente, ou melhor, deficiente auditivo, o qual deve ser reabilitado, tornando-se o mais próximo do individuo ouvinte, centrando a atenção no trabalho de oralização.

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Uma definição de Surdez?Uma definição de Surdez?

E, por outro lado, temos a visão socioantropológica da surdez, considerando o sujeito surdo pela sua diferença, o qual faz uso de uma língua visuo-gestual e, consequentemente, de uma cultura própria (Comunidade Surda).

Considerando-se nesta visão o respeito à Língua Gestual enquanto língua natural e de direito dos surdos.

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Uma definição de Surdez?Uma definição de Surdez?

Em decorrência dessas diferentes concepções de surdez, nas correntes educacionais coexistem ainda hoje:

o oralismo, a comunicação total e o bilinguismo, as quais divergem na sua maneira de conceber o sujeito surdo, envolvendo, ainda, questões de ordem política.

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Page 35: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Alguns mitos relacionados com a Alguns mitos relacionados com a SurdezSurdez

Os surdos são mudos?

Os gestos inibem a fala?

A surdez implica um défice cognitivo?

Todos os surdos são iguais, i.e., não conseguem ouvir nada?

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A personalidade de um surdoA personalidade de um surdo

Os surdos geralmente são,

habitualmente, desconfiados ou

teimosos? Porquê?

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Page 37: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

A personalidade de um surdoA personalidade de um surdo

O facto de não ouvirem/compreenderem o que

as pessoas dizem, torna-os um pouco

desconfiados ou teimosos.

Já imaginaram alguém a rir-se ao vosso lado

com o grupo de amigos sem saberem porquê?

Ou quererem fazer algo e não perceberem

porque não o podem fazer?

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ComunicaçãoComunicação

Processo activo de troca de informação que envolve a

codificação (ou formulação), a transmissão e a

descodificação (ou compreensão) de uma

mensagem entre dois, ou mais, intervenientes.

É necessário que os intervenientes dominem o mesmo

código e utilizem o mesmo canal de comunicação.

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ComunicaçãoComunicação

Na tradição cultural das sociedades humanas, a

comunicação é basicamente oralista, o que

acaba por dificultar a comunicação entre surdos

e ouvintes….

…no caso das pessoas surdas é necessário ter em

conta a situação de comunicação, isto é, quais os

“instrumentos” que têm ao seu dispor para a

comunicação….

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Page 41: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

ComunicaçãoComunicação

Esses “instrumentos” são:

1. a audição (total, parcial ou quase nula);

2. o conhecimento da língua oral falada e

escrita;

3. o conhecimento da leitura labial;

4. o conhecimento da língua gestual.

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LinguagemLinguagemA

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CompreensãoCompreensão - recepção e decifração de uma cadeia e

unidades (sons, grafemas, gestos) e respectiva interpretação

de acordo com as regras de um determinado sistema

linguístico.

ExpressãoExpressão - estruturação da mensagem, formada de acordo

com as regras de um determinado sistema linguístico e

materializado na articulação de cadeias fónicas, na fala, na

sequência de gestos na língua gestual ou na

sequencialização de sinais gráficos, no caso da escrita.

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LinguagemLinguagem

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Aquisição e Desenvolvimento Aquisição e Desenvolvimento de Linguagemde Linguagem

Surdos filhos de pais ouvintesvs

Surdos filhos de pais surdos

Surdez congénita vs adquirida

Page 45: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

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Fala e LínguaFala e LínguaFala - a produção da linguagem na variante fónica, realizada

através do processo de articulação de sons. EscritaEscrita - a materialização da produção linguística na forma

gráfica

Língua materna - o sistema adquirido espontaneamente e

naturalmente, e que identifica o sujeito com uma comunidade

linguística.

Língua natural – tendo em conta os canais usados, pode

privilegiar o canal visual (a LGP enquanto língua visuo-motora)

ou o canal auditivo (a Fala enquanto língua audio-oral).

Na CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade), há

imprecisão conceptual quando refere “Linguagem Gestual”,

quando deveria nomear Língua Gestual… 

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Intervém ao nível da prevenção,

diagnóstico, habilitação e reabilitação

da comunicação, deglutição, e outras

perturbações acima do sistema

digestivo; modificações de

comportamentos comunicativos e

melhoria da comunicação. (ASHA - American Speech

Hearing Association)

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O Terapeuta da FalaO Terapeuta da Fala

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Perspectivar a intervenção do Terapeuta da Fala na Surdez é aprender com o passado, observar o presente e espreitar o futuro, …

(Help)

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O Terapeuta da Fala na O Terapeuta da Fala na SurdezSurdez

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Page 48: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

…perspectivar a intervenção do Terapeuta da Fala na Surdez passa por reconhecer a importância do aconselhamento às famílias, permitindo-lhes uma decisão informada quanto às opções comunicativas.

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O Terapeuta da Fala na O Terapeuta da Fala na SurdezSurdez

Page 49: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Estratégias de comunicação, para Estratégias de comunicação, para quê?quê?

Para quem? Para quem?- Actividade prática - - Actividade prática -

Imagem

Música

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Page 50: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Quais as dificuldades sentidas?

Quais as diferenças entre as actividades?

O que foi usado para transmitir a informação?

O que foi mais eficiente na transmissão?

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Estratégias de comunicação, para Estratégias de comunicação, para quê?quê?

Para quem? Para quem?- Actividade prática - - Actividade prática -

Page 51: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Estratégias para facilitar a Estratégias para facilitar a compreensãocompreensão

Posicionarmo-nos de frente para o

aluno, com a boca visível (sem pastilhas

elásticas ou rebuçados, com bigode

aparado, evitar colocar as mãos à frente

da face, falar enquanto escreve no

quadro…), favorecendo a leitura labial;

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Page 52: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Estratégias para facilitar a Estratégias para facilitar a compreensãocompreensão

Sinalizar o assunto que vamos abordar; para

melhor acompanhamento da matéria escolar,

deve ser facultado o vocabulário e ideias-

chave para antecipação dos conteúdos;

Falar mais devagar e com a articulação

visível, embora não de forma exagerada;

Page 53: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Estratégias para facilitar a Estratégias para facilitar a compreensãocompreensão

Recorrer a gestos, apontar para pistas

contextuais que facilitam a transmissão da

mensagem, usar uma expressão facial e

corporal concordante com o que se

pretende transmitir, recorrer a gestos da

Língua Gestual Portuguesa (L.G.P.), à escrita

e ao desenho...

Usar vocabulário concreto e frases simples;53A

Com

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Page 54: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Estratégias para facilitar a Estratégias para facilitar a compreensãocompreensão

Usar vocabulário concreto e frases simples;

Ao longo da conversa certificar-se que o

aluno está a perceber;

Sinalizar sempre que se muda de tema de

conversação.

NUNCA: falar alto nem exagerar

demasiado as expressões faciais e

corporais pois confunde o aluno!54A

Com

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Page 55: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Estratégias para facilitar a Estratégias para facilitar a expressãoexpressão

Verificar qual o meio de comunicação

preferencial do aluno (fala, gestos da LGP

ou a associação de ambos) e incentivar o

que melhor se ajusta a ambos;

Identificar primeiro o tema de

conversação;55A

Com

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Page 56: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Estratégias para facilitar a Estratégias para facilitar a expressãoexpressão

Devolver a informação percebida ao

longo da conversa, para se certificar que

é a correcta, recorrendo a questões

directas e fechadas.

LEMBRE-SE: A língua natural de um

surdo é a LGP, se não a dominar

recorra a um intérprete sempre que

possível 56A C

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Page 57: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Estratégias para a sala de aula - Estratégias para a sala de aula - posicionamentoposicionamento

O aluno deve estar sempre do lado oposto ao da

janela, para que a iluminação não dificulte a

percepção da informação visualizada; o professor

deve falar de frente para o aluno e estar num local

bem iluminado;

É importante que o aluno esteja posicionado de

forma a que o ouvido melhor esteja direccionado

para o professor; de preferência, a utilização de um

sistema pessoal FM favorece a compreensão da

fala em ambientes ruidosos.57A

Com

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Page 58: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

O Processo de Decisão…O Processo de Decisão…

“Quero que o meu filho fale como nós…”

“Não sei como educar um filho surdo….”

“O terapeuta é que sabe disto (…), diga-nos o que decidir…”

“Só não quero que fale com gestos, atrasa a fala…”

(Testemunhos de Pais de crianças surdas)

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Deve-se atender às variações individuais do surdo, integrado num micro-sistema familiar apetrechado de uma história, crenças, valores e

de uma cultura própria

Abordagem Centrada na Família

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O Processo de Decisão…O Processo de Decisão…

Page 60: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

O tipo e grau de surdez não identificam, por

si só, as necessidades individuais do

surdo… Assim, não é possível atender às

necessidade comunicativas e educacionais

a partir deste factor único, afectando a

selecção da opção comunicativa.

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O Processo de Decisão…O Processo de Decisão…

Page 61: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

A opção comunicativa deverá ser

tomada pela família, em conjugação

com as seguintes premissas:

– informação dos intervenientes da

equipa e suas funções específicas

– informação relacionada com o

diagnóstico clínico, resultados do estudo

audiológico e outras informações do

foro clínico 61A C

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O Processo de Decisão…O Processo de Decisão…

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– informação e possibilidade de conhecer a

população surda em função dos diferentes

meios de comunicação

– informação e conhecimento das opções de

educação para surdos

- contacto com associações várias (de surdos, de

famílias e amigos de surdos, de implantes

cocleares,…)

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O Processo de Decisão…O Processo de Decisão…

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- a escolha da opção comunicativa implica uma

direcção na escolha das opções de educação

- o tempo de reflexão das famílias deve ser o

suficiente para que a tomada de decisão seja

ponderada

a família decidirá pelo seu filho surdo pois

são eles os principais interessados nos

resultados obtidos no futuro63A

Com

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Alguns direitos da criança Alguns direitos da criança surda…surda…

Daniel Ling* apresenta, ainda que numa lógica de intervenção de carácter oralista, alguns dos “direitos” da criança surda…e das suas famílias igualmente…

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* Ling, D. (1989). Foundations of Spoken Language for Hearing-Impaired Children. Washington: Alexander Graham Bell Association.

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Alguns direitos da criança Alguns direitos da criança surda…surda…

1. A criança surda deve ter acesso a um diagnóstico precoce e o mais preciso possível do seu problema auditivo, para que possa beneficiar de programas de intervenção precoce

2. A criança surda tem direito aos serviços e à tecnologia necessária para promover o desenvolvimento óptimo do seu potencial, ao nível da percepção auditiva como de produção de fala

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Alguns direitos da criança Alguns direitos da criança surda…surda…

3. A criança surda que tenha o potencial em comunicar fluentemente através da fala tem direito à habilitação e aos serviços educacionais que lhe permitam atingir esse mesmo potencial

4. Cada criança surda tem direito aos serviços (terapêuticos e educacionais) que lhe permitam atingir competências comunicativas

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Alguns direitos da criança Alguns direitos da criança surda…surda…

5. A criança surda tem direito ao tipo de educação que lhe permita a melhor integração em contextos onde estejam os seus pares sem surdez

6. A criança surda tem direito à permanência em escolas regulares e a sua convivência deve ser garantida com os meios necessários ao alcance do contexto educativo, garantido o seu desempenho óptimo

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Alguns direitos da criança Alguns direitos da criança surda…surda…

7. A criança surda tem direito ao acesso a programas de intervenção que garantam a contínua adequação e revisão das evoluções, por forma a garantir que o modo de comunicação e os objectivos académicos possam ser assegurados

8. A criança surda tem direito aos profissionais devidamente habilitados e preparados para trabalhar com esta população específica

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Alguns direitos da criança Alguns direitos da criança surda…surda…

9. A criança surda suficientemente madura deve ser capaz de escolher o modo de comunicação que melhor se adapte à sua filosofia de vida e necessidades individuais

10. A criança surda tem direito ao acesso a programas e materiais adaptados à sua idade cronológica, bem como aos diferentes níveis académicos de formação e de integração profissional

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Alguns direitos da criança Alguns direitos da criança surda…surda…

12. A criança surda com problemas associados deve ter acesso aos contextos educativos indicados à sua especificidade

13. A criança surda tem direito aos serviços de apoio social indicados para a sua condição, bem como não pode ser excluída tendo em conta a sua condição socio-económica nem por restrições financeiras dos serviços

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… … e da Família da criança e da Família da criança surdasurda

1. A família tem direito de acesso à documentação completa relacionada com o diagnóstico, avaliação audiológica e terapêutica, e numa linguagem acessível à sua compreensão, para que possam tomar decisões devidamente informados

2. A família deve receber uma explicação completa e imparcial quanto às opções comunicativas e procedimentos que os envolvem, por forma a decidirem por eles e pela criança surda

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… … e da Família da criança e da Família da criança surdasurda

3. A família deve ter acesso à documentação relacionada com as opções de educação, bem como oportunidade de as estudar e ponderar acerca das mesmas para a sua criança surda

4. A família deve ter acesso a programas de intervenção precoce que os inclua como principais agentes no processo de habilitação

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Testemunho de um adulto surdo Testemunho de um adulto surdo severo-profundosevero-profundo

“Tal como na criança ouvinte, também

na criança surda (independentemente

do grau de surdez) existe uma fase de

estádios de desenvolvimento psico-

sociais, em espaços devidamente

adequados, como a escola e o lar. “

Page 74: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

Testemunho de um adulto surdo Testemunho de um adulto surdo severo-profundosevero-profundo

“No caso da criança surda a ser reabilitada, esses

espaços terão de ter competências ainda mais

específicas e exigentes, tendo bem presente o

binómio desenvolvimento/reabilitação, para que

no futuro, o indivíduo minimamente reabilitado

exerça a sua cidadania, com a resiliência

adquirida e necessária em momentos cruciais da

vida, na sociedade civil em que esteja integrado.”

Page 75: Comunicar Com Os Surdos_TLopes

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Terapeutas da Fala da UAAS: Alexandra Lopes e Pedro Brás Silva

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Se necessitar de algum esclarecimento contacte uma Unidade de Apoio a Alunos Surdos.

 

CONTACTOS DA UAAS DE GAIA:

Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos

eb23-teixeira-lopes.rcts.pt

Rua José Fontana, 4400 Vila Nova de Gaia

TLF:  223799800      

FAX: 223707692

E-mail: [email protected]

 

Eb 2/3 Santa Marinha – V.N. Gaia

TLF: 223 772 590

FAX: 223 772 596

 

SEDE da UAAS:

Escola EB1 JI da Bandeira

Praceta Alferes Pereira, 168 4400-009 Gaia

TLF: 223791482