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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.16, n.3, p.279-289, 2014 279 ISSN: 1517-8595
COMPOSTOS BIOATIVOS E ALEGAÇÕES DE POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE
FLORES DE MARACUJÁ, CRAVO AMARELO, ROSA E CAPUCHINHA1
Lucas Cavalcante da Costa
2, Wellington Souto Ribeiro
3, José Alves Barbosa
4
RESUMO
O trabalho foi realizado no Laboratório de Química e Bioquímica da Universidade Federal da
Paraíba com o objetivo de quantificar compostos com alegações antioxidantes das flores de
maracujá (Passiflora sp.),cravo amarelo (Tagetes patula L.), rosa (Rosa sp.) e capuchinha
(Tropaeolum majus L.),visando apresentá-las como fontes de antioxidantes naturais, incluindo
parâmetros de quantificação de sabor. O experimento foi conduzido durante o período de agosto
de 2011 a julho de 2012, no qual as flores foram avaliadas quanto à massa fresca,
ácido ascórbico, flavonóides, antocianinas, carotenóides, sólidos solúveis totais, acidez titulável
e relação SST/AT, que representa a relação entre os sólidos solúveis totais (SST) e a acidez
titulável (AT), demonstrando quantitativamente o sabor. Com base nos teores de sólidos
solúveis, acidez e relação SS/AT, as flores podem ser classificadas como poucos palatáveis para
o seu consumo in natura. No entanto, os teores de flavonóides, antocianinas e carotenóides
encontrados nas flores das diferentes espécies avaliadas se mostraram semelhantes aos
encontrados em outros alimentos de origem vegetal, caracterizando-as como possíveis fontes de
compostos bioativos.
Palavras-chave - prospecção química, atividade antioxidante, flores.
BIOACTIVE COMPOUNDS AND ALLEGATIONS ANTIOXIDANT POTENTIAL IN
FLOWERS OF PASSION FRUIT, YELLOW CARNATION, ROSE AND
NASTURTIUM¹
ABSTRACT
The work was performed at the Laboratório de Química e Bioquímica, Universidade Federal da
Paraíba in order to quantify compounds with antioxidant claims Flowers Passionflower
(Passiflora sp.), yellow carnation (Tagetes patula L.), rose (Rosa sp.) and nasturtium
(Tropaeolum majus L.), to present them as sources of natural antioxidants, including parameters
quantifying flavor. The experiment was conducted during the period August 2011 to July 2012,
in which the flowers were evaluated for fresh, ascorbic acid, flavonoids, anthocyanins,
carotenoids, soluble solids, titratable acidity and TSS / TA ratio, which represents the
relationship between total soluble solids (TSS) and titratable acidity (TA), demonstrating
quantitatively the flavor. Based on soluble solids, acidity and SS / TA ratio, the flowers can be
classified as few palatable for consumption in natura. However, the levels of flavonoids,
anthocyanins and carotenoids found in the flowers of different species evaluated were similar to
those found in other plant foods, characterizing them as potential sources of bioactive
compounds.
Keywords - chemical prospecting, antioxidant activity, flowers.
Protocolo 15 2013 24 de 08/05/2013 1 Projeto de pesquisa financiado pelo o CNPq. 2 Graduando em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias - Campus II. Departamento
de Fundamentais e Sociais, Areia - Paraíba – Brasil, CEP: 58397-000, e-mail: [email protected] 3 Doutorando em Fitotecnia (Produção Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitotecnia, Viçosa–
Minas Gerias – Brasil, CEP: 36.570-000, e-mail:[email protected] 4 Professor Associado III do Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais, Universidade Federal da Paraíba, Centro de
Ciências Agrárias, Campus II.,Areia– Paraíba- Brasil, CEP: 58397-000, e-mail: [email protected].
280 Compostos bioativos e alegações de potencial antioxidante de flores de maracujá, cravo amarelo, rosa e capuchinha Costa et al.
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.16, n.3, p.279-289, 2014
INTRODUÇÃO
Os radicais livres são moléculas
produzidas continuamente durante os processos
fisiológicos a partir de modificações químicas
de proteínas, lipídeos, carboidratos e DNA, e
atuam como mediadores para a transferência de
elétrons em várias reações bioquímicas. As
fontes principais de radicais livres são as
organelas citoplasmáticas que metabolizam o
oxigênio, nitrogênio e o cloro, gerando grande
quantidade de metabólitos e resultam em uma
variedade de consequências biológicas
negativas (Pereira e Pereira, 2012).
Os compostos antioxidantes são
definidos como substâncias que, quando
presentes em baixas concentrações em relação
ao substrato oxidável, são capazes de inibir ou
retardar significativamente a oxidação daquele
substrato. Eles podem agir na neutralização da
ação dos radicais livres ou participar de
sistemas enzimáticos com essa função (Klajn et
al., 2012). Existem basicamente duas categorias
de antioxidantes denominadas sintético e
natural (Bera, 2008).
Antioxidantes sintéticos requerem testes
extensos e de custo elevado para comprovar a
sua segurança para aplicação em alimentos e,
por esta razão, existe o interesse no uso de
antioxidantes naturais. A busca por substitutos
naturais para os antioxidantes sintéticos tem
elevado o número de pesquisas envolvendo os
alimentos de origem vegetal, que são potenciais
fontes destas substâncias. Frutas e hortaliças
contêm diversos compostos com propriedades
antioxidantes, entre estes estão a vitamina C
(ácido ascórbico), a glutamina, vitamina E,
carotenóides e uma ampla variedade de
compostos fenólicos (Goulart et. al., 2009).
Por esse motivo, o consumo de frutas e
flores vem aumentando continuamente por estar
associado a uma dieta saudável; com grande
potencial nutritivo associado as suas funções
biológicas, com destaque aquelas com ação
antioxidante. Porém, alguns fatores, como o
sabor das flores, podem limitar o seu consumo.
Os parâmetros utilizados para a quantificação
do ‘flavor’ do vegetal são as variáveis de
sólidos solúveis (SST) acidez titulável (AT),
totais e a própria relação de ambos (SST/AT),
como dados que permitem a visualização em
números e possibilitem a comparação com
outros alimentos que já possuem uma grande
aceitação.
Assim, esse trabalho teve como objetivo
quantificar compostos com alegações
antioxidantes das flores de maracujá (Passiflora
sp.),cravo amarelo (Tagetes patula L.), rosa
(Rosa sp.) e capuchinha (Tropaeolum majus
L.),visando apresentá-las como fontes de
antioxidantes naturais, incluindo parâmetros de
quantificação de sabor.
MATERIAL E MÉTODOS
Matéria-prima e localização
O experimento foi conduzido no
Laboratório de Química e Bioquímica (LQB)
do Departamento de Ciências Fundamentais e
Sociais do Centro de Ciências Agrárias (CCA)
da Universidade Federal da Paraíba, durante o
período agosto de 2011 a julho de 2012. Foram
utilizadas flores de maracujá (Passiflora sp.),
cravo amarelo (Tagetes patula L.), capuchinha
(Tropaeolum majus L.) e rosas vermelha e
branca (Rosa sp.) determinadas de acordo com
Lorenzi e Matos (2008) e cultivadas no Horto
Experimental do CCA (Tabela 1). As flores
foram colhidas manualmente nas primeiras
horas da manhã, acondicionadas em
embalagens plásticas e conduzidas
imediatamente ao LQB, onde foram
rapidamente enxaguadas em água destilada e
secas ao ar livre (± 28 ºC).
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Tabela 1. Informe geral sobre as espécies estudadas, visando apresenta-las para consumo in natura
Nome: maracujá
Nome científico: Passiflora sp.
Coloração predominante: vermelha
Alegações: ricas em vitamina C, ácidos málicos e
ácidos cítricos.
Nome: rosa vermelha
Nome científico: Rosa sp.
Coloração predominante: vermelha
Alegações: ricas em carotenos, pectina, D-
sorbitol, vitamina C, ácidos málicos e ácidos
cítricos.
Nome: rosa branca
Nome científico: Rosa sp.
Coloração predominante: branca
Alegações: ricas em carotenos, pectina, D-
sorbitol, vitamina C, ácidos málicos e ácidos
cítricos.
Nome: Cravo amarelo
Nome científico: Tagetes patula L.
Coloração predominante: amarela
Alegações: ricas em luteína.
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Nome: capuchinha
Nome científico: Tropaeolum majus L.
Coloração predominante: vermelha
Alegações: ricas em luteína, vitamina C e sais
minerais.
Nome: capuchinha
Nome científico: Tropaeolum majus L.
Coloração predominante: laranja
Alegações: ricas em luteína, vitamina C e sais
minerais.
Nome: capuchinha
Nome científico: Tropaeolum majus L.
Coloração predominante: amarela
Alegações: ricas em luteína, vitamina C e sais
minerais.
Fonte: Costa, L.C., 2012.
Prospecções químicas
Ácido Ascórbico
Foi determinado por titulometria
utilizando-se solução de 2,6 diclofenol-
indofenol (DFI) a 0,02 % até a obtenção de
coloração róseo claro permanente, utilizando-se
1g de material diluída em 30ml de ácido
oxálico 0,5 %, de acordo com Instituto Adolfo
Lutz (2008).
Flavonóides
Foram determinados por espectro-
fotometria em um comprimento de onda de
374nm, utilizando solução de etanol (1,5N),
utilizando 1 g de material, de acordo com
metodologia proposta por Francis (1982).
Antocianinas
Foram determinadas por espectro-
fotometria em um comprimento de onda de
535nm, utilizando solução de etanol (1,5N),
utilizando 1g de material, de acordo com
metodologia proposta por Francis (1982).
Carotenóides
Foram determinados por espectrofotometria em
um comprimento de onda de 452nm, utilizando
solução de acetona-hexano, de acordo com
metodologia proposta por Francis (1982).
Sólidos solúveis totais
O conteúdo de sólidos solúveis totais foi
determinado no suco homogeneizado em
refratômetro digital (PR – 100, Palette,
AtagoCo., LTD., Japan) com compensação
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automática de temperatura. Os teores foram
registrados com precisão de 0,1 % a 25 ºC
conforme Kramer (1973). Os resultados foram
expressos em percentagem (%).
Acidez titulável
Foi determinada utilizando-se 1g de
material diluída em 50 ml de água destilada por
titulação com NaOH 0,1 N, com resultados
expressos em % de ácido cítrico segundo
Instituto Adolfo Lutz (2008).
Relação SST/AT
Representa a relação entre os sólidos
solúveis totais (SST) e a acidez titulável (AT),
demonstrando quantitativamente o sabor
através do quociente entre as duas variáveis
acima descritas, de acordo com metodologia
proposta por Chitarra e Chitarra (2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ácido ascórbico
Entre as espécies estudadas, a variação
encontrada no teor de ácido ascórbico foi de
29,55%. Em valores absolutos, o maior teor de
ácido ascórbico foi encontrado em flores de
maracujá, com média de 85,6 mg/100g.
Enquanto que nas flores de capuchinha foram
encontradas os menores teores de ácido
ascórbico (X = 60,9 mg/100g) (Figura 1). É
possível relatar que as médias nos teores de
ácido ascórbico encontrados em cada espécie se
assemelham aos teores de ácido ascórbico
encontrados em frutos. Moreira et al. (2012)
observou médias de 32,40 mg/100g em sucos
de refresco de tangerina. Gomes et al. (2012)
encontrou valores para vitamina C em kiwi in
natura que variou de 84,6 a 116,6 mg.100g-1
.
A vitamina C atua na porção aquosa
como efetivo antioxidante sobre os radicais
livres, , bem como, regenera diferentes
substratos de sua forma oxidada para forma
reduzida (Bianchi e Antunes, 2009).
Atualmente é recomendado pelo o Ministério
da Saúde um consumo diário de no máximo 60
mg de ácido ascórbico para adultos. Os
alimentos de origem vegetal podem suprir
grande parte das vitaminas necessárias ao
organismo humano. Por serem recomendadas
para consumo in natura, as flores são as
melhores fontes, juntamente com as frutas e
contrariamente às hortaliças que, geralmente,
são submetidas ao processo de cozimento
(Chitarra e Chitarra, 2005).
Maracujá
Cravo amarelo
Rosa vermelha
Rosa branca
Capuchinha vermelha
Capuchinha laranja
Capuchinha amarela
Áci
do a
scór
bico
(m
g.10
0g-1
)
0
20
40
60
80
100
Figura 1. Teores médios de ácido ascórbico encontrados em flores das espécies de maracujá, cravo
amarelo, rosas e capuchinha cultivadas em Areia-PB.
Flavonóides
Os flavonoides compõem a maior classe
de compostos fenólicos nos vegetais.
Desempenham diversas funções nas plantas,
como a pigmentação e a defesa. Eles são
divididos em antocianinas, flavonas, flavonóis e
isoflavonas. Comumente são encontrados como
glicosídeos primários. Os flavonoides são
antioxidantes e atuam, basicamente, reagindo
com os radicais livres ou quelantes de metais.
Sua atividade antioxidante é relacionada com a
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posição e número de hidroxilas fenólicas
presentes na molécula. Os flavonoides são
fenólicos com atividades anti-inflamatória e
anticancerígena, além de atuarem em processos
reguladores do metabolismo.
A diferença percentual no teor de
flavonóides totais encontrada nas diferentes
espécies foi de 48,5%, o que equivale a
aproximadamente 110,05 mg.100-1
(Figura 2).
No qual o maior teor foi encontrado nas flores
de capuchinha vermelha, com uma média de
248,14mg.100g-1
. Em trabalho realizado por
Prata (2009), quando estudou o teor de
flavonóides em rosas vermelhas, observou um
valor médio de 35,25 mg.100-1
para todas as
espécies vermelha e brancas e 167,23 mg.100-1
para rosa ‘Rover’, que possui uma coloração
avermelhada. Valor inferior ao encontrado no
presente trabalho.
Maracujá
Cravo Amarelo
Rosa vermelha
Rosa branca
Capuchinha vermelha
Capuchinha laranja
Capuchinha amarela
Fla
vonó
ides
(m
g.10
0g-1
)
0
50
100
150
200
250
300
Figura 2. Teores médios de flavonóides encontrados em flores das espécies de maracujá, cravo
amarelo, rosas e capuchinha cultivadas em Areia-PB.
Antocianinas
Pertencente ao grupo dos flavonóides, a
antocianina consiste na pigmentação
responsável pelas colorações vermelha, roxa e
azul observadas nas plantas. Por colorir flores e
frutos, as antocianinas são glicosídeos de
importância vital como atrativo para
polinizadores e dispersores de sementes. São
compostos instáveis que sofrem degradação por
ação de enzimas e do oxigênio. Vale salientar
que as antocianinas são consideradas como
excelentes antioxidantes por doarem hidrogênio
aos radicais livres altamente reativos, inibindo a
formação de novos radicais (Pereira e Pereira,
2012). Na Figura 3, verifica-se que o conteúdo
de antocianinas totais apresenta-se de forma
variada entre as espécies estudadas, cujo menor
valor foi encontrado na rosa branca, que
apresentou um teor de antocianina total de
15,4mg.100g-1
. Este valor é inferior ao
encontrado na rosa vermelha e nas flores de
maracujá, com 405,7e 378,5mg.100g-1
respectivamente. Vale salientar que as flores de
capuchinha apresentaram teor médio de
antocianinas de aproximadamente 150 mg.
100g-1
(colocar valor).
Em trabalho realizado por Ribeiro (2012)
foi observado teores de antocianinas totais nas
flores de capuchinha variando de 78,36, 108,87
e 280,87 mg.100 g-1
, semelhante aos
encontrados na espécie e variedadesda presente
pesquisa.
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Maracujá
Cravo amarelo
Rosa vermelha
Rosa branca
Capuchinha vermelha
Capuchinha laranja
Capuchinha amarela
Ant
ocio
anin
as to
tais
(m
g.10
0g-1
)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Figura 3. Teores médios de antocianinas totais encontrados em flores das espécies de maracujá, cravo
amarelo, rosas e capuchinha cultivadas em Areia-PB.
Carotenóides
Diferentemente da coloração da
antocianina, os carotenoides são pertencentes
ao grupo dos terpenóides, proporcionam ao
tecido uma coloração vermelha-alaranjada,
amarela e laranja, protegendo os mesmos contra
a fotoxidação. Podem ser encontrados nas
plantas verdes e também em algumas algas,
fungos e bactérias. Nas células, encontram-se
embebidos nas membranas de cloroplastos e
cromoplastos (Ribeiro, 2012).
Na Figura 4 pode ser observado que há
uma variação interespecífica nos teores de
carotenoides totais, no entanto uma
similaridade entre as variedades de uma mesma
espécie, no qual, a capuchinha nas suas três
variações de cores, apresentou teores de
carotenoides totais superiores a 280 mg.100g-1
,
enquanto que em rosas (branca e vermelha) foi
encontrado valor médio de 23,4mg.100g-1
de
carotenoides totais.
Os carotenoides atuam como
antioxidantes sequestrando o oxigênio singlete
e se ligando aos radicais livres peroxila. São
classificados quando sua estrutura, tais como o
numero de duplas ligações conjugadas, grupos
terminais e grupos funcionais ligados aos anéis.
Pelos estudos epidemiológicos, evidenciam-se
uma correlação positiva entre o consumo de
alimentos ricos em carotenoides e a redução no
risco de desenvolvimento de diferentes tipos de
câncer e outras doenças crônicas (Chitarra e
Chitarra, 2005). Porém, esse pensamento não é
generalizado. Conforme Vasco (2008), do
ponto de vista farmacológico, são compostos de
pequena importância, mas extremamente úteis
quanto ao seu papel biológico, sendo uma
potencial fonte do composto pró-vitamina A.
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Maracujá
Cravo amarelo
Rosa vermelha
Rosa branca
Capuchinha vermelha
Capuchinha laranja
Capuchinha amarela
Car
oten
óide
s to
tais
(m
g.10
0g-1
)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Figura 4. Teores médios de carotenóides totais encontrados em flores das espécies de maracujá, cravo
amarelo, rosas e capuchinha cultivadas em Areia-PB.
Sólidos solúveis
O teor de sólidos solúveis totais é
sugerido por autores como uma medida indireta
do teor de açúcares, uma vez que aumenta de
valor à medida que esses teores vão se
acumulando na fruta. A sua medição não é
exata quando ao teor de açúcares, pois outras
substâncias também se encontram dissolvidas
na seiva vacuolar (vitaminas, fenólicos, pectina,
ácidos orgânicos, etc), no entanto, entre esses,
os açúcares são os mais representativos,
constituindo até 85% - 90% dos sólidos
solúveis (Chitarra e Chitarra, 2005).
Os teores de sólidos solúveis podem
variar por diversos fatores, entre eles, espécie e
variedade. Essa suposição afirma o ocorrido no
presente trabalho, onde obtivemos diferenças de
até 3% entre espécies de maracujá, capuchinha,
rosa e cravo, e 2% entre variedades capuchinha
amarela, capuchinha laranja e capuchinha
vermelha (Figura 5). Prata (2009), em trabalho
com rosas de corte, verificou uma média de
2,96%, sendo aproximadamente 4% menor
quando comparado com o presente trabalho.
Maracujá
Cravo amarelo
Rosa vermelha
Rosa branca
Capuchinha vermelha
Capuchinha laranja
Capuchinha amarela
Sól
idos
sol
úvei
s (º
Bri
x)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Figura 5. Teores médios de sólidos solúveis encontrados em flores das espécies de maracujá, cravo
amarelo, rosas e capuchinha cultivadas em Areia-PB.
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Acidez titulável
A acidez em produtos hortícolas é
atribuída, principalmente, aos ácidos orgânicos
que se encontram dissolvidos nos vacúolos das
células, tanto na forma livre, como combinada
com sais, ésteres, glicosídeos, etc (Pereira et al.,
2008).
Na Figura 6, observa-se que a média de acidez
titulável foi maior nas flores de maracujá, com
0,4% de ácido cítrico. Resultados inferiores aos
encontrados por Ribeiro et al., (2012), com
médias de 1,16%.
Em alguns produtos, os ácidos orgânicos não só
contribuem para a acidez, como também para o
aroma característico, porque alguns
componentes são voláteis. Os compostos
fenólicos também apresentam caráter ácido,
podendo, de certa forma, contribuir para a
acidez, além da adstringência (Chitarra e
Chitarra, 2005). Entre os ácidos, os mais
abundantes em flores são o cítrico e o málico,
havendo predominância desses ou de outros,
dependendo da espécie.
Maracujá
Cravo amarelo
Rosa vermelha
Rosa branca
Capuchinha vermelha
Capuchinha laranja
Capuchinha amarela
Aci
dez
titu
láve
l (%
de
ácid
o cí
tric
o)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
Figura 6. Teores médios de acidez titulável (AT) encontrados em flores das espécies de maracujá,
cravo amarelo, rosas e capuchinha cultivadas em Areia-PB.
Relação Sólidos Solúveis Totais / Acidez
titulável
Em muitos casos, o equivalente entre os
ácidos orgânicos e os açúcares é utilizado como
critério de avaliação do “flavor”. Contudo,
como são alguns constituintes voláteis, essa
relação é mais indicativa do sabor, porque se
utiliza a acidez titulável e não a acidez total,
quando se estabelece essa relação. Sendo 9:1
aproximadamente, a relação ideal (Chitarra e
Chitarra, 2005).
Os maiores valores médios de SS/AT
foram encontrados em flores de capuchinha, ou
seja, estas flores, teoricamente, apresentam-se
mais palatáveis para o consumo in natura. E de
fato, dentre as espécies estudadas, são as flores
de capuchinha que figuram como a mais
comumente utilizada na culinária e medicina
popular (Figura 7). Comparando com resultados
de frutos, estes resultados são divergentes. A
relação SS/AT foi estudada por Costa et al.
(2010) em umbu, que encontraram valor médio
de 45,6. Ribeiro et al. (2010) reportaram SS/AT
de 11,46 em limão.
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Maracujá
Cravo amarelo
Rosa vermelha
Rosa branca
Capuchinha vermelha
Capuchinha laranja
Capuchinha amarela
Ral
ação
SS
/AT
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Figura 7. Teores médios de relação SS/AT encontrados em flores das espécies de maracujá, cravo
amarelo, rosas e capuchinha cultivadas em Areia-PB.
CONCLUSÃO
Os teores de flavonóides, antocianinas e
carotenóides encontrados no presente trabalho
caracterizam as flores de maracujá, cravo
amarelo, rosa e capuchinha como fontes de
compostos bioativos passíveis de serem
utilizadas na alimentação humana, pois as
mesmas demonstraram obter níveis comparados
ao de outros alimentos de origem vegetal
presentes no mercado. No entanto, os valores
encontrados de sólidos solúveis, acidez e
relação SS/AT, classificam as flores de
maracujá, cravo amarelo e rosa como pouco
palatáveis para o seu consumo in natura,
diferindo das flores de capuchinha, que
apresentarem valores semelhantes ao de frutas
doces amplamente consumidas.
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