compliance 2.0 e gestão de crise · the bottom line – pós vw: gerenciamento de crises !...
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Compliance 2.0 e
Gestão de Crise
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
12 de novembro de 2015
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Compliance 2.0
Compliance 1.0
§ Abaixo do Diretor Jurídico
§ Isolado
§ Sem poder
§ Percebido como “Mr No!”
§ Vulnerável
§ Bode expiatório
Compliance 2.0
§ Nível Diretoria
§ Equipe
§ Autônomo
§ Cooperação e colaboração
§ Recursos
§ Eficaz
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CCO – Chief Compliance Officer CECO – Chief Ethics & Compliance Officer
§ Com poder vem responsabilidade
§ Responsabilidade para decisões que podem afetar reputação
§ Pode julgar que uma ação é “lawful but awful” – como diria um adolescente, “lícita mas sinistra”
Compliance 2.0
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Corrupção e Ética
Um conceito relativo § Subornar funcionário público para obter contrato
§ Subornar funcionário público para ganhar licitação
§ Subornar empregado de empresa privada para obter contrato
§ Subornar empregado de empresa para não perder licitação
§ Aceitar / pagar propina para fechar negócios beneficiando a empresa
§ Pagar despachante para liberar bens presos na alfândega
§ Pagar propina a funcionário público para obter informações
§ Pagar “agente” para trair grupo terrorista / criminoso
§ US War Refugee Board – Executive Order 9417 – 22/01/1944
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Corrupção e Extorsão
Sempre pronto a se proteger, mesmo sem ter feito nada errado
§ Impossível obedecer todas as leis
§ Jeitinho – mais fácil pagar
§ Do flanelinha até o diretor de estatal
§ Pagar propina ou perder contrato
§ Pagar propina ou mato sua família
§ Pagar propina ou enfrentar denúncia fajuta
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A Realidade de Fazer Negócios no Brasil
O Faroeste sem o US Marshal
§ Gangsterismo político e Gangsterismo corporativo
§ Repressão seletiva
§ Não se pode confiar na aplicação da lei
§ Não se pode confiar nos tribunais e no sistema judicial
§ Com frequência as autoridades são o “inimigo”
§ Corrupção continua endêmica
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A Realidade da Lei Anticorrupção
§ Extorsão por “presunção de culpa”
§ Autoridades corruptas podem usar a lei para
extorquir empresas
§ Empresas podem usar a lei para eliminar
concorrência
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Empresa Ética Sempre em Desvantagem
§ Julgado por seus próprios padrões de conduta
§ Deve obedecer a vários conjuntos complexos de leis e regras oficiais em
todos os países em que suas atividades têm impacto – mas as atividades do
criminosos são, por definição, ilegais
§ Obrigação de ser transparente – o crime é intrinsecamente encoberto
§ Pode esperar apenas assistência limitada dos órgãos de segurança pública
– que com frequência agem por “incentivos perversos”
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Compliance, Ética e Cultura Brasileira
LEANDRO KARNAL:
“Corrupção é um bom negócio para o qual não fui convidado” Eu sou absolutamente ético quando se trata de atacar o negócio que não me favorece… quando me favorece, estou disposto a negociar...
Lei Anticorrupção § Programa de “Integridade”
§ “Aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta”
§ "Comprometimento da alta direção”
§ “Padrões de conduta, código de ética e políticas de integridade”
Denunciar x Lealdade
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Compliance, Ética e Cultura Brasileira
Programa de Compliance pode ser:
1. Compromisso de verdade
2. Para Inglês ver
3. Ação de dissimulação intencional
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§ Comprometimento da alta direção
§ Cultura corporativa, políticas, códigos, procedimentos – funcionários e terceiros
§ Treinamento
§ Avaliações de riscos
§ Controles financeiros e controles internos
§ Procedimentos de prevenção de conduta imprópria
§ Independência de Compliance
§ Canais de denúncia
§ Medidas disciplinares
§ Due diligence de terceiros
§ M&A due diligence
§ Transparência em relação a doações políticas
Elementos de Programas de Compliance 2.0
Teoria pela Regulamentação da Lei Anticorrupção
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Na prática
§ Entender riscos e oportunidades estratégicos
§ Entender vulnerabilidades
§ Controles internos
§ Controles de terceiros
§ Planejar para detectar potenciais problemas, investigar violações e implantar e gerenciar canais de denúncia
§ Preparar para reagir e responder
§ Responder a incidentes, comunicar com stakeholders e proteger a imagem
§ Correções pós-evento: monitorar e revisar controles e procedimentos
Elementos de Programas de Compliance 2.0
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The Bottom Line – Pós VW: Gerenciamento de Crises
§ Monitorar comportamento dentro e fora da empresa
§ Manter ordem interna e externa
§ Antecipar problemas e ameaças
§ Reconhecer e administrar situações com potencial de se desenvolver e se tornar crise com impacto na reputação da organização ou seus interesses estratégicos
§ Responder, gerenciando situações diversas de crises, sejam de origem interna ou externa
§ Proteger imagem e interesses estratégicos
Chief Compliance Officer – CCO ou Consigliere?!
Elementos de Programas de Compliance 2.0
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Resumindo
§ Na situação em que se encontra o Brasil, não é realista uma
entidade privada querer mudar o país - porém uma empresa ética
pode e deve manter sua própria integridade
§ Crise resulta de tentativa de encobrir erro/problema ou de falha em
reconhecer implicações potenciais. Não é resultado do erro em si!
§ Lavagem de dinheiro não gera crise
§ Tentar esconder ou não reconhecer em tempo pode gerar crise
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Características de Crises
§ Surpresa
§ Necessidade de agir sob pressão do tempo
§ Informações incompletas para tomada de decisões
§ Análise e pressão crítica de fora
§ Confusão e medo na alta direção
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Crise Pura
Situação é de crise pela própria natureza
Da normalidade ao caos em tempo zero
§ Sequestro
§ Extorsão pura § Ameaça de morte pura
§ Queda de avião § Ameaça de bomba
§ Ataque terrorista
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Crise Incremental
§ Problema rotineiro pode ganhar escala a ponto das consequências
colocarem a empresa em situação de crise
§ Incidente/acontecimento deve ser reconhecido prontamente e
receber atenção especial - do contrário, transforma-se em crise em
pouco tempo
§ Potencialidade de crise = função das consequências para a
empresa
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Crise Incremental
1. Riscos para advogados
2. Riscos legais e regulatórios
3. Riscos de negócios
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1. Riscos para Advogados
§ Conduta ética profissional – OAB Código de Ética e Conduta § Clientes § Fornecedores, terceiros e correspondentes § Conflitos de interesse § Envolvimento político § Suborno § Erros § Riscos de cyber crime
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2. Riscos Anticorrupção
§ Lei Brasileira § Bribery Act – UK § FCPA – USA § Anti-trust – carteis § Processos civis internacionais de recuperação de bens § Processos criminais § Processos civis regulatórios § Lavagem de dinheiro
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3. Fatores de Risco
§ Fraude § Extorsão § Má-gestão § Declarações falsas § Falsificação § Trabalho escravo § Acidente § Erro § Problemas operacionais rotineiros
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Potencialidade
Consequências potenciais § Perdas financeiras extraordinárias § Ameaça a estratégias corporativas § Danos à imagem / reputação § Infiltração de crime organizado § Reduções /suspensões estratégicas de vendas § Suspensão / queda de valor de ações
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Perdas Financeiras Extraordinárias
§ Corrupção
§ Fraude
§ Processos
§ Perda de renda de produtos
§ Custo de “reabilitação de marca / imagem”
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Ameaça a Estratégias Corporativas
§ Desqualificação a participar do mercado
§ Aquisição / fusão prejudicada
§ Vulnerabilidade à aquisição hostil
§ VW
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Danos à Imagem / Reputação
§ Escândalo de corrupção § Fraude § Falsificação § Contaminação de produto – vingança § Extorsão de produto § Sabotagem industrial § Trabalho escravo § Ataque de cyber crime § VW
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Infiltração de Crime Organizado
§ Lavagem de dinheiro de § Corrupção política § Narcotráfico § Atividades terroristas
§ Uso de sistemas de transporte para narcotráfico e contrabando
§ Uso de sistemas de distribuição para produtos falsificados
§ Valores fraudados usados para financiar crime organizado
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Reduções Estratégicas de Vendas
§ Escândalo envolvendo produtos falsificados, resultando
em suspensão de linha(s) de produtos
§ Perda de market share por entrada no mercado de
grandes quantidades de produtos falsificados,
desviados ou contrabandeados
§ VW
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Queda de Valor / Suspensão de Ações
§ Corrupção
§ Fraude
§ Falsificação de produtos
§ Cyber crime – espalhando informações falsas
no mercado
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Crises Cumulativas
Efeito cumulativo de crises: aumento exponencial do nível da crise
§ Problema inicial § Negação § Tentativa de encobrir § Delação premiada § Extorsão § Respaldo em outros países § Estender para outras empresas
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§ A soma de ideias e atividades necessárias para mobilizar a organização e fazê-la funcionar efetivamente como mecanismo de defesa para proteger seus interesses
§ Não é punir o culpado
§ Isto é papel do governo - polícia, promotoria, juízes - que representam os interesses públicos
§ Defender e proteger os interesses legítimos da empresa: § Por fora: proteger a imagem § Por dentro: limpar a sujeira
Conceito de Gerenciamento de Crises
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§ Proteger interesse estratégicos da empresa § Neutralizar todos “oponentes” § Minimizar / recuperar perdas § Punir § Dar exemplo § Demonstrar que a empresa não tolera conduta desonesta § Reforçar valores intrínsecos da empresa § Promover força/estabilidade intrínseca da empresa § Bônus: primeiras empresas são vistas como criadoras de
“benchmark” em gerenciamento de risco
Objetivos de Gerenciamento de Crises
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Conceitos básicos § Mecanismo dedicado para resposta § Coordenação interdepartamental de ações § Registro centralizado de incidentes § Reconhecimento de incidentes potenciais § Informações adequadas para começar § Procedimentos para passar informações adiante e tomar ações
iniciais § Investigação / Avaliação / Ação § Monitoramento de progresso § Fechamento de Incidentes
Gerenciamento de Incidentes
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Fases
1. Reconhecer
2. Conter
3. Investigar
4. Avaliar
5. Agir
6. Fechar
Fases de Gerenciamento de Crises
Inteligência
1. Reunir e direcionar informações provenientes de diversas fontes
2. Analisar e cruzar informações
3. Tirar conclusões para auxiliar na tomada de decisões
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Identificar situações com potencial para se tornar crise § Entender estrutura e processo da empresa § Entender estrutura e processos do mercado § Avaliar vulnerabilidades e riscos § Identificar fontes de informações e inteligência
§ Informações disponíveis na empresa § Informações que pode ser obtidas se necessário
§ Canalizar procedimentos e papeis existentes e especiais para obter e passar informações para Compliance § Canais existentes § Canais especiais para denúncia
Nunca esquecendo que não se pode prever toda eventualidade
1. Reconhecer
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§ Avaliação imediata da situação § Fatos § Implicações § Impactos potenciais § Riscos
§ Definir prioridades § Tomar medidas imediatas para conter a situação § “Recrutar” pessoas chave internas § “Recrutar” pessoas externas § Notificar e comunicar
2. Conter
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§ Os fatos § O que aconteceu? § O que está acontecendo?
§ Quem está envolvido? § Dentro da empresa § Fora da empresa
§ Pesquisas externas § Rastreamento de bens § Identificar vulnerabilidades internas § Identificar vulnerabilidades externas e mercadológicas
3. Investigar
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§ Avaliar interesses estratégicos da empresa § Priorizar interesses corporativos § Stakeholders § Construir perfil de organizações criminosas § Obter perfis psicológicos § Avaliar vulnerabilidades internas § Avaliar vulnerabilidades externas § Avaliar ameaças e impactos potenciais § Criar cenários
4. Avaliar
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Identificar todos “oponentes” potenciais que podem pressionar § Sócios / Acionistas § Diretoria corporativa § Clientes § Imprensa / Mídia § Autoridades – no Brasil e exterior § Sindicatos § Empregados § ONGs § Fornecedores § Concorrentes § Políticos
Avaliar - Stakeholders
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Perguntas 1. Qual o tamanho da ameaça?
2. Os “bandidos” podem ser cassados ou são grandes demais / impunes / protegidos?
3. Se forem “intocáveis”, como proteger a empresa?
4. Como reconhecer o problema cedo?
5. Como precipitar a situação antes de se tornar crítica?
Avaliar - Ameaça
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Construir fatores relevantes § Identidade dos envolvidos § Grau de organização dos envolvidos § Motivação § Oportunidade § Potencial impacto
§ Financeiro § Imagem § Processos etc.
§ “Fator perigo” – vidas em risco § Clientes / Consumidores § Executivos / Funcionários
Avaliar - Ameaça
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§ Criar cenários § Mapear opções § Avaliar riscos / consequências de cada opção § Definir medidas a serem tomadas § Executar § Monitorar § Fechar § Fazer inventário / “autópsia” § Correções pós evento, monitorar e revisar controles e
procedimentos
5. Planejamento e Ação
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Workflow para controlar processos de gestão de crise Fase 1 Reconhecimento do problema
Fase 1 Avaliação preliminar e ações para conter a situação
Fase 2 Investigação
Fase 3 Avaliação
Fase 4 Ações
Fase 5 Conclusão formal
Sistema Manual ou Automação
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Sistema Manual
Input proativo necessário para: § Reconhecer problema § Estabelecer e manter log de eventos, decisões e ações § Definir estratégias e ações § Monitorar procedimentos e assegurar que tudo a ser feito
está sendo feito § Reavaliação contínua § Fechar o incidente § Fazer inventário / “autópsia”
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Sistema Automatizado
Minimiza risco de não reconhecer situação potencial e dar start: § Em vez de precisar decisão positiva para por o sistema em ação, o sistema
começa automaticamente. Precisa decisão positiva para parar o sistema § O sistema é responsável para que as informações iniciais sejam o mais
completas possíveis § Procedimentos-padrão podem ser incorporados ao sistema § Procedimentos especiais podem ser programados caso a caso e postos em
ação § Participantes especiais e categorias de participantes especiais podem ser
programados no sistema caso a caso
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Sistema Automatizado
Minimiza risco de não reconhecer situação potencial e dar start: § Todas as informações são centralizadas e podem ser acessadas a
qualquer momento § Distribuição de informações pode ser controlada § Facilita reavaliação contínua § Acesso remoto § O sistema exige que cada passo seja feito e monitora decisões e ações § O sistema garante o fechamento correto da situação § Compliance controla tudo: participantes, estratégias, prioridades, táticas,
procedimentos, processos e ações