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  • MINISTRIO DA ADMINISTRAO INTERNA Autoridade Nacional de Proteco Civil

    Compilao Legislativa

    - BOMBEIROS -

    1 Edio

    Setembro 2008

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    2

    FICHA TCNICA Ttulo: Compilao Legislativa BOMBEIROS

    Edio: Autoridade Nacional de Proteco Civil Ministrio da Administrao Interna Avenida do Forte em Carnaxide 2794-112 Carnaxide Portugal Telf: + 351 21 424 71 00 Fax: + 351 21 424 71 80

    [email protected] www.prociv.pt

    Coordenao: Gabinete do Presidente e Gabinete Jurdico Joaquim Carvalho Bettina Ramos

    ISBN: 978-972-98215-5-4

    Depsito legal:

    Impresso: Tipografia Lousanense

    Tiragem: 2000 exemplares Setembro de 2008

    ines.lamimText Box283340/08

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    3

    Breves Notas

    Com a publicao desta 2 Compilao Legislativa, dedicada exclusivamente ao tema Bombeiros, damos cumprimento a um importante objectivo promover e disponibilizar aos parceiros e aos colaboradores, muito em especial, s Associaes Humanitrias de Bombeiros, aos Corpos de Bombeiros e aos Bombeiros Portugueses, uma ferramenta didctica e facilitadora no trabalho dirio de cada um.

    Nesta compilao procuramos relevar os principais diplomas e regulamentos, emergentes da

    reforma do sistema de proteco e socorro. S melhor informados e formados poderemos desenvolver com eficcia e segurana a nossa

    interveno nesta rea fulcral do servio pblico o da proteco e socorro das pessoas e da defesa do patrimnio e ambiente.

    Neste tempo de implementao da reformulao dos regimes jurdicos das Associaes

    Humanitrias de Bombeiros, dos Corpos de Bombeiros e dos Bombeiros, impunha-se, mesmo que com eventuais lacunas, elaborar e publicar esta 1 edio de legislao relevante reportada ao tema Bombeiros.

    Impe-se ainda registar que, em todo o processo de elaborao e aprovao dos regulamentos que

    integram esta edio, a colaborao e apoio de todas as entidades que integram o Conselho Nacional de Bombeiros foi permanente e sempre oportuna, nomeadamente, da Liga dos Bombeiros Portugueses, da Associao Nacional de Bombeiros Profissionais e da Escola Nacional de Bombeiros.

    Arnaldo Jos Ribeiro da Cruz

    Presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    4

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    5

    ndice

    Pginas

    LEGISLAO TUTELAR

    Lei n 27/2006, de 3 de Julho Lei de Bases de Proteco Civil 9-25

    Lei n 65/2007, de 12 de Novembro Enquadramento Institucional e Operacional da Proteco Civil no mbito Municipal, Organizao dos Servios Municipais de Proteco Civil e Competncias do Comandante Operacional Municipal

    27-33

    Decreto-Lei n 134/2006, de 25 de Julho Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro (SIOPS)

    35-45

    Decreto-Lei 75/2007, de 29 de Maro Lei Orgnica da Autoridade Nacional de Proteco Civil

    47-57

    LEGISLAO ESTRUTURANTE

    Lei n 32/2007, de 13 de Agosto Regime Jurdico das Associaes Humanitrias 61-71

    Decreto-Lei n 241/2007, de 21 de Junho Regime Jurdico dos Bombeiros Portugueses

    73-86

    Decreto-Lei n 247/2007, de 29 de Junho Regime Jurdico dos Corpos de Bombeiros 87-97

    Decreto-Lei n 49/2008, de 14 de Maro Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses

    99-105

    LEGISLAO ESPECIAL

    Portaria n 247/2004, de 6 de Maro Certificado de Aptido Profissional de Bombeiro

    109-113

    Portaria n 1358/2007, de 15 de Outubro Equipas de Interveno Permanente 115-118

    Portaria 1562/2007, de 11 de Dezembro Programa de Apoio Infra-Estrutural (PAI) s Associaes Humanitrias de Bombeiros

    119-121

    Portaria n 104/2008, de 5 de Fevereiro Programa Permanente de Cooperao (PPC) com as Associaes Humanitrias de Bombeiros

    123-124

    Portaria n 571/2008, de 3 de Julho Servio Operacional dos Bombeiros Voluntrios 125-126

    Portaria n 703/2008, de 30 de Julho Regulamento Disciplinar dos Bombeiros Voluntrios

    127-133

    Portaria n 845/2008, de 12 de Agosto Plano de Uniformes, Insgnias e Identificao dos Bombeiros

    135-169

    Despacho do Secretrio de Estado da Proteco Civil n 22298/2007, de 25 de Setembro Impedimentos dos rgos das Associaes Humanitrias de Bombeiros

    171

    Despacho do Secretrio de Estado da Proteco Civil n 22396/2007, de 26 de Setembro Fora Especial de Bombeiros

    173-174

    Despacho do Secretrio de Estado da Proteco Civil n 22397/2007, de 26 de Setembro Transio dos Quadros de Auxiliares e Especialistas

    175

    Despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil n 9368/2008, de 1 de Abril Regulamento do Sistema de Avaliao de Desempenho dos Oficias Bombeiros e dos Bombeiros Voluntrios

    177-188

    Despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil n 9915/2008, de 4 de Abril Regulamento das Carreiras de Oficial Bombeiro e de Bombeiro Voluntrio

    189-200

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    6

    Pginas

    Despacho do Secretrio de Estado da Proteco Civil n 11735/2008, de 24 de Abril Projectos de Candidatura ao Quadro de Referncia Estratgico Nacional (QREN)

    201-202

    Despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil n 14425/2008, de 26 de Maio Apoios Extraordinrios s Associaes Humanitrias de Bombeiros

    203-204

    Despacho do Director Nacional de Bombeiros n 14619/2008, de 27 de Maio Ingressos e Acessos nas Carreiras de Oficial Bombeiro e de Bombeiro Voluntrio

    205

    Despacho do Secretrio de Estado da Proteco Civil n 15619/2008, de 5 de Junho Equipas de Interveno Permanente

    207

    Despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil n 20915/2008, de 11 de Agosto Regulamento do Modelo Organizativo dos Corpos de Bombeiros

    209-213

    Despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil n 20916/2008, de 11 de Agosto Modelo do Carto de Identificao de Bombeiro

    215-216 Despacho do Director Nacional de Bombeiros n 21236/2008, de 13 de Agosto

    Listagem Orientadora dos Objectivos e Indicadores relativos ao Sistema de Avaliao dos Bombeiros Voluntrios 217

    Despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil n 21722/2008, de 20 de Agosto Regulamento dos Cursos de Formao, Ingresso e Promoo do Bombeiro

    219-222

    Despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil n 22549/2008, de 2 de Setembro Modelo de Processo Individual do Bombeiro

    223-225 LEGISLAO CONCORRENTE

    Decreto-Lei n 293/92, de 30 de Dezembro Regime Jurdico dos Corpos de Bombeiros Profissionais da Administrao Local

    229-235

    Decreto-Lei n 186/2001, de 22 de Junho Acesso na Carreira de Bombeiro Sapador e de Bombeiro Municipal

    237

    Decreto-Lei 106/2002, de 13 de Abril Estatuto de Pessoal dos Bombeiros Profissionais da Administrao Local

    239-249

    Despacho Conjunto n 297/2006, de 31 de Maro - Cursos de Promoo de Bombeiro Sapador e Bombeiro Municipal

    251-254

    Despacho Conjunto n 298/2006, de 31 de Maro Regulamento Geral do Estgio dos Bombeiros Profissionais

    255-257 LEGISLAO DIVERSA 261-263

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    7

    LEGISLAO TUTELAR

  • COMPILAO LEGISLATIVA PROTECO CIVIL

    8

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    9

    Lei de Bases da Proteco Civil

    Lei n. 27/2006, de 3 de Julho

    A Assembleia da Repblica decreta, nos termos da alnea c) do artigo 161.o da Constituio, o seguinte:

    CAPTULO I Objectivos e princpios

    Artigo 1.o Proteco civil

    1 A proteco civil a actividade desenvolvida pelo Estado, Regies Autnomas e autarquias locais, pelos cidados e por todas as entidades pblicas e privadas com a finalidade de prevenir riscos colectivos inerentes a situaes de acidente grave ou catstrofe, de atenuar os seus efeitos e proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo quando aquelas situaes ocorram.

    2 A actividade de proteco civil tem carcter permanente, multidisciplinar e plurissectorial, cabendo a todos os rgos e departamentos da Administrao Pblica promover as condies indispensveis sua execuo, de forma descentralizada, sem prejuzo do apoio mtuo entre organismos e entidades do mesmo nvel ou proveniente de nveis superiores.

    Artigo 2.o mbito territorial

    1 A proteco civil desenvolvida em todo o territrio nacional. 2 Nas Regies Autnomas as polticas e aces de proteco civil so da responsabilidade dos

    Governos Regionais. 3 No quadro dos compromissos internacionais e das normas aplicveis do direito internacional,

    a actividade de proteco civil pode ser exercida fora do territrio nacional, em cooperao com Estados estrangeiros ou organizaes internacionais de que Portugal seja parte.

    Artigo 3.o Definies de acidente grave e de catstrofe

    1 Acidente grave um acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no tempo e no espao, susceptvel de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou o ambiente.

    2 Catstrofe o acidente grave ou a srie de acidentes graves susceptveis de provocarem elevados prejuzos materiais e, eventualmente, vtimas, afectando intensamente as condies de vida e o tecido scio-econmico em reas ou na totalidade do territrio nacional.

    Artigo 4.o Objectivos e domnios de actuao

    1 So objectivos fundamentais da proteco civil: a) Prevenir os riscos colectivos e a ocorrncia de acidente grave ou de catstrofe deles resultante; b) Atenuar os riscos colectivos e limitar os seus efeitos no caso das ocorrncias descritas na alnea

    anterior; c) Socorrer e assistir as pessoas e outros seres vivos em perigo proteger bens e valores culturais,

    ambientais e de elevado interesse pblico; d) Apoiar a reposio da normalidade da vida das pessoas em reas afectadas por acidente grave ou

    catstrofe. 2 A actividade de proteco civil exerce-se nos seguintes domnios:

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    10

    a) Levantamento, previso, avaliao e preveno dos riscos colectivos; b) Anlise permanente das vulnerabilidades perante situaes de risco; c) Informao e formao das populaes, visando a sua sensibilizao em matria de

    autoproteco e de colaborao com as autoridades; d) Planeamento de solues de emergncia, visando a busca, o salvamento, a prestao de socorro

    e de assistncia, bem como a evacuao, alojamento e abastecimento das populaes; e) Inventariao dos recursos e meios disponveis e dos mais facilmente mobilizveis, ao nvel

    local, regional e nacional; f) Estudo e divulgao de formas adequadas de proteco dos edifcios em geral, de monumentos

    e de outros bens culturais, de infra-estruturas, do patrimnio arquivstico, de instalaes de servios essenciais, bem como do ambiente e dos recursos naturais;

    g) Previso e planeamento de aces atinentes eventualidade de isolamento de reas afectadas por riscos.

    Artigo 5.o Princpios

    Para alm dos princpios gerais consagrados na Constituio e na lei, constituem princpios especiais aplicveis s actividades de proteco civil:

    a) O princpio da prioridade, nos termos do qual deve ser dada prevalncia prossecuo do interesse pblico relativo proteco civil, sem prejuzo da defesa nacional, da segurana interna e da sade pblica, sempre que estejam em causa ponderaes de interesses, entre si conflituantes;

    b) O princpio da preveno, por fora do qual os riscos de acidente grave ou de catstrofe devem ser considerados de forma antecipada, de modo a eliminar as prprias causas, ou reduzir as suas consequncias, quando tal no seja possvel;

    c) O princpio da precauo, de acordo com o qual devem ser adoptadas as medidas de diminuio do risco de acidente grave ou catstrofe inerente a cada actividade, associando a presuno de imputao de eventuais danos mera violao daquele dever de cuidado;

    d) O princpio da subsidiariedade, que determina que o subsistema de proteco civil de nvel superior s deve intervir se e na medida em que os objectivos da proteco civil no possam ser alcanados pelo subsistema de proteco civil imediatamente inferior, atenta a dimenso e a gravidade dos efeitos das ocorrncias;

    e) O princpio da cooperao, que assenta no reconhecimento de que a proteco civil constitui atribuio do Estado, das Regies Autnomas e das autarquias locais e dever dos cidados e de todas as entidades pblicas e privadas;

    f) O princpio da coordenao, que exprime a necessidade de assegurar, sob orientao do Governo, a articulao entre a definio e a execuo das polticas nacionais, regionais, distritais e municipais de proteco civil;

    g) O princpio da unidade de comando, que determina que todos os agentes actuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando nico, sem prejuzo da respectiva dependncia hierrquica e funcional;

    h) O princpio da informao, que traduz o dever de assegurar a divulgao das informaes relevantes em matria de proteco civil, com vista prossecuo dos objectivos previstos no artigo 4.o

    Artigo 6.o

    Deveres gerais e especiais

    1 Os cidados e demais entidades privadas tm o dever de colaborar na prossecuo dos fins da proteco civil, observando as disposies preventivas das leis e regulamentos, acatando ordens, instrues e conselhos dos rgos e agentes responsveis pela segurana interna e pela proteco civil e satisfazendo prontamente as solicitaes que justificadamente lhes sejam feitas pelas entidades competentes.

    2 Os funcionrios e agentes do Estado e das pessoas colectivas de direito pblico, bem como os membros dos rgos de gesto das empresas pblicas, tm o dever especial de colaborao com os organismos de proteco civil.

    3 Os responsveis pela administrao, direco ou chefia de empresas privadas cuja laborao,

  • Lei n 27/2006, de 3 de Julho

    11

    pela natureza da sua actividade, esteja sujeita a qualquer forma especfica de licenciamento tm, igualmente, o dever especial de colaborao com os rgos e agentes de proteco civil.

    4 A desobedincia e a resistncia s ordens legtimas das entidades competentes, quando praticadas em situao de alerta, contingncia ou calamidade, so sancionadas nos termos da lei penal e as respectivas penas so sempre agravadas em um tero, nos seus limites mnimo e mximo.

    5 A violao do dever especial previsto nos ns 2 e 3 implica, consoante os casos, responsabilidade criminal e disciplinar, nos termos da lei.

    Artigo 7.o

    Informao e formao dos cidados

    1 Os cidados tm direito informao sobre os riscos a que esto sujeitos em certas reas do territrio e sobre as medidas adoptadas e a adoptar com vista a prevenir ou a minimizar os efeitos de acidente grave ou catstrofe.

    2 A informao pblica visa esclarecer as populaes sobre a natureza e os fins da proteco civil, consciencializ-las das responsabilidades que recaem sobre cada instituio ou indivduo e sensibiliz-las em matria de autoproteco.

    3 Os programas de ensino, nos seus diversos graus, devem incluir, na rea de formao cvica, matrias de proteco civil e autoproteco, com a finalidade de difundir conhecimentos prticos e regras de comportamento a adoptar no caso de acidente grave ou catstrofe.

    CAPTULO II Alerta, contingncia e calamidade

    SECO I

    Disposies gerais Artigo 8.o

    Alerta, contingncia e calamidade 1 Sem prejuzo do carcter permanente da actividade de proteco civil, os rgos competentes

    podem, consoante a natureza dos acontecimentos a prevenir ou a enfrentar e a gravidade e extenso dos seus efeitos actuais ou potenciais:

    a) Declarar a situao de alerta; b) Declarar a situao de contingncia; c) Declarar a situao de calamidade. 2 Os actos referidos no nmero anterior correspondem ao reconhecimento da adopo de

    medidas adequadas e proporcionais necessidade de enfrentar graus crescentes de perigo, actual ou potencial.

    3 A declarao de situao de alerta, de situao de contingncia e de situao de calamidade pode reportar-se a qualquer parcela do territrio, adoptando um mbito inframunicipal, municipal, supramunicipal ou nacional.

    4 Os poderes para declarar a situao de alerta ou de contingncia encontram-se circunscritos pelo mbito territorial de competncia dos respectivos rgos.

    5 O Ministro da Administrao Interna pode declarar a situao de alerta ou a situao de contingncia para a totalidade do territrio nacional ou com o mbito circunscrito a uma parcela do territrio nacional.

    Artigo 9.o Pressupostos das situaes de alerta, contingncia e calamidade

    1 A situao de alerta pode ser declarada quando, face ocorrncia ou iminncia de ocorrncia de algum ou alguns dos acontecimentos referidos no artigo 3.o, reconhecida a necessidade de adoptar medidas preventivas e ou medidas especiais de reaco.

    2 A situao de contingncia pode ser declarada quando, face ocorrncia ou iminncia de ocorrncia de algum ou alguns dos acontecimentos referidos no artigo 3.o, reconhecida a necessidade de adoptar medidas preventivas e ou medidas especiais de reaco no mobilizveis no mbito municipal.

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    12

    3 A situao de calamidade pode ser declarada quando, face ocorrncia ou perigo de ocorrncia de algum ou alguns dos acontecimentos referidos no artigo 3.o, e sua previsvel intensidade, reconhecida a necessidade de adoptar medidas de carcter excepcional destinadas a prevenir, reagir ou repor a normalidade das condies de vida nas reas atingidas pelos seus efeitos.

    Artigo 10.o Prioridade dos meios e recursos

    1 Os meios e recursos utilizados para prevenir ou enfrentar os riscos de acidente ou catstrofe so os previstos nos planos de emergncia de proteco civil ou, na sua ausncia ou insuficincia, os determinados pela autoridade de proteco civil que assumir a direco das operaes.

    2 Os meios e recursos utilizados devem adequar-se ao objectivo, no excedendo o estritamente necessrio.

    3 dada preferncia utilizao de meios e recursos pblicos sobre a utilizao de meios e recursos privados.

    4 A utilizao de meios e recursos determinada segundo critrios de proximidade e de disponibilidade.

    Artigo 11.o

    Obrigao de colaborao

    1 Declarada uma das situaes previstas no n 1 do artigo 8.o, todos os cidados e demais entidades privadas esto obrigados, na rea abrangida, a prestar s autoridades de proteco civil a colaborao pessoal que lhes for requerida, respeitando as ordens e orientaes que lhes forem dirigidas e correspondendo s respectivas solicitaes.

    2 A recusa do cumprimento da obrigao estabelecida no n 1 corresponde ao crime de desobedincia, sancionvel nos termos do n 4 do artigo 6.o

    Artigo 12.o

    Produo de efeitos

    1 Sem prejuzo da necessidade de publicao, os actos que declaram a situao de alerta ou a situao de contingncia, o despacho referido no artigo 30.o, bem como a resoluo do Conselho de Ministros que declara a situao de calamidade, produzem efeitos imediatos.

    2 Nos casos referidos no nmero anterior, o autor da declarao deve diligenciar pela mais ampla difuso do seu contedo, tendo em conta os meios disponveis, devendo, logo que possvel, assegurar a sua divulgao na pgina na Internet da entidade que a proferiu e ou do Governo.

    SECO II

    Alerta Artigo 13.o

    Competncia para declarao de alerta

    1 Cabe ao presidente da cmara municipal declarar a situao de alerta de mbito municipal. 2 Cabe ao governador civil declarar a situao de alerta, no todo ou em parte do seu mbito

    territorial de competncia, precedida da audio, sempre que possvel, dos presidentes das cmaras municipais dos municpios abrangidos.

    Artigo 14.o

    Acto de declarao de alerta

    O acto que declara a situao de alerta menciona expressamente: a) A natureza do acontecimento que originou a situao declarada; b) O mbito temporal e territorial; c) A estrutura de coordenao e controlo dos meios e recursos a disponibilizar.

  • Lei n 27/2006, de 3 de Julho

    13

    Artigo 15.o

    mbito material da declarao de alerta

    1 Para alm das medidas especialmente determinadas pela natureza da ocorrncia, a declarao de situao de alerta dispe expressamente sobre:

    a) A obrigatoriedade de convocao, consoante o mbito, das comisses municipais, distritais ou nacional de proteco civil;

    b) O estabelecimento dos procedimentos adequados coordenao tcnica e operacional dos servios e agentes de proteco civil, bem como dos recursos a utilizar;

    c) O estabelecimento das orientaes relativas aos procedimentos de coordenao da interveno das foras e servios de segurana;

    d) A adopo de medidas preventivas adequadas ocorrncia. 2 A declarao da situao de alerta determina uma obrigao especial de colaborao dos

    meios de comunicao social, em particular das rdios e das televises, com a estrutura de coordenao referida na alnea c) do artigo anterior, visando a divulgao das informaes relevantes relativas situao.

    SECO III

    Contingncia Artigo 16.o

    Competncia para declarao de contingncia A declarao da situao de contingncia cabe ao governador civil no seu mbito territorial de

    competncia, precedida da audio, sempre que possvel, dos presidentes das cmaras municipais dos municpios abrangidos.

    Artigo 17.o

    Acto de declarao de contingncia O acto que declara a situao de contingncia menciona expressamente: a) A natureza do acontecimento que originou a situao declarada; b) O mbito temporal e territorial; c) A estrutura de coordenao e controlo dos meios e recursos a disponibilizar; d) Os procedimentos de inventariao dos danos e prejuzos provocados; e) Os critrios de concesso de apoios materiais e financeiros.

    Artigo 18.o

    mbito material da declarao de contingncia 1 A declarao da situao de contingncia abrange as medidas indicadas no artigo 15.o 2 Para alm das medidas especialmente determinadas pela natureza da ocorrncia, a declarao

    de situao de contingncia dispe expressamente sobre: a) A obrigatoriedade de convocao da comisso distrital ou nacional de proteco civil; b) O accionamento dos planos de emergncia relativos s reas abrangidas; c) O estabelecimento de directivas especficas relativas actividade operacional dos agentes de

    proteco civil; d) O estabelecimento dos critrios quadro relativos interveno exterior e coordenao

    operacional das foras e servios de segurana e das Foras Armadas, nos termos das disposies normativas aplicveis, elevando o respectivo grau de prontido, em conformidade com o disposto no plano de emergncia aplicvel;

    e) A requisio e colocao, sob a coordenao da estrutura indicada na alnea c) do artigo 17.o, de todos os sistemas de vigilncia e deteco de riscos, bem como dos organismos e instituies, qualquer que seja a sua natureza, cujo conhecimento possa ser relevante para a previso, deteco, aviso e avaliao de riscos e planeamento de emergncia.

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    14

    SECO IV

    Calamidade Artigo 19.o

    Competncia para a declarao de calamidade A declarao da situao de calamidade da competncia do Governo e reveste a forma de

    resoluo do Conselho de Ministros.

    Artigo 20.o Reconhecimento antecipado

    A resoluo do Conselho de Ministros referida no artigo anterior pode ser precedida de despacho conjunto do Primeiro-Ministro e do Ministro da Administrao Interna reconhecendo a necessidade de declarar a situao de calamidade, com os efeitos previstos no artigo 30.o

    Artigo 21.o Acto de declarao de calamidade

    A resoluo do Conselho de Ministros que declara a situao de calamidade menciona expressamente:

    a) A natureza do acontecimento que originou a situao declarada; b) O mbito temporal e territorial; c) A estrutura de coordenao e controlo dos meios e recursos a disponibilizar; d) Os procedimentos de inventariao dos danos e prejuzos provocados; e) Os critrios de concesso de apoios materiais e financeiros.

    Artigo 22.o mbito material da declarao de calamidade

    1 A declarao da situao de calamidade abrange as medidas indicadas nos artigos 15.o e 18.o 2 Para alm das medidas especialmente determinadas pela natureza da ocorrncia, a declarao

    de situao de calamidade, tomando em conta os critrios das autoridades competentes em razo da matria, pode dispor sobre:

    a) A obrigatoriedade de convocao da Comisso Nacional de Proteco Civil; b) O accionamento do plano de emergncia de mbito nacional; c) O estabelecimento de cercas sanitrias e de segurana; d) O estabelecimento de limites ou condies circulao ou permanncia de pessoas, outros

    seres vivos ou veculos, nomeadamente atravs da sujeio a controlos colectivos para evitar a propagao de surtos epidmicos;

    e) A racionalizao da utilizao dos servios pblicos de transportes, comunicaes e abastecimento de gua e energia, bem como do consumo de bens de primeira necessidade;

    f) A determinao da mobilizao civil de pessoas, por perodos de tempo determinados. 3 A declarao da situao de calamidade pode, por razes de segurana dos prprios ou das

    operaes, estabelecer limitaes quanto ao acesso e circulao de pessoas estranhas s operaes, incluindo rgos de comunicao social.

    Artigo 23.o Acesso aos recursos naturais e energticos

    1 A declarao da situao de calamidade condio suficiente para legitimar o livre acesso dos agentes de proteco civil propriedade privada, na rea abrangida, bem como a utilizao de recursos naturais ou energticos privados, na medida do estritamente necessrio para a realizao das aces destinadas a repor a normalidade das condies de vida.

    2 Os actos jurdicos ou operaes materiais adoptadas em execuo da declarao de situao de calamidade para reagir contra os efeitos de acidente ou catstrofe presumem-se praticados em estado de necessidade.

  • Lei n 27/2006, de 3 de Julho

    15

    Artigo 24.o Requisio temporria de bens e servios

    1 A declarao da situao de calamidade implica o reconhecimento da necessidade de requisitar temporariamente bens ou servios, nomeadamente quanto verificao da urgncia e do interesse pblico e nacional que fundamentam a requisio.

    2 A requisio de bens ou servios determinada por despacho conjunto dos Ministros da Administrao Interna e das Finanas, que fixa o seu objecto, o incio e o termo previsvel do uso, a entidade operacional beneficiria e a entidade responsvel pelo pagamento de indemnizao pelos eventuais prejuzos resultantes da requisio.

    3 Aplicam-se, com as necessrias adaptaes, as regras relativas indemnizao pela requisio temporria de imveis constantes do Cdigo das Expropriaes.

    Artigo 25.o Mobilizao dos agentes de proteco civil e socorro

    1 Os funcionrios, agentes e demais trabalhadores da Administrao Pblica directa e indirecta, incluindo a autnoma, que cumulativamente detenham a qualidade de agente de proteco civil e de socorro esto dispensados do servio pblico quando sejam chamados pelo respectivo corpo a fim de enfrentar um acontecimento objecto de declarao de situao de calamidade.

    2 A dispensa referida no nmero anterior, quando o servio de origem seja agente de proteco civil, precedida de autorizao do respectivo rgo dirigente.

    3 As regras procedimentais relevantes para a aplicao do disposto no nmero anterior so fixadas na resoluo do Conselho de Ministros que procede declarao da situao de calamidade.

    4 A resoluo do Conselho de Ministros que procede declarao da situao de calamidade estabelece as condies de dispensa de trabalho e mobilizao dos trabalhadores do sector privado que cumulativamente desempenhem funes conexas ou de cooperao com os servios de proteco civil ou de socorro.

    Artigo 26.o Utilizao do solo

    1 A resoluo do Conselho de Ministros que procede declarao da situao de calamidade pode determinar a suspenso de planos municipais de ordenamento do territrio e ou planos especiais de ordenamento do territrio, em partes delimitadas da rea abrangida pela declarao.

    2 As zonas abrangidas pela declarao de calamidade so consideradas zonas objecto de medidas de proteco especial, tendo em conta a natureza do acontecimento que a determinou, sendo condicionadas, restringidas ou interditas, nos termos do nmero seguinte, as aces e utilizaes susceptveis de aumentar o risco de repetio do acontecimento.

    3 Nos casos previstos nos nmeros anteriores, a resoluo do Conselho de Ministros que procede declarao da situao de calamidade deve estabelecer as medidas preventivas necessrias regulao provisria do uso do solo, aplicando-se, com as necessrias adaptaes, o disposto nos artigos 7.o a 13.o do Decreto-Lei n 794/76, de 5 de Novembro.

    4 Sem prejuzo do disposto no n 1, os municpios abrangidos pela declarao de calamidade so ouvidos quanto ao estabelecimento das medidas previstas nos nmeros anteriores, assim que as circunstncias o permitam.

    5 A alterao dos planos municipais de ordenamento do territrio e ou dos planos especiais de ordenamento do territrio deve estar concluda no prazo de dois anos aps o incio da suspenso.

    6 Os instrumentos de gesto territorial devem estabelecer os comportamentos susceptveis de imposio aos utilizadores do solo, tendo em conta os riscos para o interesse pblico relativo proteco civil, designadamente nos domnios da construo de infra-estruturas, da realizao de medidas de ordenamento e da sujeio a programas de fiscalizao.

    7 Nos procedimentos de alterao dos instrumentos de gesto territorial referidos nos nmeros anteriores, nomeadamente nas fases de acompanhamento e concertao, a comisso mista de coordenao deve incluir um representante do Ministrio da Administrao Interna.

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    16

    Artigo 27.o Direito de preferncia

    1 concedido o direito de preferncia aos municpios nas transmisses a ttulo oneroso, entre particulares, dos terrenos ou edifcios situados na rea delimitada pela declarao de calamidade.

    2 O direito de preferncia concedido pelo perodo de dois anos. 3 Aplica-se, com as necessrias adaptaes, ao exerccio da faculdade prevista no n 1 o regime

    jurdico estabelecido nos artigos 27.o e 28.o do Decreto-Lei n 794/76, de 5 de Novembro, e regulamentao complementar.

    4 Os particulares que pretendam alienar imveis abrangidos pelo direito de preferncia dos municpios devem comunicar a transmisso pretendida ao presidente da cmara municipal.

    Artigo 28.o Regime especial de contratao de empreitadas de obras pblicas, fornecimentos de bens e

    aquisio de servios 1 A contratao de empreitadas de obras pblicas, fornecimento de bens e aquisio de servios

    que tenham em vista prevenir ou acorrer, com carcter de urgncia, a situaes decorrentes dos acontecimentos que determinaram a declarao de situao de calamidade ficam sujeitos ao presente regime especial.

    2 Mediante despacho conjunto dos Ministros da Administrao Interna e das Finanas, publicada a lista das entidades autorizadas a proceder, pelo prazo de dois anos, ao ajuste directo dos contratos referidos no nmero anterior, cuja estimativa de custo global por contrato, no considerando o IVA, seja inferior aos limiares previstos para a aplicao das directivas comunitrias sobre compras pblicas.

    3 Os contratos celebrados ao abrigo deste regime ficam dispensados do visto prvio do Tribunal de Contas.

    4 As adjudicaes de contratos feitas ao abrigo do presente regime excepcional devem ser comunicadas ao Ministrio da Administrao Interna e ao Ministrio das Finanas, de forma a garantir o cumprimento dos princpios da publicidade e transparncia da contratao.

    Artigo 29.o Apoios destinados reposio da normalidade das condies de vida 1

    A legislao especial relativa a prestaes sociais, incentivos actividade econmica e financiamento das autarquias locais estabelece as disposies aplicveis situao de calamidade, tendo em vista a reposio da normalidade das condies de vida nas reas afectadas.

    Artigo 30.o Despacho de urgncia

    1 O despacho conjunto do Primeiro-Ministro e do Ministro da Administrao Interna, previsto no artigo 20.o, pode, desde logo, adoptar as medidas estabelecidas no artigo 22.o, com excepo das previstas nas alneas e) e f) do seu n 2.

    2 Desde que previstas no plano de emergncia aplicvel, as medidas estabelecidas nos artigos 23.o e 24.o podem ser adoptadas no despacho referido no nmero anterior.

    3 O despacho referido no n 1 produz os efeitos previstos nos artigos 15.o e 18.o

    1 Decreto-Lei n 112/2008, de 1 de Julho, relativo abertura de uma conta de emergncia titulada pela Autoridade Nacional de

    Proteco Civil

  • Lei n 27/2006, de 3 de Julho

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    CAPTULO III Enquadramento, coordenao, direco e execuo da poltica de proteco civil

    SECO I

    Direco poltica

    Artigo 31.o Assembleia da Repblica

    1 A Assembleia da Repblica contribui, pelo exerccio da sua competncia poltica, legislativa e financeira, para enquadrar a poltica de proteco civil e para fiscalizar a sua execuo.

    2 Os partidos representados na Assembleia da Repblica so ouvidos e informados com regularidade pelo Governo sobre o andamento dos principais assuntos da poltica de proteco civil.

    3 O Governo informa periodicamente a Assembleia da Repblica sobre a situao do Pas no que toca proteco civil, bem como sobre a actividade dos organismos e servios por ela responsveis.

    Artigo 32.o

    Governo

    1 A conduo da poltica de proteco civil da competncia do Governo, que, no respectivo Programa, deve inscrever as principais orientaes a adaptar ou a propor naquele domnio.

    2 Ao Conselho de Ministros compete: a) Definir as linhas gerais da poltica governamental de proteco civil, bem como a sua execuo; b) Programar e assegurar os meios destinados execuo da poltica de proteco civil; c) Declarar a situao de calamidade; d) Adoptar, no caso previsto na alnea anterior, as medidas de carcter excepcional destinadas a

    repor a normalidade das condies de vida nas zonas atingidas; e) Deliberar sobre a afectao extraordinria dos meios financeiros indispensveis aplicao das

    medidas previstas na alnea anterior. 3 O Governo deve ouvir, previamente, os rgos de governo prprio das Regies Autnomas

    sobre a tomada de medidas da sua competncia, nos termos dos nmeros anteriores, especificamente a elas aplicveis.

    Artigo 33.o Primeiro-Ministro

    1 O Primeiro-Ministro responsvel pela direco da poltica de proteco civil, competindo-lhe, designadamente:

    a) Coordenar e orientar a aco dos membros do Governo nos assuntos relacionados com a proteco civil;

    b) Garantir o cumprimento das competncias previstas no artigo 32.o 2 O Primeiro-Ministro pode delegar as competncias referidas no nmero anterior no Ministro

    da Administrao Interna.

    Artigo 34.o Governador civil 2

    1 Compete ao governador civil, no exerccio de funes de responsvel distrital da poltica de proteco civil, desencadear, na iminncia ou ocorrncia de acidente grave ou catstrofe, as aces de proteco civil de preveno, socorro, assistncia e reabilitao adequadas em cada caso.

    2 O governador civil apoiado pelo comando distrital de operaes de socorro e pelos restantes agentes de proteco civil de mbito distrital.

    2 Declarao de Rectificao n 46/2006, publicada no Dirio da Repblica, N 151 7 de Agosto de 2006

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

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    Artigo 35.o

    Presidente da cmara municipal

    1 Compete ao presidente da cmara municipal, no exerccio de funes de responsvel municipal da poltica de proteco civil, desencadear, na iminncia ou ocorrncia de acidente grave ou catstrofe, as aces de proteco civil de preveno, socorro, assistncia e reabilitao adequadas em cada caso.

    2 O presidente da cmara municipal apoiado pelo servio municipal de proteco civil e pelos restantes agentes de proteco civil de mbito municipal.

    SECO II

    Comisses e unidades de proteco civil

    Artigo 36.o

    Comisso Nacional de Proteco Civil 3

    1 A Comisso Nacional de Proteco Civil o rgo de coordenao em matria de proteco civil.

    2 Compete Comisso: a) Garantir a concretizao das linhas gerais da poltica governamental de proteco civil em todos

    os servios da administrao; b) Apreciar as bases gerais da organizao e do funcionamento dos organismos e servios que,

    directa ou indirectamente, desempenhem funes de proteco civil; c) Apreciar os acordos ou convenes sobre cooperao internacional em matria de proteco

    civil; d) Apreciar os planos de emergncia de mbito nacional, distrital ou municipal; e) Dar parecer sobre os planos de emergncia elaborados pelos Governos das Regies Autnomas; f) Adoptar mecanismos de colaborao institucional entre todos os organismos e servios com

    responsabilidades no domnio da proteco civil, bem como formas de coordenao tcnica e operacional da actividade por aqueles desenvolvida, no mbito especfico das respectivas atribuies estatutrias;

    g) Proceder ao reconhecimento dos critrios e normas tcnicas sobre a organizao do inventrio de recursos e meios, pblicos e privados, mobilizveis ao nvel local, distrital, regional ou nacional, em caso de acidente grave ou catstrofe;

    h) Definir os critrios e normas tcnicas sobre a elaborao de planos de emergncia; i) Definir as prioridades e objectivos a estabelecer com vista ao escalonamento de esforos dos

    organismos e estruturas com responsabilidades no domnio da proteco civil, relativamente sua preparao e participao em tarefas comuns de proteco civil;

    j) Aprovar e acompanhar as iniciativas pblicas tendentes divulgao das finalidades da proteco civil e sensibilizao dos cidados para a autoproteco e para a colaborao a prestar aos organismos e agentes que exercem aquela actividade;

    l) Apreciar e aprovar as formas de cooperao externa que os organismos e estruturas do sistema de proteco civil desenvolvem nos domnios das suas atribuies e competncias especficas.

    3 Compete ainda Comisso: a) Desencadear as aces previstas nos planos de emergncia e assegurar a conduta das operaes

    de proteco civil deles decorrentes; b) Possibilitar a mobilizao rpida e eficiente das organizaes e pessoal indispensveis e dos

    meios disponveis que permitam a conduta coordenada das aces a executar; c) Formular junto do Governo pedidos de auxlio a outros pases e s organizaes internacionais,

    atravs dos rgos competentes; d) Determinar a realizao de exerccios, simulacros ou treinos operacionais que contribuam para a

    eficcia de todos os servios intervenientes em aces de proteco civil; e) Difundir os comunicados oficiais que se mostrem adequados s situaes previstas na presente lei.

    3 Decreto-Lei n 56/2008, de 26 de Maro, e Portaria n 302/2008, de 18 de Abril, que regulamentam o funcionamento da

    Comisso Nacional de Proteco Civil

  • Lei n 27/2006, de 3 de Julho

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    4 A Comisso assiste o Primeiro-Ministro e o Governo no exerccio das suas competncias em matria de proteco civil, nomeadamente no caso previsto na alnea c) do n 2 do artigo 32.o

    Artigo 37.o

    Composio da Comisso Nacional de Proteco Civil 1 A Comisso Nacional de Proteco Civil presidida pelo Ministro da Administrao Interna

    e dela fazem parte: a) Delegados dos ministros responsveis pelos sectores da defesa, justia, ambiente, economia,

    agricultura e florestas, obras pblicas, transportes, comunicaes, segurana social, sade e investigao cientfica;

    b) O presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil; c) Representantes da Associao Nacional de Municpios Portugueses e da Associao Nacional de

    Freguesias; d) Representantes da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Associao Nacional dos Bombeiros

    Profissionais. 2 Participam ainda na Comisso representantes do Estado-Maior-General das Foras Armadas,

    da Guarda Nacional Republicana, da Polcia de Segurana Pblica, da Polcia Judiciria, do Conselho Nacional de Planeamento Civil de Emergncia, do Gabinete Coordenador de Segurana, da Autoridade Martima, da Autoridade Aeronutica e do Instituto Nacional de Emergncia Mdica.

    3 Os Governos Regionais podem participar nas reunies da Comisso. 4 O presidente, quando o considerar conveniente, pode convidar a participar nas reunies da

    Comisso outras entidades que, pelas suas capacidades tcnicas, cientficas ou outras, possam ser relevantes para a tomada de decises, no mbito das polticas de proteco civil.

    5 O secretariado e demais apoio s reunies do Conselho so assegurados pela Autoridade Nacional de Proteco Civil.

    Artigo 38.o Comisses distritais de proteco civil

    1 Em cada distrito existe uma comisso distrital de proteco civil. 2 Compete comisso distrital de proteco civil: a) Accionar a elaborao, acompanhar a execuo e remeter para aprovao pela Comisso

    Nacional os planos distritais de emergncia; b) Acompanhar as polticas directamente ligadas ao sistema de proteco civil que sejam

    desenvolvidas por agentes pblicos; c) Determinar o accionamento dos planos, quando tal se justifique; d) Promover a realizao de exerccios, simulacros ou treinos operacionais que contribuam para a

    eficcia de todos os servios intervenientes em aces de proteco civil.

    Artigo 39.o Composio das comisses distritais

    1 Integram a respectiva comisso distrital: a) O governador civil, como responsvel distrital da poltica de proteco civil, que preside; b) O comandante operacional distrital; c) As entidades mximas, ou seus representantes qualificados, dos servios desconcentrados dos

    ministrios identificados na alnea a) do n 1 do artigo 37.o; d) Os responsveis mximos pelas foras e servios de segurana existentes no distrito; e) Um representante do Instituto Nacional de Emergncia Mdica (INEM); f) Trs representantes dos municpios do distrito, designados pela Associao Nacional de

    Municpios Portugueses (ANMP); g) Um representante da Liga dos Bombeiros Portugueses e um representante da Associao

    Nacional dos Bombeiros Profissionais. 2 A comisso distrital de proteco civil convocada pelo governador civil do distrito ou, na

    sua ausncia ou impedimento, por quem for por ele designado.

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

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    Artigo 40.o Comisses municipais de proteco civil

    1 Em cada municpio existe uma comisso de proteco civil. 2 As competncias das comisses municipais so as previstas para as comisses distritais

    adequadas realidade e dimenso do municpio.

    Artigo 41.o Composio das comisses municipais

    Integram a comisso municipal de proteco civil: a) O presidente da cmara municipal, como responsvel municipal da poltica de proteco civil,

    que preside; b) O comandante operacional municipal; c) Um elemento do comando de cada corpo de bombeiros existente no municpio; d) Um elemento de cada uma das foras de segurana presentes no municpio; e) A autoridade de sade do municpio; f) O dirigente mximo da unidade de sade local ou o director do centro de sade e o director do

    hospital da rea de influncia do municpio, designados pelo director-geral da Sade; g) Um representante dos servios de segurana social e solidariedade; h) Representantes de outras entidades e servios, implantados no municpio, cujas actividades e

    reas funcionais possam, de acordo com os riscos existentes e as caractersticas da regio, contribuir para as aces de proteco civil.

    Artigo 42.o Subcomisses permanentes

    As comisses nacional, distrital ou municipal podem determinar a constituio de subcomisses permanentes, que tenham como objecto o acompanhamento contnuo da situao e as aces de proteco civil, designadamente nas reas da segurana contra inundaes, incndios de diferentes naturezas, acidentes nucleares, biolgicos ou qumicos.

    Artigo 43.o Unidades locais

    1 As comisses municipais de proteco civil podem determinar a existncia de unidades locais de proteco civil, a respectiva constituio e tarefas.

    2 As unidades locais devem corresponder ao territrio das freguesias e sero obrigatoriamente presididas pelo presidente da junta de freguesia.

    CAPTULO IV

    Estrutura de proteco civil Artigo 44.o

    Autoridade Nacional de Proteco Civil 4 A Autoridade Nacional de Proteco Civil instituda em diploma prprio, que define as suas

    atribuies e respectiva orgnica.

    Artigo 45.o Estrutura de proteco civil

    A estrutura de proteco civil organiza-se ao nvel nacional, regional e municipal.

    Artigo 46.o Agentes de proteco civil

    1 So agentes de proteco civil, de acordo com as suas atribuies prprias:

    4 Decreto-Lei n 75/2007, de 29 de Maro, Lei Orgnica da Autoridade Nacional de Proteco Civil

  • Lei n 27/2006, de 3 de Julho

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    a) Os corpos de bombeiros; b) As foras de segurana; c) As Foras Armadas; d) As autoridades martima e aeronutica; e) O INEM e demais servios de sade; f) Os sapadores florestais. 2 A Cruz Vermelha Portuguesa exerce, em cooperao com os demais agentes e de harmonia

    com o seu estatuto prprio, funes de proteco civil nos domnios da interveno, apoio, socorro e assistncia sanitria e social.

    3 Impende especial dever de cooperao com os agentes de proteco civil mencionados no nmero anterior sobre as seguintes entidades:

    a) Associaes humanitrias de bombeiros voluntrios; b) Servios de segurana; c) Instituto Nacional de Medicina Legal; d) Instituies de segurana social; e) Instituies com fins de socorro e de solidariedade; f) Organismos responsveis pelas florestas, conservao da natureza, indstria e energia,

    transportes, comunicaes, recursos hdricos e ambiente; g) Servios de segurana e socorro privativos das empresas pblicas e privadas, dos portos e

    aeroportos. 4 Os agentes e as instituies referidos no presente artigo, e sem prejuzo das suas estruturas de

    direco, comando e chefia, articulam-se operacionalmente nos termos do Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro (SIOPS).

    Artigo 47.o Instituies de investigao tcnica e cientfica

    1 Os servios e instituies de investigao tcnica e cientfica, pblicos ou privados, com competncias especficas em domnios com interesse para a prossecuo dos objectivos previstos no artigo 4.o da presente lei, cooperam com os rgos de direco, planeamento e coordenao que integram o sistema nacional de proteco civil.

    2 A cooperao desenvolve-se nos seguintes domnios: a) Levantamento, previso, avaliao e preveno de riscos colectivos de origem natural, humana

    ou tecnolgica e anlises das vulnerabilidades das populaes e dos sistemas ambientais a eles expostos;

    b) Estudo de formas adequadas de proteco dos edifcios em geral, dos monumentos e de outros bens culturais, de instalaes e infra-estruturas de servios e bens essenciais;

    c) Investigao no domnio de novos equipamentos e tecnologias adequados busca, salvamento e prestao de socorro e assistncia;

    d) Estudo de formas adequadas de proteco dos recursos naturais.

    CAPTULO V Operaes de proteco civil

    Artigo 48.o Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro 5

    1 O SIOPS o conjunto de estruturas, de normas e procedimentos que asseguram que todos os agentes de proteco civil actuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando nico, sem prejuzo da respectiva dependncia hierrquica e funcional.

    2 O SIOPS regulado em diploma prprio.

    5 Decreto-Lei n 134/2006, de 25 de Julho, relativo regulamentao do Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

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    Artigo 49.o Centros de coordenao operacional 6

    1 Em situao de acidente grave ou catstrofe, e no caso de perigo de ocorrncia destes fenmenos, so desencadeadas operaes de proteco civil, de harmonia com os planos de emergncia previamente elaborados, com vista a possibilitar a unidade de direco das aces a desenvolver, a coordenao tcnica e operacional dos meios a empenhar e a adequao das medidas de carcter excepcional a adoptar.

    2 Consoante a natureza do fenmeno e a gravidade e extenso dos seus efeitos previsveis, so chamados a intervir centros de coordenao operacional de nvel nacional, regional ou distrital, especialmente destinados a assegurar o controlo da situao com recurso a centrais de comunicaes integradas e eventual sobreposio com meios alternativos.

    3 As matrias respeitantes a atribuies, competncias, composio e modo de funcionamento dos centros de coordenao operacional, bem como da estrutura de comando operacional de mbito nacional, regional ou distrital, sero definidas no diploma referido no n 2 do artigo anterior.

    Artigo 50.o

    Planos de preveno e de emergncia 7 1 Os planos de emergncia so elaborados de acordo com as directivas emanadas da Comisso

    Nacional de Proteco Civil e estabelecero, nomeadamente: a) A tipificao dos riscos; b) As medidas de preveno a adoptar; c) A identificao dos meios e recursos mobilizveis, em situao de acidente grave ou catstrofe; d) A definio das responsabilidades que incumbem aos organismos, servios e estruturas, pblicas

    ou privadas, com competncias no domnio da proteco civil; e) Os critrios de mobilizao e mecanismos de coordenao dos meios e recursos, pblicos ou

    privados, utilizveis; f) A estrutura operacional que h-de garantir a unidade de direco e o controlo permanente da

    situao. 2 Os planos de emergncia, consoante a extenso territorial da situao visada, so nacionais,

    regionais, distritais ou municipais e, consoante a sua finalidade, so gerais ou especiais. 3 Os planos especiais podero abranger reas homogneas de risco cuja extenso seja

    supramunicipal ou supradistrital. 4 Os planos de emergncia esto sujeitos a actualizao peridica e devem ser objecto de

    exerccios frequentes com vista a testar a sua operacionalidade. 5 Os planos de emergncia de mbito nacional e regional so aprovados, respectivamente, pelo

    Conselho de Ministros e pelos rgos de governo prprio das Regies. 6 Os planos de emergncia de mbito distrital e municipal, bem como os referidos no n 3, so

    aprovados pela Comisso Nacional de Proteco Civil. 7 Os planos de emergncia de mbito nacional, distrital e municipal so elaborados,

    respectivamente, pela Autoridade Nacional de Proteco Civil, pelo governador civil e pela cmara municipal.

    8 Os planos de emergncia referidos no n 3 so elaborados pela Autoridade Nacional de Proteco Civil, se a sua extenso territorial abranger mais de um distrito, ou pelos governadores civis, nos restantes casos.

    9 Os agentes de proteco civil colaboram na elaborao e na execuo dos planos de emergncia.

    Artigo 51.o

    Auxlio externo

    1 Salvo tratado ou conveno internacional em contrrio, o pedido e a concesso de auxlio

    6 Decreto-Lei n 134/2006, de 25 de Julho, relativo regulamentao do Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro 7 Resoluo n 25/2008, publicada no Dirio da Repblica, 2. srie N 138 18 de Julho de 2008, que aprova a directiva

    da CNPC relativa aos critrios e normas tcnicas para a elaborao e operacionalizao de planos de emergncia de proteco civil

  • Lei n 27/2006, de 3 de Julho

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    externo so da competncia do Governo. 2 Os produtos e equipamentos que constituem o auxlio externo, solicitado ou concedido, so

    isentos de quaisquer direitos ou taxas, pela sua importao ou exportao, devendo conferir-se prioridade ao respectivo desembarao aduaneiro.

    3 So reduzidas ao mnimo indispensvel as formalidades de atravessamento das fronteiras por pessoas empenhadas em misses de proteco civil.

    4 A Autoridade Nacional de Proteco Civil deve prever a constituio de equipas de resposta rpida modulares com graus de prontido crescentes para efeitos de activao, para actuao dentro e fora do Pas.

    CAPTULO VI

    Foras Armadas Artigo 52.o

    Foras Armadas

    As Foras Armadas colaboram, no mbito das suas misses especficas, em funes de proteco civil.

    Artigo 53.o

    Solicitao de colaborao

    1 Compete Autoridade Nacional de Proteco Civil, a pedido do comandante operacional nacional, solicitar ao Estado-Maior-General das Foras Armadas a participao das Foras Armadas em funes de proteco civil.

    2 Compete aos governadores civis e presidentes das cmaras municipais a solicitao ao presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil para a participao das Foras Armadas em funes de proteco civil nas respectivas reas operacionais.

    3 Em caso de manifesta urgncia, os governadores civis e os presidentes das cmaras municipais podem solicitar a colaborao das Foras Armadas directamente aos comandantes das unidades implantadas na respectiva rea, cabendo aos comandantes operacionais distritais ou municipais informar o comandante operacional nacional.

    4 Consideram-se casos de manifesta urgncia aqueles em que a gravidade e dimenso do acidente grave ou catstrofe e a necessidade de actuao imediata no so compatveis com o normal encaminhamento do pedido atravs da cadeia de comando prevista nos ns 1 e 2 do presente artigo.

    5 Compete ao comandante operacional nacional avaliar o tipo e dimenso da ajuda a solicitar, bem como a definio das prioridades.

    6 Nas Regies Autnomas a colaborao deve ser solicitada pelo governo prprio da regio aos comandantes operacionais conjuntos, devendo ser dado conhecimento ao Chefe do Estado-Maior-General das Foras Armadas e Autoridade Nacional de Proteco Civil.

    Artigo 54.o

    Formas de colaborao

    A colaborao das Foras Armadas pode revestir as seguintes formas:

    a) Aces de preveno, auxlio no combate e rescaldo em incndios; b) Reforo do pessoal civil nos campos da salubridade e da sade, em especial na hospitalizao e

    evacuao de feridos e doentes; c) Aces de busca e salvamento; d) Disponibilizao de equipamentos e de apoio logstico para as operaes; e) Reabilitao de infra-estruturas; f) Execuo de reconhecimentos terrestres, areos e martimos e prestao de apoio em

    comunicaes.

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

    24

    Artigo 55.o

    Formao e instruo

    As Foras Armadas promovem as aces de formao e instruo necessrias ao desempenho das suas funes no mbito da proteco civil, com a colaborao da Autoridade Nacional de Proteco Civil ou de outras entidades e servios funcionalmente relevantes, em termos a regulamentar por portaria do Ministro da Defesa Nacional.

    Artigo 56.o

    Autorizao de actuao

    1 As Foras Armadas so empregues em funes de proteco civil, no mbito das suas misses especficas, mediante autorizao do Chefe do Estado-Maior-General das Foras Armadas.

    2 Em caso de manifesta urgncia, a autorizao de actuao compete aos comandantes das unidades implantadas na rea afectada, para o efeito solicitados.

    3 Nas Regies Autnomas a autorizao de actuao compete aos respectivos comandantes operacionais conjuntos.

    Artigo 57.o

    Cadeia de comando

    As foras e elementos militares so empregues sob a cadeia de comando das Foras Armadas, sem prejuzo da necessria articulao com os comandos operacionais da estrutura de proteco civil.

    Artigo 58.o

    Formas de apoio

    1 O apoio programado prestado de acordo com o previsto nos programas e planos de emergncia previamente elaborados, aps parecer favorvel das Foras Armadas, havendo, para tanto, integrado nos centros de coordenao operacional um oficial de ligao.

    2 O apoio no programado prestado de acordo com a disponibilidade e prioridade de emprego dos meios militares, cabendo ao Estado-Maior-General das Foras Armadas a determinao das possibilidades de apoio e a coordenao das aces a desenvolver em resposta s solicitaes apresentadas.

    CAPTULO VII

    Disposies finais Artigo 59.o

    Proteco civil em estado de excepo ou de guerra

    1 Em situao de guerra e em estado de stio ou estado de emergncia, as actividades de proteco civil e o funcionamento do sistema institudo pela presente lei subordinam-se ao disposto na Lei de Defesa Nacional e na Lei sobre o Regime do Estado de Stio e do Estado de Emergncia.

    2 Em matria de planeamento a nvel internacional, o sistema nacional de proteco civil articula-se com o Conselho de Planeamento Civil de Emergncia.

    3 O Conselho de Planeamento Civil de Emergncia e a Autoridade Nacional de Proteco Civil devem simplificar procedimentos e aces com vista a uma melhor integrao do sistema de proteco civil nas situaes previstas no n 1.

    Artigo 60.o

    Regies Autnomas

    1 Nas Regies Autnomas os servios de proteco civil dependem dos respectivos rgos de governo prprio, sem prejuzo da necessria articulao com as competentes entidades nacionais.

    2 Nas Regies Autnomas os componentes do sistema de proteco civil, a responsabilidade sobre a respectiva poltica e a estruturao dos servios de proteco civil constantes desta lei e das competncias dele decorrentes so definidos por diploma das respectivas Assembleias Legislativas

  • Lei n 27/2006, de 3 de Julho

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    Regionais. 3 Nas Regies Autnomas os planos de emergncia de mbito municipal so aprovados pelo

    membro do Governo Regional que tutela o sector da proteco civil, mediante parecer prvio do Servio Regional de Proteco Civil e dado conhecimento Comisso Nacional de Proteco Civil.

    Artigo 61.o

    Seguros Consideram-se nulas, no produzindo quaisquer efeitos, as clusulas apostas em contratos de

    seguro visando excluir a responsabilidade das seguradoras por efeito de declarao da situao de calamidade.

    Artigo 62.o

    Contra-ordenaes

    Sem prejuzo das sanes j previstas, o Governo define as contra-ordenaes correspondentes violao das normas da presente lei que implicam deveres e comportamentos necessrios execuo da poltica de proteco civil.

    Artigo 63.o

    Norma revogatria

    1 A presente lei prevalece sobre todas as normas gerais e especiais que a contrariem. 2 So revogadas as Leis ns 113/91, de 29 de Agosto, e 25/96, de 31 de Julho, os Decretos-Leis

    ns 477/88, de 23 de Dezembro, e 222/93, de 18 de Junho, e os Decretos Regulamentares ns 18/93, de 28 de Junho, e 20/93, de 3 de Julho.

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

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  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

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    Enquadramento Institucional e Operacional da Proteco Civil no

    mbito Municipal, Organizao dos Servios Municipais de Proteco Civil e Competncias do Comandante Operacional Municipal

    Lei n. 65/2007, de 12 de Novembro

    A Assembleia da Repblica decreta, nos termos da alnea c) do artigo 161. da Constituio, o seguinte:

    Artigo 1.

    Objecto e mbito A presente lei define o enquadramento institucional e operacional da proteco civil no mbito

    municipal, estabelece a organizao dos servios municipais de proteco civil (SMPC) e determina as competncias do comandante operacional municipal em desenvolvimento da Lei n. 27/2006, de 3 de Julho.

    Artigo 2.

    Objectivos e domnios de actuao 1 So objectivos fundamentais da proteco civil municipal: a) Prevenir no territrio municipal os riscos colectivos e a ocorrncia de acidente grave ou

    catstrofe deles resultante; b) Atenuar na rea do municpio os riscos colectivos e limitar os seus efeitos no caso das

    ocorrncias descritas na alnea anterior; c) Socorrer e assistir no territrio municipal as pessoas e outros seres vivos em perigo e proteger

    bens e valores culturais, ambientais e de elevado interesse pblico; d) Apoiar a reposio da normalidade da vida das pessoas nas reas do municpio afectadas por

    acidente grave ou catstrofe. 2 A actividade de proteco civil municipal exerce-se nos seguintes domnios: a) Levantamento, previso, avaliao e preveno dos riscos colectivos do municpio; b) Anlise permanente das vulnerabilidades municipais perante situaes de risco; c) Informao e formao das populaes do municpio, visando a sua sensibilizao em matria

    de autoproteco e de colaborao com as autoridades; d) Planeamento de solues de emergncia, visando a busca, o salvamento, a prestao de socorro

    e de assistncia, bem como a evacuao, alojamento e abastecimento das populaes presentes no municpio;

    e) Inventariao dos recursos e meios disponveis e dos mais facilmente mobilizveis, ao nvel municipal;

    f) Estudo e divulgao de formas adequadas de proteco dos edifcios em geral, de monumentos e de outros bens culturais, de infra-estruturas, do patrimnio arquivstico, de instalaes de servios essenciais, bem como do ambiente e dos recursos naturais existentes no municpio;

    g) Previso e planeamento de aces atinentes eventualidade de isolamento de reas afectadas por riscos no territrio municipal.

    Artigo 3. Comisso municipal de proteco civil

    1 Em cada municpio existe uma comisso municipal de proteco civil (CMPC), organismo que assegura que todas as entidades e instituies de mbito municipal imprescindveis s operaes de proteco e socorro, emergncia e assistncia previsveis ou decorrentes de acidente grave ou catstrofe se articulam entre si, garantindo os meios considerados adequados gesto da ocorrncia em cada caso concreto.

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

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    2 Integram a comisso municipal de proteco civil: a) O presidente da cmara municipal, que preside; b) O comandante operacional municipal; c) Um elemento do comando de cada corpo de bombeiros existente no municpio; d) Um elemento de cada uma das foras de segurana presentes no municpio; e) A autoridade de sade do municpio; f) O dirigente mximo da unidade de sade local ou o director do centro de sade e o director

    do hospital da rea de influncia do municpio, designados pelo director--geral da Sade; g) Um representante dos servios de segurana social e solidariedade; h) Os representantes de outras entidades e servios implantados no municpio, cujas actividades e

    reas funcionais possam, de acordo com os riscos existentes e as caractersticas da regio, contribuir para as aces de proteco civil.

    3 So competncias das comisses municipais de proteco civil as atribudas por lei s comisses distritais de proteco civil que se revelem adequadas realidade e dimenso do municpio, designadamente as seguintes:

    a) Accionar a elaborao do plano municipal de emergncia, remet-lo para aprovao pela Comisso Nacional de Proteco Civil e acompanhar a sua execuo;

    b) Acompanhar as polticas directamente ligadas ao sistema de proteco civil que sejam desenvolvidas por agentes pblicos;

    c) Determinar o accionamento dos planos, quando tal se justifique; d) Garantir que as entidades e instituies que integram a CMPC accionam, ao nvel municipal,

    no mbito da sua estrutura orgnica e das suas atribuies, os meios necessrios ao desenvolvimento das aces de proteco civil;

    e) Difundir comunicados e avisos s populaes e s entidades e instituies, incluindo os rgos de comunicao social.

    Artigo 4. Subcomisses permanentes

    Nos municpios onde tal se justifique, face frequncia ou magnitude previsvel da manifestao de determinado risco, a comisso municipal de proteco civil pode deter minar a constituio de subcomisses permanentes, que tenham como objecto o acompanhamento contnuo dessa situao e as aces de proteco civil subsequentes, designadamente nas reas da segurana contra inundaes, incndios de diferentes naturezas, acidentes biolgicos ou qumicos.

    Artigo 5. Cmara municipal

    1 Compete cmara municipal, atravs dos SMPC, a elaborao do plano municipal de emergncia para posterior aprovao pela Comisso Nacional de Proteco Civil.

    2 A cmara municipal ouvida sobre o estabelecimento de medidas de utilizao do solo tomadas aps a declarao da situao de calamidade, designadamente quanto s medidas de proteco especial e s medidas preventivas adoptadas para regulao provisria do uso do solo em partes delimitadas da rea abrangida pela declarao, nomeadamente em virtude da suspenso de planos municipais de ordenamento do territrio ou de planos especiais de ordenamento do territrio.

    Artigo 6. Presidente da cmara municipal

    1 O presidente da cmara municipal a autoridade municipal de proteco civil. 2 O presidente da cmara municipal competente para declarar a situao de alerta de mbito

    municipal e ouvido pelo governador civil para efeito da declarao da situao de alerta de mbito distrital, quando estiver em causa a rea do respectivo municpio.

  • Lei n 65/2007, de 12 de Novembro

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    Artigo 7. Juntas de freguesia

    As juntas de freguesia tm o dever de colaborar com os servios municipais de proteco civil, prestando toda a ajuda que lhes for solicitada, no mbito das suas atribuies e competncias, prprias ou delegadas.

    Artigo 8. Unidades locais

    Em funo da localizao especfica de determinados riscos, a comisso municipal de proteco civil pode determinar a existncia de unidades locais de proteco civil de mbito de freguesia, a respectiva constituio e tarefas.

    Artigo 9. Servios municipais de proteco civil

    1 Os municpios so dotados de um servio municipal de proteco civil, responsvel pela prossecuo das actividades de proteco civil no mbito municipal.

    2 Os SMPC so os adequados ao exerccio da funo de proteco e socorro, variveis de acordo com as caractersticas da populao e dos riscos existentes no municpio e que, quando a dimenso e caractersticas do municpio o justificarem, podem incluir os gabinetes tcnicos que forem julgados adequados.

    3 O SMPC dirigido pelo presidente da cmara municipal, com a faculdade de delegao no vereador por si designado.

    Artigo 10. Competncias dos servios municipais de proteco civil

    1 Compete ao SMPC assegurar o funcionamento de todos os organismos municipais de proteco civil, bem como centralizar, tratar e divulgar toda a informao recebida relativa proteco civil municipal.

    2 No mbito dos seus poderes de planeamento e operaes, dispe o SMPC das seguintes competncias:

    a) Acompanhar a elaborao e actualizar o plano municipal de emergncia e os planos especiais, quando estes existam;

    b) Assegurar a funcionalidade e a eficcia da estrutura do SMPC; c) Inventariar e actualizar permanentemente os registos dos meios e dos recursos existentes no

    concelho, com interesse para o SMPC; d) Realizar estudos tcnicos com vista identificao, anlise e consequncias dos riscos naturais,

    tecnolgicos e sociais que possam afectar o municpio, em funo da magnitude estimada e do local previsvel da sua ocorrncia, promovendo a sua cartografia, de modo a prevenir, quando possvel, a sua manifestao e a avaliar e minimizar os efeitos das suas consequncias previsveis;

    e) Manter informao actualizada sobre acidentes graves e catstrofes ocorridas no municpio, bem como sobre elementos relativos s condies de ocorrncia, s medidas adoptadas para fazer face s respectivas consequncias e s concluses sobre o xito ou insucesso das aces empreendidas em cada caso;

    f) Planear o apoio logstico a prestar s vtimas e s foras de socorro em situao de emergncia; g) Levantar, organizar e gerir os centros de alojamento a accionar em situao de emergncia; h) Elaborar planos prvios de interveno e preparar e propor a execuo de exerccios e

    simulacros que contribuam para uma actuao eficaz de todas as entidades intervenientes nas aces de proteco civil;

    i) Estudar as questes de que vier a ser incumbido, propondo as solues que considere mais adequadas.

    3 Nos domnios da preveno e segurana, o SMPC competente para: a) Propor medidas de segurana face aos riscos inventariados; b) Colaborar na elaborao e execuo de treinos e simulacros; c) Elaborar projectos de regulamentao de preveno e segurana;

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

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    d) Realizar aces de sensibilizao para questes de segurana, preparando e organizando as populaes face aos riscos e cenrios previsveis;

    e) Promover campanhas de informao sobre medidas preventivas, dirigidas a segmentos especficos da populao alvo, ou sobre riscos especficos em cenrios provveis previamente definidos;

    f) Fomentar o voluntariado em proteco civil; g) Estudar as questes de que vier a ser incumbido, propondo as solues que entenda mais

    adequadas. 4 No que se refere matria da informao pblica, o SMPC dispe dos seguintes poderes: a) Assegurar a pesquisa, anlise, seleco e difuso da documentao com importncia para a

    proteco civil; b) Divulgar a misso e estrutura do SMPC; c) Recolher a informao pblica emanada das comisses e gabinetes que integram o SMPC

    destinada divulgao pblica relativa a medidas preventivas ou situaes de catstrofe; d) Promover e incentivar aces de divulgao sobre proteco civil junto dos muncipes com vista

    adopo de medidas de autoproteco; e) Indicar, na iminncia de acidentes graves ou catstrofes, as orientaes, medidas preventivas e

    procedimentos a ter pela populao para fazer face situao; f) Dar seguimento a outros procedimentos, por determinao do presidente da cmara municipal

    ou vereador com competncias delegadas. 5 No mbito florestal, as competncias do SMPC podem ser exercidas pelo gabinete tcnico

    florestal.

    Artigo 11.

    Coordenao e colaborao institucional 1 Os diversos organismos que integram o servio municipal de proteco civil devem

    estabelecer entre si relaes de colaborao institucional, no sentido de aumentar a eficcia e efectividade das medidas tomadas.

    2 Tal articulao e colaborao no deve pr em causa a responsabilidade ltima do presidente da cmara municipal, devendo ser articuladas com as competncias que, nesta matria, cabem comisso municipal de proteco civil.

    3 A coordenao institucional assegurada, a nvel municipal, pela CMPC, que integra representantes das entidades, cuja interveno se justifica em funo de cada ocorrncia em concreto.

    4 No mbito da coordenao institucional, a CMPC responsvel pela gesto da participao operacional de cada fora ou servio nas operaes de socorro a desencadear.

    Artigo 12.

    Participao das Foras Armadas 1 O presidente da cmara municipal competente para solicitar ao presidente da autoridade

    nacional de proteco civil a participao das Foras Armadas em funes de proteco civil na rea operacional do seu municpio.

    2 O presidente da cmara pode solicitar a colaborao das Foras Armadas directamente ao comandante da unidade implantada no seu municpio, nos casos de urgncia manifesta previstos no n. 4 do artigo 53. da Lei n. 27/2006, de 3 de Julho.

    Artigo 13.

    Comandante operacional municipal 8 1 Em cada municpio h um comandante operacional municipal (COM). 2 O COM depende hierrquica e funcionalmente do presidente da cmara municipal, a quem

    compete a sua nomeao. 3 O COM actua exclusivamente no mbito territorial do respectivo municpio.

    8 Artigos 42 e 49-A do Decreto-Lei n 49/2003, de 25 de Maro, na redaco dada pelo Decreto-Lei n 21/2006, de 2 de

    Fevereiro, e pelo Decreto-Lei n 123/2008, de 15 de Julho, relativos ao recrutamento dos comandantes operacionais distritais

  • Lei n 65/2007, de 12 de Novembro

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    4 O COM nomeado de entre o universo de recrutamento que a lei define para os comandantes operacionais distritais.

    5 Nos municpios com corpos de bombeiros profissionais ou mistos criados pelas respectivas cmaras municipais, o comandante desse corpo , por inerncia, o COM.

    Artigo 14. Competncias do comandante operacional municipal

    Sem prejuzo do disposto na Lei de Bases da Proteco Civil, compete em especial ao COM: a) Acompanhar permanentemente as operaes de proteco e socorro que ocorram na rea do

    concelho; b) Promover a elaborao dos planos prvios de interveno com vista articulao de meios

    face a cenrios previsveis; c) Promover reunies peridicas de trabalho sobre matrias de mbito exclusivamente

    operacional, com os comandantes dos corpos de bombeiros; d) Dar parecer sobre o material mais adequado interveno operacional no respectivo

    municpio; e) Comparecer no local do sinistro sempre que as circunstncias o aconselhem; f) Assumir a coordenao das operaes de socorro de mbito municipal, nas situaes previstas

    no plano de emergncia municipal, bem como quando a dimenso do sinistro requeira o emprego de meios de mais de um corpo de bombeiros.

    Artigo 15. Articulao operacional

    1 Sem prejuzo da dependncia hierrquica e funcional do presidente da cmara, o COM mantm permanente ligao de articulao operacional com o comandante operacional distrital.

    2 Excepcionalmente, quando justificado pela amplitude e urgncia de socorro, o comandante operacional nacional pode articular -se operacionalmente com o COM, sem prejuzo do disposto no nmero anterior.

    3 Nos municpios de Lisboa e Porto, a articulao a que se refere o nmero anterior permanente.

    Artigo 16. Operaes de proteco civil

    Em situao de acidente grave ou catstrofe, e no caso de perigo de ocorrncia destes fenmenos, so desencadeadas operaes municipais de proteco civil, de harmonia com o plano municipal de emergncia, previamente elaborado, com vista a possibilitar a unidade de direco das aces a desenvolver, a coordenao tcnica e operacional dos meios a empenhar e a adequao das medidas de carcter excepcional a adoptar.

    Artigo 17. Dever de informao

    Todos os servios e organismos que obtenham informaes, directamente ou por comunicao de terceiros, sobre elementos considerados fundamentais para efeito de tomada de medidas de proteco civil, devem transmitir tais informaes, no mais curto intervalo de tempo possvel, comisso municipal de proteco civil do municpio a que elas se reportem.

    Artigo 18. Plano municipal de emergncia 9

    1 O plano municipal de emergncia elaborado com as directivas emanadas da Comisso Nacional de Proteco Civil, nomeadamente:

    a) A tipificao dos riscos; b) As medidas de preveno a adoptar;

    9 Resoluo n 25/2008, publicada no Dirio da Repblica, 2. srie N 138 18 de Julho de 2008, que aprova a directiva

    da CNPC relativa aos critrios e normas tcnicas para a elaborao e operacionalizao de planos de emergncia de proteco civil

  • COMPILAO LEGISLATIVA BOMBEIROS

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    c) A identificao dos meios e recursos mobilizveis, em situao de acidente grave ou catstrofe; d) A definio das responsabilidades que incubem aos organismos, servios e estruturas, pblicas

    ou privadas, com competncias no domnio da proteco civil municipal; e) Os critrios de mobilizao e mecanismos de coordenao dos meios e recursos, pblicos ou

    privados utilizveis; f) A estrutura operacional que h -de garantir a unidade de direco e o controlo permanente da

    situao. 2 Os planos de emergncia esto sujeitos a uma actualizao peridica e devem ser objecto de

    exerccios frequentes com vista a testar a sua operacionalidade. 3 Os agentes de proteco civil colaboram na elaborao e na execuo dos planos de

    emergncia. 4 O plano municipal de emergncia inclui obrigatoriamente uma carta de risco e um plano

    prvio de interveno de cada tipo de risco existente no municpio, decorrendo a escala da carta de risco e o detalhe do plano prvio de interveno da natureza do fenmeno e devendo ser adequados s suas frequncia e magnitude, bem como gravidade e extenso dos seus efeitos previsveis.

    5 Para alm de um plano municipal de emergncia geral, podem ser elaborados planos especiais, sobre riscos especiais, destinados a servir finalidades especficas, tais como o plano municipal de defesa da floresta contra incndios e planos de emergncia dos estabelecimentos de ensino.

    6 No caso das reas de risco homogneas prolongadas pelo territrio de mais de um municpio contguos, podem ser elaborados planos especiais supra-municipais.

    7 Nos municpios em que tal se justifique, podem ser elaborados planos especiais sobre riscos especficos, designadamente relativos a inundaes, incndios de diferente natureza, acidentes biolgicos ou qumicos, movimentaes em massa ou a sismos.

    Artigo 19. Actualizao dos planos municipais de emergncia 10

    Os planos municipais de emergncia em vigor devem ser actualizados em conformidade com a nova legislao de proteco civil, bem como com a presente lei, no prazo de 180 dias contados a partir da aprovao das orientaes tcnicas pela Comisso Nacional de Proteco Civil.

    Artigo 20. Defesa da floresta contra incndios

    1 Em cada municpio existe uma comisso municipal de defesa da floresta contra incndios, que pode ser apoiada pelo gabinete tcnico florestal, sendo a sua criao, composio e competncias reguladas pelo disposto em diploma prprio.

    2 As cmaras municipais, no domnio do Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incndios (SN-DFCI) exercem as competncias previstas no Decreto -Lei n. 124/2006, de 28 de Junho.

    Artigo 21.

    Carreira de proteco civil A carreira de proteco civil criada por diploma prprio.

    Artigo 22.

    Dever de disponibilidade O servio prestado no SMPC de total disponibilidade, pelo que o pessoal que nele exerce

    funes no pode, salvo motivo excepcional devidamente justificado, deixar de comparecer ou permanecer no servio em caso de iminncia ou ocorrncia de acidente grave ou catstrofe, sob pena de incorrer em responsabilidade disciplinar.

    10 Resoluo n 25/2008, publicada no Dirio da Repblica, 2. srie N 138 18 de Julho de 2008, que aprova a directiva

    da CNPC relativa aos critrios e normas tcnicas para a elaborao e operacionalizao de planos de emergncia de proteco civil

  • Lei n 65/2007, de 12 de Novembro

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    Artigo 23.

    Formao 1 A formao dos funcionrios dos SMPC efectuada a nvel municipal ou nacional, devendo

    as regras de funcionamento e os contedos curriculares constar de regulamento da autoridade nacional de proteco civil, homologado pelo Ministro da Administrao Interna, ouvido o Conselho Nacional de Bombeiros.

    2 So entidades autorizadas a ministrar a formao a que se refere o presente artigo, o Centro de Estudos e Formao Autrquica, a Escola Nacional de Bombeiros e a Escola de Formao do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, e ainda as demais entidades que venham a ser reconhecidas por despacho dos ministros responsveis pelas reas da administrao interna e da administrao local.

    Artigo 24.

    Norma revogatria revogada a Portaria n. 449/2001, de 5 de Maio.

    Artigo 25.

    Produo de efeitos Os municpios adaptam os seus servios ao regime previsto na presente lei no prazo de 180 dias.

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    Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro (SIOPS)

    Decreto-Lei n.o 134/2006, de 25 de Julho

    As aces de proteco civil integram, obrigatoriamente, agentes e servios que advm de organismos do Estado, das Regies Autnomas, das autarquias locais e de organizaes no governamentais, entre outras. Ao longo dos ltimos 15 anos coube ao Servio Nacional de Proteco Civil, primeiro, e ao Servio Nacional de Bombeiros e Proteco Civil, depois, a direco de grande parte das operaes de proteco e socorro e o comando em teatro de operaes.

    Num momento em que se est a construir um novo edifcio legislativo importa definir o Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro (SIOPS) como o conjunto de estruturas, normas e procedimentos de natureza permanente e conjuntural que asseguram que todos os agentes de proteco civil actuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando nico, sem prejuzo da respectiva dependncia hierrquica e funcional.

    O SIOPS desenvolvido com base em estruturas de coordenao, os centros de coordenao operacional, de mbito nacional e distrital, onde se compatibilizam todas as instituies necessrias para fazer face a acidentes graves e catstrofes e estruturas de comando operacional que, no mbito das competncias atribudas Autoridade Nacional de Proteco Civil, agem perante a iminncia ou ocorrncia de acidentes graves ou catstrofes em ligao com outras foras que dispem de comando prprio.

    O carcter peculiar deste Sistema resulta do facto de se tratar de um instrumento global e centralizado de coordenao e comando de operaes de socorro cuja execuo compete a entidades diversas e no organicamente integradas na Autoridade Nacional de Proteco Civil, mas que dependem, para efeitos operacionais, do SIOPS.

    Com a criao do SIOPS estabelecido um sistema de gesto de operaes, definindo a organizao dos teatros de operaes e dos postos de comando, clarificando competncias e consolidando a doutrina operacional.

    Em diploma autnomo, e aps audio da Associao Nacional de Municpios Portugueses, ser definido o regime dos servios municipais de proteco civil.

    O anteprojecto do presente decreto-lei foi submetido a discusso pblica.

    Foram ouvidas a Associao Nacional de Municpios Portugueses e a Associao Nacional de Freguesias.

    Foram ouvidos, a ttulo facultativo, o Instituto Nacional de Emergncia Mdica e a Liga dos Bombeiros Portugueses.

    Assim:

    Nos termos da alnea a) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituio, o Governo decreta o seguinte:

    CAPTULO I

    Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro Artigo 1.o

    Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro 1 O Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro, adiante designado por SIOPS, o

    conjunto de estruturas, normas e procedimentos que asseguram que todos os agentes de proteco civil actuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando nico, sem prejuzo da respectiva dependncia hierrquica e funcional.

    2 O SIOPS visa responder a situaes de iminncia ou de ocorrncia de acidente grave ou catstrofe.

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    3 O princpio do comando nico assenta nas duas dimenses do Sistema, a da coordenao institucional e a do comando operacional.

    CAPTULO II

    Coordenao institucional Artigo 2.o

    Estruturas de coordenao 1 A coordenao institucional assegurada, a nvel nacional e a nvel de cada distrito, pelos

    centros de coordenao operacional, adiante designados por CCO, que integram representantes das entidades cuja interveno se justifica em funo de cada ocorrncia em concreto.

    2 Os CCO so responsveis pela gesto da participao operacional de cada fora ou servio nas operaes de socorro a desencadear.

    3 So atribuies dos CCO, designadamente: a) Assegurar a coordenao dos recursos e do apoio logstico das operaes de socorro,

    emergncia e assistncia realizadas por todas as organizaes integrantes do SIOPS; b) Proceder recolha de informao estratgica, relevante para as misses de proteco e socorro,

    detida pelas organizaes integrantes dos CCO, bem como promover a sua gesto; c) Recolher e divulgar, por todos os agentes em razo da ocorrncia e do estado de prontido,

    informaes de carcter estratgico essencial componente de comando operacional tctico; d) Informar permanentemente a autoridade poltica respectiva de todos os factos relevantes que

    possam gerar problemas ou estrangulamentos no mbito da resposta operacional; e) Garantir a gesto e acompanhar todas as ocorrncias, assegurando uma resposta adequada no

    mbito do SIOPS. 4 A Comisso Nacional de Proteco Civil aprova o regulamento de funcionamento do Centro

    de Coordenao Operacional Nacional e dos centros de coordenao operacional distrital, que prev, designadamente, as formas de mobilizao e de articulao entre as entidades integrantes dos CCO, as relaes operacionais com o Comando Nacional de Operaes de Socorro e os comandos distritais de operaes de socorro, a existncia de elementos de ligao permanente, bem como a recolha e articulao da informao necessria componente operacional.

    Artigo 3.o

    Centro de Coordenao Operacional Nacional

    1 O Centro de Coordenao Operacional Nacional, adiante designado por CCON, assegura que todas as entidades e instituies de mbito nacional imprescindveis s operaes de proteco e socorro, emergncia e assistncia previsveis ou decorrentes de acidente grave ou catstrofe se articulam entre si, garantindo os meios considerados adequados gesto da ocorrncia em cada caso concreto.

    2 O CCON integra representantes da Autoridade Nacional de Proteco Civil, da Guarda Nacional Republicana, da Polcia de Segurana Pblica, do Instituto Nacional de Emergncia Mdica, do Instituto de Meteorologia e da Direco-Geral dos Recursos Florestais e de outras entidades que cada ocorrncia em concreto venha a justificar.

    3 O CCON pode ainda integrar um elemento das Foras Armadas desde que estejam empenhados nas operaes de proteco e socorro, emergncia e assistncia meios humanos e materiais a estas solicitados.

    4 O CCON coordenado pelo presidente da Autoridade Nacional de Proteco Civil, podendo este fazer-se substituir pelo comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Proteco Civil.

    5 So atribuies do CCON, designadamente: a) Integrar, monitorizar e avaliar toda a actividade operacional quando em situao de acidente

    grave ou catstrofe; b) Assegurar a ligao operacional e a articulao nacional com os agentes de proteco civil e

    outras estruturas operacionais no mbito do planeamento, assistncia, interveno e apoio tcnico ou cientfico nas reas do socorro e emergncia;

    c) Garantir que as entidades e instituies integrantes do CCON accionam, no mbito da sua

  • Decreto-Lei n 134/2006, de 25 de Julho

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    estrutura hierrquica, os meios necessrios ao desenvolvimento das operaes bem como os meios de reforo;

    d) Assegurar o fluxo permanente da informao estratgica com os servios de proteco civil das Regies Autnomas, nomeadamente na iminncia ou em caso de acidente grave ou catstrofe;

    e) Difundir comunicados e avisos s populaes e s entidades e instituies, incluindo os rgos de comunicao social;

    f) Avaliar a situao e propor Comisso Nacional de Proteco Civil que formule junto do Governo pedidos de auxlio a outros pases e s organizaes internacionais atravs dos rgos competentes;

    g) Assegurar o desencadeamento das aces consequentes s declaraes das situaes de alerta, de contingncia e de calamidade.

    6 A Autoridade Nacional de Proteco Civil garante os recursos humanos, materiais e informacionais necessrios ao funcionamento do CCON.

    Artigo 4.o

    Centros de coordenao operacional distrital 1 Os centros de coordenao operacional distrital, adiante designados por CCOD, asseguram

    que todas as entidades e instituies de mbito distrital imprescindveis s operaes de proteco e socorro, emergncia e assistncia previsveis ou decorrentes de acidente grave ou catstrofe se articulam entre si garantindo os meios considerados adequados gesto da ocorrncia em cada caso concreto.

    2 Os CCOD integram, obrigatoriamente, representantes da Autoridade Nacional de Proteco Civil, da Guarda Nacional Republicana, da Polcia de Segurana Pblica, do Instituto Nacional de Emergncia Mdica e da Direco-Geral dos Recursos Florestais e das demais entidades que cada ocorrncia em concreto venha a justificar.

    3 Os CCOD podem ainda integrar um elemento das Foras Armadas desde que estejam empenhados nas operaes de proteco e socorro, emergncia e assistncia meios humanos e materiais a estas solicitados.

    4 Os CCOD so coordenados pelos comandantes operacionais distritais da Autoridade Nacional de Proteco Civil.

    5 Os CCOD garantem uma avaliao distrital e infradistrital em articulao com as entidades polticas e administrativas de mbito municipal.

    6 So atribuies dos CCOD, designadamente: a) Integrar, monitorizar e avaliar toda a actividade operacional quando em situao de acidente

    grave ou catstrofe; b) Assegurar a ligao operacional e a articulao distrital com os agentes de proteco civil e

    outras estruturas operacionais no mbito do planeamento, assistncia, interveno e apoio tcnico ou cientfico nas reas do socorro e emergncia;