comparativo internacional para previdÊncia social marcelo caetano brasília, 10 de abril de 2007

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COMPARATIVO INTERNACIONAL PARA PREVIDÊNCIA SOCIAL Marcelo Caetano Brasília, 10 de abril de 2007

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Page 1: COMPARATIVO INTERNACIONAL PARA PREVIDÊNCIA SOCIAL Marcelo Caetano Brasília, 10 de abril de 2007

COMPARATIVO INTERNACIONAL PARA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Marcelo CaetanoBrasília, 10 de abril de 2007

Page 2: COMPARATIVO INTERNACIONAL PARA PREVIDÊNCIA SOCIAL Marcelo Caetano Brasília, 10 de abril de 2007

DIAGNÓSTICO

• Os gastos com previdência no Brasil são muito elevados dentro de uma perspectiva internacional;– O Brasil gasta 12% do PIB em comparação com 4%-5% do PIB

em países com perfil demográfico semelhante. Uma diferença de 7%-8% do PIB.

• Parte da diferença deve-se a programas distributivos e altas taxas de cobertura na fase de benefícios que contribuem para redução de pobreza entre os idosos;

• Porém, a maior parte da diferença deve-se a regras menos restritas para pensões, benefícios programados e benefícios por incapacidade.

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Despesas Previdenciárias (% do PIB) e Relação de Dependência Demográfica (%)

Chile

ArgentinaTurquia

Suíça

EUA

Reino Unido

Itália

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

16.0

18.0

0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0

Brasil

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Composição da Diferença de Despesas com Relação `a Linha Internacional (% PIB)

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

7.0

8.0

9.0

Diferença Total Benefícios Programados Pensão por Morte Benefícios por Invalidez

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Decomposição da Despesa RPPS - RGPS e LOAS

0

2

4

6

8

10

12

14

Brasil OCDE Total Não OCDE Total

RPPS (Brasil) RGPS e LOAS (Brasil)

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Comparação das Despesas Previdenciárias com Países Fora da OCDE (% do PIB)

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

Total sem Auxílio-Doença Benefícios Programados Pensão Invalidez

Brasil Média Não-OCDE

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RAZÕES DAS DIFERENÇAS COM OS

OUTROS PAÍSES

Page 8: COMPARATIVO INTERNACIONAL PARA PREVIDÊNCIA SOCIAL Marcelo Caetano Brasília, 10 de abril de 2007

PREVIDÊNCIA COMO INSTRUMENTO DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

• Parte da diferença deve-se a programas distributivos que elevam a taxa de cobertura na fase de benefício e contribuem para a redução da pobreza entre os idosos.

• Esses programas distributivos explicam alta cobertura na fase de benefício apesar de uma cobertura média na fase de contribuição.

• Estima-se que esses programas explicam 25% da diferença de despesa com outros países (ou 2% do PIB).

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Decomposição dos Benefícios com Valor Igual ao Benefício Mínimo como % do PIB

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

LOAS Rurais Urbanos Iguais ao Salário Mínimo

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Taxa de Cobertura da População Idosa na América latina(Beneficiários/População 65+, em %)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

GU DR SA BO EC PY CO MX PE VE CR PA CL AR UY BR

País Média da América Latina (excluindo o Brasil)

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Taxa de Cobertura da Força de Trabalho na América Latina(Contribuintes/População Economicamente Ativa, em %)

0

10

20

30

40

50

60

70

BO PY PE NI GU CO EC MX SA VE AR BR UY CL CR

País Média da América Latina (excluindo o Brasil)

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Taxa de Cobertura da Força de trabalho e Renda Per Capita (Conceito PPC)

0

20

40

60

80

100

120

0 5,000 10,000 15,000 20,000 25,000 30,000 35,000

■ América Latina ▲Europa Oriental ♦ OCDE Alta Renda □ Outros

Brasil

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FALHAS NO DESENHO DOS PLANOS PREVIDENCIÁRIOS

• Contudo, a maior parte da diferença está nas regras que geram um número excessivo de beneficiários e taxas de reposição acima das de outros países.– Essas regras resultam em um número excessivo de beneficiários e taxas de

reposição mais elevadas que em outros países. Calcula-se-se que expliquem 75% da diferença com os outros países (ou 6% do PIB).

• O número elevado de beneficiários está refletido na alta razão de dependência previdenciária.– A razão de dependência previdenciária (beneficiários/

contribuintes) é desproporcional com relação à razão de dependência demográfica (pessoas 65+/ pessoas 15-64).

– Esta desproporção se mantém mesmo excluindo o programa rural.

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Razões De Dependência, Brasil e Grupos de Países

0

10

20

30

40

50

60

RGPS RGPS Urbano OCDE (18) América Latina (9) Total (27)

Razão de Dependência Previdenciária Razão de Dependência Demográfica

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Razão de Dependência Demográfica/Razão de Dependência Previdenciária

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

7.0

8.0

9.0

10.0

RG

PS

RG

PS Urbano

Bolivia

Argentina

Peru

Hungria

Eslováquia

Uruguai

Lituânia

Polônia

Eslovênia

Letônia

República T

checa

Estônia

Itália

Espanha

Portugal

Bélgica

Canadá

Chile

França

Áustria

Alem

anha

Estados U

nidos

Reino U

nido

Costa R

ica

México

Colom

bia

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ANÁLISE DAS REGRAS EM UMA ÓTICA INTERNACIONAL

• Benefícios programados com idades de concessão inferiores e taxas de reposição superiores aos padrões internacionais;

• Pensões por morte com regramentos que permitem alta quantidade de beneficiários e taxas de reposição mais elevadas que nos outros países.

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BENEFÍCIOS PROGRAMADOS

IDADE DE APOSENTADORIA

Page 18: COMPARATIVO INTERNACIONAL PARA PREVIDÊNCIA SOCIAL Marcelo Caetano Brasília, 10 de abril de 2007

Idade Mínima de Aposentadoria

Duração Esperada da Aposentadoria

Homens Mulheres Homens Mulheres OCDE (29) 63,9 62,6 16,0 20,8 América Latina (7) 62,1 60,4 16,7 20,9 Mundo (66) 62,3 59,9 15,8 21,1 RGPS: Aposentadoria por Tempo de Contribuição 54,4 51,3 23,0 29,2 Aposentadoria Rural por Idade 60,0 55,0 19,1 25,9 Aposentadoria Urbana por Idade 65,0 60,0 15,9 22,1

Idade Mínima e Duração Esperada da Aposentadoria, Brasil e Grupos

Page 19: COMPARATIVO INTERNACIONAL PARA PREVIDÊNCIA SOCIAL Marcelo Caetano Brasília, 10 de abril de 2007

Duração Esperada da Aposentadoria (anos),Brasil e Grupos de Países

0

5

10

15

20

25

30

35

Tempo deContribuição

Idade - Rural Idade - Urbano OCDE América Latina Mundo

Homens Mulheres

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BENEFÍCIOS PROGRAMADOS

TAXA DE REPOSIÇÃO

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Taxa de Reposição Média de Benefícios Programados na OCDEBenefício como % do Salário Final Como Múltiplos do Salário Médio

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0.5 0.75 1 1.5 2 2.5

Múltiplos do Salário Médio de Contribuição

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Taxas Reposição de Benefício Programado Comparação Brasil - OCDE

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

OCDE (Idade 65 e TC 40) Brasil (Idade 56 e TC 35) Brasil (Idade 65 e TC 40)

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Benefício Mínimo como Percentual do Salário de Contribuição

10

15

20

25

30

35

40

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Brasil (PME) Brasil (RGPS) Méda Internacional Século XXI

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PENSÃO POR MORTE

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Despesas de Pensão por Morte (% PIB),Brasil e Grupos Selecionados de Países

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

Brasil OCDE (29) Total (44) Fora da OCDE (15)

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Regras de Pensão

• Resto do Mundo (regras mais comuns)– Imposição de um período

contributivo mínimo;– Exigência de um período

mínimo de casamento ou união;

– Restrições para pensionistas mais jovens (usualmente com menos de 45 anos).

• Brasil

– Sem exigência de período contributivo;

– Não necessita ser casado;– Não há limite etário.

Page 27: COMPARATIVO INTERNACIONAL PARA PREVIDÊNCIA SOCIAL Marcelo Caetano Brasília, 10 de abril de 2007

Regras de Pensão

• Resto do Mundo (regras mais comuns)– Diminuição do valor do

benefício caso o pensionista receba outro benefício ou trabalhe;

– Restrições à acumulação de aposentadoria com pensão.

– Pensão normalmente finda com um novo casamento

• Brasil

– Benefício não se reduz se o pensionista recebe outro benefício ou se trabalha;

– Beneficiário pode se casar novamente e mantém a pensão.

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Regras de Pensão

• Resto do Mundo (regras mais comuns)

– Taxa de reposição em torno de 70% (reduzida a 50% se o pensionista recebe outro benefício ou salário)

– Adicional de 10% a 20% por órfão;

– No máximo o valor atinge 100%.

• Brasil

– Taxa de reposição sempre de 100% independente do número de pensionistas e de outras rendas.

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BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE

• Despesas também superiores aos padrões interncionais, tanto no caso de aposentadoria por invalidez como para auxílio-doença.

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Despesas com Aposentadoria por Invalidez (% do PIB)

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

1.8

Brasil OCDE Não-OCDE Total

RPPS

RGPS

Despesas com Auxílio-Doença (% PIB)

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Brasil OCDE Não-OCDE Total

RPPS

RGPS

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CONSEQÜÊNCIAS

• Alíquotas de contribuição altas com efeitos nocivos sobre formalização no mercado de trabalho;

• Menos recursos para outros programas essenciais: infra-estrutura, educação, saúde.

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Taxa de Contribuição e Razão de Dependência Demográfica(Brasil e Outras Regiões)

Brasil

Outros

América Latina

Europa Oriental(Fora da OCDE)

UE

OCDE

15

20

25

30

35

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Razão de Dependência (%)

Tax

a de

Con

trib

uicã

o (%

)