comparaÇÃo no desempenho funcional em … · portadoras de paralisia cerebral, em suas...

33
UNIVERSIDADE CÂNDIO MENDES FELIPE JOSÉ AIDAR MARTINS DESEMPENHO COGNITIVO E FUNCIONAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL SUBMETIDAS A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS AQUÁTICAS Orientadora: Prof. Maria Esther de Araújo BELO HORIZONTE 2010

Upload: vodan

Post on 20-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

UNIVERSIDADE CAcircNDIO MENDES

FELIPE JOSEacute AIDAR MARTINS

DESEMPENHO COGNITIVO E FUNCIONAL DE CRIANCcedilAS COM

PARALISIA CEREBRAL SUBMETIDAS A PRAacuteTICA DE

ATIVIDADES FIacuteSICAS AQUAacuteTICAS

Orientadora

Prof Maria Esther de Arauacutejo

BELO HORIZONTE

2010

2

FELIPE JOSEacute AIDAR MARTINS

Orientadora

Prof Maria Esther de Arauacutejo

DESEMPENHO COGNITIVO E FUNCIONAL DE CRIANCcedilAS COM

PARALISIA CEREBRAL SUBMETIDAS A PRAacuteTICA DE

ATIVIDADES FIacuteSICAS AQUAacuteTICAS

Trabalho final a ser

apresentado a Universidade

Federal Rural do Rio de

Janeiro para obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Especialista em

Psicopedagogia e Orientaccedilatildeo

Educacional

BELO HORIZONTE

2010

3

FELIPE JOSEacute AIDAR MARTINS

DESEMPENHO COGNITIVO E FUNCIONAL DE CRIANCcedilAS COM

PARALISIA CEREBRAL SUBMETIDAS A PRAacuteTICA DE

ATIVIDADES FIacuteSICAS AQUAacuteTICAS

Monografia de Conclusatildeo de Curso

Orientadora

Prof Maria Esther de Arauacutejo

Data da Aprovaccedilatildeo

Banca Examinadora

4

RESUMO

Fundamentaccedilatildeo os casos de Paralisia Cerebral (PC) tecircm aumentado nas

uacuteltimas deacutecadas em todo o mundo No Brasil se estima que existam cerca de

30000 a 40000 novos casos a cada ano A PC afeta o sistema nervoso

central sendo que a disfunccedilatildeo estaacute predominantemente aliada agrave parte

sensoriomotor com distuacuterbios de tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo

involuntaacuteria Objetivo avaliar a aacuterea da funccedilatildeo social e habilidades manuais

em portadores de paralisia cerebral submetidos a um programa de atividades

fiacutesicas aquaacuteticas adotando-se o Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de

Disfunccedilatildeo (PEDI) Materiais e Meacutetodos foram acompanhadas 21 crianccedilas

portadoras de Paralisia Cerebral em suas manifestaccedilotildees predominantemente

espaacutestica e atetosa com idade variando de seis anos e trecircs meses a doze

anos e sete meses Foi utilizada a avaliaccedilatildeo da funccedilatildeo social no que se refere

agrave assistecircncia do adulto e sua melhora antes e depois da praacutetica de exerciacutecios

fiacutesicos aquaacuteticos Foi utilizado para a avaliaccedilatildeo o ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo na parte de funccedilatildeo social e escala de habilidades

manuais Resultado houve melhoras significativas na parte da funccedilatildeo social

nos alunos que foram submetidos a atividades fiacutesicas aquaacuteticas Discussatildeo e

Conclusatildeo os resultados encontrados no estudo inferem tendecircncias no

sentido de que a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos aquaacuteticos demonstra indiacutecios de

contribuiccedilatildeo na melhora motora com consequumlente melhoria na funccedilatildeo social

trazendo uma maior independecircncia para a crianccedila portadora de Paralisia

Cerebral

Palavras Chave Paralisia Cerebral Exerciacutecios Aquaacuteticos Funccedilatildeo Social

habilidades manuais

5

THE PROCESS TEACHES-LEARNING IN MODERATE AND SEVERE

CEREBRAL PALSY PEOPLE SUBMITTED THE PRACTICE OF AQUATIC

PHYSICAL ACTIVITIES

ABSTRACT Back Ground the Cerebral Palsy (PC) cases have increased in

the last decades in all the world In Brazil if esteem that exists about 30000 the

40000 new cases to each year The CP affects the central nervous system

being that the disability allied predominantly to the sensoriomotor part with riots

of muscular tonus position and involuntary movement Objective to evaluate

the area of the social function in cerebral palsy carriers submit to one program

of aquatic physical activities adopting itself Pediatric Evaluation of Disability

Inventory ndash PEDI and manual abilities Materials and Methods carrying 21

children with Cerebral Palsy had been followed in spastic and athetoid

predominant manifestations with age varying of six years and three months the

twelve years and seven months The evaluation of the social function in that if it

relates to the assistance of the adult and its improvement before and after the

practical one of aquatic physical exercises was used for the evaluation the

Pediatric Evaluation Disability Inventory - PEDI in the part of social function

was used and manual abilities scale Results it had significant improvements

in the social part of the social function in the pupils who had been submitted the

aquatic physical activities Discussion and Conclusion the results found in

the study infer trends in the direction of that the practical one of aquatic

physical exercises demonstrates indications of contribution in the motor

improvement with consequent improvement in the social function bringing a

bigger independence for the carrying child of Cerebral Palsys

Key Words cerebral palsy aquatic exercises social function manual abilities

6

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Propoacutesito de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada 16

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados dos Sujeitos 22

Tabela 2 Anaacutelise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos 27

8

LISTA DE ABREVIATURAS

FC ndash Frequecircncia Cardiacuteaca

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutesitica

PC ndash Paralisia Cerebral

PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory

WHO - World Health Organization

9

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 10

1 OBJETIVO 13

11 Objetivos Gerais 13

12 Objetivos Especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 Justificativa e Relevacircncia 14

22 O Portador de Necessidades Especiais 14

23 O Portador de Paralisia Cerebral 17

24 O Meio Aquaacutetico 19

3 METODOLOGIA 21

31 Amostra 21

32 Instrumentos 21

33 Procedimentos 23

34 Estatiacutestica 24

4 RESULTADOS 25

5 DISCUSSAtildeO 26

CONCLUSAtildeO 28

REFEREcircNCIAS 29

ANEXO ldquoArdquo (PediatricEvaluation of Disability Inventory ndash PEDI) 34

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 2: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

2

FELIPE JOSEacute AIDAR MARTINS

Orientadora

Prof Maria Esther de Arauacutejo

DESEMPENHO COGNITIVO E FUNCIONAL DE CRIANCcedilAS COM

PARALISIA CEREBRAL SUBMETIDAS A PRAacuteTICA DE

ATIVIDADES FIacuteSICAS AQUAacuteTICAS

Trabalho final a ser

apresentado a Universidade

Federal Rural do Rio de

Janeiro para obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Especialista em

Psicopedagogia e Orientaccedilatildeo

Educacional

BELO HORIZONTE

2010

3

FELIPE JOSEacute AIDAR MARTINS

DESEMPENHO COGNITIVO E FUNCIONAL DE CRIANCcedilAS COM

PARALISIA CEREBRAL SUBMETIDAS A PRAacuteTICA DE

ATIVIDADES FIacuteSICAS AQUAacuteTICAS

Monografia de Conclusatildeo de Curso

Orientadora

Prof Maria Esther de Arauacutejo

Data da Aprovaccedilatildeo

Banca Examinadora

4

RESUMO

Fundamentaccedilatildeo os casos de Paralisia Cerebral (PC) tecircm aumentado nas

uacuteltimas deacutecadas em todo o mundo No Brasil se estima que existam cerca de

30000 a 40000 novos casos a cada ano A PC afeta o sistema nervoso

central sendo que a disfunccedilatildeo estaacute predominantemente aliada agrave parte

sensoriomotor com distuacuterbios de tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo

involuntaacuteria Objetivo avaliar a aacuterea da funccedilatildeo social e habilidades manuais

em portadores de paralisia cerebral submetidos a um programa de atividades

fiacutesicas aquaacuteticas adotando-se o Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de

Disfunccedilatildeo (PEDI) Materiais e Meacutetodos foram acompanhadas 21 crianccedilas

portadoras de Paralisia Cerebral em suas manifestaccedilotildees predominantemente

espaacutestica e atetosa com idade variando de seis anos e trecircs meses a doze

anos e sete meses Foi utilizada a avaliaccedilatildeo da funccedilatildeo social no que se refere

agrave assistecircncia do adulto e sua melhora antes e depois da praacutetica de exerciacutecios

fiacutesicos aquaacuteticos Foi utilizado para a avaliaccedilatildeo o ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo na parte de funccedilatildeo social e escala de habilidades

manuais Resultado houve melhoras significativas na parte da funccedilatildeo social

nos alunos que foram submetidos a atividades fiacutesicas aquaacuteticas Discussatildeo e

Conclusatildeo os resultados encontrados no estudo inferem tendecircncias no

sentido de que a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos aquaacuteticos demonstra indiacutecios de

contribuiccedilatildeo na melhora motora com consequumlente melhoria na funccedilatildeo social

trazendo uma maior independecircncia para a crianccedila portadora de Paralisia

Cerebral

Palavras Chave Paralisia Cerebral Exerciacutecios Aquaacuteticos Funccedilatildeo Social

habilidades manuais

5

THE PROCESS TEACHES-LEARNING IN MODERATE AND SEVERE

CEREBRAL PALSY PEOPLE SUBMITTED THE PRACTICE OF AQUATIC

PHYSICAL ACTIVITIES

ABSTRACT Back Ground the Cerebral Palsy (PC) cases have increased in

the last decades in all the world In Brazil if esteem that exists about 30000 the

40000 new cases to each year The CP affects the central nervous system

being that the disability allied predominantly to the sensoriomotor part with riots

of muscular tonus position and involuntary movement Objective to evaluate

the area of the social function in cerebral palsy carriers submit to one program

of aquatic physical activities adopting itself Pediatric Evaluation of Disability

Inventory ndash PEDI and manual abilities Materials and Methods carrying 21

children with Cerebral Palsy had been followed in spastic and athetoid

predominant manifestations with age varying of six years and three months the

twelve years and seven months The evaluation of the social function in that if it

relates to the assistance of the adult and its improvement before and after the

practical one of aquatic physical exercises was used for the evaluation the

Pediatric Evaluation Disability Inventory - PEDI in the part of social function

was used and manual abilities scale Results it had significant improvements

in the social part of the social function in the pupils who had been submitted the

aquatic physical activities Discussion and Conclusion the results found in

the study infer trends in the direction of that the practical one of aquatic

physical exercises demonstrates indications of contribution in the motor

improvement with consequent improvement in the social function bringing a

bigger independence for the carrying child of Cerebral Palsys

Key Words cerebral palsy aquatic exercises social function manual abilities

6

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Propoacutesito de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada 16

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados dos Sujeitos 22

Tabela 2 Anaacutelise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos 27

8

LISTA DE ABREVIATURAS

FC ndash Frequecircncia Cardiacuteaca

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutesitica

PC ndash Paralisia Cerebral

PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory

WHO - World Health Organization

9

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 10

1 OBJETIVO 13

11 Objetivos Gerais 13

12 Objetivos Especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 Justificativa e Relevacircncia 14

22 O Portador de Necessidades Especiais 14

23 O Portador de Paralisia Cerebral 17

24 O Meio Aquaacutetico 19

3 METODOLOGIA 21

31 Amostra 21

32 Instrumentos 21

33 Procedimentos 23

34 Estatiacutestica 24

4 RESULTADOS 25

5 DISCUSSAtildeO 26

CONCLUSAtildeO 28

REFEREcircNCIAS 29

ANEXO ldquoArdquo (PediatricEvaluation of Disability Inventory ndash PEDI) 34

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 3: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

3

FELIPE JOSEacute AIDAR MARTINS

DESEMPENHO COGNITIVO E FUNCIONAL DE CRIANCcedilAS COM

PARALISIA CEREBRAL SUBMETIDAS A PRAacuteTICA DE

ATIVIDADES FIacuteSICAS AQUAacuteTICAS

Monografia de Conclusatildeo de Curso

Orientadora

Prof Maria Esther de Arauacutejo

Data da Aprovaccedilatildeo

Banca Examinadora

4

RESUMO

Fundamentaccedilatildeo os casos de Paralisia Cerebral (PC) tecircm aumentado nas

uacuteltimas deacutecadas em todo o mundo No Brasil se estima que existam cerca de

30000 a 40000 novos casos a cada ano A PC afeta o sistema nervoso

central sendo que a disfunccedilatildeo estaacute predominantemente aliada agrave parte

sensoriomotor com distuacuterbios de tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo

involuntaacuteria Objetivo avaliar a aacuterea da funccedilatildeo social e habilidades manuais

em portadores de paralisia cerebral submetidos a um programa de atividades

fiacutesicas aquaacuteticas adotando-se o Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de

Disfunccedilatildeo (PEDI) Materiais e Meacutetodos foram acompanhadas 21 crianccedilas

portadoras de Paralisia Cerebral em suas manifestaccedilotildees predominantemente

espaacutestica e atetosa com idade variando de seis anos e trecircs meses a doze

anos e sete meses Foi utilizada a avaliaccedilatildeo da funccedilatildeo social no que se refere

agrave assistecircncia do adulto e sua melhora antes e depois da praacutetica de exerciacutecios

fiacutesicos aquaacuteticos Foi utilizado para a avaliaccedilatildeo o ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo na parte de funccedilatildeo social e escala de habilidades

manuais Resultado houve melhoras significativas na parte da funccedilatildeo social

nos alunos que foram submetidos a atividades fiacutesicas aquaacuteticas Discussatildeo e

Conclusatildeo os resultados encontrados no estudo inferem tendecircncias no

sentido de que a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos aquaacuteticos demonstra indiacutecios de

contribuiccedilatildeo na melhora motora com consequumlente melhoria na funccedilatildeo social

trazendo uma maior independecircncia para a crianccedila portadora de Paralisia

Cerebral

Palavras Chave Paralisia Cerebral Exerciacutecios Aquaacuteticos Funccedilatildeo Social

habilidades manuais

5

THE PROCESS TEACHES-LEARNING IN MODERATE AND SEVERE

CEREBRAL PALSY PEOPLE SUBMITTED THE PRACTICE OF AQUATIC

PHYSICAL ACTIVITIES

ABSTRACT Back Ground the Cerebral Palsy (PC) cases have increased in

the last decades in all the world In Brazil if esteem that exists about 30000 the

40000 new cases to each year The CP affects the central nervous system

being that the disability allied predominantly to the sensoriomotor part with riots

of muscular tonus position and involuntary movement Objective to evaluate

the area of the social function in cerebral palsy carriers submit to one program

of aquatic physical activities adopting itself Pediatric Evaluation of Disability

Inventory ndash PEDI and manual abilities Materials and Methods carrying 21

children with Cerebral Palsy had been followed in spastic and athetoid

predominant manifestations with age varying of six years and three months the

twelve years and seven months The evaluation of the social function in that if it

relates to the assistance of the adult and its improvement before and after the

practical one of aquatic physical exercises was used for the evaluation the

Pediatric Evaluation Disability Inventory - PEDI in the part of social function

was used and manual abilities scale Results it had significant improvements

in the social part of the social function in the pupils who had been submitted the

aquatic physical activities Discussion and Conclusion the results found in

the study infer trends in the direction of that the practical one of aquatic

physical exercises demonstrates indications of contribution in the motor

improvement with consequent improvement in the social function bringing a

bigger independence for the carrying child of Cerebral Palsys

Key Words cerebral palsy aquatic exercises social function manual abilities

6

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Propoacutesito de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada 16

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados dos Sujeitos 22

Tabela 2 Anaacutelise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos 27

8

LISTA DE ABREVIATURAS

FC ndash Frequecircncia Cardiacuteaca

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutesitica

PC ndash Paralisia Cerebral

PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory

WHO - World Health Organization

9

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 10

1 OBJETIVO 13

11 Objetivos Gerais 13

12 Objetivos Especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 Justificativa e Relevacircncia 14

22 O Portador de Necessidades Especiais 14

23 O Portador de Paralisia Cerebral 17

24 O Meio Aquaacutetico 19

3 METODOLOGIA 21

31 Amostra 21

32 Instrumentos 21

33 Procedimentos 23

34 Estatiacutestica 24

4 RESULTADOS 25

5 DISCUSSAtildeO 26

CONCLUSAtildeO 28

REFEREcircNCIAS 29

ANEXO ldquoArdquo (PediatricEvaluation of Disability Inventory ndash PEDI) 34

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 4: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

4

RESUMO

Fundamentaccedilatildeo os casos de Paralisia Cerebral (PC) tecircm aumentado nas

uacuteltimas deacutecadas em todo o mundo No Brasil se estima que existam cerca de

30000 a 40000 novos casos a cada ano A PC afeta o sistema nervoso

central sendo que a disfunccedilatildeo estaacute predominantemente aliada agrave parte

sensoriomotor com distuacuterbios de tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo

involuntaacuteria Objetivo avaliar a aacuterea da funccedilatildeo social e habilidades manuais

em portadores de paralisia cerebral submetidos a um programa de atividades

fiacutesicas aquaacuteticas adotando-se o Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de

Disfunccedilatildeo (PEDI) Materiais e Meacutetodos foram acompanhadas 21 crianccedilas

portadoras de Paralisia Cerebral em suas manifestaccedilotildees predominantemente

espaacutestica e atetosa com idade variando de seis anos e trecircs meses a doze

anos e sete meses Foi utilizada a avaliaccedilatildeo da funccedilatildeo social no que se refere

agrave assistecircncia do adulto e sua melhora antes e depois da praacutetica de exerciacutecios

fiacutesicos aquaacuteticos Foi utilizado para a avaliaccedilatildeo o ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo na parte de funccedilatildeo social e escala de habilidades

manuais Resultado houve melhoras significativas na parte da funccedilatildeo social

nos alunos que foram submetidos a atividades fiacutesicas aquaacuteticas Discussatildeo e

Conclusatildeo os resultados encontrados no estudo inferem tendecircncias no

sentido de que a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos aquaacuteticos demonstra indiacutecios de

contribuiccedilatildeo na melhora motora com consequumlente melhoria na funccedilatildeo social

trazendo uma maior independecircncia para a crianccedila portadora de Paralisia

Cerebral

Palavras Chave Paralisia Cerebral Exerciacutecios Aquaacuteticos Funccedilatildeo Social

habilidades manuais

5

THE PROCESS TEACHES-LEARNING IN MODERATE AND SEVERE

CEREBRAL PALSY PEOPLE SUBMITTED THE PRACTICE OF AQUATIC

PHYSICAL ACTIVITIES

ABSTRACT Back Ground the Cerebral Palsy (PC) cases have increased in

the last decades in all the world In Brazil if esteem that exists about 30000 the

40000 new cases to each year The CP affects the central nervous system

being that the disability allied predominantly to the sensoriomotor part with riots

of muscular tonus position and involuntary movement Objective to evaluate

the area of the social function in cerebral palsy carriers submit to one program

of aquatic physical activities adopting itself Pediatric Evaluation of Disability

Inventory ndash PEDI and manual abilities Materials and Methods carrying 21

children with Cerebral Palsy had been followed in spastic and athetoid

predominant manifestations with age varying of six years and three months the

twelve years and seven months The evaluation of the social function in that if it

relates to the assistance of the adult and its improvement before and after the

practical one of aquatic physical exercises was used for the evaluation the

Pediatric Evaluation Disability Inventory - PEDI in the part of social function

was used and manual abilities scale Results it had significant improvements

in the social part of the social function in the pupils who had been submitted the

aquatic physical activities Discussion and Conclusion the results found in

the study infer trends in the direction of that the practical one of aquatic

physical exercises demonstrates indications of contribution in the motor

improvement with consequent improvement in the social function bringing a

bigger independence for the carrying child of Cerebral Palsys

Key Words cerebral palsy aquatic exercises social function manual abilities

6

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Propoacutesito de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada 16

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados dos Sujeitos 22

Tabela 2 Anaacutelise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos 27

8

LISTA DE ABREVIATURAS

FC ndash Frequecircncia Cardiacuteaca

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutesitica

PC ndash Paralisia Cerebral

PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory

WHO - World Health Organization

9

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 10

1 OBJETIVO 13

11 Objetivos Gerais 13

12 Objetivos Especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 Justificativa e Relevacircncia 14

22 O Portador de Necessidades Especiais 14

23 O Portador de Paralisia Cerebral 17

24 O Meio Aquaacutetico 19

3 METODOLOGIA 21

31 Amostra 21

32 Instrumentos 21

33 Procedimentos 23

34 Estatiacutestica 24

4 RESULTADOS 25

5 DISCUSSAtildeO 26

CONCLUSAtildeO 28

REFEREcircNCIAS 29

ANEXO ldquoArdquo (PediatricEvaluation of Disability Inventory ndash PEDI) 34

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 5: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

5

THE PROCESS TEACHES-LEARNING IN MODERATE AND SEVERE

CEREBRAL PALSY PEOPLE SUBMITTED THE PRACTICE OF AQUATIC

PHYSICAL ACTIVITIES

ABSTRACT Back Ground the Cerebral Palsy (PC) cases have increased in

the last decades in all the world In Brazil if esteem that exists about 30000 the

40000 new cases to each year The CP affects the central nervous system

being that the disability allied predominantly to the sensoriomotor part with riots

of muscular tonus position and involuntary movement Objective to evaluate

the area of the social function in cerebral palsy carriers submit to one program

of aquatic physical activities adopting itself Pediatric Evaluation of Disability

Inventory ndash PEDI and manual abilities Materials and Methods carrying 21

children with Cerebral Palsy had been followed in spastic and athetoid

predominant manifestations with age varying of six years and three months the

twelve years and seven months The evaluation of the social function in that if it

relates to the assistance of the adult and its improvement before and after the

practical one of aquatic physical exercises was used for the evaluation the

Pediatric Evaluation Disability Inventory - PEDI in the part of social function

was used and manual abilities scale Results it had significant improvements

in the social part of the social function in the pupils who had been submitted the

aquatic physical activities Discussion and Conclusion the results found in

the study infer trends in the direction of that the practical one of aquatic

physical exercises demonstrates indications of contribution in the motor

improvement with consequent improvement in the social function bringing a

bigger independence for the carrying child of Cerebral Palsys

Key Words cerebral palsy aquatic exercises social function manual abilities

6

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Propoacutesito de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada 16

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados dos Sujeitos 22

Tabela 2 Anaacutelise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos 27

8

LISTA DE ABREVIATURAS

FC ndash Frequecircncia Cardiacuteaca

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutesitica

PC ndash Paralisia Cerebral

PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory

WHO - World Health Organization

9

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 10

1 OBJETIVO 13

11 Objetivos Gerais 13

12 Objetivos Especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 Justificativa e Relevacircncia 14

22 O Portador de Necessidades Especiais 14

23 O Portador de Paralisia Cerebral 17

24 O Meio Aquaacutetico 19

3 METODOLOGIA 21

31 Amostra 21

32 Instrumentos 21

33 Procedimentos 23

34 Estatiacutestica 24

4 RESULTADOS 25

5 DISCUSSAtildeO 26

CONCLUSAtildeO 28

REFEREcircNCIAS 29

ANEXO ldquoArdquo (PediatricEvaluation of Disability Inventory ndash PEDI) 34

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 6: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

6

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Propoacutesito de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada 16

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados dos Sujeitos 22

Tabela 2 Anaacutelise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos 27

8

LISTA DE ABREVIATURAS

FC ndash Frequecircncia Cardiacuteaca

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutesitica

PC ndash Paralisia Cerebral

PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory

WHO - World Health Organization

9

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 10

1 OBJETIVO 13

11 Objetivos Gerais 13

12 Objetivos Especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 Justificativa e Relevacircncia 14

22 O Portador de Necessidades Especiais 14

23 O Portador de Paralisia Cerebral 17

24 O Meio Aquaacutetico 19

3 METODOLOGIA 21

31 Amostra 21

32 Instrumentos 21

33 Procedimentos 23

34 Estatiacutestica 24

4 RESULTADOS 25

5 DISCUSSAtildeO 26

CONCLUSAtildeO 28

REFEREcircNCIAS 29

ANEXO ldquoArdquo (PediatricEvaluation of Disability Inventory ndash PEDI) 34

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 7: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados dos Sujeitos 22

Tabela 2 Anaacutelise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos 27

8

LISTA DE ABREVIATURAS

FC ndash Frequecircncia Cardiacuteaca

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutesitica

PC ndash Paralisia Cerebral

PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory

WHO - World Health Organization

9

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 10

1 OBJETIVO 13

11 Objetivos Gerais 13

12 Objetivos Especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 Justificativa e Relevacircncia 14

22 O Portador de Necessidades Especiais 14

23 O Portador de Paralisia Cerebral 17

24 O Meio Aquaacutetico 19

3 METODOLOGIA 21

31 Amostra 21

32 Instrumentos 21

33 Procedimentos 23

34 Estatiacutestica 24

4 RESULTADOS 25

5 DISCUSSAtildeO 26

CONCLUSAtildeO 28

REFEREcircNCIAS 29

ANEXO ldquoArdquo (PediatricEvaluation of Disability Inventory ndash PEDI) 34

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 8: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

8

LISTA DE ABREVIATURAS

FC ndash Frequecircncia Cardiacuteaca

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutesitica

PC ndash Paralisia Cerebral

PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory

WHO - World Health Organization

9

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 10

1 OBJETIVO 13

11 Objetivos Gerais 13

12 Objetivos Especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 Justificativa e Relevacircncia 14

22 O Portador de Necessidades Especiais 14

23 O Portador de Paralisia Cerebral 17

24 O Meio Aquaacutetico 19

3 METODOLOGIA 21

31 Amostra 21

32 Instrumentos 21

33 Procedimentos 23

34 Estatiacutestica 24

4 RESULTADOS 25

5 DISCUSSAtildeO 26

CONCLUSAtildeO 28

REFEREcircNCIAS 29

ANEXO ldquoArdquo (PediatricEvaluation of Disability Inventory ndash PEDI) 34

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 9: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

9

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 10

1 OBJETIVO 13

11 Objetivos Gerais 13

12 Objetivos Especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 14

21 Justificativa e Relevacircncia 14

22 O Portador de Necessidades Especiais 14

23 O Portador de Paralisia Cerebral 17

24 O Meio Aquaacutetico 19

3 METODOLOGIA 21

31 Amostra 21

32 Instrumentos 21

33 Procedimentos 23

34 Estatiacutestica 24

4 RESULTADOS 25

5 DISCUSSAtildeO 26

CONCLUSAtildeO 28

REFEREcircNCIAS 29

ANEXO ldquoArdquo (PediatricEvaluation of Disability Inventory ndash PEDI) 34

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 10: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

10

INTRODUCcedilAtildeO

Neste trabalho vamos abordar o Programa Novos Horizontes que visa a

inclusatildeo e a potencializaccedilatildeo no processo cognitivo atraveacutes das atividades

fiacutesicas e da recreaccedilatildeo tendo como parceiros os portadores de necessidades

especiais e socialmente menos favorecidos notadamente os portadores de

Paralisia Cerebral (PC) severa A inclusatildeo vem sendo um novo paradigma de

pensamento e de accedilatildeo no sentido de incluir todos os indiviacuteduos em uma

sociedade na qual a diversidade estaacute se tornando mais normal que exceccedilatildeo

Inclusatildeo pode ser verificada por vaacuterios acircngulos inclusive pela parte social que

nada mais eacute que aceitar o portador de necessidades especiais sem restriccedilotildees e

preconceitos Interagir diretamente com o portador de necessidade especial

ajudando-o com a atenccedilatildeo necessaacuteria

O objetivo do ensino inclusivo a portadores de necessidades especiais e

neste caso com destaque especial para os portadores de Paralisia Cerebral

poderia ser definido como uma forma de servir adequadamente a todas as

pessoas e alunos respeitando as diferenccedilas e a limitaccedilatildeo de todos e

potencializando o processo ensino aprendizagem bem como proporcionando

uma inclusatildeo mais efetiva Neste ao abordarmos a praacutetica de atividades fiacutesicas

como um fator motivador para a potencializaccedilatildeo da inclusatildeo e da melhora no

processo cognitivo verifica-se que em pessoas consideradas normais admite-

se que as atividades fiacutesicas tenderiam a gerar conforto liberdade maior

autonomia no se locomover sem contar outras melhoras de fatores fiacutesicos

psicoloacutegicos e emocionais ao praticante

Neste sentido o esporte se torna uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo natildeo

somente social mas uma forma de motivaccedilatildeo da valorizaccedilatildeo do eu como uma

das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito agrave inserccedilatildeo A

possibilidade de uma maior autonomia e ateacute independecircncia atraveacutes da praacutetica

de atividades fiacutesicas tende a permitir ao indiviacuteduo se tornar incluiacutedo agrave

sociedade e possibilitando que as diferenccedilas sejam minimizadas

potencializando com isso uma melhora no processo cognitivos deste segmento

Dessa forma o portador de necessidade especial deixa de ser tratado como

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 11: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

11

inferior subalterno e sem valor Este sofrimento imposto socialmente pode

impedir a vivecircncia de emoccedilotildees de desejos e necessidades A inclusatildeo social

permitiria uma afetividade que constitui assim como a motivaccedilatildeo a base

afetivo-volitiva que configuraria o pensar o agir e o sentir deste indiviacuteduo

No relato do programa desenvolvido pelos Bombeiros denominado

ldquoNovos Horizontesrdquo que atende indiviacuteduos portadores de necessidades

especiais em atividades aquaacuteticas de forma inteiramente gratuita verificou-se

que a primeira parte afetada nas pessoas portadoras de necessidades

especiais tende a ser justamente a parte psicoloacutegica A partir do momento em

que haacute a perspectiva de uma melhora da auto-estima e da possibilidade de

adquirir novas qualidades ou melhoras fiacutesicas torna o indiviacuteduo menos isolado

da sociedade e inserido no contexto do conviacutevio social e no meio inclusive

escolar Isto gera uma mudanccedila de postura diante do que eles conheciam ou

ateacute mesmo o acesso aos direitos de cidadania As atividades fiacutesicas

inicialmente desenvolvidas foram agraves atividades aquaacuteticas e a praacutetica de

Basquete para cadeirantes tendo em vista o ambiente jaacute existente no quartel

do 3deg Batalhatildeo de Bombeiros Militar

O esporte e a atividade fiacutesica por si soacute tem o intuito natildeo somente de

promover uma qualidade de vida melhor mas de preparar o indiviacuteduo para a

vida Prepara a pessoa para as ldquocompeticcedilotildeesrdquo do dia a dia e principalmente a

reconhecer seus limites a tentar vencecirc-los e a saber como assimilar as

vitoacuterias e as supostas derrotas que a vida acaba por impor a todas as pessoas

Os modelos apresentados nos meios de comunicaccedilatildeo tendem a um indiviacuteduo

com formas fiacutesicas mais perfeitas e com qualidades intelectuais mais elevadas

Isto pode ser explicado pela formaccedilatildeo de modelos padrotildees de comportamento

de tipos fiacutesicos e ateacute da utilizaccedilatildeo a qualquer preccedilo inclusive atraveacutes de

intervenccedilotildees ciruacutergicas e o uso de substacircncias ilegais em justificativa a uma

melhor esteacutetica Esteacutetica esta que tende a valorizaccedilatildeo daquilo que chamamos

de vaidade em nome da aceitaccedilatildeo individual pela sociedade Logicamente as

diferenccedilas individuais tecircm sido desrespeitadas natildeo somente do ponto de vista

fiacutesico mas tambeacutem do ponto de vista social Este desrespeito atua como um

catalisador desencadeante da acentuaccedilatildeo das diferenccedilas tornando-as fatores

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 12: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

12

de uma exclusatildeo cada vez maior Assim devemos ter consciecircncia que

devemos tratar o portador de necessidade especial como outra qualquer sem

preconceito que deve ser aceito como pessoa como cidadatildeo com direitos e

deveres como outro qualquer na nossa sociedade O preconceito eacute entatildeo a

inabilidade que seguida de carga afetiva negativa ainda potencializa as

diferenccedilas de forma pejorativa pois que gera accedilotildees e tratamentos

diferenciados segregacionistas excludentes impelindo o diferente ao

abandono ao encarceramento e ateacute ao extermiacutenio Eacute um alerta sobre a

urgecircncia de uma conscientizaccedilatildeo social desde a mais tenra idade para se

combater o preconceito e a ignoracircncia que leva o indiviacuteduo ao isolamento por

serem vistos como diferentes e incapazes de fazerem alguma coisa uacutetil

O homem destituiacutedo de preconceitos e cocircnscio da multiplicidade da

condiccedilatildeo humana reconhece e corrobora num futuro as contribuiccedilotildees

daqueles indiviacuteduos e de sua proacutepria rumo a busca de formas outras para a

adaptaccedilatildeo dos excluiacutedos agrave sociedade quanto agrave sociedade a elas Deve-se

assim criar para elas maiores possibilidades facilitando suas entradas na

sociedade pois a inclusatildeo natildeo soacute infunde e propicia mas tambeacutem

fundamenta elabora e assegura relaccedilotildees

Nunca se ouviu falar tanto em doenccedilas depressivas anguacutestia

isolamento como nos uacuteltimos tempos Isto tem ocorrido com pessoas

consideradas normais e com a tendecircncia de ser mais acentuada em pessoas

com necessidades especiais Por outro lado agraves leis tendem a ser mais

inclusivas procurando respeitar as diferenccedilas e promover um conviacutevio mais

ameno entre as pessoas de forma mais harmoniosa Se for levado em conta

que natildeo existe um indiviacuteduo igual ao outro e todos apresentam limitaccedilotildees

sejam em que niacutevel for ou seja esteacuteticas fiacutesicas intelectuais sociais dentre

outros a sociedade teria que ser obrigatoriamente inclusiva O desafio eacute

estender e ao mesmo tempo ter em mente que o principal propoacutesito eacute facilitar

a aprendizagem e o ajustamento de todos os alunos cidadatildeos do futuro

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 13: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

13

1 OBJETIVO

11 Objetivos Gerais

Avaliar os efeitos das atividades fiacutesicas sobre portadores de Paralisia

Cerebral severa

12 Objetivos Especiacuteficos

O objetivo do presente estudo foi a avaliaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem no que se refere agrave funccedilatildeo social na funcionalidade e na

habilidade de manusear papel e laacutepis em crianccedilas portadores de Paralisia

Cerebral submetidas a um programa de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 14: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

14

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 Justificativa e Relevacircncia

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IGBE) Censo

Demograacutefico (2000) regionalmente as deficiecircncias concentram-se em maior

nuacutemero no Nordeste do Brasil (168) e forma o menor grupo na regiatildeo

Sudeste (131) A taxa brasileira eacute de 145 perfazendo um total de 245

milhotildees de deficientes no Brasil As deficiecircncias estatildeo assim distribuiacutedas

Neste sentido verifica-se que a estimativa segundo o IBGE (2005)

estimou a populaccedilatildeo Brasileira em mais de 185 milhotildees sendo que no ano de

2000 a populaccedilatildeo girava em torno dos 170 milhotildees ou seja a se manter o

mesmo percentual atualmente o nuacutemero de indiviacuteduos com necessidades

especiais seria superior a 265 milhotildees de pessoas Do exposto verifica-se que

accedilotildees voltadas para a inclusatildeo e potencializaccedilatildeo do processo ensino-

aprendizagem vatildeo muito aleacutem de leis inclusivas e de adequaccedilatildeo arquitetocircnicas

de locais puacuteblicos As accedilotildees teriam de ser voltadas para a potencializaccedilatildeo da

inclusatildeo e do processo ensino-aprendizado visando construir uma sociedade

mais evoluiacuteda em que todos pudessem e soubessem conviver com as

diferenccedilas pertinentes a todos noacutes seres humanos

22 O Portador de Necessidades Especiais

O objetivo do programa eacute utilizar a atividade fiacutesica de acordo com a

proposta de Melhen (2003) e natildeo como simplesmente uma atividade que visa a

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista A educaccedilatildeo fiacutesica para todos

tem como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer socializaccedilatildeo

recreaccedilatildeo e sauacutede

O propoacutesito de um programa de educaccedilatildeo fiacutesica adaptada segundo

Winnick (2004) visa estabelecer uma direccedilatildeo um rumo devendo ser coerente

com objetivos definidos sendo adequados ao desenvolvimento como um todo

tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realizaccedilatildeo A auto-

realizaccedilatildeo por sua vez tende a melhorar o desenvolvimento pessoal trazendo

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 15: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

15

benefiacutecios agraves sociedades a partir do momento em que haacute uma diminuiccedilatildeo das

desigualdades ou ateacute mesmo uma melhor convivecircncia e respeito agraves diferenccedilas

individuais Segundo Sherril (1998) o humanismo eacute uma filosofia que ajuda as

pessoas a se tornarem plenamente humanas permitindo assim a realizaccedilatildeo de

seu potencial para fazer do mundo o melhor lugar possiacutevel para todas as

formas de vida

Nesta perspectiva Figueiredo e Ribas () ressalta que a proacutepria realidade

material eacute diversa Cada pessoa eacute fisicamente e ateacute diriacuteamos mentalmente

socialmente e eticamente diferente

Todas as pessoas normalmente apresentam diferentes alturas cor da

pele cor e forma dos olhos religiosidade conhecimentos culturais dentre

outros Entatildeo o autor conclui que temos todos caracteriacutesticas diferentes e

proacuteprias de cada um

De acordo com Wallon (1981) a atividade do homem eacute inconcebiacutevel

sem o meio social Neste sentido a inter-relaccedilatildeo homem x sociedade se torna

cada vez mais traumaacutetico O programa executado pelos Bombeiros segue

basicamente o organograma abaixo (Figura 1) (WINNICK 2004)

Declaraccedilatildeo de Propoacutesito

Aspiraccedilatildeo de educaccedilatildeo

Fiacutesica (aspiraccedilatildeo do programa)

Metas

Metas do

Conteuacutedo

Fonte Adaptado de Winnick (2004)

Auto Realizaccedilatildeo

Indiviacuteduo Fisicamente Educado

Pisicomotor

Afetiva Cognitivo

Aptidatildeo Fiacutesica

Habilidades Motoras E desenvolvimento

Motor Ritmo e Danccedila

Esportes Aquaacuteticos

Jogos e Esporte

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 16: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

16

Figura 1 Modelo de Propoacutesitos de Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Adaptada

Ao tentarmos estabelecer um paracircmetro e definir procedimentos sem

contudo respeitar as diferenccedilas em todos os niacuteveis pessoais e sociais

provocamos uma forma exclusiva de viver A histoacuteria nos tem mostrado que em

nossa sociedade o diferente por natildeo ser conhecido eacute muitas vezes intolerado

inaceitaacutevel e natildeo passiacutevel de convivecircncia gerando a estranheza de relaccedilatildeo

que infringe espaccedilos e incrusta preconceitos equivocados

A inclusatildeo eacute um ato democraacutetico de cidadania porque atinge a todos e

mais deflagra uma urgecircncia na modificaccedilatildeo de noacutes mesmos para aceitaccedilatildeo

dos ldquodiferentes da genterdquo propelindo-nos a compreensatildeo plena de sua

afetividade e desejos admitindo sua capacidade intelectual e incitando-nos a

trazecirc-los ao conviacutevio social

Os portadores de necessidades especiais principalmente na oacutetica dos

Bombeiros natildeo satildeo portadores de uma deficiecircncia fiacutesica mas sim pessoas que

possuem algo diferente daquilo que socialmente consideram como padratildeo

Neste diapasatildeo todos possuem necessidades especiais pois possuiacutemos algo

algum comportamento ou diferenccedilas fiacutesicas que nos fazem uacutenicos e diferentes

uns dos outros e isto foi o norte do programa Atualmente natildeo se pode falar

mais em desenvolvimento de sociedade sem falar do desenvolvimento de seus

cidadatildeos

Enfim o ldquodiferenterdquo eacute pessoa tanto a qualquer um de noacutes eacute complexo

preciosos Que ama e quer ser amado que sente prazer Erra e constroacutei Que

chora sente raiva e felicidade Que quer fazer parte pois eacute parte da sociedade

mas que precisa deixar de ser segregado em partes da sociedade Eacute membro

de um todo e este todo precisa aceita-lo como parte indispensaacutevel do todo

Sendo assim inclusatildeo pode ser um proliacutefero caminho Jaacute para Souza (1994) a

educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporciona uma facilidade de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 17: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

17

Juan Palan (1988) enfatiza que a meta maior dos esportes eacute o bem estar social

para todos os deficientes do mundo Isto com a finalidade de conquistarem os

mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os demais seres humanos

Neste sentido o Corpo de Bombeiros utilizou o esporte como uma

atividade da sauacutede e natildeo como uma forma de competiccedilatildeo O objetivo entatildeo

como mencionado eacute propor uma forma de inclusatildeo e inserccedilatildeo para portadores

de alguma necessidade especial e socialmente menos favorecido atraveacutes da

praacutetica de atividades fiacutesicas O foco principal eacute a parte afetiva e o ato prazeroso

pela praacutetica esportiva proporcionando uma maior possibilidade da melhora da

auto-estima desenvolvimento fiacutesico diminuiccedilatildeo dos preconceitos e da falta de

sensibilidade da sociedade pelos problemas que a cercam seja em quais

niacuteveis forem ou seja sociais fiacutesicos dentre outros

23 O Portador de Paralisia Cerebral

Nos paiacuteses considerados desenvolvidos a Paralisia Cerebral (PC) tem

apresentado prevalecircncia de casos considerados moderados e severos com

incidecircncia indicada de cerca de 15 a 25 por grupo de 1000 nascimentos

(DZIENKOWSKI et al 1996 PIOVESANA 2002) Jaacute no Brasil se estima que

ocorram cerca de 30000 a 40000 novos casos de Paralisia Cerebral a cada

ano (CARVALHO 1997) Em outros paiacuteses considerados em vias de

desenvolvimento a incidecircncia pode chegar a sete casos por 1000

nascimentos (DIAMENT 1996)

A paralisia Cerebral segundo a World Health Organization ndash WHO

(1999) eacute denominada tambeacutem como encefalopatia crocircnica natildeo progressiva da

infacircncia Os distuacuterbios se caracterizam pela falta de controle sobre os

movimentos isto devido a modificaccedilotildees adaptativas musculares comprimento

muscular e ateacute com deformaccedilotildees oacutesseas (SHEPHERD 1996)

A PC seria uma disfunccedilatildeo predominantemente sensoriomotora

envolvendo distuacuterbios no tocircnus muscular postura e movimentaccedilatildeo voluntaacuteria

(WHO 1999)

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 18: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

18

O quadro tende a comprometer o processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e com

possibilidade prejudicar atividades cotidianas bem como o processo de ensino-

aprendizagem tendo em vista a dificuldade de estas crianccedilas serem

estimuladas durante o seu desenvolvimento (LEPAGE NOREAU e BERANRD

1998 WILSON 1991)

Por outro lado a patologia ocorreria no periacuteodo em que a crianccedila

apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento podendo comprometer o

processo de aquisiccedilatildeo de habilidades e por conseguinte interferindo a

processo cognitivo (WILSON 1991)

A gravidade do comprometimento neuromotor de uma crianccedila com

Paralisia Cerebral pode ser caracterizada como leve moderada ou severa e a

gravidade apresenta relaccedilatildeo direta com o meio de locomoccedilatildeo da crianccedila

(PALISANO et al 1997 PETERSEN KUBE e PALMER 1998) Para WHO

(1999) a Paralisia Cerebral pode tambeacutem resultar em incapacidade como

limitaccedilotildees no desempenho de atividades e tarefas cotidianas bem como pode

trazer atrasos no processo ensino aprendizado das crianccedilas com tal patologia

Estas tarefas tidas como cotidianas incluiriam atividades de auto-

cuidado como alimentar-se sozinho tomar banho e vestir-se ou atividades de

mobilidade como capacidade de levantar da cama pela manhatilde e ir ao banheiro

jogar bola e andar de bicicleta aleacutem das atividades de caracteriacutesticas sociais e

cognitivas como brincar com brinquedos com outras crianccedilas e ateacute frequumlentar

a escola (BUTLER 1995 PELLEGRINO 1995)

Jaacute se levarmos em consideraccedilatildeo o modelo de classificaccedilatildeo proposto

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede a PC pode apresentar consequumlecircncias

variadas No que se refere agrave funccedilatildeo de oacutergatildeos e sistemas a paralisia cerebral

geralmente interfere no funcionamento normal do sistema muacutesculo-esqueleacutetico

Assim as caracteriacutesticas associadas a PC podem incluir distuacuterbios de tocircnus

muscular na postura e na movimentaccedilatildeo voluntaacuteria (WHO 1999)

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 19: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

19

24 O Meio Aquaacutetico

Neste sentido a aacutegua seria facilitadora uma vez que pelo Principio de

Arquimedes exerceria uma forccedila de baixo para cima igual ao volume

deslocado subtraindo o seu peso e isto tende a promover uma flutuaccedilatildeo que

seria utilizada para proporcionar um maior relaxamento e fortalecimento inicial

para os muacutesculos mais fracos maior mobilidade articular um stress

biomecacircnico menor auxiacutelio e resistecircncia aos movimentos uma vez que diminui

a sobrecarga mas por outro lado tem uma resistecircncia maior do que a do ar (DI

MASI 2003 PAULO 1994) A aacutegua ainda estimularia a circulaccedilatildeo perifeacuterica

facilitando o retorno venoso e melhoraria a respiraccedilatildeo oferecendo um efeito

massageador estimulando uma melhor contraccedilatildeo muscular o que promoveria

uma melhora na postura (CAMPION 2000) O conjunto de respostas

cardiovasculares agrave imersatildeo incluindo bradicardia vasoconstriccedilatildeo perifeacuterica e

desvio preferencial do sangue para aacutereas vitais eacute coletivamente conhecido

como reflexo de mergulho (RUOTI MORRIS e COLE 2000) O reflexo de

mergulho ocorreria de vaacuterias maneiras inclusive durante exerciacutecios e terapias

aquaacuteticas Uma resposta imediata agrave imersatildeo em aacutegua fria seria o aumento do

metabolismo evidenciado por um aumento no consumo de Oxigecircnio (RUOTI

MORRIS e COLE 2000) A aacutegua se apresentaria como um meio uacutenico para a

realizaccedilatildeo de exerciacutecios e algumas respostas ao exerciacutecio na aacutegua seria

melhores do que aquelas em terra para portadores de Paralisia Cerebral

(KELLY e DARRAH 2005) Durante o exerciacutecio dinacircmico leve e moderado na

aacutegua o metabolismo seria basicamente aeroacutebico promovendo uma melhora na

respiraccedilatildeo (KELLY e DARRAH 2005)

Atividades com a aacutegua na altura do peito haveria um aumento da pressatildeo

hidrostaacutetica nas paredes do peito e abdominais durante a respiraccedilatildeo (BATES e

HANSON 1998) A aacutegua faz resistecircncia respiraccedilatildeo principalmente em

pacientes com baixa capacidade vital dentre outros Atividades aquaacuteticas

aliadas a exerciacutecios respiratoacuterios como respiraccedilatildeo na aacutegua (fazer borbolhas)

satildeo beneacuteficos aos pacientes que tenham problemas respiratoacuterios (KELLY e

DARRAH 2005)

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 20: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

20

Durante os exerciacutecios haacute uma expiraccedilatildeo forccedilada (FARINATTI e MONTEIRO

1992) Isto pode ser potencializado em trabalhos na aacutegua O programa de

nataccedilatildeo apresentou respostas melhores que outros tipos de atividades fiacutesicas

para portadores de PC consistindo em um exerciacutecio respiratoacuterio eficiente

(HUTZLER et al 1998) No mesmo sentido outros estudos tecircm demonstrado

que atividades feitas de forma continuada e mais intensa tecircm demonstrado

melhoras na mobilidade de portadores de PC (ODMAN e OBERG 2005)

A atividade na aacutegua seria a melhor de todas as formas de exerciacutecios

sustentando que a nataccedilatildeo eacute um exerciacutecio excelente para restaurar e manter o

condicionamento de muitas condiccedilotildees sendo um meio valioso para recreaccedilatildeo

esporte e melhora em aspectos cognitivos devido aos fatores aliados a

melhoras na parte cognitiva e em relaccedilatildeo a atenccedilatildeo e o meio liacutequido seria

propiacutecio a isto (CAMPION 2000) Outros facilitadores relacionados ao meio

liacutequido eacute o fato de a aacutegua ser 770 vezes mais densa que o ar quanto mais

imerso estaacute agrave parte do corpo na aacutegua menor eacute a sobrecarga acarretada a

Frequumlecircncia Cardiacuteaca (FC) se apresentou menor que exerciacutecios em terra

acabando por proporcionar uma situaccedilatildeo de maior mobilidade e beneacutefica para

portadores de PC dentre outros benefiacutecios jaacute citados (DI MASI 2003 KELLY e

DARRAH 2005)

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 21: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

21

3 METODOLOGIA

31 Amostra

Foram avaliadas 50 crianccedilas sendo que permaneceram 27 com idade

compreendendo entre seis anos e trecircs meses e doze anos e sete meses

sendo 11 do sexo feminino e 16 do sexo masculino com idade meacutedia de 921

anos plusmn 194 portadoras de Paralisia Cerebral severa e principalmente na

predominacircncia das manifestaccedilotildees espaacutestica e atetosa (Tabela 1)

Tabela 1 Dados dos Sujeitos

Ocorrecircncia (anos)

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) 856 plusmn 189

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - masculino 855 plusmn 196

Idade (meacutedia plusmn desvio padratildeo) - feminino 858 plusmn 185

Sexo (homens mulheres) () 16 (593) 11 (407)

Participaram do estudo crianccedilas que apresentassem distuacuterbios

associados (retardo mental epilepsia deacuteficit sensorial) O criteacuterio para

classificar a severidade das crianccedilas com paralisia cerebral foi baseado no

meio de locomoccedilatildeo

Para participaccedilatildeo no estudo os criteacuterios de inclusatildeo foram ter diagnoacutestico

definitivo de Paralisia Cerebral severa ou seja a classificaccedilatildeo foi natildeo se

locomover (eg fazer uso de cadeira de rodas) (PALISANO et al 1997)

Para a coleta de dados foram observados os instrumentos eacuteticos com a

assinatura de consentimento por parte dos responsaacuteveis pelos sujeitos Os

responsaacuteveis pelos alunos forma informados da pesquisa e esta obedeceu aos

criteacuterios da Resoluccedilatildeo 196 do Conselho Nacional de Sauacutede em concordacircncia

com a Declaraccedilatildeo de Hensinke 1975 e adendo de 2000

32 Instrumentos

Os materiais utilizados foram uma piscina de 25 x 125 m com

profundidade meacutedia de 15 m natildeo aquecida do Corpo de Bombeiros aleacutem de

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 22: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

22

ldquoaqua tuberdquo ldquopull boacuteiardquo pranchas e outros apetrechos destinados a praacutetica de

atividades aquaacuteticas

Os alunos foram submetidos agrave avaliaccedilatildeo com relaccedilatildeo agraves habilidades manuais

de manipular papel e laacutepis sendo que se o aluno natildeo conseguisse manipular

receberia nota ldquo1rdquo Se conseguisse fazer a apreensatildeo da matildeo amassando o

papel teria ldquo2rdquo caso o aluno conseguisse rasgar o papel obteria ldquo3rdquo em o aluno

conseguindo segurar o laacutepis teria score ldquo4rdquo e conseguindo firmar o laacutepis e fazer

algum tipo de marca no papel alcanccedilaria valor ldquo5rdquo Na avaliaccedilatildeo das

habilidades manuais com laacutepis e papel quanto maior a nota maior a habilidade

de manipular ou manusear os materiais

Para classificaccedilatildeo das crianccedilas quanto a gravidade da PC seraacute utilizado o

Sistema de Classificaccedilatildeo da Funccedilatildeo Motora Grossa para Paralisia Cerebral

(GMFCS) eacute dividido em cinco niacuteveis que classificam a crianccedila a depender de

sua idade e das atividades motoras que consegue realizar principalmente a

marcha Utilizou-se nesta pesquisa os niacuteveis I (crianccedila tem marcha sem

auxiacutelio e sem limitaccedilatildeo) II (quando possui alguma limitaccedilatildeo na marcha) e III

(utiliza meio auxiliar para a marcha ou seja marcha com auxiacutelio) (PALISANO

et al 1997 GORTER et al 2004)

Os alunos ainda seratildeo submetidos ao Inventaacuterio ldquoPediatric Evaluation of

Disability Inventory ndash PEDIrdquo (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000) O PEDI eacute

uma avaliaccedilatildeo uacutetil para vaacuterios profissionais da aacuterea da sauacutede Ele eacute realizado

atraveacutes de entrevista com pais ou responsaacuteveis que possam informar sobre o

desempenho funcional em casa de crianccedilas entre seis meses e sete anos e

meio Esse teste eacute dividido em trecircs escalas que possibilitam avaliar

1 As habilidades funcionais informa o que a crianccedila eacute capaz de executar

sendo escore ldquozerordquo se natildeo for capaz de desempenhar a atividade ou ldquoumrdquo se

for capaz de desempenhar

2 O niacutevel de assistecircncia do cuidador mede a extensatildeo de ajuda em situaccedilotildees

tiacutepicas do dia-a-dia

3 A frequumlecircncia de modificaccedilotildees utilizadas para o desempenho das tarefas

funcionais (MANCINI et al 2004 OLIVEIRA e CORDANI 2002 ALLEGRETTI et

al 2002 MANCINI 2005)

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 23: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

23

No PEDI quanto maior a pontuaccedilatildeo maior a independecircncia ou seja menor o

niacutevel de comprometimento do sujeito

O PEDI avalia aspectos funcionais do desenvolvimento de crianccedilas com idades

entre 6 meses e 7 anos e meio em trecircs aacutereas de desempenho auto-cuidado

mobilidade e funccedilatildeo social Este teste pode ser usado para crianccedilas com

idades superiores a 7 anos e meio caso seu desenvolvimento funcional

encontre-se dentro da faixa etaacuteria proposta como eacute o caso dos portadores de

Paralisia Cerebral (HALEY et al 1992 HALEY et al 2000 MANCINI 2005)

A parte ldquo1rdquo possui trecircs aacutereas de desempenho autocuidado mobilidade e

funccedilatildeo social totalizando 197 itens A aacuterea de autocuidado (73 questotildees) que

satildeo divididas em alimentaccedilatildeo (14 itens) higiene pessoal (14 itens) banho (10

itens) vestir (20 itens) uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10

itens) A mobilidade (59 questotildees) eacute dividida em transferecircncia (24 itens)

locomoccedilatildeo em ambientes internos (13 itens) e externos (12 itens) e uso de

escadas (10 itens) A dimensatildeo funccedilatildeo social (65 questotildees) reflete as questotildees

relativas agrave comunicaccedilatildeo (20 itens) resoluccedilatildeo de problemas (5 itens) interaccedilatildeo

com colegas e adultos (10 itens) brincadeiras (5 itens) Auto-informaccedilatildeo (5

itens) Orientaccedilatildeo temporal (5 itens) tarefas domeacutesticas (5 itens) auto-

proteccedilatildeo (5 itens) funccedilatildeo comunitaacuteria (5 itens)

33 Procedimentos

O estudo foi realizado no periacuteodo de marccedilo a junho de 2009 tendo a

duraccedilatildeo de 16 semanas

A frequumlecircncia das aulas foram de duas vezes por semana com duraccedilatildeo

maacutexima 45 minutos cada os alunos tiveram a opccedilatildeo de fazer os exerciacutecios no

periacuteodo de 0700 agraves 1900 horas

Os sujeitos foram submetidos as avaliaccedilotildees antes de iniciarem os

trabalhos e apoacutes 16 semanas de atividades fiacutesicas aquaacuteticas

A avaliaccedilatildeo no preacute e no poacutes-teste foi feita pelo mesmo indiviacuteduo com

experiecircncia miacutenima de 10 testes anteriores aos realizados na pesquisa

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 24: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

24

34 Estatiacutestica

O tratamento estatiacutestico seraacute feito com relaccedilatildeo ao preacute e poacutes-teste sendo

utilizado o teste t para amostras emparelhadas e entre o GE e o GC atraveacutes do

teste t para aostra independentes Caso a amostra natildeo apresente normalidade

seraacute realizado o teste de Wilcoxon e Mann-Whitney respectivamente Seraacute

feita a verificaccedilatildeo da homogeneidade da amostra atraveacutes do teste de Shapiro

Wilk uma vez que a amostra seraacute inicialmente de 25 indiviacuteduos para cada

grupo Seraacute considerado um p lt 005 sendo a anaacutelise feita no programa SPSS

for Windows versatildeo 150

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 25: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

25

4 RESULTADOS

O teste adotado segundo Haley et al (2000) visa principalmente trecircs

aacutereas de desempenho como auto-cuidado mobilidade e funccedilatildeo social esta

uacuteltima que foi a aacuterea foco do estudo O teste eacute utilizado para crianccedilas de seis

meses a sete anos e meio de idade podendo ser utilizados para crianccedilas mais

velhas desde que portadoras de necessidades especiais dentre estas se

destaca a Paralisia Cerebral

Jaacute o teste destinado a verificar a habilidade de manusear laacutepis e papel

visou verificar a habilidade com os instrumentos destinados a escrita Os

resultados encontrados dentro da metodologia propostas estatildeo apresentados

na tabela 2

Tabela 2 Analise antes e depois da praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos

Variaacutevel N Antes (Meacutedia plusmn DP) Depois (Meacutedia plusmn DP

PEDI ndash funccedilatildeo social

Habilidade - papel e laacutepis

27

27

149 plusmn 21

232 plusmn 112

272 plusmn 25

321 plusmn 119

p lt 005

Comparando-se os dados antes e depois do iniacutecio do iniacutecio dos

exerciacutecios fiacutesicos verifica-se estatisticamente uma melhora no niacutevel da funccedilatildeo

social e na habilidade para manusear papel e laacutepis do grupo como um todo

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 26: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

26

5 DISCUSSAtildeO

A educaccedilatildeo fiacutesica e o esporte no contexto do processo da educaccedilatildeo do

indiviacuteduo teriam dentre outros objetivos os de recrear e resgatar a infacircncia e o

prazer pelo movimento Isto proporcionaria uma facilitaccedilatildeo de inserccedilatildeo no meio

social devido agrave reduccedilatildeo de preconceitos e da melhora na condiccedilatildeo de

aprendizagem (SOUZA 1994)

Por outro lado a praacutetica de exerciacutecios feita de forma intensiva poderia

prover uma maior eficiecircncia e melhora na funcionalidade em crianccedilas com

hemiplegia em funccedilatildeo da Paralisia Cerebral em todas as idades (GORDON

CHARLES e WOLF 2006)

A atividade fiacutesica seria uma accedilatildeo feita por todos com vistas a melhoras

motoras sociais e mentais e natildeo como simplesmente uma atividade que visa agrave

competiccedilatildeo e a educaccedilatildeo fiacutesica de forma elitista (MELHEM 2003) A educaccedilatildeo

fiacutesica para todos teria como caracteriacutestica a busca da alegria diversatildeo prazer

socializaccedilatildeo recreaccedilatildeo aprendizagem e sauacutede

Neste sentido jogos e brincadeiras poderiam facilitar o desenvolvimento

cognitivo e motor de crianccedilas com Paralisia Cerebral com melhora para a

coordenaccedilatildeo para o equiliacutebrio e agrave preensatildeo dos objetos com tendecircncias

tambeacutem melhora na atenccedilatildeo das crianccedilas com discriminaccedilatildeo e aprendizado

de cores (PERES 2004)

Os portadores de necessidades especiais tendem a se isolar e o

processo ensino aprendizagem em uacuteltima instacircncia seria uma forma de

sociabilizar o sujeito promovendo uma integraccedilatildeo deste com a sociedade em

que vive (ALFRED et al 1995) O indiviacuteduo somente trabalharia ou mesmo

existiria satisfatoriamente dentro de seu ambiente quase em relaccedilatildeo direta

com a sua habilidade e aceitaccedilatildeo de outras pessoas da capacidade dos outros

em aceitaacute-lo e de sua toleracircncia em aceitar a si proacuteprio A necessidade seria a

mesma para o portador de necessidades especiais poreacutem o meacutetodo eacute que se

encontraria alterado para este segmento (WINNICK 2004)

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 27: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

27

As atividades fiacutesicas tecircm se demonstrado um meio eficaz na melhora da

mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral (BRYANTON et al 2006

DUDGEON et al 2006)

Mesmo que se tentasse dissociar o aprendizado fiacutesico do mental isto no caso

dos portadores de paralisia cerebral natildeo seria o mais indicado uma vez que a

tentativa de se abordar simplesmente a parte cognitiva os estudos destes

sistemas cognitivos indicam que a paralisia motora seria um divisor entre o

aprender e o natildeo aprender Isto provoca um grande dilema no que se refere agrave

meacutetodos dissociados entre o fiacutesico e cognitivo Neste sentido a reabilitaccedilatildeo e

outras terapias deveriam se focar para restabelecer a aprendizagem

relacionada ao equiliacutebrio (KRISHNAN 2006)

Assim os resultados apresentados tendem a confirmar que em crianccedilas

com Paralisia Cerebral a tendecircncia de realizar atividades sociais estaacute presente

inclusive com uma rotina diaacuteria semelhante a das crianccedilas consideradas

normais (YNCH e HANSON 1992) As evidecircncias sobre o desempenho

funcional de crianccedilas consideradas normais jaacute eacute bem definido (BEE 1996

HERIZA 1991) e estes mesmos paracircmetros acabam por nortear o processo de

avaliaccedilatildeo e tratamento de crianccedilas portadoras de Paralisia Cerebral

(KNOBLOCH e PASSAMANICK 1990)

Este procedimento baseado em que a sequumlecircncia e o tempo do

desenvolvimento infantil poderiam ser semelhantes acaba por induzir a uma

melhora em relaccedilatildeo ao portador de PC (ATWATER 1991) Por outro lado a

crianccedila com Paralisia Cerebral tende a ser mais dependente e ter menor

participaccedilatildeo social (BROWN e GORDON 1987)

Outro ponto observado relacionado agrave parte social eacute que estudos tecircm

demonstrado que atividades fiacutesicas tendem a melhorar a participaccedilatildeo em

grupos considerados especiais notadamente os portadores de Paralisia

Cerebral (DUDGEON et al 2006)

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 28: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

28

CONCLUSAtildeO

Os resultados apresentados indicam que os exerciacutecios fiacutesicos mais

especificamente os feitos no ambiente aquaacutetico tendem a melhorar a funccedilatildeo

social e habilidades manuais em portadores de Paralisia Cerebral

As atividades fiacutesicas aquaacuteticas permitiram maior participaccedilatildeo uma vez que o

questionaacuterio utilizado avalia entre outros progressos as melhoras na resoluccedilatildeo

de problemas interaccedilatildeo com companheiros brincadeiras com objetos tarefas

domeacutesticas funccedilotildees comunitaacuterias e jogos sociais interativos

Isto demonstra que as atividades fiacutesicas aquaacuteticas foram importantes para o

processo ensino-aprendizagem e se apresenta como uma forma de promover

uma maior independecircncia maior habilidade manual com uma consequumlente

participaccedilatildeo social mais efetiva no portador de Paralisia Cerebral

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 29: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

29

7 REFEREcircNCIAS

ALFRED ND JEFFREY AMC CUBBIN LR RONALD CA Jogos esportes e

exerciacutecios para o deficiente fiacutesico (3 ed) Barueri Editora Manole Ltda

1985

ALLEGRETTI AL MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do desempenho

funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica espaacutestica

utilizando o Pediatric evaluation of disability inventory PEDI Temas

Desenvol 2002 11(64)5-11

ALLEGRETTI ALC MANCINI MC SCHWARTZMAN JS Estudo do

desempenho funcional de crianccedilas com paralisia cerebral dipareacutetica

espaacutestica utilizando o Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI)

Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)35-40

ATWATER SW Shold the normal motor developmental sequence be used as a

theorical model in pediatric physical therapy In Contemporary

management of motor control problems proceedings of II STEP

Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 89-93

BATES A HANSON N Exerciacutecios aquaacuteticos terapecircuticos Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 1998

BEE H A crianccedila em desenvolvimento (7 ed) Porto Alegre Artes Meacutedicas

1996

BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutescia - IBGE Censos e

Estimativas Brasiacutelia Ediccedilotildees Teacutecnicas 2000

BROWN M GORDON WA Impacto f impairment on activity patterns of

children Arch Phys Med Rehabil 1987 68 828-32

BRYANTON C BOSSE J BRIEN M MCLEAN J MCCORMICK A

SVEISTRUP H Feasibility motivation and selective motor control virtual

reality compared to conventional home exercise in children with cerebral

palsy Cyberpsychol Behav 2006 9(2)123-8

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 30: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

30

BUTLER C Outcomes that matter Dev Med Child Neurol 1995 37753-754

CAMPION MR Hidroterapia ndash princiacutepios e praacutetica Barueri Editora Manole

Ltda 2000

CARVALHO NS (Org) Mental deficiency Series present time Nr 3 Brasiacutelia

SEESPMEC 1997

DI MASI F Hidro propriedades fiacutesicas e aspectos fisioloacutegicos (2 ed) Rio de

Janeiro Editora Sprint Ltda 2003

DIAMENT A Encefalopatia crocircnicas da infacircncia (paralisia cerebral) In Diament

A Cypel S (eds) Neurologia infantil (3 ed) Satildeo Paulo Atheneu 1996

DUDGEON BJ TYLER EJ RHODES LA JENSEN MP Managing usual and

unexpected pain with physical disability a qualitative analysis Am J

Occup Ther 2006 60(1)92-103

DZIENKOWSKI RC SMITH KK DILLOW KA YUCHA CB Cerebral palsy a

comprehensive review Nurse Practitioner 1996 21 45-59

FARINATTI PTV MONTEIRO WD Fisiologia e avaliaccedilatildeo funcional (2 ed) Rio

de Janeiro Editora Sprint Ltda 1992

FIGUEIREDO AM RIBAS JBC As pessoas deficientes ndash num paiacutes que ainda

natildeo aceita diferenccedilas Rio de janeiro IDAC ()

GORDON AM CHARLES J WOLF SL Efficacy of constraint-induced

movement therapy on involved upper-extremity use in children with

hemiplegic cerebral palsy is not age-dependent Pediatrics 2006

117(3)e363-73

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Inventaacuterio de avaliaccedilatildeo pediaacutetrica de disfunccedilatildeo versatildeo brasileira

Traduccedilatildeo e adaptaccedilatildeo cultural Mancini MC Belo Horizonte Laboratoacuterio

de Atividade e Desenvolvimento Infantil Departamento de terapia

Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2000

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 31: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

31

HALEY SM COSTER WJ LUDLOW LH HALTIWANGER JT ANDRELLOW

PJ Pediatric evaluation of disability inventory development

standardization and administration manual Boston New England Medical

Center 1992

HERIZA C Motor development traditional and conteporary theories In

Contemporary management of motor control problems proceedings of II

STEP Conference Alexandria Foundation for Physical Therapy 1991 p

99-126

HUTZLER Y CHACHAM A BERGMAN U SZEINBERG A Effects of a

movement and swimming program on vital capacity and water orientation

skills of children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1998

40(3)176-81

KELLY M DARRAH J (2005) Aquatic exercise for children with cerebral palsy

Dev Med Child Neurol 2005 47(12)838-42

KNOBLOCH H PASSAMANICK B Diagnoacutestico do desenvolvimento avaliaccedilatildeo

e tratamento do desenvolvimento neuropsicoloacutegico no lactente e na

crianccedila pequena o normal e o patoloacutegico (3 ed) Rio de Janeiro

Atheneu 1990

KRISHNAN RV Relearning toward motor recovery in stroke spinal cord injury

and cerebral palsy a cognitive neural systems perspective Int J Neurosci

2006 116(2)127-40

LEPAGE C NOREAU L BERNARD P Association between characteristics of

locomotion and accomplishment of life habits in children with cerebral

palsy Phys Ther 1998 78 458-69

MANCINI MC ALVES ACM SCHAPER C FIGUEIREDO EM SAMPAIO RF

COELHO ZA et al Gravidade da paralisia cerebral e desempenho

funcional Rev bras fisioter 2004 8(3)253-60

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 32: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

32

MANCINI MC Inventaacuterio de Avaliaccedilatildeo Pediaacutetrica de Incapacidade (PEDI)

Manual da Versatildeo Brasileira Adaptada Minas Gerais Editora UFMG

2005

MELHEM A A educaccedilatildeo fiacutesica nas escolas Sprint magazine 2003 20(129)

37-41

ODMAN P OBERG B Effectiveness of intensive training for children with

cerebral palsy--a comparison between child and youth rehabilitation and

conductive education J Rehabil Med 2005 37(4)263-70

OLIVEIRA MC CORDANI LK Correlaccedilatildeo entre habilidades funcionais referidas

pelo cuidador e niacutevel de assistecircncia fornecida a crianccedilas com paralisia

cerebral Arq Bras Paral Cerebr 2004 1(1)24-29

PALAN J Paraolimpic performance Barcelona IBSA 1992

PALISANO R ROSENBAUM P WALTER S ROSSEL D WOOD E GALUPPI

B Developmental and reliability of a system to classify gross motor

function in children with cerebral palsy Dev Med Child Neurol 1997

39214-23

PAULO MV Ginaacutestica aquaacutetica Rio de Janeiro Editora Sprint Ltda 1994

PELLEGRINO L Cerebral palsy a paradigma for developmental disabilities

Dev Med Child Neurol 1995 37834-839

PERES RCNC O luacutedico no desenvolvimento da crianccedila com paralisia cerebral

espaacutestica Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2004 14(3)37-49

PETERSEN MC KUBE DA PALMER FB Classification of developmental

delays Sem Ped Neurol 1998 52-14

PIOVESANA AMSG Encefalopatia crocircnica (paralisia cerebral) etiologia

classificaccedilatildeo e tratamento cliacutenico In Fonseca LF Pianeti G Xavier CC

(eds) Compecircndio de neurologia infantil Rio de Janeiro MEDSI 2002

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica
Page 33: COMPARAÇÃO NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM … · portadoras de Paralisia Cerebral, em suas manifestações predominantemente espástica e atetosa, com idade variando de seis anos e

33

RUOTI RG MORRIS DM COLE AJ Reabilitaccedilatildeo aquaacutetica Satildeo Paulo Editora

Manole Ltda 2000

SHEPHERD RB Fisioterapia em pediatria (3 ed) Satildeo Paulo Santos Livraria

Editora 1996

SOUZA PA O esporte na paraplegia e tetraplegia Rio de Janeiro Editora

Guanabara Koogan 1994

WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Biblioteca do Pensamento

Universal ()

WALLON H Psicologia e educaccedilatildeo na infacircncia Lisboa Editora Estampa 1975

WILSON LM Cerebral palsy In Capbell SK (ed) Clinics in physical therapy

pediatric neurologic physical therapy (2 ed) New York Churchill

Livingstone1991

WINNICK JP Educaccedilatildeo fiacutesica e esportes adaptados Barueri Manole 2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of

function and disability Beta-2 Version Geneva WHO 1999

YNCH EW HANSON MJ Developing cross-cultural competence Baltimore

Paul Brookes Publish 1992

  • RESUMO
  • INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 21 Justificativa e Relevacircncia
  • 22 O Portador de Necessidades Especiais
  • 23 O Portador de Paralisia Cerebral
    • 31 Amostra
    • 32 Instrumentos
      • 34 Estatiacutestica