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Mais conforto e melhor atendimento para a comunidade TAAG CRESCE NO BRASIL Companhia aérea angolana tem voos diários para o país CONSULADO DE SÃO PAULO GANHA NOVA SEDE CENTROS DE DECISÃO ECONÔMICA NAS MÃOS DE ANGOLANOS Artigo do Ministro das Relações Exteriores Georges Chikoti MENSAGEM SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO Conheça os principais tópicos do discurso do Presidente na Assembléia Nacional PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULO ANO 2 - n o 06 - JAN/FEV 2015

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Mais conforto e melhor atendimento para a comunidade

TAAG CRESCE

NO BRASILCompanhia

aérea angolana tem voos diários

para o país

CONSULADO DE SÃO PAULO GANHA NOVA SEDE

CENTROS DE DECISÃO ECONÔMICA NAS

MÃOS DE ANGOLANOSArtigo do Ministro das

Relações Exteriores Georges Chikoti

MENSAGEM SOBRE O ESTADO DA NAÇÃOConheça os principais tópicos do discurso do Presidente na Assembléia Nacional

PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULOANO 2 - no 06 - JAN/FEV 2015

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editorial

NOVA SEDE PERMITE PRESTAR SERVIÇOS AINDA MELHORES

A inauguração das novas instalações do Consulado Geral de Angola em São Paulo pelo Secretário Geral do nosso Ministério das Relações Exterio-res, Dr. Eduardo Beny, acarretou por si mesma responsabilidades acresci-das ao colectivo de funcionários da casa que, de forma abnegada, dão o seu melhor para servir a comunidade angolana e estrangeira.

O princípio fundamental da direcção da actividade do Consulado Geral assenta no pressuposto‘ir ao encontro da comunidade angolana lá onde ela estiver”. E isso porque o nosso propósito é completar o trabalho de registro e inscrição dos angolanos residentes na área de circunscrição – Estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. O que desejamos é prestar o melhor serviço a cada um deles e a todos que recorrerem ao Con-sulado Geral, de maneira a estreitar a ligação “Consulado/Comunidade”, mostrando os laços de angolaneidade e de cidadania.

Ao disponibilizar as verbas para a obtenção das novas instalações, o Es-tado angolano criou as condições para o oferecimento de um melhor servi-ço ao público e ao mesmo tempo para a realização da sua política para com a diáspora angolana, particularmente nesta área de circunscrição consular.

A actividade consular concentra-se em vários eixos principais, destacan-do-se, entre outras coisas, a protecção e a assistência aos membros da comunidade angolana nos seus mais diversos aspectos. Nosso objetivo é representá-los e prestar assistência jurídica perante os tribunais e outras autoridades brasileiras, salvaguardar os direitos e interes-ses dos angolanos, actuar como notário de conservador do registo civil, ajudando a regulamentar e a obter docu-mentos nacionais.

Os interesses e necessidades dos membros da comuni-dade podem ser classificados em comuns e particulares, sendo estes em função dos problemas próprios de cada um, e cujo tratamento deve ser atencioso e dedicado.

Os meios materiais e humanos encontram-se à disposi-ção e cabe a todos nós, funcionários, continuarmos e incre-mentar o trabalho consular de modo a que cada angolano, aqui residente ou de passagem, se sinta satisfeito com o ser-viço prestado. É imprescindível que se use todo o instrumen-to que o Consulado Geral oferece ao público, assim como é importante que este apresente sugestões e reclamações, a fim de que alcancemos nosso objetivo, que é simplesmente servir o nosso público da melhor maneira possível.

BELO MANGUEIRACônsul Geral / Embaixador

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sumário

PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULO

ANO 2 - no 06 - JAN/FEV 2015

DIREÇÃO GERALCônsul Geral: Belo Mangueira Vice-cônsul: Alice Mendonça

ADMINISTRATIVAVice-cônsul da área consular: Isaú Boco

Vice-cônsul das comunidades: Alves Fernandes

REDAÇÃOEditor-chefe: Flavio Carrança

Editor-assistente: Vasco SuamoRepórteres: Danilsa de Almeida e Rudmira Fula

JORNALISTA RESPONSÁVELFlavio Carrança MTb nº 12.724

PROJETO GRÁFICO & DIAGRAMAÇÃOO Nome da Rosa Editora

www.nomedarosa.com.brEditora de arte: Júlia Melo

Designer: Lygia Pecora

Para enviar sua sugestão de pauta, artigos, críticas e elogios para a redação:

[email protected]

www.consuladogeraldeangolasp.net

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actividade presidencial» Mensagem sobre o Estado da Nação 06

actividade ministerial» Angola e Argentina preparam reunião bilateral 16» Novo embaixador nos EUA estudou no Brasil 17

actividade consular» Consulado ganha nova sede 18» Gala comemora independência 24» Dia do Herói Nacional celebrado em Criciúma 25» Belo Mangueira participa de fórum em Curitiba 26» Campanha mobiliza angolanos 27» Consulado vai ao interior de São Paulo 28» São Bernardo do Campo recebe comitiva consular 29» Médicas e advogada orientam presas 30» Estudantes serão “padrinhos” de reclusas 31» Acordo com Igreja beneficia presos 32» Detentas comemoram Natal 33

economia» Centros de decisão econômica devem ficar nas mãos de angolanos – por Georges Chikoti 34» Diplomata Mateus Barros deixa o Brasil 36» Jovem empreendedor vence desafios 41» TAAG cresce no Brasil 42» Odebrecht completa 30 anos em Angola 46

comunidade» Angolanos se formam em Osasco 50

cultura» Cultura angolana é debatida 52» Flink Sampa reúne brasileiros & africanos 53» “Ler Angola” é política de Governo 54» Literatura de Angola ganha espaço na Bienal do Livro 56» Bonga Kuenda traz o semba a São Paulo 57» TV Brasil exibe novela produzida em Angola 58

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actividade presidencial

Durante solenidade realizada em 15 de Outubro na Assembleia Nacional, o Presidente José Eduardo dos Santos analisou a situação do país e explicou as principais políticas preconizadas por seu Governo

MENSAGEM SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO

Ao fazer o tradicional Discurso sobre o estado da Nação, na abertura

da 3ª Sessão Legislativa da 3ª legislatura da Assembleia Nacional da República de An-gola, o Chefe do Executivo angolano obedecia ao artigo 118º da Carta Magna do país, segundo o qual ele deve fazer nessa data um pronunciamen-to sobre o estado da nação e as políticas preconizadas para a resolução dos principais assuntos, promoção do bem--estar dos angolanos e desen-volvimento do País.

No seu discurso deste ano, José Eduardo dos Santos en-fatizou a estabilidade da situa-ção política do país e deu par-ticular atenção à preparação das eleições gerais de 2017 e às futuras eleições autárqui-cas, além de apresentar pro-postas para a diversificação da economia nacional. Falou também dos ganhos e pro-jectos em curso nos sectores da educação, saúde, energia

e águas, dos antigos comba-tentes e sobre os dados preli-minares do Censo 2014, além de ressaltar a afirmação de Angola na esfera internacional e o compromisso do país com a pacificação de África. Leia a seguir os principais trechos da mensagem do Presidente José Eduardo dos Santos:

DEMOCRACIA

Continuar a consolidar a paz e a unidade nacional e traba-lhar para se alcançar a inclusão social, o progresso e o bem--estar de todos, é o desejo comum de todos os que querem a edificação de uma Angola democrática, moderna e próspera.

Os partidos políticos, a sociedade civil e as igrejas pro-movem campanhas de consciencialização e educação para a paz e a democracia, baseadas nos valores da liberdade, do respeito mútuo e da opinião alheia, tolerância, harmonia social, fraternidade e solidariedade.

Os nossos esforços estão agora orientados no sentido da consolidação das instituições democráticas, onde, diga-se em boa verdade, registamos grandes progressos. Aqui mes-mo nesta Casa das Leis o debate político é mais frequente, aumentou em qualidade e quantidade a crítica construtiva e está a superar a discussão estéril, sem objectivos claros. (...)

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actividade presidencial

ECONOMIA

(...) A situação económica e social do país é estável e a sua gestão macroeconómica tem sido conduzida com a necessária aten-ção, para se garantir o cumprimento dos in-dicadores estabelecidos no Orçamento Geral do Estado 2014, aprovados por esta augusta Assembleia.

A taxa de inflação que em 2013 foi de 7,7 % (por cento), a mais baixa de sempre, situou--se no primeiro semestre do corrente ano em 6.9% (por cento). Por outro lado, a taxa de câmbio da moeda nacional tem-se mantido estável.

Em 2013 e no primeiro semestre de 2014, as receitas fiscais provenientes do sector pe-trolífero baixaram ligeiramente, devido à que-da da produção em dez por cento do progra-mado, que, como sabem, é de 1 milhão e 815 mil barris/dia. Pensamos começar a inverter esta trajectória no próximo ano.

Este ano, como sabem também, as econo-mias dos países desenvolvidos não vão cum-prir certamente a previsão de crescimento de 1.8 % (por cento). Alguns países de desenvol-vimento médio também experimentam difi-culdades e a procura mundial de petróleo está a baixar, havendo assim um excesso desse produto no mercado internacional.

Por essa razão, o preço do petróleo bruto está a descer desde Junho último, estando hoje a oscilar entre os 81 e 85 dólares por barril, quando o preço de referência com que calculámos o OGE de 2014 é de 98 dólares por barril.

Assim, o Produto Interno Bruto Petrolífe-ro deverá baixar 3.5 % (por cento). A produ-ção não petrolífera, em contrapartida, deverá crescer 8.2 % (por cento), mas ainda assim insuficiente para compensar o efeito da redu-ção da produção petrolífera. Portanto, a taxa de crescimento do PIB prevista no princípio do ano que era de 6,7 % (por cento), poderá bai-xar ligeiramente.A queda da receita petrolífera está já a con-

dicionar, naturalmente, as receitas públicas e isto exigirá que se tomem medidas para se garantir maior racionalidade da despesa até ao fim deste ano e uma maior arrecadação de receitas no sector não petrolífero.Por outro lado, está em curso a Reforma Fis-cal, através da qual serão reduzidos os impos-tos, mas aumentada a sua base de incidência e uma maior eficiência na arrecadação da re-ceita tributária. Com este objectivo, o Governo aprovou recen-temente a criação da Administração Geral Tributária, unificando num único órgão de Ad-ministração Pública os actuais serviços de Al-fândegas e a Direcção Nacional dos Impostos. Até ao fim do mês de Outubro vou submeter, para apreciação dos Senhores Deputados, a proposta do Orçamento Geral do Estado para o ano de 2015 e, nessa ocasião, serão deta-lhadas as acções que o Executivo deverá im-plementar com vista a manter a estabilidade macroeconómica num contexto internacional incerto e difícil. (...)

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CENSO 2014

(...) No passado mês de Maio realizámos o primeiro Recenseamento Geral da População e Habitação, depois da Independência Nacional. Foi uma realização grandiosa e complexa, bem sucedida, de que nos devemos orgulhar todos.

Os primeiros resultados preliminares di-zem-nos que o país tem 24 milhões e 300 mil habitantes, sendo 52 por cento do sexo femi-nino. Portanto, as mulheres constituem clara-mente a maioria da população de Angola.

A província de Luanda concentra 26,7 % (por cento) da população do país, isto é, seis milhões e meio de habitantes. Seguem-se as províncias da Huíla com 10 por cento, de Ben-guela e Huambo com 8 por cento cada uma, Cuanza-Sul com 7 por cento, Bié e Uíge com 6 por cento cada uma. Estas sete províncias concentram 72 % (por cento) do total da popu-lação residente no país.

A província do Bengo registou o menor nú-mero de residentes com 1% (por cento) da população do país. Seguem-se outras cinco

províncias com uma população inferior a 3 por cento da população nacional, designadamente as do Cuanza-Norte, Namibe, Zaire, Cuando--Cubango e Lunda-Sul. Estas seis províncias concentram apenas 11% (por cento) da popu-lação do país.

Há muito que ansiávamos por estes resul-tados. Temos, finalmente, uma boa base para formular a Política Nacional de População e a Política Nacional de Ordenamento e Desen-volvimento do Território, que são essenciais para estudarmos as vias que nos permitam alcançar os objectivos do Plano Nacional de Desenvolvimento.

A enorme concentração de população na ca-pital tornou indispensável a adopção de um novo modelo de desconcentração administrativa e de administração local diferenciado das demais províncias, para se fazer face aos seus crescen-tes problemas de ordenamento, saneamento, mobilidade urbana, ordem pública e combate à criminalidade e à imigração ilegal. (...)

Com seis milhões e meio de habitantes, a PROVÍNCIA DE

LUANDA concentra 26,7 % da população do país.

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actividade presidencial

PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO

(...) O grande desafio que se coloca pe-rante todos nós é o do crescimento e nós de-finimos, como estratégia para conseguir um crescimento sustentado por vários anos, a reabilitação, modernização e desenvolvimen-to das infra-estruturas económicas e sociais, a promoção e realização do investimento pú-blico e privado e a formação, qualificação e gestão adequada dos recursos humanos, bem como a adopção de uma política laboral e re-muneratória objectiva.

Deste modo, estão em execução onze pro-gramas de Projectos Estruturantes, que to-dos conhecem e que visam criar as condições para que a nossa economia seja mais com-petitiva e possa, a partir do segundo semes-tre de 2016, produzir mais e melhor diversos bens e serviços, competindo com as econo-mias da região e fazendo crescer e distribuir melhor a riqueza nacional.

No domínio das vias de comunicação, por exemplo, vamos atingir a reabilitação, constru-ção de cerca de mil e 42 quilómetros de estra-das na rede fundamental, 593 quilómetros na rede secundária e 776 quilómetros nas vias ter-ciárias. Continuaremos a reabilitação e cons-trução de portos, aeroportos e terminais de transportes na capital do país e nas províncias.

De forma gradual e criteriosa começaremos a construir a Rede de Plataforma Logística Nacional, que articulará diferentes infra-es-truturas e sistemas de transporte. Serão prio-rizadas as zonas de comércio fronteiriço mais amplas, como o Luvo, na província do Zaire; o Luau, na província do Moxico; Santa Clara, no Cunene e Massabi, em Cabinda, que nos per-mitem aumentar a nossa influência nos países vizinhos, e reforçar a nossa segurança e conter a imigração ilegal.

Um eficiente e operacional sistema de Tele-comunicações não é só um decisivo factor de diversificação e integração da economia e do território nacional, mas também um instru-

mento de autonomia e soberania nacionais, de bem-estar dos cidadãos e de competitividade das empresas num mundo cada vez mais global e interdependente.

Por essa razão, temos neste domínio um vasto e ambicioso programa de desenvolvimen-to que vai das infra-estruturas, incluindo a ge-neralização da fibra óptica ao sistema de cabos submarinos internacionais, até às telecomuni-cações por satélite, com o programa ANGOSAT (satélite angolano) em construção.

No domínio da energia, está em curso a am-pliação da barragem de Cambambe, a constru-ção da barragem de Laúca e da Central do Ciclo

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OCombinado do Soyo, que nos permitirá aumen-tar a potência instalada dos cerca de dois mil e 162 megawatts actuais para cerca de 5.000 me-gawatts até 2017, que é uma tarefa gigantesca em qualquer parte do mundo.

Paralelamente, será ampliado o sistema de transporte e distribuição de energia eléctrica para colocar este bem à disposição da popula-ção e das empresas.

Continuamos também a implementar o pro-grama Água para Todos, que tem como meta até ao final deste ano beneficiar 65 por cento da po-pulação com água potável. Uma grande priorida-de é assegurar o abastecimento de água às po-

pulações mais atingidas pela seca e materializar os projectos de construção de sistemas de abas-tecimento de água para 132 sedes de município.

Em Luanda, onde há uma grande concen-tração populacional, estão previstos dois novos sistemas de captação, tratamento e distribuição de água de grande dimensão. São os projectos Bita e Quilonga Grande, assim como o progra-ma de ligações domiciliárias. Estes projectos só ficam concluídos em 2016 ou 2017, por isso até lá teremos de encontrar uma solução intercalar de cisternas e chafarizes para colocar a água potável o mais próximo possível das famílias que não têm água canalizada. (...)

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actividade presidencial

REDUÇÃO DA POBREZA

De acordo com estudos indepen-dentes, cerca de metade da população de Angola saiu do limiar da pobreza absoluta. Várias instituições internacionais enfati-zam os progressos alcançados pelo nos-so país, revelando que a percentagem de angolanos com menos de dois dólares/dia passou de 92% (por cento) em 2000 para 54% (por cento) em 2014.

Este ritmo de redução da pobreza, in-vulgar no nosso continente, anima-nos a prosseguir no sentido de alcançar a sua total erradicação. Dos muitos factores de que depende esse objectivo, o principal é um rendimento digno na actividade que cada um exerce, por conta própria ou de outrem, no sector privado ou público.

Essa actividade deve ser de preferência produtiva e contribuir para oferta cres-cente de emprego e para a expansão da riqueza nacional. As políticas públicas de redistribuição do rendimento, seja a nível fiscal seja no sector de segurança social e as despesas sociais e de apoio ao desen-volvimento, são também um instrumento essencial para se reduzir a pobreza e se promover uma sociedade mais justa e equitativa. (...)

DESENVOLVIMENTO HUMANO

(...) Os alicerces estão a ser erguidos nesse sentido, já que em 2000 a esperança de vida à nascença de um angolano era somente de 45,2 anos e, em 2013, passou a ser de 51,9 anos. Ou seja, em apenas 13 anos acrescen-támos quase sete anos à esperança de vida.

Para esta evolução tão animadora muito contribuíram os progressos observados, nos níveis educacional e sanitário da nossa popu-lação. Neste momento, a taxa de alfabetização de adultos atingiu 73 por cento, quando há dez anos não chegava sequer aos 50 por cento.

No último ano, tivemos 636 mil alunos em programas de alfabetização. No Ensino Especial tivemos quase 27 mil alunos e no Ensino Pré--Escolar estamos a atingir os 600 mil alunos; no Ensino Primário já ultrapassámos os 5 milhões de alunos, com uma taxa bruta de escolaridade de 140 por cento, que quase triplica a verificada no ano 2000.

A paz permitiu estender o ensino a todo o país. Por isso, no Ensino Secundário, já temos mais de um milhão de alunos. E finalmente no Ensino Superior, o número de estudantes foi da ordem dos 217 mil, com uma taxa bruta de es-colaridade de 10 por cento, que quase quadru-plicou o nível do ano 2000.

Esta verdadeira revolução quantitativa ca-rece agora de uma revolução qualitativa, con-vergente com as prioridades do nosso desen-volvimento. Precisamos de mais e melhores professores, de melhorar os métodos de en-sino e de avaliação mais rigorosa e objectiva nos cursos de ensino médio e profissional, em particular, e no Ensino Superior, de modo a não formarmos jovens que não consigam em-prego por falta de competências ou que aca-bem por aceitar o sub-emprego.

Apesar destes avanços, constatamos que ainda existem milhares de crianças fora do sistema de ensino. As razões são a falta de salas de aula ou a existência de salas em con-dições precárias, e a falta de professores com boa formação.

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Esta realidade levou o Governo a preparar um Plano de Contingência com um orçamento estimado de 1 trilhão de Kwanzas, prevendo a construção de cerca de 63 mil salas de aula e a formação de mais de 126 mil professores, para atender o número de alunos, como resultado do aumento do número de escolas.

Os resultados alcançados no Índice de De-senvolvimento Humano exprimem também os progressos registados a nível sanitário. A taxa de mortalidade infantil é inferior a 100 em mil nados vivos, quando esta cifra ultrapassava os 170 em cada mil nados vivos no ano 2000.

A taxa de mortalidade de crianças menores de

cinco anos passou de 300 em cada mil nados vivos, no início do ano 2000, para cerca de 120 em cada mil neste momento. A taxa de mortalidade mater-na diminuiu de 1400 mortes maternas em cada 100 mil nados vivos para menos de 300 em cada 100 mil. Também a taxa de morbilidade devida à malá-ria caiu de 25 para 15 por cento.

Reconhecemos, porém, que apesar destes pro-gressos notáveis ainda temos de dispender esfor-ços no sentido de incrementar o combate à tuber-culose, à propagação do VIH-SIDA, à incidência da tripanossomíase, à proliferação de falsos medi-camentos ou ao número ainda muito elevado de partos não assistidos por pessoal qualificado. (...)

A taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos

passou de 300 em cada mil nados vivos, no início do ano 2000, para cerca de 120 em cada mil neste momento

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actividade presidencial

ELEIÇÕES

(...) As eleições autárquicas estão na agenda política de todos os partidos e têm suscitado os mais acesos debates e as mais diversas dissertações. Com efeito, a Consti-tuição da República diz que os órgãos com-petentes do Estado, incluindo o Parlamento, determinam por lei a oportunidade da sua criação, o alargamento gradual das suas competências, o doseamento da tutela de mé-rito e a transitoriedade entre a Administração Local do Estado e as autarquias locais.

São várias as questões que estes órgãos têm de tratar até que sejam reunidas as con-dições necessárias para a criação das autar-quias. Uma equipa de trabalho constituída por juristas experientes identificou, pelo menos, as seguintes:

1. Adequação de recursos económicos, financeiros, técnicos, materiais e humanos;

2. Divisão territorial, tendo em conta as especificidades culturais, sociais, económicas e demográficas de cada área que abrange o município;

3. Compatibilização entre a Administração Local do Estado e a Administração Autárquica;

4. Configuração dos órgãos representativos locais, os seus poderes, atribuições e competências;

5. O sistema de eleição dos representantes locais;

6. Definição do modelo de financiamento das autarquias;

7. Convivência no mesmo espaço territorial de serviços de Administração Local do Estado e serviços da Administração Autárquica.

Como se pode concluir, a negociação e dis-cussão dos diplomas legislativos para a legi-timação e adequação jurídica do processo au-tárquico levará o seu tempo.

Mas a discussão da revisão da legislação eleitoral em que se basearam as Eleições Ge-rais de 2012, como sabem, levou mais de um ano. A acrescentar a isso há o processo de Re-gisto Eleitoral para as Eleições Gerais de 2017, bem como para as Eleições Autárquicas.

No registo oficioso previsto na Constitui-ção não é possível realizar até 2017, por vá-rios motivos que o Executivo já submeteu à apreciação e decisão da Assembleia Nacional. Optar-se-á, certamente, pelo registo adminis-trativo, que também levou mais de um ano a realizar para as eleições gerais de 2012. Por-tanto, como veem são imensas as tarefas que ainda temos de desenvolver.

Eu prefiro sempre ser realista e pragmáti-co. Prefiro ter um calendário de tarefas que possa cumprir efectivamente. Então pergun-ta-se, será que até ao ano de 2017 podere-mos, em primeiro lugar, adequar a legislação eleitoral e actualizar o registo eleitoral para a realização de Eleições Gerais e, em segundo lugar, conceber a legislação para as Autar-quias Locais e para a realização das Eleições Autárquicas? É um assunto a apreciar.

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PREVENÇÃO AO EBOLA

Este ano fica infelizmente marcado com o reaparecimento e rápida propagação do vírus da Ébola, que causou já milhares de mortos no nosso continente. A nível interno foram tomadas medidas adequadas de preven-ção e controlo desta pandemia, cujo combate exige esforços conjugados de todos os gover-nos do mundo.

PROMOÇÃO DA PAZ

(...) Por outro lado, no corrente ano têm-se multiplicado focos de tensão e de ruptura em várias zonas do mundo, tendo surgido novos conflitos armados com forte impacto na nossa Região. O alastrar destes conflitos está a dar origem a confrontos mi-litares, com processos de diálogo e negocia-ção complicados.

O Executivo que detém a presidência da Co-missão Internacional da Região dos Grandes Lagos tem-se empenhado na procura de so-luções, tanto no quadro bilateral como multi-lateral, como ainda no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas e do Conselho de Paz e Segurança da União Africana.

Angola tem reafirmado a sua disponibilida-de em participar nesses processos, apoiando e promovendo o diálogo e a paz, em particu-lar na África Central e na Região dos Grandes Lagos. Inscreve-se no esforço de manuten-ção da paz a disponibilidade manifestada pelo nosso Governo para integrar as Forças da Paz das Nações Unidas, previstas no quadro da MINUSCA (Missão das Nações Unidas para a República Centro-Africana), satisfazendo as-sim a solicitação feita pela Presidente da Re-pública desse país irmão.

Esta postura de promoção da paz e da se-gurança tem conduzido a um reconhecimento a nível internacional do papel de Angola como um parceiro estratégico para a construção da paz e a estabilidade em África.

Por essa razão, a maioria dos países da comunidade internacional está a acolher como sendo natural e a apoiar a candidatura de Angola para Membro Não Permanente do Conselho de Segurança da ONU para o biénio 2015-2016.” (...)

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actividade ministerial

Encontro deve ser realizado entre os meses de fevereiro e março de 2015 em Buenos Aires.

ANGOLA E ARGENTINA PREPARAM REUNIÃO BILATERAL

» Uma declaração conjunta que reco-menda a preparação imediata da II Ses-são da Comissão Bilateral foi assinada dia 19 de Novembro, em Luanda, pelo Secretário de Estado das Relações Ex-teriores de Angola, Manuel Augusto, e o seu homólogo da Argentina, Eduardo Zuain. A reunião vai avaliar o grau de cumprimento dos compromissos assu-midos entre os dois países.

Segundo documento assinado, Ango-la e Argentina “coincidiram na necessi-dade de individualizar programas” para se trabalhar de forma concreta em nove áreas, com destaque para a agricultu-ra, pecuária, pesca, pequenas e médias empresas, indústria, meios de comuni-cação social e facilitação de vistos para homens de negócios. Por outro lado, concordaram em consolidar os laços socioeconómicos, políticos e culturais entre as suas respectivas regiões conti-nentais e incrementar a interação com base na assistência mútua através da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, SADC, MERCOSUL e UNASUL.

A declaração adianta que a delegação sul-americana manifestou o seu reco-nhecimento ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos, pelo contribu-to na manutenção da paz no continente africano, na cooperação internacional e pela amizade demonstrada aos povos da América Latina. Chefiada pelo Vice-mi-nistro das Relações Exteriores, Eduardo Zuain, a comitiva argentina, foi recebida pelos Ministros das Relações Exteriores, Comunicação Social e das Finanças, res-pectivamente Georges Chikoti, José Luís de Matos e Armando Manuel, bem como manteve encontros de trabalho com o Se-cretário de Estado da Agricultura, Amaro Tati, e com o Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Apoio as Micro, Pequenas e Médias Em-presas - INAPEM, António Assis.

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Agostinho Tavares é licenciado em Relações Internacionais pelo Centro Universitário de Brasília

NOVO EMBAIXADOR NOS EUA ESTUDOU NO BRASIL

» Nomeado em agosto de 2014, o diplomata angolano apresen-tou suas cartas figuradas ao De-partamento de Estado dos EUA no dia 14 de Novembro, durante cerimônia em que foi recebido na Casa Branca pelo Presidente Barack Obama. No seu discur-so, durante a cerimónia de acre-ditação, o embaixador Agostinho Tavares fez referência às priori-dades para o desenvolvimento de Angola no quadro do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2013-2017.

Este plano, sublinhou o di-plomata, prevê investimentos consideráveis em infra-estru-turas e nos sectores de energia, indústria, agricultura e saúde, diversificação da economia, a melhoria das condições de vida das populações e a redução das assimetrias entre as regiões. Os progressos alcançados pelo país na cooperação bilateral, assim como o empenho do Exe-cutivo angolano no reforço das instituições democráticas, a defesa dos direitos humanos, a redução da pobreza e a boa governação, foram destacados pelo novo embaixador.

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou o papel de Angola e do Chefe de Estado angolano, José Eduar-

do dos Santos, na Conferência Internacional dos Grandes La-gos (CIRGL) que promove a paz e a estabilidade nesta região do continente africano. Bara-ck Obama disse ainda que os Estados Unidos reconhecem e apreciam a posição de lide-rança que Angola assumiu no continente africano, particular-mente na Conferência Interna-cional na Região dos Grandes

Lagos (CIGRL) e na Comunida-de de Desenvolvimento da Áfri-ca Austral (SADC).

Obama felicitou também Angola pela sua eleição para Membro Não Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e pela presi-dência do Processo Kimberly, que certifica a origem dos dia-mantes, destacando que tudo isso são “sinais de cresci-mento e engajamento do país na arena internacional, o que promove um futuro brilhante, seguro e próspero para todos os angolanos”.

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actividade consular

Espaço planejado e investimento em tecnologia de ponta permitem oferecer mais conforto e melhor atendimento à comunidade.

CONSULADO GANHA NOVA SEDE

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Proporcionar aos angolanos residentes ou em trânsito e a todos que necessitem serviços de melhor qualidade em menos

tempo é o principal objetivo do investimento fei-to pelo Governo de Angola nas novas instalações do Consulado Geral de São Paulo. Localizado na Rua Estados Unidos n º 1030, bairro de Jardim América, zona sul da capital, o prédio foi inau-gurado em 17 de Setembro, com a presença do Secretário-geral do Ministério das Relações Ex-terior, Eduardo Beny, que representou o titular da pasta, Ministro Georges Chikoti.

Com dois pisos organi-zados em trinta e sete divi-sões distribuídas em uma área construída de 927 m², as novas instalações con-tam com vasto espaço para recepção, incluindo salas para visitantes, um ele-vador e um banheiro para pessoas com deficiência. Na parede da frente, uma galeria de arte angolana expõe objetos artísticos que reproduzem símbolos do país, como o Pensador e a Palanca Negra.

O acesso à área administrativa, separada da recepção por um grande painel de vidro transpa-rente, é digitalmente controlado, só permitindo o acesso de pessoas cadastradas. Ainda no térreo,

a missão do consulado é servir da melhor maneira

possível a comunidade nacional ou estrangeira e o novo edifício servirá para agilizar e melhorar

os serviços prestados pelo Consulado

BELO MANGUEIRA

encontram-se os gabinetes dos vice-cônsules dos sectores consular e de comunidade e comu-nicação, gabinete do advogado, servidor para os computadores e espaço da Associação Palanca Negra, além de uma sala de visitas. Na parte su-perior, está instalado o gabinete do cônsul-geral, a sala da vice-cônsul para a área administrativa, o sector financeiro, um auditório para 40 pessoas e a sala de reuniões.

Na parte de baixo do prédio, fica uma área cli-matizada de atendimento, com capacidade para receber até 50 pessoas que procurem os servi-

ços, com bebedor e uma tela que exibe programas angolanos pela TPA in-ternacional. Nessa mes-ma parte do prédio está o espaço reservado para as refeições dos funcioná-rios, com os equipamen-tos necessários para essa actividade. Do lado fora, também na parte inferior, fica o estacionamento com vagas para nove carros.

Estiverem presentes à inauguração dezenas de convidados, entre diplo-matas nacionais e estrangeiros e membros da comunidade angolana. O titular do Consulado de São Paulo, embaixador Belo Mangueira, elogiou a colaboração de toda a equipe consular para a

PAINEL DA SALA de recepção permite visão da área administrativa

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actividade consular

concretização desse objetivo e lembrou o esfor-ço da arquitecta Adriana Yosimura na elaboração do projecto, que cria condições para um melhor atendimento à comunidade. Segundo o embaixa-dor, “a missão do consulado é atender da melhor maneira possível a comunidade nacional ou es-trangeira e o novo edifício servirá para agilizar e melhorar os serviços prestados pelo Consulado, estreitando ainda mais sua relação com a comu-nidade angolana”.

Em entrevista exclusiva à revista Angola Yetu, o Secretário geral Eduardo Beny falou sobre o novo prédio e as políticas do Ministério das Relações Exteriores para os angolanos na diáspora.

ANGOLA YETU – Na sua opinião, que benefícios esse investimento do Ministério das Relações Exteriores proporciona aos cidadãos ?

EDUARDO BENY - O que as instalações poderão trazer para a comunidade é a melhoria dos ser-viços porque, além da instalação física em si e

dos serviços, constatamos que o consulado está bem apetrechado no ponto de vista informático e outros meios que lhe permitem atender melhor à comunidade. Inclusive, foi com muito prazer que estive a ver que o consulado disponibilizou um espaço para a associação angolana aqui de São Paulo (Palanca Negra), num gesto de abertura total para trabalhar com a comunidade.Temos que ter uma atenção muito particular para com a nossa comunidade, não só na altura dos momentos festivos mas todos os dias, porque sempre há problemas a serem resolvidos: uns querem ver seus filhos registrados, sua situa-ção de permanência regularizada com a ajuda do consulado, etc. Também agrada a notícia de que estão a prestar assistência jurídica aos membros da comunidade que a venham necessitar, e que isto é feito de forma gratuita pelos advogados que trabalham aqui no consulado. Então, não são só as instalações em si que vêm oferecer maior dig-nidade à presença do Consulado de Angola aqui, mas sobretudo há uma melhoria de serviços que nós podemos com muita satisfação constatar.

Novo edifício vai AGILIZAR E MELHORAR

os serviços prestados

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A Y: Existem milhares de cidadãos angolanos na diáspora. Qual a estratégia do ministério com relação a essas comunidades?

E B: O Ministério coloca em prática nos meios glo-bais a mesma estratégia que o executivo angola-no utiliza no Plano Nacional do Desenvolvimento em curso. De acordo com a presença em deter-minados espaços territoriais, cabe-nos exercer o melhor controle da nossa comunidade e fazer com que esteja inserida em todos os aspectos da vida nacional, porque a diáspora joga um gran-de papel. Independentemente da motivação de cada um em querer viver onde julga melhor, é importante que as pessoas estejam em contacto e a acompanhar o que se passa no país, sendo os transportadores da nossa realidade, da nossa cultura para onde estejam inseridas. A verdade é que a nossa diáspora não tem grandes condições para fazer remessas económicas financeiras para o país, pelo contrário, são os próprios familiares no país que ajudam e é preciso que, enquanto re-presentantes do Estado nesta matéria, possamos fazer o possível para atenuar as necessidades de

BELO MANGUEIRA e EDUARDO BENY durante a inauguração da nova sede

determinados elementos na diáspora e inserí-los nos assuntos do país, apoiando-os não só em ocasiões festivas e sim em todos os momentos, dentro daquilo que nos é possível.

A Y. Este apoio do Governo já vem sendo aplicado?

E B: Em termos de orçamento, os nossos postos consulares e nossas missões diplomáticas não têm nenhuma verba específica para apoiar a co-munidade no exterior, mas sei que os senhores cônsules e embaixadores fazem esforços dentro do possível para manter viva a chama de Angola no exterior por meio da nossa comunidade. É um esforço dinâmico que os colegas têm feito para apoiar a diáspora. Por exemplo, no próximo ano, em que vamos comemorar 40 anos de indepen-dência, o Executivo aprovou uma determinada verba que será locada às próprias embaixadas no quando desta importante data que vamos viver. Vamos ajudar os orçamentos com as embaixadas e consulados, com algumas dificuldades, mas vai sendo possível fazer algo para mantermos o con-tacto fluente entre os representantes angolanos no exterior e a diáspora.

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actividade consular

A Y: Qual é a política ou pensamento do Governo sobre os angolanos que queiram regressar voluntariamente ao país e contribuir para o desenvolvimento de Angola?

E B: O Governo vem fazendo apelos constantes para que, através de determinadas instituições, ver o que é possível fazer para apoiarmos os elementos que queiram voltar ao país. Há mui-ta gente a regressar, as pessoas inserem-se na vida nacional. Há programas virados à questão da reinserção social daqueles angolanos que tinham um determinado estatuto no exterior, como os de refugiados. Estes o governo tem que apoiar dire-tamente. Agora, para o angolano que queira vol-tar ao país de uma forma voluntária, não há uma garantia absoluta de que o Governo vai apoiar. Há, porém, instituições juvenis que realizam con-ferências em Luanda, como a diáspora de Lisboa, que em determinadas ocasiões tem feito fóruns no sentido de apelo e incentivo ao regresso. O importante é que cada angolano, seja aonde se encontre, tenha consciência que é um elemento importante, uma pedra necessária para continuar-mos a edificar aquele país que todos sonhamos, pelo qual estamos a lutar para que tenhamos uma nova Angola. Há uma geração de jovens que deixou suas casas, famílias e foram lutar para conseguir sua independência, e cada um de nós vai fazendo o melhor para engrandecer e reconstruir o país. Por outro lado, para ajudar Angola não é necessá-rio estarmos todos no país, alguém tem que estar fora. O que é preciso é que se tenha o sentido de cidadão nacional e que realmente se tenha Angola no coração todos os dias.

A Y: Qual é sua mensagem para a comunidade angolana no Brasil, particularmente em São Paulo?

E B: É que continue próxima do país, coesa e so-lidária, com o sentido de unidade nacional. Ape-sar de estar fora, que acredite no país e nos que estão à frente dele. Que existem projectos em desenvolvimento para que a nação marche para frente, que a comunidade aqui em São Paulo não perca de vista o país, não só acompanhando o que se passa, mas que veja também as possibi-lidades, se elas se oferecerem e se assim achar conveniente, e regressar. Lutar, fazer sua riqueza no país, tentar estabilizar-se, mas, se preferirem continuar vivendo no exterior, que continuem na unidade, com os olhos postos no país e que o co-ração pulse todos os dias por Angola.

O importante é que cada angolano (...) tenha consciência que é um

elemento importante, uma pedra necessária para continuarmos a edificar

aquele país que todos sonhamos EDUARDO BENY

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actividade consular

GALA COMEMORA INDEPENDÊNCIA

» A entoação do Hino nacional da República de Angola seguida de um minuto de silêncio pelos mártires marcaram a abertura do jantar de gala em comemoração do dia da Dipanda. A festa aconteceu durante a noite de 15 de Novembro, na Casa de Portugal, tradicional endereço do bair-ro da Liberdade, na região central de São Paulo, tendo como mestre da cerimônia Emanuel Bravo Alves da Cunha, que fez uma retrospectiva dos factos históricos até o momento da proclamação da independência em 11 de Novembro de 1975.

Em sua saudação à comunidade angolana e aos convidados, que lotaram a casa, o Cônsul-geral Belo Mangueira defendeu a importância da cidada-nia, a necessidade de se unir por uma Angola mais justa, sempre em convivência fraterna, levando em consideração os valores e o nome do país. E res-saltou aos angolanos, no país e na diáspora, o valor que tem um registo consular, que permite ao cida-dão registado sentir a presença do Estado angolano e recorrer a seus serviços sempre que precisar.

Em noite de civismo e muita alegria, Consulado e comunidade de São Paulo festejam 11 de Novembro.

Um desfile de moda com os trajes tradicionais angolanos feitos pela estudante e estilista De-nise Karina empolgou os amantes da moda. Na sequência, estudantes finalistas do ano 2014, foram homenageados com entrega de um diplo-ma de mérito. Também receberam homenagem os cidadãos que mais se destacaram no ano e os participantes do Torneio de Xadrez promovi-do pelo Consulado. Foi servido ainda um jantar com pratos típicos angolanos como o funge, a kizaca, o macayabo e feijão de óleo de palma. A sobremesa foi o bolo de aniversário da indepen-dência, cortado pelo cônsul e acompanhado por um brinde à liberdade.

A noite prosseguiu com uma festa à moda an-golana ao som dos Djs Dugueto e Skip, com uma seleção de ritmos que conseguiu atrair e fazer muita gente dançar animadamente. Pontos altos, momentos que deixaram eufóricos os angolanos presentes foram a dança da família na batida do Kuduro e da rebita do Kialulu.

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DIA DO HERÓI NACIONAL CELEBRADO EM CRICIÚMAProgramação na cidade catarinense serviu para estreitar as relações entre as comunidades angolanas dos três Estados do sul do Brasil.

» Um campanha de actualiza-ção de registo consular da co-munidade estudantil angolana de Criciúma abriu as activida-des do Dia do Herói Nacional (17 de Setembro). É neste dia em que se comemora o nasci-mento do primeiro Presidente de Angola, Dr. António Agostino Neto, falecido em 1979.

Criciúma, que só no come-ço do mês de Agosto de 2014 recebeu mais de 75 novos es-tudantes angolanos, acolhe actualmente quase 200 jovens de Angola, matriculados em diversos cursos superiores da Universidade Extremo Sul Catarinense. Segundo o vice--cônsul para o Sector Consular, Isaú Boco, foram realizados na ocasião 71 registos consulares.

Ainda inserido no programa da comemoração da efeméri-de, teve lugar um campeonato quadrangular de futebol entre as comunidades angolanas da região, tendo participado as equipas de Curitiba, Florianó-polis, Blumenau e Criciúma. Os jogadores deram o seu melhor nos jogos em que vincaram a

solidariedade e amizade entre os participantes, pondo de lado a rivalidade que é própria em jogos de futebol, pois o objecti-vo era confraternizar e compar-tilhar um dia diferente na vida de todos os angolanos.

Na final, os times de Floria-nópolis e Curitiba empataram o jogo por dois a dois, mas o time da cidade anfitriã venceu o campeonato pela contagem de pontos.

À noite, o Consulado Geral ofereceu uma festa no City Club, um dos pub mais conceituados da cidade catarinense. Ali, os participantes saborearam a culinária típica angolana, com os pratos como funge, calulú e

galinha de muamba, prepara-dos por um grupo de estudan-tes angolanas que mostraram a capacidade e destreza das nossas senhoras na culinária. Depois da degustação, foram entregues os troféus às equi-pes vencedoras.

A escolha de Criciúma para a realização da actividade co-memorativa teve em conta a sua localização, uma vez que a cidade está no centro sul bra-sileiro, o que facilitou a parti-cipação das comunidades an-golanas residentes no Paraná, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul – Estados que estão sob jurisdição da missão consular em São Paulo.

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actividade consular

Realizado na primeira se-mana de Novembro (dia 6), na sede da Organiza-

ção das Cooperativas do Estado do Paraná - OCEPAR, em Curi-tiba, o Fórum de Prospecção de Negócios com Angola reuniu cerca de 40 empresários liga-dos ao agronegócio, integran-tes do sector público, coopera-tivas paranaenses, bem como representantes do Banco do Brasil. O Cônsul Geral de Ango-la em São Paulo, Dr. Belo Man-gueira foi um dos participantes desse evento, que contou tam-bém com a presença do Embai-xador do Vietname acreditado no Brasil, de representantes do Instituto da Comunidade Afro--Brasileira - ICAB, das Faculda-des Integradas Camões, da Câ-mara de Comércio de Angola, e do Ministério da Agricultura do governo brasileiro.

“Viemos aqui mostrar ao povo brasileiro as aberturas de negó-cios que Angola tem e as garan-tias que o governo do pais dá nas relações comerciais e àqueles que queiram investir, particu-larmente no campo migratório e jurídico”, disse Belo Mangueira. Segundo ele, Angola tem muito a oferecer em termos de oportu-nidades de negócios: “É um país

BELO MANGUEIRA PARTICIPA DEFÓRUM EM CURITIBAEvento discutiu o potencial de relacionamento económico entre Brasil e Angola nas áreas de agronegócio, energia e cooperativismo.

jovem, que saiu de um período de guerra e está numa fase de recuperação e reconstrução em todas as áreas. E é esta poten-cialidade que queremos mos-trar aos empresários brasileiros para que possam estar cientes de que existe um quadro jurídico que concede garantias aos in-vestidores e que estes se bene-ficiam outrossim de facilidades na obtenção de vistos, particu-larmente de visto privilegiado,

após o cumprimento de suas obrigações em conformidade com a lei”, declarou.

VISITA AO PORTAL AFRICANO

Após o evento, Belo Manguei-ra e sua comitiva foram conhe-cer o Portal Africano, instalado em espaço localizado no bairro Pinheirinho, em Curitiba. Re-sultante de uma parceria entre o Consulado Geral Honorário do

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Senegal para os Estados do Pa-raná e Santa Catarina e a pre-feitura da capital paranaense, o espaço consiste de um arco no chão com 100 metros de com-primento, contornado por 54 totens, um para cada país afri-cano, que inicia com a África do Sul e termina com o Zimbábue.

Todos os países africanos es-tão ali representados por ban-deiras coloridas, com a posição no mapa do continente, que é o suporte de duas colunas com 8 metros de altura que, lado a lado, dão acesso à Praça Zumbi dos Palmares, espaço com mais de 35 mil m² que dispõe de vá-rios equipamentos para prática de desporto e lazer. No local, o cônsul geral de Angola foi recep-cionado pelo cônsul geral hono-rário do Senegal, Ozeil Moura dos Santos, que fez uma expla-nação sobre aquele espaço. O consul angolano elogiou a obra, que beneficia os afrodescenden-tes de Curitiba e todas as comu-nidades paranaenses. Durante o encontro, uma placa registrando a visita do cônsul geral foi fixada no totem de Angola.

» Registrar, regular e controlar a população angolana de São Paulo são algumas das tarefas que devem ser desen-volvidas pelo consulado angolano no estado. Com esse in-tuito, durante dois finais de semana da segunda quinzena de Agosto, os funcionários desse órgão realizaram uma campanha de regulamentação de documentos. Os serviços, fornecidos gratuitamente, foram a renovação de passaporte, inscrição consular, declarações de subsistência e registo de nascimento para filhos de angolanos nascidos no Brasil.

Segundo o chefe de missão, embaixador Belo Manguei-ra, a campanha também serviu para estreitar os laços entre o consulado e a comunidade angolana do estado, cujos membros tinham dificuldade para regularizar a do-cumentação. O microempresário Feliciano dos Santos, por exemplo, diz que a iniciativa do consulado é boa, por que permite que a comunidade seja cadastrada no siste-ma consular gratuitamente, coisa que não acontece desde que o Consulado de São Paulo foi inaugurado.

Residente a mais de quatro anos em São Paulo, Feli-ciano conta que quando chegou ao Brasil não tinha inte-resse em procurar o consulado para tratar a sua inscrição consular, por acreditar que o documento não teria efeito nenhum. Depois de saber que a inscrição permite ao con-sulado ter um controle exato da comunidade residente, ele aproveitou a campanha para tirar o seu documento.

CAMPANHA MOBILIZA ANGOLANOS

Regulamentação de documentos oferecida gratuitamente serve para estreitar os laços entre o Consulado de São Paulo e a Comunidade

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actividade consular

A primeira cidade visitada foi Bauru, onde logo pela manhã houve um encon-

tro com os estudantes no prédio do teatro municipal. Depois de transmitidas as saudações do Estado angolano, foi oferecida aos estudantes a oportunidade de exporem os problemas por eles enfrentados.

Os tópicos apresentados en-quadram-se no âmbito das difi-culdades gerais dos estudantes angolanos no Brasil, como as que aparecem no momento do arrendamento de casas, reno-vação dos vistos de estudantes e regularização de documentos nacionais. Depois da conversa, os participantes do encontro puderam regularizar docu-mentos nacionais, como passa-porte, cédula pessoal, inscrição consular e outros documentos de carácter notarial, sempre a custo zero.

Bauru e Lins, no centro-oeste do Estado, foram as cidades em que a equipe consular atendeu a comunidade angolana no final de 2014

CONSULADO VAI AO INTERIOR DE SÃO PAULO

Em Lins, o Cônsul Belo Man-gueira conversou com mais de 140 estudantes matriculados no Centro Universitário de Lins (UNILINS), durante encontro informal no anfiteatro da ins-tituição. Os estudantes agra-deceram a visita consular. Não houve apresentação de proble-mas devido ao facto de que 90% desses estudantes são mantidos por empresas angolanas como NNN Engenharia e Construção Civil, Odebrecht Angola, Queiros Galvão e a Camargo, que procu-ram suprir todas as necessida-des apresentadas pelos bolsei-ros. Como em Bauru, foi feita a regulamentação de documentos nacionais, o que evita o desloca-mento à cidade de São Paulo.

GALA DA “DIPANDA”Esperada por todos, a tradi-

cional gala comemorativa ao Dia da Independência de Ango-la juntou os angolanos das duas cidades em um salão de festas do centro de Lins. Além de de-gustarem comidas angolanas, os participantes assistiram a um desfile de moda com trajes e modelos africanos. No acto, o Chefe de Missão cortou o bolo personalizado com a bandeira da terra de Agostinho Neto.

ENCONTRO COM AUTORIDADES

Belo Mangueira apresen-tou cumprimentos ao Prefeito de Bauru, Agostinho Rodrigo, que esteve acompanhado de

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Arnaldo Ribeiro, Secretário de Desenvolvimento Económico. O chefe do executivo mostrou-se disposto em ajudar a comuni-dade angolana nas mais diver-sas áreas que estejam sob con-trolo da Prefeitura.

Ainda em Bauru, a comiti-va visitou a Faculdade de Agu-dos (FAAG), onde cerca de vin-te cinco estudantes angolanos frequentam diferentes cursos. André Cortucci, gerente admi-nistrativo da instituição, disse que ela está de portas abertas para receber mais estudantes angolanos, uma vez que todos os anos a escola realiza provas de seleção de estudantes (vesti-bulares) em Angola.

O estudante angolano Alber-to Kapuca, que termina o curso de engenharia de produção na FAAG, diz que durante os cinco anos de graduação naquela fa-culdade contou sempre com o apoio do corpo docente e que, depois de formado, pretende regressar a Angola para ajudar no desenvolvimento do país.

Actividade teve como objectivo conhecer a comunidade residente e aproximá-la do consulado

» O Consulado Geral de Angola em São Paulo fechou a jornada anual de trabalho com uma visita à comunidade angolana residente no ABC paulista, um conjunto de três municípios - Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul - que alberga aproximadamente 350 ango-lanos entre residentes e estudantes.

No início de dezembro, a comitiva consular foi recebida pela comunidade na Faculdade Metodista de São Bernardo do Campo situada no bairro de Rudge Ramos. A visita, que teve como objectivo conhecer a comunidade residente e apro-ximá-la do consulado, começou com a prestação de serviços consulares, com o fornecimento de documentos como pas-saportes, registos de nascimento, salvo-conduto e registo.

Pedro Manuel estudante do curso de Engenharia da Computação, residente em São Bernardo do Campo elo-giou os registos feitos em momento da actividade “É mui-to benéfico para a comunidade aqui de São Bernardo esse gesto que o consulado está a fazer neste momento tão es-perado”, declarou. Patrícia Tavares, eleita coordenadora Organização da Mulher Angolana em São Paulo (O.M.A.), recebeu a comitiva e a comunidade em geral em sua casa para o almoço de confraternização. Entre o funge de calulu de carne seca, feijão de óleo de palma calulu de peixe, em companhia da kizomba e do semba, encerrou-se a activida-de e os serviços consulares fora da instituição.

SÃO BERNARDO DO CAMPO RECEBE COMITIVA CONSULAR

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actividade consular

MÉDICAS E ADVOGADA ORIENTAM PRESAS

» Durante a visita, foi realizada uma palestra sobre os temas de câncer da mama e câncer do colo do útero, ministrada pela médica angolana doutora Delfina Jacinto, cirurgiã oncológica do Hospital de Barretos, no interior de São Paulo. Também fizeram parte da comitiva a vice-cônsul Alice Mendonça, a advogada Karina Apolinária Lopes, a médica urologista Florinda de Sousa, o médico radiologista Daimy Amador e o jornalista Carlos Gonçalves. As médicas em causa encon-tram-se no Brasil a realizarem os seus cursos de especialização num dos melhores hospitais de São Paulo – Hospital das Clínicas.

A doutora Delfina esclareceu que o câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode cursar sem sintomas na sua fase inicial, enquanto o câncer da mama se desenvol-ve como consequência de alterações genéticas em algum conjunto de células da mama, que passam a se dividir descontroladamente. Tam-bém deu orientações e apontou alguns factores que podem ajudar na prevenção, detecção, reco-nhecimento dos sintomas e busca de tratamento caso haja o aparecimento de uma das doenças. As reclusas fizeram algumas perguntas, tiveram dúvidas esclarecidas e também partilharam os seus conhecimentos com todos os convidados.

Após a palestra, a urologista Florinda de Sousa falou da responsabilidade social como dever do ser humano, dizendo que cada um é responsável

No dia da independência nacional, 7 de Novembro, uma comitiva organizada pelo Consulado Geral de Angola em São Paulo visitou as presas angolanas da penitenciária feminina da capital

pelo outro e que devemos adoptar posturas, com-portamentos e acções que promovam o bem es-tar das pessoas na sociedade. Logo em seguida, a advogada Karina Apolinária informou as presas sobre suas condições actuais, frisando o empe-nho e dedicação do Consulado no que concerne às garantias de seus direitos.

Em resposta a essa iniciativa, foi manifestado pelas reclusas angolanas um grande sentimen-to de gratidão, pelo facto de perceberem que não estão abandonadas e nem rejeitadas, tendo sido acolhidas pela comunidade angolana residente no Brasil, que presta este tipo de atenção e pro-cura formas de mantê-las associadas e partici-pativas nas actividades e programas.

Realça-se que esta actividade esteve enqua-drada no programa do Consulado Geral alusivo ao Dia da Independência de Angola em que a co-munidade angolana civil participou com inicia-tivas como esta, mostrando solidariedade com aquelas cidadãs que, devido a sua privação de liberdade, não tiveram possibilidade e condições de festejar esse Dia histórico.

As reclusas manifestaram gratidão à EQUIPE VISITANTE

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ESTUDANTES SERÃO “PADRINHOS” DE RECLUSAS

» A situação carcerária dos an-golanos no Brasil tem sido umas das inquietações da comunidade estudantil de São Paulo. Com a finalidade de ajudar a melhorar a condição desses presos, estu-dantes de Bauru, cidade do in-terior paulista, criaram o projeto denominado “apadrinhamento”. O objetivo é reatar os laços de amizade e de solidariedade en-tre os angolanos aqui residentes e seus compatriotas presos no Estado, instituindo um vínculo especial entre pessoas desses dois grupos.

Numa primeira fase, o proje-to englobará apenas as detidas na capital paulista. Por conta disso, no começo de Agosto, ele foi apresentado directamen-te pelos estudantes de Bauru. Depois da apresentação, cada uma das encarceradas recebeu dos participantes do projeto um kit com produtos de higie-ne pessoal e uma carta escrita pelo padrinho a sua afilhada, esta escolhida aleatoriamente.

Segundo Alberto Kapuca, es-tudante de engenharia de pro-dução e coordenador do proje-to em Bauru, ele funcionará da seguinte forma: cada presa será apadrinhada por um estudante, que se comprometerá a ajudar a afilhada, fazendo o papel de fa-

Projecto pretende criar laços fraternos e de solidariedade entre as reclusas e a comunidade angolana do Estado

mília, numa relação em que as duas partes terão a oportunida-de, por exemplo, de trocar car-tas. O padrinho assumirá ainda a responsabilidade do envio de materiais de primeira necessi-dade e, se necessário, poderá visitar a afilhada no presídio.

A comitiva do Consulado Ge-ral que visitou as encarceradas foi chefiada pelo Cônsul Geral, Embaixador Belo Mangueira, e composta pelos senhores Joa-quim Felipe, secretário consular; Camilo Buanga, agente consular para as comunidades, e Dra. Ka-rina Apolinário, advogada, bem como os estudantes Genildo Pan-zo, Mateus Teca e Alberto Kapuca.

Para uma das detentas, os benefícios chegaram na hora certa. “Foi uma iniciativa boa, porque mostra que apesar do erro que nós cometemos os nossos irmãos, juntamente com o nosso consulado não nos es-queceram. É bom saber que eles lá fora se preocupam com a gente”, enfatiza.

A iniciativa dos estudantes visa transmitir uma mensagem de solidariedade de que a co-munidade angolana, apesar de tudo, vê nessas cidadãs angola-nas um laço de união, de ampa-ro e carinho, bem como o calor de suas familias que se encon-tram a milhares de kilometros.

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actividade consular

ACORDO COM IGREJA BENEFICIA PRESOS

Realizada na segunda quinzena de Setembro, a assinatura de um Convé-

nio com a Igreja Missão Evan-gélica Cristo Sem Fronteira faz parte de um esforço que o Consulado Geral de São Paulo está a empreender no sentido de proporcionar aos angolanos presos o usufruto de benefícios permitidos pela lei brasileira, como as saídas precárias por ocasião de efemérides como o Natal, Páscoa, Dia das Mães e Dia das Crianças.

Para o Cônsul Geral, Belo Mangueira, a igreja é um par-ceiro estratégico na efectiva-ção desse objectivo, tendo em vista que o pastor é angolano e inserido na comunidade an-golana do bairro do Brás, fac-tor que permitirá um melhor acolhimento e inserção tem-porária das nossas cidadãs: “É uma igreja que está inserida no próprio seio da comunida-de angolana e pode prestar um tratamento digno aos nossos compatriotas, pelo que acredito ser uma boa escolha”, afirma. Acrescenta ainda que se tra-

Objetivo é oferecer um endereço residencial aos angolanos presos, permitindo que usufruam do direito a saídas temporárias

ta de um plano piloto: “Vamos experimentar primeiro com as mulheres, ver como ficará, e mudar no que for possível”,

Para proporcionar às referi-das angolanas uma estadia e tratamento dignos, o consula-do e a igreja pretendem criar programas de reintegração e ressocialização a serem imple-mentados durante o período em que elas permanecerem no do-micílio: “Poderão praticar cur-sos de costura, culinária e mui-tos outros, de forma a que se sintam mais valorizadas e que, após o cumprimento da pena, possam ter algo para fazer”, ressalta o representante da igreja, pastor Masaki Toreteo.

Este conta que a igreja tem um papel muito grande na for-mação da comunidade: “É para mim uma grande estima poder participar junto com o Consu-lado, sendo este o órgão oficial do Governo angolano. Sabemos que a igreja pode fazer isso, mas ela não tem uma autoriza-ção oficial e com a intervenção do consulado podemos fortale-cer esta prática”, diz ele.

O convênio resolve um pro-blema básico de atendimento à população carcerária estran-geira, particularmente ango-lana, cujos integrantes muitas vezes não podem usufruir o direito ao benefício prisional de “saídas precárias”, por não te-rem um domicílio no país: “Os presos não têm um endereço por que entraram no país com vistos de turista mas, para que possam ter um benefício de progressão de pena e direito a saídas temporárias, os juízes exigem que apresentem um do-micílio aqui no Brasil. O conve-nio responde a esta necessida-de”, explica Hélio Silva Júnior, advogado do Consulado.

Durante o período de saída das nossas cidadãs, o Consula-

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do e a Igreja não serão respon-sáveis por qualquer descum-primento por parte delas. Como explica Hédio Silva, “nem o con-sulado nem a igreja têm qual-quer responsabilidade sobre o comportamento individual do preso. Se ele por acaso, numa saída temporária, não retornar, vai sofrer consequências gra-víssimas: irá regredir para o re-gime fechado e sofrer punição de isolamento. Então, cabe ao preso ter senso de responsabi-lidade e preservar sua conduta individual”.

O acordo, que tem duração prevista de um ano com possi-bilidade de renovação, começa-rá a funcionar depois de oficiali-zado pelas autoridades judiciais do Estado de São Paulo.

DETENTAS COMEMORAM NATAL

» As cidadãs angolanas encarceradas na Penitenciária Feminina da Capital paulista (Carandiru) comemoraram antecipadamente o natal. O embaixador Belo Manguei-ra abriu a programação falando do benefício das “saídas temporárias”, que permitirá a algumas reclusas passar a quadra festiva fora do presídio.

Segundo o diplomata, o Consulado está cuidando de to-dos os procedimentos para que elas se sintam acolhidas nos dias em que estiverem fora do presídio. O chefe de Mis-são aconselhou as detentas a aproveitarem o benefício com responsabilidade, seguindo todas as regras dadas pelas autoridades. E pediu que todas voltem no horário combina-do, para que o benefício seja concedido mais vezes.

Depois das orientações todos degustaram de um car-dápio de quitutes da terra com: Funge de bombom e de milho, calulú de carne seca, muamba de galinha, macaia-bo e outros pratos da gastronomia angolana. Foram dis-tribuídos ainda pela equipe do consulado kits de higiene pessoal e um cartão postal com frase natalina.

A comitiva diplomática que participou da festa foi com-posta também por Alice Mendonça, vice-cônsul administra-tiva; Sandra Lourenço, adida administrativa; Adriana Bravo, agente consular; Branca Caminha, secretária consular; Ja-naina da Luz, assistente administrativa; e os estudantes de Pós-graduação Florinda Miranda e Marcos Celso.

Oferecida pelo Consulado de Angola em São Paulo, a confraternização aconteceu na capela da Penitenciária ao meio-dia do dia 5 de dezembro

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economia

CENTROS DE DECISÃO ECONÔMICA DEVEM FICAR NAS MÃOS DE ANGOLANOS

Angola se define e tem-se assumido como um Estado progressista em todos os pro-cessos de transformação que ocorrem nas

relações internacionais e a sua política externa se baseia nos princípios do respeito e igualdade jurídica entre os Estados, da resolução pacífica dos conflitos, da cooperação entre os povos, do progresso e da justiça social. A estratégia é não só promover uma inserção competitiva do país no contexto internacional como retirar os maiores benefícios da cooperação com os parceiros espa-lhados pelo mundo, de modo a elevar cada vez mais a qualidade de vida do Povo angolano.

Durante o longo período de guerra que o país viveu, a politica externa do Estado de Angola es-teve voltada para a conquista da paz. Quando ela foi alcançada, para além dos tradicionais, o Executivo definiu outros objectivos dessa política,

atribuindo uma forte componente económica à diplomacia angolana. A relação, principalmente de carácter econômico, com os outros Estados e organizações internacionais, centrou-se na captação de investimentos no âmbito da recons-trução pós-guerra, da luta contra a pobreza e da diversificação da economia.

A cooperação económica com variados países e instituições económicas e financeiras internacio-nais aumentou desde essa altura e Angola come-çou a receber centenas de propostas de investi-mento por parte de empresas públicas e privadas estrangeiras. A reformulação da Lei de Investi-mento Privado contribuiu grandemente para esse aumento e os resultados estão à vista de todos.

A nova lei de investimento privado contém uma importante cláusula que obriga os investidores estrangeiros a realizarem parcerias com empre-sários e empresas nacionais públicas ou priva-das. Mas esta cláusula só terá força se as nossas empresas estiverem organizadas e bem estrutu-radas e se os seus gestores tiverem a formação de gestão adequada.

Dada a desvantagem das empresas angolanas face aos seus pares estrangeiros, a emergência de grupos económicos nacionais fortes e competiti-vos deve merecer o apoio do Estado, designada-mente através do acesso prioritário aos clusters (alianças estratégicas de empresas) e às cadeias produtivas, às importações e aos contratos para fornecimento de materiais, equipamentos e maté-rias-primas, bem como através da concessão de facilidades financeiras, para que possam também executar as enormes solicitações que Angola tem recebido de investimento no exterior.

Dado o papel político que o país tem exercido na pacificação da África Austral, da Região dos Grandes Lagos, da África Central e do Continente

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POR GEORGES CHIKOTIMinistro das Relações Exteriores da República de Angola.

Este artigo é uma adaptação do discurso que ele proferiu no 2º Fórum de Negócios do Sector Empresarial Público, realizado em

Luanda a 6 de outubro de 2014.

em geral, temos recebido imensos pedidos para que empresas públicas angolanas invistam em países dessas regiões, como a República De-mocrática do Congo - RDC; São Tomé e Prínci-pe; Guiné-Bissau; Guiné Conacry; Tchad; Guiné Equatorial; Cabo Verde; República Centro Afri-cana; entre outros.

Para que Angola possa responder satisfato-riamente a tais convites, é necessário que a sua economia se fortaleça, tornando-se diversificada e estável, com os principais centros de decisão econó-mica exclusivamente nas mãos de angolanos. Para tal, o Estado deve apoiar e promover a criação de uma base económica e empresarial efectivamente controlada por angolanos.

Para incentivar as em-presas de capitais unica ou maioritariamente angola-nos a ultrapassar o desní-vel competitivo que as separa das empresas de refe-rência internacionais, será necessário adoptar uma política estratégica parcialmente proteccionista que, ao mesmo tempo, estimule a competitividade destas mesmas empresas e que estimule a formação da classe empresarial do país, por meio de programas específicos voltados para a capacitação e a formação de empresários e gestores de empresas.

Ao mesmo tempo, deve-se estimular a criação de estruturas que se dediquem a promover a con-tinuidade desse processo de capacitação numa di-mensão mais aprofundada. E as acções de forma-ção mais profundas e tecnicamente mais exigentes precisam ser implementadas por Escolas de Ne-gócios constituídas através da iniciativa público--privada e em parceria com as melhores escolas mundiais neste domínio. Nesse processo, deve-se privilegiar as empresas detidas maioritariamente por angolanos no processo de eventuais privati-zações de empresas públicas, além de fundear e operacionalizar o Fundo de Fomento Empresarial. É preciso também continuar a desenvolver o Pro-grama “Feito em Angola”, promover a contratação pública de produtos nacionais, monitorar a quali-

dade desses produtos nas empresas que tenham aderido ao programa e estimular a comunicação desse monitoramento, como forma de divulgar uma imagem positiva de Angola no exterior.

O nosso Estado, como se vê, tem pela frente enormes desafios. No âmbito interno, precisa sa-tisfazer as grandes solicitações das populações angolanas. E no externo, deve responder às soli-citações de investimento e parcerias económicas internacionais, em que as nossas empresas têm

um papel importante a jo-gar, porque na realidade são elas que terão de dar corpo aos acordos que Angola celebra com os seus parceiros nos mais variados domínios.

Além disso, chegou o momento da interna-cionalização de algumas empresas públicas, como a Sonangol, a Endiama, a TAAG e o BPC. Elas devem

materializar a cooperação com muitos países prin-cipalmente em África, alguns dos quais olham para Angola como a sua esperança do futuro. Neste sen-tido, as políticas de apoio e promoção às empresas públicas que se lançarem no mercado internacional devem constituir uma plataforma do Estado, que garanta a participação dessas organizações- de forma competitiva e sólida - na perspectiva de cres-cimento dos mercados internacionais.

Esta modalidade de actuação deve ser am-plamente apoiada pelas instituições financeiras afins, de maneira a conferir maior confiança e es-tabilidade ao movimento incipiente de expansão das empresas públicas. E isso para que, como instrumento da Política Externa do Estado, sejam elas um veículo para o fortalecimento da econo-mia e uma via eficiente para o alcance do desen-volvimento económico e social do país.

(...) o Estado deve apoiar e promover a criação de uma base económica e

empresarial efectivamente controlada por angolanos.

GEORGES REBELO CHICOTI

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economia

Depois de sete anos à frente da Escritório de Representação Comercial da Embaixada de Angola no Brasil – cuja implantação liderou -, o diplomata volta Angola, onde aguardará ser designado para nova

missão. Em seu lugar, assume o senhor Manuel Delgado

DIPLOMATA MATEUS BARROS

DEIXA O BRASIL

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Natural de Luanda, filho de pais provenien-tes de Malange, ao norte do país, Mateus Barros José tem 56 anos de idade e es-

tudou até o nível secundário em Angola, tendo no entanto obtido licenciatura em relações in-ternacionais na Universidade Técnica de Lisboa. É casado com a senhora Regina André Barros e tem sete filhos, alguns actualmente residindo em Angola e outros em Portugal.

Antes de ingressar na carreira diplomática, Ma-teus Barros foi inspector de operações na Sociedade Nacional dos Combustíveis de Angola - Sonangol. E foi como funcionário da Sonangol que conheceu pela primeira vez o Brasil, em 1981, quando veio para o Rio de Janeiro fazer um curso na Petrobrás. Dentro do Ministério das Relações Exteriores, em Angola, exerceu diversas funções na Direção África e Médio Oriente e na Direção de Recursos Huma-nos. Trabalhou também nas embaixadas de Angola na Tanzânia, no Congo e em Botswana, onde foi conselheiro econômi-co junto à missão per-manente de Angola na Comunidade para o De-senvolvimento da África Austral – SADC, último cargo que ocupou antes de vir para o Brasil.

Chegou ao Brasil em 2007, como repre-sentante comercial da República de Angola, com a missão de abrir o escritório de representação comercial na capi-tal econômica do país, São Paulo. De meados de 2007 ao início de 2008, dedicou-se a tratar das questões administrativas, até que em 18 de fe-vereiro de 2008 foi aberto oficialmente o Escritó-rio de Representação Comercial da Embaixada de Angola no Brasil, que funciona na Rua Cinci-nato Braga, 37 - Conj. 11 - 1º andar, próximo à avenida Paulista.

Nesta entrevista exclusiva, Mateus Barros José fala sobre a estratégia adoptada pelo Governo de Angola para incrementar as relações comerciais com o Brasil e das conquistas, citando os nú-

meros que expressam esses resultados. E deixa também palavras de carinho para os colegas e amigos com os quais conviveu nesses produtivos anos de permanência no Brasil.

ANGOLA YETU - Que motivos levaram o Governo de Angola a decidir pela abertura de um escritório comercial no Brasil?

MATEUS BARROS - Angola na verdade, tem no Brasil uma referência histórica. Nós não nos cansamos de repetir que foi o primeiro país que reconhe-ceu (a independência de) Angola. Politicamente, Brasil e Angola têm laços estreitos, excelentes, de amizade e cooperação. No passado, antes dos acordos de paz, Angola tinha em Brasília um adido comercial, mas antes de 2001 extin-guiu esse escritório. E então, ficamos de 2001 até

2008 sem nenhuma representação comer-cial no Brasil. E esta reabertura de um es-critório comercial do Governo de Angola em São Paulo aconteceu devido aos ganhos da Paz. Angola tem a sua paz efectiva em 2002 e, dessa época até 2005, começa a ter sinais positivos de cresci-mento econômico, de expansão comercial

econômica. E define uma nova estratégia de in-serção nos grandes blocos econômicos do mun-do. No hemisfério sul, Angola tem o Brasil como um parceiro estratégico. Assim, no momento certo, em 2007, à luz da nova estratégia do pe-ríodo pós Paz, o nosso Governo decidiu nomear um representante comercial de Angola e colocar o escritório da República de Angola em São Pau-lo, com o objetivo de intensificar a promoção do intercâmbio internacional entre os dois países e também prospectar oportunidades de negócios, para capitar investimentos externos para o mer-cado angolano e vice-versa.

Em 2007, à luz da nova estratégia do período pós Paz, o nosso Governo

decidiu nomear um representante comercial de Angola e colocar

o escritório da República de Angola em São Paulo

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economia

AY - Quais os segmentos da economia brasileira que tiveram prioridade dentro dessa investida comercial e que factores foram levados em conta para escolhê-los? MB - O Brasil tem semelhanças com Angola, do ponto de vista econômico e mesmo nas carac-terísticas climáticas, de solo, do seu território, com a vantagem de falarmos a mesma língua, o português. Entretanto, quando decidiu abrir o nosso escritório em São Paulo, o governo ango-lano orientou que deveríamos focar a atenção nos sectores de maior desenvolvimento da eco-nomia brasileira. Consequentemente, na busca da mobilização do empresário brasileiro para o mercado angolano, demos maior atenção aos sectores do agronegócio, da indústria alimen-tar, dos materiais de construção, indústrias química e petrolífera e da indústria estruturan-te. Nossa prioridade era identificar potenciais da agricultura, do sector energético, das tele-comunicações, da indústria transformadora, dos sectores da educação e saúde, portanto áreas bastante sensíveis para a consolidação de qualquer economia.

AY - E qual foi a estratégia adoptada para atrair empresários ou representantes desses sectores?

MB - Com base nas prioridades e nas necessi-dades da República de Angola, iniciámos a nos-sa actividade pela aproximação entre as em-presas brasileiras e as empresas angolanas. Criámos parcerias, estabelecemos intercâmbio com a Federação das Indústrias de São Paulo – FIESP, criámos aproximação com a Associação Comercial de São Paulo, com a APEX – Agên-cia Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos. Tivemos intercâmbio com a CNI – Confederação Nacional das Indústrias Brasi-leiras e com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, com as diferentes associações e federações da indústria de qua-se a maioria dos 27 estados brasileiros, desde

Brasília ao Rio de Janeiro e ao nordeste, ao sul e ao sudeste do Brasil. Viajámos por estes lugares todos para passar aos empresários brasileiros a informação sobre como Angola estava a se desenvolver, como estava a economia do país e também sobre como se desenvolvem as econo-mias no continente africano.

Aproveitamos essas viagens para aproximar os empresários brasileiros dos empresários angolanos e, assim, começámos a levar para Angola missões comerciais e também missões empresariais de empresas produtoras e expor-tadoras brasileiras. Nas variadas missões, cer-ca de 800 empresários chegaram a Angola, de janeiro de 2008 a 2014, por meio da política de intercâmbio realizada entre o Escritório Comer-cial da Embaixada de Angola e os parceiros da área comercial e econômica do Brasil.

AY – É possível traduzir em números o resultado desse trabalho?

MB - O resultado se espelha na participação deste fluxo comercial, do intercâmbio de negó-cios entre empresas brasileiras e angolanas, que se reflete na balança comercial brasileira. O fluxo comercial entre Angola e Brasil, até an-tes da crise financeira internacional de 2008, atingia 4.2 bilhões de dólares. Hoje, devido à crise financeira de 2008, a situação da balança comercial entre os dois países vem se recupe-rando para melhor, ou seja, o Brasil e Angola

na busca da mobilização do empresário brasileiro para o mercado angolano, demos

maior atenção aos sectores do agronegócio, da indústria alimentar,

dos materiais de construção, indústrias química e petrolífera e da

indústria estruturante

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hoje estão numa média de trocas comerciais de 1.4 bilhões de dólares. É uma curva ascendente que continuará a subir não obstante o cenário conturbado da economia mundial. Ainda exis-tem algumas crises de dívidas soberanas em países desenvolvidos, nomeadamente no conti-nente europeu, mas a balança comercial Brasil Angola tem, nos últimos três ou quatro anos melhorado significativamente.

AY – O que foi feito para intensificar as relações entre as empresas angolanas e a economia brasileira ?

MB - No sentido contrário, também há esta es-tratégia do governo angolano e das empresas do sector público e do sector privado de Angola. São muitas as empresas, quer do sector públi-co quer do sector privado, que têm procurado os mercados internacionais para internaciona-lizarem os seus negócios e as suas instituições.

No Brasil, Angola tem três empresas que são produtos made in, produtos de fabrico angolano, empresas importantes na economia angolana, que se internacionalizaram e aqui estão também a operar. Umas delas é a Sonangol, empresa de petróleo, que é uma parceira da Petrobras, e está no Brasil a operar dentro das oportuni-dades de negócios no sector petrolífero. Outra é a TAAG, a companhia aérea de Angola, que hoje já tem no Brasil voos diários de Luanda para o Rio de Janeiro e São Paulo, o que também é um facilitador do fluxo de empresários que saem de Angola para o Brasil e do Brasil para Angola. E tem também o Banco BIC, que opera no Brasil, um banco de matriz angolana que comprou o português BPN - Banco Português de Negócios e está no mercado internacional.

No nosso registro contabilizamos cerca de 110 empresas angolanas que se deslocaram ao Brasil para fazer prospecção de mercado, par-ticipar de rodadas de negócios, conferências, workshops, nos sectores de agricultura, de in-dústria, de equipamento eléctrico, de infraestru-tura, da construção civil e do comércio.

AY – Que perspectivas o senhor vislumbra para as relações comerciais entre Brasil e Angola nos próximos anos?

MB - Vejo que, quer Brasil quer Angola, devem po-tenciar cada vez mais as oportunidades de negó-cios que ambos os lados oferecem. Angola hoje na África subsaariana, depois da Nigéria, é uma das economias que mais cresce. É um país que tem somente 12 anos de paz. Estamos pratica-mente a falar de uma nova Angola, que oferece muitas oportunidades, onde tudo é necessário fazer de novo. Não obstante o esforço gigantesco que o governo fez na área de infraestrutura, para alavancar e diversificar a nossa economia e dimi-nuir o peso do petróleo no crescimento do nosso produto interno bruto, ainda vemos que Angola tem muito o que fazer, dentro destes laços de cooperação econômica com o Brasil. Pode apro-veitar muitas áreas avançadas brasileiras para estabelecer parcerias vantajosas, joint ventures que permitam com que empresas brasileiras e angolanas caminhem juntas e desenvolvam pro-jetos exequíveis, que possam naturalmente colo-car Angola hoje como uma nação produtora e, a médio e longo prazos, preparar-se para ser uma nação exportadora.

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economia

AY – Qual sua avaliação do relacionamento com órgãos públicos e entidades de representação de empresários do Brasil nessa sua relativamente longa permanência no país?

MB - Durante o período em que estivemos à fren-te do escritório de representação comercial da embaixada de Angola no Brasil, fomos muito acarinhados, tivemos um excelente acolhimento no Ministério das Relações Exteriores, no Minis-tério do Desenvolvimento Indústria e Comércio – MIDC, APEX, CNI, nas federações de indústria. Toda a diplomacia brasileira, quer seja política ou econômica, sempre que se trata de assuntos com Angola, dá um tratamento diferenciado. Temos a solidariedade das autoridades brasileiras, que nos dão sempre a oportunidade de obter os re-sultados que conseguimos. Portanto, temos um apoio bastante satisfatório, que facilita com que este ciclo que termino no Brasil- depois de oito anos em missão de serviço como chefe do escri-tório- criarmos condições satisfatórias para que o colega que me veio substituir, senhor Manuel Delgado, possa dar o outro passo, de consolida-ção das várias ações desenvolvidas pela embai-

xada em Brasília, o Consulado no Rio de Janeiro, o Consulado e o Escritório de Representação Co-mercial em São Paulo.

AY – E depois dessa bem sucedida missão no Brasil qual será o novo desafio?

MB - O desafio que sentimos ter pela frente, agora no fim da minha missão, é naturalmente preparar-me para o que poderá acontecer nos próximos tempos com a minha integração no Mi-nistério das Relações Exteriores. Como servidor público, tenho que me preparar para qualquer desafio. Tenho que criar condições psicológicas e reunir energias para que, qualquer que seja a tarefa que me seja atribuída em Angola, possa desempenhá-la com dedicação, profissionalismo e naturalmente com o brio que as nossas autori-dades nos permitirem.

Gostaria de aproveitar a oportunidade desta en-trevista que me foi concedida pela revista Angola Yetu para deixar um abraço amigo, fraterno, um abraço de solidariedade, de bem estar, para os companheiros da diplomacia que estão acredita-dos no Brasil, com quem trabalhei; para deixar um abraço aos meus compatriotas angolanos, ligados à embaixada de Angola em Brasília, ao Consula-do de Angola no Rio de Janeiro, ao Consulado de Angola em São Paulo, a todos da comunidade an-golana, um abraço de amizade, por todo o carinho que eles me deram enquanto estive aqui, a chefiar a representação comercial da República de Angola no Brasil. A todos, todos, todos o meu muito obri-gado pelo carinho e pela solidariedade.

Durante o período em que estivemos à frente do escritório de representação comercial da embaixada de Angola no Brasil,

fomos muito acarinhados, tivemos um excelente acolhimento

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Bem sucedido na exportação de apliques para cabelos, empresário estabelecido no Brasil sonha e faz

planos para investir em Angola

JOVEM EMPREENDEDOR

VENCE DESAFIOS

Adriano Martins Quianda iniciou a prática em comércio exterior aos 19 anos, quan-do fazia exportações de mercadorias em

algumas províncias em Angola, e mais tarde decidiu ganhar experiência na área e então imigrou para o Brasil. Formado em Comércio, hoje é representante comercial na “Hair-Beau-ty Angola”, estabelecimento que trabalha com importações de cabelo e tratamento de beleza. “Decidi vir ao Brasil para aprofundar meus co-nhecimentos na área do comércio e aumentar a prática profissional. Daí então que entrei para a Universidade Metodista e escolhi o curso pelo qual sou apaixonado”, diz ele.

Residente no Brasil há mais de dez anos, Quianda iniciou seus investimentos na área co-mercial quando percebeu por parte dos ango-lanos uma demanda de serviços de arbitragem para negócios com o Brasil. “No decorrer do tempo, fui conhecendo e me adaptando ao mer-cado brasileiro, onde optei em fazer o “Mega Hair” (aplique para cabelo, confeccionado com cabelo humano natural), porque tinha feito um estudo de viabilidade por meio do qual percebi que havia muitas pessoas carentes destes servi-ços”, explica, acrescentado que oOs produtos re-vendidos no seu estabelecimento são fornecidos por países da Ásia, como Tailândia, China, Índia, Rússia e Vietname, por meio de um acordo feito com empresários indianos.

Membro da Câmara do Comércio Angola-Bra-sil desde 2003, o jovem vê o Brasil como um lu-gar de oportunidades para fazer seus negócios crescerem e se estenderem por Angola, apesar das barreiras encontradas: “Uma de nossas maiores dificuldades na condição de estrangeiro se refere ao crédito no banco, ao abrir um in-vestimento, uma vez que o banco não te dá te dá crédito nem orientação econômica e também não faz empréstimo, o que nos dificulta muito como empreendedores”, comenta.

Apesar do Brasil oferecer as condições neces-sárias para sua estabilidade e crescimento nos negócios, a volta para Angola continua sendo o grande objetivo de Quianda: “Não pretendo pa-rar por aqui, tenho muitos planos e objetivos a traçar, quero criar um projeto capital para pos-teriormente investir em Angola. Por isso, estou me especializando em comércio industrial para melhor dar continuidade”, ressalta.

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economia

TAAGCRESCE

NO BRASIL

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Voos directos de Luanda para o Brasil são o principal diferencial em relação à concorrência. A companhia aérea também desenvolve intensa actividade promocional e negocia acordos operacionais para crescer no mercado latino-americano.

A TAAG - Linhas Aéreas de Angola transpor-tou, de janeiro a outubro deste ano, 48.419 passageiros de Angola para o Brasil e

48.988 no sentido inverso, segundo dados divul-gados pela própria empresa. No total, viajaram nos dois sentidos 97.407 passageiros durante o período. A companhia angolana tem atualmen-te três voos semanais de Luanda para o Rio de Janeiro e quatro para São Paulo, o que signifi-ca um voo diário para o Brasil. Luís Ferreira de Almeida, representante geral da TAAG para as Américas, disse recentemente ao site ‘NewsAvia’ que as ocupações médias das aeronaves Boeing

777-300ER utilizadas nestas linhas têm crescido e atingiram entre 68% nos voos para o Brasil e 66 % naqueles que vão para Luanda de janeiro a outubro de 2014.

Como é possível perceber pelo número igual de passageiros transportados em ambos os sentidos, o mercado se divide entre as duas na-cionalidades, com passageiros de Angola que se deslocam ao Brasil em lazer ou em negócios ou com viajantes do Brasil, de onde partem mui-tas pessoas que vão trabalhar em Angola ou

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economia

Podemos dizer com bastante agrado que a TAAG hoje já

é reconhecida em vários países da América Latina

ANTÔNIO BARTOLOMEU, DIRETOR DE VENDAS

PRESENÇA EM FEIRA DE SÃO PAULOAperfeiçoar a prestação de serviços para consolidar padrões internacionais de viajem tem sido a maior aposta da direção da Transportadora Aérea de Angola (TAAG). Coerente com esse objetivo, a empresa participou da 42ª edição da Expo Internacional de Turismo, o mais importante evento de negócios das Américas. Organizada pela Associação Brasileira de Aviação (ABAV), a feira aconteceu de 24 a 28 de outubro no parque de exposições do Anhembi, zona sul da capital paulista. A presença da TAAG no evento é um dos frutos do investimento do governo angolano para permitir a divulgação da companhia no mercado internacional. Nesta terceira participação consecutiva da TAAG na feira da ABAV, a novidade foi a mais recente aquisição da empresa, o Boeing-777-300 ER. Trata-se de um aparelho com equipamentos de ultima geração, que vai melhorar ainda mais a viagem dos passageiros que escolhem a transportadora angolana. Para Antônio Bartolomeu, diretor de vendas da companhia, a participação na 42ª Expo Internacional de Turismo foi de grande importância, uma vez que o objetivo principal da empresa é ganhar espaço no mercado internacional. “Podemos dizer com bastante agrado que a TAAG hoje já é reconhecida em vários países da América latina”, frisa.

que visitam o país africano também a negócios, aproveitando a onda de crescimento econômico registrado nos últimos anos.

Luís Ferreira de Almeida informou ainda que a TAAG desenvolve actualmente um trabalho de expansão por toda a América Latina com a con-tratação de representantes que promovem a companhia entre as agências de viagens locais, mas lembrou que nos percursos com destino ao Brasil já existem ligações imediatas para alguns destinos sul-americanos.

Em declaração para Angola Yetu, o representan-te disse que as vantagens proporcionadas aos pas-sageiros pela TAAG, em comparação com as con-correntes, são as operações directas entre Brasil e Angola. “Os motivos do desempenho actual das nossas operações – explica Almeida - estão a ser sustentados pela estratégia em desenvolvimento relacionada com a intensa actividade de promoção das nossas potencialidades, adicionada às partici-pações nas Feiras Internacionais de Turismo reali-zadas na América Latina que nos têm proporciona-

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do oportunidades de não somente divulgar a TAAG mas, também, o nosso país, Angola”, declarou.

Ainda segundo o representante, são muitos os passageiros que escalam Luanda em viagem para a Ásia, já que a TAAG oferece excelentes ligações para Dubai e para Pequim, além de uma rede regional muito interessante para outros países africanos. Ele lembra também que esse é o caminho mais curto para os passageiros que partem de países latino--americanos, que podem apanhar voo em São Paulo ou no Rio de Janeiro e seguir para os seus destinos, via Luanda, depois de 07h20 de voo.

Desde 2013, a TAAG tem representante na Ar-gentina e actualmente realiza negociações para a abertura de representações de vendas na Colôm-bia, Chile, México e Peru. Existem já acordos com a Aerolíneas Argentinas e com a companhia brasi-leira GOL, o que facilita a circulação de passageiros para destinos servidos por essas companhias que utilizam um bilhete corrido.

A empresa também voa para Havana, capital de Cuba, país onde o tráfego tem crescido e para o qual a companhia angolana irá aumentar a ca-

pacidade do seu voo semanal, passando a utilizar o Boeing 777-300ER a partir de janeiro de 2015. A ligação aérea entre Luanda e Havana demora cerca de 14 horas. É o segundo voo mais longo da compa-nhia, depois de Luanda-Pequim feito sem escala e que demora 15 horas, informa o News Avia.

Luís Ferreira de Almeida revelou ainda ao mesmo site que estão em curso negociações com o Grupo LATAM Airlines com vista à implantação de um sis-tema de code share (acordo empresarial pelo qual duas ou mais empresas aéreas participam de um mesmo voo dividindo entre si a comercialização dos assentos) que, caso se concretize, cobrirá quase todos os países da América Latina para onde voam companhias do grupo aéreo, em que está agora in-cluída a TAM Linhas Aéreas.

Estratégia de expansão se sustenta em intensa ACTIVIDADE PROMOCIONAL.

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economia

ODEBRECHT COMPLETA 30

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Maior empregador privado do país, realizando desde 1984 obras de infraestrutura em sectores prioritários da economia angolana, a multinacional brasileira de engenharia diversifica seus investimentos

Reforçando o compromisso de longo pra-zo da empresa com Angola, a Odebrecht Infraestrutura - África, Emirados Árabes

e Portugal - cujos negócios se concentram nas áreas de engenharia e construção, nos segmen-tos de transporte, água, saneamento, habitação, energia e mineração - está agora participando também com investimentos estratégicos de mais de 3 mil milhões de dólares nos segmentos de retalho (supermercados), agronegócio, shopping center, mineração, óleo e gás.

Segundo o diretor superintendente da em-presa, António Carlos Daiha Blando, na área do agronegócio, a Biocom, empresa na qual a Odebrecht tem 40% de participação, entrou em operação em setembro de 2014, com capacida-de inicial para produzir 18 mil toneladas de açú-car/ano, 3 milhões de litros de etanol e 120 Gwh de energia. “Em 2016, quando estiver operando com 100% de sua capacidade – informa Blan-do - irá produzir 2,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que, por sua vez, darão origem a 256 mil toneladas de açúcar, a 23 milhões de litros de etanol e 235 GWh de energia por ano, a ser disponibilizada na rede”.

Ele esclarece que toda a produção de açúcar será destinada ao mercado local, suprin-

do cerca de 70% do consumo actual do produto em Angola. A energia tam-bém será destinada ao mercado angolano. Já o etanol poderá ser exportado para a Europa. O director da Odebrecht é discreto ao falar dos planos da empresa para o futuro, li-

mitando-se a dizer que ela está sem-pre atenta para novas oportunidades de HOLANDA CALVACANTI

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economia

negócios. No entanto, notícia publicada pelo site África21 em 20 de setembro último informa que a empresa pretende investir também na explora-ção de uréia e amônia e na produção de frangos.

ANGOLANOS TRABALHANDOAntónio Carlos Daiha Blando ressalta que a

Odebrecht completa 30 anos de actuação em An-gola tendo um importante papel na reconstrução do país, com a realização de obras de infraestru-tura em sectores prioritários como energia, água, saneamento básico, estradas e casas populares e investindo capital próprio em parceria com em-presas angolanas em projectos que melhoram as condições de vida dos angolanos.

“A Odebrecht – diz o diretor superintendente da empresa - foi responsável, por exemplo, pela construção da hidroelétrica de Capanda, primei-ra obra no país, erguida nos períodos mais du-ros do conflito armado, entre outras dezenas de construções de grande porte. Embora tenhamos enfrentado algumas dificuldades, o resultado sempre foi positivo, pois estivemos presentes ini-terruptamente ao longo dos 30 anos, tendo rea-lizado inúmeras obras e investimentos no País”. Blando lembra que foi a paz de 2002 que viabilizou a conclusão de Capanda e permitiu ao País entrar em um período de muitas obras de reconstrução e construção: “Buscamos estar sempre presen-tes, sendo, portanto, partícipes de grande parte das mesmas em Luanda e em algumas Provín-cias do País”, observa.

E acrescenta que actualmente, a empresa em-prega em Angola, no segmento de engenharia e construção, mais de 17 mil pessoas, sendo o maior empregador privado do país. “Temos mais de 15 mil angolanos trabalhando na Organização Odebrecht. Hoje esse efectivo de trabalhadores representa 90% das pessoas que integram a Ode-brecht em Angola”, observa, explicando que em 30 anos de presença em Angola, a Odebrecht co-locou em prática sua filosofia empresarial e, com base nos princípios da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) de educação para e pelo traba-lho, transferiu conhecimento e substituiu grada-tivamente equipes brasileiras por equipes locais.

PACTO SOCIALFundada em 1944 em Salvador, na Bahia, pelo

jovem engenheiro que lhe deu o nome, a Norber-to Odebrecht Construtora Ltda nasceu superando dificuldades. Para saldar as dívidas acumuladas pelo pai, que enfrentou uma crise nos negócios durante o período de instabilidade da Segunda Guerra Mundial, o empresário estabeleceu pactos com os banqueiros, que renegociaram os débitos com os clientes e com os mestres de obras, que passaram a ser sócios de Norberto Odebrecht e responsáveis pelas obras que lideravam, rece-bendo em troca parte dos lucros. Esses mestres, por sua vez, estabeleceram pactos operacionais

Acima, desvio do rio para construção da HIDRELÉTRICA DE LAÚCA e abaixo trecho de via expressa,

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OBRAS ENTREGUES EM ANGOLA PELA ODEBRECHT:

• Hidroelétrica de Capanda;• Hidroelétrica do Gove;• Estradas em Províncias: Benguela - Dombe

Grande, Benguela - Catengue, Benguela - Baia Farta, Capanda - Alto Dondo, Caala - Ganda, Cuíma - Gove e Ecunha – Cusse;

• Estradas em Luanda: Golf - Benfica, Autoestrada periférica, Luanda - Viana, Estrada da Samba, Avenida 21 de Janeiro;

• Aeroporto Internacional da Catumbela, em Benguela;

• Aeroporto Welvichia Mirabilis no Namibe;• 19.300 casas populares para o Programa

de Realojamento das Populações no Zango – Luanda;

• Regularização dos Rios Catumbela, Cavaco e Coporolo em Benguela (1ª e 2ª etapas);

• Abastecimento de Água de Benguela (1ª, 2ª e 3ª etapas);

• Infraestruturas de Benguela (1ª e 2ª etapas);• Infraestruturas do Cuanza Sul (1ª e 2ª etapas);• Linhas de Transmissão Capanda – Viana (400 KW

– 310 Km) e Lucala – Uige (220 KW – 210 Km);• Entre outras.

OBRAS EM ANDAMENTO:

• Hidroelétrica de Cambambe: Alteamento da Barragem e Construção da segunda casa de máquinas;

• Hidroelétrica de Laúca;• Infraestruturas para a Refinaria de Lobito:

Estrada de Cargas Pesadas, Terminal marítimo e Terraço para implantação da Refinaria;

• Eixo Viário de Luanda;• Marginal Sudoeste de Luanda;• Ampliação da Zona Econômica Especial

em Luanda;• Reforço de águas de Luanda;• Condomínios Residenciais e Empresariais

em Luanda;• Vias Estruturantes em Luanda;• Vias de Luanda (Urbanização no Casco Urbano);• Regularização dos Rios Cavaco e Coporolo –

etapa complementar;• Infraestruturas do Cuanza Sul – etapa

complementar.

com seus subordinados, fechando um sistema que Norberto Odebrecht chamou de pacto social. Esse conjunto de princípios, mais tarde, formaria a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO).

Algumas décadas mais tarde, Norberto Odebre-cht contava com uma complexa estrutura financei-ra, com empresas trabalhando umas para as outras e negócios espalhados pelo Brasil e presentes em 23 países, tornando-se uma Organização global, de origem brasileira. O site oficial da empresa informa que em 2013 a organização teve uma receita bruta de R$ 96.939 milhões e realizou investimentos de R$ 12,8 mil milhões, sendo formada por 181 mil in-tegrantes de 78 nacionalidades.

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comunidade

Aguinaldo Mukisi formou--se em administração geral, Escórcio Miguel

em Engenharia de Telecomu-nicações, Luís Jorge em gestão de recursos humanos, Milanova Chaves em química e João Vika Pedro em gestão financeira. Após o término dos cursos, as aspirações são várias no que concerne à continuidade da for-mação ou a transformação das teorias em práticas.

Reconhecido pela sua exce-lência como melhor estudante da UNIFIEO em 2014 (veja box), Aguinaldo Mukisi diz: “Não pre-tendo parar por aqui. Angola está carente de profissionais bem qualificados, tanto na aca-demia quanto em outras áreas do funcionalismo público e no sector privado. Por isso, estou cursando uma pós-graduação em finanças corporativas e in-

Em agosto de 2014, cinco estudantes concluiram diferentes cursos pelo Centro Universitário UNIFIEO, instalado na região oeste da Grande São Paulo

vestiment banking, no senti-do de aprofundar ainda mais meus conhecimentos e, natu-ralmente, permitir que um le-que de oportunidades maior se abra para mim”.

Luís Jorge complementa: “Faço curso de pós-graduação MBA em gestão estratégica de recursos humanos e poste-riormente pretendo regressar

para Angola, meu país, e ac-tuar na área. Se calhar, quero prestar consultoria para as de-mais organizações que preten-derem adquirir informações precisas referentes à cadeia de recursos humanos”.

A colocação no mercado de trabalho é um factor de gran-de preocupação para esses estudantes, que se colocam na

Aguinaldo Mukisi , Milanova e João Vika Pedro

ANGOLANOS SE FORMAM EM OSASCO

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MELHOR ESTUDANTEAguinaldo Francisco Mukisi, 27, foi homenageado com mérito de melhor estudante do curso de administração geral pelo Centro Universitário UNIFIEO em 2014. A homenagem decorreu no momento em que acontecia o acto de colação de grau, a tradicional cerimônia acadêmica que certifica oficialmente os estudantes concluintes do ensino superior com o merecimento de seus diplomas. Durante os quatro anos no percurso de sua graduação, Mukisi estagiou como pesquisador iniciante, por um desejo de melhor entender o universo dos negócios, actualmente realiza treinamentos como consultor empresarial, de maneira a preparar-se para uma possível caminhada na mesma área. É ainda pós-graduando em Finanças Corporativas e Investiment Banking na FEA/USP. “Quando ele foi meu aluno de psicologia, ele se destacou muito na disciplina, e os outros professores também comentavam porque não é muito difícil perceber o potencial do Aguinaldo. Ele sempre foi muito participativo, suas dúvidas não eram comuns, sempre complexas, então eu acredito que qualquer lugar que ele for, ele irá se destacar e ter muito sucesso”, comenta o professor Dr. Paulo Sérgio Silva, da UNIFIEO.

perspectiva de regresso a An-gola após a finalização dos es-tudos: “A gente sempre espera pelo melhor e todo estudante, finalizando o curso, espera ter aquela recompensa de dever cumprido e aspirar grandes realizações. Num país em cres-cimento, espero alcançar a co-locação desejada no mercado e dar a minha contribuição para a construção de uma grande Angola”, comenta Vika Pedro, actualmente pós graduando em controlo de empresa na UNIP e em auditoria pela Uninove.

APROVEITAR OS NOVOS QUADROS

Milanova, por seu lado, res-salta: “Pretendo trabalhar na área de formação e, como re-cém-formada, tenho projectos a serem desenvolvidos de modo a dar o meu contributo para o desenvolvimento do meu país. Porém, estou receosa com re-lação ao regresso, uma vez que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente”.

Avanços significativos em vários campos da vida social, econômica e política de Angola são frutos de uma estratégia do Governo para reforçar as capa-cidades das pessoas e apoiar o fortalecimento da nação, res-pondendo aos desafios globais e nacionais de desenvolvimento.

Mas é preciso ainda saber apro-veitar melhor os novos quadros que se formam no país e para o país, de maneira a absorver o conhecimento, principalmente das áreas consideradas mais carentes em Angola.

Para Aguinaldo, Escórcio, Luís, Milanova e Vika, ciências da computação, educação, ar-quitetura e urbanismo, desenho industrial, engenharia aeronáuti-ca, engenharia de controle e au-tomação (mecatrónica e química) são as áreas de mais carência em Angola. Os estudantes que a elas se dedicam precisam ter um nível elevado de aproveitamen-to para que, quando formados, possam entrar no mercado com conhecimentos sólidos e exercer a profissão com excelência.

Num país em crescimento, espero alcançar a colocação desejada no mercado e dar a minha contribuição para a construção

de uma grande Angola JOÃO VIKA PEDRO

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cultura

CULTURA ANGOLANAÉ DEBATIDA

Como parte das actividades comemorativas do 39º aniversário da Independência de Angola, o Consulado Geral de Angola em São Paulo

organizou um encontro cultural com palestra e debates.

» Realizado no auditório do novo prédio do Con-sulado, o debate sobre o tema “Aspectos cultu-rais numa visão antropológica” abordou questões relevantes, desde a constituição de Angola como território, a partir da partilha da África na confe-rência de Berlim, até os traços históricos, hábitos e costumes deixados pelos portugueses. Conduzida por uma mesa integrada pelo Cônsul Geral Belo Mangueira, o professor Abreu Paxe e o líder da As-sociação dos Angolanos no Estado de São Paulo, José Sabino, a palestra contou com presença de membros da comunidade, estudantes de várias ci-dades do Estado, além dos jornalistas Carlos Gon-çalves (Rádio Mais) e Wallace Nunes.

Abreu Paxe lembrou que existem características árabes na cultura angolana, nomeadamente o “pe-dido e o alambamento”, uma prática tradicional e comum entre os povos africanos, em que ao pedir sua companheira em casamento, o homem paga dotes em valores e em produtos diversos, o que na visão da cultura árabe traduz o valor da mulher

como reprodutora, bem como frisou a importância dos provérbios traduzidos na cultura de forma es-crita e sua influencia na vida quotidiana, abordando ainda as questões da integração cultural regional e dos esforços feitos pela SADEC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral ) na abertura do mercado comum.

Citando a questão da aculturação como fenóme-no presente nas mais diversas áreas sociais, a Dra. Florinda Miranda, médica do Hospital das Clínicas de São Paulo, falou do processo de resgate da cultura africana que vem se manifestando ao longo dos tem-pos entre os povos africanos, dentro e fora do conti-nente, tanto em vestuário como em seus convívios, encaixando-se assim na promoção do que é seu, mas servindo-se das outras culturas como base. Segun-do ela, sendo a cultura a base e identidade de um povo, há necessidade de se promove-la mais, organi-zando eventos culturais, convívios entre o povo, a fim de se cultivar, manter, dar sentido aos nossos valores e não ser um mero reprodutor de cultura alheia.

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» Uma palestra da activista em defesa das crianças e mulheres, Graça Machel, esteve entre os principais momentos da Afroét-nica Flink Sampa – Festa do Co-nhecimento, Literatura e Cultura Negra de São Paulo, realizada no dia 23 de Novembro, no Memorial da América Latina. A festa literá-ria recebeu um grande número de personalidades brasileiras e africanas para reflectir, discutir e debater temas sobre a literatu-ra e cultura negra. O evento fez parte das actividades comemo-rativas do Dia Nacional da Cons-ciência Negra, 20 de Novembro, data da morte do líder quilom-bola Zumbi dos Palmares e que simboliza a luta dos brasileiros

contra a discriminação racial. Recebida por um coral da en-

tidade beneficente Legião Bra-sileira de Boa Vontade (LBV), formado por crianças que lhe ofereceram um arranjo de flo-res, Graça Machel iniciou o seu discurso com uma afirmação da negritude: “Eu vim do outro lado do mundo para dizer em primei-ro lugar: eu sou negra, eu sou mulher, e tenho muito orgulho de ser uma cidadã do mundo”. Foram palavras que emociona-ram o público, sendo retribuídas com enormes aplausos.

Dividido por sessões, o evento incluiu também, em sua primei-ra parte, a mesa redonda “Áfri-ca e Brasil – A literatura como Missão e Diálogo”, que contou com a presença das autoras Isabel Ferreira (Angola), Pau-lina Chiziane (Moçambique) e Vera Duarte Pina (Cabo Verde). Segundo a advogada e escritora Isabel Ferreira, em relação ao Brasil, a literatura angolana está a ser descoberta, mas Angola encontra-se num momento mui-to positivo porque o Brasil quer conhecer os escritores angola-nos, a riqueza de sua literatura:

FLINK SAMPAREÚNE BRASILEIROS & AFRICANOS

A activista Graça Machel e os escritores Isabel Ferreira e Lupíto Feijó representaram Angola nesse grande evento de cultura negra

“Hoje eu levo daqui uma grande lição de vida. Penso que exaltar a cultura do nosso país através da literatura, exaltar os valores cul-turais que Angola tem, e deixar bem patente que nós somos um povo rico culturalmente, deve ser a nossa missão, com diálogo e partilha”, afirmou.

Outra mesa, denominada “Papo de Escritor”, reuniu Mar-celino Freire (Brasil), ganhador do Prêmio Machado de Assis 2014 da Biblioteca Nacional com o romance “Nossos Os-sos”, o poeta e ensaísta ango-lano Lupito Feijó, um dos fun-dadores da Brigada Jovem de Literatura de Luanda, e Paulo Lins (Brasil), autor de “Cidade de Deus”, romance que deu ori-gem ao premiado filme do dire-tor Fernando Meirelles.

Para Feijó, as mais importan-tes referências da literatura an-golana e que mais contribuíram para a consciencialização do povo do país foram as obras de António Agostinho Neto, Jacin-to Mário de Andrade, Luandino Vieira, Aires de Almeida Santos, e Deolinda Rodrigues, além de ou-tros personagens dessa história.

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cultura

“LER ANGOLA”É POLÍTICA DE GOVERNO

Desenvolvido pelo Gabinete de Revitalização e Execu-ção da Comunicação Insti-

tucional e Marketing da Adminis-tração, Grecima, órgão ligado à presidência da república, e lança-do em 2013, o Projeto “Ler Ango-la” pretende recuperar, valorizar e promover a leitura no país, fazendo chegar os livros a toda comunida-de nacional, sobretudo, às perife-rias e às pessoas menos favoreci-das, disponibilizando-os a preços mais baixos ou gratuitamente.

Para alcançar esse objetivo, uma primeira iniciativa do pro-jeto foi o lançamento do progra-ma “11 Clássicos da Literatura Angolana”, que anualmente fará uma reedição de obras de refe-rência. O programa, que tam-bém prevê bolsas de estímulo a novos escritores e a criação de um programa de TV exclusiva-mente voltado para a literatura, está em sua primeira fase, que deve durar até 2017, período no qual devem ser publicadas qua-se 100 obras literárias. Na entre-vista as seguir o coordenador do “Ler Angola”, Divaldo Martins, conta os detalhes da iniciativa.

Iniciativa promove o surgimento de novos escritores e incentiva a prática da leitura no país.

ANGOLA YETU - Qual é o objectivo deste projecto?DIVALDO MARTINS:– O objectivo do Ler Angola está relacionado com o fomento do livro e da lei-tura no país. Pretende-se com ele tornar mais acessível o li-vro, criando novos e recuperan-do velhos leitores, e, do mesmo modo, incentivar o surgimento de novos escritores, ou espica-çar os antigos, através do apoio à publicação das suas obras.

AY - Quais os tipos de obra são apresentados nesta primeira fase?D.M – Na primeira fase foi lan-çada a primeira colecção dos 11 clássicos da literatura nacional. Tratou-se da reedição de um conjunto de obras de referência da nossa literatura, como Ex-pontaneidades da Minha alma, Sagrada Esperança e Mestre Tamoda, entre outros.

AY - Quais são os gêneros das obras apresentadas? D.M – Trata-se de um projecto virado para a ficção e, portanto, temos poesia e prosa.

AY- Como é feita a circulação, distribuição, ou divulgação destes livros no país, de maneira que o mesmo esteja ao alcance de todos?D.M – Os livros estão disponíveis em todas as províncias do país, quer em livrarias quer nos su-permecados Kero, que são nos-sos parceiros no projecto. Podem também ser encontrados nas Mediatecas, nas províncias onde estas infraestruturas já existam.

AY - Com base na realidade do acesso à leitura em Angola, acredita que o projeto irá suprir as necessidades da população?D.M – Achamos que estamos a dar um passo importante para estimular o sector. Será, natu-ralmente, necessário, que este passo seja complementado com

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AY- Acredita que existe alguma contradição entre as tecnologias e a literatura? D.M – Acho que são perfeitamen-te conciliáveis. Hoje as novas tecnologias, por meio dos dis-positivos de leitura electrónica, facilitam o acesso ao livro. Julgo que não há uma perspectiva de substituição do livro tradicional em papel, pelo menos a curto prazo, mas uma perspectiva de complementariedade, atraíndo aqueles leitores que são apaixo-nados pela tecnologia digital

AY - Qual tem sido o público que mais procura os livros expostos? D.M – A juventude tem sido a maior entusiasta do projecto. Aliás, ele pode mesmo ser en-quadrado no âmbito das po-líticas do executivo para este sector, na medida que tem nos jovens um dos seus principais alvos e beneficiários.

outras iniciativas públicas e pri-vadas. Uma certeza que temos é que estamos a conseguir fazer o livro chegar às pessoas mais ca-renciadas e a proporcionar uma oportunidade para terem acesso à literatura fundamental no con-texto da literatura angolana.

AY - Sendo este um instrumento valioso para aquisição do hábito da leitura, quais são as expectativas para que o mesmo se mantenha e seja um indicativo de bom resultado?D.M – Um dos principais indica-dores dos resultados positivos desta iniciativa é a elevada e sur-preendente procura que os livros têm tido. Com o surgimento des-te projecto, e pela facilidade que o mesmo aporta em termos de aquisição, muitas escolas hoje se sentem mais confortáveis em solicitar que os estudantes adquiram estas obras e possam desenvolver trabalhos acadé-micos sobre elas, o que não era possível com os preços normais do mercado. Lembro que qual-quer livro que faça parte desta iniciativa custa apenas Akz. 500

AY - O alto preço dos livros e o impacto das novas tecnologias de informação têm sido, em vários países do mundo, fatores de desestímulo à leitura. No caso de Angola, que estratégias o projeto traz para a quebra desta realidade?D.M – Uma das estratégias está relacionada com a subvenção do preço final do livro. A outra está relacionada com o apoio à produ-ção de obras inéditas, assumindo a totalidade dos custos e ainda atribuindo todos os proventos resultantes das vendas aos au-tores destas obras, no âmbito da nossa chamada bolsa literá-ria. Paralelamente a isso, têm sido desenvolvidos programas específicos de televisão sobre a literatura nacional, no sentido de recuperar o lugar importante que as obras, em primeira instância, e os seus autores, têm tido e de-vem ter para a construção e con-solidação da nossa identidade nacional. No futuro, com certeza, a estratégia passará por conciliar as novas tecnologias com o mun-do literário através da disponibili-zação de e-books.

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cultura

LITERATURA DE ANGOLA GANHA ESPAÇO NA BIENAL DO LIVRO

» Durante os 10 dias da 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, as obras mais vendidas no stand de Angola foram os livros da colecção “11 Clássicos da Literatura Angolana” - com destaque para Mayombe, de Pepetela. A coleção integra o pro-jeto “Ler Angola”, criado pelo Gabinete de Revitalização e Exe-cução da Comunicação Institucional e Marketing da Administra-ção (Grecima), como parte de um vasto programa institucional denominado Amo Angola, que visa na divulgação da cultura do país no mundo.

Outro destaque e vendas, fora da coleção, foi o livro “A Saúde do Morto”, de Luís Fernando, um dos mais procurados pelo pú-blico durante o evento, que aconteceu de 22 a 31 de agosto no parque Anhembi, zona norte da capital paulista.

Estrategicamente instalado na entrada da mostra, o stand de Angola possibilitou o contato visual da maioria dos visitantes da bienal, que recebeu aproximadamente 800 mil pessoas por dia. Segundo Frederico Pinho, um dos coordenadores do projeto, a participação de Angola na 23ª Bienal do Livro de São Paulo teve muito êxito, uma vez que os visitantes brasileiros mostram inte-resse e curiosidade em conhecer a literatura angolana

Stand do país na feira do livro de São Paulo também divulgou diversas outras manifestações da cultura angolana.

AY - Sabendo da escassez da produção gráfica em Angola e dos altos custos de produzir livros no estrangeiro, acredita que o investimento na indústria livreira seja uma resposta a esta problemática?D.M – Absolutamente. Uma in-dústria gráfica nacional ajudaria a reduzir os custos de produção dos livros e permitiria que este produto chegasse às livrarias a preços mais acessíveis. Daí a importância de construir novos leitores. Com isso o mercado perceberá a importância de in-vestir nesse sector, com o sur-gimento de livrarias, distribui-dores, enfim, um conjunto de empresas ligadas ao circuito do livro. Isso representaria não só um ganho em termos culturais e educacionais, mas também em termos económicos, na me-dida em que são actividades que garantem recursos para o estado, através do pagamento de impostos, e que também vão contribuir para o aumento da oferta de emprego.

AY - O porquê da escolha dos 11 clássicos da literatura angolana como ênfase ao projeto?D.M – A ideia dos 11 clássicos é homenagear aquelas obras de referência que contribuíram para a construção da nossa in-dependência e da nossa identi-dade nacional, e que jogam um papel importante na divulgação dos traços essenciais da nos-sa cultura. Tudo isso associado a um momento importante da nossa história, que é o 11 de No-vembro, data em que nos torna-mos independentes.

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» Martinho da Vila, Elza Soa-res, Alcione, Carlinhos Brown e Marisa Monte são alguns dos famosos intérpretes bra-sileiros que gravaram canções desse grande músico ango-lano que empolgou a plateia paulistana. Falando sobre sua relação com Brasil, Bonga diz que o povo brasileiro tem uma história ligada a Angola e que a origem do samba brasileiro é o semba. E lembra que Marti-nho da Vila gravou sua música Mundiakime no disco “Presen-te”, enquanto Mulemba Xango-la foi gravada por ele, na Bahia, junto com Carlinhos Brown e Marisa Monte.

Afirma ainda que essa liga-ção entre o Brasil e a África, particularmente Angola, é uma coisa salutar, mas que não há espaço para o músico africano: “É muito complicado as músi-cas africanas venderem-se no Brasil e os africanos virem aqui para cantar suas músicas, suas coisas tradicionais, isso não tem se verificado. É sempre o sen-tido contrário: o Brasil, claro, que entra com as novelas, com a tecnologia, tudo isso, mas nós gostaríamos de reciprocidade. Seria óptimo !”, ressalta.

BONGA KUENDATRAZ O SEMBA A SÃO PAULOO músico angolano empolgou e fez dançar o público que foi vê-lo em novembro, no SESC Vila Mariana

Com mais de 300 composi-ções da sua autoria e 32 álbuns editados, Bonga chega aos 72 anos de idade e quase 50 de carreira, em plena actividade, actuando também em concer-tos beneficentes da ONU, FAO e UNICEF, entre outros. Ele define o som que produz como uma música original, oriunda de Angola, o semba: ”Foram os angolanos que a fabricaram, foram os angolanos que resisti-ram com ela, até hoje. Há outras

modalidades, como kabetula, kilapanga etc, mas o semba foi a que mais se distinguiu, com grandes obreiros. Eu quando nasci já encontrei o semba. É uma forma de dançar e de estar na vida também”.

Nascido em 1942, em Kipiri, na província do Bengo, ao norte de Luanda, Bonga diz que essa é também a razão de suas que-relas com Luanda: “Os tipos de Luanda, - brinca - têm a mania que são grandes músicos. Não são nada, é Maputo, é o interior de Angola onde é bom, onde es-tão as tradições mais conserva-das”. Atraído desde jovem pela música tradicional dos musse-ques, Adelino Barceló de Carva-lho assumiu o nome de Bonga Kuenda a partir de 1972, mesmo ano em que gravou na Holanda o seu primeiro LP, Angola 72.

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cultura

» Produzida em 2012 pela Semba Comunica-ção, em 2013, a novela esteve entre as quatro indicadas ao Emmy Internacional, concorrendo com duas brasileiras e uma canadense ao prê-mio vencido por Lado a Lado, da TV Globo. Ao ser exibido no Brasil, o folhetim angolano possibili-ta o intercâmbio cultural entre os dois países e, diferentemente das produções brasileiras desse gênero, coloca em cena um elenco formado por só por actores negros.

"Windeck vem para mostrar ao povo brasileiro como é bom a gente negra se ver na televisão. Espero que seja um caminho para se ter mais gente negra na TV brasileira. O Brasil só pode ser forte e rico se preservar e divulgar todas as ma-trizes culturais", disse o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra.

O diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve, destaca o papel da novela no combate ao racismo. "O preconceito está tão arraigado dentro da gen-te, que, mesmo sem perceber, até aqueles que têm uma luta contra o preconceito passam por situações de preconceito".

Já o embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, disse que a exibição mostrará que a coo-peração entre os dois países está também no ní-vel cultural. "Nossos países têm cooperação em vários níveis. Pensam que a cooperação só é ex-pressa por indicadores, quando as trocas comer-ciais aumentam, quando o fluxo de exportação ou

importação sobe. Mas há o capital cultural que a novela vai produzir. Por meio dela, o povo brasi-leiro vai conseguir ter uma nova noção do que é a vivência, as acções sociais angolanas", disse.

Windeck se passa em Luanda, capital de Ango-la. A história é centrada nos bastidores da revista Divo, onde glamour se mistura com ambição. O folhetim mostra o que algumas pessoas são ca-pazes de fazer para obter riqueza fácil e rápida, e revela os golpes daqueles que não medem es-forços para alcançar seus fins. Esse também é o significado da palavra windeck. Perguntado se conheceu alguém assim na sua trajetória pes-soal, o autor e produtor executivo da novela, Co-réon Dú, respondeu: "Conheci muitos".

Ele explicou que a trama traz um pouco do que é vivido por jovens angolanos e o quotidiano da comunicação. Ele também manifestou o seu con-tentamento em ter a produção reconhecida pelo Brasil e por poder trazer para o Brasil um pouco da cultura de Angola.

Fonte: EBC

TV BRASIL EXIBE NOVELA PRODUZIDA EM ANGOLAPrimeiro folhetim africano a ser exibido no Brasil, “Windeck – Todos os Tons de Angola” passa de segunda a sexta-feira na TV Brasil, no horário das 23h.

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ANGOLA (detalhe)

Rotas domésticas partindo de Luanda: Benguela (Catumbela), Cabinda, Dundo,

Huambo, Kuito, Lubango, Luena, Malange, M´banza Congo, Menongue, Namibe,

Negage, Ondjiva, Saurimo e Soyo.

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