como viver no espÍrito

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COMO VIVER EM ESPÍRITO [COMPREM ESTE LIVRO] OBSERVAÇÃO: Em nome do Deus vivo, o Criador de Todas as Coisas, peço permissão aos proprietários dos direitos autorais deste livro para publicar O CAPÍTULO 14 (inteiro e na íntegra) desta maravilhosa e edificadora obra cristã. Por se tratar de um livro que teve a sua primeira edição no Brasil, datada de 1991 – pela Editora Vida, esta nova geração de crentes pouco há conhecem. Sou uma pessoa que perdi quase toda a herança que o Senhor me dera dos 15 aos 62 anos da minha vida, inclusive a família. Esgotei-me espiritualmente, mas graças ao Senhor Jesus, desde que Ele me colocou esta e outras obras nas mãos tenho lutado para me recuperar da exaustão espiritual, e quero compartilhar com meus irmãos em Cristo e amigos em geral, as bênçãos que, pouco a pouco, estou desfrutando. O Senhor irá recompensá-los à Sua maneira, para honra e glória do Seu nome. Sei que até aqui o Senhor tem me dado, mas, outrossim, reconheço que a batalha é do Senhor. E que a Sua graça me basta. Amém! Antes de iniciar a reiteração desta mensagem já postada anteriormente na íntegra, coloco para reflexão os seguintes versículos. E que não venham os amados irmãos em Cristo, em defesa de Pastores, Líderes e de outros irmãos, com justificativas do tipo: Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. (Hebreus 13:17). Evidentemente que de maneira nenhuma podemos generalizar. É claro que cada caso é um caso, que existem grandes e bons pastores, líderes espirituais e crentes em Cristo. Por conseguinte, não façamos JUÍZO DE VALOR, e não sejamos ávidos em fazer JULGAMENTO PRECIPITADOS ou afirmar que A SABORBA PRECEDE A QUEDA (Pv 16:18). Particularmente sinto muita falta da comunhão com meus irmãos em Cristo, mas como conviver num ambiente tão inóspito quanto o deserto. Preciso ver alguma iniciativa que me convença. Falta de amor próprio não é, senão não estaria sempre sendo amoroso com os irmãos, em busca de uma paz recíproca: Desgarrei-me como a ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueci dos teus mandamentos. (Salmos 119:176); Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-a, a põe sobre os seus ombros, jubiloso; E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. (Lucas 15:4-7); As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam. As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto. Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e livrá-las-ei de todos os

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COMO VIVER EM ESPÍRITO [COMPREM ESTE LIVRO]

OBSERVAÇÃO: Em nome do Deus vivo, o Criador de Todas as Coisas, peço permissão aos proprietários dos direitos autorais deste livro para publicar O CAPÍTULO 14 (inteiro e na íntegra) desta maravilhosa e edificadora obra cristã. Por se tratar de um livro que teve a sua primeira edição no Brasil, datada de 1991 – pela Editora Vida, esta nova geração de crentes pouco há conhecem. Sou uma pessoa que perdi quase toda a herança que o Senhor me dera dos 15 aos 62 anos da minha vida, inclusive a família. Esgotei-me espiritualmente, mas graças ao Senhor Jesus, desde que Ele me colocou esta e outras obras nas mãos tenho lutado para me recuperar da exaustão espiritual, e quero compartilhar com meus irmãos em Cristo e amigos em geral, as bênçãos que, pouco a pouco, estou desfrutando. O Senhor irá recompensá-los à Sua maneira, para honra e glória do Seu nome. Sei que até aqui o Senhor tem me dado, mas, outrossim, reconheço que a batalha é do Senhor. E que a Sua graça me basta. Amém!

Antes de iniciar a reiteração desta mensagem já postada anteriormente na íntegra, coloco para reflexão os seguintes versículos. E que não venham os amados irmãos em Cristo, em defesa de Pastores, Líderes e de outros irmãos, com justificativas do tipo: Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. (Hebreus 13:17). Evidentemente que de maneira nenhuma podemos generalizar. É claro que cada caso é um caso, que existem grandes e bons pastores, líderes espirituais e crentes em Cristo. Por conseguinte, não façamos JUÍZO DE VALOR, e não sejamos ávidos em fazer JULGAMENTO PRECIPITADOS ou afirmar que A SABORBA PRECEDE A QUEDA (Pv 16:18). Particularmente sinto muita falta da comunhão com meus irmãos em Cristo, mas como conviver num ambiente tão inóspito quanto o deserto. Preciso ver alguma iniciativa que me convença. Falta de amor próprio não é, senão não estaria sempre sendo amoroso com os irmãos, em busca de uma paz recíproca:

Desgarrei-me como a ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueci dos teus mandamentos. (Salmos 119:176);

Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-a, a põe sobre os seus ombros, jubiloso; E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. (Lucas 15:4-7);

As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam. As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto. Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e livrá-las-ei de todos os

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lugares por onde andam espalhadas, no dia nublado e de escuridão. E tirá-las-ei dos povos, e as congregarei dos países, e as trarei à sua própria terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto aos rios, e em todas as habitações da terra. Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes de Israel será o seu aprisco; ali se deitarão num bom redil, e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel. Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor DEUS. A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo. (Ezequiel 34:4-16).

CAPÍTULO 14 – COMO VIVER NO ESPÍRITO (Na íntegra)

Naquela tarde de novembro, vi um cão de raça pastor alemão. Chovera durante a maior parte do dia, e uma neblina rodeava a montanha. O cão estivera perambulando sorrateiro pelo meio do mato, nos fundos do meu jardim. A pelugem ensopada, intrincada, cobria um corpo emaciado. De onde eu estava, pude ver que o cão, de cauda entre as pernas, tremia de frio. Pus-me a caminhar na direção dele, mas o cão virou-se e desapareceu na neblina.

Muitos de meus vizinhos tentaram alimentar o cão, que só fazia agachar-se rosnar contra seus benfeitores. Por fim, a sociedade protetora dos animais o capturou. Algum tempo mais tarde, eu soube que o animal havia sido repetidamente surrado por um homem cheio de vícios, meio louco, até conseguir fugir e ficar perambulando pelo campo, não ousando confiar noutro ser humano.

Em todas as cidades há muitos crentes solitários, tremendo de frio espiritual, agachando-se para evitar os que lhe desejam fazer bem. São pessoas feridas em seu espírito, surradas verbalmente desta ou daquela maneira pelos irmãos da mesma fé. Veem-se indignas diante de Deus, e temem partilhar sua vida com outro ser humano, pois seriam condenadas e rejeitadas. Assemelham-se àquele cão... alienadas, amedrontadas e solitárias.

Isaías viu com perfeição o coração de Jesus, e o que ele viria fazer. Resumiu o caráter e o ministério de Jesus no capítulo 42:3 de sua profecia: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega...”.

Canas quebradas cresciam com abundância às margens dos rios de Israel. As crianças gostavam de sentar-se às margens dos rios e tirar o miolo das canas. A fim de fazer flautinhas musicais. A tarefa era delicada; a cana poderia ser facilmente esmagada, estaria inutilizada para produzir música; as crianças quebravam de vez essa cana, e a atiravam no rio. Pois, se havia tantas outras canas com que trabalhar!

Disse Isaías que quando o Messias viesse ele não esmagaria “a cana quebrada...”. Cristo se caracteriza como a Pessoa que nunca jogaria fora aqueles que fossem esmagados no processo de manuseio.

Nos templos bíblicos, as casas israelitas eram iluminadas por lamparinas de óleo. Um pavio feito de fio de linho boiava no óleo, e iluminava a casa. Se o azeite acabasse, o mau cheiro do linho queimado causaria náusea; embaraçada, a dona-de-casa o atiraria fora, pela janela. Ela teria uma caixa cheia de novos pavios, de modo que jogar fora um deles não faria a mínima diferença.

Entretanto, disse Isaias que Jesus, quando viesse, não apagaria “a torcida que fumega”. Ele não se livraria daqueles que se viram queimados pela vida, que só produzissem luz bruxuleante. Outra possível tradução das palavras equivalentes a “torcida que fumega” seria, literalmente: “pavio apagado, inutilizado”.

Os fariseus descartavam-se das pessoas que haviam falhado na vida, mas Jesus restaurava aquelas canas esmagadas, transformando-as em instrumentos musicais que tocavam seu cântico de graça. Jesus tomava os restos fumegantes de uma vida esgotada e transformava-os num pavio mediante o qual ele próprio seria a Luz do mundo.

Neil sentou-se em meu gabinete. Era um jovem de trinta e poucos anos, a quem seus amigos haviam aconselhado que viesse falar comigo. Eu me sentara numa cadeira do outro lado da escrivaninha, e examinava

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seu porte. Parecia cheio de suspeitas, pronto para sair correndo a qualquer momento. Fez-me lembrar do cão pastor alemão.

Hesitante, falou-me de seus problemas conjugais e do divórcio ocorrido recentemente. Ele e a esposa sofreram problemas que já duravam muito tempo; contudo, tinham tido o cuidado de não torna-los públicos. Haviam mantido a imagem da família cristã perfeita. Mas durante o último ano o casamento morto foi atirado às escâncaras, de modo que sua podridão podia ser alfinetada por todos, à semelhança de corvos ao redor de um cadáver.

A voz do moço tinha timbre de ódio.

– Antes de eu me salvar, as pessoas costumavam testemunhar para mim. Falavam-me do amor de Jesus, de sua misericórdia e graça. Falavam-me do amor de Jesus, de sua misericórdia e graça. Falavam, também, a respeito do que se esperava que a igreja fosse. Parecia bom demais para ser verdade – uma comunidade incrível de pessoas que se amavam umas às outras e se perdoavam umas às outras... exatamente como haviam sido perdoadas por Deus! Falavam que Deus estava em todas as coisas, até mesmo nas tristezas e nos erros desta vida.

Os lábios do moço crispavam-se quando ele disse amargamente:

“Comprei o que me vendiam, o que me diziam. As coisas funcionaram mais ou menos bem. Nas áreas em que a coisa não funcionou, púnhamos uma máscara e dizíamos: “Glória a Deus”! Foi quando cometi um erro muito grande! Parei de mentir e contei às pessoas toda a verdade a meu respeito e a respeito de nosso casamento. Contei às pessoas que meu casamento era uma farsa, que havia morrido já fazia tempo, muitos anos. Tão logo as pessoas souberam a verdade a nosso respeito, ficou óbvio que nunca nos amaram; amavam, isto sim, a imagem que havíamos projetado de pessoas corretas, que fazem as coisas certas. Desde que nos divorciamos, a igreja tem tratado a mim e à minha ex-esposa como se fôssemos leprosos.”

Seus olhos encheram-se de lágrimas.

“O senhor sabe o que eles me disseram? Disseram que eu era má influência na igreja, que eu havia dado mau testemunho perante o mundo. Se eu não pedisse exclusão da igreja, eles me excomungariam a fim de manter o padrão de santidade.”

“Em seguida”, o moço hesitou um pouco, antes de atirar estas palavras, “disseram que sempre nos amariam, e que continuariam orando por nós! ”

A cabeça do rapaz decaiu-lhe no peito. Estava exausto. Seus olhos fitavam o carpete.

“Nós dois sofríamos. Sabíamos, havia anos, que perdêramos o caminho nalgum ponto. Precisávamos de amor e aceitação, mas tudo quanto as pessoas nos disseram foi que não estávamos vivendo de modo adequado; que deixássemos a igreja e parássemos de embaraçar os crentes. ”

Ele olhou para mim e me perguntou, desesperançado: “Isso é Cristianismo? Isso é amor”?

Suspirei profundamente. Eis um lamento longínquo daquele de quem Isaías havia escrito que se especializaria em caniços esmagados e torcidos fumegantes, apagadas.

As pessoas da comunidade religiosa a que Neil pertencera estavam queimadas espiritualmente, pastoreadas por alguns descedentes do “irmão mais velho” – isto é trágico – e não sabiam disso. Proclamavam uma distorção repugnante do evangelho, torcendo as Escrituras, como se estas declarassem que a aceitação diante de Deus depende de nosso desempenho, de nosso comportamento.

A mensagem daquela comunidade era: se você agir direito, terá aceitação diante de Deus e de sua igreja; se você for um fracasso, submeta-se à rejeição divina, que é endossada e executada por sua igreja.

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Aquelas pessoas não compreendiam o amor ágape de Deus. Cada qual tentava ganhar a aceitação divina comportando-se melhor do que seu vizinho de banco. Quando um irmão da igreja falha, surge um espírito malvado disfarçado de piedade que diz: “Não sou como as pessoas que fazem coisas tão erradas, tão repugnantes”. Quem pensa assim só conhece um jeito de tratar com o ofensor: rejeição e expulsão! É preciso manter a imagem de que merecemos a aceitação de Deus, à qual temos direito pelo nosso procedimento.

O mundo que nos observa não se surpreende diante da maneira áspera e maldosa com que a igreja disciplina seus membros faltosos. O único evangelho que ouviram é que ser cristão constitui questão de enquadrar-se num comportamento incrivelmente bom. Segue-se, portanto, que aqueles que não atingem esse padrão devem ser descartados.

Acenando com sabedoria, muitas pessoas do mundo se congratulam mais uma vez porque nunca se misturaram com membros de igreja briguentos, amantes de discussões violentas. Outras pessoas meneiam a cabeça com tristeza, sabendo, nas profundezas de seu coração, que Deus não é assim. Deve existir alguém que repara caniços quebrados e reacende pavios queimados.

Tampouco Neil tinha razão; sua fúria e amargura estavam erradas. Contudo, ele se sentia desesperadamente solitário no espírito, e o povo da aliança de Deus o havia tratado como se fosse um cão miserável, um pária. É difícil crer que Deus nos ama quando o povo dele nos rejeita.

Há muitos outros irmãos e irmãs em Cristo que vivem em solidão, tremendo, que não pecaram [ou pecaram, contudo se redimiram] mas se tornaram vítimas de líderes eclesiásticos famintos de poder, os quais entendem que a igreja é uma ditadura a ser exercida em nome de Deus. Tais falsos pastores definem a espiritualidade como obediência cega, irracional, às exigências pastorais. Muitos crentes sinceros foram apanhados em tais comunidades, acreditando que ali estaria o caminho para a maturidade cristã.

Depois de algum tempo, tornou-se óbvio para tais crentes que se lhes pedia que agissem contrariamente àquilo que liam nas Escrituras, e ao que o Espírito testemunhava em seu coração. Recusaram-se, então, a obedecer ao modo de vida que estava sendo impingido pelos presbíteros e pastores, e por isso foram expulsos, depois de devidamente etiquetados como insubmissos e rebeldes. Os amigos deles foram advertidos para que evitassem esses rebeldes sob pena de virem a sofrer a mesma punição, por associação.

Essas ovelhas feridas não tinham para onde voltar-se. Acham que as pessoas em quem confiavam como representando a voz do próprio Deus cortaram-nas da comunhão com Deus e sua igreja. Agacham-se no mato, nas fímbrias da igreja, temerosas, indispostas a confiar em outros presbíteros, pastores e comunidades.

Houve também Elizabeth. Fora educada dentro de um grupo extremamente rígido que acreditava que a aceitação da parte de Deus e a maturidade espiritual dependiam da observância de preceitos.

Ela olhava ao redor, nos domingos de manhã, nas reuniões da igreja, todas as pessoas envergando suas melhores roupas domingueiras, sorrindo, murmurando palavras de saudação mútua, salpicando a conversa com discretas manifestações de “Deus é bom, “graças a Deus”, e “Aleluia! “. Entretanto, Elizabeth sabia bem, por frequentar os lares dessas pessoas nos dias da semana, que tudo não passava de uma grande farsa.

Ali estavam pessoas solitárias, confusas e magoadas, que temiam confessar seus verdadeiros sentimentos àqueles a quem temiam confessar seus verdadeiros sentimentos àqueles a quem chamavam de amigos. Haviam sido ensinados que os bons crentes não entretêm maus pensamentos, nem se sentem como se às vezes fosse desistir de tudo, em desespero. Assim, cada alma solitária escondia-se atrás de uma máscara que, assim julgava o sofredor, tornaria a pessoa mais aceitável e mais amada pelos demais membros da congregação. Por medo de rejeição, não se atreviam a compartilhar as feridas purulentas ocultas sob a máscara.

Muitos anos depois, Elizabeth disse-me que tinha desejado erguer-se e dizer:

– Olhem, eu não sou a crente boazinha que vocês pensam que eu sou! Sou orgulhosa, grito com meus filhos e, muitas vezes, nutro ressentimentos contra o meu marido. Odeio esta cidade e arrasto-me para vir aos cultos, aos domingos, porque na verdade não tenho vontade de vir. Vivo com a constante preocupação de que não conseguirei pagar minhas contas. Agora que vocês conhecem o meu verdadeiro eu, vocês ainda me amam?

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Entretanto, em vez de dizer alguma coisa parecida com isso, Elizabeth continuava a sentar-se naquela solidão que milhares de pessoas chama de comunidade, congregação... uma cana quebrada sentada entre outras canas quebradas, todas fingindo que cantam louvores a Deus.

Um dia, ela não aguentou mais aquela hipocrisia. Ela disse àquelas pessoas, que desejava uma vida social normal, e um ambiente em que pudesse falar honestamente, sem medo de rejeição. Elizabeth perambulara durante anos, temerosa das pessoas que se auto-entitulavam cristãs. A grande tragédia era que ela acreditava que ao abandonar o que entendia ser a igreja, estaria abandonando a Deus.

Após a saída de Elizabeth, todos os membros da igreja louvaram a Deus porque uma falsa crente havia sido desarraigada, e disseram que, em vista da saída dela, poderiam viver vidas mais santificadas. Reajustaram as máscaras nos rostos e asseguraram entre si que jamais tomaria o caminho que ela havia escolhido.

Elizabeth se tornara uma cana esmagada durante muitos aos, até que um dia descobriu a graça de Deus.

O fariseu não tinha lugar, em sua teologia, para o fracasso. É aí que as canas esmagadas e as torcidas fumegantes sofrem o desespero da solidão e rejeição. São arrastadas ao desamparo total; contudo, sua rejeição por parte dos fariseus, embora magoe profundamente, na verdade é bênção de Deus!

Se Elizabeth conhecesse o verdadeiro evangelho teria percebido que, ao parar de frequentar aquela comunidade particular, Deus na verdade a estava conduzindo ao descanso e à alegria que se encontra quando se confia naquele que ressuscitou, em vez de confiar em preceitos religiosos forjados pelos homens.

Diga-se o mesmo a respeito de todos os que têm sofrido às mãos dos ditadores eclesiásticos. Aquelas mãos que tão perversamente expulsaram agora podem ser vistas como mãos de Deus disfarçadas, promovendo a atmosfera em que a graça de Deus pode ser usufruída. Deus graciosamente arrancou a cana quebrada do cativeiro dos preceitos externos, a fim de esse sofredor poder gozar da vida no Espírito.

Você é uma cana quebrada? Você foi considerado torcida fumegante pelos seus irmãos? O que é esse lugar de onde você foi expulso... um ambiente de tentativas constantes de viver de acordo com uma lista de preceitos que nada têm que ver com as Escrituras, impostas sobre você por um conselho eclesiástico que não conhece a graça de Deus... um clima em que a espiritualidade é medida segundo a submissão irracional, à obediência cega aos presbíteros? Você não foi expulso... você foi salvo! Olhe além da fúria eclesiástica e de todas as feridas infligidas durante o processo de expulsão, em que a pessoa deixou amigos e a comunidade. Deus está levando-o a ver que o modo de caminhar ao seu lado não é mediante uma lista de regras impostas de fora, mas mediante a vida interior e os apelos do Espírito Santo.

Que alívio! Embora alguns dos filhos de Deus mal orientados o tenham atirado fora, como caniço inútil, e retirado o seu nome do rol, como se você se tivesse queimado espiritualmente, como se você fosse um pavio inutilizado, Deus, contudo, não agiu assim. Diz ele: “Agora você está pronto para permitir que Cristo seja a sua vida”.

“Mas”, objeta alguém, “eu pequei de verdade, e não consigo imaginar que Deus me perdoaria; eu era crente quando pequei, e tinha conhecimento das coisas”.

Davi era, inquestionavelmente, uma das ovelhas de Deus. Os salmos que ele escreveu tornaram-se os hinos de Deus entre os homens. Ele havia experimentado muita coisa dessa vida, e acabara de entrar nos seus cinquentas.

Um de seus vizinhos era Urias, que estava entre os seus mais leais e devotados soldados. Haviam sido amigos durante muitos anos, desde aqueles tempos remotos quando viviam no deserto, e os homens de Saul procuravam para mata-los. Naqueles dias e muitas vezes a partir de então, Urias havia arriscado a própria vida por Davi.

Enquanto Urias estava fora, lutando na vanguarda, Davi iniciou um relacionamento adulterino com Bate-Seba, esposa de Urias. Quando Davi descobriu que uma criança haveria de nascer por causa desse

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relacionamento, não havendo jeito de encobri-lo, planejou a morte de seu amigo. Após a morte de Urias, houve uma semana de luto público e, em seguida, Davi casou-se com Bate-Seba.

Houve mexericos por todo o Israel. Davi transformara-se numa cana que já produzia a música de Deus. Para todos quanto souberam do que havia acontecido, Davi se tornara um embaraço, o mau cheiro de uma torcida fumegante. Entretanto, o prazer de Deus é apanhar canas esmagadas e transformá-las outra vez em instrumentos bem afinados para sua orquestra.

Durante um ano Davi permaneceu a sós, espezinhado pelo seu próprio pecado. Veio a expressar o que sentira naqueles dias, ao descrever suas emoções num salmo:

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim; e o meu vigou se tornou em seguidão de estio”. (Salmos 32.3,4)

Em seguida, Natã, o profeta, veio confrontar Davi com o seu pecado, a causa de sua mágoa. Nessa época, Davi abriu o coração no Salmo 51. Por todos os versículos, por todas as estrofes do salmo, uma coisa se salienta: Davi está completamente confiante em que, a despeito de tudo quanto fez, Deus ainda o ama e continua a seu lado.

Não havia perdão na lei de Moisés para o adultério, nem para o assassinato, de modo que a lei o condenava sem misericórdia. O povo espalhava intrigas, dizendo que Deus o havia posto fora. Entretanto, Davi enxergava além de todas as condenações, viu Deus, e ousou crer que o Senhor o amava infinita e eternamente. Foi a esse amor que Davi apelou ao escrever:

“Compadece-me de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões”. (Salmos 51.1).

Um dos versículos mais espantosos dessa oração é o de número 11: “Não me repulses da tua presença, nem me retires do teu Santo Espírito”. Davi sabia que Deus descansava naquele Deus cujo amor não o lançara fora.

Você está magoado, solitário, cheio de sentimentos de culpa? Considerado tudo quanto as pessoas estão dizendo a seu respeito, pode ser difícil acreditar-me, mas seu primeiro passo deve ser acreditar que você é amado. Você precisa entender que falhou, mas, tendo falhado, precisa saber que Deus diz que o aceita.

Antes de a graça de Deus apanhar nossos erros e transformá-los em forças, é preciso que haja uma resposta a ele. Tal resposta é o arrependimento e a fé.

O arrependimento é simplesmente a mudança de nossa mente a nosso próprio respeito, e de nossas ações. Passamos a ver as coisas com os olhos de Deus. Significa que admitimos a Deus que estamos errados, e voltamo-nos, em nosso desamparo, para ele. Se escolhemos o caminho do pecado, recusando-nos a reconhecer o pecado, não podemos esperar a redenção de nossos fracassos, mas apenas uma composição de desespero.

Paulo tratou disso de maneira fulminante em Romanos 6.1,2:

“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos”?

A fé reage ao amor de Deus e seu perdão, que nos pertencem, na obra redentora de Jesus, quando ele morreu e ressuscitou. Fora de Cristo só existe desespero por causa do fracasso. O cristão contempla suas derrotas e erros, e volta-se para o perdão total de Deus e para a obra redentora de Cristo, que agora mora dentro dele. A fé ousa afirmar que Deus transforma os buracos negros de nossa vida nos alicerces de seu edifício mais lindo.

Sou jardineiro orgânico, o que significa que estou continuamente trabalhando na terra, onde vicejam minhas hortaliças. Para fazer isso, vou juntando todas as sobras da cozinha, qualquer lixo que se decompõe, e

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vou colocando tudo num monte decomposto. Ao longo de meses, esse monte de refugos torna-se o terreno mais rico de meu jardim.

É assim que Deus apanha todo o refugo de nossos erros e, mediante sua graça, transforma tudo no solo mais forte e mais rico de nossa vida.

Desconsidere a condenação que as pessoas vão amontoando em cima de você; em vez de preocupar-se, acredite no perdão que agora lhe pertence em Cristo. Deus não se mostra indulgente para com o pecado; contudo, lamentar-se em culpa e condenação, pisoteando o perdão que Jesus comprou para nós, é acrescentar pecado sobre pecado. Lembre-se das palavras das Escrituras: “Ao que Deus purificou não consideres comum”. (Atos 10.15).

A esta altura, permita que a fé dê um passo gigantesco e perceba que, em todas as circunstâncias que o conduziram até aqui, Deus esteve operando. Existe um diabo real, mas Deus, em sua sabedoria, obra todas as coisas. A fé enxerga através das circunstâncias a presença de Deus e sua atividade em tudo. É difícil compreender que Deus opera através da mágoa, quando é você o magoado... mas ele está operando!

Uma das primeiras coisas que um fariseu diz a uma cana quebrada diz respeito a todas as coisas boas que poderiam ter sido obtidas se a pessoa houvesse tomado a decisão certa. O modo de ele olhar diz que agora não há mais recursos... não há mais futuro, depois do que você fez. Se você continua com Deus, será por conta da vontade secundária e permissiva de Deus.

Esta é a conclusão lógica do legalismo. Se você tivesse observado as regras, tudo teria saído bem; já que você não as guardou, esse fato o deixou cheio de tristezas e sem nenhuma esperança.

“Se você tivesse” e “todas as coisas boas que poderiam ter sido obtidas” são expressões inexistentes no vocabulário de Deus. O agora cheio de pulsações inexistentes no vocabulário de Deus. O agora cheio de pulsações, com todos os seus problemas e mágoas, é a única realidade. Cristo não vive e não se expressa no mundo de desejos e sonhos, mas em nossa história real, presente. Nossos erros e fracassos não o expulsam! Ele transforma todas as coisas negativas da vida em expressões de resposta positiva dele mesmo. Ele não diz: “Que teria acontecido se...”, mas pergunta: “Que faremos agora”?

O livro de Provérbios descreve o tolo e o preguiçoso como pessoas cujos olhos estão sempre postos no horizonte, nunca nas coisas que acontecem agora. O homem sábio, por outro lado, sabe que não existe o “como poderia ter sido” e, por isso, atraca-se com a vida como a vê de imediato.

Sei por experiência própria que é sentar-se à beira das crateras da vida e inalar os vapores sulfúricos das derrotas, dos fracassos e do pecado. Tenho estado furioso contra mim mesmo, sabendo que sou responsável por minhas decisões tolas, minhas ações erradas. Acima do clamor de meus pensamentos, ouço a mim mesmo dizendo: “Se eu não tivesse feito isso e aquilo...” ou: “Como seriam as coisas hoje se eu tivesse agido de modo diferente”?

Tudo dentro de mim deseja participar da conversa íntima, concordar comigo, e discutir o que poderia ter acontecido. Em vez disso, aceito a responsabilidade do que fiz e que poderei reparar. O fato é que já fiz o que fiz, agi da forma como agi, e disse o que disse.

Viver no mundo da fantasia do “Se eu pudesse...” paralisará em mim o mundo real do agora. Retirar-me para dentro do mundo do “como poderiam ser as coisas se...” apenas infeccionará mais ainda os ferimentos de meu espírito.

Além disso, espojar-se nessa lama do mundo de fantasia só difama o caráter de Deus. Ele sabia desde a fundação do mundo o que diríamos e faríamos. Sabia que nos tornaríamos canas quebradas no processo de manuseio; no entanto, ele nos amou, sabendo de tudo isso.

Agora que o fracasso de materializou na história, Deus não deixou de amar-nos. Dizer “se eu não houvesse...” é colocar Deus ao lado dos deuses finitos dos pagãos, deuses que se surpreendem com as atividades de seus adoradores.

Page 8: COMO VIVER NO ESPÍRITO

A maravilha da sabedoria ágape de Deus é que apanha os nossos erros e tece-os, incorporando-os em seus planos. Um versículo a que não se presta atenção nas Escrituras está na genealogia de Jesus, conforme registro de Mateus, no primeiro capítulo. Ao chegarmos ao nome Salomão, naquela lista, o Espírito Santo faz uma observação especial: sua mãe chamava-se Bate-Seba.

É como se Deus estivesse dizendo: “Vejam, não fico frustrado pelos pecados de meu povo; em vez disso, uso seus erros, incorporando-os em meu plano. Mediante a pior ação de Davi, que transformei, tomei-a e dela fiz um veículo para trazer meu Filho ao mundo”.

O evangelho não é apenas mensagem de perdão, mas de esperança, de que Deus transformará o pior no melhor. Diz-nos o evangelho que Deus transformará o pior no melhor. Diz-nos o evangelho que Deus agora está operando em nossa situação, como somos, onde estamos, a fim de dar glória ao seu nome. Deus não se mostra indulgente para com o pecado, e tampouco interrompe seu plano, reclamando: ”Ah! Se ele houvesse visto onde eu queria chegar”!

Que diremos do lamento do fariseu? Tem ele razão? Será que nosso fracasso ou erro nos excluiu do melhor plano de Deus? O que deveríamos estar perguntado é: “Poderia o Deus infinito e perfeito ter outro plano senão o absolutamente bom”?

Há muito caminhos conducentes à consumação do plano de Deus para nós, mas todos esses caminhos são os melhores, porque estamos operando com um Deus que é superlativamente o melhor. Em parte nenhuma das Escrituras encontramos menção de uma vontade permissiva de Deus.

Vamos supor que estou viajando de Recife para São Paulo. Há uma mudança de avião no Rio de Janeiro; entretanto, por causa das condições atmosféricas, perco a conexão. Não estou, só por isso, condenado a passar o resto de minha vida no aeroporto do Rio. Há outros voos do Rio para São Paulo.

Não vou ficar no balcão de atendimento, ou no saguão de embarque torcendo as mãos e dizendo: “se eu não houvesse perdido o voo”! Em vez disso, aceito o fato de que perdi o voo, e vou tomar providências para voar no próximo.

É possível que eu tenha perdido a oportunidade de encontrar-me com a pessoa que se sentaria ao meu lado, e também a refeição que seria servida. Mas haverá outra pessoa para sentar-se ao meu lado, e também a refeição que seria servida. Mas haverá outra pessoa para sentar-se ao meu lado, no próximo voo, e a companhia aérea servirá uma refeição comparável.

Quando falhamos, Deus não nos condena a ficar no saguão de embarque de seu segundo melhor plano. A vida não deve transformar-se jamais no desespero de ficarmos prisioneiros daquilo que poderia ter acontecido se... O Deus onisciente, infinitamente sábio, tem outras maneiras de concretizar seus planos e propósitos para a nossa vida. Nossos relacionamentos serão diferentes, nossas circunstâncias mudarão também, mas atingirão os padrões de sabedoria boa e perfeita de nosso Deus.

Glórias a Deus, Amém!

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Colaboração: Ir. Paulo Afonso.