como vencer os sentimentos nega

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Como Vencer os Sentimentos Negativos – Maxwell Maltz(1899-1975), famoso cirurgião plástico e psicólogo, criou o termo psicocibernética em seu livro “Psycho Cybernetics”(1960), para indicar o controle da psique humana para uma finalidade produtiva e útil. Para ele, os sentimentos negativos podem desviar uma pessoa de uma finalidade positiva e pela psicocibernética a pessoa pode ser encaminhada para realizações satisfatórias. Em “Como vencer sentimentos negativos” (Creative living for today-1967) dá prosseguimento ao tema, apresentando exercícios para conseguir essas realizações.

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  • DADOS DE COPYRIGHT

    Sobre a obra:

    A presente obra disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com oobjetivo de oferecer contedo para uso parcial em pesquisas e estudos acadmicos, bem comoo simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura.

    expressamente proibida e totalmente repudivel a venda, aluguel, ou quaisquer usocomercial do presente contedo

    Sobre ns:

    O Le Livros e seus parceiros disponibilizam contedo de dominio publico e propriedadeintelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educao devemser acessveis e livres a toda e qualquer pessoa. Voc pode encontrar mais obras em nossosite: LeLivros.link ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link.

    "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e no mais lutando pordinheiro e poder, ento nossa sociedade poder enfim evoluir a um novo nvel."

  • Ttulo original: "Creative Living for Today"

    Copyright 1967, Maxwell Maltz

    Crculo do Livro S.A.

    So Paulo, Brasil

    Traduo: Carlos Nayfeld

    Licena editorial para o Crculo do Livro por cortesia da Editora Artenova S.A.

    As histrias deste livro so verdadeiras, mas em alguns casos foram usados nomes fictcios.

  • PREFCIO

    As pessoas vivem cada vez mais nos dias de hoje; beneficiam-se do interesse governamentalpor seus problemas e do nosso crescente padro de vida. Contudo, acham a vida difcil.

    Escrevo este livro porque a necessidade de uma obra deste gnero muito grande, pois osanos das pessoas so desperdiados.

    Todo o nosso conceito de vida tem sido falso; h uma. necessidade drstica de mudar onosso pensamento.

    Devemos fazer algo a respeito da inutilidade que tantas pessoas sentem; devemos fazer algopara devolver-lhes o sentimento de valor humano; devemos ajud-las a reafirmar sua crenaem seu auto-respeito.

    Nos ltimos dez ou vinte anos vimos o incio de uma campanha resoluta destinada aproporcionar aos negros os direitos de oportunidade igual e auto-respeito humano; o mesmodeveria ser feito para as pessoas em geral, que so vtimas no do preconceito, mas dainrcia.

    O cidado individual deve preparar-se para enfrentar os desafios da vida criativa. Devedesejar uma mudana positiva em sua norma de vida, em sua atitude para consigo mesmo e emsua imagem de si mesmo, medida que se move construtivamente na corrente de vida que ocerca.

    Uma finalidade deste livro mostrar s pessoas que elas no precisam retirar-se da vida,adotar uma norma negativa de vida, que elas podem viver criativamente neste sculo depessimismo.

    As pessoas devem aprender que quando fixam metas objetivas e seguem o hbito dirio deatingi-las a vida delas ter um significado. Devem compreender que a vida mais do que umasucesso de vcuos de vinte e quatro horas. Todas as pessoas devem compreender que a vidacriativa comea agora.

    O maior inimigo da vida a norma passiva a que as pessoas se entregam; dizendo a simesmas que so pontinhos insignificantes num mundo enorme, elas tendem a contentar-se comum mnimo de entretenimento e se tornam simples "observadoras" num mundo que no tomaconhecimento delas.

    uma idia bsica minha que enquanto voc est vivendo voc vive. Seus dias so cheios

  • de metas. Voc trabalha para fortalecer seus recursos, os instintos de sucesso dentro de voctodo, de modo que sai para o mundo com o melhor que est dentro de si mesmo. Constri umaimagem mental mais satisfatria de si mesmo. V que o conceito de seu prprio valor comopessoa que ativa e reativa o funcionamento de seu mecanismo de sucesso, sua capacidadeinerente de conseguir realizao, ou que mergulha voc numa srie de fracassos. Assim, voctrabalha para bombear sade e mais sade em sua auto-imagem, dirigindo sua mente parametas produtivas, que meu conceito de psicociberntica.

    Um exagerado pensamento negativo est corroendo a mente das pessoas hoje em dia. Muitaspessoas desperdiam a vida sentindo-se deprimidas, perguntando-se para que serve a vida.

    Sinto que meu livro lhes dar esta esperana: que a vida pode ser uma aventura, que aindaexistem novos horizontes, que no h fim para a fronteira espiritual.

    Seus anos no precisam ser vividos num calabouo emocional; voc pode sair para a vidaobjetivamente, utilmente e com orgulho de si mesmo.

    apenas ser realista dizer que, nesta "era de ansiedade", seus anos podem ser felizes.

    Maxwell Maltz

  • CAPTULO 1

    A procura de seus poderes criadores

    A vida deve ser uma aventura produtiva, crescente, para todos ns. Como criaturas domundo natural, transcendendo as limitaes animais com o nosso equipamento mental singular,somos dotados de ferramentas poderosas para construir a felicidade.

    As rvores verdes e as guas azuis calmas em torno de ns proporcionam prazer a nossossentidos e nos fornecem frutas e peixes para comer, enquanto l em cima no cu o sol derramaseu calor sobre ns. Embaixo de ns o solo frtil promete-nos ricos vegetais para nutrirnossos rgos.

    O cavalo e o cachorro so nossos amigos; a vaca e a galinha nos do leite, ovos e carne. Doamor e do desejo natural vm os bebs, que se tornam crianas e mais tarde assumem aresponsabilidade de adultos em nossa comunidade. Dentro de ns circula o sangue, renovandonossos tecidos; a mquina mais eficiente jamais criada trabalha dentro de nosso corpo.

    Mais que tudo isso, nossa mente nossa e, com ela, podemos criar. Criamos maravilhasmecnicas: automveis, arranha-cus, avies, geladeiras, aparelhos de ar condicionado,televiso, satlites no espao extraterrestre. Com ela, podemos criar contentamento,contentamento num mundo alegre em que podemos operar mquinas para eliminar a maioriados perigos e dificuldades.

    No somente nossa potencialidade construir vidas significativas, mas tambm umaobrigao para conosco.

    E contudo a busca da felicidade , para muita gente, como um grotesco congestionamento detrnsito. O motor mantm-se em funcionamento, mas o carro no pode mover-se.

    Muita gente renunciou felicidade; muita gente sente que a vida perdeu o estmulo quepodia oferecer-lhe; muita gente no encontra finalidade em sua existncia.

    Por que acontece isso? Por que as pessoas renunciam vida? Por que renunciam a simesmas?

    "A velocidade muito grande", dizem algumas. Apontam para os carros que roncam a cemquilmetros por hora em nossas estradas, para os jatos que zunem a quase mil quilmetros porhora nos cus. Falam na agitao e afobao da vida citadina, na velocidade com que aspessoas se movimentam nos dias de trabalho. Criticam as mudanas em nossas idias: sobre o

  • sexo, sobre a arte, sobre a moda. Quem pode acompanhar essas revolues do pensamento?

    "A individualidade est morta", dizem outras. "As grandes empresas dominam os negcios;o pequeno homem de negcios est desaparecendo; a automao est afligindo as pessoas. Aspessoas esto se tornando dados, a serem arquivados no alimentador da mquina gigante acaminho de sua desumanizao."

    "A humanidade est condenada", proclamam outras. "Cada ano mais e mais naes possuemarmas nucleares. Mais cedo ou mais tarde, haver um holocausto nuclear. Mesmo queevitemos isso, a disputa radioativa nos matar lentamente."

    Muito bem, h alguma verdade nas crticas ao mundo de hoje, no nego isso. Nenhumapessoa que pensa afirmar que vivemos num mundo perfeito, ou que vivemos num mundo semperigos tremendos.

    Mas as pessoas sempre viveram com a imperfeio e o perigo. Atravs de toda a histriaencontramos pessoas enfrentando problemas; algumas viviam magnificamente, outras tinhammedo de viver.

    E assim acontece hoje. H pessoas que vivem e pessoas que usam justificativas para noviverem plenamente.

    As crticas ao mundo moderno s servem de empecilhos se levam as pessoas a se afastaremda vida. Tais crticas so invlidas se isto, e no a avaliao construtiva, o seu propsito.

    No h desculpa para o pensamento negativo que desperdia a vida humana. Quando umapessoa mergulha nesse tipo de pensamento, comete um crime inqualificvel contra si mesma.

    Contudo, em nossa complexa civilizao as pessoas mais freqentemente vivem com tdioou inquietao do que com aventura.

    Agora que estou comeando a escrever este livro sobre vida criativa, antevejo cadacaptulo cada pgina com entusiasmo. Porque desejo comunicar-lhe minhas idias sobreo significado da vida. Porque anseio contar-lhe a respeito da boa vida que voc pode tornarrealidade.

    J escrevi muitos livros; mas nunca houve um que eu desejasse escrever mais do que este.

    Penso que tenho uma certa perspectiva. Estando com mais de sessenta e cinco anos deidade, senti durante muito tempo os problemas de um ser humano que quer aproveitar omximo de sua vida. Tenho levado a existncia com os olhos abertos e acho que o que os meusolhos tm visto os seus tambm podem ver.

    Quero partilhar minha verdade com voc: que a vida encantadora, otimista, pode ser uma

  • realidade para as pessoas, hoje.

    Quantas pessoas no vem esta verdade; as justificativas a obscurecem e o derrotismo aesmaga. Contudo, ela to real quanto a mesa em que voc come; to real quanto o fato deque voc macho ou fmea.

    Ao contrrio do que muita gente pensa, a verdade pode ser agradvel.

    Operando em sua mente

    Sou cirurgio plstico h uns quarenta anos. Tenho melhorado a imagem fsica de centenas,milhares de pessoas. Isso um trabalho construtivo, satisfatrio.

    Tenho reforado queixos, remodelado narizes, removido cicatrizes desfiguradoras. Tenhoeliminado excessos de tecidos e rugas da pele.

    O fato de tantas pessoas me terem procurado uma prova de seu interesse por sua imagemfsica. E por que no? Por que uma pessoa no deve preocupar-se com sua aparncia? Umapessoa que atingiu a maturidade deve preocupar-se com isso.

    Como cirurgio plstico, tenho ajudado muita gente a sentir-se intimamente melhor.Entretanto, h muito mais na vida do que boa imagem fsica. Existe outra fora que podesustentar voc em meio s exigncias da vida. uma (ora que pode remover cicatrizes damente. uma fora que pode trazer-lhe um sentido de segurana, mesmo quando osacontecimentos de seu mundo lhe so desfavorveis.

    a sua auto-imagem.

    Em Hamlet, Shakespeare escreveu: "Armar-se contra um mar de dificuldades".

    Para viver criativamente, voc deve "armar-se". Deve munir-se de armas poderosas queno neguem fogo quando voc precisa do apoio delas.

    H muita potncia numa auto-imagem forte por mais abstrato que possa parecer, henorme potncia nela , e lhe falarei sobre isso nas pginas deste livro.

    No se deixe abater pelas preocupaes!

    deplorvel como o pensamento negativo pode apoderar-se de uma pessoa, arrast-la parao desespero.

    Tristeza e preocupao dominam o pensamento de um grande nmero de pessoas hoje emdia.

    O universitrio que passa metade de seu tempo preocupado com a disputa radioativa nadasabe da vida real. Certamente ele pode procurar melhorar a situao de modo realista pode

  • escrever a um congressista (ou parlamentar) ou organizar um grupo para discutir o problema, mas quando enterra seu prprio ser em preocupao, isso apenas autodestruio.

    A jovem me cujos pensamentos esto cheios de inquietao a propsito dos filhos esttambm desperdiando seus dias. No que no deva ensin-los a respeito dos perigos da vida,nem que no deva proteg-los da catstrofe, mas, depois disso, por que torturar a si mesma?No adiantar nada.

    O homem de negcios de meia-idade que obcecado por dinheiro ser que no halguma coisa morta dentro dele? Sem dvida, o dinheiro importante. Mas que bem poderofazer os temores obsessivos? O planejamento positivo, criador isso outra coisa.

    Todas essas preocupaes e outras mais voc pode justificar se quiser. Podeconvencer-se intimamente de que apenas est sendo realista, mas na verdade no est.

    Do contrrio, no haveria tipos como Helen Keller, nem Franklin Roosevelt, para superarsuas deficincias fsicas e elevar-se a vidas de grandeza. No haveria tipos como WinstonChurchill, para ascender em pocas de crise e erguer-se como rochedo diante da tirania.

    No, quando voc substitui a vida pela preocupao, deve assumir a responsabilidadedisso.

    Porque na realidade compete exclusivamente a voc. Voc pode tornar seus diasemocionantes, ou pode torn-los miserveis.

    Entretanto, se voc desperdiou parte de sua vida entediando-se, no se culpe por isso.Voc no perfeito, ningum , e a auto-acusao no lhe adiantar nada. Apenas leia o quetenho a dizer e veja se as minhas idias no o ajudaro a viver mais significativamente.

    A origem de sua fora

    Para imprimir sade a sua vida, voc precisa de uma auto-imagem sadia. Precisa ver a simesmo como um ser humano digno; deve aceitar a si mesmo.

    Em Psicociberntica e O poder mgico da psicologia da auto-imagem descrevidetalhadamente como cheguei ao meu conceito da auto-imagem.

    Como cirurgio plstico, inmeras vezes melhorei o aspecto das pessoas. Talvez eumelhorasse o feitio do nariz de uma pessoa ou aprimorasse as linhas de seu queixo. Com amelhoria, sua reao era geralmente de prazer quando olhava no espelho e via sua novaimagem.

    "Aqui estou", ela parecia dizer consigo, "com uma aparncia melhor do que nunca antes. Vaiser um mundo melhor para mim."

  • Esses casos eram satisfatrios. Meu paciente se sentia feliz com sua imagem melhorada e eusentia que meu trabalho era significativo.

    Outras pessoas, porm, reagiam de maneira que me confundia, at que cheguei acompreender como se sentiam. Olhavam no espelho e mostravam-se frias e indiferentes; naverdade, embora sua aparncia tivesse melhorado, elas no podiam demonstrar prazer pelamudana.

    Passei a compreender o significado oculto da reao delas quando falei com certo nmerodessas pessoas. Devido a fatos desastrosos na vida delas, invariavelmente acontecidos nainfncia ou na adolescncia, sentiam-se inferiores e enfrentavam o mundo com atitudesderrotistas, desalentadas ou hostis.

    A mudana na imagem fsica nada significava para elas, to fraco era o seu conceito de simesmas como pessoas to fraca era sua auto-imagem.

    A lio que aprendi com essas experincias de compreenso, profundamente sentidasporque eu queria servir essas pessoas, conservarei sempre comigo. No abalou minhaconfiana no valor da cirurgia plstica como um instrumento para ajudar as pessoas. No hdvida de que a pessoa deve apresentar a melhor aparncia possvel. Mas aprendi, almdisso, que a imagem que a pessoa tem de si mesma, a maneira pela qual ela se v intimamente, fundamental em seu ajustamento consigo mesma e com o mundo em que ela vive.

    Aprimorando a imagem de si mesmo

    Meu objetivo ao escrever este livro ajud-lo a reforar essa auto-imagem para que vocenfrente as situaes de sua vida saudavelmente, sem permitir que o preconceito contra vocmesmo lhe corroa a mente.

    Isso no tarefa fcil, e no estou dizendo que seja. Atitudes negativas profundamenteentranhadas impregnam nossa cultura, e todo dia pessoas que voc conhece procurammergulh-lo nelas. Voc no deve permitir que o faam adotar atitudes estereotipadas,humilhantes, para com voc mesmo.

    Na sua adolescncia, na quadra dos vinte anos, voc ouvir dizer que infeliz. Vozes detristeza dir-lhe-o que a automao no permitir que Voc seja criador no trabalho, que azarseu ser jovem numa poca em que o indivduo no nada. Voc talvez passe a encarar a vidacom uma atitude a de desespero.

    Quando atingir a meia-idade ouvir dizer que o mundo muito complexo, que tal idadeimpe exigncias extremamente rigorosas ao indivduo. Assim, voc poder oferecer aosoutros uma atitude a de negao.

  • Nos anos de sua velhice, poder achar que no mais til. Poder achar que sua vidaterminou, embora lhe restem ainda muitos anos. Assim, voc tambm se sentir desesperado.

    Na verdade, esses no so anos fceis para as pessoas em geral; de fato, no existem anosfceis em qualquer idade. Mas ainda h maravilhas na vida para serem exploradas; h bonsmomentos para serem vividos. Devemos sepultar nosso pensamento negativo e sentir apromessa emocionante de cada dia.

    H mais esperana para as pessoas hoje em dia; h mais esperana para as pessoas quecompreendem como podem agir para a prpria melhoria de sua vida interna.

    Para viver criativamente, voc deve redobrar seus esforos para amparar a si mesmo, paradar o devido mrito a suas realizaes, seus sentimentos positivos, suas aes positivas, suacapacidade de construir a vida. Voc deve tambm redobrar seus esforos para reconhecerseus defeitos e encarar humanamente seus erros. Alm disso, deve especificamente examinar-se como , realisticamente, sem tornar-se presa de idias negativas que podero oferecer-lheuma concepo errada a respeito de si mesmo.

    Se sua auto-imagem nunca foi forte, voc deve trabalhar muito e arduamente para refor-la. Se j foi forte, mas enfraqueceu, deve eliminar as idias autodestrutivas de sua mente ereconstitu-la uma continuao lgica do que era outrora.

    Voc encontrar obstculos de vrias naturezas, mas poder suplant-los se adotar atitudespositivas para consigo mesmo e se passar a ver a si mesmo como algum de quem gosta, comoalgum com quem gostaria de ter amizade.

    Deve compreender, primeiro, o poder incrvel de sua mente para o bem ou para o mal.No fcil entender que, num mundo de arranha-cus e superautoestradas, de energia atmicae de astronautas locomovendo-se a grandes velocidades pelo espao extraterrestre, so osconceitos e imagens simples de sua mente que o tornam feliz ou infeliz.

    Mas assim mesmo. Seus pensamentos, seus conceitos, suas imagens, so os seus bens maisvaliosos. Voc pode comprar um Cadillac e um casaco de pele e uma casa cara e serinfeliz. Pode ver a si mesmo como um amigo o faria e sentir-se contente. Pode dar a voltaao mundo cem vezes e ganhar um milho de dlares, tambm e ser infeliz. Pode reforar asua imagem de si mesmo e sentir-se contente.

    O verdadeiro significado de sua vida

    A vida uma coisa diferente para cada pessoa. triste dizer, algumas pessoas se escondem,receosas de vir luz do dia. Outras refugiam-se em atividades seguras, montonas, que asprotegero tanto do castigo quanto da verdadeira experincia humana. H muitos mecanismos

  • com os quais as pessoas passam o tempo, suportando o tdio, contendo-se para agentar a dor.

    Mas a vida deve ser uma aventura para voc hoje.

    A vida deve ser emocionante para voc hoje.

    A vida deve ter um objetivo para voc hoje.

    Isso o que vamos explorar nas pginas deste livro: o caminho para uma vida aventurosa,emocionante, objetiva. Indicarei a voc as chaves das horas dinmicas, dos dias criativos, dosanos significativos.

    Voc deve compreender que pode ajudar a si mesmo; eu lhe mostrarei como. Falarei sobrepessoas semelhantes a voc no importa quo ricas ou quo vitoriosas na vida, quoseguras ou quo ponderadas, elas so como voc e como elas dominaram seus poderes afim de seguirem uma vida construtiva. Trabalharemos juntos em quinze exerccios concretosque reforaro sua resoluo.

    Voc deve compreender que, embora parea que escutamos mais o negativo, h os doislados da moeda. Mesmo dentro das inmeras restries da civilizao, o ser humano ainda livre e alegre.

    Ralph Waldo Emerson certa vez escreveu que "a vida do homem o verdadeiro romanceque, quando valorosamente conduzido, proporciona imaginao uma alegria maior do quequalquer fico".

    Isso foi escrito no sculo xix, mas ainda vlido se a vida da pessoa for "valorosamenteconduzida".

    Um pensamento final antes de eu me lanar no corpo de meu livro: A preparao para umavida mentalmente rica no pode comear muito cedo. Agora, agora a hora.

    Agora a hora de voc reexaminar a si mesmo quem voc, para onde vai. Agora ahora de voc ver o que pode fazer para melhorar sua vida.

    Tenho esperana de que todos os leitores encontraro conforto e talvez tambm um poucode bom senso nestas pginas.

    CAPTULO 2

  • Segurana num mundo incerto

    "Incerteza" uma palavra-chave em nossa vida. Devemos viver com incerteza e governarnosso navio atravs dos caminhos perigosos da vida ou retirar-nos da vida, isolando-nosnuma caverna, numa iluso ou no tdio.

    J que h poucas garantias para tranqilizar-nos, devemos aprender a dominar essesperigos com o melhor de nossa habilidade, e ainda viver contentemente.

    Depois do processo "traumtico" de nosso nascimento, vivemos os momentos incertos, deminuto em minuto, de um beb em quem um sorriso tolerante seguido de um grito indignadode raiva e um urro de gargalhada tudo isso no espao de trinta segundos.

    Ento vm as incertezas da infncia, em que dependemos de nossos pais, cujos destinosflutuam de acordo com completos fatores econmicos, emocionais e sociolgicos, que aindano conseguimos compreender.

    O perodo de adolescncia que se segue ainda mais incerto. Somos crianas ou adultos ou que somos ns? Como devemos comportar-nos para com os adultos? Que essa coisachamada sexo boa ou m, a quem devemos pedir opinio e o que fazer a respeito? Porque meus parentes ainda me tratam como uma criana? Eu j sou crescido sou mesmo?

    A condio de adulto traz consigo novos problemas, novas incertezas. A escolha dasvocaes, as decises a serem tomadas sobre casamento e companheira (ou companheiro) decasamento, filhos e atividades sexuais, sobre compromissos comerciais e pontos de vistapolticos, proteo de seguros e participao comunal ou no-envolvimento, estratgias dejogo ou no-jogo eu poderia escrever pginas e mais pginas sobre os conflitos que umadulto responsvel deve enfrentar e as incertezas que cercam suas decises e asconsequncias de suas escolhas meditadas.

    Os anos de aposentadoria tambm trazem problemas: ociosidade forada e, em sua formamais brutal, o medo da morte.

    Durante toda a sua vida muita gente se preocupa com golpes trgicos o arrimo da famliaperder seu emprego, um incndio que destrua um lar, um acidente de automvel em que umente amado se torne aleijado e tais coisas so possibilidades reais com as quais a gentedeve aprender a viver sem enfiar a cabea na areia.

    Qual a resposta a esses dilemas da vida?

    Ela simples, realmente. Mais vida, reafirmao da vida, enquanto houver vida vida,com a ajuda de uma auto-imagem sadia que lhe dar o sentido de certeza de que voc precisa.

  • Algum dia todos ns morreremos, esta a lei da vida, imposta por Deus, e nada podemosfazer a respeito. Mas, enquanto vivemos, ser que vivemos realmente?

    Ser que vivemos realmente ou apenas ocupamos espao enquanto vamos atravessandoos movimentos da vida? Ser que apreciamos cada ano, cada ms, cada dia ou procuramospassivamente suportar os momentos enfadonhos? Ser que vemos as rvores, cheiramos aslindas flores, convivemos com nossos amigos, saboreamos nossas costeletas de carneiro,amamos nosso trabalho ou estamos to obcecados de preocupaes que a vida no podeentrar em nossa mente perturbada?

    Como bebs, nascemos com um sorriso que vence o primeiro grito de dor. Enquantovivemos, devemos viver construtivamente, de modo que, de vez em quando, um sorrisoirrompa da dor.

    Agora, que dizer das amizades um dos principais ingredientes de uma vida rica?

    O melhor amigo do homem

    H um ditado que afirma que "o co o melhor amigo do homem", mas automaticamenteno concordo com ditados bobos como esse. Gosto muito de cachorros, mas, se minhasobservaes so corretas, um cachorro estar muito longe de ser o seu melhor amigo se vocno cuidar dele da maneira pela qual ele est acostumado.

    O melhor amigo do homem o melhor amigo de qualquer homem a sua auto-imagem.Se ele se v como um bom sujeito, est no caminho do contentamento; se ele no se v assim,causar a sua prpria runa.

    John ou Tom ou Alice ou Eleanor podem ser seus amigos e talvez um deles seja umamigo valioso , mas o seu melhor amigo a sua auto-imagem. Outra pessoa pode gostar devoc, pode at sair do caminho para ajud-lo numa crise, mas no pode viver por voc. Nopode tomar suas decises, no pode participar de suas alegrias e desgostos; mais ainda, nopode dar-lhe a capacidade de sucesso ou fracasso, de auto-aceitao ou auto-rejeio.

    Sua auto-imagem pode dar-lhe essa capacidade. Pode dar-lhe o sentido da certeza do quevoc vive. Se voc se v como uma pessoa agradvel, se a figura que voc faz de si mesmo satisfatria, voc vive com uma forma maravilhosa de certeza: a convico de que, quando osfatores incontrolveis se virarem contra voc e os acontecimentos temporariamente seopuserem a seus desejos, voc conseguir sustentar-se.

    Haver sempre momentos de adversidade atingindo-o do mundo externo, bem como dvidasntimas afligindo-o l dentro. A verdadeira prova de sua amizade por si mesmo quando vocse reorganiza em seu prprio auxlio, quando precisa do amparo consolador de seu melhor

  • amigo voc.

    Quando voc est seguro desse amortecimento interno na crise, ento sabe que est certoneste mundo incerto.

    No cometa suicdio espiritual!

    fcil sofismar.

    Voc pode dizer consigo: "Mas a incerteza real; como posso ficar tranqilo?" Voc podeprotestar que meu ponto de vista no realista.

    Mas garanto que .

    E garanto, tambm, que eu conheo os perigos da vida.

    Deixe-me contar-lhe uma histria. Suponhamos que voc crie um quadro em sua mente daseguinte cena: um homem de cinqenta anos de idade, de constituio atarracada, bigode depontas cadas, vai andando pela calada. Est com pressa; h um olhar ansioso em seusemblante, como se ele estivesse antevendo algum prazer. Est caminhando para a entrada dometro no fim do quarteiro. Quando ele se aproxima dela, um caminho, desgovernado, sobeintempestivamente na calada e o atropela, atingindo-o pelas costas. Pessoas correm em seuauxlio, mas muito tarde. Ele est morto.

    Agora mude a cena em sua mente para a sala de espera de um hospital em Nova York. Umrapaz de uniforme branco de interno caminha de um lado para o outro; as pessoas na sala deespera olham-no curiosamente. O rapaz acabara de se tornar um interno e estava ansioso paraque o pai o visse, pela primeira vez, com o uniforme de interno. Sente-se orgulhoso, talvez umpouco presunoso. chamado ao telefone, pega-o e atende. Seu rosto sofre uma transformaosbita; ele fica plido, lgrimas descem-lhe pelas faces. Soube da morte do pai do paiatropelado na calada por um caminho. Larga o telefone, no vendo nada em sua frente, e saiaos tropees. Est at hoje soluando.

    Eu era esse interno.

    O homem era meu pai.

    Meu mundo parecia ter terminado depois disso; eu duvidava que jamais pudesse refazer-medo choque, que jamais pudesse recuperar-me do horror da tragdia. Comia pouco, dormiamenos, sentia a amargura corroer-me por dentro. Sentia-me cansado e deprimido, at andarparecia um esforo, meus pensamentos eram s vezes incoerentes. Durante meses perdicontato com a realidade e retirei-me do mundo de gente e de dor.

    Finalmente, compreendi que tinha de continuar com minha vida e meu trabalho. Embora meu

  • pai nunca me tivesse visto como interno ou como mdico, eu tinha de justificar todos os anosde luta que ele sustentou por mim.

    Comecei a visitar os amigos novamente; aprendi a rir novamente. Apanhei os pedaos e osreuni de novo. Renunciei ao suicdio espiritual e mais uma vez comecei a viver para cada dia.

    Isso o que todos ns devemos fazer na vida. Devemos sobreviver ao infortnio,sobreviver incerteza, erguer-nos do cho e voltar vida criativa.

    Mas voc precisa s vezes de um amigo como esse, a sua auto-imagem, pois uma auto-imagem apropriada a sua casa de fora interna que o capacita a livrar-se da tenso.

    Na verdade, a fora de sua auto-imagem, intangvel como , pode suplantar as incertezascom as quais voc deve lutar.

    Muitas pessoas se sentiriam arruinadas se o que aconteceu ao golfista Ben Hoganacontecesse a elas. No auge de sua carreira esportiva, Hogan, como muitos se lembram, quaseperde a vida num terrvel desastre de automvel. Poucos conceberam a possibilidade de queele viesse a jogar golfe to bem quanto antes. Contudo, Ben Hogan tinha uma f to grande emsi mesmo que o capacitou a superar to horrorizante experincia. No somente retornou aogolfe, mas retornou como campeo.

    Voc ainda estaria jogando futebol se fosse Jerry Kramer, do quadro profissional Green BayPackers? Ele foi operado de uma vrtebra lascada na regio do pescoo e jogara esse jogoviolento com um tornozelo quebrado. Trs semanas depois que um estilhao lhe perfurou ascostas e lhe penetrou no abdome, Kramer estava de volta com seu uniforme de jogador defutebol. Com uma retina solta e um ferimento de espingarda de caa, ele jogou uma partidaimpressionante. Certa vez ele foi atirado de um carro que ia a cento e sessenta quilmetroshorrios. O carro, chocando-se com uma rvore, rolou por cima de Kramer e- incendiou-se.Kramer ps-se de p, impvido, pronto para novas experincias. Segundo me consta, ele aindaest derrotando os adversrios do Green Bay Packers. Ele tem mais do que os seus cento equinze quilos de msculos a seu favor: acredita em si mesmo.

    Deixe-me contar-lhe outra histria. Esta sobre guerra, e nada mais incerto do que aguerra especialmente quando a gente est na linha de frente da infantaria.

    Guerra e odontologia

    Esse meu amigo foi convocado para o Exrcito durante a Segunda Guerra Mundial eembarcado para a Europa alguns meses depois do dia D, como atirador de fuzil numacompanhia de infantaria. Na Alscia-Lorena foi que ele entrou em ao contra os alemes.

    J estava na frente de batalha havia uns seis meses, destacando-se como um dentre um

  • punhado de sobreviventes numa companhia de cerca de duzentos homens. Subiu, nas fileiras,de soldado raso a segundo-sargento, foi recomendado para condecorao por trs vezes,recebeu uma medalha por herosmo. Dirigiu muitas patrulhas noite por trs das linhasalems, foi o primeiro em incontveis ataques a posies inimigas fortificadas, escapou damorte por um triz, mais de uma vez.

    Uma ocasio, numa grande cidade perto da fronteira alem, burlou uma metralhadorainimiga e salvou a vida de um homem ferido, levando-o para um lugar seguro.

    Noutra vez, seu tenente, durante uma patrulha da meia-noite por trs das linhas alems,ordenou que ele fizesse o seu grupo de soldados passar por arame farpado e atravessarcampos minados para capturar prisioneiros para o servio de informao. Ele foi na frente,apoderou-se de quatro prisioneiros invadindo uma casa, e a informao que eles revelaramtalvez tenha ajudado a derrotar o macio contra-ataque alemo.

    Em patrulha novamente conduziu seu grupo atravs de uma ponte para uma casa isolada nasimediaes de uma pequena aldeia. Ao anoitecer um alemo foi morto ao surgir no vo daporta.

    Ele e seus homens passaram a noite na casa, separados de seus camaradas do outro lado daponte, com o cadver em decomposio no vo da porta. A coragem tranqila de meu amigomanteve seus homens calmos durante a noite apavorante, quando todos temiam ser cercados eaniquilados.

    Uma vez ele foi imprudente e conseguiu safar-se. Voltou com um companheiro, de seu postoavanado numa casa estavam numa cidade justamente na fronteira alem , para umafbrica de cerveja pela qual tinham passado no dia anterior. Os dois levantaram um enormebarril de cerveja, colocando-o nos ombros, e arrastaram-se pelas ruas dessa cidade, infestadade atiradores de tocaia e coalhada de peas alems de artilharia 88, para levar a cerveja paraseus camaradas.

    No final de tudo, sobreviveu guerra. Assustado, naturalmente, no obstante conseguiucontrolar seus temores e assumir a liderana enquanto outros sucumbiam ante a tensocrescente.

    Causa-lhe surpresa que um sujeito que conheceu tais perigos e incertezas tenha pavor dedentista? Que ele ache difcil trabalhar no dia anterior ao da

    hora marcada no dentista mesmo que seja apenas para uma limpeza ou a obturao deuma pequena cavidade? Que se agarre desesperadamente nos braos da cadeira do dentista sao ouvir o motor da broca roncar? Que passe a suar frio quando a broca comea a funcionar?

  • Como se explica isso?

    Auto-imagem.

    Na frente de batalha ele aceitava a si mesmo, sentia-se orgulhoso de seu papel, estavaportanto capacitado a suportar as provaes que tinha de enfrentar.

    Na cadeira do dentista ele tem vergonha de seu medo, que ele sabe que injustificado; suaauto-imagem se encolhe.

    Acho essa histria formidvel porque vai diretamente ao mago da verdade bsica que eurepisarei vezes e mais vezes para voc: a fora de sua auto-imagem que, de modo geral,determinar se voc vencer ou no seus obstculos. As incertezas realistas podem ser fatoresdesagradveis de vez em quando, mas voc pode viver com qualquer perigo se estiver consigomesmo o tempo todo.

    medida que a vida se torna mais rpida, com discotecas surgindo sua volta em todaparte, msica rock-and-roll zunindo-lhe nos nervos, carros desviando-se e quase destroando-o, quando voc atravessa a rua e jatos roncam nos cus, voc deve voltar-se para a sua auto-imagem para obter sua certeza. Deve confiar na imagem que tem de si mesmo; deve refor-laem toda oportunidade que surgir.

    Eis um exerccio que o ajudar.

    Exerccio 1

    Cada dia, vrias vezes por dia, quando voc estiver barbeando-se ou passando batom,escovando os dentes ou lavando o rosto, mire-se no espelho. Qualquer espelho serve, desdeque no esteja quebrado ou embaado; a idia fundamental que voc tenha uma boa miradade si mesmo.

    Examine atentamente sua imagem fsica. No corra para sua prxima atividadeafobadamente: permanea ali um pouco e olhe. Depois que terminar de escovar os dentes, selavar ou seja l o que for, permanea mais alguns minutos e refamiliarize-se com seu rosto.

    Por que "refamiliarize-se"? Porque haver a possibilidade, se a sua mente for umabarafunda rodopiante de preocupaes, de que voc tenha esquecido a natureza de suaverdadeira imagem fsica. Voc a perdeu. Voc a perdeu para os medos obsessivos, asinquietaes, a depresso. Voc pode facilmente imaginar caras que o ameaam: talvez a doseu chefe ou de um competidor que o derrota em certas coisas ou de um policial que o fazsentir-se culpado enquanto ele preenche um talo de multa por alguma pequena infrao detrnsito. Mas... e a sua prpria imagem, voc a perdeu? Se a sua auto-imagem est fraca, vocsem dvida a perdeu.

  • Contudo, devo primeiro esclarecer uma coisa: isto no pretende ser um exerccio de amor-prprio; o estmulo do narcisismo s lhe far mal. No olhe para si mesmo e diga que voc perfeito, que voc melhor do que outras pessoas! Isso seria uma distoro e s lhe arranjariainimigos ou pessoas que rissem de sua bobagem.

    Essa mirada no espelho uma operao de salvamento: um salvamento de sua imagemfsica da avalancha de foras vitais que podem afund-la. Voc est revivendo sua prpriaimagem fsica; como lhe mostrarei, voc tambm reviver a imagem emocional emanada de simesmo, e as uniremos num quadro realista, integrado, daquilo que voc , um ser humanoprocurando fazer o possvel para si e para os outros num mundo cheio de caminhos para umavida cheia, criativa.

    medida que voc se olhar no espelho, procure no ser vtima do oposto ao narcisismo: aautocrtica destrutiva. As suas feies podem no ser perfeitas; no espere perfeio. Aceitesua imagem como ela .

    Sua finalidade a autodescoberta ou a auto-redescoberta. Desvencilhe-se da rede deinquietaes e tenses que giram dentro de sua cabea, liberte-se dos sentimentos temerososinfantis que o tolhem, e apenas mire o seu rosto durante algum tempo. Pois o rosto de umapessoa que tem vivido atravs de suas experincias e tem obtido sucessos poucos talvez,pequenos talvez, mas sucessos.

    Veja a pessoa por trs do rosto, o ser humano por trs do rosto. Mire-se realisticamente emantenha viva essa imagem de si mas seja bom para si mesmo e procure em seu recnditode experincias seus sucessos, seus bons momentos, seus sentimentos vitoriosos.

    Os astronautas americanos giraram em volta da Terra por dias e dias, e depois voltaram.Voc gira em torno de sua auto-imagem; sua linha de vida est ligada a ela. Quando voc seaventura no mundo das pessoas e coisas, se sua auto-imagem for forte, voc se sentir vontade nesse mundo mesmo com seus perigos e incertezas. Voc s se retirar se sua auto-imagem for fraca e, portanto, as opinies das pessoas o perturbarem.

    H muita discusso a respeito do espao extraterreno hoje em dia, mas certamente bvioque o "espao interno" de sua mente que importante para voc. No duvide daimperiosidade dessa explorao do "espao interno".

    Veja a si mesmo realisticamente, fisicamente, emocionalmente; veja em sua mente, ento, asexperincias vitoriosas na vida; imagine-as vezes e mais vezes e mais vezes at se tornaremparte de voc.

    Todo dia olhe para voc, fisicamente, analise sua mente e trabalhe para fortalecer sua auto-

  • imagem, sempre procurando fortalecer esse "espao interno" de sua mente.

    Faa todo dia uma viagem de descoberta nesse "espao interno". Voc pode contarregressivamente de dez a zero e perguntar a si mesmo: "Como est minha auto-imagem hoje?"

    Simbolicamente, voc est numa bicicleta andando para a frente. No a faa andar para trs.S existe uma espcie de retirada criativa; uma retirada permanente dos erros, fracassos edesgostos do passado. Corte agora o cordo umbilical dos sofrimentos do passado; deixe opassado perder-se na rbita do tempo. A vida significa ir para a frente, quer voc saiba disso,quer no. Entre em rbita com a vida; no se retire para o espao vazio.

    Quando olhar em seu espelho, diga a si mesmo que ir para a frente, que no se submeterpassivamente opinio dos outros, mas que estar consigo, cara a cara consigo mesmo,fortalecendo a si prprio, apoiando a si mesmo.

    esse sentido de si mesmo que ajudar voc a viver criativamente.

    Todo dia aproveite os seus poucos minutos em frente de um espelho para se aproximar desi, da maneira sensata que descrevi, e estar formando a auto-imagem de que precisava parater uma vida frtil.

    A necessidade da certeza interna

    Voc deve adquirir essa certeza interna porque o mundo externo ter sempre seus perigos.Voc pode sobreviver a eles se reforar seu sentimento de si mesmo.

    Conheo um homem que fugiu dos nazistas atravs de metade da Europa, passou trs anos sombra da morte e que hoje um vendedor eficiente e pai de trs lindas crianas.

    Conheo outro homem, ainda jovem, que escapou da Cortina de Ferro e, depois de muitasexperincias apavorantes, finalmente foi para a Inglaterra, e depois para os Estados Unidos,onde vai indo agora muito bem como especialista em refrigerao.

    Como se sentiria voc se se mudasse com sua famlia de quatro pessoas de seu apartamentopara outro a quilmetros de distncia; e assim que terminasse de arrumar tudo na nova casa,sua companhia oferecesse uma promoo com a condio de que voc se mudasseimediatamente para outro Estado? Conheo um jovem a quem aconteceu isso; no se abalouabsolutamente. Aceitou a enorme inconvenincia, disse mulher que iam mudar-se novamentee saiu-se muito bem no novo posto.

    Que dizer sobre as mulheres? Toda vez que uma mulher engravida, aceita asresponsabilidades da maternidade, est aceitando tambm as incertezas do destino. Como serseu filho? Que aparncia ter? Ser normal? Menino ou menina? Parecido com o pai ou com a

  • me? Como essa criana por nascer se sair na vida?

    H muitos anos, uma amiga minha, uma famosa romancista nos seus cinqenta anos, sofreuum desastre de automvel. Veio ver-me em meu consultrio; estava num pnico terrvel.Consegui acalm-la um pouco.

    Depois eu disse a ela:

    Escute, minha cara, voc acaba de viver uma experincia brutal. Voc est numa cerca,mas no pode ficar a. Tem de pular para um lado ou para o outro. Para que lado voc quersaltar, para o lado do medo, da negao, da frustrao, ou para o lado criativo, positivo, til?No lhe fcil agora, eu sei, mas voc tem de decidir.

    Ela conseguiu refazer-se; reassumiu seu antigo papel na vida rotineira do mundo; tinhabastante respeito por si mesma para superar a experincia aterradora.

    Fiz uma conferncia em Denver, Colorado, no faz muito tempo. Depois que terminei, umhomem de aproximadamente setenta anos acercou-se de mim e disse:

    Seu discurso foi muito instrutivo, doutor... perfeito para pessoas mais jovens. Mas jvivi minha vida, estou agora com tempo emprestado. Que pode ela fazer por mim?

    Ento respondi:

    Todo mundo est com tempo emprestado, quer tenha sete anos, quer tenha setenta. Tododia uma existncia. Viver significa que voc deve encarar cada dia plenamente... esquecer oserros e decepes do passado e as incertezas do futuro. Comece a viver agora mesmo; faa opossvel e aceite o possvel; voc no tem o direito de renunciar vida!

    O caminho da vida feliz

    A vida contm muitas surpresas para ns, nem todas agradveis, e a pessoa que vivercriativamente no mundo de hoje deve criar uma auto-imagem forte.

    Voc no pode confiar na "sorte", e no pode basear a sua vida nas opinies das outraspessoas. Voc mesmo deve fazer as coisas e deve faz-las num mundo cheio de frustraes eperigos.

    Deve trabalhar constantemente para melhorar sua imagem mental, para sentir-se melhorconsigo mesmo. Voc pode fazer isso se estiver disposto a trabalhar.arduamente, sempreconcepes de solues mgicas, seguindo as sugestes que lhe oferecerei neste livro.

    Cada dia voc tem muitas ocasies de se olhar no espelho; quando escova os dentes,quando se barbeia ou empoa o nariz, quando penteia o cabelo, quando lava o rosto.

  • V alm dessas funes simples e teis e use o espelho para ajud-lo a refamiliarizar-secom a imagem externa de um ser que voc pode ter perdido de vista no ritmo apressado davida de hoje. Aprenda a aceitar essa imagem fsica de si mesmo e o ser interno existente portrs dela; discutiremos os princpios fundamentais de tal auto-aceitao nos captulosseguintes.

    Voc deve recuperar seu sentido de si mesmo. Muitas pessoas perderam esse sentido e nocompreendem que o perderam ou as tristes consequncias dessa perda.

    Voc deve entender: pode ter uma casa cara, dois carros, uma enorme conta bancria,possuir aes e propriedades imobilirias, e ainda se sentir pobre se perder contato com osentido saudvel da imagem de si mesmo.

    Caso se sinta pobre, ento as incertezas o assustaro, e voc as encontrar em volta de si.

    Plnio, o Velho, o famoso escritor romano, certa vez comentou que "a nica certeza quenada certo".

    Mas os perigos da vida no precisam preocup-lo; no devem impedir que voc viva suavida plena.

    No, se voc sentir que uma pessoa digna de viver.

    Voc deve ser capaz de proporcionar alegria a si mesmo. Deve sentir-se solidrio consigomesmo.

    Ento um sentido de segurana substituir a preocupao e voc ser capaz de viver felizcom um mnimo de incerteza.

    CAPTULO 3

    O poder nas atividades da vida

    Como voc passa o seu dia?

    Os minutos e horas, tiquetaqueados pelo seu relgio de pulso, so sua oportunidade ou seutormento?

    Voc diz para si mesmo: "Oh, ainda to cedo! Como vou passar as prximas horas?"

  • Ou voc se movimenta, dedicando-se s atividades da vida, agitado e ansioso, procurandonovas aventuras, dominando novos mecanismos ou conceitos, compreendendo mais a respeitode seus semelhantes? O tempo marcha muito depressa para voc; voc no pode conseguirminutos e horas bastantes para abranger todos os seus interesses no mundo.

    "Vida" uma palavra enganadora porque as pessoas fazem inmeras coisas com ela. Apessoa que fica remoendo lamrias e vegeta, enquanto as outras passam por ela, est apenasmeio viva. Se voc for assim, no se sinta envergonhado voc tem milhes e milhes depessoas como companhia , mas compreenda que deve procurar mudar para ter possibilidadede saber o que a felicidade.

    Pois h felicidade, h poder, nas atividades da vida. H fora e alegria em ir-se ao encontrode outras pessoas, ao encontro dos processos em torno dos quais a civilizao fixou suaaprovao ou tolerncia. Isso pode parecer uma coisa bvia para se fazer, mas s vezesperdemos de vista as verdades mais elementares e isso pode custar-nos muito em termos desofrimento.

    Quando voc acorda de manh, deve alertar-se para o dia que tem pela frente, para aspossibilidades de vida alegre que as prximas horas lhe traro se voc as usar plenamente. Ascoisas que voc faz durante esse dia podem no abalar o mundo, mas podem fazer o seumundo.

    Conheo um sujeito que se garantia com uma farta refeio matinal, para "comear o diacheio de energia". Devorava seis ou oito ovos, trs ou quatro tigelas de cereal, dez ou dozepedaos de torrada e regava tudo com vrios copos de leite e trs ou quatro xcaras de caf.Os resultados nesse caso foram duvidosos: ele desenvolveu um grande estmago; mas teveuma boa idia comear o dia acertadamente, conseguir energia para viver.

    Infelizmente, porm, muitas pessoas so passivas vida e afastam-se de seus prazeres. E esse movimento-de-afastamento-da-vida que eu gostaria de ver invertido; essa renncia daspotencialidades criadoras das pessoas que eu gostaria de ver exposta como absurda.

    Quando voc quiser, v pescar e regalar-se ao sol. Mas faa-o ativamente, nopassivamente.

    Do contrrio, at o peixe ser capaz de dizer: "No mordo a isca. Ser que voc nopoderia mexer-se um pouco mais?"

    Meu conselho a vocs, vocs que vo da cama para o aparelho de televiso, para o jornal,para o cinema, para o restaurante, e voltam para a cama, o seguinte: h muito mais coisa navida do que ser passivo. H grandes coisas que voc pode fazer todo dia; abra os olhos para

  • elas.

    A alegria do trabalho produtivo

    Primeiro consideremos a fuga histrica do trabalho s cinco horas todo dia, fuga topremente como se a pessoa estivesse correndo de um furaco prestes a desencadear-se ou deuma invaso marciana. Ser que o trabalho um tormento to grande assim? Ser que tomortal como uma jibia, enroscando-se em volta de voc, apertando-o at mat-lo?

    Muitas pessoas hoje em dia parecem pensar assim. O trabalho como um despertador paraelas; so pessoas com os olhos fixos no relgio, que s esto espera do sinal para partir.

    Discordo, enfaticamente, desse conceito. Acho que o trabalho produtivo um dosverdadeiros bens da vida; quando voc trabalha produtivamente, fabrica mais do que dinheiro,fabrica tambm um sentido de auto-estima, de estima por si mesmo.