como se faz uma tese :: umberto eco

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Como se faz uma Tese de Umberto Eco por André Camargo @ Academia de Escrita

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Material que foi fundamental quando redigi minha dissertação de mestrado. Está organizado para funcionar como um guia de consulta rápida. Serve para teses, dissertações, monografias, ensaios, artigos científicos e trabalhos de conclusão de curso.

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Page 1: Como se faz uma tese :: Umberto Eco

Como se faz uma Tesede Umberto Eco

por André Camargo @ Academia de Escrita

Page 2: Como se faz uma tese :: Umberto Eco

EsclarecimentoEste material é uma sistematização livre da obra de Umberto Eco. Não se propõe substituí-la; ao contrário, a leitura do texto completo é recomendada. Sobretudo a fim de certificar-se do que de fato afirma o autor, em suas palavras, remetemos o leitor à obra original.

O objetivo desta apresentação é oferecer um guia prático, ou ainda um material de apoio, de fácil acesso, para quem está às voltas com um projeto acadêmico e pretende levá-lo a cabo com qualidade e uma boa dose de reflexão.

Não se trata de pura reprodução, tampouco de invenção – procurei ser fiel ao ‘espírito’ do texto. Faço votos de que seja útil para um grande número de pessoas. Que contribua para que pensem e escrevam melhor e, a partir daí, para que possam aproximar-se cada vez mais de seus objetivos.

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Fazer uma tese – reflexões iniciais

Mais importante que o tema de sua tese é a experiência de realizá-la.

Elaborar uma tese, uma dissertação ou monografia envolve

aprender a organizar o pensamento, “aprender a pôr ordem nas próprias ideias e ordenar os dados”.

É, portanto, familiarizar-se com um método.

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Elaborar uma Tese (etapas):

1. IDENTIFICAR um tema preciso

2. PESQUISA: recolher documentação sobre ele

3. Colocar em ORDEM estes documentos

4. Reexaminar o tema em primeira mão à luz da documentação

recolhida

5. Dar forma orgânica a todas as reflexões precedentes

6. Empenhar-se para que o leitor compreenda o que se quis dizer e

possa, se for o caso, recorrer à mesma documentação a fim de

retomar o tema por conta própria

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Escolher um tema• Você deve buscar fazer uma tese que esteja à altura de fazer. Isso começa pela

escolha do tema.

• Talvez o principal erro que os pesquisadores inexperientes cometem seja

escolher um tema amplo demais, querer dar conta de tudo.

• Nossa tese não vai mudar o mundo. Não é definitiva; é apenas o começo de um

caminho. Outros trabalhos acadêmicos seguramente virão. Precisamos de uma

dose saudável de humildade. Para Umberto Eco, “uma tese muito panorâmica

constitui sempre um ato de orgulho”.

• Eis a melhor recomendação que se pode dar: quanto mais específico,

recortado, estrito for seu campo de estudo, definido pela sua escolha do tema,

menos infernal se tornará sua vida pelos meses (ou anos) seguintes.

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ou, nas palavras de Umberto Eco:

“Recordemos este princípio fundamental: quanto mais se

restringe o campo, melhor e com mais segurança se trabalha.

Uma tese monográfica é preferível a uma tese panorâmica. É

melhor que a tese se assemelhe a um ensaio do que a uma

história ou a uma enciclopédia. “

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Outro equívocode pesquisadores principiantes:

•Comparar-se aos autores pesquisados, gerando um exagerado

respeito pela autoridade. Isso pode paralisá-lo.

•Você deve usar os autores consagrados como ponto de apoio.

Ainda que possamos nos sentir anões perto deles, podemos nos

tornar “anões em ombros de gigantes”. Por apoiarmo-nos

neles, tornamo-nos capazes de ver mais além.

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Tempo!Quanto tempo é necessário para se fazer uma tese?

•A redação definitiva pode levar por volta de um mês

•Período entre o surgimento da ideia inicial e a apresentação do material final:

No máximo três anos

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Se este prazo não for suficiente:

1.Escolhemos a tese errada (superior a nossas forças)

OU

2.“Somos do tipo incontentável, que deseja dizer tudo, e continuamos a martelar a tese por vinte anos, ao passo que um estudioso hábil deve ser capaz de ater-se a certos limites, embora modestos, e dentro deles produzir algo de definitivo.”

OU

3.“Fomos vítimas da ‘neurose da tese’: deixamo-la de lado, retomamo-la, sentimo-nos irrealizados, entramos num estado de depressão, valemo-nos da tese como álibi para muitas covardias, não nos formamos nunca.”

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Características do estudo científico1. Elege como objeto um tema reconhecível, isto é, definido de

modo a ser reconhecido por outros pesquisadores

2. Deve dizer algo novo sobre este objeto, ou examiná-lo de um ponto de vista diferente do que já se disse sobre ele

3. Deve ser útil. Os melhores estudos se tornam indispensáveis

4. Deve fornecer elementos para a confirmação ou refutação de suas hipóteses

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Colocando no papel

1. Primeiro passo: escrever o título, a introdução e o índice final (ironicamente, tudo o que se costuma deixar para o fim). Todos deverão sofrer alterações à medida que a tese avança – portanto, nada de perfeccionismo!

• Este título provisório deve relacionar-se claramente com a pergunta que seu estudo procura responder

2. O índice como hipótese de trabalho

• Redigir um índice provisório serve para definir o âmbito da tese

• Sugestão: transformar o índice em um Sumário, que contenha um breve resumo para cada capítulo

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Estrutura do índice

1. Posicionar seu problema (contextualizar)

2. Apresentação dos estudos precedentes relevantes

3. Apresentar sua hipótese

4. “Dados que estamos em condição de apresentar”

5. Sua análise dos dados

6. Demonstração da hipótese em relação aos dados obtidos

7. Conclusões provisórias e referências para trabalhos

posteriores

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Esboço da introdução• Pode ser redigido como um comentário analítico do índice:

“Com o presente trabalho, propomos demonstrar (uma determinada tese). Os estudos precedentes (tal e tal) deixaram em aberto inúmeros problemas (tais) e os dados recolhidos não bastam. No primeiro capítulo tentaremos estabelecer o ponto X; no segundo, abordaremos o problema Y. Concluindo, tentaremos provar (isto e aquilo). Deve-se ter presente que nos fixamos limites precisos, isto é, tais e tais. Dentro destes limites, o método que seguiremos é o seguinte... etc., etc.”

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Observações

• O esboço da introdução deve ser como um resumo do trabalho já feito (ainda que esteja apenas começando).

• Um índice e uma introdução bem feitos lhe permitirão começar da parte sobre a qual se sente mais seguro, e não necessariamente do início.

• Neste ponto, a primeira coisa a fazer será uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de definir o núcleo (o foco) da tese.

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Sobre a redação - recomendações

• “Escreva o que lhe vier à cabeça, mas apenas no rascunho. Depois perceberá que o ímpeto lhe arrebatou a mão e o afastou do núcleo do tema. Elimine então as partes parentéticas e as divagações, colocando-as em nota ou em apêndice. A finalidade da tese é demonstrar uma hipótese que se elaborou inicialmente e não provar que se sabe tudo.”

• Todos os termos técnicos usados como categorias-chave no nosso texto deverão ser definidos.

• Defina sempre um termo ao introduzi-lo pela primeira vez. Não sabendo defini-lo, evite-o.

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Continua – dicas de redação

• A quem se dirige nosso discurso? À humanidade, e não ao examinador

• Escreva como se fala. Nada de períodos longos. Se ocorrerem, registre-os e depois desmembre-os. Frases curtas e pontos finais. Não receie repetir duas vezes o mesmo sujeito.

• Elimine o excesso de pronomes e de orações subordinadas

• Abra parágrafos com frequência para arejar o texto. Quanto mais vezes, melhor.

• Verifique se qualquer pessoa entende o que escreveu. Não se faça de gênio solitário

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Continua – dicas de redação

• “A linguagem da tese é uma metalinguagem, i.e., uma linguagem que fala de outras linguagens. Um psiquiatra que descreve doentes mentais não se exprime como os doentes mentais. Não quero dizer que seja errado exprimir-se como eles; pode-se, e razoavelmente, estar convencido de que os doentes mentais são os únicos a exprimir-se como deve ser. Mas então terá duas alternativas: ou não fazer uma tese e manifestar o desejo de ruptura recusando os títulos universitários e começando, por exemplo, a tocar guitarra; ou fazer a tese, mas explicando por que motivo a linguagem dos doentes mentais não é uma linguagem de “loucos”, e para tal precisará empregar uma metalinguagem crítica compreensível a todos. O pseudopoeta que faz sua tese em versos é um palerma (e com certeza um mau poeta).”

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Continua – dicas de redação

• O que você NÃO deve fazer:

• Não use reticências ou pontos de exclamação nem faça

ironias

• Não comece a explicar onde fica Roma para depois não explicar onde fica Piraporinha do Bom Jesus (ou seja: Não forneça referências e fontes para noções de conhecimento geral)

• Não atribua a um autor uma ideia que ele apresenta como de outro (para isso usamos o termo apud.)

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Citações• Os textos objeto de análise interpretativa podem ser citados

com razoável amplitude

• Textos da literatura crítica (fontes secundárias) só são citados quando, com sua autoridade, corroboram ou confirmam afirmação nossa

• Pressupõe-se que você concorda com o texto que cita, a menos que o trecho seja precedido e seguido de expressões críticas

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Citações - continua

• Toda citação deve permitir identificar de modo inequívoco o autor e a fonte

• Com chamada e referência em nota, principalmente quando se trata de autor mencionado pela primeira vez

• Com o nome do autor e a data de publicação da obra entre parênteses, após a citação

• Com simples parênteses, onde se menciona o número da página quando o capítulo ou toda a tese tratam da mesma obra do mesmo autor

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Citações - continua

• Citações de fontes primárias devem ser colhidas preferencialmente de edição crítica ou da edição mais conceituada

• Citações de autores contemporâneos no caso de haver várias edições:

• Cita-se a primeira, se as sucessivas forem meras reimpressões

• Cita-se a última caso a obra tenha sido revista, corrigida, refundida, ampliada ou atualizada

• Em ambos os casos, especificar qual das edições está sendo citada

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Citações - continua

• Termos convencionalmente usados em notas e citações:

• Ibidem significa “no mesmo lugar”. Usado para indicar que se está citando o mesmo texto e a mesma página (da citação imediatamente anterior)

• Op. cit. significa “obra já citada”. Expressão usada para citar o mesmo texto, mas outra página. Exemplo: Vásquez, op. cit., p. 61.

• Cf. significa “confrontar”. Termo usado quando se quer remeter o leitor a um texto que de algum modo lança luz sobre o que se está afirmando

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Citações - continua

• Observações finais sobre a citação

• Citações de até 2 ou 3 linhas podem ser incluídas no corpo do parágrafo, entre aspas.

• As citações devem ser fieis. Toda alteração precisa ser claramente assinalada. Exemplos:

• ... assinala partes eliminadas

• [ ] inclui comentários ou esclarecimentos. Exemplos:

• [grifo nosso] indica que o destaque (negrito, itálico ou sublinhado) não está no original; é de sua autoria

• [sic] reproduz o erro de estilo ou informação do autor citado, ou seja, aquele erro não foi você que cometeu

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[IMPORTANTE]

PLÁGIO

• Citações sem aspas

• Apresentar um texto ou trechos de um texto como se fossem de sua autoria

• Desonestidade intelectual

PARÁFRASE

• Reescrever: repetir com as próprias palavras o pensamento do autor

• Não se deve preocupar-se doentiamente em nunca colocar as mesmas palavras, pois às vezes é inevitável e mesmo útil que certos termos permaneçam imutáveis.

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Duas observações

•Compreender um texto é ser capaz de parafraseá-lo com precisão sem tê-lo diante dos olhos, ou seja, conseguir reproduzir a ideia do outro nas nossas próprias palavras.

•“A paráfrase quase textual evita o plágio pelo uso de aspas.”

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Notas de rodapé• Para que servem?

1. Indicar as fontes das citações

2. Remissões internas e externas. Exemplo: Cf. (= confrontar)

3. Acrescentar ao assunto discutido outras indicações bibliográficas de reforço. Exemplo: “Ver também, a esse respeito, a obra tal”

4. Introduzir uma citação de reforço que, no texto, atrapalharia a leitura

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Notas de rodapé - continua

5. Ampliar as afirmações feitas no texto com observações que, embora importantes, são acessórias em relação ao tema ou apenas repetem sob um ponto de vista diferente o que já foi dito de maneira essencial

6. Corrigir as afirmações do texto: você está seguro do que afirma, mas, ao mesmo tempo, consciente de que pode haver quem não esteja de acordo, ou considera que de um certo ponto de vista, se poderia fazer uma objeção à nossa assertiva. Seria então prova não só de lealdade científica, mas também de espírito crítico inserir uma nota explicativa

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Notas de rodapé - continua

7. Ampliar as afirmações feitas no texto com observações que, embora importantes, são acessórias em relação ao tema ou apenas repetem sob um ponto de vista diferente o que já foi dito de maneira essencial

8. Dar a tradução de uma citação que era essencial fornecer em língua estrangeira

9. Apresentar a versão original de uma citação que, por razões de fluência do discurso, era mais cômodo fazer em tradução

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Notas de rodapé - continua

10. Pagar dívidas: às vezes é necessário pagar dívidas cuja documentação não é fácil, e pode ser norma de correção científica advertir em nota, por exemplo, que uma série de ideias originais ora expostas jamais teria vindo à luz sem o estímulo recebido da leitura de determinada obra ou das conversações privadas com tal estudioso

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Notas de rodapé – observações finais

De que tamanho?

• Uma nota nunca deve ser excessivamente longa, do contrário não será uma nota, mas um Apêndice que, como tal, deve aparecer no fim da obra, numerado

Onde?

• Devemos ser coerentes: ou todas as notas em rodapé, ou no fim do capítulo, ou breves notas em rodapé e apêndices no fim da obra

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A Bibliografia final

• A bibliografia final fornece, relativamente à nota, informações mais completas

• Costuma-se citar em nota o autor pelo NOME e SOBRENOME, enquanto na bibliografia o encontraremos em ordem alfabética pelo sobrenome e nome

• Uma nota pode abreviar certos dados, eliminar o subtítulo, omitir de quantas páginas é o volume, enquanto a bibliografia deve fornecer todas essas informações

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E, para encerrar: O orgulho científico

• Não existe nada mais irritante do que aquelas teses onde o autor

adianta: “Não estamos à altura de afrontar tal assunto, mas

arriscaremos a hipótese...”

• Fazer uma tese sobre o tema X significa presumir que até então ninguém tivesse dito nada de tão completo e claro sobre o assunto. O presente livro lhe ensinou que deve ser cauteloso ao escolher o

tema, ser suficientemente perspicaz para optar por algo limitado, talvez muito fácil, talvez ignobilmente setorial. Mas sobre o que escolheu, nem que tenha por título “Variações da venda de jornais na esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João de 24 a 28 de agosto de 1976”, você deve ser a máxima autoridade viva

• Não seja choramingas e complexado. Isso aborrece 32

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