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COMO NÃO IMPLANTAR UMA TRILHA: ESTUDO DE CASO EM UM CAPÃO COM ARAUCÁRIAS NO MUNICÍPIO DE CURITIBA, PARANÁ, BRASIL José Aurélio Almeida Caiut (Bicho Planta) [email protected] / (41) 9644-7445 Andréa Carla da Costa Eixo: A Trilha Sub-eixo: Técnicas de construção e manutenção Apresentação oral Introdução As trilhas e caminhos, para Lechner (2006) são provavelmente, as rotas de viagem mais disseminadas pelo mundo. Mesmo com as rodovias modernas, para milhões de pessoas as trilhas ainda são as rotas básicas de acesso ou de viagem, mesmo em áreas urbanas modernas. Em áreas naturais protegidas, a trilha pode ser o único acesso à maior parte da área. Conforme Andrade (1997), a principal função das trilhas sempre foi suprir a necessidade de deslocamento. Porém, pôde-se verificar que ao longo dos anos houve uma alteração de valores em relação às trilhas. De um simples meio de deslocamento, as trilhas se tornaram um novo meio de contato com a natureza; e assim sendo, a caminhada incorpora uma nova concepção passando a ter um sentido em si própria, recebendo mais adeptos. As trilhas em áreas naturais protegidas desempenham tanto a função de prover o acesso e oportunidades recreacionistas aos visitantes, quanto proteger o recurso (COLE, et al. apud PASSOLD, 2002). Portanto, seu planejamento e construção devem obedecer a uma série de pressupostos para que atenda, tanto às necessidades dos usuários, como a conservação da área onde está inserida. A trilha deve apresentar um caminho bem planejado, pois se isto não ocorrer, os visitantes procurarão alternativas mais convenientes, perdendo-se o investimento financeiro aplicado na sua implantação. Problemas podem ser causados por forças da natureza, porém é muito comum, que devido a um planejamento equivocado e sem objetividade, tais erros possam acarretar aberturas de atalhos (ao invés da recuperação do trecho antigo) (RAUEN, 1996). As melhores trilhas mostram poucos sinais do trabalho feito nelas e, quando bem planejadas, são fáceis de se manter. Moore (1993) indica que as trilhas devem ser simples, bem sinalizadas e construídas com técnicas e materiais adequados às características particulares de

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COMO NÃO IMPLANTAR UMA TRILHA: ESTUDO DE CASO EM UM CAPÃO COM ARAUCÁRIAS NO MUNICÍPIO DE CURITIBA, PARANÁ, BRASIL

José Aurélio Almeida Caiut (Bicho Planta)

[email protected] / (41) 9644-7445

Andréa Carla da Costa

Eixo: A Trilha Sub-eixo: Técnicas de construção e manutenção

Apresentação oral

Introdução As trilhas e caminhos, para Lechner (2006) são provavelmente, as rotas de

viagem mais disseminadas pelo mundo. Mesmo com as rodovias modernas, para

milhões de pessoas as trilhas ainda são as rotas básicas de acesso ou de viagem,

mesmo em áreas urbanas modernas. Em áreas naturais protegidas, a trilha pode ser o

único acesso à maior parte da área.

Conforme Andrade (1997), a principal função das trilhas sempre foi suprir a

necessidade de deslocamento. Porém, pôde-se verificar que ao longo dos anos houve

uma alteração de valores em relação às trilhas. De um simples meio de deslocamento,

as trilhas se tornaram um novo meio de contato com a natureza; e assim sendo, a

caminhada incorpora uma nova concepção passando a ter um sentido em si própria,

recebendo mais adeptos.

As trilhas em áreas naturais protegidas desempenham tanto a função de prover

o acesso e oportunidades recreacionistas aos visitantes, quanto proteger o recurso

(COLE, et al. apud PASSOLD, 2002). Portanto, seu planejamento e construção devem

obedecer a uma série de pressupostos para que atenda, tanto às necessidades dos

usuários, como a conservação da área onde está inserida.

A trilha deve apresentar um caminho bem planejado, pois se isto não ocorrer,

os visitantes procurarão alternativas mais convenientes, perdendo-se o investimento

financeiro aplicado na sua implantação. Problemas podem ser causados por forças da

natureza, porém é muito comum, que devido a um planejamento equivocado e sem

objetividade, tais erros possam acarretar aberturas de atalhos (ao invés da

recuperação do trecho antigo) (RAUEN, 1996). As melhores trilhas mostram poucos

sinais do trabalho feito nelas e, quando bem planejadas, são fáceis de se manter.

Moore (1993) indica que as trilhas devem ser simples, bem sinalizadas e

construídas com técnicas e materiais adequados às características particulares de

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cada área, não sendo prático nem desejável a construção de caminhos muito

complicados.

Porém, é comum encontrar trilhas que são construídas sem planejamento, que

não recebem manutenção adequada e nem monitoradas, o que acarreta em prejuízos

para o ambiente e à qualidade da experiência vivida pelo visitante. Na maioria das

vezes, as trilhas em áreas naturais são acompanhadas apenas empiricamente. Seu

monitoramento possibilita uma coleta sistematizada e periódica de dados que servirão

para compreender o funcionamento da estrutura, analisando a influência de fatores

abióticos, bióticos e antrópicos, e avaliar o seu efeito no ambiente onde está inserida.

Os impactos causados pela utilização das áreas naturais pelos visitantes

devem ser medidos e avaliados, para se minimizarem seus efeitos que o excesso de

uso pode provocar como danos à vegetação, compactação do solo, diminuição da taxa

de infiltração de água no solo, alargamento da trilha (TAKAHASHI, 2004).

As atividades a serem desenvolvidas em uma área natural como a implantação

de trilhas e um sistema de interpretação da natureza, devem estar sempre vinculados

ao componente educativo para estimular o aprendizado do visitante e não

simplesmente seu entretenimento (MILANO, 2001). Por isso, as trilhas que foram

planejadas para o capão com araucárias na Cidade Industrial de Curitiba (CIC),

tiveram seu enfoque direcionado à educação ambiental e a interpretação da natureza,

mesmo quando não houver a presença de um guia, pois o visitante poderá instruir-se

sobre os assuntos relacionados com a área em que estas trilhas estarão inseridas.

A Floresta com Araucárias é caracterizada por possuir o dossel dominado pelo

pinheiro-do-paraná, Araucaria angustifolia (Bert O. Kuntze). As principais espécies

associadas à araucária são: Ocotea Porosa (Nees et Martius ex Nees), Ocotea spp.

Nectandra spp. Ilex paraguariensis (St.Hilaire) e Podocarpus lambertii (Klotzsch. ex

Endl.). Neste tipo de ambiente ocorrem cipós e epífitas, sendo também comuns os

taquarais. A palavra capão, muito usada quando se trata de araucárias, tem origem

indígena e significa “mata redonda”. Os capões de pinheiros instalados sobre os

campos situam-se nas pequenas depressões de terreno nos locais onde brotam fontes

de água e em outros pontos cujo solo é mais favorável (SPVS, 1996).

O Código Florestal do Município de Curitiba, lei n° 9.806 de 03 de janeiro de

2000, reconhece como áreas naturais protegidas os remanescentes com araucária na

cidade de Curitiba. Eles estão inclusos em uma categoria de manejo chamada

Bosques Nativos Relevantes, que pela sua tipologia florestal, localização e porte

sejam inscritos no cadastro do Setor Especial de Áreas Verdes, junto à Secretaria

Municipal do Meio Ambiente (SMMA). Essas áreas para serem reconhecidas como

Bosque Nativo Relevante (BNR), devem ser maciços de mata nativa representativos

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da flora do Município de Curitiba, que visem a preservação de águas existentes, do

habitat da fauna, da estabilidade dos solos, da proteção paisagística e manutenção da

distribuição equilibrada dos maciços florestais (SMMA, 2006).

Existe uma indefinição quanto à nomenclatura correta para os remanescentes

florestais da cidade de Curitiba; alguns autores se referem como bosques, outros

como capões. Para este trabalho utilizou-se no título a maneira como a empresa

proprietária se refere à área de estudo.

O planejamento de trilhas nos remanescentes da cidade de Curitiba requer

muitos cuidados devido à fragilidade do local e à legislação municipal, que é bastante

rígida quanto ao manejo destas áreas. Os projetos de trilhas nessas áreas devem

atender as especificações da SMMA, as expectativas dos proprietários e mais

importante, garantir o mínimo impacto possível para a fauna e vegetação.

O objetivo deste trabalho é demonstrar, através de um estudo de caso, como

uma trilha projetada em um local de fácil implantação e baixos custos, foi dificultada

pela burocracia e intervenção do proprietário e do empreiteiro, cujas alterações no

projeto original interferirão na viabilidade da trilha ao longo do tempo e possivelmente,

trarão mais impactos no local que o originalmente previsto.

Descrição da área O Município de Curitiba, Paraná, com 432,418 km2, acha-se localizado na

porção centro-sul do primeiro planalto paranaense limitando-se a leste pela serra do

mar e a oeste pela Escarpa Devoniana (SMMA, 2006). Nesse planalto, com altitudes

entre 500 e 1200 metros acima do nível médio do mar; encontravam-se originalmente

as seguintes formações fitofisionômicas: a Floresta Ombrófila Mista ou Floresta com

Araucárias e os Campos com Capões de Araucária (IBGE, 1992).

Essa região não sofre influência direta do oceano, mas apresenta chuvas bem

distribuídas ao longo do ano e ocorrência regular de geadas. Essas características

climáticas associadas a condições edáficas locais são determinantes para esse tipo de

vegetação (SPVS, 1996).

A exploração da araucária iniciou com a ocupação gradativa do interior no Sul

do Brasil. Além do espaço físico para os colonos se instalarem, eles também

necessitavam de árvores para fazer suas casas, cercas, galpões, móveis, carroças,

utensílios domésticos e para obter lenha.

Com o longo processo de destruição dos pinheirais, bem como os demais

ecossistemas florestais do sul do país, pode-se verificar a falta de consciência da

comunidade e das autoridades sobre a terrível e sistemática agressão que vinha

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sofrendo a natureza, e que continua sofrendo, mesmo com a araucária inserida na

lista de espécies ameaçadas de extinção.

Dos 80% de cobertura vegetal do Estado do Paraná, hoje restam apenas 20%

do que havia há 100 anos. Sobre a Floresta com Araucária, não restou nem 1% de

sua cobertura vegetal. Até o início do século XX a Araucaria angustifolia dominava as

paisagens do sul do Brasil onde cobria boa parte do Planalto Meridional (SPVS, 1996).

O remanescente, com aproximadamente 57 hectares, onde foi planejada e

implantada a trilha (figura 1) localiza-se na Cidade Industrial, no município de Curitiba,

Paraná, pertence a uma grande indústria multinacional com sede localizada na

Europa. É uma amostra da vegetação que dominou a paisagem da região antes de

sua colonização. Abriga ainda várias espécies da vegetação e fauna características

dessa fitofisionomia, mais resistentes ao processo de antropização que ocorreu em

seu entorno.

Figura 1: Araucárias no remanescente onde foi implantada a trilha.

Nesta área há diversos pequenos córregos cujas nascentes estão inseridas

dentro desta propriedade. Esses pequenos cursos d’água criam, em determinados

locais, brejos importantes para a fauna local e ótimos pontos para a sensibilização

quanto à importância da conservação da natureza. Há também na propriedade um

reflorestamento de Pinus sp, em avançado grau de maturidade e áreas em

regeneração natural que encontram-se no estádio sucessional de capoeira e

capoeirão.

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Metodologia O primeiro contato com a empresa ocorreu em dezembro de 2004, através do

setor responsável pela gestão de meio ambiente da mesma. Em reuniões com a

responsável pelo setor, verificou-se a necessidade em se planejar e implantar uma

trilha na área da empresa que complementasse o Centro de Educação Ambiental

(CEA) que estava sendo projetado. Esse CEA ocupará uma casa tombada pelo

patrimônio histórico de Curitiba, no perímetro do remanescente florestal. Além da

trilha, foi solicitado também que o projeto fosse licenciado junto aos órgãos ambientais

e que fosse o mais econômico possível, e que a implantação tivesse um baixo custo.

Estabeleceu-se que o público alvo para a trilha eram crianças em idade de 7 a

12 anos e pré-adolescentes da rede pública de ensino de Curitiba, e a experiência a

ser oferecida seria o contato com um remanescente de Floresta com Araucárias

(Floresta Ombrófila Mista) para apresentá-las as formas de vida presentes no interior

deste fragmento.

O planejamento das trilhas no remanescente da empresa, assim como o

planejamento do sistema de painéis interpretativos foram realizados entre os meses

de janeiro e agosto de 2005, garantindo que durante esta etapa se conhecessem as

condições da trilha, tanto em época chuvosa (janeiro a abril), quanto em época seca

(junho a agosto). A implantação ocorreu entre agosto e outubro de 2006, no período

de seca na região.

Durante todo o planejamento em campo, foram utilizados: bússola Silva NL2

Explorer; uma trena Volder de 50 metros, um clinômetro Suunto M-1 Degrees &

Percent; um GPS Garmin modelo E-trex Vista; uma câmara digital Fujifilm A303, 3,2

Mega Pixel e cartas planialtimétricas 1:2000 da área, de propriedade da empresa.

A digitalização das figuras e dos croquis de estruturas apresentadas no

trabalho para a empresa foi realizada com o auxílio dos programas Adobe Photoshop

versão 7.0 e Microsoft Office PowerPoint 2003.

Os dados como distância, direção e intervenção nos pontos das trilhas foram

levantados com o auxílio de fichas de campo planialtimétricas em PVC, através de

pontos identificados com fitas plásticas coloridas colocadas em cada inflexão das

trilhas amostradas. Todas as informações obtidas foram lançadas nos programas

Microsoft Office Excel, 2003, e GPS Track Maker.

O método de planejamento consistiu-se em caracterizar o ambiente onde foram

implantadas estas novas trilhas, estudar seu trajeto e propor sua implantação visando

o mínimo impacto, através de sugestões de infra-estrutura, materiais a serem

utilizados e técnicas apropriadas para o local.

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O trabalho foi iniciado com diversas visitas a campo, onde foi realizada uma

análise de sítio e estabelecidos todos os limitantes e oportunidades de uso da trilha.

Na seqüência, demarcou-se com fitas plásticas um traçado básico ligando as

oportunidades, desviando os limitantes e levando-se em conta a declividade do terreno

e caminhos de drenagem. Após várias opções de traçado, aceitou-se um que melhor

se adaptava à área. Um trecho, de uma pequena picada já existente no fragmento, foi

aproveitado na trilha. Este trecho, com orientação Leste Oeste, passou por um

levantamento preliminar dos impactos que ele causava na área, como por exemplo,

problemas com a drenagem.

Esboçaram-se então, croquis (figuras 2 e 3) correspondentes à trilha do

bosque, onde foi possível observar como ficou seu trajeto, com 984 metros, junto com

as recomendações para sua manutenção, sugerindo as situações ideais para mitigar,

ao máximo, o impacto na mesma, visando sua durabilidade. Também foram sugeridos

pontos interpretativos e textos para placas e painéis interpretativos.

Figura 2: Croqui da trilha proposta com os pontos interpretativos sugeridos.

Figura 3: Croqui altimétrico da trilha proposta.

O projeto A proposta inicial foi levada ao conhecimento da empresa que aprovou o

traçado e solicitou alguns adendos ao projeto. Neste momento iniciaram-se os

problemas. O público alvo foi alterado, não sendo mais apenas as crianças e pré-

adolescentes. Agora seria necessário adaptar o projeto para que se conciliassem as

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expectativas e se oferecessem oportunidades de recreação e interpretação ambiental

aos seguintes públicos: escoteiros, portadores de necessidades especiais, terceira

idade, funcionários da empresa e seus familiares. O presidente da empresa é

praticante de Cooper e exigiu que se pudesse praticar essa modalidade na trilha, pois

segundo ele: “Sonho em correr pelo capão toda manhã”. Ele também mandou criar um

programa de estímulo aos funcionários administrativos para que eles, em sua hora de

almoço, percorressem a trilha. Isto gerou o seguinte problema: atualmente os

funcionários têm 1h15min de almoço e gastam 45 min entre deslocamentos e a

refeição. Os 30 min ociosos deveriam ser suficientes para eles chegarem até a trilha,

partindo dos refeitórios, percorrerem seu percurso, e retornarem aos seus postos de

trabalho. Ademais, estes funcionários utilizam calçados sociais, as mulheres utilizam

salto alto, exigindo um piso compacto e homogêneo.

O ponto mais próximo da trilha, a 800 metros em linha reta do refeitório, não

possuía nenhuma ligação com a fábrica, nem com a associação recreativa de

funcionários que é vizinha ao fragmento. Seria necessário criar um acesso para que os

funcionários pudessem alcançar a trilha, mas, apenas para caminhar neste acesso,

eles gastariam todo seu tempo disponível.

Outro problema era o acesso pelo fragmento, para que os funcionários e

suas famílias utilizassem a trilha em fins de semana, quando desfrutam dos campos

de futebol, quadras poli esportivas e quiosques com churrasqueiras presentes na

associação dos funcionários. Eram comuns incursões pelo interior do fragmento por

crianças, ou mesmo funcionários, para coletarem pinhões, criando diversas picadas e

acessos aos pinheiros, impactando seriamente a regeneração no sub-bosque.

A empresa mantém um grupo de escoteiros formado por filhos de

funcionários cujo “chefe” é um dos diretores da empresa, que nos fins de semana

utiliza o remanescente para suas atividades e acampamentos. Eles também criaram

suas picadas, a maioria às margens dos córregos existentes na área e abriram uma

clareira no centro do fragmento com 64 metros quadrados para suas reuniões.

Pela falta de acessos ao fragmento, a segurança patrimonial não realiza

patrulhas em seu interior. No processo de análise de sítio e levantamento de

oportunidades/limitantes foram encontradas armadilhas para pequenos mamíferos,

indicando a necessidade em se prover acesso para a fiscalização.

Para solucionar esses problemas, foram projetadas três trilhas interligadas

entre si, funcionando como um circuito, onde uma serviria aos funcionários, outra

serviria à educação ambiental e a terceira ligaria as estas duas. Foram denominadas

deste modo: Trilha de Educação Ambiental (EA), Trilha dos Funcionários e Trilha

Central. Todas as trilhas foram projetadas para servirem à interpretação da natureza.

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A Trilha EA foi planejada pensando-se em permitir o acesso de portadores de

necessidades especiais e terceira idade, dado o cuidado com a sua declividade. As

duas novas trilhas passaram pelo mesmo processo que a primeira, cumprindo todas

as etapas de planejamento até a demarcação do traçado final.

A Trilha dos Funcionários fornece acesso desde a fábrica e associação dos

funcionários ao interior do fragmento. Foi mensurada a distância entre o refeitório e o

inicio desta trilha (400 metros) e deste local aos escritórios (470 metros). Também foi

tomado o tempo médio destes trajetos e chegou-se ao tempo real de caminhada na

trilha de 12 min, em média. Com este dado estipulou-se que o traçado de tal trilha

deveria ter no máximo 500 metros. O traçado final desta trilha conta com 6 pontos

interpretativos e 498 metros de comprimento (figura 4).

Figura 4: Croqui da Trilha dos Funcionários e seus pontos interpretativos.

Quanto ao calçado dos funcionários, será realizada uma campanha interna

para aqueles que quiserem utilizar a trilha levarem para o trabalho algum calçado para

caminhadas e utilizá-lo no horário de almoço.

A Trilha EA manteve o primeiro traçado definido com 984 metros, 9 pontos

interpretativos, uma passarela suspensa de 28 metros e atende ao Centro de

Educação Ambiental servindo às crianças, à terceira idade e à sociedade em geral.

A terceira trilha, a Central, oferece acesso ao interior do fragmento de forma

adequada, pois serve como alternativa de traçado para pessoas que querem percorrer

uma distância maior como os praticantes de Cooper, por exemplo; fornece mais

pontos interpretativos aos condutores de visitantes do CEA; e possibilita a ligação

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entre as duas primeiras trilhas. Ela pode ser percorrida a partir do CEA ou da

Indústria/Associação de Funcionários. Seu comprimento é de 563 metros (figura 5).

Figura 5: Croqui da Trilha Central e seus pontos interpretativos.

As trilhas se sobrepõem em alguns trechos, e estão conectadas entre si

conforme mostra a figura 6. O comprimento total das trilhas propostas para a área do

fragmento da empresa é de 2045 metros. Estabeleceram-se as dimensões mínimas de

corredor:

• Trilha EA: 1,30 m de largura e altura de 2,5 m, e piso de 1,0 m.

• Trilha Central: 1,30 m de largura e altura de 2,5 m, e piso de 1,0 m.

• Trilha dos Funcionários: 1,50 m de largura e 2,5 m de altura e piso de 1,2 m.

Desta forma, as trilhas ocupariam 2.556,6 metros quadrados, ou 0,255

hectares. Isto representa que, aproximadamente, 0,44% da área seriam sacrificados

para a implantação das trilhas. Esse valor foi calculado considerando-se que 155

metros da Trilha dos Funcionários sobrepuseram a Trilha Central; então neste trecho

considerou-se uma largura de 1,5 m de corredor.

Figura 6: Croqui das três trilhas interligadas.

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No projeto encaminhado a SMMA, indicou-se que com a implantação das

trilhas haveria alguns momentos em que seria necessária a relocação de algumas

espécies vegetais que deveriam ser transplantadas, e suas raízes expostas cobertas

com solo. As picadas existentes no fragmento deveriam ser recuperadas utilizando-se

toda a vegetação que precisasse ser removida do traçado da trilha. Nesta etapa do

trabalho, certas práticas adotadas na recuperação de áreas degradadas deveriam ser

seguidas, como a descompactação do solo nas picadas.

Após a análise do projeto e uma visita técnica na área, a SMMA emitiu um

parecer com restrições à implantação da trilha, impondo diversas alterações ao

projeto, para que fosse aprovado. Além de referências ao piso da trilha, que deveria

ser permeável (o que já estava previsto no projeto), a SMMA solicitou a substituição da

trilha suspensa por uma ponte de mesmo comprimento, exigindo também que não

houvesse nenhum trecho de trilha dentro das áreas de preservação permanente (APP)

ou da parte do remanescente reconhecido como Bosque Natural Relevante (BNR); ou

seja, praticamente impedia a construção da trilha, pois as APP e o BNR representam,

ainda que sobrepostos, 97% da área, os 3% restantes correspondem ao

reflorestamento de pinus, aceiros e estrada de acesso ao reflorestamento.

O projeto previa 4 pontes, a maior com 5 m de vão, mas o parecer da SMMA

exigia que as pontes tivessem sua cabeceira construída, a pelo menos, 30 metros das

margens, originando pontes com 60 m de vão, contrariando seu o próprio parecer que

proibia a implantação da trilha e estruturas dentro das APP.

O processo de defesa do projeto gastou um ano de trabalho, com a

elaboração de diversas justificativas e inúmeras visitas técnicas. Ao fim deste tempo, o

projeto foi licenciado da forma como foi proposto inicialmente, respeitando o traçado

original, as estruturas e suas dimensões.

A implantação Com o projeto licenciado foi realizada uma reunião na sede da empresa para

coordenar os trabalhos de implantação. O empreiteiro que ganhou a concorrência para

a implantação da trilha estava presente. Sua proposta foi de US$ 32,559.00 (dólar

comercial, cotação usada de R$ 2,15 por dólar) para realizar o serviço em 60 dias

úteis, uma exigência da empresa. Nessa concorrência, um outro empreiteiro

apresentou uma proposta de US$ 139,534.00 para o mesmo serviço.

O trabalho foi iniciado com a determinação do ponto central da trilha no

terreno, ou seja, a marcação com estacas de onde a trilha deveria passar. Estas

estacas distavam 3 m entre si. Nesse momento enfrentou-se um novo problema: a

retirada das fitas e estacas de marcação pelos escoteiros da empresa, sendo

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necessário realizar mais de uma vez esta etapa do trabalho. Concluída essa etapa,

partiu-se para a supressão e transplante da vegetação, e retirada do solo orgânico.

O acompanhamento do trabalho nessa etapa gastou, pelo menos, dezesseis

horas semanais, quando as dúvidas sobre o projeto eram sanadas com o empreiteiro

e seus funcionários orientados quanto ao serviço.

A técnica responsável pelo setor de meio ambiente da empresa e o

empreiteiro, nesta fase do trabalho fizeram alterações no projeto original das trilhas.

Durante uma reunião, os técnicos responsáveis pelo planejamento e licenciamento

das trilhas tomaram ciência deste fato, que descaracterizou o projeto original, e

mesmo com os questionamentos e tentativas de mantê-lo como foi licenciado pela

SMMA, não houve acordo. Ambos insistiram em manter as alterações, pois alegaram

que a trilha era da empresa, era sua contribuição ao trabalho, e já haviam comprado

todo o material que acharam necessário para atender às tais mudanças. Foi solicitado

por escrito, que a técnica de meio ambiente da empresa enviasse por conta própria,

um adendo ao projeto inicialmente aprovado à SMMA, solicitando essas mudanças. As

alterações foram:

• Material do piso: o material original era saibro, que oferecia uma boa

compactação, é permeável, barato e fácil de conseguir. Na alteração, utilizou-se o

saibro para criar uma base de 0,10 m de espessura em toda a trilha e em seguida

foi colocado um piso de pedra brita moída. Esse material é caro, de difícil

obtenção, sua compactação é muito lenta; na chuva é facilmente erodido e está

sendo carreado para o interior do fragmento, e como apresenta a cor característica

da pedra brita, ao espalhar-se pela área ao redor da trilha, cria um efeito azulado

no terreno;

• Meio-fio: optaram por instalar um meio-fio ao longo de toda a trilha para torná-la

mais “bonita”, demarcá-la e “evitar que a serrapilheira invadisse a trilha e a

sujasse”. Mesmo com toda a explicação sobre a drenagem de água, pontos críticos

e a não necessidade deste meio-fio, ele foi mantido;

• Aumento da largura das Trilhas Central e Trilha EA: em virtude da implantação

do meio-fio, foi necessário, segundo eles, padronizar a largura do piso. Para isso

ocorrer, utilizaram a largura da Trilha dos Funcionários. Mesmo demonstrando que,

ao invés de 0,44% da área a ser sacrificada, esta agora representaria 0,68% do

total do fragmento, eles mantiveram a largura maior;

• Implantação de três novos acessos às trilhas: estes três novos acessos foram

implantados na área em locais sem licenciamento da SMMA. Esses acessos foram

realizados pelo empreiteiro sem o planejamento adequado, a pedido da técnica da

empresa. Não seguem os limites máximos de inclinação propostos para a Trilha de

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EA de 5%, e para as Trilhas Central e dos Funcionários de 15%. A inclinação

média nesses acessos foi de 21%, com a máxima de 38%;

• Pontos interpretativos: foi sugerida a instalação de até 18 pontos interpretativos

fixos no total para as três trilhas, mas a técnica responsável resolveu instalar

sinalização (painéis ou placas) em pelo menos 40 pontos.

Apesar de todas as orientações técnicas contrárias, as alterações foram

executadas. Nesse momento, iniciou-se um trabalho de mitigação dos efeitos

causados pelas alterações visando aumentar a vida útil da trilha e reduzir os impactos

no bosque.

O piso e o meio-fio foram as alterações mais preocupantes, pois material

escolhido é de difícil compactação e inadequado para as trilhas deste trabalho. Meio-

fio nunca deve ser utilizado em uma trilha. As figuras de 7 a 10 mostram a implantação

do piso e colocação do meio-fio no início da Trilha EA.

Figura 7: Início da demarcação no terreno e retirada da vegetação e solo orgânico.

Figura 8: Trilha com piso indicado no projeto original.

Figura 9: Trilha com meio-fio e pó-de-brita (contrariando o projeto original).

Figura 10: Trilha no interior do fragmento, criando um canal para a água que começa a carrear o piso.

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Para minimizarem os problemas do piso, foi elevada a base de saibro por baixo

do pó-de-brita e rebaixado o meio-fio até o nível do terreno. Isso causou um grande re-

trabalho na sua implantação. Além disso, foram dispostos mais desvios de água do

que inicialmente indicado.

Outras alterações: como o piso das trilhas foi ampliado a 1,5 m, para se

evitarem mais impactos estabeleceu-se que o corredor teria 1,5 m de largura,

coincidindo com o piso; sacrificando, desta forma, 0,5% da área, ao invés de 0,68%.

Os acessos novos e os inúmeros painéis foram mantidos inicialmente, mas essa

alteração depende do parecer favorável da SMMA. Quanto à “sujeira” causada pelas

folhas secas e/ou serrapilheira, observadas na figura 10, a responsável pela área de

meio ambiente da empresa criou um novo posto de trabalho, contratando um

funcionário para “varrer a trilha diariamente” e deixá-la “bonita”.

Outro problema na implantação foi a recusa por parte do empreiteiro em

implantar todos os desvios de água que estavam previstos. Segundo ele, os desvios

não eram necessários. Essa recusa causou outro impasse na implantação, mas foi

contornado, quando foi demonstrado que a trilha estava sendo muito erodida pela

chuva.

Custos O projeto original estimou os custos das três trilhas a serem implantadas no

fragmento em um valor mínimo de US$ 16,000.00 e um valor máximo de US$

20,000.00. Em virtude das modificações incluídas no projeto e do re-trabalho na

implantação, os custos superaram, e em muito, esses valores.

Inicialmente, o custo de construção estimado das trilhas, por metro quadrado,

era um valor entre US$ 6.00 a US$ 8.00. O custo real, de acordo com o projeto

original, considerando-se os custos listados durante a construção, seria de

aproximadamente, US$ 6.50 o metro quadrado. Com as modificações, esse custo

passou para quase US$ 14.80 o metro quadrado.

Se a implantação tivesse seguido o projeto original, teria custado cerca de

US$ 18,500.00. A fuga do planejamento encareceu o projeto em 127% para os cofres

da empresa. O empreiteiro gastou aproximadamente, US$ 31,000.00, e seu lucro foi

severamente reduzido.

Na tabela 1, estão listados todos os custos envolvidos na construção. Estes

custos foram levantados durante a implantação, em anotações pessoais e também

através de valores fornecidos pela empresa proprietária das trilhas e pelo empreiteiro.

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Tabela 01: Custos de Planejamento e Implantação Planejamento Descrição do custo US$ R$ % da obraProcesso de licenciamento 1 processo 409 891,62 0,99Taxa de licenciamento 1 licença 37 80,66 0,09Projeto da trilha 1 projeto 1734 3780,12 4,2Interpretação Ambiental da Trilha 1 projeto 765 1667,70 1,85Visitas de planejamento 10 visitas 94 204,92 0,23Programação visual 1 projeto 1396 3043,28 3,38Texto para placas e painéis 40 textos 1163 2535,34 2,82Sub-total planejamento 5598 12203,64 13,56

Implantação Descrição do custo US$ R$ % da obraEstacas 700 estacas 162 350,00 0,39Saibro 426 m cúbicos 2176 4678,40 5,2Pó-de-brita 567 m cúbicos 4932 10603,80 11,8Meio-fio 4730 unidades 10120 21758,00 24,2Preparação de traçado 352 homens/hora 938 2016,70 2,24Implantação de meio-fio 1056 homens/hora 2814 6050,10 6,73Implantação de base 1152 homens/hora 3069 6598,35 7,34Implantação de piso de pó-de-brita 1104 homens/hora 2941 6323,15 7,03Implantação de estruturas de desvio de água 312 homens/hora 832 1788,80 1,99Locação de compactador 5 diárias 168 361,20 0,4Fretes - 828 1780,20 1,98Pontes e passarelas 47 metros lineares 2012 4325,80 4,81Painéis e placas 8 painés e 32 placas 4287 9217,05 10,26Acompanhamento técnico - 867 1864,05 2,07Sub-total implantação 36146 77715,60 86,44

Total de custos da trilha 41744 89919,24 100,00

Conclusões O projeto de uma trilha deve ser extremamente bem fundamentado e amarrado

ao licenciamento pelo órgão responsável, e sua execução deve garantir que o projeto

seja cumprido com poucos ajustes, sem a sua descaracterização.

Decisões de leigos na implantação de uma trilha, além de colocar em risco o

projeto e o local onde ele está inserido, comprometem a reputação do profissional

responsável pelo planejamento, pois a trilha, mesmo não atendendo as especificações

técnicas propostas mantém a assinatura do técnico responsável. Num campo de

atuação tão restrito como este, o dano à imagem do profissional pode ser grande e

irreversível.

A decisão em não abandonar o projeto no momento em que as modificações

foram implantadas deveu-se à necessidade de mitigar os impactos que as trilhas

causariam no fragmento. No futuro, os programas de monitoramento e de manutenção

das trilhas indicarão se as mitigações ampliaram a vida útil da trilha e diminuíram os

impactos que seriam causados na área.

Bibliografia Citada ANDRADE, V. J. e ROCHA, L. M. Planejamento, implantação e manutenção de trilhas interpretativas: manual para capacitação em manejo de Unidades de

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