como lidar com a sogra - chapman, gary

337

Upload: karmitta

Post on 25-Oct-2015

526 views

Category:

Documents


10 download

TRANSCRIPT

Page 1: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary
Page 2: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Folha de rosto

GARY CHAPMAN

COMO LIDAR COM ASOGRA

E SOGRO, CUNHADOS,GENROS, NORAS...

Page 3: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Traduzido por OMAR DESOUZA

Page 4: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

CréditosCopyright © 2008 por Gary ChapmanPublicado originalmente por Tyndale HousePublishers, Inc. Illinois, EUA. Editora responsável: Silvia JustinoSupervisão editorial: Ester TarroneAssistente editorial: Miriam de AssisRevisão: Rosângela DucatiCoordenação de produção: Lilian MeloColaboração: Pâmela MouraCapa: Douglas Lucas Diagramação: Triall Composição Editorial LtdaDiagramação para ebook: Fábrica de Pixel Os textos das referências bíblicas foramextraídos da Nova Versão Internacional(NVI), da Sociedade Bíblica Internacional, salvoindicação específica. Todos os direitos reservados e protegidos pela

Page 5: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Lei nº 9.610, de 19/02/1998.É expressamente proibida a reprodução total ouparcial deste livro, por quaisquer meios(eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravaçãoe outros), sem prévia autorização, por escrito, daeditora. Dados internacionais de Catalogação naPublicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)Chapman, Gary Como lidar com a sogra / [ livro eletrônico]: esogros, cunhados, genros e noras/ GaryChapman; tradução de Omar de Souza./ São Paulo: Mundo Cristão, 2012.1,4 Mb; ePUB Título original: In-Law Relationships.BibliografiaISBN 978-85-7325-775-5 1. Família — Aspectos religiosos —

Page 6: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Cristianismo 2. Sogras — Relações com afamíliaI. Título. 12-00250 CDD-648.78 Índice para catálogo sistemático:1. Sogra: Relações: Vida familiar 648.78Categoria: Casamento Edição revisada segundo o Novo AcordoOrtográfico Publicado no Brasil com todos os direitosreservados por:Editora Mundo CristãoRua Antônio Carlos Tacconi, 79, São Paulo, SP,Brasil, CEP 04810-020Telefone: (11) 2127-4147

Page 7: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Home page: www.mundocristao.com.br 1ª edição eletrônica: maio de 2012

Page 8: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

SumárioApresentação

1. Ouça antes de falar

2. Aprenda a arte do respeito

3. Fale por você

4. Procure negociar

5. Peça, não exija

6. Conceda o dom da liberdade

7. Acima de tudo, ame

Page 9: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Conclusão

Algumas coisas que vale a penalembrar

Page 10: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Apresentação

Apresenta��o

Por trinta anos, muitas pessoasapareceram em meu escritório,sentaram-se e começaram acompartilhar as lutas queenfrentavam com a família docônjuge. Eu as ouvia dizer:

“Minha cunhada está medeixando maluca. Elaquer me ensinar comocriar meus filhos, masnem casada é! O que elasabe sobre a

Page 11: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

maternidade?”“Minha sogra e minhascunhadas me deixam defora de tudo. Elas seencontram para tomarcafé todo sábado enuncame convidam paraacompanhá-las. Sabemque minha mãe e minhasirmãs moram a quase milquilômetros de mim.Sinto-me excluídadaquelas coisinhas demulher que elas fazemjuntas.”“Quando meu sogrochega para jantar, só fala

Page 12: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sobre esportes, otrabalho dele ou ascoisas que leu no jornal.Ele nunca pergunta nadasobre a nossa vida eparece não ter o menorinteresse em nós emtermos emocionais.”“Meu cunhado tentacontrolar meu marido.Ele é cinco anos maisvelho e talvez tenhapassado a vida inteirafazendo isso, mas eu nãogosto.”“Na prática, nosso genrosequestrou nossa filha.

Page 13: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Desde que os dois secasaram, ele se recusa apermitir que elaparticipe dos encontrosde família.”“Quando os pais deminha esposa nosconvidam para sua casa,sempre incluem todos osfilhos deles com asrespectivas famílias.Pelo menos uma vez, eugostaria que eles nosrecebessem apenas comoum casal.”“Os pais de minhaesposa dão dinheiro para

Page 14: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

que ela compre coisasque não podemos. Issome aborrece. Eu preferiaque eles nos deixassemcuidar de nossa vida.”“A mãe de meu maridovive querendo meensinar a cozinhar.Durante os cinco anosanteriores ao meucasamento, eu já fazia aminha comida. Acho quesei muito bem prepararuma refeição. Nãopreciso da ajuda deminha sogra.”“É complicado convidar

Page 15: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

apenas meu cunhado eminha cunhada para fazeralguma coisa. Minhasogra é divorciada, e nossentimos obrigados aincluí-la nessesprogramas.”“Os pais de meu maridosimplesmente aparecemde repente, sem avisar.Às vezes, estou no meiode um projeto quepreciso terminar.Gostaria que elesrespeitassem nossaagenda.”

Page 16: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Talvez você tenha algumas

reclamações pessoais paraadicionar a essa lista. Osproblemas com os parentes docônjuge costumam se concentrar emquestões relacionadas ao controle,à interferência, à inconveniência eao conflito de valores e tradições.O propósito deste livro é oferecerideias práticas sobre comoenfrentar essas lutas e construirrelacionamentos saudáveis.

Quando as pessoas se casam,elas não se unem apenas uma àoutra; também se casam com umafamília mais ampla, que consiste no

Page 17: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sogro, na sogra e, talvez, noscunhados. Esses parentes porextensão podem ser encontrados emtodos os tipos, tamanhos epersonalidades. Eles carregam umahistória de tradições familiares emaneiras de se relacionar. Nãoimporta o que precisamos dizer arespeito de famílias, em uma coisatemos de concordar: cada uma édiferente da outra. Essas diferençascostumam gerar dificuldades deajuste.

Se formos capazes de promoveresses ajustes, podemos desenvolverrelações saudáveis com os parentesdo cônjuge. Caso contrário, essas

Page 18: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

pessoas se transformam em umproblema dos grandes. Orelacionamento com os pais (sejamos dele ou os dela) é a área em queos conflitos são mais comuns.

Segundo o plano de Deus, osparentes do cônjuge não deveriamconstituir um fator de divisão nafamília. Em tese, teriam aresponsabilidade de oferecerapoio. A liberdade e a harmoniasão ideais bíblicos para orelacionamento com os parentes docônjuge. Para alcançar esseobjetivo, o casamento deve seguirsobre duas trilhas paralelas:separar-se dos pais e dedicar-se a

Page 19: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

eles.

SEPARAR-SE DOS PAISAs Escrituras afirmam: “Por essarazão, o homem deixará paie mãe e se unirá a sua mulher, eeles se tornarão uma só carne” (Gn2:24; cf. Ef 5:31). O padrão divinopara o casamento envolve “deixar”os pais e se unir a um cônjuge. Poressa razão, o casamento envolveuma mudança em termos dededicação. Antes de se casar, adedicação da pessoa é aos pais.Depois do casamento, essadedicação passa a ser ao cônjuge.

Costumamos chamar isso de

Page 20: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

“corte das amarras psicológicas”.Se há um conflito de interessesentre a esposa e a mãe de umhomem, ele deve ficar ao lado daesposa. Isso não significa que amãe deva ser tratada de maneirarude; quer dizer apenas que eladeixou de ser a mulher a partir daqual a vida dele é orientada. Esseprincípio, “separar-se dos pais”, émuito importante. Procuraremosformas de aplicação desseprincípio nos capítulos a seguir.Nenhum casal alcançará seupotencial máximo no casamentosem essa ruptura psicológica emrelação aos pais, sejam os dele ou

Page 21: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

os dela.Talvez não haja nenhum

momento em que esse princípio deseparação dos pais seja maisimportante do que na hora de tomardecisões. Seus pais e os pais de seucônjuge podem oferecer sugestõesinteressantes a respeito de muitosaspectos de sua vida como casal.Cada sugestão deve ser levada emconsideração. Contudo, em últimaanálise, quem deve tomar a decisãofinal é o casal. Não se podepermitir que os pais manipulem asituação de modo que vocêsacabem tomando decisões com asquais não concordam.

Page 22: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

DEDICAR-SE AOS PAISO segundo princípio fundamentaldo casamento é que devemos honrarnossos pais. Deus concedeu os DezMandamentos à antiga Israel, umdos quais é: “Honra teu pai e tuamãe, a fim de que tenhas vida longana terra que o SENHOR, o teu Deus,te dá” (Êx 20:12; cf. Dt 5:16). NoNovo Testamento, o apóstolo Pauloreafirma esse princípio: “Honra teupai e tua mãe — este é o primeiromandamento com promessa — paraque tudo te corra bem e tenhaslonga vida sobre a terra” (Ef 6:2-3).

O mandamento para honrar os

Page 23: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

pais não se encerra quando noscasamos. A palavra “honrar”significa “demonstrar respeito”.Quer dizer que devemos tratar osoutros com gentileza e dignidade.Certa vez, uma mulher me disse:“Com a vida que levam, meus paisnão se fazem respeitar. Como possorespeitá-los se não concordo com oque fazem?”.

De fato, nem todos os paisvivem uma vida honrada. Pode serque façam coisas não muito dignasde respeito. Contudo, devemoshonrá-los, pois foram criados àimagem de Deus e nos concederama vida. Podemos não concordar

Page 24: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

com as escolhas que fazem nemcom o estilo de vida queescolheram, mas devemos respeitá-los como pessoas mesmo quandodiscordamos do comportamentodeles. Honrar os próprios pais e ospais do cônjuge é sempre a coisacerta a fazer. Separar-se deles emconsequência do casamento nãosuprime a responsabilidade dehonrá-los.

Como podemos honrar nossospais no dia a dia? Quandomantemos os canais decomunicação desobstruídos:visitas, telefonemas, envio decartas ou mensagens eletrônicas.

Page 25: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Nesse tipo de comunicação, oobjetivo é transmitir a seguintemensagem: “Ainda amo vocês equero que continuem fazendo partede minha vida”. Deixar os paisnunca deve ser interpretado comoabandoná-los. O contato frequentefaz parte do significado de “honrar”os pais. Quando negligenciamosessa comunicação, estamosdizendo: “Não me importo maiscom vocês”.

Outra maneira de honrar os paispode ser encontrada no NovoTestamento: “Mas se uma viúvatem filhos ou netos, que estesaprendam primeiramente a colocar

Page 26: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

a sua religião em prática, cuidandode sua própria família e retribuindoo bem recebido de seus pais e avós,pois isso agrada a Deus” (1Tm5:4). Quando éramos jovens,nossos pais supriam nossasnecessidades físicas. À medida quecrescemos e amadurecemos, nossodever é fazer o mesmo por eles.

Se e quando surgirem asnecessidades físicas de nossospais, devemos assumir aresponsabilidade de supri-las.Deixar de fazer isso é o mesmo quenegar nossa fé em Cristo. Oapóstolo Paulo afirmou: “Se alguémnão cuida de seus parentes, e

Page 27: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

especialmente dos de sua própriafamília, negou a fé e é pior que umdescrente” (1Tm 5:8). Por meio denossas ações, devemos demonstrarnossa fé em Cristo, honrandonossos pais.

A PERSPECTIVA DOS PAISSe temos filhos casados, isso nosajuda muito a lembrar-nos de nossoobjetivo. Desde que os filhosnascem, nós os orientamos para quese tornem independentes — pelomenos, é isso que deveríamos fazer.Nós os ensinamos a preparar umarefeição, lavar os pratos e fazer acama, comprar roupas, economizar

Page 28: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

dinheiro e tomar decisões. Nós lhesensinamos como demonstrarrespeito pelas autoridades emostramos o valor de cadaindivíduo. Em resumo, procuramosorientá-los rumo à maturidade.Queremos torná-los pessoascapazes de viver bem por contaprópria.

Quando eles se casam, nossoobjetivo de ajudá-los a se tornarindependentes se realiza. Nós osajudamos a sair de um estado dedependência completa paraalcançar a independência total nocasamento. No futuro, precisamospassar a vê-los como adultos

Page 29: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

capazes de definir seus próprioscaminhos, sejam quais forem asconsequências. Nunca maispodemos impor nossa vontadesobre a vida deles. Precisamosrespeitá-los como pessoas iguais anós.

Isso não quer dizer que nuncamais ajudaremos nossos filhoscasados; significa que, quandotivermos o desejo de ajudar,precisaremos perguntar primeiro seeles precisam de nosso auxílio. Umpresente indesejado não é umpresente, mas um fardo.

Às vezes, os pais oferecemajuda financeira aos filhos casados

Page 30: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

e, com isso, os estimulam a viverde acordo com um padrão que nãopodem sustentar. Essa prática nãoajuda a promover a independênciado casal. Do mesmo modo, os paisnão devem usar presentes parainfluenciar um filho casado.“Vamos comprar um carro zeroquilômetro para você, mas só se...”— isso não é um presente, mas umaforma de manipulação.

Às vezes, os pais desejam darconselhos aos filhos casados. Aregra é bem simples: os pais sódevem dar conselhos quando osfilhos pedem. Se os seus filhos nãolhe pediram conselho mas você faz

Page 31: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

questão de compartilhar a suaexperiência, pelo menos peçapermissão para fazê-lo. “Você seimportaria se eu compartilhasse aminha opinião a respeito desseassunto?” — essa é uma perguntaadequada. Dar conselhos que seusfilhos não pedem não ajuda adesenvolver relacionamentossaudáveis.

Esses ideais aos quaisaspiramos são a liberdade e aharmonia. O casal precisa doacolhimento emocional que brotade um relacionamento integral comos pais do marido e da esposa.Esses pais, por sua vez, também

Page 32: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

precisam do acolhimento emocionalque o casal deve proporcionar. Avida é curta demais para ser vividaà base de relacionamentosproblemáticos. Nem sempreconcordaremos com as coisas quenossos filhos casados fazem, maspodemos demonstrar respeito eoferecer a eles a liberdade detomar decisões por conta própria.

Assim, como podemos nostornar efetivamente amigos dosparentes de nossos cônjuges? Naspáginas a seguir, compartilhareisete princípios que mudarãoradicalmente o conceito derelacionamento com essas pessoas.

Page 33: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Minha intenção, ao escrever estelivro, era mesmo a de não escreverdemais. Sei que você é uma pessoaocupada. É provável que consigaterminar a leitura em menos de duashoras.

Você descobrirá que ler estelivro será um bom investimento deseu tempo. E, no fim de cada um deseus breves capítulos, encontrarásugestões objetivas sobre comocolocar essas ideias em práticadentro da estrutura de sua família.Não importa se você é um genro,uma nora, uma sogra, um sogro,uma cunhada ou um cunhado: essesprincípios foram desenvolvidos

Page 34: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

para ser aplicado a sua vida. Sevocê colocá-los em prática nosrelacionamentos com os parentes deseu cônjuge, posso garantir quecomeçará a notar mudançaspositivas nas atitudes e nocomportamento dessas pessoas.

Ao término de cada capítulo, osleitores encontrarão uma seçãointitulada “Colocando os princípiosem prática”. Siga essas sugestões eestará no caminho certo paraestabelecer relacionamentossaudáveis com os parentes de seucônjuge.

Page 35: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

1 - Ouça antes de falar

1

Ou�a antes de falar

A SOGRA DE MARSHA É MUITO RICA .Marsha, por sua vez, foi criada emum lar modesto no qual a ênfasesempre esteve no sacrifício pessoale na generosidade. O pai de Marshaera diretor do comitê missionárioda igreja; sua mãe se envolviaativamente no ministério feminino.Até onde Marsha conseguia selembrar, todo ano seus paiseconomizavam uma quantiaconsiderável para a oferta

Page 36: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

missionária anual. Quando criança,ela própria separava uma parte desua mesada para entregar comooferta.

Depois de dois anos decasamento, a frustração de Marshacom a sogra era total.

Todo mês ela me convida paraalmoçar. Sempre fico feliz pelaoportunidade de revê-la. Noentanto, depois do almoço, elainsiste em que eu a acompanhea o shopping para comprar umvestido novo para mim. Noinício, adorei a generosidade daatitude. No entanto, com otempo, percebi que o almoço

Page 37: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ficava cada vez mais curto,enquanto as comprascomeçavam a ocupar a tardeinteira. Ela nunca procura aspeças que estão em liquidação ejá me comprou vestidos muitocaros.

Marsha prosseguiu:

Vejo isso como umaextravagância, um desperdíciode dinheiro. Tenho a impressãode que ela está tentando comprarminha amizade ao agir assim.Quando lhe explico que nãopreciso de nenhum vestido, eladiz: “Toda mulher precisa de umvestido novo. Faz bem para o

Page 38: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

espírito”. Ora, isso não estáfazendo nenhum bem ao meuespírito. Pelo contrário, tem feitocrescer meu ressentimento paracom ela. Por que não entregaesse dinheiro às pessoas queprecisam dele de verdade? Meuarmário está cheio de vestidosporque não quero magoá-la. Eugostaria de ter outro tipo derelacionamento que não seconcentrasse nas coisas que elacompra. Gostaria de almoçarcom ela por mais tempo, em umlugar sossegado, falando decoisas agradáveis. Gostaria desaber como foi a infância deminha sogra... Que tipo de lutasela e meu sogro tiveram de

Page 39: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

enfrentar no início docasamento... Como ela se sentiacomo dona de casa. Ela só falasobre as partidas de golfe e osjogos de cartas dos quaisparticipa. Às vezes tenho asensação de que ela é umapessoa muito solitária e que ascompras são a maneira queencontrou de tentar esqueceressa solidão. Não sei. Só queriaque nosso relacionamento fossealgo mais “pé no chão”.

Marsha guardava esses

pensamentos e sentimentos para si.Ela tentava compartilhá-los com omarido, Rick, mas a resposta dele

Page 40: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

era sempre a mesma: “Deixe quemamãe continue comprando osvestidos. É o jeito que ela tem dedemonstrar quanto gosta de você”.Talvez Rick esteja certo. Contudo,se for verdade, a mãe dele estáerrando na mão. Marsha não sesente mais amada com isso — pelocontrário, ela se ressente da atitudeda sogra.

— Você já tentou falar com suasogra a respeito das coisas quepensa e sente? — perguntei aMarsha.

— Ainda não — Marsharespondeu. — Ela é uma daquelasmulheres autoritárias que falam a

Page 41: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

maior parte do tempo e raramentefazem perguntas. Quando elaresolve parar e perguntar algumacoisa, tenho a sensação de que nãopresta atenção a minha resposta,pois já está ocupada pensandonaquilo que vai dizer em seguida.Fico tensa quando estou perto dela.

Ficou-me evidente que Marshatinha um problema sério que sópoderia ser resolvido se tomassealguma iniciativa.

— Mas eu não possosimplesmente dizer a ela que issome aborrece — justificou-seMarsha — e não posso deixar dealmoçar com ela por causa disso. É

Page 42: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

o único contato que temos. Se eucontar a minha sogra que não queroos vestidos, tenho medo de que elase magoe. Não sei mesmo o quedevo fazer. É por isso que estouaqui.

— Fico feliz que você tenha meprocurado — eu disse. — Não sounenhum santo milagreiro, mas tenhouma ideia que gostaria de sugerir.Da próxima vez que você almoçarcom sua sogra, diga a ela: “Antesde sairmos para fazer compras,quero fazer uma pergunta: em umaescala de 1 a 10, como você avaliao prazer que sente em me levar paracomprar vestidos?”. Se a resposta

Page 43: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

dela for 8, 9 ou 10, que é o queacredito que ela vai dizer, entãopergunte: “Por que você se sentetão bem em fazer essas coisas paramim?”.

Continuei com a orientação:— Ouça atentamente. Em

seguida, certifique-se de que ouviubem a resposta que ela deu. Porexemplo, você pode dizer assim:“Pelo que entendi, você estádizendo que gosta de me compraressas coisas porque, quando secasou, sua sogra não tomava essasatitudes, e isso a magoou. Você nãodeseja que isso aconteça em nossorelacionamento. Está correto?”.

Page 44: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Continue a fazer perguntasesclarecedoras até sentir que jáentendeu o que está por trás dodesejo que sua sogra tem de fazercompras para você.

Marsha me ouvia com atenção.Prossegui:

— Em seguida, demonstre a elaseu apreço pelo que está fazendopor você. Tendo compreendido amotivação de sua sogra, acreditoque isso será bem mais fácil. Digaa ela que se sente realmente gratapor ter uma sogra tão carinhosa eatenciosa. Depois, diga comoaquela conversa foi importante paravocê: que agora se sente como se a

Page 45: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

conhecesse melhor e que passou aadmirá-la ainda mais. Aí, então, váfazer compras e permita que elacompre o que quiser para você. Nomês seguinte, quando vocêsalmoçarem, faça mais perguntas asua sogra. Fale sobre como vocêgostou da conversa que tiveram ummês antes e peça, se ela não seincomodar com isso, que revelemais coisas a respeito dela. Vocêdeve fazer perguntas do tipo:“Como você foi criada?”; “Comoera a sua vida de adolescente?”;“Como foi que conheceu seumarido?”; “O que a levou a tomar adecisão de se casar?”; “Como

Page 46: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

foram os primeiros anos docasamento?”; “Quais foram assituações mais marcantes em suafamília e em seu casamento?”. Épossível que não dê para perguntartudo isso em um só bate-papo, masescolha algumas dessas questões.

Continuei explicando a Marshacomo deveria proceder:

— Ao agir assim, você estáprocurando conhecer melhor suasogra. Fazemos isso quandoperguntamos as coisas e ouvimos asrespostas. Repito: formuleperguntas esclarecedoras para tercerteza de que entendeu bem o queela disse. Por exemplo: “Está me

Page 47: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

parecendo que você se sentia muitomagoada com o comportamento deseu pai. É isso mesmo?”.Independentemente da resposta desua sogra, repita-a em forma depergunta para dar-lhe oportunidadede deixar tudo bem claro. Falesobre como está gostando daconversa e que se sente grata pelofato de ela se dispor a compartilharsua história pessoal. Em seguida,vão às compras. Quando ela ligarno terceiro mês a fim de convidá-lapara almoçar, diga assim: “Malposso esperar para vê-la. Gosteidemais de nossa última conversa.Tenho uma sugestão. Eu queria ir a

Page 48: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

uma exposição em um museu nacidade. Que tal se desta vez, depoisdo almoço, fôssemos ver essaexposição em vez de ir ao shopping?”. Se ela aceitar a sua sugestão,ótimo. No entanto, se ela disser quequer ir à exposição e depois sairpara fazer compras, responda destamaneira: “Tudo bem. Talvez atétenhamos tempo para isso, masvamos primeiro à exposição edepois vemos como é que fica.Pode ser?”. Há grande chance deela concordar. Depois de visitarema exposição, as duas decidem seainda há tempo para ir ao shopping.Talvez possam fazer comprinhas

Page 49: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

rápidas dessa vez, ou mesmo nãofazer compra alguma. De um jeitoou de outro, você conseguiu mudaro padrão de almoço seguido decompras.

Marsha continuava atenta, porisso concluí o raciocínio:

— No quarto mês, você pode teroutro bate-papo interessante comela e fazer a sugestão de passar aalternar compras em um mês ealguma outra atividade social juntasno encontro seguinte. Você podedizer: “Afinal de contas, meuarmário está ficando lotado, e eugostaria muito de fazer outrascoisas em sua companhia”. Se ela

Page 50: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

aceitar essa proposta, você teráacabado de mudar o paradigma dascompras mensais. Nos mesesposteriores, pode até tomarcoragem e fazer outra sugestão:“Em vez de adquirir mais umvestido para mim, que tal selevássemos a filha que um amigomeu adotou e comprássemos roupaspara ela?”. Ou então, em outrodesses encontros mensais, talvezvocê possa convencê-la a adquirircestas básicas para uma família queestá passando por necessidade oumaterial escolar para um grupo decrianças cujas famílias são de baixarenda. Aos poucos, você estará

Page 51: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ajudando sua sogra a canalizar suagenerosidade para áreas queagradem a ambas. Além disso,passará a conhecê-la melhor comoser humano, e não simplesmentecomo uma senhora com quemcostuma almoçar e fazer comprasuma vez por mês.

Quando chegamos ao fim daconversa, Marsha estava muitomais feliz. Ela me disse:

— Se metade do que o senhorme descreveu acontecer mesmo nomeu relacionamento com minhasogra, já me dou por satisfeita.

Ao longo dos meses seguintes,Marsha viu muitas daquelas

Page 52: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

projeções se transformarem emrealidade. Ela e a sogra se tornaramótimas amigas. Marsha aprendeu aaceitar os presentes comoexpressões de amor, ao mesmotempo em que ensinou a sogra acompartilhar o que a vida lheproporciona. Alguns meses depois,encontrei essa sogra ao acaso. Elame disse: “Marsha é a melhor coisaque aconteceu em minha vida. Terum filho é maravilhoso, mas teruma nora é ainda melhor”. Não seicomo o filho dela se sentiria seouvisse aquilo, mas era evidente oafeto daquela mulher por Marsha.

A história de Marsha demonstra

Page 53: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

o poder que há na disposição deouvir. O propósito de ouvir édescobrir o que se passa na mente eno coração das pessoas. Seentendermos o motivo que leva aspessoas a fazer o que fazem, nossasreações poderão ser maisadequadas. Por exemplo, a atitudede Marsha mudou quando eladescobriu que a sogra lhe compravamuitos vestidos porque, nosprimeiros anos do casamento, tinhapouco dinheiro para roupas e porisso vivia passando porconstrangimentos na hora de sevestir.

Entender uma situação

Page 54: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

geralmente muda nossa percepçãodas pessoas e, como consequência,os sentimentos negativos quepossamos ter em relação a elas.Trata-se de um princípiopsicológico fundamental: nãopodemos ler o pensamento dosoutros. Observamos como eles secomportam, mas não sabemos o queos motiva a agir daquele modo, anão ser quando temos aoportunidade de ouvir o que têm adizer. A maioria de nós não foitreinada para ouvir. Por essa razão,é muito comum interpretarmos malas atitudes das pessoas que fazemparte da família do cônjuge. Eu

Page 55: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

gostaria de compartilhar algumasorientações que podem ajudar vocêa ouvir melhor o que os outrosestão tentando dizer.

FAÇA PERGUNTASA maneira mais eficaz de descobriro que está se passando na mentedos parentes de seu cônjuge é fazerperguntas. Muita gente só fala arespeito dos pensamentos esentimentos que motivam seucomportamento quando alguém sedispõe a perguntar. Marsha nãoteve dificuldade alguma emperceber o comportamento dasogra, que a levava ao shopping e

Page 56: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

lhe comprava vários vestidos. Noentanto, ela não sabia que ocomportamento da sogra eramotivado por acontecimentos queremontavam aos primeiros anos dopróprio casamento. Essainformação só apareceu comoresposta a uma pergunta.

As perguntas devem ser feitascom muito critério. Quanto maisespecíficas maior a possibilidadede descobrir a informação queprocura. Você pode puxar assuntocom algumas perguntaspreliminares. Por exemplo: “Quemvocê acha que vai ganhar ocampeonato de futebol?” é uma

Page 57: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

maneira de dar início a um bate-papo com o sogro. Em seguida,você pode perguntar: “Desdequando você se interessa porfutebol? O que despertou seuinteresse?”. As respostas a essasperguntas podem revelar, entreoutras coisas, que seu sogro nuncaperde uma partida de futebol.

Do mesmo modo, as perguntasdevem ser sempre sinceras. Vocênão está fazendo uma série deperguntas com o objetivo de pôr osparentes de seu cônjuge contra aparede e vencer umadiscussão. Seu objetivo écompreendê-los melhor. De modo

Page 58: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

geral, quando as pessoas sentemque você está mesmo interessadonelas e quer conhecê-las melhor,costumam responder a todas asperguntas de maneira franca edescontraidamente.

A sogra de Marsha não serecusou a falar a respeito dosprimeiros anos de seu casamento.Marsha, por sua vez, nunca antesdemonstrara interesse por aquelaparte da vida dela. Quando viu queMarsha estava sinceramenteinteressada, sua sogra falouabertamente a respeito do quemotivara seu interesse em fazercompras e dar presentes.

Page 59: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Pedir aos parentes de seucônjuge que classifiquem seussentimentos em uma escala de 1 a10 é um modo rápido e fácil dedescobrir até que pontodeterminado assunto mexe comeles. Jason usou essa técnica desdeo início de uma conversa séria queteve com o sogro, que o frustravacom sua propensão ao jogo.Quando descobriu que o sogrohavia levado seu filho de dez anos,Bobby, a um cassino, Jason ficoufurioso e disse à esposa: “Nuncamais permitirei que Bobby volte aver seu pai”. Duas semanas depois,quando Jason já estava mais calmo,

Page 60: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

eu o desafiei a fazer perguntas aosogro e ouvir as respostas dele.

Ele pediu ao sogro queclassificasse sua satisfação em irao cassino em uma escala de 1 a10. Quando ouviu a resposta —“Dez!” —, Jason percebeu que setratava de algo muito importantepara ele. Em seguida, Jasonprosseguiu com as perguntas:

— Por que você acha que o jogoproporciona tanto prazer?

— Para mim, é uma forma derecreação — o sogro respondeu. —Jogo porque tenho dinheiro e nãopreciso me preocupar em comodevo gastá-lo. Quando eu era

Page 61: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

criança, não tínhamos muitodinheiro. Nunca sabíamos seteríamos algo para jantar ou se meupai ia dizer: “Vamos para a camamais cedo. De manhã tomamos umcafé bem caprichado”. O café damanhã era sempre mingau de aveia.Podíamos tomar quanto mingauquiséssemos, mas só isso. Eu viameus amigos cheios de dinheiropara gastar à toa, por isso tomeiuma decisão: quando eu metornasse adulto, ganharia muitodinheiro e nunca mais pediria nadaa ninguém. E consegui. Agora tenhoa satisfação de gastar meu dinheirocomo quero. Se eu perder mil

Page 62: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

dólares, o que tem de mais? Eupago.

Jason insistiu:— Quer dizer que, para você,

não é uma questão de ganhar ouperder, e sim de se divertir.

— Não é só diversão. Éliberdade. Liberdade de fazer o queeu quiser com as coisas que tenho.

— Acho que consigo entenderaonde você quer chegar — disseJason. — Acho que todos nósqueremos ser livres, e essa é umamaneira de você expressar a sualiberdade.

Jason jamais teria adivinhado oque se passava na mente de seu

Page 63: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sogro. Contudo, duas perguntas e adisposição de ouvir foramsuficientes para ajudá-lo a entenderas motivações daquele homem. Eleainda proíbe que o filho sejalevado ao cassino, mas, depois deouvir e compreender o sogro,passou a exprimir suaspreocupações de maneiraconstrutiva.

Jason foi capaz de comentar como sogro que, segundo seu ponto devista, muita gente que joga não élivre — pelo contrário, são pessoasescravizadas pelo jogo que perdemnão apenas o dinheiro da“diversão”, como também todos os

Page 64: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

seus recursos financeiros. Explicouseu desejo de evitar que Bobbyfosse exposto a algo que tinha opotencial de se tornar um vício edestruir sua liberdade. Por fim,pediu ao sogro que nunca maislevasse Bobby ao cassino dali parafrente. O sogro compreendeu econcordou.

Embora as histórias de Marsha eJason tenham um “final feliz”, nãoquero com isso sugerir que fazerperguntas e entender as motivaçõesdos parentes do cônjuge constituama garantia de uma soluçãosatisfatória para os problemas quenos aborrecem. No entanto, ao fazer

Page 65: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

perguntas e ouvir respostas demaneira solidária, é mais provávelque encontremos uma saída paraessas questões. E nesse processoseremos capazes de preservar (oumesmo aprimorar) nossorelacionamento com essas pessoas.

NÃO INTERROMPAQuando os sogros, genros oucunhados estão falando, temos atendência de interrompê-los quandodizem alguma coisa de quediscordamos. Ao fazer essainterrupção para expressar a suaopinião, você deu o primeiro passopara gerar uma discussão.

Page 66: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Discussões são contraproducentes.Uma pessoa vence, a outra perde enada se resolve.

Lembre-se de quando a sogra deMarsha lhe disse que compravamuitos vestidos porque, nosprimeiros anos do casamento, tinhapouco dinheiro para gastar comroupas, e por isso vivia passandopor constrangimentos na hora de sevestir? Suponhamos que Marsha ativesse interrompido para dizer:“Nós temos muito dinheiro. Ricktem um ótimo emprego. Você nãoprecisa comprar coisas para mim”.Se procedesse assim, ela teria dadoinício a uma discussão que

Page 67: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

provavelmente teria causado maisestragos no relacionamento com asogra.

Imagine se Jason tivesseinterrompido o sogro paracomentar: “Isso é desculpaesfarrapada. Não acredito em nadado que você está me dizendo. Achoque você joga porque é umviciado”. É bem provável que ele eo sogro começassem uma briga queviria a destruir o relacionamentoentre os dois de uma vez por todas.

O propósito de ouvir écompreender, e não fazer o seuponto de vista prevalecer. Nossaopinião deve ser colocada bem

Page 68: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

mais tarde, em outra conversa. Nosprimeiros estágios, nossa intençãodeve ser a de entender o que sepassa na mente e no coraçãodaquele parente do cônjuge paraque possamos oferecer umaresposta apropriada. Asinterrupções prejudicam o processode compreensão.

Para algumas pessoas, evitar asinterrupções é muito difícil. Elasdesenvolveram um padrão decomunicação com base naargumentação. Ouvem apenas otempo suficiente para organizar seuraciocínio; em seguida,interrompem e discordam de

Page 69: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

qualquer coisa que a outra pessoavenha a dizer. Gente assim nuncaconsegue manter um relacionamentopositivo com os parentes docônjuge — nem com outras pessoas—, a não ser que aprenda a romperesse padrão destrutivo dediscussões. Os relacionamentos sãodesenvolvidos à medida que aspessoas procuram compreenderumas às outras. As interrupções eas discussões os destroem.

Se você tem problemas emcontinuar ouvindo os sogros, genrose cunhados quando discorda do queestão dizendo, permita-me sugerirum jogo mental que pode ser útil.

Page 70: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Enquanto eles respondem a suapergunta, imagine que suas orelhassão enormes, iguais às de umelefante. Isso permitirá que você selembre sempre disto: “Estououvindo. Quero entender. Não vouinterromper. Mais tarde, terei aoportunidade de compartilharminhas opiniões. Nesse momento,estou tentando ouvir o que essapessoa está dizendo. Quero saberde suas origens e entender como elaencara seu comportamento. Estoutentando desenvolver umrelacionamento, e não fazer uminimigo”. Aprender a ouvir seminterromper é um passo fundamental

Page 71: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

para a eficácia dessa iniciativa.

ESCLAREÇA OS SIGNIFICADOSMesmo quando estamosdeliberadamente concentrados emouvir, é muito comum entender malo que a outra pessoa está tentandonos dizer. É como se estivéssemosouvindo por intermédio de nossospróprios fones de ouvido, que àsvezes distorcem o significadoverdadeiro daquilo que o outro estáfalando.

Podemos esclarecer essesignificado dizendo à pessoa o queentendemos do que ela falou eperguntando se está correto. Jason

Page 72: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

fez isso quando afirmou: “Querdizer que, para você, não é umaquestão de ganhar ou perder, e simde se divertir”. Isso permitiu queseu sogro esclarecesse seu ponto devista, trazendo à conversa a questãoda liberdade. A partir dessa reação,Jason conseguiu saber mais arespeito do que se passava namente do sogro.

Algumas pessoas se opõem,dizendo que esclarecer as questõesparece algo mecânico demais.Certa vez, um homem me disse:“Estou cansado de ficar repetindo:‘Pelo que entendi, você estádizendo que...’ E tenho certeza de

Page 73: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

que as outras pessoas também jáestão fartas de ouvir isso”. De fato,a mesma resposta, apresentada comas mesmas palavras, pode se tornarmonótona e irritante. No entanto,perguntas esclarecedoras podemser feitas de muitas maneiras. Vejaaqui alguns exemplos:

“É isso o que você estádizendo? Que...”“Então você quer dizerque...”“Acho que já sei. Veja seentendi bem...”“O que ouvi foi o

Page 74: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

seguinte[...] Foi issomesmo que você quisdizer?”“Quero ter certeza deque entendi direito. Vocêestá dizendo que...”

Quando aprendemos a fazer

perguntas esclarecedoras de váriosmodos, elas se tornam parte de umfluxo natural de conversação.Quando o parente do cônjugeresponde: “Sim, você entendeu oque eu quis dizer”, então vocêsaberá que ele sente que foi bemcompreendido. Aí você estará apto

Page 75: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

a passar à etapa seguinte.

DEMONSTRE APREÇOAgora que essa pessoa disse quevocê entendeu o que ela estavafalando, comente: “Fico muito gratopor você estar compartilhandoessas coisas comigo. Acho queagora entendo melhor o seu jeito, etudo aquilo que está dizendo fazmuito sentido”. Com essa reaçãosimples, você deixa de ser uminimigo e terá gerado um climapositivo.

Declarações afirmativas nãosignificam que vocênecessariamente concorda com o

Page 76: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

que essa pessoa disse. Indicamapenas que ouviu por temposuficiente para ver o mundo porintermédio dos olhos dela eentender que a maneira de elasagirem faz sentido. Você estáafirmando a humanidade dessaspessoas, dando-lhes o direito depensar e sentir do jeito delas.

Talvez alguém pergunte: “Comovocê pode reafirmar o que esseparente de seu cônjuge está dizendose discorda totalmente da opiniãodele?”. Minha resposta é esta: vocênão está necessariamenteconfirmando a validade daquilo quea pessoa diz. Você está reafirmando

Page 77: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

o direito que ela tem de defenderseu ponto de vista. Está lhe dando amesma liberdade que Deusconcede, permitindo-lhe quemanifeste sua humanidade.

A reafirmação não quer dizerque você concorda com as ideiasou que goste do comportamento dealguém. Significa que entende ohistórico que forjou a opinião dessapessoa e como isso afetou suasemoções. A partir da compreensãoda personalidade e dos pontos devista, não é difícil entender o que alevou a chegar a determinadasconclusões e aquilo que se passaem seu coração.

Page 78: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Não há como medir o valordessa iniciativa, pois é ela que criao clima necessário para a próximae importante etapa.

COMPARTILHE SEU PONTO DE VISTAAgora que você já fez as perguntas,permitiu que o parente de seucônjuge falasse sem interrupções,esclareceu os significados eexpressou seu apreço, então estápronto para compartilhar o seuponto de vista. Como você dedicoutempo para ouvi-lo com dignidadee respeito, ele estará muito maispropenso a ouvir o que você tem adizer.

Page 79: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Quando Jason explicou por quenão queria que Bobby voltasse aocassino, o sogro demonstroudisposição de ouvir e concordar.Se Jason não tivesse dedicado partede seu tempo para ouvir primeiro oque o sogro tinha a falar, se tivesseapenas condenado o comportamentodaquele homem e dito a ele queBobby nunca mais teria autorizaçãopara acompanhá-lo ao cassino, orelacionamento entre os doispermaneceria prejudicado peloresto da vida. Foi a disposição deouvir que conduziu a questão a umaconclusão saudável.

Quando Marsha começou a

Page 80: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sugerir alternativas às compras noshopping, a sogra demonstrouabertura a essas alternativas porquesentiu que Marsha queria, de fato,manter um bom relacionamento comela. Se Marsha não expressasseapreço pelo fato de sua sogracompartilhar informações sobre osprimeiros anos do própriocasamento, nunca encontrariaterreno fértil para suas sugestões.Quando demonstramos esse apreço,aumentamos as chances de sermosouvidos pelos sogros e chegarmos auma solução satisfatória.

O seu ponto de vista a respeitoda situação também é muito

Page 81: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

importante. Você é um dosprincipais atores nesserelacionamento com os parentes deseu cônjuge. Por isso, também deveser ouvido; suas ideias e seussentimentos são importantes. Agoraque já conseguiu demonstrarrespeito por seus sogros, você estápronto para dizer: “Permita-meexpressar o meu ponto de vista comvocê. Estas são as lutas que tenhoenfrentado. Este é o meu objetivo.E aqui está o que acredito serimportante”. E aí você explica todaa sua perspectiva da questão.

Pelo fato de ter ouvido, é muitomaior a probabilidade de você ser

Page 82: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ouvido. Por não ter interrompido,as pessoas se sentirão menospropensas a interrompê-lo. Aoesclarecer o sentido das coisas,você propiciou que os parentes deseu cônjuge se sentissem mais àvontade para fazer o mesmo. E, porvocê ter demonstrado apreço, serãomaiores as chances de elesexpressarem apreço por vocêtambém. Assim, juntos, vocêspoderão aceitar suas diferenças eencontrar soluções saudáveis.

Neste capítulo, discutimos oprimeiro passo no processo deestabelecimento de uma amizadecom sogros, genros e cunhados. A

Page 83: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

disposição de ouvir permitiu queambos entendessem melhor um aooutro, e essa compreensão conduziuvocê a conclusões positivas quetornarão o futuro mais fácil paratodos. No próximo capítulo,analisaremos o poder do respeito.

■COLOCANDO OS PRINCÍPIOSEM PRÁTICAPense em um parente de seucônjuge com o qual vocêgostaria de desenvolver ummelhor relacionamento.Pense nesse relacionamento

Page 84: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

específico à medida queconsidera as seguintesquestões:

1. Que perguntas vocêprecisa fazer paraentender melhor esseparente de seu cônjuge?

2. Quando você conversacom essa pessoa, sentecerta propensão ainterrompê-la? Se a suaresposta for “sim”, oque pensa fazer pararomper com esse padrãode comportamento?

3. Tente formular

Page 85: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

perguntasesclarecedoras dapróxima vez que vocêsconversarem. Porexemplo: “É isso quevocê está dizendo?”.

4. Leia a declaração aseguir em voz alta portrês vezes: “Eurealmente agradeço porvocê compartilhar tudoisso comigo. Acho queagora possocompreendê-lo melhor,e o que você disse fazmuito sentido”. Procureuma oportunidade de

Page 86: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

usar essa declaração aoconversar com o parentede seu cônjuge.

Quando você aprender afazer boas perguntas,esclarecer o sentido dascoisas, demonstrar apreço ese recusar a interromper aoutra pessoa, então estaráapto a dizer: “Permita-mecompartilhar o meu ponto devista”. Como você mostroudisposição de ouvir essapessoa, é bem provável queela o ouça também.

Page 87: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

2 - Aprenda a arte do respeito

2

Aprenda a arte do respeito

O RESPEITO É UM INGREDIENTEIMPORTANTÍSSIMO nodesenvolvimento de umrelacionamento com os parentes docônjuge. Segundo a versão on lined o Dicionário Houaiss da LínguaPortuguesa, a palavra “respeito”significa “profunda deferência;consideração, reverência”. Tem aver com a maneira como vemos aspessoas. Para mim, respeitosignifica a opção de ver o outro

Page 88: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

como uma pessoa muito importantepor ter sido criada à imagem deDeus. Minha opção por respeitarvocê não se baseia em seu caráterou na maneira como você me trata.Em vez disso, ela se baseia napercepção que tenho a seu respeito.

Respeito não tem nada a ver como comportamento de meu sogro,meus cunhados ou meus genros nemcom a opinião que eles têm de simesmos. Pode ser que eles seconsiderem o lixo da sociedade ouum presente de Deus para ahumanidade. Ou seja, a visão quetêm de si pode ser deturpada ouexagerada. Seja qual for, eu os

Page 89: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

considero pessoas que possuemgrande valor intrínseco porquecarregam a imagem do Criador.

Posso não gostar muito docomportamento dessas pessoas,mas eu as respeito como sereshumanos. Deus as dotou dedeterminado nível de inteligência,de capacidade para sentir emoçõese de liberdade de escolha. Domesmo modo, elas são, em últimaanálise, responsáveis diante doSenhor pela maneira como usam aprópria vida.

Quando opto por uma atitude derespeito, isso se reflete em meucomportamento. O respeito me leva

Page 90: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

a reconhecer que os parentes demeu cônjuge têm direito à mesmaliberdade que Deus concede a mime a todos os seres humanos: aliberdade de ser diferente. Portanto,não tentarei impor minha opiniãosobre essas pessoas. Em vez disso,quando eu tiver de confrontá-laspor algum motivo, buscarei umasolução que demonstrará o meurespeito por nossas diferenças. Nãotentarei controlá-las nem permitireique me controlem. Dedicarei a elaso mesmo respeito que esperoreceber.

Pode ser que eu me irrite porcausa de determinada coisa que

Page 91: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

algum parente de minha esposa fazou diz. O sentimento de irritaçãonão é um pecado. No entanto, souresponsável pela maneira comoreajo a ele. Se descarrego minhairritação com palavras duras oupesadas, então eu peco. Deixo demostrar respeito. Em contrapartida,quando trato as pessoas comdignidade, procurando entender suaperspectiva de determinadasituação e buscando soluções quesatisfaçam todas as partes, entãoestou demonstrando meu respeito.

Em um esforço de transformartoda essa teoria em aplicaçãoprática, vamos analisar cinco áreas

Page 92: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

nas quais costumamos ter aoportunidade de mostrar respeitopor cunhados, genros e sogros.

RESPEITO PELAS TRADIÇÕES EDATAS ESPECIAISO casamento une duas famílias,cada uma trazendo um histórico detradições e celebrações de datasespeciais. É inevitável que asmaneiras como celebram essasdatas sejam diferentes. E aimportância que dão a taiscelebrações também será diferentede uma família para outra.

Para muitos jovens casais, oprimeiro Natal se torna o primeiro

Page 93: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

grande conflito no casamento. Tantoa mãe dele quando a dela queremque os dois as visitem no dia deNatal. Isso até pode ser possível seos pais vivem bem próximos e umafamília se concentra na tradição dojantar do dia 24, enquanto a outradá mais valor ao almoço do dia 25.

Contudo, se uma família vive amais de 150 quilômetros dedistância da outra, esse sistema nãoé plausível. Se um dos casais depais insiste em sua presença no diade Natal e o outro concorda commuita relutância, é possível quetenha sido plantada a semente deum ressentimento. Em uma decisão

Page 94: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

desse tipo, o respeito é banido. Ospais que exigiram a presença dojovem casal não respeitaram osdireitos dos outros pais. Do mesmomodo, não respeitaram a liberdadeque esse jovem casal tem de tomarsuas próprias decisões.

Quando a arte de demonstrarrespeito é aplicada de maneiracorreta, o que acontece? Tanto ospais de um quanto os do outroavisam sobre o desejo que nutremde receber a visita desse jovemcasal no dia de Natal. Quando ficasabendo disso, o casal se senteencorajado a pensar na situação esugerir um plano alternativo, pois

Page 95: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

está à vontade para analisar aspossibilidades.

Pode ser que o jovem casaldecida declinar dos dois convites epassar o dia de Natal a sós. Se adistância não for um problema, osdois podem passar a véspera deNatal na casa dos pais dele e o diade Natal na casa dos pais dela ouvice-versa — deixando claro que,no ano seguinte, eles inverterão asequência. Se a distância nãopermitir esse esquema, o casalpode sugerir a alternância de umano para o outro, ou seja, em cadaano o Natal é celebrado na casa dospais de um deles.

Page 96: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

A decisão sobre qual dos doislugares dará início à sequênciapode ser feita no cara ou coroa. Sehouver um caso de doença grave emuma das famílias, isso pode serrazão suficiente para ter prioridadena escolha do local em que o casalpassará o primeiro Natal. Se otempo e o dinheiro não foremproblemas, o Ano-Novo tambémpode fazer parte desse acordo, demodo que os pais de um e de outrotenham a oportunidade de ver ocasal no mesmo período de festas.

Você pode perceber que hámuitas soluções igualmentecabíveis para esse conflito do

Page 97: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

feriado. Todas elas exigem umaatitude de respeito por parte dosmembros das duas famílias. Se orespeito não existe, então o Nataldeixa de ser um símbolo de “paz naterra”.

Conheci jovens casais quepreferiam ficar longe tanto dos paisdele quanto dos dela no Natal —não que deixassem de querer estarcom eles, mas porque sentiam quehavia uma tentativa de manipulaçãodas duas partes. A manipulação é ooposto do respeito. O respeito diz:“Isto é o que eu gostaria queacontecesse e este é o motivo. Noentanto, também sei que vocês

Page 98: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

devem tomar a decisão queacreditam ser a melhor paraambos”. O respeito sempre abreespaço para a liberdade de escolha.

Conheci casais que admitiampreferir passar as festas de fim deano na casa dos pais de um, e nãodo outro. Em geral, isso aconteceporque o ambiente emocional emuma das casas é muito tenso, talvezpor causa da ação do álcool, porfalta de parâmetros no linguajar ouem decorrência de conflitos dopassado.No entanto, incentivo os jovenscasais a não permitir que esse tipode sentimento os leve a evitar a

Page 99: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

visita ao lar problemático.A Bíblia diz: “Honra teu pai e

tua mãe” (Êx 20:12; cf. Ef 6:2).Não honramos nossos pais quandoos execramos ou excluímos denossa vida. Podemos ser sinceros arespeito daquilo que sentimos, arespeito do nível de estresse a quesomos submetidos quando estamoscom eles, mas não podemospermitir que essas coisas controlemo nosso comportamento. Honramosos nossos pais não porque somosobrigados a isso, mas porque elesnos deram a vida. Sem eles, nãoestaríamos aqui. Trata-se de umdébito enorme.

Page 100: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Um casal honra os pais quandodá o mesmo peso e a mesmamedida aos convites que recebetanto dos pais de um quanto dos deoutro. Podemos até não aprovar oestilo de vida que levam. Épossível que classifiquemos ocomportamento dessas pessoascomo inconveniente. No entanto,devemos considerá-las dignas devalor e respeito porque carregam aimagem do Criador.

É claro que, se no lar dos paisdele ou dela houver uso ou abusode bebida, drogas, linguagemprofana, vulgaridade ou violência,isso deve ser levado em

Page 101: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

consideração na hora de decidir seo casal deve ou não celebrar asfestas com essa família,principalmente quando há criançasenvolvidas.

Uma possibilidade é respeitar aliberdade que essa família tem deviver do modo que bem entende,mas pedir que, enquanto você eseus filhos estiverem lá para passaras festas, haja moderação nessetipo de comportamento. Se elesoptarem por respeitar você e suafamília da mesma maneira queestão sendo respeitados, é possívelque concordem, e assim vocêspodem celebrar as festas juntos e

Page 102: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

de um modo saudável.

RESPEITO PELAS DIFERENÇASRELIGIOSASA nossa sociedade é, de fato,globalizada. O casal noapartamento ao lado pode serbudista, enquanto o outro na casaem frente é hindu. Seu colega detrabalho pode ser muçulmano etodos os demais podem sercristãos. Mesmo dentro do escopocristão, há muitos dialetosreligiosos, como o metodista, opresbiteriano, o batista e assim pordiante. Cada um desses dialetosrepresenta uma maneira diferente

Page 103: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

de expressar e colocar em prática afé cristã. Todos concordam no quediz respeito ao cerne da fé; porém,diferem de várias maneiras.

A maioria das pessoas chega aocasamento depois de ter sido criadaem um contexto religioso. Pode serque elas tenham crenças bemarraigadas ou que tratem o sistemareligioso no qual foram criadas deuma maneira menos comprometida.É até possível que tenham rejeitadoa religião (ou as religiões) de seuspais. É raro duas pessoas chegaremao casamento com o mesmohistórico religioso e a mesma fé,ainda que tenham sido criadas na

Page 104: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

mesma igreja.Essas diferenças religiosas

costumam se tornar fator de divisãodurante o casamento. Elas tambémpodem originar barreiras para opleno relacionamento com sogros,genros, noras e cunhados. Lembro-me de um casal de fé protestanteque contou:

Nossa filha se casou com umcatólico. Quando estavamnamorando, ele visitou nossaigreja e disse que não tinhaligações muito fortes com a fécatólica. Entretanto, quandovieram os filhos, ele insistiu emque fossem criados dentro de

Page 105: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sua religião. Nós sentíamoscomo se ele tivesse enganadonossa filha. Por causa disso,nosso relacionamento com elenão é nada bom.

Como a religião é uma área

fundamental da vida, eu insisto comos casais para que pensem nocasamento como o ambiente no qualestarão estabelecendo o fundamentoreligioso sobre o qual construirão orelacionamento conjugal e familiar.Quando as diferenças sobre ascrenças religiosas essenciais sãomuito grandes, essas questõesprecisam ser resolvidas antes do

Page 106: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

casamento. Caso isso não aconteça,elas podem se tornar grandesbarreiras para a unidade do casal.

No entanto, mesmo quando osdois concordam em questõesreligiosas fundamentais, pode serque não encontrem harmonia no quediz respeito à perspectiva religiosados pais de um ou de outro. Umjovem casado me relatou:

Minha irmã se casou com ummuçulmano. Ele dizia que todasas religiões eram basicamente omesmo, mas ela logo percebeuque não era bem assim. Temsido muito difícil desenvolverum relacionamento positivo com

Page 107: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

meu cunhado porque elediscorda de praticamente tudoaquilo em que eu creio. Mesmoquando tentamos não tocar noassunto religião, nossas crençasfundamentais tendem a respingarnas demais áreas da vida e, nofim, acabamos discutindotambém sobre essas outrascoisas.

É correto dizer que, quando uma

pessoa está comprometida com umsistema religioso, essecompromisso influencia suamaneira de ver todas as áreas devida. É por isso que o apóstoloPaulo instruía os cristãos a não se

Page 108: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

casar com não cristãos(cf. 2Co 6:14-15). Se temos aintenção de manter unidadeconjugal também na área espiritual,precisamos aproximar, tanto quantopossível, nossas crençasfundamentais para que sejamoscapazes de dialogar e crescerjuntos.

Pelo fato de as crençasreligiosas geralmente não seremtratadas com a devida profundidadeno período do namoro, os casaiscostumam unir-se antes de perceberque há diferenças muito grandesentre as perspectivas religiosas deum e de outro. Essas diferenças

Page 109: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

podem estar entre eles ou entre ocasal e os parentes dele ou dela.Sendo assim, como devemos lidarcom essas diferenças? Qual é opapel que o respeito desempenhanessa questão?

Devemos começar admitindo apossibilidade de nunca sermoscapazes de resolver todos osnossos conflitos religiosos. Osesforços no sentido de misturarvárias religiões nunca foram muitoeficazes. Em contrapartida, setentarmos convencer os parentes docônjuge de que suas crençasreligiosas estão erradas, é provávelque nossos argumentos não

Page 110: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

produzam efeito.No entanto, quando optamos

desde o início por respeitar acrença deles, estabelecemos umaplataforma sobre a qual podemosdialogar de fato. Nessa atmosfera,os dois lados conseguemcompreender o sistema de crençasum do outro em maior profundidadee até levantar questionamentossobre a fé sem desrespeitar odireito que as pessoas têm de crernaquilo que quiserem.

O respeito pelas crençasreligiosas da família do cônjuge éum requisito fundamental no sentidode construir relacionamentos

Page 111: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

satisfatórios com sogros, genros ecunhados. Isso não quer dizer quevocê precisa concordar com ascoisas nas quais eles creem, masque dá a eles a mesma liberdade deescolha que Deus garante a todos.

Não é possível que todas asreligiões sejam verdadeiras, já quemuitas delas contradizem outras.Geralmente, cremos que nossa fé éverdadeira. Contudo, os parentes deseu cônjuge têm a mesma opiniãoem relação àquilo em que creem. Orespeito pela liberdade de escolhade cada pessoa é o fundamento paraum diálogo relevante. Comrespeito, podemos chegar a um

Page 112: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

relacionamento significativo epositivo mesmo quandodiscordamos de certas crençasreligiosas.

Eric e Jan eram cristãosfortemente comprometidos com suafé. Ele foi criado em um larmetodista, enquanto ela cresceu emuma família presbiteriana. Ambosassumiram um compromisso comJesus Cristo durante o período dafaculdade. Eles adotaram a fé cristãdurante o processo deamadurecimento, mas essa fé nuncainfluenciou profundamente ocomportamento dos dois. Em umaturma de faculdade na qual a crença

Page 113: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

cristã era questionada o tempo todopor um professor incrédulo, elesforam desafiados a encontrarrespostas aos ataques do mestre àvalidade da fé em Cristo.

Essa busca os levou à conclusãode que Jesus Cristo era mesmodivino; que sua vida, desde o inícioaté o fim, evidenciava seu podersobrenatural; e que sua ressurreiçãodos mortos legitimou seusensinamentos. Assim, os dois seenvolveram com um grupo deestudo bíblico e começaram ainvestir a vida em alcançar apopulação que vivia naproblemática vizinhança da área da

Page 114: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

universidade. Eles sabiam que, aoterminar a faculdade, a vida deambos nunca mais seria a mesma.

Logo depois da formatura,quando se casaram, eles não tinhamideia de como a religião viria a setornar um fator de conflito entre ocasal e seus pais. Eric e Jan seuniram a uma comunidade de fé. Opai dele perguntou:

— Qual é a denominação daigreja?

— Não é filiada a nenhumadenominação — respondeu Eric. —É apenas uma igreja cristã.

— Como pode ser uma igrejacristã e não ser ligada a nenhuma

Page 115: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

denominação?— Não sei. Só sei que é uma

igreja que ensina de acordo com asEscrituras e que as pessoas tentamseguir os ensinamentos de Jesus.Gostamos daquela comunidade esentimos que é ali que devemosficar.

— Não entendo por que vocêsnão se uniram a uma igrejametodista ou presbiteriana —insistiu o pai. — Por que tinham dese filiar a uma igreja sem nome?Para mim, essa turma estáescondendo alguma coisa. Temcerteza de que não é uma seita?

Quando Jan contou aos pais que

Page 116: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ela e Eric haviam se unido a umacomunidade de fé, a reação foimuito parecida.

— Para nós, você e Eric sefiliariam a uma igreja presbiterianaou metodista, pois foram criadosnelas — disse a mãe de Jan. — Eupreferia que vocês tivessemdiscutido a questão conosco antesde tomar essa decisão. Foi ideiasua ou dele?

— Foi dos dois, mamãe. É aigreja na qual cremos que Deusdeseja nos ver congregando.

— Acho que vocês deveriam terorado um pouco mais sobre isso —retrucou a mãe, saindo da sala.

Page 117: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Eric e Jan ficaram chocados coma reação de seus pais. Algum tempodepois, eles começaram a entenderque os pais de Jan culpavam Ericpor envolver a filha deles com umaigreja sem nome. O mesmoacontecia com os pais dele, queresponsabilizavam a nora por isso.Com o tempo, a religião se tornouum assunto impossível de sertratado com os pais de ambos, e ojovem casal teve de assumir asconsequências da escolha que fez.

Quando me procuraram noescritório, pedindo ajuda, eu mesolidarizei com a frustração quesentiam. Ao longo dos últimos

Page 118: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

trinta anos, encontrei inúmeroscasais que viviam em conflito comos pais de um ou de outro por causade desavenças religiosas.

— Não temos tantas diferençasassim — disse Eric. — Osensinamentos básicos de nossaigreja são os mesmos dacongregação de meus pais. De fato,nossa igreja tem um estilo deadoração mais contemporâneo e osmembros se envolvem mais nosestudos bíblicos, nos encontros deoração e nos trabalhos deevangelismo para alcançar aspessoas da comunidade, ajudando-as em suas necessidades. Contudo,

Page 119: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

compartilhamos as crençasfundamentais. Não entendo por queisso acabou se transformando emum problema tão grande.

Ouvi cuidadosamente quandoJan também falou sobre suas lutascom os pais e sogros.

— Fico feliz que vocês tenhamvindo — eu disse. — Seria terrívelse vocês precisassem continuarpassando por essa frustração pelospróximos vinte anos. Meu palpite éque a oposição de seus pais àfiliação de vocês a umacomunidade de fé se baseia emmedo e amor. Eles os amam muito,por isso desejam que vivam uma

Page 120: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

vida produtiva. A igreja que elesfrequentam sempre foi uma partemuito importante da vida ao longodos anos, por isso querem o mesmopara vocês. O medo é baseado nodesconhecido. Eles sabem comosão uma igreja metodista e umaigreja presbiteriana, mas não sabemcomo funcionam as comunidades defé. Por essa razão, receiam que setrate de uma seita de base cristã,mas que pode levar vocês dois acrenças e práticas que talvez osprejudiquem.

— Mas isso não é verdade —argumentou Eric.

— Eu sei que não é verdade,

Page 121: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

m a s eles não sabem disso —continuei. — Todos nós tememos odesconhecido.

— Se é assim, como podemosajudá-los a entender? — perguntouJan.

— Tudo começa pelo respeito— respondi. — Vocês devemrespeitar a escolha que eles fizerame vice-versa.

— Nós respeitamos a escolhadeles, mas eles não respeitam anossa — disse Jan.

— Então, esperemos que issomude — falei.

— Foi por isso que viemos aqui— comentou Eric. — Se eles

Page 122: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

simplesmente pudessem respeitarnossa escolha e confiar em nós domesmo modo que confiamos neles,tudo estaria bem.

Aquela foi a primeira de umasérie de sessões que tive com Erice Jan. No espaço de seis meses,eles conquistaram o respeito dospais de ambos. O processocomeçou com uma conversa abertaentre o casal e os pais de Eric. Elefoi o porta-voz, explicando que osdois gostariam de chegar a umaconvivência harmônica em relaçãoà opção de culto que fizeram, e queestavam dispostos a ouvir e tentarcompreender as preocupações que

Page 123: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

os pais tinham em relação aoassunto, mas também desejavamcompartilhar suas opiniões.

Eric sugeriu que começassemfazendo uma lista das crençasbásicas da igreja metodista, daigreja presbiteriana e dacomunidade de fé que o casalfrequentava para comparar ascrenças e ver se havia diferençasrelevantes. “Queremos entendervocês, assim como queremos quevocês nos entendam. Sabemos quevocês nos amam e que a intenção éa melhor possível.” Os pais delelogo aceitaram o convite.

O casal teve uma conversa

Page 124: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

similar com os pais de Jan na qualela foi a porta-voz. A reação delesfoi igualmente positiva, e ficaramsatisfeitos com a ideia de discutir aquestão.

Quando eles compararam de fatoas crenças fundamentais das trêsigrejas, todos concordaram em quenão havia diferença entre ascrenças básicas.

Eric também sugeriu que seuspais lessem uma breve história daIgreja Metodista, e Jan pediu amesma coisa aos pais dela sobre aIgreja Presbiteriana. Os pais deambos concordaram.

— A comunidade de fé que

Page 125: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

frequentamos não tem muita história— disse Eric — mas vamos tentardescobrir como a igreja começoupara contar a vocês.

Eles acabaram descobrindo quea motivação que levou à formaçãoda comunidade de fé foi muitoparecida com a dos primeirosseguidores de John Wesley, quefundou a Igreja Metodista, e a dosseguidores de John Knox, quefundou a Igreja Presbiteriana.

Enquanto isso, Eric e Janvisitaram a Igreja Metodista, comos pais dele, e a IgrejaPresbiteriana, com os pais dela. Damesma forma, os pais de ambos

Page 126: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

visitaram a comunidade de fé queeles frequentavam. Nesse processo,os temores se desfizeram.

Eric e Jan agradeceram pelo fatode os pais se mostrarem dispostos aconsiderar a possibilidade de que aescolha do casal pela comunidadede fé fosse uma opção sábia. Logotodos já concordavam a respeitodisso. Hoje em dia, de vez emquando eles visitam as igrejas unsdos outros em eventos especiais.Os pais passaram a respeitar aescolha de Eric e Jan, da mesmamaneira que o jovem casaldemonstrou respeito pela opção dospais.

Page 127: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Infelizmente, nem sempre épossível chegar a tal grau desatisfação na solução dasdiferenças religiosas, mas essecaso serve como um ótimo exemplode como tratá-las. Começar comrespeito sempre ajuda em qualquersituação.

RESPEITO PELA PRIVACIDADEDei um pulinho no mercado paracomprar cereais e leite. Quandoentrei na seção de cereais,encontrei Tim e Marie. Eu osreconheci como participantes deuma aula sobre criação de filhosque havia ministrado pouco tempo

Page 128: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

antes. Depois de noscumprimentarmos, Tim disse:

— Sei que este não é o lugarapropriado para uma sessão deaconselhamento, mas precisamosmuito de ajuda com minha mãe emeu pai. Eles estão nos deixandoloucos. Não queremos magoá-los,mas precisamos fazer alguma coisaa respeito.

— E qual é a situação? —perguntei.

— Nunca sabemos quando elesvão aparecer para nos visitar —contou Marie. — Eles não sepreocupam em ligar para nos dizerque estão chegando. Simplesmente

Page 129: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

aparecem na porta. Às vezes émuito inconveniente. As criançasestão fazendo a lição de casa, ouentão eu estou lavando roupa. Nãotenho tempo de me sentar econversar com eles, e as criançasprecisam terminar a lição. O piorde tudo, e que é a razão de estarmostão aborrecidos hoje...

Marie olhou para Tim, quecontinuou a conversa a partir dali:

— Na semana passada,colocamos as crianças na camamais cedo para poder namorar umpouco. Justamente quandoestávamos prestes a fazer amor,tocou a campainha da porta. Eram

Page 130: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

meus pais. Como você podeimaginar, aquilo arruinou a noiteromântica que havíamos planejado.

— Não é justo — comentouMarie. — Estou começando a ficarmuito chateada com eles. Eugostaria de estabelecer horáriosmais convenientes de visita.

— Vocês já conversaram comeles sobre isso? — perguntei.

— Tentei há dois anos —respondeu Tim — mas minha mãese aborreceu e ficou sem ligar nemnos visitar por quase um mês. Aí,de repente, eles apareceram emnossa casa um dia como se nadativesse acontecido. Desde então,

Page 131: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

continuaram fazendo isso. Nuncamais falamos sobre o assunto.

— Com que frequência elesaparecem? — eu quis saber.

— Pelo menos uma vez porsemana — disse Marie — e nãodão nenhum sinal de que vão nosvisitar. Pode ser qualquer dia e aqualquer hora.

— Vocês costumam visitá-los?— Sim — respondeu Tim —

mas sempre ligamos antes deaparecer. Achávamos que, seligássemos, isso daria a eles a ideiade que seria bom se fizessem omesmo antes de nos visitar. Mas éóbvio que não funcionou. Na

Page 132: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

verdade, minha mãe me disse umavez: “Vocês não precisam ligarantes de vir. Podem chegar aqualquer hora. São da família”.Acho que temos ideias diferentessobre o que significa ser umafamília.

— A impressão que tenho é queo problema é falta de respeito —comentei. — Seus pais não estãorespeitando a privacidade de vocêscomo uma família.

— Exatamente — concordouMarie. — Mas o que podemos fazera respeito?

— Bem, vocês não conquistamrespeito sendo desrespeitosos. Por

Page 133: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

isso, o que vocês não podem fazer éperder a paciência e descarregar araiva sobre eles nem dizer que nãotêm consideração ou mesmo dizerque estão fartos de ver seus planosfrustrados por causa deles.

— Até agora, não fizemos isso— disse Marie — mas podeacreditar que a tentação é grande.

— Sim, eu posso entender, maspenso que você percebe que isso sópioraria a situação.

— Não sei se tem mais algumacoisa para piorar.

— Bem, vamos nos concentrarno esforço para melhorar. Vocêsdevem conversar com eles sobre o

Page 134: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

problema. Deixar o tempo passarnão vai resolver nada. Acho quevocês já viram isso.

Ambos balançaram a cabeçaafirmativamente.

— Acho que Tim deve ser oporta-voz, já que se trata dos paisdele. A maneira de falar a respeitodo problema é muito importante.Que tal se vocês começassemdizendo alguma coisa assim:“Mamãe, papai, amo muito vocês.Acho que vocês sabem disso.Marie também ama vocês, e nossosfilhos consideram vocês avósmaravilhosos. Queremos continuarmantendo um bom relacionamento

Page 135: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

com vocês e queremos que nossosfilhos continuem adorando a suacompanhia. Sei que vocês têmsempre a melhor das intenções eque nos amam do mesmo jeito quenós os amamos. Quero encontraruma maneira de fazer o que possaser bom para todos. Sei que, nopassado, vocês me disseram que eunão precisaria telefonar quandofosse visitá-los ou passar parapegar alguma coisa na loja dopapai, mas sempre achei quedeveria respeitar a sua privacidadeavisando sobre a minha chegada.Tenho a impressão de que umtelefonema facilita as coisas para

Page 136: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

todo mundo. Às vezes, quandovocês aparecem em nossa casa semligar, a visita acaba sendo umpouco inconveniente. Por exemplo,na semana passada vocês chegarampor volta das oito da noite de terça-feira, quando tínhamos colocado ascrianças na cama mais cedo paraque pudéssemos namorar um pouco.Estávamos fazendo isso quandotocou a campainha e vocêsentraram. Acho que dá para ter umaideia de como aquele horário erainadequado para uma visita.

Marie interrompeu e disse aTim:

— Você acha que pode dizer

Page 137: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

isso aos seus pais?— Acho que sim — ele

respondeu. — Na verdade, podeser o único jeito de fazê-losentender o que está acontecendo.

— Em seguida — prossegui —vocês podem apresentar algumasalternativas sobre o que poderia serfeito para ajustar a situação, comoum telefonema antes da visita. Casonão dê certo, sugiram oestabelecimento de horários maisconvenientes. Outra ideia seriacriar uma agenda semanal paraessas visitas. Por exemplo, a noitede quinta-feira pode ficar reservadapara “brincadeiras com os avós”.

Page 138: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Isso lhes permitirá planejar comantecedência e tornar essa noitemuito divertida para todos. É claroque, vez por outra, vocês podemligar e convidá-los para um jantarou oferecer-se para ajudá-los emdeterminados projetos em outrosdias da semana. Já desde o inícioda ligação, deem a eles a opção deir ou não. Assim, vocês mantêm aporta aberta e mostram quegostariam de recebê-los. O quevocês estarão comunicando a eles éo desejo de que se envolvam emseu dia a dia e na vida de seusfilhos, mas que isso aconteça de ummodo que seja agradável para todo

Page 139: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

mundo.Tim e Marie continuaram

atentos. Prossegui:— Acho que, se vocês

abordarem a questão dessamaneira, vão encontrar abertura porparte dos pais de Tim. Pode ser queeles não entendam totalmente omotivo de vocês estarem fazendoisso, mas acho que demonstrarãodisposição para trabalhar juntos.Meu palpite é que a intenção delesnão é arranjar problemas. Sóquerem se envolver na vida devocês e dos netos. Acontece que ojeito de eles fazerem isso se tornouincômodo. Só isso.

Page 140: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

— E se eles não aceitarem essasideias e continuarem a aparecer àhora que bem entenderem? —questionou Marie.

— Nesse caso, vocês terão deoptar por uma abordagem maisdireta e dura. A essa altura, vocêsprecisarão marcar uma consultacomigo para que possamos discutircomo demonstrar esse amor maisrigoroso a eles para que passem arespeitar sua privacidade. Noentanto, eu acredito que, se vocêsusarem a abordagem mais positiva,reafirmando o interesse deles eexpressando apreço por tudo o quefazem por vocês, são maiores as

Page 141: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

probabilidades de eles reagirembem ao seu pedido.

— Obrigado — disse Tim. —Agradeço por você se dispor adedicar um tempo a esta conversa.

— Depois me contem o queaconteceu.

— Vamos fazer isso —comentou Marie — e espero quenão tenhamos de marcar aquelaconsulta.

Acenei e peguei minha caixa decereais.

Um mês e meio depois,aproximadamente, recebi umaligação de Tim:

— Achei que deveria telefonar

Page 142: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

para contar como as coisas seresolveram. Tive aquela conversacom meus pais logo depois de nosencontrarmos no mercado. Papai foimuito compreensivo. Mamãeafirmou que estava magoada pelofato de a situação ter chegadoàquele ponto; ela achava que asfamílias deveriam poder se visitara qualquer momento quedesejassem. Eu disse que entendiaesse raciocínio, mas que não estavafuncionando para nós. Acho que,após nossa conversa, meu pai deveter falado com ela porque, umasemana depois, minha mãe pareciajá estar bem adaptada ao novo

Page 143: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sistema. Estabelecemos que todaquinta-feira à noite receberíamos avisita deles. Até agora, parece queestá funcionando corretamente. Nósos convidamos para jantar noúltimo sábado, e tudo correu muitobem. Posso sentir que ainda hácerta tensão por parte de minhamãe, mas acho que ela estámudando de opinião. Agradeçorealmente por sua ajuda com esseproblema, pois estava se tornandomuito grave.

— Fico feliz em saber que ascoisas se ajeitaram — comentei. —Quando os pais demonstramrespeito pela privacidade dos

Page 144: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

filhos e vice-versa, isso ajuda amanter o relacionamento entre elesmais saudável. Se eu puder ajudá-los de novo no futuro, podem meprocurar.

— Obrigado — concluiu Tim.Contei essa história porque a

invasão de privacidade é uma áreade frequentes conflitos entre o casale os parentes de cada cônjuge.Muitos esperam demais para tomaruma iniciativa, por isso chegam aum ponto no qual a raiva passa daconta e acabam descarregando tudode uma só vez, usando linguagempesada e comprometendo a relaçãofamiliar. Às vezes, esses

Page 145: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

relacionamentos problemáticosduram muitos anos. Entretanto,quando o jovem casal demonstrarespeito pelas intenções dos pais eparentes e compartilha abertamentesuas frustrações, a maior parte dosproblemas pode ser resolvida.

Contudo, se os parentes insistemem se achar no direito de aparecerquando e como querem, o casalprecisará mudar para umaabordagem mais dura, ainda queamorosa, o que pode significarreceber os pais na porta e dizer:“Sinto muito, mas esta não é umahora muito conveniente para vocêsnos visitarem. Estou dando banho

Page 146: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

nas crianças para colocá-las nacama. Adoraria receber a visita devocês, mas não é o momento maisapropriado. Se vocês quiserem,posso ligar amanhã e sugerir umhorário que seja conveniente paratodos nós”.

Se esses pais ou parentes foremembora aborrecidos, a culpa nãoserá de vocês, pois estarão fazendoo melhor para sua família e, emúltima análise, para orelacionamento com eles também.Se vocês, de fato, telefonarem nodia seguinte e sugerirem um horáriode visita, os pais ou parentes terãoduas opções. Eles podem aceitar o

Page 147: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

convite e, caso isso aconteça, opadrão de invasão de privacidadeprovavelmente terá sido quebrado;ou dizer: “Não, obrigado. Agora ohorário não é conveniente paranós”, no que vocês podemresponder: “Claro que entendemos.Avisem quando vocês gostariam devir e tentaremos conversar”.

Se eles não voltarem a fazercontato nas duas ou três semanasseguintes, não entrem em pânico.Eles ainda estão tentando processaros próprios sentimentos epensamentos. Deem-lhes tempo. Senão voltarem a telefonar, vocêspodem ligar de novo alguns dias

Page 148: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

depois e fazer um novo convite.Caso não aceitem, talvez seja maisadequado não ligar mais e esperarque tomem a iniciativa.

De sua parte, vocês mantiverama porta aberta para a continuidadedesse relacionamento. Se elesoptarem por permanecerobstinados, acusando vocês deexpulsá-los de sua vida, fiquemtranquilos. Vocês sabem que issonão é verdade. O objetivo erasimplesmente tentar manter umrelacionamento baseado no respeitoà privacidade.

RESPEITO PELAS IDEIAS DOS

Page 149: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

OUTROSCerta vez, o cunhado de Jeremysugeriu que aquele seria um bommomento para ele vender a casa ecomprar uma maior, não apenasporque Jeremy e Peggy estavamesperando um bebê, mas tambémporque “as taxas de juros nuncaestiveram tão baixas. É um bommomento para vocês venderem acasa e comprar outra”.

Até o cunhado aparecer com aideia, Jeremy não estava pensandoem se mudar. Quando ele e Peggyrefletiram sobre a ideia, ambosconcordaram em que o cunhadotinha razão. Imediatamente,

Page 150: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

começaram a procurar um imóvelque pudesse atender àsnecessidades da família e puserama casa que tinham à venda. Isso foihá cinco anos. Jeremy dizia a Peggycom frequência: “Sou muito gratoao seu irmão por ter nosincentivado a mudar. A casa atual émuito melhor para nós do que aanterior, e pagamos praticamente amesma coisa”.

Seja qual for o assunto, todas aspessoas divergem em algum ponto.Nossas ideias se baseiam em nossohistórico, nossa educação, nossavocação e nossa experiência social.Nenhum ser humano sabe todas as

Page 151: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

coisas. Por essa razão, costumamosprocurar outras pessoas para quecontribuam com sugestões em áreasda vida em que temos poucaexperiência. Essa abertura às ideiasdos outros é sinal de sabedoria. AsEscrituras indicam que, quandobuscamos o conselho sábio dosoutros, é muito mais provável quetomemos uma decisão sábia (cf. Pv11:14). A pessoa madura estásempre buscando a sabedoria,mesmo que venha das palavras dasogra. Quando os pais e demaisparentes de um ou outro cônjugefazem sugestões, as propostas queeles apresentam devem ser levadas

Page 152: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

em devida consideração. Afinal decontas, eles são mais velhos e,talvez, mais sábios do que nós.

Um bom exemplo da sabedoriade um sogro pode ser encontradoem Êxodo 18. Moisés estavatrabalhando de manhã à noite nojulgamento das contendas entre opovo de Israel. A sala de esperaestava sempre lotada, e não haviahorário nem para um cafezinho. Osogro de Moisés lhe disse:

O que você está fazendo não ébom. Você e o seu povo ficarãoesgotados, pois essa tarefa lhe épesada demais. Você não pode

Page 153: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

executá-la sozinho. Agora, ouça-me! Eu lhe darei um conselho, eque Deus esteja com você! Sejavocê o representante do povodiante de Deus e leve a Deus assuas questões.

Êxodo 18:17-19 Em seguida, o sogro de Moisés

sugeriu que o povo fosse divididoem grupos de mil, cem, cinquenta edez pessoas e que a autoridadefosse delegada a outros homensqualificados que julgariam aspessoas que estivessem sob suajurisdição. Moisés, então, estarialivre para passar mais tempo comDeus e ensinar ao povo a lei do

Page 154: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Senhor. Desse modo, seu ministérioseria mais preventivo do quecrítico. Somente os casoscomplicados seriam levados a elepara ser julgados (cf. Êx 18:22).

Moisés percebeu que haviamuita sabedoria naquela sugestão,por isso a adotou. Ao fazer isso, elerevelou ser uma pessoa madura. Elenão tinha de se revoltar contra umaboa ideia só porque vinha do sogro.Estava tão seguro de seu valor queera capaz de aceitar uma boa ideia,independentemente da fonte.

Respeitar as ideias de seussogros, genros e cunhados e dedicartempo para pensar nelas é um sinal

Page 155: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

de maturidade, e não de fraqueza.Em contrapartida, se você é oparente que está fazendo a sugestãoou dando o conselho, eu gostaria deincentivá-lo a respeitar a liberdadedo casal. Não tente impor suasideias aos outros. As ideias devemser apresentadas como sugestões, enão como imposições.

Se você recebe um conselho epercebe que se trata de umatentativa de controlar a sua decisão,então passa a ser sua aresponsabilidade de ouvir comcuidado, pensar bem no assunto e,em seguida, tomar a decisão queacredita ser a melhor para você e

Page 156: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sua família. Caso os pais ouparentes se aborreçam pelo fato devocê não seguir a orientação deles,você pode agradecer-lhes por teremcontribuído com ideias e sugestões.Mostre que você pensou muito naideia, mas que tomou a decisão quejulgava mais adequada. Respeitaras ideias dos outros não significaque tenhamos sempre de fazer o queeles sugerem. Afinal de contas, aresponsabilidade pela decisão estátoda sobre os seus ombros, e nãosobre os deles.

RESPEITO PELAS PECULIARIDADESDE PAIS E PARENTES

Page 157: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Alguém já disse: “Todas as pessoassão diferentes, mas algumas sãomais diferentes que as outras”.Quando você começa a conhecer ospais e os irmãos do cônjuge, podeser que depare com determinadoscomportamentos que consideraráesquisitos. Talvez seu cônjuge nãoache tão estranhos porque foicriado naquele ambiente.

Por exemplo, Pam achou muitoesquisito o fato de seu sogro passartodos os sábados sozinho, longe dafamília. Durante a estação de caça,ele saía para a floresta. Quando nãoestava caçando, ia pescar ou jogavagolfe. Ele via o sábado como seu

Page 158: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

dia de recreação, ao qual se referiausando o termo “re-criação”. “Éminha maneira de me recuperar deuma semana de trabalho duro”, eledizia.

Pam achava isso injusto com aesposa e os filhos do sogro, maseles pareciam considerar aquilomuito normal. Então ela perguntouao marido, Phil:

— O seu pai nunca levava vocêpara pescar com ele?

— Sim, levava — respondeuPhil — mas nunca aos sábados.

— E as caçadas?— Caçamos juntos algumas

vezes, mas não aos sábados.

Page 159: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

— E jogavam golfe juntos?— Não. Ele dizia que golfe era

esporte para homens, e não paragarotos.

— Você nunca quis caçar,pescar ou jogar golfe no sábadocom seu pai? — Pam quis saber.

— Sim, mas a minha mãe medizia que era o dia de descansodele, por isso eu passava o sábadobrincando com meu irmão e com osmeninos da vizinhança.

— Você acha que a sua mãeficava ressentida pelo fato de seupai passar o sábado inteiro fora decasa?

— No início, acredito que sim

Page 160: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

— disse Phil — mas penso que,com o tempo, ela passou a aceitaraquela situação. Nunca os vibrigando por causa disso.

— Bem, você sabe que eu nuncaaceitaria esse tipo de situação emnosso relacionamento, não é?

— Sim, você não precisa sepreocupar. Eu quero passar meussábados com você e com meusfilhos. Não tenho nenhuma vontadede me isolar em meus momentos delazer.

— Que bom — disse Pam —pois, se você fosse como seu pai,teríamos um sério problema.

Pam queria muito dizer ao

Page 161: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sogro: “Você tem ideia de quãotolo tem sido todos esses anos?Consegue entender como foiegoísta? Em minha opinião, vocêtem sido um péssimo modelo depai e marido”. No entanto, ela foisábia o suficiente para saber que,se agisse dessa maneira, faria deleum inimigo. Também percebeu quenão era papel dela dizer ao sogrocomo deveria viver sua vida. Pamoptou por aceitar aquilo como parteda personalidade do sogro, aindaque não conseguisse entender. Se asogra era capaz de admitir essafilosofia do marido, então ela teriade aceitar isso também, embora, em

Page 162: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sua opinião, fosse um hábito muitoestranho.

Pequenas coisas relacionadasaos parentes do cônjuge podem setornar muito irritantes. Marcyficava aborrecida porque seucunhado nunca abria a porta docarro para a esposa. Além disso,ele usava boné o tempo todo,mesmo dentro de casa. A mãe deMarcy havia ensinado a ela e àirmã que bonés eram para serusados nos jogos e que qualquertipo de chapéu deveria ser tiradoquando um cavalheiro entrasse emuma casa. Marcy via o cunhadocomo um sujeito rude e achava que

Page 163: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sua irmã era desrespeitada por ele.Para ela, a irmã havia se casadocom um homem que não tinha amenor consideração pelos outros.

Quando Marcy tocou no assunto,a irmã disse: “Sim, eu prefeririaque meu marido abrisse portas paramim e que tirasse o boné ao entrarna casa das pessoas. Mas ele é umhomem muito bom e me trata tãobem que não tenho coragem dediscutir por causa disso. Pensandode maneira geral, é pouca coisapara justificar uma briga”.

Depois de ter dado sua opinião eouvido a resposta da irmã, Marcydecidiu não se importar mais com

Page 164: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

aquilo. Ela ainda tinha suasopiniões e preferências e, se fossecom ela, nunca aceitaria aqueleshábitos por parte do marido. Mas,se a irmã não se importava, Marcynão faria disso um cavalo debatalha com o cunhado.

Há milhares de motivos para nosirritarmos com os parentes docônjuge. Contudo, devemos sercuidadosos nas contendas queescolhemos. Não vale a pena brigarpor algumas coisas, e há outras queclaramente não nos dizem respeito.Aprender a respeitar aspeculiaridades dos parentes docônjuge é necessário quando

Page 165: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

buscamos harmonia norelacionamento com eles. Naverdade, se tivéssemos de brigarcom essas pessoas a cada questãoque nos aborrece, passaríamos oresto da vida em um campo deguerra.

Os parentes do cônjuge nãoprecisam ser nossos inimigos. Pelocontrário, é melhor que os tenhamoscomo amigos. Demonstrar respeitopelas tradições, pelas crençasreligiosas, pela privacidade, pelasideias e pelas peculiaridades é umbom caminho para chegar a essaharmonia.

Page 166: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

COLOCANDO OS PRINCÍPIOSEM PRÁTICAQue lutas você enfrenta nasseguintes áreas?

1. Em relação a tradições edatas especiais.

2. Em relação a diferençasreligiosas.

3. Em relação àprivacidade.

4. Em relação às ideias dosparentes do cônjuge.

5. Em relação àspeculiaridades deles.

Page 167: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Converse sobre isso com seucônjuge e veja como vocêspodem aprimorar orelacionamento com sogros,genros ou cunhados a partirdo respeito mútuo.

Page 168: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

3 - Fale por você

3

Fale por voc�

A FRUSTRAÇÃO NOSRELACIONAMENTOS COM PARENTESdo cônjuge geralmente se torna tãointensa que nos leva a dizer o quenão deveríamos. Tentamos ouvi-losantes de falar e respeitá-los, mas ascoisas só fazem piorar. Assim,chegamos a ponto de perder ocontrole e partir para o ataque.Lembro-me de Margot, que disse:“Não posso acreditar que chameiminha nora de vagabunda. Acho que

Page 169: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

perdi a paciência com ocomportamento dela, que é muitoexibida. Ela se veste como umaprostituta, por isso falei aquilo.Não sei se ela vai voltar aconversar comigo algum dia, e meufilho também está aborrecidocomigo”.

Margot estava seguindo umpadrão muito comum nesse tipo derelacionamento. Todos temospercepções pessoais do que há deerrado nos outros. Permitimos quenossas mágoas e nossosressentimentos cresçam para depoisatacarmos com palavras grosseirasdas quais nos arrependemos mais

Page 170: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

tarde. Muitas dessas palavras decondenação são caracterizadas pelapresunção de que podemos falarpelos outros. Ou seja, chegamos acertas conclusões a respeito daspessoas e achamos que, com isso,as conhecemos. Determinamos oque devemos pensar sobre seucomportamento e passamos a falarem nome delas. “Você éirresponsável e não tem respeitocom ninguém.”

O que Margot disse no calor daira foi: “Sua vagabunda. Você seveste como uma prostituta, e ficoaté surpresa de que nunca tenhasido estuprada. Você vai destruir

Page 171: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

seu casamento. Por que você nãopensa nas crianças?”. Cada frasecom o pronome “você” funcionavacomo uma pequena granada lançadacontra o relacionamento das duas.Se Margot não se desculpar comsinceridade, a nora jamais voltará afalar com ela.

Quando começamos uma frasecom “você”, falamos como setivéssemos o conhecimentodefinitivo da situação. Narealidade, estamos apenasexpressando nossa percepção arespeito da pessoa. Taisdeclarações são recebidas comocondenatórias, e é provável que

Page 172: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

venham a estimular uma reaçãodefensiva por parte dos parentes docônjuge. Acabamos envolvidos emuma enorme discussão, e ambos sevão ressentidos um com o outro.

Há uma técnica simples queajudará você a quebrar esse padrãodestrutivo. É chamada “fale por si”.Começa com você aprendendo afazer declarações em primeirapessoa em vez de usaro pronome “você”. Por exemplo:“Eu estou magoado” em vez de:“Você me magoou”. Se vocêcomeça sua frase com “eu”,significa que está revelando ouregistrando os seus sentimentos. Se

Page 173: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

começa a frase usando o pronome“você”, trata-se de um ataque.Declarações do tipo “você” sãocomo bombas verbais. Elasprovocam mágoa, ressentimento e,com frequência, geram contra-ataques. Já as declarações do tipo“eu” revelam a existência de umproblema sem condenar a outrapessoa.

A nora de Margot não era umamulher imoral. Apesar de ter ideiasbem diferentes das da sogra no quediz respeito a se vestir commoderação, ela não tinha a intençãode atrair outros homens. Se Margottivesse usado declarações do tipo

Page 174: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

“eu” para veicular suaspreocupações, o resultadocertamente seria bem diferente. Eladeveria ter dito: “Temo um poucopor seu casamento. Acredito quemuitos homens podem interpretarmal o seu comportamento,considerando-o uma espécie deconvite. Não acho que seja essa asua intenção. Por isso, não estoufazendo nenhuma crítica, apenasexpondo minha preocupação. Queroo melhor para você e Jerry”.

A nora até poderia ficarmagoada ou aborrecida, mas éprovável que conseguisse lidar comseus sentimentos e entendesse as

Page 175: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

preocupações de Margot. Quandovocê fala por si, suas declaraçõestêm legitimidade. Está revelando osseus pensamentos, os seussentimentos, os seus desejos e assuas percepções. “Eu acho...”; “Eusinto...”; “Eu gostaria...”; “Minhapercepção a respeito disso é...”Todas essas declarações sãoválidas porque revelam o que estáse passando em seu interior. Vocêestá falando por si.

Quando faz declarações do tipo“você”, está sempre errado porquenunca sabe tudo o que está sepassando no interior do outro.Mesmo quando você faz uma

Page 176: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

declaração positiva, está falando decoisas que estão além de seuconhecimento. “Você é a pessoamais bonita do mundo.” Essa é,com certeza, uma declaraçãopositiva, mas não é válida porqueestá falando por todas as pessoasdo mundo. Sabemos o que vocêquer dizer com isso, e essa fraseprovavelmente será recebida comoum elogio. No entanto, seria maisrealístico dizer: “Eu acho você apessoa mais bonita que já vi”.Agora a declaração parece sincera,e não apenas bajulação.

Quando você expressa ideiasnegativas, é ainda mais importante

Page 177: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

falar por si. Betty, mãe de Neal,falou coisas deselegantes sobre amulher dele, Jan. Ela acusou a norade ser preguiçosa.

— Por que ela não trabalha? —perguntou ao filho. — Ela deveriaajudá-lo. Juntos, vocês poderiamjuntar dinheiro suficiente paracomprar uma casa e não ter degastar com aluguel.

Betty continuou com seudiscurso crítico, que concluiuassim:

— Meu bem, eu só quero omelhor para você. Detesto ver Jandesperdiçando o tempo dela.

Por dentro, Neal queria dizer:

Page 178: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

“Você não está entendendo.Acontece que você não tem odireito de criticar Jan. Precisa calara boca e não se meter em nossavida”. Felizmente, Neal havia sedisciplinado na prática de falar porsi. Por isso, ele disse:

— Fico feliz que você tenhacompartilhado sua opinião comigo.Eu não sabia que você pensavaassim. Posso entender suapreocupação e sou grato por isso.No entanto, preciso dizer-lhe queeu e Jan conversamos sobre esseassunto e concordamos em queseria melhor se ela terminasse afaculdade primeiro. Ela está

Page 179: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

recebendo aulas pela internet e vaiterminar em maio. Ambos nossentimos bem em relação ao queestamos fazendo, mas agradeço porvocê falar sobre suaspreocupações.

Ao falar por si, Neal evitou umabriga desnecessária coma mãe. Quando os parentes de umdos cônjuges se dirigem ao outrocom palavras de condenação, ocontra-ataque dá início a umaguerra sem sentido. É bem melhorresponder com declarações do tipo“eu”, que revelam sua opinião demaneira positiva.

O maior obstáculo para quem

Page 180: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

decide assumir essa postura defalar por si são as emoçõesnegativas. Mágoa, raiva,ressentimento e medo nos induzema revidar. Mas o revide conduz adiscussões, que por sua vez levamao rompimento das relações. É porisso que sugiro o seguinte: quandovocê for atacado por um sogro,genro ou cunhado, respire fundo ecom calma e fique em silêncio poralgum tempo. Isso pode ajudá-lo aoptar pela abordagem do tipo “eu”,e não do tipo “você”.

Falar por si é um padrão dediscurso que se aprende. A maioriade nós cresceu recebendo

Page 181: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

mensagens do tipo “você”. “Vocême decepcionou” e “Você medesobedeceu” eram as mensagensque você ouvia de seus pais. “Vocême dá raiva”, “Você mentiu paramim” e “Você é irresponsável”eram declarações que seus paistalvez fizessem um ao outro.

Como proceder para rompermoscom esse padrão condenatório edestrutivo? Por meio da escolhaconsciente. Em primeiro lugar,você precisa reconhecer o valorque há na postura de falar por si.Em seguida, é preciso tentar agirassim. Talvez ajude se você secolocar diante do espelho e disser:

Page 182: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

“Eu me sinto magoado”; “Eu estoudecepcionado”; “Eu me sinto comose você tivesse me enganado”; ou:“Eu acho que você não confia emmim”. Quando você treinadeclarações do tipo “eu”, maioressão as chances de usá-las nocontexto das conversas.

Você não dominará a arte defalar por si da noite para o dia. Devez em quando, deve se flagrarcomeçando uma frase com “você”.Quando isso acontecer, pare defalar e mude o discurso: “Vourecomeçar. Eu acho que o que vocêestá fazendo...” Ao agir assim, vocênão apenas estará aprendendo a

Page 183: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

falar por si, como também serviráde exemplo.

Com o tempo, você aprenderá afalar por si. Quando fizer isso, terádesenvolvido uma importantehabilidade: a de cativar a amizadedos parentes de seu cônjuge.

■COLOCANDO OS PRINCÍPIOSEM PRÁTICA

1. Ao conversar, procureouvir a si mesmo.Quantas de suas frasescomeçam com

Page 184: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

“Você...”,especialmente quandoestá aborrecido?Declarações do tipo“você” estimulambrigas.

2. Da próxima vez quetiver sentimentosnegativos, pare na frentedo espelho e fiquetreinando frases como:“Eu estou magoado”;“Eu estou com raiva”;“Eu estoudecepcionado”; ou: “Eume sinto como se vocêtivesse me magoado”.

Page 185: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Em seguida, use asdeclarações do tipo“eu” apropriadas aofalar com a pessoa queprovocou sua raiva.

3. Quando começar suafrase com: “Você mefaz...”, pare na mesmahora e fale em vezdisso: “Vou refazerminha frase. Eu me sintomagoado quando vocêdiz...”

Page 186: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

4 - Procure negociar

4

Procure negociar

— Por que não podemos visitara vovó? — pergunta a criança desete anos.

— Porque a vovó não quer nosver agora — responde a mãe.

— Por quê? — insiste a criança.— Porque, da última vez que

estivemos lá, seu irmão riscoua parede da casa da vovó com gizde cera. Ela quer esperar até você eseu irmão ficarem mais velhos paradepois podermos visitá-la.

Page 187: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

— Eu não vou riscar as paredes.— Eu sei disso, meu bem, mas a

vovó não sabe. Ela gastou muitodinheiro para mudar o papel deparede e, por enquanto, estáaborrecida.

— Quando ela vai deixar deficar aborrecida?

— Não sei. Neste momento,estamos tentando resolver essasituação.

“Estamos tentando resolver essasituação.” É nisso que consiste anegociação. Negociar é discutiruma questão com o objetivo dechegar a um acordo. Negociação éo oposto da obstinação e do

Page 188: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ressentimento. Quando negociamos,estamos optando por crer que háuma resposta e, com a ajuda deDeus, nós a encontraremos.

Por que negociar é tãoimportante? Porque, semnegociação, os relacionamentosrompidos podem permanecer assimpor anos. Imagine que coisa trágicase, aos doze anos, a meninamencionada no início continuasse aperguntar à mãe: “Por que nãovisitamos a vovó?”. Quando nãonegociamos as nossas diferenças,permitimos que muros se levantementre nós e nossos parentes, e opotencial de estabelecimento de

Page 189: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

uma amizade com eles é muitoreduzido.

A raiva costuma ser inimiga danegociação. Ao ler a história queabre este capítulo, talvez vocêtenha pensado: “Se a avó se senteassim, então é melhor esquecer. Eununca mais levaria meus filhos paravê-la de novo. Se as paredes dacasa dela são mais importantes quemeus filhos, então eu não tenho omenor interesse em manter umrelacionamento com ela”. Emboraesse tipo de raciocínio sejacompreensível, ele acabaria comqualquer chance de negociação emanteria o relacionamento com a

Page 190: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sogra destruído para o resto davida. Todo mundo perde quandopermitimos que a raiva nos induza auma postura complacente deoposição.

Um relacionamento saudávelcom os parentes do cônjuge exigenegociação por uma razão bemsimples: todos somos humanos.Seres humanos são diferentes nomodo de pensar, sentem emoçõesdiferentes e reagem de maneiradiferente a elas. Sem negociação,permitimos que nossas diferençasse tornem um fator de divisão.Alguns dos momentos maisdolorosos pelos quais passei

Page 191: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

aconteceram no consultório deaconselhamento ao ouvir ashistórias de parentes que não sefalavam havia anos porque alguémse recusava a negociar. Em nomede seu cônjuge e de seus filhos, eupeço a você que deixe suaobstinação e aprenda a arte danegociação.

Acabamos de analisar trêshabilidades especiais que preparamvocê para a negociação. Emprimeiro lugar, discutimos anecessidade de ouvir antes de falar.Faça perguntas que lhe permitamentender o raciocínio e ossentimentos desses parentes. Em

Page 192: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

segundo lugar, demonstre respeitopelas ideias que eles defendem.Pode ser que você não concordecom essas ideias, mas estará dandoa eles a liberdade de ser humanos,o que significa que eles possuemuma opinião diferente da sua.Finalmente, fale por si. Façadeclarações do tipo “eu”, e não dotipo “você”. Com essas habilidadesem mente, quero compartilharalguns passos no processo denegociação.

FAÇA PROPOSTASA negociação começa com alguémfazendo uma proposta. Alguém

Page 193: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

precisa quebrar o silêncio. Osilêncio indica que alguma coisaestá errada. Alguém fez ou dissealgo que ofendeu um parente.Talvez tenhamos trocado algunsinsultos e, em seguida, resolvemosnão nos falar mais. Ou entãoentramos imediatamente no modosilencioso, sem dizer nada em vozalta, mas falando sozinhos eafundando em mágoa e raiva.

O silêncio momentâneo pode seruma reação positiva à raiva, masele nunca pode se tornar um estilode vida. Dê a si mesmo tempo paraesfriar em termos emocionais. Emseguida, é hora de fazer uma

Page 194: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

proposta. Espera-se que o silênciodure apenas um ou dois dias, nomáximo. Quanto mais tempo durar,mais difícil será quebrá-lo.Contudo, quebrar o silêncio é umanecessidade, se é que desejamos,de fato, desenvolver orelacionamento com os parentes docônjuge.

Martha, a mãe da criança quehavia rabiscado as paredes da casada avó, ligou para a sogra e disse:

Eu me sinto muito mal mesmopor Jason ter rabiscado suasparedes. Se eu tivesse odinheiro, pagaria para consertá-

Page 195: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

las. Não tenho o dinheiro, e issofaz com que eu me sinta aindapior. Quero que meus filhostenham um bom relacionamentocom você, por isso fiqueipensando se poderíamos nosencontrar no parque na quinta-feira, às duas da tarde. Os doisquerem vê-la. Será que háalguma possibilidade de colocaresse encontro em sua agenda?

Com tal proposta, Martha se

desculpou pelo comportamento dofilho e expressou seuarrependimento e o desejo deconsertar as coisas. Ela tambémofereceu uma oportunidade para

Page 196: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

que a sogra pudesse ver os netosem um ambiente no qual nãohaveria o risco de danos a seupatrimônio. Se a sogra responderpositivamente, então orelacionamento está prestes a serrestaurado.

As propostas devem serrealistas e levar em conta a ofensaque foi cometida. Isso geralmentesignifica que começamos com umpedido de desculpas, aceitamos anossa responsabilidade edemonstramos disposição parafazer a restituição do dano, quandopossível. O pedido de desculpas éseguido de uma proposta que abre a

Page 197: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

oportunidade para a continuidadedo relacionamento. Pode ser quevocê continue magoado e nãoentenda por completo o motivo deseu parente estar tão ofendido, massignifica que optou por buscar umanegociação em vez de se recolherem seu ressentimento. Sua propostaabre a oportunidade para que osdois avancem em uma direçãopositiva.

Boas propostas são específicas,e não generalizadas. Em vez dedizer: “As crianças realmentesentem a sua falta, e eu espero quepossamos nos encontrar logo”, aproposta de Marta foi que

Page 198: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

marcassem um dia, um horário e umlugar específicos. Propostasgeneralizadas são muito nebulosase pouco úteis. Se Martha oferecesseuma proposta generalizada, aresposta da sogra poderia levarmuitas semanas ou meses. Quandoela fez uma proposta específica,ficou mais fácil para a sogra daruma resposta. Assim, o processo dereconciliação poderia prosseguirmais rápido.

John e Kim estiveram em meuescritório reclamando do pai dele,que havia oferecido chiclete aosdois filhos do casal, mesmo depoisde eles pedirem que o avô dos

Page 199: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

meninos não o fizesse. Elesestavam cogitando a ideia de nãopermitir mais que os filhosficassem com os avós porque já nãoconfiavam no pai de John.

Sendo eu mesmo um avô, fiqueirindo por dentro, mas sabia queJohn e Kim estavam falando sério.Para eles, não se tratava apenas deuma questão de as criançasmascarem chiclete. Era umaquestão de confiança. Eles achavamque, se não podiam mais confiar nopai de John para cumprir as regrasexpressas, talvez fosse melhormanter as crianças longe dele.

Ouvi tudo com atenção, fiz

Page 200: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

perguntas esclarecedoras e, emseguida, disse aos dois: “Acho queentendo a sua preocupação. Tenhocerteza de que, se estivesse nolugar de vocês, eu também mesentiria assim. Agora, permitam queeu dê a minha opinião”. (Como émesmo aquela história do bomouvinte?)

Reconheci que John e Kimtinham toda a liberdade para manteros filhos longe do pai dele, mas, emminha opinião, a negociação seriamelhor opção comparada aosilêncio. A obstinação acaba com aoportunidade de desenvolver orelacionamento, enquanto a

Page 201: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

negociação abre as portas para apossibilidade de aprimorar arelação.

Sugeri que eles fizessem umaproposta positiva ao pai de John. Aproposta deveria envolver umaconversa na qual diriam comoestavam decepcionados pelo fatode ele não ter seguido as regras.Eles também explicariam o motivoda proibição do chiclete. (Era umarecomendação do dentista.) John eKim sabiam que o pai dele gostavade jogar banco imobiliário. Porisso, eles diriam: “Sabemos que ascrianças o amam e que você as amae desejamos que vocês continuem

Page 202: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

tendo um bom relacionamento.Portanto, daremos a você um cartãode anistia por esse erro. Mas, dapróxima vez que você der chicletesa eles, vai ficar sem o prêmio.Entendeu?”.

Eu os incentivei a fazer tudo issocom um sorriso no rosto. Elesconcordaram em que, se o pai deJohn recebesse bem aquelaproposta, as visitas continuariamnormalmente. Contudo, se reagissecom raiva e lhes dissesse que nãotinham o direito de determinar oque ele deveria ou não fazer com osnetos e que daria chicletes àscrianças na hora que bem

Page 203: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

entendesse, diriam: “Se a suadecisão é essa, então teremos demanter as crianças afastadas. Sevocê mudar de ideia um dia,permitiremos que elas o vejam”.

Todos nós sabíamos que, se essasegunda hipótese ocorresse, a mãede John tentaria convencer o paidele. Assim, em questão de algumassemanas, ele tomaria a decisão denunca mais dar chicletes àscrianças. Nesse ponto, elespoderiam fazer nova proposta.Talvez o próprio pai de John viessea ligar com outra proposta.

Se o pai de John tivesseassumido uma atitude ostensiva, ele

Page 204: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

teria indicado que não estavaaberto a negociações. Em casosassim, devemos nos retirar pordeterminado período antes deapresentar uma proposta diferente.Mas era possível que o pai de Johnvoltasse atrás e dissesse: “Podemoscriar duas exceções? Primeiro, eupoderia dar chicletes a eles no diado aniversário. Em segundo lugar,eu daria a eles um biscoito, em vezde uma goma de mascar, de vez emquando”. Aquilo demonstraria umaabertura à negociação, o que dariaa John e Kim a chance de dizer:“Concordamos em que as criançaspossam ganhar chicletes uma vez

Page 205: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

por ano, no dia do aniversário. Osbiscoitos só podem ser servidoscomo sobremesa, nunca entre asrefeições”.

O pai de John poderia aceitar acontraproposta ou oferecer umaalternativa, e juntos eles chegariama um acordo. Tal é o propósito danegociação, que nos leva aosegundo passo nesse processo.

SEJA RECEPTIVO AO DIFERENTEFazer uma proposta é o primeiropasso no processo de negociação.O segundo passo é: ouça comatenção as contrapropostas.Lembre-se, negociação tem a ver

Page 206: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

com duas pessoas tentando seentender e chegar a um acordo peloqual ambas se sintam bem. Porsermos diferentes, temos ideiasdiferentes. Uma proposta abre aoportunidade para o diálogo. Ouçocuidadosamente a sua proposta. Emseguida, apresento minhas opiniõese meus sentimentos e sugiro umamudança grande ou pequena no quevocê está propondo. Aí você tem aoportunidade de ouvir minhacontraproposta e, talvez, fazer outracontraproposta. O processo deouvir, compreender e buscar umacordo constitui uma negociação.

As pessoas que aprendem a

Page 207: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

negociar bem são aquelas queaprendem a respeitar as ideias dosoutros, mesmo quando isso lhesdesagrada. Ouvimos porquerespeitamos essas pessoas comoindivíduos e queremoscompreender o que se passa namente e no coração delas. Se vocênão entender bem a proposta, usetodos os meios possíveis para fazerperguntas esclarecedoras.

Por exemplo, o pai de Johnpoderia perguntar: “Você estádizendo que não quer que ascrianças masquem chiclete porqueacha que o açúcar faz mal a elas?”,ao que Kim poderia responder:

Page 208: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

“Nossa preocupação é com osdentes das crianças. Nosso dentistaaconselhou a não permitir que ascrianças mascassem chicleteporque os dentes delas estão em umestágio crucial de desenvolvimento,e ele acha prejudicial”. Se o paiestivesse disposto a fazer perguntasesclarecedoras, ele entenderia asituação com mais facilidade.

Quando fazemos uma proposta,devemos esperar umacontraproposta. Não devemosentrar na negociação com umaatitude do tipo: “Se não for do meujeito, não será de jeito nenhum”, esim com uma postura como esta:

Page 209: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

“Eis aqui uma ideia que acho quevai funcionar. O que acha dela?”.Estamos prontos para ouvir o queas pessoas têm a dizer e sugerir. Éessa abertura a ideias alternativasque nos dá a capacidade de chegara um acordo.

Quando somos rígidos emnossas ideias e não demonstramosdisposição de pensar emalternativas, bloqueamos oprocesso de negociação. Tenha emmente que há razões por trás dascontrapropostas dos parentes de seucônjuge. Se essa contrapropostanão parecer lógica, continuefazendo perguntas para que eles

Page 210: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

possam esclarecer por queconsideram a ideia plausível.

A negociação é um processo depropostas e contrapropostas no qualtodas as partes envolvidas buscamum acordo. Se vocês estiveremdispostos a dar prosseguimento aoprocesso de negociação, é bemprovável que cheguem a esseacordo.

TENTE ENCONTRAR UMA SOLUÇÃOEM QUE TODOS GANHEMO terceiro passo no processo denegociação é encontrar umresultado que ambas as partesconsiderem plausível. Pode não ser

Page 211: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

o que vocês desejavam no início danegociação, mas será uma soluçãocapaz de atender a suas principaisexpectativas. Ambas as partessairão do acordo sentindo quederam um passo positivo no sentidode desenvolver o relacionamento. Éisso de que eu gosto na negociação.Acabamos seguindo juntos em umadireção positiva. Isso faz bem àrelação entre os familiares.

Betsy e Bill estavam enfrentandoum problema com a mãe dela,Joyce, que os avisou de que levariaos netos à praia nas férias, nasegunda semana de junho. Ela deu anotícia em janeiro para que eles

Page 212: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

não pudessem dizer que forampegos de surpresa. O problema éque Bill e Betsy já haviam feito ainscrição das crianças em umacampamento da igreja que seriarealizado na mesma época.

Joyce ficou chocada e com raivapelo fato de eles terem tomadoaquela decisão sem falar com ela.

— Eu disse a você que querialevar as crianças para a praia nasférias no próximo verão. Por quevocê não discutiu isso comigo antesde inscrevê-las no acampamento?— Joyce perguntou.

— Mamãe, o acampamentoinfantil só é realizado em uma

Page 213: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

semana por ano. Se eles não foremnessa época, não podem mais ir.Queríamos muito que eles fossemao acampamento neste ano.Presumimos que você poderia levá-los à praia em outra semanaqualquer do verão.

— Bem, eu poderia, mas jáaluguei uma casa na praia e não seise poderei reaver o dinheiro.

— Então talvez você devesse terconversado conosco antes de alugara casa — argumentou Betsy. —Parece que faltou comunicação dasduas partes.

Ambas tinham boas intenções.Elas queriam fazer alguma coisa

Page 214: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

importante para as crianças. A crisese desenvolveu por falta decomunicação.

Situações como essa surgemcom frequência nosrelacionamentos entre os casais eseus pais. Elas exigem negociação.Alguém precisa fazer uma propostapara dar início ao processo. Nessecaso, a mãe de Betsy fez a primeiraproposta:

— E se eu ligar para aimobiliária para tentar passar oaluguel para outro período dasférias de verão?

— Parece um bom ponto departida — respondeu Betsy. —

Page 215: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Com certeza, adoraríamos se ascrianças pudessem passar umasemana com você na praia. Sei queelas iriam aproveitar muito.

Três dias depois, a mãe de Betsyvoltou com a notícia:

— Eles me permitiram passar operíodo do aluguel para outrasemana, mas terei de pagar umamulta. Tentei conversar com elespara que me isentassem dessamulta, mas alegaram que essa é apolítica da empresa. Detesto jogardinheiro fora assim. Você jáconfirmou com a igreja para ver seo acampamento das crianças émesmo naquela semana? Não existe

Page 216: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

nenhuma chance de eles mudarem adata até lá, não é?

— Já confirmei — disse Betsy— e eles já alugaram o local. É namesma semana em que realizam oacampamento todo verão, e não vãomudar.

Em seguida, Betsy fez suaproposta:

— E se eu e o Bill pagássemos amulta para você? Seria um pequenoinvestimento para nós,considerando que as criançasteriam a oportunidade de passar asemana inteira com você na praia.Não nos importaríamos em fazerisso. Sei que você já está gastando

Page 217: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

muito para alugar a casa pelasemana inteira. É o mínimo quepodemos fazer.

— Eu não gostaria que vocêstivessem de fazer isso — respondeuJoyce. — É dinheiro jogado fora.

— Não vejo isso como umdesperdício, mamãe. Para mim,trata-se do preço que estamospagando por não termos conversadoantes de tomar nossas decisões. Porisso, vamos encarar tudo isso comouma experiência de aprendizado.Acho que ambas aprendemos aimportância de nos comunicarmosantes de assumir compromissos.

Joyce concordou, e o problema

Page 218: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

foi resolvido. As duas ficaramsatisfeitas e se sentiram bem emrelação à decisão que haviamtomado.

Quando ambas as partes saemvencedoras, sabemos que anegociação foi bem-sucedida.Quando uma das partes ficaressentida, é sinal de que anegociação deve prosseguir. Nossoobjetivo deve ser sempre o dechegar a um acordo em que ambasas partes se sintam vencedoras.Repare que intitulei este capítulo de“Procure negociar”. Eu não seriahonesto se não admitisse que háalguns casos nos quais os parentes

Page 219: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

do cônjuge não se dispõem anegociar. Essas pessoas são muitoteimosas. Se você não concordarcom elas, então terá problemas. Noentanto, mesmo nesses casos,incentivo-o a buscar a negociação.Faça uma proposta. Quem sabe?Talvez elas concordem. E, se issoacontecer, o problema se resolve.Em contrapartida, é possível queelas não se mostrem muitodispostas a ceder.

Se você pode aceitar a posiçãodelas, ótimo. Caso contrário, temde tomar uma decisão. Será que vaidesistir e admitir que orelacionamento está prejudicado?

Page 220: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Ou aceitará alguma coisa com aqual não concorda só para manter apaz? Você terá de decidir se aquestão é ou não suficientementeimportante para romper essarelação. Podemos conviver comalgumas contingências, mesmo quenão gostemos delas. Outras sãomuito grandes para que a aceitemoscom facilidade. Nem todos osrelacionamentos ruins com osparentes do cônjuge podem serrestaurados, mas sempre vale apena se esforçar para buscar umanegociação.

Page 221: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

■COLOCANDO OS PRINCÍPIOSEM PRÁTICA

1. Há algum parente de seucônjuge com o qualvocê precisa iniciaruma negociação,fazendo uma proposta?Se a resposta for “sim”,por que não quebrar osilêncio e apresentaressa proposta? Dê oprimeiro passo nanegociação.

2. Algum desses parentesjá fez uma proposta a

Page 222: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

você? É possívelaceitá-la ou vocêprecisa oferecer umacontraproposta?

3. Você está disposto aouvir as ideias dosparentes de seu cônjugeou prefere assumir umaatitude do tipo: “Se nãofor do meu jeito, nãoserá de jeito nenhum”?

Negociar é discutir umaquestão com o objetivo dechegar a um acordo. Peça aDeus que o ajude a aprendera arte da negociação.

Page 223: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

5 - Peça, não exija

5

Pe�a, n�o exija

NOS ÚLTIMOS ANOS, TEMOS OUVIDOMUITA COISA SOBRE os “direitos dosavós”. Lembro-me de uma avó queme disse o seguinte:

— Nossa filha não permite quevejamos nossos netos. Estamospensando em processá-la. Não estácerto esse negócio de nos manteremafastados das crianças.

— O que eles alegam parajustificar essa proibição? —perguntei.

Page 224: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

— Eles dizem que é porquetemos cerveja e licor em casa. Meumarido, George, é alcoólatra, e elesalegam que não desejam ver ascrianças se tornando dependentesde bebida também. Mas isso é umabsurdo. George é alcoólico hávinte anos. Eu não bebo nada comálcool e tenho vivido com ele todosesses anos. Conviver com umalcoólatra não faz de ninguém umdependente de bebida.

— Há quanto tempo eles mantêmos filhos afastados de vocês?

— Desde o último Natal. Hámais ou menos nove meses.

— Aconteceu alguma coisa

Page 225: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

nesse Natal que os tenhainfluenciado a tomar essa decisão?— eu quis saber.

— Bem, certa noite, Georgebebeu demais — ela contou. — Eleestava meio alegre. Então colocouum pouco de cerveja nos copos edisse às crianças: “Vamos fazer umbrinde ao Papai Noel”. As criançaso acompanharam, beberam acerveja e logo depois começaram ater ânsia de vômito. Minha filha emeu genro correram para a cozinhae descobriram o que estavaacontecendo. Quando perceberam oque meu marido havia feito,levaram as crianças para casa na

Page 226: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

mesma hora e nos disseram quenunca mais voltariam. Meu maridoos xingou quando saíam de casa edisse que estavam sendo ignorantes.O que George fez foi errado, eu sei,mas o que eles estão fazendotambém não está certo. Os avóstambém têm seus direitos. Eu dissea eles que cuidaria pessoalmente detirar todo o álcool de dentro decasa e guardar na garagem.Também prometi que meu maridonão beberia enquanto as criançasestivessem conosco. Para eles,porém, isso não é suficiente. Nãosei o que mais devo fazer. É porisso que estou pensando em

Page 227: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

processá-los.— Você até poderia fazer isso

— comentei — mas e se ganhasse oprocesso e sua filha e seu genrofossem obrigados a permitir quevocê visse as crianças em visitassupervisionadas? Até que pontoisso seria satisfatório para você?

— Sei o que você está tentandodizer. Não é mesmo o que eudesejo. Só quero manter um bomrelacionamento com minha filha,nosso genro e nossos netos. E nãosei o que fazer.

— Qual é o nível de gravidadedo problema de seu marido com abebida? — eu quis saber.

Page 228: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

— Há vinte anos ele entra e saide programas de tratamento paracombater o vício — ela respondeu.— Por algum tempo ele fica bem,mas basta uma pequena recaídapara que volte a mergulhar nabebedeira por um mês. Ele encontramuita dificuldade para manter osempregos. Tem sido muito difícilviver com ele, mas eu o amo econtinuo tendo a esperança de queas coisas vão melhorar. Sei que eletambém se sente muito mal por nãopoder ver os netos. Já conversamossobre isso.

Como conselheiro, senti-meprofundamente mobilizado ao ver o

Page 229: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sofrimento no semblante daquelamulher. Eu disse:

— Às vezes, quando umalcoólatra percebe que estáperdendo alguma coisa que valorizamuito, ele se sente motivado a pararde beber. Você acha que Georgeestaria disposto a conversar comigoa respeito desse assunto?

— Sim, estaria se achasse quepoderia ajudar a resolver essasituação — ela respondeu.

— Se é assim, diga a ele que eugostaria muito de vê-lo e que tenhoalgumas ideias. Podem ser úteis.

Durante as semanas que seseguiram, consegui inscrever o

Page 230: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

marido dela em um programa detratamento de orientação cristã.Garanti a George que Deus oajudaria a vencer o álcool e que,em minha opinião, ele estava dandoum grande passo rumo àrestauração do relacionamento coma filha, o genro e os netos. Depoisdo programa inicial do tratamento,durante o qual George se envolveuativamente em um grupo cristão deapoio, comecei a conversar com elesobre o poder do perdão e que eledeveria fazer isso com a filha e ogenro, apesar de tudo o queacontecera no Natal anterior.

Disse-lhe que a iniciativa de

Page 231: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

perdoar só tem significado quandoo arrependimento em relação adeterminada atitude é sincero. “Umpedido de desculpas é o mesmo queaceitar a responsabilidade poraquele comportamento inadequado,reconhecendo que estava errado”,comentei. “Não se pode exigir operdão, apenas pedi-lo. Sua filha eseu genro podem não estarpreparados para perdoá-lo agora,mas seu pedido de perdão será oprimeiro passo na restauraçãodesse relacionamento.”

Juntos, fizemos um esboço porescrito de um pedido de desculpasque o deixasse à vontade. Perguntei

Page 232: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

se ele me daria permissão paratelefonar para a filha e o genro,convidando-os para ir ao meuescritório, de maneira quepudéssemos conversar todos juntossobre o que estava acontecendo.Ele concordou, e o casal tambémaceitou meu convite.

Nesse encontro, compartilheicom o jovem casal minhasconversas com George, nas quaistentei ajudá-lo a lidar com oproblema do álcool. Contei a elesque sabia do esforço que aquelehomem havia feito para deixar debeber durante muitos anos, mas quedessa vez ele realmente estava

Page 233: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

colocando sua confiança em Deus,por isso conseguiria. Em seguida,ofereci a George a oportunidade defalar.

Fiquei ouvindo enquanto ele nãoapenas lia o pedido de desculpasque havia escrito, como também,em lágrimas, derramava seucoração. Ele pediu perdão portodos os erros que cometera emrelação à filha enquanto ela crescia,reconhecendo que a envergonharapor diversas vezes no tempo emque ela cursava o ensino médio;que havia falhado na missão de sero pai que ela merecia; e que estavaciente de que seu comportamento no

Page 234: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Natal anterior fora a coisa maisdolorosa que já fizera a ela. Georgecontou à filha como já repassaraaquela cena na mente muitas vezese como se sentia mal por aqueleepisódio.

— Sei que não mereço o perdão— ele disse — mas é o que peço avocê. Não estou pedindo que mepermita ver as crianças, embora euquisesse muito me desculpar comelas. Estou antevendo meu primeiroNatal sóbrio dos últimos vinteanos. Sei que vocês talvez nemestejam lá, apesar de eu desejarmuito que estivessem. Gostaria depedir uma chance de fazer um futuro

Page 235: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

diferente. E gostaria de ser o tipode pai no qual você pode confiar.Eu a amo muito, e sinto demais portudo o que fiz e lhe causou algumsofrimento.

A filha de George nãodemonstrou nenhum sinal deemoção. Presumi que ela já tinhaouvido outros pedidos de desculpasantes, mas nunca vira uma mudançade comportamento. Meu palpite eraque ela estava em dúvida sobre seo pai era sincero e que as coisasseriam mesmo diferentes dali parafrente. Mais adiante, ela falou:

— Papai, eu desejo perdoá-lo.Mas é possível que isso leve algum

Page 236: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

tempo. Eu me sinto muito magoada.Quero acreditar que você estádizendo a verdade e espero que,nos próximos meses, seucomportamento demonstre isso.Espero que entenda: por mais queeu deseje perdoá-lo, vai levaralgum tempo.

— Eu entendo — disse o pai. —Agradeço por você ter aceitado seencontrar conosco hoje, pois euqueria muito me desculpar.

A conversa chegou ao fim.Ofereci meus serviços ao jovemcasal para o caso de eles desejaremfalar comigo mais adiante. E dissea George que o veria na semana

Page 237: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

seguinte.Nunca mais voltei a ver o jovem

casal, mas George e a esposa mecontaram que, no espaço de ummês, a filha deu ao pai aoportunidade de pedir desculpas àscrianças, que, por sua vez, operdoaram sem hesitar. Depois dever a reação dos filhos, ela tambémperdoou George. Quando o Natalestava se aproximando, não deunenhuma indicação de que levariaas crianças à casa dos avós. Noentanto, uma semana antes doferiado, os filhos pediram para vê-los no Natal, e a mãe concordou. Aprincípio foi um pouco estranho,

Page 238: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

pois havia um ano que as criançasnão iam à casa dos avós. Contudo,antes que a noite terminasse, aresidência já estava tomada porrisos de alegria.

Quando as crianças iam saindo,George disse:

Só quero agradecer a todos porestarem aqui. Esse foi o melhorNatal de minha vida. Foi um anodifícil para todos nós, mastambém de grandes mudançasem minha vida. Quero ser o tipode avô que seus filhos mereceme espero que você ore por mimtodo dia, pois eu oro por você.

Page 239: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Quando George e a esposa mecontaram essa história, eu já sabiaque aquela noite havia marcado oinício de um relacionamento dequalidade superior. E a época emque aconteceu me lembrou que acura dos relacionamentos é osentido do Natal. Compartilho essahistória porque ela ilustra oseguinte: relações positivas com osparentes não são construídas apartir de exigências, mas depedidos. Se os avós tentassemexigir seus “direitos” na justiça,forçando a filha e o genro apermitir que vissem os netos, éprovável que o processo levasse a

Page 240: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

uma vida inteira de conflitos. Noentanto, por estarem dispostos ademonstrar humildade, reconhecera parcela de culpa que tinham noproblema que afetava orelacionamento, seguir o caminhoque conduz a uma mudança genuína,lidar honestamente com a questão e,em seguida, pedir perdão, elesencontraram a cura tão desejada.Os bons relacionamentos comparentes do cônjuge não podem serfundamentados no princípio daexigência dos direitos. AsEscrituras afirmam: “[O amor] nãoprocura seus interesses...” (cf. 1Co13:5).

Page 241: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Esse princípio é exemplificadona vida de Jesus. Certa ocasião,depois de ele ensinar algumaslições muito duras, diz a Bíbliaque, “Daquela hora em diante,muitos dos seus discípulosvoltaram atrás e deixaram de segui-lo. Jesus perguntou aos Doze:‘Vocês também não querem ir?’Simão Pedro lhe respondeu:‘Senhor, para quem iremos? Tu tensas palavras de vida eterna. Nóscremos e sabemos que és o Santode Deus’” (Jo 6:66-69).

É evidente que Jesus não estavaexigindo que os doze discípuloscontinuassem andando a seu lado.

Page 242: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Ele os havia convidado a segui-lodesde o início. Agora oferecia aeles a liberdade de ir embora. Naverdade, sabemos que um dos doze,de fato, se foi. Mas, naquelemomento, Pedro falava em nomedos outros ao dizer: “Tu tens aspalavras de vida eterna”. Elesseguiram Jesus porque estavamconvencidos de que ele era “oSanto de Deus”.

Relacionamentos com osparentes dos cônjuges devem seguiresse modelo. Não podemos obrigá-los a fazer o que acreditamos ser “acoisa certa”. Podemos e devemospedir a eles. Se queremos algo, isso

Page 243: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

deve ser verbalizado. Se vocêdeseja que esses parentes o visitemcom mais frequência, convide-os.Se deseja que apareçam menos,peça que só o visitem em ocasiõesnas quais você possa dedicar maistempo a eles. Nunca devemos acharque eles são capazes de adivinhar oque se passa em nossa mente. Fazeresse tipo de pedido faz parte dequalquer bom relacionamento.

Jesus ensinou que esse princípiode “pedir” se aplica também emnosso relacionamento com Deus.Ele disse: “Peçam, e lhes será dado[...] Pois todo o que pede, recebe”(Mt 7:7-8). Em seguida, ele põe

Page 244: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

essa orientação em uma dimensãohumana. “Qual de vocês, se seufilho pedir pão, lhe dará umapedra? Ou se pedir peixe, lhe daráuma cobra? Se vocês, apesar deserem maus, sabem dar boas coisasaos seus filhos, quanto mais o Paide vocês, que está nos céus, darácoisas boas aos que lhe pedirem!”(Mt 7:9-11).

Será que isso significa que Deussempre nos dá exatamente o quepedimos? A resposta óbvia é“não”. Ele nos ama demais para nosdar coisas que sabe seremprejudiciais a nosso bem-estar. Noentanto, como nosso Pai celestial,

Page 245: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ele nos concede, com liberalidade,dádivas como resposta a nossaspetições.

Será que os parentes de seucônjuge respondem aos seuspedidos exatamente do jeito quevocê deseja? Provavelmente não.Do mesmo modo, a resposta delesnem sempre será baseada em amor.Todos nós temos tendência aoautocentrismo. Muitas vezes,respondemos aos pedidos dosoutros de maneira bem egoísta.Contudo, pedir algo aos parentes éuma parte importante na construçãode relacionamentos saudáveis.

Ben, que era pescador iniciante,

Page 246: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

pediu ao sogro que lhe emprestassedeterminado apetrecho de pesca. Osogro respondeu: “Não possoemprestar este, mas não meincomodo de emprestar outro”. Bennão sabia a diferença entre osequipamentos mas o sogro sabia enão queria correr o risco de perderuma peça muito cara emprestando-aao genro, que não tinha tantaexperiência em pescarias.

Se Ben tivesse ficado com raivado sogro por não ter emprestadoexatamente o que ele pedira, orelacionamento dos dois teria sidoprejudicado. Em vez disso, aceitoucom alegria a proposta do sogro e

Page 247: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sua pescaria foi muito boa. Aspessoas são responsáveis pelascoisas que possuem. Elas têm aprerrogativa de emprestar ou não,dar ou reter. O parente sábio nãofica aborrecido quando um pedidoem particular é negado, mas sabeagradecer quando a petição éatendida ou recebe uma propostaalternativa.

Com frequência, orelacionamento entre os cônjuges eos parentes é fortalecido quandoalguém pede algo. Brittany pediu àsogra, Margie, que a ensinasse atricotar. A resposta de Margie foiesta: “Não consigo imaginar como

Page 248: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

uma garota de sua geração poderiaquerer aprender a tricotar. Mas, sevocê quer mesmo, terei o maiorprazer em ensinar”.

Brittany garantiu à sogra queestava sendo sincera. Nos mesesseguintes, ela não apenas aprendeua tricotar, como tambémdesenvolveu um relacionamentomuito mais sólido com a sogra àmedida que uma habilidade foitransmitida de uma geração a outra.Quando paravam para tomar chá,Brittany aprendia muitas coisassobre a sogra, incluindo o fato deque Margie aprendera a tricotarcom sua sogra também. Sem saber,

Page 249: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Brittany estava dando continuidadea uma tradição familiar.

Na época, Margie, que era umapessoa gregária e sempresimpática, comentou com a noraalgumas das lutas que enfrentara aolongo dos anos por causa de suasaúde. Mais adiante, quando foidiagnosticado um câncer no seio deMargie, Brittany foi a primeirapessoa a saber. E foi ela tambémque ofereceu o maior apoioemocional à sogra durante osmuitos anos de quimioterapia erecuperação. E tudo aquilocomeçou com um pedido: “Vocêpoderia me ensinar a tricotar?”.

Page 250: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

As Escrituras dizem: “Há maiorfelicidade em dar do que emreceber” (At 20:35). Quando vocêfaz um pedido aos parentes de seucônjuge, está oferecendo a eles umaoportunidade. Ao atender a seupedido, eles encontram umafelicidade ainda maior do que a suaem receber o que pediu.

Pedir e oferecer são elementosque compõem o ciclo natural dosbons relacionamentos. De vez emquando, todos nós desejamos certascoisas que o outro tem acapacidade de suprir ou precisamosdelas. Se verbalizarmos essesdesejos na forma de pedidos e a

Page 251: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

outra pessoa optar por responder demaneira positiva, estaremosforjando um relacionamento que semanterá sólido e forte anos a fio.

No sentido oposto, quandofazemos exigências sobre osparentes, tentando determinar o quedevem fazer e impondo-lhes culpaquando não cumprem nossasdemandas, destruímos essa relação.Os bons relacionamentos sãoalimentados com a prática de pedire oferecer, e não com a de exigir.

■COLOCANDO OS PRINCÍPIOS

Page 252: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

COLOCANDO OS PRINCÍPIOSEM PRÁTICA

1. Que exigências osparentes de seu cônjugeimpuseram a você?Qual foi sua reação?

2. Que exigências você feza esses parentes? Comoeles reagiram?

3. Que pedido vocêgostaria de fazer a eles?Pense na possibilidadede fazer esse pedidodepois de demonstrarapreço por alguma coisaque você admira neles.

4. Que pedidos os parentes

Page 253: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

de seu cônjuge lhefazem?

Considere a alternativa deresponder com amor a umpedido deles.

Page 254: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

6 - Conceda o dom da liberdade

6

Conceda o dom daliberdade

A MAIOR DÁDIVA QUE OS PAISpodem oferecer aos filhos casadosé o dom da liberdade. Naapresentação deste livro, falamossobre o desafio bíblico para jovenscasais que deixam os pais a fim deestabelecer nova unidade familiar.Os pais podem facilitar oudificultar esse processo. Elespodem conceder ao jovem casal a

Page 255: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

liberdade de partir ou continuar ainterferir na vida dele, tornando aindependência algo muito difícil.

Dois tipos de pessoa terãodificuldade em conceder esse domda liberdade. Primeiro, as pessoascuja personalidade é controladora.São aquelas que pensam comclareza, chegam a conclusões comrapidez e presumem que suas ideiassão sempre as mais corretas. Emgeral, são bem-intencionadas, mastambém dominadoras, impondo suavontade sobre todos que permitem.Elas não se veem dessa maneira.Costumam achar que estão zelandopelos interesses dos outros e são

Page 256: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sinceras nisso. Esse tipo depersonalidade terá muitadificuldade para liberar os filhosdepois do casamento. A tendência éque continuem impondo suas ideiassobre os filhos casados, genros enoras.

Há um segundo tipo de pessoaque enfrenta problemas iguais. Sãoaquelas que medem seu valor emfunção do sucesso dos filhos. Elasfizeram tudo que estava a seualcance para ajudar os filhos aalcançar o sucesso. Pagaram asmelhores escolas, supriram todas asnecessidades financeiras e sempretiveram um elogio na ponta da

Page 257: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

língua. A cada realizaçãovocacional do filho, a mãe e o paise sentiam melhor a respeito de simesmos. Por isso, é poucoprovável que esse padrão mudedepois que o filho se casar. Elescontinuarão por perto, fazendo tudoo que lhes for possível para que ojovem casal seja bem-sucedido. Oproblema é que a “ajuda” que sepropõem a dar geralmente surgecomo um tipo de intromissão etorna ainda mais difícil para o casalestabelecer uma identidade própria.Os esforços dos parentes em ajudarcostumam gerar brigas nocasamento e, por essa razão, são

Page 258: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

prejudiciais à unidade conjugal.Kelly e Andy estiveram em meu

consultório para falar a respeito desua frustração com a mãe dela.Andy contou:

— Ela redecorou nossoapartamento inteiro. Escolheu ascores, os tecidos, fez tudo. Sinto-me como se estivesse morando nacasa de outra pessoa. É bonito, masnão tem a nossa cara. Eu prefeririaque as janelas continuassem semcortinas até que pudéssemoscomprar de acordo com o nossogosto. Ela acha que precisamos detudo imediatamente. Não gosto dojeito como ela controla nossa vida.

Page 259: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Olhei para Kelly e perguntei:— O que você acha disso tudo?— Acho que é o jeito que a

minha mãe tem de mostrar comonos ama. Não acredito que eladeseje criar um problema para nós.Gosto da maneira como ela decorounosso apartamento. Eu gostaria desimplesmente aceitar tudo como umpresente dela, mas Andy não vê asituação da mesma maneira. É porisso que estamos aqui. Sentimosque isso está nos separando. Seminha mãe soubesse que estamosdiscutindo sobre o que fez por nós,ficaria arrasada.

Conto essa história porque ela

Page 260: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ilustra vários princípiosrelacionados aos temperamentoscontroladores. Em primeiro lugar,as pessoas controladoras raramentese veem como tal. Elas achamapenas que estão fazendo o que ébom ou o que está certo. Têmgrande dificuldade para entenderpor que os outros as veem comocontroladoras.

Segundo, as pessoascontroladoras costumam se casarcom quem tem temperamentocomplacente. Se elas se casassemcom alguém igualmentecontrolador, a vida se transformariaem um enorme campo de batalha. A

Page 261: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

pessoa complacente está disposta aaceitar a maioria das coisas que acontroladora faz, embora vez poroutra isso se torne um fator deconflito no casamento.

Meu palpite é que o próprioAndy tem temperamentocontrolador. Ele queria determinara maneira como o apartamento docasal deveria ser decorado e pagarpor isso. Ele via isso como parte desua responsabilidade, por issodesejava ter liberdade para fazer asua maneira. Andy considerava ainiciativa da sogra uma intromissãoem seu casamento.

Kelly, por sua vez, tinha

Page 262: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

personalidade complacente. Aolongo dos anos, aprendeu a aceitaras ações controladoras da mãecomo presentes de amor — o que,de fato, eram. Ela não tinhanecessidade de fazer parte doprocesso de tomada de decisão; eraperfeitamente feliz permitindo que amãe tomasse as decisões em seulugar. Na verdade, isso tornava avida dela bem mais fácil.Funcionou bem enquanto viveu sobo controle de apenas uma pessoa,ou seja, a mãe. No entanto, agoraela está casada com outra pessoa detemperamento controlador. A vidase torna muito difícil quando duas

Page 263: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

pessoas tentam dizer a você o quedeve fazer.

Às sogras e aos sogros que estãolendo este livro, eu os incentivo aaprender a arte de se conter. Seusfilhos casados merecem a liberdadede tomar as próprias decisões. Seique seus esforços no sentido deajudá-los são empreendidos porboa-fé. Vocês estão sendo sincerosao expressar amor e tentar ajudar ocasal a viver melhor.

Contudo, sua boa intenção podeestar tornando a vida de seus filhosmais difícil. Talvez eles estejamdispostos a receber a sua ajuda,como vinham fazendo até então. As

Page 264: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

pessoas com quem eles se casaram,porém, podem não pensar damesma maneira — não porquesejam contrárias, mas simplesmenteporque são seres humanos e têmtemperamento próprio. É raro verduas pessoas com o mesmotemperamento casadas. Éimprovável que um filhocomplacente se una a um cônjugetambém complacente.

Assim, o que os parentes docônjuge devem fazer quandoquerem, de fato, ajudar os filhoscasados? Fale a respeito de suaideiae pergunte se eles a consideram

Page 265: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

útil. (Faça um pedido, não umaexigência.) Garanta-lhes que, senão acharem a sugestão útil, estãodesobrigados de aceitá-la e quevocê entenderá. Depois, permitaque eles tenham tempo para discutira questão e voltar com umaresposta. Se aceitarem sua oferta,siga em frente. Caso contrário, vocêdeve deixar essa ideia de lado paraque eles possam exercer sualiberdade.

O dom da liberdade é muitomais valioso que a decoração deum apartamento. Se você nãopermitir ao casal que se valhadessa liberdade para tomar as

Page 266: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

próprias decisões, insistindo emfazeras coisas por ele por achar que estásendo útil, estará dando início a umprocesso que resultará emressentimento no coração de seugenro ou sua nora. Além disso,estimulará brigas desnecessáriasentre os cônjuges.

Aqui estão algumas ideiasadicionais para sogras e sogros quedesejam, de coração, ajudar osfilhos casados.

NÃO TORNE O CASAL DEPENDENTEDE VOCÊO casamento tem tudo a ver com

Page 267: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

independência, e não comdependência. Durante mais oumenos os primeiros vinte anos devida, seus filhos foram dependentesde você. Durante o período doensino médio e, talvez, dafaculdade, você lhes tornoupossível alcançar os objetivosacadêmicos que tinham. Com ocasamento, porém, o paradigmamudou. Não se trata mais de umapessoa dependente. O casal deveestabelecer seu lugar no mundo,aprender a trabalhar junto comoequipe para suprir as própriasnecessidades. Você precisaencorajá-los a buscar essa

Page 268: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

independência, e não privá-losdela.

Permita-me dar um exemplonegativo e outro positivo. Bill eAlice formavam um casal de classemédia bem-sucedido. Eles fizeramo necessário para garantir que ofilho, Ken, cursasse uma faculdade.Quando o rapaz se casou, logodepois de se formar, elesperceberam que o primeiroemprego de Ken não lhe permitiriacomprar uma casa tão cedo. Eleseram absolutamente contrários aoconceito de aluguel, queconsideravam uma forma de jogardinheiro fora. Por essa razão,

Page 269: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ofereceram-se para dar a entradaem uma casa e entregar a Ken e àesposa 500 dólares por mês parapagar parte da prestação. Bill eAlice tinham plenas condições defazer isso, e Ken e April aceitarama proposta de bom grado. Estavamentusiasmados por morar em umacasa própria enquanto a maioriados amigos vivia em apartamentos.

No entanto, cinco anos depois,Bill morreu vítima de um ataquecardíaco fulminante. Isso abalou omundo de ambas as famílias.Depois de cumpridas asburocracias, Alice viu que tinharenda suficiente para suprir as

Page 270: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

próprias necessidades, mas não osuficiente para continuarrepassando 500 dólares por mês aKen e April.

Dois meses depois, Ken e Aprilenfrentavam uma crise financeira. Osalário dele não dava conta dasdespesas mensais. Naquela época,eles já tinham dois filhos pequenos.April não queria trabalhar fora, eKen concordava com isso. Contudo,eles se viram diante de duasalternativas: ou se mudavam paraum imóvel menor ou April teria de,no mínimo, trabalhar em meioexpediente. De fato, ela conseguiuum emprego, mas ficou muito

Page 271: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ressentida com Ken pelo fato de terde deixar as crianças com umababá.

Quando se olha para trás,qualquer um é capaz de perceberque Bill e Alice — por maissincera que fosse a iniciativa —criaram um grande problema paraKen e sua família. Ken e April medisseram: “Gostaríamos de tercomeçado com um apartamento, talcomo nossos amigos, e viver commenos. Acho que ambos seríamosmais felizes e dificilmenteestaríamos passando por esseestresse atual”.

Há os casos positivos. Sam e

Page 272: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Audrey são exemplos de pais quedescobriram uma maneira de darsem fazer dos filhos dependentes doque recebem. A filha Julie se casoucom Mike no fim de seu primeiroano de faculdade. Mike estavaterminando sua graduação. Sam eAudrey concordaram em patrocinaro último ano da faculdade de Julie,e os pais de Mike fizeram o mesmo.Depois de se formar, Mike deuinício a um negócio próprio, e Juliecomeçou a trabalhar em um banco.

Mike sabia que não ganhariamuito dinheiro nos primeiros anosde seu empreendimento, mas ambosestavam dispostos a fazer esse

Page 273: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sacrifício até o negócio decolar.Eles moravam em um apartamentobem pequeno de uma vizinhançanada recomendável. Usavam carrosantigos que ganharam dos paisquando entraram na faculdade.Compravam móveis usados eviviam de maneira muito modesta.

Toda vez que Sam e Audrey iamvisitar Mike e Julie, voltavam paracasa falando sobre o desejo quetinham de tirar o casal daqueleapartamento para colocá-los em umlugar dentro de uma vizinhançarespeitável. Eles sabiam que tinhamos recursos financeiros para tal.Certa ocasião, tocaram no assunto

Page 274: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

com Mike e Julie e descobriramque ambos resistiam à ideia derecorrer a essa ajuda. Julie dizia:

Mãe, também queremos ter umahistória para contar, como a suacom o papai. Lembra doprimeiro lugar em que vocêmorou depois que se casou?Sempre admirei você e suadisposição de se sacrificarenquanto papai estava noExército e mais tarde, quandoele voltou para casa paracomeçar um negócio próprio.Sabemos que vocês nos amam edesejam nos ajudar, maspreferimos fazer isso por nossaconta.

Page 275: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Audrey e Sam entenderam Julie

e expressaram sua admiração e seuapreço pelo espírito que elademonstrava. Nunca mais voltarama falar no assunto. Eles concederamà filha o dom da liberdade e não searrependeram da escolha quefizeram. Hoje em dia, o negócio deMike está em pleno crescimento.Ele e Julie têm uma bela casa e umahistória para contar aos filhos.

Por favor, não pense que estoudizendo que você nunca deve darpresentes a seus filhos casados ouque não pode ajudá-losfinanceiramente. Estou dizendo o

Page 276: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

seguinte: não dê o presente demodo que isso torne seu filhoadulto dependente de você parapoder manter o padrão de vida queleva. Se a geladeira dele quebra evocê deseja comprar uma nova,pergunte ao casal o que acha daideia e se apreciaria esse gesto.Caso eles concordem, então comprea geladeira. Será um presente capazde satisfazer a uma necessidadeinesperada e ainda seria encaradocomo um ato de amor. Seus filhosaceitarão com gratidão. Emcontrapartida, eu não encorajariavocê a concordar em fazer ospagamentos mensais do

Page 277: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

financiamento para eles trocaremde carro. Esses financiamentosnormalmente duram, pelo menos,três anos, durante os quais o casalseria financeiramente dependentede seu auxílio mensal. Isso nãoajuda a estabelecer um padrão deindependência.

NÃO DÊ PRESENTES INDESEJADOSAlan e Betsy eram aficionados debarcos. Logo no início docasamento, compraram a primeiraembarcação. Conforme os filhoscresciam, eles iam para o lagoquase todo sábado. Quando a filhadeles, Angie, casou-se com Rod,

Page 278: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

esperavam que o novo casalcompartilhasse o mesmo gosto peloprograma tradicional dos sábadosno lago, uma rotina que elesmantinham desde que namoravam.No entanto, depois do casamento,Rod conseguiu um emprego queexigia trabalhar também aossábados. Angie se envolveu em umministério de sua igreja em umacidade do interior. Assim, o padrãode se reunir no lago todo fim desemana foi quebrado. Os pais deAngie sentiam muita falta daquele“momento em família” e oravampara que, um dia, Rod mudasse deemprego.

Page 279: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Após mais ou menos um ano,Rod mudou mesmo de emprego enão precisaria mais trabalhar aossábados. Uma semana depois, Alane Betsy compraram um barco paraRod e Angie, convidaram a filha eo genro para um passeio no lago emostraram o presente como umasurpresa. Rod e Angie fingiramentusiasmo, mas, quando voltarampara casa, ambos concordaram emque a última coisa que eles queriamna vida era um barco. Rod nãogostava de nada relacionado anavegação, e Angie desenvolveraum interesse sincero peloministério em que se envolvera aos

Page 280: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sábados. Nenhum dos dois queriapassar os sábados no lago; elespreferiam de fato aproveitar o diapara as atividades da igreja.

Ao ver que o barco de Rod eAngie ficava ancorado semana apóssemana, Alan e Betsy perceberamque haviam cometido um erro. Elespensavam que o barco seria umamaneira de atrair a filha e o genropara o lago e que isso lhespermitiria recuperar os encontrosfamiliares que realizavam antes.Mas não era o que estavaacontecendo.

Agora eles se viam diante deuma escolha muito comum aos pais:

Page 281: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

por um lado, podiam ficarressentidos com Rod e Angie pornão demonstrar gratidão pelopresente nem passar os sábadoscom eles no lago; por outro lado,poderiam admitir que comprar obarco sem antes consultar Rod eAngie sobre a aquisição tinha sidoum erro e, talvez, até mesmo umesforço para manipulá-los nosentido de atraí-los para oprograma de que tanto gostavam.Optaram por aceitar aresponsabilidade pela decisãobem-intencionada porém nada sábiade comprar o barco. A não ser pelaquestão do barco, Alan e Betsy

Page 282: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

tinham um bom relacionamento coma filha e o genro. Eles costumavamjantar juntos, e a relação entre oscasais sempre foi cordial esaudável.

Alan e Betsy queriam manteresse bom relacionamento, por issodiscutiram uma estratégia para lidarcom a questão do barco. Elesconcordaram em que, se Rod eAngie estivessem dispostos,venderiam a embarcação eentregariam o dinheiro para Angieusar no ministério em que estavaenvolvida. Quando compartilharama ideia com o genro e a filha, ojovem casal ficou radiante. Angie

Page 283: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

disse:

Papai, eu não queria dizer avocês que não estávamosinteressados no barco. Eu tinhacerteza de que isso os magoariaporque sabia o motivo pelo qualhaviam comprado: foi porquevocês nos amam. Mas, para sersincera, nem eu nem Rodgostamos de navegar. Eugostava quando era criança, masestou em um estágio diferente davida agora. Adoro o que façoaos sábados com as crianças.Mal consigo exprimir o orgulhoque sinto por vocês seinteressarem por esse ministérioem que estou trabalhando. Há

Page 284: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

muita coisa por fazer, e agora,com esse dinheiro, poderemosinvestir nessa obra.Amo muitovocês dois e agradeço pelacompreensão.

Rod endossou as palavras de

Angie, e a questão do barco foiresolvida. Quando se trata doconceito de presente apropriado,nem sempre nossas ideiascombinarão com as dos filhosadultos. Portanto, não desperdicedinheiro em presentes dos quaiseles não vão gostar. Pergunte antesde comprar.

Page 285: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

REAFIRME OS INTERESSES DE SEUSFILHOS CASADOSDurante a vida, todos nósdesenvolvemos interesse em váriascoisas. Isso pode englobar as áreaseducacional, vocacional,recreativa, religiosa e social.Todos investimos nosso tempo enossa energia em uma ou outracoisa. Enquanto os filhos sãopequenos, nós os ajudamos adescobrir e desenvolver essesinteresses. Se eles querem tocarpiano, fazem aulas de piano. Sequerem jogar futebol, nós osincentivamos. Por que isso nãopode continuar depois que eles se

Page 286: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

tornam adultos?Se sua nora gosta de esquiar na

neve, então pare um pouco e vejacomo ela fica feliz mesmo quandoleva um tombo. Se você estáprocurando um presente para dar aela, deve perguntar-lhe se estáprecisando de algum equipamentorelacionado a esse esporte. Sugiroque a leve junto para escolher.Assim, ela vai ganhar exatamente oque deseja e será grata por isso.

Se seu cunhado tem interesse emcorridas de automóveis, eu oaconselharia a evitar comentáriosjocosos sobre a estupidez de perdervárias horas vendo carros correndo

Page 287: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

em círculos. Essa pode até ser a suaopinião sincera, mas não alimentaráa saúde dorelacionamento com seu parente seficar fazendo comentários negativossobre o interesse particular dele.

Se o parente gosta de futebol, euincentivaria você a aprender osuficiente sobre o esporte parapoder manter uma conversainteligente com ele sobre essa áreade interesse. Pode ser até que vocênem goste de futebol, mas esperoque tenha vontade de desenvolverum relacionamento saudável comseu cunhado. Os relacionamentossão fortalecidos à medida que

Page 288: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

reafirmamos os interesses dosoutros.

Lembro-me de um pai quecomentou comigo:

Minha filha se casou com umsujeito do Tennessee. Ele eracaçador. Para ser sincero, nuncacacei em minha vida e jamaistive o menor interesse nisso. Noentanto, quando ele meconvidou para participar de umacaçada de veados e meprometeu que tomaria asprovidências para que eu nãomorresse de medo, aceitei oconvite. Foi uma dasexperiências mais relaxantes quejá tive. Sentar no meio do mato

Page 289: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ouvindo os ruídos da naturezame proporcionou uma calma queeu não sentia havia muitos anos.Agora eu o acompanho a cadatemporada de caça. Continuonão tendo o menor interesse emmatar um veado, mas aproveitoao máximo minha experiênciacom a natureza. Eu e meu genroestabelecemos um ótimorelacionamento. Talvez um dia— quem sabe? — um de nós atéencontre um animal para caçar!

Ao descobrir os interesses das

outras pessoas, expandimos nossouniverso e, ao mesmo tempo,desenvolvemos amizades que

Page 290: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

podem durar a vida inteira. Quandovocê demonstra interesse naquiloque interessa aos outros, está dandoa eles a liberdade de ser aquilo quesão. Além disso, está fazendo aopção de entrar no universo dessaspessoas. Esse é o processo deconstrução de amizades.

Se eu tivesse de escolher umapalavra para descrever ofundamento sobre o qual uma naçãodeve ser estabelecida, eu usaria otermo “liberdade”. E, se tivesse defazer o mesmo para identificar osegredo para o desenvolvimento derelações saudáveis entre oscônjuges e seus parentes, eu

Page 291: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

escolheria essa palavra também.Conceder o dom da liberdade aosjovens casais é a escolha maisimportante que você pode fazer nosentido de se tornar uma boa sograou um bom sogro.

■COLOCANDO OS PRINCÍPIOSEM PRÁTICAOrientações aos pais

1. Não permitam que seusfilhos casados se tornemfinanceiramentedependentes de vocês.

Page 292: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

2. Não deem presentes queeles não desejam.Perguntem: “Isso seriaútil a vocês?”.

3. Reafirmem os interessesdeles fazendo perguntase oferecendo palavrasde incentivo.

Orientações para recém-casados

1. Se acha que seus paisestão tentando controlarsuas decisões, agradeçapor seu interesse, mas

Page 293: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

peça que eles lheconcedam a liberdadede tomar suas própriasdecisões.

2. Não aceite nenhumaajuda que o tornefinanceiramentedependente de seuspais.

3. Não ache que seus paisestão o tempo todo a suadisposição paratrabalhar como babás.Pergunte antes se elestêm tempo para tomarconta de seus filhos.

Page 294: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

7 - Acima de tudo, ame

7

Acima de tudo, ame

A CHAVE DEFINITIVA QUE ABRE ASPORTAS para o estabelecimento deuma relação de amizade com osparentes de seu cônjuge é assumiruma atitude amorosa. Por natureza,somos todos egocêntricos.Achamos que o mundo gira aonosso redor. O lado bom dessapostura é que cuidamos de nossasnecessidades — nós nosprotegemos e alimentamos. Noentanto, tendo nossas necessidades

Page 295: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

básicas supridas, devemosaprender a ajudar os outros. Trata-se de uma atitude de amor.

As pessoas mais felizes domundo são as doadoras e altruístas,e não as egoístas. Jesus afirmou:“Há maior felicidade em dar do queem receber” (At 20:35). Se vocêaplicar essa realidade norelacionamento com os parentes deseu cônjuge, fará o possível parapotencializar a vida deles. “De quemaneira posso ajudar você?” ésempre uma pergunta apropriada. Aresposta ensinará como demonstraramor de maneira significativa aesses parentes.

Page 296: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Certa vez, uma senhora fez essapergunta à nora e recebeu a seguinteresposta: “Se você puder meensinar o seu jeito de cozinharervilhas, vai ser muito bom para omeu casamento”. Ela ensinou e deucerto! Foi a pergunta: “De quemaneira posso ajudar você?” queestimulou a lembrança da nora arespeito dos comentários do maridosobre como ele gostava de comerervilhas preparadas por sua mãe.Como a sogra estava oferecendoajuda, ela teve a oportunidade defazer o pedido sem nenhumconstrangimento.

Se você deseja auxiliar os

Page 297: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

parentes de seu cônjuge, é sempremelhor descobrir o que elesconsideram útil — que seráencarado como uma demonstraçãode amor —, em vez de usar seuspróprios critérios, o que pode serinterpretado como uma imposição.

Imagine o que aconteceria emseu relacionamento com a famíliade seu cônjuge se você começasse aperguntar: “De que maneira possoajudar você?”. Pode ser que outrosmembros da família sigam o seuexemplo. Quando as famíliasaprendem a se amar e a expressaresse amor de maneirassignificativas, o clima emocional é

Page 298: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

potencializado.Certa vez, uma jovem senhora

fez a seguinte pergunta: “Mas e seos parentes de meu marido metratarem mal? Como poderei amá-los dessa maneira?”. É interessanteobservar que Jesus nos instruiu aamar até mesmo nossos inimigos(cf. Mt 5:43-44). Infelizmente, àsvezes os parentes do cônjugerevelam possuir os requisitosfundamentais para ser consideradosinimigos. Quando estamosmagoados, decepcionados ouressentidos, é difícil expressaramor. Mas difícil não é impossível.Com a ajuda de Deus, podemos

Page 299: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

amar até os nossos inimigos.O processo envolve a admissão

de seus sentimentos, e não asubmissão a eles. Você os admitepara si, diante de Deus e, talvez,diante de seu cônjuge. No entanto,não pode se render aos sentimentosnegativos. Diante de Deus, vocêdiz:

Pai, o senhor sabe como mesinto em relação a essesparentes. Sabe o que elesfizeram e sabe como estoumagoado. Mas eu sei que osenhor deseja que eu os ame.Por isso, estou pedindo que osenhor derrame o seu amor

Page 300: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sobre o meu coração. Permitaque eu seja um veículo desseamor.

Deus dará a você a capacidade

de fazer essa pergunta: “De quemaneira posso ajudar você?”. Aí,então, a partir da resposta que elesderem, você poderá expressar oamor de maneira significativa.

Lembre-se: o amor não é umsentimento. Trata-se de uma atitude,um comportamento, uma forma depensar. O amor é a atitude quedeclara: “Escolho cuidar de seusinteresses. De que maneira possoajudar você?”. Uma atitude de amor

Page 301: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

conduz a um comportamentoigualmente amoroso.

A realidade é que o amor tendea estimular o amor. Na verdade, asEscrituras dizem que amamos Deusporque ele nos amouprimeiro (cf. 1Jo 4:19). É o amorde Deus que estimula o amor dentrode nós. O mesmo princípio vale noque se refere a relacionamentoshumanos. Quando consigoexpressar amor pelos parentes demeu cônjuge, alguma coisa acontecedentro deles, que se revelam maispropensos a retribuir esse amor. E,quando essas pessoas demonstraminteresse em meu bem-estar, meus

Page 302: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

sentimentos em relação a elascomeçam a mudar.

Kevin é um bom exemplo desseprincípio. Ele compartilhou suahistória comigo ao participar de umde meus seminários sobrecasamento. Ao que parece, o sogronão ficou muito feliz quando a filhase casou com Kevin. Ele eraencanador. O sogro, que eraadvogado, esperava que a filha seunisse a alguém da mesmaprofissão dele, com um médico oualgo assim. Durante a festa decasamento, o sogro fez o possívelpara manter a cordialidade, masKevin sabia, do fundo do coração,

Page 303: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

que ele não estava feliz.Certa manhã, cerca de seis

meses após o casamento, o sogro deKevin acordou e encontrou o jardimda frente da casa inundado. Umcano havia estourado. A esposa oincentivou a ligar para o genro, efoi o que ele fez. Kevin conta:

Quando cheguei lá, o jardimparecia um pântano. Havia águaem todo canto. Eu sabia que umcano grande havia se rompidoem algum lugar da linha que saíada rua e chegava até a casa.Desliguei o fornecimento externode água e telefonei para minhaesposa, Janet.

Page 304: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Eu havia prometido que aacompanharia nas comprasnaquela manhã, por isso aviseisobre a gravidade da situação.Ela me disse para priorizar oconserto do encanamento dacasa de seus pais e nos chamoupara tomar o café da manhã emnossa casa. “Boa ideia”, eudisse. “Isso vai me ajudar aganhar um tempo enquanto boaparte dessa água escoa.”

Depois do café da manhã,voltei para a casa de meussogros e passei as quatro horasseguintes localizando econsertando o rombo noencanamento. Quando meusogro insistiu em me pagar pelo

Page 305: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

trabalho, eu recusei, dizendo aele: “Família é para essascoisas”. Ele ficou muito grato.

Àquela altura, Janet interferiu naconversa e comentou:

Desde aquele dia, meu pai nuncamais reclamou de Kevin. Naverdade, ele recomenda osserviços do genro a todos osamigos. “Ele é o melhorencanador da cidade”, diz.“Com Kevin, não tem erro.”Acho que meu pai finalmente seconscientizou de que, no mundomoderno, encanadores são tãoimportantes quanto advogadosou médicos. Na verdade, àsvezes não dá para viver sem

Page 306: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

eles. Do modo como vejo, ocaráter é sempre maisimportante do que a vocação.Acho que meu pai concordaria.

O ato de amor de Kevin, que

usou as habilidades que possuíapara ajudar os sogros, estimulouuma reação emocional positiva porparte do pai de Janet. Desde então,o relacionamento dos doiscontinuou a se desenvolver. O amorgenuíno raramente é rejeitado, masé preciso que alguém tome ainiciativa de amar.

Ao falar sobre como colocar oamor em prática, duas palavras me

Page 307: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

vêm à mente: “bondade” e“paciência”. No grande “capítulodo amor” do Novo Testamento,lemos que o amor é bondoso epaciente (cf. 1Co 13:4).

O AMOR É BONDOSO (GENTIL)Permita-me refletir primeiramentesobre a gentileza, que tem a vercom nosso modo de falar com aspessoas e o jeito como as tratamos.Um dos antigos provérbioshebraicos afirma: “A respostacalma desvia a fúria, mas a palavraríspida desperta a ira” (Pv 15:1).

O relacionamento dos cônjugescom seus parentes pode ser

Page 308: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

melhorado ou piorado dependendode como um fala com o outro. Usarpalavras ofensivas ou um tom devoz alto torna as coisas maiscomplicadas, ao passo que o uso determos carinhosos e gentis facilitatudo. Quando expressa sua raivagritando com um desses parentes,você não está demonstrando amor.O amor é gentil, bondoso. Quandovocê ouve com atenção e, emseguida, compartilha suas opiniõesde maneira calma e educada, estáexpressando amor, embora não sejaobrigado a concordar com o que aoutra pessoa disse. Ao falar comeducação e gentileza, você está

Page 309: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

demonstrando respeito.Se até agora você não demorava

a perder a paciência com osparentes de seu cônjuge edescarregava sua raiva falando altoe usando palavras duras, devoadverti-lo sobre a importância depedir desculpas. Você crioubarreiras emocionais que não serãoremovidas simplesmente com apassagem do tempo. Pedirdesculpas é o primeiro passo noprocesso de mudança de discurso,trocando a rudeza pela gentileza.Nas próximas conversas que tivercom essas pessoas, comece aprestar atenção e mude seu jeito de

Page 310: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

falar.Quando sentir que está

começando a ficar nervoso, peçaum tempo para esfriar a cabeça.Então, num esforço consciente, falecom calma com a pessoa que odeixou nervoso, talvez quasemurmurando. Nos primeirosestágios dessa mudança dediscurso, devemos exagerar namudança. Ao aprender a falar demaneira mais suave, terá dado oprimeiro passo no sentido deexpressar-se com gentileza.

Tendo chegado a esse ponto,você se sentirá à vontade para seconcentrar na reafirmação das

Page 311: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

intenções desses parentes, mesmoque discorde das ideias deles.“Posso ver por que você se senteassim e, se eu estivesse em seulugar, minha reação provavelmenteseria idêntica. No entanto, eugostaria de falar sobre algumascoisas em que pensei e ver se fazemsentido para você.” Comdeclarações dessa natureza, vocêestá aplicando os princípios queabordamos neste livro paraaprofundar o relacionamento comos parentes de seu cônjuge. Está, naverdade, aprendendo a expressaramor a partir de palavras gentis.

A bondade também pode se

Page 312: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

manifestar no modo como tratamosas pessoas. Kevin fez uma gentilezaao consertar o furo no encanamentoque inundou o quintal do sogro semcobrar nada. Iniciativas fortuitas degentileza potencializam essesrelacionamentos. No entanto, abondade vai além desses atos degentileza. Também procura tratar osparentes com cortesia.

As famílias diferem no que dizrespeito àquilo que pode serconsiderado cortesia. Algumasacham que é descortês usar umboné dentro de casa. Outrasacreditam que seja educadolevantar-se quando uma mulher

Page 313: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

entra em determinado ambiente. Háquem acredite que o homem sempredeve abrir as portas para asmulheres. E também existem asboas maneiras à mesa. Paraalgumas famílias, é deseleganteconversar com a boca cheia. Essamesma cortesia exige que o maridoacomode a esposa antes de elemesmo se sentar. Pode ser cortêscolocar o guardanapo sobre o coloe dizer: “Por favor, poderia passaras batatas?”. Toda família tem umsistema próprio de “cortesiascotidianas”. Ficar atento a essascortesias cotidianas e colocá-lasem prática quando a pessoa está na

Page 314: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

companhia dos parentes do cônjugeé uma maneira de potencializar osrelacionamentos.

Seu cônjuge é a melhor fonte dedescoberta e compreensão quandose trata das cortesias cotidianas dafamília dele. Dedique algum tempoa descobrir o que esses parentesconsideram um comportamentoeducado. Coloque tudo no papelcomo forma de se lembrar eprocure pôr em prática essascortesias. Assim, estará dandopassos importantes e positivos paraestabelecer amizade com osfamiliares de seu cônjuge.

Page 315: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

O AMOR É PACIENTEA segunda chave no sentido deamar os parentes do cônjuge é agircom paciência. Você já deve terouvido este clichê: “Roma não foifeita em um dia”. Isso também valepara os relacionamentos. Apaciência tem de se tornar um estilode vida. Não podemos esperar quetodas as nossas diferenças sejamresolvidas da noite para o dia oucom um simples bate-papo. Épreciso tempo e perseverança paraentender o ponto de vista dos outrose negociar alternativas para asdiferenças. Trata-se não só de umprocesso contínuo, mas é também a

Page 316: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

essência, o ponto crucial de nossosrelacionamentos. Não podemosdesenvolver relacionamentospositivos se negligenciarmos oprocesso de comunicação de ideiase sentimentos, buscando oentendimento, a reafirmação unsdos outros e soluções plausíveis.

Não espere perfeição deninguém — nem de você. Emcontrapartida, não se acomode comnada aquém de um relacionamentobaseado em amor. Podemos atéentender recaídas momentâneas.Nenhum de nós muda de repente, eé comum repetir antigos padrões decomportamento. As falhas

Page 317: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

pressupõem pedidos de desculpas,e pedidos de desculpas pressupõemperdão. Quando estamos dispostosa admitir nossas falhas e pedirdesculpas, é provável querecebamos o perdão, e assimnossos relacionamentos podemseguir adiante de maneira positiva.O amor é a maior força do mundopara o bem. A bondade e apaciência são dois dos maisimportantes aspectos do amor.Aprenda a desenvolver esses traçose saberá como construir a amizadecom os parentes de seu cônjuge.

Page 318: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

■COLOCANDO OS PRINCÍPIOSEM PRÁTICA

1. Procure umaoportunidade deperguntar a um dosparentes de seu cônjuge:“De que maneira possoajudar você?”.

2. Você consegue selembrar de um tempo noqual você falava deforma grosseira com umdesses parentes? Jápediu desculpas porisso? Se ainda não o

Page 319: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

fez, qual é o motivo?3. Que atos de bondade

você colocou em práticaem relação a essesparentes ultimamente? Oque poderia fazer nospróximos dias?

4. Que tipo de “cortesiascotidianas” vocêprecisa oferecer parapotencializar orelacionamento comsogros, genros oucunhados?

Page 320: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Conclusão

Conclus�o

RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS comos parentes do cônjuge constituemum dos mais importantes recursosdos quais podemos dispor na vida.Viver em harmonia, encorajando eapoiando uns aos outros em nossasbatalhas diárias, pode nos ajudar aalcançar nosso melhor potencial emrelação a Deus e pelo bem domundo. Em contrapartida,relacionamentos complicados comesses parentes podem se tornar umafonte de profunda dor emocional.Quando existem ressentimentos,

Page 321: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

mágoas ou reservas entre eles,significa que há mais uma famíliaproblemática no mundo.

Os sete princípios quecompartilhei com você neste livroajudaram centenas de casais adesenvolver relacionamentospositivos tanto com os parentesdele quanto com os dela. Esperoque você não se conforme apenasem ler este livro. Meu maisprofundo desejo é que busque comsinceridade aplicar essesprincípios na trama de sua vidadiária. Isso exigirá investimento detempo e esforço, mas asrecompensas serão duradouras.

Page 322: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Potencializar os relacionamentosé, de fato, um empreendimento quevale a pena. Quando você faz issona relação com os parentes de seucônjuge, torna a vida maisprazerosa para seus filhos e netos.Meu desejo sincero é que este livroajude você a aprender como ouvir,demonstrar respeito, pedir ascoisas, oferecer a liberdade, falarpor si, buscar a negociação e,acima de tudo, amar as pessoas. Secolocar esses princípios emprática, posso garantir que orelacionamento com esses parentesserá fortalecido. Você pode atéestabelecer uma amizade genuína

Page 323: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

com eles.Se você considerar úteis essas

diretrizes, espero que venha acompartilhá-las com seus amigos. Éprovável que eles também estejamlutando com problemas norelacionamento com os parentes.Acredito que os princípiosdescritos neste livro podem ajudarmilhares de casais a desenvolverrelações positivas com os parentesdo marido e da esposa. Se issoacontecer, eu ficarei muito feliz.

Page 324: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

Algumas coisas que vale a pena lembrar

Algumas coisas que vale apena lembrar

O propósito de ouvir édescobrir o que se passana mente e no coraçãodas pessoas. Seentendermos o motivoque as leva a fazer o quefazem, nossas reaçõespoderão ser maisadequadas.Os relacionamentos sãodesenvolvidos à medidaque as pessoas procuramcompreender umas às

Page 325: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

outras. As interrupções eas discussões osdestroem.Declarações afirmativasnão significamnecessariamente quevocê concorda com ascoisas que essa pessoadisse. Indicam apenasque você ouviu portempo suficiente para vero mundo por meio dosolhos dela e entenderque, em sua mente, amaneira de agir dela fazsentido. Você estáafirmando a humanidade

Page 326: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

dessa pessoa, dando-lheo direito de pensar esentir as coisas demaneira própria,diferente da dos outros.O respeito me leva areconhecer que osparentes de meu cônjugetêm direito à mesmaliberdade que Deusconcede a mim e a todosos seres humanos: aliberdade de serdiferente. Portanto, nãotentarei impor minhaopinião sobre essaspessoas. Em vez disso,

Page 327: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

quando eu tiver deconfrontá-las por algummotivo, buscarei umasolução que demonstraráo meu respeito pornossas diferenças.As diferenças religiosascostumam se tornar fatorde divisão durante ocasamento. Elas tambémpodem criar barreiraspara um relacionamentopleno com sogros,genros, noras ecunhados.A invasão deprivacidade é uma área

Page 328: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

de frequentes conflitosentre o casal e osparentes de cadacônjuge. Entretanto,quando o jovem casaldemonstra respeito pelasintenções dos pais eparentes e compartilhaabertamente suasfrustrações, a maiorparte dos problemaspode ser resolvida.A pessoa madura estásempre buscando asabedoria, mesmo quevenha das palavras dasogra. Quando os pais e

Page 329: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

outros parentes de um oude outro cônjuge fazemsugestões, suas propostasdevem ser devidamenteconsideradas. Afinal decontas, eles são maisvelhos e, talvez, maissábios do que nós.É necessário aprender arespeitar aspeculiaridades dosparentes do cônjugequando buscamosharmonia norelacionamento com eles.Na verdade, setivéssemos de brigar

Page 330: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

com essas pessoas acada questão que nosaborrece, passaríamos oresto da vida em umcampo de batalha.Quando começamos umafrase com “você”,falamos como setivéssemos oconhecimento definitivoda situação. Narealidade, estamosapenas expressandonossa percepção arespeito da pessoa. Taisdeclarações sãorecebidas como

Page 331: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

condenatórias, e éprovável que venham aestimular uma reaçãodefensiva por parte dosparentes do cônjuge.Quando você fala por si,suas declarações têmlegitimidade. Estárevelando os seuspensamentos, os seussentimentos, os seusdesejos e as suaspercepções. “Eu acho...”;“Eu sinto...”; “Eugostaria...”; “Minhapercepção a respeitodisso é...” Todas essas

Page 332: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

declarações são válidasporque revelam o queestá se passando em seuinterior. Você estáfalando por si.Negociar é discutir umaquestão com o objetivode chegar a um acordo.A negociação é o opostoda obstinação e doressentimento. Quandonegociamos, estamosoptando por crer que háuma resposta e, com aajuda de Deus, nós aencontraremos.Não podemos obrigar os

Page 333: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

parentes do cônjuge afazer o que acreditamosser “a coisa certa”.Podemos e devemosfazer pedidos a eles. Sequeremos alguma coisa,isso deve serverbalizado.A maior dádiva que ospais podem oferecer aosfilhos casados é o domda liberdade.O amor não é umsentimento. Trata-se deuma atitude, umcomportamento, umaforma de pensar. O amor

Page 334: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

é a atitude que declara:“Escolho cuidar de seusinteresses. De quemaneira posso ajudarvocê?”. Uma atitude deamor conduz a umcomportamentoigualmente amoroso.O relacionamento doscônjuges com seusparentes pode sermelhorado ou pioradodependendo de como umfala com o outro. Usarpalavras ofensivas oufalar alto torna as coisasmais complicadas, ao

Page 335: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

passo que o uso determos carinhosos egentis facilita tudo.Não podemos esperarque todas as nossasdiferenças sejamresolvidas da noite parao dia ou com um simplesbate-papo. É precisotempo e perseverançapara entender o ponto devista dos outros enegociar alternativaspara as diferenças.Trata-se não só de umprocesso contínuo, mas étambém a essência, o

Page 336: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

ponto crucial de nossosrelacionamentos.

Page 337: Como Lidar Com a Sogra - Chapman, Gary

CompartilheCompartilhe suas impressões de leitura

escrevendo para:opiniao-do-

[email protected] nosso site:

www.mundocristao.com.br