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Em 2016 Versão Simplificada do Relatório e Parecer do Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral do Estado de 2016 Como Foi Usado o Seu Dinheiro?

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Em 2016Versão Simplificada do Relatório e Parecer do

Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral

do Estado de 2016

Como Foi Usado o Seu Dinheiro?

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Índice

Apresentação.......................... 3

Estrutura do documento.....4

Orçamento do Estado.............5

Despesa Pública.....................12

Dívida Pública.........................20

Património do Estado..........30

Parecer.......................................34

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Apresentação

A Assembleia da República (AR), pela Lei n. 9/2015, de 29 de De-

zembro, autorizou o Governo a arrecadar receitas e realizar

despesas do funcionamento como salários dos funcionários,

combustíveis, água e luz, etc, e de investimento como a cons-

trução de estradas e pontes, escolas, centros de saúde, etc.

O Governo, após executar o Orçamento do Estado, compilou toda a informação

sobre as receitas que cobrou e as despesas que pagou num documento, a Conta Geral

do Estado de 2016, e remeteu à AR e ao Tribunal Administrativo (TA). O Tribunal

analisou esta Conta e emitiu o respectivo Relatório e Parecer, para a AR que os usa na

análise e aprovação da Conta.

Sobre a Conta Geral do Estado de 2016, o TA emitiu o Relatório e o Parecer de

que preparou a presente versão simplificada.

Para os detalhes e aprofundamento dos assuntos apresentados neste documento, o

leitor poderá consultar a versão completa do Relatório e do Parecer sobre a Conta Ge-

ral do Estado (RPCGE) de 2016, disponível na página da internet do TA, no endereço

www.ta.gov.mz, e na sede do TA, em Maputo.

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Estrutura do Documento

O documento encontra-se estruturado da seguinte forma:No Capítulo I – Processo Orçamental, trata das seguintes matérias:

a) Os valores do Orçamento de 2016, aprovados pela Assembleia da

República, através da Lei n.º 9/2015, de 29 de Dezembro, e do Orçamen-

to rectificativo, aprovado pela Lei n.º 7/2016 de 2 de Agosto;

b) A autorização dada ao Governo, pelo artigo 8 da primeira lei, para introduzir

modificações às dotações orçamentais ;

c) A delegação, dada ao Ministro da Economia e Finanças e outros órgãos e ins-

tituições do Estado, de competências para procederem a alterações de dotações orça-

mentais em cada nível, pelo Decreto n.º 1/2016, de 1 de Fevereiro .

No Capítulo II – Despesa, é analisada a execução:

a) Da despesa nas duas componentes do Orçamento (Funcionamento e Investi-

mento), segundo os limites estabelecidos na Lei Orçamental;

b) Dos projectos de Investimentos financiados através da Indústria Extractiva.

No Capítulo III – Património do Estado:

a) É feita a apreciação do processo de inventariação dos bens do Estado, sua ava-

liação e amortização;

b) São analisados os dados contidos no Anexo Informativo 7 da Conta Geral do

Estado – Inventário do Património do Estado, os quais são comparados com os apu-

rados nas auditorias realizadas a diversas entidades públicas e informações adicionais

recolhidas por este Tribunal, na Direcção Nacional do Património do Estado e outras

entidades.

A Dívida Pública é apresentada no Capítulo IV, em que são analisadas as obriga-

ções financeiras assumidas com entidades públicas e privadas, dentro e fora do terri-

tório nacional, em virtude de leis, contratos e acordos e da realização de operações de

crédito contraido pelo Estado.

As principais constatações e recomedações do TA sobre a Conta Geral do Estado

de 2016, estão vertidas no Parecer.

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ORÇAMENTO DO ESTADO

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I – COMO É FEITO O ORÇAMENTO DO ESTADO?

Para o leitor conhecer melhor o processo poderá consultar as versões simplificadas

dos Relatórios e Pareceres sobre as Contas Gerais do Estado de 2009, 2011, 2013 e 2015,

disponíveis no site do TA (www.ta.gov.mz).

Orçamento do Estado é o documento no qual estão previstas as receitas a arrecadar,

fixadas as despesas a realizar, bem como o financiamento do défice orçamental, num

determinado ano. O Orçamento do Estado de 2016 enquadra

-se no Programa Quinquenal do Governo 2015-2019,

aprovado pela Assembleia da República (AR), no dia

7 de Maio de 2015.

Para a sua implementação e controlo, o Pro-

grama Quinquenal do Governo é dividido por

anos. Para cada ano, há um Plano Económico e Social (PES) no qual são definidos os objectivos

nos sectores da Saúde, Educação, Agricultura, Obras

Públicas entre outros.

Uma vez o PES aprovado, o Governo submete à

AR, até ao dia 30 de Setembro de cada ano, a pro-

posta do Orçamento do Estado (OE). Depois

de apreciar a proposta, a AR aprovou o Orça-

mento do Estado de 2016, através da Lei n.º

9/2015, de 29 de Dezembro, a chamada Lei Orçamental, a qual foi rectificada através

da Lei n.º 7/2016, de 2 de Agosto .

Plano Económico e Social é um documento elaborado

pelo Governo em que constam os objectivos e prioridades centrais

para um determinado ano.

O n.º 3 do artigo 130

da CRM estabelece que a proposta

de Lei do Orçamento do Estado é elabo-

rada pelo Governo e submetida à Assem-

bleia da República, devendo conter informa-

ção sobre as previsões de receitas, os limites

das despesas, o financiamento do défice e

todos os elementos que fundamentam

a política orçamental.

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Quadro n.º 1 - Orçamento do Estado

Designação Orçamento Inicial

Orçamento Rectificativo

Receitas Total dos Recursos 246.070.425 243.358.161Receitas Correntes 173.321.766 162.353.547Receitas de Capital 72.848.660 81.004.614

Défice Empréstimos 44.861.257 59.618.156Donativos 24.800.000 18.199.056

Despesas Total de Despesas 246.070.425 243.358.161Componente de Funcionamento 162.204.931 167.343.277Despesas Correntes 135.686.570 142.938.647Despesas de Capital 26.518.360 26.518.360Componente de Investimento 83.865.495 76.014.885

Fonte: Mapa A das Leis n.º 9/2015, de 29 de Dezembro e n.º 7/2016, de 2 de Agosto

No quadro a seguir, são apresentados os montantes globais do Orçamento do Es-

tado, onde é fixado o montante da receita a cobrar e das despesas a realizar, o défice

orçamental, assim como o orçamento rectificativo.

1.1 – QUAIS OS VALORES PREVISTOS PARA O ORÇAMENTO DO ESTADO EM 2016?

Orçamento Rectificativo

A Lei n.º 7/2016, de 2 de Agosto, alterou os limites inicialmente aprovados pela

Lei n.º 9/2015, de 29 de Dezembro.

A proposta de alterações dos limites orçamentais tinha em vista acomodar os

efeitos decorrentes da revisão em baixa das receitas internas, a redução dos recur-

sos externos, bem como o incremento do serviço da dívida pública causado pela

depreciação do Metical.

(Em mil Meticais)

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Verifica-se, na tabela anterior, que o valor total do

Orçamento do Estado inicialmente aprovado foi de

246.070.425 mil meticais, tendo sido rectificado

para 243.358.161 mil Meticais, o que mostra que

houve uma redução de 2.712.264 mil Meticais.

A diminuição em causa, resultou da previsão em

baixa das Receitas Correntes que, de 173.221.776

mil Meticais passaram para 162.353.547 mil

Meticais, uma redução de 6,3% e, dentro destas, as Tributárias,

que passaram de 165.644.125 mil Meticais para 155.059.169 mil Meticais, corresponden-

tes a 6,4%. A dotação prevista nos Empréstimos Internos registou um acréscimo as-

sinalado (185,7%).

Relativamente à Despesa, o Investimento sofreu uma redução de 7.850.610 mil Me-

ticais e o Funcionamento, um aumento de 5.138.346 mil Meticais.

Nota-se, ainda, que as Receitas previstas (165.540.949 mil Meticais) cobrem apenas

66,7% das necessidades de financiamento das despesas orçamentadas (243.358.161 mil

Meticais) , sendo que o Défice Orçamental (77.817.212 mil Meticais) corresponden-

te a 32 %, é coberto por Empréstimos Externos, no valor de 37.850.408 mil Meticais

(15,6%), Internos de 21.767.748 mil Meticais (8,9 %) e Donativos de 18.199.056 mil

Meticais (7,5%).

1.2 - ORÇAMENTO DO ESTADO POR PRIORIDADES E PILARES

Por Prioridades e Pilares, as dotações do Orçamento foram de:

– 30,9% para o desenvolvimento do Capital Humano e Social;

– 21,5 % promover um ambiente macroeconómico equilibrado;

– 17,1% desenvolver Infraestruturas Económicas e Sociais;

– 15,6 consolidar o Estado de Direito, Boa Governação e Descentralização;

– 8,0% para Consolidação da Unidade Nacional, Paz e Soberania;

– 4,7% promover o Emprego, Melhoramento da Produtividade;

– 2,0% assegur a Gestão Sustentável dos Recursos Naturais e Ambiente;

Receitas Correntes são fundos provenientes da

cobrança de impostos e taxas, destinadas a cobrir as despesas de

manutenção das actividades do Estado.

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Gráfico n.º 1 - Distribuição do Orçamento por Âmbito Territorial

0

50000

100000

150000

200000

Autarquico DistritalProvincial Central

– 0,3% reforçar a Cooperação Internacional.

1.3 - DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL DO ORÇAMENTO DO ESTADO

Na distribuição territorial do orçamento, de acordo com o gráfico abaixo, nota-se que aos órgãos e insti-tuições de nível central foram destinados 169.611 milhões de Meticais, o equivalente a 68,2% do valor total orçamentado (248.748 milhões de Meticais). Deste montante, coube aos órgãos e instituições do Âmbito Provincial o valor de 36.784 milhões de Meticais (14,8%), aos de âm-bito Distrital, 38.893 milhões de Meticais (15,6%) e ao Autárquico, 3.460 milhões de Meticais (1,4%).

No Âmbito Pro-vincial, as maiores dotações

foram destinadas à Província de Nampula, 5.203 milhões de Meticais (2,1%), seguidamente da Cidade de Maputo, 4.244 milhões de Meticais (1,7%) e a Província da Zambézia,

com 3.807 milhões de Meticais (1,5%).

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As Despesas de Orçamento do Estado em 2016, foram fi-

nanciadas em 63,7% pelas Receitas Tributárias, no valor de

(155.059.169 mil Meticais), por 24,5 % em Empréstimos,

(59.618.156 mil Meticais) e Donativos com (18.199.056) 7,5%,

ambos no grupo das Receitas de Capital.

Fontes de Financiamento do Orçamento do Estado

Receitas Tributarias 155.059.169 Contribuições Sociais 3.093.446Receitas Patrimoniais 377.764Vendas de Bens e Serviço 3.313.084Outras Receitas Correntes 180.608Alienação do Patrimonio de Estado 31.187.403Fonte: Mapa A das Lei n.º 9/2015, de 29 de Dezembro e n.º 7/2016, de 2 de Agosto

As outras fontes de financiamento, como se pode observar, foram as receitas de

Vendas de Bens e Serviços, que contribuíram com 3.313.084 (1,4%), seguidamente as

Contribuições Sociais, no valor de 3.093.446 (1,3%), Alienação do Património do Esta-

do financiaram com 31.187.403 (1,3%), e, por último, as Receitas Patrimoniais e Outras

Receitas Correntes, com 377.764 (0,2%) e 180.608, (1%), respectivamente.

(Em mil Meticais)

1.4 - FONTES DE FINANCIAMENTO DO ORÇAMENTO DO ESTADO DE 2016

Receita Tributária - Toda

a fonte de renda que deriva da arrecadação

de tributos (Impos-tos, Taxas, Contri-

buições, etc.)Receitas de

Capital - prove-nientes de operações de crédito, alineação de bens, amortização

de emprestimos, etc

Quadro n.º 2 Fontes de Financiamento do Orçamento

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O que se apurou das auditorias?

No e-SISTAFE, persistem registos de acréscimos e reduções de dotações or-çamentais, sem documen-tos que os fundamentam; transferências e redistri-buições orçamentais con-tinuam sendo efectuadas sem a observância das re-gras de delegação de com-petências, plasmadas no respectivo Decreto, anual-mente aprovado pelo Con-

selho de Ministros.

A Direcção Nacional da Planificação e Orçamento e as Direcções Provinciais da Economia e Finanças, na qualidade de Unidades Intermédias e de Super-visão do Subsistema do Orçamento do Estado, em alguns casos, não mantêm organizados os arquivos dos processos de alter-ações orçamentais por si registadas, no e-SISTAFE, e raras vezes comunicam aos órgãos e instituições, sobre o êxito ou não da alteração requerida.

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Despesa

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A execução dos diversos sectores económicos e sociais,

foi em termos globais de 83,0% e o dos Restantes Secto-

res, 91,5%. Observa-se, ainda, que a execução da despesa

total fixou-se em 88,7%, com as Operações Financei-ras a registarem uma execução de 99,8% e os Encargos

da Dívida, 100,0%. Em relação ao Âmbito Autárquico , foi

fixado o valor de 2.026.215 mil Meticais.

Operações financeiras - abran-

gem as transações que conduzem à variação de acti-

vos e passivos mobiliários ou financeiros do

Estado.

II. DESPESAS PÚBLICA

Em 2016, a Despesa do Estado foi de 220.626.460

mil Meticais, segundo a classificação funcional.

No quadro abaixo, os Serviços Públicos Gerais des-

tacam-se, com a maior parte dos gastos tendo sido fixado

o valor de 72.623.959.00 mil Meticais, seguido pelo sector da

Educação com 44.146.262.00 mil Meticais e Assuntos Económi-

cos, com 37.619.286.00 mil Meticais, respectivamente

Despesa - despêndio, pelo Estado, de dinheiro ou em espé-

cie, seja qual for a sua proveniência ou natureza, com ressalva daquelas em que o beneficiário se encontra

obrigado à reposição dos mesmos.

Função Dotação Actualizada RealizaçãoServiços Públicos Gerais 79.282.564.00 72.623.959.00Defesa 7.989.103.00 7.825.934.00Segurança e Ordem Pública 18.881.065.00 18.698.425.00Assuntos Económicos 47.162.042.00 37.619.286.00Protecção Ambiental 1.594.515.00 1.296.738.00Habitação e Desenvolvimento Colectivo 12.392.685.00 9.256.500.00Saúde 25.163.880.00 19.466.602.00Recreação, Cultura Religião 1.434.465.00 1.410.170.00Educação 46.232.911.00 44.146.262.00Segurança e Acção Social 8.615.183.00 8.282.584.00Total da Execução por Funções 246.748.413.00 220.626.460Fonte: Mapa I.1.1 da CGE de 2016

Quadro n.º 3 - Classificação Funcional da Despesa(Em mil Meticais)

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Quadro n.º 4 - Despesa dos Sectores/Instituições nas Áreas Económicas e Sociais

Sectores Económicos e Sociais Execução P e s o %

Educação 46.900.577 26.8Saúde 20.413.280 11.7Infra-estruturas 20.047.671 11.5Agricultura e Desenvolvimento Rural

8.852.718 5.1

Sistema Judicial 4.083.617 2.3Outros Sectores Prioritários 4.783.915 2.7Total Sectores Económicos e Sociais

105.081.778 60

Restantes Sectores 69.966.649 40Despesas sem Encargos da Dívida e Operações Financeiras

175.048.426 100

Encargos da Dívida 16.308.926Operações Financeiras 29.269.510Despesa Total 220.626.826Fonte: Mapa I- 1- 2 da CGE de 2016. Mapa III

Os Sectores de Infraestruturas, Agricultura e Desenvolvimento Rural são os que

registaram níveis de execução abaixo de 72,0%. Relativamente ao peso, na Despesa to-

tal, sem Encargos da Dívida, observa-se, no quadro abaixo, que o Sector da Educação

é o que apresenta maior expressão, com 26,8%, seguido dos sectores da Saúde e das

Infraestruturas, com 11,7%, e 11,5%, respectivamente.

(Em mil Meticias)

2.1 - DESPESAS DE FUNCIONAMENTO

O quadro a seguir demonstra que o Governo, em 2016, alocou 141.072.681 mil

Meticais para as Despesas de Funcionamento, deste valor, 77.393.109 mil Meticais

correspondem às despesas de Âmbito Central, tendo sido fixado 77.314.862. mil Meti-

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Quadro n.º 5 - Distribuição Territorial das Despesas de Funcionamento

Âmbito Correntes Capital Sub -TotalCentral 77.314.862 78.247 77.393.109Provincial 27.329.984 17.410 27.347.394Distrital 34.123.519 49.548 34.173.063 Autárquico 2.173.160 ................ 2.173.160

TOTAL 141.072.671

Fonte: Mapa III da CGE de 2016

(Em mil Meticais)

cais para as despesas correntes e 78.247 mil Meticais para as

de capital.

Para o Âmbito Provincial, couberam 27.347.394 mil

Meticais, dos quais 27.329.984 mil Meticais correspon-

dem às despesas correntes e 17.410 mil Meticais às de Ca-

pital. No Distrital, a quantia foi de 34.173.063 mil Meticais

dos quais, 34.123.519 mil Meticais para as despesas correntes

Despesas de Funcionamento –

gastos feitos pelo Estado para pôr a sua máquina a

funcionar.

2.2 - DESPESAS DE INVESTIMENTOS

Mostra–se no quadro que, as Despesas de Investimento em 2016, totalizaram

50.270.594 mil Meticais, dos quais 40.441.941 mil Meticais, foram alocados às despe-

sas de Âmbito Central, 6.273.421 mil Meticais,

ao Provincial, 2.363.806 mil Meticais, ao Distrital e

1.191.426 mil Meticais, no Autárquico.

É de salientar que, em 2016, houve uma redução

de 21,5% correspondente a 50.270.594 mil Meticais de

investimentos comparado com o ano anterior em que

a execução do valor foi de 64.078 mil Meticais.

Despesas de Investi-mento - são os gastos que

o Estado faz com vista ao au-mento do seu património.

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Âmbito Correntes Capital Sub -TotalCentral 16.498.450 23.943.491 40.441.941Provincial 3.599.197 2.674.224 6.273.421Distrital 965.023 1.398.784 2.363.806Autárquico 1.191.426 .................... 1.191.426

TOTAL 50.270.594Fonte: Mapas IV - 1 a IV- 4 da CGE de 2016

Quadro n.º 6 - Distribuição territorial das despesas de Investimento

(Em mil Meticais)

As Despesas de Investimento foram pagas por:

– Financiamento Interno de 23.628.508 mil Meticais, sendo 18.078.354 mil Me-

ticais (76,5%), de Âmbito Central e o remanescente aos níveis Provincial, 2.946.418

(12,5%), Distrital, 1.412.311 (6,0%) e Autárquico, 1.191.426 (5,0%) respectivamente.

– Financiamento Externo de 26.642.086 mil Meticais, sendo 22.363.587 mil

Meticais (83,9%), de nível Central e o remanescente foi executado pelas províncias,

3.327.004 (12,5%) e distritos 951.495 (3,6%), não tendo sido canalizados recursos exter-

nos para o nível autárquico.

2.3 – FUNDO DE COMPENSAÇÃO AUTÁRQUICA

O Orçamento do Estado fixou o limite de 2.032.265

mil Meticais, para o Fundo de Compensação Au-tárquica, na Componente Funcionamento. Desta

dotação, foram transferidos 2.026.215 mil Meti-

cais, correspondentes a 99,7%.

Do valor transferido, 18,5%, 9,1%, 8,7% e 6,5%,

foi para as Autarquias das Cidades de Maputo, Beira,

Matola e Nampula, respectivamente.

Fundo de Com-pensação Autárquica

– destinado a complementar os recursos orçamentais das au-tarquias. É constituído por 1,5% das receitas fiscais previstas no

respectivo ano económico

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Em 2016, foram gastos 1.912.129 mil Meticais em Subsídios, dos quais 1.110.856 mil

Meticais (58,1%) às Empresas e 801.273 mil Meticais (41,9%), aos Preços. Relativamente

as empresas, que receberam subsídio do Estado apresentam uma situação líquida nega-

tiva, tanto no início quanto no fim do exercício, situando– se os seus proveitos abaixo.

2.5 – FUNDO DE INVESTIMENTO DE INICIATIVA AUTÁRQUICA

Em 2016, a dotação do Fundo de Investimento de Iniciativa Autárquica, foi de

1.275.751 mil Meticais, valor actualizado, na CGE, para 1.279.033 mil Meticais, dos

quais foram transferidos 1.191.426 mil Meticais para as Autarquias.

Relativamente ao peso, temos em destaque os municípios da Cidade de Maputo,

com 11,8%, da Cidade da Beira, com 8,4%, da Cidade da Matola, com 7,9%, e da Cida-

de de Nampula, com 5,1%.

2.6 – PROJECTOS DE INVESTIMENTO FINANCIADOS ATRAVÉS DAS RECEITAS DA INDÚSTRIA EXTRACTIVA

Em 2016, o Governo fixou o valor de 22.807 mil Meticais para a execução de Pro-

jectos de Investimento Financiadas através das Receitas da Indústria Extractiva do

País. O quadro a seguir mostra a implementação dos projectos em alusão. Os projectos

de Investimentos financiados através da Indústria Extratractiva tiveram lugar em 4

províncias:

A Província de Inhambane destacou-se com maior parte do orçamento fixado em

8.126 mil meticais, para conclusão de aquisição de uma ambulância, construção de

sanitários, reabilitação do edifício para Radio e Televisão, montagem de 4 sistemas de

abastecimento de água, aquisição de alfaias agrícolas.

Seguidamente a província de Tete com 6.392 mil meticais, para a aberturas de 3

furos de água e 2 sistemas de abastecimento, no bairro 25 de Setembro, aquisição de

215 carteiras duplas e 8 secretárias com as respectivas cadeiras.

2.4 – CONCESSÃO DE SUBSÍDIOS

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Quadro n.º 7 – Projectos de Investimento Financiados Através das Receitas da Indústria Extractiva

Província Distrito Comunidade Projecto/ Actividade ValorInhambane Inhassoro Mangugumente Conclusão de aquisição de

uma ambulância2.307

Nhacolo e Man-gugumente

Construção de Sanitários 1.332

Sede Reabilitação do edifício para Radio e Televisão

400

Pande Montagem de 4 sistemas de abastecimento de água

3.695

Aquisição de alfaias agrícolas

392

Sub-total 8.126Cabo-Del-gado

Comunidade do posto adminis-trativo de Nha-manhumbir

Construção de 6 fontes de abastecimento de água ereabilitação de 18

5. 251

Sub-total 6.129Tete Moatize Bairro 25 de

Setembro, Benga e Cateme

Aberturas de 3 furos de água e 2 sistemas de abastecimento de agua no bairro 25 de Setembro

1.531

Sub-total 6.392Nampula Nathaca

TopuitoConstrução e ampliação de mercado

2.160

Sub-Total 2.160Total 22.807Fonte: CGE 2016

Para Cabo-Delgado, foram gastos 6.129 mil Meticais para construção de 6 fontes

de abastecimento de água, consultoria em sistemas de engenharia, combustível e lubri-

ficantes e monitoria da execução de programas e planos definidos.

Por fim, a província de Nampula com o baixo orçamento de 2.160 para a constru-

ção e ampliação de mercado.

(Em mil Meticais )

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O que se apurou das auditorias?

Há pagamento de despesas com recurso a verbas inapropriadas, bem como

o registo de pagamento de despesas de anos anteriores, sem inscrição da verba

apropriada, nos respectivos orçamentos;

No exercício económico de 2016, foram registados baixos níveis de exe-

cução orçamental, em alguns projectos de Investimento Interno de Âmbito

Central.

Na celebração dos contratos de fornecimento de bens, prestação de servi-

ços, empreitada de obras públicas, consultoria e arrendamento, nem sempre

foram cumpridas as normas e os procedimentos instituídos sobre esta matéria,

por parte das instituições auditadas.

Relativamente às Empresas Públicas auditadas, apurou-se que:

Cinco empresas, das que receberam subsídios do Orçamento do Estado,

continuam a apresentar situação líquida negativa, tanto no início, como no fim

do exercício;

Foram fixadas remunerações dos membros do Conselho de Administra-

ção (CA) e do Conselho Fiscal (CF) sem os despachos conjuntos dos ministros

das tutelas sectoriais e da Economia e Finanças como estabelece o Decreto n.º

84/2013, de 31 de Dezembro;

Foram pagas despesas com o pessoal em valores, superiores a 30,0% dos

custos operacionais contrariando o fixado no n.º 2 do artigo 36 do Regulamen-

to da Lei das Empresas Públicas, aprovado pelo Decreto n.º 84/2013, de 31 de

Dezembro.

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Dívida Pública

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Em 2016, a Dívida Pública foi de

701.708 milhões de Meticais, significan-

do um aumento acentuado de 62,3%,

comparativamente ao ano de 2015, em

que foi de 432.233 milhões de Meticais.

De 2012 a 2016, a Dívida Pública Ex-

terna cresceu 323,3% e a Interna 269,5% .

Quanto ao peso, a Dívida Externa repre-

senta 87,5% da total.

Em termos de desembolsos, foram desembolsados 166.338.730 mil Meticais, dos

quais 36.310.738 mil Meticais, de Dívida Externa e 130.027.992 mil Meticais, da In-

terna. No que concerne ao Produto Interno Bruto (PIB) no quinquénio, a dívida tem

vindo a crescer mais, tendo em 2016, assumido o crescimento de 101,8%, em 2012 e

2013 com 40,6% e 44,0% , e por fim 2014 e 2015 com 48,9% e 73,3%, respectivamente.

Dívida Pública -

todo o dinheiro que o Estado

deve a terceiros, dentro (Dívida Inter-

na) ou fora do país (Dívida Externa. O

conceito da dívida pública está relacionado

com o conceito de défice orçamental.

Aliás, é em parte devido aos défices

orçamentais que existe dívida

pública.

III – EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA

A Dívida Externa, em 2016, situou-se em 8.624,8 milhões de Dólares Norte Ame-

ricanos, um crescimento de 6,7%, comparativamente ao ano de 2015, em que foi de

8.081 milhões de Dólares Norte Americanos.

O gráfico a seguir faz uma demonstração da evolução do Stock da Dívida Pública

Externa no quinquénio e mostra que em 2012 e 2013, a Dívida Multilateral foi superior

à Bilateral mas nos anos seguintes, a Bilateral registou um crescimento superior ao da

Multilateral.

3.1 – DÍVIDA EXTERNA

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Gráfico n.º 2 – Evolução do Stock da Dívida Pública Externa no Quinquénio

De 2013 para 2014 a variação da Dívida Mul-tilateral foi negativa, tendo sido sempre positiva

nos quatros restantes anos. A maior variação

registou-se em 2013, quando atingiu 15,6%, se-

guida de 2015, com 10,6%, conforme ilucida o

quadro a seguir.

3.2 - DÍVIDA MULTILATERAL

Dívida Multilateral - quando contraída junto de organismos Internacionais,

como o FMI, BIRD, etc.

Tipos de Divída 2012 2013 2014 2015 2016Multilateral 2.926,9 3.383,1 3.291,1 3.640,4 3.793,8Bilateral 1.902,4 2.415,2 3.766,8 4.440,6 4.831,0 Externa 4.829,3 5.798,3 7.067,9 8.081,0 8.624,8

Fonte: CGE 2016

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3.3 – DÍVIDA BILATERAL

A Dívida Bilateral, em 2016, fixou-se em 4.825,6 milhões de Dólares Norte Ame-

ricanos, significando um ligeiro aumento de 8,7% em relação

ao exercício de 2015, em que a mesma situou-se em 4.440,6

milhões de Dólares Norte Americanos. Nesta evolução, ti-

veram maior influência no crescimento da Dívida Bilateral

os créditos contraídos com a China e o Credit Suisse que

representam 37,3% e 15,9%.

Dívida Bilateral - quando contraída junto de

Estados.

Ano Total Variação2012 2,926,8 9,22013 3.383.1 15,62014 3.292.3 2,72015 3.640.4 10,62016 3.793.8 4,2

Fonte: Anexo Informativo

Quadro n.º 8 – Variação da Dívida Multilateral

3.4 – DÍVIDA INTERNA

A Dívida Interna, em 2016, foi de 87.709.649 mil Meticais (26%),

compreendendo os saldos do Banco Central, com 34.528.054 mil Me-

ticais, Bilhetes do Tesouro, com 11.812.332 mil Meticais, Obrigações

do Tesouro, com 21.664.150 mil Meticais e Outras Dívidas, com

19.705.113 mil Meticais.

De 2012 a 2016, o Stock da Dívida interna registou um crescimen-

to de 269,5%, determinada pelo aumento verificado no Banco Central, de

1.050,9%. Os valores dos Bilhetes de Tesouro, Obrigações do Tesouro e de Outras Dí-

vidas internas tiveram uma variação negativa de 49,7%, 0,1% e 6,5%, respectivamente.

O Stock de Divida é, o valor

acumulado da dívida, ao longo dos anos, num determinado

momento.

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3.5 – CRÉDITOS EXTERNOS CONTRAÍDOS EM 2016

De acordo com o Relatório da Dívida Pública, da Direcção

Nacional do Tesouro, em 2016, foram celebrados 6 Acordos

de Empréstimos Concessionais, para o financiamento de

programas e projectos de desenvolvimento sócio-econó-

mico do País, no valor de 125,4 milhões de Dólares Norte

Americanos.

Dos créditos celebrados, 6,4 milhões de Dólares Norte Ame-

ricanos foram contraídos junto da Áustria, 109 milhões de Dólares

Norte Americanos junto do Banco Mundial, através da IDA e 10 milhões de Dólares

Norte Americanos junto do BADEA.

Em relação aos desembolsos, em 2016, o valor total foi de 510,1 milhões de Dólares

Norte Americanos, dos quais 296,1 milhões de Dólares Norte Americanos resultam

de fontes bilaterais e 214,0 milhões de Dólares Norte Americanos, de fontes multilate-

rais. Em termos de peso de desembolsos as fontes bilaterais contribuíram com 58,0%,

contra 42,0% das multilaterais.

Empréstimos Concessionais - em-

préstimos que oferecem taxas de juros próximos de zero e que são destinados

a países de baixa renda.

3.6 – EMPRÉSTIMOS REALIZADOS COM AVALES E GARANTIAS

Nos anos de 2013 e 2014, o Estado Moçambicano emitiu garantias a favor das em-

presas Proíndicus, SA, no valor de 622 milhões de Dólares Norte Americanos, e da

Mozambique Asset Management, em 535 Milhões de dólares americanos, montantes

que superaram os limites fixados nas leis orçamentais daqueles anos.

3.7 – DÍVIDA DA MOZAMBIQUE ASSET MANAGEMENT, SA (MAM)

A MAM,SA, contraíu um empréstimo de 535 Milhoes de dólares americanos cuja

amortização teve início em 23 de Maio de 2014, obedecendo a um plano de amortiza-

ção que previa pagamentos anuais de capital no valor de 133.750.000 Dólares Norte

Americanos, mais os correspondentes juros, com término previsto para Maio de 2019.

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Ano Data Capital em Dívida

Amor-tização de

CapitalJuros

Prestações(Capital +

Juro)2014 23 de Maio 535.000.000 0 0 02015 23 de Maio 535.000.000 0 0 02016 23 de Maio 535.000.000 133.750.000 42.099.150 175.849.1502017 23 de Maio 401.250.000 133.750.000 33.461.185 167.211.1852018 23 de Maio 267.500.000 133.750.000 22.307.456 156.057.4562019 23 de Maio 133.750.000 133.750.000 11.153.729 144.903.729Total 535.000.000 109.021.520 644.021.520Fonte: DNT

3.8 – DÍVIDA DA EMATUM, SA

A Empresa Moçambicana de Atum, SA (EMATUM) contraíu um empréstimo de

850 milhões de Dólares Americanos, cuja amortização teve início em Março de 2015,

obedecendo a um plano de amortização que previa pagamentos semestrais do capital

de 76.500.000 Dólares Norte Americanos, mais os correspondentes juros, com térmi-

no previsto para Setembro de 2020.

Porém, ainda no decorrer do ano de 2015, a empresa revelou incapacidade de hon-

rar os compromissos por ela assumidos, facto que obrigou o Governo a efectuar os pa-

gamentos por sua conta. Em 2016, o Estado pagou a terceira prestação da EMATUM,

no valor de 100.884.587,5 Dólares Norte Americanos, dos quais 76.500.000 Dólares

Norte Americanos correspondem ao capital e 24.384.587,5 Dólares Norte America-

nos, ao juro.

Na quarta prestação da dívida, foram pagos apenas os juros, no valor de 31.375.784

Dólares Norte Americanos, perfazendo o total de 262.352.871,50 Dólares Norte Ame-

ricanos.

Quadro n.º 9 – Plano de Amortização da Dívida da MAM, SA

(Em USD)

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3.9 – DÍVIDA DA PROÍNDICUS

Em 2016, o valor total dos pagamentos realiza-dos pelo Estado relativos à dívida da Proíndicus foi

de 67.514.720 Dólares Norte Americanos, sendo

58.758.498 Dólares Norte Americanos destinados ao

Credit Suisse AG, 7.861.389 Dólares Norte America-

nos, ao Palomar Capital Advisor AG e 894.833 Dólares

Norte Americanos, ao VTB Capital PLC.

A realização

destes pagamentos foi possível porque o Estado,

através da Direcção Nacio-nal do Tesouro, recorreu a empréstimos no Banco de

Moçambique

Quadro n.º 10 – Pagamentos Efectuados, Relativos à Divida da EMATUM, SA

Data350.000.000(USD Garantida Pelo Estado)

USD 500.000.000(Assumida Pelo Estado)

USD (Dívida Total) (6) Total (Em UDS)(7)

Capital (1) Juros (2) Capital (3) Juro (4) Capital (5) Juros (6)

11/09/2015 0 0 15.762.500 0 26.796.250 26.796.25011/09/2015 31.500.000 11.033.750 45.000.000 15.762.500 76.500.000 26.796.250 103.296.250 2016 76.500.000 24.384.588 100.884.588 2016 0 31.375.784 31.375.784

TOTAL 262.352.872Fonte: DNT

(Em USD)

Empresas Capital Juro Sub-Total BeneficiárioProídicus 24.880.000 33.878.498 58.758.498 Credit Suisse AG, London

BranchProíndicus 7.861.389 7.861.389 Palomar Capital AdvisiorProíndicus 894.833 894.833 VTB Capital PLC, LondonTotal 675.514.720Fonte: – DNT

Quadro n.º 11 – Pagamentos da Dívida da Proíndicus, SA Realizadas em 2016

(Em USD)

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3.10 – SERVIÇO DA DÍVIDA PÚBLICA

Os gastos gerais com o Serviço da Dívida Pública, em 2016, totalizou 138.817.880

mil Meticais, com o da Dívida Interna a representar 85,6% e o da externa, 14,4%.

Foram pagos, sob forma de juros da Dívida Interna, 7.719.129 mil Meticais, dos

quais 324.000 mil Meticais, para o reforço do Balanço Cambial; 3.084.954 mil Meticais

referentes a fluxos de BT s que ocorrem, somente, a nível de Operações de Tesouraria;

2.034.987 mil Meticais para as Obrigações do Tesouro; e 2.275.188 mil Meticais, de

subsídio aos combustíveis, da dívida contraída e assumida pelo Estado e de leasing

para a construção de edifícios públicos;

O Serviço da Dívida Externa cresceu, no período e, em 2016, o seu valor foi de

19.942.933 mil Meticais, um aumento de 75,2%, em relação a 2015, e 609,2%, em

relação a 2012.

Durante o quinquénio de 2012 a 2016, o

Serviço da Dívida Pública registou um

crescimento, de 2012 a 2013, tendo re-

duzido o seu valor, em 2014, para em

2015, voltar a aumentar, atingindo o

máximo, em 2016, como se mostra

no gráfico a seguir.

Serviço da Dívida é uma refer-ência à totalidade dos pagamentos que

o devedor faz para pagar os juros e amor-tizações correspondentes a um empréstimo.

da receita fiscal ou eventuais atrasos nos de-sembolsos dos parceiros de cooperação.

Obrigações do Tesouro são valores mo-biliários representativos de emprésti-

mos de médio e longo prazo da República de Moçambique.

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Divída 2012 2013 2014 2015 2016Interna 28.190.422 31.554.935 26.924.486 41.552.688 118.874.947Externa 2.812.158 4.285.577 5.497.668 11.384.772 19.942.933Fonte: Mapa I– 3 da CGE (2012– 2013)

3. 11 – ACORDOS DE REVERSÃO DOS TÍTULOS DA DÍVIDA COMERCIAL DA EMATUM, SA EM DÍVIDA SOBERANA

Desde a 1.ª prestação do calendário do serviço da dívida, a EMATUM, SA apresen-

tou dificuldades para amortizar o capital do empréstimo e pagar os correspondentes

juros. Para tornar sustentável o serviço da dívida, tanto para a empresa, quanto para

as finanças públicas, foi iniciado um processo de transformação da dívida corporativa

da EMATUM, SA, em Dívida Soberana do Estado, tendo, para o efeito, sido celebrado

um acordo de Reversão com as instituições credoras.

Com o novo Acordo de Reversão, o serviço da dívida passou dos 200 milhões de

Dólares Norte Americanos/ano para 78 milhões de Dólares Norte Americanos, pagá-

veis semestralmente, sendo que no ano de 2023, o Estado deverá pagar, numa presta-

ção única, o capital no montante de 731 milhões de Dólares Norte Americanos.

Servico da Divida Publica no quinquenio

Gráfico nº 3 - Serviço da Dívida Pública de 2012 a 2016

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O que se apurou das auditorias?

Da análise feita ao capítulo sobre a Dívida Pública no País, constata-se que

os indicadores de sustentabilidade da Dívida Pública Externa, designadamente,

Dívida Externa/PIB, Dívida Externa/Exportações e Dívida Externa/Receitas

Correntes ultrapassaram os limites de sustentabilidade estabelecidos pelo Ban-

co Mundial e outras Instituições Financeiras Internacionais e utilizados pelo

FMI na avaliação da Sustentabilidade da Dívida do Estado Moçambicano.

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Património do Estado

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Em 2016, a despesa em bens inventariáveis foi de

5.551.339 mil Meticais, dos quais 4.568.141 mil

Meticais (82,3%) correspondem à execução da

Componente de Investimento e 938.198 mil

meticais (17,7%) ao Funcionamento. Compara-

tivamente ao ano de 2015, em que o dispêndio

foi de 9.629.474 mil Meticais, em 2016, houve

uma redução de 4.078.135 mil Meticais (42,4%).

Património do Estado é oconjunto de

bens de domínio público e privado e dos direitos e obriga-ções de que o Estado é titular,

independentemente da sua forma de aquisição

IV – VALORES DESPENDIDOS NA AQUISIÇÃO DE BENS PATRIMONIAIS NO QUINQUÉNIO (2012-2016)

4.2 – PATRIMÓNIO LÍQUIDO

O valor líquido do Património do Estado, inventariado a 31 de Dezembro de

2016, foi de 296.141.816 mil Meticais. Comparativamente ao ano anterior, há um au-

mento de 10,8%, taxa inferior à registada em 2015, 33,8%.

4.1 – PATRIMÓNIO BRUTO

Em 2016, o valor do Património Bruto Fi-

nal dos Organismos de Administração Directa

do Estado, incluindo Institutos e Fundos Públi-

cos, Autarquias e Empresas Públicas, inventa-

riado a 31 de Dezembro, foi de 475.826.475 mil

Meticais. Comparativamente ao ano 2015, em

que o mesmo foi fixado no valor de 412.282.304

mil Meticais, verifica-se que houve um aumento

de 63.544.171 mil Meticais (15,4%).

Património Bruto é o valor total de aquisição, do conjunto de

bens de domínio público e privado, de que o Estado é o titular, antes da dedução

das amortizações.

Património Líquido é o que é apresen-tado após a dedução das amortiza-

ções.

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4.3 – DIMINUIÇÕES PATRIMONIAIS

Em 2016, como se mostra no gráfico a seguir, as Diminui-

ções Patrimoniais somaram 184.722.912 mil Meticais, dos

quais 179.684.659 mil Meticais (97,3%) são correspon-

dentes às Amortizações Acumuladas e 5.038.254 mil

Meticais (2,7%) aos abates.

Comparativamente ao ano anterior, em que se fixa-

ram em 145.655.440 mil Meticais, em 2016, houve um au-

mento de 39.067.472 mil Meticais (26,8%).

Diminuições Patrimoniais -

compreendem os Abates, as Desvalorizações e as Amortizações Acumu-

ladas.

Gráfico n.º 4 – Evolução das Diminuições Patrimoniais

Ano 2012 2013 2014 2015 2016

Saldo Final

101.982.004 111.832.703 157.211.399 145.655.440 184.722.912

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O que se apurou das auditorias?

• Como consequência do processo de análise e requalificação dos bens re-

gistados na plataforma informática e-Inventário, realizado pela Direcção

Nacional do Património do Estado, os valores do Património Final Bruto

e do Final Líquido apresentados na CGE de 2015, com referência a 31 de

Dezembro, divergem dos do Património Inicial Bruto e do Inicial Líquido,

indicados na CGE de 2016, reportados a 1 de Janeiro;

• Parte significativa do inventário das entidades auditadas por este Tribunal

não está harmonizada, havendo divergências entre os valores mantidos

nos registos contabilísticos das mesmas e os inseridos no e-Inventário da

respectiva UGB, do ambiente e-SISTAFE;

• As receitas de alienação de imóveis do Estado não têm sido canalizadas

integral e atempadamente às entidades competentes, de que se apontam

como causas, pelas instituições auditadas, as dificuldades de identificação

da origem dos depósitos pela falta de entrega dos respectivos talões por

parte dos adjudicatários.

• Prevalece a falta de regularização dos títulos de propriedade, em nome

do Estado, dos imóveis e veículos a cargo das instituições e organismos

públicos;

• Também, em outras entidades auditadas, persiste a não actualização do

Inventário, o preenchimento incorrecto/incompleto das Fichas de Inven-

tário, a falta de aposição das etiquetas de identificação nos bens e a inexis-

tência de bens nos locais da sua afectação;

• É deficiente a tramitação de processos de alienação dos imóveis do Estado

sob gestão da APIE; de seguro dos veículos a si alocados;

• Algumas entidades auditadas não procederam à regularização das apóli-

ces de seguro dos veículos a si alocados;

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PARECER DO TRIBUNAL

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I. ENQUADRAMENTO LEGAL

1.1 – Competência, Objecto e Prazos

A Constituição da República estabelece, na alínea a) do n.º 2 do artigo 230, que

compete ao Tribunal Administrativo emitir o Relatório e o Parecer sobre a Conta Ge-

ral do Estado.

De acordo com o n.º 1 do artigo 50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o

Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), a Conta Geral do Estado

dever ser apresentada pelo Governo, à Assembleia da República e ao Tribunal Admi-

nistrativo, até 31 de Maio do ano seguinte àquele a que a mesma respeite.

O Relatório e o Parecer do Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral do Esta-

do devem ser enviados à Assembleia da República até ao dia 30 de Novembro do ano

seguinte àquele a que a Conta Geral do Estado se refere, de acordo com o disposto no

n.º 2 do mesmo artigo.

É no cumprimento destes comandos normativos que o Tribunal Administrativo,

em sede do Plenário, emite o presente Parecer sobre a Conta Geral do Estado relativa

ao exercício económico de 2016.

1.2 - Âmbito do Parecer

Segundo o n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e repu-

blicada pela Lei n.º 8/2015, de 6 de Outubro, relativa à organização, funcionamento e

processo da Secção de Contas Públicas do Tribunal Administrativo, no Parecer sobre

a Conta Geral do Estado, este Tribunal aprecia, designadamente:

a) A actividade financeira do Estado, no ano a que a Conta se reporta, nos do-

mínios patrimonial e das receitas e despesas;

b) O cumprimento da Lei do Orçamento e legislação complementar;

c) O inventário do património do Estado;

d) As subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio

concedidos, directa ou indirectamente.

As regras referentes à execução do Orçamento do Estado de 2016 constam dos se-

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guintes diplomas legais:

a) Lei n.º 9/2015, de 29 de Dezembro, que aprova o Orçamento do Estado daque-

le ano;

b) Lei n.º 7/2016, de 2 de Agosto, rectificativa do Orçamento acima;

c) Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Finan-

ceira do Estado – SISTAFE;

d) Regulamento do SISTAFE, aprovado pelo Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agos-

to, e o Regulamento da Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento

de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 5/2016, de 8 de

Março;

e) Decreto n.º 53/2012, de 28 de Dezembro, que altera os n.ºs 2 e 5 do Anexo I

do Regulamento do Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), e o

Decreto n.º 68/2014, de 29 Outubro, que altera as alíneas b) e c) do artigo 45, os n.ºs 2 e

3 do artigo 67 e o n.º 4 do Anexo I do mesmo regulamento;

f) Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos

(MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro

das Finanças;

g) Circulares n.º 05/GAB-MEF/2015, de 28 de Outubro, e n.º 06/GAB-MEF/2016,

de 15 de Novembro, ambas do Ministro da Economia e Finanças, referentes à Adminis-

tração e Execução do Orçamento e ao Encerramento do Exercício, respectivamente;

h) As Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 30 de

Dezembro de 1999, na parte relativa à Fiscalização Prévia;

i) As Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 29 de

Dezembro de 2008, concernentes à instrução dos processos de contas de gerência;

j) Instruções sobre a Execução do Orçamento do Estado, emitidas pela Direcção

Nacional da Contabilidade Pública, em 31 de Outubro de 2000, publicadas no BR n.º 17,

II Série, de 25 de Abril de 2001;

k) Decreto n.º 1/2016, de 1 de Fevereiro, que atribui competências aos Órgãos e

Instituições do Estado para procederem a alterações orçamentais, no âmbito da Admi-

nistração do Orçamento do Estado para 2016, em cada nível, nos termos do artigo 7 da

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Lei n.º 9/2015, de 29 de Dezembro, que aprova o Orçamento do Estado daquele ano e

do artigo 28 e n.ºs 2 e 3 do artigo 34, ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro.

II. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Com vista à emissão do presente Relatório e Parecer, o Tribunal Administrativo

analisou a Conta Geral do Estado relativa ao exercício económico de 2016 e realizou

68 auditorias a diversos órgãos e instituições do Estado, dos níveis central, provincial

e autárquico, com o objectivo de certificar os dados nela contidos.

Ao longo do seu trabalho, o Tribunal constatou, dentre outras situações, que, ape-

sar dos progressos alcançados no que tange à observância das normas e procedimentos

respeitantes à colecta de impostos, execução de despesas e respectiva contabilização,

ainda persistem situações de não canalização, às Direcções de Áreas Fiscais (DAF s),

da totalidade ou parte das Receitas Próprias e Consignadas, por algumas instituições

e organismos do Estado que as arrecadam, resultando, deste facto, que nem todas as

receitas destas duas rubricas ingressaram na Conta Única do Tesouro (CUT).

À luz do princípio da Unidade de Tesouraria, consagrado na alínea a) do número

1 do artigo 54 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administra-

ção Financeira do Estado, “todos os recursos públicos devem ser centralizados com

vista a uma maior capacidade de gestão, dentro dos princípios de eficácia, eficiência e

economicidade”.

Há dívidas em impostos resultantes de saídas antecipadas de mercadorias, não re-

gularizadas, e permanecem saldos nas rubricas “Em Passagem de Fundos Aguardan-

do Crédito, Cheques Devolvidos, Alcance, Em Diferenças de Dinheiro, Em Diferenças

de Conhecimentos de Cobrança”, também sem a devida regularização.

O registo das alterações de dotações orçamentais, na maioria das entidades audi-

tadas, não foi acompanhado por documentação de fundamentação, legalmente exigi-

da para o efeito, em conformidade com o disposto no Decreto n.º 1/2016, de 1 de Feve-

reiro, que atribui competências aos titulares dos órgãos e instituições do Estado para

procederem a alterações (transferências e redistribuições) de dotações orçamentais.

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Não obstante a evolução ocorrida nesta matéria, ainda persistem casos de arquivos

de algumas instituições auditadas com deficiências de organização, o que dificulta a

rápida localização dos documentos comprovativos das receitas colectadas e das des-

pesas executadas.

De acordo com o n.º 1 do artigo 90 das Normas de Funcionamento dos Serviços

da Administração Pública, aprovadas pelo Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro, o

arquivo deve ser organizado de forma a permitir a consulta ou obtenção de informa-

ção, com eficiência, simplicidade e rapidez. A este respeito, e de acordo com o definido

na alínea d) do n.º 7.1 das Instruções Sobre a Execução do Orçamento do Estado, da

Direcção Nacional da Contabilidade Pública, de 31 de Outubro de 2000, supracitadas,

nenhum registo poderá ser efectuado sem existência de documento comprovativo, que

deverá ser arquivado por verbas e anos, de modo a permitir a sua identificação.

Subsiste, ainda, a execução de despesas em verbas inapropriadas, nuns casos, e não

elegíveis nos projectos em que foram contabilizadas, noutros, o que constitui desvio

de aplicação, segundo o disposto no n.º 1 do artigo 78 do Capítulo VIII, Título I, do

Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo

Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das Finanças.

A violação das normas sobre a elaboração ou execução dos orçamentos, bem como

a assunção, autorização ou pagamentos de despesas públicas ou compromissos e a uti-

lização de dinheiros ou outros valores públicos em finalidades diferentes das legal-

mente previstas, constituem infracções financeiras, nos termos das alíneas b) e n) do

n.º 3 do artigo 98 da Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e republicada pela Lei n.º

8/2015, de 6 de Outubro.

III. CONSTATAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

3.1 – Processo Orçamental

3.1.1 - Constatações

Das auditorias realizadas pelo Tribunal Administrativo, concluiu-se que:

a) Persistem, no e-SISTAFE, registos de acréscimos e reduções de dotações orça-

mentais de alguns órgãos e instituições do Estado, sem documentos que os fundamentam;

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b) A Direcção Nacional da Planificação e Orçamento e as Direcções Provinciais

da Economia e Finanças, na qualidade de Unidades Intermédias e de Supervisão do

Subsistema do Orçamento do Estado, em alguns casos, não mantêm organizados os

arquivos dos processos de alterações orçamentais por si registadas, no e-SISTAFE, e

raras vezes comunicam aos órgãos e instituições, sobre o êxito ou não da alteração

requerida;

c) As transferências e redistribuições orçamentais continuam sendo efectuadas

sem a observância das regras de delegação de competências, plasmadas no respectivo

Decreto, anualmente aprovado pelo Conselho de Ministros.

3.1.2 – Recomendação:

Na sequência das constatações acima referidas, recomenda-se que o registo de al-

terações orçamentais, no e-SISTAFE, seja justificado por documentação legalmente

exigida para o efeito, observando-se o disposto no n.º 1 do artigo 15 do Manual de

Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Di-

ploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das Finanças, segundo

o qual, para efeitos de controlo e registo no e-SISTAFE, as alterações autorizadas por

delegação de competências devem ser acompanhadas dos respectivos despachos e do

número do expediente. Por outro lado, tais alterações devem ser efectuadas em estrita

observância da delegação de competências estabelecida em legislação específica.

3.2 – Execução do Orçamento da Receita

3.2.1 – Constatações

Da análise da informação sobre a arrecadação da receita apresentada na Conta Ge-

ral do Estado de 2016 e dos dados obtidos nas auditorias efectuadas, verificou-se que:

a) Há contabilização de valores diferentes das receitas cobradas no ano, nos

diversos Mapas e Tabelas da Conta Geral do Estado;

b) Parte das Receitas de Dividendos efectivamente pagas ao Estado, no exercí-

cio de 2016, não foram registadas na Conta Geral do Estado;

c) Persiste a falta de previsão das Receitas Próprias e das de Alienação de Bens;

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d) Algumas entidades de âmbito central não declararam a cobrança de receitas

próprias previstas no Orçamento;

e) Nas DAF s e UGC s auditadas permanecem, sem a devida regularização e

responsabilização, os saldos constantes do Termo de Balanço (Modelo M/9A), das ru-

bricas “Em Passagens de Fundos Aguardando Crédito”, “Cheques Devolvidos” “Al-

cance”, “Em Diferenças de Dinheiro”, “Em Diferenças de Conhecimentos de Cobran-

ça”, sendo que parte destas situações foi reportada no Relatório e Parecer sobre a CGE

de 2013, porém, sem o devido tratamento pelo Governo;

f) Numa unidade orgânica adstrita à Direcção Regional Sul das Alfândegas,

33 contentores com mercadorias demoradas, consignadas a diversas instituições do

Estado, não registam qualquer regularização. Segundo o Governo, tais mercadorias

destinam-se a instituições do Estado sem disponibilidade orçamental para o seu le-

vantamento e não podem ser leiloadas;

g) Existem, nas unidades orgânicas da Direcção Regional Sul e nos Serviços

Provinciais de Alfândegas de Sofala, dívidas em impostos resultantes de Saídas Ante-

cipadas não regularizadas.

3.2.2 – Recomendações

Face às constatações acima mencionadas, recomenda-se que:

a) A Conta seja elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, em obedi-

ência ao disposto no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, Lei do

SISTAFE;

b) Todas as Receitas do Estado sejam registadas na Contabilidade, segundo o

regime de caixa, preconizado no artigo 41 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que

cria o SISTAFE, e no exercício a que respeitam, segundo o artigo 70 do Manual de

Administração Financeira, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de

Outubro;

c) As Receitas Próprias e as de Alienação de Bens a cobrar sejam objecto de

inserção no Orçamento do Estado;

d) As instituições e organismos do Estado que cobram receitas observem os

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procedimentos estipulados no n.º 1 dos artigos 11 e 12, ambos da Circular n.º 01/GAB-

-MF/2010, de 6 de Maio, do Ministro das Finanças, que versa sobre os Conceitos e

Procedimentos Relativos à Inscrição, no OE, Cobrança, Contabilização e Recolha de

Receitas Consignadas e Próprias;

e) A Autoridade Tributária e as respectivas unidades de cobrança tomem as ne-

cessárias providências para a regularização dos saldos das diversas rubricas, de modo

a que a CGE possa reflectir, com exactidão e simplicidade, as transacções nela escri-

turadas, em obediência ao estipulado no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro, que cria o SISTAFE;

f) O Governo defina um quadro de procedimentos administrativos para o tra-

tamento de mercadoria demorada, consignada às instituições do Estado;

g) Seja observado, pelas entidades aduaneiras, o disposto no artigo 35 do Re-

gulamento de Desembaraço Aduaneiro de Mercadorias, aprovado pelo Diploma Mi-

nisterial n.º16/2012, de 1 de Fevereiro, conjugado com o artigo 254.º do Contencioso

Aduaneiro, aprovado pelo Decreto n.º 33531, de 21 de Fevereiro de 1944.

3.3 – Execução do Orçamento da Despesa

3.3.1 – Constatações

Da análise efectuada à informação sobre despesas, constante da Conta Geral do

Estado de 2016 e das auditorias realizadas a 39 entidades, há a destacar os seguintes

aspectos:

a) Em 5 entidades auditadas, não foram facultados comprovativos de parte das

despesas realizadas;

b) O pagamento de despesas com recurso a verbas inapropriadas;

c) Em algumas entidades há registo de pagamento de despesas de anos anterio-

res, sem inscrição da verba apropriada, nos respectivos orçamentos;

d) Na celebração dos contratos de fornecimento de bens, prestação de serviços,

empreitada de obras públicas, consultoria e arrendamento, não foram cumpridas as

normas e os procedimentos instituídos sobre esta matéria, por parte das instituições

auditadas;

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e) Relativamente às Empresas Públicas auditadas, apurou-se que:

i. Cinco empresas, das que receberam subsídios do Orçamento do Estado,

continuam a apresentar situação líquida negativa, tanto no início, como no fim do

exercício;

ii. Foram fixadas remunerações dos membros do Conselho de Administração

(CA) e do Conselho Fiscal (CF) sem os despachos conjuntos dos ministros das tutelas

sectoriais e da Economia e Finanças, em preterição do previsto no n.º 1 do artigo 34 do

Regulamento da Lei das Empresas Públicas, aprovado pelo Decreto n.º 84/2013, de 31

de Dezembro;

iii. Foram pagas despesas com o pessoal em valores, superiores a 30,0% dos

custos operacionais contrariando o fixado no n.º 2 do artigo 36 do Regulamento da Lei

das Empresas Públicas, aprovado pelo Decreto n.º 84/2013, de 31 de Dezembro;

f) No exercício económico de 2016, foram registados baixos níveis de execução

orçamental, em alguns projectos de Investimento Interno de Âmbito Central.

3.3.2 – Recomendações

Face às constatações acima indicadas, o Tribunal Administrativo recomenda:

a) A observância do preceituado na alínea d) do n.º 7.1 das Instruções Sobre a

Execução do Orçamento do Estado, da Direcção Nacional da Contabilidade Pública,

de 31 de Outubro de 2000 (BR n.º 17, II Série, de 25 de Abril de 2001), segundo a qual

nenhum registo poderá ser efectuado sem a existência de documentos comprovativos,

que deverão ser arquivados por verbas e anos, de forma a facilitar a sua identificação;

b) O pagamento das despesas em verbas apropriadas, de acordo com o Classifi-

cador Económico da Despesa, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 221/2013, de 30

de Agosto;

c) Que se observe o estabelecido no n.º 3 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, segundo o qual

as despesas só podem ser assumidas no ano económico em que tiverem sido orçamen-

tadas. As referentes a anos anteriores devem ser contabilizadas em rubrica específica,

no Orçamento do Estado, segundo dispõe o n.º 1 do artigo 83 do Título I do Manual

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de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo

Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das Finanças;

d) A observância das regras e procedimentos estabelecidos no Regulamento

de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação

de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 5/2016, de 8 de Março, na Lei n.º

14/2014, de 14 de Agosto, alterada e republicada pela Lei n.º 8/2015, de 6 de Outubro

e nas Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, publicadas no

BR n.º 52, I Série, de 30 Dezembro 1999, na contratação de empreitada de obras públi-

cas, fornecimento de bens e prestação de serviços, consultoria e arrendamento;

e) As remunerações dos membros dos Conselhos de Administração (CA) e Fis-

cal (CF) das empresas públicas sejam fixadas e pagas depois dos despachos conjuntos

dos ministros das tutelas sectoriais e da Economia e Finanças;

f) O cumprimento do disposto no n.º 2 do artigo 36 do Regulamento da Lei das

Empresas Públicas, aprovado pelo Decreto n.º 84/2013, de 31 de Dezembro, que esta-

belece que os custos com o pessoal das empresas públicas não devem exceder 30,0% do

total dos respectivos custos operacionais.

3.7 – Dívida Pública

3.7.1 - Constatação

No âmbito da Dívida Pública, menciona-se que os indicadores de sustentabilida-

de da Dívida Pública Externa, designadamente, Dívida Externa/PIB, Dívida Externa/

Exportações e Dívida Externa/Receitas Correntes ultrapassaram os limites de susten-

tabilidade estabelecidos pelo Banco Mundial e outras Instituições Financeiras Inter-

nacionais e utilizados pelo FMI na avaliação da Sustentabilidade da Dívida do Estado

Moçambicano.

3.7.2 - Recomendação

Relativamente à constatação acima apresentada, recomenda-se que sejam obser-

vados os limites dos indicadores de sustentabilidade da dívida, na contratação de cré-

ditos.

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3.8 - Património do Estado

3.8.1 - Constatações

Da verificação da informação relativa ao Património do Estado, apurou-se que:

a) Como consequência do processo de análise e requalificação dos bens regista-

dos na plataforma informática e-Inventário, realizado pela Direcção Nacional do Pa-

trimónio do Estado, os valores do Património Final Bruto e do Final Líquido apresen-

tados na CGE de 2015, com referência a 31 de Dezembro, divergem dos do Património

Inicial Bruto e do Inicial Líquido, indicados na CGE de 2016, reportados a 1 de Janeiro;

b) Parte significativa do inventário das entidades auditadas por este Tribunal

não está harmonizada, havendo divergências entre os valores mantidos nos registos

contabilísticos das mesmas e os inseridos no e-Inventário da respectiva UGB, do am-

biente e-SISTAFE;

c) Também, em outras entidades auditadas, persiste a não actualização do In-

ventário, o preenchimento incorrecto/incompleto das Fichas de Inventário, a falta de

aposição das etiquetas de identificação nos bens e a inexistência de bens nos locais da

sua afectação;

d) Prevalece a falta de regularização dos títulos de propriedade, em nome do

Estado, dos imóveis e veículos a cargo das instituições e organismos públicos;

e) Algumas entidades auditadas não procederam à regularização das apólices

de seguro dos veículos a si alocados;

f) É deficiente a tramitação de processos de alienação dos imóveis do Estado

sob gestão da APIE;

g) As receitas de alienação de imóveis do Estado não têm sido canalizadas in-

tegral e atempadamente às entidades competentes, de que se apontam como causas,

pelas instituições auditadas, as dificuldades de identificação da origem dos depósitos

pela falta de entrega dos respectivos talões por parte dos adjudicatários.

3.8.2 - Recomendações

Face às constatações acima mencionadas, o Tribunal Administrativo recomenda

que:

a) Deve haver equivalência entre o valor do património final de um ano (N) e o

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valor do património inicial do exercício económico seguinte (N+1). As alterações ocor-

ridas dentro de um exercício económico sejam incorporadas, como actualizações, nas

respectivas colunas do mapa consolidado do inventário do Património do Estado, de

modo que a informação da CGE seja exacta e clara, cumprindo-se o estatuído no n.º 1

do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração

Financeira do Estado;

b) Sejam respeitados os procedimentos e prazos estabelecidos nas circulares so-

bre Administração e Execução de Orçamento e Encerramento do Exercício Económi-

co, anualmente emitidas pelo Ministro da Economia e Finanças, para a incorporação

dos bens no e-Inventário.

Se cumpra, igualmente, o estatuído na alínea d) do n.º 1 do artigo 58 da Lei n.º

9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo a qual, compete aos órgãos ou instituições que in-

tegram o Subsistema do Património do Estado proceder, periodicamente, ao confronto

dos inventários físicos com os respectivos valores contabilísticos;

c) Se exerça maior controlo e rigor no preenchimento das Fichas de Inventário,

em atenção aos procedimentos plasmados no Diploma Ministerial n.º 78/2008, de 4 de

Setembro, que aprova os Suportes Documentais (Classificador Geral de Bens Patrimo-

niais e as Fichas de Inventário) e no Regulamento do Património do Estado, aprovado

pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto;

d) Os intervenientes no processo de registo e regularização dos títulos de pro-

priedade dos imóveis e veículos envidem esforços por forma a garantir que estes bens

estejam em nome do Estado, cumprindo-se o preceituado no n.º 1 do artigo 11 do Re-

gulamento do Património do Estado, segundo o qual “Todo o Património do Estado

sujeito ao registo deve ser inscrito nas respectivas Conservatórias, em nome deste, pelo

Ministério que superintende a área das Finanças”;

e) Se proceda ao seguro dos veículos e imóveis do Estado, nos termos da alínea

e) do artigo 7, conjugado com o n.º 5 do artigo 20, ambos do Regulamento do Patrimó-

nio do Estado, aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto, que estabelecem a

obrigatoriedade de seguro dos bens do Estado;

f) As receitas de aliena de imóveis do Estado sejam encaminhadas às entidades

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competentes, na proporção de: 30% para o Fundo do Fomento de Habitação, 50% para

indemnizações e 20% para os cofres do Estado, de acordo com o preceituado no artigo

17 do Decreto n.º 2/91, de 16 de Janeiro, que determina os procedimentos concernentes

à alienação de imóveis a favor de inquilinos.

Ainda, se estabeleçam mecanismos de celeridade processual e comunicação mais

eficazes com os adjudicatários dos imóveis, nos distritos, criando-se pontos focais,

nas respectivas secretarias distritais, por forma a permitir que os depositantes possam

apresentar os respectivos talões de depósito em tempo útil;

g) Sejam criadas condições visando a realização de um trabalho de base atinen-

te ao levantamento de todo o parque imobiliário do Estado, ao nível distrital, autár-

quico, provincial e central, que inclua as acções de identificação, aferição da situação

jurídica, registo/regularização da titularidade e inventariação do bem.

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ABREVIATURAS

AR – Assembleia da RepúblicaAPIE – Administração do Parque Imobiliário do Estado BADEA – Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em ÁfricaBIRD – Banco MundialBM – Banco de Moçambique BTs – Bilhetes do TesouroBR – Boletim da RepúblicaCA – Conselho de Administração CF – Conselho Fiscal CGE – Conta Geral do EstadoCUT – Conta Única do TesouroDAFs – Direcções de Áreas Fiscais DNT – Direcção Nacional do TesouroEMATUM – Empresa Moçambicana de Atum, SA e-SISTAFE – Sistema Informático de Administração Financeira do EstadoFMI – Fundo Monetário InternacionalIDA – Agência Internacional de DesenvolvimentoLOE – Lei do Orçamento do EstadoMAF – Manual de Administração Financeira e Procedimentos ContabilísticosMAM – Mozambique Asset Management, SAOE – Orçamento do EstadoPES – Plano Económico e SocialPIB – Produto Interno BrutoRPCGE – Relatório e o Parecer sobre a Conta Geral do Estado UGCs – Unidade de Grandes Contribuintes UGB – Unidade Gestora Benefeciária SISTAFE – Sistema de Administração Financeira do Estado TA – Tribunal Administrativo

Page 48: Como Foi Usado o Seu Dinheiro? Em 2016 Simplificadas/2016.pdf · respectivo Decreto, anual-mente aprovado pelo Con-selho de Ministros. A Direcção Nacional da Planificação e Orçamento

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FICHA TÉCNICA

Propriedade e EdiçãoTribunal Administrativo

Coordenação EditorialDirecção de Sistemas de Informação e Comunicação

Inês MatsimbeContadoria da Conta Geral do Estado

Moisés Amaral

Equipa TécnicaNalagi Faquir-BayAncha Herculano

Elídia JacquesJustino Matusse

Arranjo GráficoNalagi Faquir-BayAncha Herculano

Elídia JacquesJustino Matusse

Revisão LinguísticaDCI

PeriodicidadeAnual

Tiragem 200 Exemplares

Impressão Académica, Lda.

Distribuição Gratuita