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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM O minivôlei como ferramenta para o desenvolvimento psicomotor em crianças de 7 a 10 anos Por: Viviane Miranda dos Santos Orientadora Profª. Ms. Fátima Alves Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O minivôlei como ferramenta para o desenvolvimento psicomotor

em crianças de 7 a 10 anos

Por: Viviane Miranda dos Santos

Orientadora

Profª. Ms. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O minivôlei como ferramenta para o desenvolvimento psicomotor

em crianças de 7 a 10 anos

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em

Psicomotricidade.

Por: Viviane Miranda dos Santos

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todas as oportunidades

a mim dadas.

Agradeço também a minha mãe (em

memória), por toda luz, proteção e conforto

que me tem passado.

A meu pai, por me dar todas as ferramentas

para que chegasse até aqui, a minha irmã

por todo incentivo e ao meu namorado por

todo carinho e paciência.

Agradeço a professora Fátima Alves que me

orientou com suas observações.

Por fim, agradeço a todos que, direta ou

indiretamente, contribuíram para minha

formação.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família e ao

meu namorado que esteve sempre presente,

me apoiando em minhas escolhas. Meus

pais e minha irmã são os verdadeiros

responsáveis por mais essa vitória, em

especial minha mãe (in memória), que de

onde estiver está feliz por esta conquista.

E aos colegas de trabalhos, que me

ajudaram na minha formação como

profissional.

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RESUMO

O trabalho envolve os temas minivolei, desporto adaptado, e o

desenvolvimento psicomotor, em crianças na faixa etária entre 7 (sete) e 10 (dez)

anos de idade. Será avaliado como o minivolei pode auxiliar no desenvolvimento

psicomotor das crianças. A pesquisa visa traçar um paralelo entre minivolei x

psicomotricidade, mostrando a importância de trabalhar com os dois

simultaneamente, ressaltando o aspecto de um acrescentar ao outro, tanto no

aprendizado do desporto voleibol como no desenvolvimento psicomotor em

crianças da faixa etária estipulada. Dessa forma, iremos atentar em como o

minivolei pode auxiliar no desenvolvimento psicomotor das crianças de 7 a 10

anos, através de elementos técnicos e lúdicos trabalhados no desporto citado,

aumentando assim, o acervo motor da criança. Esse estudo será desenvolvido por

meio de observações em um espaço onde ocorrem aulas de minivolei.

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METODOLOGIA

O presente estudo caracteriza-se como um estudo exploratório, pois para

Triviños (1987, p.109) “Os estudos exploratórios permitem ao investigador

aumentar a sua experiência em torno de uma determinada realidade específica,

buscando antecedentes, para, em seguida, planejar uma pesquisa descritiva ou de

tipo experimental”.

Com o objetivo de operacionalizar técnica e instrumentalmente tal estudo

uma pesquisa bibliográfica foi realizada. Segundo Lakatos e Marconi (1992, p. 43),

assim como Triviños (1987, p. 109), indicam tal estratégia como sendo

“extremamente adequada para se delinear e obter informações úteis acerca de um

determinado assunto a ser investigado”.

Por isso, para assegurar a consecução do objetivo deste trabalho, se

pesquisou o pensamento de muitos autores.

Fica claro, assim, que a busca por um acervo bibliográfico que

representasse um espectro de interpretação o mais amplo possível, utilizando-se

de documentos, monografias de graduação, livros e artigos que permitiram que tal

revisão estivesse plenamente atualizada.

Por outro lado, tanto o estudo exploratório, como a pesquisa bibliográfica,

anteriormente comentada, diagnosticou e deixou explicito alguns aspectos

intrínsecos para possíveis estudos futuros seja por meio descritivo ou

experimental.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Desenvolvimento Psicomotor 10

CAPÍTULO II - O Minivolei – FIVB 13

CAPÍTULO III – Desenvolvimento Psicomotor e o Minivolei 16

CONCLUSÃO 19

BIBLIOGRAFIA 21

ÍNDICE 23

FOLHA DE AVALIAÇÃO 24

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INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como objetivo analisar as contribuições que o

desporto adaptado (minivolei) pode trazer ao desenvolvimento psicomotor para

crianças entre sete e dez anos de idade. A partir da prática docente houve um

interesse em investigar a influência da prática desportiva sobre as crianças,

auxiliando ou não na sua formação psicomotora. Dessa forma, algumas teorias

existentes sobre o tema foram de total apoio à compreensão e execução deste

trabalho. O assunto tratado está relacionado com a prática do desporto,

juntamente com o desenvolvimento psicomotor das crianças.

Acredita-se que o sucesso nas ações psicomotoras e em todas as áreas

que esta envolve pode estar interligada a prática desportiva.

O estudo será desenvolvido em três capítulos:

O primeiro capítulo O desenvolvimento psicomotor faz um apanhado sobre

as áreas psicomotoras e como elas podem ser trabalhadas. A meta do

desenvolvimento psicomotor é o controle do próprio corpo até ser capaz de extrair

todas as possibilidades de ação e expressão que sejam possíveis a cada um. Este

desenvolvimento envolve um componente externo ou práxico, mas também um

componente interno ou simbólico. Outro fator que está relacionado ao

desenvolvimento psicomotor e tem total ligação, é o desenvolvimento motor. O

desenvolvimento motor é o campo de investigação que estuda o comportamento

motor (habilidades padrões generalizações motoras e capacidades físicas) em

populações normais ou não em diferentes faixas etárias. Estuda as teorias que

fundamentam o sentido/ significado do movimento humano no processo de

desenvolvimento e aprendizagem humana. Ainda neste capítulo iremos

diagnosticar as áreas psicomotoras e suas respectivas idades correspondentes,

pois o estudo estabelece a faixa etária dos sete aos dez anos de idade.

O segundo capítulo O minivolei – FIVB, abordará o desporto adaptado do

ponto de vista do órgão superior internacional (FIVB) do desporto em questão: o

voleibol. Serão analisados as regras e os objetivos principais da Federação

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Internacional de Voleibol, assim como um breve histórico da Federação. O

minivolei é um método simples e adaptado às necessidades das crianças de 08 a

14 anos, para a aprendizagem do voleibol, jogado por duas equipes compostas

por menos de 6 jogadores em cada time, resultante de reflexões didáticas onde as

ações complexas se reduzem a situações de jogos simplificadas, correspondentes

ao estado de desenvolvimento dos jogadores

Já o terceiro capítulo Desenvolvimento Psicomotor e o Minivolei, enfocará

a relação do desenvolvimento psicomotor com o desporto adaptado. Neste

capítulo veremos de que forma o minivolei pode auxiliar o desenvolvimento

psicomotor das crianças, através de suas ações lúdicas e técnicas.

Desta forma, a proposta é desenvolver o tema nas próximas páginas, a

fim de enriquecer a prática enquanto profissional de Psicomotricidade e

Educadora Física, assim como contribuir para um melhor esclarecimento da

temática, tão importante tanto no âmbito da psicomotricidade como no âmbito

desportivo.

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CAPÍTULO I

O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR

A psicomotricidade se relaciona com as implicações psicológicas do

movimento e da atividade corporal na relação do organismo com o meio em que

se desenvolve. Na psicomotricidade há certos componentes maturativos e certos

componentes relacionais, que tem a ver com o fato de que através do seu

movimento e de suas ações, a criança entra em contato com pessoas e objetos

com os quais se relaciona de forma construtiva. É ao mesmo tempo, fonte de

conhecimento e expressão dos conhecimentos que já se tem, meio de gerar

vivências e emoções através da relação e expressão de vivências e emoções na

relação. Ela é uma ciência cabível em qualquer época da nossa vida. Seja na

infância, adolescência, adulta ou velhice, pode-se lançar mão dessa ciência como

terapia, ou simplesmente para uma melhoria na qualidade de vida.

A meta do desenvolvimento psicomotor é o controle do próprio corpo até

ser capaz de extrair todas as possibilidades de ação e expressão que sejam

possíveis a cada um. Este desenvolvimento envolve um componente que pode ser

externo ou práxico, mas também interno ou simbólico.

A criança quando é recém-nascida e de algumas semanas, não consegue

controlar seu corpo, e tem movimentos não-coordenados: sua cabeça cai para os

lados quando não está presa ou apoiada, é incapaz de manter-se sentada, etc. Ao

final da primeira infância, o quadro é notavelmente diferente: seus movimentos

são voluntários e coordenados, controla a posição de seu corpo e dos segmentos

corporais mais importantes (braços, pernas, tronco) e é capaz de andar e correr. O

movimento da criança vai integrando e controlando voluntariamente um maior

número de grupos musculares (psicomotricidade grossa), com o que vai se

tornando progressivamente mais preciso (psicomotricidade fina), permitindo

incorporar repertórios psicomotores mais especializados e complexos, que abrem

novas perspectivas à percepção e à ação sobre o meio. Na infância, a

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psicomotricidade é de suma importância para o desenvolvimento e aprendizagem

da criança. Estruturando-se sobre três pilares: o querer fazer (emocional), o poder

fazer(motor) e o saber fazer(cognitivo), essa ciência leva a criança a um

desenvolvimento global e multidisciplinar.

A teoria de Piaget afirma que a inteligência se constrói a partir da atividade

motriz das crianças. Nos primeiros anos de vida, até os sete anos,

aproximadamente, a educação da criança é psicomotriz. Tudo, o conhecimento e

o aprendizado, centra-se na ação da criança sobre o meio, os demais e as

experiências através de sua ação e movimento.

Segundo ALMEIDA (2010) a psicomotricidade:

“É a ciência que tem como objeto de estudo o homem

através do seu corpo em movimento e em relação ao

seu mundo interno e externo.

Está relacionada ao processo de maturação, onde o

corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e

orgânicas. É sustentada por três conhecimentos

básicos: o movimento, o intelecto e o afeto”.

Podemos dizer então que o psicomotricista é um profissional da área de

saúde e educação que pesquisa, avalia, previne e trata do ser humano na

aquisição, no desenvolvimento e nos transtornos da integração somato-psíquica e

da retrôgenese, que pode atuar nas áreas de educação, clínica (tanto na

reeducação como em terapia), supervisão, consultoria e pesquisa. Ele cuida do

processo de afetividade, pensamento, motricidade e linguagem, onde a dinâmica

psicomotora auxilia no potencial de relação pela via do movimento, incentiva o

brincar e, amplia a possibilidade de comunicação.

O psicomotricista atende a uma clientela que envolve crianças em fase de

desenvolvimento, com atrasos ou dificuldades no desenvolvimento global,

pessoas portadoras de necessidades especiais como deficiências sensoriais,

motoras, mentais e psíquicas, pessoas que apresentam distúrbios sensoriais,

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perceptivos, motores ou relacionais devido a lesões neurológicas, e família e

pessoas da terceira idade.

O ambiente de trabalho desses profissionais pode ser: creches, escolas,

escolas especiais, clínicas multidisciplinares e geriátrica, consultórios, postos de

saúde, hospitais e empresas.

Ainda segundo ALMEIDA(2010):

“é importante lembrar que recursos físicos não se

educam sozinhos. Por trás dos recursos, por trás do

materiais, é preciso ter um grande profissional.

Profissional este capaz de usá-los, de explora-los e de

interferir nas práticas diárias, fazendo uso destes

recursos todos, sempre pensando e buscando o

desenvolvimento global das crianças.”

Como podemos perceber, a nossa imagem corporal é lábil; está sempre

em transformação. Nas várias fases da nossa vida, os contextos emocionais

vividos, vão se chocando com os nossos sentimentos, emoções e valores,

fazendo novas associações simbólicas e imagens, criando, assim, um novo corpo

representativo. Esse processo de transformação da imagem poderá ser auxiliado

pela psicomotricidade a qualquer tempo. A Psicomotricidade nos faz voltar ao

início de todas as sensações, ao corpo onde se inscreve tudo o que

verdadeiramente somos.

Para finalizar, e ressaltar a importância da educação psicomotora e do

desenvolvimento psicomotor, destacamos um trecho de LE BOUCHE (1982):

“a educação psicomotora deve ser considerada como

uma educação de base da escola primária. Ela

condiciona a todos os aprendizados pré-escolares e

escolares; leva a criança a tomar consciência de seu

corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a

dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação

de seus gestos e movimentos.”

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CAPÍTULO II

O MINIVÔLEI – FIVB

Neste capítulo nós iremos abordar um pouco da história, do conceito do

minivôlei e sua regras. É evidente que o vôlei se tornou uma das primeiras

atividades desportivas no Brasil e que hoje esta sendo praticado por crianças cada

vez com menos idade. Os benefícios de ordem pedagógica do desporto estão

sendo reconhecidos, fazendo com que seja praticado cada vez mais também no

âmbito escolar. Entretanto, podemos observar que para crianças com faixa etária

entre 7 e 14 anos, é necessário que haja adaptações de acordo com as condições

físicas e psíquicas dessa população.

Em 1975, a FIVB (Federação Internacional de Voleibol) realizou um

congresso na Suécia com a participação de profissionais altamente qualificados

de vários países, tomando como referência as experiências realizadas. Decidiu

criar então um método voltado para a iniciação chamado MINIVÔLEIBOL, visando

uma busca por um método que utilizava pequenos jogos, facilitando o aprendizado

do voleibol.

A princípio sabemos que o minivôleibol não é caracterizado enquanto um

esporte, mas sim como um método de trabalho que facilita a aprendizagem rápida

devido sua peculiaridade de adaptação às condições da fase em que a criança de

encontra.

Segundo BAACKE (s.d.,p.1), “um jogo normal 6x6, no número de vezes

que cada criança toca na bola durante o jogo, não é suficiente para um

desenvolvimento rápido. Desta forma não possibilita maior experiência de

movimento”.

Para DÜRRWÄCHTER (1984, p.1), a criança “apenas consegue aprender

como jogar sob condições de jogo simplificado, ou seja, através de certos

pequenos jogo ou jogos preparatórios”.

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BAACKE (s.d., p.1) , FRAGA (1990, p.61) e RODRIGUES (1990, p.111)

defendem o Mini Voleibol como sendo uma forma de jogo adaptável as

necessidades e capacidades dessa faixa etária, por estimular o domínio de bola,

fair play, sem trazer com isso, sobrecarga física ou mental.

“O minivôleibol consiste em um método adaptado às necessidades das

crianças de 8 a 14 anos para aprendizagem do voleibol”. (FILHO, 1995).

O minivôlei apresenta regras simplificadas, direcionadas a diferentes

faixas etárias. Embora existam algumas regras adotadas para o trabalho com o

minivôlei, é necessário esclarecer que as regras são flexíveis de acordo com as

necessidades de trabalho encontradas na realidade do profissional.

Alguns objetivos da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) através do

minivôlei são:

• Familiarizar as crianças e fazer com que elas gostem do voleibol;

• Aumentar o número de jogadores, assim como espectadores,

gerando mídia e maiores incentivos;

• Criar técnicas básicas e táticas, de acordo com a idade, adaptando

quando necessário, com fins de amadurecer o conhecimento técnico da

modalidade;

• Introduzir o voleibol para as crianças;

• Reconhecer o talento precoce para futuro aproveitamento nas

equipes de alto nível, melhorando assim o desempenho da modalidade no país,

criando uma base maior;

• Antecipar-se aos outros esportes, atraindo crianças o mais cedo

possível para o voleibol;

O minivôlei apresenta regras simplificadas, direcionadas a diferentes

faixas etárias. Embora existam algumas regras adotadas para o trabalho com o

minivôlei, é necessário esclarecer que as regras são flexíveis de acordo com as

necessidades de trabalho encontradas na realidade do profissional. No geral as

regras do minivôlei são:

• Número de jogadores por equipe: é jogado com menos de seis

jogadores por equipe, permitindo um maior número de contatos com a bola por

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jogador, fácil cooperação entre jogadores, táticas mais simples e grande interesse.

Normalmente, as equipes de minivôlei são formadas por dois, três ou quatro

jogadores, dependendo da idade e do nível do jogo.

• A condução da bola é mais liberal, promovendo a aquisição de

técnicas e fluência do jogo. Regras para posição inicial, jogo de fundo e

substituição são simplificados. Entretanto, o rodízio e a restrição do ataque e

bloqueio aos jogadores do fundo são necessários para evitar especialização

precoce.

• Tamanho da quadra: é jogado em uma quadra que requer menor

força e movimentos, reduzindo o número de interrupções e promovendo longos

rallies. Normalmente, as medidas da quadra são adaptadas de acordo com o

número de jogadores, idade, nível de jogo.

• Altura da rede: é jogado com uma redução na altura de rede, o que

proporciona às crianças atacarem e defenderem, de acordo com sua estatura e

habilidade de salto.

• Tamanho e peso da bola: é jogado com uma bola mais leve e de

menor circunferência, adaptado às mãos e força das crianças. Para iniciantes, em

idade menor, é conveniente usar bolas de borracha ou de plástico.

Atualmente, existem muitas variações nas regras do minivôlei nos

diferentes países. Elas ocorrem de acordo com as tradições e experiências locais,

além da constituição do povo e da idade das crianças. Por estas razões, a FIVB

não pretende unificar as regras oficiais do minivôlei.

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CAPÍTULO III

O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E O

MINIVOLEI

O minivolei e o desenvolvimento psicomotor andam juntos quando se trata

de iniciação esportiva em crianças. Através do esporte é possível desenvolver

uma série de habilidades psicomotoras que auxiliam no aprendizado do desporto

em si e no desenvolvimento psicomotor. O minivolei nada mais é do que a

iniciação da criança no esporte.

Segundo Santana (2005), procurando uma iniciação esportiva que

contemple toda a complexidade humana, a entende como o período em que a

criança inicia a prática regular e orientada de uma ou mais modalidades

esportivas, e o objetivo imediato é dar continuidade ao seu desenvolvimento de

forma integral, não implicando em competições regulares.

O termo iniciação esportiva é conhecido mundialmente como um processo

cronológico no transcurso do qual um sujeito toma contato com novas

experiências regradas sobre uma atividade físico-esportiva.

Tradicionalmente, a iniciação esportiva é o período no qual a criança

começa a aprender, de forma específica, a prática de um ou vários esportes.

Santana (2005) acrescenta que a iniciação esportiva é marcada pela prática

regular e orientada de uma ou mais modalidades esportivas, e o objetivo imediato

é dar continuidade ao desenvolvimento da criança de forma integral, não

implicando em competições regulares. A partir do que alguns autores dizem, pode-

se entender que a iniciação esportiva é o período em que a criança começa a

aprender, de forma específica e planejada, a prática esportiva. Contudo, é

necessário que se conheçam e respeitem suas características para que ela não

seja transformada em um mini-adulto e ultrapasse etapas do desenvolvimento.

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Para Almeida (2005) a iniciação esportiva deve ser dividida em três

estágios. O primeiro deles, chamado de iniciação desportiva propriamente dita,

ocorre entre oito e nove anos, ou seja, que engloba a faixa etária abordada no

presente estudo. Nessa fase, o objetivo do treinamento é a aquisição de

habilidades motoras e destrezas específicas e globais, realizadas através de

formas básicas de movimentos e de jogos pré-desportivos. De acordo com o

autor, nessa faixa etária, a criança encontra-se apta para a aprendizagem inicial

dos esportes, contudo, ainda não está apta para o esporte coletivo de competição.

Entende-se, assim, que o esporte coletivo atrai as crianças muito mais

pelo prazer da atividade em si do que pela própria competitividade. O professor

que percebe como é o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças dessa

faixa etária tem a possibilidade de planejar o seu trabalho de forma a torná-lo

interessante e motivador, baseado em atividades lúdicas e recreativas, na busca

de um aprendizado objetivo, eficiente e pouco monótono. O ideal, nessa fase, é

oferecer um grande número de oportunidades para o desenvolvimento das mais

variadas formas de habilidades à criança, instrumentalizando-a com atividades

motoras que poderão ser utilizadas em diversos esportes coletivos.

Assim, pode-se dizer que o esporte na infância é um fenômeno muito

complexo, que não pode ser reduzido a um pensamento simplista, como a

tradicional seleção esportiva e a tradicional eleição de um modelo ideal de atleta.

A primazia da iniciação esportiva não está nas habilidades específicas e

sim na amplitude de possibilidades de estímulos para o desenvolvimento e

crescimento físico, fisiológico, desenvolvimento motor e psicomotor, aprendizagem

motora, desenvolvimento cognitivo e afetivo-social (CAPITANIO, 2003).

O minivolei utiliza como parte integrante do processo de ensino e

aprendizagem dos tipos de jogos de voleibol, atividades cuidadosamente

selecionadas para facilitar o desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo da

criança, como por exemplo:

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Desenvolvimento das habilidades motoras

§ Através de deslocamentos e posicionamentos do corpo para

realizações de movimentos naturais e específicos do voleibol, com variações de

direção, tempo e espaço para que a criança desenvolva um maior domínio motor;

§ Direcionamento da bola para os espaços vazios ou posições

estratégicas, aumentando o conhecimento tático gradualmente de acordo com o

nível de aprendizado.

Para as crianças terem uma vida esportiva prolongada, chegando ao

esporte de alto rendimento, torna-se necessário que suas experiências motoras e

de iniciação esportiva sejam positivas, tanto do ponto de vista psicomotor quanto

das dimensões afetivas, sociais e cognitivas.

Para finalizar, ressaltamos que a aprendizagem de qualquer modalidade

esportiva deve ser feita com cuidadosa e adequada metodologia. Os preceitos da

pedagogia, da didática e da psicologia devem ser empregados pelo professor na

iniciação esportiva, pois está ultrapassada, e há muito tempo, a fase do

empirismo, da auto-aprendizagem e da ausência de segura orientação na

iniciação desportiva.

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CONCLUSÃO

O trabalho apresentado atentou para a importância do desporto

adaptado na formação do desenvolvimento psicomotor do sujeito.

Como conclusão é possível destacar que a prática esportiva

ocasiona efeitos de ordem fisiológica, emocional, psicológica e social, alé da

satisfação, divertimento e prazer. Para a criança obter resultados positivos, torna-

se necessário que suas experiências motoras e de iniciação esportiva sejam

positivas, tanto do ponto de vista psicomotor quanto das dimensões afetivas,

sociais e cognitivas.

A finalidade do processo educativo na formação do jogador, situa-se

na realização de um jogador inteligente, capaz de agir por si próprio utilizando

seus conhecimentos e sua experiência. Nesse processo educativo, o profissional

visará ao desenvolvimento da qualidade do pensamento tático para permitir ao

jovem participar e se engajar na evolução de sua especialidade.

Pode-se concluir, ainda, que a aprendizagem de qualquer

modalidade esportiva deve ser feita com cuidadosa e adequada metodologia. O

fato preocupante é que muito profissionais, na iniciação esportiva, juntamente no

desporto adaptado que deveria ser um fator facilitador no aprendizado da crinaça,

muitas vezes visão o auto-rendimento do individuo, e não oferencem a atenmção

necessária para o desenvolvimento motor e psicomotor da criança.

É importante destacar que não devemos generalizar todos esses

fatos, pois isso contrapôs o que foi apresentado pela literatura.

Futuramente, cabe pesquisar detalhadamente, os aspectos de cada

área psicomotora desenvolvida/trabalhar não só no mini vôlei, mas também no

desporto adaptado de outras modalidades esportivas e até mesmo nas iniciações

esportivas das categorias de bases que visam o desporto de rendimento, e nem

por isso deveriam deixar de destacar o desenvolvimento psicomotor de seus

“atletas”.

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O estudo permitiu concluir que os jogos e brincadeiras que são

conteúdos da psicomotricidade permitem o desenvolvimento integral do aluno,

contribuindo positivamente para o processo de aprendizagem. É fundamental ao

Professor de Educação Física trabalhe atividades que visem o desenvolvimento

integral do aluno e para tanto a psicomotricidade é um elemento de grande

relevância dentro da Educação Física.

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BIBLIOGRAFIA

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http://www.efdeportes.com. Acesso em: 03 jun. 2011.

http://www.fivb.ch/EN/Programmes/minivolleyball.asp

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR 10

CAPÍTULO II

O MINIVÔLEI – FIVB 13

CAPÍTULO III

O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E O MINIVOLEI 16

3.1 – Desenvolvimento das habilidades motoras 18

CONCLUSÃO 19

BIBLIOGRAFIA 21

ÍNDICE 22

FOLHA DE AVALIAÇÃO 23

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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