comissÃo pastoral da terra - cptcpvsp.org.br/upload/cartazes/pdf/carurbr1978077.pdffaz o homem...

8
E HIIIMJM il 1 LLI | JíI:I , 1U 978 COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPT -^ Os patrão que tetu fazenda ora os peão ter; falado: ''Vou aixanjã um vaqueiro, nao quero mais aareqado. Vou deixa de toca roca, os meus plano ta mudado^ . ""zer esta colhei ta sou financiado, s maquina tudo é c?ra adubo e um preço danado. .Na lavoura eu ponho capi^ e vou forma pasto ora qado' <** K X ^s JT* > %\ pobre do lavrador fica bem apertado. Nao tem roça pra plantí fica encabulado. tem mudando Ia' da roça pra cidade e povoado. Acaba tudo o ^que tm,- fica bem desailibrado. Sen: dinheiro acabou, começa a compra fiado. Serviço ele nao acha, náo*pode fica parado. 0 nome dele acaba Falta terra, falta tudo. falta aiimentação, faz o caboclo fica numa triste situação. 0 povo doente e fraco prejudica a nação, faz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao, traz a fcme e a miséria na cidade e no sertão: periga a humanidade uma revolução. »wi ® IJ Sl^lX^pEÍA TiÊMS CfíMPRNHR 0$ FRQTERKlDflDe - 1971 I ESPELHE de um Violeiro de Goiás Foto: Maureen Bisilliat Janeiro Fevereiro Março DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB 12 3 4 5 6 7 Nova Cresc. Cheia 1 O Q /l 7 ® 14 1 22 ® JL íLl O 44 Ming. Nova Cresc. Í O Q /l 2/31 D8©16C X £d O 8 9 10 1112 13 14 5 6 7 8 9 1011 5 6 7 8 9 1011 15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 12 13 14 15 16 17 18 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 19 20 2122 23 24 25 OQ O A Q-( Ming. Nova Cresr. Cheia C-lO 0\J OJL 2/315 9 © 16 C ZlS 26 27 28 26 27 28 29 30 31 ? ; 1

Upload: others

Post on 01-Nov-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPTcpvsp.org.br/upload/cartazes/pdf/CARURBR1978077.pdffaz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao,

E HIIIMJM il1 LLI|JíI:I,1U 978 COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPT

-^

Os patrão que tetu fazenda ora os peão já ter; falado: ''Vou aixanjã um vaqueiro, nao quero mais aareqado. Vou deixa de toca roca, ■ os meus plano ta mudado^ .

""zer esta colhei ta • sou financiado,

s maquina tudo é c?ra adubo e um preço danado.

.Na lavoura eu ponho capi^ e vou forma pasto ora qado'

<** K

X ^s JT* >

%\

pobre do lavrador já fica bem apertado. Nao tem roça pra plantí já fica encabulado. tem mudando Ia' da roça pra cidade e povoado. Acaba tudo o ^que tm,- fica bem desailibrado. Sen: dinheiro já acabou, começa a compra fiado. Serviço ele nao acha, náo*pode fica parado. 0 nome dele acaba

Falta terra, falta tudo. falta aiimentação, faz o caboclo fica numa triste situação. 0 povo doente e fraco prejudica a nação, faz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao, traz a fcme e a miséria na cidade e no sertão: periga a humanidade dá uma revolução.

»wi ® IJ Sl^lX^pEÍA TiÊMS CfíMPRNHR 0$ FRQTERKlDflDe - 1971 I

ESPELHE

de um Violeiro de Goiás

Foto: Maureen Bisilliat

Janeiro Fevereiro Março DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

12 3 4 5 6 7 Nova Cresc. Cheia 1 O Q /l 7 ® 14 1 22 ® JL íLl O 44

Ming. Nova Cresc. Í O Q /l 2/31 D8©16C X £d O 4Í

8 9 10 1112 13 14 5 6 7 8 9 1011 5 6 7 8 9 1011 15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 12 13 14 15 16 17 18 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 19 20 2122 23 24 25 OQ O A Q-( Ming. Nova Cresr. Cheia C-lO 0\J OJL 2/315 9 © 16 C ZlS 26 27 28 26 27 28 29 30 31 ?■;

1

Page 2: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPTcpvsp.org.br/upload/cartazes/pdf/CARURBR1978077.pdffaz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao,

Cem m f**p ít/nmi

BIBLI 1978 - ANO NOVO

A natureza também caminha.

Começa mais um ano: 19 78. Durante ele, vai acontecer muita coisa: gente que nasce, gente que morre; menino que se torna rapaz, menina que vira moça; rapaz e moça que se casam. Todos nós, enfim, ficando mais ve- lhos, caminhando pela vida.

O arroz que o lavrador semeou está brotan- do. Devagar ele vai crescendo, vai botando folha, vai embuchando,^ate parir, soltando o cacho bonito. Com a força do sol e principalmente a bênção da chuva, chega enfim o dia de dobrar o cacho. E o lavrador, que preparou o ter reno, semeou e limpou, agora vai colher o resultado do seu trabalho.

Na luta da vida, o lavrador sabe que a colheita demora. É preciso labu tar e sofrer muito, antes de colher. Mas a gente só colhe se primeiro prepa rou o terreno, semeou e limpou.

Na luta pela terra, a colheita é custosa. Um dia o lavrador vai ser do no da terra onde ele trabalha, da terra que ele molha com o seu suor e cor- ta com a sua enxada.

Esse dia pode demorar. Mas ele chega, se a gente sabe ir preparando e le. Principalmente se a gente prepara, unidos uns aos outros. Porque o so- frimento não é de um, mas de todos os lavradores. A esperança é de todos. E a coragem na luta precisa também estar no coração e nas mãos de todos.

QUARCSMA 8-Fev. 4a. f. de Cinzas

23-Mar. 5a. feira santa 24-nar.- 6a. feira santa

PÁSCOA

26 de Março

Todo ano, neste tempo da Quaresma, se faz no Brasil a Campanha, da fAjateAnidadz. £ um convite para o cristão compreender me- lhor o sofrimento de Jesus, participando do sofrimento e da luta dos seus irmãos.

Este ano, a Campanha da Fraternidade diz pra gente prestar atenção nas injusti- ças que o povo esta sofrendo, sem traba- lho, ou mal pago e explorado. Por isso nós somos convidados a exigir TRABALHO E JUSTI ÇA PARA TOPOS. Este é o grito da Campanha da Fraternidade de 1978.

Para o lavrador, ter trabalho quer dj zer tzA teAAa. Sem terra, o lavrador não trabalha. Ou, quando consegue trabalhar na terra alheia, como mee-óto, fizndQÁA.0 ou pax CJúAO, ele é sempre explorado: o trabalho e do lavrador, o resultado e do patrão.

E os volantu, que trabalham^por dia nas grandes fazendas de cana, café e algo- dão, sofrendo de sol a sol, comendo a sua bÕia fria e recebendo uma miséria pelo seu serviço?

E os peõeó de empreitada, que lutam meses derrubando mata, fazendo cercas e ou tros serviços, e acabam sem receber nada, pois o empreiteiro roubou nas contas do fo£

■necimento? E tantos outros trabalhadores rurais...

Nosso grito, nesta Quaresma, é um só: TERRA E JUSTIÇA PARA TOPOS.

A Páscoa é a festa religiosa mais im- portante para o cristão. A gente festeja a Ressurreição de Jesus Cristo. Depois delem brar a sua morte, na sexta-feira da Pai- xão, nos celebramos a vitória dEle sobre essa mesma morte. Porque Jesus nao morreu para ficar enterrado,mas ressuscitou para mostrar que a morte nao deu conta de derru bar Ele.

Vencendo a morte, Jesus derrotou tam- bém tudo aquilo que_traz a morte: a desu- nião, a fome, a miséria, o cativeiro, a ex ploração - quer dizer, tudo aquilo que é o pecado.

Com sua Páscoa, Jesus Cristo nos traz uma Vida Nova e nos convida a lutar pela construção de um mundo novo, onde não exis^ ta desunião, fome, miséria, cativeiro, ex- ploração.

Ele nos convida para derrotar a mor- te, vivendo uma vida de homens livres eres^ suscitados. Ele mostra para nós que é pre- ciso ter coragem na luta, mesmo com o ris- co da morte.

Porque os inimigos de Jesus mataram Ele - e Ele ressuscitou. Os inimigos do Po vo podem nos matar - mas não conseguirão enterrar a.vontade de liberdade e de, justi_ ça que o Povo tem. E mais cedo ou mais tar de a semente dessa morte vai brotar no chão de nossa terra, no dia novo da Ressurrei- ção e da Vitoria.

Page 3: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPTcpvsp.org.br/upload/cartazes/pdf/CARURBR1978077.pdffaz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao,

Tive a terra, o tenho.

Abril Maio Junho DOM SEG TFR QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

Nova Cresc. Cheia Ming. -4 7 © 15 C 23 © 29 J JL r; 1 2 3 4 5 6 Nova Cresc. Cheia Ming. "1 O Q

5 ® 13 C 20 © 27 J, JL £ O

2 3 4 5 6 7 8 7 8 9 10 1112 13 4 5 6 7 8 9 10 9 10 1112 13 14 15 14 15 16 17 18 19 20 111213141516 17

16171819 20 2122 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 % 24 25 26 27 28 29 28 29 30 31 ÍT St "1 25 26 27 28 29 30

Page 4: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPTcpvsp.org.br/upload/cartazes/pdf/CARURBR1978077.pdffaz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao,

■■■";.■• .-■■•■:

^ -"•-'

19 DE ABRIL - DIA DO ÍNDIO

Assim como os lavradores têm o dia 25 de Julho para se reunir, discu- tir seus problemas, comemorar suas vitórias, o Tndio também tem seu dia. E o 19 de Abril. 0 Dia do Tndio, do mesmo jeito que o dia do Trabalhador Ru- ral, deve ser um dia de luta. E, primeiro de tudo, de luta pela terra.

Nesta luta, ojndio carece da ajuda dos lavradores. E comum o fazen-

pulsa os posseiros e bota o boi no lugar deles. AT os índios e os lavrado- res ficam sem a terra.

Por isso, e preciso abrir os olhos de todos os companheiros para não cair na arapuca dos fazendeiros. Para nao lutar contra seus irmãos Tndios, mas para unir-se a eles na luta por um pedaço de terra onde viver e plantar.

Vamos lembrar para os companheiros um^pouco da história. Antes de todo mundo chegar, os Tndios já trabalhavam a terra. 0 ZndLo t o psUmtlM dono da teAsui. Quando os portugue- ses chegaram para descobrir o Brasil, em 1500, os Tndios ja faziam suas roças todo ano pa- ra sustentar os filhos e ir vivendo a vida.

Se e assim, por que e que os nossos irmãos Tndios não tem mais terra pra plantar, pra caçar, pra enterrar seus mortos? Porque os grandes fazendeiros, do mesmo jeito que não res^ peitam a terra dos lavradores, nunca respeitam a terra dos Tndios. Usam todo tipo de vio- lência para expulsar os Tndios de sua terra. Passam tratores nas casas, tocam fogo nas ro- ças, fazem cercas em volta das aldeias, E quando os Tndios teimam em defender seu chão, os fazendeiros pagam jagunços para matar eles e suas mulheres, como fizeram muitas vezes no Mato Grosso, em Rondônia e em outros cantos do Brasil.

Companheiros lavradores, os Tndios são nossos irmãos na luta pela terra. A FORÇA DOS FRACOS E A UNIÃO.

1* DE MAIO -DIA DO TRABALHADOR (OPERÁRIO)

Eles eram poucos. Tinham nomes comuns de trabalhadores: LuTs, Vicente, Jorge, Alber- to, Oscar, Samuel, Adolfo, Miguel. Eram poucos, mas eram filhos de uma classe numerosa: a classe trabalhadora. Viveram nos Estados Unidos, na cidade de Chicago, faz quase 100 anos. Viveram ao lado de seus companheiros, e morreram lutando pelos direitos de todos os traba- lhadores do mundo. ,

Naquele tempo, nos Estados Unidos, os operários lutavam para diminuir para 8 horas, por dia, o tempo de trabalho nas fábricas. Eles trabalhavam 12, as vezes até 16 horas por dia - como aqui no Brasil ainda hoje acontece.

Os operários queriam diminuir as horas de trabalho, mas os patrões queriam, por tudo, deixar do jeito que estava. Depois de muitos anos de luta, os trabalhadores conseguiram qr ganizar uma greve geral, exigindo 8 horas de trabalho. A greve foi marcada para o dia 19 DE MAIO do ano de 1886, em Chicago.

Os patrões não ficaram quietos. Os tubarões nunca ficam de braços cruzados quando os pobres lutam contra os privilégios deles. Chamaram a polTcia para reprimir com a força os comTcios dos operários, onde eles explicavam ao povo os motivos da luta e defendiam seus interesses.

A polTcia atirou contra os operários reunidos na praça. Matou uma porção deles enle- vou outros para a cadeia. Mas os operários nao esmoreceram e continuaram a luta._A polTcia também continuou a prender e a matar. No mês de novembro do ano de 1887, os operários Vi- cente, Jorge, Alberto e Adolfo, que dirigiam a luta e estavam presos, foram enforcados em praça pública.

Para não esquecer estes acontecimentos, os operários do mundo inteiro escolheram o dia 19 DE MAIO como o DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES. E^ um dia de luta. Um dia de lutadores.

Lavradores: este é o exemplo de união dos nossos irmãos da __cidade -'. os operários, que trabalham nas fábricas. A maior parte dos operários bra- sileiros também são lavradores, que foram expulsos da terra. Sem ter onde .plantar, eles tiveram que ir para a cidade, caçar trabalho^ nas fábricas. Por isso eles sao nossos irmãos. Por isso, a luta dos operários e dos la- vradores é uma só: TERRA. TRABALHO, JUSTIÇA E LIBERDADE PARA TODOS. ■

Ç «HBKij^V ' '

Page 5: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPTcpvsp.org.br/upload/cartazes/pdf/CARURBR1978077.pdffaz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao,

Julho DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

Nova Crcsc. Cheia fvlii 5 © 13 £ ^0 & 26 J) J-

2 3fc'4 5 6 7 8 9 10 1112 13 14 15

16171819 20 2122 2526 27 28 29 23 / 24

/30 /

Agosto DOM SEG TER OUA QUI SEX SAB

Nova Cresc.

3 © 11 C 12 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 13141516171819 202122 23 24 25 26 2728 29 30 31 ?S Si

Setembro DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

Nova Crcsc.

2 9 10 c

Cheia Mlng. 16 © 2'í J 1 2

3 4 5 6 7 8 9 10111213141516 171819 20 2122 23 2425 26 27 28 29 30

Page 6: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPTcpvsp.org.br/upload/cartazes/pdf/CARURBR1978077.pdffaz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao,

AJLtKFA. f PA RA QUEM TXA BA LHA NELA Quem e que está trabalhando na terra, hoje, no Brasil?

Em 1972, o INCRA contou quase 11 milhões de famílias de ntrabalhadores rurais, em todo o PaTs, que não possuem ter- Jra, ou então possuem pouca terra. Eles são os seguintes:

* 1 milhão e 200 mil assalariados permanentes: trabalham direto na terra alheia e recebem salário em dinheiro e mantimentos;

* 6 milhões de assalariados temporários Cboias-frias): trabalham por dia ou de empreita na terra alheia, e recebem salário;

* 500 mil parceiros e rendeiros: trabalham na terra alheia e entregam parte da produção ou então pagam aluguel ao fazendeiro;

* 500 mil posseiros: trabalham na terra por conta própria, mas não têm documento de propriedade;

* 2 milhões e 400 mil minifundiârios (pequenos proprietários): trabalham com a família na terra deles mesmos, mas sem resultado, porque a terra é pouca e existem problemas de finaneiamentc^ venda do produto e outros.

Tanta gente trabalhando e produzindo alimentos - e tanta gente sem ter o que comerl Por que acontece isso?A causa mais grave desse problema e que a maior parte das terras está na mão de uns poucos ricos - e esses só pensam em plantar produ- tos pra vender pra fora, tendo maiores lucros: soja, café, cana.

Vejam só outra conta do INCRA, no mesmo ano de 72. Exis- tem no Brasil:

(72%) 2 milhões e kOO mil MINIFÜNDIOS, que ocupam 46 milhões e 276 mil hectares (12,4%)

(23%) 787 mil LATIFONDIOS, que ocupam 288 milhões e 30 mil hectares (78,0%)

( 5%) 163 mil EMPRESAS RURAIS, que ocupam 35 milhões e 867 mil hectares ( 9,6%) ^'W,

Isso quer dizer que, entre os proprietários, 72 por cento (a maior parte) são MINIFUNDIÂRIOS, mas ocupam sõ 12,4 por cen to da terra cadastrada pelo INCRA; 5 por cento sao EMPRESÁRIO^" RURAIS e ocupam 9,6 por cento das terras; e apenas 23 por cen- to, que sao LATIFUNDIÁRIOS, são donos de 78 por cento das ter- ras cadastradas pelo INCRA.

Os boias-frias, parceiros, rendeiros euma parte dos pos- seiros trabalham nas terras que estão nas mãos dos latifundiá- rios e empresários rurais. Outra parte dos posseiros ocupam terras devolutas, quer dizer, do Estado.

Estas contas do INCRA foram feitas em 1972, quer dizer, seis anos atrás. Desse tempo pra cá, a coisa piorou: os lati- fundiários e empresários rurais foram apertando os minifundiâ- rios, para estes venderem suas propriedades; milhares de famí- lias de posseiros foram expulsas da terra; e muitos parceiros e^rendeiros viraram bõias-frias, porque os fazendeiros agora sõ plantam capim pro gado e nao querem mais arrendar a terra para os lavradores trabalharem.

VAMOS FESTEJAR 0 D IA DO TRABALHADOR RURAL

Amigos e companheiros, vamos todos apreparar 25 de Julho nosso dia vamos festejar. Nõis somos uma classe que precisamos alertar: em cima dos nossos direitos ninguém pode pisar.

Para nóis é um momento de muita alegria. Todas classes organiza pra comemorar seu dia. E faltava os lavradores, que ainda não sabia, 25 de Julho passava e nõis não via.

é um dia especial para todo lavrador que junto descubrindo qual ê o nosso valor. Com o nome de quem trabalha tem muito enganador; é nõis que lavra o chão, nóis que somos produtor.

Page 7: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPTcpvsp.org.br/upload/cartazes/pdf/CARURBR1978077.pdffaz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao,

<^ll &K v' r*?» y. «Srr sifJ^S^F^i

ll.:**3

^^

•^r^'

■^

%.♦*,

/'t^1

íf í^ASM4. ^ 4lí(r^ •»^- ■í

■ foi que.glj í

/irmãos qu( :apou foi nos seis

t 4$ V

riiiiq ue^pvuie ;iou vinya. de.dez e^:âpa__ãs ver três. Lã t-ni Qa^ até escapou muit foi miiagrfe que Dçus'fez.i Tem caSJa que. moriié tèdas, 1 naó'ficfe aettf pra indâr. il

1 ^b M 1 li

»• •

Fui criado'ogfi; arroz ' pirão de f^itWnha. e angu» '

tf No íempo deiu manino', J .passa.va o jafa eVa nu.

De maj-.ha oüpiefl^cfê era cpco blbffô^. -

ii •Historia dè up lavrador i fito Mifaiihoo *

r * ■ ' iU

Foto: A. C. Moura

Outubro DOM SEG TER QUA QU1 SEX SAB

12 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 13 14

15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 fJQ OCi OH Nova CrtK. Cheia Ming. £& OU OJL 2/31© 9 C 16 © 23 3

Novembro DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

Cresc. Cheia Ming. Í 9 Q /l 7CH©225 J- " <-* ^t

5 6 7 8 9 1011 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Nova

30©

Dezembro DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

Cresc. Cheia Ming. Nova 6 C H © 22 J 29 O 1 2 3 4 56789 10111213141516 17 18 19 20 21 22 23 % 25 26 27 28 29 30

Page 8: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPTcpvsp.org.br/upload/cartazes/pdf/CARURBR1978077.pdffaz o homem cachaceiro, faz outro vira ladrão, faz mulher muda de vida pra poder ganhar o pao,

12 oe OUTUBRO Festa de Nossa Senhora Aparecida. Nao é

dia santo.

Nessa data, faz dois anos (em 1976), mor reu o padre João BOACO Ve.nA.do BuAyU.eA, em RT beirão Bonito, Mato Grosso. Ele foi assassi- nado pela Polícia quando defendia duas mulhie res do Povo que estavam sendo torturadas na delegacia.

Padre João Bosco, que trabalhava com os Tndios Bakairi, é considerado um mãjvtÃJi da luta dos Tndios e dos lavradores - juntamen- te com o padre Rodolfo Lunkenbein e o Tndio bororó Simão Cristino,jnortos num ataque de fazendeiros invasores a aldeia de Meruri, MT, a 15 de julho do mesmo ano de 1976.

Com eles, nós lembramos também todos os trabalhadores e Tndios que entregaram a vida defendendo sua terra, sua cultura, seus di- reitos.

1* D€ hiOVCMBW VZnadoi, £ ^eJvtado.

NUAZ dia., a gente. Imbna oò pa- H.eyvteÁ e amigoò que. jã ncó deÂxanm e. que eòpenjcm a. Re-ó.óuAA&cçõo. ?nÁ.nclpaJi- me.nte aqueZeá que motineJum psiepafiando o caminho pana. a ilbesotação do6 aompa- nheÂAoò.

ISoeNOVCNBRO

FeÂÃxido: ayUveAòcisUjo da PÁjodama- ção da RepúbLica, Eòtão majLC.adcu> eteÁ.- çõet, pana eAta. data..

O nascimento de Jesus, que nos lembramos na festa do Natal, mostra pra gente o nosso valor de Homens. Deus não quer que a gente seja ape- nas filho dEle, mas irmão. E Jesus nasce entre nós como o irmão que vèm nos dar força e coragem.

Num mundo de escuridão, pecado e injustiça, uma grande luz começa a brilhar: é Deus que manda seu Filho para nos mostrar o caminho da justi- ça e da liberdade.

Jesus que nasce e o Messias, o Salvador que os povos oprimidos espe ravam. Ao lado dEle, os pobres começam a trilhar com alegria o caminho da Libertação.

Ele não nasce entre os grandes. Nasce num curral. Sua Mãe descansa no chão duro, e o berço dEle é um cocho forrado de palha. Os vaqueiros vão espiar o que acontece. Quem será aquele Menino?

Nós sabemos. Os pobres sabem. Os lavradores sabem. Porque Jesus nas ceu pobre para os pobres. E os pobres sabem que o verdadeiro festejo de Natal é na simplicidade e na alegria que só os pobres têm.

Jesus não está nascendo no palácio do grande que explora seus empre gados. Nem na fazenda do tubarão que expulsa o posseiro da terra, nasce hoje, em 1978, no casebre do lavrador. No meio dos muitos do lavrador, ainda tem lugar para esse menino, Jesus.

E é na casa do pobre, do lavrador, do operário - de todos os pobres do mundo, unidos - que está nascendo a luz do novo dia de justiça e li- bertação.

Jesus filhos