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COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA TENDO POR
OBJETO ANALISAR A SITUAÇÃO DO SETOR ENERGÉTICO NO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
RELATÓRIO FINAL
PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL
MAIO DE 2013
SUMÁRIO
Composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul….................03
Composição da Comissão de Representação Externa tendo por objeto Analisar a Situação do
Setor Energético no Estado do Rio Grande do Sul …..................................................................04
Requerimento para Instalação da Comissão de Representação Externa tendo por objeto
Analisar a Situação do Setor Energético no Estado do Rio Grande do Sul …...........................05
Introdução feita pelo Coordenador…............................................................................................07
Desenvolvimento do Tema …..........................................................................................................08
Ações da Comissão de Representação Externa …........................................................................19
Conclusões, Encaminhamentos e Recomendações…....................................................................23
COMPOSIÇÃO DA MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Mesa Diretora 2013
Presidente – Deputado Pedro Westphalen - PP
1º Vice-Presidente – Deputado Paulo Odone - PPS
2º Vice-Presidente – Deputado Aldacir Oliboni – PT
1º Secretário – Deputado Gilmar Sossella – PDT
2º Secretário – Deputado Márcio Biolchi – PMDB
3º Secretário – Deputado Marcelo Moraes - PTB
4º Secretário – Deputado Jorge Pozzobom - PSDB
1º Suplente de Secretário – Deputado João Fischer - PP
2º Suplente de Secretário – Deputado Catarina Paladini - PSB
3º Suplente de Secretário – Deputado Paulo Borges - DEM
4º Suplente de Secretário - Deputado Carlos Gomes - PRB
COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA
Deputado Frederico Antunes – PP - (Coordenador)
Deputado Zilmar Rocha – PT
Deputado Nelson Härter – PMDB
Deputado Gilmar Sossella – PDT
Deputado José Sperotto – PTB
REQUERIMENTO DE INSTALAÇÃO DA COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA
TENDO POR OBJETO ANALISAR A SITUAÇÃO DO SETOR ENERGÉTICO NO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Requerimento de Comissão de Representação Externa nº 3 /2013
Deputado Frederico Antunes + 18 Deputados
Excelentíssimo Senhor,
Deputado Pedro Westphalen,
DD. Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
Senhor Presidente:
O(s) Deputado(s) que este subscreve(m) requer(em), perante Vossa Excelência, nos termos dos
artigos 75, 89, 89-A e 90 do Regimento Interno desta Casa Legislativa, a instalação de uma
Comissão de Representação Externa tendo por objeto analisar a situação do setor energético no
Estado do Rio Grande do Sul.
Tal solicitação decorre de diversas notícias veiculadas nos meios de comunicações sobre o baixo
nível dos reservatórios das hidrelétricas e de problemas de interligação no sistema integrado
nacional de energia, que poderão ocasionar um apagão e racionamento energético em nosso Estado
e no País.
Assim, fica evidente a necessidade de que este Parlamento tenha real conhecimento dessa situação
no âmbito deste estado para que, além de acompanhamento, possamos, juntamente com o Estado
vizinho de Santa Catarina, e os países lindeiros Argentina e Uruguai, também vir a sugerir medidas
e ações com vistas a geração de mais energia, com a consequente geração de renda, empregos,
tributos, desenvolvimento econômico e bem-estar social.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Sala das Sessões, em 1º de fevereiro de 2013.
Deputado Frederico Antunes
Deputado Adilson Troca
Deputado Mano Changes
Deputado Adolfo Brito
Deputada Maria Helena Sartori
Deputado Alexandre Postal
Deputado Miki Breier
Deputado Álvaro Boessio
Deputado Nelson Harter
Deputado Carlos Gomes
Deputado Paulo Borges
Deputado Edson Brum
Deputado Paulo Odone
Deputado Ernani Polo
Deputado Pedro Pereira
Deputado João Fischer
Deputada Silvana Covatti
Deputado Jorge Pozzobom
Deputada Zilá Breitenbach
INTRODUÇÃO
A Comissão de Representação Externa tendo por objeto Analisar a Situação do Setor
Energético no Estado do Rio Grande do Sul buscou realizar uma radiografia sobre a atual situação
energética do Estado e as principais deficiências nos sistemas de geração, transmissão, distribuição,
comercialização e gestão de energia.
O fator desencadeador do processo, que motivou a propositura da Comissão de
Representação Externa, foi a possibilidade de apagão energético, face ao baixo nível dos
reservatórios das hidrelétricas para a época, aos problemas de interligação do Sistema Integrado
Nacional de Energia, bem como, a necessidade urgente do processo de reativação permanente da
Usina Termelétrica de Uruguaiana.
Nesse sentido, no final de 2012 o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) atribuiu o
“apagão” ocorrido, que atingiu pelo menos oito Estados, a problemas de interligação no sistema
integrado de energia. No RS, segundo noticiado nos meios de comunicação, cerca de 750.000
clientes ficaram sem luz. Esse desabastecimento temporário atingiu quase 250.000 pontos na área
da AES Sul, 300.000 clientes da RGE e 200.000 pontos da CEEE, sendo que as regiões mais
afetadas foram a centro sul e fronteira do Estado.
No início do corrente ano de 2013, o nível dos reservatórios das hidrelétricas atingiu o nível
mais baixo dos últimos quatro anos, chegando à situação semelhante a do ano de 2001, quando
houve racionamento de energia elétrica no país. Houve, nessa época, apreensão por parte de
especialistas do setor e da população como um todo de um novo apagão no Brasil, que só não
ocorreu pelo uso da capacidade máxima das termelétricas brasileiras.
Isto posto, para a manutenção do fornecimento atual de energia de forma estável, bem como
para garantir que haja o incremento na oferta, necessário devido a constante e crescente demanda,
este relatório busca trazer algumas recomendações a fim de amenizar este descompasso.
DESENVOLVIMENTO DO TEMA
No final de 2012, a capacidade instalada de geração elétrica no Brasil chegou a mais de 120
GW, representando um incremento de 3,9 GW em ralação ao ano anterior. Contando a importação
contratada no ano de 5,9 GW, o país atingiu 126 GW de disponibilidade total de energia. Como
percebe-se na tabela abaixo, o maior percentual de capacidade instalada foi a geração em
hidrelétrica, com 84,3 GW (69,7% do total); seguido de 11,4 GW de gás natural (9,4%); e com 9,9
GW a biomassa (8,2%).
Tabela : Capacidade instalada de geração elétrica – dez/2012 (MW)
Fonte: Ministério de Minas e Energia, Capacidade Instalada de Geração no Brasil (23/04/2013).
No mesmo período, o Brasil possuía com 2.778 usinas de geração (2.608 em 2011),
registradas na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A maior quantidade de usinas é de
hidrelétricas, com capacidade média de 79 MW por planta; em seguida vêm 1.007 usinas movidas
por derivados de petróleo, com média de 7 MW por planta (a maioria backup a diesel). A biomassa,
com 435 usinas - 365 a bagaço de cana - vem em 3º lugar, com média de 23 MW por planta. O
Brasil conta com 84 usinas eólicas, com média de 22 MW por planta (20 MW em 2011), e
capacidade total de 1.886 MW, ou 1,6% da capacidade instalada brasileira (1,2% em 2011).
Fonte
Hidrelétrica 1.064 84.294 69,7 79
Gás Natural 105 11.415 9,4 109
Biomassa 435 9.913 8,2 23
Óleo (fóssil) 1.007 7.221 6,0 7
Carvão Mineral 11 2.304 1,9 209
Nuclear 2 2.007 1,7 1.004
Gás Industrial 40 1.845 1,5 46
Eólica 84 1.886 1,6 22
Biogás 19 79 0,1 4
Solar 11 8 0,0 1
TOTAL 2.778 120.973 100,0 44
Importação contratada 5.850
Disponibilidade total 126.823
Nº Usinas
Capacidade instalada (MW)
Estrutura %
Capacidade média por
usina (MW)
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) elaborou e publicou um estudo onde apresenta
uma visão para a Matriz Energética 2030 no Brasil. Nos gráficos abaixo percebe-se que,
comparando com os dados de 2005, a estimativa para 2030 é de aumentar em mais de 100%. Dentro
dessa oferta, percebe-se um incremento do gás natural dentro da matriz energética e uma
diminuição na participação do petróleo e seus derivados. É relevante ressaltar que o petróleo
continuará ainda o principal produto da matriz energética, porém diminuirá espaço em relação a
fontes alternativas e sugere a necessidade de investimentos nesses segmentos.
Evolução da matriz energética brasileira
Fonte: EPE, Plano Nacional de Energia 2030.
A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) do Rio Grande do Sul, em seu Balanço
Energético 2011 – Ano Base 2010, prevê dois cenários para o crescimento do consumo no Estado,
sendo a primeira de 2,4% anual (valor previsto para o Brasil) e a segunda de 5% (cenário otimista).
De qualquer maneira, nota-se a necessidade de investimentos em expansão na oferta de energia para
os próximos 20 anos (vide gráfico abaixo).
Valores Verificados do Consumo Final de Energia no RS, no Período de 2005 a 2010, e
Projeção de Crescimento até 2035
Fontes: Grupo CEEE e Balanço Energético do Rio Grande do Sul 2011 - Ano Base 2010.
Hidrelétricas
O Ministério de Minas e Energia publicou em seu Plano Decenal de Energia (PDE 2021) um
estudo de inventário hidrelétrico, onde apresenta os investimentos do setor entre os anos de 2006 a
2012, além de elencar os projetos previstos até o ano de 2021 (vide tabelas e mapa a seguir).
Percebe-se que uma nova estrutura no Estado do Rio Grande do Sul está prevista apenas para 2020,
não contando nos primeiros planos do Governo Federal.
Estudo de Inventário Hidrelétrico 2006/12 (Mapa 1)
Projetos Hidrelétricos a Viabilizar de 2017 a 2021 (Mapa 1)
Fonte: ANEEL
No Rio Grande do Sul existem 121 empreendimentos de geração de energia elétrica em
operação, com uma potência instalada de 7.150.078 kW. Desse total, 69,63% correspondem a 14
usinas hidrelétricas, somando 4.978.825 kW; 23,69% são de 38 usinas termelétricas, somando
1.694.315 kW; 2,10% correspondem a 3 usinas eólicas, ou seja, 150.000 kW. No mapa a seguir vê-
se a distribuição das principais usinas no Estado. A energia proveniente das hidrelétricas, por ser a
principal fonte geradora de energia elétrica, tem gerado nos últimos anos preocupação à população,
uma vez que depende dos índices pluviométricos, ou seja, dependente de fatores naturais.
Principais Usinas Hidrelétricas no RS
Fontes: Grupo CEEE e Balanço Energético do Rio Grande do Sul 2011 - Ano Base 2010
A rede básica é constituída de linhas de transmissão com níveis de tensão superiores a 138
kV, partindo da Usina hidrelétrica de Itá quatro linhas de transmissão de 525 kV, tendo como
destino as subestações de Santo Ângelo 2, de Caxias do Sul, de Gravataí 2, com conexão em Nova
Santa Rita, e a conversora de frequência de Garabi. Da subestação de Campos Novos, localizada em
Santa Catarina, parte uma linha de transmissão de 525 kV rumo à subestação de Gravataí 2, com
conexão em Caxias do Sul. Existe ainda uma importante linha de transmissão de 525 kV
interligando a usina de Itá à subestação de Campos Novos, com conexão em Machadinho. Não
existe ainda anel de 525 kV interligando os principais pontos das regiões Sul e Norte do Estado
(CEEE, 2012).
Conforme dados apresentados pelo ONS em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico (CMSE), em 20 de fevereiro, o sistema elétrico brasileiro teve entre 2.258 e 2.670 falhas –
distúrbios no funcionamento das instalações – por ano, nos últimos cinco anos. Do total de falhas,
em média 11,8% envolveram corte de carga. Cerca de 3,0% tiveram corte de carga superior a 100
MW; em aproximadamente 0,4% houve corte de carga superior a 500 MW; e 0,2% envolveu corte
de carga superior a 1000 MW.
Nos casos envolvendo linhas de transmissão de energia, “a principal causa das falhas é
condição climática adversa, seguida de queimada, de acordo com informação na ata da 126ª
Reunião do CMSE, publicada no site do Ministério de Minas e Energia. Para os transformadores e
barramentos do sistema, a principal causa de problemas está em equipamentos e acessórios. Em
seguida, aparecem as falhas humanas”, conforme o ONS.
Sistema de Transmissão no RS
Fonte: Grupo CEEE
Carvão Mineral
Segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o país possui um potencial de
expansão da geração de energia elétrica através do carvão mineral para instalação de 28.000MW em
novas usinas, operando com 60% do fator de capacidade médio por 25 anos.
Reservas de carvão mineral no Brasil
Fonte: EPE, Plano Nacional de Energia 2030 (apresentação de 14 de junho de 2006)
As reservas de carvão encontram-se distribuídas em quase sua totalidade no sul do Brasil,
sendo que no território do Rio Grande do Sul se encontra maior parte das minas (89,25%), seguido
de Santa Catarina (10,41%), Paraná (0,32%) e São Paulo (0,02%). O município de Candiota (RS)
contém 38% de toda fonte dos recursos.
Em 2004, 93% do carvão nacional beneficiado destinou-se à geração de energia elétrica,
sendo que Santa Catarina e Rio Grande do Sul consumiram 50,1% e 47,3% da produção nacional de
carvão mineral beneficiado, respectivamente. A produção nacional de carvão correspondeu a 22%
do consumo total doméstico nacional.
Em 2006 havia 7 usinas termelétricas em operação, sendo três dessas no RS, como segue o
quadro seguinte.
Fonte: Aneel (Banco de Informações de Geração)
Gás Natural
A capacidade instalada total de unidades de processamento de gás natural no Brasil em 2004
correspondia a cerca de 46 milhões de m3/dia. O Estado do Rio Grande do Sul importa esse gás
pelo gasoduto Bolívia-Brasil, ligando as reservas de Rio Grande (Bolívia) a Porto Alegre (RS),
passando em cinco estados brasileiros (Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina e
Rio Grande do Sul), num total de 2.593 km de extensão de tubos de transporte no território
brasileiro (TBG, 2006).
No Rio Grande do Sul a importação de gás natural acontece através do gasoduto de
suprimento de gás natural à termelétrica de Uruguaiana (RS), atendendo conjuntamente a dois
objetivos: fornecimento de insumo para geração de eletricidade no estado do Rio Grande do Sul,
que importa quantidade substancial deste energético; e servir de elemento de interligação entre as
bacias gasíferas da Argentina, Brasil e Bolívia. Existe ainda o projeto de extensão dessa linha até a
cidade de Porto Alegre (que alcança o total de 615 km).
No Estado, a rede possui uma extensão de 560 km atualmente, sendo 36 municípios
atendidos por ela – desses 20 com rede canalizada e 19 com rede de gás natural comprimido. No
mapa abaixo percebe-se a rede canalizada de gás natural no Estado do Rio Grande do Sul.
Usina Potência (MW) Proprietários MunicípioCharqueadas 72 Tractebel Energia S/A Charqueadas - RSFigueira 20 Copel Geração S/A Figueira - PRJorge Lacerda I e II 232 Tractebel Energia S/A Capivari de Baixo - SCPres. Médici A/B 446 CGTEE Candiota - RSSão Jerônimo 20 CGTEE São Jerônimo - RSJorge Lacerda III 262 Tractebel Energia S/A Capivari de Baixo - SCJorge Lacerda IV 363 Tractebel Energia S/A Capivari de Baixo - SC
Rede canalizada de gás natural no RS
Fontes: Grupo CEEE e Balanço Energético do Rio Grande do Sul 2011 - Ano Base 2010
Os problemas de abastecimento de gás natural na Argentina prejudicou o fornecimento do
país vizinho à Usina da AES Uruguaiana. Para o fechamento do anel de gasodutos seria necessário
executar o gasoduto Uruguaiana - Porto Alegre. Essa obra consta na Matriz Energética 2030 do
Governo Federal, realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Gasodutos em construção no País
Fonte: CTGÁS (2006) in 2030Matriz Energética .
Energia Eólica
A partir de 2006, com a implantação do Parque Eólico de Osório, a energia eólica inicia sua
operação no Estado do Rio Grande do Sul. O projeto é subdividido em três parques - Osório,
Sangradouro e Índios, com 75 aerogeradores. Cada parque possui 25 aerogeradores, com potência
de 2 MW cada um. Além de Osório, ainda iniciaram suas atividades, em 2011, o Parque Cidreira I
com potência de 70MW, o Parque de Palmares do Sul com 30 MW e o Parque Cerro Chato III com
potência de 32 MW.
Potencial Eólico do Rio Grande do Sul para Alturas de 50, 75 e 100 Metros
Fonte: CEEE, Balanço Energético RS 2011 - Ano Base 2010.
Nota: * Para a hipótese do uso de 20% das áreas disponíveis para instalação dos Parques Eólicos
** Hipótese formulada sobre as lagoas Patos, Mirim e Mangueira, com áreas extensas e pequenas profundidades
*** Valores estimados
Gasoduto
Juruá-Urucu 150 n.d.Urucu-Porto Velho 550 2,0-3,0Coari-Manaus 420 5,5Uruguaiana-Porto Alegre 605 4,1Campinas-Rio de Janeiro 448 8,6Nordestão II 554,3 n.d.
Extensão (km) Capacidade (milhões
de m3/dia)
50 m 75 m 100 m***
Local de Implantação Potência Fator de carga % Potência* Potência*
Em solo firme (on shore)
7,0 – 7,5 12.290 >29 42.320 >27 82.650 >247,5 –8,0 2.990 >34 10.120 >32 27.600 >28
8,0 – 9,0 560 >39 1.990 >37 4.950 >37
Total (on shore) > 7,0 15.840 >29 54.430 >29 115.200 >247,0 – 7,5 9.220 >30 4.610 >28 1.610 >247,5 – 8,0 8.040 >35 10 >33 10.810 >29
8,0 – 9,0 1.260 >39 4.920 >37 7.320 >35
Total (off shore) > 7,0 18.520 >30 9.540 >30 19.740 >24
Velocidade do vento m/s
Fator de carga %
Fator de carga %
Sobre a água** (off shore)
O Estado possui potencial de geração de energia eólica, porém tem encontrado alguns
entraves nos últimos anos, como é o caso da instalação de empresas estrangeiras na região da
fronteira, onde possui grande potencial. Além desse, os altos custos para investimentos desse porte
dificultam que haja até o presente momento mais .
Ações da Comissão de Representação Externa
Instalada a Comissão de Representação Externa que analisará a situação do setor energético
no RS
O Presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pedro Westphalen (PP), instalou,
na tarde dessa segunda-feira 1º de abril, a Comissão de Representação Externa para analisar a
situação do setor energético no estado do Rio Grande do Sul e deu posse aos integrantes do grupo
técnico.
Para o Coordenador, Deputado Frederico Antunes, a situação do setor energético é
um dos temas prioritários para o Rio Grande do Sul, que produz apenas aproximadamente metade
da energia elétrica que consome. O retorno da possibilidade de exploração do carvão mineral na
Região Sul foi para o deputado, um dos assuntos que pautaram os trabalhos da comissão. O órgão
técnico abordou a questão das termoelétricas, com ênfase na busca por uma solução definitiva para
a usina de Uruguaiana e na luta em prol da instalação de uma base de gás natural liquefeito no Porto
de Rio Grande.
O Presidente do Parlamento, Deputado Pedro Westphalen destacou que o Parlamento
gaúcho cumpre sua função ao trazer para junto dos deputados o debate de um tema tão relevante.
“A energia, nesse momento, é um dos assuntos mais importantes para a nossa economia” , afirmou.
O parlamentar lembrou que a temática constou no seu pronunciamento de posse como presidente da
Assembleia Legislativa. Ele registrou que, desde então, está atuando em defesa do retorno do uso do
carvão mineral como alternativa energética para o RS.
Acompanharam a Cerimônia de Posse, os deputados José Sperotto (PTB) e Zilmar
Rocha (PT), o diretor executivo da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), Henrique Schuster,
e os representantes da Sulgás, Luis Tadeu Belloni, e da Federação das Indústrias do Rio Grande do
Sul, Carlos Weinschenck.
Frederico Antunes pede apoio do Governo do Estado para garantir gás à térmica de
Uruguaiana
O Coordenador da Comissão de Representação Externa para Analisar a Situação do
Setor Energético no Estado do Rio Grande do Sul, deputado estadual Frederico Antunes, solicitou
no dia 02 de abril, que o Governo do Estado intervenha de maneira oficial nas negociações para o
envio de mais um navio a Argentina para o transporte de gás para a usina térmica da AES de
Uruguaiana. O apelo foi feito ao secretário de Infraestrutura e Logística do Estado (Seinfra), Caleb
de Oliveira.“Agora é preciso manter o fluxo do envio do gás natural para que a usina não
interrompa novamente o funcionamento”, afirmou.
O Deputado Frederico Antunes advertiu que a manutenção do complexo energético
de Uruguaiana é fundamental para garantir energia, “insumo indispensável para a atração de novos
investimentos para a Fronteira e também para manter o fornecimento atual”.
Frederico Antunes lembrou que a liberação do gás através de Baia Blanca garantiria
mais 60 dias para a conclusão das negociações entre Brasil e Argentina visando a assinatura de um
tratado para o funcionamento da usina seis meses para cada país.
O deputado considerou fundamental a participação do Governo do Estado nas
negociações. “A importância será decisiva porque representará a ratificação da importância da
usina para uma das regiões mais necessitadas de incentivos econômicos para atrair novos
negócios”.
Consultor confirma que má gestão é crucial para deficiências no Sistema Energético Gaúcho
O coordenador da Comissão de Representação Externa criada para acompanhar a
Situação do Setor Energético no Estado, deputado Frederico Antunes, acompanhou na tarde de 15
de abril, audiência pública da Frente Parlamentar em defesa da Energia Elétrica e da Telefonia no
Legislativo Gaúcho. No encontro, o consultor em energia Jenner Ferreira fez um panorama sobre a
realidade do sistema energético no Rio Grande do Sul.
Conforme Frederico Antunes, Ferreira confirmou que os problemas na gestão do
atual sistema de geração, distribuição, transmissão e comercialização de energia contribuem de
forma decisiva para as deficiências verificadas no setor energético gaúcho, como o elevado preço
das tarifas e a falta de suprimento da demanda.“O consultor nos confirmou que o sistema
energético do Rio Grande do Sul está muito aquém de atender de forma eficiente as necessidades
de nossa população. Este cenário é ainda mais grave nos municípios da Fronteira Oeste que,
devido a sua localidade geográfica, estão na ponta de todo o processo, e por isso sofrem mais os
revezes da falta de uma política energética sustentável”, disse o parlamentar.
Segundo o consultor, a Geração é responsável por aproximadamente 39% do custo
final da tarifa de energia no Estado. A Distribuição fica com uma fatia de cerca de 5,5%, e a
Transmissão, com 20%. Incidem ainda valor final cerca de 35% de impostos do Governo. Ainda de
acordo com os dados apresentados por Ferreira, na formação do preço da tarifa média, o valor
cobrado pela RGE é 19,5% maior que o da CEEE-D, e 30,3% superior ao da AES Sul. No ranking
brasileiro, a RGE está em 12º lugar entre as que mais cobram pela tarifa de energia. A CEE-D e a
AES Sul ocupam, respectivamente, a 27ª e 35ª posições.
Secretário-Executivo do Ministério de Minas e Energia vem a Porto Alegre falar sobre
investimentos no setor aqui no Estado
O coordenador da Comissão de Representação Externa criada para acompanhar a
Situação do Setor Energético no Estado, deputado Frederico Antunes (PP), se reuniu na terça-feira
24 de abril, em Brasília com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Francisco
Romário e com o secretário de Energia do MME, Ildo Grudner. No encontro, ficou acertada a
presença do Ministro substituto de Minas e Energia, Márcio Ziemermann, em Porto Alegre, no mês
de maio para falar os investimentos a médio e longo prazo e sobre a situação do setor energético no
Estado. Como o prazo fatal para a conclusão dos trabalhos da Comissão de Representação Externa é
dia 1º de maio, a audiência pública será coordenada pela Comissão Especial de Energia da
Assembleia Legislativa, coordenada pelo deputado Márcio Biolchi (PMDB)
CONCLUSÕES, ENCAMINHAMENTOS E RECOMENDAÇÕES
Por todo o exposto e após vários debates acerca do sistema energético e a constatação da
dependência do Estado em energia hidrelétrica, faz-se necessário o investimento em fontes
alternativas de geração de energia, usando especialmente o carvão mineral, energia eólica e gás
natural.
Nesse sentido, esta Comissão de Representação Externa apresenta algumas sugestões de
medidas e ações a serem tomadas para uma maior geração de energia e desenvolvimento
econômico.
- Necessidade de criação de uma base de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Porto de Rio
Grande (RS);
− Aprimoramento dos debates sobre o incentivo ao uso do carvão mineral;
− Linha de transmissão direta entre o Rio Grande do Sul e Hidrelétrica de Itaipu (PR) para
provimento de energia ao Estado;
− Desenvolvimento da energia eólica;
− Manutenção da atividade da usina termelétrica de Uruguaiana (Tratado entre Brasil e
Argentina que garanta o fornecimento de gás natural pelo País vizinho. Atualmente, o
gás importado provém de países fora do Mercosul);
− Investimentos na malha de distribuição de energia;
− Agilização da liberação da Usina Hidrelétrica de Garabi;
− Criação de reservatórios;
− Criação de incentivos fiscais e tributários com vistas à modernização do parque
industrial e eficiência energética;
− Criar linhas de financiamento de equipamentos energeticamente eficientes classe A;
− Estudar e reavaliar a legislação da faixa de fronteira em relação à instalação de parque
eólico;
− Estudar a criação de programas focados na eficientização de processos térmicos,
industriais e projetos de cogeração de energia;
− Continuidade do estudo e ações junto aos órgãos governamentais e entidades
empresariais na busca de enfrentar o tema e melhorar as condições da infraestrutura
energética no Estado;
− Adoção de debate permanente nesta Casa;
− Trabalhar para o Estado ser autossuficiente na manutenção da sua demanda energética e
elétrica dentro dos próximos 10 anos;
− Melhoria e manutenção do equilíbrio elétrico da distribuição;
− Recursos para órgãos de pesquisa e universidades para desenvolvimento de pesquisas
focadas na área;
− Estabelecer parcerias com entidades da sociedade civil e a indústria com vistas ao
financiamento de pesquisas para eficiência energética