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com CENTRO inovação & desenvolvimento opinião J. Norberto Pires Dívida galopante pág. 2 Reflexões A importância das incubadoras nos parques tecnológicos pág. 2 Made in Portugal avança na Europa Câmara de Oliveira do Hospital apoia inovação Cadeira de rodas conduzida pelo olhar “inventada” no Politécnico da Guarda pág.7 pág. 4 e 5 Critical no espaço O nosso país subiu um lugar no “ranking” europeu de inovação, ocupando agora a 16.ª posição, à frente, entre outros, da Noruega e da Espanha. José Carlos Alexandrino la- menta que algumas empresas do concelho esbarrem muitas vezes “num mundo de buro- cracia” quando se candidatam a fundos comunitários. pág.8 10/0481 O GOVERNADOR CIVIL DE COIMBRA APOIA O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO NAS EMPRESAS DO DISTRITO. 10-0480 DR A empresa de Coimbra acaba de registar novo sucesso internacional, através da sua participação no projecto “Exploradores da Terra”, da Agência Espacial Europeia, em que lhe incumbiu a responsabi- lidade de verificar e validar os sistemas de “software” mais críticos do satélite Cryosat 2. pág. 3 30 ABRIL 2010

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comCENTROinovação & desenvolvimento

opiniãoJ. Norberto Pires

Dívida galopantepág. 2

Reflexões

A importância das incubadoras nos parques tecnológicos pág. 2

Made in Portugal avança na Europa

Câmara de Oliveira do Hospital apoia inovação

Cadeira de rodas conduzida pelo olhar “inventada” no Politécnico da Guarda pág.7

pág. 4 e 5

Critical no espaço

O nosso país subiu um lugar no “ranking” europeu de inovação, ocupando agora a 16.ª posição, à frente, entre outros, da Noruega e da Espanha.

José Carlos Alexandrino la-menta que algumas empresas do concelho esbarrem muitas vezes “num mundo de buro-cracia” quando se candidatam a fundos comunitários. pág.8

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O GOVERNADOR CIVILDE COIMBRA APOIA OEMPREENDEDORISMOE A INOVAÇÃO NASEMPRESAS DO DISTRITO.

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A empresa de Coimbra acaba de registar novo sucesso internacional, através da sua participação no projecto “Exploradores da Terra”, da Agência Espacial Europeia, em que lhe incumbiu a responsabi-lidade de verifi car e validar os sistemas de “software” mais críticos do satélite Cryosat 2. pág. 3

30 ABRIL 2010

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Norberto PiresPresidente do CA do Coimbra iParque

Portugal (todos nós) construiu uma dívi-da pública que atin-

giu os 79% do PIB no final de 2009 e que deverá ficar pelos 108% do PIB no final de 2012. Quando a Argenti-na “estourou” em 2001 a sua dívida pública era de 62% do PIB, ou seja, a situação não era mais grave do que a nos-sa, actualmente. E foi o que foi, lembram-se?

Sabendo-se que o PIB ronda os 164 mil milhões de euros (em 2009), e que Portugal tem cerca de 10 milhões de pessoas, isto sig-nifica que cada Português deve ao estrangeiro cerca de 16,4 mil euros. Vendo isto de outra maneira, cada criança que nasça em Portugal hoje, já nasce com uma dívida de 16,4 mil euros.

Será por isso que cada vez nascem menos crianças no país? Os pais não têm cora-gem de lhes fazer tamanha maldade?

A situação é verdadeira-mente crítica e tem de ser encarada com seriedade, o que parece não estar a ser fei-to. O deficit orçamental pre-visto no orçamento de 2010 é de 8,3% (o de 2009 foi de 9,3%), ou seja, parece que o plano preparado para resolver o problema não é suficiente, ao ponto de Simon Johnson (anterior economista chefe do FMI) ter declarado recente-mente que “os portugueses nem estão a considerar ainda cortes sérios”.

Mas mais importante do que resolver o problema financeiro monstruoso que foi criado é atacar as causas que lhe deram origem. E as causas são bem claras:

1. Portugal vive acima das suas possibilidades, gasta mais do que aquilo que pro-duz, isto é, tem um nível de

vida que não é compatível com os rendimentos que tem;

2. Não existe em Portugal, a todos os níveis, uma cultu-ra baseada no trabalho como forma de obter resultados sus-tentáveis;

3. O mérito não é premia-do como forma de incentivar as pessoas a ultrapassarem objectivos, indo para além do que lhes é solicitado;

4. Não existe uma cul-tura empreendedora e de risco, com bons exemplos, que incentivem as pessoas a contarem consigo próprias, desenvolvendo estratégias para melhorarem as suas condições de vida. Os Por-tugueses parecem vencidos, descrentes e desmotivados, o que torna muito difícil incen-tivá-los a fazerem alguma coi-sa por si próprios. Muitos, a maioria, limitam-se a esperar que algo aconteça e a recla-mar de tudo e de todos;

5. Não existe uma cultura de exigência a todos os níveis, o que permitiu que a medio-cridade se instalasse e criasse raízes procurando por todos os meios (corrupção e ami-guismo) manter-se no poder;

6. Portugal não tem uma elite forte, honesta, culta e res-ponsável, que possa ser refe-rência de comportamento e garante da resolução eficaz e sustentável dos problemas que nos afligem. Muitos dos exemplos que recebemos são de pessoas que usam os luga-res do Estado e das empresas para tratarem da sua vida ao arrepio dos mais elementa-res valores éticos e de solida-riedade.

São estes os nossos proble-mas. Sinceramente, não vejo propostas para os resolver, nomeadamente sabendo que alguns são problemas cultu-rais que demoram gerações a solucionar.

Director

António Abrantes

Sub-Directora executiva

Eduarda Macário

coorDenaDor científico

J. Norberto Pires

Director comercial Luís Filipe Figueiredo

ProjectoS eSPeciaiS

Soares Rebelo

DePartamento Gráfico

Carla Fonseca

ProDução

ProPrieDaDeSojormedia Beiras, SA Contribuinte n.º 508535115Sede, Redacção e AdministraçãoRua 25 de Abril, n.º 7

Dívida galopante

Ponto de vista

É muito relevante, num parque de ciência e tecnologia, avaliar a importância de criação de espa-

ços para empresas tecnológicas de ele-vado potencial, as quais não tendo ainda dimensão para adquirir um lote de ter-reno no parque, ali se queiram instalar. Essas empresas, para além de um espaço físico flexível, precisam também de parti-lhar serviços de apoio à gestão e funcio-namento que não podem suportar indi-vidualmente. Este conjunto de apoios a conceder às empresas será algo próximo de uma incubadora.

A incubação de empresas é definida pela IASP (Associação Internacional de Parques de Ciência e Tecnologia) como um processo dinâmico de desenvolvi-mento empresarial, pelo qual as incu-badoras ajudam a desenvolver jovens empresas, ajudando‐as a sobreviver e a crescer durante o seu período de start-up, quando são mais vulneráveis. As incu-badoras fornecem a essas empresas ser-viços de apoio à gestão, acesso a finan-ciamento e a outros serviços de apoio empresariais e técnicos vitais para o seu funcionamento e sucesso. Oferecem ain-da serviços administrativos partilhados, acesso a equipamentos, espaços flexíveis em condições favoráveis num espaço comum.

O fenómeno da incubação tem sido alvo de diversos estudos em que a per-tinência da sua associação a parques de ciência e tecnologia é uma constante. Westhead (1997) defende que reflectem a presunção de que a inovação tecnológica provém da investigação científica e que os parques podem contribuir com o cata-lisador ambiente de incubação para a transformação de investigação “pura” em productos. Marques et al. (2003) definem as incubadoras tecnológicas como as que apoiam as empresas que baseiam a sua actividade em tecnologia. Estas, segundo os autores, encontram‐se dentro ou na vizinhança de universidades ou parques de ciência e tecnologia.

Parece evidente a ideia de que um ambiente de incubação favorece o suces-so de empresas tecnológicas. Roure e Keely (1989) definem os seguintes fac-tores facilitadores de disponibilidade de tecnologia ou de oportunidades de mer-cado no processo de criação de empresas de novas tecnologias:

‐ A presença de incubadoras;‐ Mercado potencial atractivo, de pre-

ferência local;‐ Universidades e centros de I&D com

forte interacção com empresas;• Incentivos ou projectos governamen-

tais ou contratos de compras públicas.Quanto às estratégias possíveis para

captação de clientes para parques de ciência e tecnologia, destaca‐se como par-ticularmente interessante a abordagem de Ylinenpää (2001), que apresenta os

casos do Madison University Research Park e do Technopolis de Oulu, para dis-tinguir entre as duas grandes estratégias possíveis: atracção e incubação.

A estratégia de atracção baseia‐se na capacidade de oferecer a potenciais investidores –empresas que estejam já no mercado – as infra-estruturas e os recursos humanos que elas procuram.

Pelo contrário, a estratégia de incu-bação é centrada no desenvolvimento de uma organização de apoio a potenciais produtos e conceitos de negócio saídos de uma universidade ou centros de I&D. Devem também ser oferecidos serviços de apoio à gestão, de aconselhamento, de capital “semente” e de formação, bem como infra-estruturas flexíveis que per-mitam o desenvolvimento e expansão dos negócios.

Conclui-se que normalmente as duas estratégias são combinadas nos parques, apesar de Ylinenpää (2001) defender que cada parque se deve concentrar na sua estratégia principal para não correr o ris-co de ficar, estrategicamente, em ‐terra de ninguém‐.

Quanto às funções que uma incuba-dora exerce dentro de um parque de ciên-cia e tecnologia, Marques et al. (2003) indicam que um objectivo importante de uma incubadora de empresas é ‐a produção de uma empresa de sucesso, que, uma vez abandonado o programa de incubação, seja financeiramente viá-vel, independente e capaz de sobrevi-ver face a forte concorrência‐. De acordo com Freire (2003), em apresentação feita sobre o caso do Taguspark, “essencial-mente, um parque de ciência e tecnolo-gia terá que acolher o empreendedoris-mo e apoiar a criação e desenvolvimento de novas empresas tecnológicas inova-doras, que sejam capazes no futuro de actuar com sucesso no mercado”.

De acordo com dados da IASP, obti-dos por inquérito elaborado a parques de ciência e tecnologia de todo o Mundo (nos últimos dois anos), 78% dos par-ques afirmaram ter uma incubadora, 12% não responderam e apenas 10% indicaram não ter incubadora de empresas no parque. Devo ainda realçar que 41% dos parques inqui-ridos afirmam gerir directamente a incubadora e 8% indicaram mesmo considerar a gestão da incubadora a sua actividade principal.

Referências:Westhead, P., “inputs” and “outputs of technolo-

gy based firms located in and off Science Parks” R&D Management 27 (1), 45–62, 1997

Marques et al., Proceedings of IASP Congress, Esto-ril, 2003

Freire et al, Proceedings of IASP Congress, Esto-ril, 2003

Håkan Ylinenpää “SCIENCE PARKS, CLUSTERS AND REGIONAL DEVELOPMENT”, Paper presented at 31st European Small Business Seminar in Dublin, Sept 12 14, 2001

Roure, J.B., Keely, R.H., “Comparison of predicting factors of successful high growth technological ventures in Europe and USA”,

Parques de ciência e tecnologia (II)

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A Critical Software acaba de regis -tar novo sucesso

internacional, através da sua participação no pro-jecto CryoSat, da Agência Espacial Europeia (ESA), em que lhe incumbiu a responsabilidade de veri-ficar e validar os sistemas de “software” mais críti-cos do satélite Cryosat-2, lançado no passado dia 8 de Abril para o espaço, a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquis-tão, trabalho que mobili-zou cerca de uma dezena de engenheiros durante três anos.

A missão, integrada no programa “Exploradores da Terra”, destina- -se a medir com precisão as alterações de espessura do gelo que flutua nos oceanos e as variações

Critical “voa” no CryoSat

de espessura das calotes polares da Gronelândia e da Antártida, no âmbito de estudos destinados a deter-minar a evolução das alte-rações climáticas.

“Orgulhamo-nos de par-ticipar nestas missões e de estar nesse limite tecnológico que é a fronteira com o espa-

ço”, declarou Bruno Carvalho, gestor de Desenvolvimento de Negócio da Critical Software na área do Espaço.

A Critical Software, fun-dada em 1998 como “spin-off ” da Universidade de Coimbra, está já a trabalhar com o consórcio que prepa-ra um outro satélite a lançar

dentro de dois anos pela ESA e que vai analisar os campos magnéticos.

A participação da empresa não se tem todavia limitado a detectar falhas do “software”, como aconteceu com o Cryo-Sat-2. Noutros casos, tem desenvolv ido o “sof tware” de bordo ou o “software” de

controlo no solo, de análi-se dos dados e distribuição da informação recolhida. Está inclusivamente empe-nhada no desenvolvimen-to do próprio simulador do satélite, que é usado para treinar as equipas de con-trolo. “Este foi um dos pro-jectos que ajudou a Critical a ser reconhecida interna-cionalmente, em particular na ESA, como uma empre-sa capaz de fazer este tipo de validações”, sublinha Bruno Carvalho.

A C r i t i c a l S o f t w a r e , cujo principal cliente, após a sua implantação, foi a NASA, é hoje um grupo empresarial com subsidiá-rias em Southampton (Rei-no Unido), San Jose, Cali-fórnia (Estados Unidos), São Paulo (Brasil), Buca-reste (Roménia) e Maputo (Moçambique).

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ue

enco

ntr

emos

a

mai

s co

mu

m”,

exp

lico

u J

orge

Dia

s, c

oord

enad

or,

em

Coi

mbr

a, d

o es

tudo

. N

o fu

ndo

, o q

ue

os c

ien

tist

as e

stão

a f

azer

é “

adic

io-

nar

inte

ligê

nci

a, a

uto

nom

ia e

des

trez

a às

act

uai

s m

ãos

rob

ótic

as m

ecân

icas

par

a q

ue,

no

futu

ro,

ten

ham

os

um

a m

ão i

nte

lige

nte

(re

chea

da d

e se

nso

res,

scu

los

e te

ndõ

es a

rtif

icia

is) c

apaz

de

iden

tifi

car

um

obj

ecto

, per

-ce

ber

a su

a fu

nçã

o e

man

use

á-lo

cor

rect

amen

te”,

acr

es-

cen

tou

o in

vest

igad

or.

Rob

ôs c

om m

últ

iplo

s fi

ns

Um

gru

po

de r

obót

ica

da F

acu

ldad

e de

Ciê

nci

as e

Te

cnol

ogia

da

Un

iver

sida

de d

e C

oim

bra,

coo

rden

a-do

por

Lin

o M

arqu

es e

An

íbal

Tra

ça d

e A

lmei

da, d

esen

-vo

lveu

um

rob

ô de

des

min

agem

, qu

e u

tiliz

a u

m s

iste

ma

de m

últ

iplo

s se

nso

res,

incl

uin

do o

s de

ch

eiro

s, te

stad

o n

o ca

mpo

da

Roy

al M

ilita

ry A

cade

my

da B

élgi

ca, a

dequ

ado

para

est

e ti

po d

e en

saio

s, o

nde

det

ecto

u t

odas

as

min

as

aí e

xist

ente

s.

Já h

ouve

con

tact

os d

o E

xérc

ito

e de

em

pres

as, e

o d

irec

-to

r da

facu

ldad

e co

nta

qu

e em

bre

ve s

e in

icie

a s

ua

prod

u-

ção

para

aca

bar

com

ess

a “p

raga

do

plan

eta”

, qu

e m

ata

25

mil

pess

oas

por

ano,

e m

uti

la m

uit

as m

ais.

A F

CT

UC

e a

Em

pres

a G

eovi

ta, d

o gr

upo

Patr

is C

apit

al,

jun

tara

m-s

e n

um

pro

ject

o pi

onei

ro d

e ap

rove

itam

ento

do

calo

r in

tern

o da

Ter

ra. A

águ

a é

inje

ctad

a at

é pr

ofu

ndi

da-

des

de tr

ês a

cin

co q

uiló

met

ros,

aqu

ece

e tr

azid

a de

nov

o à

supe

rfíc

ie e

tra

nsf

orm

ada

em v

apor

de

águ

a, f

az g

irar

tu

rbin

as e

pro

duz

elec

tric

idad

e.O

“R

ob

ô C

iru

rgiã

o” e

o “

Ro

Den

tist

a”,

luva

s de

scar

táve

is b

iode

grad

ávei

s, u

m i

nte

rfac

e ge

stu

al p

ara

com

puta

dor,

um

sis

tem

a de

det

ecçã

o de

fra

ude

s e

um

a “C

asa

low

-cos

t” s

ão o

utr

os p

roje

ctos

da

FC

TU

C e

m n

ego-

ciaç

ão fi

nal

com

em

pres

as.

“Nes

te m

omen

to,

tem

os e

m c

arte

ira

mai

s d

e 15

milh

ões

de e

uro

s de

pro

ject

os c

om a

indú

stri

a”, a

firm

ou

João

Gab

riel

Silv

a, r

ecor

dan

do q

ue

a qu

ase

tota

lidad

e do

s qu

e se

en

con

tram

em

fas

e de

pro

duçã

o “f

oram

un

s an

os a

trás

res

ult

ado

de e

stu

dos

estr

itam

ente

cie

ntí

fico

s”.

Cas

a m

odu

lar

“low

-cos

t”

Inve

stig

ador

es d

a F

CT

UC

pro

ject

aram

um

a ca

sa m

odu

-la

r, cu

ja ti

polo

gia

pode

ser

faci

lmen

te a

lter

ada

em fu

n-

ção

das

nec

essi

dade

s do

s m

orad

ores

, e c

om b

aixo

s cu

stos

de

con

stru

ção.

O p

roje

cto

asse

nta

no

uso

inte

nsi

vo d

e aç

o le

ve e

res

ul-

ta n

um

a “r

edu

ção

de 2

8 po

r ce

nto

dos

cu

stos

de

con

s-tr

uçã

o”, s

endo

o p

reço

do

met

ro q

uad

rado

de

550

euro

s,

“im

batí

vel”

par

a o

mer

cado

por

tugu

ês, n

a op

iniã

o do

coo

r-de

nad

or, L

uís

Sim

ões

da S

ilva.

A v

iven

da, d

e ar

quit

ectu

ra m

oder

na,

pos

sui c

arac

te-

ríst

icas

“af

ford

able

hou

ses”

(ca

sas

aces

síve

is),

e s

urg

e em

res

post

a a

um

des

afio

lan

çado

pel

o m

aior

gru

po d

e in

dúst

ria

de a

ço d

o m

un

do –

a A

rcel

orM

itta

l, a

gru

pos

de in

vest

igad

ores

de

oito

paí

ses,

en

tre

os q

uai

s P

ortu

gal.

Par

a qu

e a

casa

fos

se v

ersá

til e

“fu

nci

onas

se e

m q

ual

-qu

er z

ona

de P

ortu

gal”

, foi

pro

ject

ada

para

“a re

gião

sís

mi-

ca m

ais

grav

osa

- Sag

res

- e p

ara

ter

nev

e co

rres

pon

den

te

à zo

na

da S

erra

da

Est

rela

e v

ento

cor

resp

onde

nte

à z

ona

cost

eira

”, a

cres

cen

tou

. “

Ao

uti

liza

rmos

um

a es

tru

tura

de

uti

liza

ção

de a

ço

inte

nsi

va, c

onse

guim

os, p

ara

o m

esm

o gr

au d

e is

olam

en-

to té

rmic

o, te

r pa

rede

s m

ais

fin

as, o

u s

eja,

“pa

ra a

mes

ma

área

de

con

stru

ção

tem

os m

ais

área

úti

l, se

m q

ual

quer

au

men

to d

e cu

sto”

, fri

sa L

uís

Sim

ões

da S

ilva,

acr

esce

n-

tan

do e

star

em a

ser

feit

os e

sfor

ços

“par

a qu

e em

pres

as (d

e co

nst

ruçã

o) c

omec

em a

apl

icar

o c

once

ito”

.O

utr

os 1

5 gr

upo

s de

inve

stig

ador

es d

a Ín

dia,

Bra

sil,

Ch

ina,

Pol

ónia

, Su

écia

, Rom

énia

e R

epú

blic

a C

hec

a ap

re-

sen

tara

m p

roje

ctos

sem

elh

ante

s pa

ra o

mer

cado

dos

res

-pe

ctiv

os p

aíse

s, e

m r

espo

sta

ao d

esaf

io d

a A

rcel

orM

itta

l.

INOVAÇÃO/I

NOVAÇÃO/I

NOVAÇÃO/I

NOVAÇÃO/I

NOVAÇÃO/I

NOVAÇÃO/I

NOVAÇÃO/I

NOVAÇÃO/I

NOVAÇÃO/I

NOVAÇÃO

“Mad

e in

Por

tuga

l”av

ança

na

E

uro

pa

Po

rtu

ga

l fo

i o p

aís

eu

rop

eu

qu

e m

ais

pro

gre

diu

no

ind

ica

-d

or

rela

tivo

à d

esp

esa

da

s e

mp

resa

s e

m in

vest

iga

çã

o e

d

ese

nvo

lvim

en

to (

I&D

), a

firm

a o

últ

imo

re

lató

rio

do

Inst

i-tu

to N

ac

ion

al d

a P

rop

rie

da

de

Ind

ust

ria

l (IN

PI)

.

Por

tuga

l su

biu

um

lu

gar

no

ran

kin

g eu

rop

eu d

e in

ovaç

ão, o

cupa

ndo

ago

ra a

16.

ª po

siçã

o, à

fre

nte

de

paí

ses

com

o a

Nor

ueg

a e

a E

span

ha,

ten

do p

as-

sado

a f

azer

par

te d

o gr

upo

de

“paí

ses

mod

erad

amen

te

inov

ador

es”.

Est

a te

ndê

nci

a po

siti

va f

oi r

ecen

tem

ente

con

firm

ada

pelo

Eu

rope

an I

nn

ovat

ion

Sco

rebo

ard

de 2

009,

en

quan

-to

o I

nst

itu

to N

acio

nal

de

Pro

prie

dade

In

dust

rial

(IN

PI)

re

alça

, por

seu

lado

, qu

e a

par

da d

inâm

ica

na

inte

rnac

io-

nal

izaç

ão d

a te

cnol

ogia

con

cebi

da e

m P

ortu

gal,

“200

9 fo

i o

mel

hor

an

o de

sem

pre”

em

rel

ação

ao

pedi

do d

e pa

ten

-te

s n

acio

nai

s.

Em

200

8, f

oram

ped

idas

83

pate

nte

s eu

rope

ias

e 10

0 pa

ten

tes

inte

rnac

ion

ais,

val

ores

qu

e in

dica

m, s

egu

ndo

o

INP

I, q

ue

“os

requ

eren

tes

nac

ion

ais

estã

o a

pref

erir

a

via

da p

aten

te in

tern

acio

nal

fac

e à

via

euro

peia

, um

a ve

z qu

e n

o âm

bito

do

pedi

do in

tern

acio

nal

pod

em d

esig

nar

a

pate

nte

eu

rope

ia”.

G

onça

lo S

amp

aio,

sec

retá

rio-

gera

l d

a A

ssoc

iaçã

o P

ortu

gues

a do

s C

onsu

ltor

es e

m P

ropr

ieda

de I

ndu

stri

al

(AC

PI)

, con

side

ra, n

o en

tan

to, q

ue

o n

úm

ero

de p

edi-

dos

de r

egis

to d

e pa

ten

tes

em P

ortu

gal e

stá

ain

da m

uit

o aq

uém

das

méd

ias

euro

peia

s, d

evid

o, n

omea

dam

ente

, à

“fal

ta d

e cu

ltu

ra d

a pr

otec

ção”

. “T

emos

cap

acid

ade

inve

nti

va, g

anh

amos

mu

itos

pré

-m

ios

em f

eira

s in

tern

acio

nai

s re

laci

onad

as c

om in

ven

-çõ

es, m

as d

epoi

s n

ão a

s pr

oteg

emos

”, c

riti

ca o

sec

retá

-ri

o-ge

ral d

a A

CP

I, p

ara

quem

“o

prob

lem

a de

Por

tuga

l é

porv

entu

ra o

mai

s gr

ave

na

área

da

inov

ação

, qu

e é

inov

ar

e n

ão p

rote

ger”

. P

ara

o es

peci

alis

ta e

m p

ropr

ieda

de in

dust

rial

, “o

gran

-de

pro

blem

a te

m a

ver

com

a c

ult

ura

qu

e n

ão e

xist

e n

os

empr

esár

ios

e n

os in

ven

tore

s de

pro

tege

r”, c

onsi

dera

ndo

im

pera

tivo

“u

ltra

pass

ar o

blo

quei

o cu

ltu

ral q

ue

exis

te”.

G

onça

lo S

ampa

io a

rgu

men

ta q

ue,

sem

pro

tecç

ão, p

er-

de-s

e a

opor

tun

idad

e de

div

ulg

ar a

inov

ação

nac

ion

al, b

em

com

o as

res

pect

ivas

van

tage

ns

econ

ómic

as.

“É d

inh

eiro

qu

e se

per

de, s

em d

úvi

da”,

afi

rma,

exp

li-ca

ndo

qu

e “a

pat

ente

é u

m tí

tulo

atr

ibu

ído

a qu

em in

ven

-to

u, q

ue

pass

a a

ter

o di

reit

o ao

mon

opól

io d

o in

ven

to, o

ex

clu

sivo

da

expl

oraç

ão, d

ura

nte

20

anos

”.

Coi

mbr

a de

sen

volv

e pr

ojec

tos

com

apl

icaç

ão

econ

ómic

a di

rect

a

Cad

a an

o, e

ntr

e 10

a 2

0 pr

ojec

tos

con

clu

ídos

na

Facu

l-da

de d

e C

iên

cias

e T

ecn

olog

ia d

a U

niv

ersi

dade

de

Coi

mbr

a (F

CT

UC

) “t

êm a

plic

ação

eco

nóm

ica

dire

cta”

, en

tre

a ce

nte

na

que

nes

se p

erío

do e

nce

rra

a pr

ogra

maç

ão

de fi

nan

ciam

ento

.“R

esu

ltam

, qu

er d

e id

eias

nos

sas,

qu

er d

e in

tere

ssa-

dos

que

vêm

ter

con

nos

co”,

gar

ante

Joã

o G

abri

el S

ilva

, di

rect

or d

a fa

culd

ade,

fri

san

do q

ue

são

con

sequ

ênci

a de

“u

ma

polí

tica

mu

ito

inte

nsa

de

liga

ção

ao t

ecid

o ec

onó-

mic

o e

à so

cied

ade”

. É

o c

aso

da F

erre

ira

Mar

ques

e I

rmão

s, S

.A.,

a m

aior

em

pres

a n

acio

nal

do

ram

o, d

eten

tora

da

mar

ca T

opáz

io,

que

proc

uro

u n

os c

ien

tist

as d

a U

C a

sol

uçã

o pa

ra o

en

e-

grec

imen

to d

a pr

ata,

por

oxi

daçã

o. A

na

Pau

la P

ieda

de, à

fr

ente

de

um

a eq

uip

a do

Cen

tro

de E

nge

nh

aria

Mec

âni-

ca, d

esen

volv

eu u

m p

rodu

to q

ue

trat

a a

prat

a e

a m

anté

m

sem

pre

brilh

ante

.Iv

ânia

Mar

ques

, alu

na

de m

estr

ado

em E

nge

nh

aria

do

Am

bien

te, s

ob o

rien

taçã

o de

Ter

esa

Vie

ira,

res

olve

u, p

or

seu

tu

rno,

um

gra

ve p

robl

ema

ambi

enta

l, o

das

lam

as

resu

ltan

tes

da in

dúst

ria

da c

aixi

lhar

ia d

e al

um

ínio

, qu

e h

abit

ual

men

te s

ão d

epos

itad

as e

m a

terr

os in

dust

riai

s ou

cl

ande

stin

os e

m P

ortu

gal,

e qu

e n

o an

o 20

08 to

taliz

aram

10

mil

ton

elad

as.

Ess

es r

esíd

uos

for

am t

ran

sfor

mad

os e

m a

diti

vo p

ara

argi

la v

erm

elh

a, e

os

tijo

los

fabr

icad

os c

om a

su

a in

corp

o-ra

ção

aum

enta

ram

em

34

por

cen

to o

isol

amen

to té

rmic

o se

m a

crés

cim

o n

o cu

sto

de p

rodu

ção.

Mão

rob

ótic

a in

telig

ente

Um

a m

ão r

obót

ica

inte

lige

nte

, cap

az d

e su

bsti

tuir

a

mão

hu

man

a, e

stá

a se

r de

sen

volv

ida

por

um

a eq

uip

a de

inve

stig

ador

es e

uro

peu

s, in

tegr

ada

por

port

u-

gues

es, c

ujo

trab

alh

o se

cen

tra

na

inte

ligên

cia

asso

ciad

a ao

mov

imen

to.

O o

bjec

tivo

do

“HA

ND

LE”

é cr

iar

um

a m

ão a

pta

a

iden

tifi

car

e m

anip

ula

r to

do o

tipo

de

obje

ctos

, com

o se

de

um

a m

ão h

um

ana

se tr

atas

se. L

ider

ado

pela

Un

iver

si-

dade

Pie

rre

e M

arie

Cu

rie,

em

Par

is, o

pro

ject

o en

volv

e os

In

stit

uto

s de

Sis

tem

as e

Rob

ótic

a (I

SR

) da

Facu

ldad

e de

Ciê

nci

as e

Tec

nol

ogia

da

Un

iver

sida

de d

e C

oim

bra

e do

In

stit

uto

Su

peri

or T

écn

ico

de L

isbo

a, p

or P

ortu

gal,

e ci

enti

stas

do

Rei

no

Un

ido,

Esp

anh

a, S

uéc

ia e

Ale

ma-

nh

a, a

lém

da

empr

esa

de r

obót

ica

Sh

adow

(Lo

ndr

es).

O

trab

alh

o da

equ

ipa

de C

oim

bra

foca

-se

no

“est

udo

da

per

cep

ção

(com

bas

e n

o ta

cto

e n

a vi

são)

de

obje

c-to

s p

elos

hu

man

os e

no

dese

nvo

lvim

ento

de

mod

elos

m

atem

átic

os q

ue

serã

o u

sado

s n

a n

ova

gera

ção

de m

ãos

robó

tica

s. “

O q

ue

faze

mos

é a

lei

tura

da

man

ipu

laçã

o d

os o

bjec

tos

par

a d

up

lica

r es

se m

ovim

ento

. A

mai

or

dif

icu

ldad

e é

sabe

rmos

com

o se

dev

e m

anip

ula

r co

i-

sas

de

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CICLO FAPRIL

Referência nacional ao nível da inovação

A Ciclo Fapril , com sede em Vale de Grou (Águeda), foi a primei-

ra empresa nacional a adquirir uma máquina de corte e tubo por laser. Hoje, quase 45 anos após ter sido fundada, pode orgulhar-se de ser uma empre-sa moderna.

“O nosso crescimento acen-tuou-se à medida que fomos investindo em tecnolo gia de ponta. Isso tornou-nos uma referência ao nível de ino vação de processos no traba lho de tubo, soldadura e fabri co de peças em alumínio”, revela Nuno Santos, um dos admi-nistradores da empresa.

A atenção constante à evolu-ção da tecnologia garantiu-lhe “diferenciação face à concor-rência”. A pesquisa de novos caminhos, soluções inovado-ras e conceitos alternativos para benefício dos clientes foi “a locomotiva do desenvolvimen-to da empresa”, que está pres-tes a concluir a reestruturação de todo o seu layout, de toda a fábrica. “Adoptámos algumas políticas de gestão ligeiramen-te diferentes, nomeadamente

Em tempo de crise, a empresa pode orgulhar-se de, nos últimos anos, ter visto a sua facturação aumentar. O sucesso deve-se, em grande parte, ao facto de ter apos-tado em tecnolo gia de ponta.

Filipe Oliveira considera que a advocacia preventiva e de acon-selhamento influente é, a par de outras, uma valência indispensá-vel nas empresas e na forma como as mesmas actuam no mercado.

DIÁRIO AS BEIRAS - De que forma pode o direito contribuir para a organização empresarial?

Filipe Oliveira - O direito sur-giu como forma de regulação das relações entre os indivíduos, fosse para regular as relações familiares (direito das sucessões, da família), fosse para regular as relações entre as pessoas (direito de propriedade, direito de demarcação), fosse para regular as relações entre as pesso-as no âmbito das sua actividades, agrícolas, comerciais ou outras (contratos, obrigações de juros). A ordem jurídica é, desde há séculos, um dos pilares civilizacionais, a par com a ordem religiosa.

Significa isso que coube ao direito um papel importante na forma como a humanida-de evoluiu ….

Sim, sem dúvida, ainda que possa parecer tendenciosa a res-posta vinda de um advogado. Desde sempre, o nosso dia-a-dia baseia-se em actos com relevância ou consequências jurídicas. Pen-se-se na primeira troca comer-cial ou na autorização concedida a alguém para cultivar determi-nado terreno com a obrigação de pagar ao proprietário do terreno com parte da colheita.

Mas desde esses tempos as necessidades alteraram-se, tornaram-se mais complexas.

É verdade e o direito tem acompanhado essa evolução, ain-da que por vezes de forma aparen-temente lenta. Pense-se no direi-to da informática, nos direitos da personalidade, nomeadamente naquilo que era o direito à ima-gem ou à reserva da vida privada antes de existirem os meios actu-ais de comunicação e de difusão. Os ordenamentos jurídicos sou-beram adaptar-se e criar um con-junto de normas reguladoras e de protecção dos indivíduos face a estas novas e complexas realida-des.

Centremo-nos nas empresas e na actividade empresarial…

Sim, acabei por não responder à pergunta. Também ao nível da

organização empresarial é fulcral existir uma forte componente jurí-dica de base, numa primeira fase e de apoio, numa fase subsequente.

É cada vez mais fácil consti-tuir uma empresa.

A desmaterialização de alguns actos e a implementação de pro-gramas como a Empresa na Hora, tornaram realmente tudo mais fácil. Só que, a constituição da empresa não é garantia de sucesso ou da desejada implantação e sus-tentação no mercado. Mais uma vez, a organização é essencial ao sucesso de qualquer empresa.

Que problemas podem ocorrer no início do desen-volvimento da actividade da empresa?

Eu não diria problemas, mas sim desafios. Definir áreas de actuação e definir a estrutura ao nível dos recursos humanos e das suas valências técnicas são fulcrais para qualquer empresa.

A existência de um gabinete jurídico pode contribuir para o sucesso de uma empresa?

Um gabinete jurídico ou um apoio jurídico regular certamente que contribuirão para que uma empresa e a sua estrutura accio-nista tomem decisões mais ade-quadas e, acima de tudo, para que corram menos riscos nos contra-tos que celebram e nas obriga-ções que assumem. Pense-se, por exemplo, nas implicações fiscais que pode ter a celebração de um contrato. Caberá à assessoria jurí-dica da empresa avaliar se aquele contrato, à partida lucrativo, não sairá prejudicado pela tributação em percentagem não antecipada de mais-valias.

Mas o recurso ao advogado ainda é o último dos expe-dientes.

Essa é uma realidade que está a mudar. Antecipar problemas é evitá-los e a advocacia preventiva e de aconselhamento influente é, a par de outras, uma valência indispensável nas empresas e na forma como as mesmas actuam no mercado.

ASSESSORIA JURÍDICA

Organização essencial ao sucesso das empresas

a especialização, explica Nuno Santos, acrescentando que a Ciclo Fapril trabalha na área da indústria metalomecânica ligeira em geral. “Os clientes enviam-nos uma modelo e nós procedemos à indus-trialização e à execução das

peças. E trabalhamos desde a indústria automóvel à hos-pitalar, passando por compo-nentes para energias reno-váveis. Somos, em suma, uma indústria ao serviço da indústria”, considera o administrador.

Quase meio século de história

A Ciclo Fapril nasceu em 1965, a fazer pequenos com-ponentes para bicicletas e ciclomotores, nomeadamente na tornearia. Mais tarde, durante a década de 80, afirmou-se também no fornecimento da indústria automóvel nacio-nal. Ainda nos anos 70, parte da produção era vendida para as ex-colónias portuguesas em África e ainda para Holanda e França. Depois, com a produ ção de componentes para a indústria automóvel, a empresa começou a alargar os seus horizontes. Aliás, a Ciclo Fapril, como adianta Nuno San-tos, “teve sempre um carácter exportador”. Devido à crise no sector das duas rodas a nível nacional e os problemas que daí surgiram, a respectiva estratégia comercial passou a desenvolver-se noutros mercados que não o português. A aposta foi ganha e, actualmente, a Ciclo Fapril dedica-se ao fabrico de componentes soldados metálicos, baseados em estampagem/quinagem de chapa, corte/dobragem de tubo/arame e tornearia/mecanização. “Não temos produto pró-prio nem final. São novos projectos, novos negócios que nos continuarão a fazer crescer”, conclui Nuno Santos.

Patrícia Cruz Almeida

Vida empresarialNuno Santos explica sucesso com investimento em tecnologia de ponta

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ntoINVESTIGAÇÃO

De Óbidos para a Europa

“Até 2017, vamos t e n t a r q u e a reg ião Centro

seja uma das mais inovado-ras da Europa, onde estamos hoje em 153.º lugar entre 300 regiões”, sublinha Jorge Ferreira, da Universidade de Coimbra, que, com outras entidades, integra os órgãos sociais da OBITEC, entidade gestora do Parque Tecnológi-co de Óbidos.

Trata-se de uma meta que conta, à partida, com total apoio do presiden-te da Câmara Municipal de Óbidos, Telmo Faria,

empenhado em “dar um contributo muito forte, em conjunto com outros par-ques, incubadoras de empre-sas e universidades”.

O projecto conta nos órgãos sociais com várias universidades, institutos politécnicos e instituições de formação na gestão de um parque de ciência e tec-nologia.

Os órgãos sociais da OBI-TEC integram, para além do município (que preside à direcção), as universidades de Coimbra e Técnica de Lis-boa, o Instituto Politécnico

de Leiria, a Escola Técnica de Imagem e Comunicação (ETIC), empresas e associa-ções empresariais.

O lançamento do con-curso público de ideias para os edifícios centrais do Par-que Tecnológico de Óbidos, num investimento de 3,6 milhões de euros, será um dos primeiros projectos da associação. “Queremos uma resposta arquitectóni-ca que espelhe a inovação e a criatividade”, explicou Telmo Faria, durante a apre-sentação do programa de concurso a que arquitectos

Colocar a região Centro entre as 100 mais inovadoras da Europa é um dos objectivos da OBITEC, entidade gestora da componente de investigação, desenvolvimento, ensino e formação do Parque Tecnológico de Óbidos.

Uma cadeira de rodas eléctrica que pode ser conduzida ape-

nas com o olhar foi desen-volvida por um professor do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) no âmbi-to do projecto “Magic Key”, que tem permiti-do desenvolver aplicações informáticas para pes-soas deficientes. O inves-tigador Luís Figueiredo revelou que o sistema, denominado “Magic Whe-elchair”, usa uma câma-

ra de alta definição e uma aplicação informática que determina a direcção do olhar do utilizador. O dis-positivo, que dá autono-mia total ao utilizador em ambientes interiores, porque em ambientes exte-riores há interferência da luz solar com os sistemas, destina-se a pessoas com graves limitações físicas e permite ter um contro-lo absoluto sobre a cadeira de rodas, apenas e só com o olhar. Luís Figueiredo

não possui estimativas de quanto custa, por exem-plo, instalar a aplicação numa cadeira eléctrica já existente, mas deixa claro que “se houver uma úni-ca pessoa que com este sistema possa melhorar a qualidade de vida, vale a pena investir”. O projec-to tem vindo a ser apoia-do, para além da ESTG do IPG, pela Guarda Digital - Associação Distrital para Sociedade de Informação e pela Fundação PT.

nacionais e estrangeiros se poderão candidatar durante 60 dias.

O autarca estima que a construção dos edifícios cen-trais, onde serão instaladas todas as áreas de apoio às empresas do parque, “pode-rá ser posta a concurso no até final do ano”. A obra, que deverá estar concluída, no máximo, até início de 2012, permitirá ao parque, segun-do o presidente da câmara, “entrar em velocidade cru-zeiro, criando espaços para apoio a muitas empresas e aumentando significativa-mente o número de traba-lhadores”. A par com este dossiê, a OBITEC apostará também, a partir de agora, na apresentação do projec-to do Parque Tecnológico de Óbidos a cerca de 3.000 empresas da Área Metropo-litana de Lisboa. A gestão do ABC - Apoio de Base à Cria-tividade (uma incubadora de empresas a funcionar no Convento de S. Miguel das Gaeiras) será outra das tare-fas centrais da Obitec.

TECNOLOGIA

Cadeira de rodas conduzida com o olhar

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DIÁRIO AS BEIRAS - Que projectos tecnológicos têm merecido apoios finan-ceiros da autarquia?

JOSÉ CARLOS ALEXANDRINO - O município dispõe de dois instrumen-tos para apoiar projectos inovadores e de carácter tecnológico: um concurso municipal de ideias de negócio desig-nado Empreender + e um fundo muni-cipal de apoio para este tipo de projec-tos (Finicia/Invista+), que tem vindo a ser divulgado no sentido de generalizar o seu acesso e estimular investimentos inovadores, que sustentem o empre-endedorismo oliveirense e ajudem a criar o próprio emprego. Nestes casos, qualificado.

Há já alguma proposta pronta a avançar?Temos já, realmente, alguns projectos

privados premiados e sinaliza-dos para avançar, casos do

Logic Pulse, ligado à tecno-logia RFID, da Fauna Polis, um outro na área das ciên-cias da saúde, que são do

domínio público e que gostarí-

amos que viessem a integrar um pla-no mais v a s -to de

diversificação do tecido produtivo da nos-sa região. Acreditamos que a Platafor-ma de Desenvolvimento poderá acolher todos estes projectos, que já deram mos-tras de possuir méritos próprios.

Qual o impacto dos apoios financeiros da câmara aos projectos tecnológicos no orçamento municipal?

Enquanto aposta do actual executivo, o impacto vai ter de ser crescente, até pela expectativa gerada pela carteira de projectos associados à Plataforma e que terão de ser, em primeira-mão, projectos auto-sustentáveis. Para isso estamos a trabalhar e, à partida, em sentido restrito, a Câmara Municipal tem uma dotação de cerca de 550 mil euros para este domínio que, natu-ralmente, poderá ser reforçada se os projectos assim o motivarem. Ir à procura, aprender, criar e diversifi-car as fontes de emprego sustentável dá-nos uma motivação acrescida para desenvolvermos o nosso projecto para Oliveira do Hospital.

O tecido empresarial do concelho está a revelar empenho na inovação e na melhoria da sua competitividade?

De um modo geral, e a nível nacio-nal, as empresas estão cada vez mais a apostar na inovação e diferencia-ção. Com a actual crise internacional é extremamente importante ter esta consciência e em Oliveira do Hospi-tal existem empresas de êxito que têm apostado significativamente na inova-ção. Também é verdade que por vezes esbarram num muro de burocracias quando se candidatam a fundos para melhorar o nível da inovação.

A Escola Superior de Tecnologia e Ges-tão está a apoiar os empresários?

Tenho tido um contacto estreito com

o novo presidente da ESTGOH, Jorge Alexandre Almeida, e sei que a escola está disponível para colaborar de forma activa, dentro das suas áreas científicas, com os empresários da região.

O que seria efectivamente necessário, a nível local, para ultrapassar a crise e relançar a economia?

Fundamental era que apareces-sem ideias de negócios diferentes dos tradicionais, ao nível de pequenas e médias empresas. Parece-me que o futuro passa por aqui. Nesta ques-tão, e a nível local, o sector primário é crucial, assim como o sector turís-tico, de ensino e energético. Estamos empenhados em trazer conhecimen-to e investigação para estes sectores, mas a questão logística, tanto ao nível empresarial como de ensino, é fulcral e de uma enorme importância. Mas sem os traçados da Serra da Estrela, que são a chave para alcançar o pro-gresso, não será possível relançar a economia local.

Que papel poderá desempenhar a Câma-ra tendo em vista a dinamização do teci-do empresarial do concelho?

A Câmara já realizou diversos con-tactos nacionais e internacionais, por forma a alavancar o projecto “Platafor-ma”, que tem por base a dinamização do tecido empresarial. Está a criar-se uma estrutura e um projecto com base num conceito de “elo de ligação” entre o centro de conhecimento e saber e as empresas para a criação de uma corrente empresa-rial forte e dinâmica. Pretendemos criar condições para aumentar a competitivi-dade dos sectores fundamentais para o desenvolvimento do concelho. O papel da Câmara será o de mudar o paradigma local e será esse um dos principais objec-tivos deste executivo.

Ora diga lá, senhor autarcaJOSÉ CARLOS ALEXANDRINO, presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Hospital

“Futuro passa por negócios diferentes dos tradicionais”O executivo municipal, empenhado em mudar o paradigma do desenvolvi-mento local, orçamentou 550 mil euros para projectos que possam aumen-tar a competitividade dos sectores fundamentais para o desenvolvimento do concelho.

Ao Centro

Parque tecnológico no centro das Caldas da Rainha

A Câmara Municipal das Caldas da Rainha está a construir um par-que empresarial de base tecnológica numa zona central da cidade com o objectivo de potenciar a convivência social. Os lotes vão ser vendi-dos pela autarquia a 15 euros o metro quadrado e as empresas terão ain-da como incentivo à sua fixação a isenção de taxas e licenças por um perío-do de dez anos. As oito empresas e um restau-rante deverão criar cerca de 100 postos de traba-lho, na área das soluções tecnológicas.

Polis da Ria de Aveiro avança em 2010

O relatório ambiental e o plano estratégico do programa Polis Litoral da Ria de Aveiro, que estive-ram em consulta públi-ca até ontem, vão estar agora disponíveis nas 12 câmaras municipais que integram o projecto, bem como na sede da Socie-dade Polis, no Parque de Exposições de Aveiro, na Administração da Região Hidrográfica do Centro, nas instalações do ICNB nas Dunas de S. Jacinto e na sede da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro. Os documen-tos podem ainda ser con-sultados no site www.polis-riadeaveiro.pt.

MANTENHA O SEU CORAÇÃO EM BOA FORMA

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DB - Paulo Leitão