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ICNAS
Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saude
Pedro Teles1, M. Carmen de Sousa2, Graciano Paulo3, Joana Santos3, Ana Pascoal4, Gabriela Cardoso5, Isabel Lança6, Nuno Matela7, Luís Janeiro8, Patrick Sousa9, Pedro Carvoeiras10, Rui
Parafita10, Ana Isabel Santos5, Paula Simãozinho11, Pedro Vaz1
1 Instituto Superior Técnico/Instituto Tecnológico e Nuclear, Estrada Nacional 10, 2686-953 Sacavém 2 Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE, Avenida Bissaya Barreto 98, 3000-075 Coimbra 3 Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, Rua 5 de Outubro, 3046-854 Coimbra 4 Universidade Católica Portuguesa, Campus de Sintra – Estrada Octávio Pato, 2635-631 Rio de Mouro 5 Hospital Garcia de Orta, Avenida Torrado da Silva, 2801-951 Almada 6 Administração Regional de Saúde do Centro, Avenida Fernão Magalhães 481, 2º, 3000-177 Coimbra 7 Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Campo Grande 1749-016 Lisboa 8 Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, Avenida de Ceuta, Edifício UrbiCeuta, 6º, 1350-125 Lisboa 9 Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, Avenida Elias Garcia, 14, 1º, 1000-149 Lisboa 10 Medical Consult, SA, Campo Grande, nº56 – 8ºA, 1700-093 Lisboa 11 Administração Regional de Saúde do Algarve, Largo de São Pedro, n.º 15, 8000-145 Faro
Introdução A crescente utilização de radiações ionizantes e a sua disseminação em exames e procedimentos médicos, aliada aos avanços tecnológicos que potenciam um diagnóstico mais exacto e precoce, e a uma eficácia crescente das terapias utilizando radiações ionizantes, conduziram a um aumento considerável da dose de radiação colectiva da população mundial nas duas últimas décadas.
Em Portugal, contrariamente ao que se verifica noutros países europeus, como por exemplo no Reino Unido, na França e na Alemanha (entre outros), não existe uma tradição de estudos representativos de avaliação periódica das doses de radiações ionizantes no âmbito dos exames médicos.
Na última década, a consciencialização e preocupação das comunidades de especialistas e decisores relativamente a esta temática aumentou consideravelmente. Em 2011, a Comissão Europeia lançou o projecto Dose DataMed II (DDM2), no qual Portugal participou. Para o efeito, foi criado um consórcio de instituições, o Consórcio Dose Datamed 2 Portugal, no qual participaram 40 instituções, públicas e privadas, ligadas à investigação, prestação de serviços, administração, e desenvolvimento tecnológico na área da utilização de radiações ionizantes na Saúde. A participação portuguesa no projecto europeu Dose DataMed II, constitui um ponto de partida para colmatar a persistente falta de estudos em Portugal nas áreas referidas e para possibilitar a avaliação da exposição da população portuguesa a radiações ionizantes no âmbito das aplicações médicas. Permitiu também sensibilizar profissionais e outros actores para a importância da avaliação e registo das doses para os pacientes.
Medicina Nuclear
Frequência dos exames e actividade
média/exame
•Através de inquérito a 26 centros (19
respostas)
Exames ‘TOP 20’ radiologia de
diagnóstico
Frequência dos exames
•Através dos códigos de reembolso
(exames convencionados e exames
funcionários públicos)
•Através de um inquérito a 122
hospitais (exames não-convencionados)
– 22 respostas
• Dados da Associação Portuguesa de
Intervenção Cardiovascular (APIC)
para os exames de angiografia cardíaca
e angioplastia coronária
Exames ‘TOP 20’ radiologia de diagnóstico
Dose típica no paciente /exame
•Através da análise de 31 trabalhos e de um
estudo-piloto em 10 hospitais e 7 centros de
saúde
DADOS
(Ano de 2010)
Metodologia
Grupo de Exames Nº exames/1000 habitantes
Dose individual média anual (mSv/ caput)
1 – Cardíacos 9,3 0,0439
2 – Ósseos 4,3 0,0189
3 – Tiroideia 1,1 0,0029
4 – Renais 1,1 0,0017
5 – Pulmonares 0,2 0,0005
Exame ‘TOP 20’ Nº exames/1000
habitantes Dose individual média
anual (mSv/ caput)
1 – Radiografia do Tórax 396,4 0,0357
2 – Mamografia 63,2 0,0082
3 – Coluna cervical 61,6 0,0043
4 – Coluna Lombar 54,2 0,0553
5 – Abdómen 51,0 0,0378
6 – Bacia/Anca 49,7 0,0383
7 – TC crâneo 40,2 0,0821
8 – Coluna Dorsal 26,0 0,0143
9 – TC Coluna 18,7 0,1741
10 – TC Tórax 17,4 0,0856
11 – TC Abdómen 17,3 0,1198
12 – TC Toraco-abdómino-pélvico 13,2 0,1798
13 – TC pélvica 11,2 0,0479
14 – Trânsito Esófago-gastro-duodenal 3,0 0,0237
15 – Angiografia Cardíaca 3,0 0,0204
16 – Clister Opaco 1,3 0,0160
17 – TC Pescoço 1,2 0,0025
18 – Angioplastia Coronária 1,2 0,0168
19 – Trânsito do Intestino Delgado 0,4 n.c.
20 – Urografia Intravenosa 0,07 0,0003
0% 20% 40% 60% 80% 100%
PORTUGAL
Reino Unido
Suíca
Alemanha
Bélgica
distribuição das frequências dos exames em percentagem do
total (%)
Ósseos
Cardíacos
Tiroideia
Pulmonares
Renais
restantes
396,38
63,22
54,19
61,64
69,18
18,74
25,99
40,24
49,68
51,02
0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00 350,00 400,00 450,00
Tórax Frente (PA) e perfil
Mamografia
Coluna cervical frente e perfil
Coluna Lombar Frente e Perfil
Abdómen
Bacia e Anca Frente ou Anca Frente + Perfil
TC crâneo-encefálica
Coluna Dorsal Frente e Perfil
TC Coluna
Restantes exames
Frequência por 1000 habitantes
A metodologia utilizada neste trabalho segue as recomendações publicadas no RP154 da Comissão Europeia (http://ddmed.eu/_media/background_of_ddm1:rp154.pdf).
Foram estudados os 20 exames de radiologia de diagnóstico que contribuem com cerca de 75% para a dose colectiva total a nível europeu – os chamados TOP 20. Os dados para as frequências dos exames do TOP 20 foram compilados em colaboração com as Administrações Regionais de Saúde (ARS), a Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS), a ADSE, e a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC). Foi ainda realizado um inquérito ao nível dos serviços de radiologia dos hospitais públicos e privados.
Para a estimativa da dose típica no paciente por tipo de exame, foram recolhidos dados de estudos académicos ou de investigação realizados em Portugal entre 2005 e 2010. Foi ainda realizado um estudo-piloto, em colaboração com outras instituições.
Os dados para a frequência e estimativa de dose em medicina nuclear foram obtidos através da realização de um inquérito nacional aos serviços de medicina nuclear.
Resultados – Medicina Nuclear
Resultados – Radiologia de diagnóstico – exames TOP 20
Conclusões
Um questionário requisitando informação sobre os dados das frequências e a actividade média utilizada em 28 exames de medicina nuclear foi enviado a centros de medicina nuclear, a nível nacional, sendo que se obteve uma taxa de participação de ~70%.
Utilizando os factores de conversão apropriados, foi possível estimar a dose efectiva por procedimento e a dose efectiva colectiva. A dose individual média anual devido aos exames de medicina nuclear em Portugal foi estimada em 0,080 ± 0,017 mSv/caput.
Os resultados agrupados nos principais grupos, e comparação com outros países
A estimativa da dose efectiva colectiva por tipo de exame foi obtida a partir dos dados compilados para as frequências anuais dos exames TOP 20 e da dose efectiva média por tipo de exame calculada a partir dos dados recolhidos no estudo-piloto e dos dados resultantes da análise dos estudos já realizados em Portugal. A dose individual média anual total devido aos exames do TOP 20 realizados em Portugal foi estimada em 0,96 ± 0,68 mSv/caput.
A dose individual média total devido aos exames médicos de radiodiagnóstico e medicina nuclear realizados em Portugal no ano de 2010 estimada foi de ~1mSv/caput, o que coloca Portugal no grupo de países com exposições médias-elevadas.
Os exames de medicina nuclear mais frequentes e que mais contribuem para a dose colectiva na população portuguesa são os exames cardíacos.
Os exames mais frequentes dos exames TOP 20 são os exames de radiografia do tórax, e os que mais contribuem para a dose colectiva total são os exames de tomografia computorizada.
O sucesso do nosso estudo resultou de um trabalho colaborativo entre 40 instituições ligadas à Saúde.
O consórcio pretende dar continuidade ao trabalho, optimizando os métodos utilizados para a estimativa, e sensibilizando os profissionais e a população para a problemática da utilização das radiações ionizantes em medicina.
As frequências dos exames TOP 20 (2010)
18,73
18,14
12,48
8,92
8,55
5,76
4,99
3,99
3,94
3,72
2,47
2,13
1,75
1,67
1,49
0,85
0,45
0,26
0,03
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0
TC Toraco-abdómino-pélvico ou TC aorta torácica ou abdominal
TC Coluna
TC Abdómen
TC Tórax
TC Crânio-encefálica
Coluna Lombar Frente e Perfil
TC pélvica
Bacia e Anca Frente ou Anca Frente + Perfil
Abdómen Frente
Tórax Frente (PA) e Perfil
Transito Esófago-gastro-duodenal
Angiografia Cardíaca
Angioplastia Coronária
Clister Opaco
Coluna Dorsal Frente e Perfil
Mamografia
Coluna Cervical Frente e Perfil
TC Pescoço
Urografia Intravenosa
percentagem da dose colectiva total (%)
Contribuição para a dose colectiva efectiva total dos exames TOP 20 (2010)
18ª Conferência Nacional de Física, 6 e 8 de Setembro de 2012, Aveiro, Portugal
http://www.itn.pt/projs/ddm2-portugal/