coletânea de julgados direito penal roubo · 4 respeito ao regime inicial, este deve ser abrandado...
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Coletânea de Julgados – Direito Penal
ROUBO ................................................................................................................ 2
CONFISSÃO ESPONTÂNEA ....................................................................................................... 2
ANTECEDENTES E REGIME ABERTO ........................................................................................... 3
DUPLA CONDENAÇÃO PELOS MESMOS FATOS ............................................................................. 6
CONTINUIDADE DELITIVA ........................................................................................................ 7
ROUBO CIRCUNSTANCIADO ..................................................................................................... 7
LATROCÍNIO ......................................................................................................... 9
FURTO................................................................................................................ 10
HOMICÍDIO ........................................................................................................ 14
TRÁFICO DE DROGAS .......................................................................................... 22
PREVARICAÇÃO .................................................................................................. 52
CRIMES DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS........................................................ 53
DIREITO PENAL MILITAR .............................................................................................. 54
EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO ....................................................................... 55
ESTELIONATO ..................................................................................................... 55
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Roubo
Confissão Espontânea
Trecho da Decisão: “O apelante admitiu a autoria delitiva. Em meu entendimento, faz
jus ao reconhecimento da atenuante da confissão espontânea. O estatuto penal é claro
ao estabelecer que, para o reconhecimento da atenuante, basta o agente confessar
espontaneamente “a autoria do crime” (art. 65, II, d). Assim, pouco importa se foi preso
em flagrante ou se foi reconhecido ou se invocou excludente ou se não demonstrou
arrependimento. Segundo dispõe o Código Penal, basta a admissão da autoria para que
faça jus à benesse legal. Autoria e imputação não se confundem e a má compreensão de
ambas amiúde conduz a decisões em seu cerne injustas, fruto de inadmissível
interpretação extensiva em desfavor do réu em processo criminal. Ora, o estatuto penal
não exige que o réu, para fazer jus ao benefício, admita também a imputação. Assim,
nada justifica que ao juiz seja lícito fazer a exigência estranha ao ordenamento legal”.
(TJSP, 12ª Câmara, Apelação 0072565-21.2014.8.26.0050, Relator Desembargador
Amable Lopez Soto, j. 04.05.2016, grifo nosso)
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Trecho da Decisão: “O estatuto penal é claro ao estabelecer que, para o
reconhecimento da atenuante, basta o agente confessar espontaneamente “a autoria
do crime” (art. 65, II, d). Assim, pouco importa se foi preso em flagrante ou se foi
reconhecido ou se invocou excludente ou se não demonstrou arrependimento. Segundo
dispõe o Código Penal, basta a admissão da autoria para que faça jus à benesse legal.
Autoria e imputação não se confundem e a má compreensão de ambas amiúde conduz
a decisões em seu cerne injustas, fruto de inadmissível interpretação extensiva em
desfavor do réu em processo criminal. (TJSP, 12ª Câmara, Apelação 0001402-
75.2012.8.26.0300, Relator Desembargador Amable Lopez Soto, j. 13/05/2015)
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Trecho da Decisão: “Na segunda fase da dosimetria, merece correção a r. sentença na
medida em que a atenuante da confissão espontânea não foi considerada pelo juízo a
quo no cálculo da pena. Ora, a atenuante deve ser sopesada na dosimetria da pena em
favor do réu, visto que auxiliou na elucidação dos fatos e foi um dos elementos para o
decreto condenatório”. (TJSP, 12ª Câmara, Apelação 0004942-06.2013.8.26.0201,
Relator Desembargador Amable Lopez Soto, j. 03.12.2014)
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Antecedentes e Regime aberto
Trecho da Decisão: “Assim, configurado o roubo, devendo ser mantida a condenação tal
qual lançada. Na dosimetria, tampouco há qualquer ressalva a ser feita, visto que fixada
a pena no mínimo legal e diminuída pela metade ante a tentativa. Contudo, no que diz
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respeito ao regime inicial, este deve ser abrandado para o aberto, tendo em vista que o
acusado é primário e, ante a pena fixada, notadamente ante a ausência de
circunstâncias negativas do art. 59, do Código Penal, tem direito ao regime aberto, em
observância ao disposto no art. 33, §§2º e 3º, do Código Penal” (TJSP, 12ª Câmara,
Apelação 0006230-88.2011.8.26.0223, Relator Desembargador Amable Lopez Soto, j.
24.02.2016)
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Trecho da decisão: “[A] folha de antecedentes do réu se presta apenas para servir como
roteiro para a acusação, não como prova cabal. Assim, ausente a certidão cartorária
comprovando o trânsito em julgado da condenação, não se pode considerar a folha de
antecedentes como instrumento idôneo para reconhecer a figura de maus
antecedente e, assim, agravar a pena. [...] Quanto às certidões indicadas, nenhuma
delas configura os maus antecedentes. Aquela de fl. 50 revela circunstância de
reincidência, e será sopesado na segunda fase. A de fl. 53 é mero pedido de informações
da Vara das Execuções. Por fim, a certidão de fl. 56 não demonstra esta circunstância
negativa, mas mero irrelevante penal. Assim, para efeitos de maus antecedentes, só
condenação “por fato anterior, transitada em julgado após o novo fato” (cf. Código
Penal Comentado, Celso Delmanto e outros, 8ª edição, 2010, pág. 274, comentários ao
art. 59, editora Saraiva) é que permitiria a sua aceitação, o que não se vê neste caso”.
(TJSP, 12ª Câmara, Apelação 0001172-05.2009.8.26.0311, Relator Desembargador
Amable Lopez Soto, j. 27.02.2013, grifo nosso)
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Trecho da Decisão: “No mais, entendo que o delito se deu na forma tentada. Isso, pois o
réu foi detido logo após a prática do crime, logrando retirar a res da esfera de vigilância
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da vítima. Porém, como se vê da dinâmica dos fatos narrada pela vítima e pelo policial, o
réu não manteve a posse de forma tranquila da res, pouco se afastando do local dos
fatos, sendo preso cinco minutos após, conforme se observa do depoimento do policial
Rogério à fl. 62. Assim, adequada a diminuição na proporção de 1/3 (um terço) da pena
pela prática do crime de roubo na forma tentada. [...] Fixada a pena-base no mínimo
legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em
razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito. Dessa
forma, considerando a pena final cominada e tratando-se de réu primário e com
circunstâncias judiciais reputadas favoráveis, suficiente o regime aberto para a
reprovação e prevenção da conduta, nos termos do artigo 33, § 2º, c, do Código Penal.”
(TJSP, 12ª Câmara, Apelação 0042038-62.2009.8.26.0050, Relator Desembargador
Amable Lopez Soto, j. 12.12.2012, grifo nosso)
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Trecho Pertinente da Decisão: ‘’Embora a pena-base tenha sido fixada no mínimo legal,
não obstante o quantum de 2 anos de reclusão, e o fato de o paciente ser primário, foi
determinado o regime inicial fechado com fundamento na gravidade abstrata do delito,
o que configura coação ilegal. Súmula n. 440 do STJ e Súmulas n. 718 e n. 719 do STF. 5.
Habeas Corpus não conhecido. Ordem concedida, de ofício, para permitir que o
paciente aguarde em liberdade o trânsito em julgado da decisão condenatória e
também para fixar-lhe o regime inicial aberto de cumprimento de pena.’’ (HC
283.846/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
18/3/2014, DJe 15/4/2014) Ante o exposto, nos termos do art. 557, § 1º-A, do Código de
Processo Civil, c.c. o art. 3º do Código de Processo Penal, dou provimento ao recurso
especial, para fixar o regime aberto. (STJ, Recurso Especial.426.645, Relator
Desembargador Ericson Maranho, j. 26.11.2014, V.U.).
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Ementa: RECURSO ESPECIAL. ROUBO SIMPLES. REGIME. GRAVIDADE ABSTRATA.
SÚMULA 718 E 719/STF E 440/STJ. PROVIMENTO PARA FIXAR O REGIME ABERTO. (STJ,
Recurso Especial 1.491.604 – SP, Relator Ministro Walter de Almeida Guilherme, j.
14.11.2014, V.U)
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Ementa: RECURSO ESPECIAL. ROUBO TENTADO. REGIME MAIS GRAVOSO COM BASE NA
GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO. MERA REPRODUÇÃO DE CIRCUNSTÂNCIAS
INERENTES À INFRAÇÃO PENAL. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 440/STJ E 718 E 719/STF.
PROVIMENTO PARA FIXAR O REGIME ABERTO. (STJ, Recurso Especial 1.492.402 – SP,
Relator Ministro Walter de Almeida Guilherme, julgado em 26.11.2014, V.U)
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Dupla condenação pelos mesmos fatos
Ementa: APELAÇÃO. Roubo. Dupla condenação pelo mesmo fato, por juízos distintos
Declaração da nulidade da sentença ora apelada (que é posterior) e do próprio
processo, ab ovo, desde o recebimento da denúncia Recurso provido, com
determinação de expedição de alvará de soltura clausulado. (TJSP, 15ª Câmara de
Direito Criminal, Apelação 0015465-91.2010.8.26.0198, Relator Desembargadora Paula
Santos, j. 24.10.2013, V.U.). Trecho Pertinente da Decisão: “Dessa forma, há duas
condenações, referentes ao mesmo réu, pelo mesmo fato delituoso, caracterizando,
destarte, a nulidade do presente feito, ab ovo. [...] Acerca de situações quejandas,
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observa Luiz Flávio Gomes: “Havendo dupla condenação pelos mesmos fatos, sempre
prevalece a primeira decisão, porque se considera inexistente a segunda”
(Comentários à Convenção Americana sobre Direitos Humanos: Pacto de San José da
Costa Rica, 3ª ed., RT, S. Paulo, 2010, p. 148).
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Continuidade delitiva
Ementa: Agravo em Execução. Unificação de penas. Continuidade delitiva.
Caracterização. Presença dos requisitos exigidos para o reconhecimento da 'fictio iuris'.
Conexão temporal, espacial e de modo de execução evidenciadas. Desnecessidade de
unidade de desígnios entre os crimes que compõem a série continuada. Adoção da
teoria objetiva pelo Código Penal. Prática de quatro roubos a bordo de ônibus
municipal de transporte de passageiros, na mesma cidade, em curto intervalo de
tempo, mediante semelhante 'modus operandi'. Infrações com penas diferentes. Pena
mais grave aplicada em dobro, de acordo com o que dispõe o parágrafo único, do art. 71
do Código Penal. Continuidade delitiva não evidenciada quanto ao processo 114/01.
Agravo parcialmente provido, para deferir a unificação de penas dos processos 258/01,
153/01, 103/01 e 1970/00. (TJSP, 1ª Câmara de Direito Criminal, Agravo de Execução
Penal 0012844-94.2014.8.26.0000, Relator Desembargador Péricles Piza, j. 09.06.2014,
V.U., grifo nosso).
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Roubo circunstanciado
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Ementa: Habeas corpus. 2. Roubo majorado pelo concurso de agentes e pelo emprego
de arma (art. 157, § 2º, I e II do CP). Condenação. Regime inicial fechado. 3. Pedido de
fixação de regime semiaberto. Possibilidade: primariedade do agente; circunstâncias
judiciais favoráveis (pena-base fixada no mínimo legal); e fundamentação inadequada
(gravidade in abstrato do delito). 4. A jurisprudência do STF consolidou entendimento
segundo o qual a hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o
regime prisional mais gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da
individualização da pena e da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais,
deve motivar o regime imposto observando a singularidade do caso concreto. 5.
Aplicação das súmulas 718 e 719. 6. Ordem concedida para fixar o regime inicial
semiaberto para início do cumprimento da pena. (STF, HC 114.817, Relator Ministro
Gilmar Mendes, j. 27.08.2013, v.u.)
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Trecho Pertinente da Decisão: “Esse entendimento, todavia, não deve prevalecer.
Como se pode observar, o regime mais gravoso foi imposto, tão somente, em virtude da
gravidade abstrata do delito de roubo, o que está em desconformidade com os
seguintes verbetes sumulares: Súmula 440/STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é
vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão
da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito. Súmula 718/STF:
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena
aplicada. Ressalte-se, ainda, de acordo a jurisprudência desta Corte, "é admissível a
adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou
inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais" (Súmula n. 269/STJ),
como é o caso dos autos. (STJ, Recurso Especial 1.492.402, Relator Desembargador
Walter de Almeida Guilherme, j. 26.11.2014, V.U.).
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Ementa: RECURSO ESPECIAL. ROUBO MAJORADO. AFASTAMENTO DA MAJORANTE.
REGIME. GRAVIDADE ABSTRATA. SÚMULA 718 E 719/STF E 440/STJ. PROVIMENTO PARA
AFASTAR A CAUSA AUMENTO E FIXAR O REGIME SEMIABERTO. (STJ, Recurso Especial
1.447.365, Relator Ministro Ericson Maranho, j. 27.11.2014, V.U)
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Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO CIRCUNSTANCIADO E RESISTÊNCIA.
CONDENAÇAO. REGIME PRISIONAL MAIS GRAVOSO. PENA-BASE FIXADA ACIMA DO
MÍNIMO LEGAL. CONSIDERAÇAO DE CIRCUNSTÂNCIAS INERENTES AO TIPO PENAL PARA
AUMENTO DA PENA. ATOS INFRACIONAIS QUE NAO PODEM SER CONSIDERADOS MAUS
ANTECEDENTES. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. PRECEDENTES. ORDEM DE
HABEAS CORPUS CONCEDIDA. (TJSP, 16ª Câmara de Direito Criminal, HC 249.015,
Relator Laurita Vaz, j. 20/10/2015) Trecho da Decisão: ‘’Ante o exposto, CONCEDO
PARCIALMENTE a ordem, somente para conceder salvo-conduto garantindo o direito ao
silêncio do paciente na segunda parte do interrogatório judicial, ou seja, quanto às
questões formuladas em relação aos fatos imputados na denúncia do processo nº
0001332-87.2015.8.26.0224.’’
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Latrocínio
Ementa: Habeas corpus. 2. Paciente condenado pela prática de latrocínio consumado
em concurso formal com latrocínio tentado (arts. 157, § 3º, última parte, c/c 61, II, c e h,
e 157, § 3º, última parte, c/c 61, II, c e h, c/c 14, II, todos do CP). 3. Delito praticado
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mediante ação desdobrada em vários atos atingindo duas vítimas. 4. Pedido de
afastamento da causa de aumento de 1/6 referente ao concurso formal de crimes. 5.
Paciente objetivou roubar bens que guarneciam a residência do casal (patrimônio
único). Não é razoável a importância dada à subtração das alianças das vítimas a fim de
justificar a subtração de patrimônio individual. 6. Embora as alianças nupciais integrem
patrimônio personalíssimo na legislação civil, na seara do Direito Penal, há de se conferir
relevância ao dolo do agente. 7. Caracterizada a prática de latrocínio consumado, em
razão do atingimento de patrimônio único. 8. O número de vítimas deve ser sopesado
por ocasião da fixação da pena-base, na fase do art. 59 do CP. Precedente: HC n. 71267-
3/ES, 2ª Turma, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 20.4.95. 9. Determinação de baixa dos
autos ao Juízo de primeiro grau, para que proceda a nova dosimetria da pena,
considerando a quantidade de vítimas na primeira fase do sistema trifásico e
respeitando a pena aplicada, em atenção ao princípio do non reformatio in pejus. 10.
Ordem parcialmente concedida. (STF, Segunda Turma, Habeas Corpus 109.539, Relator
Ministro Ricardo Lewandowski, j. 07.05.2013, V.U.)
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Furto
Trecho da Decisão: “Além de comprovada a primariedade e os bons antecedentes,
inexistem nos autos elementos hábeis a evidenciar a personalidade do réu, sendo
irrazoável considerar ato infracional como indicativo de que o réu faz do crime o seu
meio de vida. A sua irresponsabilidade penal, antes dos 18 anos, é constitucionalmente
assegurada, para todos os fins.” (TJSP, 16 ª Câmara de Direito Criminal, Apelação
3000663-96.2012.8.26.0091, Relator Desembargador Guilherme de Souza Nucci, j.
01/09/2015)
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Ementa: FURTO - Quadro probatório que se mostra coeso e seguro a comprovar a
materialidade e a autoria do delito Firme e coesa prova testemunhal Condenação
mantida substituição por restritiva de direitos e regime bem aplicados – Recurso
parcialmente provido para reduzir a pena-base, sem alteração no montante final da
reprimenda (voto n. 25480). (TJSP, Apelação 0000667-24.2012.8.26.0306, 16ª Câmara
de Direito Criminal, Relator Desembargador Newton Neves, j. 21.07.2015) Trecho da
Decisão: “E passagens pela Vara da Infância com eventuais medidas socioeducativas
impostas pela prática de atos infracionais, não podem ser consideradas como elementos
indicativos de periculosidade, em obediência ao princípio da proteção integral (art. 1º,
do ECA)”.
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Trecho da Decisão: “E passagens pela Vara da Infância com eventuais medidas
socioeducativas impostas pela prática de atos infracionais, não podem ser consideradas
como elementos indicativos de periculosidade, em obediência ao princípio da proteção
integral (art. 1º, do ECA). Na segunda etapa da dosimetria, porque a pena-base está em
seu mínimo, embora reconhecida a atenuante da menoridade, não tem ela o condão de
trazer a pena aquém do mínimo legal.” (TJSP, 16ª Câmara de Direito Criminal, Apelação
0000667-24.2012.8.26.0306, Relator Desembargador Newton Neves, j. 21.07.2015)
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Trecho Pertinente da Decisão: ‘’No caso, trata-se de tentativa de furto de bens
avaliados em R$ 45,92 (fl. 102), sendo a vítima um supermercado e devolvidas as
mercadorias furtadas, constata-se que não houve prejuízo ou dano, o que demonstra a
inexpressividade da lesão jurídica provocada. Ante o exposto, conheço do agravo e dou
provimento ao recurso especial (art. 544, § 4º, II "c", do CPC), a fim de reformar o
acórdão recorrido e absolver o ora agravante, com fundamento no art. 386, III, do
Código de Processo Penal. ’’ (STJ, Agravo em Recurso Especial 491.094, Relator Ministro
Ericson Maranho, j. 28.11.2014)
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Ementa: HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. CRIME DE FURTO. LIVROS DE BIBLIOTECA DE
UNIVERSIDADE FEDERAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE.
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ORDEM CONCEDIDA. 1. A pertinência do princípio da
insignificância deve ser avaliada considerando os aspectos relevantes da conduta
imputada. 2. O valor irrisório dos bens furtados – cinco livros da Biblioteca de
Universidade Federal –, a restituição do objeto do crime à vítima, a ausência de
violência, de grave ameaça ou de circunstâncias desfavoráveis, autorizam, na hipótese, a
aplicação do princípio da insignificância com o trancamento da ação penal. 3. Ordem
concedida. (STJ, Habeas Corpus 116.754, Relator Ministro Ericson Maranho, j.
20.11.2014, V.U.). Trecho Pertinente da Decisão: ‘’Embora não conste dos autos o valor
específico dos bens furtados, não há como deixar de ponderar as circunstâncias
peculiares do caso concreto. Na espécie, em 12.5.2006, o paciente foi flagrado ao
subtrair 05 (cinco) livros do acervo da Biblioteca de Ciências Humanas da Universidade
Federal – “A nova mídia” ; “Estudos interdisciplinares” ; “A fome com vontade de
comer” ; “Pensamento comunicacional latinoamericano”; e “Convite à filosofia”.
Revelam, ainda, os autos que Aldo Fermon Costa ficou cinco dias preso na carceragem
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da Polícia Federal, medida constritiva desproporcional à eventual condenação pela
figura de furto privilegiado.’’
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Trecho Pertinente da Decisão: ‘’No entanto, a existência da circunstância qualificadora
não é suficiente, por si só, para afastar o privilégio previsto no § 2.º, do art. 155,
especialmente se considerado que o acórdão reconheceu ser de pequeno valor o objeto
do furto (R$ 70,00), o réu é primário e a qualificadora, o caso, é de ordem objetiva. O
acórdão recorrido, portanto, encontra-se em dissonância com a jurisprudência desta
Corte: RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. PENAL E PROCESSO
PENAL. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. DISSÍDIO NOTÓRIO. INCIDÊNCIA DO
PRIVILÉGIO NO FURTO QUALIFICADO. POSSIBILIDADE. CIRCUNSTÂNCIAS DE NATUREZA
OBJETIVA. ACÓRDÃO ESTADUAL EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DA
TERCEIRA SEÇÃO. CONFIRMAÇÃO DO ENTENDIMENTO PRECONIZADO NO ERESP
842.425/RS. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. 1. Consoante entendimento pacificado
pelo julgamento do EREsp. 842.425/RS, de que relator o eminente Ministro Og
Fernandes, afigura-se absolutamente "possível o reconhecimento do privilégio previsto
no § 2º do art. 155 do Código Penal nos casos de furto qualificado (CP, art. 155, § 4º)",
máxime se presente qualificadora de ordem objetiva, a primariedade do réu e, também,
o pequeno valor da res furtiva. 2. Na hipótese, estando reconhecido pela instância
ordinária que os bens eram de pequeno valor e que o réu não era reincidente, cabível a
aplicação da posição firmada pela Terceira Seção, o que confirma a harmonia do
acórdão recorrido com o pensamento desta Corte. 3. Recurso especial desprovido.
Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (Resp
1193932/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 22/08/2012, DJe 28/08/2012). Ante o exposto, com fulcro no art. 557, caput,
do Código de Processo Civil c/c o art. 3.º, do Código de Processo Penal, dou provimento
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ao recurso especial, para reconhecer a incidência do privilégio e determinar o retorno
dos autos ao Tribunal a quo para fins de redimensionamento da pena. ’’ (STJ, Recurso
Especial 1.484.420, Relator Ministro Ericson Maranho, j. 20.11.2014, V.U.)
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Homicídio
Ementa: JÚRI NULIDADE DECISÃO CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS INOCORRÊNCIA
MATERIALIDADE RECONHECIDA AUTORIA, ENTRETANTO, NÃO COMPROVADA DE
MANEIRA SATISFATÓRIA ADOÇÃO PELOS JURADOS DE UMA DAS VERTENTES POSSÍVEIS
SOBERANIA DAS DECISÕES DO TRIBUNAL DO JÚRI ART. 5º, XXXVIII, ALÍNEA “C”, DA CF
CONDENAÇÃO MANTIDA RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP – Apelação 9000006-
09.2013.8.26.0482 - 6ª Câmara de Direito Criminal - Relator Desembargador Marco
Antonio Marques da Silva – j. 05.05.2016, V.U) Trecho da Decisão: “Contra Everton há
apenas comentários vagos de populares, lembrando que os próprios agentes da lei que
trabalharam no caso salientaram não terem conseguido apurar muitos detalhes, apenas
que os irmãos Everton e Antônio Rafael, conhecidos como “Tom” e “Testa”, seriam os
responsáveis pelo crime; não houve oitiva de testemunhas oculares ou colhidos outros
elementos que pudessem incriminar o apelado, de modo a justificar a anulação da
soberana decisão dos senhores Jurados”
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Ementa: JÚRI NULIDADE DECISÃO CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS OCORRÊNCIA –
MATERIALIDADE RECONHECIDA AUTORIA INCERTA CONDENAÇÃO NÃO AMPARADA POR
PROVA PRODUZIDA EM PLENÁRIO NENHUMA TESTEMUNHA OUVIDA PRESENCIOU O
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CRIME VÍTIMA SOBREVIMENTE PRESTOU DECLARAÇÕES EXTREMAMENTE CONFUSAS
NECESSIDADE DE SUBMISSÃO A NOVO JULGAMENTO RECURSO PROVIDO. (TJSP, 4º
Grupo de Direito Criminal, Revisão Criminal 0024038-67.2009.8.26.0000, Relator Marco
Antonio Cogan, j. 16.08.2016) Trecho da Decisão: “Portanto, é patente a fragilidade
probatória e, para que prevaleça a soberania dos veredictos, mostra-se recomendável à
submissão do acusado a novo julgamento pelo Conselho de Sentença, facultando-se às
partes arrolarem novas testemunhas, em observância ao princípio da ampla defesa e do
contraditório.”
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Ementa: REVISÃO CRIMINAL ALEGAÇÃO DE QUE DEVE SER AFASTADA A
QUALIFICADORA REFERENTE AO MOTIVO TORPE, POR NÃO DEMONSTRADA NOS
AUTOS; QUE DEVEM AS PENAS SER REDUZIDAS AO PATAMAR MÍNIMO E RECONHECIDA
A CONTINUIDADE DELITIVA, TUDO EM CONSONÂNCIA COM O QUE FOI CONCEDIDO AO
CORREU. CONDENAÇÃO ESTRIBADA NOS ARTS. 121, § 2o , I, 121, § 2o . I. C.C. O ART. 14,
II (POR TRÊS VEZES), 29, CAPUT E 69, TODOS DO CP. CASO QUE ENSEJA A APLICAÇÃO DA
REGRA PREVISTA NO ART. 580, DO CPP., ESTENDENDO-SE AS REDUÇÕES DAS
REPRIMENDAS COMO OPERADAS EM FACE DO CORREU. Revisão deferida. (TJSP, Revisão
Criminal 0024038-67.2009.8.26.0000, 4º Grupo de Direito Criminal, Relator
Desembargador Marco Cogan, j.16.08.2012)
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Ementa: Apelação criminal. Homicídio culposo. Perdão Judicial. Pedido de absolvição ao
argumento de que não houve omissão ou negligência por parte da ré, e que a morte da
criança, filha da apelante, foi uma simples fatalidade. Recurso provido. (TJSP, Apelação
16
0000701-79.2007.8.26.0045, 5ª Câmara de Direito Criminal, Relator Desembargador
Machado Cogan, j. 14.03.2013) Trecho Pertinente da Decisão: ‘’Os fatos atingiram toda
a família, mormente a ofendida causando-lhe profunda tristeza. A apelante já foi por
demais penalizada pela vida e é injusto responder a este feito, sendo que inexiste
testemunha presencial de como o menor chegou à piscina e se nela caiu ou entrou. Não
há prova de que se trate de eventual infração penal, mas lamentável acidente que
vitimou o menor. Desse modo, não há, como se disse, elementos para se reconhecer
qualquer indicio de culpa de Maria José de Oliveira. Isso posto, nos termos do art. 386,
inciso III (não constituir o fato infração penal), do Código de Processo Penal, absolve-se
a apelante Maria José de Oliveira.’’
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Ementa: Júri - Homicídios duplamente qualificados consumado e tentado (motivo torpe
e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) Homicídio qualificado tentado
(praticado para assegurar a execução de outro crime) - Cárcere privado (cinco vezes)
Disparo de arma de fogo (quatro vezes) 1. Preliminares de nulidade Não cabimento
Teses que foram apresentadas em sua grande maioria em diversas oportunidades no
curso do processo e não reconhecidas, bem como as demais ora levantadas
Afastamento Não constatação do alegado prejuízo. 2. Condenação Necessidade - Provas
que não contrariam as evidências dos autos Manutenção Anulação do julgamento e
submissão do acusado a um novo Impossibilidade. 3. Penas Correção Necessidade
Penas-base fixadas no máximo legal para todos os crimes indistintamente Não
observância das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal Afronta ao
princípio da individualização da pena Adequação - Afastamento do concurso material de
crimes e reconhecimento da continuidade delitiva para cada espécie de delito (bloco de
crimes) Possibilidade Crimes praticados nas mesmas condições de tempo, lugar e
maneira de execução Contexto fático único Desdobramento dos fatos Reconhecimento.
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4. Regime inicial de pena - Fechado para os crimes de homicídio Manutenção Alteração
para o semiaberto para os delitos de cárcere privado e disparo de arma de fogo
Adequação - Necessidade - Recurso parcialmente provido. (TJSP, 16ª Câmara de Direito
Criminal, Apelação, 9000016-07.2008.8.26.0554, Relator Desembargador Pedro Menin,
j. 04.06.2013, V.U.).
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Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO HABEAS CORPUS. ART. 121, CAPUT,
C/C ART. 13, § 2º, "b", AMBOS DO CP. HOMICÍDIO. CRIME COMISSIVO POR OMISSÃO.
CAUSALIDADE. DOLO EVENTUAL. DENÚNCIA. INÉPCIA. ILEGALIDADE RECONHECIDA.
PROVIMENTO. (STJ, Recurso em Habeas Corpus 39.627, Relator Ministro Rogerio
Schietti Cruz, j. 08.04.2014). Trecho Pertinente a Decisão: ‘’A denúncia não descreve de
forma pormenorizada, consciente e clara a conduta criminosa a ela imputada. Afirma
que sequer houve laudo de necropsia, apto a comprovar o nexo de causalidade entre a
morte da vítima e a conduta que a ela está sendo atribuída, o que configuraria uma
situação de responsabilidade objetiva. Observa, ainda, que a morte da vítima ocorreu
quatro dias após sua internação, quando estava cercada de todos os cuidados em uma
unidade de tratamento intensivo. Considera, então, que não houve nenhuma conduta
omissiva, porque a vítima recebeu todo atendimento médico possível, sobrevindo o
óbito por circunstâncias naturais decorrente da patologia de que a vítima era portadora,
o que revela a absoluta atipicidade do fato, dispensando-se a valoração aprofundada da
prova por via de uma tormentosa e desnecessária instrução criminal (fl. 130). Requer o
provimento do recurso para que seja trancada a ação penal ou, sucessivamente, haja
nova definição jurídica, imputando à recorrente crime de homicídio culposo, previsto no
artigo 121, § 3º, do Código Penal. ‘’
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Ementa: HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. SÚMULA 691/STF. AFASTAMENTO. CRIME
DE HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRISÃO PREVENTIVA. INADEQUAÇÃO. INCIDENTE DE
INSANIDADE MENTAL. SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO.
INTERNAÇÃO PROVISÓRIA COMPULSÓRIA. ARTIGO 319, INCISO VII, DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. CONCESSÃO DA ORDEM. (STF, Habeas Corpus 125.370, Relatora
Ministra Rosa Weber, j. 19.05.2015).
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Ementa: Pronúncia Absolvição Sumária. Legítima Defesa Dúvida. Impossibilidade;
Pronúncia Qualificadora. Motivo torpe. Dispensa de dívida. Manutenção. Pronúncia
Qualificadora. Surpresa. Discussão prévia. Exclusão. Trecho da Decisão: “A qualificadora
do art. 121, § 2º, I, do CP, não se revelou despropositada. Observe-se que, segundo
testemunhas, Luciano cobrava Napoleão por serviço realizado. Logo, inviável afastar-se,
de plano, a hipótese de homicídio para pôr fim às exigências de pagamento,
circunstância reveladora de torpeza. Não pode persistir, todavia, a qualificadora da
surpresa. Nivaldo declarou que, antes de ser morta, a vítima discutiu com os
recorrentes. Ante o prévio embate, natural que suspeitasse da investida. Nessa esteira,
há o entendimento de que “a qualificadora da surpresa só se caracteriza quando a
agressão se dá de modo inesperado e repentino, colhendo a vítima descuidada,
desprevenida, sem razões próximas ou remotas para esperá-la e nem mesmo dela
suspeitar” (RT 561/386). Não se nega, vale ressaltar, que compete ao Tribunal do Júri
dizer sobre a ocorrência ou não de qualificadoras imputadas. Mas isso não significa que
não devam ser excluídas quando manifestamente improcedentes, como se verifica na
situação.” (TJSP, Recurso em Sentido Estrito 0000039-89.2010.8.26.0052, 12ª Câmara de
Direito Criminal, Relator Desembargador Vico Mañas, j. 01.07.2015, V.U)
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Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. DELITO DOLOSO CONTRA A VIDA. HOMICÍDIO
QUALIFICADO PUGNA PELA IMPRONÚNCIA. Havendo prova da materialidade e indícios
suficientes apontando ser o réu o autor do fato, em tese, caracterizador de crime doloso
contra a vida, torna-se imperativo o seu julgamento pelos juízes naturais da causa.
RECURSO MINITERIAL - Admissão da qualificadora motivo torpe Impossibilidade vez que
manifestamente improcedentes. Recursos improvidos.” (TJSP, Recurso em Sentido
Estrito 0012364-15.2012.8.26.0606, 12ª Câmara de Direito Criminal, Relator Paulo Rossi
j. 13/05/2015, V.U, grifo nosso) Trecho da Decisão: “Do recurso ministerial Postula a
inclusão da qualificadora de motivo torpe na pronúncia. Sem razão o Parquet Entendo
que não há elementos suficientes para sua manutenção. Neste sentido, tenho que torpe
é o motivo repugnante, capaz de causar repulsa expressiva à coletividade. No entanto,
in casu, conforme exordial acusatória, o réu teria cometido o delito por vingança porque
este teria acontecido, segundo a denúncia, em razão da ofendida não deixar o acusado
ver sua filha. Ocorre que, de acordo com as provas colhidas na instrução, não há nada
capaz de sustentar, ao menos suficientemente, a qualificadora referida. Segundo Nucci1:
“É evidente que todo delito causa repulsa social, mas o praticado por motivo torpe faz
com que a sociedade fique particularmente indignada, tal como ocorre com o delito
mercenário mata-se por dinheiro ou outra recompensa.”. De acordo ainda com
GUILHERME DE SOUZA NUCCI2, “o delito de homicídio será qualificado como torpe
quando o motivo do crime for “repugnante, abjeto, vil, que causa repulsa excessiva à
sociedade”.
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1 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 11º edição, 2012. Pág. 638/639 2 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 10ª ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2010. p. 610
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Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. DELITO DOLOSO CONTRA A VIDA. HOMICÍDIO
QUALIFICADO PUGNA PELA IMPRONÚNCIA. Havendo prova da materialidade e indícios
suficientes apontando ser o réu o autor do fato, em tese, caracterizador de crime doloso
contra a vida, torna-se imperativo o seu julgamento pelos juízes naturais da causa.
RECURSO MINISTERIAL - Admissão da qualificadora motivo torpe Impossibilidade vez
que manifestamente improcedentes. CORRUPÇÃO DE MENORES - Evidenciado nos autos
que o menor em questão já era penalmente corrompido à época do fato delituoso, não
caracterizando, assim, o delito previsto no art. 244-B, do ECA, imputado ao réu, impõe-
se a exclusão do crime conexo de corrupção de menores. Recursos improvidos” (TJSP,
Recurso em Sentido 0005000-78.2013.8.26.0566, 12ª Câmara de Direito Criminal,
Relator Desembargador Paulo Rossi j. 12/11/2014, V.U, grifo nosso)
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Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO SENTENÇA DE PRONÚNCIA - HOMICÍDIO
QUALIFICADO TENTADO- ARTIGO 121, § 2º, IV, c.c. 14, “caput”, II, ambos do Código
Penal DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO CORPORAL GRAVE E LEVE - ALEGADA AUSÊNCIA
DE ANIMUS NECANDI - CONTEXTO PROBATÓRIO QUE NÃO EVIDENCIA, DE PLANO, A
TESE DEFENSIVA. ANÁLISE APROFUNDADA DA PROVA IMPRATICÁVEL NESTA ETAPA
PROCESSUAL. CIÚME. MOTIVO TORPE. NÃO CARACTERIZAÇÃO. EXCLUSÃO DA
QUALIFICADORA COM RELAÇÃO A VITIMA ELZA. NECESSIDADE. A torpeza
necessariamente deve se assemelhar às hipóteses descritas na lei penal, quais sejam,
mediante paga ou promessa de recompensa, que revelam ter o agente considerado a
vida humana como moeda de troca. 2. Motivo torpe é aquele ignóbil, repugnante, que
ofende gravemente o sentimento social, razão pela qual o ciúme, por si só, não pode ser
assim considerado. PRETENSÃO DE EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA DO MOTIVO TORPE
RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA - PLEITO ATENDIDO TAO SOMENTE EM
RELAÇAO À VÍTIMA ELY - FACE À APLICAÇAO DO ART. 30 DO CÓDIGO PENAL.
QUALIFICADORA DO RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA NÃO
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CARACTERIZADA. A qualificadora do recurso que impossibilitou as defesas das vítimas
(surpresa) não restou caracterizada, razão pela qual deve ser afastada. Recurso
parcialmente provido.” Trecho da Decisão: “O dispositivo legal em comento utiliza a
chamada fórmula casuística, que viabiliza a interpretação analógica, recurso que
constitui espécie da interpretação extensiva. O motivo torpe deve, necessariamente,
guardar similitude às hipóteses descritas na lei, ou seja, a motivação da paga ou
promessa de recompensa, no sentido de utilizar a vida humana como moeda de troca.”
Não há como excluir, na hipótese, a qualificadora do uso de recurso que dificultou a
defesa da vítima, uma vez que, da acurada leitura dos autos, não se constata a sua
manifesta improcedência, ou seja, da narrativa da exordial acusatória, vê-se que era
perfeitamente previsível, pelo ora Paciente, o modo de execução do delito.(...)
Federal."(STJ, HC 101.219/RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em
21/09/2010, DJe 08/11/2010)” (TJSP, Recurso em Sentido Estrito 0006394-
11.2001.8.26.0609, 12ª Câmara de Direito Criminal, Relator Desembargador Paulo Rossi
j. 25/06/2014, V.U, grifo nosso)
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Trecho da Decisão: “A admissão da qualificadora do emprego de recurso que dificultou
a defesa da vítima não se mostra despropositada. É certo que usualmente incompatível
a surpresa com prévia discussão. No caso, entretanto, a prova sugere que se deu a
agressão quando já encerrado o entrevero e o ofendido, de costas, deixava o local, tudo
indicando que desconhecesse estar armado o desafeto. Plausível, assim, a tese de que
colhido desprevenido. Por outro lado, é de se excluir o reconhecido motivo torpe. Não
resulta evidente que a ação tenha decorrido de vingança pela admoestação imposta
pela vítima ao filho do réu. A prova sinaliza que acalorada discussão se seguiu em outro
local e contexto, não se sabendo o que disseram os contentores.” “Diante disso, ainda
que eventualmente torpe o motivo que originou o entrevero, isto é, a vingança pela
simples advertência de filho, o certo é que tal motivação, remota, desapareceu no
desenrolar dos acontecimentos e foi substituída por outra, de caráter recente, a
discussão que se instalou a seguir. Não se nega que cabe ao Tribunal do Júri dizer sobre
a ocorrência ou não das qualificadoras imputadas. Mas isto não representa que não
devam ser afastadas quando manifestamente improcedentes, como se verifica em
relação à atribuída torpeza.” (TJSP, Recurso em Sentido Estrito, 0004053-
57.2009.8.26.0083, 12ª Câmara de Direito Criminal, Relator Desembargador Vico
Mañas, j. 19/02/2014)
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Tráfico de Drogas
Ementa: Apelação. Tráfico de entorpecente. Apreensão de 152,31 gramas de cocaína no
quarto do réu. Testemunha casada com o tio do acusado, sendo que residiam no
mesmo imóvel, suspeitou que o réu estivesse guardando droga em casa, em razão de
cheiros estranhos e de intensa movimentação, dia e noite, de pessoas no portão da
casa, chamando por ele. No dia dos fatos, vasculhou o quarto do acusado, sendo por ele
23
surpreendida e agredida. Polícia militar acionada, as drogas foram apreendidas. Autoria
e materialidade comprovadas. Condenação mantida. Reforma das penas. Bases
aumentadas em razão da quantidade de droga, bem como por condenações definitivas
por atos infracionais. Impossibilidade. Penas fixadas nos mínimos legais. Redutor
reconhecido e aplicado à fração de metade. Reforma para o aberto e substituição da
pena privativa de liberdade. Parcial provimento ao apelo defensivo (TJSP, 16 ª Câmara
de Direito Criminal, Apelação 3000203-67.2012.8.26.0299, Relator Desembargador
Guilherme de Souza Nucci, j. 20.10.2015)
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Ementa: TRÁFICO. Configuração. Materialidade e autoria demonstradas. Prova.
Negativa isolada dos réus que não se sustenta diante do conjunto probatório recolhido.
Apreensão da droga em poder dos acusados. Alegação extrajudicial de vício em
entorpecentes. Versões judiciais inverossímeis quanto ao entorpecente. Suficiência para
a procedência da ação penal. Condenação mantida. Penas mantidas. Quantidade não
vultosa de entorpecentes. Não presunção de que os réus se dedicavam a atividades
criminosas. Substituição da pena. Inconstitucionalidade das vedações da Lei 11.343/06.
Violação ao princípio da individualização da pena (art. 5º, inciso XLVI, da CF). Conversão
da pena reclusiva em penas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade e
prestação pecuniária. Inteligência da Resolução nº 5/2012 do Senado Federal.
Concessão do regime aberto. Precedentes do STF e STJ. Apelos providos para esses fins.
RESISTÊNCIA e PORTE ILEGAL DE ARMA. Dúvida de autoria e materialidade delitiva que
favorece os acusados. Negativa dos réus. Laudo pericial que não constata disparo
recente em arma de fogo. Prestígio à sensibilidade do juiz da causa que, colhendo
diretamente a prova, reconheceu indícios favoráveis à versão defensiva. Absolvição
mantida em observância ao princípio in dubio pro reo. Apelo ministerial improvido. (STJ,
24
Habeas Corpus nº 251.312, Relator Desembargador Otávio de Almeida Toledo,
j.19.03.2013, V.U.) Trecho Pertinente da Decisão: ‘’No universo de perversidade e
desesperança alimentado pelo tráfico, há casos singulares que a pena alternativa de
prestação de serviços à comunidade em geral se revela mais eficiente na repressão e
prevenção da criminalidade. São aqueles nos quais as circunstâncias do fato e,
principalmente, as condições pessoais do agente - muitas vezes primário e de bons
antecedentes, inclusive com trabalho lícito ou ainda na fase estudantil -, não evidenciam
a periculosidade que o cárcere procura conter como medida extremada de proteção
social. Nem todo delito de tráfico traz, ínsita, a gravidade ou potencial ofensivo que
justifique o encarceramento do seu autor. Essa é uma verdade nem sempre admitida.
Impõe-se, assim, quando cabível e "socialmente recomendável" - para não fugir à
literalidade do artigo 44, § 3º, do CP -, resposta punitiva alternativa à prisão, verdadeira
sanção pedagógica, considerada, porque não, a baixa periculosidade, a prematuridade
do indivíduo ou, mesmo, a revelada potencialidade de se reintegrar à coletividade.
Busca-se, enfim, a regeneração individual, sem descurar-se da retribuição estatal, mas
evitando-se o cárcere, lugar que deve ser reservado a hipóteses em que a
periculosidade suplanta a esperança ou a mera expectativa de ressocialização, ainda -
lembre-se - um dos fins da reprimenda penal. In casu, a medida se mostra
recomendável porquanto os acusados, primários, deram mostras de que é possível a
ressocialização longe do crime. Nada impede, todavia, que não assimilada a terapêutica
proposta, praticando qualquer falta grave, seja-lhe imposto os gravames do regime
prisional. Antes, como cabível a oportunidade, prematuro negar ao acusado a
substituição da reprimenda. Substituo, pois, a privativa de liberdade por duas restritivas
de direitos, na forma do artigo 44, § 2º, parte final, do CP, consistentes na prestação
pecuniária de um salário mínimo e na prestação de serviços a comunidade ou a
entidade pública, indicando, o Juízo das Execuções, tanto o destinatário das prestações,
como a espécie de serviço a ser cumprido pelo tempo restante da pena corporal. Por
conseguinte, impõe-se, também, ante o quantum fixado, considerada a quantidade de
25
droga aprendida, a substituição do regime prisional fechado pelo aberto, prestigiando-
se, assim, a proporcionalidade tendo em vista a incidência, em sua máxima potência, da
causa de diminuição do artigo 33, § 4º, da Lei de regência. Nesse sentido é a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: “O regime inicial fechado é obrigatório
aos condenados pelo crime de tráfico de drogas cometido após a publicação da Lei nº
11.464, de 29 de março de 2007, que deu nova redação ao § 1º do art. 2º da Lei
8.072/90, ressalvada a possibilidade de fixação de regime prisional mais brando,
quando, aplicada a causa especial de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº
11.343/06, for substituída a pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, a fim
de adequar a reprimenda ao benefício concedido justamente para evitar o
encarceramento. Precedentes do STF e do STJ” (HC nº 191.392/MT, 5ª Turma, Relatora
Minª. Laurita Vaz, DJE 22.08.11, VU). Por derradeiro, tendo em vista o tempo que os
apelantes permaneceram provisoriamente presos, impõe-se, por Justiça, a aplicação,
por analogia, do artigo 42 do CP, a fim de que seja descontado, por ocasião da execução,
do período de cumprimento da prestação de serviços à comunidade, o tempo de prisão
cautelar. ’’
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Ementa: TRÁFICO Crime de tráfico Quadro probatório que se mostra seguro e coeso a
evidenciar autoria e materialidade - Depoimento de agentes policiais - Validade e
suficiência desde que inexistente contradição ou confronto com as demais provas
Análise que se faz em cada caso concreto Inexistência de dúvida que justifica o decreto
condenatório Pena - Réu menor de 21 anos pena-base fixada acima do mínimo em razão
de atos infracionais e quantidade de droga apreendida – Anotações relativas à
menoridade do réu que não podem interferir na análise de atos praticados já na
maioridade penal, bem como quantidade de droga apreendida não é exacerbada
(85,5g). Redução da pena-base ao piso - Negada incidência da causa de diminuição (art.
33, § 4º). Primário e ausente demonstração inequívoca de que integre organização
criminosa ou se dedique a atividades ilícitas Redução que deve ser aplicada -
26
Possibilidade de substituição da pena corporal por restritivas de direitos e fixação do
regime aberto Recurso parcialmente acolhido - (voto n. 25811). (TJSP, 16ª Câmara de
Direito Criminal, Apelação 0050473-49.2014.8.26.0050, Relator Desembargador Newton
Neves, j. 21/07/2015)
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Ementa: TRÁFICO. Conduta de ter em depósito, no interior da cela as dependências de
Centro de Detenção Provisória, para fins de entrega a terceiros, 31,4 gramas de cocaína.
Configuração. Materialidade e autoria demonstradas. Apreensão durante vistoria em
cela. Depoimentos de agentes penitenciários. Validade e suficiência para a procedência
da ação penal. Negativa isolada do acusado, sobre cuja cama foi apreendida a droga.
Alegação de desconhecimento da existência do entorpecente. Versão inverossímil.
Condenação mantida. PENAS. Condenação nas penas do art. 12, caput da Lei nº
6.368/76, vigente à época dos fatos. Advento da Lei nº 11.343/06, que, na prática, é
mais favorável ao acusado. Aferição da benignidade da norma legal que deve ser feita
com base na análise do caso sub judice. Aplicação da lex posterior, valendo-se das penas
do art. 33, caput, c.c. o art. 33, § 4º daquele diploma. Dosagem em um ano e oito meses
de reclusão. Impossibilidade de agravamento dos cinquenta diasmulta fixados a título
de sanção pecuniária. Non reformatio in pejus. Cabimento da substituição por restritiva
de direitos e de regime inicial aberto, proporcional ao grau do redutor aplicado e à
quantidade de entorpecentes. Apelo provido para esses fins. .(TJSP, 16ª Câmara de
Direito Criminal, Apelação 0007124-40.2005.8.26.0590, Relator Desembargador Otávio
de Almeida Toledo, j.05.03.2013, V.U.) Trecho Pertinente da Decisão: ‘’Cabível, na
hipótese, a substituição da privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Perfeitamente cabível, in casu, o entendimento sufragado pelo Supremo Tribunal
Federal, que, fundado no princípio da individualização da pena, declarou,
27
incidentalmente, no HC nº 97.256/RS, a inconstitucionalidade da disposição final dos
artigos 44 e 33, § 4º, da Lei 11.343/06, que veda a conversão da privativa em restritiva
de direitos. Invencível, data maxima venia do pensamento divergente, o argumento
segundo o qual a legislação infraconstitucional cede, ou não prevalece, diante da norma
constitucional garantidora de apenamento individualizado, em que o Julgador deve se
ater às circunstâncias do fato e às próprias condições do condenado, destinando, enfim,
prestação jurisdicional justa e ajustada ao caso concreto. A rigidez imposta pela Lei nº
11.343/06 fere, frontalmente, os preceitos constitucionais que garantem, de um lado, o
direito do indivíduo à pena justa e, de outro, asseguram, ao próprio Poder Judiciário, o
exercício jurisdicional da individualização da pena. Viabilizou-se, com tal decisum, o
pleno exercício da função judicante, especificamente no que tange o justo apenamento,
não mais se vendo, enfim, o Julgador impossibilitado de impor a sanção adequada ao
caso concreto.’’
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Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Alegação de omissão Aplicação do instituto da
detração - Tempo da custódia preventiva que deverá ser abatido da pena aplicada, em
sede de execução Ausência de fundamentação quanto ao regime prisional Embargos
acolhidos apenas para esclarecimentos, sem efeitos modificativos Redução da pena de
multa Embargos acolhidos, com efeitos infringentes Proibição da 'reformatio in pejus' -
Embargos parcialmente acolhidos apenas para esclarecimentos, no tocante ao regime
prisional; e, com efeitos infringentes, quanto à pena de multa, para reduzi-la. (TJSP, 1ª
Câmara de Direito Criminal, Apelação 0000549-93.2014.8.26.0236, Relator
Desembargador Ivo de Almeida, j. 26.01.2015, V.U.) Trecho Pertinente da Decisão: ‘’O
regime inicial não poderia ser outro que não o fechado. Ora, os fatos são deveras
graves. Trata-se de crime que constitui verdadeiro cancro social, que fomenta a prática
de outros tantos delitos, de maneira que o tratamento penal dispensado deve condizer
28
com a gravidade que se apresenta. Frise-se que a embargante estava associada a outros
corréus a fim de promoverem o comércio ilícito de entorpecentes, com a distribuição de
drogas para todo o Estado de São Paulo. Salientando que Luana tinha a incumbência de
transportar o tóxico, conforme constou do aditamento da denúncia (fls. 103/105). Não
obstante disponha o art. 33, § 2º, letra c, do Código Penal que “o condenado não
reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto”, o que é preciso ser considerado é que o vocábulo “poderá” induz a
idéia de faculdade, não de obrigatoriedade, que, por certo, reclama ao condenado a
satisfação de outros pressupostos, notadamente aqueles elencados no artigo 59 do
Estatuto Repressivo.’’
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Ementa: TRÁFICO DE DROGAS Agente surpreendido por policiais em poder de poucas
porções de cocaína Provas seguras do envolvimento na traficância Condenação
Suficiência. Penas Pretensão Ministerial buscando a exasperação das penas e
afastamento do redutor e cassação da substituição da privativa de liberdade por
restritivas de direitos Cálculo dosimétrico criteriosamente realizado Acolhimento
Inviabilidade Substituição e regime aberto mantidos diante dos fundamentos adotados
pelo decisório recorrido. Recurso não provido. (TJSP, Apelação 0000549-
93.2014.8.26.0236, Relator Desembargador Ivo de Almeida, j. 26.01.2015) Trecho da
Decisão: ‘’Como visto, não merece acolhimento a pretensão Ministerial consistente na
exasperação das penas impostas aos acusados, nem mesmo no tocante ao afastamento
do redutor ou de sua aplicação no percentual mínimo ao recorrente haja vista a
acusação não ter demonstrado estivesse associado a alguma organização criminosa,
nem mesmo apontou algum motivo apto a tanto. Correta, no caso, a substituição da
pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos então operada pela
respeitável sentença. A propósito, como sabido o Colendo Supremo Tribunal Federal
29
declarou a inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei de Drogas, concluindo que ele
contraria a Constituição Federal, especificamente no que diz respeito ao princípio da
individualização da pena (Habeas Corpus nº 97.256RS, Plenário, Rel. Min. Ayres Britto,
DJE 16.12.2010). E reconheceu repercussão geral da matéria tratada no Recurso
Extraordinário com Agravo ARE 663.261, reafirmando a inconstitucionalidade das
expressões “vedada à conversão em penas restritivas de direitos” e “vedada a
conversão de suas penas em restritivas de direitos” constantes dos artigos 33, § 4º, e 44,
respectivamente, ambos da Lei Antidrogas. Tendo em conta esses fatores e a nova
realidade decorrente da declaração de inconstitucionalidade, não há como deixar de
reconhecer que o recorrido satisfaz as exigências do artigo 44 do Código Penal. Por fim,
correta a fixação do regime inicial aberto em caso de conversão pelos motivos
mencionados pelo nobre Julgador. ’’
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Trecho pertinente a decisão: ‘’Absolvem o acusado do crime de falsa identidade. O
crime do artigo 307 do CP requer que a atribuição da falsa identidade contenha
credibilidade, passível de enganar terceiros, não policiais que não hesitaram em prender
o acusado em flagrante delito e, desconfiados, solicitaram a presença da mãe dele no
distrito, apurando-se que Gustavo era imputável, descobrindo-se o seu nome
verdadeiro. O acontecido é muito ponto para significar necessidade de punição. 16.
Ante o exposto, deram parcial provimento ao apelo para reduzir a pena do delito de
tráfico de drogas para um ano e oito meses de reclusão em regime inicial aberto, e 166
diárias de multa, bem como para absolver o recorrente do delito do art. 307 do CP, por
insuficiência probatória.’’ (TJSP, 1ª Câmara de Direito Criminal, Apelação Criminal
0003329- 71.2012.8.26.0625, Relator Desembargador Marcio Bartoli, j.28.01.2013, V.U.)
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30
Ementa: TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. Materialidade e autoria delitivas
devidamente comprovadas. Versões dos corréus frágeis e contraditórias, ao passo que
os depoimentos dos policiais são firmes e harmônicos, revestidos de credibilidade.
Condenação mantida, inclusive quanto à participação do menor, configurada, assim, a
causa de aumento de pena prevista no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/06. Pena. Redução.
Necessidade. Cálculo da pena-base extremamente exacerbado em face do critério
utilizado, fora das frações previstas em Lei. Aplicação do redutor previsto no art. 33, §
4º, da citada Lei em relação a Thiago, dada sua primariedade e preenchimento dos
demais requisitos legais. Reincidência de Alexandra que impede a concessão do mesmo
benefício. Apelos parcialmente providos. (TJSP, 2ª Câmara de Direito Criminal, Apelação
Criminal 0000383-57.2012.8.26.0648, Relator Desembargador Diniz Fernando,
j.22.09.2014, V.M.).
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Ementa: APELAÇÃO – TRÁFICO DE ENTORPECENTES PROVA SUFICIÊNCIA Autoria e
materialidade suficientemente comprovadas Réu preso em flagrante em poder de
expressiva quantidade de entorpecentes, em local conhecido como ponto de
narcotráfico Versão de inocência que se revelou inconsistente e dissociada do restante
do conjunto probatório Prevalência dos coerentes relatos dos policiais militares acerca
das circunstâncias que ensejaram a prisão em flagrante do acusado Prescindibilidade da
flagrância de comercialização Tipo penal misto alternativo Crime de tráfico
caracterizado pelo fato de o apelante trazer consigo e guardar estupefacientes Ausência
de elementos que permitam infirmar o robusto acervo probatório. PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA INAPLICABILIDADE Por se tratar de crime de perigo abstrato, incabível
a aplicação do princípio da bagatela no crime de tráfico de drogas, ainda que a
quantidade de droga destinada ao tráfico seja ínfima Lesão ao bem jurídico saúde
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pública que independe de prova de sua efetiva violação. DESCLASSIFICAÇÃO ART. 28 DA
LEI ANTIDROGAS IMPOSSIBILIDADE Alegação de condição de dependente químico que
não interfere na subsunção do fato ao tipo penal Figura do usuário-traficante
amplamente admitida pelos tribunais Defesa, ademais, que sequer se desincumbiu do
ônus de comprovar eventual dependência química do apelante Apreensão de expressiva
quantidade de entorpecentes Fatores que, associados à prova produzida, levam à
conclusão de que os estupefacientes eram destinados ao consumo de terceiros. PENA
REDUÇÃO ATENUNANTE CONFISSÃO ESPONTÂNEA IMPOSSIBILIDADE Réu que
apresentou versão confusa, ora assumindo a propriedade dos entorpecentes e alegando
destinar-se ao consumo pessoal, ora sustentando apenas guardá-los a pedido de outro
traficante Inexistente, de qualquer forma, confissão acerca da prática delitiva em
comento MENORIDADE APLICAÇÃO POSSIBILIDADE Réu menor de vinte e um anos na
data dos fatos Circunstância atenuante que deve ser observada no momento da
dosimetria da pena Artigo 65, inciso I, do Código Penal Pena que fica estabelecida em 5
anos de reclusão, com pagamento de 500 dias-multa Sentença reformada nesta parte.
ARTIGO 33, § 4º, LEI 11.343 de 2006 CAUSA DE DIMINUIÇÃO APLICAÇÃO
IMPOSSIBILIDADE Não preenchimento dos requisitos legais necessários à concessão da
benesse A primariedade não é suficiente para afastar a conclusão de que o agente se
dedique à atividade criminosa O artigo 33, § 4º, Lei Antidrogas traz requisitos
independentes, que devem ser analisados separadamente A quantidade de drogas
apreendidas e o fato do réu ter sido surpreendido em local conhecido como ponto de
mercancia espúria são circunstâncias que, somadas aos elementos de prova coligidos
aos autos, levam à conclusão de que efetivamente se dedicava à atividade criminosa,
não fazendo jus a benesse. REGIME PRISIONAL INICIAL FECHADO MANUTENÇÃO
NECESSIDADE Incompatibilidade de modalidade mais branda de execução da pena com
delitos dessa gravidade Necessidade de maior repressão ao tráfico de entorpecentes
Política criminal do Estado, em cumprimento aos compromissos internacionais firmados
pelo Brasil. PENA RECLUSIVA CONVERSÃO RESTRITIVA DE DIREITOS INVIABILIDADE
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Mercê incompatível com a natureza hedionda do delito de tráfico Necessidade de
tratando mais rigoroso ao narcotraficante Sentença condenatória mantida. RECURSO DE
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP, 3ª Câmara de Direito Criminal, Apelação
Criminal 0000.009-61.2012.8.26.0318, Relator Desembargador Amado de Faria,
j.26.11.2013, V.U.).
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Trecho Pertinente a Decisão: ‘’Exasperando-se as reprimendas (na terceira fase do
procedimento dosimétrico) na fração de dois terços, nos moldes do artigo 40, inciso VI,
da lei especial (como reconhecido pelo emérito sentenciante), e reduzindo as na mesma
proporção em razão do artigo 33, § 4º, da mesma lei, o escarmento repousa,
definitivamente, em reclusiva de 2 (dois) anos, 9 (nove) meses e 10 (dez) dias e
financeira de 277 (duzentas e setenta e sete) diárias mínimas (exatamente como pede o
i. defensor). 3. De outra parte, tornando efetiva a determinação oriunda da E. Terceira
Instância, proclama-se que não se acata o óbice previsto no artigo 2º, § 1º, da Lei nº
8.072/90; ocorre que, por razão distinta, não se abrandará o regime prisional:- o
irrogado sofreu condenação prévia, e que se tornou definitiva, conforme se observa a
fls. 41/4-B do apenso. Pelo mesmo e relevante motivo, inviável a substituição da
privativa de liberdade por restritivas de direitos. 4. Em decorrência, meu voto dá parcial
provimento ao apelo de André Pereira da Silva exclusivamente para reduzir o
sancionamento para 2 (dois) anos, 9 (nove) meses e 10 (dez) dias de reclusão e
pecuniária de 277 (duzentos e setenta e sete) dias-multa, no ínfimo. Mantém-se, no
mais, a r. decisão hostilizada.’’ (TJSP, 3ª Câmara de Direito Criminal, Apelação Criminal
0036568-84.2010.8.26.0577, Relator Desembargador Geraldo Wohlers, j.11.05.2014,
V.U.).
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Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. Tráfico ilícito de entorpecentes. Apelo defensório
objetivando a absolvição por insuficiência probatória. Pedidos subsidiários pleiteando a
desclassificação da conduta para o delito previsto no art. 28 da Lei de Drogas, a
aplicação da causa especial de diminuição da pena prevista no §4º do art. 33 da Lei de
Drogas, e a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Conjunto probatório robusto a ensejar o decreto condenatório. Pena readequada.
Regime mantido. Recurso provido em parte. (TJSP, 5ª Câmara de Direito Criminal,
Apelação Criminal 0003098-60.2013.8.26.0091, Relator Desembargador José Damião
Pinheiro Machado Cogan, j.05.02.2015, V.U.)
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Ementa: Tráfico de drogas e associação Preliminar de nulidade insubsistente. Autoria e
materialidade devidamente comprovadas pelo conjunto probatório Condenação
mantida com relação ao crime de tráfico. Associação ao tráfico. Absolvição.
Necessidade. Afastada a matéria preliminar, apelo parcialmente provido. (TJSP, 8ª
Câmara de Direito Criminal, Apelação Criminal 0052509-33.2011.8.26.0547, Relator
Desembargador Ivo de Almeida, j. 30.01.2015, V.U.).
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Ementa: Apelações. Crime de tráfico de drogas e associação criminosa. Condenação dos
réus como incursos no artigo 33 “caput”, combinado com artigo 40, III, ambos da Lei nº
11.343/06. Absolvição da imputação do delito previsto no artigo 35 da Lei 11.343/06
para ambos os réus. Recursos do Ministério Público e das Defesas 1. Quadro probatório
suficiente para evidenciar a responsabilidade penal dos réus para o delito do artigo 33,
34
“caput”, da Lei 11.343/06. Materialidade e autoria comprovadas. 2. Absolvição mantida
da imputação do delito associativo (art. 35, Lei 11.343/06). 3. Inaplicável a causa de
diminuição de pena prevista no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006. 4. Afastamento
da majorante prevista no artigo 40, III, da Lei de Drogas. 5. Reconhecimento da
atenuante em razão da confissão espontânea do corréu José Nildo, nos termos do artigo
65, III, “d” do Código Penal. 6. Diminuição da pena base exasperada acima do mínimo
legal. Quantidade de entorpecentes a traduzir elevado grau de culpabilidade (arts. 59,
CP e 42, Lei 11.343/06). Pena-base fixada em 6 anos de reclusão e pagamento de 600
dias-multa, no valor unitário mínimo legal. 7. A conduta dos réus, aferida à luz dos dados
empíricos da causa, revestiu-se de elevado grau de culpabilidade, a justificar a
imposição do regime inicial fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade.
8. Manutenção da condenação pecuniária. Benesse da gratuidade processual que não
ilide o pagamento pecuniário. 9. Recurso ministerial improvido. Apelo do corréu José
Nildo Martins dos Santos provido. Recurso parcialmente provido do corréu José Eloir
Frois. (TJSP, 9ª Câmara de Direito Criminal, Apelação Criminal 0001537-
85.2012.8.26.0624, Relator Desembargador Laerte Marrone, j. 09.10.2014, V.M.).
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Ementa: Apelação Criminal TRÁFICO DE ENTORPECENTE. Conjunto probatório que
inviabiliza o reconhecimento da tese de absolvição. Depoimentos de policiais.
Necessidade de prestigiar o testemunho do agente público, mormente quando não há
razão para infirmá-lo Reprimenda. Redução da pena base. Quantidade de droga, ainda
que demonstre maior gravidade da conduta, não é expressiva para justificar o
reconhecido de circunstância judicial desfavorável. Causa de redução da pena prevista
no § 4º, do art. 33, da Lei Antidrogas. Ausência dos requisitos legais. Diversidade de
drogas, forma de acondicionamento e circunstância do crime (envolvimento de
adolescente) que evidenciam dedicação a atividades criminosas - Regime prisional
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fechado. Imposição legal. Gravidade concreta da conduta Substituição da sanção
corporal. Consideração da Resolução n. 5, do Senado Federal. Inconstitucionalidade do
dispositivo que vedava abstratamente a substituição. Na espécie há circunstâncias
concretas, notadamente as circunstâncias do crime, que desautorizam a substituição
Apelo parcialmente provido. (TJSP, 10ª Câmara de Direito Criminal, Apelação 0020012-
36.2012.8.26.0577, Relator Desembargador Rachid Vaz de Almeida, j. 01.08.2013, V.U.).
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Trecho Pertinente da Decisão: ‘’considerando que o apelante foi surpreendido na posse
de 84,6g (oitenta e quatro gramas e seis decigramas) de “cocaína”, acondicionados em
cento e dois invólucros plásticos, insta manter-se a fração redutora de 1/2 (metade), de
modo que as reprimendas totalizam dois anos e seis meses de reclusão e pagamento de
duzentos e cinquenta dias-multa, no valor unitário mínimo, atualizado. A seguir,
incabível acolher-se o pleito de substituição da sanção corporal por pena alternativa,
tendo em vista as consequências funestas do delito de tráfico, bem como pelas
circunstâncias em que ocorreu (quantidade e alta nocividade da substância apreendida
na posse do agente), mostrando-se o benefício insuficiente à reprovação da conduta
criminosa, nos termos do inciso III do artigo 44 do Código Penal. Por derradeiro, quanto
ao regime prisional imponível à espécie, insta manter-se a modalidade inicial fechada,
em consonância com o artigo 33, § 3º, do Código Penal. Diante do exposto, nega-se
provimento ao inconformismo ministerial e dá-se parcial provimento ao apelo
defensivo, a fim de restabelecer-se a pena base ao piso legal, sem reflexo no total das
reprimendas, mantendo-se, no mais, a r. sentença.’’ (TJSP, 11ª Câmara de Direito
Criminal, Apelação 0073612-98.2012.8.26.0050, Relator Desembargador Guilherme
Strenger, j. 09.10.2013, V.U.).
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Ementa: Apelação Tráfico de drogas Recurso defensivo Absolvição pretendida
Inadmissibilidade Firmes e coesos depoimentos prestados pelos policiais militares que
apreenderam 11 pedras de crack (3,03 gramas) dispensadas pelo acusado, além de
sacos plásticos, fita crepe e caderno contendo a contabilidade do tráfico na residência
do apelante - Recebimento de denúncia acerca da traficância praticada. Demais
circunstâncias delitivas que evidenciam o comercio espúrio - Condenação de rigor.
Pretendida a desclassificação da conduta para aquela prevista no art. 28, da Lei nº
11.343/06 Inadmissibilidade Os elementos fáticos da ocorrência, aliados a
potencialidade lesiva da droga, a forma de acondicionamento dos entorpecentes, o
comportamento do acusado no momento da abordagem, e demais apetrechos
apreendidos na residência do réu revelam a mercancia ilícita. Dosimetria Redução da
pena-base ao mínimo legal Ausência de processo condenatório anterior com sentença
transitado em julgado Aplicabilidade do patamar máximo do §4º, do artigo 33, da Lei
11.343/06 em face do preenchimento dos requisitos legais - Inaplicabilidade da
substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos Benesse que não
se mostra suficiente para reprovação e prevenção do crime - Mantido o regime fechado
- Recurso parcialmente provido. (TJSP, 11ª Câmara de Direito Criminal, Apelação
0002774-97.2012.8.26.0449, Relator Desembargador Salles Abreu, j. 25.09.2013, V.U.).
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Ementa: Apelação Tráfico de drogas Recurso defensivo Ausência de impugnação no
tocante ao mérito Materialidade e autoria devidamente comprovados Ré confessa em
juízo Confissão corroborada pelos demais elementos de prova Apreensão de 11,8
gramas de crack - Condenação de rigor. Dosimetria Aplicação da causa de diminuição
prevista no §4º, do artigo 33, da Lei 11.343/06, no patamar máximo, em face da
quantidade de entorpecente apreendido e da primariedade da acusada Alegada
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inconstitucionalidade da citada causa de diminuição pela d.Procuradoria - Inocorrência
Adequação ao princípio da individualização das penas Inaplicabilidade da substituição da
pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos Benesse que não se mostra
suficiente para reprovação e prevenção do crime - Mantido o regime fechado Recurso
parcialmente provido. (TJSP, 11ª Câmara de Direito Criminal, Apelação 0060881-
41.2012.8.26.0577, Relator Desembargador Salles Abreu, j. 27.11.2013, V.U.).
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Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL TRÁFICO DE ENTORPECENTES RECURSO DA DEFESA -
DESCLASSIFICAÇÃO PARA O ART. 28, DA LEI N. 11.343/06 IMPOSSIBILIDADE PROVAS
FIRMES DA TRAFICÂNCIA Descabida a desclassificação para uso (art. 28 da Lei nº
11.343/06), quando a prova dos autos demonstram de forma induvidosa a autoria e a
materialidade delitiva do tráfico de drogas. Na esteira da jurisprudência dos Tribunais
Superiores, é possível a fixação de regime mais brando, segundo critérios do art. 33 do
Código Penal. Nos termos dos precedentes do STF, a vedação à substituição da pena
privativa de liberdade por restritivas de direitos é inconstitucional, sendo ela admitida
quando preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal. Recurso parcialmente
provido. (TJSP, 12ª Câmara de Direito Criminal, Apelação 0000555-19.2011.8.26.0394,
Relator Desembargador Paulo Rossi, j. 12.06.2013, V.U.).
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Ementa: Tráfico ilícito de substância entorpecente, Posse de matéria prima, insumo ou
produto químico destinado à preparação de drogas, Posse de maquinário, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto destinado a fabricação, preparação, produção ou
transformação de drogas e associação para o tráfico (artigos 33, caput e § 1º, I, 34 e 35,
todos da Lei nº 11.343/06) e Posse de armas de fogo de uso restrito com numeração
38
suprimida e aparente (artigos 16, caput e parágrafo único, IV, da Lei 10.826/03)
Recursos Defensivos. Adalberto e Israel. Preliminar nulidade da sentença - ausência de
apreciação de tese defensiva afastada. Alegação de inexistência de provas quanto aos
delitos praticados Delito de tráfico impossibilidade - autoria e materialidade
comprovadas. Delito de posse de arma de fogo de uso restrito com numeração
suprimida impossibilidade autoria e materialidade comprovadas. Delito de Associação
para o tráfico prova frágil no sentido do vínculo permanente absolvição para todos os
apelantes. Aplicação do redutor previsto no parágrafo 4º da lei especial impossibilidade
grande quantidade de drogas apreendidas. Fixação de regime mais brando e
substituição da carcerária impossibilidade. Provimento parcial dos recursos. (TJSP, 12ª
Câmara de Direito Criminal, Apelação 0008753-53.2011.8.26.0068, Relator
Desembargador Paulo Rossi, j. 12.02.2014, V.U.).
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Ementa: “TRÁFICO DE ENTORPECENTES e ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO – Absolvição
por insuficiência de provas. Non liquet. Depoimentos policiais isolados e desprovidos de
amparo em outras provas. Ausência de apreensão de drogas com os apelados. Não
demonstrado o vínculo estável entre os agentes – Impossibilidade de amparar
condenação em prova precária – Dúvida milita em favor dos acusados – Recurso
ministerial desprovido. “ (TJSP, Apelação 0004438-17.2011.8.26.0218, 15ª Câmara de
Direito Criminal, Relator Desembargador Gilberto Ferreira da Cruz, j. 19/05/2016, V.U)
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Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE. TRÁFICO.
DESCLASSIFICAÇÃO PARA CONSUMO PRÓPRIO. ART. 28 DA LEI Nº 11.343/2006.
DECLARAÇÃO DO DENUNCIADO. QUANTIDADE E VALOR. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA
39
ESTADUAL. ART. 70, CAPUT, DA LEI Nº 11.343/2006.” (TJPR, Recurso em Sentido Estrito
2007.70.02.002491-2, 8ª Turma do TRF da 4ª Região, Relator Desembargador Artur
César de Souza. j. 18.07.2007, V.U).
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Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. FIXAÇÃO DA PENA.
CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS. IMPOSIÇÃO DE REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS
GRAVE DO QUE O PREVISTO EM LEI. DIREITO À SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE POR OUTRA RESTRITIVA DE DIREITOS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
EXCEÇÃO À SUMULA 691. (STF, Habeas Corpus 101291 SP, Segunda Turma, Relator
Ministro Eros Grau, j. 24.11.2016) Trecho da Decisão: ‘’Tráfico de entorpecentes.
Fixação de pena. Circunstâncias judiciais favoráveis. Pena fixada em quantidade que
permite a substituição da privação e liberdade por restrição de direitos ou o início do
cumprimento da pena no regime aberto. Imposição, não obstante, de regime fechado.
Constrangimento ilegal a ensejar exceção à Súmula 691/STF. Ordem concedida. ’’
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Ementa: “HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. LEI Nº 11.343/06. REGIME
PRISIONAL. POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE REGIME ABERTO E DE SUBSTITUIÇÃO DE
PENA CORPORAL POR MEDIDAS RESTRITIVAS DE DIREITO. (STJ, Habeas Corpus
184.976, Rel. Min. Og Fernandes, 6ª T., DJe 10.10.2011). Trecho da Decisão: “1. Com
a edição da Lei nº 11.464/07, que modificou a redação da Lei nº 8.072/90,
derrogando a vedação à progressão de regime a crimes hediondos ou equiparados,
persistiu-se na ofensa ao princípio da individualização da pena, quando se afirmou
que a execução deve se iniciar no regime mais gravoso. 2. A lei não andou em
harmonia com o princípio da proporcionalidade, corolário da busca do justo. Isso
40
porque a imposição do regime fechado, inclusive a condenados a penas ínfimas,
primários e de bons antecedentes, entra em rota de colisão com a Constituição e
com a evolução do Direito Penal. Precedentes. 3. O STF entendeu possível, já diante
da Lei nº 11.343/06, a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de
direitos, ao considerar a inconstitucionalidade de parte do § 4º do art. 33 da Lei de
Tóxicos. 4. No caso, considerando a pena aplicada, 2 (dois) anos de reclusão, bem
como a primariedade, a inexistência de circunstâncias judiciais desfavoráveis e a
quantidade da droga apreendida, 4,1 g de cocaína, mostra-se perfeitamente aplicável
o regime aberto. 5. Atento às mesmas balizas, entendo possível a substituição da
pena privativa de liberdade por duas medidas restritivas de direitos. 6. Ordem
concedida para, de um lado, estabelecer o regime aberto para o cumprimento da
pena privativa de liberdade; de outro lado, substituí-la por prestação de serviços à
comunidade e limitação de fim de semana.”
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Ementa: TRÁFICO DE DROGAS – Absolvição por insuficiência de provas – Necessidade –
Negativa de autoria não suficientemente afastada pelas provas colhidas – Insuficiência
da prova para determinar a condenação – Preliminar afastada e recurso provido para
decretar a absolvição. Trecho da Decisão: “O quadro delineado a partir dos
depoimentos dos agentes penitenciários permite afirmar, seguramente, a apreensão do
entorpecente, repassado e distribuído no interior do estabelecimento prisional, durante
procedimento, ao que se infere, comum à rotina local, onde os detentos se valem do
auxílio dos agentes da lei para o repasse de mercadorias e objetos de uso pessoal, tais
como cartas, papeis, e itens de higiene; durante tal proceder, restou flagrada a posse e a
tentativa de transferência do entorpecente entre as celas. No entanto, os indícios de
autoria são tênues: o fato de ALESSANDRO haver solicitado o concurso dos agentes que
o pilharam não deixa de militar em sentido de sua boa-fé, conferindo suficiente crédito
41
à tese de que recebera e repassava a Arapiraca sem ter plena ciência de seu conteúdo.
Não se apurou qual seria o destinatário final do entorpecente, e outro poderia ser o
remetente originário da droga. A dúvida beneficia o acusado.”
Ementa: TRÁFICO DE DROGAS e ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO – Recursos defensivos –
Absolvição – Possibilidade – Realidade dos delitos e autoria não comprovadas –
Ausência de provas de que tenham concorrido para tal desiderato criminoso – Recursos
providos. (TJSP – Apelação 0004901-64.2012.8.26.0495 – 2ª Câmara de Direito Privado -
Relator Desembargador Bandeira Lins – j. 30.11.2015) Trecho da Decisão: “No entanto,
a prova produzida em fase policial não foi reproduzida em Juízo, razão pela qual não se
tem a certeza necessária para alicerçar eventual condenação. Insta notar a ausência de
qualquer outro elemento de prova a comprovar a prática do tráfico por parte dos
apelantes, bem com a narrada associação para o tráfico, deixando irreparável lacuna no
conjunto probatório. Portanto, no quadro assim delineado, o que se tem é uma
presunção da autoria delitiva; é até provável que Kemily tenha praticado a
narcotraficancia, associando-se a seu então companheiro Carlos Gabriel de Alencar e ao
adolescente Robert; mas não há provas suficientes para que se afirme essa hipótese
como fato. E sem que os elementos probatórios reunidos fossem bastantes para elidir a
dúvida a que se chega a esse respeito, o decreto absolutório é medida de rigor.”
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Ementa: [... TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS Absolvição Possibilidade Dúvidas quanto à
autoria do crime. PENAS E REGIME. Com relação aos delitos de roubo e de corrupção de
menores, as penas básicas foram aplicadas no mínimo legal, com a majoração de 1/3
(um terço), na terceira fase, quanto ao crime de roubo, em virtude da causa de aumento
de pena do concurso de agentes. Reconhecida a causa de aumento de pena pelo
emprego de arma de fogo, entendo ser caso de majoração da reprimenda de 3/8 (três
42
oitavos). Isso porque, além de cometer um crime em conluio com terceira pessoa,
expondo as vítimas a maiores riscos, há que se levar em conta que se tratou de emprego
de uma arma de fogo, cujo instrumento é dotado de grande poder de lesividade. Assim,
ficam as penas fixadas em 05 anos e 06 meses de reclusão, e pagamento de 13 dias-
multa, para o crime de roubo, e em 01 ano de reclusão, para o crime de corrupção de
menores. Reconhecido o concurso formal de crimes, majora-se a pena do crime de
roubo em 1/6 (um sexto), ancorando a reprimenda em 06 anos e 05 meses de reclusão e
pagamento de 15 dias-multa. A incidência de duas causas de aumento demonstra a
periculosidade do apelante, de modo que sua conduta enseja censurabilidade agravada,
posto que o cometimento do crime de roubo, em conluio com terceira pessoa e com o
emprego de arma de fogo, ocasiona riscos e perigos extras aos ofendidos indefesos, que
se viram na aflitiva situação de estarem à mercê dos assaltantes, que poderiam atentar
contra sua integridade ou sua vida a qualquer momento. Além disso, o apelante ainda
cometeu o crime de corrupção de menores. A conduta do apelante serve para agravar a
imensa sensação de intranquilidade social quanto à segurança pública, o que está a
exigir do Estado uma resposta adequada, até mesmo para servir de desestímulo não só
ao apelante, mas também a todos aqueles que assim pretendam agir.” Trecho da
Decisão: “Com relação ao crime de tráfico ilícito de drogas, é caso de absolvição do
apelante Felipe. Consta nos autos que, no interior do automóvel, foram encontrados
trinta pequenos frascos contendo cloreto de metileno (Loló). Dessa forma, impossível
imputar a propriedade dessas drogas ao apelante, sob pena de caracterização da
responsabilidade objetiva, vedada no Direito Penal. Se ao cabo da instrução restam
dúvidas relevantes acerca da autoria, impõe-se a sua absolvição como medida
acautelatória de seus direitos subjetivos, constitucionalmente tutelados. De fato, a
expedição de um édito condenatório pelo Poder Judiciário é medida excepcional, exige a
produção de um sólido e confiável conjunto probatório, de sorte que os elementos
informativos produzidos na fase inquisitorial hão de ser devidamente comprovados sob
o crivo constitucional do contraditório, sob pena de não poderem ser aceitos pelo Juiz.
43
De conformidade com a Constituição Federal e o Código de Processo Penal, a dúvida
beneficia o réu, de sorte que havendo dúvidas acerca da autoria, impõe-se a sua
absolvição como medida acautelatória de bem jurídico vital do homem, qual seja, a sua
liberdade. Esta somente pode ser retirada do ser humano, após o devido processo legal
a que todo indivíduo tem direito por preceito Constitucional (art.5º, inc.LIV) e como
emanação de sua condição humana. Destarte, diante da fragilidade e inconsistência do
contexto probatório apresentado, conclui-se que é impossível a condenação do
apelante Felipe por incurso no artigo 33, “caput”, da Lei Federal nº 11.343/06.” (TJSP,
Apelação 0008601-20.2014.8.26.0223, 2ª Câmara de Direito Criminal, Relator
Desembargador Alex Zilenovski - j. 16.05.2016)
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Trecho da Decisão: “E o agente penitenciário Wellington Florentino Alves confirmou a
localização da droga na presença de um preso e relatou que “às vezes eles se reúnem,
eles cobram um do outro para o 'cara' assumir, se não vai dar problema para todo
mundo né, aí acaba um 'cara' assumindo”. Essa prova acusatória não estava mesmo a
permitir a responsabilização criminal do Apelado. A cela acomodava outros detentos.”
(TJSP – Apelação 0000834-36.2014.8.26.0673 – 2ª Câmara de Direito Criminal – Relator
Desembargador Francisco Orlando - j. 01.02.2016)
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Ementa: TRÁFICO DE DROGAS. Pleito de absolvição acolhido. Conjunto probatório
duvidoso. Testemunho dos agentes carcerários que não se mostra harmonioso o
suficiente para embasar uma condenação criminal. Dúvida, inclusive, quanto à espécie
de entorpecente apreendido. Parecer ministerial favorável ao deslinde absolutório.
Aplicação do princípio in dubio pro reo. Apelo defensivo provido. (TJSP – Apelação
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0007508-62.2011.8.26.0082, 2ª Câmara de Direito Criminal, Relator Desembargador
Diniz , j. 24.08.2015) Trecho da Decisão: “Desta forma, o conjunto probatório deixa
dúvida sobre a autoria delitiva e até mesmo acerca da materialidade delitiva, e sem que
haja prova concreta e induvidosa, não há sustentação para a condenação, que traz
sérias consequências na vida do apenado. O Direito Penal não opera com meras
conjecturas, suposições ou ilações e se a prova produzida pela acusação não foi
suficiente para confirmar os fatos descritos na denúncia, a absolvição do réu é medida
que se impõe, em atenção ao princípio do in dubio pro reo. Heleno Cláudio Fragoso
(Jurisprudência Criminal, Editora Forense, 4ª edição, página 506), observava: “Não é
possível fundamentar sentença condenatória que não conduz à certeza. Esse é um dos
princípios basilares do processo penal em todos os países democráticos. A condenação
exige a certeza e não basta, sequer, a alta probabilidade, que é apenas um juízo de
incerteza de nossa mente em torno da existência de certa realidade”. De rigor, portanto,
a absolvição do recorrente por ausência de prova segura para sustentar a condenação
(art. 386, VII do CPP).”
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Ementa: Apelação Criminal Tráfico de entorpecentes Pretensão absolutória acolhida
Apreensão do entorpecente na cela em que o réu cumpria pena juntamente com outros
detentos Existência de dúvida quanto à autoria do crime - Prova frágil a manter a
condenação Absolvição como melhor solução - Apelo provido.” Trecho da Decisão: “De
fato, a simples existência de outras pessoas cumprindo pena no mesmo local impõe
maior exigência da autoria. Não se conclui pela confissão informal ou pela simples
constatação objetiva de que havia droga naquele local.” (TJSP, Apelação 0001440-
85.2011.8.26.0506, 2ª Câmara de Direito Criminal,Relator Desembargador Almeida
Sampaio, j. 14.07.2014)
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Trecho da Decisão: “E não é novidade para ninguém que nos presídios há sempre um
detento de plantão em cada cela, o qual deve se responsabilizar pelas ocorrências
naquela data. Pode ter ocorrido, então, que o corréu se viu na contingência de assumir a
responsabilidade por delito que não cometeu, porque era ele o “plantonista”.
Importante salientar também que os réus não foram vistos vendendo, fornecendo ou
cedendo droga a quem quer que fosse e os agentes penitenciários desconheciam o
envolvimento deles com o tráfico. A verdade é que a prova é claudicante e a melhor
solução é a absolvição, proclamada pela douta sentenciante.” (TJSP, Apelação 0002559-
43.2009.8.26.0024, 2ª Câmara de Direito Criminal, Relator Desembargador Francisco
Orlando, j. 16.06.2014)
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Trecho da Decisão: “Não é novidade para ninguém que nos presídios há sempre um
detento de plantão em cada cela, o qual deve se responsabilizar pelas ocorrências
naquela data. Pode ter ocorrido, então, que o Apelante se viu na contingência de
assumir a responsabilidade por delito que não cometeu, porque era ele o “plantonista”.
(TJSP, Apelação 0007512-02.2011.8.26.0082, 2ª Câmara de Direito Criminal, Relator
Desembargador Francisco Orlando, j. 24.03.2014)
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Ementa: TRÁFICO DE DROGAS – Absolvição – Impossibilidade – Realidade do delito e
autoria comprovadas – Palavra dos policiais – Credibilidade conferida pelo Estado –
Inexistência de prova em sentido contrário – Desate condenatório inevitável –
Dedicação ao tráfico comprovada pelas circunstâncias evidenciadas no flagrante – Penas
que não comportam redução, fixadas em obediência à legislação vigente atinente à
matéria – Inviabilidade da substituição da pena privativa de liberdade por penas
restritivas de diretos - Regime bem fixado – Recurso desprovido. (TJSP, Apelação
0028212- 92.2014.8.26.0114, 2ª Câmara de Direito Criminal, Relator Desembargador
Bandeira Lins, j.09.05.2016) Trecho da Decisão: “A pena base foi fixada no mínimo legal,
não se distinguindo na conduta particularidades que justificassem a exasperação, e, na
segunda etapa, a agravante da reincidência (fls. 61 e 72) restou compensada com a
atenuante da confissão espontânea.”
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Ementa: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTE
PRIVILEGIADO. REGIME PRISIONAL INICIAL FECHADO: CRIME EQUIPARADO A
HEDIONDO. FUNDAMENTO DA QUANTIDADE DE ENTORPECENTE APREENDIDA
ACRESCIDO ORIGINARIAMENTE PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA VEDAR A
CONCESSÃO DE REGIME ABERTO. INOVAÇÃO EM HABEAS CORPUS IMPETRADO PELA
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DEFESA. POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE REGIME DIVERSO DO FECHADO PARA O INÍCIO
DO CUMPRIMENTO DA PENA. (STF, Habeas Corpus nº 112.085, Relator Ministra Cármen
Lúcia, j. 27.11.2012, V.U.) Trecho Pertinente da Decisão: Não competia à Sexta Turma
do Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de habeas corpus da defesa, ao
considerar o art. 33 do Código Penal e ressaltar a quantidade de droga apreendida,
acrescentar fundamento novo, não utilizado pela 2ª Câmara de Direito Criminal do
Tribunal de Justiça de São Paulo, a fim de justificar a fixação do regime fechado para o
início do cumprimento da pena. 2. Este Supremo Tribunal Federal assentou ser
inconstitucional a imposição do regime fechado para o início do cumprimento da pena,
em se tratando de tráfico de entorpecente. Precedentes. 3. Ordem concedida para
restabelecer o regime aberto e as respectivas condições constantes na sentença
proferida pelo juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de Bauru/SP.
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Ementa: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. CAUSA
ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO PREVISTA NO § 4º DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. FIXAÇÃO
NO GRAU MÍNIMO PERMITIDO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. ORDEM CONCEDIDA.
REGIME INICIAL DIVERSO DO FECHADO. POSSIBILIDADE. CONCESSÃO DE OFÍCIO. (STF,
Segunda Turma, Habeas Corpus nº 114.830, Relator Ricardo Lewandowski, j.12.03.2013,
V.U.). Trecho Pertinente da Decisão: Assevera, ainda, que a justificativa utilizada pelo
Superior Tribunal de Justiça para denegar a ordem, no sentido de que a natureza e a
quantidade da droga apreendida não permitiriam a concessão do benefício na fração
maior, não deve prosperar. Isso porque “a prova revela que o paciente não portava
drogas, estava ele no local onde havia drogas e essas drogas foram achadas com outras
pessoas”. Requer, ao final, a concessão da ordem, para que seja aplicada a causa
especial de redução prevista no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 no patamar de 2/3.
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Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO INTERNACIONAL DE
DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO ART. 33, § 4º, DA LEI
11.343/06. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE
DIREITOS. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA. RECURSO PARCIALMENTE
PROVIDO. (STF, Primeira Turma, Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº 118.008,
Relator Ministra Relatora Rosa Weber, j.24.09.2013, V.U.). Trecho Pertinente da
Decisão: ‘’É verdade que a quantidade e a variedade da droga apreendida, como
indicativos do maior ou menor envolvimento do agente no mundo das drogas, podem
ser validamente valorados para os efeitos do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, em
especial no dimensionamento do percentual de redução da pena nele previsto. Na
espécie, contudo, inobstante a gravidade dos delitos imputados ao Recorrente, tudo
leva a crer, pelos elementos descritos, que se trata de “mula” ou pequeno traficante,
ausentes indícios de envolvimento maior, ou com maior grau de responsabilidade, com
grupo criminoso, ou de dedicação ao crime, a aconselhar a priorização do quanto
avaliado pelo magistrado de primeiro grau. Como bem destaca o Ministério Público
Federal, em seu parecer, há precedente desta Corte, em caso análogo, também oriundo
do TRF da 3ª Região, da relatoria do Min. Gilmar Mendes, em que restabelecida a
sentença de primeiro grau quanto à aplicação da minorante em comento, afastada a
possibilidade de sua exclusão com base apenas em conjecturas (HC 108388, Segunda
Turma, julgado em 02.4.2013, publicado em 22.4.2013). Nessa linha, ausentes
fundamentos idôneos e elementos concretos para o afastamento da causa de
diminuição da pena do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, impõe-se a cassação das
decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal Regional Federal da
3ª Região, para restabelecer os efeitos da sentença condenatória exarada pelo
magistrado de primeiro grau. Diante da pena definitiva fixada pelo Juízo de primeiro
grau – 1 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias de reclusão –, da prisão em flagrante
em 06.4.2013, da manutenção da constrição cautelar durante toda a instrução criminal
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e do indeferimento do direito de recorrer em liberdade, concluo no sentido da extinção
da punibilidade do Recorrente pelo cumprimento integral da pena. Deixo, pois, de
apreciar os pedidos relativos ao regime de cumprimento da pena e à substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Ante o exposto, na esteira do
parecer do Ministério Público Federal, dou parcial provimento ao recurso ordinário em
habeas corpus.’’
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Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL. TRÁFICO DE DROGAS.
CAUSA DE AUMENTO PREVISTA NO ART. 40, III, V, DA LEI N. 11.343/2006. UTILIZAÇÃO
DE TRANSPORTE PÚBLICO PARA CONDUZIR A DROGA. INSUFICIÊNCIA. NECESSIDADE DA
EFETIVA COMERCIALIZAÇÃO DA SUBSTÂNCIA EM SEU INTERIOR. DESTINAÇÃO DA
DROGA PARA OUTRO ESTADO DA FEDERAÇÃO. NÃO COMPROVADA. MAJORANTE.
DESCABIDA. (STJ, Quinta Turma, Agravo no Recurso Especial nº 1.295.786, Relator
Ministra Regina Helena Costa, j.18.06.2014.) Trecho Pertinente da Decisão: O
entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, segundo o qual o simples fato de
o agente utilizar-se de transporte público para conduzir a droga não atrai a incidência da
referida majorante, que deve ser aplicada somente quando constatada a efetiva
comercialização da substância em seu interior. Desse modo, verifico que o acórdão
combatido encontra-se em conformidade com a orientação da 5ª Turma desta Corte,
que, repita-se, alinhando-se à posição adotada pelo Supremo Tribunal Federal, firmou
entendimento de que a incidência da causa de aumento prevista no art. 40, III, última
parte, da Lei n. 11.343/2006 restringe-se àquelas hipóteses em que o agente,
efetivamente, venda, exponha à venda ou ofereça a mercadoria ilícita às pessoas que
estejam dentro do transporte coletivo.
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Trecho Pertinente da Decisão: ‘’A matéria, aliás, está sumulada no âmbito do STJ, no
verbete n. 440, a saber: "Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção
imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito." O Supremo Tribunal Federal
também possui orientação firmada acerca do tema, cristalizada nos verbetes ns. 718 e
719, respectivamente: "A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o
permitido segundo a pena aplicada." "A imposição do regime de cumprimento mais
severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea." Diante do exposto, a
teor do artigo 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil c/c artigo 3º do Código de
Processo Penal, dá-se provimento ao apelo especial para fixar o regime inicial
semiaberto para o início da sanção corporal da recorrente.’’ (STJ, Recurso Especial
1.494.499, Relator Ministro Jorge Mussi, j.17.11.2014, V.U.).
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Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS . TRÁFICO DE ENTORPECENTES.
ART. 40, INCISO III, DA LEI 11.343/06. INAPLICABILIDADE. ART. 2º, § 1º, DA LEI 8.072/90,
NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.464/07, E ART. 44 DA LEI 11.343/06.
INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. ORDEM CONCEDIDA. 1. A aplicação da causa de aumento de pena prevista no
artigo 40, inciso III, da Lei 11.343/06, tem como objetivo punir com mais rigor a
comercialização de drogas em determinados locais onde se verifique uma maior
aglomeração de pessoas, de modo a facilitar a disseminação da mercancia, tais como
escolas, hospitais, teatros, unidades de tratamento de dependentes, entre outros. 2. A
aplicação da majorante do inciso III exige a comercialização da droga no próprio
transporte público, sendo insuficiente a mera utilização do transporte para o
51
carregamento do entorpecente. Precedentes: HC 119.782, Primeira Turma, Relatora a
Ministra Rosa Weber, DJe de 03.02.14 e HC 109.538, Primeira Turma, Redatora para o
acórdão a Ministra Rosa Weber, DJe de 26.10.12. 3. In casu, a Corte Estadual, em sede
de apelação, afirmou que “no caso em apreço, verifica-se que a recorrida não se utilizou
do transporte coletivo para disseminar entorpecentes, mas tão somente para levar a
droga escondida em suas partes íntimas até o destino final. Ou seja, não tinha a
intenção de difundir, usar e/ou comercializar a referida droga, aproveitando-se do fato
de estar no interior do veículo público” . 4. O artigo 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, na redação
conferida pela Lei 11.464/07 – que determina que o condenado pela prática de crime
hediondo inicie o cumprimento da pena privativa de liberdade, necessariamente, no
regime fechado – foi declarado inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal
Federal, em sessão realizada em 27.06.12, ao julgar o HC 11.840, Relator o Ministro Dias
Toffoli. 5. O artigo 44 da Lei 11.343/06 foi declarado inconstitucional pelo Plenário do
Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 97.256, Relator o Ministro Ayres Britto,
sob o fundamento de que afronta os princípios da presunção de não culpabilidade e da
dignidade humana. 6. In casu, a paciente foi flagrada transportando 100 (cem) gramas
de cocaína dentro de um ônibus, tendo sido condenada a 1 (um) ano e 8 (oito) meses de
reclusão e ao pagamento de 180 (cento e oitenta) diasmulta, pela prática do crime de
tráfico de entorpecentes. O juiz singular fixou o regime inicial fechado, com fundamento
apenas no artigo 2º, caput, e § 1º, da Lei 8.072/90, bem vedou a substituição da pena
privativa de liberdade por restritivas de direito, com respaldo no artigo 44 da Lei
11.343/06. 7. Ordem concedida a fim de afastar a aplicação da causa de aumento de
pena prevista no artigo 40, inciso III, do Código Penal, restabelecendo o quantum da
pena privativa de liberdade fixado na sentença condenatória (um ano e oito meses de
reclusão). Ordem concedida de ofício para fixar o regime aberto para o início do
cumprimento da pena, nos termos do artigo 33, § 2º, b, do Código Penal e também para
remover o óbice da parte final do art. 44 da Lei 11.343/2006, determinando ao Juízo
processante ou, se for o caso, ao Juízo da execução penal, que avalie os requisitos
52
necessários à substituição da pena privativa de liberdade por outra restritiva de direitos.
(STJ, Habeas Corpus 118.676, Primeira Turma, Relator Desembargador Luiz Fux, j.
11.03.2014)
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Ementa: Habeas corpus. 2. Tráfico ilícito de entorpecentes. Paciente em estágio
avançado de gravidez. Pedido de substituição da prisão preventiva por domiciliar. 3.
Ausência de prévia manifestação das instâncias precedentes. Dupla supressão de
instância. Superação. 4. Preenchimento dos requisitos do art. 318 do CPP. 5. Concessão
da ordem, confirmando a liminar deferida. (STJ, Habeas Corpus 128.381, Relator
Ministro Gilmar Mendes, j.09.06.2015, V.U.).
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Prevaricação
Ementa: HABEAS CORPUS – Designação de audiência preliminar, nos termos do art. 72
da Lei 9.099/95 – Prevaricação – Não comparecimento da advogada da FUNAP à
audiência designada pelo diretor do presídio para o atendimento ao disposto no art.
118, § 2º, da LEP – Tese defensiva pela inconstitucionalidade da oitiva extrajudicial –
Manifesta atipicidade da conduta – Ausência de dolo específico do tipo – Trancamento
do inquérito policial – Audiência preliminar obstada – ORDEM CONCEDIDA. Trecho
Pertinente da Decisão: ‘’Por fim, a despeito do respeitável entendimento do douto
Promotor de Justiça, não há que se falar na evidenciação do dolo da paciente pela falta
de identificação na cota por ela assinada (fls. 25), nem pela falta de fundamentação.
Conforme bem salientado pela própria investigada (fls. 39), é ela a única advogada da
FUNAP com atuação no CDP III Pinheiros, já há três anos, de modo que não há quaisquer
53
óbices à sua identificação, como sucedeu-se no caso em apreço. Também não há que se
falar na insuficiência da fundamentação oferecida, tendo em vista ter sido explicitado o
motivo da sua ausência, qual seja, a orientação dada pela Defensoria Pública de São
Paulo para a dispensa dos advogados da FUNAP de acompanharem a oitiva realizada
nos termos do art. 118, § 2º, da Lei de Execuções Penais, sem a presença de um juiz.
Assim, verificada a ilegalidade na continuação da persecução penal em desfavor da
paciente Elizabeth Oliveira Freitas, de rigor a cessação dos atos que dela decorrem. De
ofício, determino o trancamento do inquérito policial nº 162/2011 instaurado, tendo em
vista a manifesta atipicidade da conduta da averiguada e, consequentemente,
obstando-se a realização da audiência preliminar designada para o dia 12 de junho de
2013, nos termos do artigo 72 da Lei nº 9.099/95.’’ (TJSP, HC 0050282-
91.2013.8.26.0000, 10ª Câmara de Direito Criminal, Relator Desembargador Rachid Vaz
de Almeida, j. 09.05.2013)
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Crimes do Sistema Nacional de Armas
Ementa: Apelação. Artigo 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei 10.826/03. Autoria e
materialidade bem demonstradas pelas provas dos autos. Abolitio criminis. Arma
municiada, com numeração suprimida. Impossibilidade. Precedentes do STF. Carcerária
substituída por restritiva de direitos consistente em prestação de serviços à comunidade
e prestação pecuniária sem a necessária fundamentação, a fim de que não houvesse
opção por multa. Ofensa ao artigo 93, inciso IX, da CF. Isenção da taxa judiciária prevista
na Lei Estadual 11.608/2003. Aplicação de justiça gratuita, que pode ser deferida em
Instância Superior, nos termos da Lei nº 1.060/50, como garantia de assistência jurídica
integral e gratuita. Recurso provido em parte. (TJSP, Apelação 0015443-
21.2012.8.26.0050, 1ª Câmara de Direito Criminal, Relator Desembargador Marcos
Nahum, j.10.06.2013) Trecho Pertinente da Decisão: A reprimenda foi aplicada no
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mínimo legal, ou seja, em 03 anos de reclusão em regime aberto, e 10 dias-multa, piso.
5.2. A carcerária foi substituída por duas restritivas de direito, consistentes em
prestação de serviços à comunidade, pelo mesmo lapso daquela, e prestação
pecuniária. Não houve a necessária fundamentação quanto à substituição desta última
em detrimento o da multa, porquanto esta se mostra mais benéfica ao acusado. Isso
viola o artigo 93, IX, da Constituição Federal. Assim, a carcerária é substituída por
prestação de serviços à comunidade, pelo mesmo prazo daquela, e outros 10 dias-
multa, piso.
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Direito Penal Militar
Ementa: Habeas corpus. Penal Militar. Homicídio culposo (CPM, art. 206) e lesões
corporais culposas (CPM, art. 210). Incidência, quanto aos crimes culposos, das
qualificadoras genéricas decorrentes de motivo fútil e do fato de o ofendido estar sob
imediata proteção da autoridade (CPM, art. 70, II, a e i). Impossibilidade. Elementos já
considerados na dosimetria, diante da aferição do grau de culpa do agente (CPM, art.
69). Impossibilidade de dupla exasperação. Bis in idem reconhecido. Ordem concedida.
1. Razão assiste àqueles que sustentam a impossibilidade de consideração de
circunstâncias agravantes genéricas (tirante a reincidência), porquanto, na fixação da
reprimenda nos crimes culposos, necessária se faz a aferição da culpabilidade do agente
(CP, art. 59) ou do grau de sua culpa (CPM, art. 69), de modo que, a se considerar, em
um segundo momento, circunstâncias outras que revelem maior culpabilidade do
agente, estar-se-á incorrendo em dupla valoração de um mesmo elemento, devendo
incidir, no caso, a vedação do bis in idem . 2. Ordem concedida. (STJ, Habeas Corpus
120.165, Primeira Turma, Relator Desembargador Dias Toffoli, j. 11.02.2014) Trecho
Pertinente da Decisão: ‘’Note-se que, nessas circunstâncias, o agravamento
empreendido pelo juízo de primeiro grau, reconhecendo: a) – “a futilidade do motivo
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que levou o réu a tomar para si o volante da viatura, (…) por mero capricho” (fl. 65 do
anexo de instrução 3); e b) - “firmar que a vítima fatal estava sob proteção imediata do
chefe da viatura” (fl. 65 do anexo de instrução 3), são circunstâncias que,
inegavelmente, foram aferidas na primeira fase da fixação da pena-base, com
reconhecimento do maior grau de culpa havida pelo sentenciado (CPM, art. 69), pois,
como anota Souza Nucci, (ibidem, p. 134), “o que se indica como grau da culpa concerne
à maior leviandade do agente no descumprir seu dever de cuidado objetivo” (destaque
do autor).’’
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Exercício Ilegal da Profissão
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ART. 47 DA LEI DAS
CONTRAVENÇÕES PENAIS. EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO. LAVADOR/GUARDADOR
DE CARRO ("FLANELINHA "). INEXIGIBILIDADE DE CONHECIMENTOS TÉCNICOS PARA O
EXERCÍCIO DA ATIVIDADE. ATIPICIDADE DA CONDUTA EVIDENCIADA. TRANCAMENTO
DA AÇÃO PENAL. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. RECURSO PROVIDO. (STJ, Habeas
Corpus nº 36.280, Quinta Turma, Relatora Ministra Laurita Vaz, j. 18.02.2014, V.U)
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Estelionato
Ementa: Disposição de coisa alheia como própria. Locação de duas áreas, sendo que
uma delas não pertence ao réu Perícia Desnecessidade se no contrato não há
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discriminação dos terrenos e a prova evidencia que parte dele não era mesmo do réu
Cerceamento de defesa Inocorrência Preliminar rejeitada. Disposição de coisa alheia
como própria Locação de área para evento que não pertence ao acusado Fraude bem
comprovada Prejuízo demonstrado pela prova Condenação mantida Recurso provido
em parte para redução da pena com imposição do regime semiaberto. Trecho
Pertinente da Decisão: ‘’Finalmente, tratando-se de crime praticado sem violência ou
grave ameaça contra a pessoa, a despeito da reincidência, razoável se mostra o regime
semiaberto para o início de cumprimento da pena. Diante do exposto, rejeitada a
preliminar, DÁ- SE PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO para reduzir a pena para 1 ano,
4 meses e 10 dias de reclusão e 12 dias-multa, de valor unitário equivalente a meio
salário mínimo em regime inicial semiaberto, mantida, no mais, a r. sentença.’’ (TJSP,
11ª Câmara de Direito Criminal, Apelação nº 0009832-31.2007.8.26.0481, Relator
Desembargador Alexandre Almeida, j.05.12.2012, V.U.)
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Faltas graves cometidas em período não abrangido pelo ato presidencial
Ementa: EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS. COMUTAÇÃO DE PENA. DECRETO
7.873/12. FALTAS GRAVES COMETIDAS EM PERÍODO NÃO ABRANGIDO PELO ATO
PRESIDENCIAL. IRRELEVÂNCIA PARA A CONCESSÃO DA BENESSE. Por absoluta disposição
literal do art. 4º do Decreto 7.873/12, apenas as faltas graves praticadas pelo
sentenciado nos últimos doze meses que antecederam a publicação do ato presidencial
impossibilitam a concessão da comutação da pena. Assim, é irrelevante a falta grave
cometida em período diverso do estabelecido no decreto concessivo (precedentes).
Habeas corpus concedido. (STJ, Habeas Corpus 298.895, Relator Ministro Felix Fischer,
j.14.10.2014, V.U.)
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