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www.concurseiroweb.blogspot.com Provas de Portugus Cespe/UnB Interpretao de texto

A hiptese dos campos mrficos, criada pelo ingls Rupert Sheldrake, representa uma salutar sacudida na biologia, com conseqncias em vrios outros ramos da cincia. Nos seres humanos, a ressonncia mrfica pode ser uma ferramenta utilssima para explicar o aprendizado, em especial o de idiomas. Pela teoria, em geral mais fcil aprender o que outros j aprenderam antes, graas memria coletiva acessvel a todos os indivduos da mesma espcie. Assim, os campos mrficos podem representar um novo ponto de partida para compreendermos nossa herana cultural e a influncia de nossos ancestrais. O prprio bilogo reconhece, porm, que sua concepo tem um espao em branco a ser preenchido. Se, por um lado, ela ajuda a explicar o modo como os padres de organizao so repetidos, por outro, no explicita como eles se colocam em primeiro lugar. Mas essa lacuna estratgica, revela Sheldrake: Isso deixa aberta a questo da criatividade evolucionria. 1.(ABIN/ OFICIAL DE INTELIG/12/10/2008) Infere-se da argumentao do texto que Sheldrake, em sua teoria, revoluciona os conceitos da biologia, utilizando-se da prpria hiptese de ressonncia dos conhecimentos de outros ramos da cincia na prpria biologia. Enquanto outros pases em desenvolvimento, como China, ndia e Coria, investem na formao de pesquisadores e se transformam em produtores de conhecimentos que dinamizam suas economias, o Brasil no consegue eliminar o fosso que separa as instituies de pesquisa das empresas privadas, nem aumentar o volume de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Vai ficando para trs em uma corrida decisiva para sua insero em um mundo cada vez mais competitivo, sobretudo nos segmentos mais dinmicos da indstria, como o da microeletrnica. Estudo do consultor do Banco Mundial Alberto Rodrguez, publicado pela Confederao Nacional da Indstria, confirma que, apesar do conhecido diagnstico sobre o atraso do pas na rea tecnolgica, pouco se faz de prtico para superar o problema. Os pesquisadores brasileiros publicam seus trabalhos em um volume aceitvel eles respondem por cerca de 2% dos artigos cientficos das principais publicaes internacionais , mas os resultados prticos das pesquisas so modestos. O Brasil responde por apenas 0,18% do total de patentes registradas no mundo. H a necessidade de que a pesquisa feita na universidade e nos laboratrios seja menos terica e mais voltada para aplicaes prticas, diz Rodrguez. E o setor privado precisa investir mais em pesquisa e desenvolvimento. O Estado de S. Paulo, Editorial, 1./10/2008 (com adaptaes). Em relao ao texto acima, julgue os itens que se seguem. 2. (IPEA/2008CARGO N.SUPERIOR 14/12/2008) Infere-se das informaes do texto que todos os trabalhos publicados pelos pesquisadores brasileiros em peridicos internacionais se transformam em patentes registradas ou em aplicaes prticas.

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Os garotos alexandrinos no trataram os dois sbios com o escrnio dos garotos cipriotas. A terra era grave como a bis pousada numa s pata, pensativa como a esfinge, circunspecta como as mmias, dura como as pirmides; no tinha tempo nem maneira de rir. Cidade e corte, que desde muito tinham notcias dos nossos dois amigos, fizeram-lhes um recebimento rgio, mostraram conhecer seus escritos, discutiram as suas idias, mandaram-lhes muitos presentes, papiros, crocodilos, zebras, prpuras. Eles, porm, recusaram tudo, com simplicidade, dizendo que a filosofia bastava ao filsofo, e que o suprfluo era um dissolvente. To nobre resposta encheu de admirao tanto aos sbios como aos principais e mesma plebe. E alis, diziam os mais sagazes, que outra coisa se podia esperar de dois homens to sublimes, que em seus magnficos tratados... Temos coisa melhor do que esses tratados, interrompia Stroibus. Trago uma doutrina, que, em pouco, vai dominar o universo; cuido nada menos que em reconstituir os homens e os Estados, distribuindo os talentos e as virtudes. No esse o ofcio dos deuses? Objetava um. Eu violei o segredo dos deuses, acudia Stroibus. O homem a sintaxe da natureza, eu descobri as leis da gramtica divina... Explica-te. Mais tarde; deixa-me experimentar primeiro. Quando a minha doutrina estiver completa, divulg-la-ei como a maior riqueza que os homens jamais podero receber de um homem. Imaginem a expectao pblica e a curiosidade dos outros filsofos, embora incrdulos de que a verdade recente viesse aposentar as que eles mesmos possuam. Entretanto, esperavam todos. Os dois hspedes eram apontados na rua at pelas crianas. Um filho meditava trocar a avareza do pai, um pai a prodigalidade do filho, uma dama a frieza de um varo, um varo os desvarios de uma dama, porque o Egito, desde os Faras at aos Lgides, era a terra de Putifar, da mulher de Putifar, da capa de Jos, e do resto. Stroibus tornou-se a esperana da cidade e do mundo. Machado de Assis. Conto Alexandrino. In: John Gledson. 50 Contos de Machado de Assis. So Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 193. Com relao s idias e s estruturas lingsticas do texto acima, julgue o item. 3. (MCT/CARGO N.SUPERIOR/30/11/2008) Infere-se do texto que os filsofos exerciam o ofcio dos deuses ao apresentarem seus tratados, doutrinas e experimentos sociedade. Super-Phelps O que o talento, a determinao e as conquistas do maior atleta olmpico de todos os tempos ensinam sobre os limites do ser humano Seu filho nunca vai se focar em nada, vaticinou a professora de uma escola primria de Baltimore, nos EUA, me do menino, Debbie Phelps. Michael Phelps era um menino orelhudo que sofria de transtorno de deficit de ateno com hiperatividade. No parava quieto nas aulas.Passava o tempo provocando os coleguinhas. S se interessava por lacrosse um extico esporte praticado nos EUA e no Canad, uma espcie de basquete com redes de caar borboletas e pela pgina de esportes do Baltimore 10 Sun, o jornal local. Aos 7 anos, Michael trocou o lacrosse pela natao, inspirado pelas irms mais velhas, Hilary e Whitney, ambas nadadoras de competio. No incio, Michael no gostava de treinar, mas aos poucos as coisas comearam a mudar. Aos 11 anos, ele resolveu parar de tomar plulas para controlar a hiperatividade. Ele disse me que queria superar o problema sem a ajuda

de remdios. Nessa poca, j era um dos melhores nadadores dos EUA em sua faixa de idade. Seu tcnico, Bob Bowman, previu que ele bateria recordes mundiais dali a 12 anos, nos Jogos Olmpicos de 2008. Bowman, at hoje o treinador de Phelps, errou feio a previso para baixo. J em 2000, aos 15 anos, o adolescente disputava as Olimpadas pela primeira vez (ficou em quinto lugar nos 200 metros borboleta). Em 2004, ganhou seis medalhas de ouro e duas de bronze nos Jogos de Atenas. Quatro anos depois, em Pequim, tornou-se o maior campeo da histria das Olimpadas. O sucesso de Phelps se deve em grande parte, claro, gentica, como evidencia o dom que ele e as irms sempre tiveram para a piscina. Seu fsico aturalmente perfeito para a natao. O corpo lembra a forma de um peixe. Tem articulaes flexveis e enormes mos que parecem ps. Ter nascido no pas com a melhor estrutura para deteco e lapidao de talentos esportivos tambm ajudou uma vez bem-sucedido em competies escolares, Phelps seguiu naturalmente o caminho que o levou equipe olmpica norte americana. Talento s no basta, disse Phelps na entrevista coletiva aps a sexta medalha de ouro. Muito trabalho,muita dedicao, uma combinao de tudo... Tentar dormir e se recuperar, armar cada sesso de treino da melhor forma possvel e acumular muito treino. poca, 18/8/2008, n. 535, p. 92 (com adaptaes). Acerca das idias e das estruturas lingsticas do texto acima, julgue o item. 4. (MIN. ESPORTES/CARGOS N. SUPERIOR/23/11/2008) Segundo o texto, infere-se que 200 metros borboleta (linha 15) uma modalidade da natao, a qual compe os Jogos Olmpicos.

Quando, h cerca de cinco anos, chegou ao mercado brasileiro o primeiro modelo de carro bicombustvel, que pode utilizar gasolina e lcool em qualquer proporo, ningum apostava no seu xito imediato e muito menos na sua permanncia no mercado por muito tempo. Entretanto, a indstria automobilstica brasileira atingiu a marca de 5 milhes de carros bicombustveis flexfuel ou simplesmente flex vendidos. Esses veculos j respondem por 88% das vendas nacionais. O bom momento que vive a economia nacional estimula suas vendas, mas a indiscutvel preferncia do consumidor pelo modelo flex tem outras razes. O lcool 13 continua sendo mais barato do que a gasolina. A possibilidade de utilizao de um ou de outro combustvel, conforme sua necessidade e seu desejo, d ao consumidor uma liberdade de escolha com que ele no contava em experincias anteriores de uso do lcool como combustvel automotivo. O Estado de S.Paulo, 16/3/2008 (com adaptaes). Com relao s idias e s estruturas lingsticas do texto acima, julgue o item a seguir. 5. (MMA/ANAL. AMBIENTAL/27/04/2008) Infere-se das informaes do texto que o lcool nem sempre foi mais barato que a gasolina. Estudo da Associao Nacional das Instituies do Mercado Financeiro (ANDIMA) mostrou sensvel mudana no comportamento dos investidores estrangeiros em relao aos papis da dvida externa brasileira. Nem mesmo o cancelamento de alguns leiles pelo Tesouro Nacional, nas semanas de maior volatilidade da crise da bolha imobiliria norte-americana, afastou a ateno dos aplicadores externos em relao aos ttulos brasileiros, consolidando a impresso de que h outro padro de observao para a economia brasileira, bem diferente do exercido, por exemplo, nas crises asitica e russa no final da dcada passada. fato que, em alguns momentos da crise iniciada em julho, marcada pela queda de liquidez dos bancos, ocor-

reram episdios de exigncia de taxas melhores por parte de investidores, mas em nenhum momento aconteceu uma piora no perfil da dvida brasileira. Gazeta Mercantil, 17/4/2008 (com adaptaes). Em relao s idias e s estruturas do texto acima, julgue o item a seguir. 6. (MPE RR/ANAL.BANCO DADOS/15/06/2008) Infere-se das informaes do texto que os investidores estrangeiros se desinteressaram pelos ttulos brasileiros no final da dcada passada.

As chamadas cidades globais fornecem a infra-estrutura de que a economia mundial necessita para as suas transaes. Fazem parte dessa infra-estrutura, entre outros, o sistema bancrio, hoteleiro, de telecomunicao, bem como aeroportos, segurana. Precisa haver um nmero significativo de pessoas qualificadas e competentes para dar conta de todos os servios demandados para a realizao das grandes transaes econmicas, manipulaes das bolsas de valores, transferncias bancrias, entre outras. No o tamanho, em termos de nmero de habitantes ou da rea espacial ocupada, que conta; conta sua funcionalidade em termos das manipulaes financeiras, que caracterizam a era da globalizao. Nessas cidades, no h necessidade de cidados que cumpram deveres e tenham direitos civis, polticos e sociais. Nelas, os indivduos so classificados de acordo com sua utilidade para agilizar transferncias financeiras, repassar informaes, facilitar o ganho e a estabilizao dos lucros. No cabe, nesse modelo, a viso do indivduo com sua dignidade, sua qualidade como ser livre, ser humano, cidado. Em lugar de cidados, so valorizados os prestadores de servios. As megacidades ou megalpoles so cidades definidas pelo nmero exagerado de moradores, via de regra, acima de 10 milhes de habitantes. Elas resultaram de um desenvolvimento econmico insustentvel, que trouxe para as periferias urbanas grandes contingentes populacionais de reas rurais e de outras cidades, via de regra, gerando conflitos imprevisveis nas ltimas duas ou trs dcadas. As metrpoles so cidades que tm longa histria e uma tradio de cidadania. Elas at agora demonstraram a capacidade de se adaptar s novas condies da economia globalizada sem perder sua especificidade histrica, poltica, econmica. Essas cidades tm longa tradio de cidadania, de luta e defesa dos direitos humanos. Barbara Freitag. Cidade dos homens. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2002, p. 216-8 (com adaptaes). Acerca de aspectos gramaticais do texto Cidade dos Homens e das idias nele presentes, julgue o item subseqente. 7. (MPOG/ANAL. INFRA-ESTRU./20/04/2008) Infere-se do texto que, para que seja viabilizado o exerccio da cidadania, necessrio e suficiente que uma cidade se torne uma metrpole.

No meio das massas, as mais supersticiosas idias relacionadas com doenas preveno e tratamento prevaleciam. Um observador estrangeiro depe a esse respeito: Antigas curas dignas de Plnio esto ainda em voga. E refere-se em exemplo a minhocas fritas vivas no azeite doce e aplicadas quentes como cataplasma, que eram utilizadas no tratamento de males comuns a brancos e pretos. Figas de osso e pedaos de pedra santa eram tambm usados contra mau-olhado e doenas. As supersties rompiam, por vezes, as paredes dos prprios hospitais e matavam ali inermes internados. Tanto Eubank como Radiguet contam a histria de um doente do Hospital dos Lzaros instituio no Rio de Janeiro para tratamento da lepra que se submeteu experincia teraputica da mordida de cobra venenosa. A cobra foi trazida, mas to repelentes eram as partes gangrenadas do homem que o rptil encolheu-se para no toc-las. Ento, o homem apertou a cobra, e por ela foi mordido, morrendo em vinte e quatro horas. de abismar a condio miservel de imundcie em que os brasileiros toleravam viver nas cidades, na dcada de 50 do sculo XIX. Era terrvel, em algumas ruas, a fedentina. Em todas as cidades do Imprio, a remoo do lixo, das coisas podres, dos excrementos humanos fazia-se de maneira, ao mesmo tempo, mais primitiva e mais pitoresca. Essas imundcies eram colocadas em pipas ou barris, chamados tigres, e carregadas s cabeas dos escravos, que as despejavam nos rios, nas praias e nos becos (matos). Essa remoo geralmente era feita depois que os sinos da igreja tocavam dez horas. Em Pernambuco, os tigres eram derramados, pelos escravos, das pontes, nos rios Capiberibe e Beberibe. Dada a inexistncia de encanamento para fazer a drenagem, tornava-se impossvel a distribuio de gua nas casas. O sistema de suprimento de gua s populaes urbanas era o do chafariz. A velha e, na Europa, j arcaica fonte pblica. Os brasileiros faziam livre uso da gua, realizando em limpeza pessoal o que to dolorosamente faltava em higiene pblica. Gilberto Freyre. Vida social no Brasil nos meados do sculo XIX. Trad. do orig. ingls: Waldemar Valente. 2. ed. rev. e pref. pelo autor. Rio de Janeiro: Artenova S. A.; Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, 1977, p. 106; 108-9 (com adaptaes). Considerando as idias e as estruturas lingsticas do texto ao lado, julgue o item seguinte. 8. (MS/REDAO OFICIAL/15/11/2008) Infere-se da leitura do texto que os habitantes das cidades, no Imprio, aceitavam as solues adotadas com relao higiene pblica porque, embora toscas, eram muito engenhosas. Trabalho escravo: longe de casa h muito mais de uma semana O resgate de trabalhadores encontrados em situao degradante uma rotina nas aes do Grupo Especial Mvel de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que iniciou suas operaes, em 1995, j so mais de 30 mil libertaes de trabalhadores submetidos a condies desumanas de trabalho. Chamou-me a ateno o caso de um trabalhador que h 30 anos no via a famlia, lembra Cludio Secchin, um dos oito coordenadores das operaes do Grupo Mvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande do Norte, Jos Galdino da Silva Copaba, como gosta de ser chamado saiu de casa com 10 anos de idade para trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio passando de fazenda em fazenda, de penso em penso, trabalhando com derrubada de mata e roa de pasto. Nunca teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de quantas vezes no recebeu pelo trabalho que fez. Copaba nunca se casou nem teve filhos. No conseguia dormir direito por no conseguir juntar dinheiro sequer para retornar minha cidade e rever a famlia, relatou. Quando uma fazenda no municpio paraense de Piarras foi fiscalizada em junho deste ano, Copaba foi localizado pelo Grupo Mvel, resgatado e recebeu de indenizao trabalhista mais de R$ 5 mil. Revista Trabalho. Braslia: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptaes).

Acerca dos aspectos estruturais e lingsticos e dos sentidos do texto acima, julgue o item a seguir. 9. (M.T.E./ADMINISTRADOR/21/12/2008) Infere-se do texto que as relaes de trabalho anlogas ao trabalho escravo no Brasil diminuram muito a partir de 1995.

No Brasil, apesar da presso do desemprego, que tem atingido nveis altssimos, a fiscalizao do trabalho e a justia do trabalho esto empenhadas em uma luta para preservar o direito do trabalhador ao emprego com registro, tratando de coibir as formas atpicas de emprego, especialmente a do trabalho cooperativado. As cooperativas de trabalho so denunciadas como falsas, como pretensas cooperativas, criadas unicamente para privar os trabalhadores dos seus direitos legais. Apesar da ao vigorosa de fiscais, procuradores e juzes do trabalho, o nmero dos que gozam do direito ao emprego com registro no cessa de diminuir Na realidade, nem todas as cooperativas de trabalho contratadas por firmas so falsas. Um bom nmero delas so formadas por trabalhadores desempregados, que disputam os seus antigos empregos contra intermediadoras de mo-de-obra. Para eles, a perda dos direitos j um fato consumado e, se forem obrigados a se empregar nas terceirizadas, possivelmente sofrero, alm disso, acentuada perda de salrio direto. Outras cooperativas de trabalho so formadas por trabalhadores que estavam assalariados por empresas intermediadoras e que preferiram se organizar em cooperativa para se apoderar de parte do ganho que aquelas empresas auferem a suas custas. Essas consideraes no pretendem indicar que a luta contra a precarizao intil, mas que ela carece de bases legais para realmente coibir a perda incessante de direitos por cada vez mais trabalhadores. O fulcro da questo que ou garantimos os direitos sociais a todos os trabalhadores, em todas as posies na ocupao assalariados, estatutrios, cooperantes, avulsos, terceirizados etc. ou ser cada vez mais difcil garanti-los para uma minoria cada vez menor de trabalhadores que hoje tm o status de empregados regulares. Paul Singer. Em defesa dos direitos dos trabalhadores. Braslia: MTE, Secretaria de Economia Solidria, 2004, p. 4 (com adaptaes). Com relao aos sentidos e s estruturas lingsticas do texto acima, julgue o item. 10. (M.T.E./ADMINISTRADOR/21/12/2008) Infere-se do texto que, na atualidade, os direitos sociais dos trabalhadores brasileiros podem se transformar em privilgio garantido a poucos. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Quanto aos sentidos e aos aspectos estruturais e lingsticos do texto acima, julgue os itens de 11 a 12. 11. (M.T.E./ADMINISTRADOR/21/12/2008) correto inferir que as propostas apresentadas nesse texto tm fora de lei, o que implicou o seu cumprimento imediato no mundo concreto do trabalho nos pases do MERCOSUL a partir de 16 de abril de 2004. 12. (M.T.E./ADMINISTRADOR/21/12/2008) Infere-se do texto que, na Argentina, no Brasil, no Uruguai e no Paraguai, as relaes entre homens e mulheres no mundo do trabalho ainda apresentam disparidades quanto

oportunidade de emprego. Uma deciso singular de um juiz da Vara de Execues Criminais de Tup, pequena cidade a 534 km da cidade de So Paulo, impondo critrios bastante e rgidos para que os estabelecimentos penais da regio possam receber novos presos, confirma a dramtica dimenso da crise do sistema prisional. A sentena determina, entre outras medidas, que as penitencirias somente acolham presos que residam em um raio de 200 km. Segundo o juiz, as medidas que tomou so previstas pela Lei de Execuo Penal e objetivam acabar com a violao dos direitos humanos da populao carcerria e abrir o debate a respeito da regionalizao dos presdios. Ele alega que muitos presos das penitencirias da regio so de famlias pobres da Grande So Paulo, que no dispem de condies financeiras para visit-los semanalmente, o que prejudica o trabalho de reeducao e de ressocializao. Sua sentena foi muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que ir recorrer ao Tribunal de Justia, sob a alegao de que, se os estabelecimentos penais no puderem receber mais presos, os juzes das varas de execues no podero julgar rus acusados de crimes violentos, como homicdio, latrocnio, seqestro ou estupro. Alm disso, as autoridades carcerrias alegam que a deciso impede a distribuio de integrantes de uma quadrilha por diversos estabelecimentos penais, seja para evitar que continuem comandando seus negcios, seja para coibir a formao de faces criminosas. Com um deficit de mais de 40 mil vagas e vrias unidades comportando o triplo de sua capacidade de lotao, a j dramtica crise do sistema prisional de So Paulo se agrava todos os dias. O mrito da sentena do juiz de Tup, que dificilmente ser confirmada em instncia superior, o de refrescar a memria do governo sobre a urgncia de uma soluo para o problema. In: Estado de S. Paulo, 13/1/2008, p. A3 (com adaptaes). Com referncia s idias do texto, julgue o item. 13. (P.M. VILA VELHA-ES/TC ADMINISTRAO/24/02/2008) Infere-se do texto que o juiz mencionado, ao proferir sua sentena, se preocupou com a reabilitao dos presos. O nosso planeta azul vive um paradoxo dramtico: embora dois teros da superfcie da Terra sejam cobertos de gua, uma em cada trs pessoas no dispe desse lquido em quantidade suficiente para atender s suas necessidades bsicas. Se o padro atual de aumento de consumo for mantido, calcula-se que essa proporo subir para dois teros da populao mundial em 2050. A explicao para o paradoxo a seguinte: a gua um recurso renovvel pelo ciclo natural da evaporao-chuva e distribudo com fartura na maior parte da superfcie do planeta, mas a ao humana afeta, de forma decisiva, a renovao natural dos recursos hdricos. Em certas regies do mundo, como o norte da China, o oeste dos Estados Unidos da Amrica e o Lago Chade, na frica, a gua est sendo consumida em ritmo mais rpido do que pode ser renovada. Estima-se que 50% dos rios do mundo estejam poludos por esgotos, dejetos industriais e agrotxicos. Calcula-se, ainda, que 30% das maiores bacias hidrogrficas perderam mais da metade da cobertura vegetal original, o que levou reduo da quantidade de gua. Nos ltimos 100 anos, a populao do planeta quadruplicou, enquanto a demanda por gua se multiplicou por oito. Estima-se que a humanidade use atualmente metade das fontes de gua doce do planeta. Em quarenta anos, utilizar perto de 80%. Apenas 1% de toda a gua existente no planeta apropriado para beber ou ser usado na agricultura. O restante corresponde gua salgada dos mares (97%) e ao gelo nos plos e no alto das montanhas. Administrar essa cota de gua doce j desperta preocupao. Os especialistas costumam alinhar duas solues principais para evitar a escassez de gua de qualidade, prpria para o consumo humano: cobrar mais pelo uso do recurso e investir no tratamento dos esgotos. O objetivo de cobrar mais evitar o desperdcio, enquanto o tratamento do esgoto possibilita a devoluo da gua natureza e sua reutilizao. Fica a esperana de que no faltar gua, se soubermos us-la.

Veja, jan./2008, p. 87-90 (com adaptaes). Com relao s idias e caractersticas do texto acima, julgue os itens a seguir. 14. (P.M. VILA VELHA-ES/GESTO PBLICA/24/02/2008) Infere-se da leitura do texto que a renovao natural dos recursos hdricos depende do tratamento da gua do mar. 15. (P.M. VILA VELHA-ES/GESTO PBLICA/24/02/2008) Ao caracterizar o tema tratado no texto como um paradoxo, o autor refere-se aparente contradio entre a existncia de gua e sua escassez para um grande nmero de pessoas. Lembrei-me de uma entrevista que tive com uma jornalista. Qual o seu sonho de consumo?, ela perguntou. Acreditar em Deus, eu disse. Isto mudaria alguma coisa? Talvez mudasse o meu estilo. Minha linguagem assindtica, cheia de elipses de conjuno. A f tornaria meu estilo hiperblico, polissindtico. Etc. Na poca, pensei que estava brincando. (...) Meu sonho de consumo, eu sabia agora, era a liberdade. O ser humano se caracteriza, na verdade, por uma estupidez. Ele s descobre que um bem fundamental quando deixa de possu-lo. Preso naquele poro, eu descobria que a liberdade mais importante que existia era a liberdade de ir e vir, a liberdade de movimento. Eu tinha todas as outras liberdades, preso no poro de pensar, de xingar meus captores, de ter uma religio (caso quisesse uma), de escolher minhas convices polticas. Tinha liberdade de sonhar. Contudo, de que me adiantava isso, se estava preso dentro de um poro? Rubem Fonseca. Vastas emoes e pensamentos imperfeitos. So Paulo: Schwarcz, 2003, p. 227 (com adaptaes). Acerca das idias e dos aspectos lingsticos do texto, julgue o item a seguir. 16. (P.M. VILA VELHA-ES/GESTO PBLICA/24/02/2008) Infere-se do texto que, no poro, o estilo do autor era hiperblico, cheio de conjunes. A Bolsa de Londres estava batendo todos os recordes. As aes subiam tanto, que um dos investidores desconfiou: aquilo poderia ser uma bolha, ou seja, um perodo de otimismo exagerado e insustentvel. Mas ele no resistiu e colocou seu dinheiro no mercado. At que o pior aconteceu: a bolha estourou e nosso amigo perdeu todo o dinheiro. O ano era 1720 e o investidor ningum menos que o fsico Isaac Newton. Falido e perplexo, o homem que descobriu a lei da gravidade, conjecturou: consigo calcular os movimentos dos corpos celestes, mas no a loucura dos homens. Pode ser discurso de mau perdedor, mas na verdade foi uma grande sacada. Sem saber, Newton estava prevendo a criao de uma nova cincia, cujas descobertas podem ajudar a entender a crise atual: a neuroeconomia, que vasculha a mente humana em busca de explicaes para o comportamento do mercado. Superinteressante, nov./2008, p. 93 (com adaptaes). O texto acima constitui matria de revista publicada em novembro de 2008. A partir da leitura interpretativa desse texto e dos conhecimentos de tipologia textual, julgue o item a seguir.

17. (SEBRAE-BA/CARGOS N. SUPERIOR/30/11/2008) Infere-se do texto que, para o fsico ingls Isaac Newton, prever os movimentos que ocorrem com os corpos celestes menos complexa que calcular precisamente as aes humanas.

Planeta Favela novo livro de Mike Davis A imagem da metrpole no sculo XX a dos arranha-cus e das oportunidades de emprego, mas Planeta Favela leva o leitor para uma viagem ao redor do mundo pela realidade dos cenrios de pobreza onde vive a maioria dos habitantes das megacidades do sculo XXI. O urbanista norte-americano Mike Davis investiga as origens do crescimento vertiginoso da populao em moradias precrias a partir dos anos 80 na Amrica Latina, na frica, na sia e no antigo bloco sovitico. Combinando erudio acadmica e conhecimento in loco das reas pobres das grandes cidades, Davis traz a histria da expanso das metrpoles do Terceiro Mundo, analisando os paralelos entre as polticas econmicas e urbanas defendidas pelo FMI e pelo Banco Mundial e suas consequncias desastrosas nas gecekondus de Istambul (Turquia), nas desakotas de Accra (Gana) ou nos barrios de Caracas (Venezuela), alguns dos nomes locais para as aproximadamente 200 mil favelas existentes no planeta. Alm das estatsticas, o autor revela as histrias trgicas que os dados frios no mostram, como as crianas abandonadas pelas famlias nas ruas de Kinshasa (Congo), por serem consideradas feiticeiras, ou a nuvem de gs letal expelida pela fbrica da Union Carbide na ndia, que causou a morte de aproximadamente 22 mil habitantes de barracos nos arredores da unidade da empresa, que no tinham informao sobre os riscos ou opo de morar em outro local. O livro traa um retrato da nova geografia humana das metrpoles, em que algumas ilhas de riqueza florescem em torres de escritrio ou condomnios fortificados que imitam os bairros do subrbio norte-americano, separados da crescente populao favelada por muros e exrcitos privados, mas conectados entre si por autoestradas, aeroportos, redes de comunicao e pelo consumo das marcas globais. Como coloca o autor, citando, entre outros, o Alphaville, so enclaves constitudos como parques temticos deslocados da sua realidade social, mas integrados na globalizao, onde se deixa de ser cidado do seu prprio pas para ser um patriota da riqueza, nacionalista de um afluente e dourado lugar-nenhum, como os classifica o urbanista Jeremy Seabrook, citado no livro. Davis explora a natureza desse novo contexto do conflito de classes, entre os que vivem dentro dos muros, como em uma cidade medieval, e a humanidade excedente, que vive fora dela. Um proletariado informal, ainda no compreendido pelo marxismo clssico e tampouco pelo neoliberalismo. Se a globalizao da riqueza constantemente celebrada pelos seus entusiastas, em Planeta Favela Mike Davis mostra o outro e imenso lado da histria: as sincronias e semelhanas nada acidentais no crescimento da pobreza no mundo. A edio brasileira traz ainda um posfcio da urbanista Erminia Maricato que dialoga com a obra de Davis e um caderno de fotografias de favelas brasileiras de Andr Cypriano. Internet: (com adaptaes). Com base no texto, julgue os itens a seguir. 18. (SEFAZ-ES/CONS. EXECUTIVO/08/02/2008) O texto permite inferir que o nmero de habitantes das favelas equivalente ao nmero de moradores de condomnios de luxo nas metrpoles da Amrica Latina.

19. (SEFAZ-ES/CONS. EXECUTIVO/08/02/2008) Infere-se do texto que as reas de subrbio das metrpoles so ocupadas exclusivamente por habitaes precrias.

Este o momento adequado do resgate do professor como sujeito histrico de transformao, porque se est atravessando uma conjuntura paradoxal: nunca se precisou e pediu tanto do professor e nunca se deu to pouco a ele, do ponto de vista tanto da formao quanto da remunerao e das condies de trabalho. Todavia, h uma srie de sugestes ao profissional do magistrio, para que mantenha uma conduta pedaggica transformadora, entre as quais se encontram as abaixo listadas: I Abordar o contedo de forma diferenciada II Atender o aluno durante atividades em sala III Combater a competio entre os pares IV Considerar o conhecimento prvio dos estudantes V Dar liberdade ao aluno para escolher o momento para ser avaliado VI Desenvolver em aula a responsabilidade coletiva pela aprendizagem e disciplina VII Dialogar sobre dificuldades (investigao) apresentadas VIII Escolher bem o material didtico IX Fazer contrato de trabalho com os alunos X Garantir clima de respeito em sala de aula XI Retomar os assuntos j apresentados XII Solicitar a colaborao dos aprendizes na elaborao de questes XIII Sugerir a leitura de livros, sem valer nota XIV Sugerir roteiros de orientao de estudo XV Trabalhar com metodologia interativa: grupos, seminrios, jogos, estudo do meio, experimentao, problematizao, temas geradores, projetos e monitoria. Celso dos S. Vasconcellos. Para onde vai o professor Resgate do professor como sujeito de transformao. So Paulo: Libertad, 2005 (com adaptaes). A partir das idias e da estrutura desse texto, julgue o item. 20. (SEPLAG-DF/PROFESSOR/17/11/2008) Infere-se da sugesto XIII que, a fim de cultivar o hbito da leitura, preciso desvincul-la dos trabalhos avaliatrios. Era uma vez uma rotina em que criana bem-criada e educada era aquela que tinha horrio para tudo e no misturava as coisas: brincar era brincar, estudar era estudar. Pobres dos pais que ainda alimentam alguma iluso de ritmo seqencial. Cercadas de aparelhos eletrnicos que dominam desde cedo, as crianas da era dos estmulos constantes e simultneos so capazes de executar trs, quatro, cinco atividades ao mesmo tempo e prestar pelo menos alguma ateno a todas elas. So crianas multitarefa e encaram isso com total naturalidade. Mas a rapidez e a multiplicidade podem ter certo custo. Para quem tem pressa em determinar as conseqncias futuras das atividades simultneas, a cincia ainda responde em ritmo de passado. Vamos ter de esperar uma ou

duas geraes para saber se a multitarefa ser predominantemente positiva ou negativa na fase adulta. Veja, 6/8/2008 (com adaptaes). A partir do texto acima, julgue o item que se seguem. 21. (SERPRO/ANALISTA/07/12/2008) O desenvolvimento das idias do texto permite inferir que a expresso ritmo seqencial (linha 3) usada para caracterizar o procedimento de no misturar as atividades.

A internacionalizao da economia um fenmeno constitutivo do capitalismo, o que no significa que haja uma nica maneira de lidarmos com os processos que a constituem. fcil, hoje em dia, confundir as limitaes crescentes impostas ao Estado-nao com a construo de um espao de livre circulao dos indivduos, promovido pelo movimento desembaraado de mercadorias e capitais. Os entusiastas da globalizao asseguram que a liberdade humana decorre do impulso natural do homem troca, ao intercmbio, aproximao por meio do comrcio. Adam Smith corretamente chamou a ateno para o carter libertador da economia mercantil capitalista e para as suas potencialidades. Marx, herdeiro e defensor das postulaes do Iluminismo, indagou se as relaes de produo e as foras produtivas do capitalismo permitiriam, de fato, a realizao da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. O capitalismo pode ser definido como a coexistncia entre a enorme capacidade de criar, transformar e dominar a natureza, suscitando desejos, ambies e esperanas, e as limitaes intrnsecas sua capacidade de entregar o que prometeu. No se trata de perversidade, mas do seu modo de funcionamento. Na viso de Elizabeth Roudinesco, o sujeito moderno, aquele consciente de sua liberdade, mas atormentado pelo sexo, pela morte, pela proibio, substitudo pela concepo mais psicolgica de um indivduo depressivo que foge de seu inconsciente e est preocupado em retirar de si a essncia de todo o conflito. Os trabalhos de destruio da subjetividade moderna so realizados por uma sociedade que precisa exaltar o sucesso econmico e abolir o conflito. As cincias humanas e sociais contemporneas exprimem essas necessidades da sociedade capitalista, ou seja, desse sujeito abstrato, mediante duas vises: a universalidade naturalista, deduzida de disciplinas como a neurocincia ou a gentica, e a diversidade do culturalismo emprico. Para os primeiros, os males do mundo podem ser solucionados com doses macias de Prozac ou de qualquer substncia qumica capaz de aliviar o sofrimento dos aparelhos biolgicos. Para os outros, os do culturalismo, o melhor abandonar as dores que acompanham a constituio de um saber universal e eternamente acabado, refugiando-se na completude do mundo mtico e mgico das verdades particulares e supostamente originrias. As duas vises do sujeito, aparentemente antitticas, tm em comum o horror diversidade concreta e irredutvel do mundo da vida. Esse horror no pode ser aplacado pela sociabilidade do mercado que transforma o outro em inimigo-competidor. Luiz Gonzaga Belluzo. O insacivel moloch. In: Carta Capital, 22/10/2008, p. 37-8 (com adaptaes).

22. ( TCE-TO/CARGOS N. SUPERIOR/08/02/2008) Com base no texto, marque certa ou errada. A De acordo com o texto, o sujeito moderno capaz de resolver seus conflitos internos e construir uma sociedade com poucos atritos e sem diversidade, o que beneficia as relaes de troca e intercmbio.

Ao apresentar a perspectiva local como inferior perspectiva global, como incapaz de entender, de explicar e, em ltima anlise, de tirar proveito da complexidade do mundo contemporneo, a concepo global atualmente dominante tem como objetivo fortalecer a instaurao de um nico cdigo unificador de comportamento humano, e abre o caminho para a realizao do sonho definitivo de economias globais de escala. Como resultado deste processo, o modelo econmico alcana sua perfeio, que no somente descrever o mundo, mas efetivamente govern-lo. E esta a essncia mesma do paradigma moderno de desenvolvimento e de progresso, cujo estgio supremo de perfeio a globalizao representa. Fica claro que a escala no poderia ser melhor ou maior do que sendo global e somente neste nvel que a sua primazia e universalidade so finalmente afirmadas, junto com a certeza de que jamais poderia surgir alguma alternativa vivel ao sistema ideologicamente dominante fundado no livre mercado, dada a ausncia de qualquer cultura ou sistema de pensamento alternativo. Se virmos o fenmeno da globalizao sob esta luz, creio que no poderemos escapar da concluso de que o processo totalmente coerente com as premissas da ideologia econmica que tm se afirmado como a forma dominante de representao do mundo ao longo dos ltimos 100 anos, aproximadamente. A globalizao no , portanto, um acontecimento acidental ou um excesso extravagante, mas uma extenso simples e lgica de um argumento. Parece realmente muito difcil conceber um resultado final que fizesse mais sentido e fosse mais coerente com as bases ideolgicas sobre as quais est fundado. Em suma, a globalizao representa a realizao acabada e a perfeio do projeto de modernidade e de seu paradigma de progresso. G. Muzio. A globalizao como o estgio de perfeio do paradigma moderno: uma estratgia possvel para sobreviver coerncia do processo. Trad. Lus Cludio Amarante. In: Francisco de Oliveira e Maria Clia Paoli (Org.). Os sentidos da democracia. Polticas do dissenso e hegemonia global. 2.a ed. Petrpolis RJ: Vozes; Braslia: NEDIC, 1999, p. 138-9 (com adaptaes).

Com relao aos sentidos e a aspectos lingsticos do texto, julgue o item seguinte. 23. (TCU/A.CONTR..EXTERNO/02/08/2008) Infere-se do texto que a globalizao constitui o caminho ideal para a superao do atraso econmico verificado em alguns pases, cuja cultura local se mostra incapaz de compreender a complexidade do mundo contemporneo.

Dentro de um ms tinha comigo vinte aranhas; no ms seguinte cinqenta e cinco; em maro de 1877 contava quatrocentas e noventa. Duas foras serviram principalmente empresa de as congregar: o emprego da lngua delas, desde que pude discerni-la um pouco, e o sentimento de terror que lhes infundi. A minha estatura, as vestes talares, o uso do mesmo idioma fizeram-lhes crer que eu era o deus das aranhas, e desde ento adoraram-me. E vede o benefcio desta iluso. Como as acompanhasse com muita ateno e miudeza, lanando em um livro as observaes que fazia, cuidaram que o livro era o registro dos seus pecados, e fortaleceram-se ainda mais nas prticas das virtudes. (...) No bastava associ-las; era preciso dar-lhes um governo idneo. Hesitei na escolha; muitos dos atuais pareciamme bons, alguns excelentes, mas todos tinham contra si o existirem. Explico-me. Uma forma vigente de governo ficava exposta a comparaes que poderiam amesquinh-la. Era-me preciso ou achar uma forma nova ou restaurar alguma outra abandonada. Naturalmente adotei o segundo alvitre, e nada me pareceu mais acertado do que uma repblica, maneira de Veneza, o mesmo molde, e at o mesmo epteto. Obsoleto, sem nenhuma analogia, em suas feies gerais, com qualquer outro governo vivo, cabia-lhe ainda a vantagem de um mecanismo complicado,

o que era meter prova as aptides polticas da jovem sociedade. A proposta foi aceita. Serenssima Repblica pareceu-lhes um ttulo magnfico, roagante, expansivo, prprio a engrandecer a obra popular. No direi, senhores, que a obra chegou perfeio, nem que l chegue to cedo. Os meus pupilos no so os solrios de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que no pode trepar de um salto ao cume das naes seculares. Nem o tempo operrio que ceda a outro a lima ou o alvio; ele far mais e melhor do que as teorias do papel, vlidas no papel e mancas na prtica. Machado de Assis. A Serenssima Repblica (conferncia do cnego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papis avulsos. Rio de Janeiro: Jos Aguilar, 1959, p. 337-8. No que se refere aos sentidos, organizao das idias do texto e tipologia textual, julgue o item. 24. (TCU/A.CONTR..EXTERNO/02/08/2008) Infere-se da leitura do texto que dois fatores se destacam nas relaes sociais de poder: a unidade lingstica e o sentimento de medo incutido no outro.

H dessas reminiscncias que no descansam antes que a pena ou lngua as publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que tem memria. A vida cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a memria fraca seja exatamente no me acudir agora o nome de tal antigo; mas era um antigo, e basta. No, no, a minha memria no boa. Ao contrrio, comparvel a algum que tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes; e somente raras circunstncias. A quem passe a vida na mesma casa de famlia, com os seus eternos mveis e costumes, pessoas e afeies, que se lhe grava tudo pela continuidade e repetio. Como eu invejo os que no esqueceram a cor das primeiras calas que vestiram! Eu no atino com a das que enfiei ontem. Juro s que no eram amarelas porque execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e confuso. E antes seja olvido que confuso; explico-me. Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta outra casta, no me aflijo nunca. O que fao, em chegando ao fim, cerrar os olhos e evocar todas as coisas que no achei nele. Quantas idias finas me acodem, ento! Que de reflexes profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que no vi nas folhas lidas, todos me aparecem agora com as suas guas, as suas rvores, os seus altares; e os generais sacam das espadas que tinham ficado na bainha, e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista. que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes tambm preencher as minhas. Machado de Assis. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996, p. 79.

QUESTO 818 25. (T.J.RIO DE JANEIRO/ANAL.JUDICIRIO/27/04/2008).Infere-se do primeiro perodo do texto que algumas reminiscncias A no nos do descanso, sejam boas, sejam dolorosas. B no nos deixam em paz at causar muita dor. C precisam vir a pblico, oralmente ou por escrito. D so impublicveis ou dolorosas. E devem ser esquecidas de vez. 26. (T.J.RIO DE JANEIRO/ANAL.JUDICIRIO/27/04/2008). No segundo pargrafo do texto, o autor usa o exemplo de quem passa a vida na mesma casa de famlia (linha 7) para reforar sua idia de que A a convivncia rotineira favorece as lembranas de pessoas e fatos. B ele prprio poderia ser um conviva de muito boa memria. C a vida familiar faz lembrar somente as circunstncias, e no os fatos. D viver em casa de famlia ou em hospedarias faz mal memria. E viver em famlia com seus eternos mveis e costumes descansa a mente e estimula a memria.

A realidade constitutivamente heterognea. Nela, coexistem vrios povos, diversas orientaes sexuais, diferentes culturas, muitos modos de falar etc. No entanto,observa-se que uma das dificuldades da vida social a aceitao da diferena. Os preconceitos aparecem quando se considera uma especificidade como toda uma realidade ou como elemento superior a todos os outros. Nesse caso, tudo o que diferente visto seja como inexistente, seja como inferior, feio, errado. A raiz do preconceito est na rejeio da alteridade ou na considerao das diferenas como patologia, erro, vcio etc. Apesar da dificuldade de eliminar os preconceitos, nossa poca caracteriza-se por um esforo para venc-los. Assim, comea a existir a conscincia de que a diversidade tnica, cultural, de gnero ou de orientao sexual no constitui uma aberrao, mas , antes, parte integrante da vida do homem em sociedade e, como tal, deve ser respeitada. H, no entanto, um preconceito que parece ser mais resistente do que os outros, o lingstico.

J. L. Fiorin. Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito lingstico. In: Fbio Lopes da Silva e Heronides M. de M. Moura. O direito fala. Florianpolis: Insular, p. 23-4 (com adaptaes). Com base na organizao do texto acima, julgue o item. 27 (T.R.T. 5REGIO/CARGOS N.SUPERIOR/23/11/2008 ) Infere-se da argumentao do texto que, apesar de aberrao (linha 10), o preconceito de etnia, de orientao sexual ou de modo de falar constitutivo da realidade. Brinkmanship Em 1964, o cineasta Stanley Kubrick lanava o filme Dr. Strangelove. Nele, um oficial norte-americano ordena um bombardeio nuclear Unio Sovitica e comete suicdio em seguida, levando consigo o cdigo para cancelar o bombardeio. O presidente norte-americano busca o governo sovitico na esperana de convenc-lo de que o evento foi um acidente e, por isso, no deveria haver retaliao. , ento, informado de que os soviticos implementaram uma arma de fim do mundo (uma rede de bombas nucleares subterrneas), que funcionaria automaticamente quando o pas fosse atacado ou quando algum tentasse desacion-la. O Dr. Strangelove, estrategista do presidente, aponta uma falha: se os soviticos dispunham de tal arma, por que a guardavam em segredo? Por que no contar ao mundo? A resposta do inimigo: a mquina seria anunciada na reunio do partido na segunda-feira seguinte. Pode-se analisar a situao criada no filme sob a tica da Teoria dos Jogos: uma bomba nuclear lanada pelo pas A ao pas B. A poltica de B consiste em revidar qualquer ataque com todo o seu arsenal, o qual pode destruir a vida no planeta, caso o pas seja atacado. O raciocnio que leva B a adotar tal poltica bastante simples: at o pas mais fraco do mundo est seguro se criar uma mquina de destruio do mundo, ou seja, ao ter sua sobrevivncia seriamente ameaada, o pas destri o mundo inteiro (ou, em seu modo menos drstico, apenas os invasores). Ao elevar os custos para o pas invasor, o detentor dessa arma garante sua segurana. O problema que de nada adianta um pas possuir tal arma em segredo. Seus inimigos devem saber de sua existncia e acreditar na sua disposio de us-la. O poder da mquina do fim do mundo est mais na intimidao do que em seu uso. O conflito nuclear fornece um exemplo de uma das concluses mais surpreendentes a que se chega com a Teoria dos Jogos. O economista Thomas Schelling percebeu que, apesar de o sucesso geralmente ser atribudo a maior inteligncia, planejamento, racionalidade, entre outras caractersticas que retratam o vencedor como superior ao vencido, o que ocorre, muitas vezes, justamente o oposto. At mesmo o poder de um jogador, considerado, no senso comum, como uma vantagem, pode atuar contra seu detentor. Schelling denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratgia de deliberadamente levar uma situao s suas consequncias extremas. Um exemplo usado por Schelling o bem conhecido jogo do frango, que consiste em dois indivduos acelerarem seus carros na direo um do outro em rota de coliso; o primeiro a virar o volante e sair da pista o perdedor. Se ambos forem reto, os dois jogadores pagam o preo mais alto com sua vida. No caso de os dois desviarem, o jogo termina em empate. Se um desviar e o outro for reto, o primeiro ser o frango, e o segundo, o vencedor. Schelling props que um participante desse jogo retire o volante de seu carro e o atire para fora, fazendo questo de mostr-lo a todas as pessoas presentes. Ao outro jogador caberia a deciso de desistir ou causar uma catstrofe. Um jogador racional optaria pelo que lhe causasse menos perdas, sempre perdendo o jogo. Fabio Zugman.Teoria dos jogos. Internet: (com adaptaes). 28. (P.C.R.N./DELEGADO/26/04/2009) - Com base no texto, marque certo ou errado. A leitura do final do 1.o pargrafo (LINHA 9-10) permite inferir-se que A resposta do inimigo no foi dada em uma segunda-feira.

29. (P.C.R.N./DELEGADO/26/04/2009) Com base no texto, marque certo ou errado. Infere-se da leitura do texto que os soviticos estavam a ponto de disparar a arma de fim do mundo. 30 .(P.C.R.N./DELEGADO/26/04/2009) Assinale a opo em que a reescritura proposta mantm o sentido e a correo gramatical do perodo A conversa sobre poltica, os boatos cruzam os ares, mas ele mantm um discreto silncio (LINHA 15). A Embora a conversa sobre poltica e os boatos cruzam os ares, ele mantm um discreto silncio. B A conversa sobre poltica e os boatos cruzam os ares, apesar de ele manter um discreto silncio. C A conversa sobre poltica mas ele mantm um discreto silncio, embora os boatos cruzam os ares. D A conversa sobre poltica e, embora ele mantenha um discreto silncio, os boatos cruzam os ares. E Apesar de a conversa ser sobre poltica e de os boatos cruzarem os ares, ele mantm um discreto silncio. O poema nasce do espanto, e o espanto decorre do incompreensvel. Vou contar uma histria: um dia, estava vendo televiso e o telefone tocou. Mal me ergui para atend-lo, o fmur de uma das minhas pernas roou o osso da bacia. Algo do tipo j acontecera antes? Com certeza. Entretanto, naquela ocasio, o atrito dos ossos me espantou. Uma ocorrncia explicvel, de sbito, ganhou contornos inexplicveis. Quer dizer que sou osso? refleti, surpreso. Eu sou osso? Osso pergunta? A parte que em mim pergunta igualmente osso? Na tentativa de elucidar os questionamentos despertados pelo espanto, eclode um poema. Entende agora por que demoro 10, 12 anos para lanar um novo livro de poesia? Porque preciso do espanto. No determino o instante de escrever: hoje vou sentar e redigir um poema. A poesia est alm de minha vontade. Por isso, quando me indagam se sou Ferreira Gullar, respondo: s vezes. Ferreira Gullar. Bravo, mar./2009 (com adaptaes). 31. (P.C.R.N./DELEGADO/26/04/2009) . Com relao s estruturas lingusticas e s ideias do texto, Com base no texto, marque certo ou errado. Infere-se do texto que o episdio do atrito dos ossos (LINHA 4) tornou-se deflagrador de um processo potico. A arte da comunicao interpessoal Alm das palavras, existe um mundo infinito de nuanas e prismas diferentes que geram energias ou estmulos que so percebidos e recebidos pelo outro, mediante os quais a comunicao se processa. Um olhar, um tom de voz um pouco diferente, um franzir de cenho, um levantar de sobrancelhas podem comunicar muito mais do que est contido em uma mensagem manifestada por meio das palavras. Tenho observado algumas curiosidades que creio interessantes para que cada um possa refletir e tirar algum proveito. Uma dessas constataes que os problemas so relativamente simples e de fcil soluo at para pessoas que se dizem com grandes problemas de comunicao. Uma pessoa pode ter boa cultura, ser extrovertida e desinibida, saber usar bem as mos, possuir um rico vocabulrio e dominar uma boa fluncia verbal, mas se falar de forma linear, com voz montona, ir provocar desinteresse e sonolncia nos ouvintes e, conseqentemente, a comunicao ficar limitada. O somatrio desses pequenos problemas impede que uma pessoa se comunique com fluidez e naturalidade. o princpio de A unio faz a fora, ou seja, o conjunto dessas dificuldades neutraliza o efeito que a comunicao poderia provocar, impedindo a pessoa de mostrar o seu potencial e a sua competncia, gerando frustraes na vida pessoal e profissional.

Internet: (com adaptaes). Com referncia ao texto acima, julgue os itens de 1 a 5. 32. (FUB/ADMINISTRADOR/13/04/2008) Deduz-se do texto que o olhar, a voz embargada, o cenho franzido expressam sentimentos mais sinceros que os manifestados em palavras. Texto para a questo As harpas da manh vibram suaves e rseas. O poeta abre seu arquivo o mundo E vai retirando dele alegria e sofrimento Para que todas as coisas passando pelo seu corao Sejam reajustadas na unidade. preciso reunir o dia e a noite, Sentar-se mesa da terra com o homem divino e o criminoso, preciso desdobrar a poesia em planos mltiplos E casar a branca flauta da ternura aos vermelhos clarins do sangue. Murilo Mendes. Ofcio humano. In: Poesia completa e prosa. 33 (SEMEC-PI/PROFESSOR/28/6.2009) Do verso O poeta abre seu arquivo o mundo , correto inferir que o A poeta um arquivista. B arquivo do poeta volumoso. C mundo o material de trabalho do poeta. D poeta um sonhador.

A histria dos ideais ilustrados na Amrica Latina tem, s vezes, um sabor quase trgico de perverso dos intuitos ostensivos, porque acabaram funcionando como fatores de excluso, no de incorporao; de sujeio, no de liberdade. O saber como salvao acabava como teoria de poucos eleitos. Na Amrica Latina, as condies locais puseram a nu a contradio fundamental da ideologia ilustrada, que desaguava quase inevitavelmente na delegao de funo s elites. O propalado bem comum ficava no limbo da utopia se os povos no lutassem pela sua realizao. Nos pases do Ocidente da Europa, as lutas democrticas do fim do sculo XVIII e sculo XIX, aliadas prosperidade econmica, permitiram uma soluo parcial da contradio apontada acima, com relativa difuso do saber. Em nossos pases, a contradio permaneceu com toda fora. Essa contradio se manifesta de vrios modos e em vrios nveis. No nvel estrutural, bvio que ela corresponde a uma tendncia das sociedades de classe para concentrar o saber nas camadas superiores, dosando as suas formas mais modestas ao longo da escala social dominada. No nvel escolar, ela aparece tanto na poltica universitria quanto na poltica de instruo primria. No caso do Brasil, curiosa, depois da Independncia, a relativa indiferena pela fundao de escolas superiores, alm do mnimo para formar quadros dirigentes restritos. Custa crer que o Brasil s tenha tido universidades no sculo XX; e que, durante o perodo colonial, no houvesse nele escolas de nvel superior. Antonio Candido. A perverso da Aufklrung. In: Textos de interveno. 34. ed., So Paulo: Duas Cidades, 2002, p. 321-3 (com adaptaes).

Acerca das ideias e estruturas lingusticas do texto acima, julgue os itens a seguir. 34. (FUB/CARGOS N.SUPERIOR/02/08/2009) Infere-se do texto que os ideais ilustrados propunham, originalmente, o saber e a educao como formas de emancipao, liberdade e igualdade entre os homens. 35.(FUB/CARGOS N.SUPERIOR/02/08/2009) Infere-se do texto que o fato de as universidades s terem surgido no Brasil, no sculo XX, relaciona-se manifestao do carter contraditoriamente restritivo da ideologia ilustrada.

Como qualquer texto, a reportagem uma construo da realidade, cujo aspecto representativo denuncia uma aluso, portanto jamais o fato real. O enunciado sempre construdo com base no ponto de vista do sujeito da enunciao. No a realidade que se apresenta ao pblico, mas a construo lingustica que se faz a partir dela. A objetividade, portanto, no existe, apenas seu efeito, que criado por meio de mecanismos lingusticos que do outros ecos e valores significativos mensagem. Usa-se, por exemplo, a terceira pessoa para narrar e ndices de referencialidade, ou seja, elementos que remetem ao real. No formato do documentrio, parece que a impresso de verdade se fortalece no pblico. A sensao de que tudo ocorreu de fato como apresentado. Mas no podemos esquecer que o documentrio tambm um enunciado, no neutro. Tnia Sandroni. Atravs das lentes. Discutindo lngua taes). portuguesa, ano 2, n. 12, p. 20 (com adap-

A respeito das estruturas lingusticas e do desenvolvimento argumentativo do texto, julgue o prximos item. 36. (FUB/REVISOR/02/08/2009) Infere-se da argumentao do pargrafo que textos que primam pela objetividade, clareza e preciso, como os documentos oficiais, diferem de textos no oficiais no seguinte sentido: enquanto estes trabalham com uma iluso, uma construo da realidade (LINHA 1), aqueles focalizam a realidade que se apresenta ao pblico (LINHA 3 e 4).

Interpretao de Textos 1 E 8 E 15 C 22 E 29 2 E 9 E 16 E 23 E 30 3 E 10 C 17 C 24 C 31 4 C 11 E 18 E 25 C 32 5 E 12 C 19 E 26 A 33 6 C 13 C 20 C 27 E 34 7 E 14 E 21 C 28 E 35 36 E Gabarito das Provas do CESPE de Nvel Superior 2008-2009

E E C E C C C

Compreenso de Texto Assistimos dissoluo dos discursos homogeneizantes e totalizantes da cincia e da cultura. No existe narrao ou gnero do discurso capaz de dar um traado nico, um horizonte de sentido unitrio da experincia da vida, da cultura, da cincia ou da subjetividade. H histrias, no plural; o mundo tornou-se intensamente complexo e as respostas no so diretas nem estveis. Mesmo que no possamos olhar de um curso nico para a histria, os projetos humanos tm um assentamento inicial que j permite abrir o presente para a construo de futuros possveis. Tornar-se um ser humano consiste em participar de processos sociais compartilhados, nos quais emergem significados, sentidos, coordenaes e conflitos. A complexidade dos problemas desarticula-se e, precisamente por essa razo, torna-se necessria uma reordenao intelectual que nos habilite a pensar a complexidade. 1.(ABIN/ OFICIAL DE INTELIG/12/10/2008) Subentende-se da argumentao do texto que a sistematizao dos gneros do discurso ainda insuficiente para explicar satisfatoriamente o complexo sentido da cultura e da cincia na formao dos sujeitos. Assistimos dissoluo dos discursos homogeneizantes e totalizantes da cincia e da cultura. No existe narrao ou gnero do discurso capaz de dar um traado nico, um horizonte de sentido unitrio da experincia da vida, da cultura, da cincia ou da subjetividade. Assistimos dissoluo dos discursos homogeneizantes e totalizantes da cincia e da cultura. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Um homem do sculo XVI ou XVII ficaria espantado com as exigncias de identidade civil a que ns nos submetemos com naturalidade. Assim que nossas crianas comeam a falar, ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. Quando arranjarem seu primeiro emprego, junto com sua carteira de trabalho, recebero um nmero de inscrio que passar a acompanhar seu nome. Um dia chegar em que todos os cidados tero seu nmero de registro: esta a meta dos servios de identidade. Nossa personalidade civil j se exprime com maior preciso mediante nossas coordenadas de nascimento do que mediante nosso sobrenome. Este, com o tempo, poderia muito bem no desaparecer, mas ficar reservado vida particular, enquanto um nmero de identidade, em que a data de nascimento seria um dos elementos, o substituiria para uso civil. O nome pertence ao mundo da fantasia, enquanto o sobrenome pertence ao mundo da tradio. A idade, quantidade legalmente mensurvel com uma preciso quase de horas, produto de um outro mundo, o da exatido e do nmero. Hoje, nossos hbitos de identidade civil esto ligados, ao mesmo tempo, a esses trs mundos. Philippe Aris. Histria social da criana e da famlia. Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptaes).

2.(ABIN/ OFICIAL DE INTELIG/12/10/2008) A argumentao do texto se organiza em torno da idia de que o cidado do tempo atual recebe diferentes identificaes nos mundos da fantasia, da tradio e da personalidade civil. Um homem do sculo XVI ou XVII ficaria espantado com as exigncias de identidade civil a que ns nos submetemos com naturalidade. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Nas interrelaes pessoais, inconteste que cada um d sua prpria verso dos fatos e da vida, segundo suas particulares experincias e com base na formao que tenha acumulado ao longo de sua existncia. Cada indivduo, assim, um ser nico, que vislumbra as ocorrncias sua volta e d tratamento especfico s informaes e ao conhecimento que tenha condies de absorver. Da mesma forma, mesmo os registros histricos oficiais, como se sabe h muito, so somente a verso dos que venceram e portanto, invariavelmente omitem ou distorcem as razes, os motivos e as realizaes dos que foram vencidos. No menos temeroso o conhecimento que se transmite por geraes por meio da arte. Partindo da premissa de que a arte imita a vida e, por consequncia, reinventa a realidade, na medida em que a vida tambm imita a arte, por certo que perpetuar vises e conceitos mal fundamentados (a despeito de eventuais boas intenes) tambm representa que o artista acaba sendo, igualmente, um difusor de informaes e ideias cuja confiabilidade relativa. Em suma, toda e qualquer avaliao da realidade passa, necessariamente, pelas impresses pessoais de quem a avalia. Obed de Faria Junior. A verdade de cada um. Internet: (com adaptaes). 3.(A.U.E.G./AUDITOR INTERNO/08/02/2008) De acordo com a argumentao do texto, nas interrelaes pessoais, cada indivduo tem sua prpria verso dos fatos (linha 1), porque A) avalia a realidade em consonncia com a prpria experincia de ser nico.

Nas interrelaes pessoais, inconteste que cada um d sua prpria verso dos fatos e da vida, segundo suas particulares experincias e com base na formao que tenha acumulado ao longo de sua existncia. Cada indivduo, assim, um ser nico, que vislumbra as ocorrncias sua volta e d tratamento especfico s informaes e ao conhecimento que tenha condies de absorver. B) tenciona registrar um conhecimento confivel para as prximas geraes.

Nas interrelaes pessoais, inconteste que cada um d sua prpria verso dos fatos e da vida, segundo suas particulares experincias e com base na formao que tenha acumulado ao longo de sua existncia. Cada indivduo, assim, um ser nico, que vislumbra as ocorrncias sua volta e d tratamento especfico s informaes e ao conhecimento que tenha condies de absorver. C) tem a iluso de exercer sua posio de vencedor nos fatos histricos.

Nas interrelaes pessoais, inconteste que cada um d sua prpria verso dos fatos e da vida, segundo suas particulares experincias e com base na formao que tenha acumulado ao longo de sua existncia. Cada indivduo, assim, um ser nico, que vislumbra as ocorrncias sua volta e d tratamento especfico s informaes e ao conhecimento que tenha condies de absorver. D) visa perpetuar conceitos acumulados ao longo de sua existncia.

Nas interrelaes pessoais, inconteste que cada um d sua prpria verso dos fatos e da vida, segundo suas particulares experincias e com base na formao que tenha acumulado ao longo de sua existncia. Cada indivduo, assim, um ser nico, que vislumbra as ocorrncias sua volta e d tratamento especfico s informaes e ao conhecimento que tenha condies de absorver. E) objetiva imitar a arte ao reinventar a realidade. ...No menos temeroso o conhecimento que se transmite por geraes por meio da arte. Partindo da premissa de que a arte imita a vida e, por consequncia, reinventa a realidade, na medida em que a vida tambm imita a arte, por certo que perpetuar vises e conceitos mal fundamentados (a despeito de eventuais boas intenes) tambm representa que o artista acaba sendo, igualmente, um difusor de informaes e ideias cuja confiabilidade relativa. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Texto para a questo 4. Para Vygotsky, a base do funcionamento psicolgico tipicamente humano cultural, portanto, histrica. Os elementos mediadores na relao entre o homem e o mundo instrumentos, signos e todos os elementos do ambiente humano carregados de significado cultural so construdos nas relaes entre os homens. Os sistemas simblicos e, particularmente, a lngua exercem um papel fundamental na comunicao entre os sujeitos e no estabelecimento de significados compartilhados que permitem interpretaes dos objetos, eventos e situaes do mundo real. O surgimento da atividade verbal e da lngua como sistema de signos crucial no desenvolvimento da espcie humana, momento mesmo em que o biolgico se transforma no histrico e em que emerge a centralidade da mediao simblica na constituio do psiquismo humano. o trabalho que, pela ao transformadora do homem sobre a natureza, une homem e natureza e cria a cultura e a histria humanas. Marta Kohl de Oliveira. Histria, conscincia e educao. Coleo Memria da Pedagogia, n. 2. 2005. Viver mente&crebro especial Vygotsky, p. 9-10 (com adaptaes). 4.(A.U.E.G./AUDITOR INTERNO/08/02/2008) A partir da leitura do texto, julgue as inferncias apresentadas nos seguintes itens. I A espcie humana adota caractersticas histricas e culturais quando deixa de privilegiar o aspecto biolgico. II Os diversos sistemas simblicos so constitudos na relao entre o homem e o mundo. III A lngua o nico sistema simblico que permite a construo de significados compartilhados. IV A cultura resulta da ao transformadora do homem sobre a natureza. Esto certos apenas os itens A I e II. B I e III. C II e III. D II e IV. E III e IV. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Texto para a questo 5. A cultura como uma lente atravs da qual o homem v o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas, portanto, tm vises desencontradas das coisas. Por exemplo, a floresta amaznica no passa para o antroplogo desprovido de um razovel conhecimento de botnica de um amontoado confuso de rvores e arbustos dos mais variados tamanhos e com uma imensa variedade de tonalidades verdes. A viso que

um ndio tupi tem desse mesmo cenrio totalmente diversa: cada um desses vegetais tem um significado qualitativo e uma referncia espacial. A nossa herana cultural, desenvolvida atravs de inmeras geraes, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relao ao comportamento daqueles que agem fora dos padres aceitos pela maioria da comunidade. Roque de Barros Laraia, Cultura: um conceito antropolgico, RJ: Jorge Zahar, 2003, p. 67 (com adaptaes). 5. (A.U.E.G./AUDITOR INTERNO/08/02/2008) Assinale a opo que apresenta a tese defendida pela argumentao do texto. A A floresta amaznica plural. Por exemplo, a floresta amaznica no passa para o antroplogo desprovido de um razovel conhecimento de botnica de um amontoado confuso de rvores e arbustos dos mais variados tamanhos e com uma imensa variedade de tonalidades verdes. B O olhar nativo mais exato e preciso que o olhar de um estrangeiro. A viso que um ndio tupi tem desse mesmo cenrio totalmente diversa: cada um desses vegetais tem um significado qualitativo e uma referncia espacial. A nossa herana cultural, desenvolvida atravs de inmeras geraes, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relao ao comportamento daqueles que agem fora dos padres aceitos pela maioria da comunidade. C Os padres de comportamento fazem a cultura. . A nossa herana cultural, desenvolvida atravs de inmeras geraes, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relao ao comportamento daqueles que agem fora dos padres aceitos pela maioria da comunidade. D A cultura condiciona as maneiras de ver o mundo. . A nossa herana cultural, desenvolvida atravs de inmeras geraes, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relao ao comportamento daqueles que agem fora dos padres aceitos pela maioria da comunidade. E A comunidade exclui comportamentos diferentes. A cultura como uma lente atravs da qual o homem v o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas, portanto, tm vises desencontradas das coisas. Por exemplo, a floresta amaznica no passa para o antroplogo desprovido de um razovel conhecimento de botnica ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Os precedentes tm forte influncia sobre nosso pensamento. Mesmo o trem mais moderno e mais tecnolgico corre sobre trilhos de bitola convencional. As ferrovias britnicas adotaram essa bitola porque as antigas mquinas de fabricar eixos e rodas para carruagens s podiam fazer eixos desse tamanho. As carruagens tinham eixos desse tamanho para caber nos sulcos escavados ao longo do tempo nas estradas da Gr-Bretanha. As estradas da Gr-Bretanha tinham sido construdas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por carruagens romanas. Os eixos das carruagens romanas tinham o tamanho adequado para carruagens puxadas por dois cavalos romanos. Assim como o moderno sistema de transporte submetido a um critrio que valia para os cavalos da poca romana, tambm os seus pensamentos so moldados por geraes e geraes de pensamentos antigos. Ns continu-

amos a seguir os mesmos sulcos cavados h milnios, sem perceber que a razo original das regras j desapareceu h muito tempo. Planeta, jan./2004 (com adaptaes). 6. (DFTRANS/ANAL. TRANSPORTE/06/04/2008) O desenvolvimento das idias do texto mostra que a tese o moderno sistema de transporte submetido a um critrio que valia para os cavalos da poca romana (linha 8-9) comprovada por argumentos baseados na histria de meios de transporte. Ns continuamos a seguir os mesmos sulcos cavados h milnios, sem perceber que a razo original das regras j desapareceu h muito tempo. 7. (DFTRANS/ANAL. TRANSPORTE/06/04/2008) A expresso de sentido figurado os mesmos sulcos cavados h milnios (linha 10) retoma as idias dos argumentos iniciais do texto para significar a influncia do passado sobre o pensamento. Ns continuamos a seguir os mesmos sulcos cavados h milnios, sem perceber que a razo original das regras j desapareceu h muito tempo.

Diminui o status da linguagem como meio de representar as crenas e os desejos, e as idias em geral, como se a linguagem fosse mero recurso/meio de traduo dessas idias. Seja qual for a funo ou a combinatria de funes dominantes em um determinado momento de comunicao, postula-se que preexiste a todas elas a funo pragmtica de ferramenta de atuao sobre o outro, de recurso para fazer o outro ver/conceber o mundo como o emissor/locutor o v e o concebe, ou para fazer o destinatrio tomar atitudes, assumir crenas e eventualmente desejos do locutor. Ao se criticar a concepo da linguagem como representao do outro e para o outro, no se a desautoriza nem sequer a refuta, mas, em um certo sentido, trabalha-se na sua desconstruo, construindo-se argumentos em favor da hiptese segundo a qual a linguagem se manifesta sobretudo como ferramenta de coao e de atuao no outro. Quando algum percebe que um vocabulrio/discurso est interferindo em outro e inventa um novo, para substituir os dois, est contribuindo para as conquistas revolucionrias em qualquer campo da produo humana: nas artes, na cincia, no pensamento moral e poltico. Novos instrumentos vm ocupar o lugar dos instrumentos velhos e passam a ser utilizados para fazer algo que nunca tinha sido imaginado antes. Sebastio J. Votre. Linguagem, identidade, representao e imaginao, p. 99 (com adaptaes) Julgue os itens de , a respeito da organizao e das idias do texto acima. 8.(DFTRANS/ANAL. TRANSPORTE/06/04/2008) Os argumentos do texto servem de comprovao para a tese de que a mudana lingstica um instrumento de coao sobre o pensamento moral e poltico. Seja qual for a funo ou a combinatria de funes dominantes em um determinado momento de comunicao, postula-se que preexiste a todas elas a funo pragmtica de ferramenta de atuao sobre o outro, de recurso para fazer o outro ver/conceber o mundo como o emissor/locutor o v e o concebe, ou para fazer o 10 destinatrio

tomar atitudes, assumir crenas e eventualmente desejos do locutor. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------linguagem. S.f. 1. o uso da palavra articulada ou escrita como meio de expresso e de comunicao entre as pessoas. Aurlio Buarque de Holanda Ferreira. Novo dicionrio da lngua portuguesa, p. 1.035 (com adaptaes). Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da linguagem supondo que o sentido um efeito do que dizemos, e no algo que existe em si, independentemente da enunciao, e que envelopamos em um cdigo tambm pronto. Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca prvio, empregar ou no um estrangeirismo teria menos a ver com a existncia ou no de uma palavra equivalente na lngua do falante. O que importa o efeito que palavras estrangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou, que se conhecem lnguas. Uma palavra estrangeira em uma placa ou em uma propaganda pode indicar desejo de ver-se associado a outra cultura e a outro pas, por seu prestgio. Srio Possenti. A cor da lngua. Mercado de Letras, 2002, p.37-8 (com adaptaes). A partir da leitura dos dois textos acima, julgue os itens 9. (DFTRANS/ANAL. TRANSPORTE/06/04/2008) A comparao entre os dois textos mostra que, no segundo, a abrangncia do conceito de linguagem maior do que no primeiro, pois incorpora representaes sociais de quem usa a linguagem. 10. (DFTRANS/ANAL. TRANSPORTE/06/04/2008) O desenvolvimento da argumentao do segundo texto evidencia que o uso de uma palavra estrangeira est associado a prestgio. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fazer cincia implica descobrir, inventar e produzir coisas novas. Antes de o capitalismo se estabelecer como sistema socioeconmico dominante, fazer cincia era uma atividade individual e privada. Hoje, trata-se de um trabalho pblico, coletivo, realizado em locais oficialmente reconhecidos como produtores de cincia as instituies cientficas. A institucionalizao da cincia ocorreu com a mudana da atividade cientfica individual para a coletiva, do espao privado para o pblico, e, aliado ao fato de depender de financiamentos de governos, pessoas, instituies privadas, esse processo passou a determinar as rotas de pesquisa. Existem dvidas se possvel, democraticamente, um controle social e tico sobre os conhecimentos cientficos e os avanos tecnolgicos em geral. Discute-se tambm se, do ponto de vista do direito, as questes ticas devem ser objeto de leis ou de normas, ou de ambas. Assim como se indaga muito se a sociedade no estaria exercendo um controle social e tico sobre as tecnocincias mediante normas (cdigos de tica) em detrimento dos poderes legalmente constitudos nos estados democrticos, menosprezando as leis e superestimando os cdigos de tica. Ftima Oliveira. Biotica uma face da cidadania, p. 116 (com adaptaes). Julgue os seguintes itens, a respeito da organizao e das idias do texto acima. 11.(HEMOBRAS/Superior/2008) A argumentao do texto favorvel a um controle social sobre as descobertas e invenes porque estas resultam de institucionalizao no sistema capitalista dominante. ...Fazer cincia implica descobrir, inventar e produzir coisas novas. Antes de o capitalismo se estabelecer como

sistema socioeconmico dominante, fazer cincia era uma atividade individual e privada. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Reparao duas dcadas depois Francisco Alves Mendes Filho ainda no era um mito da luta contra a devastao da Amaznia quando foi preso, em 1981, acusado de subverso e incitamento luta de classes no Acre, em plena ditadura militar. Chico Mendes se tornaria mundialmente conhecido, dali para a frente, por comandar uma campanha contra a ao de grileiros e latifundirios, responsveis pela destruio da floresta e pela escravizao do caboclo amaznico. Por isso mesmo foi assassinado, em 22 de dezembro de 1988, na porta de casa, em Xapuri. O crime, cometido por uma dupla de fazendeiros, foi punido com uma sentena de 19 anos de cadeia para cada um. Faltava reparar a injustia cometida pelos militares. E ela veio na quarta-feira 10, no palco do Teatro Plcido de Castro, em Rio Branco, na forma de uma portaria assinada pelo ministro da Justia, Tarso Genro. Antes, porm, realizou-se uma sesso de julgamento da Comisso de Anistia, cujo resultado foi o reconhecimento, por unanimidade, da perseguio poltica sofrida por Chico Mendes no incio dos anos 80 do sculo passado. A viva do lder seringueiro, Izalmar Gadelha Mendes, vai receber uma penso vitalcia de 3 mil reais mensais, alm de indenizao de 337,8 mil reais. Aps assinar a portaria de anistia, Tarso Genro declarou que o assassinato de Chico Mendes est diretamente associado perseguio sofrida pelo seringueiro durante a ditadura. O Estado brasileiro no soube compreender o que ele (Mendes) representava naquele momento, disse o ministro. O Brasil pede perdo a Chico Mendes, afirmou, ao assinar o documento. Acompanhada de dois filhos, Izalmar Mendes mostrou-se satisfeita com o resultado do julgamento. Era a hora de limpar o nome do meu marido. Mais importante do que a indenizao foi o pedido de desculpas feito pelo Estado, disse a viva. O caso de Chico Mendes foi relatado pela conselheira Sueli Bellato. Emocionada, ela disse ter lido muito sobre o seringueiro morto para, ento, encadear os argumentos que a fizeram acatar o pedido de reconhecimento e indenizao interposto por Izalmar Mendes. Chico Mendes foi vereador em Xapuri, onde nasceu, e se firmou como crtico de projetos governamentais de graves consequncias ambientais, como a construo de estradas na regio amaznica. No relatrio, aprovado por unanimidade, a conselheira contou detalhes da vida de Chico Mendes, da infncia pobre nos seringais ao dia em que foi assassinado. Segundo Sueli Bellato, a atuao de Mendes contra grileiros e latifundirios rendeu, durante a ditadura, um arquivo de 71 pginas redigidas por agentes do antigo Servio Nacional de Informaes (SNI). Foi por participar de um ato pblico, em 1980, que Chico Mendes passou a ser fichado e perseguido pelos militares. Em Rio Branco, o seringueiro fez um discurso exaltado contra a violncia no campo provocada pelos fazendeiros. Na poca, Chico Mendes foi enquadrado na Lei de Segurana Nacional, acusado de atentado contra a paz, a prosperidade e a harmonia entre as classes sociais. Preso em diversas ocasies, s foi definitivamente absolvido em 1. de maro de 1984, quatro anos depois, portanto, de iniciadas as perseguies. De acordo com a conselheira Sueli Bellato, embora o relatrio no tenha se aprofundado na questo, foi possvel constatar que Chico Mendes tambm foi torturado enquanto estava sob custdia de policiais federais.. Leandro Fortes. Internet: (com adaptaes). A partir da leitura do texto acima, julgue os itens a seguir 12. (IBAMA/ANAL.AMBIENTAL/25/01/2009) De acordo com o texto, correto afirmar que a famlia de Chico Mendes ser indenizada porque o seringueiro no sofreu perseguio poltica. 13. (IBAMA/ANAL.AMBIENTAL/25/01/2009) Conforme se depreende do texto, o ministro da Justia no constata nenhuma relao entre a perseguio poltica sofrida por Chico Mendes durante a ditadura e o seu assassinato por fazendeiros em 1988. 14. (IBAMA/ANAL.AMBIENTAL/25/01/2009) A indenizao famlia de Chico Mendes foi aprovada em votao cujo resultado no evidenciou discordncias entre os membros da Comisso de Anistia.

15. (IBAMA/ANAL.AMBIENTAL/25/01/2009) Segundo o texto, a relatora construiu seu parecer citando fatos ocorridos unicamente no perodo em que Chico Mendes foi perseguido pela ditadura militar. 16. (IBAMA/ANAL.AMBIENTAL/25/01/2009) O enquadramento de Chico Mendes na Lei de Segurana Nacional, citado pelo texto, evidencia a preocupao do governo militar com a militncia poltica do lder dos seringueiros. Considerando aspectos lingusticos do texto Reparao duas dcadas depois, julgue os itens a seguir. 17. (IBAMA/ANAL.AMBIENTAL/25/01/2009) O texto caracteriza-se como essencialmente informativo. Ainda com base no texto de Leandro Fortes e considerando aspectos textuais e gramaticais, julgue os prximos itens. 18. (IBAMA/ANAL.AMBIENTAL/25/01/2009) Pelas opinies apresentadas no texto, verifica-se que o ministro da Justia e a conselheira possuem posies opostas no que se refere atuao poltica de Chico Mendes. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Uma investigao sobre as causas das enchentes em Santa Catarina e suas lies para o Brasil Uma das piores calamidades dos ltimos anos alagou Santa Catarina e comoveu o pas. O que fazer para que nossas cidades no fiquem to vulnerveis? Ningum questiona a fora dos desastres naturais. Mas o Brasil tem capacidade tcnica e experincia suficientes para, no mnimo, reduzir o impacto de chuvas como essa. Em Blumenau, h uma estao telemtrica que monitora a vazo do rio Itaja e tem condies de emitir sinais de alerta para inundaes. H tambm um programa de monitoramento do clima que previu at a gravidade do furaco Catarina, em 2004. O dilvio ningum previu, mas j chovia no estado quase a primavera toda, e estudos sobre as reas de risco de enchentes e deslizamentos apontavam o que podia acontecer se chovesse demais. Agora que o desastre aconteceu, importante entender por que ele foi to grave afinal, h muitas regies com o mesmo tipo de risco no pas. De todas as medidas j tomadas e dos estudos em curso, algumas concluses podem ser tiradas sobre o que preciso fazer: 1) Conter o desmatamento nas cabeceiras dos rios Em um terreno com vegetao nativa, a gua das chuvas leva mais tempo para chegar ao curso dgua. As prprias folhas das rvores absorvem parte da chuva e reduzem o impacto das gotas no solo. Alm disso, troncos e folhas no cho ajudam a reter a gua. O solo, menos compactado,absorve mais gua. 2) Regularizar a ocupao dos morros O que aumentou as perdas de vidas e os danos materiais foram construes de casas em reas de encostas perigosas, as chamadas reas de preservao permanente. 3) Aumentar o escoamento dos rios Foi com obras de retificao, alargamento e canalizao da calha dos rios que cidades como Belo Horizonte e So Paulo conseguiram reduzir o impacto das enchentes. 4) Monitorar as populaes de risco Obras de conteno de encosta, treinamento de voluntrios, monitoramento da aproximao das chuvas, medio do ndice pluviomtrico por rea das cidades, clculo do grau de saturao do solo encharcado (prevendo-se o risco de deslizamento) esto entre as medidas que reduziram o nmero de mortes e de desabrigados em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. poca. 1./12/2008, p. 47-50 (com adaptaes). Considerando as ideias, a estrutura e a organizao gramatical do texto acima, julgue os itens. 19. (ICMBIO/ ANAL.AMBIENTAL/2/2/2008) Por estao telemtrica (linha 5) entende-se um local onde se encontram equipamentos capazes de medir ondas emitidas por aparelhos de telecomunicao.

Mas o Brasil tem capacidade tcnica e experincia suficientes para, no mnimo, reduzir o impacto de chuvas como essa. Em Blumenau, h uma estao telemtrica que monitora a vazo do rio Itaja e tem condies de emitir sinais de alerta para inundaes. 20. (ICMBIO/ ANAL.AMBIENTAL/2/2/2008) Como sntese das ideias contidas no texto, apresenta-se o fato de que as quatro medidas apontadas, se adotadas conjuntamente, podem eliminar de vez os impactos das enchentes no Brasil. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Em dezembro de 2004, foi editado o Decreto n. 5.296, que regulamenta a Lei n. 10.048/2000 que dispe sobre a prioridade de atendimento s pessoas portadoras de deficincia, idosos, gestantes, lactantes e pessoas acompanhadas por crianas de colo e a Lei n. 10.098/2000 que estabelece normas gerais e critrios bsicos para a promoo da acessibilidade das pessoas portadoras de deficincia ou com mobilidade reduzida. Para dar efetividade a essas leis, foi criado um programa para a promoo da acessibilidade dessas pessoas. Devido dimenso territorial do Brasil, s suas peculiaridades regionais, geogrficas, econmicas, culturais e infra-estruturais, o programa no leva em conta somente o veculo ou embarcao a ser utilizado, mas tudo o que compe o sistema de transporte, seja ele rodovirio (urbano, municipal ou interestadual), seja aquavirio (mar e interior), desde o embarque at o desembarque de passageiros, garantindo o direito do cidado de ir e vir com segurana e autonomia. Para isso, elaborar normas e desenvolver programas de avaliao da conformidade para acessibilidade nos transportes coletivos rodovirio e aquavirio em veculos e equipamentos novos e adaptados foram atividades estabelecidas para o INMETRO. Idem, ibidem (com adaptaes). Com base no texto, julgue os itens que se seguem. 21. (INMETRO/ PESQUISADOR/23/09/2007) Depreende-se das informaes do texto que a iniciativa de garantir segurana e autonomia s pessoas portadoras de deficincia ou com mobilidade reduzida leva em considerao o sistema de transporte, desde o embarque at o desembarque. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Creio que h evidncia contundente em favor do argumento de que os investimentos pblicos em pesquisa cientfica tm tido um retorno bastante compensador em termos da utilizao para o bem-estar social dos progressos cientficos obtidos. Por outro lado, creio tambm que se pode questionar, no somente quanto aplicao de conhecimentos cientficos com finalidades destrutivas ou nocivas humanidade e natureza, mas tambm quanto distribuio desses benefcios entre diferentes setores da sociedade. claro que se deve esperar que os benefcios derivados do progresso tecnolgico sejam principalmente canalizados para os pases mais desenvolvidos, que, com 13 maior capacidade tcnica e econmica, mais investem na pesquisa cientfica e, consequentemente, se mantm na liderana do progresso tecnolgico de fronteira. Entretanto, pode-se constatar que, at dentro de uma mesma nao, os benefcios do processo no so distribudos de maneira mais ou menos equitativa. Em certos casos, essa distribuio torna-se mesmo bastante injusta, com uma grande acumulao de benefcios para pequenos setores sociais, em detrimento da grande maioria da populao. Samuel Macdowell. Responsabilidade social dos cientistas. In: Estudos Avanados, vol. 2, n. 3, So Paulo, set.-dez./1988 (com adaptaes). Julgue os itens de , a respeito da organizao das ideias e das estruturas lingusticas do texto acima.

22. (INPE/TECNOLOGISTA/25/01/200808) Depreende-se da argumentao do texto que as razes para os benefcios derivados do progresso tecnolgico (linha 7) no chegarem aos pases menos desenvolvidos, nem maioria pobre da populao, no so cientficas, mas polticas, pois no h interesse em diminuir as desigualdades sociais. claro que se deve esperar que os benefcios derivados do progresso tecnolgico sejam principalmente canalizados para os pases mais desenvolvidos, que, com maior capacidade tcnica e econmica, mais investem na pesquisa cientfica e, consequentemente, se mantm na liderana do progresso tecnolgico de fronteira. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Enquanto outros pases em desenvolvimento, como China, ndia e Coria, investem na formao de pesquisadores e se transformam em produtores de conhecimentos que dinamizam suas economias, o Brasil no consegue eliminar o fosso que separa as instituies de pesquisa das empresas privadas, nem aumentar o volume de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Vai ficando para trs em uma corrida decisiva para sua insero em um mundo cada vez mais competitivo, sobretudo nos segmentos mais dinmicos da indstria, como o da microeletrnica. Estudo do consultor do Banco Mundial Alberto Rodrguez, publicado pela Confederao Nacional da Indstria, confirma que, apesar do conhecido diagnstico sobre o atraso do pas na rea tecnolgica, pouco se faz de prtico para superar o problema. Os pesquisadores brasileiros publicam seus trabalhos em um volume aceitvel eles respondem por cerca de 2% dos artigos cientficos das principais publicaes internacionais , mas os resultados prticos das pesquisas so modestos. O Brasil responde por apenas 0,18% do total de patentes registradas no mundo. H a necessidade de que a pesquisa feita na universidade e nos laboratrios seja menos terica e mais voltada para aplicaes prticas, diz Rodrguez. E o setor privado precisa investir mais em pesquisa e desenvolvimento. O Estado de S. Paulo, Editorial, 1./10/2008 (com adaptaes). Em relao ao texto acima, julgue os itens que se seguem. 23. (IPEA/2008CARGO N.SUPERIOR 14/12/2008) Depreende-se das idias do texto que a aproximao entre as instituies de pesquisa e as empresas privadas seria prejudicial ao desenvolvimento tecnolgico do pas, pois restringiria o campo de pesquisa aos interesses econmicos e comerciais. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------No Brasil, apenas 19% dos estudantes das faculdades esto matriculados nas reas de cincias e engenharia. No Chile, so 33% e na China, 53%. No surpreende que, como mostraram o fsico Roberto Nicolsky e o engenheiro Andr Korottchenko de Oliveira, em artigo publicado recentemente, o Brasil venha caindo na classificao dos pases que mais registram patentes no escritrio norte-americano que cuida do assunto, o USPTO (sigla do nome em ingls). H anos, o Brasil vem sendo superado pelos pases asiticos, que centraram as polticas de apoio inovao em reas de grande impacto sobre diferentes cadeias produtivas, como a microeletrnica. Trata-se, como dizem os autores, de um setor transversal que agrega valor tecnologia de outras indstrias. O Estado de S. Paulo, Editorial, 1./10/2008. Com base no texto acima, julgue os itens a seguir. 24. (IPEA/2008CARGO N.SUPERIOR 14/12/2008) A expresso No surpreende (linha 3) introduz um fato que funciona como argumento de oposio s informaes apresentadas no pargrafo anterior. No surpreende que, como mostraram o fsico Roberto Nicolsky e o engenheiro Andr Korottchenko de Oliveira, em artigo publicado recentemente, o Brasil venha caindo na classificao dos pases que mais registram patentes

no escritrio norte-americano que cuida do assunto, o USPTO (sigla do nome em ingls). 25. (IPEA/2008CARGO N.SUPERIOR 14/12/2008) Pelas informaes do texto, depreende-se que o setor de microeletrnica contribui para o desenvolvimento de produtos de diversas indstrias e, portanto, o investimento e o apoio inovao nessa rea estimulam o crescimento econmico. A capacidade dos homens para a vida em conjunto e a coordenao de esforos, evitando conflitos ruinosos, determinada, em grande parte, por suas aptides para a comunicao correta. O circuito da comunicao humana esta composta por quatro elementos bsicos: o transmissor, o receptor, a mensagem e o meio, cuja d