colÉgio estadual chateaubriandense · maria madalena tavares merli maria rosa kuasne domingos...

30
0 COLÉGIO ESTADUAL CHATEAUBRIANDENSE ENSINO MÉDIO, NORMAL E PROFISSIONAL PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ASSIS CHATEAUBRIAND 2011

Upload: nguyentu

Post on 25-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

0

COLÉGIO ESTADUAL CHATEAUBRIANDENSE ENSINO MÉDIO, NORMAL E PROFISSIONAL

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

ASSIS CHATEAUBRIAND

2011

1

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO............................................................................................ 02 2. IDENTIFICAÇÃO.............................................................................................. 04 2.1 CURSOS OFERTADOS E VIDA LEGAL......................................................... 04 2.2 QUADRO DE PESSOAL.................................................................................. 2.2.1 Professores............................................................................................................... 06 2.2.2 Agente Educacional I............................................................................................... 08 2.2.3 Agente Educacional II.............................................................................................. 09 2.2.4 Equipe Administrativa e Pedagógica........................................................................ 09 2.2.5 Professores Tutores do Profuncionário.................................................................... 11 2.3 ORGANIZAÇÃO .............................................................................................. 14 3. HISTÓRICO DO COLÉGIO.............................................................................. 15 4. OBJETIVOS GERAIS........................................................................................ 18 5 MARCO SITUACIONAL. ................................................................................... 20 6 MARCO CONCEITUAL...................................................................................... 23 6.1 Avaliação da Aprendizagem............................................................................. 26 7 MARCO OPERACIONAL................................................................................... 31 7.1 Profuncionário.................................................................................................. REFERÊNCIAS...................................................................................................... 8. PROPOSTA PEDAGOGICA CURRICULAR.................................................

2

1. APRESENTAÇÃO

O conhecimento não é algo situado fora do indivíduo, a ser adquirido por

meio da cópia do real, tampouco algo que o indivíduo constrói independentemente

da realidade exterior, dos demais indivíduos e de suas próprias capacidades

pessoais, é, antes de tudo, uma construção histórica e social, na qual interferem

fatores de ordem antropológica, cultural e psicológica, entre outros.

As ações escolares devem ser pensadas e (re)organizadas pela

comunidade escolar, de modo a diagnosticar a realidade, favorecendo uma prática

pedagógica de forma que o conhecimento contribua para a autonomia do aluno, do

ponto de vista intelectual, social e político. Dessa forma, o Projeto Político

Pedagógico representa um repensar e uma construção coletiva da ação educativa

na escola pública paranaense.

No decorrer do ano de 2004, foram realizados encontros com as

Equipes Pedagógicas das escolas, NRE/SEED, para estudos e discussões teóricas

sobre a construção de uma escola pública de qualidade a partir da (re)significação

do trabalho pedagógico na escola. A partir daí, iniciou-se nas escolas, uma

mobilização para a construção de um Projeto Político Pedagógico que garantisse às

camadas populares o acesso ao conhecimento sistematizado.

Em fevereiro e julho de 2005, durante as semanas pedagógicas na

escola, todos os envolvidos no processo escolar tiveram a oportunidade de estudar,

refletir e discutir assuntos pertinentes à educação e produzir documentos sobre a

escola, a sociedade, o homem e o conhecimento que temos e o que queremos.

Numa segunda etapa de construção, foram realizadas reuniões com

pais, professores, funcionários e alunos para esclarecimentos sobre a construção do

Projeto Político Pedagógico. Na sequência foram aplicados questionários aos

mesmos para levantamento de dados e posterior diagnóstico da realidade.

No decorrer dos anos de 2008, 2009 e 2010 novos estudos foram se

materializando no processo de Formação Continuada, e o amadurecimento e

compreensão dos docentes em relação às teorias progressistas, possibilitaram um

novo olhar pedagógico e assim, fez-se necessário a reconstrução do PPP com

fundamentação teórica que conceituasse a prática pedagógica numa perspectiva

histórico-crítica. Nesta perspectiva, a sistematização dos conteúdos histórico-

3

científicos, seus objetivos, método de trabalho, metodologia e avaliação, são

fundamentais no processo de ensino-aprendizagem e a avaliação tem como

finalidade a aprendizagem, por isso o professor também se autoavalia objetivando

qualidade no ensino.

Outro fator importante que contribuiu na reconstrução do PPP foi a

participação de toda comunidade escolar na Avaliação Institucional que muito

contribuiu para que a escola avaliasse todo o seu trabalho, em todos os setores,

visando assim, mudanças de atitudes contrárias à construção de um ensino cujo

objetivo é o conhecimento numa perspectiva de totalidade.

4

2 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Colégio/Código: Col. Est. Chateaubriandense - Ensino Médio, Normal e Profissional – Código: 00910

Porte do Colégio: 06

Município/Código: Assis Chateaubriand – Código: 0200

Endereço Rua Estados Unidos, 170

Bairro Jardim América

Local Zona Urbana

CEP 85835-000

Fone/Fax: 044-3528-4949

E-mail: [email protected]

Dependência Administrativa/ Código 41063635

Entidade Mantenedora Governo do Estado do Paraná

Parecer do NRE de aprovação do Regimento Escolar: Ato de aprovação do

Regimento Escolar nº 043/08 de 05/03/2008. Parecer do NRE de aprovação do

Regimento Escolar nº 004/08 de 05/03/2008.

NRE/Código:

Assis Chateaubriand - Código: 04

2.1 CURSOS OFERTADOS E VIDA LEGAL

CURSOS

RES. DE AUTORIZAÇÃO E

FUNCIONAMENTO

RESOLUÇÃO DE

RECONHECIMENTO

9 - Ensino Médio

Res. 250/85 – DOE 17/01/85

Res. 124/87 – DOE

14/01/87

Renovação de

Reconhecimento Res.

4508/07 – DOE 21/12/07

906 - Curso Tec. Em

Administração

Subsequente – ET

Res. 2712/05 – DOE 27/10/05

Res. 2712/05 – DOE

27/10/05

Renovação do Rec. Res.

5

GN 5838/08 – DOE 02/03/09

943 - Curso Téc. em

Administração –

Integrado ET GN

Res. 633/06 – DOE 23/03/06

Res. 12/08 – DOE 22/01/08

954 – Curso Téc.

Secretariado –

Subsequente - ET

GN

Res. 4908/10 – DOE 23/10/10

Em tramitação

489 - Curso de

Formação de

Docentes da

Educação Infantil dos

Anos Iniciais do

Ensino Fundamental

Integrado

Res. 1798/05 – DOE 12/08/05

Res. 2018/07 – DOE

14/06/07

590 - Curso de

Formação de

Docentes da

Educação Infantil dos

Anos Iniciais do

Ensino Fundamental –

Sub – 3ª

Parecer 303/07 – CEE - em

27/04/2007

Parecer 303/07 – CEE em

27/04/2007

592 – Curso de

Formação de

Docentes da

Educação Infantil dos

Anos Iniciais do

Ensino Fundamental –

Modalidade Normal –

AE

Res. 2018 – DOE 14/06/07

Res. 2018/07 – DOE

14/06/07

Programa Nacional de

Valorização dos

Funcionários da

Educação -

Res. Secretarial 4111/06 –

DOE 01/03/2006

Res. 369/08 – DOE

28/01/08

6

Profuncionário

CELEM - Espanhol Res. 3904/08 -

2.2 QUADRO DE PESSOAL

2.2.1 Professores

AGUIMAR CASTRO RAMOS

ALESSANDRA SOARES

ALESSANDRO STEILEIN DA CRUZ

ALINE FERREIRA DA SILVA SANCHES GALANI

ANA LUCIA SANTOLINI DA SILVA

ANA AMÉLIA PIZINI

ANDREIA CRISTINA GOMES

ANGELO MARONESE

ANTONIO REGINALDO AGASSI

APARECIDA GONÇALVES HELENA

AUREA FRANCISCA PEDROSO

CLEIDE DE FÁTIMA RODRIGUES

CRISTIANE LOMBARDI

DANILO HENRIQUE PIMENTA

DEIDE LUCIANO ESTEVES DA COSTA

DEISE FERNANDA MAXIMO DE LIMA

DENISE RODRIGUES CAVALCANTI

DIVA INES KLIEMANN

EDENISE JOSÉ MILANI

ELAINE SCRAMIM PIVETA

ELIANE ALVES

ELIANE BECK

ELIZETE SIMONELLI DE SOUZA

ENIR MEZINI CAMPOS

ENILDA FERREIRA SILVA

EVERALDO LORENSETTE

FLORISVALDO DIAS MODOLO

IRACELIA PEREIRA LOPES BARBOZA

IRANI SANTOS

IRENE MARIA FONESI

IVANA DE PAULA RODRIGUES CALISTO

IVANISE VENTURINO DA SILVA PIRES

IVANIR VENDRUSCOLO

IVO MARCHI

IVONE APª DOS SANTOS CARLOS

IZABEL DE SOUZA BATISTA

JANE BEATRIZ

JAQUELINE FERRARI

JAQUELINE MAIRA TORRES

JOSE PARDINHO DE SOUZA

JOSIANE BERNINI JORENTE

7

JOCELEI BROTE RISSOTO

JULIETA WELINSKI

KARLA REGINA PEREIRA

LUCIANO ROBERTO R. DE ASSIS

LUCIMAR JANDREY

LUCIMARA LEITE BROSDA PACKER

LUZIA EICHINGER

MARCIA LEITE VIEIRA

MARIA BETANIA MENEZES BULHÕES

MARIA GERTRUDES DAMACENO

MARIA MADALENA TAVARES MERLI

MARIA ROSA KUASNE DOMINGOS

MARILDA ANTONETE ROMÃO

MARLI FRANCISCO

MARLEY PRAXEDES SILVA

MARLI PEDRO DE ALMEIDA / 99036382

MARTA MARIA VILELA

MELISSA PATRIARCA CORREIA BORGES

MICHELE FERNANDES DOS SANTOS

NADIA FLAMIA S CAMILO

NILTON ROGÉRIO COLADELO

OLGA GEROTTO GOZER

ROSANA APARECIDA TEIXEIRA

ROSANA DE CASTRO KASKELIS

ROSANGELA SALETE B. BORNIOTI

ROSELEI ORLANDINI

ROSELI REGINA DO NASCIMENTO

ROSIRENE DA ROCHA ZORZAN

RUBIA DANIELLY ALEIXO

SANDRA MARA RICCI

SHEILA CRISTINA B. MARCHEZONE

SILMARA CRISTINA HORING

SILVIA CARLA MARTINASSO

SIMONE GONÇALVES

SOLANGE MARA BARON

SOLANGE TOMIN

VALDEMAR DA SILVA MELATO

VALDOMIRO D. PERAÇOLI

VANIA GRAVA COLLU

ZENAIDE APARECIDA KAIRES BARRAQUE

2.2.2 Agente Educacional I

APARECIDA PIVETA KAISER

CARLOS FRIEDRICH WESTPHAL

JANINHA PAULA DE ARAÚJO

MARIA ALBINA CARVALHO FERNANDES

MARIA APARECIDA CASALLI

8

MARIA APARECIDA GONZAGA PAZINI

MARIA CATARINA ALVES FERREIRA

MARIA SATT ARCINI

MARIA JOSÉ CORDEIRO

PALMIRA MARIA TOFALINI VITORAZZO

2.2.3 Agente Educacional II

ANDREIA CRISTINA BATISTA WESTPHAL SILVA

CLEIDE DE OLIVEIRA PEREIRA COLETO

JOELICE APARECIDA STRIECHEN

MÁRCIO CARLOS

MARIA JOSÉ DE MELLO CASTRO

MARILENE DE PAULA GUIMARÃES

PAULO ROBERTO MARYNOWSKI

RENATA DE OLIVEIRA FABRICIO

SHAIENY FERNANDES DOS SANTOS

VERA LÚCIA CEREDA

ZULMIRA DE OLIVEIRA PEREIRA

2.2.4 Equipe Administrativa e Pedagógica

VALDOMIRO DELANTONIA PERAÇOLI DIRETOR

EVERALDO LORENSETTE DIRETOR AUXILIAR

JOELICE APARECIDA STRIECHEN SECRETÁRIA

BRANDELI GENI GARCIA EQUIPE PEDAGÓGICA

IVANISE VITORINO DA SILVA

ELIZETE SIMONELLI DE S. FREIRE

VERA HENN FERREIRA

ARNALDO JOSÉ FERRO COORDENADOR DE CURSO

BRANDELI GENI GARCIA

2.2.5 Professores Tutores do Profuncionário

ROSANGELA SALETE BACHINI BORNIOTI

IVONEIDE APARECIDA DE AZEVEDO

9

ALESSANDRA PIVETA

2.3 ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

Modalidade e Níveis de Ensino:

Presencial – Ensino Médio, Normal e Profissional.

Número de Turmas/ Salas de aula / Alunos:

41 turmas – 19 salas de aula – 964 alunos matriculados em 2011.

Turno de Funcionamento:

Matutino – Vespertino – Noturno.

Número de Professores / Professores Pedagogos

81 professores - 06 professores pedagogos – 03 coordenadores de curso e

estágio;

Número de funcionários

10 Agentes Educacional I

11 Agentes Educacional II

Número de Diretor auxiliar

01 vice-diretor.

Número de Professores Tutores do Profuncionário

03 professores

Ambientes Pedagógicos (espaço físico)

12 salas de aula – Colégio Estadual Chateaubriandense;

04 salas – cedidas pela Escola Municipal Odila de Souza Teixeira;

03 salas – descentralizadas no Colégio Estadual Rui Barbosa – Formosa do

Oeste/PR;

01 biblioteca;

01 laboratório de Ciências;

01 laboratório de Informática.

Ambientes Administrativos (espaço físico)

01 sala da secretaria;

01 sala de direção;

01 sala de coordenação;

01 sala da Equipe Pedagógica.

10

O Colégio Estadual Chateaubriandense – EMNP atende a discentes

egressos do ensino fundamental e médio, contando com 964 alunos matriculados no

ano letivo de 2011, estando assim distribuídos:

PERÍODO CURSO Nº DE ALUNOS

Matutino

Ensino Médio 286

Técnico em Administração Integrado 93

TOTAL MATUTINO........................................................................ 379

Vespertino

Formação de Docentes Integrado 167

Ensino Médio 52

CELEM 23

TOTAL VESPERTINO.................................................................... 242

Noturno

Ensino Médio 194

Formação de Docentes AE 66

Técnico em Administração Subsequente 32

Técnico em Secretariado Subsequente 10

CELEM 41

TOTAL NOTURNO........................................................................ 343

TOTAL GERAL.............................................................................. 964

Conta também com 93 alunos cursando o Profuncionário – Programa de

Formação para os funcionários da escola – que funciona no sistema semi-

presencial sendo que os alunos são atendidos no sábado, período matutino,

contando com os cursos conforme segue:

CURSO Nº ALUNOS

Técnico em Secretaria Escolar 37

Técnico em Infraestrutura Escolar e Alimentação

Escolar – (Turma mista)

30

Técnico em Alimentação Escolar 26

Total 93

3. HISTÓRICO DO COLÉGIO

Inicialmente o nome deste Estabelecimento de Ensino era Colegio

Comercial Estadual de Assis Chateaubriand, criado pelo decreto nº 17.781/69, do

dia 30/12/1969, que juntamente com a Escola Normal Colegial Estadual Assis

11

Chateaubriand, criada pelo decreto nº 21.892/70 autorizada a funcionar pela portaria

352/71 e com a Escola Engenheiro Azaury Guedes Pereira – Ensino de 1º Grau

passou a denominar-se Colégio Estadual Engenheiro Azaury Guedes Pereira –

Ensino de 1º e 2º Graus, através do Parecer 050/79 de 07/03/78 e da resolução nº

1.450/81 de 28/07/1981, ministrando as habilitações Plenas de Contabilidade e

Magistério e a Habilitação básica em Saúde.

Em 1984 houve um desmembramento do 1º e 2º graus, e assim este

estabelecimento passou a denominar-se, através da resolução nº 8428/84, Colégio

Estadual Chateaubriandense – Ensino de 2º Grau, sendo este nome uma

homenagem ao município de Assis chateaubriand. Em 1988, através da Resolução

nº 250/85 fica autorizado o curso de 2º grau propedêutico, denominado então

Educação Geral, reconhecido pela Resolução nº 124/87 de 14/01/87.

A partir da nova LDB (9394/96) O colégio Estadual Chateaubriandense –

Ensino de 2º Grau passou a denominar-se Colégio Estadual Chateaubriandense –

Ensino Médio.

A partir de 1999, com o Programa de Expansão, Melhoria e Inovação do

Ensino Médio (PROEM), criado a partir da Resolução 4394/96, o Colégio passou a

oferecer apenas o curso de Formação Geral, entrando em extinção gradativa os

cursos técnicos em Contabilidade, Magistério e o Propedêutico.

Em 2002 houve a implantação do Curso Pós-Médio (Gestão

Empreendedora), proposta do Governo do Estado do Paraná para a educação

profissional, autorizado e reconhecido pela Resolução 2868/02 – DOE 06/09/02 e o

Colégio passou a denominar-se Colégio Estadual Chateaubriandense – Ensino

Médio e Profissional.

No ano de 2004 com a implantação do curso de Formação de Docentes

da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível Médio, na

modalidade Normal, passou a ter a denominação atual de Colégio Estadual

Chateaubriandense – Ensino Médio, Normal e Profissional.

4. OBJETIVOS GERAIS

Desenvolver prática educativa emancipadora através de conteúdos

historicamente constituidos pela humanidade que objetivem o conhecimento

sistematizado, para que, o aluno, por meio de referenciais históricos-científicos,

12

teóricos e metodológicos, possa exercer sua cidadania como sujeito agente de

transformação social, sendo capaz de agir e interagir frente aos desafios da

sociedade.

Comprometer-se com a formação humana, intelectual, social, política e

espiritual dos educandos tendo como princípio básico fornece-lhes os instrumentos

sistematizados necessários para compreensão e atuação diante das contradições da

sociedade no intuito de superá-las.

Estabelecer ações educativas no decorrer do processo de ensino que

possibilitem enfrentamento de temas emergenciais.

Propiciar à comunidade escolar efetiva participação nas decisões

colegiadas referentes a questões político-educacionais.

5. MARCO SITUACIONAL

O homem cria a cultura na medida em que, integrando-se às condições

de seu contexto de vida, reflete sobre ela e dá respostas aos desafios que encontra.

A história consiste, pois, nas respostas dadas pelo homem à natureza, aos outros

homens, às estruturas sociais, e também, na sua tentativa de ser progressivamente

13

cada vez mais o sujeito de suas práxis, ao responder aos desafios de seu contexto,

numa cadeia contínua de épocas, caracterizadas por valores, aspirações,

necessidades, motivos, ou seja, mudanças, advindas de condições econômicas,

políticas, sociais e culturais.

Esta introdução nos faz refletir sobre a prática pedagógica desenvolvida

no Colégio Estadual Chateaubriandense (CEC), que vem revelando avanços quanto

ao planejamento de conteúdos, atividades didático-pedagógica, bem como método

de trabalho no dia-a-dia da sala de aula, com intuito de proporcionar aos alunos

condições para a aproprição dos conhecimentos historicamente construídos pela

humanidade, ou seja, o conhecimento científico de cada disciplina visando a sua

totalidade e compreensão do mundo, rompendo com a fragmentação. Este

encaminhamento metodológico vem possibilitando à comunidade escolar reflexão

sobre os conceitos de autonomia, de emancipação e que ações são necessárias

para sua efetivação.

Para esta efetivação é possível constatar o envolvimento da comunidade

escolar, dos órgãos colegiados como: Grêmio Estudantil, Associação de Pais,

Mestres e Funcionários, Conselho Escolar, mais precisamente do corpo docente,

nas discussões coletivas enquanto momentos privilegiados de tomadas de decisões

em reuniões pedagógicas, conselho de classe, Semana Pedagógica, grupos de

estudo, planejamento e replanejamento das atividades pedagógicas.

Sabemos da necessidade da participação eficaz dos Órgãos Colegiados

nas decisões das ações didático-pedagógicas e adminstrativas, no entanto,

encontramos dificuldades para conciliar a disponibilidade de tempo dos pais, alunos,

professores e funcionários com o tempo escolar, por isso, faz-se necessário esta

participação no dia a dia escolar e também nas reuniões ordinárias e extraordinárias,

quando a presença da família se faz primordial. Sendo assim, é indispensável que

cada membro da comunidade escolar se comprometa e entenda a importância de

sua participação e envolvimento no processo de ensino-aprendizagem.

Quanto às metodologias diversificadas, como: utilização de multimeios,

pesquisas, aulas práticas entre outras, no processo de ensino ainda constatamos

que prevalece a prática pedagógica com aulas expositivas e com pouca participação

dos alunos.

Há de se destacar que, após 2005, com a formação continuada, cujas

reflexões remetem a uma concepção teórica progressista, as escolas passaram a

14

discutir referenciais teóricos voltados para questões educacionais, políticas,

econômicas e sociais, propiciando à comunidade escolar compreender a realidade

em que está inserida, a fim de buscar saídas, na coletividade, para enfrentamento

dos dasafios da atualidade em prol de uma educação pública que oportunize aos

sujeitos a apropriação dos conhecimentos científicos objetivando a atuação deste

conhecimento em situações emergentes, sendo esse processo lento ainda percebe-

se que essa concepção reflete-se pouco na sala de aula, onde a maioria das aulas

ainda são trabalhadas numa visão reducionista, havendo necessidade de ampliar a

perspectiva de totalidade que deve estar presente desde a seleção dos conteúdos

até a avaliação.

À medida que as Semanas Pedagógicas foram acontecendo e o

conhecimento foi se aprimorando houve progresso quanto às discussões e

amadurecimento teórico da direção, equipe pedagógica, professores e funcionários

para a compreensão dos desafios a serem enfrentados em sala de aula. Nesta

mesma linha de análise, quanto à formação continuada, embora as discussões

tenham sido voltadas para uma prática pedagógica progressista, com enfoque para

a pedagogia Histórico-Crítica, temos encontrado muitas dificuldades para que esta

se efetive na prática docente de sala de aula, mas alguns avanços podemos

perceber entre eles o sistema de avaliação que passou a ser semestral, cujo

enfoque é a qualidade de ensino e apropriação dos conteúdos.

Quanto ao índice de aproveitamento o Colégio Chateaubriandense teve

média em 2010 no IDEB de 54,03, mas temos muito o quê avançar quanto a

melhoria na qualidade do ensino.

Quando refletimos sobre a qualidade da educação há que se repensar a

organização do tempo escolar dentro do Calendário Escolar, destinado ao

planejamento, reuniões pedagógicas, conselho de classe; tempo este, destinado a

avaliação, estudo e planejamento de ações pedagógicas para organização dos

trabalhos pedagógicos.

O colégio Estadual Chateaubriandense atende alunos com necessidades

educativas especiais na área da surdez, com profissional especializado (intérprete)

que auxilia alunos e professores durante as aulas. Outros educandos com

diagnóstico de sala de recursos ou com deficit intelectual, oriundos do Ensino

Fundamental, que não recebem atendimento pedagógico em suas especificidades,

isso, por que o estado não oferece sala de recursos e apoio pedagógico em

15

contraturno para os alunos do ensino médio. Outro ponto a ser destacado diz

respeito ao assessoramento da equipe pedagógica aos professores na hora

atividade, onde temos encontrado muita dificuldade para realização deste trabalho,

pois o professor pedagogo além de suas atribuiçoes como mediador do processo

pedagógico tem que desenvolver funções que seriam específicas do inspetor de

alunos e o Colégio não conta com este profissional específico, apenas com um

Agente Educacional I que auxilia nesta função, mas não exclusivamente, ficando a

descoberto o atendimento o qual no período matutino, onde está concentrado o

maior número de alunos o Colégio conta apenas com dois pedagogos e um agente

educacional I que faz o atendimento no pátio após concluir suas atividades e no

período noturno, onde os problemas se multiplicam pela especificidade do turno, não

existe esse atendimento. Outra questão é o atendimento às turmas, que é feito pelos

pedagogos, quando o professor se ausenta por estar participando de cursos ou por

atestado médico e a especificidade do trabalho do pedagogo deixa a desejar.

Quanto ao perfil da comunidade escolar do Colégio Estadual

Chateaubriandense, os educandos são orindos da zona rural e urbana, são filhos de

pequenos agricultores, comerciantes, outros com empregos no comércio,

cooperativas e órgãos públicos. Esta diversidade exige que ações pedagógicas

sejam pensadas e acionadas tendo como objetivo atender esta diversidade,

respeitando as condições sociais, econômica e religiosa da comunidade escolar.

Nas reuniões com os pais ou responsáveis de alunos há um bom índice de presença

porém a dificuldade está justamente na ausência dos responsáveis por aqueles

alunos que apresentam maior índice de faltas e baixo rendimento escolar, este é um

desafio constante da realidade escolar.

Almejando resgatar alunos que por ora evadem-se da escola e também

com o objetivo de propor outros momentos para a aprendizagem dos conteúdos, foi

aprovado pelo Conselho Escolar duas atividades complementares curriculares que

serão realizadas em contraturno com o objetivo de ampliar a formação integral do

aluno e atender a uma necessidade da comunidade, sendo uma atividade na área

de Esporte e Lazer (FUTSAL) e a outra de Aprofundamento de Aprendizagem dos

conteúdos de Matemática.

O Colégio oferta os cursos do profuncionário como parte da valorização

dos funcionários como profissionais da educação não docentes, a modalidade em

que o Pró-funcionário é oferecida, é a Educação a Distancia (EAD), com encontros

16

presenciais todo sábado no período matutino, que é um elemento que o diferencia,

pois torna mais acessível à educação formal e ajuda a repensar a tradição

pedagógica, configurando-se com inovação na oferta do Pro-funcionário.

Uma característica importante deste curso técnico, é que os cursistas já

são adultos, se interessam em aprender mais para poder pensar e fazer de outra

forma aquilo que já vêm fazendo ao longo de sua experiência profissional e claro

melhorar as suas condições de existência, ampliando seu campo de conhecimentos

e identificando-se com outras funções e garantindo assim oportunidade de acesso

a profissionalização.

17

6. MARCO CONCEITUAL

Considerando que a educação é uma atividade necessária ao

desenvolvimento da sociedade, cabe a ela, possibilitar aos sujeitos os

conhecimentos que os tornem capazes de atuar no meio social, em função das

necessidades econômicas, sociais e políticas da coletividade. Para tanto, faz-se

necessário um conhecimento sólido da realidade sobre o processo de transformação

da natureza, da sociedade e do homem e, assim, compreender em que consiste o

conhecimento humano, sua especificidade, a educação e seu papel social. De

acordo com Saviani,

“é preciso compreender a realidade enquanto processo em movimento, enquanto um processo contraditório e dialético em que o todo não se explica fora das partes e as partes não se compreendem fora do todo; portanto, é preciso agir sobre o todo agindo simultaneamente sobre as diferentes partes” (SAVIANI, 1991, p.55).

Neste sentido, faz-se necessário compreender que o processo educacional

apresenta um caráter dialético, dinâmico e ativo potencializado pelas relações

sociais. Sendo assim, a mobilização para a apreensão do conhecimento envolve os

aspectos pessoal, social e econômico, dialeticamente organizados, ou seja, para que

a ação educativa consiga mobilizar o indivíduo despertando-lhe o desejo de

aprender, faz-se necessário compreender a realidade e suas contradições.

Nesse sentido, a educação deve ser entendida como instrumento que

auxilie as pessoas a compreenderem que o conhecimento individual é importante,

mas é na coletividade que o saber se torna um instrumento de lutas contra um

sistema de dominação. Este processo educativo implica numa tomada de

consciência do homem enquanto agente de uma sociedade histórica e concreta.

Portanto, para que a educação possa alcançar seus objetivos, faz-se necessário

ultrapassar os limites do individual e se afirmar enquanto coletividade.

Para o professor Saviani (2005, p. 271), o enfrentamento dos desafios

postos à educação pública pela sociedade de classes passa do ponto de vista da

pedagogia histórico-crítica, pela luta por uma escola pública que garanta aos

trabalhadores um ensino de melhor qualidade possível nas condições históricas

18

atuais, entendida como um componente de luta mais ampla pela superação da

sociedade de classes.

É preciso que a categoria dos trabalhadores da educação se empenhe

diuturnamente na luta pela conquista de uma escola pública de qualidade para os

trabalhadores. Sendo esta um espaço para a apropriação dos conhecimentos

sistematizados, ou seja, dos conhecimentos históricos-científicos.

O direito à apropriação do conhecimento, muitas vezes, é negado ao

indivíduo pelo contexto histórico em seu entorno social, ideologizado por um sistema

de poder que inculca nas pessoas uma forma de ver e pensar a sociedade e mesmo

o homem, individualizado, como inertes à mudança.

Segundo BOFF, (2000, apud MARTINS, 2000, p.53):

“[...] a construção da cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e social e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. A realização se faz através de lutas contra as discriminações, da abolição de barreiras segregativas entre indivíduos e contra as opressões e tratamentos desiguais, ou seja, pela extensão das mesmas condições de acesso às políticas públicas e pela participação de todos nas tomadas de decisões.”

Desde a pólis ateniense, a organização da escola se dava sob a

dualidade de uma escola para livres (a este destinado o trabalho intelectual) e uma

escola para os não livres (destinados ao trabalho manual – trabalho físico). Mesmo

na atualidade, a escola pública tem sofrido pressão para atender ao sistema

capitalista que cada vez mais necessita de mão de obra para o seu funcionamento.

Para Mészáros (2005) a universalização da educação – tema tão freqüente nos

discursos reformistas da educação a partir dos anos 1990 – só poderá ocorrer com a

universalização do trabalho, pois tais dimensões têm caráter indissociável.

Uma prática pedagógica, nesse sistema capitalista, pode distorcer a

historicidade do homem e desumanizá-lo. No entanto, uma educação voltada para a

luta política, em que as relações de poder e as ideologias são geradas nas

contradições e conflitos da realidade, possibilita ao ser humano as condições de

liberdade, e envolvimento com o mundo em movimento, aprimorando e

aprofundando a existência humana.

O desafio que se coloca hoje para a educação escolar é romper com as

barreiras da dualidade e dos preconceitos ofertando uma educação de efetiva

apropriação de conhecimentos historicamente poduzido pela humanidade. Para que,

19

o indivíduo a partir dessa apropriação, possa exercer seu direito de cidadania, uma

vez que o conhecimento científico é uma das exigências do e para o ser humano.

Para tanto, alguns conceitos devem ser evidenciados na prática escolar,

segundo ALENCAR, (2003, p.47) “educação é cultura e ideologia, e pode servir para

aproximar e/ou afastar pessoas e classes sociais”. A cultura de uma sociedade

reúne significados comuns aos grupos pertencentes a esta mesma sociedade,

portanto a educação prende-se às culturas produzidas pelas sociedades. Não

concerne, a escola, porém manipular ou controlar um único padrão de cultura como

o “socialmente aceitável” em detrimento dos demais.

O respeito à pluralidade das culturas nascidas na sociedade e a rejeição

ao apego exagerado às determinadas culturas deve ser a prática e a orientação

imprescindíveis do trabalho docente. A ninguém deve ser conferida superioridade

cultural inata sobre a cultura do outro. A escola enquanto local e o professor

enquanto agente, ambos socializadores do conhecimento, devem respeitar a

pluralidade das culturas, seja ela advinda popular ou erudita.

Conforme afirma Saviani (1991, p.15) “[...] o saber que diretamenta

interessa à educação é aquele que emerge como resultado do processo de

aprendizagem, como resultado do trabalho educativo”.

No entanto, a instituição escolar precisa proporcionar conhecimento

reflexivo e crítico da arte, da ciência, da tecnologia e da história cultural, não só

como produto alcançado pela humanidade em seu devir sócio-histórico, mas

principalmente como instrumento, procedimento de análises de transformação e

criação de uma realidade natural e social concreta. Logo, cabe a educação escolar

assumir-se como instituição oficial que tem como função primordial contribuir com a

formação integral do homem em suas dimensões social, cognitiva, afetiva, política e

humana. Pensando no homem como produto das relações histórico sociais, temos

que entender as várias fases do desenvolvimento humano. Como recebemos alunos

com idade a partir dos 13 anos, trabalhamos especificamente com adolescentes há

a necessidade de refletir um pouco mais a respeito desta etapa do desenvolvimento,

onde o sujeito não é mais criança, no entanto, ainda não é adulto. Sendo a

adolescência uma etapa intermediária do desenvolvimento humano, esse período é

caracterizado por diversas transformações hormonais, corporais e comportamentais.

20

O Estatuto da Criança e Adolescente ( Lei no 8.069 de 13/07/90) no artigo 2°

estabelece a idade dos doze aos dezoito anos como período da adolescência,

distingue criança de adolesceste como etapas distintas do desenvolvimento

humano. Independentemente se o indivíduo é criança, adolescente ou adulto todos

têm seus direitos constitucionais garantidos, no entanto, há necessidade de se ter

atenção especial à criança e ao adolescente por estarem em pleno desenvolvimento

das faculdades mentais, intelectuais e cognitivas.

Segundo Quadros, (2009, p. 58), os adolescentes são:

Fruto da revolução tecnológica e da globalização, eles formam a geração

definida por especialistas do “tudo-ao-mesmo-tempo-e-agora”. São capazes

de realizar várias atividades ao mesmo tempo (as relacionadas ao estudo

nem sempre a contento), pois celular, iPod, computador e videogame

praticamente viraram extensão de seus corpos e sentidos. Enfim, é uma

geração que vive em rede, com tudo que isso significa. São muito concretos

em relação a dinheiro e trabalho, mas com poucos sonhos e virtuais nos

prazeres que deveriam ser reais (Buchalla,2009).

Atendendo a especificidade citada, o docente deve compreender que a fase

da adolescência requer do educador postura pedagógica mediadora, segura,

determinada e sistematizada, onde o ensinar, além de compromisso sério, também

deverá ser prazeroso e significativo. O docente também deverá trabalhar com

conceitos pertinentes à ética, responsabilidade e limites como atribuições dos

discentes, visando que nossos alunos, em sua grande maioria, acabam tendo

contato com esses princípios no ambiente escolar.

Quanto aos funcionários, também lhes compete visão sobre o tratamento

também disciplinar aos adolescentes, com cobranças justas, limites ponderados e

capazes de contribuir para com sua formação cidadã. Vale ressaltar a

ressignificação do papel dos funcionários escolares ocorridos nos últimos tempos,

que os transforma em educadores não-docentes, o reconhecimento, por si e pelo

outro, do caráter pedagógico imbuídos em suas funções, caracterizam o nascimento

das novas identidades funcionais. Para isso, os funcionários, conscientes de seu

papel de educadores, precisam construir a sua nova identidade profissional, isto é,

ser profissionalizados, recebendo formação inicial e continuada tanto quanto os

professores, e responsabilizando-se pelos resultados referentes ao processo de

ensino e aprendizagem.

21

6.1 Avaliação

A avaliação é uma prática pedagógica entendida por uma concepçao

diagnóstica, contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período

sobre os de eventuais provas finais.

Sendo assim, é compromisso desta escola ir além dos momentos

pontuais de avaliação de provas para atribuir notas, registrar, constatar, verificar,

medir, classificar, ou seja, a nota deve ser a expressão da aprendizagem do aluno,

tendo como objetivo diagnosticar a apropriação efetiva dos conteúdos trabalhados.

Este passa ser o momento em que o professor analisa o seu trabalho e a

aprendizagem dos alunos para possíveis retomadas dos conteúdos, de recuperação

de estudos e a reavaliação. De acordo com a LDB 9394/96, inciso III e IV do artigo

13, “é incumbência dos docentes zelarem pela aprendizagem dos alunos”, e

estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento.

Pedro Demo, (2002, p. 02, 03) na introdução de seu livro Mitologias da Avaliação, diz que

“avaliação só faz sentido se favorecer a aprendizagem. Todavia, não se

realiza aprendizagem qualitativa, sem avaliar. Quando se combate o tom classificatório, [...] pretende-se, no fundo, superar abusos da avaliação, no que estamos todos de acordo, mas não se poderia retirar daí que avaliação, de si, não é fenômeno classificatório. Será mister distinguir acuradamente entre abusos da classificação, de teor repressivo, humilhante e punitivo, e efeitos classificatórios implicados em qualquer processo avaliativo, também quando dito qualitativo.”

É importante destacar que a avaliação não pode ser analisada fora do

contexto das ações didático-pedagógicas, ou seja, do processo ensino-

aprendizagem, pois a avaliação representa o resultado do trabalho docente. O

sentido dado pelo professor à avaliação está relacionado "a sua concepção de

educação, de homem e de sociedade.

Segundo Vasconcelos (2005, p.57):

“O conhecimento não tem sentido em si mesmo: deve ajudar a compreender o mundo, e nele intervir. Assim sendo, o papel da avaliação no processo escolar é ajudar a garantir a formação integral do sujeito pela mediação da efetiva construção do conhecimento, a aprendizagem por todos os alunos.”

22

Luckesi (2005, p.172, 173) define a avaliação escolar como “ato amoroso,

no sentido de que avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo”.

Tendo por base acolher uma situação, para então ajuizar a sua qualidade, para se

necessário dar suporte de mudança, tendo por objetivo a inclusão e não a exclusão.

A avaliação escolar tem por princípio auxiliar os educandos no

desenvolvimento de uma autonomia intelectual, com ações pedagógicas que

agucem a curiosidade, o espírito de pesquisa, o diálogo, a comunicação, assim

dando oportunidade para apropriação dos conteúdos científicos, ou seja, a

apropriação dos conhecimentos historicamente construídos pela humanidade.

Portanto, se o professor tem clareza da função social da escola pública

há de concordar com a reflexão de Saviani (1991, p. 22, 23), de que

“A escola tem a ver com o problema da ciência. Com efeito, a ciência é exatamente o saber metódico, sistematizado, ou seja, a escola existe, pois, para preparar a aquisição dos instrumentos que possibilitam ao acesso do saber elaborado, bem como ao próprio acesso aos rudimentos desse saber. As atividades da escola básica devem se organizar a partir dessa questão”.

Desse modo, as avaliações através de provas objetivas e dissertativas,

seminários, pesquisas, aulas práticas, tarefas entre outros instrumentos, que são

utilizados no processo de ensino e parendizagem, deverão refletir as concepçoes

teóricas fundamentadas neste Projeto Politico Pedagógico, sendo assim, as

atividades docentes e discentes, em sala de aula, tem os seguintes fins a

apropriação dos conhecimentos científicos como instrumento de intervir na

realidade.

23

7. MARCO OPERACIONAL

O Colégio Estadual Chateaubriandense, fundamentado em ideias

progressistas, vê a educação, não como a única alavanca para a transformação

social, mas acredita que através de uma prática crítica e reflexiva construída nos

embates coletivos é possível democratizar o conhecimento sistematizado,

permitindo às classes populares o acesso ao saber histórico-científico por acreditar

numa escola que luta pela oportunidade de igualdade a todos, por isso traz neste

Marco propostas condizentes com este ideal.

Além da formação continuada proposta pela SEED, das Semanas

Pedagógicas e dos grupos de estudos, o Colégio Chateaubriandense tem o

privilégio de ter no quadro, professores PDE (Programa de Desenvolvimento

Educacional), que vêm desenvolvendo seus projetos voltados para a formação de

professores por meio de grupo de estudo, tendo como parceira a UNIOESTE, como

também as propostas desenvovlidas com os discentes. Isso, na prática, vem

auxiliando na formação dos professores e equipe pedagógica e despertando união

entre os pares, ou seja, fortalecendo para as dicussões coletivas e o enfrentamento

na luta por políticas públicas educacionais que ofereçam condições para uma

educação pública de qualidade.

Para verificação dos resultados do aproveitamento escolar em cada

semestre faz-se necessário atingir oito pontos (8,0) referentes aos conteúdos

específicos da disciplina e dois pontos (2,0) referentes a: participação na elaboração

de atividades didático-pedagógicas; participação em eventos pedagógicos

propostos pelo Colégio, conforme calendário escolar; realização de tarefas,

pesquisas e apresentação de trabalhos.

Dentre as avaliações realizadas durante o semestre o professor deverá

variar o instrumento de avaliação no mínimo em três momentos distintos, atendendo

as especificidades de todas as disciplinas, conforme Plano de Trabalho Docente e

Regimento Escolar.

Quando o aluno não atingir rendimento satisfatório no final do semestre,

mesmo após a recuperação permanente e contínua, será ofertada oportunidade de

recuperação de estudos, através de teste escrito no valor de (8,0) oito pontos.

No decorrer do semestre, a equipe pedagógica faz o acompanhamento

pedagógico individual do aluno, orientando a respeito do rendimento escolar, como

24

participa aos responsáveis, sobre os encaminhamentos necessários para o bom

aproveitamento escolar dos educandos. Esta parceria da familia contribui para que o

aluno se aproprie do conhecimento histórico-científico e também, a formação integral

do sujeito nas dimensões ético, sócio, político e cultural a partir de segmentos

interessados para este fim, no caso, a família e a escola.

O Conselho de Classe representa o momento em que professores,

direção e equipe pedagógica discutem a aprendizagem e/ou a não aprendizagem

dos alunos, os encaminhamentos metodológicos do professor e da equipe

pedagógica, apoio pedagógico da direção, interesse e participação dos alunos, bem

como pontuar as dificuldades que o corpo docente vem enfrentando para ministrar

suas aulas, e juntos buscarem alternativas para o enfrentamentos dos probelmas

detectados.

No Colégio Estadual chateaubriandense durante o Conselho de Classe,

os professores têm oportunidades para relatarem e debaterem com seus pares

sobre o desempenho e o rendimento escolar no processo ensino-aprendizagem.

Discute-se também os procedimentos metodológicos do docente, os instrumentos e

critérios de avaliação, participação dos alunos, realizaçao de tarefas e trabalhos,

atrasos e indisciplina. Diante do levantamento do Conselho de Classe são feitos os

encaminhamentos pedagógicos de acordo com o perfil das turmas, que vão desde

palestras e dinâmicas sobre questões emergentes levantadas até a metodologia do

professor e responsabilidades do aluno.

Após o Conselho de Classe, a direção, equipe pedagógica, professores,

alunos e pais reunem-se para discutirem ações de enfrentamento dos problemas

identificados no Conselho de Classe. A equipe pedagógica expõe a todos os intens

do encaminhamento pedagógico que deverão ser cumpridos a fim de melhorar o

processo de ensino aprendizagem.

Ainda pensando o processo ensino aprendizagem, além da devolutiva nas

reuniões pedagógicas, pré-conselho e pós-conselho de classe, os professores

pedagogos orientam individualmente os alunos e família e assessora,

pedagogicamente, os professores

Uma gestão escolar se justifica como democrática quando os atores do

ato educativo participam ativamente das discussões e tomadas de decisões da

gestão escolar. A efetiva participação dos órgãos colegiados representa a

25

democratização do exercício de poder no que se refere às determinações à cerca da

política educacional.

Os órgãos colegiados são condições indispensáveis para a

implementação das ações escolares. Portanto, a atuação da APMF (Associação de

Pais, Mestres e Funcionários) como representante das inquietações de seus

membros, permite refletir sobre o caminhar do trabalho na escola e atuar para

garantia da qualidade do ensino.

Os Conselhos Escolares e de Classe são os eixos articuladores da

comunidade escolar e têm como um de seus objetivos centrais e comuns, o

acompanhamento e avaliação do trabalho pedagógico, realizando intervenções

necessárias, constituindo-se então em órgão fundamental para a efetivação dos

propósitos do colégio com vistas a uma educação de qualidade.

O Grêmio Estudantil, enquanto representante do corpo discente,

preservará os interesses dos alunos do Colégio, sendo o defensor da democracia

por meio de participação efetiva de seus membros nas tomadas de decisões que

lhes competem.

É imprescindível para a efetivação de uma prática pedagógica numa

escola pública de qualidade que a gestão se faça de forma democrática com

participação efetiva de seu colegiado na definição dos rumos da política educacional

no Colégio.

Nos cursos técnicos do profuncionário o acompanhamento dos cursistas

pelo tutor será feito tanto nos encontros presenciais realizados no Colégio aos

sábados e o atendimento à distância é realizado por meio das tecnologias

disponíveis sendo que os professores tutores tem uma carga horária disponível para

o atendimento individualizado conforme cronograma divulgado aos alunos.

O Colégio Estadual Chateaubriandense desenvolve durante o ano letivo

várias atividades pedagógicas extraclasse oferecendo aos educandos oportunidade

de apropriação de conhecimentos diversificados. Dentre eles:

Festival Artístico (FACEC) que propõe aos alunos atividades para

despertar os saberes, envolvendo as diversas linguagens, desenvolvendo a

sensibilidade e os fazeres artísticos. Assim, os alunos podem expressar de forma

criativa, sensível, imaginativa e estética, as ideias e emoções, valorizando

principalmente a cultura brasileira.

26

Os Jogos Escolares ofercem aos alunos atividades que contribuem para

o desenvolvemento integral do aluno como ser social autônomo e democrático,

estimulando o pleno exercício da cidadania através do esporte.

Os alunos também participam dos Jogos Colegiais do Estado do

Paraná com objetivo de oportunizar o intercambio social, despertando o gosto pela

prática dos esportes, com fins educativos e formativos.

O colégio proporciona aos alunos palestras com temas diversificados,

como também visitas às Universidades objetivando orientar os formandos sobre as

profissões da atualidade e os cursos que são oferecidos pelas universidades

particulares e públicas.

Como parceira, temos o Centro Técnico Educacional Superior do Oeste

Paranaense que oferece aos alunos curso de contraturno com os acadêmicos, os

quais auxiliam os alunos em dificuldades relacionadas ao conteúdo.

Aos alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem em qualquer

disciplina, professores com auxilio da equipe pedagógica, organizam monitorias no

contraturno, também são orientados a formarem grupos de estudos além do espaço

escolar.

O colégio também oferta o Centro de Estudos de Língua Estrangeira

Moderna (CELEM) na disciplina de Espanhol em período contraturno, onde os

alunos matriculados têm a oportunidade de aprender outra língua.

Tendo objetivo de propiciar aos educando ações pedagógicas para

auxiliar na compreensão da relação entre teoria e prática, o curso de Formação de

Docentes desenvolve os seguintes projetos:

No início do ano letivo para recepcionar os discentes do primeiro ano e

esclarecer a respeito dos objetivos do curso é realizada a “Aula Magna”

com palestra e apresentações.

O projeto “Resgate da Cultura Popular Brasileira” é desenvolvido em

julho com comidas típicas, danças, música referentes à cultura popular

brasileira.

Na semana do excepcional, na disciplina de Prática de Formação, é

organizado ciclo de palestras com profissionais da área.

Ainda na disciplina de Prática de Formação, na semana das crianças,

as alunas acompanhadas pelos professores desenvolvem com os alunos

27

da Educação Infantil e Ensino Fundamental Anos Iniciais atividades de

lúdicas pedagógicas.

A proposta de iniciação a pesquisa, através da produção de artigo de

opinião é realizada no último ano, contando com a participação dos

professores do curso e de pedagogos da escola como orientadores.

II Mostra Pedagógica abrangendo as dimensões cientifico, cultural e

social com trabalhos pedagógicos desenvolvidos nas disciplinas de

Metodologias e demais disciplinas do curso. A mostra é aberta aos pais,

alunos do Ensino Fundamental e acadêmicos do Curso de Pedagogia.

Confraternização (Bota-fora) para os formandos com a participação de

todos os alunos do curso, corpo docente, coordenação, equipe

pedagógica, funcionários e direção.

28

REFERÊNCIA

ARROYO, Miguel G. Imagens quebradas: trajetórias e tempos de alunos e mestres. 2004. BOFF, Leonardo. Cidadania com: cidadania, cidadania nacional e cidadania terrenal. In: Depois de 500 anos: que Brasil queremos?/ Leonardo Boff. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. DEMO, Pedro. Mitologias da avaliação: de como ignorar em vez de enfrentar problemas. 2ª ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. FREIRE, P. Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 2001. FRIGOTTO, G; CIANATTA, M; RAMOS, M. (orgs.). Ensino médio integrado: concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2005. ISTVÁN, Mészáros. Educaçao para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005. LIBÂNEO, José Carlos. Didatica. ed. Cortez, 1994. PARANÁ. Primeiras reflexões para a reformulação curricular da educação básica no estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2004. PIMENTA, S.G. A organização do trabalho na escola. In: Revista da Ande, São Paulo, nº 11. P. 29-36, 1986. SACRISTIAN, J.G. A educação obrigatória: Sem sentido educativo e social. Trad. Jussara Rodrigues, Porto Alegre: Artmed, 2001. SAVIANE, D. Pedagogia histórico crítico: primeiras aproximações. São Paulo: Cortez, 1992. SEVERINO, A.J. Educação, sujeito e história. São Paulo: Olho d’ Água, 2001. SILVA, T. T. Documento de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autentica. 1999. QUADROS, E.A. Psicologia e Desenvolvimento Humano. Sergraf-Ltda Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Fundamentos Teóricos–Metodológicos das Disciplinas da Proposta Pedagógica Curricular, do Curso de Formação de Docentes – Normal em Nível Médio. SEED; Superintendência da Educação;Departamento de Educação e Trabalho.Pr. 2008. Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, m nível Médio, na Modalidade Normal. SEED; Superintendência da Educação; Departamento de Educação Profissional.Pr. 2006.

29