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COLEÇÃO DE CALÇADOS INSPIRADO NAS OBRAS DA ARTISTA EMILY VALENTINE FOOTWEAR COLLECTION INSPIRED IN THE WORKS OF THE ARTIST EMILY VALENTINE Bruna Laís Grein 1 Taiza Kalinowski 2 Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar o levantamento teórico e as pesquisas que serviram de base para o desenvolvimento de uma coleção de calçados para a marca Lagg, com na diferenciais vanguardista e do luxo, foi escolhido como tema de inspiração as séries Dog Flu e Dog the Bird da artista Emily Valentine. Tendo como público alvo, mulheres jovens atentas a moda, independentes, femininas e sofisticadas, as quais se destacam pelo seu estilo diferenciado e colocam o calçado como parte essencial do seu look. Interando-se do cenário calçadista, do seu público e das tendências de inverno 2010, utilizando uma metodologia baseada em Santos (2005) e Keller (2004) a fim de suprir as particularidade desse projeto, podendo cumprir os objetivos propostos. Palavras Chave: calçado; design; penas e arte. Abstract This article aims to present the theoretical approach and the research that formed the basis for the development of collection of shoes, based on the vanguard differentiation and luxury, was chosen as the theme of inspiration series Dog Dog Flu and the Bird of artist Emily Valentine. Having as target audience, young woman that like a fashion, independent, feminine and sophisticated, which stand out for their distinctive style and put the shoes as an essential part of your look. Take an interest in the footwear scene, the audience and trends winter 2010, using a methodology based in Santos (2005) and Keller (2004) in order to meet the particularity of this project can meet the objectives. Keywords: shoes; design; feather and art. 1 Graduanda em Design de Moda - Universidade do Vale do Itajaí. Email: [email protected] 2 Professora Orientadora parte do corpo docente do Curso de Design Moda UNIVALI. Pós Graduada em Comunicação e Marketing de Moda Anhembi Morumbi. Email: [email protected]

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COLEÇÃO DE CALÇADOS INSPIRADO NAS OBRAS DA ARTISTA EMILY VALENTINE

FOOTWEAR COLLECTION INSPIRED IN THE WORKS OF THE ARTIST EMILY

VALENTINE

Bruna Laís Grein1 Taiza Kalinowski2

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar o levantamento teórico e as pesquisas que serviram de base para o desenvolvimento de uma coleção de calçados para a marca Lagg, com na diferenciais vanguardista e do luxo, foi escolhido como tema de inspiração as séries Dog Flu e Dog the Bird da artista Emily Valentine. Tendo como público alvo, mulheres jovens atentas a moda, independentes, femininas e sofisticadas, as quais se destacam pelo seu estilo diferenciado e colocam o calçado como parte essencial do seu look. Interando-se do cenário calçadista, do seu público e das tendências de inverno 2010, utilizando uma metodologia baseada em Santos (2005) e Keller (2004) a fim de suprir as particularidade desse projeto, podendo cumprir os objetivos propostos. Palavras Chave: calçado; design; penas e arte.

Abstract

This article aims to present the theoretical approach and the research that formed the basis for the development of collection of shoes, based on the vanguard differentiation and luxury, was chosen as the theme of inspiration series Dog Dog Flu and the Bird of artist Emily Valentine. Having as target audience, young woman that like a fashion, independent, feminine and sophisticated, which stand out for their distinctive style and put the shoes as an essential part of your look. Take an interest in the footwear scene, the audience and trends winter 2010, using a methodology based in Santos (2005) and Keller (2004) in order to meet the particularity of this project can meet the objectives. Keywords: shoes; design; feather and art.

1 Graduanda em Design de Moda - Universidade do Vale do Itajaí.

Email: [email protected] 2 Professora Orientadora – parte do corpo docente do Curso de Design Moda – UNIVALI. Pós

Graduada em Comunicação e Marketing de Moda – Anhembi Morumbi. Email: [email protected]

1 INTRODUÇÃO

Estudos apontam que o homem criou roupas utilizando pele e couro dos animais

que abatia, logo encontrou outra utilidade para tais materiais, uma delas foi envolver

os pés, com uma espécie de bota, atadas ao pé e a perna, com intuito de proteção,

devido à vida nômade que os seres humanos primitivos levavam. (PULS, 2003,

p.36).

A evolução do calçado acompanhou a dos homens e a da moda, sua estrutura

cumpriu sua funcionalidade e até serviu como distinção social em alguns séculos.

No âmbito feminino, após permanecer totalmente coberto pelos volumes das saias

por muito tempo ele apareceu e se destacou junto com a independência das

mulheres. Conforme as bainhas foram subindo, inversamente proporcional, o

calçado foi se destacando, acompanhante fiel das mulheres, eles as levaram para o

passeio, para o trabalho proporcionado beleza, estilo e conforto durante as

conquistas femininas.

Hoje, eles deixam a prateleira dos acessórios para ser parte principal de um look. De

beleza estonteante, um belo par de sapatos causam desejo indescritível para o seu

público, esse consumidor valoriza um design diferenciado, seu material, seu

acabamento, sua produção, como também as suas expectativas. Caracterizado pelo

seu gosto diferenciado, esse público aprecia formas e materiais inusitados, e segue

na busca pelo novo e inusitado.

O mercado calçadista brasileiro está em ascensão, segundo Wamburg (2009),

exporta hoje 800 milhões pares/ano e consome 70% do que se é produzido, sendo

que o maior nicho de mercado é a do público feminino. Atualmente é o 3º maior

produtor de calçado do mundo e conforme previsão da Abicalçados (2009), em 2010

o país poderá ocupar o 4° lugar na exportação do produto, tomando o atual lugar

da Itália. Com dados da ascensão da produção calçadista brasileira, pode-se

comprovar a real contribuição para o país.

Há uma necessidade de se ter algo novo nesse ramo, acompanhando o nível de

diferenciação dos produtos internacionais, saindo da padronagem comercial que

ocorre nesse segmento. Utilizando o design para agregar valor ao produto e com

isso obter um retorno financeiro favorável, assim sobrevivendo à concorrência no

mercado.

Vendo o crescimento do ramo no país, pode-se justificar esse projeto junto ao

interesse da autora por esse segmento da moda, o qual foi desencadeado pela

experiência dentro da academia, bem como por seu conhecimento prático na

fabricação através do estágio realizado em uma fábrica de calçados.

Este artigo tem como intuito esclarecer as bases de pesquisa para o

desenvolvimento de uma coleção de calçados inverno 2010, e que atenda ao desejo

da consumidora que preza o design autêntico, inovador e exclusivo, imprimindo seu

estilo ao produto, essa pesquisa reunirá assuntos pertinentes a moda vanguardista e

ao consumo de luxo, como também informações sobre o mercado e o público alvo

referentes ao projeto. Para tal, foi utilizado uma metodologia adaptada de Santos

(2005) e Keller (2004), atendendo de forma flexiva e consistente as particularidades

desse projeto.

Como inspiração para o desenvolvimento da coleção buscou-se nas obras de arte

de Emily Valentine, elementos que enriquecerão os modelos oferecendo uma gama

de possibilidades quanto às formas, materiais e cores. Suas obras causam polêmica

quanto à origem da matéria prima utilizada, porém seus cachorros alados das séries

Dog Flu e Dog the Bird são, visivelmente, dóceis e lindos.

2 METODOLOGIA

A necessidade de optar por uma metodologia projetual testada a ser seguida, deve-

se ao fato de ter uma forma lógica de obter melhores resultados, em tempo hábil,

evitando erros ao longo do projeto. Segundo Munari (1998, p.11), o método de

projeto não é mais do que uma série de operações necessárias, disposta em ordem

lógica, ditado pela experiência, seu maior objetivo é o de atingir o melhor resultado

com menor esforço.

Sabendo dos benefícios do uso de uma metodologia, para este projeto tendo em

vista a experiência adquirida através do uso de metodologias projetuais ao longo do

curso de Design de Moda optou-se em desenvolver uma proposta baseada em

Santos (2005), o qual propõe o MD3E3 juntamente com a proposta desenvolvida por

Keller (2004), que consiste em 4 etapas direcionada para o planejamento de coleção

de moda.

Santos (2005) sugere o início do projeto partindo de um problema/necessidade, que

logo se desdobra em três etapas principais: a Pré-Concepção (que abrange a

planejamento do projeto, a análise do problema e os atributos do produto), a

Concepção (que inclui neste item a geração de alternativa, os caminhos criativos e a

seleção e adequação) e por fim, a Pós-Concepção (que traz os processos

produtivos, o mercado e os sub-sistema/componentes). Esse método tem como sua

principal característica a flexibilidade e a sua forma de disposição radial.

Já a proposta metodológica de Keller (2004), que tem como foco o planejamento de

coleção mais voltado para a moda, parte da escolha de um tema, e se divide em

quatro etapas a Pesquisa, o Portfólio da Coleção, o Desenvolvimento da Coleção e

por fim, o Composto Mercadológico.

Tendo em vista a colocação de Munari (1998, p.11), que o método de projeto, para o

designer, não é absoluto, nem definitivo, pode ser modificado caso ele encontre

outros valores objetivos que melhorem o processo. Definiu-se então utilizar os dois

métodos de forma a transformá-los em uma metodologia que integre os itens mais

importantes do projeto de moda a fim de suprir as particularidades desse projeto.

Conforme pode se observar o fluxograma apresentado na figura 01 o processo

começa na definição de uma problemática/necessidade, logo se divide em três

etapas principais, sendo ela a Pré-Concepção, Concepção e a Pós- Concepção, as

quais se interligam para maior flexibilidade, sendo realizadas paralelamente,

conforme necessidade do projeto.

3 Método de Desdobramento em 3 Etapas

Durante a Pré Concepção, define-se um tema seguindo para a pesquisa

bibliográfica, a qual consiste no estudo em materiais já elaborados, como livros e

artigos científicos, e a pesquisa de campo, esta pode ser qualitativa ou quantitativa,

analisando o estudo a partir de entrevista, a qual deve ser orientada para um

objetivo definido: recolher, através do interrogatório do informante, dados para a

pesquisa, revelando itens e estatísticas importantes para o conhecimento do público

alvo.

Na Concepção, obtém-se a conceituação do projeto, define-se o mix de coleção, no

qual concentra os materiais, as cores, os aviamentos e as construções que serão

utilizados, dando sustento para a geração de alternativa.

Por fim, na Pós Concepção, ela se divide em desenvolvimento do produto, o qual

materializa os modelos da coleção e atributos mercadológicos, parte da identidade

visual da marca e todos os elementos necessários para o lançamento da coleção no

mercado.

Figura 01: Metodologia de Projeto Adaptada de Santo(2005) e Keller(2004)

Fonte: Santo (2005) e Keller (2004)

Para auxiliar o desenvolvimento das etapas descritas anteriormente, serão utilizadas

algumas técnicas e ferramentas projetuais, tais como Painéis Semânticos que

consiste em ilustrar itens como público alvo, conceito e temática, o PFFOA que

busca identificar os Pontos fortes, Franquezas, Oportunidades e Ameaças sendo

aplicado na pesquisa referente aos concorrentes. Além destes serão utilizados o

Brainstorming que auxiliará na concepção da marca, e o M.E.S.C.R.A.I4 na etapa de

conceituação, podendo assim dar mais alternativas de idéias durante a geração de

alternativas da coleção. (BAXTER, 2003).

3 DESENVOLVIMENTO

Nesta seção se encontra os itens pesquisados, tanto na pesquisa

bibliográfica, quanto na de campo. Esta ocorre a fim de explanar sobre os assuntos

pertinentes ao tema desse projeto, abrangendo o público alvo e o mercado.

3.1 Vanguarda na Moda

A Vanguarda é carregada de significados usada em diversas áreas. A definição

dessa palavra é tratada como movimento científico, artístico, cultural com caráter

inovador. Esse termo traz adjetivos como autenticidade, inimaginável, a frente da

atualidade, tecnológico e inovador.

A originalidade é a sua busca constante, se propondo a sempre fazer algo novo,

inusitado, jamais visto o novo por si, isto faz parte do universo vanguardista. Essas

características permeiam vários nichos como, por exemplo, o campo da arte, da

arquitetura e também o da moda. Na moda Jones (2005), define vanguarda como

moda ou conceito que está à frente de seu tempo. Após definido o que é vanguarda,

podemos ver a intrínseca relação com a moda, sendo que ambas correm na busca

incessante pelo novo.

Observando a cronologia da moda, pode-se constatar um movimento surgido

durante na década de 70, os quais se denominaram hippies. A base desse

movimento era o desprendimento do sistema capitalista. Um grupo de jovens que

4 Termo que significa: Modifique, Elimine, Substitua, Combine, Rearranje, Adapte e Inverta

não aderiram aos padrões estéticos da época, com isso gerou um movimento anti-

moda.

Antes dos anos 70, no decorrer dos anos 30, a sociedade se escandalizou com as

criações de Elsa Schiaparelli, com inspirações surrealistas, a estilista transformou

borboletas em botões e sapatos em chapéus. Outro designer de moda, que estava

além de seu tempo, foi André Courrèges, o qual em plena década de 60 constituía

coleções para mulheres do futuro. Suas criações se caracterizam pelo uso de

materiais sintéticos, metalizados. Segundo Garcia (2009), Courréges imortalizou o

espírito jovem através de suas garotas lunares, com botas e óculos grandes.

A anti-moda trazida pelos anos 70, Schiaparelli e o Courrèges, todos trazem de

alguma forma a vanguarda à tona. Os dois estilistas trazem em seu estilo as essas

características e a década de 70 por dar margem ao surgimento da diferenciação

que os hippies propunham. A moda vanguardista não almeja ser uma „anti-moda‟,

mas sim, a inovação e a autenticidade dentro do seu meio.

Figura 02: Vanguarda na Moda

Fonte: Acervo pessoal

Dentro do panorama da moda, a vanguarda traz suas definições genéricas, algumas

mais aprofundadas. Quando se pensa em criação de produto, tem que levar em

consideração, que implicitamente já ocorre a busca pelo novo.

Tomando as bases de um produto vanguardista, sendo ele inovador, exclusivo e

autêntico, aliado ao tipo de produção, agrega-se valor utilizando essas

características. Alguns desses produtos permeiam também a nova ótica do luxo,

trazendo materiais alternativos juntamente com design diferenciado.

3.2 Consumo de Luxo

Em uma sociedade capitalista, o consumo é inevitável. Supridas as necessidades

básicas de uma pessoa, adquirir bens de curta e longa duração se tornou

indispensável. Os seres humanos não sobrevivem apenas do necessário, precisam

mais do que o básico.

Conforme Freitas (2003, p.113), “vive-se um tempo em que a identidades se

configuram através do consumo e se depende do que se possui, ou do que se pode

chegar a possuir.”

Lipovetsky (1989), afirma que o consumo de luxo se dá apenas como forma de

distinção social entre os indivíduos. Desta forma, adquirir esses produtos evidencia o

ser humano dentro de sua sociedade.

Os valores ligados a esse segmento de mercado têm suas variáveis, como a sua

cultura, o grupo social a que pertence e sua família. Sendo assim os artigos de luxo

possuem vários significados, em diversos níveis de valores, os quais variam com o

tempo e a sociedade.

Sob os aspectos da imaterialidade, contudo, o luxo deixa de estar ligado à um objeto para associar-se à um signo, à um código, à uma valores étnicos e estéticos, aos saberes, ao conhecimento, ao reconhecimento, ao prazer e à satisfação, e até mesmo, à descrição, ao requinte e, portanto, à uma outro tipo de elegância. (BRAGA, 2006, p.100)

Esse assunto está ligado com a subjetividade, tornando-se muito relativo, por estar

também associado à qualidade, à diferenciação, à exclusividade, à satisfação

pessoal, ao desejo, ao sonho, ao quase inatingível, e sem dúvidas a admiração do

outro. Analisando de maneira geral, isso acarreta na elevação de custos desses

artigos.

O consumo do luxo e suas variáveis são de qualquer forma subjetivos, mas mesmo

assim movimenta um mercado em ascensão. Esse segmento segundo Faggiani

(2006) coloca o Brasil entre os dez países que mais consomem artigos de luxo, e na

América, perde somente para o berço do capitalismo, os EUA. Por isso, tem grande

importância na econômica nacional e mundial.

Há outra variante na atualidade, no que diz respeito a esse mercado, é o “Novo

Luxo”. Braga (2006) comenta que este termo, agrega preceitos, até então, fora

deste âmbito, valorizando a consciência e atitude ecológica, a liberdade, priorizando

segurança, conforto, praticidade, simplicidade, diversidade cultural, compromisso

social entre outros adjetivos, tudo isso cobrindo a anterior conotação do luxo.

O luxo contemporâneo é, portanto, um conceito mais flexível, que ultrapassa o poder econômico e que não se restringe apenas a uma classe elevada que já resolveu glamourosamente as suas necessidades básicas de prevenção e manutenção da saúde, de alimentação e de moradia. O luxo desloca-se ao que é inédito, ao que é pessoal, que se traduz como história pessoal e que se constrói pela criação de imagens. (VALESE, 2006.p.47)

Essa segmentação do luxo traz novas possibilidades para o design, podendo optar

por materiais alternativos, atendendo a forma de produção e diferenciando o

produto, não pensando somente na opinião alheia do status, mas formando o estilo

de forma inovadora e exclusiva do consumidor. Sob a ótica do novo luxo, a temática

escolhida fornecerá suas formas diferenciadas, seus materiais inusitados e sua

peculiaridade para a criação dos produtos.

3.3 Temática

A escolha de um tema para uma coleção serve como fio condutor de integração e

harmonia entre os produtos, deixando a essência de sua inspiração em todos os

itens (SANCHES, 2008).

Acompanhando o mundo da arte contemporânea, eis que surge uma artista que ao

mesmo tempo em que suas obras são dóceis e inofensivas, faz questionar a relação

entre homens e animais.

De origem australiana, Emily Bullock Valentine, declara em seu site5 que as penas

são sua pintura. Formada em Joalheria, pela Escola de Arte de Sydney, atualmente

se dedica paralelamente a outros ramos da arte. Por já ter trabalho com moda por

sete anos tem ligação estreita com esse universo, inicialmente criava bijuterias e

pequenas esculturas todas feitas com o uso de penas de pássaros e materiais

alternativos.

Figura 03: Obras de Emily Valentine

Fonte: www.emilyvalentine.com.au

Em 2007 ela foi convidada a expor seus filhotes recobertos com penas em uma feira

anual de cães em seu próprio país. Foi para esta feira que os primeiros animais

domésticos foram criados, a sua participação deu maior visibilidade para seus

trabalhos (BBC, 2009). Neste mesmo ano conquistou o Norseweart, Prêmio de Arte

na Nova Zelândia, com o Minah Collie da série Flu Dog .

5 www.emilyvalentine.com.au

Figura 04: Painel Obras Emily B. Valentine

Fonte: www.emilyvalentine.com.au

Os cachorros criados por Emily usam como base uma forma pronta de plástico para

depois aplicar a técnica desenvolvida de colagem das penas, os valores pagos por

essas obras caninas, segundo Askin (2009), giram em torno de mil dólares.

Olhando para estes pets, tão amigáveis e bonitos, nascidos de penas de animais

mortos, a polêmica entra em cena. A artista trabalha com penas há mais de uma

década, para coletar a matéria-prima primeiramente utilizava-se de animais mortos

pela estrada ou doados pelos seus amigos. Porém, ela não podia depender apenas

de atropelamentos e doações esporádicas. Por isso, uma nova fonte alternativa teve

que ser desenvolvida, uma polêmica máquina que captura e mata as aves por

asfixia.

As aves em questão são comprovadamente pragas na Austrália, esse pássaro de

origem indiana é conhecido como Myna. Na Índia, esses animais são tratados como

cães, enquanto os cães são selvagens, diferentes culturas, valores diferentes, essa

questão junta-se com tantas outras que Emily faz. Quando a sua arte necessita de

outras partes dos animais, como cabeça e garras, um taxidermista6 auxilia no

processo.

6 Profissional que trabalha com a técnica de empalhamento de animais.

Conforme ela escreve em seu próprio site, a intenção das obras é questionar a

relação dos seres humanos com os animais.

No meu trabalho, pretendo discutir como as atitudes de usar animais e partes de aves mudaram. E isto apenas por causa da moda, ou que a sociedade se torna mais solidária aos animais? Eu gostaria de estimular o espectador com a incômoda natureza da pluma, para questionar a nossa insensibilidade quanto ao tratamento de animais e pássaros, e perguntar como nós no sub-consciente classificamos os animais - animal de estimação ou de pragas, valor ou sem valor, ou bonito ou simples e o porquê. (VALENTINE, 2009)

Detentora de vários prêmios de arte tem suas obras expostas em várias galerias e

sempre participa de exposições em diversos lugares. Nesse ano, Emily se dedicou a

produção inspirada nos deuses egípcios, trazendo a cabeça do pássaro Myna e não

deixando de usar as apaixonantes penas. Na coleção, Mynah Messiah, a artista cria

a partir de corpos de Barbies juntamente com cabeças, penas e outros materiais,

transformando-as em símbolos faraônicos, trazendo a riqueza e o poder dos deuses,

questionando como seres humanos tratam do corpo e de como se valorizam acima

de outros animais. Essa coleção lhe rendeu uma exposição solo, no Tin Sheds

Gallery7, a figura xx, apresenta o folder desta exposição ocorrida no início de 2009.

Figura 05: Folder da Exposição Mynah Messiah e Dog dthe Bird

Fonte: www.emilyvalentine.com.au

Sua próxima exibição acontecerá entre 17 de setembro e 14 de outubro de 2009, na

Galeria Master Works na cidade de Auckland, na Nova Zelândia.Essa mostra será

solo e as obras apresentadas serão os cães, por isso foi intitulada, Dog the Bird.

7 Galeria de Arte da Universidade de Sydney

Focando nas séries de cachorros que Emily criou, este projeto poderá utilizar as

formas dos cães alados, variando em suas raças, doando suas diferentes formas

para as criações, atentando ao uso dos materiais alternativos que compõem sua

arte, assim como a gama de cores encontrada e a ousadia por ela proposta.

Figura 06: Painel Semântico da Temática

Fonte: Acervo do autor

Apesar de sua arte ser polêmica, a beleza e autenticidade de suas esculturas causa

a princípio estranheza, mas segundos depois cativam os apreciadores fazendo dos

cães voadores, um tanto quanto reais.

E é dentro deste contexto que a presente coleção de calçados proposta, usará os

elementos das obras, tais como as formas inusitadas dos cães, as misturas de

materiais, como couro, plástico e pena, e a sua paleta de cores, trazendo „asas‟ para

os sapatos.

3.4 Público Alvo

Conhecer e entender quem consumirá o produto é de fundamental importância,

assim como seu estilo de vida, seu comportamento e a sociedade que está inserido.

Freitas (2003) coloca que os consumidores de moda são seres humanos motivados

por necessidades intrapsicológicas e sócio-culturais. O consumo de artigos de moda

se dá conforme o seu autoconceito e também devido ao ambiente que o mesmo

vive. Aprofundar-se no mundo do consumidor em potencial, traz melhorias

essenciais na criação do produto, satisfazendo as expectativas do projeto.

Mulheres jovens, atentas ao mundo, decididas, independentes, estudadas,

consumista e que principalmente são marcadas pelo seu estilo diferenciado. São

ligadas à moda, mas sempre estão à frente dela, buscando no calçado a

diferenciação no look, como nas suas atitudes. Dando valor ao design, na sua

estética, funcionalidade, como também na sua forma de produção. Sua feminilidade

com ares de sofisticação e requinte traduzem essa mulher de personalidade

marcante.

Figura 07: Painel Semântico do Público Alvo

Fonte: Acervo do autor

Adentrando no mundo da consumidora em potencial, podemos assim seguir para a

pesquisa mercado, constatando os aspectos relevantes do panorama atual do

calçado.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DA PESQUISA

Nesta seção abordaremos conteúdos de fundamental importância para que

conheçamos o mercado calçadista, analisando o estado do design, os concorrentes

e interar-se do mundo do público alvo.

4.1 PESQUISA DE MERCADO

Itens relevantes do mercado, aprofundando-se e analisando o que há de mais

interessante quanto ao design, aos materiais e as tecnologias utilizadas hoje, a fim

de agregar valor ao que vai ser desenvolvido, podendo assim contribuir na criação

desse projeto

4.1.1 Estado do Design

O estado do design tem como finalidade fazer um levantamento de produtos

existentes no mercado, que apresentem características interessantes, ousadas e

inovadoras que serviram de referencia para o projeto, podendo assim agregar valor

ao mesmo.

Há algumas temporadas, os calçados vêm chamando muita atenção, devido à

ousadia em seu design e também na utilização de novos materiais. Isso só tende a

crescer, essa valorização instiga mais e mais produtos diferenciados. Para melhor

entender o mercado internacional e adentrar-se no nacional, foi optado analisar

separadamente esses dois mercados, desta forma várias marcas foram analisadas e

selecionadas para desta forma compreender o mercado que se pretende atingir com

este artigo, observando o estado do design internacional, o nacional e

especificamente elaborando um painel com modelos que levam penas em seu

cabedal.

Analisando o estado do design internacional, pode-se ver a atenção voltada a

desconstrução dos saltos de Marc Jacobs, o qual apresentou no inverno de 2008 o

mesmo invertido, o salto facetado de Roger Vivier conta com aviamentos grandes,

na desconstrução da meia pata no modelo desse verão da Versace, nos volumes de

adornos da Chloé e da Alberta Ferreti. O minimalismo de Yves San Laurent,

deixando a sandália em somente arestas e o desenho surrealista na sandália de

Pierre Hardy. Esta é apenas uma mostra desse mercado que possui tem muitos

produtos diferenciados.

Figuras 08: Estado Design Internacional

Fonte: Compilação de dados

Analisando o panorama do design calçadista nacional constata-se que muitas

marcas atuam com sucesso no mercado e se apresentam de forma inovadora e

inusitada seus produtos, pode-se ver a estamparia aplicado no modelo da Francesca

Giobbi, o salto diferenciado do Alexandre Herchovitch, o desenho orgânico usado

por Sarah Crofakiah, o solado diferenciado da Miezko, a mistura de cores da

Schultz e a meia pata da Dilly.

Figura 09: Estado Design Nacional

Fonte: Compilação de dados

Analisado estes dois segmentos do design, foi optado em realizar uma pesquisa

mais profunda de mercado em relação aos materiais, se restringindo ao uso de

penas e plumas no setor calçadista. Podemos ver o modelo do último verão da Louis

Vuitton com apelo étnico, com mais requinte a criação de Christian Louboutin

formando uma espécie de flor, no modelo de Givenchy a atenção está no tornozelo e

abaixo às plumas estão no peito do pé, na criação da Mai Lamore, as penas estão

cobrindo o calçado de forma delicada.

Figura 10: Estado do Design- Materiais

Fonte: Compilação de dados

Observando a crescente utilização das penas no calçado aliado a um design

diferenciado de forma sofisticada e elegante, pode-se acompanhar a tendência do

uso desse material alternativo. Porém observado apenas em produtos no mercado

internacional.

Visto o que o mercado oferece de mais diferenciado foi possível destacar os

possíveis concorrentes, analisando o que cada um possui de melhor e assim se

posicionar o produto de forma adequada neste segmento.

4.1.2 Concorrentes

Durante a pesquisa do estado do design, segmentado em internacional e nacional,

focando no mercado brasileiro foi constatado algumas marcas que concorrem com o

que esse projeto propõe. A importância de se conhecer o mercado, especialmente

seus concorrentes, a fim de agregar valores ao produto e se diferenciar dos demais.

Contudo, desde 1999, a marca gaúcha Louloux busca inspiração na arte e na cultura

para criar seus produtos, não segue tendências, mesclando o artesanal, materiais,

cores e tecnologias no desenvolvimento de seus sapatos. Possui uma loja própria

em Nova York e outra em Porto Alegre. O produto em si, traz a mistura gritante das

cores, solados arrojados, materiais texturizados, recortes e sobreposições dos

tecidos.

Figura 11: Louloux

Fonte: www.louloux.com.br

A designer Francesca Giobbi, trabalhou para grandes marcas como Prada, Gucci,

Armani e Sergio Rossi. No seu retorno ao Brasil, em 2003, abriu a marca que leva

seu nome é sinônimo de requinte e ousadia, possui loja próprias, no Rio de Janeiro,

em São Paulo e em Nova York, além de exportar para Itália, França, Espanha entre

outros. Não seguindo tendência, ela faz seu próprio estilo, colocando conforto acima

de tudo, por isso seus saltos não são muito altos, mas são trabalhados nas formas

ou no revestimento, enriquecido com bordados, estampas ou tachas.

Figura 12: Francesca Giobbi

Fonte: www.francescagiobbi.com.br

Do grupo Dass8, em meio a marcas esportivas, a Dilly nasceu em 1965, está atenta

a sofisticação, classe, qualidade e bom gosto, apresentando produtos seguindo as

tendências internacionais. Tendo como foco o mercado internacional, agora encara

o mercado brasileiro apostando em design e informação de moda aliada ao desejo

da consumidora. Seus saltos alto esculturais, com a mistura de materiais mostram a

sofisticação da marca.

Figura 13: Dilly

Fonte: www.dilly.com.br

8 O Grupo Dass Sport &Style atua no mercado calçadista terceirizando a produção de marcas renomadas como

Nike, Adidas e Oakley e possui a gestão das marcas Umbro, Fila, Tryon e Dilly.

Para se aprofundar nas marcas citadas acima e a forma em que elas concorrem

com o que este projeto propõe, foi aplicado o a ferramenta de projeto PFFOA

(Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidade e Ameaças) de Baxter (2003), como

mostra a seguinte imagem

Figura 14: PFFOA Fonte: Acervo do autor

Os melhores itens que a este projeto pode se ajustar para acompanhar o mercado é

focar no público que se quer atingir, manter o site atualizado deixando o cliente

ciente do que acontece com a marca, divulgar datas do lançamento das coleções e

investir em propaganda no mercado regional e nacional.

Esclarecido a posição que o projeto tomaria diante de seus concorrentes, as

vantagens e desvantagens diante do mercado, podendo se adequar ao que público

aprecia e consome e para tal foi feita a pesquisa de campo para adentrar o mundo

dessas mulheres.

4.2 PESQUISA DE CAMPO

Para conhecer profundamente o público alvo deste projeto, foi optado por uma

pesquisa qualitativa, realizada através de entrevista via email. Para a aplicação

desta entrevista foram pesquisadas e escolhidas mulheres que se identificam com o

público deste projeto. As mulheres escolhidas em sua maioria são autoras de blogs

nacionais sobre moda e/ou beleza, e possuem um estilo diferenciado

A entrevista foi realizada através da internet sendo enviadas ao todo para 27

mulheres, destas somente 10 responderam. As mulheres abordadas têm de 21 a 43

anos, porém todas têm um espírito jovem, abrangendo um público maior. Por terem

ligação direta com moda e beleza pode se constatar que a moda influencia o guarda

roupa da grande maioria, sendo assim todas utilizam maquiagem diariamente e

perfumes de marcas renomadas, comprovando a preocupação com a aparência. A

independência delas pode ser observada pelo fato de 70% possui carro e 80% tem

renda própria.

Sobre o estilo das entrevistadas, a grande parte se define como cool, seguido do

sofisticado e do básico, e 90% apreciam a utilização de materiais alternativos,

aplicado de forma sofisticada.

Os saltos preferidos são os que levam meia pata e o agulha. As marcas mais

lembradas são a Arezzo e a Schultz. Com relação aos designers de calçado mais

reverenciados são Yves Saint Laurent e Christian Louboutin.

Essas mulheres costumam freqüentar eventos culturais, como teatro, cinema,

exposições e eventos ligados à moda e todas costumam se atualizar lendo revistas

de moda e beleza. Dentre elas, 70% têm animal de estimação e o maior sonho de

consumo é a casa própria.

Com isso identificamos mulheres sofisticadas, altamente femininas, cuidadosas com

a sua aparência, independentes, atentas aos acontecimentos da moda e culturais,

abertas ao consumo de produtos com materiais alternativos, formadoras de opinião

sobre moda e /ou beleza e encontram no calçado a diferenciação do look.

5 CONCEITUAÇÃO

Nesta seção, pode-se compilar os resultados das pesquisas feitas para este projeto

em alguns termos, a fim de se obter uma identidade, uma ligação desde o começo

até o a finalização do mesmo.

Analisado a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo, bem como o público que

se quer atingir, podemos resumir em três palavras, são elas: diferenciado, feminino e

sofisticado. São as características principais que este projeto deve obter até o fim da

realização deste trabalho. Para ilustrar essas palavras, foi utilizado um painel

semântico, para esclarecer o conceito descrito.

Figura 15: Painel Semântico do Conceito

Fonte: Acervo do autor

Partindo deste conceito obtido ao longo das pesquisas, pode-se seguir para as

etapas seguintes da metodologia propostas sendo elas a concepção e pós

concepção. Juntamente com este artigo está disponível um memorial descritivo

apresentando todo o desenvolvimento do projeto.

5.1 RESULTADOS PARCIAIS DA COLEÇÃO

Baseado nas pesquisas apresentadas anteriormente, pode-se elaborar a concepção

da coleção. A primeira coleção da marca Lagg foi intitulada Feathers Lovers, é

composta de 18 modelos, divididos em seis linhas.

Retirando as linhas orgânicas das esculturas da artista Emily Valentine, como

também as cores, as formas e os materiais, tendo como foco inserindo as penas, ora

naturais ora estilizadas, ao calçado de forma sofisticada e diferenciada, sempre

atentos as tendências que o mercado propõe tanto em cores como também em

formas.

Figura 16: Produtos Desenvolvidos

Fonte: Acervo do Autor

Por apresentarem da melhor formas as características da coleção, estes foram os

quatros modelos escolhidos para confeccionar. A próxima etapa descrita na

metodologia utilizada é a pós-concepção, deixando a marca e os produtos aptos a

entrar no mercado.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalizando as etapas de pesquisas, obtendo subsídios para adentrar o cenário

calçadista, o público alvo, bem como seus hábitos de consumo, o tema de

inspiração e as bases vanguardista e do luxo, utilizando a metodologia adaptada de

Santos (2005) e Keller (2004) foi possível atingir os objetivos anteriormente

propostos.

Apresentou neste artigo as bases de uma proposta de uma coleção de calçados

femininos inspirados nas séries Dog Flu e Dog the Bird da artista Emily Valentine,

utilizando as penas. Este material alternativo, de forma sofisticada, ousada e

feminina foi aplicado em sandal boots, ankle boots e scarpins explorando o design

diferenciado saindo da padronagem encontrada no setor calçadista os quais atingem

público de classe A e B.

Para ter uma identificação visual foi desenvolvida a marca Lagg,podendo assim

obter um material de marketing como chaveiro, taloneira, sacos e caixas com o

logotipo da marca. A primeira coleção para a Lagg agrega algumas tendências do

inverno 2010, utilizando formas, materiais e cores das, abrindo caminhos para a

criação e a produção dos calçados.

Pode-se constatar um bom resultado durante a criação e a produção dos modelos

ao longo deste projeto e obteve-se os subsídios suficientes para a marca Lagg

adentrar-se no cenário calçadista de forma inovadora, disputando igualmente esse

mercado de forma positiva.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

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