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Maria Angelica Estella Kaspchak Cole9ao de cal9ados confeccionados com residuo de pneus inserviveis Coisa de Maria Curitiba UTP 2006

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Maria Angelica Estella Kaspchak

Cole9ao de cal9ados confeccionadoscom residuo de pneus inserviveis

Coisa de Maria

CuritibaUTP2006

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Maria Angelica Estella Kaspchak

Colegao de calgados confeccionadoscom residuo de pneus inserviveis

Coisa de Maria

Tee - Trabalho de Conclusao de Cursoapresentado ao Curso de Design, habiliiacaoem Design de Moda. como requisito parcialpara oblencao do grau de Designer de Modada UTP •Universidade Tuiuli do Parana,orientada pelas prolessoras: $cheila F.Giacomazzi Camargo e Eunice LopezValente.

CuritibaUTP2006

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"Pode ser previsto se levar em conta a novo jogo da sedu<;ao, a evolu<;ao dospoderes aquisitivos. a redistribui<;ao geografica e as novas tecnologias que

certamente levarao a profundas inova<;oes".(Franc;:oise Vincent-Ricard - As Espirais da Moda)

Ao meu esposo Cesar e minha filha Milena

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Agrade90 a todos que de algumamaneira colaboraram para a

real;za~ao deste projeto ...

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SUMARIO

Resumo .......•.. ..viiiAbstract.. ix

INTRODUc;:Ao 01Fotografia do Produto 05

REVISAo BIBLIOGRAFICA 06Ecodesign . 06Design...... .. 07A borracha.. .. 08Sintese da hist6ria da borracha... .. 09A borracha natural.. ...11A borracha sintetica.... .. 13Principal rota de produc;:ao de borracha .. 14Ergonomia... .. 15SabreoPe... .. 15Eixosdo pe. ...17Articula~oesdo Pe .. 18Classesdos Pes... .. 19

MATERIAlS E METODOS DE PESQUISA 20Metodologia.. . 20Perfil dos Usuarios... .. 21Analise Diacronica 21Analise Sincronica... ....22Conforto em Calc;:ados . . 23Normas de Conforto da ABNT. ...25Ortopedia... .. 26Anatomia do Sapato..... . 27Borracha para a fabricac;:ao de calc;:ados 28Nylon .. 29Projeto 31Publico alvo..... .. ..31lema .. 31Conceito .. 32A Colec;:ao. .. 32Descric;:ao do processo Criativo. .. 32Fun~oesdo produto... ....32Ambiencia 33Cartel a de cores... .. 34

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Cartela de materiais... .•••............. . 34Gera<;:aode alternativas ...........................................••••••.......•.......••.............35

RESULTADOS 40Sele<;:aodas alternativas . 40Fichas tecnicas da cole<;:ao... . 45Prototipos... ..................................•.....•.•......................................... 50Cuidado e conserva<;:ao... . .. 51Resultado Ergonomico 51Planilha de Custos... ............•.••.•........ .. 52Making Off... . 53Produ<;:aoFotogr.:ifica 54

DISCUssAo 55

CONCLUsAo 56

REFERENCIAS BIBUOGRAFICAS 57

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RESUMO

o principal objelivD do projeto e incentivar formas au tecnicas de utiiizacao CEresiduos de pneus inservfveis que descartados em grande quantidade e destin adosao lixo industrial ou lixo comum danificam 0 meio ambiente em grandes proporc;6es.Contribuir para a ampliac;ao de estudos voltados aD meio ambiente com maiorpreocupa~o para a destino deste lixD.Foi necessaria a realizaf:tao de uma pesquisa sobre a hist6ria da borrachavulcanizada, processos de beneficiamento. produtos obtidos com a materia primaborracha, e traze-Ia de alguma forma para a moda incentivando seu usa comomateria prima para obten¢o de cafc;ados~ acess6rios e Dutres pradutos, prorrogandoa utiJizaty3.odeste descarte e reduzindo 0 seu impacto com a natureza. 0 trabalhoesta associado a pesquisas e editoriais de autoria de alguns profissionais da areaquimica. elementos, conceitos e ferramentas de estudo. Propondo e adequando aoDesign de Moda um projeto que desperte 0 uso e cria.,ao de produlos com 0 pneuinserviveL a Design tern papel importante nesse momento. po~s. sugere caminhos esolu¢es utilizando materiais que podem sertransformadosem objetos de deseio~

Palavras Chave: Ca~dos. Criatividade e Pneus Inserviveis.

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ABSTRACT

The main objective of the project is to stimulate forms or techniques of use ofresidues of inserviveis tires that discarded in great amount and destined to theindustrial garbage or common garbage damage the environment in great ratios. Tocontribute for the magnifying of studies directed to the environment with biggerconcern toward the destination of this gamage. The accomplishment of a researchwas necessary on the history of the vulcanized rubber, processes of improvement,products gotten with the substance cousin rubber, and brings it of some form for thefashion stimulating its use as substance cousin for attainment of footwear,accessories and other products, proroguing the use of this discarding and reducingits impact with the nature. The work. is associated the pubfishing research and ofauthorship of some professionals of the chemical area, elements, concepts and toolsof study. Considering and adjusting to the Design of Fashion a project that despertethe use and creation of products with the inservivel tire. The Design has importantpaper at this moment, therefore, il suggesls ways and solutions using material thatthey can be transformed into desire objects.

Words Key: Footwear, Creativity and lnserviveis Tires.

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INTRODUQAo

Ha mais de urn sEkula a humanidade tern desfrutado de urn ulil e necessaria inventoque proporciona desempenho, economia e conforta it rodagem de veiculos.Porem, juntamente com a revolu~o no setor dos transportes, a uliliza98.0 dos pneusde borracha trouxe consigo a problematica do impacto ambientai, uma vez que amaior parte de pneus e residuos de produtos descartados esta abandonado emlocais inadequado, causando grandes transtomos para a saUde e a qualidade devidas humanas.

Nos anos mais recentes, a preocupa¢o com a qualidade do meio ambiente,aceferadamente deteriorado. voHou-se para as pneus descartados na natureza eque constituem, nos paises mais desenvolvidos e em muitos dos em via dedesenvolvimento, urn jii enonne passivo ambiental.

Levam decadas para S8 degradar. Neles formam-se depOsitos de agua que selVempara reprodu~o de insetos transmissores de doen~ como a dengue. Podem serutilizados para fazer muros de conten~ao, viveiros de peixes no mar ou, moidos,transforma-se em materia prima para produtos de borracha (como tapetes e saladode calc;ados), e ate para fazer combustiveL

Sua principal materia-prima, a borracha vulcanizada, mais resistente que a borrachanatural, nao se degrada faciimente e, quando queimada a ceu aberto, contamina ameio ambiente com carbono~ enxofre e outros poluentes.

o pneu e composto de tres partes principais: cinta metaHca a tecido (nylon) eborracha, conjunto adequado para oferecer a refor~o estrutural necessaria. A partemetcilica (a mais forte), e feila de arame compactado a borracha e ao nylon. Arame eliga de ferro com aHa tear de carbono, que aiuda a toma-fa extremamente resistente,impedindo que a borracha abra durante a uso.

A parte metaJica nao tern fun~o energetica. ao contrano da borracha. cuja energia etotalmente aproveitada.

Eslrutura do Pneu - Fonte: www.norautO.pl

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Os pneus para veiculos de passeio sao constituidos das seguintes partes:

Banda de rodagem: e a parte do pneu que entra diretamente em contato com 0 solo.Oferece grande resistenda ao desgaste devido if sua composi~ao de borracha eagentes quimicos especiais. Seus desenhos, criteriosamente estudados, visam aproporcionar boa trayao, estabilidade e seguranc;a ao veiculo.

Cinturas: cintur6es de ace (clnta circunferencial e inextensivel) dos pneus radiaiscom runyao de estabilizar a carcac;a.

Carcaca de lonas: composta de cordone-is de nylon ou polisster, formando a parteresistente do pneu. Sua func;ao e reter 0 ar sob pressao, que suporta 0 peso total doveiculo.

Tal6es: sao constituidos intemamente par arames de a~o de grande resistencia. Suafinalidade e manter 0 pneu acoplado firmemente ao arc, impedindo-o de termovimentos independentes.

Flancos: sao constituidos de um composto de borracha de alto grau de flexibilidade.com 0 objetivo de proteger a carca!;(a contra os agentes extemos.

Pode-se considerar que 0 Brasil se colocou em posi9<1omais avanc;acla na questaode dispos~o final dos pneus descartados_ A Resoluc;ao n' 258, de 261&11999,baixada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA determinou que asempresas fabricantes e importadoras de pneus fossem as responsaveis peladestinayao final. intciando com um pneu inservivel para cada quatro navos a partirde 1'/0112002 e crescendo ano a ano a propor~ao ate chegar a cinco para cadaquatro a partir de 1'/0112005_

A questao ao problema da destinayao final dos pneus inserviveis tern side comofaze-Ia de modo adequado e sem agredir 0 meio ambiente. Outre aspectocontroverso e reaproveitar todo seu conteudo de materiais e potencial energetico.

As mais ocorrentes destina95es aos pneus usados:

Reforma (recauchutagem) - e reposta e vulcanizada a cam ada cia banda derolamento. desde que 0 pneu nao apresente cortes e deformac;6es.

ReaJpera~o - consiste na simples bitura¢o dos pneus e moagem dos resfduos.reduzidos a pO fino. A borracha vulcanizada nao sofre modifica~o e nao e separadados demais compostos. Os pneus recuperados tern dais usos mais comuns:lQ')Na mistura com asfalto para a pavimenta¢o de vias e patios de estacionamento.22) Nas fabricas de cimento. 0 produto cia moagem. e incinerado no forna comocombustive! e a fum~ (gases produzidos peIa queima) e incorporada ao cimenlo_o recuperado, sob certos aspectos, tern propriedades semelhantes a da borrachavulcanizada. porem, como nolo vulcaniza novamente, nao pode ser utilizado comosubstituto da borracha crua na produc;ao de artefalos_ Entretanto, devido a seu custoreduzido e baixo peso especifico, pede ser empregados como e!emento de carga naproduc;ao de saltos e solados de calC;ados, mangueiras, tapetes para autom6veis.

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Regenerayao ou desvulcanizayao: As carcat;aS de pneus se enquadram naclassilicar;ao de residuos que contem fibras em elevadas propon;5es. A. regenerayaoe leita par vanos processos - alcalino, acido, macanico e vapor superaquecido. Naregenerar;a,o os resIdues passam par mCKfdica91es que os tornam mais plcisticos eaptos a reeeber nova vulcanizar;ao, mas nao tern as mesmas propriedades daborracha crua sendo, geralmente, misturado a ela para a fabricar;ao de artefatos·.

No processo de regenerac;ao, a borracha e separada dos outros componenles edesvulcanizada. 0 ararne e a malha de ao;o sao recuperados como sucata de ferroqualificada, 0 tecido de nylon e recuperado e utilizado como refon;;o em embaJagensdepapelao.

Este processo pode ser resumidamenle descrilO em suas etapas:I') 0 pneu e picado em pedao;os;2i) Estes sao colocados nurn tanque com solvente para que a borracha inche e setorne quebradir;a;3') Em seguida os pedao;os sao pressionados para que a borracha se desprenda damalha de ao;o e do tecido de nylon;4i1) Urn sistema de imas e peneiras separa a borracha. 0 ar;o e a nylon;5!) A borracha entao, moida e separada nurn sistema de peneiras e bombas de altapressao;6') Passando para urn reator ou autoclave oode ocorre a desvulcanizac;ao daborracha, recuperando cerca de 80% de suas propriedadesoriginais;7!) A borracha segue para urn lanque de secagem onde 0 solvente e recuperado,retomando ao processo.

Urn novo proeesso para a desvulcanizar;ao esta ern desenvolvimento no Laboratoriode Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais. Com urnsolvente mais acessivei e de menor rus\o prete~ tornar 0 processo atualmenos complexo. e viavel para menores escalas de produc;ao.

A borracha regenerada de pneus pode ser empregada na fabricaC;ao de muitosartefatos, como tapetes~ pisos industriais e de quadras esportivasT sinaJizadores detrfulsito, rodizios para maveis e carrinhos. TamOOm e utilizada na recauchutagem depneus, no revestimento de tanques de combustiveI, como adit1vo em pe;as deplasticos, aumentando-Ihes a elasticidade e em outros usos_

Hi! dais outros processes para a recuperac;ao des pneus. 0 primeiro se assemeJha atriturac;ao au moagem a temperatura ambiente, seguida de peneiramenIo eseparac;ao magnetica para a borracha, 0 a~o e 0 nylon.No segundo, chamado de processo criogenico, os residuos sao tratados numacamara a temperatura sub-zero eT em seguida, passam pelo proce5SO mecanicoanterior. Ambos sao processos considerados "limpos", sem emissao de 6xidos deenxofre ou de azoto.Comparativamente, 0 processo e>cclusivamente mecanico a temperatura ambiente ede menor investimento initial, simplicidade e flexibilidade do proce5SO. e volumes deproduc;ao elevados. 0 processo criogenico apresenta as vantagens de urn p6 de

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granulometricas regulares e muito reduzidas, a limpeza do produto final e a reduzidamanuten«;ao. Ao que consta, 0 processo criogenico nao tem sido utilizado no Brasil,e 0 processo mecanico com separa¢o dos materiais passou a ser utilizado maisrecentemente.

Ha tambem os processos quimicos para recupera«;ao da borracha, entre os quaiscraqueamento. pirolise, gaseifica~ao, hidrogena~ao. extra9ao par degrada9ao eextra.ao calalilica Desde meades de decade de 1990, 0 processo de pir6lise ternsida 0 mais aplicado na recidagem de pneus. A pir6lise, considerade uma desti1a.aodestrutiva, visa reaproveitar componentes do pneu como mat arias primas e/oucombustfveis.

Considerawse Que a reciclagem ocorre quando 0 produto ou a maior parte dosmateriais de sua composj~o podem ser reutilizados ou gerar subprodutosaproveitaveis. Dos casos de destina«;ao aqui descrHos sao reciclados os pneusrecauchutados, recuperados, regenerados c os destruidos tota/monto pela pirolisc. Einteressante analisar, comparativamente, cstas alternativas, ponderando suasvantagens e desvnntagens sob diversos pontos de vista, para deduzir a viabilidade econveniencia de sua ado~ao.

Primciramente, e preciso reconhecer que a lema como urn todo, e em suas diversasnuances, despcrta expHcita au vclada oposi~ de uns setores e conflitos deinteresses em outros, em bora se perceba que a maior parte dos envolvidon cstciconsciente do que a/go dove ser foilo para solucionm 0 grave c crescentc problemaambiental.

o presente lrabalho pretendc tocar a problema tanto sob aspectos 16enicos dosprocessos de destina9ao dos pneus inscrvfvcis c dos aspectos ambientais quantado incentivo ao Design de cxplorar a borrncha vulcanizada para sugerir seu usa nocompo da Moda como produlo na confcc.ao de calcados e acess6rios, como nurnmercarfo similm flO do conTO.

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Fotografia do Produto

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REVISAo BIBLIOGRAFICA

Ecodesign

o desafio do seculo XXI e evitar ou mini mizar as impactos adversos de todos osprodutos no meio ambiente. Como qualquer desafio, esls constitui tanto umademanda quanta uma oportunidade.Enlende-s9 por ecodesign todo a processo que contempla as aspectos ambientaisem todos as estagios de desenvolvimento de um produto, colaborando para reduziro impacto ambiental durante seu cicio de vida. Islo significa reduzir a gerac;ao de lixoe economizar custos de disposic;ao final. Algumas maneiras de aplicar 0 conceitoaos produtos.

Recuperac;ao de material:

Os materiais utilizados devem eslar 0 mais pr6ximo passivel de seu estado naturalpara que sejam facilmente recuperados.Materiais composlos sao de difieil recupera~ao e reciclagem, pois muilas vezes naoa posslvel a separa~ao dos componentes originais.

Projelos vollados a simplicidade:Produtos de formas simples - sem descuidar do talor eslatico - geralmente temcusto de prodw;ao menor, maior facilidade de montagem e desmontagem.

Reduc;ao de matarias-primas na fonte:Visa reduzir 0 consumo de materiais ao longo do cicio de vida do produto, uma dasalternativas mais desejaveis em termos de reduc;ao do impaclo ambiental, uma vezque reduzindo 0 consumo de materias-primas reduz-se tambern a quantidade deresiduos gerados.

Recuperac;ao e reulilizaC;ao de residuos:Durante todo 0 cicio de vida de urn produto sao produzidos diversos tipos dereslduos. E importante a ad~ao de tecnologias que recuperem as residuos,aproveitando 0 maximo da materia-prima, obtendo ganhos economicos e ambientais.No entanto, e importante lembrar que se e mais ecoeficiente a medida que umamenor quantidade de residua e gerada.

Uso de form as de energias renovaveis:

Urn dos pressupostos do desenvolvimento sustentavel e a utilizac;ao de formas deenergia que utilizem recursos renov3veis, como a solar, a e61ica e a hidroeletrica,substituindo as que utilizam reeursos na~ renov3veis em curto prazo, como ascombustiveis t6sseis. Por recursos renovaveis entendem-se como aqueles cuja taxade renovac;ao e suficiente para compensar sua utilizac;ao. Deve-se analisar a cicio devida dos equipamentos que utilizam energia renovavel para se determinar aviabilidade, tanto ambiental quanto economica, destes equipamentos. Pode ocorrerque para a fabricac;ao de um eoletor solar, por exemplo, seja consumida uma grandequantidade de recursos nao renov3veis e seja gerada uma grande quanti dade deresidua perigoso.

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Uso de materiais renovaveis:

Pode-se optar por utilizar materiais renovaveis como substitutos de materiais naorenovaveis. Como exemplo podem ser citadas as tintas de origem vegetalsubsliluindo as quimicas, e as madeiras de reflorestamento.

Produtos com maior durabilidade:

A extensao da vida uti I de um produto contribui significativarnente para aecoeficiencia, pOis fica claro que urn produto duravel evita a necessidade defabrica~ao de urn substituto.

Recupera~ao de embalagens:

A aplica~ao desta pratica prey€! que as embalagens possarn ser reaproveitadas, sejana reutiliza9ao ou na reciclagern. A utiliza~ao de produtos com refil, urn bornexemplo de reutiliza9ao de embalagens.

Utiliza9ao de substancias a base de agua:

Substitui9ao de produtos (principalmente solventes e tintas) a base de petr61eo parprodutos a base de agua.

Facilidade de montagem e desmontagem:

M6veis que podem ser montados e desmontados facilitam 0 transporte e areciclagem ou reuso, alem de reduzir os custos com transporte.

Baixo consumo:

Produtos que consomem menos energia tambem sao ecoeliciente.

Design

Todos os objetos leitos pelo homem sao a personifica9ao do que e ao mesmo tempopensavel e passivel. Cada objeta situa-se na intersec9ao de linhas dedesenvalvimento do pensamento (modelos, eslruturas culturais, formas deconhecimento) com linhas de desenvolvimento tecnol6gico (disponibilidade demateriais, tecnicas translormadoras, sistemas de previsaa e de control e). Estaintera980 entre 0 pensavel e a passivel, a que chamamos de deSign, nao e simplesnem linear. A cria9ao e a inven980 expressam-se na capacidade de reposicionar oslimites impastos noulros sistemas de referencia, criando assim 0 novo, aquilo queate ao momento naa tinha sida pensado e parecia ate impensavel.(Ezio Manzini - A materia da invenyao).

A lim de justificar hip6teses e resultados, a abordagem acima descrita propoelarmas, dentro do Design de Moda, de criar caminhos para abranger 0 usa do pneuinservivel.

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o emprego da borracha e muito amplo, pois as caracterfsticas e propriedades queos elast6meros reunem fazem com que alcancem praticamente lodos os setores daeconomia: automobiifstico, cal<,;:adista,constru<;ao civil, plasticos, materiaishospital ares e outros tambem de grande importancia no dia-dia da sociedade. Aspesquisas que abordam 0 lema borracha sao voltadas para diversos ramos daindustria sendo 0 vestuario urn segmento pouco explarado - tecidosimpermeabilizados par compostos qufrnicos desenvolvidos a partir do latex naturalaplicados tambem em roupas esportivas (empresa J.V.S. Protective Clothing - ReinoUnido).

Com uma busca de informa<;ao aprofundada, observou-se a existencia de projetosem varias cidades brasileiras, utilizando 0 composto granulado da reciclagem dopneu inservivel, (que e encontrado em empresas especializadas na distribuic;aodestes residuos - que ap6s classifica<,;:ao tern destino a diversos produtos jaconhecidos no mercado) destinado a compor urn novo produto ou processo queofere<;a possibilidades de reaproveitamento e prote<;ao ambiental. Sendo otimistasas possibilidades de utilizarrao da borracha para esle meio, a combinarrao de tecidosnaturais ou sinteticos com esle elast6meros, solidificarao as expectativas deconclusao deste projeto.

A Borracha

A tecnologia do elastomeros e relativamente recente. Apesar da capacidade do latexde certas plantas da bacia amaz6nica ter sido observada pelos primeirosexploradores europeus, a borracha natural s6 em 1823 foi utilizada comercialmente(par Mac Intoch, em tecidos impermeaveis) e foi s6 em 1839 que Charles Goodyearaperfei<;oou 0 seu processo de vulcanizac;ao; os elast6meros iniciaram a sua carreiracomo material que resolviam muitos problemas tecnicos de acumula<;ao de energia ede absor<;ao de choques e vibra<;oes.

o que Goodyear descobriu, foi que a borracha natural adquire certo grau deestabilidade quando se Ihe adiciona uma pequena quanti dade de enxofre atraves deurn processo especial de aquecimento (chamado vulcaniza<;ao), com eleito, cria umaserie de "pontes" entre as diferentes moleculas: a borracha vulcanizada (como todosos sucessivos elastomeros sinteticos) pode ser comparada a uma rede de malhalarga em que cada sec<;ao, quando 0 material esta em repouso, encontra-seamaranhada e em movimento continuo devido a agita<;ao termica.Entre as suas potencialidades industriais, alem de ser mais resistente e duravel, aborracha absorve melhor 0 impacto das rodas com 0 solo, 0 que tornou a transportemuito mais pratico e confortavel.

"A composirrao da borracha vulcanizada confere a esle material alta resistemciaquimica e fisica, fazendo da reciclagem urn processo complexo e ainda naoeconomicamente atraente para a industria~. (Explica 0 professor Rochel M. Lago,pesquisador e professor do departamento de qui mica da UFMG - UniversidadeFederal de Minas Gerais).o desafio e a paixao pela natureza motivaram 0 doutor em quimica a buscar novastecnologias para a reciclagem de pneus.Desenvolveu entao urn processo inedilo de desvulcaniza<;ao da borracha.

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Assim a resistente e insoluvel borracha do pneu inservivel, volta a ser materia-primae passa a ter aplica!;oes mais nobres.A tritura!;ao dos pneus para uso na regenerac;ao, mediante a adiyao de oleosaromaticos e produtos quimicos desvutcanizantes e um dos principais mercadospara reciclagem desse material.

Com a pasta resultante desse processo, as industrias produzem: solado de sapato,tapetes para aulomoveis, passadeiras, colas e adesivos; camaras de ar; rodosdomeslicos, ttras para industrias de estofados, len~6is de borracha, buchas paraeixos de caminhoes e onibus, entre oulros produtos.

No Brasil ja existe tecnologia em escala industrial que regenera a borracha parprocesso a frio, obtendo um produto reciclado com elasticidade e resistemciasemelhante ao material virgem. Alem disso, essa tecnica usa solvente capaz deseparar 0 tecido e 0 ac;o dos pneus, permitindo seu reaproveitamento.

A queima de pneus para aquecer caldeiras e regulamentada por lei. Eta determinaque a fumac;a emanada se enquadre no padrao um da escala de Reingelmann paraa totalidade de fumac;as. Os principais usuarios de pneus em caldeiras sao asindustrias de papel e celulose e as fabricas de cal e cimento, que usam a carcac;ainteira e aproveitam alguns 6xidos contidos nos metais dos pneus radiais.A queima a ceu aberto, que gera fumac;a negra de forte odor (di6xido de enxofre) eproibida em varios paises, inclusive no Brasil.o pneu e altamente combustlvel, com poder calorffico de 12 mil a 16 mil Blus parquilo, superior ao carvao.

Sintese da Historia da Borracha

A borracha ja era conhecida dos indios antes do descobrimento da America. Em1525, P. d'Anghieria relatou ter visto os indios mexicanos jogarem com bolaselasticas. Charles de la Condamine foi 0 primeiro a tazer urn estudo cientifico sobrea borracha, que ele conhecera durante viagem ao Peru, em 1735. Um engenheirofrances, Fresnau, que la Condamine havia encontrado na Guiana, estudara aborracha no local e concluira que esta nao era senao "uma especie de 61eo resinosocondensado" .

o primeiro emprego da borracha foi como apagador. Foi Magellan, descendente decelebre navegador, quem propos esle uso. Priestley, na Inglaterra, dlfundiu-o e aborracha recebeu em ingles 0 nome de "India Rubber", que significa HRaspador daindia". A palavra borracha teve sua origem numa das primeiras aplicac;oes uteisdeste produto, dada pelos portugueses, quando foi utilizada para a fabricaC;ao debotijas, em substituic;ao as chamadas borrachas de couro que os portuguesesusavam no transporte de vinhos.

Macquer, retomando os trabalhos de la Condamine, pela primeira vez indicou 0modo de fabricac;ao de tubos flexiveis de borracha. Desde entao numerososartesaos se interessaram pela borracha: 0 ourives Bernard, 0 boticario Winch,Grossart, Landolles, e oulros. Em 1820 um industrial ingles, Nadier, fabricou fios de

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borracha e procurou utiliza-Ios em acess6rios de vestuario. Par essa e'Poca comec;:oua reinar na America a febre da borracha: os cah;ados impermeaveis dos indiosfaziam sucesso. Produziam-se tecidos impermeaveis e botas de neve na NovaInglaterra.

Em 1832 foi criada a fabrica de Rosburg. Infelizmente, as alterac;:6es que os artefatosde borracha natural nao vulcanizada sofriam sob a influencia do frio, tornando-sequebradic;:os, e 0 inconveniente de aderirem-se uns aos outros se ficassem expostosaos raios de sol, desinteressaram os consumidores. Ap6s tentar desenvolver parlongo tempo urn processo para a melhoramento das qualidades da borracha(incorporac;:ao de acido nitrico, par exemplo) e ser levado a ruina, Goodyeardescobriu acidentalmente, em 1840, a vulcanizac;:ao.

Um fato curiosa: em 1815, Hancock, modesto serralheiro, tornou-se urn dos maioresfabricantes do Reino Unido. Ele havia inventado urn colchao de borracha e,associado a Mac Intosh, fabricava as famosas capas impermeaveis "mac intosh".Alem disso, havia descoberto e realizava industrial mente a corte, a laminal:tao e aprensagem da borracha. Tinha verificado a importancia do calor na prensagem econstruido uma maquina para este lim.Mac Intosh descobriu a emprego da benzina como solvente e Hancock preconizou aprevia "mastigal:tao" e aquecimento, para obter uma perfeita dissolul:tao da borracha.Hancock descobriu tambem a fabrical:tao de bolas elasticas. Por lim, Hancock, em1842, de posse da borracha vulcanizada de Goodyear, procurou e encontrou 0segredo da vulcaniza9ao, fazendo enorme fortuna.

Em 1845 R.W. Thomson inventou a pneumatico, a camara de ar e ate a banda derodagem ferrada. Em 1850 fabricavam-se brinquedos de borracha, bolas ocas emacic;:as (para golfe e ten is). A inven9ao do velocipede por Michaux, em 1869,conduziu a inven9ao da borracha maci9a, depois da borracha oca e, por ultimo. areinven9ao do pneu, pois a inven9ao de Thomson havia cardo no esquecimento.Payen estudou as propriedades fisicas da borracha, do mesmo modo que Graham,Wiesner e Gerard.

Finalmente, Bouchardt realizou a polimeriza9ao do isopreno, entre 1879 e 1882,obtendo produtos de propriedades semelhantes a borracha. 0 primeiro pneumaticopara bicicleta data de 1830. Em 1895 Michelin teve a ideia audaciosa de adaptar 0pneu ao autom6vel. Desde entao a borracha passou a ocupar urn lugarpreponderante no mercado mundial.

Sendo a borracha importante materia-prima e dado 0 papel que verndesempenhando na civiliza9ao modema, cedo foi despertada a curiosidade dosquimicos para conhecer sua composi9ao e, posteriormente, sua sinlese. Oesde aseculo XIX vem sendo leilos Irabalhos com esse objetivo, logo se esclarecendo quea borracha e urn polimero do isopreno.Os russos e os alemaes foram os pioneiros nos trabalhos de sintese da borracha.Mas os produtos obtidos nao suportararn a concorrencia da borracha natural.Somente com a Primeira Guerra Mundial a Alemanha, premida pelas circunstancias,teve de desenvolver a industrializa9aO de seu produto sintetico. Foi 0 marco inicial

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do grande desenvolvimento da industria de borrachas sinteticas, au elastomeros, nomundo.

A Borracha Natural - NR

A Borracha Natural e a prod uta solido obtido pela coagula<;ao de latices dedeterminados vegetais, sendo a principal a Hevea Brasiliensis. Essas materias-primas vegetais, provenientes da planta conhecida vulgarmente como seringueira, enativa da Amazonia. Embora seja grande a numero de especies que par uma incisaona casca exsudam secre<;ao de aspecto semelhante ao latex, somente algumasproduzem quantidade e qualidade suficientes para explora<;ao em baseseconomicas.

A historia da borracha natural no Brasil e um enredo que pouco fica a dever a corridado ouro americana. Par quase cinquenta anos, da segunda metade do saculo XIXate a segunda decada do seculo XX, a borracha natural sustentou um dos maisimportantes cielos de desenvolvimento do Brasil. Naquela epoca, a revolu<;aoindustrial se expandia velozmente e a mundo vi via perfodo historico de prosperidadee descobertas que se refletia em todos os setores. Automovel, bonde, telefone, luzeletrica e outras inova<;6es mudavam paisagem e costumes nas cidades. Novasmercados se abriam. Era a belle epoque, cujo esplendor a literatura e 0 cinema seencarregaram de retratar para as gera<;6es seguintes.

Devido a suas multiplas aplica<;6es, principalmente na industria automobilistica emexpansao, a borracha obtida a partir do latex das seringueiras tornou-se produtomundialmente valorizado. E seringueiras nao faltavam na Amazonia brasileira. 1550levou a regiao Norte do Brasil, uma das mais pobres e desabitadas do pais, aexperimentar perfodo de grande prosperidade. Interessadas na explora(}ao dosseringais amazonicos, grandes empresas e bancos estrangeiros instalam-se nascidades de Belem e Manaus.

A capital amazonense torna-se a centro economico do pais. Ganha sistemas deabastecimento de agua, luz eletrica, telefone, grandes constrw;6es, como a TeatroAmazonas, ate hoje simbolo da riqueza advinda da borracha. Milhares deimigrantes, principalmente nordestinos fugidos da seca da decada de 1870, invadema floresta para recolher 0 latex e transforma-Io em borracha.

A produ<;ao amazonica chega a 42 mil toneladas anuais e 0 Brasil domina 0mercado mundial de borracha natural. Esse clima de euforia dura ate 1910, quandoa situa<;ao come<;a a mudar: a partir daquele ano entram no mercado as exporta<;6esde barracha a partir das col6nias britanicas e a Brasil nao suporta a ferozconcorremcia que Ihe e imposta.

Em 1876, as ingleses haviam contrabandeado sementes de hevea brasiliensis daAmazonia para 0 Jardim Botanico de Londres. La, par meio de enxertos, desenvolvevariedades mais resistentes, que posteriarmente sao enviadas para suas col6nias naAsia - Malasia, Ceilao e Cingapura - onde tem inicio uma explora(}ao intensiva daborracha natural.

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A diferenc;a tecnica de plantio e extrac;ao do latex no Brasil e na Asia foideterminante para os resultados da explorac;ao como negocio. Enquanto a distanciaentre as seringueiras na Asia era de apenas qualro metros, na Amazoniacaminhavam-se as vezes quil6melros entre uma arvore e outra, 0 que prejudicava eencarecia a coleta. Obviamente, a plantac;ao racionalizada no Extremo Oriente,proporcionaram significativo aumento da produtividade e se tornaram maiscompetitivas.

No Brasil, 0 governo resistia a mudar os metodos. Acreditava que a explorac;ao damaneira que era feita assegurava a presenc;a de brasileiros e garantia a soberanianacional sobre a despovoada regiao amaz6nica. Privilegiava-se a geopolitica,representada pela ocupaC;ao, em detrimento da geoeconomia, que poderia rendermelhores frutos.

A relativa imobilidade custou caro para °pais: as exportac;6es brasileiras perderammercado. Nao suportaram a concorrencia da borracha extrafda na Asia, muito maisbarata. Como conseqOencia, a produc;ao entrou em declfnio. Ali chegava ao fim 0perfodo de prosperidade vivido pela extensa regiao Norte do Brasil. As empresasque haviam se instalado em Manaus e Selem sairam em busca de outras regieesmais produtivas. Os imigrantes voltaram para suas terras. Os grandes nomes dasartes mundiais ja nao se apresentavam no Tealro Amazonas. A opuh~nciacristalizara-se em Hist6ria.

No final dos anos 20, 0 Brasil ainda tentaria uma reaC;ao com a ajuda de um parceiroinusitado: 0 industrial norte-americano Henry Ford, idealizador de uma nova formade produzir que marcaria a industria para sempre - a linha de montagem - eresponsavel, na epoca, por 50% da produC;ao mundial de veiculos. Com a intenc;aode acabar com 0 controle do mercado de borracha - a preciosa materia prima dospneus - pelas col6nias inglesas do Sudeste Asiatico, Ford plantou nada menos que70 milhees de mudas de seringueira numa area de urn milhao de hectares no Para.o ambicioso projeto foi logo batizado pelos moradores da regiao como Fordlandia.Pretendia produzir 300 mil toneladas anuais de borracha natural, quantidade querepresentava a metade do consumo mundial. Mas Ford sucumbiu as adversidades eao ambiente hostil da floresta amaz6nica. Abandonou tudo, amargando enormeprejuizo.

Neste contexto a Asia dominou 0 suprimento mundial de borracha natural, com maisde 90% da produc;ao. Mudanc;as importantes, no entanto, tern redistribuido aproduc;ao entre os principais concorrentes. A Malasia, que em 1985 respondia por1/3 da produc;ao mundial, reduziu sua participaC;ao. Isso decorreu da mudanc;a noseu perfil de produc;ao, que passou a dar enfase em investimentos nao-agricolas. ATailandia ocupou 0 lugar de maior produtor mundial de NR. A Indonesia vernmanlendo participac;ao relevante na produc;ao mundial desde a decada de 80.

Quiros paises que vem se valendo, com sucesso, do polencial de mao-de-obrabarata e disponibilidade de lerras para crescimento nesse setor sao a india e aChina. 0 consumo de borracha natural representou, em 2001, cerca de 40% do totalde borrachas consumidas no mundo.

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A Borracha Sintetica

A importancia que ganhou a industria da borracha desde seu surgimento e 0 papeldecisive que assumiu no progresso da civilizac;ao moderna despertou a interessepela descoberta da sua composic;ao qufmica e, depois, pela slnles8. A industria depneumaticos via, nas pesquisas, a possibilidade de S8 independer das plantar;oesmundiais de borracha natural.

Oeclinio da produc;ao de borracha natural no Brasil coincide com 0 periodo daPrimeira Guerra Mundial (1914-1918) e com a necessidade de S9 obler produto maisbaralO, com suprimento mais segura para a fabricar;ao de pneus. A pressaodecorrente da tomada das plantac;6es asiaticas pelos japoneses levou aodesenvolvimento de uma borracha que, embora de estrutura diferente da natural,satisfazia extraordinariamente a alta demanda requerida pelas tropas na epoca.

Foi assim que surgiu a GR-S, Buna S, Hycar OS oU SBR, um copolimero de estirenoe butadieno. Foi 0 marco inicial do grande desenvolvimento da industria deborrachas sinteticas. 0 produto desenvolvido era facilmente vulcanizavel e acabouse transformando no carro-chefe da industria da borracha mundial, apesar de suaspropriedades nao corresponderem a todas as qualidades da natural. Mas 0 custo eas caracteristicas principais foram determinantes para que se tornasse concorrenteimbatfvel. Apesar da borracha sintetica jii ser conhecida desde 1875, sua produ~aoate este momento era cara e inexpressiva.

Episodia historico importante, durante a Segunda Guerra Mundial, mudou 0 cenariodesse mercado. Na manha do dia 7 de dezembro de 1941 os Estados Unidosentraram na guerra. Tres meses apos a ataque a Pearl Harbor, as japoneses,desesperados para controlar a produ~ao de borracha natural, assim como asaliados, tomaram a Malasia e as indias Orientais holandesas. Assumiram a controlede 95% do suprimento mundial do produto e mergulharam os EUA numa crise.Gada lanque Sherman continha 20 toneladas de a~o e meia tonelada de borracha.

Gada navio de guerra era constituido de 20 mil partes de borracha. A borracha erausada para recapar cada centimetro de fio em todas as fabricas, lares, escritorios einstala~6es militares na America. Nao havia alternativa sintetica. Levando-se emconla todas as fontes possiveis, a na~ao tinha mantido os nfveis normais deconsumo, estoques para cerca de um ano. Essa reserva tinha ainda de alimentar amaior e mais critica industria em fase de expansao da historia mundial: a industriabelica.

A resposta de Washington foi rapida e dramatica. Quatro dias depois de PearlHarbor, 0 usa da borracha em qualquer produto nao essencial para a guerra foiproibido. 0 limite de velocidade nas estradas americanas caiu para 35 milhas porhora, para diminuir 0 desgaste dos pneus em. As raspas de borracha eram vendidasa um penny ou mais par libra peso em mais de 400 mil depositos em todo 0 pais. Ateo CaDde estimac;ao do presidente Franklin Roosevelt, teve seus brinquedos deborracha derretidos. Foi a maior campanha de reciclagem registrada na historia eassegurou 0 exilo dos aliados ate 1942.

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Nessas circunstancias, fei emitida uma erdem a todos as qui micas e engenheirospara que desenvolvessem uma industria de borracha sintetica. Em 1941, a prodw;:aototal de borracha sintetica era de pouco mais de 8 mil toneladas, principal menteprodutos que nao serviam para a fabrica9ao de pneus.

A sobrevivencia da na9aO dependia da sua capacidade de manufaturar mais de 800mil toneladas de produtos que mal haviam comet;;ado a ser desenvolvidos. Naohavia muitas instru90es detalhadas de como as ftlbricas deveriam se organizar paraproduzir essa gigantesca quantidade. Nao haviam sido construidas instalac;oes nemsequer para produzir a materia-prima necessaria a prodw;:ao de borracha.

A industria americana nunca havia sido convocada a assumir tarefa como essa.Conseguir tanto em tao pouco tempo. Os engenheiros tin ham dais anos paraalcan<;ar a meta. Se a programa da borracha sintetica nao obtivesse exilo, acapacidade dos americanos para prosseguir na guerra estaria amea9ada. 0 esfor90americano ajudaria a disseminar a borracha sinh~tica nos mercados mundiais,inclusive no Brasil, que apes a Guerra tratava de consolidar a seu parque industrial.Apesar de a borracha sintetica ser obtida de diversas maneiras, a maior parte advemda rota espelhada na figura abaixo.

Principal rota de prodw;;ao de borrachas

Uma variedade muito ampla de borrachas sinteticas foi desenvolvida desde adescoberta do produto. Como foram grandes as investimentos requeridos para adesenvolvimento das diversas variedades, a tecnologia para a produt;;ao foi bastanteconcentrada em tradicionais empresas de porte global, como DuPont, Bayer, Shell,Basf, Goodyear, Firestone, Michelin, EniChem, Dow, Exxon e Texas Co.

o emprego da borracha eo muito amplo, pOis as caracteristicas e propriedades queos elastomeros reunem fazem com que alcancem praticamente todos as setores daeconomia: automobilistico, cal<;adisla, construc;ao civil, plasticos, materiaishospital ares e oulros tambem de grande importancia no dia-dia da sociedade. Porserem as mais empregadas na produc;ao de pneus, as SBR's e as BR's sao as demaior consumo entre as sinteticas.

eSBR

sSBRBANBAEPDMIIACATALatex

Estiren()-Butadieno ememulsaoEstireno-Butadieno em SoIUl;;AoPolibutadienoNitrilicaEleno-PropenoButilicaPolicloropropenoTermoplaslicasDiversos lipos de lalex

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eSBR

sSBR

BRNBREPDMIIR

CRTR

Latex

emulsaoEstireno-8utadieno emSolu<;:aoPolibutadienoNitrilicaEteflo-Propeno8utilicaPolicloropropenoTermoplasticas

Diversos lipos de latex

Aplicacoes de borrachas sinteticas - Fonte: M~ Angelica

Ergonomia

Sabre a PeE sabre a pe que repousa a grande responsabilidade de fazer com que a caminharseja harmonica, suave e prazeroso .

.~r I

V---'Pe - fonte: hu.ufsc.hr

o pe ap6ia e equilibra a corpo sabre a solo, mantendo-o ereto, e tambem e pec;afundamental do processo de locomo4Yaodo homem.Sua forma estrutural intema lhe permite atuar como urn suporte au pedestal para acarpo, e urn sistema de alavancas que a impulsion am durante a ato de caminhar,correr, saltar e um elemento amortecedor dos impactos que recebe do solo.

o cat4Yadoque envolve e protege esta estrutura perfeita que e a pe deve tercaracterlsticas que Ihe permitam, em qualquer circunstancia, realmente protegereste pe sem prejudica-Io ou causar-Ihe qualquer dano.Dependendo de como e concebido e/ou produzido pelo fabricante e tambem como eescolhido e comprado pelo consumidor, a cal4Yadoafetara, de forma positiva ouneg at iva, a saude e a performance do pe e de todo 0 corpo.

A adequa4Yao a altura dos saltos provoca urn tipo de acomoda4Yao aos pes podendoser prejudicial inclusive a coluna vertebral.

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-Sapatilhas sem sallos: provocam pequenos desequilibro 43% do peso do corposabre a antepe e 57% sabre as calcanhares, mas esta disparidade nao chega aresultar em desconforto.-Saltos de dais centimetros: sao ideais. Proporcionam conforto, boa marcha, emelhor distribuic;ao par igual entre as partes traseira e dianteira dos pes.-Saltos de quatro centimetros: sao otimos para quem tern pes cavados. Para amaioria dos usuarios implicam distribui~ao inversa a verificada com as sapatilhas,sao toleraveis.-Saltes de seis centimetros para mais: prejudicam a funcionalidade, podem provocarjoanetes, calosidades e inflama~ao no calcanhar.Sapatos inadequados sao responsaveis par 90%, das doen~as nos pes.Ter em mente este falo na hora da compra significa prevenir incomodo de pisarsentindo dor. Flexibilidade da sola, material maGio, bico amplo e saito em torno dostres centimetres sao caracteristicas basicas de um calc;ado saudavel.

Ope primitivo se espelhava no movimento das maos caracterizando 0 como urnsegundo par de maos, 0 homem moderno se tornou um ser bipede e, emconseqOencia, sofreu alterac;6es anatomicas ao assumir esla postura vertical.

o pe e formado par 26 ossos, que estao divididas em tres grupos: anterior, media eposterior.- os dedos, cada um compreendendo tres assas (falanges, falanginhas efalangetas), a excec;aa do dedo grande, que nao possui falangeta;- a metatarso, que se situa atras dos dedas, compreendendo cinco assos along adose paralelos, denominados respectivamente de primeiro, segundo, lerceiro, quarto equinto metatarsianas;- 0 tarso, que compreende sete ossos, sendo tres denominados cuneiformes ou emforma de cunha (interno, medio,externo), 0 cuboide e 0 escafoide que formam 0

peito do pe e, finalmente, 0 astragalo se situa sobre 0 calcaneo e se articula com osossos da parte inferior da perna.

Segundo Lacerda (1984), A face superior e as faces laterais do corpo sustentam ese articulam com a tfbia e a fibula (ossos da perna). As faces superior, convexa eselar do astragalo, deslizam sob a tibia durante a movimentac;ao do lornozelo.

As termina~6es da tibia e da fibula que se articulam com as faces laterais do talussao chamadas de malaolos a face externa do malaolo (fibular) lateral a maisvolumosa; localiza-se mais abaixo e mais posterior do que 0 malaolo (tibial) medial,a face interior do talus se articula com 0 calcanea, e a anterior com 0 navicular.

o calcaneo a 0 osso que se apoia diretamente ao solo (calcanhar); sua face anteriorse articula com 0 cuboide. Na sua face posterior encontra se inserido urn robustotendao 0 tendao calcanhar.

Os ossos, os musculos e os ligamentos de cada pe sao versateis, ou seja,funGionam de forma diferente nos diversos tipos de movimenlos especfficos do corpohuman~. Islo permite movimentos com diversos ritmos e coreografias. Alem do jogo

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de balanc;o dos ossos e musculos, os ligamentos amarram estes ossos, formandoIres arcos de sustentac;ao: lateral, longitudinal e transversal. "Os ossos do pedisp6em-se de jeito a poder fornecer um apoio elastica ao peso do corpo: formam defato uma especie de arco (arco plantar) ande se distinguem tres cUlVas principais:duas langitudinais, uma interna e outra externa, e uma transversal; destas e a cUlVaexterna que suporta, mais que as outras, a carga do corpo, transmitida da pernaatraves do astragalo, do calcaneo, do cuboide e do quinto metatarsico. Para mantera estrutura normal do pe, colaboram de forma destacada os ligamentos articulares,uma robusta aponeurose presente na planta, e a lensao de numerasos tend6esmusculares que alcanc;am os ossos do arcon.(Akerman 1973:3919)

Areo plantar - Fonte: Akerman 1973

Eixos do Pe

Os movimentos do pe e do tornozelo sao efetuados em torno de Ires eixos y, z e xortogonais. 0 complexo articular acomoda estes eixas numa regiao proxima da parteposterior do mesmo.

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Eixos do pe - Fonte: Akerman 1973

Eixo transversal (Z) passa pelos male!Olos medial e lateral e corresponde ao eixo daarticulac;ao tibiotarsica (tornozelo). Encontra sa compreendido no plano frontal,condiciona os movimentos de flexao dorsal e flexao plantar realizado em um planosagilal.

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Eixo longitudinal da perna (Y) e vertical e condiciona os movimentos de abdugao dope, efetuados no plano transversal. Estes movimentos sao relativos as articulagoesdo tarso posterior.

Eixo longitudinal do pe (X) esta contido em urn plano sagital. E por meio dele ondese da a orientac;ao da planta do pe, ou seja, para fora ou para dento ou diretamente.

Articular;;:oes do pe

As articulac;oes do pe sao complexas e numerosas.

A subdivisao e a seguinte:-Articulagao tibiotarsica (do tornozelo);-Articulagao astragalo calcaneana ou sub talar;-Articulactao media tarsica;-Articulagao tarso metatarsica;-Articulagoes escato cuboidea e escato cuneais.

As articulactoes tern as seguintes functoes:

-Orientar os eixos do pe, de modo a permitir que a planta do pe se mantenhacorretamente em rela9ao ao solo.-Conduzir uma mudanga na forma e curvatura da ab6bada plantar de modo a facilitara adaptac;;:aodo pe as desigualdades do terreno. E de fundamental importancia namarcha.-Proporcionar um sistema de amortecedor na planta do pe, como tam bern dar levezae elasticidade ao passo.

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Post<.;;oes do corpo - Fonte: Akerman 1973

o corpo possui duas formas de se posicionar: normal e anatomica. A diferencta entreas duas posi90es e 0 a disposic;;:aodas maos e 0 angulo dos pes. A posic;;:aonormalau funcional e a que 0 corpo encontra se ereto, com a cabe9a voltada para frente,queixo paralelo ao chao, bragos estirados e as palmas das maos paralelas ao planosagital, as pes afastados deste plano com a parte anterior inclinada (para fora)

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formando um angulo de 3011 a 4011 entre si. A posi!;ao anatomica possui as mesmascaracteristicas, mas as pes e as maos ficam voltados para frente.Classes de pes

A maior dificuldade para adaptac;ao do calgado nos diferentes tipos de pes esla nopeilo do pe, 0 que leva as industrias a fabricarem calcados com larguras variadaspara cobrir estas diferen9as. No enlanlo, 0 cal9ado precisa dar base aos quatropontos de apoio da planta do pe.

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Principais pontos de apoio do pe - Fonte: Akerman 1973

A figura abaixo mostra tipos de pes com seus planas diferentes, que as industriasdevem considerar quando projetam novos cal9ados.

Pianos de pes diferentes . Fonte: Akerman 1973

Do ponto de vista ortopedico, as pes tem importancia fundamental para a serhumano, pais sao eles que sustentam todo 0 peso do corpo, podendo ainda receberapenas a metade desse peso, quando se esta em posiC;ao "em pe", usando se asdais pes, subdividindo esla metade em dais apoios: um apoio no calcanhar e outroproximo da extremidade do pe, no ossa metatarsiano. Esta distribuic;ao de pesodepende do salta que a cal9ado apresenta, podendo se ter diferentes porcentagensde peso nos dois apoios citados.

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MATERIAlS E METODOS DE PESQUISA

A metodologia de pesquisa iniciou-se com a procura de informag6es sabre areciclagem de pneus inserviveis seguido de busca por empresas que trabalham combeneficiamento da borracha e levantando a problematica dos residuos descartadospor essas empresas. Na sequencia foi observada a diversidade de produtos obtidosda borracha natural e sintetica no mercado. No setar calc;adista a borracharepresenta um pequeno percentual porem significativD, pais, e 0 (mica setor damoda que 0 reaproveitamento dos residuos de pneus inserviveis tern destino parprocessos de beneficia menta atraves da desvulcanizac;ao.

Esta pesquisa propee aproveitar uma parte oriunda do residua de pneus inserviveisque tenha como principal caracteristica, a diversidade de beneficiamento para aconfe(;\:ao de calc;ados e acess6rios.

o produto em estudo apresenta caracteristicas parecidas com as do couro,sugerindo a possibilidade de costura, colagem, custo reduzido em acabamento,aplicac;ao de tecidos, aviamentos, etc.

Visita Tecnica ao Grupo Domini -da Marca G60c - 25/01/2006

As industrias de calc;ados G06c Cria<;oes do Vestuario Ltda e Borxxan do Brasil, quedesenvolvem trabalho de parceria, sao as primeiras do mundo a produziremcalc;ados a partir da reciclagem de pneus usados. A fabrica Borxxan do Brasil efornecedora de solados de barracha a base de pneu recidado para fabrica<;clo decah;ados ecologicamente correlos, que serao fornecidos exdusivamente para aGo6c Criac;oes do Vestuario Ltda.Originalidade, e estilo nao convencional, os produtos ganharam mercado e ja sao 18anos de comercio.o solado e composto por 5% de pneu descartado. Ainda utilizam-se lonas decaminhao no fabrico dos calc;ados e balsas.-----==------,

Sandalias G60c - Fonte: G60c.com.br

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Perfil dos usuarios

Segundo Thai Quang Nghia dono do Grupo Domini, a aceita,ao do cal,ado compneu reciclado, tornou-se passivel atraves de uma necessidade de criar umapersonalidade original e mareante, observada pelo comportamento das pessoasusuarias de papetes rustieas e chinelos, que alem do aspecto esletica do produto,buscam tambem uma 1jl050fia e urn canceila nele embutido, par exemplo, 0consumidor que 56 usa cosmeticos cuja fabricac;ao nao agride a meio ambiente.- a intenc;ao e embutir no produto valores intangiveis e agregar algo a mais na vidado usuario.Desde 2005 a prodw;ao atingiu 2,75 milh6es de pares, com crescimento continuo eatraves de merchandising em programas de TV, anuncios em revistas, catalogos e 0posicionamento da marca Goae.

Analise Diacr6nica

No final do periodo pareolitico, por volta de 10.000" C., pinturas em cavernas naEspanha e no sui da Fran~a fazem referencia ao calc;ado. Em 3.000 iC., os egipciosja faziam inscric;oes nas paredes ilustrando as pessoas usando sapatos e atemesmo alguns sendo feitos. No decorrer da historia as sapatos ja serviam deelemento diferenciador das classes sociais. Nos paises frios 0 mocassim e 0 protelordos pes enos paises quentes a sandalia ainda e a mais usada.

Na idade media, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro abertosque linham forma semelhante a das sapatilhas. 0 material mais corrente era a pelede vaca ou de cabra. A padronizac;ao de numerac;ao e de origem inglesa. 0 reiEduardo (1272-1307) foi quem uniformizou as medidas.Em meados do seculo XIX surgem as maquinas para auxiliar na confecc;ao decal~ados, mas so com a maquina de costura 0 sapato passou a ser mais acessivel.

A partir da quarta dl§cada do seculo XX grandes mudanc;as acontecem nasindus trias calc;adistas como a troca do couro pela borracha e pelos materiaissinleticos principal mente nos cal~ados femininos e infanlis.Tecnicas e tecidos entram na produyao, que passa a ser setorizada entre design,modelagem, confecc;ao, distribuic;8.o, entre oulros setores.

A necessidade dos alietas oblerem um melhor desempenho em competi~6esoriginou um novo segmento na industria, voltado aos esportes, a que possibilitou acriaC;ao de tenis tecnologicos, que invadiram 0 vestuario de lodos os grupos sociais.Alem disso a explosao da moda entre 0 publico medio, a partir dos anos 80,possibilitou a aumento do numera de pessoas que passaram a consumir calyado degrife, tanto os mais simples, quanto aqueles assinados por grandes estilistas,verdadeiros artigos de luxo.

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Analise Sincronica

Cah;ados confeccionados com pneu reciclado, sao novidade no meio cah;adista.Apenas solados sao fabricados e fornecidos as industrias e vendidos no atacado evareje. Nenhuma fonte registra 0 usc direto do pneu inservfvel em calt;:ados.

Hush Puppies - por decadas foi sin6nimo de sapato baralo. Nos anos 80 inaugurouo estilo casual em cah;ados e entrou no circuita da moda. Prec;o a partir deR$ 150,00.

Cah:;ados Hush Puppies - Fonte: www.submarino.com.br

Havaianas - 0 chinelo de borracha popular que naD deform a e nao salta as tirasagora e exportado para a mundo inteiro. Sao fabricadas com borracha (SBR)expandida au EVA. Processo de fabricac;ao: modelagem especifica, inje.;;aolvulcanizac;ao. Prec;o a partir de A$ 8,00.

Havaianas - Fonte: www.submarino.com.br

Melissa - A sandalia de plastico era usada basicamente por crian(}as. Hoje econsumida por todas as faixas etarias.A materia-prima dos seus produtos pode ser reciclada. De cada cern quilos de PVCutilizados, 99,5 quilos sao reaproveitados. Derretidos, sabras de cah;:ados au ate

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sapatos defeituosos geram uma nova Melissa ou botas de plastico. Pret;o a partir deR$42,90.

Conforto em Cal9ados

Conforto tern sido 0 principal tema nas feiras internacionais de cal~dos atuaJmente,com varios stands devotados a ele. Os calt;;:ados confortaveis tern sido a preferemciados consumidores jovens principalmente, e influindo nos modelos e design atuais. 0conforto tern sido visto mais sob 0 aspecto do subjetivo e considerado como dificil dese medir. De forma simplista, costuma-se dizer que tudo que contribui para 0 bernestar do pe se chama conforto.

Frequentemente compara-se conforto com comodidade. Tambem existem definit;;6esque argumentam que 0 cal~do oferece conforta quando 0 mesmo nao exp6e os pesa enfermidades ou deformac;Oes. As interpretat;;6es sao as mais variadas possiveis.Outra impartante constatat;;:ao e 0 usa da palavra conforto para a vaJorizac;ao descaJ~dos. Embora usado indiscriminadamente, muito pouco tem side divulgado aomercado sobre suas caracteristicas, par islo experimenta-se calocar 0 conceito deconforta sob 0 aspecto da biomecanica. Pesquisa-se haje, a ac;ao do calcado, desdea sensac;ao de bern estar das pessoas ate as suas relat;;:6es com as fun¢es vitais doorganismo.

Partindo-se da compreensao dos conceitos entre caJcado, bern estar do individuo,manutent;;:ao da saude e da segura~a. e que sao trabalhados os fundamentos paraa fabricac;ao do ~do em condi~6es de lrabalho, de laser, de esporte e deatividades em geral. A obrigat;;:ao do biomecanico e a de informar aos fabricantes asespecifica¢es do conforto e suas possibilidades de realiza~o. bern como prover 0desenvoivimento de aplica¢es mensuniveis e confiaveis.

Para formatar 0 caI~do confortavel tem que se partir do conceito de que tode 0~do deve atender as necessidades do individuo. Um caI~do confertavel possuicaracteristicas IBis como: possuir um born cafce; nao prejudicar os pes mantendo aintegridade dos mesmos; dar uma boa prete¢o aos pes; oferecer seguran~ aoandar; preservar a saude do usuaria; ser adequado it atividade que se destina; naoalterar os parametres da marcha; promover uma adaptac;aa amigavel aos ambienles;e, permitir aos seus usuanos atenderem aos principios psiquicos relativos it.aparencia de sua personaJidade. Para que se possa quantificar e qualificar 0conforto e necessaria medir as troca de reat;;:6es entre 0 pe, 0 cah;ada e os pisos.

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Quanta aos fatores biomecanicos eles se manifestam como for~a, pressao, impacto,vibra90es e temperatura. Fatores estes que se propagam pela cadeia cinematica docorpo, composta por ossos, musculos, ligamentos e cartilagens entre outres. Assim,os testes de conforto consistem em verificar a existencia de harmonia funcional entreas caracteristicas rnorfologicas, fisiologicas e biomecanicas dos cah;ados com aspes. Urn cah;ado cem conforto identifica urn individuo satisfeito. Portanto, usa-se apercep9ao do individuo para se avaliar qualitativamente os parametres de conforto(testes de percep9ao).

No entanto, outros parametres como absorc;ao de choque, temperatura, distribuic;aode pressao, entre oulros, devem ser medides e avaliados quantitativamente. Tanto aavalia~ao qualitativa como a quantitativa tem grande importancia para adeterminac;ao das caracteristicas de conforto de urn cah;:ado. Normalmente oslaboratories de biomecanica testam as cal~ados atraves de testes fisicos,biomecanicos e perceptivos. Par exemplo, a calce e um indicador de conforto que eavaliado atraves de testes perceplivos. A temperatura dos pes, denlre dos calc;ados,durante 0 andar, e avaliada com urn par de termosensores que nos permitedeterminar a curva de temperatura durante a durac;ao do teste. A distribuiyao depressao plantar e determinada atraves do uso de palmilhas sensorizadas. Os indicesde absorc;ao e dessor9ao dos componentes dos calc;ados sao avaliados pelos testesfisicos. E assim, um grande numera de parametros que indicam conforto deve seravaliado quantitativamente.

A seguir alguns indicadores de conforto que tern sido usados pelo a ISTeG -InstitutoBrasileira de Tecnologia do Gouro, Galc;ado e Artefatos.Calce;Manutencao da integridade do tecido epidermico dos pes;Temperatura dos pes dentro dos calc;ados;Liberdade dos dedas sob a influencia do caminhar;Flexibilidade do cabedal;Adequa9ao do saito;Seguran9a ao andar;Umidade relativa denlro do calyado;Tolerancia pela pele dos componentes em cantata com as pes;pronac;ao do calcanhar; pressao plantar; absor9ao de choque;Vibra90es (acelerometria tibial);Alrilo (interno e externo);Altera90es nos pad roes da marcha.

Para avaliar as caracteristicas da distribuic;ao da pressao plantar durante a andar,devemos usar as palmilhas sensorizadas, que nos permitirao localizar as picas depressao e quantificar suas intensidades. Para os cal9ados que oferecerem picasinferiores a 290kPa sao classificados de confortaveis, enquanto as queapresentarem piCaS superiares sao classificados de desconfortaveis. Normalmentepalmilhas especiais contribuem para uma distribuic;ao mais homogenea da pressaoplantar. E importante destacar que a pressao tern urn significado importante naconstruc;ao dos calc;ados devido a sua relac;ao direla com conforto. 0 ponto de altapressao exercido pel os calc;ados sobre os pes e sin6nimo direto de desconforto. Os

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pontos de alta pressao praduzem dar, calos, bolhas e altera<;6es nos movimentos doandar.Algumas destas alterac;6es produzidas sabre 0 andar dos individuos produzemsequelas.

Para se obter um born controle do movimento, durante 0 andar, e necessario que 0calc;ado ofere<;a urn born calce, que 0 pe mantenha a liberdade de movimento comcabedal macio e flexivel 0 solado ofere<;a urn indice de atrito compativel com asuperficie de pisar, que a palmilha tenha capacidade de adapta<;ao ao pe, e que 0calc;ado ofere<;a pratec;ao nas regi6es de apoio. Muitas destas caracteristicas saoalcanr;:adas atraves dos componentes do calc;ado

Aluisio Otavio Vargas AvilaCentro 8rasileiro de Engenharia do Cah;:ado (Cebec) e do Centro Tecnol6gico do Couro, Calgados e

Afins (CTCCA)

Normas de Conforto da ABNT

Com apoio do CEBEC, a Associa<;ao Brasileira de Normas Tecnicas, atraves do CB-11 - Comite Brasileiro do Coura e Calc;ados desenvolve um program a de elaborar;aode Normas Tecnicas Brasileiras, na qual tem-se uma participa<;ao efetiva de lodosos segmentos: produtores, consumidores e orgaos neutros.As normas que eslao em vigor, e que fundamenlam 0 Sel0 do Conforto, sao:

Massa do car<;ado - NBR 14835 - determina se a calr;ado e leve au pesado.

Distribuir;ao de pressao plantar - NBR 14836 - determina as intensidades dos picosde pressao plantar durante 0 caminhar.

Temperatura interna - NBR 14837 - delermina a temperatura do pe, denlro docal<;ado, durante 0 caminhar.

Comportamento da FRS· NBR 14838· determina as niveis de absor9ao de impaetoque 0 cal<;ado oferece.

Angulo de prona<;ao do calcaneo - NBR 14839 - determina os indices de prona<;aodo calcaneo que 0 calc;ado praduz.

Niveis de percep<;ao do calce - NBR 14840 - determina os niveis de confortopercebido pelo usuaria.

Determinac;ao dos diferenles perfis para um mesma numera - NBR 15159 -determina as diferentes perfis para um mesmo numera de calc;ado.

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Ortopedia

Pes mais saudaveis

Os pes sao 0 apoio e 0 equilibria do nossa corpo. Servem para locomover, praticaratividades esportivas e tudo a mais, mas ainda assim as pessoas insistem emaperla.-Ios em calc;ados desconfortaveis. Saito alto, sandalias planas de tiras,sapatos apertados. seja qual for 0 cal~ado. S9 ele estiver causando dares ouincernoda, e sinal que hil alga errado. Se for inadequado, podem provocar calos,deformidades, dares nas costas ou nos pes. Ai nao tern jeito, e preciso mesmaabandonar aquele sapato lindo que chamou a atenc;ao na vitrine da laja.

Para Velioso, 0 cah;:ado naD deve ser apertado nem frouxa.Um levanlamento realizado pelo professor da Faculdade de Medicina (FMO), daUniversidade de Brasilia (UnB) e ortopedista Gustavo Velloso mostrou a preval€mciade dares constantes nos pes em 40% de 150 individuos analisados em seuconsult6rio no Hospital Universitario de Brasilia (HUB). Os pacientes haviam ido aomedico por outras razoes, dando pouca importancia aos problemas nos pes. Cercade 77% deles apresentavam calosidades e 10% deformidades. "0 calo e umaresposta da pele do pe que engrossa, pois a sapato nao se adapta", ex plica Velloso.Muito comum tambem sao as dedos em martelo, que, de tanto ficarem flexionadosdentro dos sapatos apertados. nao esticam mais.

Antes de escolher um sapato, Velloso recomenda que e essencial pensar no bem-estar. Quem trabalha fora passa em geral oito haras com a mesma sapato. semventilar a pe nem mudar a forma de pisar, dai a importancia de se variar 0 cal~adodiariamente para nao viciar a pisada e dar mais liberdade aos pes. Nem apertado,nem frouxo, 0 sapato deve ter a medida certa. "A parte rnais larga do cal\=ado devecorresponder a parte mais larga do pe. Urn pouco de saito (dois cm) tarnbem e born",aconselha Velloso. Sapatos de bico fino, portanto, devem ser evitados.

Motivos da escolha - 0 problema da falta de conforto, segundo 0 ortopedista, podeestar no motivo da compra:

82% dos pacientes se baseavam no pre\=o92%, no formato e estilo do sapato.73%, nacor.

A alternativa conforto nao foi citada. Entre as mulheres (64% dos pacientes), 30%usavam salta alto par cerca de seis haras ao dia. "Esse lipo de sapato, se usadodiariamente por horas seguidas, pode levar ao encurtamento dos tendoes e forc;a,acoluna lombar", alerta 0 ortopedista.Sapatos devem oferecer bem-eslar, ventjla~ao e flexibilidade para os pes.

Inconvenientes de cada urn - As sandalias de dedo planas, se par um lado daD maisliberdade aos pes e ventilam, par outro os deixam muito pianos e far~am a curvapara baixo e a articula\=8.o dos dedos. As botas oferecem pouca ventila\=ao e nao daoflexibilidade aos pes. Tamancos de madeira tambem sao duros e nao acompanhama curva da sola dos pes. "0 lenis par ser flexivel e 0 cal\=ado mais adequado para

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quem passa multo tempo cal<;ado, mas se usado com freqOencia pode causarfrieiras", explica Velloso. Apesar das observa<;oes do ortopedista, nenhum tipo decal<;ado e prolbido, desde que seja usado com modera<;ao.

Deformidades - As alterac;oes nos pes podem ser adquiridas (par traumas,infec90es, doen<;as vasculares) ou congenitas e sao de varios tipos:

- pes voltados para fora (supinados)- pes com pouco area (planas au chatas)- pes arqueados (cavos)- dedos que nao esticam (dedos em martelo)- pes com forc;a excessiva na parte interna (pronados), falta forc;a equilibrada naparte externa e interna.

Curiosidade - Os pes crescem aproximadamente ate os 12 anos, parando decrescer antes do resto do corpo. Com 0 passar da idade, a quantidade de gorduranos pes diminui. Par isso, os idosos devem usar cal<;ados extremamenteconfortaveis.

Conselhos•Varie diariamente os cal<;ados que for utilizar. Um dia use um mais baixo, no outromais alto. Se urn dia 0 sapato for fechado, no outro use urn aberto .• Use sernpre calc;ado com solas flexiveis, evite calc;ado com solas de madeira e deacrilico. As salas de silicone e borracha sao bastante rnacias.

Anatomia do Sapato

Pesquisa e informa<;:ao com 0 professore medico ortopedista Gustavo Velloso pelo e-mail [email protected]

o sapato e cornposto por aproxirnadamente 20 partes diferentes. Cornpreender 0basico da construc;ao de urn sapato ajuda na escolha dentre os rnilhares estilosexistentes. Basicarnente pode ser dividido em duas partes: Cabedal (parte superior)e solado (parte inferior) as quais sao subdivididas numa serie de ouras:

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1. contralorte2. Palmilha de Acabamento3. Forro4. LingOeta5. Cadargos6. IIhoses7. Gaspea8. Etiqueta9. Sola10.Vira11.Lateralt2.Salto13. Traseiro

Composic;:aa do cal<;:ado - Fonte: www.sapatosonline.com.br

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Borracha para fabrica~ao de Cal~ados

80rracha para solados - Fonte www.agencia.fapesp.br

o principal usa de sistemas de PU's (poliuretanos). se da em solados para cah;adosesportivQs, sapatos masculines de boa quaJidade, sapatos feminines de moda(especialmente os de sola tipo plataforma), entressolas dos tenis sofisticados,call;ados de seguranc;a (bi-densidade), palmilhas especiais, etc. Possivelmente amaior aplicac;ao dos PU's elastomericos tern side na industria de cal<;adosesportivos, que cresceu e S9 transformou nurn mercado rnundial multibilionario.Atualmente, as calc;ados esportivos sao utilizados nao samenle para melhorar 0desempenho de atletas, mas tambem como artigo da moda, para 0 publico em geral.

A produ<;ao rnundial de calc;ados atingiu os 12 bilh6es de pares em 2001. Em 1999,o consumo total de diferentes materiais em solados foi estimado emaproximadamente 5,1 milh6es de toneladas. A participac;ao dos PU's representacerca de 8%, sendo sistemas (7%) e TPU's (1%), ocorrendo ainda predominancia deprodutos como SBR (40%), PVC (20%), TR (14%), EVA (9%), couro (8%), e outros(1%). a consum~ de PU's vern crescendo a cada ano, devido especial mente acaracteristicas tecnicas, como leveza, perfeic;ao de c6pia (imitac;ao prefeita decortic;a, madeira e couro), resistemcia a abrasao, facilidade de tingir, etc.a PVC (policlorelo de vinila) e usado em solados de calc;ados mais baratos, devidoao baixo custo da resina, que utilizam plastificantes. E utilizado nos chamadossapatos ou chinelos ~full-plastic".Os compostos de SBR (borracha sintetica de estireno/butadieno), necessitamgrandes quantidades de carga, na proporc;ao media de 3:1, com 0 intuito demelhorar a resistEmcia a abrasao, aumentando a "dureza" do solado.Alem de sol ados 0 SBR e usado na fabricac;8.o das sandalias "Havaianas". A resinaEVA (copolimero etileno/acetato de vinila) e material de custo relativamente baixo,utilizada em solados, sandil.lias, palmllhas e entressolas de calc;ados de menor prec;ofinal e do tipo "full-plastic".A TR (borracha termoplastica de estireno/butadieno) e usada em calc;ados femininosde boa qualidade e tende a substituir 0 PVC e EVA.Em 1995, 0 mercado mundial de sistemas de PU para calc;ados era de cerca de 210mil Ion, em 2000 de 300 mil ton, sendo 90-95% em solados e 5-10% em enlressolas,com previsao para 2005 de 400 mil ton, apresentando a maior taxa de crescimenlo

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entre as materiais utl1izados. No Brasil, a consumo iniciado em meados dos anos 80,cresceu mais de 10 vezes de 1988 a 1994, passando de 18 mil ton em 1994, para25 mil Ion em 1996, e em 2001 foi eslimado um consumo de cerca de 35 mil Ion desislemas PU.

Nylon (poliamida)

o Nailon (ou Nylon) e a primeira libra textil sintetica produzida. A partir de fios dessepolimero fabricam·se a velcro e os tecidos usados em meias femininas, roupasintimas, maiDs e biquinis.O miilon consiste, tambem, no mais conhecidorepresentante de uma categoria de materials chamados poliamidas, que apresentam6tima resistencia ao desgaste e ao tracionamento. Esta ultima propriedade efacHmente percebida quando tentamos arrebentar com as maos uma linha de pescafabricada com nailon. 0 nailon e as demais poliamidas podem tambem ser moldadossob autras lormas, alem de fios, possibilitando a confecC;ao de objetos comoparalusos, engrenagens e pulseiras para rel6gios. Em virtude de sua alta resisteneiamecanica, e tambem muito apropriada no fabrico de artigos de seguranc;a (para~quedas, etc.) e esportivos.Cardura e a marca registrada da InvistaTM para tecidos de altissima durabilidade.Os Tecidos Cordura sao produzidos com fios de poliamida 6.6 de alta tenaeidade,com resisteneia it ruptura muito acima da media dos tecidos existentes no mercado.Apresenta altissima resistencia nos itens abrasao, rasgamento e perfuraC;ao, alemde nao lormar pilling (bolinhas). 0 teeido Cordura, que pade ser tinto ou estampado,e leve, facil de lavar, seca rapidamente, nao mota e mantem aparencia de novo parmuito mais tempo. Quando submetido a acabamento de resinas ou Teflon, podeadquirir caracteristicas de repeleneia a agua, 6leo, retardante de chamas, etc.Os tecidos Cordura podem ser produzidos com fios lisos, tipo 210 den*, 280 den,420 den, 630 den e 840 den, lexlurizados a ar Iipo 500 den, 750 den e 1000 den oucom ambos. Os lios lisos apresentam maior resistencia a ruptura par trac;ao e saomais brilhantes, enquanto 0 diferencial dos texturizados e a resistemeia a abrasao,sao menos brilhantes e tem, portanto, uma aparemcia menos sintetica e maispr6xima a lana.Diferentemente do significado de Cardura da epoca em que a marca pertencia aDupont, atualmente todos os tecidos feitos com lias de poliamida de alta tenacidadeda InvistaTM sao chamados de Cordura. Porem, 0 tecido original que consagrou amarca e ate hoje e mundialmente reconheeido por ser a mais resistente a abrasao, ea produzido com olio texturizado.Cordura 1000 e 20x mais resistente que 0 Algodao, lOx mais resistente que a La,4x mais resistente que 0 Nylon 400, 3x mais resistente que 0 PoJiester 600.A Invista faz a fio Cordura , que e vendido para tecelagens homologadas, que porsua vez fabricam 0 tecido. As tecelagens homologadas devem seguir 0 padrao dequalidade soticitado peta Invista para a produc;ao do tecido. Esta homologac;ao eslasujeita a revisao periodicamente.As confecc;6es homologadas Cardura tambem devem seguir alguns padr6es dequalidade ap6s adquirir 0 tecido. No Brasil, para receber a etiqueta da marca, pelomenos 60% do produto deve ser em Cordura.Existem teeidos Cardura de varias espessuras, expressas pela unidade ·den. Osprodutos mais resistentes das melhores marcas do mundo sao confeccionados coma Cordura de 500 den au mais. r den = unidade que representa 0 peso em gramas

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de 9000 m de fio, que grosso modo determina a espessura do fio. Par exemplo,9000 m de um lio de 500 den pesam 500g.)Muitos produtos importados levam a Etiqueta eordura, mas s6 utilizam a teeido nofundo au em algumas areas, empregando na maior parte do produto teeidos dequalidade inferior.Moehilas, pochetes, earteiras, balsas, mal as e aeess6rios em gera1.Botas, tenis, chuteiras, coturnos, roupas para pratica de motocross, kart, trekking,escalada, coletes salva-vidas, bates infiaveis, cintos de vao, sao algumas dasaplicac;:6es do Cordura.

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Projeto

o projeto de cole~ao e do ramo cah;:adista de cunha artesanal e S9 compoe de:tema, conceito, ambiencia, cartela de cores, cartela de materiais, gera9ao dealternativas, selec;ao de alternativas, fie has tecnicas e prot6tipos.

Publico Alvo

Esta colec;ao pretende voltar-s9 para urn publico feminino que atua em diversoslugares com praticidade e elegancia. Na praia, piscina, em casa, no shaping._.Mulher desprendida do saito alto, versalil na composic;ao de Looks com calc;adosque valorizam as pes e a natureza.

Tema

Cullura Brasileira atraves de suas paisagens, suas cores, artesanato ...Remeter 0lado desleixado, sem preocupa9ao, lange do cotidiano de Irabalho, estresse ..

Seu verde e amarelo na essencia;SensualidadeRusticidadeToque tropicalTerraMarArtesanatoAmarra<;oesSementesDialetosCoresCaipiraPele de tonsReHgiosidade ..

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Conceito

Estimular corpo e mente, inconsciente e corac,;:ao,busear sintonia com a cultura e anatureza. prazer e bem·estar.A espontaneidade, relax, a privacidade ...Proteger a agua, a terra e 0 fogo como fonte de inspiracao ...Convivio com 0 clima, com a cidade, 0 campo, a mar, unir a estilo e a cullura em suadiversidade ..

A colec,;:ao e compost a pas cinco pares de sandalias confeccionadas artesanalmentecom solado de borracha vulcanizada (encontrada em casas de couro e solados), Apalmilha e revestida de nylon texturizado, no contraforte tambem e trabalhado 0nylon e para 0 cabedal foi utilizado lira de pneu inservivel (cedido pela BS Cowway -Fabrica em Piraquara - regiao metropolitana de Curitiba) cujo acabamento apenaslixado e cortado na medida necessaria para a confecc;ao. Caracterizando calc;adossimples, leves e com materiais de alta resistemcia e durabilidade.

Oescric;:iio do processo Criativo

A partir de pesquisa e incansavel procura per aplicac;oes do pneu inservivel nomercado brasileiro, que ainda e muito restrita e na maioria das situac;oes a busca porsolu'!(oes de reaproveitamento e aplica'!(ao da borracha vulcanizada comocomponente na fabricaC;ao de urn novo produto esta associada apenas a pesquisase projetos. As industrias no Brasil, somente duas, estao voltadas para 0beneficiamento de solados cuja composi,!(ao tern percentual de pneu inserviveltriturado em granulos atribuindo a este projeto alto grau de dificuldade.A escolha do pneu usado diretamente na confec'!(ao da cole'!(ao esta associ ada afacilidade de aquisi'!(ao do material inservivel, e ao acabamento rustico(necessitando apenas de tesoura, lixas e motor de esmeril). A banda de rodagem(que entra diretamente em contato com 0 solo oferece grande resistencia aodesgaste) e a parte do pneu que esta sendo utilizada para 0 projeto. Ver ilustra9aoda pagina 03.

Func;:oes do produto

Praticas: Os cal'!(ados confeccionados para este projeto, sao proprios para 0 usocotidiano. 0 residuo do pneu utilizado nesta colec;ao abrange seu uso paraconfecC;ao de bolsas e acess6rios.

Esteticas: A cole'!(ao apresenta beleza, acabamento e elegancia, pois a combina,!(aodos materiais esla em harmonia com 0 conceito que busca no produto valoresintangiveis e agrega algo a mais na vida do usuario.

Simb6licas: E alribuida ao pneu usado uma nova cultura, transformando - 0 emnovos objetos para a uso do homem, protegendo 0 meio ambiente.

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Ambiencia

lodes as lugares do Brasil que projetem 0 bern estar para 0 corpo e a mente ..

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Cartela de cores

Caqui, rosa, amarelo, verde e preto, cores que contrastem com 0 material pneu,causando aspecto de rusticidade .

•• •••••••••Cartela de Materiais

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Gera«;ao de Alternativas

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RESULTADOS

Selec;ao de Alternativas

As alternativas selecionadas apresentam proximidade com 0 tema, com ambiencia ecom 0 publico alvo. A altura do salado esla no padrao ideal para as model os e asmateriais e cores harmonizam 0 resultado.

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modelo 5: sandatia Dona - Cote~ao Coisa de Maria

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Fichas Tecnicas

I Pe~a: Chinelo FuxicoIII

Especlficat;iio: Feminina0C Coleliao: Coisa de Maria..:

Tamanho: 36C

C6digo:

8,5 -----,

2,5

17.0

Tiras de pneu

<i:uzU'lLI••••oe(:r:uIJ..

2.6

Unidade:Cm

I Olscrlmina",lo Quanlidade Pret,;o OBSERVAI;Oes

Solado EVA 1 par Preto, 2cm ae altura

tira deoneu 2mm espessuraFita Gorgurao 100cm Preto

ilhos e rebites 2 uni--tecldo Nylon texturlzaao 40X40cm Cor verde

R$5,37Custo de mao de obra R$170,OO

i TOTAL R$175,37

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I Pe~a: Sandalia Onda C6.,~~E~'P~,~,'-"~-~-o-'--~F~e~m~in~in~a~~~----------~~·~'~'--~=c~o~,.,~.~o'~~~C;o;is;a~d~e~M~a~ri~a=======================C~T~.m~'~"h~,~, ~3~6 _

~~

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ilhos

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2.'- 2,.

Unidade:Cm

:R$17537

Olserimln •••lo p,..,~o OBSERVAr;Oes

~ _SoladO£1lP.8 ---'~1-'p=a~r__ '- f.:-p.::re::to:c,~2=e::.m:..:d::e:..:a:::'t::u:::ra~Ict:: tira de oneu 2mm eSQ:essuraIt Fita Gorourao 100em Preto<~~~,--~----~--~2~u~m~· +- ~------------_Ic:: teclao IIIYlon texlUrizado !4OX40cm: Cor verde'W ;~----~~~------------~--------------------~~----~R~$5~,~37+_-----------::E Custo de mao de obra R$170,OO

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<i:uzU'LLII-oe:(

J:UlJ..

8,5

8,5

--·····················---4,U

ilhos

\7,0

ContraforteUnidade:Cm

J ~D~I"~"~ml~".~'~~ -+'~Q~"'~"'~~~~~~p~~,~O_+~O~.S~E~RV~~C~'O~~~~__:E Solado_~A,--------------i-'l~ ma~,__ +- j.':P:!C'e~t~o,'-'2~C~m!..'d~e'_'a~lt~u~'aii: tira_de..pneul !- -+ +---='2m~m~e;;>s~pe"'s"'s"'u'"a'_la. ----.Eta.J3Jl!9lilliO!!OL- -L_l!;01liO'!i'Cm~ -+__-'P"""e"'to'-- I« ilhos e rebites 0 UOL' +- +- 1

a: __ ---'te"'c"'id"'O"-'-'NLyl~o!!n~te"'x"tu"'r-"iz"'a~d"_oj.AOlC40Iccmm4-:, -+"'C"o'"a"'m"'a"""el"'o 1,W +- ~~~----------I~----------------------~----_+~R$~S~3~7+_-------- __ 1:E1 __ ~C~us~t~o~d~e~m~a~o~d~e~O~b'~aL___ _ER~$17~O~O~OL___ ~----~-- 1

'R<17<,V.L- _

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I Pe-;a: Sandalia Maria Bonita COdigo:

~~E'~P'~'~Ifl,-.~,,~o,----~F~e~m~in~in~a~~~~~------~~--

~ =~CO~"~"~O~,~~=~C~Oi~sa~~de~~M~airia~=====================c_'~·~m~'"~ho~, =36~ _

«u-

-

85=sJ[====i,'Ji'h~S--~HIn

~l!Jr

-------------------4;6-----------------------------

~lConlralorle

Discrimina"ao

par

~ tiffideQ~n~e~U~------------t,~~~-----_+~2~m~m~es~p~e~ss~u~ra~0. Fita Gorqurao 100cm Preto« ilhos e rebites 2 uni :: I_----.==~-----~ tecido Nylon texturizado c:i4"'O.:.:X:::4o"'c'"m",:::.------+----=c:.:o~r~ro:.:s=a-----1'w ~---~ ·~,R~$~5~,3~7-~-------------

::E Custo de mao-<J.e_obI.a<L '-'R"$...17"O.,.O,,O'-;;;;;:;;---+,===/-- _,R$175,37

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~ _Pc:'''''":c' --'S"'a"-n"'d"'al"'ia"D"'o"-n"'a ---'c __,=d;""go"-,_

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<t:uzU'lIJl-e:(J:UIJ.

17,0

ContraforteUnidade:Cm....... _-_ _---_ .. __ .. _--_._-_._--------_._--

~ Salado EVA 1 par : Preto, 2cm de altura~ __Jiratte..pn.e. ,2mm espessura

o..~: Preto« ilhos e rebites . 2 uni :0: tecido Nylon texturizado i 40X40cm Cor caqui'W ~--~--4_-------~ _ : R$5,37

::!: Custo de mao de obra R$1.LO.t"O"JO, ~=c__=_c-"------_I : R$175,37

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Prot6tipos

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Cuidado e conserva(fao

Nao lavar a maquina;Lavar a mao; nao usar alvejante;Lavar com saba~ neutro;Nao deixar de molho;Nao tarcer;Secar a sambra.

Resultado Ergonomico dos modelos

Flexibilidade do cabedal - As tiras de borracha apresentam boa flexibilidade e saoconfortaveis;Temperatura dos pes dentro dos calt;ados - Nao ocorre varia930 da temperatura dospes com 0 usa das sandalias;Toleri'mcia pela pele dos componentes em cantata com as pes - Os materiaisutilizados nao apresenta riscos de alergias au irrita<;:ao em cantata com a pele;

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Planilha de Custos

o valor final estacondicionado aD proceSSD de fabrica98,o sob medlda em sapatariaparticular, alem da falta de ferramentas e equipamentos para 0 beneficiamento dopneu inservfvel no ramo calc;adista.Para 0 mercado idealizar urn valor popular, as materiais que comp6em as calc;adosseriam fornecidos par empresas parceiras, estimando um custo de 20% do valor.

Quantidade Discriminat;;:8.o do Valor unitario Valor totai -produto

1,6kg EVA radial 8,60 13,75(solado)

10m Fita Nylon 1,00 10,00(QorQuraol - preto

1,5m (1,40 de Nylon 600 5,90 8,85largura) colorido

3 cores0,80m Lana tingida 13,00 10,40

10 unid Etiquetas 0,20 2,00bandeira Brasil

Custo total de materiais45,00

Mao de Obra da confecc;ao de Valor por I 170,00cinco pares de sandalias - cada parSapataria Raquel

Custo total de Mao de Obra850,00

Prec;o sugerido para venda acresce em 20%, sendo: valor de custo+ mao de obra = 45,00 + 850,00 : 5 + 20% = 214,80 para cada parconfeccionado sob medida em sapataria, mais as custos tributarios.

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Making Off

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Produc;ao Fotografica

Folografo: Roger Yuzo Naguli.Maquiagem: Cecilia Velloso.Produ9ao Maria Angelica E. Kaspchak.Modelo: Ana Paula, FordModels.

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Discussao

o resultado deste projeto atende ao principal objetivo que e apropriar 0 usa de pneuinservivel a confecr;ao de calc;adas. abrangendo QuIros meiDs que podem serexplorados atraves de novas projetos.Na questao custo, 0 resultado nao e satisfatorio para 0 ramo artesanal, pois amaterial destinado it reciclagem tern pouca industria para beneficiamento,dificultando a mao de obra e encarecendo 0 produta final para urn promissormercado.Para fabricar cah.;:ados confortaveis, e precise conhecer profundamente as medidasdos pes dos consumidores do mercado alva atravas de estudos da antropometria dope. Tambem para 0 pneu inservivel utilizado neste projeto, e necessaria a realizar;aode ensaios fisicos e mecanicos. que permitam avaliar a resistencia a tracao,alongamento e ruptura deste material qualificando 0 ca1cado que for confeccionado.Estes estudos e avalia~6es levam cerca de seis meses para serem concluidos e enecessaria a patrocinio de um fabricante interessado no projeto.

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Conclusao

o material pneu inservivel pode oferecer Qutras atribuic;oes, recomendo suaexplora,ao para novas lormas de aplica,Des dentro do Design de Moda. Po,,;mdeve-s9 buscar parcerias com empresas que possam desenvolver equipamentos eferramentas para 0 beneficiamento do pneu inservivel.A criatividade deve ser aguc;ada pelo design para que beneficios assegurem anatureza longevidade e qualidade de vida ao homem.

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Boletim Informativo da Balsa de Reciclagem Sistema FIEP Ano I - Numero Ires -JUUAGO - 2001;

Carneiro, Ligia Gomes. Trabalhando 0 couro: do serigote ao cah;ado. Porto Alegre:L&PM,1986;

Fran,oise Vincent-Ricard - As Espirais da Moda - 1996, edilora Paz e Terra S/A;

Manzini, Ezie - Limits and possibilities of ecodesign;

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Boehn, Max Von. La Moda: Idade Media. V.1. Barcelona, Salvat, t928;

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- La Moda: seculo XVII. V. 3. Barcelona, Salvat, 1928;

- La Moda: seculo XVIII. V. 4. Barcelona, Salvat, 1928;

- La Moda: seculo XIX, 1790-1817. V.5. Barcelona, Salvat, 1929;

- La Moda: seculo XIX, 1818-1842. V. 6. Barcelona, Salvat, 1929;

- La Moda: seculo XIX, 1843-1878. V. 7. Barcelona, Salvat, 1929;

- La Moda: seculo XIX. V. 8. Barcelona, Salvat, 1929;

- La Moda: seculo XX, 1900-1920. V. 9. Barcelona, Salvat, sd;

Barros, F; Nahum, P.- Sapatos -Cronica de um tempo - 190011991. Silo Paulo,Franca;

Boletim InformativD da Balsa de Reciclagem Sistema FIEP Ana I - Numero Ires-JUUAGO - 2001;

Carneiro, Ugia Gomes. Trabalhando 0 couro: do serigote ao cal~ado.Porto Alegre:L&PM,1986;

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Manzini, Ezio - Limits and possibilities of ecodesign;

Manzini, Ezio -A Materia da Invensao;

Maragoni, Giorgio. Evoluzion storica e stilistica della moda. Milano: Centro S.M.CMarangoni, 1987;

Piazera Claudya - Ecodesign: uma for~a ativa para a competitividade brasileira e 0desenvolvimento sustentavel;

Sardella, A; Mateus, E. Dicionario Escolar de Quimica, Sao Paulo: Atica, 1981;

Silva, Fernando.J. - Do objeto artesanal ao produto industrial: 0 calyado - RevistaAssentamentos Humanos, Marilia, v3, n. 2, p19-28, 2001 ;Ribeiro, Darcy - 0 pavoBrasileiro, forma-;;ao e 0 sentido do Brasil- 1998, editora Schwarcz Ltda.

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Venzke e Nascimento, Claudio Senna e Luis Felipe - 0 Ecodesign no SetorMoveleiro do Rio Grande do Sui;

Consultas Tecnicas

CTCCA - Centro Tecnol6gico do Couro, Calcado e AfinsFone: (51) 587-1477 - R. 202 [email protected]

Museu Nacional do Cal~ado - http://www.mncalcado.br;

Departamento de Qufmica-UFPR - Prof. Or. Patricio Peralta-ZamoraFone: 41-3613297, FAX: 41-3613186wwvv.quimica.ufpr.br/--tecnotrat

Bayer S/A - Material Science - Polyurethanes - Luiz Pernas NunezTechnical Support - LATAM - Specialties and [email protected]

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