cognição social (1) -ensaio ariane e jessica

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UNIVER SIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA: PPB- PERCEPÇÃO E PROCESSOS COGNITIVOS DOCENTE: ANDERSON MENDONÇA ENSAIO TEÓRICO: COGNIÇÃO SOCIAL ARIANE COSTA DE OLIVEIRA JÉSSICA SOARES DA SILVA Santo Antônio de Jesus, 2 012

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5/17/2018 Cognição Social (1) -Ensaio ARIANE E JESSICA - slidepdf.com

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: PPB- PERCEPÇÃO E PROCESSOS COGNITIVOS

DOCENTE: ANDERSON MENDONÇA

ENSAIO TEÓRICO: COGNIÇÃO SOCIAL

ARIANE COSTA DE OLIVEIRA

JÉSSICA SOARES DA SILVA

Santo Antônio de Jesus, 2012

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A cognição social refere-se ao papel desempenhado por fatores cognitivos no nosso

comportamento social, surgindo a partir do interesse dos pesquisadores em utilizar os

modelos cognitivos para entender os processos básicos subjacentes às interações sociais,

 bem como, a forma que estes afetam o nosso comportamento como membros de uma

sociedade (PEREIRA,2011; TRÓCCOLI, 2011).

Moskowitz (2005 apud PEREIRA, 2011) afirma que a capacidade de raciocinar sobre

as causas e razões de um determinado evento é um dos elementos mais importantes na

caracterização da natureza humana e uma das premissas básicas de estudo da cognição

social. Assim, essa capacidade e o conhecimento adquirido por conta desta,

 proporcionaram ao homem ter noção do mundo ao seu redor e caracterizaram-se como de

suma importância para a sobrevivência, em termos evolutivos. Nota-se então que esse

raciocínio segue o que traz Tróccoli (2011), ao afirmar que “ para compreender a

evolução da mente humana, o ambiente social da espécie é mais importante do que o

ambiente físico”.

Ao aproximar a Psicologia Social da Psicologia Cognitiva, entende-se que a primeira

apropria-se dos princípios que orientam a segunda, como a noção de processamento de

informação. Contudo, a ênfase dada está relacionada ao impacto desse processamento na

 percepção e cognição dos grupos humanos e seus membros, ou seja, da realidade social

compartilhada. Para Scheneider (2004, apud PEREIRA,2011) a cognição de objetos

sociais difere a cognição de objetos não-sociais, na medida em que, se mostra mais

complexa e heterogênea.

Assim, segundo Tróccoli (2011) existem oito princípios que norteiam os estudos da

cognição social, e que compõe os seus aspectos teóricos, dos quais é necessário um bom

entendimento para familiarização e respeito do assunto, onde em sua maioria as

expressões se referem a metáforas (PEREIRA, 2011).

De acordo com Pereira (2011) seria uma operação extremamente exaustiva para o

sistema cognitivo atender a cada um dos estímulos dos estímulos presentes no ambiente,

então as pessoas utilizam espécies de atalhos cognitivos para a realização de suas de suas

atividades e discussões, apropriando-se de uma diretriz distinta e econômica, em algumas

situações, caracterizando assim o “Avaro cognitivo” o primeiro principio apresentado por Tróccoli (2001), que por sua vez influenciará na “Qualidade da percepção”, outro

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 principio. O segundo é o de “Orientação para processos”, caracterizando a cognição

social, assim como os processos cognitivos, formado por estágios sequenciais. A

“Percepção mútua” é o terceiro principio apresentado por Tróccoli (2011), onde acordo

com Pereira (2011) “ocorre uma negociação entre quem percebe e quem é percebido, de

 forma que o eu, encontrasse diretamente envolvido na cognição, sendo ao mesmo tempo

 sujeito e objeto” (p. 104). Tal preceito tem como consequência o fato de que a percepção

de outra pessoa envolve o eu de quem percebe, influenciando, onde as reações que a

 pessoa julga perceber no outro define o que ela é, caracterizando o principio de

“Centralidade do eu” (TRÓCCOLI, 2011).

Por sua vez o principio de “Orientação pragmática” ou “taticamente motivado”, coloca

que o pensamento do sujeito tem por objetivo a ação, e se caracteriza por situações onde o

sujeito se dedica a pensar de forma cuidadosa sobre cada um dos estímulos disponíveis

(PEREIRA, 2011), especialmente em situações que o indivíduo se sente motivado

afetivamente, entrando no principio de “individuo como ator ativado”.

Tróccoli (2011) lista alguns elementos que compõem as estruturas cognitivas que, por 

sua vez, são utilizadas para chegar a uma compreensão rápida e satisfatória sobre si, e os

demais elementos do seu entorno. O primeiro deles são os esquemas, “estruturas

cognitivas compostas de conhecimentos sobre conceitos, objetos ou eventos

representados por seus atributos e pelas relações entre esses atributos” (FISKE,1982

apud TRÓCCOLI,2011). Ou seja, os esquemas são as estruturas que comportam o

conhecimento prévio, ou pré-concepções, que se dispõe, servindo para organizar os

estímulos e conhecimentos que se apresentam, em torno de temas ou tópicos. Esses

esquemas vão influenciar a maneira como codificamos, relembramos e julgamos às

informações que temos acesso, ajudando a reduzir o grande número de informações que

se precisa absorver e as informações ambíguas que se tem que interpretar. Conforme

explica Tróccoli (2011), os esquemas podem ser sobre pessoas, sobre si próprio, traços de

 personalidade, pessoas em uma determinada situação (scripts), objetivos sociais e papéis

sociais.

Deve-se atentar para o fato de que os esquemas referentes aos papéis sociais são

equivalentes aos estereótipos (TRÓCCOLI, 2011), e estes podem servir como meio de

reprodução e perpetuação de concepções preconceituosas e discriminatórias contra gruposque representem minorias sociais.

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O segundo elemento que Tróccoli (2011) traz como sendo como sendo constituinte

das estruturas cognitivas são as atribuições. Estas, por sua vez, dizem respeito a

atribuições de causas aos comportamentos próprios e dos outros. A atribuição está

diretamente relacionada aos esquemas, já que ao atribuir disposições ou traços como

causas de comportamentos observados, fornece-se informações para ficar armazenadas

nos esquemas referentes a esses traços ou disposições. Weiner (2000;2005 apud

TRÓCCOLI, 2011) propõe a compreensão dessas atribuições sobre duas perspectivas:

teoria da atribuição intrapessoal (utilizada para explicar os próprios comportamentos) e

atribuição interpessoal (utilizada para explicar o comportamento dos outros).

Segundo afirma Pereira (2011), a categorização é um componente essencial da

cognição, possibilitando a redução da complexidade da realidade social e a formulação de

inferências, além de auxiliar no processo de ajustar as experiências com objetos já

familiares a um esquema mental já existente. O conceito de categorização social está

relacionado à concepção, já citada, do avaro cognitivo já que está calcado no preceito da

economia psíquica, permitindo um tratamento eficiente das novas informações em

consonância com as crenças mais antigas e gerais (PEREIRA, 2011). De forma geral, o

uso de categoriais sociais oferece uma série de atalhos mentais para que se possa

responder, de forma rápida, às demandas do contexto social que se está inserido.

Ainda Segundo Tróccoli (2011) os processos psicológicos básicos como a atenção,

memoria, irão operar na formação e acesso de esquemas e atribuições, e o sistema de

categorização facilitara a memorização. Para o autor a atenção pode ser definida como “a

codificação e a consciência de estímulos internos e externos a nosso organismo”, e como

sua principal característica é a limitação, ela tem que ser bem seletiva. Assim com base

em Pereira (2011), os processos atencionais irão interferir na seleção de estímulos que

serão codificados, transformados em representações mentais, e arquivados a partir da

utilização de esquemas mentais previamente disponíveis. Uma vez arquivado, entre em

ação os processos mnemônicos responsável no processamento da informação social pela

recuperação da informação para o julgamento e ação de forma mais rápida e econômica

cognitivamente.

• Conclusão e Críticas

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Compreende-se a importância do estudo da cognição social, na medida em que, este

 possibilita um “entendimento de como percebemos, processamos, armazenamos e usamos

informações” (PEREIRA, 2011) advindas do nosso contexto social. Possibilitando o

enriquecimento das teorizações e dos estudos da Psicologia Social ao viabilizar o

entendimento de como a informação está sendo processada e usada quando

desenvolvemos atitudes, reagimos agressiva ou altruistamente ou quando participamos de

grupos sociais.

Contudo, acredita-se que caiba o questionamento a cerca dessa concepção do

homem enquanto máquina que processa dados e informações. O texto Cognição Social,

de Pereira (2011), traz uma visão exageradamente mecanicista dos processos mentais

humanos. Será que esses processos se dão de forma linear e precisa como o texto aborda?

Destaca-se ainda a pouca importância atribuída à subjetividade e aos afetos impelidos no

 processo de apreensão da realidade social.