coema resolucao 0001 99

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  • RESOLUO/COEMANo. 0001/1999

    (D. O. AP N. 2077 de 23/06/1999)

    Estabelece diretrizes para caracterizao de

    empreendimentos potencialmente causadores de

    degradao ambiental, licenciamento ambiental e d

    outras providncias

    O CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DO AMAP, CONSIDERANDO a competncia para estabelecer as diretrizes da poltica de defesa, preservao e melhoria do meio ambiente que lhe confere o art. 5, inciso I, da Lei Complementar N.0165, de 18/08/94, que criou o Sistema Estadual do Meio Ambiente;

    CONSIDERANDO que a Lei Complementar N. 0005, de 18/08/94, que instituiu o Cdigo de Proteo ao Meio Ambiente prev, em seu art. 121, 2, que o regulamento do mencionado estatuto poder ser editado atravs de diferentes atos do Governo do Estado, atendendo s peculiaridades dos diversos setores ambientais;

    CONSIDERANDO que o art. 7, 1, da Lei Complementar 0005/94, deferiu ao Conselho poder para definir os critrios para caracterizar os empreendimentos potencialmente causadores de degradao ambiental, para fins de exigncia, ou no, de Estudo Prvio de Impacto Ambiental (EPIA) e relatrio de Impacto Ambiental (RIMA);

    CONSIDERANDO, finalmente, que o art. 7, 3 da Lei Complementar 0005/94 determinou que os critrios de anlise e aprovao do EPIA e do RIMA devem ser objeto de deliberao do Conselho;

    RESOLVE:

    I DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

    Art. 1o A localizao, implantao, operao ou ampliao dos empreendimentos mencionados nesta Resoluo, sob responsabilidade do setor pblico ou privado, devero submeter-se a licenciamento ou processo de autorizao, junto ao rgo estadual de controle da qualidade ambiental.

    1 - A implementao e operao de atividades de qualquer espcie pelo setor pblico ou privado somente sero licenciadas ou autorizadas quando devidamente compatibilizadas com a adoo de medidas de proteo do meio ambiente.

    2 - O licenciamento de que trata este artigo no exclui outras licenas legalmente exigveis por outros rgos.

  • 3 - Iniciada a implantao ou a operao do empreendimento ou atividade, antes da expedio das respectivas licenas, conforme apurao do rgo licenciador, o fato dever, sob pena de responsabilidade funcional, ser comunicado s entidades financiadoras desses empreendimentos sem prejuzo da imposio de penalidades, providncias administrativas, judiciais e da adoo de outras providncias cautelares.

    4 - A licena ambiental para explorao e utilizao de recursos naturais levar em conta as condies prescritas pelas normas de zoneamento ecolgico-econmico relativas rea de localizao do empreendimento.

    5 - O eventual indeferimento de pedido de licena ambiental ser comunicado ao interessado e devidamente instrudo com parecer fundamentado do rgo estadual de meio ambiente, doravante denominado SEMA. O pedido de reconsiderao ao rgo licenciador poder ser formulado pelo interessado, no prazo de 15 dias do recebimento da comunicao de indeferimento.

    6 - para fim de licenciamento ambiental considerar-se- o total da rea a ser utilizada quando o empreendimento ou atividade ocorra em imveis contguos ou em reas contguas (acrescido pela Resoluo COEMA n 009/10, de 31 de maio de 2006).

    Art. 2 - A Licena Prvia (LP) ser concedida para que o interessado possa levar a efeito o planejamento da atividade, no se constituindo, de forma alguma, em autorizao para incio de implementao do empreendimento. Os estudos, prospeces, anlises e avaliaes necessrios sero indicados, sem prejuzos de eventuais complementaes que se fizerem posteriormente necessrias, na concesso de LP, a fim de se atender, dentre outros, os requisitos bsicos de localizao, instalao e operao, bem como as diretrizes dos planos municipais, estaduais e federais. 1 - Para requerimento da LP o interessado apresentar:a) Certido da Prefeitura municipal, declarando que o local e a atividade proposta esto de acordo com as posturas e leis municipais e esclarecendo se o empreendimento encontra-se ou no em rea de proteo, assim definida por lei municipal.b) Comprovante de Registro Cadastro bsico da atividade de acordo com o modelo a ser fornecido pela SEMA. c) Comprovante de domnio do terreno, atravs de Escritura pblica ou Ttulo de Domnio registrados no Cartrio de Registro de Imveis ou comprovante de justa posse atravs de certificado expedido pelo rgo federal, estadual ou municipal competente, relativamente s terras sob considerao, identificando precisamente, a rea objeto do licenciamento, com o fornecimento, no mnimo, das coordenadas geogrficas.d) Prova de quitao do Imposto Predial territorial Urbano IPTU ou do Imposto Territorial Rural ITR.

    2 - A SEMA abrir prazo de 15 dias para que interessados possam argir eventual pendncia ou litgio em relao s terras objeto do processo de licenciamento da atividade ou opor qualquer objeo ao empreendimento.

    3 - A LP ter validade mxima de um (1) ano e expirado este prazo, o interessado dever, se considerar necessrio, requerer nova licena.

  • Art. 3 - A Licena de Instalao (LI) ser concedida com o objetivo de autorizar o incio da implementao do empreendimento, que dever atender s determinaes constantes do processo de anlise da atividade, realizada pela SEMA.

    Pargrafo nico A LI tem prazo de validade de um (01) ano, devendo o interessado requerer prorrogao por igual prazo se a instalao do empreendimento tiver que se prolongar por prazo superior ao fixado na licena.

    Art. 4 - A Licena de Operao (LO) autorizar o incio da atividade e o funcionamento dos equipamentos, to logo verificado, pela SEMA, que as condies estabelecidas no mbito da concesso da LI foram devidamente cumpridas, devendo ser expedido o competente laudo tcnico.

    Pargrafo nico A LO ter prazo de validade mxima de dois anos, devendo o interessado requerer sua renovao, sujeita verificao de conformidade, pela SEMA.

    Art. 5 - Toda e qualquer modificao a ser introduzida no empreendimento aps a emisso da LO dever ser levada ao conhecimento prvio da SEMA, que dever verificar a necessidade de que nova Licena seja expedida, ou exigir medidas adicionais com o objetivo de mitigar impactos ambientais e/ou modificar o programa de monitoramento.

    Art. 6 - Os empreendimentos caracterizados como potencialmente capazes de causar degradao ao meio ambiente, portanto sujeitos a licenciamento ou autorizao ambiental, so aqueles indicados no anexo do Decreto N. 3009/98, que regulamentou a Lei Complementar N. 0005/94.

    Pargrafo nico Os resultados das anlises de EPIA e de RIMA e de quaisquer processos de licenciamento, somente sero levados ao conhecimento dos interessados aps o pagamento, pelo empreendedor, dos custos de licenciamento, aferidos de acordo com o mtodo de clculo indicado no anexo desta resoluo.

    Art. 7 - Os pedidos de licena, de prorrogaes e de renovaes, em quaisquer de suas modalidades, bem como as respectivas concesses, e eventuais anncios de realizao de audincia pblica devero ser publicados, s expensas dos interessados, no Dirio Oficial do Estado, e em um peridico estadual de grande circulao, de acordo com modelos fornecidos pelo rgo licenciador. A realizao de audincia pblica no mbito do processo de licenciamento ser objeto de regulamentao pelo rgo estadual ambiental.

    Art. 8 - Quaisquer das licenas concedidas podero ser modificadas ou canceladas pela SEMA, no todo ou em parte, pelos seguinte motivos: a) Violao de quaisquer das suas condies. b) Quando a fiscalizao detectar falsa descrio, erro ou omisso dos fatos relatados ou que deveriam ser relatados para expedio da licena ou durante a execuo do empreendimento. c) Mudanas das caractersticas do recurso ambiental objeto do uso, a descoberta de novos dados relevantes, a gerao de dano sade e bem-estar humano e/ou supervenincia de novos regulamentos pertinentes atividade.

  • d) A ocorrncia ou iminncia de dano irreversvel a seres humanos, fauna e flora, determinar imediata paralizao do empreendimento. Pargrafo nico A SEMA poder exigir, a qualquer momento, a adoo de procedimentos licenciados, a fim de que se ajustem suas emisses, efluentes e outros efeitos ambientais s normas e padres estabelecidos na legislao pertinente.

    Art. 9 - A SEMA expedir, ainda, Autorizao ambiental (ATA), para atividades artesanais ou empreendimentos de pequeno porte e com pequeno potencial poluidor/degradador ao meio ambiente, de acordo com o Anexo do Decreto n. 3009/98, que regulamentou a Lei N. 0005/94.

    Pargrafo nico A Autorizao ter prazo mximo de dois anos, aps o qual poder ser prorrogada sucessivamente, a pedido do interessado. O processamento da Autorizao no estar sujeito publicidade referida no art. 7 nem ao pagamento dos custos previstos no Anexo desta Resoluo, mas depender de cadastramento da atividade no rgo licenciador, de acordo com formulrio prprio fornecido ao interessado pela SEMA.

    I EMPREENDIMENTOS SUJEITOS A AVALIAO AMBIENTAL

    Art. 10 Dependero de elaborao do EPIA e do RIMA para licenciamento, os seguintes empreendimentos:I Estradas de rodagem, pavimentadas ou no. II Ferrovias. III Portos e terminais de minrio, petrleo e produtos qumicos.IV Aeroportos, conforme definido pelo inciso I, art. 48, do Decreto-Lei n. 32, de 18/11/66. V Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissrios de esgotos sanitrios. VI Linhas de transmisso de energia eltrica, acima de 230 KV. VII Obras hidrulicas para explorao de recursos hdricos, tais como: barragem para fins hidreltricos, de saneamento ou irrigao; abertura de canais para navegao, drenagem e irrigao; retificao de cursos dgua; abertura de barras e embocaduras; transposio de bacias e diques. VIII Extrao de combustvel fssil (petrleo, xisto e carvo).IX Extrao de minrios, inclusive os da classe II, definidos no Cdigo de Minerao. X Aterros sanitrios, usinas de processamento de resduos slidos urbanos e destino final de resduos txicos ou perigosos.XI Usinas de gerao de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primria, acima de 10 MW. XII Complexo e unidades industriais, agrcolas e agroindustriais (petroqumicos, siderrgicos, cloroqumicos, destilarias de lcool, hulha, extrao e cultivo de recursos hidrbios). XIII Distritos industriais e zonas estritamente industriais ZEI; XIV atividades de explorao econmica de madeira ou de lenha, em reas acima de 100 h ou menores, quando atingirem reas significativas em termos percentuais ou de importncia do ponto de vista ambiental;XV atividades de manejo florestal em reas acima de 2.000 hectares;

  • XVI Projetos urbanstico, acima de 1000 hectares ou em reas menores consideradas de relevante interesse ambiental, a critrio da SEMA.XVIII Atividade agropecuria em reas acima de quinhentos hectares. Pargrafo nico A SEMA poder propor ao Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA, a incluso de outras atividades das quais devam ser exigidos EPIA e RIMA, quando vierem a ser consideradas como de alto potencial de impacto ambiental.

    Art. 11 A SEMA definir as condies e critrios tcnicos para elaborao e anlise de EPIAs e de RIMAs, bem como de outros instrumentos de avaliao de efeitos dos empreendimentos sobre o meio ambiente, tais como Planos de Recuperao Ambiental (PRADs) e Planos de controle Ambiental (PCAs).

    Pargrafo nico A SEMA submeter ao COEMA, para conhecimento, a cada ms, se houver, lista dos Estudos e Relatrios analisados, aprovados e denegados, bem como dos empreendimentos licenciados.

    III REGISTROS, CADASTROS E INFORMAES AMBIENTAIS DE EMPRESAS LICENCIADAS

    Art. 12 A SEMA coordenar a implementao e atualizao dos seguintes registros, cadastros e bancos de dados de informaes ambientais:a) de obras, empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente degradadoras do meio ambiente, isto , aquelas capazes de gerar poluio ou contaminao;b) de ocorrncias de interesse ambiental;c) de dados, elementos, estudos e anlises de natureza tcnica; d) de usurios de recursos naturais, bem como de produtores, transportadores e consumidores de produtos perigosos;e) dos infratores da legislao ambiental. f) de rgos pblicos ou privados com quaisquer atividades relacionadas com o meio ambiente.

    Pargrafo nico - Os rgos estaduais e federais que desenvolvem atividades relacionadas com os itens mencionados nas alneas a a d, que compem o sistema de registros, cadastros e de bancos de dados ambientais, adotaro as medidas necessrias no sentido de colaborar e garantir que a instituio mencionada no caput deste artigo possa implementar os mencionados objetivos. As informaes assim compiladas devero ser amplamente disseminadas ao pblico, e a este assegurado pronto acesso, quando solicitado.

    Art. 13 O Cadastro Estadual de Infratores da Legislao Ambiental (CEIL) constituir-se- do registro de pessoas fsicas ou jurdicas autuadas com base na legislao de proteo do meio ambiente em vigor, seja porque no providenciaram o recolhimento de multas aplicadas ou porque deixaram de cumprir obrigao fixada em deciso administrativa irrecorrvel.

    1 - O CEIL conter as seguintes informaes: nome e nmero de inscrio no CGC ou no CPF do Ministrio da Fazenda, anotao relativa aos autos lavrados por infrao

  • legislao ambiental, com indicao do rgo autuante, data do registro e respectiva situao de adimplncia ou inadimplncia.

    2 - A SEMA publicar, semestralmente, relao dos infratores inadimplentes e a levar ao conhecimento do COEMA.

    3 - Regularizada a situao que deu causa incluso do infrator no CEIL, a SEMA providenciar a respectiva excluso, no prazo mximo de cinco (05) dias, para que o infrator saia da lista dos inadimplentes, sem que isso implique em descaracterizao do fato para efeito de reincidncia.

    Art. 14 Os rgos da Administrao Pblica estadual utilizaro a prova de regularidade de situao dos interessados junto ao CEIL, para os seguintes efeitos:I realizao de operao de crdito, concesso de garantias de qualquer natureza e respectivos aditamentos;II celebrao de convnios, acordos, ajustes e contratos e seus respectivos aditamentos, quando envolverem desembolso, a qualquer ttulo, de recursos pblicos.

    1 - A identificao de inadimplncia registrada no CEIL, constitui fator impeditivo para a celebrao de qualquer dos atos previstos neste artigo. Art. 15 Esta Resoluo entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

    Sala de reunies do Conselho Estadual do Meio Ambiente,Em Macap, 10 de junho de 1999.

    ANTONIO SRGIO MONTEIRO FILOCREOSECRETRIO/SEMA

    SECRETRIO/SEMA