codili zurique final

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A idade dos ‘desvios’: diacronia, variação social e linguística de corpus Catarina Carvalheiro, Ana Luísa Costa, Rita Marquilhas, Clara Pinto, Fernanda Pratas, Gael Vaamonde 23/06/2014, CODILI

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Page 1: Codili zurique final

A idade dos ‘desvios’: diacronia, variação social

e linguística de corpus

Catarina Carvalheiro, Ana Luísa Costa, Rita Marquilhas, Clara Pinto, Fernanda Pratas, Gael Vaamonde

23/06/2014, CODILI

Page 2: Codili zurique final

P.S., Post Scriptum

Arquivo digital de escrita quotidiana em

Portugal e Espanha na época moderna

Dois corpora diacrónicos

o Séculos XVI a XIX (início)

Dois corpora iberorromânicos

o Português e Espanhol dos espaços europeu

e extra-europeu

Dois corpora quási-falados, contextualizados

o Cartas particulares de gente diversa, muita dela gente

vulgar, usadas como instrumento de prova

o Arquivadas dentro de processos criminais e

contextualizadas pelos próprios tribunais

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Page 3: Codili zurique final

Transcrição, edição, geração de corpora

linguisticamente anotados

Transcrição cuidada

o Procedimentos da crítica genética

Reconstituição da situação de comunicação

Digitalização do manuscrito

Edição digital ‘documentária’

Exportação do texto não formular (narratio e ps da

carta)

Processamento por ferramentas de anotação

automática

o eDictor, FreeLing, parser de Dan Bikel

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Page 4: Codili zurique final

Corpus representativo

Enunciados próximos dos naturais, da interação

face-a-face, com tematização do quotidiano

Enunciados socialmente diversos

o Presença das variáveis sexo, idade, estatuto social,

proveniência geográfica, migração, capital vs província

Base empírica mais segura para estudos

tradicionais

Base empírica para estudos inovadores em

Sociolinguística Histórica

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A idade dos ‘desvios’

Desmontagem do conceito de desvio linguístico junto do

público leigo

o Sistemática antiguidade de estruturas pretensamente

desviantes

Três casos

a. Ocorrências de pois em português como marcador

discursivo

b. Ocorrências não canónicas em português a partir do século

XVII da palavra relativa cujo

c. Ocorrências de leísmo, laísmo e loísmo no espanhol,

distribuição e algumas evidências

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Page 6: Codili zurique final

O percurso de pois – I

Advérbio de tempo

(1) Mando o meu salteyro grande a Jo(han) Ean(e)s,

sucelareyro, q(ue) o aia elle en sua uida & POYS sua mort(e) que fique

ao m(o)est(e)i(r)o

(Doc. 55, Orense (1281); Maia, 1986: 133)

Conjunção subordinativa causal

(2) Outrossi pediu que POIS o dito scudeiro nõ pagaua o dito

trebuto ao dito Monsteiro que lhj abrisse mão das ssas herdades

(DN091 (1339) ; Martins, Ana Maria, 2001: 571)

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conj. coord.

adv. conect.

marc. disc.

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adv./conj.

temporal

conj. subord.

causal

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Conjunção coordenativa explicativa / conector paratático

de estruturas de suplementação

(3) Andei mais devagar do que o normal, pois não havia razão para

correr riscos.

(CRPC, O Jogo, apud Mendes, 2013)

Conector / advérbio conectivo conclusivo

(4) A Ana apanhou chuva; ficou, pois, doente.

Advérbio de afirmação

(5) – Ele está esgotado.

– Pois… Não para de trabalhar!

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O percurso de pois – IIA

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O percurso de pois – III

Marcadores discursivos (MD) já atestados

a. MD fático(6) X: percebes, e a parte de cima é para arrumação.

A: (…) Pois/ m. fático/.

X: tudo coberto de estantes e isso para arrumar as coisas e abrir

encomendas e essas coisas todas.

A: Pois, pois /m. fático/.

(ca. 1980, CRPC, apud Lima, 2002)

b. MD de reação a ato ilocutório (7) – Estou com sono!

– Pois deita-te.(Lopes, 1991, p. 185)

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Um novo marcador discursivo a partir do corpus PS

– MD estruturador de informação

(introduz informação nova)

(8) eu pesote pelo amor deos q(ue) te Lenbres q(ue) eu sou teu marido pois torna a

pedir a Senhora q(ue) pedia por mim que me valha

(CARDS0033 – 1791)

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O percurso de pois – IV

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(9) [Munto estimarei que te tenhas tido felecidades Como eu p(ar)a mim dezejo i

Juntamente em Comp(anhi)a da nosa Mai dos mais irmaus.] arenga

Pois eu sahi da cidade do porto a dezoito de no(vem)bro de mil 818 i chiguei aqui a

esta prisão de desta cida do Rio de jan(ei)ro Com trinta digo Com sesenta dias de

viaige.

(CARDS7052 – 1818)

(10) E quando o Remeta vivera seguro e se lhe satisfara e se lhe savera agradecer em

todo o tempo. Pois nos ficamos a espera da Resposta do noso amigo pa(ra) sabermos

se sem ou não.

(CARDS0029 – 1830)

(11) poues cá reçebim a aeçomenda que de lisboa poues esquzavas de andar a

ecomodar esa xente poues a gente ca gozaramos pouco pela pascoa que a gente não

tinha alegria para iço q estava pera açentar paraça o meu [N]

(FLY2153 – 1917)

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MD pois na escrita do quotidianoA

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Séculos

XVII XVIII XIX XX

Totais

Dados

Estruturas analisadas 105 101 101 112 419

Totais de pois estruturador 0 10 18 68 96

% de pois estruturador 0 9,9% 17,8% 60,7% 22,9%

Tabela 1: Ocorrências de pois estruturador por séculoA

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Pois nos corpora PS-CARDS e FLY(o percurso de um MD)

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palavra relativa

“variante casual genitiva dos pronomes pessoais” pertencente à

classe dos pronomes possessivos (Paiva Raposo 2013: 906)

(12) A Ana queixou-se à polícia. O seu colar/colar dela desapareceu.

A Ana, cujo colar desapareceu, queixou-se à polícia. (Veloso 2013: 2097)

relação semântica de “posse material ou jurídica, mas também de

parentesco ou relação entre a parte e o todo”

(Paiva Raposo 2013: 906)

retoma o antecedente nominal que corresponde ao possuidor

atribui interpretação definida ao “sintagma nominal que forma o

constituinte relativo”

(13) o seu livro / um livro seu

(14) *comprei um livro as cujas páginas vinham rasgadas

(Veloso 2013: 2097)

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Cujo: uso possessivo contemporâneo – I

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O que dizem as gramáticas:

“A fórma cujo apparece uma ou outra vez, todavia usada

apenas por pessoas de limitada leitura e pretenciosas [e] por

pessoas letradas, de certo por descuido”

“A sua construcção, porém, afasta-se da que é ensinada pelos

grammaticos”

(15) Tens razão, mas lembra-te que uma familia respeitavel como nós

estamos sendo nesta cidade do Porto, devemos evitar escandalos cujos possam

affectar a nossa sociedade.

(Camilo Castelo Branco, A Corja, p. 13, apud Moreira 1907: 40-41)

“Perdeu completamente o valor possessivo, passando sempre

de adjectivo a substantivo, e ficando a equivaler ao pronome

que, como na frase os homens cujos eu vi, em vez de os

homens que eu vi” (Moreira 1907: 40)

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Cujo não possessivo – I

Page 14: Codili zurique final

Cujo não possessivo no PS – I

Atestações a partir do séc. XVII

Estruturas em que cujo aparece:

(det) + cujo + (Nome)

(16) emfim ahi vai hum arratel de xá bom cujo he de preso 1600 e na reali(da)de creio q(ue)

gostarás dele (CARDS2160 – 177-)

(17) logo hove desconfiança q(ue) era fortada e os dois maxos forão vindos na Ci(da)de de

Tavira os cujos vendeo ao S(enho)r Antonio

(CARDS0133 – 1819)

(18) Amigo Tenho a pedirlhe hum favor Cujo favor pode façer que vem a ser o áRemjarme O

Livro de S(ão) Cyprinno (CARDS6170 – 1829)

(19) Logo que V(ossa) m(er)ce hesta Resseba imediatamente terra a Bondade de remeter a

quantia de 30 – moedas em mettal ao noso Camarada Gualdino franc(isc)o Lavra heste Denheiro o ha de

V(ossa) m(er)ce mandar por hum Portador capas o Cujo ha de entregar este Denheiro a Grade da Ditta

prizão em m(ui)to segredo o Cujo noso Camarada Gualdino Francisco Lavra ha de mostrar hum sinal

igual a heste que aqui remeto a V(ossa) m(er)ce (CARDS5117 – 1824)

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Exibe traços de palavra relativa verificados por:

a. Próclise obrigatória

(20) V(oça) S(enhori)a emtregara o prezo Manoel de Jazus dos Paços a coantia de des mohedas em

metal cujo prezo lhe ha de emtregar hum reçibo por esta mesma letra

(CARDS0199 – 1822)

b. Posição dentro da oração relativa: quando cujo ocorre no DP

com função sintática de objeto, este é fronteado, tal como numa relativa de

objeto típica(21) porém apenas só pode reçeber huma carta de hum coronel inglez q(ue) ali está encarregado de

huma comissão particular, cuja carta mandou p(ar)a Lord Russel q(ue) aqui está

(CARDS8136 – 1831)

Possibilidade de coocorrer com Nome:

A forma (det)+cujo+N é mais frequente nos casos em que não existe

adjacência entre o antecedente e a oração relativa:

(22) fasme o favor de ajuntares a demasia q(u)e te pedi q(u)e são 240 o q(u)e te ficarei obrigado pois

estou nesta ora sem hum vintem em casa cujo favor eu to agradeçerei

(CARDS6069 – 1828)

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Propriedades de Cujo não possessivo – I

Page 16: Codili zurique final

O antecedente e o Nome que precede cujo podem não ser

lexicalmente idênticos, embora remetam sempre para o mesmo

campo semântico

(23) O mez passado escrevi a V(ossa) S(enhori)a huma Carta, rogando-lhe o

favor de me emprestar 12$000 r(ei)s p(ar)a serem emtregues ao meu Procurador, em

Cuja ouCazião lhe remeti 15$840, dizendo-lhe q(eu) V(ossa) S(enhori)a daria o resto

(CARDS0292 – 1827)

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Propriedades de Cujo não possessivo – II

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O uso não possessivo de cujo é paralelo ao uso diacrónico

de o qual descrito por Cardoso (2008, 2011), uma expressão

relativa sem valor possessivo.

(24) entrego e outorgo. ao Mosteiro de san Saluador de Moreyra. Hũu casal

que e en Rial de Pereyra. o qual casal a dita dona Mayor uëegas [...]

mandou ao dito Mosteiro.

(Martins 2001; Doc. Portugueses do Noroeste e da Região de Lisboa; 1282, apud CARDOSO 2011)

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Cujo e o Qual – paralelismo

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• Y vuestro corazón por mis manos os le sacaré y le echaré a un perro

para que lo coma. (PS4124, 1570) Leísmo: uso de le, les como OD -> lo

• La tía se halla con una grave enfermedad de tabardillo […]. Hoy la han

dado el viático y mañana se dice una misa y rogativas por su salud.

(PS8037, 1712) Laísmo: uso de la, las como OI -> le

• Y harán lo que quisieren, pues yo sólo vine a salir de con ellos […].

Dios los abra los ojos, que bien lo han menester. (PS6155, 1706)

Loísmo: uso de lo, los como OI -> les

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Leísmo, laísmo, loísmo

Usos ‘não-etimológicos’

ou inovadores

Usos ‘etimológicos’ ou canónicos

OD: la, las (fem.); lo, los (masc.)

OI: le, les

Leísmo

Page 19: Codili zurique final

Graus de difusão no PS:

inovação no OD e OI

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Tabela 1. Percentagens gerais de inovação no OD e OI

leísmo % laísmo/loísmo % inov. total % TOTAL

s. XVI 47 (242) 19 3 (142) 2 50 (384) 13 384

s. XVII 150 (637) 24 17 (523) 3 167 (1160) 14 1160

s. XVIII 260 (953) 27 137 (823) 17 397 (1776) 22 1776

s. XIX 47 (349) 14 8 (245) 3 55 (594) 9 594

TOTAL 504 (2181) 23 165 (1733) 10 669 (3914) 17 3914

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Distinções referenciais no PS: leísmo

Antecedente animado maior expressão

Se masc. sg.

Antecedente inanimado menor expressão

Se masc. pl. e fem.

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Distinções referenciais no PS: laísmo e

loísmo

Antecedente animado maior expressão

(laísmo) Se sg.

(loísmo) Se pl.

Antecedente inanimado menor expressão

(laísmo) Se pl.

(loísmo) Ø

Page 22: Codili zurique final

Distinções referenciais na literatura

• O grau de difusão dos usos inovadores está

condicionado pelas características referenciais da

entidade pronominalizada:

22

leísmo > laísmo > loísmo

an > in an > in pl > sg

sg > pl sg > pl an > in (plural)

ms > fm in > an (singular)

(Fernández-Ordóñez 1999)

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• Procedência de autores no PS - leísmo

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• Procedência de autores no PS - laísmo

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• Procedência de autores no PS - loísmo

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Page 26: Codili zurique final

Usos inovadores e procedência geográfica

• Duas áreas básicas na atualidade:

– Área confundidora (centro e ocidente de Castela, do sul

da Cantabria a La Mancha)

– Área distinguidora (resto da península)26

Adaptado de

Fernández-Ordóñez (1994)

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Esta [carta] faço só por dar a v(ossa) m(er)ce gosto de ver as

minhas Letras p(ar)a v(ossa) m(er)ce se rir hü bucadinho e mais

toda a caza.

(CARDS3048 – 1752)

pois – cujo – le- la- loísmo:

a língua na perspetiva dos falantes

Desafio

conciliar análises gramaticais com análises

discursivas

Page 28: Codili zurique final

ReferênciasCORPORA

• CIPM - Corpus Informatizado do Português Medieval, Universidade Nova de Lisboa.

• CRPM - Corpus de Referência do Português Contemporâneo, Centro de Linguística da Universidade de

Lisboa.

• Camarinhas, Nuno. 2010. Juizes e administracão da justica no antigo regime: Portugal e o imperio colonial,

seculos XVII e XVIII. [Lisboa]: Fundacao Calouste Gulbenkian & Fundacao para a Ciencia e a Tecnologia.

• Cardoso, A. 2011. Variation and change in the syntax of relative clauses: new evidence from Portuguese.

Tese de Doutoramento. FLUL.

• Castro, Ivo. 2001. “Metodologia do aparato genético”. In Memoria dos afectos: homenagem a Giuseppe

Tavani, organizado por Manuel Simoes, Ivo Castro, e Joao David Pinto Correia, 69–81. Lisboa: Colibri.

• Fernández-Ordóñez, Inés (1993): "Leísmo, laísmo y loísmo: estado de la cuestión", en O. Fernández

Soriano (ed.), Los pronombres átonos, Madrid, Taurus, pp. 63-96.

• Fernández-Ordóñez, Inés (1999): "Leísmo, laísmo y loísmo", en I. Bosque y V. Demonte (dirs.), Gramática

descriptiva de la lengua española, Madrid, Espasa Calpe, pp. 1317-1397.

• Fiéis, Alexandra & Maria Lobo. 2009. “Para uma diacronia das orações causais e explicativas do português”.

In Alexandra Fiéis & Antónia Coutinho (orgs.) Textos seleccionados. XXIV Encontro Nacional da Associação

Portuguesa de Linguística, Lisboa: Colibri/APL, pp. 265-280.

• Flores Cervantes, Marcela (2006): "Leísmo, laísmo y loísmo", en C. Company Company (dir.), Sintaxis

histórica de la lengua española. Primera parte: La frase verbal, México, Fondo de Cultura Económica, vol. I,

pp. 669-749.

• Grésillon, Almuth. 1994. Élements de critique génétique. Paris: PUF.

• Hespanha, António Manuel. 2003. Cultura Jurídica Europeia: Síntese de um Milénio. 2o ed. Mem Martins:

Publicações Europa-América.

• Klein-Andreu, Flora (1981): "Distintos sistemas de empleo de le, la, lo. Perspectiva sincrónica, diacrónica y

sociolingüística", ThBICC, 36, pp. 284-304.

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Page 29: Codili zurique final

Referências

• Lima, José Pinto de. 2002. “Grammaticalization, subjetification and the origin of phatic markers”. In New

Reflections on grammaticalization, ed. Ilse Wisher & Gabriele Diewald, 363-78. Amsterdam: John Benjamins.

• Lopes, Ó. 1991. “Da partícula pois ao conceito de apodeixis”. In Actas do VII Encontro da Associação

Portuguesa de Linguística, Lisboa: APL, pp. 179-192.

• MAIA, Clarinda de Azevedo (1986) História do Galego-Português, Coimbra, INIC, pp. 19-295.)

• Moreira, Julio. 1907. Estudos de Lingua Portuguesa (Primeira serie. Subsidios para a Syntaxe Historica e

Popular). Lisboa: Livraria Clássica Editora, 2.ª ed. 1922.

• MARTINS, Ana Maria 2001. Documentos Portugueses do Noroeste e da Região de Lisboa: Da Produção

Primitiva ao Século XVI. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda. 571 pp.

• Moreno, Juan-Carlos e José-Luis Mendívil-Giró. 2014. On Biology, History and Culture in Human Language:

A Critical Overview. Sheffield & Bristol: Equinox.

• Nevalainen, Terttu. 2011. “Historical Sociolinguistics”. In The SAGE Handbook of Sociolinguistics,

organizado por Ruth Wodak, Barbara Johnstone, e Paul Kerswill, 279–95. Los Angeles: SAGE.

• Nevalainen, Terttu e Helena Raumolin-Brunberg. 2003. Historical Sociolinguistics: Language Change in

Tudor and Stuart England. London & New York: Longman.

• Penny, Ralph J. 2000. Variation and Change in Spanish. Cambridge & New York: Cambridge University

Press.

• Pierazzo, Elena. 2011. “A rationale of digital documentary editions”. Literary and linguistic computing 26 (4):

463–77.

• Raposo, Eduardo Buzaglo Paiva. 2013. “Pronomes”. In Gramática do Português, ed. Eduardo Buzaglo Paiva

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• Trudgill, Peter. 1986. Dialects in Contact. Oxford & New York: B. Blackwell.

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Page 30: Codili zurique final

Básta de sentim(en)to vamos ao q(ue) sérve.

Tudo aceito, tudo agradeço, pois de tudo percizo. (CARDS0212 – 1824)

Clara & Catarina,

cujas são muito obrigadas

URL: http://ps.clul.ul.pt/

E-mail: [email protected]

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