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19ª edição da revista "Código 560" da GS1 Portugal

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A UMA SÓ VOZ GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 1

João de Castro GuimarãesDiretor Executivo GS1® Portugal CODIPOR

Uma das 5 Prioridades aprovadas na Assembleia Geral de 2011 da GS1® Portugal para alcançar uma nova cul-tura de inovação e proximidade foi “introduzir uma mudança profunda no reconhecimento da GS1 através da implementação da nova arquitetura da Marca”, dando-lhe mais visibilidade e tornando a nossa comunicação mais simples e mais intuitiva. Sem, com isso, retirar as naturais garantias de rigor técnico ao nosso discurso, mas transmitindo o que somos e o que fazemos de forma mais afetiva e compreensível para os nossos Stakeholders.Posso afirmar, com convicção, que este tem sido o objetivo norteador, não só deste processo, como de todos os projetos de reestruturação que a GS1 Portugal tem conduzido ao longo dos últimos anos.

No início de 2012 foram lançadas as sementes desta nova cultura de renovação e melhoria permanentes, de uma maior proximidade ao Associado através de uma nova Newsletter, de um site totalmente reconstruído e, finalmente, de uma renovação gráfica e do alinhamento editorial na Revista que hoje vos apresentamos. “Código 560” é o novo nome da revista da GS1 Portugal. A escolha não foi feita por acaso: deve-se ao grande código identificador da GS1 Portugal no mundo GS1 – o prefixo 560 – que se reflete nos códigos de barras de muitos dos produtos que compramos nos supermercados. “Código 560” pretende ser, assim, um nome que identifica e diferencia por excelência este meio de comunicação da GS1 Portugal.

Os novos conteúdos e layout da revista “Código 560” tiveram em vista refletir a nova ambição da GS1 Portugal: inovar, aproximar o Associado e criar com ele uma ligação emocional. Tudo isto dando visibilidade aos negócios e à implementação das normas através da “humanização” dos discursos, da simplificação da leitura e de con-teúdos mais “próximos”, dinâmicos e atrativos, mas mantendo uma informação rigorosa, de confiança e com qualidade.

Este mesmo objetivo esteve na base da remodelação do website da GS1 Portugal. No passado mês de maio lançámos uma nova plataforma online, que pretende facilitar a navegação, aproximar o utilizador e reforçar a Identidade Corporativa da nossa Associação. Trata-se de um website dinâmico, com uma linguagem mais direta e simples, que também descodifica com rigor o discurso técnico próprio das Normas Globais. Além da informa-ção sobre a GS1 Portugal e as nossas Normas e Soluções Globais, incorporámos uma área reservada que facilita o contacto do utilizador com a GS1 Portugal: este pode registar-se no site, fazer a inscrição na Associação, solicitar Códigos GS1, inscrever-se em Ações de Formação, aceder a documentação técnica e a Grupos de Trabalho. Acre-ditamos que através destas mudanças a GS1 Portugal pode aproximar o Associado e responder de forma mais eficiente às suas necessidades e expectativas.

No âmbito dos conteúdos da revista que agora se edita terá a oportunidade, ao folhear as próximas páginas, de conhecer a aposta da GS1 Portugal no Setor da Saúde, através do lançamento do GS1 Healthcare User Group em fevereiro deste ano, uma iniciativa que reúne os principais Stakeholders nacionais para debater a Saúde em Portugal. Damos-lhe também a conhecer a distinção do Projeto Housekeeping na Assembleia Geral da GS1, na Colômbia, e os temas em foco na Assembleia Geral da GS1 Portugal, a qual marcou o fim de um ano de ativida-des de mérito e reconhecimento internacional e abriu caminho aos projetos desafiadores e estruturantes que a GS1 Portugal quer desenvolver neste ano de 2012. Por fim, poderá testemunhar o sucesso dos nossos Associa-dos e o lado inovador da nossa equipa que, todos os dias, coloca a GS1 Portugal ao seu serviço.

Melhorar a nossa atividade e os negócios das empresas portuguesas é o nosso objetivo constante desde há 26 anos. As próximas páginas são testemunho desse objetivo.

InOVAr e AprOxIMArUM nOvO POSiciOnAMEnTO, UMA nOvA cULTURA ORGAnizAciOnAL

“Código 560”pretende ser, assim, um nome que identifica e diferencia por excelência este meio de comunicação da GS1® Portugal.

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“O nosso mundo é hojemuito global, incluindo o setor

da Saúde, e por isso as soluçõeslocais e nacionais não sãosuficientes nem eficazes. “

22eM FOCO

Paulo GomesPresidente

Luís Moutinhovice-Presidente

Fernando EreioDiretor

Manuel Sousa PintoDiretor

João de Castro GuimarãesDiretor Executivo

cOMiTÉ EDiTORiAL Beatriz ÁguasFilipa Peixoto

Luís PeixotoPatrícia Tavares

Pedro LopesSusana Duarte

MARkETinG E RELAçõES

cORPORATivAS Beatriz Águas

cOORDEnAçãO EDiTORiAL

Patrícia Tavares

PUBLiciDADE Leonor Vale

EDiçãO

Publichance, Serviços de Consultoria de Comunicação, Lda.

Rua Castilho 5, 5º andar 1250-066 Lisboa T. 213 583 098

PROJETO GRÁFicO

Linha 21

PUBLicAçãO SEMESTRAL | TiRAGEM2.000 exemplares

nRicS 124971

DEPÓSiTO LEGAL

245212/06

PROPRiEDADE GS1® Portugal (CODIPOR)

R. Prof. Fernando da Fonseca, 16 Escritório II – 1600-618 Lisboa

T: 217 520 740 | F: 217 520 741 | website: www.gs1pt.org |email: [email protected], [email protected]

“A GS1é uma marca registada da GS1 AISLB”

Esta edição da revista “CóDIGO 560” de GS1 Portugalfoi escrita segundo o novo acordo ortográfico.

A revista “Código 560” éuma publicação semestral

da GS1® Portugal dirigida e distribuída gratuitamente

aos seus Associados, aos parceiros e à comunidade de

negócios. Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores e não representam

a opinião da GS1 Portugal.

Page 5: Código 560

nESTAeDIçãO

04

36

46

10

44

34

eM FOCO

perSpetIVA

GS1® pOrtUGAl

A constituição de um Healthcare User Group em Portugal decorre da Proposta

de Valor da GS1® Portugal para o setorda Saúde: a adoção de um sistema único, inequívoco e global de Normas – isto é, o

Sistema GS1 – para melhorar a Segurança, a Transparência e a Visibilidade desta

Cadeia de Valor.

Da genialidade do livro “O NovoNormal” à intervenção mais aplaudida do

I Congresso da GS1 Portugal, em novembro do ano passado. Peter Hinssen destaca-se por uma

análise cirúrgica à «era digital»: “Encontra-mo-nos a meio da revolução digital. Passámos os últimos trinta anos a tornarmo-nos digitais; as próximas duas décadas serão sobre tornar-

mo-nos «digital smart».”

Considerado pela GS1 como “um dos cinco projetos mais inspiradores do mundo GS1” em 2012, o projeto Housekeeping foi apre-sentado a mais de 100 países e premiado no dia 23 de maio, penúltimo dia da Assembleia Geral da GS1 na Colômbia.

BreVeS

OS nOSSOS ASSOCIADOS Lusomedicamenta

CÓDIGOGenétICO Nos Bastidores do CRM

06

38

48

entreVIStA Salvador Guedes

OS CÓDIGOSDeSCODIFICADOS GS1-128: O Código de Barras(de ouro) da Logística

O OUtrO lADO De... Luís Peixoto“Éramos apenas quatro colaboradores”

10

42

50

eM FOCO Healthcare User Group GS1 PT

StandardS eM AçãOEtiqueta Logística GS1: GS1-128

SABOr & BeM-eStArDireito Humano à Alimentação Adequada

34

44

56

GS1® pOrtUGAlHousekeeping premiadona Colômbia

perSpetIVAEra Digital“E nada voltará a ser como antes”

AGenDA

2º SEMESTRE 2012 3

GS1® PORTUGAL

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BreVeS

4 cÓDiGO | 560

eng.º João de Castro Guimarães

Diretor Executivo da GS1 Portugal

Dr. José de Matos Secretário-Geral da APCMC

Dra. Filipapeixoto Responsável pela Área de Recursos Humanos da GS1 Portugal

O primeiro semestre deste ano fica marcado por três Even-

tos de Conhecimento promovidos pela GS1® Portugal, em parceria com diver-sas entidades de referência do país.

“Construa Eficiência. Otimize os seus negócios” foi o tema do primeiro

workshop setorial realizado pela GS1 Portugal em 2012, em parceria com a Associação Portuguesa dos Comer-ciantes de Materiais de Construção (APCMC). Em Lisboa, a 7 de março, e no Porto, a 14 de março, o workshop demonstrou como os produtores e dis-tribuidores do setor podem construir

Eficiência e diminuir custos através das Normas do Sistema GS1.

A 31 de maio a GS1 Portugal pro-moveu um segundo Workshop, desta vez intitulado “Internacionalização, Competitividade e Inovação com o Sis-tema GS1” e realizado em colaboração com o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação – IAPMEI. Neste evento foram apresenta-das as três grandes valências do Siste-ma de Normas Globais GS1 – Identifi-cação, Codificação e Partilha de Dados – e reveladas as suas potencialidades em termos de Competitividade para as Pequenas e Médias Empresas e de potenciação das Estratégias de Interna-cionalização.

O último evento do semestre foi de-dicado ao setor Agroalimentar. A GS1 Portugal e a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) uniram esforços e promoveram um Se-minário, a 14 de junho, sobre Rastrea-bilidade dos produtos e Eficiência nos negócios.

SEMESTRE DECOnheCIMentO

Dra. elsa Camelo Responsável pelo Departamento

de Marketing da APCMC

GS1®

CrIA nOrMA GlOBAl PARA DEvOLUçõES DE PRODUTOS

O GS1 Product Recall Standard é o nome da nova Norma Global da

GS1®, dedicada em exclusivo à devolução de produtos. Através desta solução, a GS1 visa reduzir o risco de acidentes e tornar mais

4 cÓDiGO | 560

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 5

A GS1® Portugal apresentou, pela primeira vez numa Conferência

Europeia, um estudo sobre “A Susten-tabilidade dos Transportes na Cadeia de Abastecimento”. Foi a 10 de maio, durante a Conferência Anual do Efficient Consumer Response (ECR) Europe - “ECR: The Next Generation” -, em Bruxelas.

O estudo, realizado pela Associação em colaboração com a empresa de consul-toria Accenture, foi apresentado a cerca de 600 congressistas durante uma sessão paralela da conferência, intitulada “Sustentabilidade para a Próxima Geração”.

A aposta numa maior Colaboração entre parceiros de negócio e a adoção de me-didas mais sustentáveis foram as principais mensagens deixadas pela GS1 Portugal aos presentes, entre eles as marcas mundiais Google, Nestlé, Unilever e Tesco, as empresas de consultoria Accenture e Mckinsey & Company, entidades académicas e organizações de defesa do ambiente.

GS1®

pOrtUGAl APRESEnTA

ESTUDO SOBRE SUSTEnTABiLiDADE

EM cOnFERênciA EUROPEiA

eficaz o processo de devolução e recolha de produtos e respetivas notificações.

“Esta Norma vai permitir aos diversos

Stakeholders implementar processos mais eficazes de devoluções – e respetivas no-tificações. Num processo de alerta e noti-ficação de devoluções, esta Norma define, normaliza e harmoniza os atributos críticos necessários à captura e à partilha entre par-ceiros de negócio e reguladores”, refere a GS1 Internacional em comunicado.

O GS1 Product Recall Standard comple-menta a Norma de Autenticação de Produto e Rastreabilidade da GS1 e integra platafor-mas de devolução como Rapid Recall Exchange (EUA), Recallnet (Austrália) ou Product Recall Programme (Canadá).

MICrOSOFt reAlIZA CASO De eStUDO SOBRE APLicAçãO DO MicrosoftDynaMics crM nAGS1® PORTUGAL

A Microsoft realizou, no início deste ano, um Caso de Estudo ilustrativo sobre a integração do Microsoft

Dynamics Customer Relationship Management (CRM) no âmbito do projeto Housekeeping.

O CRM da Microsoft Dynamics é, atualmente, o “coração” da arquitetura de sistemas da GS1® Portugal e já originou re-sultados muito positivos na relação da Associação com os seus Associados. Esses resultados e o “facto de o CRM se encontrar no centro do modelo adotado fazem do projeto Housekeeping um exemplo internacional de uma boa prática de gestão interna”, sublinha o Marketing Lead da Microsoft Dynamics em Portugal, Jorge Carrola.

Deste Business Case resultou uma brochura, nas versões inglês e português, que será distribuída pela Microsoft pela sua rede de filiais de todo o mundo.

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entreVIStA

6 cÓDiGO | 560

EnTREviSTA A

SAlVADOr GUeDeS“Temos de unir esforços paraconseguirmos ultrapassar asdesvantagens da falta de dimensãoda nossa produção nos mercadosexternos”

Associada da GS1® Portugal desde 1985, a Sogrape Vinhos conta com 70 anosde história no setor vitivinícola português. Em entrevista à “Código 560”, o Presidenteda empresa destaca a importância dos valores e da dedicação para o crescimento da Sogrape, desde a fundação pelo seu avô, e defende uma maior colaboração entre empresas do setor para facilitar o reconhecimento do vinho português nomercado internacional.

A empresa detém mais de 1 300 hectares de vinha em Portugal, na Argentina, na Nova Zelândia e no Chile. O que é que distingue o vinhe-do da Sogrape?

As vinhas da Sogrape aliam um grande respeito pela tradição e pelos valores históricos dos terroirs (solos) – a começar pela proteção das castas autóctones (próprias) – com uma forte aposta nas soluções tecnologicamente

“código560”

SalvadorGuedes

mais evoluídas e mais bem adaptadas a cada região. Falamos, por exemplo, do modo de viticultura de precisão, ou seja, a identificação, por métodos cien-tíficos, dos melhores talhões de vinha e, em cada talhão, das melhores zonas para a produção de determinados ti-pos de vinhos, tudo isto no quadro de uma viticultura sustentada que integra as melhores práticas de produção com preocupações de equilíbrio económi-co, social e ambiental.

Entre os principais trabalhos desen-volvidos no âmbito da viticultura de precisão, merecem destaque os proces-sos de microzonagem dos solos e de irrigação de precisão, para além da mon-tagem de pontos de análise climática integrados nas estações meteorológicas instaladas pela Sogrape Vinhos de Norte a Sul do território nacional e que permi-tem avaliar dados tão importantes como temperatura, precipitação, radiação, velo-cidade do vento ou humidade.

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 7

GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 7

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entreVIStA

8 cÓDiGO | 560

1942Ano em que Fernando Van Zeller Guedes funda a SOGRAPE.

liderança FamiliarSalvador Guedes e os seus irmãos são a terceira geração da família que fundou a SOGRAPE.

“Só de um grande amor nascem grandes vinhos” é o atual slogan da Sogrape Vinhos. De que forma é que a Marca Corporativa e as Marcas Co-merciais materializam este posicio-namento?

É um lema que resume a forma de ser e de estar da Sogrape. É a paixão colocada em tudo aquilo que fazemos ao serviço do consumidor que quere-mos que seja a nossa imagem de mar-ca. Da vinha ao ponto de venda, tudo é feito com entrega, com empenho, com amor.

Mateus Rosé, Casa Ferreirinha, Gazela, Offley e Porto Ferreira são algumas das principais marcas da Sogrape Vinhos. Que desafios ad-vêm da gestão de diferentes canais de distribuição para estas marcas?

São de facto desafios complexos, mas que assumimos de uma forma mui-to simples. Tudo entronca nos valores estratégicos comuns da Companhia que depois são declinados consoante as ca-racterísticas específicas de cada marca. O segredo está no conhecimento apro-fundado dessas características especí-ficas, das necessidades dos clientes e dos anseios dos consumidores nas mais diferentes latitudes. Só assim se conse-guem resultados positivos, seja em mar-cas de nicho ou de grande volume. No caso concreto da Sogrape Vinhos bene-ficiamos do facto de determos marcas de elevada qualidade e um aprofunda-do conhecimento dos mercados con-solidado ao longo de vários anos. Sete décadas para ser mais preciso, desde a primeira hora que o meu Avô, Fernando Van Zeller Guedes, fundador da Sogrape em 1942, traçou como missão da Com-panhia dar a conhecer os melhores vi-nhos portugueses ao Mundo.

A internacionalização é uma di-mensão estruturante da gestão da Sogrape Vinhos e a marca Mateus Rosé é o emblema do sucesso da es-

tratégia de exportação. Qual é o pas-so seguinte?

A Sogrape tem procurado distinguir--se pela vasta oferta que disponibiliza, de forma a responder às necessidades específicas de cada mercado e consu-midor. Neste sentido, tem investido no alargamento estratégico e qualitativo do seu portefólio, com vista a fortalecer a sua posição, tanto no mercado nacio-nal como no mercado internacional. Com operações de produção própria em cinco países - Portugal, Espanha, Argentina, Chile e Nova Zelândia, assim como estruturas próprias de distribui-ção em alguns mercados seleciona-dos (EUA, Angola, Reino Unido e Hong Kong), é uma atitude de atenção perma-nente aos sinais que os mercados vão emitindo em diferentes latitudes, que faz com que seja possível avançar no sentido da concretização de metas cada vez mais ambiciosas, em cenários, não raras vezes, de alguma incerteza.

A Sogrape Vinhos foi fundada em 1942 e mantém-se até hoje com uma estrutura de acionistas consolidada e de cariz familiar. Qual é, na sua opi-nião, a importância desta herança no Posicionamento e na Cultura Or-ganizacional da Empresa?

Muito se tem dito e escrito sobre as esfericidades das empresas de cariz familiar. No caso da Sogrape Vinhos, é enorme o orgulho que a terceira gera-ção, agora na liderança da Companhia, ostenta pelos valores morais e éticos herdados de quem construiu e fez pro-gredir a empresa. São esses valores que queremos preservar como património decisivo e que marcam, de forma inde-lével, a nossa história de 70 anos.

Qual é o lugar que a Responsabi-lidade Social Corporativa ocupa na gestão e na Marca Sogrape Vinhos?

A Sogrape Vinhos desenvolve um programa de responsabilidade social

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 9

23% volume de vendas da Sogrape Vinhos no mercado Nacional. A nível in-ternacional desta- ca-se a exportação para os EUA, com um peso superior a 10% no volume de vendas da empresa.

Número de hectares de área de vinha nas principais regiões vitivinícolas portuguesas que a Sogrape detém.

Valor de faturaçãoque a Sogrape prevê ultrapassar em 2012.

Em abril deste ano adquiriu a empresa Bodegas Lan, sediada na prestigiada região espanhola da Rioja.

83077%

210milhões de euros

O número médio de trabalhadores da Sogrape Vinhos foi de 953 em 2011.

“É a paixão colocada em tudo aquiloque fazemos ao serviço do consumidor quequeremos que seja a nossa imagem de marca. Da vinha ao ponto de venda, tudo é feito comentrega, com empenho, com amor.”

corporativa assente em quatro eixos principais: Cultura, Comunidade, Am-biente e Aspetos Sociais do Álcool.

Como empresa de cariz familiar, abstemo-nos, em regra, de divulgar o apoio comunitário prestado, preferin-do aludir aos patrocínios concedidos a instituições culturais como a Casa da Música e o Museu de Serralves, ao forte investimento feito em matéria de proteção ambiental, com toda a área de vinha por nós detida certificada no Modo de Produção Integrada, assegu-rando uma viticultura verdadeiramen-te sustentável e práticas de produção biológica na defesa da biodiversidade no ecossistema circundante, isto para além da aposta decidida na promoção de um programa europeu de apelo ao consumo moderado de vinho – “Wine in Moderation” – de que a Sogrape foi um dos primeiros e mais entusiastas signatários, em 2008.

A Sogrape Vinhos pertence tam-bém aos Órgãos Sociais da GS1 Por-tugal, onde tem uma participação muito ativa do ponto de vista da ges-tão e da estratégia. Que mensagem gostaria de deixar às Empresas Asso-ciadas da GS1 Portugal, em particu-lar às empresas do setor vitivinícola?

Os Códigos de Barras são uma so-lução de linguagem global com enor-mes benefícios associados à gestão de stocks e inventários, à rastreabilidade, em duas palavras, à eficiência e visibi-lidade dos negócios.

A normalização através da codi-ficação GS1 constitui uma mais-valia incontornável em termos de eficiência em toda a cadeia de valor. O Código de Barras da GS1 tem facilitado os processos de gestão de informação comercial no âmbito da internaciona-lização, porque são globais, ou seja, reconhecidos de forma automática e inequívoca em qualquer país no Mundo. Não é preciso “aprender uma língua nova” para exportar o vinho nacional.

Deixo a mesmíssima mensagem que procuro transmitir, quotidianamente, aos meus colaboradores: temos de unir es-forços para, através da superior qualida-de e da grande diversidade dos nossos produtos, conseguirmos ultrapassar as desvantagens da falta de dimensão da nossa produção e da fraca promoção dos nossos vinhos nos mercados externos.

É um trabalho que exige tempo, investimento e concertação na ação, na certeza de que o vinho é um cluster de vital importância para o desenvol-vimento económico de Portugal.

… e sobre os benefícios da adoção do sistema de Normas GS1® , ou seja, sobre a identificação de produtos, a captura automática através de Códi-gos de Barras e a partilha eletrónica de dados comerciais aplicados aos pro-cessos comerciais da Sogrape Vinhos?

“uma grande família que partilha ainda hoje os va-lores fundamentais dos fundadores da Empresa: a solidarie-dade, a ética nos negócios, a permanente busca pela quali-dade superior, o profissionalismo exigente que está na base da paixão tão necessária à produção e comercialização de grandes vinhos. Diria que o respeito pelo passado e a am-bição de superar as barreiras do futuro são os sentimentos que melhor definem a equipa da Sogrape. E as empresas são aquilo que são os seus colaboradores.”

Salvador GuedesPresidente

emprego

Vinha

Faturação

Compra VendasMercadoInternacional

A SOGrApe VInhOS é...

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eM FOCO

10 cÓDiGO | 560

A GS1® Portugal lançou, em fevereiro passado, uma ini-

ciativa que tem como objetivo melho-rar a eficiência, a segurança e a trans-parência do setor da Saúde. Trata-se do HUG GS1 PT, um Healthcare User Group (HUG) onde participam os prin-cipais Stakeholders nacionais da área para, em conjunto, estudarem pro-cessos comuns de adoção do Sistema de Normas Globais mais utilizado no mundo – o Sistema GS1.

GS1® PORTUGAL LAnçA O

HealtHCare USer GroUP GS1 ptO Paciente certo. Com o Medicamento correto.Administrado na Dose adequada. Pela Via apropriada.No Momento exato. Estes são os cinco direitos do Paciente que a GS1® Portugal quer assegurar através da adoção do Sistema de Normas GS1 nos Medi-camentos e Dispositivos Médicos. Para isso já “abraçou” as principais entidades nacionais da Saúde num HUG (Healthcare User Group).

Da esquerda para a direita:Dr. José Clemente Quinta (Presidente do Conselho Fiscal da GS1 Portugal),engº Silvério paixão (Diretor de Inovação e Standards da GS1 Portugal),Dra. Ulrike Kreysa (Vice-Presidente da GS1 Healthcare), engº João de Castro Guimarães (Diretor Executivo da GS1 Portugal).

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 11

Entidades Governamentais, Indús-tria Farmacêutica, Associações do Setor e Grupos de Saúde Hospitalar estão entre as entidades que “abra-çaram” o HUG GS1 PT para “debater” a Saúde em Portugal. Este Healthcare User Group português é orientado por uma Comissão de Supervisão e tem, já constituídos, dois Grupos de Trabalho – um dedicado aos medicamentos e outro aos dispositivos médicos.

Sob a égide da GS1 Portugal, os Membros de cada um dos grupos reúnem-se várias vezes por mês e ana-lisam as mais-valias do Sistema GS1 na Segurança do Paciente, na Rastreabili-dade, Eficiência e Produtividade.

“Em conjunto é mais fácil perce-ber as necessidades do setor e avançar com as melhores soluções para corrigir as ineficiências”, frisa Silvério Paixão,

Diretor de Inovação e Standards da GS1 Portugal e responsável pelo HUG GS1 PT.

São várias as ineficiências abor-dadas nesses encontros: recall de produtos (recolha) ineficaz, erros de medicação, erros de ligação de dados de produtos para tratamentos, ine-xistência de Registos Eletrónicos de Paciente, perdas, desperdícios e cus-tos cada vez maiores para os Operado-res do setor. A contrafação de medica-mentos é também um dos principais temas referidos pelos Membros do HUG Nacional. “A contrafação é uma preocupação de todos os Membros do grupo. Em todas as reuniões se fala na necessidade de transparência e rastreabilidade no setor, de modo a garantir que os direitos fundamentais do Paciente são salvaguardados”, refe-re Silvério Paixão.

As primeiras reuniões serviram para conhecer os principais problemas do setor da Saúde a nível nacional.

“Primeiro reunimos os Stakeholders e identificámos os problemas. Agora estamos a estabelecer caminhos para resolver esses problemas, com base em Normas Globais para Captura e Partilha de Dados e soluções como o GS1 DataMatrix”, conta o Diretor de Inovação e Standards.

“A contrafação é uma preocupação de todos os Membros do grupo. Em todas as reuniões se fala na necessidadede transparência e rastreabilidade no setor, de modo a garantir que os direitos fundamen- tais do Paciente são salva-guardados.”

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eM FOCO

12 cÓDiGO | 560

A constituição de um Healthcare User Group em Portugal decor-

re da Proposta de Valor da GS1 Portugal para o setor da Saúde: a adoção de um sistema único, inequívoco e global de Normas – isto é, o Sistema GS1 – para melhorar a Segurança, a Transparência e a Visibilidade da Cadeia de Valor da Saúde.

Enquanto sistema de Normas Glo-bais mais utilizado em todo o mundo, o Sistema GS1 tem dado provas de efi-ciência, segurança e sustentabilidade em diversos setores, como o do Re-talho & Bens de Consumo e os Trans-portes & Logística. No setor da Saúde nacional, a implementação de Normas

Globais permitirá eliminar erros, inefi-ciências e fragilidades na segurança em favor da gestão integrada de pro-cessos, da rastreabilidade dos produ-tos, da codificação dos medicamentos e dispositivos médicos, da interopera-bilidade nos fluxos transacionais e da luta contra a contrafação.

“Um só Sistema, para todas as Clas-ses de Produtos e em toda a Cadeia de Valor, facilita a gestão do setor da Saú-de, na medida em que permite a iden-tificação única e inequívoca dos pro-dutos, facilita a comunicação entre os diversos Stakeholders, gera transações mais rápidas e garante a segurança do serviço prestado ao Paciente”, sublinha Silvério Paixão.

“no setor daSaúde nacional,

a implementação de normas Globais permitirá eliminar erros, ineficiências e

fragilidades na segurança em favor da gestão integra-da de processos, da rastre-abilidade dos produtos, da

codificação dos medicamen-tos e dispositivos médicos,

da interoperabilidade nos fluxos transacionais e da luta

contra a contrafação.”

UM SiSTEMA

únICO e GlOBAlGS1® PORTUGAL LAnçA O

HealtHCare USer GroUP GS1 pt

GS1 DataMatrix

DadosQuantidade

FiabilidadeInformação

São possíveis cerca de 3 116 posições numéricas ou 2 335 posições alfanu-méricas (letras e números), permitindo armazenar grandes quantidades de informação numa pequena superfície de impressão.

é UM SíMBOlO MAtrICIAl

BIDIMenSIOnAlGarante a identificação

única, inequívoca e auto-mática de um produto.

Pode conter dados adicionais sobre um produ-

to, como o lote, o prazo de validade, o

número de série ou o NTIN (National Trade Item

Number), regulado pelo Infarmed.

Permite a reconstrução da informação original em casos de erro ou danificação do símbolo em elevadas percentagens.

Page 15: Código 560

GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 13

A melhoria dos processos de pro-dução e de embalagem, a simplificação e o rigor nos processos de distribuição, a verificação automática nos proces-sos de atribuição e administração, a rastreabilidade e a autenticação dos Produtos são outras das mais-valias que advêm da utilização do Sistema GS1. Em suma, as Normas Globais GS1 permitem a segurança do Paciente e a eficiência da cadeia de valor da Saúde.

A Simbologia mais recomendada pela GS1 para o Setor da Saúde é o GS1 DataMatrix, uma solução de Identifica-ção Global, que pode conter informa-ções como o código GTIN (Global Trade Item Number), o número de lote e a data de validade dos produtos e, ainda as-sim, ter dimensões mais reduzidas que uma tecla de telemóvel. Trata-se de

uma simbologia de alta densidade que permite a total rastreabilidade dos pro-cessos e dos produtos, “desde o produ-tor ao paciente”, sublinha o Diretor de Inovação e Standards da GS1 Portugal. “E permite a gestão da cadeia de valor de forma automática, sincronizada, se-gura e transparente”, remata.

Várias entidades regulado-ras, como a European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations (EFPIA), o Eucomed Medical Technology e a Comissão Europeia, têm aconselhado a utiliza-ção do GS1 DataMatrix na marcação de medicamentos e dispositivos mé-dicos. Em Portugal, a APIFARMA, o Infarmed e a Associação Nacional de Farmácias (ANF) também apoiam a adoção do GS1 DataMatrix para a co-

dificação de medicamentos de con-sumo humano, à semelhança do que já acontece na saúde animal, onde é obrigatória a marcação de medica-mentos veterinários com este Código (Simbologia).

O GS1 DataMatrix tem sido, por isso, uma das principais simbologias estu-dadas nas reuniões do HUG GS1 PT, no sentido de dar eficiência, segurança e transparência a todos os processos da cadeia de valor. E também para “abra-çar” os cinco direitos fundamentais do Paciente – o Paciente certo; com o Me-dicamento correto; Administrado na Dose adequada; pela Via apropriada; no Momento exato – e conduzir a um sexto direito – o Registo Eletrónico dos Dados Clínicos. Afinal, lembra Silvério Paixão, esta é “a essência de um HUG”.

Da esquerda para a direita:engº Silvério paixão (Diretor de Inovação e Standards da GS1 Portugal), engº João de Castro Guimarães (Diretor Executivo da GS1 Portugal),

no lançamento do HUG GS1 PT.

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eM FOCO

14 cÓDiGO | 560

ABRAçAR O

SetOr DA SAúDeEficiência, segurança e transparência. São estas as mais-valias que a GS1® Portugaltem promovido junto dos Stakeholders nacionais do setor da Saúde nos últimos seismeses. Quer através do HUG GS1 PT, quer através de reuniões com entidadesgovernamentais do setor.

A 27 de março a GS1® Portugal prolongou a sua ação do

HUG GS1 PT ao Governo Nacional. Foi durante um almoço-debate sobre “A Saúde em Portugal: Desafios e Condi-cionantes”, organizado por várias câ-maras do comércio e da indústria, no Hotel Corinthia, em Lisboa.

Nesse debate esteve presente o Ministro da Saúde, junto do qual o Diretor Executivo da GS1 Portugal interveio para apresentar o Sistema GS1 e a Proposta de Valor da Associação para o setor. Reproduzimos aqui a mensagem deixada por João de Castro Guimarães a Paulo Macedo:

GS1 PORTUGALinTERvÉM JUnTO DO MiniSTRO DA SAúDE

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GS1® PORTUGAL

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“Antes de mais deixe-me felicitá-lo pela clareza da sua apresentação, na qual focou as questões críticas deste Setor, muito mais como um Gestor do que como um Político.

O meu nome é João de Castro Guimarães, sou Diretor Executivo da GS1 Portugal, uma Associação que congrega cerca de sete mil Empresas e que é responsável pela gestão e apli-cação do Sistema de Normas mais uti-lizado em todo o Mundo por qualquer Cadeia de Valor, isto é, o Sistema GS1.

Somos uma Organização Global pre-sente em mais de vinte setores de ativi-dade económica, tendo como setores nucleares o Retalho & Bens de Consumo, os Transportes & Logística e, como não poderia deixar de ser, o da Saúde.

O nosso Sistema de Normas existe para dar visibilidade às cadeias de va-lor, nas quais se movimentam bens, ativos e localizações, partilhando a in-formação a eles associada através de:

• uma Identificação Única e Inequí- voca (os Identificadores-Chave GS1);

• uma Captura Automática desses mesmos Dados ou Informação (Códigos de Barras e/ou Identifi- cação por Rádio Frequência - RFID);

• possibilidade da Partilha desses mesmos dados ou informação (Nor- mas de Comércio Eletrónico e/ou Normas de Sincronização de Dados).

Neste sentido, temos procurado chegar à Tutela e aos Reguladores do setor da Saúde, com o objetivo de apresentar as nossas Propostas de Valor, cujos benefícios estão perfeita-mente em linha com as exigências e recomendações da Troika para o setor e com as ideias presentes na apresen-tação que o Senhor Ministro acabou de efetuar. Este percurso não tem sido fácil, detetando-se inúmeras dificul-dades e resistências.

Daqui lanço o repto para que seja-mos ouvidos enquanto Associação Neutra e Equidistante, representante de sete mil Associados e cujos bene-fícios, mundialmente reconhecidos, introduziriam, certamente, inúmeros fatores de eficiência, visibilidade e se-gurança na cadeia de valor da Saúde. Estes benefícios têm implicações dire-tas na redução de custos (inventários, perdas e desperdícios), para já não falar no combate à contrafação e na conformidade com a regulamentação europeia e nacional, reduzindo subs-tancialmente os custos de contexto, a complexidade e salvaguardando sempre os Direitos do Paciente. Muito obrigado.”

EnvOLvER OS stakeholDers POLíTicOS

A lém do Ministro da Saúde, a GS1® Portugal tem atuado

junto de outras entidades governativas nacionais da área da Saúde. Em março

reguladores

entidades nacionais

pelo Mundo

Vários Reguladores, como a US Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, e a National eHealth Transition Authority (NEHTA), na Austrália, aprovam a utilização do Sistema GS1 na cadeia de valor da Saúde

O HUG GS1 PT é constituído por mais de 50 Entidades nacionais ligadas à Saúde.

Atualmente existem 29 Healthacare UserGroups da GS1 em todoo mundo.

Factos e números

Ministro da Saúde

reuniu com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE (SPMS) e com a Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. (ACSS), com o objetivo de apresentar a Proposta de Valor GS1 para o setor. O papel fundamental da GS1 Healthcare na gestão eficiente e segura dos sistemas de saúde de vários países do mundo também esteve em cima da mesa.

O balanço destes encontros é po-sitivo. “Ambas as entidades têm de-monstrado interesse em colaborar com a GS1 Portugal, designadamente em projetos que podem ter impacto na Reforma Estrutural do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, conta João de Castro Guimarães.

Dr. paulo Macedo

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cOMO É qUE O

SISteMA GS1®

BeneFICIA O SetOr

DA SAúDe?

S abia que os medicamentos contrafeitos geram mais lucros do que a droga? E que em muitos países, como

Portugal, a contrafação apenas é punida quando se prova que um paciente sofreu danos com o medicamento contrafeito?

A contrafação de medicamentos é hoje um problema de saúde pública à escala mundial. Por exemplo, em países como o Quénia e a Nigéria, 60 a 70 por cento dos fármacos são falsificados. “Na Europa, embora o problema não tenha esta dimensão, também têm ocorrido casos graves, alguns dos quais envolvendo medicamentos para o tratamento do cancro. Outro exemplo bem conhecido é o do Viagra, talvez o fármaco mais contrafeito de sempre”, refere Ulrike Kreysa, Vice-Presidente da GS1 Healthcare.

A contrafação na grande maioria desses medicamentos apenas é identificável através de uma análise laboratorial, o

que significa que os pacientes podem estar sujeitos ao risco sem o saberem. Garantir a rastreabilidade de todos os me-dicamentos, desde a matéria-prima ao consumo, é assim a única forma de assegurar que o paciente tem acesso ao me-dicamento certo, com todas as suas propriedades intatas.

É aqui que o Sistema de Normas Globais GS1 se torna uma mais-valia: através deste sistema é garantida a Identi-ficação, a Captura e a Partilha única e inequívoca de toda a informação relativa aos medicamentos e à sua circulação na cadeia de valor. Desde o embalamento à utilização pelo Pa-ciente. Assim, quando um medicamento contrafeito chega a uma farmácia, ao passar pelo leitor ótico no ato da rece-ção, tem-se a possibilidade imediata de identificar erros de codificação na embalagem ou dúvidas sobre a proveniência na cadeia de valor.

Desta forma, a identificação única e inequívoca gerada pelo Sistema GS1 garante ao Paciente a certeza de que o medicamento adquirido é o original. “O Sistema GS1 per-mite a Visibilidade e a Rastreabilidade, os dois processos-

COMBAte à COntrAFAçãO

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-chave para melhorar e garantir a segurança dos Cuidados de Saúde. Se conseguimos “ver” os produtos, então pode-mos fazer a sua rastreabilidade. E se conseguimos rastreá- -los, então conseguimos gerir de forma segura toda a ca-deia de valor”, explica Feargal McGroarty, do Hospital St. Ja-mes, um dos principais centros hospitalares irlandeses que utiliza as Normas Globais GS1.

M edicamentos fora do prazo de validade ou adulterados. Equipamentos médicos com de-

feitos ou falhas de segurança. Estes são problemas que fazem parte da realidade de muitos hospitais e farmácias, obrigando a um controlo extra dos produtos. Isso implica mais tempo na realização e consulta de inventários, no aces-so ao produto e equipamento certo e, consequentemente, na prestação de serviços ao Paciente. E todos estes proces-sos ineficientes provocam aumento de custos.

O Sistema GS1 ajuda a combater estas ineficiências. Como? Assegurando que os Operadores da Saúde têm acesso a informação atualizada sobre os produtos, nomea-damente o número de lote e a data de validade, ao longo de toda a cadeia de valor. Qualquer falha detetada nos medi-camentos ou equipamentos médicos pode, assim, ser fácil e rapidamente resolvida. Por exemplo, em casos de adul-teração de medicamentos é possível fazer o recall (recolha) eficaz de todos os produtos de um mesmo lote, evitando riscos para a segurança pública.

O s Registos Eletrónicos de Paciente são uma das principais soluções do Sistema de Normas Glo-

bais GS1 para o setor da Saúde. O processo é simples: agre-gam-se todos os dados clínicos dos pacientes numa base de dados (Data Pool), que pode ser consultada a qualquer ins-tante. A informação sobre os pacientes é atualizada, de for-ma automática, sempre que um novo processo é iniciado, permitindo, por exemplo, aos profissionais de Saúde saber:

• quem é o paciente;• quais são os seus problemas de saúde; • o local exato no hospital onde o paciente se encontra;• as consultas/ exames realizados e a realizar;• os medicamentos corretos para aquele paciente.

Desta forma, o Sistema GS1 garante uma gestão mais efi-caz, segura e rápida dos processos dos pacientes e dos seus tratamentos. Tudo isto à distância de um único “clique”.

n um momento em que o financiamento do Siste-ma Nacional de Saúde diminui, é importante que

os Stakeholders saibam gerir de forma mais eficiente o setor, sem prejuízo da qualidade dos serviços prestados ao Pacien-te. Esta é uma necessidade transversal a toda a cadeia de va-lor, que pode ser facilmente alcançada através da adoção das Normas Globais GS1.

Com provas dadas em vários setores, estas Normas aju-dam na eficiência e precisão dos processos de circulação dos produtos, desde o fabrico ao momento do seu “consu-mo”. Em concreto, o Sistema GS1:

• facilita a automação e o controlo dos processos e procedimentos no setor;

• evita as perdas desconhecidas nas transações;• potencia um uso mais racional dos recursos, evitando

os desperdícios;• garante uma maior perceção das datas de validade

e condições dos produtos.

Através do Sistema GS1, a Indústria Farmacêutica poderia, por exemplo, evitar a devolução de produtos em fim de vali-dade, que custa 2 mil milhões de dólares por ano, de acordo com a Healthcare Distribution Management Association.

reCall eFICAZ De prODUtOS

reGIStOS eletrÓnICOS De pACIente

reDUçãO De CUStOS

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estados Unidos da América

A introdução de Normas Globais GS1 no setor da Saúde já é uma realidade nos

Estados Unidos da América: desde fevereiro de 2011 que estas Normas são utilizadas na cadeia de abastecimento de dispositivos médicos, desde o fabrico à cabeceira do Paciente. A imple-mentação do Sistema GS1 no setor da Saúde teve na sua origem a colaboração entre a Mercy/ROI, a Organização que detém o oitavo maior Sistema de Saúde católico norte-americano e que forne-ce soluções de gestão para a cadeia de Valor da Saúde, e a empresa de tecnologia médica BD.

O objetivo deste projeto pioneiro na cadeia de valor dos dispositivos médicos era alcançar mais eficiência, reduzir custos e garantir que o produto certo chega ao local correto e à hora exata. Os resultados não podiam ser mais positi-vos: as discrepâncias sobre as ordens de compra reduziram 73 por cento, o abastecimento de pro-dutos melhorou substancialmente graças ao uso de Códigos de Barras GS1 na seleção do produto certo e as ruturas de stock diminuíram, devido à captura automática dos códigos de barras GS1 à cabeceira do paciente.

Argentina

A luta contra a contrafação de medi-camentos é hoje uma constante na

Argentina, graças à implementação do Sistema Nacional de Rastreabilidade, pela Adminis-tração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT). Este programa visa neutralizar a distribuição e o fornecimento de medicamentos adulterados e garantir a segu-rança do Paciente. Para isso, promove a identi-ficação inequívoca dos produtos farmacêuticos através de Sistemas Tecnológicos de Informação e do uso de uma linguagem harmonizada: as Normas Globais GS1 (em particular o Identifica-dor-Chave Global Trade Item Number – GTIN – e o Número de Série). Além disso, todos os fluxos de circulação dos medicamentos são gravados em tempo real numa base de dados central, ge-rida pela ANMAT, graças à utilização do Global Location Number (GLN), uma chave única para a identificação dos diversos agentes envolvidos na cadeia de abastecimento.

MelhOrAr O SetOr DA SAúDenOS cincO cOnTinEnTES

A Saúde é um setor estratégico para a GS1®, que tem desenvolvido iniciativas em todo o mundo para dar mais eficiência, segurança etransparência a todos os processosdesta cadeia de valor. Desde Healthcare UserGroups a Casos de Estudo, o Mundo estámobilizado para melhorar o setor da Saúde. Saiba quais são os principais projetos atualmente em curso e onde estão localizados.

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3holanda

A GS1® Holanda produziu em 2011 um Caso de Estudo, intitulado “Patient

Safety and Effiency in the Operating Theatre”, que explica como os hospitais podem poupar mais de 100 milhões de euros através da utiliza-ção do Sistema GS1. Em traços gerais, o estudo demonstra que a implementação da Norma Global GS1 para a Rastreabilidade na Saúde (GTSH) facilita a segurança do paciente, graças à garantia de rastreabilidade dos produtos, e reduz substancialmente os custos dos hospitais, quando aplicada a dispositivos médicos utiliza-dos em salas de operações e de tratamento.

Desta forma, é possível aumentar a visibi-lidade dos dispositivos médicos na cadeia

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os dados relativos a medicamentos fossem carre-gados numa única Data Pool, incluindo o nome, os compostos, a data de fabrico e o número de lote. Além disso, desde junho passado que os Stakeholders que integram o Thailand Healthcare Cluster apenas encomendam medicamentos a fornecedores que estão a aplicar GTINs aos seus produtos.

tailândia

O nze organizações ligadas ao setor da Saúde formaram o grupo Thailand

Healthcare Cluster para incentivar os Stakeholders da Saúde a utilizar o Global Trade Item Number (GTIN) em todos os produtos farmacêuticos vendidos a hospitais tailandeses. Estes últimos exigiram também que, até 31 de maio de 2012,

Argélia

O GS1 DataMatrix é, segundo os Stakeholders e o Governo argelino, o

Código “ideal” para a codificação da informação normalizada dos Produtos Farmacêuticos. Por isso, o Ministro da Saúde nacional e as principais Entidades do setor da Saúde têm concentrado es-forços na criação de um plano de orientação para a implementação do GS1 DataMatrix em todos os processos da cadeia de valor. Estima-se que esse plano, no final do ano, resulte numa Lei de Nor-malização da informação farmacêutica, assente na codificação do Global Trade Item Number, dos Números de Lote e de Série e da Data de Validade dos Medicamentos num GS1 DataMatrix.

de abastecimento e saber qual o paciente que recebe um determinado dispositivo médico, assim como o responsável por essa entrega. O estudo conclui que a aplicação das Normas GS1 assegura, assim, a confiança no planeamento da operação, porque há uma visão mais clara e transparente dos inventários e a garantia de que os produtos e os dispositivos necessários estarão disponíveis. Além disso, o reembolso de despe-sas por operação pode ser estimado com mais precisão.

hong Kong

A Autoridade Hospitalar de Hong Kong criou, recentemente, uma iniciativa

que visa promover a rastreabilidade dos pro-dutos farmacêuticos. Chama-se “Modernização

da Cadeia de Valor dos Produtos Farmacêuticos” e vai facilitar a localização e a rastreabilidade dos produtos, desde o fornecedor à farmácia, atra-vés da utilização de dois Identificadores-Chave GS1 únicos, inequívocos e globais – o Global Trade Item Number (GTIN) e o Serial Shipping Container Code (SSCC). “Temos a responsabilidade de asse-gurar a adoção das melhores práticas no setor da Saúde, de modo a envolver os nossos fornecedo-res e a tecnologia na melhoria da eficiência dos processos ao longo desta cadeia de valor, assim como no cumprimento da segurança do Pacien-te”, afirma SC Chiang, farmacêutica Sénior na Au-toridade Hospitalar de Hong Kong.

Austrália

O s crescentes custos no setor da Saú-de australiano têm conduzido a uma

maior aposta na troca eletrónica de informa-ção. A Australian National E-Health Transition Authority (NEHTA), o organismo governativo para o desenvolvimento de formas de recolha e partilha eletrónica segura de dados de Saúde, é quem mais tem contribuído para isso, através do desenvolvimento de um eHealth – um sistema eletrónico de Saúde. “A capacidade de armaze-nar e partilhar dados precisos, completos e atua-lizados sobre Produtos transacionados entre for-necedores e organizações de assistência à Saúde é uma das razões que fundamenta a transição da Austrália para um sistema eletrónico de saúde”, refere Peter Fleming, CEO da NEHTA. Desde 1 de julho todos os Australianos têm a oportunidade de se registar neste sistema.

nova Zelândia

e m agosto de 2011, a Health Information Standards Organization (HISO), um

organismo de Normalização que pertence ao Ministério da Saúde da Nova Zelândia, aprovou a utilização das Normas Globais GS1 na identi-ficação automatizada de todos os produtos, suplementos farmacêuticos, dispositivos e equipamentos médicos. Esta organização tam-bém apoia a adoção das Normas GS1 no Catálogo Nacional de Produtos neozelandês, um repositó-rio único de dados sobre produtos, preços e ser-viços de saúde que abrange todas as Categorias de produtos do Setor e que tem como finalidade a Sincronização de Dados.

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MelhOrAr O SetOr DA SAúDenOS cincO cOnTinEnTES

Consulte estes casos em www.gs1.org/healthcare/library

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Qual foi o seu percurso profissio-nal antes de integrar a GS1?

Comecei a minha carreira como far-macêutica. Trabalhei durante vários anos em farmácias públicas e mais de onze anos no Hospital Universitário Alemão de Aachen, onde ocupei diferentes cargos, como Chefe de Farmácia e Responsável de Compras de um Hospital de cerca de 1 500 camas. Antes de integrar a GS1,

“código560”

Ulrike kreysa

em outubro de 2004, trabalhei durante três anos na GHX Europe, uma Data Pool da Rede Global de Sincronização de Da-dos, onde ocupei o cargo de Managing Director para o Benelux e França.

Atualmente é Vice-Presidente da GS1 Healthcare. Qual é para si o as-peto mais interessante no trabalho que desenvolve?

É o impacto que o trabalho da GS1 Healthcare tem na Segurança dos Pacientes, em todo o mundo. É um traba-lho verdadeiramente global que irá me-lhorar a Segurança dos Pacientes através de uma melhor gestão de dados. Afinal, a Saúde é muito importante para todos.

Sabemos que a segurança, a ras-treabilidade e a eficiência estão hoje

Ulrike Kreysa é Vice-Presidente da GS1 Healthcare, um grupo criadopela GS1 especificamente para conhecer, analisar e propor as melhores soluções GS1 para o setor da Saúde. Ulrike Kreysa esteve recentemente em Portugal, por altura do lançamento do Healthcare User Group (HUG) da GS1® Portugal. Um evento quedecorreu durante um pequeno-almoço de trabalho realizado no Hotel Ritz, no dia 2 de março de 2012. Nessa altura a “Código 560” aproveitou para entrevistar Ulrike Kreysa, a qual falousobre o trabalho desenvolvido pela GS1 Healthcare em todo o mundo, a importância das Normas Globais GS1 para a eficiência, segurança e rastreabilidade do setor da Saúde e, ainda, sobre a luta europeia contra a contrafação de medicamentos.

EnTREviSTA A

UlrIKeKreYSA“O GTin, Global trade item number,é a solução correta para alcançara identificação única e inequívoca dos produtos”

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no topo da agenda das políticas de saúde, da regulamentação governa-mental e das preocupações dos deci-sores em todo o mundo. Por que razão é tão importante alcançar estes obje-tivos através de Normas Globais?

O nosso mundo é hoje muito global, incluindo o setor da Saúde e por isso as soluções locais e nacionais não são su-ficientes nem eficazes. Se, não resolve-mos os problemas na cadeia de abaste-cimento de Saúde através da utilização de Normas Globais, não seremos capa-zes de fazer uma boa gestão do setor, que garanta a segurança do paciente e, simultaneamente, a redução de custos.

Os medicamentos falsificados que circulam na cadeia de abasteci-mento legal constituem um proble-ma global de saúde pública! Como podem as Normas Globais e as So-luções GS1 ajudar a combater esta indústria ilegal?

A Rastreabilidade e os sistemas de autenticação são ferramentas impor-tantes, que dificultam a introdução, na cadeia de aprovisionamento da Saúde (legal), de medicamentos falsificados. Ou, pelo menos, tornam esta tentativa muito menos rentável.

A introdução de uma identificação única para cada e toda a embalagem de produtos médicos permite a sua rastreabilidade e autenticação através da tecnologia de captura de informa-ção (dados) disponível. O Sistema GS1 fornece as Normas para essa identifica-

ção única, tal como pode ser demons-trado pelo êxito da sua implementação em vários países e, ainda, tal como é recomendado pelo Organismo Regu-lador dos EUA, a FDA (Food and Drug Administration) relativamente ao SNI(Standardized Numerical Identification).

No caso da Europa, como é que a Diretiva Anti-Contrafação da Co-missão Europeia impacta o setor da Saúde? O que está a ser feito para responder aos requisitos da Diretiva e qual o papel que a GS1 representa neste processo?

A Comissão Europeia prevê a har-monização da codificação em toda a Europa e a identificação única e ine-quívoca nas embalagens de todos os medicamentos prescritos. A EFPIA (European Association of Pharmaceutical Manufacturers) tem afirmado, de forma clara, que o Identificador-Chave GTIN (Global Trade Item Number), em con-junto com dados adicionais como os números de lote e de série e o prazo de validade, é a solução correta para alcançar a identificação única e inequí-voca dos produtos.

Esta posição é apoiada por inúme-ros Stakeholders e, por isso, as Normas Globais GS1 são hoje utilizadas na maioria dos países europeus para a identificação de medicamentos, em-bora ainda não numa versão norma-lizada.

Quais são os benefícios da imple-mentação do Sistema GS1 para os

diferentes Stakeholders, em termos de Segurança do Paciente, Eficiência e Redução de Custos? Por exemplo:

• Para os FabricantesOs fabricantes de medicamentos e

de dispositivos médicos precisam de cumprir os requisitos regulamentares, que garantam a eficiência e a segurança dos seus produtos. A disponibilização de informações corretas sobre o produ-to aos parceiros comerciais, através de transações eletrónicas, e a possibilidade de identificar produtos em toda a cadeia de abastecimento fazem com que os fa-bricantes ganhem visibilidade e também poder de controlo de uma forma glogal e orientada.

O case study “Encomenda Perfeita” criado pela Becton Dickinson e ROI /Mercy revela:

• Encomendas, faturação e proces- sos de pagamento mais precisos: 73 por cento de redução nas dis- crepâncias, 30 por cento de redu- ção em prazos de pagamento;

• Informações sobre localizações de entrega e informações de conta exatas;

• Redução das ruturas de stock;

• Utilização e consumo do produto real time;

• Melhor rastreabilidade de produ- tos e números de lote;

• Melhoria da infraestrutura e da precisão de dados para as iniciati- vas de assistência ao paciente.

“O nosso mundo é hoje muito global, incluindo o setor

da Saúde e por isso assoluções locais e nacio-nais não são suficientes

nem eficazes.

“A comissão Europeia prevê a harmonização da codificaçãoem toda a europa e a identificação única e inequívoca nas embalagens de todos os medicamentos prescritos.”

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• Para os HospitaisOs hospitais devem cuidar dos seus

pacientes de forma segura e, simulta-neamente, eficiente do ponto de vista económico. Através da introdução de Normas Globais na cadeia de abaste-cimento, os Hospitais podem reduzir os erros de medicação e melhorar a gestão de inventários, bem como a visi-bilidade de produtos e ativos nos seus hospitais.

A introdução da “bedside scanning”

tem reduzido de forma significativa os erros, tal como revelam estudos do Hospital Brigham & Women, nos EUA, mas também de vários hospitais eu-ropeus. A gestão efetiva de stocks e inventários tem conduzido à redução impressionante de custos (Ex: St. James Hospital, Irlanda). Por outro lado, ter o produto certo para o tratamento/cirur-gia do Paciente é não só uma questão de segurança, mas também de eficiên-cia da cadeia de abastecimento.

Em poucas palavras, como é que o Sistema GS1 assegura os cinco di-reitos do Paciente?

Os cinco direitos do Paciente exi-gem que o paciente certo receba o me-dicamento correto, no momento exato, administrado na dose adequada e pela via apropriada. Os Identificadores- -Chave GS1 permitem a identificação de pacientes, prestadores de cuidados de Saúde, dispositivos médicos e medi-camentos conforme a receita prescrita.

Esta informação tão importante pode ser capturada automaticamente a partir do momento em que os Identi-ficadores GS1 são codificados (integra-dos) numa etiqueta RFID (Identificação por Rádio Frequência) ou num Código de Barras GS1 e pode também ser inte-grada no Registo Eletrónico de Pacien-te. Isto é muito importante no que diz respeito ao cumprimento e controlo de qualidade e possíveis recalls (recolhas) de produtos.

Como avalia os esforços das Or-ganizações Membro da GS1 (OM’s) para alcançar um setor tão complexo como o da Saúde?

As Organizações Membro da GS1 Healthcare desempenham um papel fun-damental ao reunirem os Stakeholders da Saúde de um país numa platafor-ma neutra. Ao informar, ao educar apoiando a implementação de Normas Globais. Por outro lado, as próprias OM’s transmitem as necessidades dos Stakeholders locais para uma esfera global e, quando necessário, iniciam mudanças através do Processo de Ges-tão de Normas Globais (Global Standards Management Process - GSMP).

A rede global de mais de 110 Orga-nizações Membro da GS1 garante uma implementação verdadeiramente glo-bal das Normas GS1 e fornece, sempre que necessário, orientação e apoio.

A GS1 Portugal lançou recente-mente um HUG Nacional. Que conse-lho quer deixar à nossa Associação? Pela sua experiência, como devemos começar?

No início é importante sensibilizar e reunir os Stakeholders para que coope-rem e para que se compreendam mu-tuamente. Depois, o grupo deve anali-sar quais são os problemas mais difíceis de ultrapassar e quais são aqueles que podem ser resolvidos mais rapidamen-te. O grupo estará a aprender à medida que o vai fazendo – neste aspeto é im-portante manter uma relação bilateral com o grupo –, à medida que vai co-municando os desenvolvimentos e ne-cessidades locais. Ao mesmo tempo vai estando ciente sobre o que acontece a nível global.

Bad BevensenCidade no norte da Alemanha onde nasceu.

Há mais de 25 anos que vive em Bruxelas, na Bélgica.

percurso profissional

experiência

pessoal

É atualmente Vice-Presidente da GS1 Healthcare. Conta com uma vasta experiência no mundo farmacêutico, tendo desempenhado

funções como Gestora de Produto e Diretora na Global Healthcare Exchange durante três anos, trabalhado 11 anos como farmacêutica

no Hospital Universitário Alemão e sete em farmácias públicas.

Em fevereiro deste ano foi convidada para o lançamento do Healthcare User Group GS1 PT (HUG GS1 PT), não só pela importância

da sua posição no seio da GS1, mas também pela sua expertisee sólido conhecimento do setor da Saúde, designadamente

numa das áreas mais críticas para este setor – a da contrafação de medicamentos.

É casada, tem quatro filhos e um neto. Além do trabalho que desenvolve na GS1 Healthcare, gosta de estar com

a família, ler, nadar e dançar.

2º SEMESTRE 2012 23

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Global GS1®

HealtHCare ConferenCeO DEBATE inTERnAciOnAL SOBRE SAúDE AcOnTEcE EM PORTUGAL

A GS1® Portugal é, este ano, a anfitriã europeia da Global GS1Healthcare Conference, a conferência que a GS1 realiza todos os anos com o objetivo de debater os problemas do setor da Saúde e encontrar soluções e Normas Globais para melhorar o funcionamento desta cadeia de valor. Nesta que é a 22ª edição do evento são esperados mais de 200 congressistas e prestigia-dos Oradores Nacionais e Internacionais entre 23 e 25 de outubro, em Lisboa.

É a Conferência sobre Saúde mais importante do mundoGS1 e, este ano, passa porPortugal. A 22ª edição da GlobalGs1 healthcare conferencerealiza-se entre 23 e 25 de outubro, em Lisboa, e contará com mais de 200 congressistas de todo o mundo.

Nacionais e Internacionais

Como a Indústria Farmacêutica, European Federation of PharmaceuticalIndustries and Associations (EFPIA)

Entre as quais a US Food & Drug Administration (FDA/ Estados Unidos da América), a National E-Health Transition Authority (NETHA/ Austrália) e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED/ Portugal)

Direção-Geral da Saúde e dos Consumidores

qUEM PARTiciPA?

Autoridades Governamentais

Organizações empresariais

entidades reguladoras de diferentes países

Comissão europeia

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 25

Conhecer o que de mais inovador se faz na indústria e os re-centes desenvolvimentos regulatórios em termos de identi-ficação automática, rastreabilidade e catálogos eletrónicos de produtos.

Membros do Global GS1 HUG 400€ + IVAAssociados da GS1 Portugal 550€ + IVANão Associados 950€ + IVA

Membros do Global GS1 HUG 650€ + IVANão Membros do Global GS1 HUG 950€ + IVA

Membros do Global GS1 HUG PT400Associados da GS1 Portugal PT550

Hospitais Públicos e Privados GRATUITOOrganismos Reguladores e de Normalização GRATUITOImprensa GRATUITO

Entre as quais a Health Information Standards Organization (HISO)

Como o EUCOMED Medical Technology

Alavancar uma plataforma neutra e internacional, a única capaz de reunir todos os Stakeholders proporcionando mo-mentos de networking profissional.

Aprender mais sobre a cadeia de valor e a qualidade dos dados do setor da saúde.

Apresentação de um White Paper desenvolvido pela GS1 e pela consultora norte-americana Mckinsey & Company sobre contra-fação, recall (recolha) eficaz de produtos, erros de medicação, ligação de dados de produtos para tratamentos, Registos Ele-trónicos de Paciente, perdas e desperdícios e custos médios na cadeia de valor da Saúde.

Apresentação de Case Studies sobre elos específicos da cadeia de valor da Saúde e de projetos sobre segurança do Paciente.

Testemunhos de autoridades reguladoras governamentais do setor, de diferentes países, sobre os últimos desenvolvimentos em termos de Identificação Única de Dispositivos Médicos (UDI), segurança de medicamentos e rastreabilidade de pro-dutos.

O acesso aos descontos para entidades sediadas em Portugal está dependente da inserção dos seguintes códigos no momento da inscrição.

qUAiS SãO OS OBJETivOS DESTA cOnFERênciA?

cOnDiçõES

qUAiS SERãO OS TEMAS EM DESTAqUE?

Conhecer

Mckinsey White Paper

Case Studies

testemunhos

em portugal

Fora de portugal

estatuto

Preço

Preço

código

Organismos de normalização

laboratórios e Indústria Farmacêutica

Ordens profissionais e Associações de pacientes

Meio Académico

Organizações Membro da GS1

prestadores de Cuidados de Saúde, Indústria dos Dispositivos Médicos

Alavancar

Aprender

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GS1® eM pOrtUGAl

26 cÓDiGO | 560

ASSEMBLEiA GERAL DA

GS1® PORTUGAL:

pASSADO, preSente e FUtUrO eM

AnálISeórgãos Sociais e Associados da GS1® Portugal reuniram a

11 de abril para analisar os projetos desenvolvidos pela Associação em 2011 e traçar planos para o futuro.

O nze de abril foi o dia escolhi-do pela GS1® Portugal para a

realização da Assembleia Geral de 2012. Na sede da Associação reuniram órgãos Sociais e Associados que, em conjunto, fecharam o ano de 2011 com um “balan-ço francamente positivo”.

Em destaque esteve o profundo pro-cesso de renovação conduzido pela GS1 Portugal no último ano, que se refletiu na concretização de projetos estrutu-rantes de natureza interna e externa. O Congresso “[de]Coding the Future Value Chain”, o Projeto Housekeeping, os Projetos de Boas Práticas Colaborativas “On Shelf Availability” (OSA) e “Sustenta-bilidade dos Transportes na Cadeia de

Abastecimento”, bem como, a Platafor-ma GS1 SyncPT foram alguns dos temas que marcaram 2011 e que foram abor-dados durante a Assembleia Geral.

“Estes e outros projetos levaram os órgãos Sociais e os Associados presen-tes na Assembleia a fazer um balanço francamente positivo da atividade da GS1 Portugal no ano passado”, destaca o Diretor Executivo da Associação, João de Castro Guimarães. Nuno Pinto de Magalhães, Presidente da Mesa da Assem-bleia Geral, partilha a mesma opinião: “A atividade da GS1 Portugal tem sido um crescendo e os resultados que pudemos apreciar nesta Assembleia Geral não são mais do que um sintoma disso mesmo”.

O primeiro Congresso Nacional da GS1 Portugal “[de]Coding the Future Value Chain”, realizado em novembro no Museu do Oriente, em Lisboa, foi um dos eventos mais elogiados pelos pre-sentes. A “qualidade” da organização, dos Oradores e dos temas em desta-que em cada um das sessões mereceu o “elogio especial” do Presidente Paulo Gomes, que destacou “o sólido caminho percorrido pela GS1 Portugal para acres-centar valor aos processos comerciais no país”.

O projeto de reorganização interna Housekeeping também despertou muitos elogios entre os órgãos Sociais, devido aos resultados já alcançados no primeiro

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 27

semestre deste ano. “Foi um projeto que gerou mais eficiência na atividade da GS1 Portugal e na relação com o Associado, que foi distinguido internacionalmente pela GS1 e que despertou o interesse da Microsoft. É, por isso, um projeto de que nos orgulhamos muito”, revela João de Castro Guimarães.

Além da avaliação dos projetos de 2011, foram também revistos os Estatu-tos da GS1 Portugal e analisados os pro-jetos que a Associação tem atualmente em curso, como o Grupo de Trabalho para a Saúde – o HUG GS1 PT. João de Castro Guimarães descreve o Healthcare User Group Nacional como um “projeto

de sucesso”, que tem juntado à mesma mesa os principais Stakeholders nacionais da Saúde. “É um passo muito importante para o objetivo que a GS1 Portugal traçou para o setor da Saúde: acrescentar valor aos Cuidados de Saúde e garantir os di-reitos fundamentais do Paciente”.

A Organização da Conferência Glo-bal da GS1 dedicada à Saúde, que a GS1 Portugal recebe em outubro de 2012, e o projeto de aplicação do Sistema GS1 ao setor financeiro português, em curso, foram considerados pelos par-ticipantes da Assembleia Geral como “o sintoma de que, ao fim de 27 anos, a GS1 Portugal continua no caminho certo”.

“housekeeping foi um projeto que gerou mais eficiência na atividade da GS1 Portugal e na relação com o Associado, que foi distinguido internacionalmente pela GS1...”

Congresso nacional GS1 portugal

Realizado em novembro de 2011 , foi um dos eventos mais elogiados pelos presentes.

Da esquerda para a direita:engº João de Castro Guimarães (Diretor Executivo e Representante da Nestlé Portugal, S.A.), engº luís Moutinho (Vice-Presidente da Direção e Representante da SONAE),

Dr. Fernando ereio (Membro da Direção e Representante da Auchan), Dr. ludovic reysset (Membro do Conselho Fiscal e Representante da Danone Portugal, S.A.), Dr. nuno pinto de Magalhães (Presidente da Mesa da Assembleia Geral e Representante da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, S.A.), engº paulo Gomes (Presidente

da Direção e Representante da Johnson & Johnson, Lda.), Dr. José Clemente Quinta (Presidente do Conselho Fiscal e Representante da UNIARME), Dr. Manuel Sousa pinto (Membro da Direção e Representante da Sogrape Vinhos, S.A.).

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28 cÓDiGO | 560

O ano que passou foi mar-cado por um profundo

processo de renovação interno, que nos possibilitou crescer e ganhar maturidade. O Projeto housekeeping levou-nos a fazer uma reflexão profunda sobre a GS1 Portugal, sobre o seu po-tencial, qual o caminho a se-guir para o atingir e como ser um player ainda mais relevante no mercado. Esta profunda aná-lise resultou num redesenho da Associação, à medida das nos-sas necessidades de Eficiência, que se refletem num melhor serviço prestado ao Associado e numa compreensão mais pro-funda do mercado”.

“ “ “D estaco os projetos de inovação, nomeadamen-

te os que dizem respeito às Boas Práticas colaborativas, que possibilitaram uma maior cre-dibilização das capacidades da GS1® Portugal como um player importante no mercado, líder na implementação de normas comerciais e Boas Práticas de negócio”.

O ano de 2011 foi marcado por um grande sentido

de aprendizagem e renovação cultural por parte de toda a Equi-pa da GS1 e por uma capacidade notável de decisão e de imple-mentação de projetos, importan-te para a melhoria dos negócios dos nossos Associados e para a notoriedade da Associação. Es-tamos todos de parabéns!”

2011

UM AnO De COnCretIZAçõeSASSEMBLEiA GERAL DA GS1® PORTUGAL:

pASSADO, preSente e FUtUrO eM AnálISe

nuno pinto de Magalhães

Presidente da Mesa da Assembleia Geral

da GS1® Portugal

João de Castro GuimarãesDiretor Executivo da GS1® Portugal

José Clemente

Quinta Presidente do

conselho Fiscal da GS1® Portugal

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 29

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GS1® eM pOrtUGAl

30 cÓDiGO | 560

“...o mais importante em todas essas alterações é o facto de nos termos

tornado uma cultura ganhadora, de fazer acontecer, uma cultura de alto

profissionalismo e alta performance, em que a equipa funciona com

objetivos claros.”

Como avalia a atividade da GS1 Portugal durante o ano de 2011?

Eu penso que 2011 foi um ano chave para o futuro da GS1 Portugal. Foi um ano em que nos reinventámos do ponto de vista interno, em que alterámos a es-trutura organizacional e em que fizemos uma revisão profunda de todos os pro-cessos, através da alteração de todos os sistemas informáticos. Criámos projetos- -chave em que conseguimos chamar os principais players e os principais Asso-ciados para trabalharem connosco. Foi um ano em que conseguimos organizar, pela primeira vez em muitos anos, um

“código560”

Paulo Gomes

evento de grande qualidade. O Con-gresso Nacional “[de]Coding the Future Value Chain” . Houve uma mudança também ao nível da cultura organiza-

cional para uma cultura de rigor. E do ponto de vista de futuro, criámos a base para de facto nos projetarmos como uma Associação de referência, uma

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2º SEMESTRE 2012 31

Associação que traz valor acrescentado para os Associados. Penso que 2011 vai ficar na história da GS1 Portugal como o ano de revisão total da estrutura interna da organização.

Quais foram os pontos altos do ano que passou?

Existem dois. Um é, digamos, o mais invisível: a conclusão do projeto Housekeeping, com a revisão total da or-ganização. O outro é o mais visível para os Associados, para os Stakeholders e para toda a Comunidade: o Congresso.

Obviamente que o Congresso é o mais notado, porque teve uma presença nu-merosa de Associados e teve, acima de tudo, bastante qualidade. E acabou por sumarizar o trabalho, o esforço que tem sido desenvolvido, quer pela Equipa da GS1 Portugal, quer pelas diversas empre-sas e pelos consultores que têm trabalha-do connosco.

Quando compara a GS1 Portugal que encontra hoje com aquela que en-controu no início do mandato destes Órgãos Sociais, quais são as principais diferenças que destaca?

Eu penso que este é um manda-to de grandes alterações. Mas o mais importante em todas essas alterações é o facto de nos termos tornado uma cultura ganhadora, de fazer acontecer, uma cultura de alto profissionalismo e alta performance, em que a Equipa funciona com objetivos claros. E isto faz mover barreiras e permite estarmos mais próximos do Associado.

O ano de 2012 está a ser um ano muito desafiante tanto para as famí-lias como para as empresas, o que está a afetar obviamente os nossos Asso-

Paulo Gomes, Presidente da GS1® Portugal,esteve a 11 de abril na Assembleia Geral da Associação. Em entrevista à “Código 560”, fez um balanço muito positivoda atividade da GS1 Portugal em 2011, enumerou os desafios esperados para 2012 e abordou o novo modelo de quotização dos Associados.

EnTREviSTA A

pAUlO GOMeS“2011 vai ficar na história da GS1® Portugal como o ano derevisão total da estruturainterna da organização”

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GS1® eM pOrtUGAl

32 cÓDiGO | 560

ciados. Quais são as principais forças da GS1 Portugal para gerar benefícios de negócio reais para os Associados?

Estamos num contexto, infeliz-mente, de muitas dificuldades eco-nómicas, sociais, financeiras, etc. E, de facto, é nesta altura que deve-mos repensar a forma como traba-lhamos para nos tornarmos mais competitivos. E nesse sentido, a GS1 Portugal, que tem como missão trabalhar todos os temas de ganhos de eficiência e de eficácia, tem um conjun-to de soluções, produtos e serviços que podem trazer grande valor e grandes benefícios para os Associados, no sen-tido de se tornarem mais competitivos e tornar toda a cadeia de valor mais simples e sólida.

Na Assembleia Geral foi aprovado um novo modelo de quotização. Como é que este novo modelo assegura mais equidade entre os nossos Associados?

No passado, o esforço de colaborar com a GS1 era o mesmo para uma em-presa pequena e para uma empresa muito grande. E a Direção achou que esta situação não era a mais adequada. Fizemos uma análise a nível internacio-nal, sobre os modelos de quotização dos principais países com os quais nos pode-mos comparar e, de facto, concluímos que as empresas muito pequenas, as micro-empresas ou empresas familiares deveriam ter uma redução da quotiza-ção. A principal fatia dos Associados não teve alteração. Apenas as empresas de grande dimensão tiveram um aumento de quotas, que é insignificante para a sua faturação: não chega a 100 euros por ano. Neste sentido, achamos que o novo modelo de quotização foi um primeiro passo para nos aproximarmos mais dos Associados, para ouvir as suas dificulda-des e encontrar soluções. Portanto, pare-ce-me que foi uma boa solução.

Que palavras gostaria de deixar aos nossos Associados?

Gostaria de dizer que vale a pena acreditar. Vale a pena repensar a forma como trabalham e colaboram, tanto quanto possível, com a GS1 Portugal. Por-que nós estamos convosco no sentido de tornar a vossa atividade mais competiti-va e, em conjunto, eliminar as principais barreiras que possam surgir.

“...achamos que este novo modelode quotização foi um primeiro passo para nos aproximarmos mais dos associados, para ouvir

as suas dificuldades e encontrar soluções.”

engº paulo Gomes

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34 cÓDiGO | 560

prOJetO HoUSekeePinG

PREMiADO nA cOLôMBiA“Uma História de Sucesso”. É assim que a GS1® define o Projeto Housekeeping,desenvolvido pela GS1 Portugal entre 2010 e 2011. Como resultado, a Associação recebeu um “Successful Business Case Award” durante a Assembleia Geralda GS1, em maio, na Colômbia.

C artagena das Índias, na Co-lômbia, foi a cidade escolhida

pela GS1 para a realização da Assembleia Geral de 2012. A GS1® Portugal foi uma das Organizações Membro que esteve

em destaque, ao apresentar e ter sido premiada pelo Projeto Housekeeping.

Considerado pela GS1 como “um dos cinco projetos mais inspiradores do mun-do GS1” em 2012, o projeto Housekeeping foi apresentado a mais de 100 países a 23 de maio, penúltimo dia da Assembleia Geral da GS1 na Colômbia, juntamente com as “histórias de sucesso” das GS1 da Holanda, do Brasil, de Itália & Hong Kong e da Alemanha.

Nesse dia, as Organizações Membro da GS1 ficaram a conhecer os três eixos de intervenção do projeto Housekeeping: Reengenharia de Processos de Negócio, Reestruturação Organizacional e, por fim, Redesenho da Arquitetura dos Sis-temas de Informação, através da adoção do Customer Relationship Management (CRM) da Microsoft Dynamics.

Iniciado em 2010, o projeto ficou con-cluído no final de 2011. Nos primeiros cin-

“..., o projeto Housekeeping

foi apresentado a mais de 100 países a 23 de

maio, penúltimo dia da Assembleia Geral da GS1 na colômbia, juntamente

com as “histórias desucesso” das GS1 daHolanda, do Brasil, de

itália & Hong kong e da Alemanha”

Atribuição do Prémio de Excelência ao projeto Housekeeping

da GS1 Portugal na pessoa de seu Diretor Executivo, João de Castro

Guimarães.

Patrick Vanlombeek “Todos os anos convidamos

as Organizações-Membro (OM’s) da GS1® a apresentarem os seus

Inspiring Business Cases, para quesejam uma fonte de inspiração

quer para outras OM’s quer para os Utilizadores. João Guimarães,

CEO da GS1 Portugal apresen-tou um extraordinário caso que

demonstra como a GS1 Portugal se transformou de uma organização

virada para dentro, numa outra que se dedica a fornecer o melhor do Sistema GS1 às empresas asso-

ciadas. É um excelente exemplo da forma como nos mantemos

motivados: garantir que tudo o que fazemos entrega as respostas mais eficientes às necessidades reais do

negócio. Toda a comunidade GS1 em Portugal pode estar muito

orgulhosa deste merecido prémio!“

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 35

Action: Success Stories from around the World 2012”, e para uma apresentação na sessão da Assembleia Geral da Co-lômbia dedicada às “Histórias de Suces-so” da Comunidade GS1.

No final da apresentação, a GS1 Por-tugal recebeu o galardão “Successful Business Case Award”, o primeiro desde a sua criação em 1985.

“Este reconhecimento internacio-nal é muito gratificante para a GS1 Portugal, pois coloca-nos no patamar das Organizações de referência nas boas práticas de gestão interna”, afir-ma João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal, sublinhan-do que o Projeto Housekeeping foi o único de âmbito interno considerado pela GS1 como uma “História de Su-cesso” em 2012.

co meses deste ano começaram a surgir os resultados: as receitas aumentaram e o número de Associados que recebem Fatura Eletrónica cresceu 20 por cento.

Estes resultados e o desenvolvimen-to sustentado do projeto estiveram na origem da seleção da GS1 Portugal para uma brochura internacional da GS1, in-titulada “GS1 Member Organisations in

“Este reconhecimento internacional é muito gra-tificante para a GS1 Portugal, pois coloca-nos no pata-mar das organizações de referência nas boaspráticas de gestão interna”

O que é?

resultados

Objetivo

Âmbito de intervenção

Projeto de reorganização interna iniciado pela GS1 Portugal em 2010

Introduzir na GS1 Portugal um modelo integrado de excelência operacional virado para o Utilizador

• reengenharia de processos de negócio;

• reestruturação organizacional;

• redesenho da arquitetura de sistemas de informação.

Percentagem de Associados que recebem Fatura Eletrónica (primeiros cinco meses de 2012).

prOJetO HoUSekeePinGePinG

20%

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OS nOSSOS ASSOCIADOS

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LUSOMEDicAMEnTA

De pOrtUGAl pArA O MUnDOChama-se Lusomedicamenta e é umadaquelas empresas que têm gosto em manter-se 100% portuguesas – é que nesta empresa todaa produção tem BI lusitano. No entanto, os seus medicamentos chegam a mais de 40 países dos quatro cantos do mundo.

D iz que anda “nisto” há muito tempo. Desde 1949, para se

ser preciso. Foi nesse ano que nasceu a Medicamenta, uma empresa farmacêu-tica portuguesa que “cedo se tornou

grande pois, em 1968, teve mesmo de se mudar para instalações maiores e mais modernas”, sublinha a Lusomedi-camenta no seu site.

Aliado ao crescimento da Medi-camenta veio o interesse da gigante farmacêutica Johnson & Johnson, que no final dos anos 80 adquiriu a empresa portuguesa. No “bilhete de identidade” da Medicamenta deixou, assim, de aparecer a nacionalidade portuguesa. Mas apenas até 2004. Nesse ano “a Johnson & Johnson deci-diu vender a fábrica. Foi feito um MBO [Management Buy-Out] em conjunto com dois investidores nacionais liga-dos ao mundo farmacêutico”, conta Manuel Sapinho, Diretor de Logística da empresa. E foi assim que nasceu a Lusomedicamenta.

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2º SEMESTRE 2012 37

O nome não foi escolhido ao acaso. “Tentámos associar a parte da Medica-menta, que é uma marca com história, com este cantinho da Península Ibérica”, refere o diretor de Logística. Porquê? Por-que a Lusomedicamenta valoriza uma identidade 100 por cento portuguesa.

Ainda que 100 por cento lusitana, a Lusomedicamenta procura promover uma cultura multinacional, à semelhan-ça dos tempos em que ainda pertencia à Johnson & Johnson. Prova disso é o fac- to de a grande maioria da produção da empresa ter como destino o merca-do além-fronteiras. Austrália, Arábia Saudita, Brasil, Argentina, Alemanha, Yemen e Malásia estão entre os mais de 40 países que todos os anos recebem produtos farmacêuticos fabricados pela Lusomedicamenta. Desde comprimidos e cápsulas a cremes, pomadas, champôs e xaropes. Quer para uso humano, quer para uso veterinário.

“Nós produzimos sobretudo para terceiros e para o exterior. O volume de exportações representa 65% da nossa faturação”, revela Manuel Sapinho. Os clientes? A grande maioria são empre-sas farmacêuticas de “renome mundial”, como a Johnson & Johnson, a Novartis, a Janssen Cilag, a Roche ou a Merck, lê-se no site da Lusomedicamenta.

“A par da exportação temos as nos-sas marcas próprias: a Medicamenta, que abrange áreas terapêuticas como a Onco-

logia, a Gastrenterologia, a Dermatologia e a área Cardiovascular, e a Davi, que se destina à área de Oftalmologia”, destaca o diretor logístico da empresa farmacêutica, que além do fabrico também garante o embalamento e a expedição dos produtos. “Ambas as linhas de produção destinam- -se exclusivamente ao mercado nacional.”

e m 2011 a Lusomedicamenta produziu cerca de 46 milhões

de unidades farmacêuticas. Este é ape-nas um exemplo do nível de produção da empresa portuguesa, que se assume

como “uma referência nacional na pro-dução e exportação de produtos farma-cêuticos”. A “composição” do sucesso, diz Manuel Sapinho, está na cultura de Rigor, Profissionalismo e de Boas Práticas de fabrico da Lusomedicamenta. Mas acima de tudo, nas Pessoas.

“Nós conseguimos lidar com 40 clien-tes diferentes, com culturas diferentes, com línguas diferentes. E isto passa pelas pessoas que estão a trabalhar connosco. Temos pessoas qualificadas, orientadas para objetivos futuros e para o serviço ao Cliente”, frisa o diretor de Logística.

Nuno Lourenço, Chefe de Planeamen-to, acrescenta: “Eu sinto que nós vivemos a empresa, desde a administração às pesso-as que estão a embalar os comprimidos”.

Esta é, dizem, a melhor receita para contornar a crise. “As regras do jogo mu-dam todos os dias e temos de ser ágeis a adotar a mudança”, sublinha Nuno Lourenço. “Na Lusomedicamenta temos pessoas competentes e motivadas para projetos inovadores e de futuro, capa-zes de se adaptarem a condições novas todos os dias. É isto que traz sucesso.”

nA ROTA DAS ExPORTAçõES

A “cOMPOSiçãO” DO SUcESSO

“nós conseguimos lidar com 40 clientes diferentes, com culturas diferentes, com línguas diferentes. E isto

passa pelas pessoas que estão a trabalhar connosco. ”

O nome não foi escolhido ao acaso. “Tentámos associar a parte da Medicamenta, que é uma marca com história, com este cantinho da Península ibérica”.

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OS CÓDIGOS DeSCODIFICADOS

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D á pelo nome de GS1-128 e é o “Standard de Ouro” no setor

dos Transportes & Logística. Sabe por-quê? Porque é uma simbologia de Códi-go de Barras GS1 específica para unida-des de expedição – isto é, paletes –, que é capaz de agregar toda a informação comercial dessa unidade logística. Desde o prazo de validade ao peso do produto, passando pelo lote, nota de encomenda, número de série e número da rota se-guida pela unidade no percurso entre o armazém do produtor e o armazém do destinatário.

Este é, sem dúvida, um Código de Barras GS1 desenvolvido a pensar nos Transportadores e Prestadores de Ser-viços Logísticos, bem como, no sucesso do fluxo de circulação dos produtos. A sua utilização garante que uma Unidade Logística é facilmente identificada e ras-treada ao longo da cadeia de abasteci-mento, independentemente do setor e do país de origem e de receção. Assim que a Unidade Logística é entregue e desmanchada, o GS1-128 deixa de exis-tir. Quer dizer que este Código de Barras nunca chega à prateleira do supermer-

cado? É verdade, pois tem a duração de vida das paletes.

O cÓDiGO DE BARRAS (DE OURO)

DA lOGíStICAÉ Transportador ou Prestador de Serviços Logísticos? Então está na hora de conhecer o GS1-128.

GTin Global Trade Item Number

produtor Item Caixa

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 39

O GS1- 128 é facilmente identificável por ser um código de barras mais exten-so do que aquele que costumamos ver na prateleira do supermercado e tem uma circulação restrita. Está integrado numa Etiqueta Logística, que tem uma largura de 105 milímetros, e as suas li-nhas de código têm uma altura mínima de 12 milímetros para caixas de trans-porte e de 30 milímetros para paletes. Além disso, o GS1-128 pode incluir até 48 caracteres alfanuméricos (números e letras) por cada linha de código.

Esta simbologia de Código de Bar-ras é utilizada tanto em unidades de expedição de medidas fixas – por exemplo, em paletes de caixas de cere-ais -, como de medidas variáveis – por exemplo, em paletes de pescado. Em ambos os casos, as Unidades Logísti-cas são identificadas de forma única e inequívoca através de um SSCC (Serial Shipping Container Code), o Identifica-dor-Chave GS1 utilizado para identi-ficar unidades logísticas individuais e cuja simbologia dá origem ao chamado GS1-128.

serial shipinG container coDe (SScc)Contém Informação sobre:

( 00 ) 3 5601234 000000001 7

SScc

transporte palete Caixapalete

eti

qu

eta

log

ísti

ca

Itemtransporte lojaDistribuidor Cliente

Page 42: Código 560

OS CÓDIGOS DeSCODIFICADOS

40 cÓDiGO | 560

Assim, o SSCC é uma tradução mate-mática de toda a informação da palete. Se uma palete fosse uma pessoa, o SSCC seria a série numérica que apareceria no Passaporte através de uma simbologia que é o GS1-128 e que é uma encripta-ção de toda a informação biográfica sobre aquela pessoa específica, identi-ficando-a de forma única e inequívoca em qualquer país.

Mas como é que podemos saber se um código de Barras GS1-128 é constru-ído a partir de um SSCC?

Através dos algarismos entre pa-rênteses que aparecem antes da série numérica. Se os algarismos forem (00), significa que aquele GS1-128 tem na sua origem um Serial Shipping Container Code (Identificador de Applicação).

A codificação de toda a infor-mação comercial de uma

palete numa simbologia GS1-128 per-mite que esta seja identificada e cap-turada pelos leitores óticos em qual-quer ponto do fluxo de transporte de forma única e inequívoca, de armazém a armazém, facilitando os processos de rastreabilidade. Qualquer desvio ou imprevisto será do imediato conheci-mento dos parceiros de negócio. Em caso de contaminação dos produtos, os intervenientes no processo conse-guem identificar de imediato as uni-dades de expedição que têm de ser recolhidas. Quer isto dizer que a nor-malização da informação comercial das unidades de expedição, seguida da sua codificação num GS1-128, permite eliminar as ineficiências da Cadeia de Abastecimento – isto é, processos ma-nuais de carregamento da informação comercial para um sistema informáti-co, gestão manual de inventário e de stocks, que conduzem a perdas de tem-po, erros e aumento de custos.

vAnTAGEnS DA SiMBOLOGiA GS1-128

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 41

•GS1-128éumasimbologiadeCódigodeBar-ras GS1 para as unidades de expedição (por exemplo, paletes).

•OGS1-128éoPassaporte(únicoeinequívoco)das paletes; o SScc é o código numérico que apa-rece nesse Passaporte.

•OGS1-128facilitaosprocessosderastreabilidade.

•OGS1-128tem,namaioriadasvezes,umSSCC(serial shipping container code) na sua origem.

•Num GS1-128 é possível incluir informaçãosobre o prazo de validade e peso do produto, o lote, a nota de encomenda, o número de série e o número da rota da unidade de expedição.

Nisto surge outra vantagem: a da “comunicação à escala global” entre os parceiros comerciais, sem que seja necessário aprender uma nova língua para comunicar a informação comer-cial dos produtos. Afinal de contas, toda a informação importante sobre aquela palete está codificada na sua etiqueta, numa língua global. Basta ler e saber interpretar.

serial shipinG container coDe

Se uma palete fosse uma pessoa, o SScc seria a série numérica que apareceria no Passaporte através de uma simbologia que é o GS1-128 e que é uma encriptaçãode toda a informaçãobiográfica sobre aquela pessoa específica, identificando-a de forma única e inequívoca em qualquer país.

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StandardS eM ACçãO

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ETiqUETA LOGíSTicA GS1:

GS1-128

fornecedores de matérias. Em muitas destas relações, os parceiros comerciais são confrontados com diferentes proces-sos de negócio e diferentes soluções de identificação, que resultam na utilização de diferentes conteúdos e formatos de etiquetas.

O s Transportadores e Presta-dores de Serviços Logísticos

desempenham atualmente um papel significativo na cadeia de abastecimento de produtos de grande consumo, nome-adamente na gestão dos fluxos internos e externos de retalhistas, produtores e

“A utilização de soluções proprietá-rias ou não normalizadas causa inefici-ência entre os interfaces dos expedido-res e dos destinatários quando os bens e os seus dados se movimentam na ca-deia de abastecimento”, sublinha Filipe Esteves, Técnico de Inovação e Standards da GS1® Portugal. É neste contexto, acrescenta, que “a GS1 Portugal lançou recentemente o documento «Standard Internacional para a Etiqueta Logística» (STILL)”.

Este é um “guia” produzido pela GS1 Internacional, em 2008, e que agora pode ser consultado em português. O objetivo é ajudar os Transportadores e Prestadores de Serviços Logísticos nacionais a gerirem de forma mais eficiente os processos de transporte e logística. Como? Através de um Sistema único, inequívoco e global: o Sistema de Normas Globais GS1.

A utilização de soluções de norma-lização globais para a identificação e codificação da informação comercial é, assim, a grande recomendação da GS1 para as relações entre o cliente de servi-ços logísticos (fornecedor ou retalhista), os transportadores e os fornecedores de serviços logísticos.

StandardS eM AçãO

Como é que os Transportadores e Prestadores de Serviços Logísticos podem construir uma Etiqueta Logística segura e eficiente? O documento “StandardInternacional para a Etiqueta Logística” (STILL)tem todas as respostas.

“A utilização de soluções proprietárias ou não normalizadas causa ineficiência entre

os interfaces dos expedidores e dos desti-natários quando os bens e os seus dados se movi-

mentam na cadeia de abastecimento.”

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 43

“O Serial Shipping ContainerCode (SScc) é o identificador-chaverecomendado pela GS1 a todos os players da cadeia de abastecimento...por permitir que uma unidade logística seja localizada individualmente...”

A través de Normas Globais, as operações de captura e pro-

cessamento da informação ao longo de toda a cadeia de abastecimento tor-nam-se mais simples, rápidas e seguras. Ao contrário das soluções proprietárias, o Sistema de Normas Globais GS1 per-mite que a informação seja compreen-dida em qualquer ponto da cadeia de abastecimento, por qualquer parceiro comercial e em qualquer país.

O Serial Shipping Container Code (SSCC) é o Identificador-Chave reco-mendado pela GS1 a todos os players da cadeia de abastecimento (desde produtores, armazenistas, transporta-dores e operadores logísticos a reta-lhistas e grossistas) por permitir que uma unidade logística seja localizada individualmente, proporcionando o be-

nefício do rastreio e do controlo da sua encomenda, entrega e receção automá-tica. “A partir desta chave podemos, por exemplo, rastrear a informação sobre o lote e o prazo de validade do produto, as notas e os números de encomenda e o número de rota”, sublinha Filipe Esteves.

Construída a chave, é possível codi-ficá-la num Código de Barras GS1-128 e integrá-la na Etiqueta Logística GS1. Esse código é depois “capturado” por um leitor ótico, em qualquer armazém de qualquer país. E a informação co-mercial dos produtos pode ser partilha-da através de mensagens eletrónicas EDI (Electronic Data Interchange). “Desta forma, as Normas Globais GS1 são uma mais-valia para a rastreabilidade, para a comunicação e compreensão global da informação e para a gestão eficiente dos processos logísticos”.

O guia “Standard Internacional para a Etiqueta Logística” mostra não só como o SSCC deve ser construído, mas

também as vantagens específicas que esta normalização global oferece às empresas. Como a Identificação única e válida das unidades logísticas em todo o mundo; a fiabilidade da informação “lida” e a redução de tempo e custos, através da eliminação das sucessivas etiquetas atualmente aplicadas ao lon-go da cadeia de abastecimento.

•Melhores práticas para a utilização da Eti-queta Logística GS1 no transporte e armaze-namento, baseado nas recomendações das Especificações Gerais GS1 e no ELL (european logistic label);

•Recomendaçõesparaumainformaçãocomumde transporte, reduzindo-a ao mínimo para a etiqueta logística GS1;

•Harmonizaçãodosrequisitosparaaidentifi-cação de transporte para aumentar a eficiên-cia na cadeia de abastecimento;

•Monitorizaçãosistemáticaparaaredução do tem-po de entrega e aumento do nível de serviço;

•Simplificaçãodeprocedimentos entre trans-portadores e prestadores de serviços logísti-cos na cadeia de abastecimento;

•UtilizaçãodesoluçõesGS1juntodetodososmembros da cadeia de abastecimento, em particular com transportadores e operado-res logísticos;

•Apoioaosutilizadoresnoaumentodatrocadecomunicações internacionais baseadas em GS1 ecom (normas para Mensagens Eletrónicas comerciais) entre expedidores, prestadores de serviços logísticos, transportadores e destinatá-rios, e na utilização de uma etiqueta comum no transporte e no comércio transfronteiriço.

GESTãO EFiciEnTE DOS PROcESSOS LOGíSTicOS

O “StIll” é UM GUIA De…

Faça o Download em:http://www.gs1pt.org/servicos/download-center/3/129/sectores

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preSpetIVA

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PETER HinSSEn

erA DIGItAl

“E nada voltará a ser como antes”

perSpetIVA

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 45

Os consumidores também estão a exigir mais das compa-nhias. A lealdade digital é um jogo completamente diferente do da lealdade analógica. Quando as nossas interações com um banco eram puramente analógicas, era necessário um grande esforço e uma grande quantidade de papelada para mudar de banco. Na era digital, passar conta de um banco para outro de-pende apenas de alguns cliques.

Os nativos digitais não têm a lealdade analógica que os imigrantes digitais ainda mantêm. A era digital também está a mudar a forma como desenvolvemos novos produtos. O conhe-cimento tornou-se muito mais descentralizado e a entrada em mais mercados é facilitada.

Simultaneamente, a adoção dos utilizadores de novas tec-nologias tornou-se viral. Quando Alexander Graham Bell inven-tou o telefone em 1876, foram precisos 90 anos até 90 por cento dos lares norte-americanos terem um telefone. Compare isto com os desenvolvimentos rápidos de novos conceitos como o Facebook ou o Twitter.

Estamos a meio da revolução digital. Gosto da comparação com a piscina. Se a revolução digital é toda a piscina, é seguro afirmar que estamos só meio dentro de água. Temos estado a afastar-nos da parte rasa, mas os nossos pés ainda tocam no fundo. E ainda não sabemos se seremos capazes de nadar sem pé. E muito menos sabemos o que vamos encontrar do outro lado da piscina…

A inda não é claro para onde a revolução digital nos irá conduzir, mas certamente muito vai mudar. A forma

como lidamos com a tecnologia, com os clientes, com os cola-boradores e com a inovação. No meu livro mais recente deno-minei este momento de “O Novo Normal”.

Encontramo-nos a meio da revolução digital. Passámos os últimos trinta anos a tornarmo-nos digitais; as próximas duas décadas serão sobre tornarmo-nos “digital smart”. Quem nas-ceu depois de 1977 (a “Geração Y”) é o melhor exemplo do que significa a revolução digital. Têm altas expetativas sobre tudo o que é digital: e não só esperam que tudo seja digital, como também que esteja em permanente funcionamento. Por outras palavras, têm tolerância zero a falhas. Um exemplo que prova isto mesmo: há dez anos, se o acesso à internet na minha casa falhasse, eu era o único a considerá-lo inconveniente. Hoje a história é muito diferente. Todos somos afetados, porque não podemos aceder à meteorologia, às receitas, às redes sociais…

Isto tem um impacto enorme nas exigências que os colabo-radores da Geração Y têm em termos da tecnologia que utilizam no seu posto de trabalho. A tecnologia já não é um emprego, a tecnologia é vida. Há uma década os nossos colaboradores tinham os seus computadores portáteis, os seus desktops, te-lemóveis e acesso à internet a partir do local de trabalho. Hoje possuem computadores mais potentes e melhores ligações à internet em casa, e telemóveis muito mais avançados do que os que lhes são oferecidos pela empresa. Para a Geração Y, por vezes, o tempo que passam no local de trabalho é aquele perí-odo do dia em que são forçados a utilizar tecnologia obsoleta.

Ainda utiliza a palavra “digital”?Utilizar o termo “máquina fotográfica digital” denuncia a sua idade: mostra que ainda é da era das máquinas fotográficas analógicas.

“A tecnologia já não é umemprego, a tecnologia é vida.”

“Se a revolução digital é toda a piscina, é seguro afirmar que estamos só meio dentro de água. Temos estado a afastar-nos da parte rasa, mas os nossos pés ainda tocam no fundo. E ainda não sabemos se seremos capazes de nadar sem pé.”

Peter Hinssen é um empreendedor, autor e um orador internacionalmente reconhecido em temas de tecnologia informacional e do impacto das TI no nosso quotidiano. Para mais informações visite o seu website: www.peterhinssen.com.

Sobre o Autor

peter hinssenAutor do Livro “O Novo Normal”

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CÓDIGO GenétICO

46 cÓDiGO | 560

nOS BASTiDORES DO

CrM

e ntre setembro de 2010 e dezembro de 2011, o Projeto

Housekeeping estruturou-se em torno de três dimensões: a reengenharia de processos de negócio, o redesenho organizacional e o desenho e imple-mentação de uma nova arquitetura de sistemas.

A atividade de reengenharia de processos de negócio teve início com a identificação da cadeia de valor otimi-zada da GS1 Portugal e dos que proces-sos que a suportariam (23 processos). A eficiência, a eficácia e a qualidade dos serviços fornecidos aos Utilizadores fo-ram os princípios orientadores.

O projeto de redesenho organiza-cional levou à criação de uma estrutura organizacional com uma visão unifor-

Com um novo ciclo de gestão e com uma liderança focada em atingir um

crescimento sustentável e uma maior abertura ao mercado, a GS1® Portugal

lançou um projeto de reorganização e modernização que designou

“Housekeeping”.

pedro lopes

Diretor Financeiro e de Serviços

Partilhados da GS1 Portugal

ARqUiTETURA DOS Si/Ti

InternO

1

32

Aplicação

Internet +GestãoDocumental

reporting

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 47

e Gestão Documental, Aplicações para Faturação, a ligação a uma Plataforma de Sincronização de Dados (Plataforma GS1 SyncPT) e uma internet com Área Reservada para os Associados.

No ano 2011, e seguindo os planos de investimentos traçados, foi dado iní-cio ao processo de renovação dos nos-sos sistemas de informação e de gestão. Todo o modelo foi repensado e no final desse ano tínhamos implementado 3 novos software de gestão: CRM Microsoft Dynamics, Microsoft Sharepoint e ERP Primavera. Pelo meio renovámos inte-gralmente o nosso website, o qual ga-nhou funcionalidades novas ao integrar com o CRM, e criámos uma intranet, es-paço por excelência para melhorar e fo-mentar a comunicação interna. Apostá-mos também no modelo de alojamento externo das soluções implementa- das denominado “clowd computing”.

Finalizado este processo, são visí-veis as mais-valias para a GS1 Portugal –

a resposta aos pedidos e necessidades dos nossos Associados é muito mais rápida, direta e eficiente e o contacto com eles mais constante e integrado. Grande parte destas mais-valias advêm da Área Reservada criada no website da GS1 Portugal, onde o Associado pode solicitar Códigos GS1, inscrever-se em Ações de Formação, aceder a docu-mentação técnica e aos Grupos de Tra-balho em que está inscrito. Nesta área é também possível às empresas não associadas registarem-se e realizarem o pedido de adesão à GS1 Portugal, fa-cilitando assim esta tarefa logística das empresas.

Desta forma, colocámos em prática um modelo de excelência operacional virado para o Utilizador, que muniu a nossa Associação dos melhores meios e das melhores práticas para responder às suas necessidades e expectativas, mas também para o concretizar de forma mais “inteligente”, dinâmica e constante.

“Pelo meio renovámos integralmente o layout e os conteúdos do website e fizemos da intranet um espaço por excelência para melhorar e fomentar a comunicação interna”

me e integrada dos Produtos, dos Ser-viços e dos Associados, substituindo a visão fragmentada que tinha vigorado antes do projeto Housekeeping. A nova estrutura resultou numa melhoria sig-nificativa na qualidade dos serviços prestados e pôs em prática uma abor-dagem mais pró-ativa do seu mercado.

Finalmente, uma das dimensões- -chave deste projeto foi o desenvol-vimento de uma nova Arquitetura de Sistemas de Informação, que tem no seu “coração” o Customer Relationship Management (CRM) da Microsoft (Microsoft Dynamics CRM). Em torno desta ferramenta gravitam um software de gestão documental, uma internet modernizada, um website renovado e um novo sistema financei-ro e de contabilidade. A Informação no CRM é particularmente crítica na execução correta dos processos, uma vez que gera toda a informação sobre os Utilizadores e coordena-a com os outros dados presentes no resto do Sis-tema de Informação.

O facto inovador deste projeto foi posicionar o CRM no centro da Arquitetura de Sistemas de Infor-mação, integrando um conjunto de aplicações que vão desde o Sistema de Reporting e Numeração, a uma Intranet

externO

numeração

CrM

4Aplicação Financeirae Contabilidade

6

5GS1 Syncpt

E2E DataDriver

DataPool GEPIR

WebSite

Serviços:Área Reservada para Associados

Faturação

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O OUtrO lADO De...

48 cÓDiGO | 560

LUíS

peIxOtODesde 1990 na GS1® Portugal CODIPOR, Luís Peixoto, Técnico de Inovaçãoe Standards, é o colaborador mais antigo da nossa casa. Celebramos nesta ediçãoda “Código 560” 22 anos de dedicação, memórias e histórias para contar.

e m 1990, éramos apenas quatro colaboradores”,

recorda Luís Peixoto, Técnico de Inovação e Standards da GS1® Por-tugal. “Eu tinha acabado de sair da tropa e tinha uma amiga que trabalhava na CODIPOR. Foi atra-vés dela que fiquei a conhecer a Associação. Tentei a minha sorte, que tem estado do meu lado há 22 anos”.

“ Luís Peixoto recorda esses tempos. A então CODIPOR (Associação Portu-guesa de Identificação e Codificação de Produtos) era uma organização recente, fundada cinco anos antes. O código de barras, ainda uma novidade em Portugal, estava a revolucionar a Grande Distribuição, os Produtores In-dustriais de Marcas e a experiência de Compra dos Consumidores.

No entanto, embora esta pequena e «jovem» organização já fosse a líder na codificação comercial em Portugal e nos processos automáticos a ela as-sociados, muitos dos seus processos internos eram ainda manuais.

Luís Peixoto desempenhava, en-tão, funções administrativas e lembra-se que “os recibos eram feitos à mão,

“Éramos apenas quatro colaboradores”

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 49

com papel químico para os duplica-dos. Também controlava o livro de en-trada de saída de correspondência… com papel e caneta”.

“Nesse tempo tínhamos dois ou três computadores, que nada tinham a ver com as máquinas de que agora dispomos, que estavam alocados a ta-refas específicas”, conclui.

O ponto de viragem na sua carrei-ra deu-se em 1993, quando acumulou funções técnicas às funções admi-nistrativas. Três anos depois, passou a dedicar-se exclusivamente à área técnica, num momento em que a Associação estava a passar por uma mudança, com a entrada de novos co-laboradores e a introdução de novas tecnologias.

Mas o momento mais marcante na carreira de Luís Peixoto foi quando se tornou formador. “Desde a sua génese, a CODIPOR sempre ministrou Ações de Formação aos utilizadores dos có-digos de barras. Ainda sou do tempo do retroprojetor e dos acetatos. Eu tive um pouco mais de sorte: quando me tornei formador já tinha acesso a um computador e as apresentações eram feitas em Powerpoint”, recorda com um sorriso.

Para Luís Peixoto, este foi um gran-de desafio. “Era algo absolutamente novo para mim, que nunca me tinha imaginado a fazer. Mas foi um proje-to para o qual me «atirei de cabeça»

e, felizmente, correu bem”. Hoje é um Formador Credenciado, que ministra Ações de Formação sobre Normas GS1 BarCodes.

Define-se como profissional, prag-mático, muito metódico, “por vezes até demasiado”, e organizado. Prefere tra-balhar em equipa, mas há alguns desa-fios que gosta de ultrapassar sozinho.

Considera muito enriquecedor, e um privilégio, o seu contacto tão dire-to com os Associados, seja através dos

atendimentos telefónicos, em que es-clarece dúvidas sobre o Sistema GS1, seja através das Ações de Formação. “Acima de tudo, gosto do que faço”, afirma.

Em 22 anos de casa, Luís Peixoto também se deparou com algumas situações insólitas. “Há muitos anos, ainda no início da implementação do código de barras, um Associado per-guntou que régua tinha de utilizar para, como ele próprio disse, «dese-nhar as barrinhas»”.

nascido e criado em Lisboa, onde sempre viveu, Luís Peixoto gosta de caminhar sem destino pelas ruas da cida-de. “É um partir à descoberta. Lisboa tem uma luz especial”. Outro dos seus lugares de eleição é a Murtinheira, a norte da Figueira da Foz, que considera uma espécie de “retiro espiritual”, quando quer afastar-se do stress da cidade. Mas não por muito tempo… porque a sua alma é lisboeta.

Data/local de nascimento

Música

Cinema

Adora

livro

prato Favorito

preferências futebolísticas

Se fosse um Standard GS1…

Desporto

Um sonho “impossível”:

6 de abril em Lisboa

Muse, 30 Seconds to Mars, Amy Winehouse

“O Fio da Navalha” de John Byrum

Comer, especialmente petis-cos. Cozinha Mediterrânica.

“O Rio das Flores” de Miguel Sousa Tavares

Bacalhau com Natas

Benfiquista de coração, mas não “fanático”

seria o GS1 DataBar

Praticou basquetebol (federado) e ténis

Passar 15 dias na Antártida

rAIO x

“ainda sou do tempo do retroprojetor e dos ace-

tatos. Eu tive um pouco mais de sorte: quando me tornei formador já tinha acesso a um computador e as apre-sentações eram feitas em

Powerpoint”

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SABOr & BeM-eStAr

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Bastonária da Ordem dos Nutricionistas

D ada a função primordial dos ali-mentos no organismo, a “luta” pela

sobrevivência induziu o ser humano, desde os primórdios da sua existência até aos nossos dias, a procurar novos meios e métodos para obter alimentos. Atualmente assiste-se a uma crescente valorização da alimentação com o pressuposto de otimizar a saúde e prevenir a doença. Esta valorização não deverá consistir apenas no ato de alimentar mas também no acesso a uma alimentação equilibrada, ade-quada e segura.

Na Declaração Universal dos Direitos Hu-manos, firmada a 10 de dezembro de 1948 e publicada, em Portugal, no Diário da Repú-blica em 9 de março de 1978, é mencionado que “toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao aloja-mento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários (…) ”. Daqui deriva o conceito de Segurança Alimentar, que “ocorre quando todas as pessoas, em todos os momentos têm acesso, físico e eco-nómico, a alimentos suficientes, seguros e nu-tritivos de acordo com as suas necessidades nutricionais e preferências alimentares, para uma vida saudável e ativa ”. De acordo com este conceito, situações de Insegurança Ali-mentar podem ocorrer a partir de diferentes tipos de problemáticas, nomeadamente, atra-vés da fome, obesidade, doenças associadas

à alimentação desequilibrada e consumo de alimentos de baixa qualidade ou prejudicial à saúde.

O Direito Humano à Alimentação Adequa-da vai ao encontro destes pressupostos, es-tando reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e ainda pelo Internatio-nal Covenant on Economic, Social and Cultural Rights. O Committee on Economic, Social and Cultural Rights, considera que este direito “ocorre quando todos os homens, mulheres e crianças, individual ou em comunidade, têm acesso físico e económico, em todos os momentos, a alimentos adequados ou a meios para a sua aquisição ”. Já o relatório “Promotion and Protection of all Human Rights, Civil, Political, Economic, Social and Cultural Rights, Including the Right to Development” da Human Rights Council, das Nações Unidas, o Relator Especial, define o Direito Humano à Alimentação Adequada como “o direito a ter acesso regular, permanente e irrestrito, quer diretamente, quer através de aquisições ali-mentares ou financeiras, quantitativa e qua-litativamente, adequadas e suficientes, de acordo com as tradições culturais do povo e que garanta um bom estado físico e mental, individual e coletivo, vida plena, digna e livre de medo ”.

O conhecimento dos hábitos alimentares, das tendências e dos padrões de consumo da população é fundamental para se desenha-

DiREiTO HUMAnO à

AlIMentAçãO ADeQUADAA alimentação é fundamental para a sobrevivência do homem. É através dos alimentos que o organismo humanoconsegue obter energia necessária para se manter vivo, sendo essencial a conjugação dos vários nutrientes para a manutenção de um estado saudável.

AlexandraBento

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 51

1 Diário da República, I Série A, n.º 57/78, de 9 de março de 1978. 2 World Food Submit, 1996 3 CESCR, 1999. 4 United Nations, General Assembly, Human Right Council,Seventh session, 10 January 2008. 5 “Overweight and obesity in Portugal: national prevalence in 2003-2005”, I. do Carmo; O. dos Santos, J. Camolas, J. Vieira, M. Carreira, L. Medina, L. Reis, J. Myatt, and A. Galvão-Teles; 2008 Obesity Reviews 9 11-19. 6 “Prevalence, awareness, treatment and control of hyper-tension in Portugal: the PAP study” Macedo ME, Lima MJ, Silva AO, Alcantara P, Ramalhinho V, Carmona J.; 2005, J Hypertens, 23 (9), 1661-6. 7 Estudo da prevalência de Diabetes em Portugal, DGS, 2010. 8 “Prospective community-based study of stroke in Northern Portugal: incidence and case fatality in rural and urban populations” Correia M, Silva MR, Matos I, Magalhaes R, Lopes JC, Ferro, JM et al 2004 Stroke 35(9):2048-2053.

rem medidas e implementarem intervenções com o foco no assegurar este direito universal a uma alimentação adequada.

Em Portugal, estudos levados a cabo por vários investigadores revelam consumos e comportamentos alimentares inoportunos traduzidos em desequilíbrios alimentares e nutricionais, quer por excesso quer por defi-ciência, sendo disso reflexo às prevalências de excesso de peso e Obesidade verificadas nos últimos anos, em que mais de 50% da po-pulação portuguesa adulta apresenta peso a mais , concomitantemente com a prevalência elevada de outras patologias associadas a desequilíbrios alimentares, tais como a Hi-pertensão Arterial , a Diabetes e as Doenças Cardiovasculares .

Dada a consistência, ao longo dos últimos anos, de desequilíbrios na disponibilidade de certos alimentos e aumento da prevalência de patologias associadas a estes mesmos de-sequilíbrios, poder-se-á estar a assistir a situ-ações de Insegurança Alimentar em Portugal.

Urge implementar estratégias e aborda-gens multissectoriais e multidisciplinares com ações que não sejam circunstanciais, nem li-mitadas no tempo. Fortalecer a parceria do Estado com a sociedade civil, estimulando a interação entre os diversos stakeholders que interferem na alimentação da população é imperioso.

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SABOr & BeM-eStAr

52 cÓDiGO | 560

• 4 peças de lombo de atum fresco de aprox. 200g cada• Sal, pimenta e azeite q.b.• Sementes de sésamo tostadas

• aprox. 150ml de azeite (extra virgem)• aprox. 100/125ml de vinagre balsâmico branco • Sal ( ou 1 colher de sopa de molho de soja) e pimenta q.b.• 1 colher sopa de mel (ou açúcar mascavado)• 1 molho de coentros picados finamente• ¼ de cebola roxa picada finamente• ¼ de pimento amarelo ou laranja• 1 dente de alho picado finamente• Raspa de laranja q.b.

• Couscous, aprox. 4 chávenas de café• Sal, pimenta e azeite q.b.• 1 manga madura• ½ abacaxi maduro• aprox. 200gr de tomatinhos cereja chucha• ¼ de cebola roxa picada finamente• cebolinho

Para 4 pessoas aprox. necessitamos de 4 peças (mais ou menos retangulares) de lombo de atum fresco, as quais temperamos com sal e pimenta q.b. e, depois de tostarmos a sementes de sésamo, rolamos as mesmas

Comece por cortar/picar muito fininho os seguintes ingredientes: a cebola roxa, o alho, o pimento amarelo ou laranja, e os os coentros… reserve!

Numa taça coloque o sal ou molho de soja, o mel ou o açúcar mascavado, o azeite e o vinagre e mexa ou bata com umas varas… retifique os temperos e coloque a pi-menta bem como os ingredientes reservados, envolva e está pronto a colocar por cima do tataki fatiado na hora de consumir e também na mesa para quem desejar mais!

Comece por seguir as instruções da embalagem de preparação do couscous, temperando um pouco a água quente com sal, pimenta e um fio de azeite…

Depois de frio e solto, envolva com os seguintes in-gredientes: manga e abacaxi cortados em pequeníssimos cubos, cebola roxa e cebolinho finamente picados e os tomatinhos cereja chucha cortados também em peque-níssimos cubos, retifique temperos!

E sirva tudo frio /tépido… pretende-se um contraste doce/salgado, mas sobretudo fresco!

nas sementes de todos os lados e reservamos no frio… Depois de termos o vinagrete e o couscous preparados e prontos, passamos então para a confeção do atum!

Pré-aquecemos uma frigideira antiaderente e colo-camos um fio de azeite. De seguida somente duas peças de atum de cada vez e vamos selando de todos os lados, igualmente, apenas e aprox. 1 minuto dependendo do ta-manho da mesma, sempre com o lume alto… pretende--se que o interior fique cru. Reservamos para posterior-mente fatiar e colocar por cima do couscous…InGreDIenteS pArA

O tAtAKI De AtUM, 4 pAx:

InGreDIenteS pArA O VInAGrete De COentrOS:

InGreDIenteS pArA O COUSCOUS trOpICAl:

prepArAçãO DO tAtAKI De AtUM:

prepArAçãO DO VInAGrete De COentrOS:

prepArAçãO DO COUSCOUS trOpICAl:

“tAtAKI” De AtUMcOM vinAGRETE DE cOEnTROS EM cAMA DE cOUScOUS TROPicAL

Esta receita é da autoria de MartaBártolo, Finalista da 1ª Edição MasterChefPortugal, Programa de Culinária da RTP, 2011.

receita

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pUBlIrepOrtAGeM

54 cÓDiGO | 560

BIZerBASiSTEMAS

DE ETiqUETAGEM PREPARADOS PARA

GS1 DATABAR E qR-cODE

Os sistemas de etiquetagem Bizerba são flexíveis para a nova codificação: Os nossos

criadores de software integram, o mais rapidamente possível, comopadrão as tendências de codificação atuais nos equipamentos de

marcação e disponibilizam-nas como uma atualização. Os equipamentos demarcação estão preparados para toda a gama da família GS1 Databar

e para a tendência atual do QR-Code. Atualmente, é possível imprimirsete códigos de uma ou duas dimensões.

Sistemas de impressão para empresas de todas as dimensões

A flexibilidade dos sistemas Bizerba é interessante para todos os utilizadores que pretendam assegu-

rar que os seus sistemas de marcação também são capazes de se adaptar, no futuro, a tendências atuais, sem ter que executar programações especiais, dispendiosas a nível de tempo e de dinheiro. O portfólio abrange equipamentos para empresas de todas as dimensões: da impressora ma-nual GLP para pequenas empresas, passando por sistemas de etiquetagem de embalagens da série GLM-B, de etique-tagem de paletes da série GLM-P até ao sistema de etique-tagem totalmente automático GLM-I maxx, para o funcio-namento industrial de elevado rendimento.

Os sistemas de impressão das séries GLM-L, GLM-B e GLP podem, além disso, ler e criar etiquetas RFID. O conceito Easy Link RFID possibilita a integração dos sistemas de im-

pressão nos sistemas de gestão de dados já existentes, sem grande esforço.

Sistema de etiquetagem de embalagens da série GLM-B

Equipamento da série GLM-I

Sistema de etiquetagem de paletes da série GLM-P 2S

Sistemas de impressão Compatíveis com RFID da série GLP

embalagens paletes rFID

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GS1® PORTUGAL

2º SEMESTRE 2012 55

Mobile Tagging obtém elevada transparência do produto

Solução de sistema para códigos qR-code

Elevada transparência do produto através do qR-code

O código oferece uma transparência do produto completa-mente nova: o cliente lê o código, por Mobile Tagging, com

a câmara do seu smartphone, visualiza no ecrã todas as informações so-bre os bens alimentares. O operador disponibiliza a informação online, processada imediata e adequadamente, apresentando o local da criação

mediante um mapa do Google. Os produtores de bens alimentares apro-veitam as vantagens do mundo online e conseguem uma transparência do produto maior sem ter que investir previamente em trabalho de de-senvolvimento próprio e permanecendo assim competitivos.

O s escândalos relativos a bens alimentares como a E.coli EHEC formam um novo tipo de consumidor que tem

vindo a exigir de uma forma progressiva informações detalhadas sobre a origem e o processamento de seus alimentos. Muito regu-larmente surgem novas codificações no mercado: cada vez mais produtores de bens alimentares codificam todas as informações essenciais com códigos QR-Code, relativos à origem e ao proces-samento dos seus bens alimentares.

A Bizerba desenvolveu uma solução de siste-

ma com a qual os produtores de bens alimentares podem pro-duzir códigos QR com conteúdo dinâmico para os seus produtos. Os mesmos gerem, através de software, os dados fixos e dados

de produção e também os resul-tados da deteção de substâncias estranhas e reencaminham estes para o operador de dados exter-no. É colocada a prescrição de como deve ser criado o código QR respetivo nas etiquetadoras Bizerba assim como outros ele-

mentos estáticos com conteúdo fixo, inclusive a página de in-ternet do operador. O produtor pode estender ainda o código a conteúdos dinâmicos que se alte-ram constantemente – entre eles, número de lote, hora e data.

Para o funcionamento industrial de elevado rendimento: O sistema de etiquetagem completamente automático da série GLM-I

A Bizerba é um fornecedor de soluções que atua a nível mundial, líder de mercado em diversas áreas para soluções profissionais na tecnologia de pesa-gem, etiquetagem, informação e assistência técnica nos segmentos de venda a retalho, indústria alimen-tar, indústria transformadora e logística. hardware e software específicos para cada ramo, sistemas de ges-tão altamente eficientes e que funcionam em rede, bem como uma ampla oferta de etiquetas, consumí-veis e serviços garantem o controlo transparente de todos os processos integrados e a elevada disponibi-lidade das capacidades específicas da Bizerba.

BIZerBA

A Bizerba está presente em mais de 120 países. Com 41 participações em 23 países e 54 representações regionais.

Possui outras unidades de produção em Meßkirch, Bochum, Viena (Áustria), Pfäffikon (Suíça), Milão (Itália), Xangai (China), Forest Hill (EUA) e San Louis Potosi (México).

A sede da empresa, com aproxi-madamente 3000 colaborado-res, situa-se em Balingen.

presença Mundial

Meßkirch • Bochum • Viena • Pfäffikon Milão • Xangai • Forest Hill • San Louis potosi.

Colaboradores

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AGenDA

56 cÓDiGO | 560

SETEMBRO OUTUBRO nOvEMBRO

5a6 8a12

17a19

23a25

6a8Wiesbaden, Alemanha

eCr-tAG 2012Dublin, irlanda

GS1 StandardS eVent

Bucareste, Roménia

GS1 In eUrOpe reGIOnAl FOrUM 2012

Lisboa, Portugal

22ª GlOBAl GS1 heAlthCAre COnFerenCe

Paris, França

tCGF OperAtIOnAl exCellenCe 2012 (iT, MARkETinG, SUPPLy cHAin cOnFEREncE)

CAlenDárIO e eVentOS

Venha ao Jockey RestauRante, usufRua de 10% de descontona apResentação do c.e.p. (códigode empResa poRtuguesa) da empResa.

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