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Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa “Gestão integrada das águas superficiais e subterrâneas” UFCG Campina Grande, setembro 2008

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Page 1: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira

Márcia Maria Rios Ribeiro

Grupo de pesquisa “Gestão integrada das águas superficiais e subterrâneas”

UFCG

Campina Grande, setembro 2008

Page 2: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

“O dia, a água, o sol, a lua, a noite - são coisas que eu não tenho que comprar com dinheiro”

Titus Muccius Plautus

Page 3: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

O que aconteceu?

Antes: água em abundância, ausência de conflito

Hoje: água é recurso escasso, bem econômico

intervenção: cobrança pelos usos

1 (retirada de água)

4 (lançamento de efluentes)

Page 4: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Os quatro usos da água

Cidade

ETA

Lazer

ETE

Captaçãode águabruta

Distribuição deágua potável

Coleta de águasservidas

Destinação finaldas águasservidas

Page 5: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Os quatro usos da água

1 Uso da água disponível no ambiente (água bruta) como fator de produção ou bem de consumo final

2 Uso dos serviços de captação, transporte, tratamento e distribuição de água (serviços de abastecimento)

3 Uso dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final de esgotos (serviços de esgotamento)

4 Uso da água disponível no ambiente como receptora de resíduos (água bruta)

Page 6: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Usos da água – setor privado

Page 7: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Usos da água – abastecimento público

Page 8: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Cobrança pelo uso da água no Brasil??

Page 9: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

É legal cobrar por água no Brasil?

o Código Civil (1916): o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído

o Código de Águas (Decreto Federal 24.643/34): o uso comum das águas pode ser gratuito ou retribuído

o Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81): princípio poluidor-pagador e usuário-pagador para recursos ambientais

o Política Nacional de Irrigação (Lei 6.662/79, Dec. 89.496/84): o uso de águas públicas para fins de irrigação será remunerado

Page 10: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

É legal cobrar por água no Brasil?

o Compensação financeira (Lei 7.990/89): aproveitamento de recursos hídricos para geração de energia elétrica. Lei 8.001/90 define os percentuais.

o Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97): a cobrança pelo uso da água é um dos instrumentos de gestão

o Agência Nacional de Águas (Lei 9.984/00): atribuição de arrecadar, distribuir e aplicar receitas da cobrança pelo uso da água

o Resolução CNRH (48/2005): define diretrizes gerais

Page 11: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Lei nº 9.433/97

Art. 1º Fundamentos:

o a água: bem de domínio público

o recurso natural limitado, dotado de valor econômico

o escassez: consumo humano e a dessedentação de animais

o uso múltiplo das águas

o bacia hidrográfica

o a gestão: descentralizada e participativa

Page 12: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

SINGREH e instrumentos de gestão

SIRH

M etas Q uantita t ivaOUTORGA

M etas Q ua lita t ivaENQUADRAMENTO

COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA

PLANO DE BACIAD iagnós tico

D ef ine M etasP rogram a de Inte rvenção

Page 13: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

A cobrança na Lei nº 9.433/97

Art. 19º Quais são os objetivos da cobrança?

o Reconhecer a água como bem econômico e dar ao

usuário uma indicação de seu real valor

o Incentivar a racionalização do uso da água

o Obter recursos financeiros para o financiamento dos

programas e intervenções contemplados nos Planos de

Recursos Hídricos.Art. 20º Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga.

Page 14: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Onde serão aplicados os valores arrecadados com a cobrança?

Art. 22º ... prioritariamente na bacia em que foram gerados e serão utilizados:

I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras, incluídos nos Planos de Recursos Hídricos;

II – no pagamento de despesas de implantação e de custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do SINGREH. § 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II é limitada a 7,5% do total arrecadado

A cobrança na Lei nº 9.433/97

Page 15: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Estabelece critérios gerais para a cobrança pelo uso de recursos hídricos nas bacias hidrográficas - Art. 1º

A serem observados pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos competentes Comitês de Bacia Hidrográfica

Resolução CNRH nº 48/2005

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Art. 6º A que está condicionada a cobrança?

I - À proposição das acumulações, derivações, captações consideradas insignificantes pelo CBH e sua aprovação pelo CRH

II - Ao processo de regularização de usos de recursos hídricos sujeitos à outorga na respectiva bacia, incluindo o cadastramento dos usuários

III - Ao programa de investimentos definido no respectivo Plano de Recursos Hídricos devidamente aprovado

IV - À aprovação pelo CRH da proposta de cobrança encaminhada pelo respectivo CBH

V - À implantação da respectiva Agência de Bacia ou entidade delegatária do exercício de suas funções

Resolução CNRH nº 48/2005

Page 17: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Qual a relação entre cobrança – demais instrumentos?

Art. 3º A cobrança deverá estar compatibilizada com os demais instrumentos de política de recursos hídricos. Quem efetuará a cobrança?

Art. 5º A cobrança será efetuada pela entidade ou órgão gestor ou, por delegação destes, pela Agência de Bacia Hidrográfica ou entidade delegatária.

Resolução CNRH nº 48/2005

Page 18: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Situação no Brasil

Cobram por água bruta no Brasil: Bacia PB do Sul Bacia do PCJ Estado do Ceará (tarifação) Estado do Rio de Janeiro Estado de São Paulo Estado da Bahia (tarifação)

Em processo de preparação:

Bacia do São Francisco Estados: PR, MG, PB

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Estudos no Brasil

Pesquisas financiadas pelo CT-HIDRO Edital GRH 2004

15 projetos outorga, cobrança, enquadramento cobrança: Paraíba, Santa Maria, Paraíba do Sul, etc.

Edital IGHR 2007

7 projetos integrar os instrumentos outorga, cobrança, enquadramento Projeto ASUB (Bacias do Paraíba, Santa Maria, Pratagy)

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CEARÁ

Decreto no 24.264/1996 regulamentou a Lei no 11.996/1992 “na parte referente à cobrança pela utilização de recursos hídricos”

A cobrança é efetuada pela COGERH

Cobrou-se, inicialmente, das Companhias de Abastecimento e do setor industrial

R$ 0,01/m3 consumido pelas concessionárias delegadas de serviço público de abastecimento de água potável

R$ 0,60/m3 consumido para usos e usuários industriais

Os valores foram definidos por negociação política

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CEARÁ

Negociação COGERH-CAGECE definiu o valor de R$ 0,01/m3 a ser pago pela CAGECE e transferiu a responsabilidade pela gestão dos reservatórios (antes da CAGECE) para a COGERH

As indústrias já pagavam uma tarifa (pela água bruta recebida) em torno de R$ 1,20/m3 à Companhia de Abastecimento.

No novo acordo, deixaram de pagar essa tarifa e passaram a ser cobradas no valor de R$ 0,60/m3

ATENÇÃO: cobra-se a água como contrapartida pelo serviço de sua disponibilização a partir dos reservatórios que a COGERH opera e dos que planeja construir

Page 22: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

CEARÁ

Tipo de UsoTarifa Padrão (R$/1.000 m3)

Até Dez/2005 A partir de Jan/2006

Abastecimento PúblicoRegião Metropolitana 55,00 69,30

Interior do Estado 26,00 32,77

Industria 803,60 1.036,63

PisciculturaEm tanques escavados 13,00 15,60

Em tanques rede 26,00 31,20

Carcinicultura 26,00 31,20

Água Mineral e Água Potável de mesa

803,601.036,63

Irrigação(Em função do consumo mensal)

1.441 até 5.999 m3/mês 2,50 3,00

6.000 até 11.999 m3/mês 5,60 6,72

12.000 até 18.999 m3/mês 6,50 7,30

19.000 até 46.999 m3/mês 7,00 8,40

A partir de 47.999 m3/mês 8,00 9,60

Demais Categorias 55,00 69,30

Fonte: Decreto de 27.271, de 28/11/2003 e Decreto 28.074, de 29/12/2005

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CEARÁ

http://www.cogerh.com.br/

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL

TIPO DE USO FÓRMULA

Captação C = QCAP x K0 x PPU

Consumo C = QCAP x K1 x PPU

Lançamento C = QCAP x (1 – K1) x (1 – K2 K3) ] x PPU

Setor Elétrico C = GH x TAR x P

Preços

C - valor da conta (R$/mês)

PPU – Preço Público Unitário (R$/m3)

TAR – Tarifa Atualizada de Referência - Resol. ANEEL 66/01, R$/MWh;

Coeficientes

K0 – Multiplicador de preço unitário para captação (<1)

K1 - Coeficiente de consumo para a atividade em questão

K2 - % do volume de efluente tratado em relação ao total produzido

K3 - Nível de eficiência de redução de DBO na ETE

P – percentual definido pelo CEIVAP a título de cobrança sobre a energia gerada

QuantidadesQCAP - Volume de água captada durante um mês (m3/mês)

GH – total da energia gerada por uma PCH em um determinado mês, MWh

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL

TIPO DE USO PPU (R$/m3) TAR (R$/MWh)

Ko (Adim.) P (%)

Industrial 0,02 ------------ 0,40 ------------

Saneamento 0,02 ------------ 0,40 ------------

Agropecuária 0,0005 ------------ 0,40 ------------

Aqüicultura 0,0004 ------------ 0,40 ------------

PCH´s ------------ 39,43 ------------ 0,75

Valores Praticados na Bacia do Paraíba do Sul

Fonte: Baseado nas Deliberações nos 8 e 15 do CEIVAP (2001 e 2002)

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL

Ano Arrecadação Repasse à BH

2003 5.904.038,14 4.939.776,00

2004 6.316.321,39 6.590.559,30

2005 6.456.238,78 6.202.792,73

2006 6.729.637,36 7.872.179,03

2007 (Até abril) 2.128.012,71 1.875.673,78

Total 27.534.248,38 27.480.980,84

Arrecadação Acumulada e Repasse à BH (em Reais )

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000

6.000.000

7.000.000

8.000.000

Jan Mar Mai Jul Set Nov TOTAL

Arrecadação Repasse à Bacia

Arrecadação e Repasse à BH em 2006

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL

Informações sobre a Cobrança no CEIVAP

http://www.ceivap.org.br

http://www.ana.gov.br

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PCJ

Os mecanismos e os valores para a cobrança foram estabelecidos em 2005.

TIPO DE USO FÓRMULA

Captação Valorcap = (Kout x Qcapout + Kmed x Qcapmed) x PUBcap x Kcapclasse

Se Qcapmed / Qcapout ≥ 0,7 Valorcap = (0,2 x Qcapout + 0,8 x Qcapmed) x PUBcap x Kcapclasse

Se Qcapmed / Qcapout < 0,7 Valorcap = [0,2 x Qcapout + 0,8 x Qcapmed + 1,0 x (0,7xQcapout - Qcapmed)] x PUBcap x Kcapclasse

Consumo Valorcons = (QcapT – QlançT) x PUBcons x (Qcap/QcapT)

Consumo para Irrigação Valorcons = Qcap x PUBcons x Kretorno

Captação e Consumo para Usuários do Setor Rural

ValorRural = (Valorcap + Valorcons) x KRural

Transposição Valortransp = (Kout x Qtranspout + Kmed x Qtranspmed) x PUBtransp x Kcapclasse

Lançamento ValorDBO = CODBO x PUBDBO x Klançclasse

CODBO = CDBO x QlançFed

Setor Elétrico ValorPCH = GHefetivo x TAR x Kgeração

Valor Total da Cobrança ValorTotal = (Valorcap + Valorcons + ValorDBO + ValorPCH + ValorRural + Valortransp) x KGestão

Mecanismos da cobrança no PCJ

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PCJ

Mecanismos da cobrança no PCJ

Preços ValorCap – pagamento anual pela captação de água

ValorCons – pagamento anual pelo consumo de água

ValorTransp - pagamento anual pela transposição de água

ValorDBO – pagamento anual pelo lançamento de carga de DBO5,20

ValorPCH – pagamento anual pelo uso da água para geração hidrelétrica em PCHs

PUBCap – Preço Unitário Básico para captação superficial, em R$/m3

PUBCons – Preço Unitário Básico para o consumo de água, em R$/m3

PUBTransp – Preço Unitário Básico para a transposição de bacia, em R$/m3

PUBDBO – Preço Unitário Básico da carga de DBO5,20 lançada, em R$/m3

TAR – Tarifa Atualizada de Referência definida com base em Resolução da ANEEL, em R$/MWh;

Coeficientes Kout = peso atribuído ao volume anual de captação outorgado

Kmed = peso atribuído ao volume anual de captação medido

Kcapclasse = coeficiente que leva em conta a classe de enquadramento do corpo d´água no qual se faz a captação

Kretorno = coeficiente que leva em conta o retorno, aos corpos d´água, de parte da água utilizada na irrigação (Kretorno = 0,5)

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PCJ

Tipo de Uso PUB Unidade Valor

Captação de água bruta PUBCap R$/m3 0,01

Consumo de água bruta PUBCons R$/m3 0,02

Lançamento de carga orgânica PUBBDO R$/kg 0,10

Transposição de bacia PUBTransp R$/m3 0,015

Valores Praticados no PCJ

Classe de uso do curso d´água Valor de Kcapclasse

1 1

2 0,9

3 0,9

4 0,7

Valores do Kcapclasse

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PCJ

A estrutura de cobrança adotada: mais completa do que a do CEIVAP em diversos aspectos:

Considera o volume outorgado de água e o volume efetivamente utilizado ou medido

Considera no caso dos lançamentos a carga efetiva lançada em um ano, e a carga média de DBO

Considera a classe de qualidade em que o local da captação acha-se enquadrado

Considera, no caso da irrigação, as práticas de uso e conservação de água

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BACIA HIDROGRÁFICA DO PCJ

Ano Arrecadação Repasse à BH

2006 10.016.519,85 9.984.225,90

2007 (Até abril) 3.936.507,78 2.422.901,80

Total 13.953.027,63 12.407.127,70

Arrecadação Acumulada e Repasse à BH (em Reais )

Arrecadação e Repasse à BH em 2006

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

12.000.000

Jan Mar Mai Jul Set Nov TOTAL

Arrecadação Repasse à Bacia

Page 36: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

BACIA HIDROGRÁFICA DO PCJ

Informações sobre a Cobrança no CEIVAP

http://www.comitepcj.sp.gov.br/

http://www.ana.gov.br

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RIO DE JANEIRO

A Cobrança foi iniciada em janeiro de 2005 – Mecanismos e Valores do CEIVAP

Código REGIÃOPERÍODO

TOTAL2004 2005 2006 2007

RH I Baía da Ilha Grande 0,00 55.660,14 144.218,17 39.598,64 239.476,95

RH II Guandu 422.804,24 638.742,74 64.144,74 125.709,40 1.835.401,12

RH III Médio Paraíba do Sul 52.988,12 40.796,68 48.819,86 10.386,21 152.990,87

RH IV Piabanha 281.700,20 280.412,23 285.875,20 69.384,67 917.372,30

RH V Baía da Guanabara 25.853,58 142.757,51 927.876,69 117.261,08 1.213.748,86

RH VI Lagos São João 65.318,40 164.500,14 39.832,50 6.574,38 276.225,42

RH VII Dois Rios 386.041,49 385.628,19 386.545,11 98.051,10 1.256.265,89

RH VIII Macaé e das Ostras 336.607,50 772.119,46 530.475,25 136.201,99 1.775.404,20

RH IX Baixo Paraíba do Sul 27.441,54 27.495,00 27.529,98 6.873,78 89.340,30

RH X Itabapoana 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

  TOTAL 1.598.755,0 2.508.112,09 3.039.317,50 610.041,25 7.756.225,91

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COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA NO ESTADO DA BAHIA

TARIFA(BARRAMENTOS)

COBRANÇA(INSTRUMENTO DE GESTÃO)

Os recursos obtidos ficarão a disposição da SRH, conforme estabelece a o Art. 8 da Lei 8.194/02.

Os recursos obtidos ficarão a disposição do FERHBA, conforme estabelece a o Art. 2 da Lei 8.194/02.

BAHIA

Page 39: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

RIO DE JANEIRO E BAHIA

Observar mudanças ocorridas (legislação e de sistema de gestão)

Page 40: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

PARAÍBA

Lei 6.308/96: institui a Política Estadual de Recursos Hídricos; a cobrança é um instrumento gerencial

Decreto 18.824/97 (regimento interno do CERH);

Decreto 18.823/97 (regulamenta o FERH)

Decreto 19.260/97 (regulamenta a outorga)

Lei 6.544/97 (cria a SEMARH)

Decreto 19.256/97 (nova redação ao Dec. 18.823/97)

Lei 7.033/01 (cria a AAGISA)

Page 41: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

PARAÍBA

Decreto 25.563/04 (custos da outorga)

Decreto 25.764/05 (cria as câmaras técnicas do CERH)

Decreto 7.779/05 (cria a AESA)

Decreto 26.223/05 (dispõe sobre a estrutura da SECTMA)

Decreto 26.234/05 (dispõe sobre o regulamento e estrutura da AESA) Lei 8.042/06 (nova redação Lei 6.308/96 e Lei 7.779/05)

Lei 8.446/07 (revoga a 8.042/07, nova redação Lei 6.308/96)

Page 42: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

PARAÍBA

Decreto 27.560/06 (institui o CBH-PB)

Decreto 27.561/06 (institui o CBH Litoral Norte)

Decreto 27.562/06 (institui o CBH Litoral Sul)

Resoluções do CERH

01/2003 (diretrizes para os CBH)02/2003 (estabelece a divisão hidrográfica do Estado)03/2003 (áreas de atuação dos comitês)04/2005 (diretrizes Marco Regulatório Sistema Curema-Açu)

Page 43: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Paraíba - bacias hidrográficas

Page 44: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Cobrança na Paraíba

2006, 2007 - proposta de cobrança pela AESA

junho de 2007 - parecer da Câmara Técnica de Outorga, Cobrança e Licença de Obras Hídricas e Ações Reguladoras

2007 - instalação dos comitês

II semestre de 2007 – reuniões nos CBHs sobre a cobrança

2008 - deliberação dos comitês sobre cobrança

junho 2008 – reunião do CERH

parecer da CTOCOL na: proposta de resolução de cobrança minuta de decreto estadual de cobrança

Participação da Câmara Técnica de Assuntos Legais e Institucionais e Integração de Procedimentos (CTIL)

Page 45: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Cobrança na Paraíba

Lei 8.042/06 (revogada)

O Art. 2º:

“... As receitas provenientes da cobrança pelo uso de recursos hídricos

serão depositadas no Fundo Estadual de Recursos Hídricos, exceto a

parcela de 70% (setenta por cento) do total arrecadado, que caberá à

AESA, para utilização com despesas relacionadas exclusivamente à

gestão dos recursos hídricos, conforme a seguinte discriminação ....”

Page 46: Cobrança pelo uso da água bruta: princípios e situação brasileira Márcia Maria Rios Ribeiro Grupo de pesquisa Gestão integrada das águas superficiais

Cobrança na Paraíba

Lei 8.042/06 (revogada)

I – aquisição de equipamentos e instrumentos técnicos utilizados no monitoramento quantitativo e qualitativo dos recursos hídricos;

II – locação e aquisição de veículos, equipamentos de informática, aparelhos de comunicação e de imagens e equipamentos de georreferenciamento;

III – aquisição de material de consumo, compreendendo combustíveis, lubrificantes, peças e material de expediente;

V - pagamento de diárias de viagem destinadas à realização de trabalhos voltados para a mobilização social e a educação ambiental; cobrança outorga e licença de obra hídrica ...;

VI – apoio logístico aos comitês de bacia e associações de usuários de água ...

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Cobrança na Paraíba

Parecer da CTOCOL em 30/06/07

“O estabelecimento da cobrança – através do decreto cuja minutafoi objeto de análise desta Câmara – não é condizente com o disposto na Lei Federal nº 9.433/97 ... Da mesma forma, não é condizente com a Resolução nº 48/05 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos ... Três aspectos básicos não estão sendo atendidos na minuta em análise:

a gestão por bacia hidrográfica,

a vinculação da cobrança aos planos de recursos hídricos e

a participação dos comitês de bacia no processo de estabelecimento dos mecanismos de cobrança e na sugestão dos valores para essa cobrança”

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Cobrança na Paraíba

Parecer da CTOCOL em 30/06/07

“.... se o CERH-PB julgar que a implementação da cobrança pelo uso

da água bruta deve seguir os princípios - modernos e desafiadores – de

descentralização e participação da Lei Federal nº 9.433/97, a cobrança

não pode ser instituída no Estado através deste decreto, cuja minuta foi

objeto de análise desta Câmara. Esta minuta deverá ser revista e

adaptada ...”

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Cobrança na Paraíba

No segundo semestre de 2007:

CBH-PB , CBH-LS e CBH-LN - discussão sobre a cobrança Grupos de trabalho

No CBH-PB:

- nova redação à Lei 8.042/06

- nova minuta para decreto de cobrança (provisória – 3 anos)

- minuta de deliberação de cobrança para o CBH-PB

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Cobrança na Paraíba

Lei 8.446/07 (Dá nova redação e acrescenta dispositivos à Lei 6.308/96)

Aproxima a Política Estadual de Recursos Hídricos da PNRH

Não contempla agências de bacia no Sistema Estadual

Aplicação da cobrança no Sistema: 7,5%

Revoga a 8.042/06

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Cobrança na Paraíba

Deliberação CBH-PB 01/08 o Irrigação e outros usos agropecuários: R$ 0,003, R$ 0,004 e R$ 0,005/m3

(isentos: menor 350.000/m3)

o Pisicultura e carcinicultura: R$ 0,005/m3

o Abastecimento público: R$ 0,012/m3

o Comércio: R$ 0,012/m3

o Lançamento de esgotos e demais efluentes: R$ 0,012/m3

o Indústria: R$ 0,015/m3

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Cobrança na Paraíba

Deliberação CBH-LS 01/08 o Irrigação e outros usos agropecuários: R$ 0,003, R$ 0,004 e R$ 0,005/m3

(isentos: menor 1.500.000/m3)

o Pisicultura e carcinicultura: R$ 0,005/m3

o Abastecimento público: R$ 0,012/m3

o Comércio: R$ 0,012/m3

o Lançamento de esgotos e demais efluentes: R$ 0,012/m3

o Indústria: R$ 0,015/m3

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Cobrança na Paraíba

Deliberação CBH-LN 01/08 o Irrigação e outros usos agropecuários: R$ 0,003/m3

(isentos: menor 350.000/m3)

o Pisicultura e carcinicultura: R$ 0,005/m3

o Abastecimento público: R$ 0,012/m3

o Comércio: R$ 0,012/m3

o Lançamento de esgotos e demais efluentes: R$ 0,012/m3

o Indústria: R$ 0,015/m3

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Cobrança na Paraíba

Minuta de decreto e resolução CERH-PB o já analisadas pela CTOCOL e CTIL

o respeitam decisões nos comitês

o esperando reunião do CERH-PB

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Cobrança: avanços e desafios

Visível “amadurecimento” do país legalmente, institucionalmente, academicamente

Discussão iniciada na sociedade

Cobrança como instrumento de gestão não pode ser um instrumento meramente arrecadatório

Fragilidade institucional

Compartilhamento das decisões (perda de poder) – CBHs

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Cobrança: avanços e desafios

Planos de recursos hídricos: planos de EstadoPNRHPERH Outros planos

Integração das políticas e sistemas

Políticas: Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Saneamento, Resíduos Sólidos , etc.

CONAMA e CNRH (instrumentos de gestão pressupõem a integração )

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Implementar a cobrança como um instrumento de gestão capaz de induzir a

racionalidade no uso da água

Implementar a cobrança considerando a descentralização e a participação

Integrar os instrumentos (e as políticas e os sistemas - meio-ambiente, recursos

hídricos e outros)

O GRANDE DESAFIO

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[email protected]

(83) 3310 – 1085/1157

Laboratório de Hidráulica I (Bloco CR) – UFCG

http://www.hidro.ufcg.edu.br/cobranca

http://www.hidro.ufcg.edu.br/asub

http://www.hidro.ufcg.edu.br/disciplinas