cÂmara dos deputadosimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd09out1976.pdf · 2012. 2. 23. · dll...

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ANO XXXI - N9 129 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I SABADO, 9 DE OU'JmBRO DE 1976 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMARIO ------------------------ 1- ATA DA 131. a SESSÃO DA 2. a SESSÃO LEGISI,ATIVA DA 8;a LEGISLATURA, EM 8 DE OUTUBRO DE 1976 I- Abertura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da ata da Sessão anteriol" lU - Leitura do Expediente OFíCIO - N.o 209, de 1976, do Sr. Djalma Bessa, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça. PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei n. O 2.326-A, de 1976 (Do Sr. Gomes da Silva) Declara de utilidade pública a Sociedade de Assistência aos Cegos no Estado do Ceará e outras providências; tendo pare- ceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu- cionalidade, juridicidade e técnica legishtiVoa, com emenda; e, dll Comissão de Saúde, pela incompetência para opinar sobre a matéria. Projeto de Lei n. O 2 409-C, de 1976 - Emendas do Senado ao Projeto de Lei n. o 2 AV9-B, de 1976, que "dispõe sobre o seg'uro de acidentes do trabalho a cargo do INPS e outras provi- dências", PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Resolução n. o 106, de 1976 (Do Sr. Daso Coimbra) o nome de "Marechal Rondon" à ,sala de reuniões da Comissão de Comunicações. Projeto de Lei n. o 2.972, de 1976 (Do Sr. Pacheco Chaves) - Acrescenta dispositivo no item I, do art. 11, da Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de 1960. Projeto de Lei n. o 2.984, de 1976 (Do Sr. Inocêncio Oliveira) Veda às instituições financeiras a exigência do aval nos contratos de empréstimos contraidos par pessoas tisicas e deter- mina outras pJ;ovidências. Projeto de Lei n.o 2.985, de 1976 (Do Sr. Theobaldo Barbosa) _., Autoriza o abatimento da renda bruta, em dobro, de depen- dente menor órfão ou abandonado, mantido por contribuinl;e do Imposto de Renda. Projeto de Lei n. o 2.986, de 1978 (Do Sr. Pacheco Chaves) - Altera a redação do item II do art. 9. 0 do CódigO de Processo Civil. Projeto de Lei n. O 2.9&7, de 1976 (Do Sr. Lincoln G:riUo) - nova redação ao art. 2. 0 da Lei n. O 5.55iJ, de 11 de dezembro de 196B, que "estende o direito ao salário-família instituído pela Lei n. O 4.266, de 3 de outubro (ie 1063, e outras providências". Projeto de Lei n. o 2.988, de 1976 (Do Sr. Alcides Franciscato) - É proibido terminantemente o uso de expressões que não esbejam enquadradas no Vocabulário de 1943 e alterações cons- tantes da Lei n.o 5.765, de 18 de dezembro de 1971. A proibição entende-se para todos os veículos de comunicação, ou seja, jor- n.:ais, revistas, livros, estações de rádio e televisão. Projeto de Lei n. o 2.989, de 1976 (Do Sr. José Camargo) -=: Torna obrigatório o uso de equipamento especial de proteção nas atividades laborais que especifica. Projeto de Lei n. O 2.990, de 1976 (Do Sr. Gomes do Amaral) - Altera o art. 1.0 da Lei n. o 5.527, de 8 de nov€,mbro de 1968, e outras providências. Projeto de Lei n.o 2.991, de 1976 (Do Sr. Léo Simões) - Determina que reverterão para a Campanha Nacional de Ali- mentação Escolar - CNAE - os montantes elos prêmios das Loterias Federal e Esportiva e de outras que vierem a ser cria- das, não reclamados no prazo legal, e outras providências. Projeto de Lei n. O 2.992, de 1976 (Do Sr. Lincoln Grillo) - Rcnumera c acrescenta parágrafo ao art. 521 ela Consolidação das Leis do Trabalho. Projeto de Lei n. o 2.993. de 1976 (Do Sr. Paclleco Chaves) - Acrescenta e modifica disposições da Lei n. o ,5 107, de 13 de setembro de 1966 - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Projeto de Lei n.O 2.994, de 1976 (Do Sr. Gomes do Amaral) - Altera a redação do § 2.0 do art. 67 da Lei Orgânica da Pre- vidência Social e outras providências. Projeto de Lei n. o 2.995, de 1976 (Do Sr. Mac Dowell Leite de Castro) - Regula o exercício da profissão de Guarda de Segurança e outras providências. Projeto de Lei n.o 2.996, de 1976 (Do Sr. José Ribamar Machado) - Estabelece obrigatoriedade a concurso de projetos arquitetõnicos e urbanísticos para construção de edifícios públi- cos, cidades nova" e conjuntos habitacionais. Projeto de Lei n. o 2.999, de 1976 (Do Poder Executivo) - Mensagem n. O 308176 - Autoriza o Poder Exec:utivo a abrir à Justica Federal de P Instância o crédito espeoClal de . Cr$ í. 200.000,00, para o fim que especifica. IV - Pequeno Expediente ERNESTO VALENTE - Memorial de empreiteiros do Nor- deste ao Ministro do Interior sobre pagamentm: em atraso. NOSSER ALMEIDA - Atuação da Legião Brasileira de Assistência. JG DE ARAúJO JORGE - Queda do Governo na Tailândia. Protesto de estudantes iranianos contra a venda. de armas pelos Estados' Unidos ao Irã. NINA RmEIRO - Memorial de estudantes do Instituto Superior de Estudos Sociais Clóvis Bevilacqua a.o Presidente do Senado Federal acerca de necessidade de altera"ão da Lei sobre Mercado de Valores Mobiliários. CARLOS SANTOS - Paralisação das obr,as programadas para o porto de Rio Grande, Rio Grande do Sul. DASO COI:MBRA - Planos destinados ao setor educacional no Orçamento Geral da Un.ião para 1977. .JORGE ARBAGE - Realização do Círío de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará.

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  • ANO XXXI - N9 129 CAPITAL FEDERAL

    SEÇÃO I

    SABADO, 9 DE OU'JmBRO DE 1976

    CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMARIO ------------------------

    1 - ATA DA 131.a SESSÃO DA 2.a SESSÃO LEGISI,ATIVADA 8;a LEGISLATURA, EM 8 DE OUTUBRO DE 1976

    I - Abertura da Sessão

    11 - Leitura e assinatura da ata da Sessão anteriol"lU - Leitura do Expediente

    OFíCIO

    - N.o 209, de 1976, do Sr. Djalma Bessa, Presidente daComissão de Constituição e Justiça.

    PROJETOS A IMPRIMIR

    Projeto de Lei n.O 2.326-A, de 1976 (Do Sr. Gomes da Silva)Declara de utilidade pública a Sociedade de Assistência aos

    Cegos no Estado do Ceará e dá outras providências; tendo pare-ceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu-cionalidade, juridicidade e técnica legishtiVoa, com emenda; e,dll Comissão de Saúde, pela incompetência para opinar sobre amatéria.

    Projeto de Lei n.O 2 409-C, de 1976 - Emendas do Senadoao Projeto de Lei n.o 2 AV9-B, de 1976, que "dispõe sobre o seg'urode acidentes do trabalho a cargo do INPS e dá outras provi-dências",

    PROJETOS APRESENTADOS

    Projeto de Resolução n.o 106, de 1976 (Do Sr. Daso Coimbra)Dá o nome de "Marechal Rondon" à ,sala de reuniões da

    Comissão de Comunicações.Projeto de Lei n.o 2.972, de 1976 (Do Sr. Pacheco Chaves) -

    Acrescenta dispositivo no item I, do art. 11, da Lei n.o 3.807,de 26 de agosto de 1960.

    Projeto de Lei n.o 2.984, de 1976 (Do Sr. Inocêncio Oliveira)Veda às instituições financeiras a exigência do aval nos

    contratos de empréstimos contraidos par pessoas tisicas e deter-mina outras pJ;ovidências.

    Projeto de Lei n.o 2.985, de 1976 (Do Sr. Theobaldo Barbosa)_., Autoriza o abatimento da renda bruta, em dobro, de depen-dente menor órfão ou abandonado, mantido por contribuinl;e doImposto de Renda.

    Projeto de Lei n.o 2.986, de 1978 (Do Sr. Pacheco Chaves) -Altera a redação do item II do art. 9.0 do CódigO de ProcessoCivil.

    Projeto de Lei n.O 2.9&7, de 1976 (Do Sr. Lincoln G:riUo) -Dá nova redação ao art. 2.0 da Lei n.O 5.55iJ, de 11 de dezembrode 196B, que "estende o direito ao salário-família instituído pelaLei n.O 4.266, de 3 de outubro (ie 1063, e dá outras providências".

    Projeto de Lei n.o 2.988, de 1976 (Do Sr. Alcides Franciscato)- É proibido terminantemente o uso de expressões que nãoesbejam enquadradas no Vocabulário de 1943 e alterações cons-tantes da Lei n.o 5.765, de 18 de dezembro de 1971. A proibiçãoentende-se para todos os veículos de comunicação, ou seja, jor-n.:ais, revistas, livros, estações de rádio e televisão.

    Projeto de Lei n.o 2.989, de 1976 (Do Sr. José Camargo) -=:Torna obrigatório o uso de equipamento especial de proteção nasatividades laborais que especifica.

    Projeto de Lei n.O 2.990, de 1976 (Do Sr. Gomes do Amaral)- Altera o art. 1.0 da Lei n.o 5.527, de 8 de nov€,mbro de 1968, edá outras providências.

    Projeto de Lei n.o 2.991, de 1976 (Do Sr. Léo Simões) -Determina que reverterão para a Campanha Nacional de Ali-mentação Escolar - CNAE - os montantes elos prêmios dasLoterias Federal e Esportiva e de outras que vierem a ser cria-das, não reclamados no prazo legal, e dá outras providências.

    Projeto de Lei n.O 2.992, de 1976 (Do Sr. Lincoln Grillo) -Rcnumera c acrescenta parágrafo ao art. 521 ela Consolidaçãodas Leis do Trabalho.

    Projeto de Lei n.o 2.993. de 1976 (Do Sr. Paclleco Chaves) -Acrescenta e modifica disposições da Lei n.o ,5 107, de 13 desetembro de 1966 - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

    Projeto de Lei n.O 2.994, de 1976 (Do Sr. Gomes do Amaral)- Altera a redação do § 2.0 do art. 67 da Lei Orgânica da Pre-vidência Social e dá outras providências.

    Projeto de Lei n.o 2.995, de 1976 (Do Sr. Mac Dowell Leitede Castro) - Regula o exercício da profissão de Guarda deSegurança e dá outras providências.

    Projeto de Lei n.o 2.996, de 1976 (Do Sr. José RibamarMachado) - Estabelece obrigatoriedade a concurso de projetosarquitetõnicos e urbanísticos para construção de edifícios públi-cos, cidades nova" e conjuntos habitacionais.

    Projeto de Lei n.o 2.999, de 1976 (Do Poder Executivo) -Mensagem n.O 308176 - Autoriza o Poder Exec:utivo a abrir àJustica Federal de P Instância o crédito espeoClal de .Cr$ í. 200.000,00, para o fim que especifica.IV - Pequeno Expediente

    ERNESTO VALENTE - Memorial de empreiteiros do Nor-deste ao Ministro do Interior sobre pagamentm: em atraso.

    NOSSER ALMEIDA - Atuação da Legião Brasileira deAssistência.

    JG DE ARAúJO JORGE - Queda do Governo na Tailândia.Protesto de estudantes iranianos contra a venda. de armas pelosEstados' Unidos ao Irã.

    NINA RmEIRO - Memorial de estudantes do InstitutoSuperior de Estudos Sociais Clóvis Bevilacqua a.o Presidente doSenado Federal acerca de necessidade de altera"ão da Lei sobreMercado de Valores Mobiliários.

    CARLOS SANTOS - Paralisação das obr,as programadaspara o porto de Rio Grande, Rio Grande do Sul.

    DASO COI:MBRA - Planos destinados ao setor educacionalno Orçamento Geral da Un.ião para 1977.

    .JORGE ARBAGE - Realização do Círío de Nossa Senhorade Nazaré, em Belém do Pará.

  • 10172 Sábado 9 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL

  • Outubro de 19'16 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sá.bado' 11173:_.==========================~====

    Brasília, 28 de setembro de 19'16

    NeLson Marehezan - ARENA; Nunes Leal- ARENA; Odacir Klein-- MOB; Rosa Flores -- MDE; Vasco Amaro - ARENA.

    AmapáAntônio Pontes - MDR

    RondôniaJerônimo Santana - MDR

    RoraimaHélio Campos - ARENA.O SR. PRESIDENTE (Pinb,.eiro Machallio) - A lista de pre-

    sença acusa o comparecimento de 140 Senhores Deputados.Está aberta a Sessão.Sob a proteção de DeU$ iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da Ata da Sessão anterior.11 - O SR. NINA RIBEmO, servindo como lt"-Secretário,

    procede à leitura da Ata da Sessão antecedente, a qual é, semobservações, assinada.

    lO SR. PRESIDENTE (Pinheiro Machado) - Passa-se à leiturado Expediente.

    O SR. ANTONIO FLORiNCIO, Suplente de Secl'etário, ser-nndo COmo 1.0 -Secretário, procede à leitura do seguinte:

    nI - EXPEDIENTE

    \ OFíCIO

    DO PRESIDENTE DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUS-TIÇA, nos seguintes termos:

    Ofieio n." 209/76A Sua Excelência o SenhorDeputado Célio Boriano. Presidente da Câmara dos Deputados

    Senhor Presidente:Atendendo à deliberação unânime desta Comissão, em reunião

    de sua Turma "B", realillada em 9 de setembro de 1976, solicito aVossa Ex~elêneia a desanexação do Projeto n.O 1.565/75, do Sr.Odacir Klein, que "altera a redação do art. 3.°, letra "b", doDecreto-Lei n,o 999, de 21 de outubro de 1969, que instituiu a TaxaRodoviária Úniea", ao de n.o 1.287/75, do Sr. JG de Araújo Jorge,que "acreseenta parágrafo ao art. I." do Decreto-Lei n.O 999, de 21de outubro de 1969, reduzindo em 50% a Taxa Rodoviária Únicapara motoristas proprietários de táxis, autônomos, inscritos como$Cguradas do INPS..

    Valho-me do ensejo para renovar a Vossa Excelência as pro-testos de minha estima e elevado apreço.

    Djll.lma Bessa, Prfllilldente

    :PRGJETO DE LEI N.- Z.IZ6-A, DE 18'"(Do Sr. Gomes da Silva)

    IMclan de utilidade púbH,ea a !Weiedade ae Assistên-cia ILllII CeKOII no Estado do Ceará ofl di oURas proTÍdên-eias; tendo parecerllll: da Comissão de ConditlÜçio e 1111i1-tiça, pela ooDJItitueionalidade, juridi,eidade e técnica le~slativa, com Ilmenda; e, da Comissão de Saúde, 'pela inCODl-petência para opinar lJObl'e a maté!'ia.

    (Projeto de Lei n.o 2.326, de 1976, a que se reterem 6Spareceres) .

    O Congresso Nacional decreta:Art. 1." :11 considerada de· utilidade pública a 50eiedade de:

    'A&!IlBtêneia MS Cegos, sociedade civil beneficente com sede e foro.Jurídico na cidade de Fortaleza, Capital do Estado do Ceará.

    Art. 2." A presente Lei entraI'lÍ, em yigor na data de suil. pu-blieação, revogadaa as disposições em oontrário.

    J ust.ifieaçãe

    A Sociedade de AsBtstência aM CegOll, sociedade civil benefi-«:lente, foi fundada em Fortaleza, Estado do Ceará em 2 de Ag1OStoele 19~, por um grupo de peSllOM que yisavam dClSinteressada-nu:nte, integrar através da educaçll.o, o defieiente visual à. lIOOie-tW\e1

    Para tanto, concomitante à fundação desta lI(lCiedade, foifundado o Instituto de Cegos do Ceará, .escola especializada na1Id'lAcação profissional e intelectual de cegOll, do qual a entidadeOl'a pmposta é sua mantenedora.

    , O Estado do Ceará, reconhecendo os relevantes. semÇQ/!l que aenUdade vem prestando à. sua população já a reeonheeeu de

    utilidade pública através do Decreto-lei n,'} 1. 545-E, de Si dedezembro de 1945.

    Agora propomos que o mesmo seja feito no âmbito federaltendo em vista que a entidade há mais de três décadas prestaserViços não só ao Estado onde funciona, mall a toda Região Nor-deste, dado aos seus eficientes serviços de integrar o deficientevisual à IIOciedade.

    Sala das Ses.sões, aos , - Gomes da Silva.

    LEGISLAÇÃO PERTINENTE. ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISS(jES PERMANENTES

    LEI N.o 91, DE 28 DE AGOSTO DE 1935Determina regras pela.'l quais são as sociedades deela-

    radas de utilidade pública.Art. 1.0 As sociedades civis, as associal;ões e as fundações

    constituídas no Pais com o fim exclusivo de servir desinteressada-mente à coletividade, podem ser declaradas de utilidade pública,provados os seguintes requisitos: -

    a) que adquiram personalidade jurídica;b) que estão em efetivo funcionamento e servem desinteressa-

    damente à coletividade;c) que os cargos de sua diretoria não sâ4) remunerados.Art. 2.0 A declaração de utilidade pública será feita em de-

    creto do Poder Executivo mediante requerimento processado noMinistério da Justiça e Negócios Interiores, ou, em eaaos excep-cionais, ex officio.

    Parágrafo único. O nome e características da sociedade, asso-ciação ou fundação declarada de utilidade pública, serão inscritosem livro especial, a esse fim destinado.

    Art. 3,° Nenhum favor do Estado decorrerá do titulo de utllf-dades pública, salvo a garantia do uso exclusivo, pela sociedade,a.'I.'lOCiação ou fundação, de emblemas, flâmulas, bandeiras ou dis-tintivos próprios, devidamente registrad08 n~) Ministério da Jus-tiça, e a da menção do titulo concedido.

    Art. 4.° As sociedades, associ~ções e fundações declaradas deutilidade pública ficam obrigadas a apresentar todos os anos,exceto por motivo de ordem superior reconhecido, a critério doMinistro ele Estado da Justiça e NegóciOl3: Interiores, relaçã.ocircunstanciada dos sel'Viços que houverem prestado à coletividade.

    Parágrafo único. Será cMsada a declaração de utilidade pú-blica no ca.qO de infração deste dispositivo, ou se por qualquermotivo a declaração exigiela não for apresentada em três anosconsecutivos.

    Art. 5." Será também cassada a declaração de utilidade pú-blica, mediante representação documentada d

  • 10174 Sábado 9 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1976

    f) que seus diretores possuem folha corrida e moralidadecomprovada;

    g) que se obriga a publicar, anualmente, a demonstração dareceita e despesa realizada.., no periodo anterior, desde que con-templada com subvenção por parte da União, neste mesmo período(Decreto n.O 60.931, de 4-7-67).

    Parágrafo único. A falta de qualquer dos documentos enume-rados neste artigo importará no arquivamento do procesoo.

    Art. 3.'" Denegado o pedido, não poderá ser renovado antesde decorridos dois anos, a contar da data da publicação do despa-cho denegatório.

    Parágrafo único. Do denegatórío do pedido de declaracão deutilidade pública caberá reconsideração, dentro do prazo de 120dias, contados da publicação.

    Art. 4.° O nome e caracteristicas da sociedade. associação oufundação declarada de utilidade pública serão inscritos em livroespecial, que se destinará, também, à averbação da remessa dosrelatórios a que se refere o art. 5.°

    Art. 5.° As entidades declarada.s de utilidade pl1bJica, salvopor motivo de força maior devidamente comprovado, a critério daautoridade competente, ficam obrigadas a apresentar, até o dia30 de abril de cada ano, ao Ministério da Justiça, rclatório circuns-tanciado dos serviços que houverem prestado à coletividade noano anterior, devidament.e acompanhado do demonstrativo da re-ceita e da despesa realizada no periodo. ainda que não tenhamsido subvencionadas. (Decreto n.o 60 931 de 4-7-67.)

    Art. 6.° Será cassada a declaração de utilidade pública daentidade que:

    a) deixar de apresentar, durante três anos consecutivos, orelatório a que se refere o artigo precedente;

    b) se negar a prestar serviço compreendido em seus fins esta-tutários;

    c) retribuir por qualquer forma. os membros de sua diretoria,ou conceder lucros. bonificaçôes ou vantagens a dirigentes, man-tenedores ou aMociados.

    Art. 7.° A cassação da utilidade pública será feita em pro-cesso, instaurado ex ofticio pelo Ministério da Justica e NegóciosInteriores, ou mediante representação documentada. '

    Parágrafo único. O pedido de reconsideraçào do Deereto quecassar a declaração de utilidade pública não terá efeito suspensivo.

    Art. 8 ° K'>t.e Decreto entrará em vigor na data de sua pu-blicação, revogadas as disposições em contrário,

    PARECER DA COMISSAO DE CONSTlTUIÇAO E JUSTIÇA

    I - RelatórioAssinalando que a "Sociedade de Assistência aos Cegos", se-

    diada em Fortaleza, Estado do Ceará, foi fundada em 2 de agostode 1942, objetivando, desinteressadamente, integrar o deficientevisual na sociedade, ° ilustre Deputado Gomes da Silva oferece àconsideração do Congresso Nacional. o Projeto de Lei n.o 2.326, de1976, que tem por objetivo declarar tal instituição como de utili-dade pública.

    Ressalta, ainda. o parlamentar proponente. que a "Sociedadede Assistência aos Cegos" já foi declarada de utilidade pública peloGoverno do Estado do Ceará, através do Decreto-Lei n.o 1. 545-E,de 31 de dezembro de 1945.

    Consoante se verifica da documentação juntada aos autos, aentidade em questão possui personalidade jurídica, sendo que osmembros de slIa diretoria l}ão percebem nenhuma remuneração,sob qualquer pretexto (art.' 22 dos estatutos sociais).

    No momento, é a matéria encaminbada a esta Comissão, afim de que a proposição, em conformidade com o disposto no art.28, § 4.°. do Regimento Interno, seja examinada sob os aspectosde constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.

    É o Relatório.11 - Voto do Relator

    Prelimi:qarmente, é de assinalar-se que a declaração de utili-dade pública é medida de natureza concorrente, podendo sua ini-ciativa partir tanto do Poder Executivo, como de membro do Con-gresso Nacional.

    Nesse sentido, há precedentes de leis de iniciativa do Legisla-tivo declarando entidade de utilidade pública, como, por exemplo,a Lei n." 5.575, de 17 de dezembro de 1968, pela qual foram reco-nhecidos como de utilidade pública o "Rotary Club" 'e o "LionsClub".

    Por outro lado, o projetado atende ao preceituado no art. 56,estando l'xcluido das restrições consubstanciadas no art. 57, daLei Maior.

    Do compulso dos autos, verificamos que a "Socicdade de Assis-tência aos Cegos" possuI personalidade juridica, funcionando desdeHi42 , servindo desinteressadamente à coletividade, sendo que seusdirIgentes não percebem remuneração a qualquer título.

    Assim. atendidas estão as cxigências contidas na Lei n.O 91, de28 de agosto de 1935, regulamentada pelo Decreto n.o 50.517, de 2de maio de 1961.

    A proposição, por conseguinte. é constitucional e jurídica, sen-do a entidade em questão merecedora do honorífico titulo de utili-dade pública.

    Quanto à técnica legislativa. um reparo se impõe: o projetadoe~,tabelece, em seu art. 2.°. cláusula contendo os dizeres "revogadasas disposições em contrário".

    Ocorre, no entanto, que, in casu, não há disposições legais an-teriores a serem revogadas, o que torna inócuo o referido disposi-tivo.

    Por essa razão, apresentamos, em apartado, emenda ao art. 2.°da proposição. alterando sua redação e que, a nosso ver, eliminao defeito de técnica legislativa lá verificado.

    Nesta conformidadc, em face ao exposto, nosso voto é no sen-tido da constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislaUvado Projeto de Lei n.o 2.326, de 1976, com a emenda anexa.

    Sala da Comissão. aos 9 de setembro de 1976. - Noide Cer-queira, Relator.

    UI - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur-

    ma "B", opinou. unanimemente, pela constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa, com emenda, do Projeto n.O 2.326/76, nostermos do parecer do Relator. '

    Estiveram presentes os Senhores Deputados:Djalma Bessa, Presidente; Noide Cerqueira, Relator; Alceu

    Collares. Altair Chagas. Claudino Sales, Henrique Pretti, João Gil-berto, José Bonifácio Neto, Lauro Leitão, Theobaldo Barbosa. eWalter Silva.

    Sala da Comissão, em {) de setembro de 1976. - Djalma nessa,Presidente - Noide Cerqueira, Relator.

    EMENDA ADOTADA PELA COMISSAODê-se ao art. 2.°, a seguinte redação:

    "Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publi-cação."

    Sala da Comissão. aos 9 de setembro de 1976. - Djalma Bessa,Presidente - Noide Cerqueira, Relator.

    PARECER DA COMISSAO DE SAÚDEI - Relatório

    A finalidade da proposição sub examine é a de, mediante atoda ordem legislativa. declarar, como de utilidade pública, a Socie-d:a.de de Assistência aos Cegos, com sede e foro nl'j. cidade de Forta-leza, capital do Estado do Ceará.

    Após juntar ao processo vários documentos que comprovam sa-tisfazer a sociedade todos os requisitos exigidos em lei, o autor daproposicão, Deputado Gomes da Silva, fundamenta sua iniciativa,a'egando que;

    a) o Estado do Ceará, reconhecendo os relevantes serviços quea entidade vem prestando a sua populaQão, já a reconheceu comode utilidade pública;

    b) é nêcessário reconhecê-la, também, no âmbito federal, vezque a entidade, há mais de três décadas, presta serviços a toda aRegião Nordeste.

    Na Comissão de Constituição e .Tustiça, a proposição foi con-siderada constitucional e jurídica, mas merecedora de pequenoreparo quanto à técnica legislativa.

    Com efeito, o projeto estabelece, em seu art. 2.0. cláusula derevogação das disposições em contrário. A Comissão competenteentendeu que, in casu, não há necessidade desta cláusula.

    Por esta razão, oferece emenda dando nova redação ao art. 2.°Ao iniciarmos nossa análise da matéria. sob o prisma da com-

    peténcia específica deste órgão técnico, queremos observar que, hápouco tempo, já nos manifestamos sobre proposição idênt.ica, vezque intentava o reconhecimento da Fundação Médico-Assistencialdo Trabalhador Rural de Itarana, Espirito Santo, como entidadede utilidade pública.

    Na ocasião, fizemos questão de frisar que considerávamos mui-u) louvável uma iniciativa como esta, que visa a consagrar obra.sdas mais meritórias e relcvantes, desenvolvidas por pessoas des-preendidas, abnegadas e voltadas, inteiramente, para as causasmais sublimes.

  • Outubro de 1976 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Sábado 9 1017:;-========'!'====================

    Entretanto, por uma questão de respeito às normas regimen-ta.is desta Casa, nesta oportunidade, assim como naquela outra,somos forçados a reconhecer que o assunto refoge às atribuiçõesdesta Comissão. Em pronunciamentos anteriores, este órgão Técni-co já teve a oportunidade de analisar proposições similares, e, emtodas elas, reconheceu sua incompetência para emitir opinião so-bl'e o assunto.

    U - Voto do RelatorAnte o exposto, somos levados a entender que a matéria ver-

    sada no Projeto de Lei n.o 2.326, de 1976, não se entende com asatribuições desta Comissão de Saúde, levando-nos, desta forma, aargüir a incompetência deste órgão Técni,~o para se pronunciarsobre o assunto.

    Sala da Comissão, em 7 de outubro de 1976. - Oní8io Ludovico,Relator.

    IH - Parecer da ComissãoA Comissão de Saúde em sua reunião de 7 de outubro de 1976,

    apreciando o Projeto de Lei n.o 2.326/76, que "declara de utilidadepública a Sociedade de Assistência aos Cegos no Estado do Cearáe dá outras providências", opinou, unanimemente, pela incompe-tência deste órgão técllico para apreciar o mérito da proposição,nos termos do parecer do RelatDr.

    Estiveram presentes os Senhores Deputados: Walter de Castro,Presidente; Onisio Ludovico, Relator; Odemir Furlan, Ademar Pe-reira, Fábio Fonseca, Francisco Rollemberg, Ulisses Potiguar, Jai-son Barreto, Pedro Lucena e Leônidas Samp~lÍo.

    Sala da Comissão, em 7 dc outubro de 1!)76. - \Valter de Cas-tro, Presidente -- Oníslo Ludovico, Relator.

    PROJ!TO DE LEI N.o 2 409-0, DE 1976

    Emendas do Senado ao Projeto de Lei ;'0 2.409-B, de1976, que "dispõe sobre o seguro de acidentes do trabalho acargo do INPS e dá outras providêneias".

    (As Comissóes de Constituição e Justiça, de Trabalho eLegislação Social e de Finanças.)

    O Congresso Nacional decreta:

    Art. 1.0 O seguro obrigatório contra acidentes do trabalhodos empregados seg'urados do regime dc previdência social da Lein.o 3.807, de 26 de agosto de 1900 (Lei Orgânica da PrevidênciaSocia!) , e legislação posterior, é realizado pelo Instituto Nacionalde Previdência Social (INPS).

    § 1.0 Consideram-se também empregados, para os fins destalei, o trabalhador temporário, o presidiário que exerce atividaderemunerada e o trabalhador avulso, assim entendido o que prestaserviços a diversas empresas, pertencendo ou não a sindicato,inclusive o estivador, conferente e assemelhados.

    § 2.° Esta lei não se aplica ao titular de firma individual, aodiretor, sócio-gerente, sócio solidário, sócio cotista e sócio de indús-tria de qualquer empresa, que não tenha a condição de empregado,nem ao trabalhador autônomo e ao empregado doméstico.

    Art. 2.° Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exer-cicio do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporalou perturbação funcional que cause a morte ou perda ou redução,permanente ou temporária, da capacidade pa.ra o trabalho.

    § 1.° Equiparam-se ao acidente do tntbalho, para os finsdesta lei:

    I - a doença profissional ou do trabalho, assim entendida ainerente ou peculiar a determinado ramo de atividade e constantede relação organizada pelo Ministério da Previdência e AssistênciaSocial (INPS);

    II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenhasido a causa única. haja contribuído diretamente para a morte oua p,erda ou redução da capacidade para o trabalho,

    lU - o acidente sofrido pelo empregado no local e no horáriodo Grabalho, em conseqüência de:

    a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro,inclusive companheiro de trabalho;

    b) ofensa fisica intencional, inclusive de terceiro, por motivode disputa relacionada com o trabalho;

    c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de ter-ceiro, inclusive companheiro de trabalho;

    d) ato de pessoa privada do uso da razão;e) desabamento, inundação ou incêndio;f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.IV - o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do

    local. e horário de trabalho:a) na execução de ordem ou na realiza

  • 101'76 Sábado 9 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'16

    § 2.0 A metade do valor do auxílio-acidente será incorporadaao valor da pensão quando a morte do seu titular não resultar deacidente do trabalho.

    § 3.° O titular do auxílio-acidente terá direito ao abono anual.Art. 7.° Em caso de morte decorrente de acidente do trabalho

    será também devido aos dependentes do acidentado um pecúlio novalor de 30 (trinta) vezes o valor de l'eferência, fixado nos termosda Lei n.O 6.205, de 29 de abril de 1975, vigente na localidade detrabalho do acidentado.

    Art. 8.0 A assistência médica, ai incluídas a cirúrgica, a hos-pitalar, a farmacêutica e a odontológica, bem como o transporte doacidentado e a reabilitação profissional, quando indicada, serãodevidos em caráter obrigatório.

    Art. 9.° Quando a perda ou redução da capacidade funcionalpuder ser atenuada pelo uso de aparelhos de prótese ou órtese,estes serão fornecidos pelo lNPS independentemente das presta-ções cabíveis.

    Art. 10. Nas localidades onde o lNPS não dispuser de recursospróprios ou contratados, a empresa prestará ao acidentado a assis-tência médica de emergência e, quando indispensável a critério domédico, providenciará sua remoção.

    § 1.0 Entende-se como assistência médica de emergência anecessária ao atendimento do acidentado até que o lNPS assumaa responsabilidade por ele.

    § 2.0 O lNPS reembolsará a empresa das despesas com a assis-tência de que trata este artigo, até limites compatíveis com ospadrões do local de atendimento.

    Art. n. Para pleitear direitos decorrentes desta lei. não é obri-gatória a constituição de advogado.

    Art. 12. A empresa deverá, salvo em caso de impossibilidadeabsoluta, comunicar o acidente do trabalho ao lNPS dentro de 24(vinte e 'quatro) horas, e à autoridade policial competente no casode morte, sob pena de multa de 1 (uma) a 10 (dez) vezes o maiorvalor de referência fixado nos termos da Lei n.O 6.205, de 29 deabril de 1975.

    Parágrafo único. Compete ao lNPS aplicar e cobrar a multade que trata este artigo.

    Al.'t. 13. O custeio dos encargos decorrentes desta lei seJ:áatendido pelas atuais contribuições previdenciárias a cargo daUnião, da empresa e do segurado, com um acréscimo, a cargoexclusivo da empresa, das seguintes percentagens do valor da folhade salário de contribuição dos segurados de que trata o art. 1.0:

    I - 0,5% (meio por cento) para a empresa em cuja atividadeo risco de acidente do trabalho seja considerado leve;

    II - 1,2% (um e dois décimos por cento) para a empresa emcuja atividade esse risco seja considerado médio;

    II - 2,5% (dois e meio por cento) para a empresa em cujaatividade esse risco seja considerado grave.

    § 1.0 O acréscimo de que trata este artigo será recolhido jun-tamente com as demais contribuições arrecadadas pelo lNPS.

    § 2.0 O Ministério da Previdência e Assistência Social CMPAS)classificará os três graus de risco em tabela própria organizada deacordo com a atual experiência de risco, na qual as empresas serãoautomaticamente enquadradas, segundo a natureza da respectivaatividade.

    § 3.0 A tabela será revista trienalmente pelo Ministério daPrevidência e Assistência Social, de acordo com a experiência derisco verificada no período.

    § 4.° O enquadramento individual na tabela, de iniciativa daempresa, poderá ser revisto pelo INPS, a qualquer tempo.

    Art. 14. A contribuição estabelecida no art. 5.0 da Lei 11.05.161, de 21 de outubro de 1966, que criou a Fundação CentroNacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (FUNDA-CENTRO) será de 0,5% (meio por cento) da receita adicional esta-belecida no art. 13.

    Art. 15. O INPS recolherá 1,25% (um e vinte e cinco centé-simos por cento) da receita adicional estabelecida no art. 13 aoFundo de Apoio ao Desenvolvimento Social iFAS), para aplicaçãoem projetos referentes a equipamentos e instalações destinados àprevenção de acidentes do trabalho, previamente aprovados peloMinistério do Trabalho.

    Parágrafo único. A aplicação prevista neste artigo será feitasob a forma de empréstimo sem juros, sujeito apenas à correçãomonetária, segundo o valor nominal reajustado das ObrigaçõesReajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN).

    Art. 16. As ações referentes a prestações por acidente dotrabalho prescreverão em 2 (dois) anos contados da data:

    I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapa-cidade temporária, verificada esta em pericia 111.édica a cargo doINPS;

    n - da entrada do pedido de beneficio no lNPS ou do afas-tamento do trabalho, quando este for posterior àquela, no casode doença profissional ou do trabalho;

    ITI - em que for reconhecida pelo INPS a incapacidade per-manente ou sua agravação.

    Art. 17. Os litígios relativos a acidentes do trabalho serãoapreciados:

    I - na esfera administrativa, pelos órgãos jurisdicionais daprevidência social, segundo as regras e prazos aplicáveis às demaisprl~stações previdenciárias mas com prioridade absoluta para jul-gamento;

    IT - na via judicial, pela justiça comum dos Estados, do Dis-trito Federal e dos Territórios, segundo o procedimento sumarís-simo.

    Art. 18. A legislação do regime de previdência social do INPSaplica-se subsidiariamente à matéria de que trata esta lei.

    Art. 19. Esta lei entrará em vigor no primeiro dia do terceirom,§s seguÍllte ao de sua publicação.

    Art. 2.0 Revogam-se as disposições em contrário especial-m,mte o Decreto-Lei n.o 7,036, de 10 de novembro de 1944, e a Lein." 5.316, de 14 de setembro de 1967.

    Câmara dos Deputados, 27 de agosto de 1976. - Célio Borja.

    N.O 1

    (corresponde à n.O l-CCJ)

    Dê-se ao § 1.0 do art. 1.0 do Projeto, a seguinte redação:"§ 1.0 Consideram-se também empregados, para os finsdesta Lei, o trabalhador temporário, o trabalhador avul-so, assim entendido o que presta serviços a diversas em-presas, pertencendo ou não a sindicato, inclusive o esti-vador, o conferente e assemelhados, bem COmO o presi-diário que exerce trabalho remunerado."

    N.o 2(corresponde à Emenda n.O 1 de Plenário)

    I - Acrescente-se ao § 1.0 do art. 2.° do Projeto, o seguinteinciso:

    "IV - A doença. proveniente de contamInação acidentalde pessoal de área médica, no exercício de sua atividade;"

    II - renumere-se. em conseqüência, para V o atual inciso IV.

    N.o 3

    icorresponde à Emenda n." 2-CCJ)No § 3.0 do art. 2.° do Projeto:Onde se lê:

    "poderá"

    LeIa-se:"deverá".

    N.o 4

    icorresponde à Emenda n.o 3-CCJl

    Ao § 3.0 do art. 5.0 do Projeto:

    Substitua-se a expressão: "segundo critérios estabelecidos pelo:Mlnistério da Previdência e Assistência Social" por: "segundo cri-térios previamente estabelecidos pelo Ministério da Previdência eAssistência Social".

    N.O 5

    icorresponde à Emenda n.o H-eLS)

    Dê-se ao § 4.0 do art. 5.0 , a seguinte redação:

    "§ 4.0 No caso de empregado de remuneração variável ede trabalhador avulso, o valor dos benefícios de que trataeste artigo, respeitado o percentual previsto no seu itemI, será calculado com ba,'Je na média aritmêtica.

    I - dos 12 (doze) maiores salários de contribuição apura-dos em período não superior a 18 (dezoito) meses ime-diatamente anteriores ao acidente, se o segurado contar,11ele, mais de 12 (doze) contribuições;

    rI - dos salários de contribuição compreendidos nos 12i doze) meses imediatamente anteriores ao do acidente ouno período de que trata o item I, conforme for mais van-tajoso, se o segurado contar 12 (doze) ou menos contri-buições nesse periodo."

  • Outubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado' 10177

    =========================~=====~

    I - na esfera admirlistrativa pelos órgãos de previdên-,cia wcial, segundo as regras e pra:!OS aplicáveis às de-mais prestações previdenciárias mas com prioridade abso-,luta para conclusão;"

    do trabalho, quando este for posterior àquela, no casode doença profissional, e da ciência, dada pelo InstitutoNacional de Previdência Social (INPS) ao paciente, d~lreconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doen··ça, nos demais casos de doenças do trabalho. Não sendore

  • 10178 Sábado 9 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL

  • Ólltubl'O de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 9 I017l1

    ~:~-=========~===============~=====

    CONVENÇliO PARA A ADOÇA0 DE UMA LEI UNIFORMESOBRE LETRAS DE CAMBIO E NOTAS PROMISSóRIAS

    ARTIGO PRIMEIRO

    As Altas Partes Contratantes obrigam-,!;e a adotar nos terri-tórios respectivos, quer num dos textos originais, quer nas suaslínguas nacionais, a lei uniforme que constituiu o Anexo I dapresente Convenção.

    ANEXO I

    LEI UNIFORME RELATIVA AS LETRASDE CAMBIO E NOTAS PROMISSóRIAS

    CAPíTULO IVDo Aval

    ARTIGO 30

    O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em partegll,rautido por aval.

    Esta 'garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um sig-natário da letra. .

    O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa.

    ARTIGO 31Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer

    fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval.O aval considera-se como resultante da simples assinatura

    do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das~ssinaturas do sacado ou .do sacador.

    O aval deve indicar a pessoa por quenl se dá. Na falta deindicação, entender-se-á ser pelo sacador.

    ARTIGO 32O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa

    por ele afiançada.A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação

    que ele garantiu ser nula por qualquer ra:!ão que nao seja umvicio de forma.

    .Se o dador de aval paga a let{;l, fica sub-rogado nos direitosemergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi dadoo ~Lval e contra os obrigados para com esta em Virtude da letra.

    PROJETO DE LEI N.o 2.985, DE 1976(Do Sr. Theobaldo BarbOsa)

    Autoriza o abatimento da renda bruta, em dobro, dedependente menor órfão ou abandonado, mantido porcontribuinte do ImpOsto de Renda.

    (Anexe-se ao Projeto de Lei n:" 2.674, de 1976, nostermos do art. 71 do Regimento Interno.)

    O Congresso Nacional decreta:. Art. 1.0 Aos contribuintes do Imposto de Renda situados na

    faixa etária de 20 a 45 anos de idade, responsáveis por menoresabandonados ou órfãos, é assegurado o direito de abaterem, darenda bruta, importância equivalente ao dobro da atribuída acada dependente, nos termos da legisla,ção em vigor, por cadamenor que mantenham.

    Art. 2.° O Poder Executivo, ouvido o Ministério da Fazenda,regulamentará esta lei no prazo de 6Q (sessenta) dias.

    Art. 3.° Esta lei entra em vigor na dal.a de 'sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

    .JustificaçãoO problema social do menor abandonado, neste País, vem ag-

    )lUmindo proporções de extrema gravidade, especialmente tendo/:lm vista o notório fato de o Poder Público e as instituições par-ticlllar,es não terem condições de prestar-lhe a indispensável as-sist,~ncia.

    Em verdade, o panorama que se observa, nas grandes cida-des brasileiras, é desolador: são milhares de menores abando-nados, que com facilidade se tornam infratores, sendo futuroscriminosos e irrecuperáveis marginais sociais.

    A questão do menor abandonado é fundamentalmente, de na-tureza econômico-social, decorrente da pobreza de larga mar-gem da população, e todas as s

  • 1.180 Sábado 9 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL

  • Outubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 9 10181-~!======~=====~~===~~~~~

    de 3 de outubro de 1963, com as alterações determinadas pelo § 2.'do art. 35 da Lei n." 4.863, de 29 de novembro de 1965 e pelo art4:' da Lei n.O 6.136, de 7 de novembro de 1974. •

    Art. 3.° Entrará esta Lei em vigor na data de sua publicacãore,vogadas as disposições em contrário. . ,

    . V~gora, no momento, com a seguinte redação o art. 2.° daLeI n. 5.559, de 11 de dezembro de 1968, modificado pelo projeto:

    "Art. 2.° O empregado aposentado por invalidez ou ve-lhice pelo sistema geral da previdência social tem direitoao salário-familia instituido pela Lei n." 4.266, de 3 de ou-tubro de 1963.Parág:afo único, Aos demais empregados aposentadospelo sIstema geral da previdência social que já contem ouvenham a completar 65 (sessenta e cinco) anos de idad€ sedo sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos de idade se' dosexo feminino, é assegurado o mesmo direito de qu~ trataeste artigo."

    A Constituição de 1946, como se sabe, determinava:"A~t, 157. A ~egislação do trabalho e a da previdênciaSOCIal obedecerao aos seguintes preceitos além de outrosque visem à melhoria da condição dos tr'abalhadores:I - salário minimo capaz de satisfm;er conforme as con-dições de cada região, as necessidades 'normais do traba-lhador e de sua familia;"

    O texto em vigor prescreve:"Art. 165. A Constituição assegura aos trabalhadores os-seguintes direitos, além de outros que nos termos da leivisem à melhoria de sua condição soci~l: '

    II - salário-famí1ia aos seus dependentes."Cumpre, entretanto, salientar que a matéria não constava do

    projeto. de Constituição enviado pelo Poder Executivo ao Congres-so NaclOnal, tendo resultado de emendas da autoria do SenadorNel~on Carnei:o, então Deputado Federal, como se infere a repro-duçao do segumte trecho dos Anais da Const,ituição de 1967 edita-dos pela Diretoria de Informacão Legislativa do Senado Federalem 1970 (6.0 Volume, Tomo l, pãgs. 216 e 217): '

    EMENDA N." 130/63Autor: Deputado Nelson OarneiroArt. 158, n.os I e IIRedija-se assim:l-salário mínímo capaz de satisfazer às necessidades dotrabalhador e de sua familia;II ~ proibição de diferença de salário por motivo de sexocor, idade, estado civil e nacionalidade." '

    JustificaçãoO projeto esqueceu a família do trabalhador, assim como ne-

    gOl! auxi~io_ às. famílias numerosas, O esqueeimento é indesculpá-vel, na Ylgencla de leis que asseguram salário-família aos depen-dentes do trabalhador, direito também olvidado pela iniciativa go-vernamental.

    As emendas dão redação mais adequada aos n."" I e II do art.158, e lhe acrescentam dois outros números. Não basta proibir a~if,e~e:r:ça de .s:;l~rios.. :t necessário impedir, também, que sejammstltUldos cntenos dIferentes de admissão por motivo de sexocor e estado civil. '

    Tr~Lmitação

    Parecer do sub-Relator, Deputado Djalma Marinho: item I daemenda prejudicada pela Emenda n.o 838/16:, item lI, contrário. Oparecer do sub-Relator foi subscrito pelo Relator-Geral SenadorAntonio Carlos Konder Reis. '

    Parecer da Comissão Mista: Contrário_Requerimento de destaque (Humberto Lucena) aprovado na

    42.s, Sessão, Anais, 4.° vol., págs. 575/577).Requerimento para votação em globo de' emendas destacadas

    (AHENA e MDBJ apresentado e aprovado na 43." Sessão (Anais,4,° vol., págs. 583/584),

    (+.) O Requerimento aprovado solicita a votação das Ernendasn.o 1~0/63 e 130/64 condensadas na seguinte redação: "proibiçãode dIferença de salário e de critério de admissão por motivo desexo, cor ou estado civil; salário-família aos dependentes do tra-balhador" .

    Emenda aprovada na 43.a Sessão (condensada com a Emenda11.° 130/64). Câmara: 307 SIM e 32 abstençôes. Senado: 50 SIM(Anais, 4.0 voI. págs. 588/589).

    Emenda n.o 130/64Autor: Deputado Nelson CarneiroArt. 158Acrescentem-se, onde convier:- proibição de diferença de critérios de admissão por motivo

    de sexo, cor e estado civil";- salário-família aos dependentes do trabalhador

    Tramitação .

    Parecer do sub-Relator, Deputado Djalma Marinho: favorável.O parecer do sub-Relator foi subscrito pelo Relator-Geral Se·,

    nador Antonio Carlos Konder Reis. 'Parecer da Comissão Mista: favorável.Requerimento de destaque (ARENA) aprovado na 42." Sessão.

    (Anais, 4.0 volume, págs. 572/574),Requerimento para votação em globo de emendas destacadatl

    (ARENA e MDB) apresentado e aprovado na 43." Sessão. (Anais"4,° volume, págs. 583/584).

    (-1-) O requerimento aprovado solicita a votação das emendas130/63 e 130/64 condensadas na seguinte redação:

    "proibição de admissão por motivo de sexo, cor ou estadocivil; salário-familia aos depondentes do trabalhador."Emenda aprovada na 43." Sessão (condensada com aEmenda n.o 130/63). Câmara 307 SIM e 32 abstencões. Se-nado: 50 SIM (Anais, 4." voI., págs. 588/589)." •

    Determinou, dessa forma, o texto constitucional que o salário-família fosse direito dos dependentes do trabalhador.

    Dessa forma, é inadmissível, face essa determinação constitu-cional, seja suspenso o pagamento do salário-familia em virtudeda obtenção, pelo trabalhador, da respectiva aposentadoria, comoocorre por determinação da Lei n.O 5.559, de 11 de dezembro de1968, que, como vimos antes, ao transcrever seu art. 2.° só admitea continuidade do pagamento do salário-familia quando a traba-lhador se aposenta por invalidez ou por velhic.e ou quando nos de-mais casos, isto é, entrar em gozo de aposentadoria especial ou portempo de serviço, atingir a idade de 65 anos, se do sexo masculino,ou fiO, se do feminino.

    Assim sendo, o tra!Jalhador que se aposentar por tempo de ser-viço, por exemplo, embora tenha filhos menores, sofre a suspensãodo pagamento do salário-família que só será restabelecido se. aoatingir a idade de 65 anos tiver ainda filhos menores ou inválidos.

    Impõe-se, desse modo, a correção do texto legal. O salário-familia é, convém repetir, direito constitucionalmente asseguradoem função dos dependentes e não da atividade ou inatividade dotrabalhador.

    E o que faz o presente projeto.Sala das Sessões, 28 de setembro de 1976. - Uncoln Grillo.

    LEGISLAÇli.O CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSÕES PERMANENTES

    LEI N.o 5.559, DE 11 DE DEEMBRO DE 1968Estende o direito ao salário-família instituido pela

    Lei n,o 1.266, de 3 de outubro de 19(.3, e dá outras Pl'O-vidências.

    Art. 1.0 Fica estendido aos filhos inválidos de qualquer idadeo salário-família instituído pela Lei n." 4.2(;6, de 3 de outubrode 1963.

    Art. 2." O empregado aposentado por invalidez ou por ve-lhice pelo sistema geral da Previdência Social tem direito ao salá-rio-familia instituido pela Lei n.o 4.266, de 3 de outubro de 1963.

    Parágrafo único. Aos demais empregados aposentados pelosistema geral da previdência social que já contem ou venham acompletar 65 (sessenta e cinco) anos de idade se do sexo mas-culino, ou de 60 (sessenta) anos de idade, se do sexo feminino, éassegurado o mesmo direito de que trata este artigo.

    Art. 3.0 O salário-família a que se referem os artigos 1.0 e 2.°e seu parágrafo correrá por conta do "Fundo de Compensação doSalário-Família", criado pelo art. 3.°, § 2.0 da Lei n." 4.266, de 3de outubro de 1963, e será pago pelo INPS simultaneamente com asmensalidades de aposentadoria.

    Art. 4." As cotas do salário-família não se incorporarão, paranenhum efeito, à aposentadoria.

    Al't. 5.° Esta Lei entrará em vigor no primeiro dia do se-gundo mês seguinte ao de sua publicação, sem prejuiz'O das altc-rações a serem introduzidas no "Regulamento do Salário-Famíliado Trabalhador", para atender ao que nela se dispõe.

    Art. 6.° Revogam-se as disposições em lxmtrário.

  • 101&2 Sábado 9 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1976

    LEI N.o 6.136. DE 7 DE NOVEMBRO DE 1974

    IHelui o salário-maternidade entre as prestações daPrevidêHcia Social.

    § 2.° As contribuições a que se refere este artigo integrarão,com as contribuições de previdência, uma taxa única de 28%(vinte e oito por cento) incidente, mensalmente, sobre o salárIode contribuição definido na legislação social e assim distribuída:

    Art. 4.° O custeio do salár"io-matel'nidade será atendido poruma contribuição das empresas igual a 0,3 (três décimos p

  • Outubro de' 1976 AARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 9 1018:1

    Art. 2.° Os jornais, revistas, livros, estações de rádio e tele-vi:3ão, além de qualquer publicação, cultural ou comercial, ficamimpedidos de. usar palavras ou frases que estej am em desacordocom a pureza da língua portuguesa, excetuando-se termos indi-genas ou africanos que já tenham sido incorporados ao idioma,pela tradição.

    Art. 3.° Não será permitido tampüuco o uso de palavrasestranhas ao idioma, a não ser que sejam :3.companhadas da res-pectiva tradução.

    Art. 4.° Caberá ao Ministério de Educação Cultura fazercumprir o disposto na presente Lei, estabelecedo as punições aque fizerem jus os infratores.

    Parágrafo único. O Ministérl'o da Educação e Cultura en-trosará sua fiscalização com o Ministério das Comunicações, noque concerne aos serviços de rádio e televisão.

    Art. 5.0 O Poder Executivo da Nação regulamentará a pre-sente Lei no pra7.O de 60 dias.

    Art. 6.° Revogam-se as disposições em contrário.

    Justificação

    Senhores Deputados: Estamos numa fase de anticultura quepoderá ter conseqüências desastrosas para o idioma que aprende-mos com os nossos maiores e que foi um legado de séculos de do-minação portuguesa.

    A juventude de nossa terra, com a indiferença de adultasresponsáveis, habituou-se a usar um jargão insuportável entre-mesclado de termos na giria de outros paiseg usados correntemen-te, mas que tampouco correspondem ao idioma normal dessespovos, porque são palavras do chamado lunfardo· que se ouve nospalses SUllllOS.

    De há muito tempo que o linguajar corrente fere os ouvidosdos que não concordam com o assassinio do I1JJ.SSO idioma. Lingua-jar que leva muitos estudantes a serem reprovados em portuguêse acarretam para seus mestres a pecha de incompetentes, quandonão é exatamente a realidade dos fatos.

    Em produções supostamente literárias temos lido ãbsurdos idio-máticos de arrepiar os cabelos, que nos lembram Lima Barretoquando, em "Histórias e Sonhos", escreveu: "Para eles (os doutoresjavanenses) é boa literatura a que é constituida por vastas com-pilações de causas de sua profissáo, escritas laboríosamente emum jargão enfadonho, com fingimento de língua arcaica".

    Por toda parte, de Norte a Sul do Pais, o que vemos? NomeBde eBtabelecimentos escritos em inglês que_ os próprios donos nãoconhecem. Jovens dançando e cantando letras mUBicaiB dos bair-ros suspeitos de Nova Iorque, sem que eles compreendam exatamen-te

  • leIU Sábado 9 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1971

    Art. 2.0 Os encargos decorrentes desta lei serão atendidoscom as receitas de que trata o art. 69 da Lei Orgânica da Previ-dência Social.

    Art. 3.0 Entrará esta Lei em vigor na data de sua publica-ção, revogadas as disposições em contrário.

    Justifie.açãil

    Em sua redação original o art. 31 da Lei Orgânica da Pre-vidência Social exigia, basicamente, para concessão de aposenta-doria especial, que:

    a) a atividade do segurado fosse considerada, por decreto doPoder Executivo, penosa, insalubre ou perigosa;

    b) tivesse ele trabalhado, conforme a atividade, durante 15,20 ou 25 anos;

    e) sua idade mínima fosse 50 anos.Regulamentando a matéria baixou o Poder Executivo o De-

    creto n.o 53.831, de 24 de março de 1964, relacionando as ativi-dades que davam aos seus exercentes direito à aposentadoria es-pecial, entre os quais constavam os professores.

    Tal ato executivo, entretanto, foi revogado pelo Decreton." 62.755, de 22 de maio de 1968, fieando, durante determinadoperíodo, suspensa a concessão da aposentadoria especial.

    A seguir, a Lei n.o 5.440-A, de 23 de maio de 1968, alterou aredação do art. 31 da Leí Orgânica da Previdência Social, abo-lindo o requisito da idade de 50 anos no caso da aposentadoriaespecial.

    Tivemos, posteriormente. o advento do Deereto n.o 63.230, de10 de setembro de 1968, o qual não mais considerou a atividadedos professores (além de outras) capaz de dar direito à apo-sentadoria especial aos que a exereessem, por nãD tê-la incluídoentre as consideradas penosas. insalubres ou perigosas.

    Todavia. promulgaàa depois, a Lei n.o 5.527, de 8 de novem-bro de 1968, prescreveu:

    "Art. 1.0 As eategorias profissionais que até 22 de maiode 1968 faziam jus à aposentadoria de que trata o art.31 da Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960, em suaprimitiva redacâo e que foram excluídas do beneficio porforça da nova regulamentação aprovada pelo Decreton.o 63 230, de 10 de setembro de 1968, conservarão direitoa esse beneficio nas condicões de tempo de serviço e ida-de vigentes naquela data."

    Atualmente, a concessão da aposentadoria especial está dis-ciplinada pelo art. 9.° da Lei nO 5.890, de 8 de iunho de 1973e pelos arts. 'lI a 75 do Regulamento do Regime de PrevidênciaSocial, aprovado pelo Decreto n.o 72.771. de 5 de setembro de1973. Tal legislarão assegura a concessão da aposentadoría es-pecial independentemente da idarle mínima dos segurados por elaamparados.

    O mesmo não se dá, todavia, em relacão aos aue foram abran-gidos nela Lei nO 5.527 de 8 de novembro de 1968, antes referi-dos. embora se trate de l€gislação anterior.

    Ora. não mais injusto nem mais discriminatório Uma vezoonsideradas penosas, insalubres ou perigosas as atividades pro-fi&'lionais exercida.'l, a aposentadoria deve ser, necessariamente,concedida se sat,isfeitos requisitos idênticos.

    .É o que faz o presente projeto.Sala das Sessões, - Gomes do Amaral.

    LEGISLAÇliO CITADA. ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSÕES PERMANENTES

    LEI N.o 5.890, DE 8 DE JUNHO DE 1973

    Altera a le~slação de previdência social, e dá entrasprovidências.

    Art. 6.° A aposentadoria por invalidez será devida ao segu-rado que, após 12 (doze) contribuições mensais. estando ou nãoem gozo de auxilio-doença, for considerado incapaz ou insuscetívelde reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta asubsistência.

    § 1.0 A aposentadoria por invalidez, observado o disposto noartigo anterior, consistirá numa renda mensal COITcspondent,e a70% (setenta por cento) do salário de beneficio, mais 1% (um porcento) desse salário por ano completo de atividade abrangida pelaprevidÉ'ncia social ou de eontribuição recolhida nos termos doart. 9.°, da Lei n.O 3.807, de 26 de agost-o de 1960. até o máximode 30% (trinta por cento), arredondado o total obtido para a uni-dade de cruzeiro imediatamente superior.

    Art. 9.0 A aposentadoria especial será. concedida ao segura-do q.ue, contando no mínimo 5 (cinco) anos de eontribuição, te-nha trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte ecinco) anos pelo menos, conforme a atividade profissional, emserviços que, para esse efeito, forem considerados penosos, insa-lubres ou perigosos, por decreto do Poder Executivo.

    § 1.° O aposentadoria especial consistirá numa renda men-sal calculada na forma do § 1.° do art. 6.°, desta lei, aplieando-se-lhe ainda o disposto no § 3.°, do art. 10.

    § 2.° Reger-se-á pela respectiva legislação especial a apo-sentadoria dos aeronautas e a dos jornalistas profissionais.

    Art. 10. A aposentadoria por tempo de serviço será conce-dida aos trinta anos de serviço:

    I - até importância correspondente a 10 (dC2) vezes o maiorsaJário-minimo vigente no País, em valor igual a:

    a) 80% (oitenta por cento) do salário-de-benefício, ao se-gurado do sexo masculino;

    b) 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, ao segura-do do sexo feminino;

    § 3.° A aposentadoria por tempo de serviço será devida:I - a partir da data do desligamento do emprego ou da

    cessação da atividade, quando requerida até 180 (cento e citen-ta! dias após o desligamento;

    II - a partir da data da entrada do requerimento, qUlUldosolicitada após decorrido o prazo estipulaào no item lUlterior.

    ... ,. .REGULAMENTO DO REGIME DE PREVID"tNCIA SOCIAL

    INSTITUíDO PEI,A LEI N.O 3.80'7/66

    Aprovado peIo Deereto n.O 72.7'71, de 6 de setembNde 19'73.

    TiTULO liPrestações

    OAPiTULOUI

    Concessão d~ Benefícios

    SEÇAO UI

    Aposentadorias

    SUBSEÇAO IVAposentadoria Especial

    Art. 71. A aposentadoria especial será concedida ao seguradoque contando no mínimo 60 (sessenta) contribuições mensais, te-nha trabalhado em atividades profissionais penosas, insalubres ouperigosas, na forma das condições abaixo:

    r - que a atividade conste dos Quadros que aeompanham esteR.egulamento, como .Anexos I e II; mínimo, de 15 (quinze), 2~ (vin-te) ou 25 (vinte e cinco) anos.

    § 1.0 Considera-se tempo de trabalhO, para os efeitos desteartigo, o periodo ou períodos correspondentes a trabalho perma-nente e habItualmente prestado em atividades constantes dosQuadros a que se refere este artigo, computados, também, osperíodos em que o segurado tenha estado em gozo de benefíciopor ineapacidade decorrente do exercicio daquelas atividades.

    § 2.° Quando o segurado houver trabalhado sucessivamenteem duas ou maís atividades penosas, insalubres 011 perigosas, semter completado em qualquer delas o prazo minimo que lhe cor-responda os respectivos tempos de trabalho serão somados, feitaa, respectiva conversão, quando for o caso, segundo critérios deequivalência fixados em ato do Secretário da Previdência Soeial.

    Art. 72. Se o requerente de aposentadoria especial exercermais de uma atividade remunerada eompreendidas no regime deque trata este Regulamento, deverá afastar-se ou desligar-se, con-comitantemente, de todas elas, para. fazer jus ao beneficio.

    Art. 73. A inclusão ou exclusão de atividades profissionaisnos Quadros anexos a este Regulamento far-se-á por decreto doPoder Executivo.

    Parágrafo único. As dúvidas no enqllaàramento das ativi-dades, para efeito do disposto nesta Subseção, serão resolvidas pe-lo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do 'l'rabalhó.

    Art. 74. A aposentadoria especial consistirá numa renda men-sal calculada na forma da Seção li deste Capitulo.

  • Outubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Sábado 9 l018S

    Art. 75. A dàta de início da aposentadoria especial sera fixa-da nos termos do art. 65. .

    PROJETO DE LEI N.o 2 991, DE 1976(Do Sr. Léo Simões)

    Determina que reverterão para a Campanha Nacionalde Alimentação Escolar - CNAE - os montantes dos prê-mios das Loterias Federal e Esportiva e de outras quevierem a ser criadas, não reclamados no prazo legal, C'-dáoutras providências.

    (As Comissões de Constituição e Justiça, de Educaçãoe Cultura e de Finanças.)

    O Congresso Nacional dec:reta:Art. 1.0 Serão incorporados, como suprimentos especIaIs, ao

    orqamento da Campanha Nacional de Ahmentação EscolarCNAE, do Ministério da Educação e Cultura, os montantes dospremios das Loterias Federal e Esportiva, e outras que vierema ser criadas, não reclamados no prazo legal.

    § 1.0 Caberá à CNAE, do Ministério' da Educação e Cultura,coordenar, supervisionar, avaliar, arrecadar e aplicar nos seusprogramas específicos de alimentação suplementar os recursosprovenientes desta leI.

    § 2.° A aplicação das verbas obtidas através desta nova siste-mática legal obedecerá aos pressupostos básicos do Programa daCNAE, centralizando a aquisição de industrializados edescentra-lizando a de géneros in natura, de acordo com a origem do mon-tan te especial recebido.

    § 3.° Na forma do parágrafo anterior a CNAE proporcionaráaos Estados a reversão de 2/3 (dois terços) dos recursos dos prê-mios não reclamados, como incentivo a produção local.

    Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publlcacão,revogadas as disposições em contrário.

    .1llStificaçáoO Brasil tem um dos maiores índices de mortalidade infantil.

    Além de não termos saneamento básico e assistência médica namailoria dos quase 4 mil municipios, a expectativa de vida e amortalidade são diretamente proporcionais ao desenvolvimentoeconômico de cada Estado. Assim, no Rio Grande do Norte amédia de vida é de 36,4 anos (com 216,3 mortes antes de um ano,por mil nascidos vivos) e no Rio Grande do Sul é de 61,8 anos(com 77,3 mortes por mil nascidos vivos).

    O Chefe do Centro Brasileiro de Estudos Demográficos doIBGE, Professor João Lyra Madeira, apresentou um quadro da mor-talidade no Brasil no qual o Nordeste está na classificação alta emuito alta, ameaçándo 40,72% da população brasileira, ou 37milhões e 900 mil pessoas.

    Mas não é somente nas zonas depressivas do País que a morta-lldade, principalmente a infantil, está acusando aumento alarman-te de seus indices. Em São Paulo a mortalidade infantil recrudesceunos últimos dez anos, registrando uma curva ascendente inquie-,tadora.

    'I!lstas foram as principais questõcs debatidas pelos 70 cicntistassociais brasileiros que se reuniram durante três dias, em junhopróximo passado, para o Simpósio sobre Progresso da PesquisaDemográfica no Brasil, patrocinado pela Fundação Ford, no Hotel8heraton. Não houve soluçõcs finais, mas fit~ou a certeza de queos debates contribuirão para melhorar o ní'l'el das pesquisas noPaís.

    É do conhecimento público que grandes pa1'1lelas de brasileirossão subtraidos à Educação por carência alimentar; outras "lêemna ida 11 escola um meio de escapar a falta de alimentação, reco-nhecendo a própria CNAE que a merenda escolar é a grande atra-ção para muitos escolares que não possuem recursos para aalimentação mínima.

    Cientistas já provaram que a desnutrição causa lesõcs irrever-síveis nos cérebros das crianças, e que o rendimento escolar e aprodutividade na idade adulta - se conseguirem ultrapassar essafaixa - são muito deficientes quando falta a quota mínima indis-pensável de calorias e proteínas para o bom desenvolvimento eassimilação dos desafios da sobrevivência., Enfim, o problema da aliment~ção é dramático e reconhecidopelo próprio governo, que vem buscando soluções nos diversosprogramas postos em prática, tais como o PRONAM e outros.

    Mas, como sempre, a insuficiência de recursos, dado o vultodo problema, é que impede resultados mais produtivos' e a prazosmenos longos.

    O Ministério da Educação tem dedicado especiàl atenção àCampanha Nacional de Alimentação Escolar - CNAE, que vísa

    a aperfeiçoar a merenda escolar, através do maIor fornecimentoqualitativo e quantitativo, capaz de atender, pelo menos, 15% dasnecessidades minimas diárias do escolar (o que ainda é muitopouco).

    Centralizando a aquisição de industrializados e descentrali-zando a de gêneros in natura, a CNAE propleia a reversão de 213dos recursos aos Estados e Municipios, como incentivo à produçãolocal. Em 1975 foram distribuídas 1.162.434. 312 refeições, havendoum aumento de 13,6% em relação a 1974. E o valor de recursosaplicados no ano passado foi da ordem de Cr$ 776.550.735.00, con-tra um aumento de 31% em relação ao ano anterior.

    Ê um esforço ponderável, reconhecemos, mas, dada a drama-ticidade do problema, que se situa, sem eufemismos, nos limitesda fome e' da inanição, julgamos que esse programa deva serintensamente apoiado e reforçado com todos os recursos disponiveis.

    Ê mais um apoio que não deve ser desprezado, mormente seatentarmos, segundo dado setorial que obtivemos, que somente em1975 os prêmios não reclamados na Loteria Esportiva ascenderamao montante de dois bilhões e oitocentos mil cruzeíros.

    Que melhor destinação se poderia dar a esse dinheiro do queempregando-o na aquisição de alimentos para escolares?

    Cremos que esta pergunta ficará sempre sem resposta.Devidamente justificado o nosso projeto de lei, e pelas suas

    altas conotações sociais e humanas, que abingirão inclusive onível da Saúde Pública e da Educação - setores prioritários enevrálgicos - não temos dúvida de sua aprovação.

    Sala das Sessões, 28 de setembro de 1976. -- Léo Simões.

    LEGISLAÇAO CITADA. ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSàES PERMANENTES

    DECRETO-LEI N.o 594, DE 27 DE MAIO DE 1969Institui a Loteria Esportiva Federal, e dá outras pro-

    vidências.O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe

    eonfere o § 1.0 do art. 2.° do Ato Institucional n.o 5, de 13 eledezembro de 1968, decreta:

    Art. 3.0 A renda líquida obtida com a exploração da LoteriaEsportiva Federal será, obrigatoriamente, destinada a aplicaçõesde caráter assistencial, educacional e aprimoramento físico, e serádistribuída de acordo com programação expedida pelo Poder Exe-cutivo, observadas as seguintes. taxas:

    a) 40% (quarenta por cento) para programas de assistência àfamília, à infância e à adolescência, a cargo da Legião Brasileirade Assistência;

    b) 30% (trinta por centQ) para programas de educação físicae atividades esportivas;

    e) 30% (trinta por cento) para programsls de alfabetização.........................................; , .

    DECRETO N.O·66.1l8, DE 26 DE JANEIRO DE 1976Regulamento o disposto no Decreto-Lei n.O 594, de :!'7

    de maio de 1969, que instituiu a Loterill Esportiva Federal.O Presidente da República, usando da atribuição que lhe con-

    fere o art. 81, item lII, da Constituição, decreta:

    Art. 12. O direito ao recebimento dos prl~mios prescreve em90 (noventa) dias, a contar da data da proclamação do resultado.

    Parágrafo único. Os prêmios prescritos incorporam-se aomontante de renda líquida a ser apurada semestralmente e desti-nada às aplicações previstas no art. 3.°, do Decreto-Lei n.O 594,de 2'1 de DUJ.io de 1009.

    PRO.JETO DE LEI N.o 2.992, DE 19'76(Do Sr. Lincoln Grillo)

    Remunera e aerescenta p.arágrafo a>D art. 521 da ConSO"lidação das Leis do Trabalho.

    (As Comissões de Constituição e J'ustiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.)

    O Congresso Nacional Decreta:Art. 1.0 No art. 521, do Consolidação das Leis do Tmbalho,

    remunere-se para 1.0 o parágrafo único existente e acrescentem-semais os seguintes §§ 2.° e 3.°:

    "Art. 521 , .§ 1.° ••••••••••••.•• , '"

  • ]0186 Sábado' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1976

    § 2.0 Além da gratifkação referida no parágrafo anterior,a Assembléia Geral poderá arbitrar uma ajuda de custo devalor mensal nunca superior a cinco vezes o salário mÍ-nimo local e de custo anual que não ultrapasse 5%

  • Olldubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 9 10181

    -==========================~=====

    Não bastassem esses motivos de ordem prática, pesa, ainda,sobre esse dispositivo do FGTS o preceito constitucional que vedatoela e qualquer forme. de discriminação: -

    "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de se:x:o, raça,trabàlho, credo religioso e convicçÕflS políticas." (C.F., art.153, § 1.°).

    A discirminação, portanto, no que diz respeito ao saque porpll.rte da empregada que se casa, como dispõe o FGTS é tratada pordisposição anterior, de forma genérica, e que, no ordenamento dasleis se sobrepõe ao texto legal ordinário por emanar de um prin-cípio constitucional.

    Não podendo, portanto, haver discriminação entre sexos, °quevale dizer, distinção, exclusão ou preferência, acreditamos nãohaver dificuldades em acatar a proposiçlto que ora oferecemos para1nodifJ.car a lei, por tratar-se de uma medida de justiça.

    Sala das Sessões, 29 de setembro de 1976. ~ Pacheco Chaves.

    LJtGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELO AUTOR.

    LEI N.o 5.107, DE 13 DE SETEMBRO DE 1966Cria o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá

    outras providências.

    Art. 8.° O empregado poderá utilizar a conta vinculada, nasseglll.ntes condições, conforme se disp~ser em regulamento:

    I - No caso de rescisão sem justa êausa, pela empresa, com-prclvada pelo depósito a que se refere o art. 6.°, ou por declaraçãoda empresa, ou reconhecida pela Justiça do Trabalho,.no de rescisãocom justa causa, pelo empregado, nos termos do art. 483, da CLT,e !lOS casos de cessacão de atividade da empresa, de término decontrato de trabalho' de tempo estipulado, ou de aposentadoriaeonced1da pela previdência social, a conta poderá ser livrementemovimentada..

    II - No caso de rescisão, pelo empregado, sem justa causa,oU pela empresa com justa causa, a conta poderá ser utiligada,parcial ou totalmente, com a assistência do Bindicato da categoriado empregado, ou na falts, deste com a do representante do MinIs-tério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) nas seguintes situa-ções, devidamente comprovadas:

    a) aplicação do capItal em atividade comercial, industrial ouagropecuária, em que se haja estabelecido individualmente ou emsociedade;

    b) aquisição de moradia. próprIa nos termos do art. 10 desta lei.c) nece~sidade grave e premente pessqal ou familiar;d) aquisição de equipamento destinado a atividade de natu-

    reZll autônoma;e) por motivo de casamento do empregado do sexo feminino.'IU - Durante a vigência do contrato de trabalho, ll. conta

    somente poderá ser utilizada na oeorrência das hipóteses previstasnas letras "li" e "c" do item H deste artigo. ,•••••••••••••••••••••••••••• 0.0 ..

    PROJETO DE J,EI N.O 2.994, UE 1976(Do Sr. Gomes do Amaral)

    Altera a redação do § 2.° do art. 67 da Lei Orgânicada Previdência Social, e dá outra... providências.

    (Anexe-se ao Projeto de Lei n.o 888, de 1975, nostermos do art. 71 do Re!pmento Interno.)

    O COngresso Nacional decreta:Art. 1.0 Passa a vigorar com a seguinte redação o § 2.° do

    art, 67 da Lei Orgânica da Previdência Social:"§ 2." Serão os índices de reajustamento os mesmos dapolítica salarial, considerado como mês básico o de vigên-cia do novo 'salário minimo, adotando, entretanto, ° per~centual de aumento deste, quando superior."

    Art. 2." 'Serão 08 encargos deoorrentes desta lei atendidoscom os recurl!Q.\'l de que trata o Capitulo I, do Titulo IV, da LeiD.o 3.807, de 26 de agosto de 1960.

    Art. 3.° Entrará esta Lei em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

    J usJ;ificação

    Atualmente, o reajlwtamento dos beneficios conoedidos peloInsUtuto Nu.cional de Previdência Social é regulado peloll seguintesdispositivos da Lei n.a 3,807, de 26 de agosto de 1960:

    "Art. 67. Os valores dos beneficios em manutenção serãoreajustados sempre que for alterado o salário minimo.

    § 1.'" O reajustamento de que trata este artigo será devi-do a partir da data em que entrar em vig'Or o novo saláriomínimo, arredondado o total obtido para li. unidade decruzeiro imediatamente superior.§ 2'

  • 10188 Sábado 9 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Outubro de 1976

    retribnição a ele devida até o limite de seu salário de contribuição,de acordo com as normas previstas no item I deste artigo.

    S 2.° Caso a remuneração paga seja superior ao valor do sa-lário de 'lontribuição, fica a empresa obrigada a recolher aoInstituto Nacional de Previdência Social a contribuição de 8%(oito por cento) sobre a diferença entre aqueles dois valores.

    § 3.° Na hipótese ~e prestaçãD de serviços de trabalhadorautônomo a uma só empresa, mais de uma vez, durante o mesmomês, correspondendo assim a várias faturas ou recibos, deveráa empresa entregar ao segurado apenas o valor correspondentea 8% (oito por cento) do seu salário de coptribuição, uma só vez.A contribuição de 8% (oito por 'lento) correspondente ao excessoserá recolhida integralmente ao Instituto Nacional de PrevidênciaSúcial pela empresa.

    § 4.° Sobre o valor da remuneração de que tratam os pará-grafos anteriores não será devida nenhuma outra das contribui-ções arrecadadas pelo Instituto Nacional de Previdência Social.

    § 5.° Equipara-se a empresa, para fim de Previdência Social,o trabalhador autônomo que remunerar serviços a ele prestadospor outro trabalhador autônomo, bem como a cooperativa de tra-balho e a sociedade 'livil, de direito ou de fato, prestadora deserviços.

    PROJETO DE LEI N.o 2.995, DE 1976(Do Sr. Mac Dowell Leite de Castro)

    Regula o exercício da profissão de Guarda de Segu-rança e dá outras providências.

    (As Comissõcs de Constituição e Justiça, de SegurançaNacional e de Trral, que possui Delegacias Regionais em todos os Estados, e estáaltamente capacitado para esse tipo de recrutamento.

    O art. 4.0 estabelece a obrigatoriedade de estágio probatórioremunerado, sob a supervisão de autoridades policiais, que será deinegável valia para a formação adequada de quem vai dedicar-sea esse tipo de serviço.

    Permite-se aos guardas de segurança o uso de arma de fogo,sem a qual não poderão lutar, com eficiência, em defesa da vida edo patrimônio alheios. Mas o porte de arma deverá ser concedidopelas autoridades policiais. após observada a legislação vigente,isto é, as condições e requisitos estabelecidos para essa concessão.

    Pela natureza do serviço que vão prestar os guardas de segu-rança, às vezes com o risco da própria vida, não seria demais con-ferir-lhes o beneficio da prisão especial. quando da prática de qual-quer delito penal, desde que no exercício da profissão. Aliás, essebenefício a lei o concede a todos os que exercem atividade policial,IWS que são portadores de diploma de Curso Superior, bem como aoutras categorias profissionais.

    Por outro lado, também se estabelece o agravamento da pena,quando o crime for praticado por guarda de segurança, fora doexercício da profissão.

    A remuneração do guarda de segurança deve ser fixada con-dignamente, dai porque determina o projeto de lei que não poderáser inferior a três vezes o maior salário mínimo vigente no País.

    Confiante na atuação politica dos eminentes Pares, contamos(:om a valiosa colaboração de cada qual, no aperfeiçoamento dopresente projeto de lei que, por certo. irá. merecer a devida acolhi-da por parte não só da Câmara dos Depntados, como tambêm doSenado Federal.

    Sala das Sessões, 28 de setembro de 1976. - Mac DowelI J.eitede Castro.

    PROJETO DE LEI N.o 2.996, DE 1976IDo Sr. José Ribamar Machado)

    Estabelece obrigatoriedade a concurso de projetos ar-quitetônicos e urbanísticos para construção de edifícios pú-blicos, cidades novas e conjuntos habitacionais.

    IAs Comissões de Constituição e Justiça, de ServiçoPÚblieo e de Fnanças.)

    O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° As construções de edifícios públicos bem assim a im-

    plantação de cidades novas e conjuntos babitacionais, patrocina-dos por quaisquer órgãos públicos federais, deverão ser precedidosde Concursos Públicos. com a participação específica de profissio-nais legalme-nte habilítados, registrados nos Conselhos de Enge-nharia e Arquitetura, observadas as peculiaridades de especializa-ção, a que se refere a Lei 11.° 5.194, de 24 de dezembro de 1966.

    Art. 2.° Quaisquer projetos patrocinados por órgãos governa-mentais para construção de edificios públicos, para implantaçãode cidades ou de novas áreas urbanas, cidade autônoma ou con-junto habitacional, decorrentes ou conseqüentes de transferênciasde sedes de municipios, para atender a novas implantações pio-neiras, com CRusa em obras públicas essenciais ao desenvolvimen-to regional ou nacional, por inadequação de localização, ou porconveniência económico-social, ou sanitária, ievará o Ministério aque o assunto estiver subordinado, vinculado ou dependente, daadministração dil'da ou indireta, ou de outra situação jurídica,quer se traie de Empresa Públicas, Fundações, Empresas Mistas,ficam sujeitas a abertura de Concursos Públicos de AnteprOJetos,

  • O'lItubl'O de 1976 DJARJO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Sábado 9 18189

    Projetos Arquitetônicos e Urbanísticos, aplicando-se, no que cou-ber, as disposições do Decreto-Lei n.o 200, de 25 de fevereiro de1!}67, principalmente as referidas nos arts. 125 a 144.

    Art. 3.0 Os Conselhos Profissionllis, juntamente com os SindI-catos, Associações, Institutos, Clubes, ou entidades congêneres deArquitetos, Engenheir9s, Agrônomos, se ar~icularão parll manteros Ministérios, através de suas Secretarias Gerais, permanente-mel?-te atualizados, com elementos constantes de relações de pro-fissIOnais, periodicamente revista.s, de forma a permitir a inscri-ção imediata em Concursos de Projetos Arquitetônicos e Urbanís-tÍC'.oIl.

    Art. 4.0 As Comissões de Concursos de projetos, anteprojetos edemais elementos técnicos e artisticos, incumbidas da avaliação deelement,os para a eseolha de projetos arquitet!nicos ou de proje-tOil urbanísticos, que, obrigatoriamente, farão laudos e relatóriose.ll~mentos para a escolha de projetos arquitetônicoo ou de proje-jet.os, ser&o cscolhidos e terão composição integrada de peritos pro-fissionais registrados nos Conselhos Profissionais,

    Parágrafo único. As Comissões de Concursos Públicos de an-'tellrojetos e projetos arquitetônicos e urbanísticos deverão sercompostas, no mínimo, de dois terços (2/3) pe profissionais nas es-pecialidades das peculillridades dos projetOs objeto de cada con-cu:cso, quer se trate de projetos arquitetônicos, quer de projetos ur-banísticos, ou de conjuntos habitacionais vinculados ao Banco Na-cional da Habitação

    Art. 5.0 As tabelas de honorários de projetos pilotos, arqui-tetõnicos, urbanísticos, conjuntos habitacionais bem como o deta-lhamento desses projetos, serão aprovados pelo Conselho Federalde Engenharia, Arquitetura e Agronomia, inclusive projetos rurais,a que se refere a Lei n.o 5.194, de 24 de dezembro de 1966.

    Parágrafó único. Os projetos, esboços, e obras plásticas con-cernentes à geografia, topografia, engenhaJ'ia, arquitetura, ceno-grafia c ciência, serão registrados no Conselho Federal deEngenharia, Arquitetura e Agronomia, para os fins de direito auto-ral a que se refere o art. 6.0, da Lei n.o 5.988, de 14 de de7.embrode 1973.

    Art. 6.D OS órgãos oficiais referidos nesta Lei que pos.suíremquadros próprios de pessoal, com profissionais a que se refere aLei n.o 5.194, de 24 de dezembro de 1966, incumbirão seus servidoresou empregados da organização para feitura de projetos au ante-projetos arquitetônicos, urbanísticos, conjuntos habitacionais, in-clusive detalhamentos técnicos, especificações e orçamentos, fi-cando vedada qualquer contratação.

    Parágrafo único. Ficam incluídos na disposição deste artigoas reformas, adaptações, reconstrução, reconstituiçâode bensimóveis e móveis, inscritos nos Livros do Tombo do Instituto doPatrimônio Histórico e Artistico Nacional, do Ministério da Educa-ção e Cultura, definidos pclo Decreto-Lei n." 25, de 1937, e legis-laçáo pertinente.

    Art. 7.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições 8lIl contrário.

    JustíficaçioOs profissionais de Arquitetura e Urbanismo, além de enge-

    nh{liros - nas suas diversas especialidades -- agrônomos, esperama democratização de oportunidades para suas criatividades, con-correndo nos Concursos Públicos de Projetos Arquitetõnicos e deProjetos Urbanísticos, Projetos de Engenharia, Projetos Rurais,que há muito não se realizam embora tenha o poder público, emtodos os nIveis, realizações numerosas.

    Pcla estatística do Conselho Federal de Engenharia, Arquite-tura e Agronomia - CONFEA - a que se refere a Lei n.o 5.194, deIMO, estão registradoa nos Conselhos Regionais mais de cento edez mil profissionais, na.s profissões de tituladas e auxiliares.

    fi. observância do direito autoral de conformidade com a Lein,o 5.988, de 1973, é essencial à vivência condigna desses prófissio-nais, cuja criatividade intelectual deve ser respeitada e controladapelo CONFEA.

    O Estado do Maranhão está convocando profissionais para oanteprojeto urbanistico e arquitetõnico do centro Administrativo,que programou edificar no platô do Tirírical, na Ilha de São Luísdo Ma,anhào, eonforme Edital publicado no Correio Brasiliense de18 de setembro de 1976, com a seguinte redação:

    "Governo do Estado do Maranhão - Secretaria de Viaçãoe Obras Públicas - Centro Administrativo do Maranhão -Concorrência Pública n.o 01176 - Edital n.O 16/76 - Acha-se aberta concorrência pública para elaboração dos ante-projetos, projetos, especificações, ol'çamentos e demaiselementos necessários para a construção do Centro Admi-nistrativo do Maranhão, nos termos dlJ Decreto-Lei númcro200, de 25 de fevereiro de 1967, Decreto n,o 73.140, de 9" denovembro de 1973 e Lei delegada n,o 17 de 7 de maio de1969, da qual poderão participar firmas brasileiras de enge-nharia de consultoria. As firmas inter,:ssadas poderão obter

    cópia do Edital bem como adquirir outros elementos, infor··mações e esclarecimentos sobre a concorrência, na Becre··taria de Viação e Obras Públicas, à Rua da Estrela n.O 427.em São Luís - Maranhão. Os envelopes contendo do··cumentação e proposta_ serão recebidos no mesmo local,no dia 18 de outubro de 1976, làs 15 (quinzc) horas. SãoLuís-MA., 14 de setembro de 1976 -- José Anteniense da.Silva Libério - Secretário de Viação e Obras Públicas."

    Nos últimos tempos não têm sido abertos Concursos de Pro-ojetos Arquitetônicos e Urbanísticos ou de conjuntos Habitacionais,salvo rarissimas excessões, embora tenha havido construções de'monumentais edifícios públicos, de urbaniza',ão nova, de cidadestransferidas para outros locais, em decorrêmüa de obras públicascomo' diversas grandes barragens.

    A escolha individual de profissionais para projetos de grandeenvergadura, com earacteristicas complexas e monumentais, retiraa possibilidade de formação de equipes de profissionais da Enge-nharia, da Arquitetura e do ul'banismo, dos mais jovens ou dosmais experimentados na profissão.

    Houve há alguns decêndios concursos de projetos para o Edifi-cio-sede do antigo Ministério da Educação e Saúde (hoje Palácioda Cultura), no Rio de Janeiro; para o edifício-sede da CaixaEconômica Federal, também no Rio de Janeiro, para o Estádiodo Maracanã; e alguns outros, com magnificos resultados para asartes plásticas.

    A Cidade Universitária do Rio de Janeiro (em construção nailha do Fundão, Rio), teve concurso de Projetos, de Urbanismoe de Arquitetura, na década quarenta, quando Ministro da Educaçãoo atual Senador Gustavo Capanema.

    Essas iniciativas oficiais estimularam novos profissionais daArquitetura, do Urbanismo e da Engenhalia, principalmente o Pro-jeto Urbanistico para a Nova Capital do BrasU, Brasília, aberto em1956, há vinte anos, portanto, ao qual concorreram mais de duasdezenas de profissionais, individualmente ou em equipes, o queestimulou a criatividade dos novos, envolvendo os estudantes dearquitetura, de engenharia e de urbanismo de então.

    Nas cidades que estão sendo programadas ou anunciadas peloPoder Público, eomo a da nova cidade de Marabá (Pará) que deveráser transplantada para outro sitio; Tubarão (Santa Catarina); ascidades novas que em conseqüência da Barragem de Sobradinho,no rio São Francisco, como as qlle surgirão, também. por motivo daBarragem -de Tueurui, de Haipu; das barragens ao longo do rioTocantins e outras, e muitas e muitas outras, com localizaçãoantiga, hoje inadequada, por fatores os mais diversos, oferecerãoesses novos projetos urbanísticos e arquitetônicos oportunidades aosprofissionais, em Concursos Públicos, quer II.rquitetônicos, querUrbanístiCOS para criatividades originais.

    Ningllém melhor para valorizar as recongtruções, as adapta-ções de bens do patrimônio histórico e artístico do que os profissio-nais dos quadros dos órgãos específicos, mantidos pelo poderpúblico.

    A reformulacão de Campus Universitários, nas dezenas deUniversidades oficiais. os diversos prédios públicos a serem edifi-cados em Brasília, as sedes regionais da Caixa Econômica Federalnos diferentes pontos do Pais, do Banco do Brasil, do Banco Central,das Empresas Públicas, Fundações e demais Sociedades de Eco-nomia Mista, aqui e acolá, além de outros órgãos ou entidadespúblicas, para citar apenas alguns dentre algUmas centenas, estáa merecer do poder público aberturas de Concursos de ProjetosArquitetônicos e Urbanísticos, Concursos esses que já eram tradi-cionais no passado.

    Urge retomar a tradição interrompida, como procedimentoadministrativo que permitirá criatividades pelas novas geraçõesde Arquitetos, Urbanistas e Engenheiros, estimulando o espiritoinventIvo, motivando profissionais para novas belezas.

    Os pontos marcantes da civilização estão na-s cidades, nos seusedifícios públicos, principalmente. Os milhares de Arquitetos, deUrbanistas, de Engenheiros, aguardam democratização de oportu-nidades para as suas criatividades potenciais.

    "As cidades desempenham, por outro lado, um papel decisivona evolução dos povos, porque é nelas que se elaboram as doutrinas,as ideologias e os sistemas quc inspiram as grandes transformaçõessociais. O aparecimento das cidades intl'Oduziul profundas modiH-caçoes na vida da humanidade."

    Numerosos conjuntos habitacionais têm sido construídos comrecursos oficiais, principalmente através dns agentes financeirosdo Banco Nacional da Habitação, sem que tenha havido concursosde projetos. Parece de toda conveniência que todo conjunto decasas residenciais, cóm mais de cinqüenta unidades autônomas,ou prédios em condomínios em número superior a dez, devemficar subordinados aos concursos de projetos, clesde que custeadospelo Banco Nacional da Habitação. São conjunto's com módulosrigidamente uniformes, com monotonia visual. Os concursos de

  • 10198 Sábado 9 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'76

    projetos poderiam oferecer variação nos módulos, sem aumentode preço, em comparação com a improvisação atual.

    A Mitra Diocesana de Ponta Grossa, no Estado do Paraná,oferece-nos, como o Estado do Maranhão, exemplo de democrati-zação de oportunidades aos Arquitetos, Engenheiros e Urbanistas,quando abre concurso de anteprojeto arquitetônicos para a Cate-dral daquela progressista cidade paranaense, conforme Edital pu-blicado no jornal O Estado de S. Paulo, de 18 de setembro de 1976:

    "Concurso de Anteprojetos Arquitetônicos - Catedral dePonta Grossa - PRo Edital _. A Mitra Diocesana de PontaGrossa, Estado do Paraná, leva ao conhecimento dos inte-ressados que receberá até o dia 31 de dezembro do correnteano, em sua sede, à Praça Marechal Floriano Peixoto, 531_ Caixa Postal n.o 394, trabalhos de habilitação sobre pro-jetos arquitetônicos para a construção da nova Catedral dePonta Grossa, da acordo com as especificações constant.esdo Edital discriminado, que se encontra à disposição noendereço acima Ponta Grossa, 26 de agosto de 1976. la) Pe.Sílvio Mocelin ~. Vigário da Catedral."

    l1l estimulador esse Edital de Concurso para a escolha deprojeto arquitetônico da Catedral de Ponta Grossa, como o doCentro Administrativo do Estado do Maranhão, a ser edificado naIlha de Sáo Luís, no platô do Tirirical.

    Trata-se de retomada de valorização das artes plásticas quetem na arquitetura - sem desmerecer a pintura e a escultura -seu ponto alto. Aliás, nos últimos tempos, renova-se a int.erligaçãoda pintura e da escultura nos edificios públicos, cujo exemplomaior é o do Palácio da Cultura, no Rio de Janeiro, com esculturase pinturas de diversos artistas, notadamente dos afrescos de Cân-dido Portinari.

    Este Projeto de Lei receberá, por certo acolhida plena, naCâmara dos-Dcplllados, sempre atenta aos grandes temas nacionais.

    Sala das Sessões, em 29 de setembro de 1976. - José RibamarMachado.

    LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAQ;WDAS COMISSõES PERMANENTES

    LEI N.o 5.194, DE 24 DE DEZEMBRO DE 1966 r1)Regula o exercício das profis..~ões, de Engenheiro, Ar-

    quiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências.O Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional decret,a e eu sanciono

    a seguinte Lei:O Cungresso Nacional decreta:

    TíTULO IDo Exercicio Prolissional da Engenharia, da Arquitetura e

    da AgronomiaCAPíTULO I

    Das Atividades ProfissionaisSEÇÃO I

    Caracterização e Exercício das ProfissõesArt. 1.0 As profissões de engenhí.'iro, arquiteto e engenheiro-

    agrônomo são caracterizadas pelas realizações de interesse sociale humano que importem na realização dos seguintes empreendi-mentos:

    a) aproveitamento e utilização de recursos naturais;b) meios de iocomoção e comunicações;c) edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e re-

    gionais nos seus aspectos técnicos e artisticos:d) instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de

    água e extensões terrestres;e) desenvolvimento industrial e agropecuário.Art. 2.° O exercício, no Pais, da profissão de engenheiro, ar-

    quiteto ou engenheiro-agrônomo, observadas as condições de ca-pacidade e demais exigências legais, é assegurado:

    a) aos que possuam, devidamente registrado, diploma de fa-culdade ou escola superior de engenharia, arquitetura ou agrono-mia, oficiais ou reconhecidas, existentes no Pais;

    b) aos que possuam, devidamente revalidado e registrado noPais, diploma de faculdade ou escola estrangeira de ensino supe-rior de engenharia, arquitetura ou agronomia, bem como os quetenham esse exercício amparado por convênios internacionais deintercâmbio;

    c) aos estrangeiros contratados que, a critério dos ConselhosFederal e Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, con-sidera,dos a escassez de profissionais de determinada especialidadee o interesse nacional, tenham seus titulos registrados tempora-riamente.

    Parágrafo único. O exercício das atividades de engenheiro,arquiteto e engenheiro-agrônomo é garantido, obedecidos os limi-tes das respectivas licenças e excluídas as expedidas, a titulo pre-cário, até a publicação desta Lei, aos que, nesta data, estejam re-gistrados nos Conselhos Regionais.

    SEÇAO IIDo Uso do Título Prl>fissional

    Art. 3.° São reservadas exclusivamente aos profissionais refe-ridos nesta Lei as denominações de engenheiro, arquiteto ou enge-nheiro-agrônomo. acrescidas, obrigatoriamente, das característicasde sua formação básica.

    Parágrafo único. As qualiticações de que trata este artigo po-derão ser acompanhadas de designações outras referentes a cursosde especialização, aperfeiçoamento e pós-graduação.

    Art. 4.° As qualificações de engenheiro, arquiteto ou enge-nheiro-agrônomo só podem ser acrescidas à denominação de pes-soa juridica composta exclusivamente de profissionais que pos-suam tais titulos.

    Art. 5.° Só poderão ter em sua denominação as palavras en-genharia, arquitetura ou agronomia a firma comercial ou indus-trial cuja diretoria for composta, em sua maioria, de profissionaisregistrados nos Conselhos Regionais. -

    SEÇAO IIIDl> Exercício I.egal da ProlissáD

    Art. 6.°, Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro, arqui-teto Oll engenheiro-agrônomo:

    a) a pessoa fisica ou jurídica que realizar atos ou prestar ser-viGos púbiíco ou privado reservados aos profissionais de que trata.esta lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais;

    b) o profissional que se incumbir de atividades estranhas àsatribuições discriminadas em seu registro;

    e) o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas,organizações ou empresas exeeutoras de obras e serviÇOS sem suareal participação nos trabalhos delas;

    d) o profissional que, suspenso de seu exercício, continue ematividade;

    • e) a firma, organizaGão ou sociedade que, na qualidade depessoa juridica, exercer atribuições reservadas aos profissionais daengenharia, da arquitetura e da agronomia, com infringência dodisposto no parágrafo único do art. 8.° de