cm entrevista/ mariana ribas a aposta do …...da série “os carcereiros”, sucesso na tv aberta...

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Rio de Janeiro, 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019 www.jornalcorreiodamanha.com.br Presidente: Cláudio Magnavita Ano CXVIII Nº 23.448 R$ 4,00 Fundador: Edmundo Bittencourt Fundado em 15 de junho de 1901 A aposta do PSDB para a Prefeitura Ambev, quem diria, teme concorrência Gigante das cervejas troca de comando para reagir ao avanço das rivais no mercado Página 7 Pré-candidata do PSDB à Prefeitura do Rio em 2020, a carioca (e flamen- guista) Mariana Ribas acredita que vai driblar a polarização política na cidade - que deve ficar entre Marce- lo Crivella e Marcelo Freixo. Com larga experiência no serviço público, ela se candidatou por acreditar que falta gestão na administração. Nes- ta edição, o CORREIO DA MA- NHÃ inicia série de entrevistas com pré-candidatos a prefeito. Página 5 e Editorial - Página 2 CM Mariana Ribas: pré-candidata do PSDB acredita que pode trabalhar muito bem com a atual equipe disponível na Prefeitura do Rio Para provocar ciúmes na ‘nonna’ As liberdades autorais de Marçal Aquino Escritor e jornalista, Marçal Aquino vem se destacando como roteirista de televisão e cinema. Seu trabalho mais recente é versão cinematográfica da série “Os carcereiros”, sucesso na TV aberta e nas plataformas de streaming. Em entrevista ao CORREIO DA MANHÃ, ele fala sobre a reali- zação de se expressar livremente em outras mídias, apesar de seu amor declarado ao exercício à literatura. Encenado a céu aberto na Casa da Glória, “Entre cinzas, ossos e elefantes” surpreende o público com sua mescla de elementos de teatro, dança, artes visuais e performance A artista plástica Paula Klien expõe no Centro Cultural dos Correios sua produ- ção mais recente em telas de na- quim com inspiração oriental Massas de fabricação própria são destaque na cantina italiana Saporito, do chef Fabio Lauria Página 8 Página 12 Página 1 2º CADERNO Divulgação Paula Djahjah/Divulgação Divulgação Divulgação Página 2 2º Caderno - Página 11 2º Caderno - Página 7 Página 5 2º Caderno - Página 3 Página 3 Página 3 Página 2 A festa do ano de ouro do Flamengo Um papo com Ana Botafogo Insanidades sem qualquer sigilo Histórias de Boechat em livro Serpa, o mecenas da arte e da cultura Política se faz com erros e acertos Amazônia, de pé, rende até R$ 7 tri O sentimento agora é um só: Vapo! RUY CASTRO NINA KAUFFMANN LILIANA RODRIGUEZ JÂNIO DE FREITAS ANNA RAMALHO RICARDO CRAVO ALBIN JOSÉ A. MIGUEL ARISTÓTELES DRUMMOND Página 9 Consumo de água evita a pressão baixa Planejamento é a chave para ser campeão As variações bruscas de tempera- tura são as principais causadoras da pressão baixa, sobretudo na população de terceira idade. Os especialistas advertem que, para evitar tonturas, mal-estar e até desmaios, a receita é a mais sim- ples possível: beber água para pro- mover a vasodilatação. As conquistas de Flamengo e Athletico-PR, os atuais campeões do Brasil, não se limitam às qua- tro linhas. Os dois clubes prova- ram que não basta só ter dinheiro para montar elencos competiti- vos. Usar esses recursos de forma eficaz é a lição que a temporada 2019 deixa para o futebol. Página 11 Página 4 Página 9 Carlos Monteiro O carioca Carlos Monteiro estreia, a partir desta edição, a série fotográfica “Sem palavras”, com imagens do Rio em ângulos inusitados Ao mesmo tempo em que dá calote em hospitais municipalizados, Witzel quer assumir unidades federais COLUNA MAGNAVITA - Página 3 ENTREVISTA/ MARIANA RIBAS

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Page 1: CM ENTREVISTA/ MARIANA RIBAS A aposta do …...da série “Os carcereiros”, sucesso na TV aberta e nas plataformas de streaming. Em entrevista ao CORREIO DA MANHÃ, ele fala sobre

Rio de Janeiro, 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019 www.jornalcorreiodamanha.com.br Presidente: Cláudio Magnavita Ano CXVIII Nº 23.448 R$ 4,00

Fundador:Edmundo Bittencourt

Fundado em15 de junho de 1901

A aposta do PSDB para a Prefeitura

Ambev, quem diria, teme concorrênciaGigante das cervejas troca de comando para reagir ao avanço das rivais no mercado

Página 7

Pré-candidata do PSDB à Prefeitura do Rio em 2020, a carioca (e flamen-guista) Mariana Ribas acredita que vai driblar a polarização política na cidade - que deve ficar entre Marce-lo Crivella e Marcelo Freixo. Com

larga experiência no serviço público, ela se candidatou por acreditar que falta gestão na administração. Nes-ta edição, o CORREIO DA MA-NHÃ inicia série de entrevistas com pré-candidatos a prefeito.

Página 5 e Editorial - Página 2

CM

Mariana Ribas: pré-candidata do PSDB acredita que pode trabalhar muito bem com a atual equipe disponível na Prefeitura do Rio

Para provocar ciúmes na ‘nonna’

As liberdades autorais de Marçal AquinoEscritor e jornalista, Marçal Aquino vem se destacando como roteirista de televisão e cinema. Seu trabalho mais recente é versão cinematográfica da série “Os carcereiros”, sucesso na TV aberta e nas plataformas de streaming. Em entrevista ao CORREIO DA MANHÃ, ele fala sobre a reali-zação de se expressar livremente em outras mídias, apesar de seu amor declarado ao exercício à literatura.

Encenado a céuaberto na Casa da Glória, “Entre cinzas, ossos e elefantes” surpreende o público com sua mescla de elementos de teatro, dança, artes visuaise performance

A artista plástica Paula Klien expõe no Centro Cultural dos Correios sua produ-ção mais recente em telas de na-quim com inspiração oriental Massas de fabricação própria

são destaque na cantina italiana Saporito, do chef Fabio Lauria

Página 8

Página 12Página 1

2º CADERNODivulgação Paula Djahjah/Divulgação

DivulgaçãoDivulgação

Página 2

2º Caderno - Página 11

2º Caderno - Página 7

Página 5

2º Caderno - Página 3

Página 3

Página 3

Página 2

A festa do ano de ouro do Flamengo

Um papo com Ana Botafogo

Insanidades sem qualquer sigilo

Histórias de Boechat em livro

Serpa, o mecenas da arte e da cultura

Política se faz com erros e acertos

Amazônia, de pé, rende até R$ 7 tri

O sentimento agora é um só: Vapo!

RUY CASTRO

NINA KAUFFMANN

LILIANA RODRIGUEZ

JÂNIO DE FREITAS

ANNA RAMALHO

RICARDO CRAVO ALBIN

JOSÉ A. MIGUEL

ARISTÓTELES DRUMMOND

Página 9

Consumo de água evita a pressão baixa

Planejamento é a chave para ser campeão

As variações bruscas de tempera-tura são as principais causadoras da pressão baixa, sobretudo na população de terceira idade. Os especialistas advertem que, para evitar tonturas, mal-estar e até desmaios, a receita é a mais sim-ples possível: beber água para pro-mover a vasodilatação.

As conquistas de Flamengo e Athletico-PR, os atuais campeões do Brasil, não se limitam às qua-tro linhas. Os dois clubes prova-ram que não basta só ter dinheiro para montar elencos competiti-vos. Usar esses recursos de forma eficaz é a lição que a temporada 2019 deixa para o futebol.

Página 11 Página 4 Página 9

Carlos Monteiro

O carioca Carlos Monteiro estreia, a partir desta edição, a série fotográfica “Sem palavras”, com imagens do Rio em ângulos inusitados

Ao mesmo tempo em que dá calote

em hospitais municipalizados,

Witzel quer assumir unidades federais COLUNA MAGNAVITA - Página 3

ENTR E V I S TA / M A R I A N A R I B A S

Page 2: CM ENTREVISTA/ MARIANA RIBAS A aposta do …...da série “Os carcereiros”, sucesso na TV aberta e nas plataformas de streaming. Em entrevista ao CORREIO DA MANHÃ, ele fala sobre

2 De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019

OPINIÃO

Direção Executiva: Cláudio Magnavita (Editor Chefe) Fernando Vale Nogueira (Editor Executivo) [email protected]ção: Marcelo Perillier, Pedro Sobreiro, Gustavo Barreto, Marcio Corrêa, Ive Ribeiro, Guilherme Cosenza, Affonso Nunes e César Ferreira. Estagiário: Gabriel Moses. Serviço noticioso FOLHAPRESS e Agência BrasilProjeto Gráfico e arte: Leo Delfino (Designer)[email protected]

Redação: (21) 2042 2955 | Comercial: (11) 3042 2009 whatsapp (21) 97948-0452Av. João Cabral de Mello Neto, 850 Bloco 2 Conj 520 - Rio de Janeiro - RJ CEP: 22775-057

www.jornalcorre iodamanha.com.br

Fundado em 15 de junho de 1901

Edmundo Bittencourt (1901-1929)Paulo Bittencourt (1929-1963)Niomar Moniz Sodré Bittencourt (1963-1969)

Os artigos publicados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não necessariamente refletem a opinião da direção do jornal.

Neste cenário temos um si-lencioso Eduardo Paes, à espe-ra da definição da pontaria da artilharia judicial do qual é um possível alvo.

O CORREIO DA MA-NHÃ inicia nesta edição uma conversa com os pré-candidatos na nossa redação. O primeiro de-les, ou melhor, a primeira é Ma-riana Ribas, nome escolhido pelo PSDB. Um nome novo, nunca testado nas urnas e exatamente por isso um fato novo. Há uma aposta no surgimento de uma terceira via e cresce o movimento que defende um segundo turno com três candidatos, evitando esta polarização contumaz. Um dos defensores da tese é o vetera-no Miro Teixeira. Para eles, essa nossa jabuticaba eleitora poderá ser a solução da opção de votar no “menos pior”.

O debate começa, e para o Rio parar de errar é preciso conhecer os pré-candidatos - e torcer para que não comece a metamorfose que os transfor-mam em mais do mesmo.

A sucessão municipal do Rio já começa a receber os seus primeiros contornos. Os par-tidos já começam a definir os seus pré-candidatos. O eleitor embalado pelo clima de Black--Friday e depois das festas de fim de ano ainda não colocou o tema na sua agenda pessoal.

No caso do Rio e de São Paulo o pleito municipal ganha contornos nacionais e pode apontar o cenário de 2022. No Rio, é o governador João Doria o primeiro a colocar o bloco na rua - seguido pelo governador Wilson Witzel, também assu-mido pretendente ao Planalto.

A família Bolsonaro só entra no jogo após definir o futuro da sua legenda partidária. A esquer-da vai de Marcelo Freixo e aposta na polarização com outro Marce-lo, o Crivella, na busca pela ree-leição e querendo ser o candidato da direita. O atual prefeito está de braços dados com o presiden-te Bolsonaro, enquanto Witzel comete harakiri político e ensaia voo solo renegando suas origens.

CANDIDATOS NUS E CRUS

EDITORIAL

Eu deveria ter feito como o torcedor catarinense José Maurí-cio dos Anjos, que criou um site chamado Manto na Pele e tatuou em seu corpo uma camisa do Fla-mengo, o que lhe permitirá, pelo resto da vida, dormir e acordar vestido com o manto sagra-do. José Maurício veio ao Rio e acrescentou o autógrafo de Zico em pessoa, logo depois aplicado à “camisa”.

Tudo isso antes da vitória so-bre o River Plate e da conquista do bi da Libertadores, no sába-do. O que o Flamengo lhe dera até então já era suficiente para ele fazer de seu corpo um outdo-or de seu clube do coração.

Eu poderia ter tido o desti-no do mato-grossense Valdecir Rosa de Farias, 41 anos, motoris-ta de caminhão em Cuiabá, que se sentiu mal e morreu quando Gabigol fez o gol da vitória do Flamengo, aos 46 do segundo tempo. “A emoção foi tanta que o coração não aguentou”, disse Jucielly, mulher de Valdecir. E eu próprio, que sou equipado com dois stents e, de vez em quando, tenho que desentupir carótidas, senti uma aceleração suspeita naquele momento. Por sorte, Heloisa, ao meu lado, estava mo-nitorando tudo. E, lá embaixo,

na portaria, Gabriel, querido funcionário do prédio, também quase teve um troço e precisou ser abanado pelos colegas.

Eu deveria estar num dos não sei quantos voos que zarparam do Rio para a capital peruana. Ou num dos 200 ônibus que en-frentaram 120 horas de viagem atravessando o Estado de São Paulo, a Argentina, as barricadas incendiárias do Chile e os 4.900 metros de altitude da cordilheira dos Andes, até chegar ao estádio Monumental de Lima a tempo

de sofrer por 87 minutos e re-dimir a alma nos três minutos seguintes.

Eu poderia ter feito tudo isso, mas preferi, desta vez, a torcida FlaSofá, na ótima com-panhia dos cinco bilhões de te-lespectadores de 156 países que assistiram ao jogo.

E abusei da nova expressão que o Flamengo incorporou à língua: “Vapo!”.

Ruy CastroVapo!

E eu, que sou equipado com dois stents, senti uma

aceleração suspeita

2) Concentração de gases do efeito estufa bate recorde em 2018, diz ONU Segundo relatório, não há indí-cios visíveis de desaceleração ou redução das emissões, informa Agnès Pedrero (AFP). O alarme foi divulgado poucos dias antes do início da reunião anual da ONU sobre a luta contra a mu-dança climática, a COP25, de 2 a 13 de dezembro em Madri. (..) (Folha de S. Paulo) 3) Redução de CO2 precisa superar 7% ao ano para conter aquecimento global em 1,5ºC.

Ritmo atual de ações dos países

para conter emissões de gases de efeito estufa colocam o plane-ta no rumo de um aumento de temperatura de 3,2ºC em média até o final do século, aponta rela-tório da ONU, reporta Giovana Girardi. Ao mesmo tempo que as concentrações de gases de efeito estufa aumentam na atmosfera do planeta, os países ficam cada vez mais distantes de cumprirem a meta de conter o aquecimento do planeta a 1,5ºC até o fim do século. É o que mostra a nova edição o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). (O Estado de S. Paulo)

1) R$ 7 trilhões por ano: os es-tudos que tentam calcular quan-to a Amazônia, em pé, rende ao Brasil

Dois estudos revelam números surpreendentes sobre a contribui-ção financeira atual da Floresta Amazônica para o Brasil, escreve Mônica Vasconcelos.Um deles é o estudo global macroeconômi-co “Changes in the Global Value of Ecosystem Services”, liderado pelo americano Robert Constan-za, professor da Crawford School of Public Policy da Universidade Nacional da Austrália. Publicado em 2014, esse estu-do — que atualiza um trabalho anterior do especialista — cal-cula o valor de diferentes tipos de biomas, entre eles, as florestas tropicais. Segundo os cálculos, a Amazônia brasileira rende ao país (e ao mundo) cerca de US$ 1,83 trilhão (R$ 7,67 trilhões) por ano em valor bruto. O segundo estudo, publicado em novembro de 2018, foi liderado pelo modelador ambiental Bri-taldo Soares Filho, da Univer-sidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e realizado em parceria com o Banco Mundial. O estudo concluiu, por exem-plo, que o valor somado de di-ferentes serviços pode chegar, em determinadas áreas, a US$ 737 (R$ 3 mil) por hectare por ano. Esse valor é muito superior à renda gerada pela pecuária de baixa produtividade praticada na Amazônia — cerca de US$ 40 (R$ 167) por hectare por ano, segundo os pesquisadores. (BBC News Brasil)

4) Após óleo vazar, mortalida-de de corais cresce dez vezes na BA, diz estudo Um estudo do Instituto de Bio-logia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) constatou que, em outubro, após o derra-mamento de óleo que atingiu a costa brasileira, a mortalidade de corais no litoral norte baiano au-mentou dez vezes, reporta Alex Tajra. A pesquisa foi conduzida pelo professor Francisco Kelmo, diretor do instituto. (...) (UOL) 5) Brasil deve recuperar nível pré-crise em 2022 Estudo é da Austin Rating, re-porta Nestor Rabello. A econo-mia continua crescendo devagar e ainda vai demorar para se recu-perar completamente da reces-são mais longa da sua história. Levantamento da Austin Rating encomendado pelo Poder360 mostra que, caso se confirmem o cenário de previsões do Bole-tim Focus (avanço de 2,17% em 2020 e 2,50% em 2021 do PIB), a recuperação seria atingida em maio de 2022. (...) (Poder360) 6) Caixa, Banco do Brasil e Santander prometem desconto de 90% em renegociações

Dívida habitacional poderá ser abatida com dinheiro do FGTS, informa Fernanda Brigatti. O Santander e a Caixa prometem descontos de 90% no valor da dívida. O BB diz que abaterá até 92%. A ação será realizada de 2 a 6 de dezembro. O BB diz que to-

dos os clientes pessoa física com operações de crédito vencidas há mais de 30 dias poderão partici-par. (...) (Folha de S. Paulo) 7) Escolha de Elizabeth Bishop como homenageada da Flip cau-sa indignação entre escritores

Autores apontam apoio da poeta americana ao golpe de 1964 e vi-são negativa sobre o Brasil como motivo do incômodo, escrevem Jan Niklas e Maria Fortuna. A escolha de Elizabeth Bishop (1911-1979) como homenage-ada da próxima Festa Literária Internacional de Paraty (Flip)

do Flamengo na final da Liberta-dores, ao marcar aos 43 e aos 46 minutos. (Globo Esporte) 9) O AI-5 que nos assusta.

2019 tem um quê de nostálgico para os aprisionados ao passado ditatorial, escreve Diego Iraheta, editor-chefe do HuffPost Brasil. Mais uma vez o AI-5 volta à pau-ta neste governo, mais de 50 anos depois do capítulo mais sombrio e dramático da ditadura militar. Depois de Eduardo Bolsonaro levantar a hipótese de desenter-rar o ato institucional que fechou o Congresso Nacional e cassou direitos políticos de quem pensa-va de maneira diferente, no final dos anos 1960, agora o ministro da Economia referiu-se à sigla. “Não se assustem então se alguém pedir o AI-5”, disse Paulo Guedes segunda-feira (25) em Washing-ton, nos EUA. O contexto da fra-se: as convulsões sociais como as que ocorrem na América Latina. É necessário repudiar essa refe-rência ao passado, uma das pai-xões do atual presidente da Re-pública. Para avançar do ponto de vista econômico, social e civi-lizatório, o Brasil precisa de esta-bilidade institucional e respeito à diversidade. E não esse olhar reacionário que só gera instabi-lidade aos cidadãos e à própria economia. (...) (Huffpost Brasil) 10) Macarthismo escolar

O Estado é laico, mas... Numa democracia plena e numa nação republicana, não caberiam reti-cências nem subordinação nesse

axioma. O Estado é laico. Ponto. Não para Damares Alves, minis-

Amazônia, em pé, pode render R$ 7 trilhões ao país, por ano

Bancos prometem até 30% de desconto em

renegociações

Gabigol marca dois, garante campeonato

e dribla Witzel

Líderes no Congresso tentam derrubar ‘licença

para matar’

(*) José Aparecido Miguel, diretor da Mais Comunicação-SP

(www.maiscom.com), jornalista e consultor de comunicação, foi

editor-executivo do Jornal do Brasil, entre outros jornais do país.

(www.outraspaginas.com.br)

OUTRAS PÁGINAS JOSÉ APARECIDO MIGUEL (*)

vem causando controvérsia entre escritores. (...) (O Globo)

8) Ajoelhado e rejeitado

Depois da vitória por 2 a 1 sobre o River Plate que deu ao Flamen-go o título da Libertadores, o go-vernador do Rio, Wilson Witzel, se ajoelhou diante de Gabigol no gramado do Estádio Monu-mental de Lima. Na imagem captada pelo repórter cinemato-gráfico Edu Bernardes, Witzel cumprimenta o atacante e ime-diatamente se ajoelha. O camisa 9 rubro-negro olha para baixo e sai caminhando para o lado es-querdo. Gabigol foi o destaque

tra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e Abraham Weintraub, interessados em criar uma atmosfera policialesca em todas as salas de aula do país. Eventuais atritos e conflitos que surjam na escola com a neces-sária abordagem pedagógica de assuntos polêmicos na sociedade devem ser debatidos ali mesmo, no estabelecimento. Com a par-ticipação dos próprios alunos e, até, da comunidade de pais, mas não para calar e reprimir mestres e diretores. (...) (Editorial-FSP) 11) Líderes se articulam no Congresso para derrubar projeto de excludente de ilicitude Para parlamentares ouvidos pelo O Globo, texto enviado por Bol-sonaro pode criar “licença para matar” durante operações, in-clusive na repressão de manifes-tações, informam Bruno Góes e Isabella Macedo. (O Globo)

O CORREIO DA MANHÃ NA HISTÓRIA * POR BARROS MIRANDA

HÁ 100 ANOS: TRAVA PROTO-COLO DE PAZ DA 1ª GUERRA

Na semana de 29 de no-vembro a 5 de dezembro de 1919, as principais notícias do CORREIO DA MA-NHÃ eram sobre a Confe-rência do Tratado de Paz da Primeira Guerra. Um impas-se na questão dos julgamen-

tos dos oficiais alemães fez com que nem delegados da Alemanha nem dos Estados Unidos assinassem o docu-mento.

No Brasil, o destaque foi a Câmara dos Deputados re-jeitar por 103 a 14 o veto do presidente Delfim Moreira e extinguir o Comissariado de Alimentação Pública.

HÁ 75 ANOS: VARGAS INAU-GURA EXPOSIÇÃO DE ARTES

Já em 1944, o destaque foi a presença de Getúlio Vargas na inauguração da ex-posição sobre o Canadá no Museu de Belas Artes. No in-ternacional, a reforma minis-terial de Tomás Arelszewaky, na Polônia.

Opinião do leitor

NANI

Aposentadoria cada vez mais difícil

Essa Reforma da Previdência feita pelo governo realmente atra-palhou meus planos de aposentadoria. Se o sistema de pontos já era complicado, nesta nova condição ficou ainda mais difícil conseguir sair do mercado de trabalho e iniciar minha nova vida. Por sorte, a reportagem dos empreendedores encanta. Mostra como podemos conseguir estabilidade financeira neste momento em que a economia cresce, mas em passos lentos.

Leda Maria dos Passos Rio de Janeiro

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[email protected]

3De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019

OPINIÃO

Detalhes perigosos

Mercado negro

Banco de dados

A delação de Lélis Teixeira, da Fe-transpor, é uma das mais completas já realizadas. Tem muitos detalhes. Pare-ce peça de divórcio de ex-esposa!

Mensagem enviada em um grupo de whatsapp de jornalistas e profis-sionais de comunicação chamou atenção. n Alguém reclamando de um funcionário da Casa Civil do governo do Estado, que vendia a preços módicos ingres-sos no Maracanã.n A fonte secou, reclamavam, com a disparada do Flamengo: as “cortesias” não estão sendo mais disponibili-zadas para “venda”...

Quem confirma a pre-sença em algum evento no Palácio Guanabara acaba alimentando, sem saber, um banco com os seus dados pessoais, incluindo CPF, endereço e email. n O novo sistema de confirmação implantado na gestão WW, através de um link da internet, torna obrigatório o pre-enchimento de campos com dados pessoais. n Está sendo formado um banco de dados que poderá ser usado para fins eleitorais.

APOSTAS DA SEMANA 1. Com a aprovação em queda e rejeitado pelos eleitores do Bolsonaro, a desembargadora Glória Heloiza Lima e Silva vai deixar um emprego vitalício por uma aventura política?2. O candidato do Witzel a prefeito não era o juiz Marcelo Bretas? Ele realmente desistiu?3. O secretário de Cultura, Ruan Lira, já calçou as “sandálias da humildade” depois de descobrir que deixou de ser o candidato a prefeito de WW?4. E o bunker P2 do Palácio do Guanabara? Será desativado?5. O secretário Cleiton Rodrigues continuará como protagonista do Segurança Presente?6. Será que os P2 do Guanabara irão investigar o secretário que paga, só de condomínio na Barra, quase todos os seus proventos como secretário?

liado ao PSOL, Cid Benjamin, ao comentar nas redes sociais sua estranheza com a longa prisão pre-ventiva, sem ser ouvido em juízo, do ex-governador Pezão, homem simples, de vida modesta e de bons serviços prestados. Este eu conhe-ço bem, pois foi criado na Light, em Piraí, filho de exemplar fun-cionário. Pode até ter errado, mas nunca na dimensão de merecer esta prisão preventiva, pois não oferece nenhum tipo de perigo ao respon-der em liberdade ou, no máximo, em prisão domiciliar. Por outro lado, o comportamento protela-tório dos presidentes do Senado e da Câmara, em relação à prisão em segunda instância, é condenável. Seria a oportunidade de se regu-lamentar de maneira mais ampla, como garantir a prisão para os que tenham duas ou mais condenações na primeira instância. E dar prazos ao Judiciário para julgamentos para evitar a indústria dos recursos.

Na área do comportamen-to ligado à liturgia dos cargos de maior relevância, também vivemos um momento curioso. O governo federal reuniu uma equipe da me-lhor qualidade, em sua maioria, numa corajosa e correta política econômica, com um gênio como Paulo Guedes e seus colaboradores sólidos nas convicções e o presi-

dente, homem simples e correto, com boa orientação, se deixa levar pela postura natural de dizer o que lhe dá na cabeça, esquecendo que o cargo que ocupa impõe limitações no comportamento. No Estado do Rio, a mesma coisa, o governador Wilson Witzel, com os parcos re-cursos de que dispõe, tem dado mais tranquilidade à população na segurança pública, mas se deixa levar pela empolgação, agredindo também as limitações comporta-mentais do cargo que ocupa. Uma certa moderação o ajudaria, certa-mente, a ampliar seus acertos, pois tem boa cabeça. Poderia ainda se integrar mais com as forças vivas do Estado.

Enfim, neste mundo tão pas-sional, poderíamos todos ser mais tolerantes, mais justos e unidos em torno do bem comum.

Termino lembrando uma li-ção que recebi de Leonel Brizola, quando foi almoçar em minha casa, em 2002, em que me referi ao respeito por ele, apesar de ter-mos estado em campos opostos toda a vida. Ele me corrigiu na resposta, dizendo que, na verdade, corremos foi em linhas paralelas, visando o mesmo ideal, que é o bem do Brasil. É isso aí, nunca pensei que iria aprender alguma coisa com o Briza...

Ainda sobrevive uma linha de pensamento e ação política que, sem recuar de convicções consolida-das, pratica o bom senso e a isenção diante dos fatos e seus personagens.

No Estado, por exemplo, na área da cultura, tivemos esta semana uma boa notícia e outra lamentável. A boa foi a entrega da coordenação dos museus ao competente Douglas Fasolato, que fez do Museu Maria-no Procópio, em Juiz de Fora, en-quanto seu dirigente, exemplo para todo o país. Certamente vai ajudar a reabrir museus no Rio e em Niterói. A outra, prova de desinformação to-tal, foi o afastamento do Museu da Imagem e do Som do eficiente e de-dicado Luis Antonio Almeida, com uma vida de serviços restados à ins-tituição, em um cargo de confian-ça. Para quem lida com a cultura, e todos conhecem Luis Antonio, não dá para digerir o ato injusto e inútil.

Na a novela da Lava-Jato e ou-tras operações, que pecam pela mo-rosidade, e esta decisão chocante do STF quanto à prisão na segun-da instância, o clima anda odiento, radical. Uns querem prender todo mundo indefinidamente e outros desejam a impunidade garantida por recursos que, no Brasil, ampa-ram os que pagam bons advogados.

Bom senso demonstrou o correto militante de esquerda, fi-

Política se faz com erros e acertos ARISTÓTELES DRUMMOND RICARDO CRAVO ALBIN

a competência da escritora e atriz Jalusa Barcellos. A biógrafa acaba de pôr há dias ponto final na alen-tada narrativa de vida/obra da mais versátil e longeva atriz do Brasil.

Serpa, um mestre refinado a preservar memórias, também entregou à pianista Carol Murta Ribeiro, presidente da Academia Nacional de Música, o projeto “Música Erudita nas Escolas”, distribuindo de imediato 30 mil unidades aos alunos dos ensinos fundamental e médio.

Este escriba desenvolveu no Instituto Cravo Albin em 2010, e não há porque deixar de registrar aqui, o projeto MPB nas Escolas: uma pasta escolar com cartazes, livretos, CDs e DVDs, aplicada com sucesso na rede estadual pela corajosa Secretária de Educação Teresa Riff Porto.

Ao longo de três anos, uma equipe acadêmica de mestres de universidades sediadas no Rio definiu no Instituto a história da MPB, sua ancestralidade e os ecos quase assombrados de suas repercussões culturais. Ou seja, resumimos as várias qualificações da alma do povo miscigênico que nós somos.

Tanto as letras das músicas quanto a diversidade de seus rit-mos permitem à qualquer pessoa

um mergulho em profundidade na alma simples, ou por vezes mais sofisticada, desta nossa “civiliza-ção tão cafusa e original”, como  vaticinou Gilberto Freyre.

De mais a mais, e insisto, as letras (sobretudo elas) inferem toda uma conexão muito conve-niente com a literatura, a poesia e a história do país, de modo direto. Nossos ritmos - o cadinho mági-co dos gêneros musicais - exibem opulentamente a magia da ginga, da dança, da sensualidade, e até da ingenuidade de um povo arga-massado pela mistura de três raças formadoras.

Por tudo isso, clamo de há muito que não há nada mais efi-caz do que ensinar-se essas his-torias nas escolas municipais e estaduais.

Certamente será sempre fun-damental que se insista em con-tar esta riquíssima epopeia, a dos míticos compositores/intérpre-tes e a dos seus gêneros musicais. Que maturaram  o melhor da alma carioca na   rolança de qua-tro séculos.

Para terminar, volto a louvar o Serpa. Um homem simples, sem pose majestática, a fazer (sem que-rer, mas fazendo) o papel indivi-dual de ministro da Cultura. Que nem mais existe neste país de hoje.

A cada vez que reflito sobre os altos e baixos em que gravi-ta a educação neste país não há como deixar de me inquietar. E quando me refiro à cultura, devo logo sublinhar que meu enten-dimento de qualquer processo cultural será sempre transversal, abrangente.

Não há como pensar em edi-tar livro sem leitores adestrados a entendê-lo. Construir teatro sem formação de plateia. Fazer um fil-me sem locais para exibi-los. Ou erguer museu sem visitantes.

Os mecenas existem no Rio, e despontam de organismos par-ticulares. Já comentei muitas ve-zes sobre os benefícios do Sesc, que funciona no Brasil como um Ministério da Cultura ativo e certeiro.

Devo referir-me agora ao Ces-granrio, uma instituição que poderia limitar-se apenas aos vestibulares. Qual o quê... Seu presidente, o edu-cador Carlos Alberto Serpa, conti-nua a mostrar o dedo do gigante. E provou por A mais B como fomen-tar idéias e fazer boa gestão cultural.

São, de fato, memoráveis suas façanhas. Que vão do Prêmio Ces-granrio para Teatro (hoje tradição inamovível) à recente edição de livros. Que começa agora com a biografia de Bibi Ferreira, entregue

Serpa, educação e música nas escolas

Se non è vero, è ben trovato...Texto nas redes sociais fala de uma bravata realizada em Brasília pelo filho de mexicano Carlos Slim, que teria interferido para amenizar o tom da Globo contra Bolsonaro. Pode ser coincidência: a acidez diminuiu...

MourãoSe existe um fato novo na política fluminense é a chegada ao Rio do ex-deputado An-dré Moura, ex-líder do governo Temer. Foi dele a ideia do ofício de WW pedindo audiência a Bolsonaro. n Apesar de ser in-detificado politicamente com Sergipe, Moura nasceu em Salvador (BA) e tem hoje dois ob-jetivos pelos quais tra-balha 24 horas por dia: eleger Witzel presidente e virar governador de Sergipe.

Quer sair?

Rei da Faixa

Quem deve estar que-rendo deixar o Governo do Estado é o subse-cretário de Relaciona-mento Institucional da Secretaria de Planeja-mento e Gestão.n Alexandre Ceotto postou no story do Instagram a imagem do governador, ajoelhado perante Gabigol com a legenda: “É bobo da corte que se fala?”. Na mesma montagem, Bolsonaro e Moro riem da cena.

Tem psicanalista tentan-do decifrar o gosto de WW por faixas...n Depois de reinven-tar a faixa de governa-dor para a posse e de ser acusado de já usar em privado a faixa pre-sidencial, Witzel posou em todas as fotos de Lima com uma faixa do Flamengo pendurada no pescoço. n Um outro detalhe chama atenção na foto que postou ao lado de Gabigol. Ele está com uma medalha de cam-peão no peito.

Insano Exterminador de esquemasEntre os assuntos na agenda da possível audiência pedida por ofício ao Planalto, WW está querendo trazer para a gestão do estado dois hospitais federais do Rio, o dos Servido-res e o Hospital Federal de Ipanema.n Só pode ser piada... O Estado passou à Pre-feitura dois hospitais e não honra os repasses, e agora quer colocar no colo dois hospitais fe-derais? E com o estado em regime de recupera-ção fiscal?

Wagner Victer, sempre mui-to zeloso com o seu nome, ligou para o CORREIO DA MANHÃ para registrar que deixou a Cedae sem ne-nhum problema judicial. n Na verdade, ele é o responsável por implodir

a agenda do atual presi-diário Eduardo Cunha e do seu companheiro de apartamento em Brasília, o Pastor Everaldo, na Cedae. Se tivesse deixado correr solto, aí sim, viraria caso de justiça.

CM

Casa cheia na fila de autógrafos para cumprimentar o autor na Travessa de Ipanema (...) Ruy, Aspásia Camargo e Chico Caruso

Ruy Castro e Nilo Dante, decano do jornalismo, no lançamento do livro (...) “Metrópole à beira mar”, prestigiado por Doris Monteiro e sobrinho Giba

PRB afundando no RioO PRB colocou um neófito em política para comandar o partido no Rio, substi-tuindo Eduardo Lopes. n Ele tem trocado vários diretórios municipais por no-mes de passado duvidoso. O que causa surpresa é que

ele está sendo assessorado pelo polêmico Helton Yomu-ra, ex-ministro do Trabalho por indicação do PTB. n É uma operação que envolve o também ex--ministro Marcos Pereira, parceiro de Yomura.

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4 De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019

BRASIL

CORREIO POLÍTICO

Prisão em 2ª instância será votada entre fevereiro e março

Medo do Garimpo

Curtas

Com apoio da maioria dos líderes partidários, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolum-bre, (DEM-AP), firmaram um acordo para levar a votação da PEC da prisão em 2ª instância para o ano que vem.

O texto, que já rece-beu aval da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, mas que precisa

n Mudanças no Orça-mento de 2020 podem fazer com que o teto de gastos do governo seja de quase R$ 7 bi. Segundo o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, a nova folga significa que o governo poderá gastar mais no próximo ano, caso consiga obter receitas extraordinárias.

n Uma declaração de Paulo Guedes, dada em

É autêntico o medo dos índio Yanomami em relação ao impacto do garimpo ilegal na reserva. Afinal, a área possui cerca de 27 mil índios. No come-ço do mês, os garimpeiros fecharam a rodovia, por conta da operação contra o garimpo.

receber o parecer da Co-missão Especial, deve ir à plenário apenas entre fe-vereiro e março de 2020.

Para emenda constitu-cional seguir adiante, ela precisa receber 308 votos favoráveis dos 513 depu-tados da Casa.

No Senado, o texto, depois de passar pelas comissões, precisaria do aval de 49 dos 81 senado-res para ser aprovado.

uma viagem a Washin-gton, causou frisson no mercado financeiro. O ministro da Econo-mia disse que o Brasil deveria se acostumar com os juros baixos e o câmbio mais alto por um bom tempo.

n Para evitar uma sanção da OMC, a Câ-mara dos Deputados aprovou um novo mar-co tributário para em-presas de tecnologia e informática.

Luis Macedo/Agência Câmara

Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre firmam acordo para votar o tema

RecuperaçãoÉ animador ver que

o prefeito de São Paulo, Bruno Covas vem respon-dendo bem ao tratamen-to para tratar um câncer entre o esôfago e o es-tômago. Em sua terceira sessão de químioterapia, o prefeito parece se recu-perar rápido das sessões.

Belo Monte amplia capacidadeO presidente Jair Bol-

sonaro participou da ati-vação da 18ª e última turbina da Usina de Belo Monte, localizada entre Vitória do Xingu a Altami-ra, no sudoeste do Pará. O acionamento dá início à plena operação do em-preendimento e marca a

inauguração oficial da hi-drelétrica, considerada a quarta maior do mundo.

Com o início da opera-ção comercial, a hidrelétri-ca passa a ter capacida-de instalada de 11.233,1 megawatts, se mantendo como a maior usina 100% brasileira em operação.

Clube-empresaO plenário da Câmara

dos Deputados aprovou o projeto de lei que cria in-centivos para os clubes se transformarem em empre-sas. O texto agora vai para o Senado. Se sancionado, os clubes poderão esco-lher os modelos LTDA ou Sociedade Anônima.

Dando o que falarO Ministério da Agri-

cultura autorizou o regis-tro de mais dois agrotóxi-cos, inéditos no país, além de 55 genéricos. Em 2019, o governo liberou o uso de 439 novos produtos agrí-colas, sendo 25 destes nunca antes utilizados no Brasil.

Novo programaO Senado aprovou a

Medida Provisória que cria o programa Médicos pelo Brasil, substituto do programa Mais Médicos, O programa prevê o envio de profissionais a locais de difícil acesso e alta vul-nerabilidade. Mais saúde, por favor.

Tributo de viagensO presidente Jair Bol-

sonaro editou Medida Provisória que aumenta a tributação sobre remessas de brasileiros ao exterior. O texto estabelece alíquo-ta de 7,9% em 2020; de 9,8% em 2021; de 11,7% em 2022; de 13,6% em 2023; 15,5% em 2024.

Nova SecretáriaUma ótima escolha co-

locar a ex-nadadora, Fa-biola Molina para assumir a Secretaria de Esporte no lugar do ex-jogador de futebol Washington ‘Co-ração Valente’. Ele deixou a Secretaria de Esporte para assumir uma direto-ria da CBF.

Suspensão no PSLExecutiva Nacional do

PSL propõe suspensão de 14 deputados aliados de Bolsonaro. Ao todo, 18 deputados da sigla são al-vos de representações no Conselho de Ética do par-tido. Decisão final caberá ao Diretório Nacional do partido.

anuncio_jornal_da_barra_25,5x29,5cm.pdf 1 08/11/2019 19:14

Janio de Freitas

Uma das características mais persistentes em Jair Bolsonaro, que nem as tem muitas, é a de servir sempre e só a segmentos do seu pequeno mundo men-tal. A população, o país como riqueza e futuro, os princípios gerais e seu sentido na naciona-lidade têm, um a um, dimensão excessiva para a compreensão, e mesmo para a simples percep-ção, de Bolsonaro.

Sua visão da riqueza flores-tal, por exemplo, é delimitada pelo agronegócio como força aliada do seu percurso de cen-turião da voracidade por terras. Semelhante é seu pretendido amparo legal aos exploradores clandestinos de riqueza mineral e de madeiras nobres da Ama-zônia. Eles são o começo ou o fim de ramificações armadas, com participação de policiais e celebrizadas, no passado não distante, pela presença até de militares, como o coronel Se-bastião Curió entre outros.

O ambiente natural espelha o que se passa na Previdência, com o tratamento privilegia-do dos militares; na educação, na saúde, nas leis de proteção social como a trabalhista, até nas multas rodoviárias e na pesca perniciosa, estas últimas de interesse pessoal deslavado. Assim é o que um governante pode fazer de pior ao país, dan-

do nova e maior forma de gravi-dade a problemas que refreiam, só por falta de correção, as po-tencialidades do país.

O Congresso tem recebido sucessivos projetos nessa linha. A mais recente remessa consiste em outra ideia insana: a impu-nidade, assegurada por ante-cipação, para os que cometam ilegalidades, inclusive crimes de morte, em atos ditos de repres-são ao crime. Assim: 82 disparos de fuzil contra um carro ocu-pado por pessoas inocentes, e os assassinatos que daí resultem são atos impunes, puros como ir à missa. Um homem leva o seu guarda-chuva, quando um PM, sabe-se lá sob que efeitos, fuzi-la-o. Aconteceu no Rio. Pelo projeto Bolsonaro, inocente é o assassino, que suspeitou ser o guarda-chuva uma arma e seu portador um criminoso.

Mas neste projeto, com Ser-gio Moro como co-autor, cabe mais. Os protestos de massa, que já espocaram no Equador, no Chile, na Bolívia, agora na Colômbia, preocupam o go-verno e seus militares. É um re-conhecimento forçado de que não faltam motivos dados pelo governo para o Brasil entrar na lista. Nesse caso, e se aprovado com brevidade, como quer Bol-sonaro, o projeto do crime libe-rado mostrará sua finalidade:

fará uma repressão aterradora.Não se viu reação a esse pro-

jeto que é mais uma insanidade moro-bolsonara. Nem incenti-vos à Câmara e ao Senado --até agora muito melhores do que sua composição anterior-- para a rejeição integral desse plano de propagar mortandade nas classes desprezadas, mas não só aí. Não é fácil compreender tamanha falta de energia, além de outras faltas.

Passa-se quase o mesmo com o julgamento iniciado no Supre-mo e a continuar nesta semana. É verdade que os babados da questão dão-lhe indumentária confusa, que a imprensa em ge-ral não esclareceu o suficiente, imaginando um favorecimento de Dias Toffoli a Flávio Bolso-naro; os procuradores procura-ram ampliar esse equívoco, e o próprio Supremo mais embara-lhou do que clareou. Por trás da confusão, porém, sua causa e a ameaça não se escondem.

Um recurso de Flávio Bol-sonaro deu a Toffoli a oportu-nidade de interromper o tráfico de informações sigilosas, sobre a vida financeira de milhares de contribuintes, entre procura-dores da República e estaduais, Polícia Federal e a fornecedo-ra UIF (o antigo Coaf ). Essas quebras de sigilo obrigatório são pedidas e passadas, para alegadas investigações, sem au-

torização judicial. A medida de Toffoli interrompeu os inquéri-tos alimentados pelo tráfico de informações, até a decisão que o Supremo agora providencia.

O que ocorre é, pois, um confronto entre desejo de po-der e, de outra parte, direitos civis. Os procuradores e a Po-lícia Federal querem o poder de requisitar dados pessoais e empresariais sigilosos, por exemplo de imposto de renda, e deles se valerem à vontade. Sem depender da autorização de ju-ízes. Mas esses dados integram o direito à privacidade pessoal e à segurança empresarial, não devendo estar sujeitos a mani-pulações que nem sempre serão isentas de propósitos repro-váveis. O direito de entrar na vida de qualquer, com ou sem motivo justificável, expõe todo cidadão a arbitrariedades e per-da de direitos, que a Lava Jato cometeu e exibiu sem cessar.

Vê-se, enfim, que decisões vitais para a democracia, como para a vida de cada um de nós, têm estado à margem não só da compreensão pública, mas até do simples conhecimento. Por situação assim é que os Bolsona-ros podem ser Bolsonaros. Mas em nossa vizinhança, e ainda no Líbano, na Argélia, na França, Irã, Hong Kong, e outros, soa o despertador democrático.

Insanidades sem sigilo

Por Guilherme Cosenza

Os três desembargadores da oitava turma do Tribunal Regio-nal Federal da 4ª Região votaram de maneira unânime por não só

manter a condenação, como tam-bém ampliar a pena do ex-presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula responde por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia. Para a votação,

os desembargadores foram João Pedro Gebran Neto, relator; João Leandro Paulsen, revisor; e o pre-sidente da turma, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz.

Os desembargadores aumen-

tam a sentença de 12 anos e 11 meses de prisão para 17 anos, 1 mês e 10 dias. Mantendo assim a condenação de 1ª instância por corrupção e lavagem de dinheiro. A defesa irá recorrer.

Lula tem pena aumentadaTRF-4 aumenta condenação no caso de Sítio de Atibaia para 17 anos

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5De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019

ESPECIALENTR E V I S TA / M A R I A N A R I B A S

‘Sou uma opção sensata’ Pré-candidata do PSDB nas eleições de 2020 à Prefeitura do Rio quer furar a polarização

CM

Aos 36 anos, a carioca - de Jacarepaguá - Mariana Ribas tem seu nome confirmado na briga pela Pre-feitura do Rio em 2020. Ela conhece a máquina municipal. Entre idas e vidas, trabalhou 16 anos em

diversos cargos públicos da cidade - e chegou a ser secretária de Cultura no governo Marcelo Crivella. Ficou lá seis me-

ses e resolveu sair, em agosto passado, porque não gostou do que viu - e foi assim que decidiu candidatar-se. Flamenguista (“Por que você acha que estou tão feliz?”), Mariana acredita que o grande problema da cidade é a falta de gestão. Ela bate reiteradas vezes nessa tecla, seguindo a linha do governador de São Paulo, João Doria, exemplo para o seu partido, o

PSDB. Se eleita, será a primeira mulher a ocupar o principal cargo na Prefeitura do Rio - marco importante para a filha de mãe solteira, criada pelos avós maternos e que estudou em es-colas públicas até formar-se em jornalismo. Nesta entrevista, Mariana Ribas abre a série de conversas do CORREIO DA MANHÃ com candidatos a prefeito do Rio.

Por Cláudio Magnavita, Affonso Nunes e Nelson Vasconcelos

CORREIO DA MANHÃ: Por que ser pré-candidata à prefeitura do Rio?

MARIANA RIBAS: Bom, primeiro porque estou há 16 anos trabalhando na administra-ção pública e, quando passei pela última vez pela Prefeitura, foram seis meses em que vi que a situa-ção está bastante complicada. Entendi que agora a minha par-ticipação tem que ser mais efeti-va. Como pré-candidata de fato, consigo mudar alguma coisa e fazer a diferença para a cidade.

Será que o PSDB vai con-quistar o coração do povo ca-rioca. Como é que você vê isso?

Bom, o PSDB no Rio preci-sava passar por uma transforma-ção. A gente não tem deputado federal, tem três vereadores, e es-tou disposta a ajudar o partido a assumir o papel de protagonismo aqui no Rio, como tem em São Paulo, e nem estou preocupada com a quantidade, mas com a qualidade de nossos gestores. Isso vai fazer diferença, e a gente pode trazer o modelo que existe hoje em São Paulo aqui para o Rio, também com bons quadros.

No modelo do governador de São Paulo, João Doria?

Sim. Participei de uma reu-nião do secretariado com ele e fi-quei bastante impressionada. Foi crucial para eu bater o martelo e dizer: “Caramba, é isso o que eu quero!” E é isso que acho que as prefeituras precisam, de alguém de gestão, independentemente de você ter passado ou não pela iniciativa privada.

Se eleita, você será a primei-ra mulher na Prefeitura do Rio.

Isso seria lindo!

E a mais nova também...Sim. A Prefeitura precisa de

uma mulher. As mulheres estão em um movimento muito baca-na de ocupar postos de liderança dentro das empresas.

Como vê a formação de uma base política, caso eleita?

O mais importante é a gente ter pessoas dentro da equipe da Prefeitura capazes de executar, ou seja, capazes de estarem sentados ali naquelas cadeiras, indepen-dente de elas serem de indicações políticas ou não, a gente precisa ter gente boa sentada lá.

Como é que você compara o que conhecia da Prefeitura e o que você está vendo hoje?

Sinto falta de liderança neste momento. O Rio está em uma situação muito delicada, com uma crise instaurada bastante grave, e se você não tem um líder dentro desse processo, juntando as pes-soas e dizendo qual é a direção que os rumos tem que tomar, dificilmente as coisas dão certo. Você tem na nossa Prefeitura mais de 35 cargos entre administração direta, secretarias, empresas públi-cas, autarquias e fundações. Difi-cilmente uma empresa privada, por exemplo, tem mais de 35 di-retores para trabalhar, então você tem uma estrutura muito bacana, dá para montar uma equipe legal e

fazer com que a máquina funcio-ne, e isso não está acontecendo.

Na gestão do Eduardo Paes, de que você participou, a má-quina era até maior em termos de secretarias.

A máquina era maior, mas acho que eficiência e eficácia po-dem ser alcançadas com a equipe que a gente tem hoje na Prefei-tura. Se você tem uma empresa com 200 pessoas e simplesmente espera que as coisas aconteçam, elas não vão acontecer.

Quais suas metas? Primeiro a gente precisa fazer

um diagnóstico muito preciso da situação do orçamento da Prefei-tura, né? A gente tem R$ 30 bi-lhões na Lei Orçamentária Anual para esse ano, e a expectativa tem sido de que a gente não vai con-seguir nem R$ 28 bilhões dessa receita estimada. E o que acontece quando não arrecada aquilo que precisa gastar? Você tem o orça-mento, mas não tem o financeiro pra fazer os pagamentos e as liqui-dações. E é por isso que a gente

tem aí mais ou menos três meses de atraso para alguns profissionais de saúde hoje. Primeiro a gente tem que trabalhar com a questão da eficácia e da eficiência. O que que a gente tem? Como é que a gente tá usando esse orçamento? A gente consegue melhorar a uti-lização desses recursos públicos? E aí vou usar a área da saúde como exemplo. Porque a gente tem, des-de a gestão de medicamentos, por exemplo, até equipamentos e aos profissionais que foram contrata-dos, então a gente está falando de dinheiro público e tem que traba-lhar com o que a gente tem, senão a saúde vira um saco sem fun-do. Se você não tem gestão nem planejamento estratégico, e não cuida principalmente da atenção primária, ou seja, está cuidando da saúde do cidadão, em vez de cui-dar da doença dele, trabalhando com diagnóstico e prevenção, esse dinheiro vai te custar mais caro lá na frente. E a Secretaria de Fazen-da tem que estar sempre muito empenhada em melhorar as re-ceitas do município, onde houver possibilidade de melhora, claro.

Como você se coloca num clima de polarização entre Cri-vella e Freixo que deve ocorrer?

Olha, me coloco como a op-ção sensata. Acredito que essa polarização pode diminuir, até porque a polarização não resol-ve problema de ninguém. Uma coisa é a campanha, em que você pode escolher com quem irá tra-balhar, quem é o seu público-al-vo, estrategicamente quem pode ser trazido para perto de você... Mas quando está governando, você governa para todo mun-do. A gente precisa respeitar as pessoas que no Rio, e o que elas precisam não é de polarização. Precisam de gestão. As pessoas precisam que a cidade funcione.

Você falou em parceria pú-blica e privada, e nós temos o caso da concessionária Lamsa, que tem uns dos pedágios ur-banos mais caros do mundo, que é R$ 15. Você como prefei-ta também abraça essa questão de rever esse pedágio urbano?

Com certeza. Isso é unanimi-dade. Não há ninguém, a não ser

a Lamsa, que concorde que esse pedágio é justo. Mas existe um contrato. A melhor maneira de resolver este problema é judicia-lizando ou superar no âmbito ad-ministrativo. Quebrar as cancelas não adiantou nada.

Outro ponto primordial para o carioca é a seguran-ça. Você é favorável a armar a Guarda Municipal?

Sou favorável ao armamento, mas a gente tem que fazer isso de maneira muito responsável. Te-mos que capacitar bem e formar os nossos agentes. Essa discussão já foi feita em 2017, e existe agora lei orgânica para permitir o arma-mento da Guarda. A gente tem que fazer com que a Guarda seja respeitada. Isso é muito importan-te para todas as carreiras, para os professores, para os guardas e para os profissionais de saúde. A partir do momento que são respeitados, eles começam a trabalhar de ma-neira diferente, e estão juntos com você nessa liderança. Não dá para fazer uma gestão e deixar os fun-cionários públicos de lado. E além

de capacitar, a gente precisa dar condições de trabalho para eles.

Como será a sua relação com o presidente Bolsonaro?

A melhor possível. Primeiro porque o Rio precisa de recursos. É inadmissível que o Rio não re-ceba recursos hoje. A minha re-lação com todo mundo vai ser a melhor possível.

O governador acaba de lan-çar uma pré-candidata de seu desejo, uma juíza que tem o perfil muito próximo do seu. Você acha que vai gerar uma reação à sua candidatura?

Acho ótimo. Quanto mais mulheres, melhor.

Você falou rapidamente so-bre a questão da saúde. Como se reconstrói o sistema de saú-de de uma cidade como o Rio?

Reconstruir o sistema de saú-de com esse desmonte que vem sendo feito é bastante difícil, mas o foco é o seguinte: atenção pri-mária, cuidar da saúde das pes-soas, clínica da família, médico da família, agentes que são da própria comunidade condicionadas para fazer aquele trabalho ali, ou seja, para fazer um trabalho de preven-ção mais forte para você econo-mizar lá na frente. Inclusive, nas próprias escolas. Saúde e educação têm que caminhar juntas.

Vamos fazer um pinga-fogo para encerrar.

Vamos. Meu primeiro pinga -fogo da vida (risos)!

Marcelo Crivella?Vou dizer uma frase: ele para

mim é muito bonzinho, mas não para ser prefeito.

Barra da Tijuca?Bairro que adotei de coração.

Terceira idade?A gente tem que conversar

com as pessoas mais velhas e en-tender qual é a visão delas a res-peito da cidade do Rio, e quais são os principais problemas que elas enfrentam em relação a mo-bilidade e lazer.

Rio, capital cultural?O Rio precisa reassumir o

protagonismo porque a gente é, sim, a capital cultural do país. Essa é a nossa vocação, junto com o turismo e com o audiovisual. Estou falando de geração de em-prego, geração de receita, postos de trabalho, aquilo que real-mente tem de vocação tem que ser levado em conta. Ou a gente trabalha com foco no turismo e na segurança para a gente me-lhorar o número de turistas que hoje vêm para o Rio, ou a gente vai perder aí uma das principais oportunidades que a gente tem.

Ser carioca?Ser carioca é a coisa mais ma-

ravilhosa do mundo. Não conhe-ço todas as cidades do mundo, mas tenho convicção de que a nossa é a mais bonita. Sou apai-xonada pelo Rio, e esse é um dos motivos também que me fizeram topar essa jornada, e acredito que vai dar certo.

A Prefeitura precisa de uma mulher.

Estamos ocupando postos de liderança”

A eficiência e a eficácia podem ser alcançadas com equipe que a gente tem hoje na Prefeitura”

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6 De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019

RIO

Estado em alerta com as manchas de óleoÓleo tóxico é motivo de preocupação para a vida marinha e pesca

Por Gabriel Moses

Com a chegada de fragmen-tos de óleo no último dia 23, na praia de São João da Barra, o Rio de Janeiro entrou para a lista de estados vítimas da po-luição ambiental que atingiu fortemente o Nordeste. O im-pacto dessa poluição marítima vai além do aspecto ambiental e da vida marinha. As manchas também afetam diretamente moradores das regiões litorâne-as atingidas, além dos trabalha-dores que vivem da pesca.

nense: “Essa mancha de óleo já virou um arquivo X! São resí-duos do óleo, não propriamen-te o material bruto que atingiu o Nordeste. Enfim, quem entra pelo cano é a natureza, princi-palmente os ecossistemas de manguezais e recifes de coral”.

Para amenizar o problema, o Governo do Estado criou um grupo de trabalho especial para o acompanhamento e vigilân-cia dessas manchas. A Secre-taria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade já opera para a contenção das mesmas.

Segundo o Instituto Brasi-leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos pelo óleo chega a 772. Referente à fauna, o Instituto confirma que aproximadamente 143 animais oleados foram identificados. É preciso de um basta para isso.

Para o cientista e doutor em Biologia Molecular, Mauro Re-belo, o Rio de Janeiro tem apa-ratos tecnológicos e de suporte que podem combater esses res-quícios de óleos. Contudo, não saber quem é o culpado dificul-ta que empresas ou instituições que trabalham na costa maríti-ma tomem as responsabilidades para si.

“Temos empresas de petró-leo, e elas são responsáveis por fazer as ‘respostas de emergên-cia’, de realizar a contenção do óleo, tentar sanar o vazamento e depois tentar fazer a recupe-ração. Quando a gente não sabe quem é o responsável, fica difícil alguém tomar a responsabilida-de por isso. Logo, essa resposta que deveria ser concentrada e rápida, fica muito defasada no tempo. E o que estamos fazen-do a respeito? As coisas estão se mobilizando das formas que

elas podem, com voluntários e a concentração de moradores. Mas essa não é a forma ideal de conter um vazamento”, afirma Mauro.

O cientista ainda diz que as autoridades do Rio devem agir o quanto antes para diminuir as consequências deste desastre ambiental: “Tem que usar tec-nologia, tem que usar pólen no mar para impedir que a mancha se alastre. A gente tem que usar também produtos químicos para dissolver o óleo, temos que usar bactérias para comerem o óleo... Mas agora, tudo isso cus-ta dinheiro, e não é pouco”.

Sem previsão de contenção total deste problema, e com sua propagação se arrastando por praticamente todo o litoral bra-sileiro, o biólogo marinho Ma-rio Moscatelli já alertava sobre o perigo iminente desses resí-duos chegarem ao litoral flumi-

CORREIO CARIOCA

Bebês prematuros viram super heróis em Campo Grande

Carnaval 2020

Curtas

O Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, realiza a ação “Mini Liga da Justiça”. As próprias enfermeiras da unidade confeccionaram roupinhas de heróis, como Batman, Super-Homem e Mulher Maravilha. Tudo para valorizar a luta de be-bês que nascem prematu-ros. A campanha vale pelo “Novembro Roxo”, que

n A rede de curso de inglês Yes abre três novas filiais no Estado em 2020, sendo uma em Vila Valqueire, outra em Itaboraí e a terceira em Niterói. Além disso, abrirá lojas em Minas Gerais (Juiz de Fora) e no Ceará (Trairi).

n O ramal Cachoei-ras de Macacu-Nova Friburgo foi incluido no Plano Estadual de Re-cuperação da Malha Ferroviária, criado com

Começou a venda de ingressos para os desfi-les do Grupo Especial do Carnaval de 2020, nos se-tores setores 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10 e 11. Elas acon-tecem exclusivamente-no site da empresa Total Acesso e vão até 31 de dezembro.

visa debater a prematuri-dade entre crianças, que segundo o Ministério da Saúde, representa 10% dos nascimentos no Bra-sil. Além de informar sobre os riscos e prevenções entre os profissionais, o projeto alimenta a espe-rança de pais e mães que sonham em ver seus pe-quenos heróis com muita saúde e recebendo alta.

o objetivo de fomentar o turismo do estado a partir da recuperação das estações de trem.

n De acordo com informações que cir-culam no Whatsapp, no último dia 25, as-saltantes pararam um caminhão no Cosme Velho, invadiram o es-túdio Floresta, ligado à banda Celebrare, e rou-baram amplificadores, consoles, microfoness e outros equipamentos.

Eduardo Barreto / CMRJ

Na Unidade Uti Neonatal do Rocha Faria, os heróis lutam pela vida

13º salário Em audiência pública

da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscaliza-ção Financeira, técnicos da Secretaria Municipal de Fazenda disseram que ainda não há um crono-grama de depósito do 13° dos servidores, mas que o valor será pago em 2019.

TRE adia biometria em 16 municípiosO TRE-RJ prorrogou o

prazo final do cadastra-mento biométrico obriga-tório em 16 municípios. Arraial do Cabo, Bom Je-sus do Itabapoana, Ca-rapebus, Comendador Levy Gasparian, Iguaba Grande, Mendes, Porto Real, Quatis, Quissamã,

Santa Maria Madalena e São José do Vale do Rio Preto aceitam até dia 6; Porciúncula, Miracema, Laje do Muriaé, Rio Claro Silva Jardim até 19. Em 2020: Magé até 10 /01; São João de Meriti vai até 31/01; e Duque de Caxias vai até 14 de fevereiro.

Série históricaDe acordo com o Ins-

tituto de Segurança Públi-ca, 2019 registra o maior número de políciais mor-tos desde o início da sé-rie histórica, em 1998. Até outubro, 1.546 policiais morreram em operações, contra os 1.534 mortos nos 12 meses de 2018.

Cidadão carioca A Câmara Municipal condeceu ao técnico do Flamengo, o português Jorge Jesus, o título de Cidadão Honorário do Rio. A ideia veio dos vereado-res Jorge Felippe (MDB), Felipe Michel (PSDB), Tâ-nia Bastos (Republicano), Zico (PTB) e Rocal (PTB).

Avenida NiemeyerO desabamento do

muro do Hotel Vip´s, que está em obras, pode adiar a reabertura da Avenida Niemeyer, fechada desde maio por decisão judicial, por conta da falta de infra-estrutura das encostas da via, que desabaram com as chuvas de fevereiro.

Canabis medicinalA Câmara Municipal

instaurou uma comissão especial, presidida pelo vereador Renato Cinco (PSOL, para debater, estu-dar e acompanhar os usos de canabinoides (planta da maconha) como instru-mento de uso terapêutico e medicial.

Objetos no metrôO setor de achados e

perdidos do metrô está cheio de objetos inusi-tados. Desde o início do ano, cerca de 14 mil uten-sílios foram esquecidos nos vagões dos trens. Os itens vão de cartões e passaporte até bicicletas e cadeirinhas de bebê.

Insulina liberadaO governador Wilson

Witzel sancionou lei que libera pessoas com dia-betes mellitus a entrar em qualquer estabelecimento com alimentos, insulinas, insumos e aparelhos para automonitoramento da glicemia, desde que com-prove a doença.

Por Affonso Nunes

Há seis anos, o fotógrafo Carlos Monteiro pula da cama às 4h30 para colher imagens do amanhecer na mais bela cidade do mundo. Seus cliques revelam paisagens, arquitetura, fauna, flo-ra e habitantes em ângulos e si-tuações inusitadas tendo apenas os primeiros raios de sol como testemunha. A predileção pelo amanhecer e não pelo anoitecer, de luz igualmente bela, é explica-da pelo próprio Monteiro:

- No entardecer, a cidade está em sua pulsação. E há que se ater a esses detalhes. Já no amanhecer, as intervenções sobre o cenário são as meno-res possíveis. E quase ninguém aprecia esse espetáculo – ex-plica o fotógrafo-madrugador que, a partir desta edição, vai ilustrar as páginas do COR-REIO DA MANHÃ com a série “Sem palavras”. Seu traba-lho já rendeu três livros – “Rio: estado de espírito” (Ed. Livros Ilimitados), “Rio ao Amanhe-cer” (Ed. Barléu) e “Vistas vi-

sões da Cidade Maravilhosa” (Ed. Sagre), ainda sem data de lançamento prevista.

ALÉM DOS ÂNGULOS Para fotografar o Rio sob

esta ótica não basta acordar cedo. A busca por ângulos que os cariocas não estão familiari-zados implica em subir prédios, escalar montanhas, pedras, an-

tenas, árvores e caixas d’água; adentrar em águas doces e sal-gadas; caminhar pela floresta tropical e na selva de pedra ur-bana. Drone? Nem pensar!

- Não sou inimigo dessa tec-nologia, mas tenho a necessida-de de usar lentes de diferentes tamanhos que nem sempre se ajustam bem ao equipamento – argumenta.

E para chegar aos terraços de prédios num horário tão cedo, explica, era preciso nego-ciar bastante com porteiros e síndicos, o que se transformava num complicador.

- Felizmente, pude contar com amigos em várias situa-ções, conta.

Quando precisou chegar ao alto do Marina All Suites, no Leblon, por exemplo, o fo-tografo precisou negociar lon-gamente com o CEO. No dia marcado, ninguém da recepção autorizava sua entrada.

- Mostrei o e-mail e precisei de muita lábia para poder subir, acompanhando de um seguran-ça. Só depois percebi que tinha ido ao Hotel Marina, e não ao All Suites - diverte-se.

Flamenguista, portelense e carioca da gema, Monteiro trabalhou em veículos como a extinta revista “O Cruzei-ro”, no “Jornal dos Sports” e na primeira revista dedicada ao tema fotografia do Brasil: “Foca”. Também teve ensaios publicados em outros veículos.

Novos olhares sobre o RioCarioca Carlos Monteiro estreia série fotográfica no Correio da Manhã

Fotos Carlos Monteiro

Para captar os ângulos mais inusitados de conhecidos cartões postais da Cidade Maravilhosa, foi preciso entrar lieralmente na água

Detalhes imperceptíveis são captdos pelas lentes de Carlos Monteiro

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7De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019

ECONOMIA

Ambev, quem diria, treme com concorrênciaPerda de espaço para Heineken e marcas menores provocam troca de comando na gigante das cervejas

É hora de manter a sobriedade num mercado incerto

Por Affonso Nunes

A Ambev, subsidiária bra-sileira da multinacional AB InBev, anunciou no último dia 20 a troca de comando da companhia. O presidente Ber-nardo Paiva, no cargo desde 2015, será substituído, a partir de 1º de janeiro de 2020, pelo cearense Jean Jereissati Neto, que até então ocupava a dire-toria de Vendas e Marketing. A escolha do novo CEO se dá num período conturbado para a líder brasileira no segmento de bebidas (cervejas, bebidas alcoolicas mistas, energéticos, refrigerantes e chás) que opera em 15 países das Américas do Sul e Central, além do Caribe.

Com produção anual de 141,1 milhões de hectolitros, o Brasil é o terceiro maior produ-tor de cerveja do mundo, supe-rado apenas por China (381,2 milhões hl) e Estados Estados Unidos (214,6 milhões hl).

A holding AB InBev, pre-sente em mais de 150 países, vê na sua subsidiária brasileira, um papel estratégico pois o Brasil é o segundo maior mercado em

- É esperado que a experi-ência do novo CEO contribua com o momento desafiante da empresa no Brasil, que tem como destaques em relação ao mercado de cerveja a busca de aumento da competitividade em segmentos de baixo custo, que conta com muitas marcas regionais e pulveriza a deman-da, e a promoção de forma efe-tiva do aumento de vendas do seu diverso portfólio premium e artesanal que tem contado com grande crescimento da ri-val Heineken - observa o enge-nheiro Felipe Freitas, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ e sócio da Catalisi, uma plata-forma de inteligência de negó-cios para o mercado da cerveja.

Na nota em que anuncia a troca, a Ambev informa que Paiva deixa o cargo “para dedi-car-se a projetos pessoais”.

vendas do conglomerado, sen-do superado apenas pelos Esta-dos Unidos. 

Escolha do novo presiden-te foi vista pelo mercado como uma aposta da empresa em exe-cutivos da casa com a cultura do conglomerado. Jean Jereissati

segue o figurino à risca: formado em Administração pela Funda-ção Getúlio Vargas, ingressou na Ambev em 2000, aos 26 anos, foi diretor de Operações da sub-sidiária na China e protagoniza uma história de sucesso no seg-mento das cervejas premium.

Fotos Divulgação

Distribuidora da Ambev: período conturbado na maior cervejaria do país provoca mudança no comando

Bernardo Paiva (à esquerda) cede comando a Jean Jereissati Neto

CORREIO ECONÔMICO

IBGE: expectativa de vida no Brasil chega a 76,3 anos

Dívida pública cai

Curtas

A expectativa de vida do brasileiro ao nascer su-biu para 76 anos, três me-ses e 19 dias em 2018, se-gundo dados divulgados pelo IBGE. Em 2017, a ex-pectativa era de 76 anos.

Década a década, o brasileiro vem vivendo mais. Em 1940, a média era 45,5 anos. Em 1960,

n Os juros do rotati-vo do cartão de crédito subiram 9,4%, saltando para 317,2% ao ano. Já outras modalidades de crédito para as fa-mília representaram re-tração, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central.

n A Fenabran afirma ver com preocupação a decisão do Banco Cen-tral de limitar o juro do cheque especial a 8% ao mês, a partir de ja-neiro. Para a instituição,

A dívida pública fede-ral, indicador que mede o endividamento interno e externo, chegou aos R$ 4,1 trilhões de outubro, valor 0,84% menor em comparativo com setem-bro. Para o Tesouro Na-cional, a dívida pode cair mais até o fim do ano.

cresceu para 52,5 anos. Em 1980, saltou para 62,5. Em 2000, para 69,8.

Com base nos dados do Censo de 2010, até o ano passado, 0,24% da população brasileira era de mulheres com 90 anos ou mais. Enquanto os ho-mens com 90 anos ou mais representavam 0,12%.

medidas para eliminar custos e burocracia e estimular a concorrên-cia são sempre mais adequadas aos interes-ses do mercado e dos consumidores.

n O IGP-M, usado no reajuste de contra-tos de aluguel, regis-trou inflação de 0,30% em novembro. A taxa é inferior aos 0,68%, re-gistrados em outubro. Com o resultado, o ín-dice acumula inflação anual de 5,11%.

Divulgação/Sesc

Idosos de 90 anos ou mais representam 0,38% da população

Salário mínimoO governo federal re-

duziu R$ 8 no valor do salário mínimo de 2020, passando o valor para R$ 1.031, ante R$ 1.039. A queda se deve a redu-ção do INPC de 4% para 3,5%. O novo valor já foi enviado para o Congresso Nacional.

Brasil pode adquirir dívida nos BricsUma limitação orça-

mentária deste ano pode fazer com que o Brasil não faça o aporte de US$ 300 milhões no dia 3 de janei-ro de 2020 no Novo Ban-co de Desenvolvimento, o Banco dos Brics, grupo econômico que envolve Brasil, Rússia, Índia, Chi-

na e África do Sul. O apor-te faz parte de um acordo firmado em 2014, no qual os países membros da-riam ao banco US$ 2 bi-lhões até 2022. O governo já articula no Congresso um crédito suplementar para saldar o compromis-so no prazo previsto.

Usina Angra 3Roberto Travassos, as-

sessor da Diretoria Técni-ca da Eletronuclear, disse, em palestra no 5º Seminá-rio de Energia Nuclear da UERJ, que em dezembro será definido o modelo de parceria para a retomada da construção da usina nuclear de Angra 3.

Obras inacabadasO ministro do De-

senvolvimento Regional, Gustavo Canuto, afirmou na comissão de fiscaliza-ção financeira e controle da Câmara que o Minha Casa, Minha Vida precisa de R$ 620 milhões extras para manter as obras em execução neste ano.

Com granaA Enel divulgou que vai

investir € 5,1 bilhões em sua operação no Brasil até 2022, cerca de 55% do aporte que a empresa deverá fazer na América Latina. A empresa cons-trói o maior parque eólico e o solar da América do Sul, ambos no Piauí.

Gasolina caraPor conta da alta do

dólar, a Petrobras anun-ciou um reajuste de 4% no preço da gasolina em suas refinarias. Conse-quentemente, o valor nos postos tende a aumentar também, podendo chegar, em alguns casos a ultra-passar os R$ 5.

Confiança baixaO Índice de Confiança

do Comércio, medido pela FGV, recuou 0,6 ponto na passagem de outubro para novembro. Com isso, o indicador passou para 97,8 pontos, em uma es-cala de zero a 200 pontos. A queda foi motivada pelo pessimismo empresarial.

Cofre cheioA arrecadação das

receitas federais somou R$ 135,202 bilhões em outubro. Uma queda real (descontada a inflação) de 0,02%, na compara-ção com o 2018. No ano, o país arrecadou R$ 1,264 trilhão, o maior volume desde 2014.

A Ambev vem aumentando o faturamento nos últimos anos, mas não tem conseguido reduzir custos, afetando a margem de lu-cro. Tudo porque precisou entrar na guerra de preços iniciada pela concorrência - cenário muito di-ferente de alguns anos atrás. No terceiro trimestre deste ano, por exemplo, as vendas caíram 2,9%.

- A crise econômica combi-nada com o momento competi-tivo do mercado tem mostrado à Ambev uma realidade bastan-te diferente da década passada, quando seu domínio ocorria de forma menos conturbada. As condições de mercado recen-tes esvaziaram o crescimento das marcas do seu portfólio intermediário (Brahma, Skol e Antarctica), justamente onde a empresa demonstrava sua

maior força – diz Felipe Freitas.Mesmo líder do mercado, a

Ambev se vê ameaçada em duas frentes, na base e no topo da pi-râmide. Devido à recessão, par-te dos consumidores de menor poder aquisitivo passou a bus-car marcas de menor custo em relação aos rótulos tradicionais do grupo. Na outra ponta, de maior poder aquisitivo, opções de maior valor agregado passa-ram a ser consideradas.

Exemplo disso é ofensiva da Heineken, que investiu pesado no Brasil ao adquirir o portfólio Brasil Kirin (Schincariol, Devas-sa, Baden Baden e Eisenbahn) e alavancou o grupo holandês a abocanhar 20% do mercado nacional. Há um mês, a multi-nacional holandesa confirmou que o Brasil se tornou o maior

mercado consumidor da cerveja da garrafa verde no mundo e, de quebra, anunciou investimentos na ordem de R$ 1 bilhão para aumentar a capacidade produtiva de suas fábricas no país.

De acordo com Érica Bar-bosa, fundadora da Marketing Cervejeiro, os holandeses le-vam vantagem neste momento porque seu posicionamento de marca é mais sólido.

- Historicamente, a Hei-neken firmou parcerias na cultura, em grandes eventos esportivos como a Champions League e a Fórmula 1 enquanto a Ambev direcionava volumosos recursos para uma publicidade que mostrava mulheres de bi-quíni servindo homens - aponta.

Feito o diagnóstico, a Am-bev trabalha no tratamento.

Para promover avanços dentro das novas dinâmicas do merca-do, o grupo tratou de reforçar a variedade de opções do portfó-lio, adquirindo pequenas cer-vejarias do segmento artesanal, e adotou mudanças em vários aspectos organizacionais, que tendem a ser aprofundadas na gestão de Jereissati.

- O mercado não compor-ta mais a guerra de preços. A tendência agora é acompanhar a mudança de comportamento do consumidor, que demosns-tra maior interesse por rótulos artsanais, o que é um caminho sem volta - destaca Érica, que vê os investimentos ambevia-nos na introdução de embala-gens ecológicas como um ativo interessante no reposiciomen-to da marca.

Por Gilberto Costa (Agência Brasil)

O Ministério da Econo-mia estuda mudança na secu-ritização dos investimentos e financiamentos tomados por grandes produtores rurais no Programa de Garantia da Ativi-dade Agropecuária (Proagro). O propósito é que o Banco Central deixe de ser adminis-trador do programa e o Tesouro Nacional não seja mais a segu-radora da safra.

- No Proagro, o Tesouro Nacional é a seguradora. O risco incide sobre o Tesouro Nacional. O Banco Central é o operador do Proagro, posição

que a gente acha meio jabuti-caba - afirmou Rogério Boueri, subsecretário de Política Agrí-cola e Meio Ambiente do mi-nistério.

A preocupação do governo é diminuir a exposição do caixa da União e o risco de atingir o teto de gastos autorizado.

- Se houve um problema climático é o governo que tem que reembolsar o agricultor ou o banco que fez o emprésti-mo para ele. A gente quer que o governo ajude o agricultor a pagar o prêmio desse seguro, mas que o risco fique para as se-guradoras. O governo pagaria um volume certo e previsível

de recursos, isso estabilizaria as saídas de recurso do Tesouro Nacional - disse Boeri.

A solução imaginada é que os produtores rurais recorram a seguradoras privadas para pro-teção de riscos da safra.

De acordo com Fernanda Schwantes, assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a intenção de desencadear esse movimento “não começou nes-te governo”.

Segundo a especialista, o propósito é “positivo”, mas o governo precisa ter “estratégia para ampliar as modalidades de seguro”.

A perspectiva é de que os mecanismos e regramento do Proagro sejam substituídos por dispositivos já adotados pelo Programa de Subvenção ao Prê-mio do Seguro Rural (PSR). Segundo o Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa), no próximo ano será destinado R$ 1 bilhão para subvencionar a contrata-ção de apólices do seguro rural do PSR em todo o país, o maior volume desde a criação do pro-grama, em 2004.

A medida em estudo poderá ser encaminhada ao Congresso ou inserida em algum projeto de lei em tramitação.

Agropecuária em xequeMinistério da Economia quer mudar investimentos e financiamentos no setor

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8 De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019

INTERNACIONAL

Líbano revive dias de protestos e violêciaManifestações pró-democracia tomam ruas das cidades e trazem de volta o fantasma da guerra civil Por Daniel Avelar (Folhapress)

A escalada dos confrontos sectários em meio às mani-festações pró-democracia no Líbano nos últimos dias gera preocupação sobre um possível retorno às divisões que marca-ram o país nos anos de guerra civil, há cerca de meio século.

No último domingo (24), integrantes dos movimentos xiitas Hizbullah e Amal ataca-ram os participantes de um ato no Centro de Beirute, e os ma-nifestantes revidaram atirando pedras. Nos dias seguintes, os confrontos se espalharam para outras áreas da capital libanesa, deixando dezenas de pessoas feridas.

O Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que as forças políticas do Líbano “es-tabeleçam um diálogo nacional intensivo e mantenham o cará-ter pacífico dos protestos”.

Os libaneses sofrem há anos com a corrupção dos governan-

Por Folhapress

Michael Bloomberg, que foi prefeito de Nova York entre 2002 e 2013, entrou oficialmen-te na corrida presidencial dos EUA, acrescentando mais uma voz ao já inflado grupo de candi-datos democratas à Casa Bran-ca. Agora, com Bloomberg, são 18 os postulantes a impedir a reeleição de Donald Trump.

A medida é uma reviravol-ta para o bilionário de 77 anos que, em março deste ano, ne-gou que participaria da disputa.

- Estou concorrendo para derrotar Donald Trump e re-

construir a América. Não po-demos permitir mais quatro anos de ações imprudentes e antiéticas do presidente Trump - afirmou. - Trump representa uma ameaça existencial ao nosso país e aos nossos valores. Se ven-cer novamente, podemos nunca mais nos recuperar dos danos.

Com fortuna pessoal estima-da em cerca de US$ 50 bilhões (R$ 210 bilhões), Bloomberg, que já foi republicano, ingressa em uma disputa que tem como líderes o ex-vice-presidente Joe Biden, os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren e o prefeito de South Bend, uma

pequena cidade no estado de In-diana, Pete Buttigieg.

O início tardio da pré-can-didatura poderá deixá-lo em desvantagem. Seus rivais mon-tam equipes há meses, muito antes da realização das prévias pela indicação democrata.

Bloomberg planeja seguir uma estratégia pouco ortodoxa, pulando as disputas em estados como Iowa e New Hampshire em fevereiro e se concentran-do nas votações de março, com maior número de delegados em disputa. Nenhum pré-candidato que conquistou a indicação final jamais seguiu plano semelhante.

Reprodução internet

Quebra-quebra nas ruas da capital libanesa, Beirute. Governo está com dificuldade para manter manifestações pacíficas

Candidatura bilionáriaMichael Bloomberg engrossa a lista de democratas nas prévias do partido

CORREIO NO MUNDOGUSTAVO BARRETO

Rússia estaria escondendo armas químicas na Síria

Chuva torrencial

Curtas

O representante dos Estados Unidos na Or-ganização para a Proibi-ção de Armas Químicas (Opaq), Kenneth Ward, acusou a Rússia de estar escondendo armas quí-micas para serem usa-das pelo governo sírio na guerra civil.

Em resposta, Moscou negou todas as acusa-

n O parlamento eu-ropeu exigiu uma ação definitiva e rápida para conter as mudanças cli-máticas. Para o órgão europeu, gestos sim-bólicos não tem mais utilidade e uma ação de fato é emergencial.

n Produtores de fo-lha de coca na Bolívia exigiram o retorno de Evo Morales. A classe foi a principal apoiado-ra de Morales durante sua trajetória política.

Em declaração con-junta, o governo do Dji-bouti (no leste da África) e a ONU afirmaram que 250.000 pessoas foram afetadas pelas fortes chu-vas no país. Segundo in-dicadores, em apenas um dia choveu o referente a dois anos.

ções feitas por Ward. Já a pauta sobre o uso de ar-mas químicas na Síria não é nova. Em primeiro de março de 2018, a Opaq confirmou o uso de cloro em um ataque próximo a Damasco.

Em outra ocasião, 40 pessoas foram vitimadas em um ataque em Douma, território dos rebeldes.

O ex-presidente está autoexilado do país desde que abdicou do cargo após acusações de fraudes nas últimas eleições no país.

n Um dos principais depoentes no processo de impeachment aber-to contra o presidente Donald Trump, o embai-xador americano para a União Europeia, Gordon Sondland, foi acusado de assédio sexual por três mulheres.

Bassam Diab/UNHCR

A guerra na Síria já produziu mais de 5,6 milhões de refugiados

Terremoto A Organização Mun-

dial de Saúde continua a prestar assistência ao go-verno albanês após o país sofrer com um potente terremoto que matou, até o momento, 39 pessoas e deixou outros 650 feridos. O terremoto foi de magni-tude 6.4.

Trump contraria Pequim e apoia HKO presidente dos Es-

tados Unidos, Donald Trump, assinou uma legis-lação no qual o país de-clara apoio às manifesta-ções em Hong Kong.

A legislação, que foi aprovada com unanimi-dade no Senado, prevê que o Departamento de

Estado forneça evidências anuais de que a região ainda detém sua autono-mia política em relação a China continental. Mais do que isso, o projeto implica que os EUA podem can-celar acordos comerciais com HK caso a autonomia seja cancelada.

Esperança russaA assessora do mi-

nistro das Relações Ex-teriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que o país tem esperanças de que o encontro do Plano Conjunto de Ação Global possam gerar conversas que minimizem as tensões com o Irã.

PreocupaçãoO ministro das Rela-

ções Exteriores, Ernesto Araújo, expressou preo-cupação sobre o posicio-namento do presidente eleito Alberto Fernández para com o Mercosul. Se-gundo ele, Fernández irá questionar a natureza do acordo com a UE.

Violência armadaChegou a 14 o núme-

ro de mortos por ações das forças de segurança iraquianas envolvidos nos protestos antigoverno na cidade de Nasiriya. Se-gundo o portal de notí-cias Al-Jazeera, fontes do exército falam que os feri-dos chegam a 120.

Resposta chinesaO governo chinês, em

comunicado oficial, consi-derou a lei outorgada pe-los EUA sobre a autono-mia de Hong Kong como uma violação da sobera-nia nacional. A legislação já começa a mostrar con-sequências no mercado asiático.

GreveUma greve geral foi

convocada na Itália para o dia 29 de novembro. É esperado que o quadro de funcionários das empre-sas Trenitalia, Italo e Tre-nord parem suas ativida-des a partir de meia-noite do dia 28.

Falta de médicosMesmo tendo a maior

expectativa de vida da União Europeia, cerca 81,6 anos, 600 mil famílias portuguesas ainda não têm disponível um médi-co familiar, de acordo com um relatório recente da União Europeia.

A milícia xiita Hezbollah, apontada como um dos grupos responsáveis pelos últimos ata-ques contra os manifestantes, teme ser o próximo alvo da ira popular. O grupo vê nos planos de reformar o sistema político do país uma ameaça à sua po-sição de poder; o líder do Hez-bollah, Hasan Nasrallah, acusa os manifestantes de atenderem a interesses externos.

Fundado em 1985, em meio

Hezbollah teme ser o próximo alvo à guerra civil, o Hezbollah é uma das principais forças po-líticas do Líbano e conta com um poderoso braço armado, que opera com independência em relação ao Exército.

Além disso, o Hezbollah é financiado pelo Irã. O regime iraniano vem enfrentando uma onda de protestos em seu pró-prio país há duas semanas –a re-pressão das forças de segurança já deixou mais de 140 mortos.

- O Hezbollah é visto cada vez mais como parte dos obstá-culos para a mudança no Líba-no. Para os xiitas libaneses que participam dos protestos, foi um choque. Por que o Hezbollah fica de guarda para um statu quo que é extremamente corrupto e está levando o país em direção à crise econômica e financei-ra? - questiona Mohanad Hage Ali, diretor do centro de estudos Carnegie Middle East Center.

Divulgação

Bloomberg: fortuna de US$ 50 bi

tes e com uma economia em frangalhos. A atual onda de protestos explodiu em outubro após o governo anunciar novas tarifas sobre ligações telefôni-cas feitas pelo WhatsApp e ou-tros aplicativos, equivalentes a R$ 0,83 por dia.

Após derrubar as tarifas, o governo apresentou um plano de modernização econômica e de combate à corrupção, e o primeiro-ministro Saad Hariri renunciou, sem, contudo, con-seguir acalmar as ruas do país.

SEM LÍDERES CLAROSAs manifestações não têm

líderes claros e expressam uma revolta generalizada contra as instituições de poder. Os pro-testos provocaram a paralisação do Parlamento, que parece in-capaz de atender às demandas da população.

- A situação está se encami-

nhando para uma fase perigosa porque, após quarenta dias de protestos, as pessoas estão co-meçando a se sentir cansadas e frustradas, podendo recorrer a ações fora de controle - comen-ta Fadia Kiwan, professora da Universidade Saint Joseph em Beirute.

O sistema político do Líba-no, principal alvo da raiva dos manifestantes, se sustenta sobre um frágil equilíbrio de forças que reflete as divisões sectárias da população: no país há cris-tãos maronitas, muçulmanos sunitas e xiitas, bem como mi-norias de drusos, armênios e refugiados palestinos.

As tensões entre os diferen-tes grupos atingiram seu ápice durante a Guerra Civil Libane-sa (1975 – 1990); mais de 120 mil pessoas morreram no perí-odo. Após o término do confli-to, foi estabelecido um arranjo

de poder que perdura até hoje, pelo qual metade das cadeiras do Parlamento devem ser ocu-padas por cristãos, e a outra metade por muçulmanos. Além disso, o presidente do país deve ser cristão, enquanto o primei-ro-ministro deve ser sunita e o líder do Parlamento, xiita.

Até os últimos episódios de violência, os protestos eram majoritariamente pacíficos e desafiavam a lógica sectária que rege a política libanesa. “As mobilizações dos últi-mos dias mostraram o início da emergência de uma nova aliança de classe entre os su-bempregados, desempregados, trabalhadores e classes médias contra as oligarquias dominan-tes. Isto é uma ruptura”, escre-veu Rima Majed, professora da Universidade Americana de Beirute, em artigo para o site Open Democracy.

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9De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019

ESPORTES

CORREIO ESPORTIVOPEDRO SOBREIRO

Liverpool vai com força máxima para o Mundial

Briga por Gabriel

Curtas

A torcida rubro-negra está em estado de graça. Depois de conquistar a Li-bertadores com dois gols marcados em três minu-tos, o Flamengo venceu o Campeonato Brasileiro no dia seguinte, sem sequer entrar em campo.

Fato é que o título da Liberta credenciou o time para a disputa do Mundial de Clubes, que será joga-

n Infelizmente, mais um caso de racismo no mundo da bola. O presidente do Brescia, da Itália, insultou Mario Balotelli com a seguin-te frase: “É negro, está trabalhando para clare-ar”. Em nota, o Brescia falou que a frase era uma piada paradoxal e incompreendida. Pode isso, Uefa?

n Após três anos sem time, Klinsmann fecha

O zagueiro Gabriel é um dos destaques do Bo-tafogo no ano. O jogador veio por empréstimo do Atlético-MG, que, saben-do do interesse do joga-dor em permancer no Rio, deve fazer jogo duro. O Glorioso prometeu fazer o possível para mantê-lo.

do entre 17 e 21 de de-zembro, no Catar.

O grande time a ser batido é o campeão da Champions League, o in-gês Liverpool de Firmino, Mané e Salah.

O técnico Jürgen Klo-pp, contrariando os an-tigos boatos, confirmou que os Reds vão para o campeonato com força máxima.

com Hertha Berlin até o fim da temporada. Ex--técnico das seleções alemã e americana substitui Ante Covic.

n União vai à Justiça e multa Neymar em R$ 88 milhões na Receita. Ele contesta o valor da dívida com o Fisco, e admite o pagamento de apenas R$ 8,7 milhões. O caso se refere irregu-laridades do atleta en-tre 2011 e 2013.

Reprodução/Liverpool FC

Ataque mortal e o melhor goleiro do mundo, esse é o Liverpool

Semana agitadaO Bangu teve uma se-

mana movimentada. Após virar meme em uma pa-ródia sobre o Botafogo, o clube foi ao Twitter corrigir que o jogo citado no músi-ca foi vencido pelo Bangu. E o post viralizou. O uni-forme de 2020 também foi apresentado pelo clube.

Guerra nos bastidores de LaranjeirasAfastado do futebol do

Tricolor das Laranjeiras, o vice-presidente Celso Barros vive uma disputa sem fim com o presidente Mário Bittencourt.

Celso já havia falado em um caso de ingratidão do atual presidente com ele, que foi anunciado

como homem forte do fu-tebol durante a campanha eleitoral. Em entrevista aos jornalistas, o VP disse se sentir traído politica-mente, mas que entende o momento do Fluminen-se e deseja boa sorte ao elenco na luta pela perma-nência na Série A.

Má pontariaAdepto ao estilo de

jogo de Fábio Carille, ex--técnico do Corinthians, o Alvinegro Paulista segue com problemas ofensivos no Brasileirão. Treinado por Coelho, o Corinthians é o quinto time que mais erra finalizações no cam-peonato.

Sentiu!A comemoração do tí-

tulo brasileiro do Flamen-go segue rendendo. Os jogadores provocaram o Palmeiras na festa e a re-percussão não foi boa. O técnico Mano Menezes falou que “Alguns têm a grandeza de comemorar de outra forma”.

Números ruinsApesar de permanecer

na sexta posição do bra-sileirão, o São Paulo teve uma queda no aproveita-mente com o técnico Fer-nando Diniz. O time caiu de 55% de aproveitamen-to para aproximadamen-te 49%. A diretoria quer mantê-lo para 2020.

Vai aproveitar?O atacante Rodrigão,

que está emprestado ao Coritiba, foi afastado em definitivo do time parana-ense por seguidos atos de indisciplina. O jogador deixa o Coxa com 42 jo-gos e 21 gols. Seu contra-to com o Santos até 2021. Vale a pena aproveitá-lo?

Da TV para o muroAs pichações “direto-

ria quilingue” e “jogadores sevandijas” nos muros do Cruzeiro viralizaram na in-ternet pelo uso do vocabu-lário rebuscado no protes-to. De acordo com o portal UOL, os termos foram tira-dos do programa humorís-tico Hermes e Renato.

De volta ao timeO lateral-direito Guga

foi reintegrado ao elenco do Atlético Mineiro após a polêmica do vídeo em que ele comemorava o título da Libertadores conquis-tado pelo Flamengo. Ele chegou a ser afastado por indisciplina, mas pediu desculpas e está de volta.

Clubes precisam aprender a gastar certoCampeões do futebol brasileiro em 2019 mostram que dinheiro não é tudo na luta por títulosPor Pedro Sobreiro

A dupla conquista do Fla-mengo nos dias 23 e 24 de no-vembro escancarou algo que já deveria ser consenso no cenário moderno do futebol brasileiro: se os clubes quiserem avançar rumo a uma nova era de vitórias e títulos, precisarão de gestões sé-rias e de planejamento bem feito.

O ano de 2019 mostrou que a quantidade de dinheiro à dis-posição ajuda, mas não é o prin-cipal fator na conquista de títu-los. Os dois campeões nacionais mostram isso.

Com orçamento mais mo-desto, o Athletico-PR apostou no planejamento do departa-mento de futebol. O primeiro passo para o sucesso no ano foi a manutenção do técnico Tiago Nunes. Campeão da Copa Sul--Americana com o Rubro-Negro da Baixada em 2018, o treinador tinha controle sobre o elenco e investia no futebol ofensivo e organizado. Após acertar com o técnico para 2019, a diretoria fez contratações pontuais para poder brigar nas cabeças de três

Por Pedro Sobreiro

As semanas do Vasco têm sido muito agitadas. Além do crescimento surpreendente no número de sócios, um movimen-to criado pelos torcedores pode mudar de vez o formato de ges-tão do clube da Colina Histórica.

Chamado de “Nova Resposta Histórica” - em alusão ao docu-mento feito pelo clube nos anos 20, que foi o passo inicial na in-clusão de negros e pobres no fu-tebol brasileiro -, o movimento está convocando os sócios com direito ao voto para se unirem por desejo antigo da torcida: eleições presidenciais diretas.

Tentando se reerguer no Campeonato Brasileiro, o Flu-minense já trabalha para ter um futuro melhor a partir da próxi-ma temporada. O primeiro pas-so é a troca de fornecedora de material esportivo.

Encerrado o contrato com a criticada Under Armour, a di-retoria tricolor já assinou com a inglesa Umbro, conhecida pela sobriedade de seus uniformes. A ideia é fazer uma camisa que remeta ao visual dos anos 1990. A opção de fechar com a Umbro veio principalmente por moti-vos de logística da empresa.

Uma das maiores recla-mações da torcida era não en-contrar as camisas da Under

O Comitê Olímpico Brasi-leiro divulgou os seis esportis-tas concorrentes ao prêmio de Melhor Atleta do Ano no Prê-mio Brasil Olímpico 2019. São eles: Arthur Nory, da ginástica, o surfista Gabriel Medina e o multicampeão da canoagem, Isaquias Queiroz. As mulheres estão representadas por Ana Marcela Cunha, da Maratona Aquática, Beatriz Ferreira, do Boxe, e Nathalie Moellhausen, da esgrima.

Isaquias e Ana Marcela Cunha venceram a última edi-ção do prêmio e vão ter forte concorrência na tentativa de-fender esse título.

O Comitê também anun-

A ideia só foi virar realidade após o empate entre Flamego e Vasco por 4X4, quando o grupo resolveu pensar no projeto de forma séria. Os membros estão trabalhando para conseguir a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária, baseada em pontos confusos do próprio Estatuto do Vasco e no Código Civil, que prevê a convocação em duas situações: destituir admi-nistradores e alterar o estatuto.

Eles querem realizar uma al-teração no estatuto para acabar com a eleição indireta. Atual-mente, o sócio vota no candidato cuja proposta seja mais adequada aos seus ideais. Esses votos são le-

Armour nas lojas. A Umbro é conhecida por ter uma das melhores distribuições do país.Outro fator importante é a tão sonhada reforma do estádio das Laranjeiras.

O presidente Mário Bit-tencourt liberou que o grupo Laranjeiras XXI, formado por torcedores, dê prosseguimento ao projeto, que será financiado por duas empresas que preten-dem fazer shows no lugar, e pela venda de camarotes e naming ri-ghts. Ele terá capacidade para 15 mil torcedores, e a reunião para discutir a permissão para refor-mar as Laranjeiras, que é tomba-da a nível federal, será realizada na próxima semana. (P. S.)

ciou os vencedores individuais das categorias abraçadas pelo COB. No futebol, por exemplo, o premiado foi o goleiro do Li-verpool e da Seleção Brasileira, Alisson Becker. O melhor na-dador do ano foi Bruno Fratus, enquanto Hugo Calderano foi o melhor jogador de Tênis de Mesa.

A premiação vai aproveitar para homenagear seis ex-atle-tas que marcaram seus nomes na história do esporte. Magic Paula e Joaquim Cruz terão seus nomes inclusos no Hall da Fama, junto aos já falecidos Ma-ria Lenk, João do Pulo, Sylvio Magalhães Padilha e Guilherme Paranaense. (C. S.)

vados para análise do Conselho, que decide se vai acatar o resulta-do escolhido nas urnas ou se vão optar por outro candidato.

A Nova Resposta Histórica está sendo realizada em etapas. A primeira, conforme indicado no Código Civil, é o recolhimento de fichas dos sócios aptos a votar. É previsto por lei que a convo-cação de uma Assembleia Geral seja realizada se houver a concor-dância de um quinto (20%) dos associados. Em outras palavras, o grupo está em busca de recolher aproximadamente 1.300 fichas para evitar qualquer questiona-mento sobre o processo.

Para isso, eles espalharam di-

versos pontos de recolhimento e até criaram uma caixa postal para que os torcedores de fora do Rio possam participar.

Assim que conseguirem as fichas, elas serão apuradas e en-caminhadas para o presidente da Assembleia protocolar o pedido, que será aprovado ou não pelos sócios. É um trabalho árduo que pretende conscientizar o sócio sobre seu poder de decisão no clube e resgatar a vontade do tor-cedor de fazer parte da vida do Vasco.

Você pode conferir os pontos de coleta de fichas e todos os de-talhes do prjeto no site novares-postahistorica.com

de futebol caríssimos que mal são utilizados.

Já o Flamengo, que fez inves-timentos de peso, como a maior contratação do Brasil - o uru-guaio De Arrascaeta - e jogado-res com mercado na Europa para preencher posições conhecida-mente carentes do Rubro-Negro da Gávea. Fora isso, o clube resol-veu apostar na mentalidade euro-peia do técnico Jorge Jesus para trazer algo novo. Resultado? O time conquistou a Libertadores e o Brasileiro.

Os tempos estão mudando e quem não se adaptar, vai ficar para trás. Está claro que o futebol não admite mais o amadorismo e o improviso dos dirigentes. A li-ção que fica de 2019 é: invistam no planejamento. O dinheiro ajuda, mas é o planejamento que muda o patamar de um clube.

competições: o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Libertadores. O time fez boa campanha na Li-berta, está no G-6 do Brasileiro e conquistou a Copa do Brasil de maneira espetacular. A vitória en-cheu os cofres paranaenses com quase R$ 65 milhões, aumentan-do o poder de investimento para a temporada 2020.

Quem partiu em direção oposta foi o Cruzeiro. O clube mineiro fez o planejamento de 2019 já contando com a vitória na Copa do Brasil. Como eles fo-ram eliminados, os mineiros es-tão em situação financeira crítica,

brigando contra o rebaixamento e correndo riscos dentro e fora dos campos.

A outra grande oposição do Brasil é entre Palmeiras e Fla-mengo. Clube mais rico do Bra-sil, o Alviverde Paulista começou o ano contratando de maneira desenfreada. Três dos dez jogado-res de maior salário do país estão no elenco palmeirense e, pasme, dois nem são titulares. O objeti-vo deles era vencer o Brasileiro e, principalmente, a Libertadores. O investimento sem planejamen-to não deu resultado e, hoje, os paulistas têm cerca de três times

Alexandre Vidal/Flamengo

Wellington e Éverton Ribeiro se enfrentam em partida do Brasileirão: o duelo dos campeões nacionais de 2019

O dinheiro ajuda, mas é o planejamento que muda

o patamar de um clube no Brasil

Democratização vascaínaMovimento feito por sócios quer trazer eleições diretas para São Januário

Fluminense já ensaia o planejamento para 2020

COB lança os concorrentes a ‘Melhor Atleta do Ano’

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10 De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2019

VEÍCULOS

Por: Eduardo Sodré (Folhapress)

Los Angeles” - O Salão do Automóvel de Los Angeles fecha o calendário automo-tivo com grande número de lançamentos. A presença das principais montadoras mostra a importância do evento cen-tenário --a primeira edição foi em 1907.

Além do Ford Mustang Mach E (leia mais na página B7), exibe também modelos que estão próximos de estrear no Brasil. O novo Nissan Sen-tra, que será produzido no Méx-ico, chega ao mercado nacional no próximo ano. O motor 2.0 passará por atualização para gerar pouco mais de 150 cv.

A principal atração da sul-coreana Kia é o jipinho ur-bano Seltos. O modelo, que deve ser importado pela filial brasileira da marca, tem porte de Hyundai Creta e Honda HR-V. Seus destaques são o bom aproveitamento de espaço interno e a possibilidade de reclinar o banco traseiro.

Entre as marcas premium, o carro mais próximo do Brasil é o novo Série 2 Grand Coupé. As vendas começam em 2020 e seus concorrentes diretos serão as versões sedã do Mercedes Classe A e do Audi A3.

O Volkswagen ID. Space Vizzion se destaca entre os carros conceituais. Com car-roceria perua, o protótipo tem pequenos painéis luminosos no lugar das maçanetas. Basta tocá-los para que as portas se-jam abertas automaticamente.

O protótipo Volks tem dois motores elétricos que, combina-dos, geram 360 cv de potência. A montadora alemã diz que a au-tonomia pode chegar aos 560 km.

Modelos exclusivos para o mercado americano devem at-rair o público para salão, que está aberto até domingo (1º). Um deles é o Lincoln Corsair, utilitário de luxo considerado compacto nos EUA. Com 4,67 de comprimento, tem tamanho similar ao do Chevrolet Equi-nox, um veiculo grande para os padrões do Brasil. (Folha)

Salão de Los Angeles se destaca por lançamentos

Eduardo Sodré/ Folhapress

Space Vizzion, da, Volkswagen, é um conceito de perua elétrica

Razão e emoção

Mustang se divide entre a polêmica versão elétrica e a GT500 a gasolina em Los Angeles

Crédito

Acima, o Mustang como todos o conhecem. Abaixo o Mach E, o modelo SUV esportivo

Por Eduardo Sodré (Folhapress)

Los Angeles. Como se fos-se por mero acaso, a Ford revela seu primeiro Mustang elétrico ao mesmo tempo em que lança a ver-são mais potente de todos os tem-pos de seu ícone esportivo com motor V8 a gasolina.

Os novos e velhos tempos se encontram no Salão do Automó-vel de Los Angeles, local escolhi-do para as apresentações.

O primeiro a ser conhecido é o elétrico Mach E, um utilitário esportivo de quatro portas. As proporções não causam estranhe-za, apesar de ser difícil associar o estilo familiar de um SUV ao nome Mustang.

O carro, que será lançado no fim de 2020 nos EUA e na Euro-pa, faz parte do programa da Ford que vai investir o equivalente a R$ 45 bilhões em veículos híbridos e elétricos até 2022.

Para ser Mustang, é preciso ser esportivo. As cinco versões disponíveis não terão menos que 258 cv. No topo da lista está o GT Performance. Combinados, seus dois motores elétricos geram 465 cv e quase 90 kgfm de torque. É o suficiente para chegar aos 100 km/h em aproximadamente três segundos.

Antes de sua exibição no Sa-

lão de Los Angeles, foi possível andar de carona em um protótipo do Mach E. Embora não fosse a unidade mais potente, a acelera-ção abrupta confirmou que carros elétricos podem ser muito rápi-dos, apesar de silenciosos. É bem diferente do barulhento V8 de 770 cv do Shelby GT500.

O Mustang mais potente da história foi oferecido para uma volta pela região montanhosa de Los Angeles. O ronco grave do motor 5.0 reverbera e isso é algo que nenhum carro elétrico pode-rá replicar.

Mal se percebe a atuação do câmbio automático de dez mar-chas. Mesmo no modo Track, quando todos os 770 cv são libe-rados.

Apesar do lado família, o Mustang elétrico pode ser mais rápido que o GT500 nas arran-cadas. Pelos dados da fabricante, a vantagem do Mach E seria de aproximadamente meio segundo na prova de aceleração de zero a 100 km/h.

O Mach E é capaz de rodar cerca de 500 quilômetros até pre-cisar ser recarregado. O número é próximo do que o GT500 con-segue rodar com um tanque de gasolina, de acordo com os dados do computador de bordo do es-portivo.

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SAÚDE

De olho na velocidade da conexão

É sempre bom evitar a pressão baixa

Escolher plano de internet parece fácil, mas é bom ficar alerta antes de fechar o contrato

Sensação de sede diminui com a idade, e é preciso estar atento para evitar os desmaios

Mudança nos remédios só deve ser feita pelo médico

Por UOL/Folhapress

Escolher a velocidade ide-al da internet banda larga, na hora da contratação do seu pla-no, nem sempre é uma tarefa fácil, como parece. Segundo o site Melhor Plano, especializa-do na comparação de planos de celular, internet e TV, o con-sumidor precisa observar ao menos três fatores para não en-frentar problemas na conexão: velocidade de download e de upload; número de pessoas que residem na casa; tipo de consu-mo de cada uma delas. A seguir, entenda melhor como escolher a velocidade de sua internet de acordo com cada requisito.

DOWN/UPA velocidade de download

é aquela destacada no site das

operadoras, que pode variar en-tre 250 Kbps a 300 MB (mbps). Ela diz respeito a velocidade que os dados chegarão até o seu computador.

Já a velocidade de upload é o oposto: pode variar entre 200 kbps a 150 mbps, e está ligada à rapidez com que a informa-ção deixará o seu computador e chegar ao destinatário.

Se você é uma pessoa que faz muitos downloads, ou seja, assiste a vídeos e usa bastante a internet, precisa de uma veloci-dade de download alta. Se você mora sozinho ou com até duas pessoas, por exemplo, 15 MB é uma boa velocidade para você.

Já a velocidade de upload é mais importante para ambien-tes corporativos.

Como a velocidade está rela-cionada a transmissão de dados,

se tem muitas pessoas usando a rede ao mesmo tempo, quer dizer que está acontecendo um tráfego de dados muito grande naquele momento.

Ou seja, se a sua velocidade da internet é de 15 megabits por segundo, mas no momen-to estão sendo transmitidos 60 megabites, a sua internet so-brecarregada e, de fato, irá ficar mais lenta.

Por isso, na hora de escolher a velocidade da internet da sua banda larga, é preciso levar em consideração o consumo de todas as pessoas na casa, e não apenas a velocidade que você deseja.

TIPO DE CONSUMODe acordo com o site Me-

lhor Plano, se você consome uma grande quantidade de

dados por segundo, precisa de uma boa velocidade para dar conta.

No fim das contas, são três os perfis de consumo de internet:

Básico = Entre 1 MB a 5 MB por usuário: uso voltado para o envio e recebimento de emails, checar o Facebook e re-des sociais, assistir alguns víde-os no YouTube.

Moderado = Entre 5 MB a 10 MB por usuário: conferir email, checar as redes sociais, assistir Netflix, baixar filmes na internet, usar nuvens com fre-quência como o Google Drive ou DropBox.

Heavy User = Entre 10 MB a 15 MB por pessoa: ver víde-os, baixar séries e filmes, jogar jogos online, acessar serviços de streaming.

Reprodução

Conexão: usuário tem que ficar de olho na velocidade de download

TECNOLOGIA

Por William Cardoso (Folhapress)

Quando o termômetro sobe, a pressão cai. Isso aconte-ce com muita frequência, prin-cipalmente na vida de idosos, os mais afetados com a variação da pressão arterial em dias de calor intenso. Para evitar ton-turas, mal-estar e até desmaios, a receita é simples: beba água. Segundo o geriatra do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo Natan Chehter, a tensão que o sangue exerce sobre as ar-térias diminui com o calor.

- Quando o corpo está sob regime de calor, ou seja, precisa resfriar, ele começa a fazer a va-sodilatação. Ele abre mais os va-sos que estão nas extremidades, na tentativa de evitar que fique superaquecido.

Isso acontece em indivíduos que não conseguem regular a distribuição de sangue de for-ma muito eficaz.

A geriatra Luciana Pagani-ni, do AME Idoso Oeste, da Secretaria Municipal da Saúde, explica os motivos de idosos se-rem mais afetados:

- Com o envelhecimento, a sensação de sede diminui. Por-tanto, é importante não esperar a sede. Tente tomar água ou sucos, principalmente quando quando a urina estiver concentrada.

Embora essa variação da pressão seja comum em dias quentes, a geriatra alerta:

- A pressão baixa pode ser sinal de algumas doenças. Sem-pre converse com seu médico para checar a causa.

Segundo Luciana, é impor-tante que parentes ou pessoas que convivem com idosos to-mem alguns cuidados.

- Há maior chance de que-das, fraturas ou traumatismos cranianos - afirma. - [Deve aju-dar] Estimulando a hidratação e ajudando no uso de meias elásticas, caso sejam indicadas. Saber o que fazer nas crises e levar ao hospital se necessário.

A médica conta ainda que alimentos podem ajudar quem sofre de pressão baixa, como chás, iogurtes e água de coco. A geriatra, porém, desmente um mito relacionado ao tema:

- O sal tem sódio e ele é as-sociado à hipertensão, porém ele demora para subir a pressão e não ajuda nas crises.

Até quem tem pressão alta pode sofrer nos dias mais quen-tes. Entretanto, ninguém deve mudar frequência ou quanti-dade do remédio sem consultar um médico.

- A variação da pressão pode ocorrer, pois a dose do medica-mento não está certa, ou pelo fato de o paciente tomar mui-tos medicamentos - afirma a geriatra Luciana Paganini. - Ou

ainda, se o paciente não tomar os medicamentos todos os dias, mas somente quando a pres-são está mais alta, isso faz com que a pressão arterial varie com mais facilidade.

Segundo Luciana, caso a pessoa se sinta mal, é importan-te tomar atitudes.

- Deitar o mais rápido pos-sível, mesmo no chão. Elevar as pernas para o sangue chegar

o mais rápido ao cérebro e me-lhorar a oxigenação - diz.

Também evitar levantar-se rapidamente. A pessoa deve chamar um serviço de emergên-cia, caso não volte ao normal.

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Capital cubana celebra 500 anosHavana exibe marcas de sua história em meio a sinais de modernidade e abertura econômicaPor Luiz Felipe Silva (Folhapress)

Principal porta de entrada para Cuba, o aeroporto inter-nacional José Martí já prepara o espírito do forasteiro para o que ele vai encontrar em Havana, a capital da ilha. Inaugurado em 1930 e ampliado em 1998, o ae-roporto apresenta, na arquitetu-ra e na decoração, as marcas de quase um século de atividades, que contrastam com painéis de publicidade de artigos de luxo e de produtos eletrônicos.

A capital cubana, hoje, é formada a partir de contradi-ções profundas: não há riqueza, mas também não há miséria; a economia é estatizada, mas há lojas de grifes como Gucci, Ar-mani e Versace.

No meio disso, corre um fluxo alucinado de gente de vá-rios países em 2018, foram 4,7 milhões de visitantes, número recorde, que alimenta o turis-mo e o comércio local. É assim que Havana completou, em 16 de novembro, 500 anos.

Até o dia 29 deste mês, a ci-dade será tomada por eventos e atividades. Haverá desde feira de investimentos até festival de mú-sica local, celebrações gastronô-micas e apresentações esportivas.

A data celebra os cinco sécu-los em que a cidade está instala-da em sua atual localização, mas a primeira versão de Havana é cinco anos mais antiga. Eusébio Leal Spengler, historiador espe-cializado na capital cubana, ex-plica que a primeira organização havaneira se assentou, em 1514, na parte sul da ilha, nas proximi-dades da foz do rio Mayabeque.

Em 1519, para atender aos interesses econômicos e estra-tégicos do reino espanhol, o acampamento migrou para o norte e se fixou nos arredores da maior baía da região.

Àquele momento, o recém fixado vilarejo se chamava San Cristóbal de la Habana. A ho-menagem a São Cristóvão se deu devido à fama do santo de protetor dos navegantes e via-jantes. Rapidamente, ali se ins-talou um grande porto, impor-tante elo de ligação entre Novo Mundo e Europa.

Para o termo Havana há vá-rias hipóteses: uma delas afirma que poderia se referir à palavra jabana, do idioma dos povos taínos, que significa grande pla-nície; outra liga à palavra aba-na, da língua dos aruacos, que designa a lenda da índia Guara. Contudo, afirma o professor Leal Spengler, a tese mais pro-vável é a que relaciona com o nome do então líder dos povos nativos de etnia taína, o cacique Habaguanex.

A localização estratégica para navegações impulsionou o surgimento e o crescimento da Havana colonial, embora com percalços. Em 1555, a cidade foi dominada por uma invasão pira-ta. A ação durou pouco, mas ren-deu reações da coroa espanhola.

O Castelo da Força Real (hoje aberto para visitação turís-tica) ficou pronto em 1558 e três

anos depois o reino ordenou que o porto havaneiro concentraria todas as embarcações que che-gassem e saíssem das Américas.

Em 1563, Havana passou a ser residência oficial do go-vernador de Cuba e centro da política local. Nos séculos seguintes, o desenvolvimento mercantil e capitalista fez cres-cer o número de navegações no porto de Havana, matou quase que por completo as nações na-tivas e levou milhares de africa-nos escravizados à ilha. O pri-meiro Censo cubano, de 1774, informa 171.670 habitantes, sendo 44.333 escravos negros.

Cuba foi o penúltimo país americano a abolir a escravidão, em 1886, perde somente para o Brasil, em 1888.

E, assim como no Brasil, a cultura africana se faz presente em Cuba: na comida, na arte e na religião, principalmente, além, claro, da composição étni-ca dos quase 11,2 milhões de ci-dadãos cubanos; 2,4 milhões de-les, havaneiros. De acordo com o mais recente censo nacional, de 2012, 36% da população é negra (soma de pretos e pardos).

No fim do século 19, eclo-de a Guerra de Independência Cubana, liderada por José Mar-

Quase todo o tipo de des-pesa do visitante será em CUC. Ele é usado em museus, agên-cias de turismo, ônibus e táxis, restaurantes e hotéis ou mesmo casas de família.

O CUP serve para pegar ônibus de linha urbana e, se a grana estiver acabando, para eventualmente comprar pizzas e pães nos quiosques para mo-radores locais.

Hoje, 1 CUC (equivalen-te a 25 CUPs) corresponde a cerca de 1,10 euro (R$ 5,12). O euro e o dólar canadense são as moedas que rendem mais no câmbio. Para trocar dólares dos Estados Unidos, é preciso pagar taxa extra de 10%.

A segunda missão é com-binar o valor do táxi. O preço padrão até Habana Vieja, par-te antiga da cidade e principal polo turístico, é de 25 CUCs, mas a negociação pode come-çar em mais do que o dobro.

Os carros podem ser mo-dernos, com ar-condicionado e tocador de DVD, ou mais an-tigos, com até 50 anos de uso e pouco confortáveis.

Em Havana, os veículos são uma atração e ajudam a contar a história recente do país.

tí. No ano de 1899, Havana recebe a entrada do chefe das tropas de independência, Má-ximo Gómez, e sua população celebra a vitória junto ao exérci-to imagem que se repetiria seis décadas depois.

Em 1º de janeiro de 1959, os cidadãos foram às ruas para receber dois dos líderes da Re-volução Cubana: Che Gueva-ra e Camilo Cienfuegos, após derrotarem o governo de Ful-gencio Batista na batalha de Santa Clara, tomam o controle do país. Fidel Castro, que entre 1976 e 2008 assumiu a cadeira principal do Palacio de la Revo-lución, chegou a Havana uma semana depois.

DICAS VALIOSASHavana conquista os visi-

tantes com roteiros por pré-dios históricos, mar do Caribe e drinques à base de rum. Após desembarcar na capital Hava-na, a primeira missão é trocar dinheiro. No saguão principal do aeroporto, há duas cabines de cadecas, termo usado para designar as casas de câmbio.

Há duas moedas correntes no país: o CUC (peso conversí-vel para turistas) e o CUP (peso local, para trabalhadores).

Os modelos compridos, es-tilo rabo-de-peixe, são resquí-cio da relação próxima da ilha com os Estados Unidos nos anos 1940 e 1950, quando a cidade recebia endinheirados atrás de bares e cassinos.

Já os milhares de Ladas e Nivas que circulam pela capi-tal são fruto das três décadas de suporte do bloco soviéti-co a Cuba, até a dissolução da União Soviética, em 1991.

Outra leva de carros, da dé-cada de 1990, indica a abertura econômica e a consequente en-trada de produtos europeus e asiáticos -- carros americanos se-guem vetados. Por fim, acordos mais recentes despejaram mo-delos franceses e sul-coreanos em Havana. A maior parte deles integra a frota estatal de táxis.

A carreira de motorista é uma das mais valorizadas, afi-nal, embora a taxação seja alta (taxistas contam que 50% do que arrecadam vai para o Esta-do), um dia de trabalho pode render até 40 CUCs, mais do que o salário mínimo dos fun-cionários públicos .

Outra atividade rentável é abrir a casa para turistas. As hospedagens, conhecidas como casas de família, são regulamen-tadas, mais baratas (cerca de 30 CUCs por noite, por pessoa, com café da manhã) e oferecem a experiência de conhecer o dia a dia dos cubanos de classe média, além de ouvi-los a respeito dos ônus e bônus do sistema local.

O melhor local para se hos-pedar é Habana Vieja, que con-centra um grande número de atrativos turísticos. A poucos passos do castelo da Força Real, cujo acervo conta a história das frotas marítimas que passaram pela região, estão a Plaza de Ar-mas, mais antiga praça da cida-de, e a Plaza de la Catedral.

Luiz Felipe Silva/Folhapress

Nos estacionamentos do centro da cidade, o que os turistas mais encontram são carros antigos, principalmente das décadas de 1960 e 1970

Moradores pescam no Malecón, um calçadão que acompanha a orla

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POSSO VIAJAR

A Igreja de San Cristóbal, localizada na Plaza de la Catedral (à esquerda), é bastante visitada, assim como as cabanas de palha do Vale de Viñales