clt e previdência social

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Legislação Trabalhista e Previdenciária

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Direito do trabalho

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Legislao Trabalhista e PrevidenciriaSigla da turma: NLSemestre Letivo: 2007.1

2 Exerccio Escolar

Grupo 7: David Emmanuel

Felipe Coutinho

Graziela Melo

Tiago BockholtSumrio31. Histria da legalizao e Legislao do trabalho(mundo e Brasil)

52. Organizao da Justia do Trabalho no Brasil

53. Apanhado geral das Leis trabalhistas no Brasil e no Mundo

84. Consolidao das Leis Trabalhistas

95. A CLT

186. A Previdncia Social

377. Referncias Bibliogrficas

1. Histria da legalizao e Legislao do trabalho(mundo e Brasil)A preocupao em estabelecer normas legais de proteo ao trabalhador se concretizou na Constituio mexicana de 1917, que dedicou 30 artigos aos direitos sociais e do trabalhador.Constava tambm no Tratado de Versalhes, de 1919, do qual se originou a Organizao Internacional do Trabalho (OIT), como rgo da antiga Liga das Naes, hoje Organizao das Naes Unidas (ONU).A Constituio alem de Weimar, de 1919, modelo clssico de organizao de um Estado social-democrata, tambm procurou garantir direitos bsicos ao trabalhador.

As origens de rgos especializados em resolver divergncias nas relaes de trabalho podem ser encontradas nos Conseils de Proud' Hommes - literalmente, conselhos de homens prudentes -, da poca napolenica (1806). A bem sucedida experincia desse Conselho estimulou outros pases europeus a seguir o exemplo francs, instituindo organismos independentes do Poder Judicirio para apreciao de causas trabalhistas, basicamente pela via da conciliao entre as partes.1.1 OIT

A Organizao Internacional do Trabalho (OIT) uma agncia multilateral ligada Organizao das Naes Unidas (ONU), especializada nas questes do trabalho. Tem representao partidria de governos dos 180 Estados-Membros e de organizaes de empregadores e de trabalhadores. Com sede em Genebra, Sua desde a data da fundao, a OIT tem uma rede de escritrios em todos os continentes. O seu oramento regular provm de contribuies dos seus Estados Membros, que suplementado por contribuies de pases industrializados para programas e projetos especiais especficos

A OIT foi criada pela Conferncia de Paz aps a Primeira Guerra Mundial. A sua Constituio converteu-se na Parte XIII do Tratado de Versalhes. A idia de uma legislao trabalhista internacional surgiu como resultado das reflexes ticas e econmicas sobre o custo humano da revoluo industrial. As razes da OIT esto no incio do sculo XIX, quando os lderes industriais Robert Owen e Daniel le Grand apoiaram o desenvolvimento e harmonizao de legislao trabalhista e melhorias nas relaes de trabalho.

A criao de uma organizao internacional para as questes do trabalho baseou-se em argumentos: Humanitrios: condies injustas, difceis e degradantes de muitos trabalhadores.

Polticos: risco de conflitos sociais ameaando a paz.

Econmicos: pases que no adotassem condies humanas de trabalho seriam um obstculo para a obteno de melhores condies em outros pases.

1.2 Breve Histrico

Em 1944, luz dos efeitos da Grande Depresso a da Segunda Guerra Mundial, a OIT adotou a Declarao da Filadlfia como anexo da sua Constituio. A Declarao antecipou e serviu de modelo para a Carta das Naes Unidas e para a Declarao Universal dos Direitos Humanos.

Em 1969, em seu 50 aniversrio, a Organizao foi agraciada com o Prmio Nobel da Paz. Em seu discurso, o presidente do Comit do Prmio Nobel afirmou que a OIT era "uma das raras criaes institucionais das quais a raa humana podia orgulhar-se".

Em 1998, aps o fim da Guerra Fria, foi adotada a Declarao da OIT sobre os Princpios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento. O documento uma reafirmao universal da obrigao de respeitar, promover e tornar realidade os princpios refletidos nas Convenes fundamentais da OIT, ainda que no tenham sido ratificados pelos Estados Membros.

Desde 1999, a OIT trabalha pela manuteno de seus valores e objetivos em prol de uma agenda social que viabilize a continuidade do processo de globalizao atravs de um equilbrio entre objetivos de eficincia econmica e de equidade social.

A OIT funda-se no princpio de que a paz universal e permanente s pode basear-se na justia social. Fonte de importantes conquistas sociais que caracterizam a sociedade industrial, a OIT a estrutura internacional que torna possvel abordar estas questes e buscar solues que permitam a melhoria das condies de trabalho no mundo.

1.3 Organizao da OIT

Fig. Organizao da OIT

A OIT a nica agncia do sistema das Naes Unidas que tem uma estrutura tripartida onde participam em situao de igualdade representantes do estado, entidades patronais e trabalhadores. A OIT composta pelo Conselho de Administrao, Conferncia Internacional do Trabalho (CIT) e Repartio Internacional do Trabalho (BIT).Conselho de Administrao

A OIT dirigida pelo Conselho de Administrao que se rene uma vez por ano (Junho) em Genebra, na Conferncia Internacional do Trabalho. O Conselho constitudo por 28 membros governamentais, 14 membros em representao dos empregadores e 14 em representao dos trabalhadores. O Conselho responsvel pela coordenao das atividades da OIT, pela elaborao e controle de execuo das polticas e programas da OIT, pela eleio do Diretor Geral e pela elaborao de uma proposta de programa e oramento bienal. O Conselho dirige tambm as atividades da Repartio Internacional do Trabalho (BIT).

Conferncia Internacional do TrabalhoA Conferncia a Assemblia dos Estados Membros da OIT. Na Conferncia Internacional do Trabalho anual so abordados diversos temas do trabalho, adotadas e revistas normas internacionais do trabalho, e aprovadas as polticas gerais e o programa e oramento da OIT, financiado pelos seus Estados-Membros. Bureau Internacional do TrabalhoO Bureau Internacional do Trabalho, o secretariado permanente da OIT. Este organismo da OIT centra a gesto da maioria das atividades administrativas, produo de documentao, disponibilizao de informao e pesquisa e elaborao de estudos. Este dirigido pelo Diretor-Geral, nomeado pelo Conselho de Administrao.2. Organizao da Justia do Trabalho no BrasilCoube a Francisco Barbosa de Resende, quinto presidente do Conselho Nacional do Trabalho, presidir a Comisso Especial incumbida de organizar e instalar a Justia do Trabalho. Ela foi declarada instalada por Getlio Vargas em ato pblico realizado no dia 1 de maio de 1941, no campo de futebol do Vasco da Gama, Rio de Janeiro.

Ficou estruturada em trs instncias. Na base, as Juntas de Conciliao e Julgamento (JCJs), que mantiveram o nome e a composio, com a diferena que seu presidente passava a ser um juiz de Direito ou bacharel nomeado pelo Presidente da Repblica para mandato de dois anos. Os vogais (classistas) continuavam sendo indicados pelos sindicatos, para mandato tambm de dois anos.

Em nvel intermedirio, os Conselhos Regionais do Trabalho, para deliberao sobre recursos. E em nvel superior, o Conselho Nacional do Trabalho, integrado por 19 membros, nomeados pelo Presidente da Repblica para mandato de dois anos, permitida a reconduo, e assim distribudos: quatro representantes de empregados, quatro de empregadores, quatro funcionrios do Ministrio do Trabalho e das instituies de seguro social, e sete pessoas de reconhecido saber, das quais quatro formadas em Direito.3. Apanhado geral das Leis trabalhistas no Brasil e no MundoA argumentao sobre a flexibilizao das leis trabalhistas usa muitas vezes o exemplo dos Estados Unidos como ideal nas relaes entre empregador e trabalhador. Os Estados Unidos so o pas onde os direitos trabalhistas so mais neoliberais. A constatao salta de uma pesquisa elaborada pelas universidades de Harvard (EUA) e McGill (Canad) e publicada no comeo de fevereiro, a partir de dados da Organizao Internacional do Trabalho (OIT) e de outras fontes. A OIT tem o maior banco de dados sobre o assunto, com a legislao de mais de 170 pases. O estudo mostra que lei americana uma das mais duras com o trabalhador em relao a licena-maternidade, frias remuneradas, descanso semanal, auxlio-doena e adicional noturno. Por outro lado, pela pesquisa, se percebe que a lei brasileira est em sintonia com a maioria dos pases desenvolvidos. Apesar de no haver um ranking, a pesquisa aponta a Sua, Finlndia e Sucia como os pases em que os trabalhadores tm mais direitos. A tendncia mundial, j indicada pela prpria OIT, de um sistema de direitos trabalhistas mnimos, j que as empresas, com a concorrncia global, no so mais capazes de pagar os altos custos trabalhistas, assim, o meio termo entre os dois sistemas vigentes, umentando as garantias de um e cortando os excessos do outro seria ideal.

3.1 Licena-maternidade

Segundo o estudo, de 173 pases pesquisados, apenas cinco no do licena maternidade. So eles, Estados Unidos, Libria, Suazilndia, Papua-Nova Guin e Lesoto. Mais de 98 concedem pelo menos 14 semanas de descanso. No Brasil, a trabalhadora pode entrar de licena por 4 semanas antes do parto e retornar somente aps 12 semanas, como em outros 40 pases.Ao menos 107 pases protegem os direitos das mulheres de amamentarem os filhos durante a lactao, como no Brasil. Em 73 naes, as pausas so pagas. A pesquisa lembra que a amamentao nos primeiros meses de vida reduz a mortalidade infantil.A licena maternidade um dos motivos pelos quais as mulheres recebem em mdia, salrios menores do que os homens. O direito a maternidade tem como resultado uma menor vontade do empresrio em contratar mulheres. Tab.1: Mximo de semanas de licena maternidade pagaNmero de SemanasNmero de pases

4-74

8-1122

12-1343

14-1640

17-1916

20-3910

40-512

52-10314

104-1555

156 ou mais10

3.2 Licena-paternidade

Quanto ao beneficio da licena-paternidade, o nmero cai drasticamente. Dos 173 pases, apenas 65 garantem o direito em lei. Desses, 31 concedem ao menos 14 semanas. Como em outros 11 pases, a Consolidao das Leis do Trabalho brasileira d ao pai menos de uma semana de descanso. Os Estados Unidos no oferecem o direito. bom lembrar que um dos pontos positivos dos EUA nas relaes do trabalho, segundo a pesquisa, o fato de o pas ser uma dos pioneiros no combate discriminao e na promoo da igualdade salarial entre sexos, raas e portadores de deficincias fsicas.

Tab.2: Mximo de semanas de licena paternidade pagaNmero de SemanasNmero de pases

Menos de 111

1-619

7-111

12-131

14-162

17-190

20-396

40-513

52-1039

104-15510

156 ou mais1

3.3 Frias pagas

137 pases cadastrados na OIT, do frias anuais pagas. Destes, 121 garantem mais de duas semanas de descanso. No Brasil, a lei concede quatro semanas. Os EUA no tm lei que regulamenta este direito.Tab.3: Frias anuais pagasNmero de SemanasNmero de pases

12

Entre 1 e 218

Entre 2 e 343

Entre 3 e 433

Mais de 436

3.4 Horas de trabalho

Pelo menos 134 naes possuem leis que fixam o mximo de horas de trabalho permitidas por semana. No Brasil, o trabalhador deve receber hora extra se trabalhar mais de 44 horas por semana. Na Frana, o tempo de 35 horas. Por lei, os EUA no fixam nenhum limite. No entanto, o pas um dos 117 que garantem o pagamento da hora-extra. Apenas 28 pases restringem ou probem o trabalho noturno, enquanto 50 oferecem um prmio para quem trabalha durante a noite. O trabalhador que d expediente noite recebe 20% de adicional no salrio no Brasil. Pelo menos 126 pases garantem um descanso semanal pago de um dia.

3.5 Auxlio doena

Em 145 pases, o trabalhador que fica doente recebe mesmo que no possa trabalhar. Em casos mais graves, 127 permitem uma semana ou mais de descanso anualmente. Mais de 79 naes permitem benefcios de pelo menos 26 semanas ou at a recuperao. Em 49 casos, o trabalhador pode faltar para ir a um funeral ou um casamento.

Tab.4:Durao do auxilio doenaNmero de diasNmero de pases

1-63

7-101

11-3028

31 ou mais98

Tab. 5:Porcentagem paga do salrio enquanto o trabalhador est doentePorcentagemNmero de pases

100%31

75-99%20

50-74%74

25-49%8

4. Consolidao das Leis Trabalhistas

A CLT surgiu pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943, sancionada pelo ento presidente Getlio Vargas, unificando toda legislao trabalhista ento existente no Brasil.Seu principal objetivo a regulamentao das relaes individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. A CLT o resultado de 13 anos de trabalho - desde o incio do Estado Novo at 1943 - de destacados juristas, que se empenharam em criar uma legislao trabalhista que atendesse necessidade de proteo do trabalhador, dentro de um contexto de "estado regulamentador".

A Consolidao das Leis do Trabalho, cuja sigla CLT, regulamenta as relaes trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural. Desde sua publicao j sofreu vrias alteraes, visando adaptar o texto s nuances da modernidade. Apesar disso, ela continua sendo o principal instrumento para regulamentar as relaes de trabalho e proteger os trabalhadores.

Seus principais assuntos so:

Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho

Jornada de Trabalho

Perodo de Descanso

Frias

Medicina do Trabalho

Categorias Especiais de Trabalhadores

Proteo do Trabalho da Mulher

Contratos Individuais de Trabalho

Organizao Sindical

Convenes Coletivas

Fiscalizao

Justia do Trabalho e Processo Trabalhista

Apesar das crticas que vem sofrendo, a CLT cumpre seu papel, especialmente na proteo dos direitos do trabalhador. Entretanto, pelos seus aspectos burocrticos e excessivamente regulamentador, carece de uma atualizao, especialmente para simplificao de normas aplicveis a pequenas e mdias empresas.

5. A CLT

A legislao trabalhista, instituda pelo presidente Getlio, tem exatamente o objetivo de defender o trabalhador contra negociaes em que o mais poderoso impe termos leoninos ao mais desprotegido. Ou seja, trata-se de garantir um mnimo de direitos que no podem ser desrespeitados, para que haja, a sim, uma negociao verdadeira, mais justa entre patres e empregados.

Ao contrrio do que muitos pensam, a CLT no rgida, ela tem sido modernizada freqentemente. Um bom exemplo o Fundo de Garantia por Tempo de Servio, que modificou radicalmente o tratamento dado ao vnculo empregatcio, anteriormente protegido pela estabilidade. Para corroborar esta tese, o prprio posicionamento do TST tem atenuado determinadas regras trabalhistas em prol de interesses sociais mais relevantes, como a admisso mais ampla da terceirizao de servios a fim de garantir a competitividade das empresas que tem negcios no Mercosul. O importante termos uma viso macropoltica que no resulte em fragilizao das relaes de trabalho.A seguir, uma srie de artigos sobre temas atuais relacionados ao trabalho no Brasil.

Ajuda aos pequenos

Supersimples deve resgatar empresas da informalidadepor Marcos Alencar

O Simples em vigor abrange apenas a simplificao do pagamento de tributos federais para micro e pequenas empresas dos setores de indstria e comrcio. O Supersimples valer para todo o pas e pretende unificar nove impostos e contribuies seis federais (IRPJ, IPI, CSLL, PIS/Pasep, Cofins e INSS patronal), um estadual (ICMS), um municipal (ISS) e a contribuio para as entidades privadas de servio social e de formao profissional vinculadas ao sistema sindical.

sempre bom lembrar que as micro e pequena empresas respondem por 60% dos empregos formais e por 20% do Produto Interno Bruto (PIB). As mesmas so responsveis pela sustentao do nvel de emprego.

O primeiro reflexo dessa nova lei ser resgatar inmeras empresas da informalidade. Em conseqncia, teremos menos trabalhadores clandestinos, pois ao existirem formalmente, as empresas passam a ser fiscalizadas, sem contar que a tendncia de organizar-se de forma geral.

Outro ponto o surgimento de novos negcios e empresas, porque ao simplificar o custo tributrio, o governo facilita e seduz mais empreendedores, que passam a ter mais confiana e certeza de que o negcio dar lucros.

A nova lei uma excelente notcia do ponto de vista da gerao de empregos. Passa a tratar os desiguais de forma desigual, o que representa justia social aos micro e pequenos empresrios. Fazendo uso dessa pequena reforma, seria interessante que empregadores e empregados, por meio dos respectivos sindicatos e federaes, iniciassem uma discusso nacional buscando solues para abrandar os custos diretos do contrato de trabalho para empresas desse porte.

O maior direito do trabalhador o direito ao emprego. Se tivermos no futuro mais empresas, mais ofertas de empregos, naturalmente, pela lei da oferta e da procura, ser reduzida a elevada taxa de desemprego. E os trabalhadores empregados podero a sim exigir melhores salrios e benefcios contratuais.Revista Consultor Jurdico, 29 de maro de 2007

Protecionismo exagerado

Nmero excessivo de direitos trabalhistas engessa o paspor Sylvia Romano

Uma pesquisa conduzida pelas universidades de Harvard (EUA) e de McGill (Canad) aponta os Estados Unidos entre os piores pases do mundo em relao a direitos trabalhistas e polticas para a famlia, como licena-maternidade, auxlio-doena, frias e descanso semanal remunerados.

Embora o estudo tenha sido divulgado num momento em que as organizaes sindicais tentam convencer o novo Congresso a reavaliar a legislao para ampliar tais direitos, sigo pela contramo desses interesses e questiono: como que a classe trabalhadora norte-americana consegue ser forte e auto-suficiente e, em contrapartida, por que em pases como o Brasil a classe operria to sofrida, principalmente em termos financeiros?Graas s reivindicaes sindicais e a posturas protecionistas da esquerda, o funcionrio brasileiro um dos mais privilegiados em termos de benefcios, pois conta com 13 salrio, frias de 30 dias, vale-transporte, vale-refeio, licena-maternidade, planos de sade e de aposentadoria, cestas bsicas e por a afora. Mas mesmo assim, continua vivendo e se alimentando mal, sofrendo com a falta de bons servios de sade, sem estabilidade no emprego e sem a segurana de que conseguir outro caso perca o que tem e, finalmente, quando se aposenta recebe miseravelmente.

To protegido que por leis rgidas, este trabalhador no percebe o quo mal remunerado . Ele se contenta com migalhas eleitoreiras, que lhe do a falsa impresso de segurana e que atestam a sua incapacidade de gerar a sua prpria vida. Ser que no seria hora de nos conscientizarmos que o nmero exacerbado de direitos trabalhistas engessa o Brasil, impedindo o seu desenvolvimento e, ainda, a gerao de mais empregos para a populao?

No h dvidas de que a informalidade est cada vez maior em funo das inmeras garantias legais previstas aos empregados o que torna a mo-de-obra carssima e dos onerosos encargos e burocracias impostas aos empregadores, fazendo com que um trabalhador custe quase o dobro de seu salrio.

No estou falando em nome de grandes empresrios, pois so os pequenos os verdadeiramente penalizados, j que no conseguem conceder um salrio compatvel com a funo dos seus funcionrios, nem tirar para si uma quantia razovel fruto do seu trabalho suado. Ou seja, nada mais justo seria para essas duas partes terem reconhecido o seu valor.Tempos atrs, conversando com um profissional de RH, este defendia veementemente todas aquelas benesses concedidas e impostas por uma poltica oportunista, que impede que os nossos trabalhadores tenham o poder de escolha sobre o que fazer com o resultado do seu esforo dirio. Segundo esse profissional, se as empresas no fornecessem todos aqueles benefcios, a famlia do trabalhador seria fortemente prejudicada, pois o mesmo gastaria seu salrio com coisas suprfluas e deixaria de dar o sustento aos seus dependentes. Em outras palavras, o trabalhador visto como um incapaz e, por isso, cabe empresa definir o que o mesmo dever fazer com o seu prprio dinheiro.

Percebe-se com essa poltica o porqu, em nossa sociedade, a classe mdia encontra-se hoje praticamente inexistente, numericamente falando. Em pases como os Estados Unidos, o trabalhador ascendeu a classe mdia com todos os seus recursos, sem a interferncia do Estado em relao ao que o mesmo dever fazer com o que seu de direito e, muito menos, sem a intermediao de empresas que vendem planos de sade, cestas bsicas, vales-transporte e outras esmolas.

Democracia pressupe liberdade. Infelizmente essa postura escravagista permanece hoje em pases terceiros mundistas, penalizando no somente o trabalhador, mas tambm o empregador, em prol de interesses de poucos, geralmente ligados ao prprio governo.

Revista Consultor Jurdico, 29 de maro de 2007

Veto ao projeto

Super-Receita retrocesso no combate ao trabalho escravopor Walter Nunes da Silva Jnior

A Cmara dos Deputados aprovou nesta semana o Projeto de Lei 6.272/05, originrio do Senado Federal, que cria a chamada Super-Receita. por todos sabido que a Super-Receita tem por objetivo maior unificar o trato, a fiscalizao e a cobrana das receitas de tributos e contribuies federais (a cargo da Receita Federal) com as da receita previdenciria (a cargo do Instituto Nacional do Seguro Social INSS), de modo a otimizar a ao fiscal e desburocratizar a relao Fisco-Contribuinte.

Em que pese a sensvel evoluo que essa unificao traz, quer sob a tica administrativa, fiscal, bem como sob o ponto de vista do cidado-contribuinte, o projeto de lei em questo, j aprovado pelo Congresso Nacional, traz em seu bojo um dispositivo que desmerece o seu escopo e, o que mais grave, traz srias e profundas repercusses, de todo nefastas e negativas ao bem sucedido combate ao trabalho escravo.

A pretexto de evitar-se concentrao de poderes nas mos dos auditores fiscais do trabalho, os parlamentares aprovaram a emenda aditiva 3 (de origem n 94) que diz o seguinte: No exerccio das atribuies da autoridade fiscal de que trata esta lei, a desconsiderao da pessoa, ato ou negcio jurdico que implique reconhecimento de relao de trabalho, com ou sem vnculo empregatcio, dever ser sempre precedida de deciso judicial.

Em outras palavras, diz o texto aprovado pelo Legislativo que servidores pblicos concursados, capacitados e treinados para verificar ilegalidades ou descumprimento da relao trabalhista, com atribuies de imediatamente tomar as medidas cabveis para a pronta regularizao, de modo a resguardar o mnimo respeito aos trabalhadores e legislao trabalhista, no mais podero exercer esse mister.

Vale dizer, o Ministrio do Trabalho (rgo do Poder Executivo), por seus auditores fiscais, no poder mais verificar e punir aqueles que infringem a relao de trabalho. Dever-se- aguardar a manifestao do Poder Judicirio para se concluir se h, ou no, violao aos pressupostos basilares da relao de trabalho. Somente aps a deciso judicial, devidamente transitada em julgado, que podero ser tomadas providncias devidas, sejam trabalhistas, administrativas, fiscais, cveis ou penais. Tudo isso, muito tempo depois dos fatos.

Tal dispositivo, inserto no projeto de lei recm-aprovado da Super-Receita, no s representa grande retrocesso na fiscalizao da relao de trabalho, como tambm pode vir a colocar, novamente, o Brasil em situao de desconforto perante a comunidade internacional, tendo em vista que, em razo de acordos assinados, o pas assumiu o compromisso de reprimir violaes aos direitos humanos, bem como reprimir o odioso, medieval e inaceitvel trabalho escravo que, infelizmente, ainda grassa em certos rinces.

A bem sucedida poltica de combate ao trabalho escravo poder ruir, depois de tantos avanos ao longo do tempo. Isto porque os fiscais dos Grupos Mveis de Fiscalizao no mais podero tomar as medidas necessrias quando constatarem situao anloga ao trabalho escravo. Diga-se, alis, que foi justamente devido atuao dos Grupos Mveis de Fiscalizao que o Brasil, no ano de 2005, foi citado como referncia no relatrio global da Organizao Internacional do Trabalho (OIT).

Isso compromete a poltica que o Brasil, com o apoio de diversas entidades da sociedade civil dentre elas a Associao dos Juzes Federais do Brasil (Ajufe), vem desenvolvendo, desde 1995, para erradicar o trabalho escravo, embora o Pas fosse signatrio das Convenes 29 e 105 da OIT desde os anos 60. Assim, a eficcia e a excelncia do trabalho desenvolvido pelos Grupos Mveis de Fiscalizao de 1995 at 2005 foram libertadas 17.983 pessoas reconhecidas internacionalmente, sofrero inadmissvel retrocesso.

Como se no bastasse, h manifesta inconstitucionalidade no dispositivo ora aprovado. Com efeito, o Poder Executivo, por intermdio do Ministrio do Trabalho, mais especificamente dos seus auditores fiscais do trabalho, detm atribuio originria e especfica para verificar a higidez, a regularidade e a legalidade da relao de trabalho, com ou sem vnculo empregatcio. Ao se atribuir, ao Poder Judicirio, com exclusividade, a competncia para verificar eventuais ilegalidades ou irregularidades da relao de trabalho, suprimida atribuio inata e originria do poder de polcia tpico do Poder Executivo, que possui rgo e quadro de pessoal treinado e capacitado para tal fim.

Em nosso sistema jurdico, ao Poder Judicirio no cabe qualquer competncia para fiscalizar isso ou aquilo. Cabe-lhe atuar somente em ltimo caso, aps esgotadas todas as outras possibilidades e instncias, inclusive administrativas. Ou seja, quando de um concreto conflito de interesses instalado e no resolvido, havendo efetiva leso ou sria ameaa de leso a direito, que se impe a sua atuao. Fora dessa hiptese, no.

No Estado Democrtico de Direito a Administrao Pblica constituda tem o dever e a obrigao de preservar as instituies, a normalidade: o respeito ordem jurdica, independentemente de qualquer provocao. Esse o seu dever nsito e o que os cidados esperam. Da a diviso de tarefas e atividades entre vrios rgos estatais, de modo a melhor cumprir esses altos encargos. O Poder Judicirio atua em carter excepcional, quando falham todos os demais controles e instncias na resoluo da questo e na preservao da legalidade.O texto aprovado no somente promove a desarmonia entre esses Poderes Estatais, ao fazer com que um (Judicirio) exorbite as suas funes originrias em detrimento de outro (Executivo), de todo indesejvel.

Em uma legislao que tem entre seus objetivos a melhoria da arrecadao, o dispositivo em questo ter efeito inverso, uma vez que a mdio prazo ocasionar queda de receita, pela impossibilidade dos auditores fiscais do trabalho proporem, de imediato, a penalizao dos autores de irregularidades ou ilegalidades na relao de trabalho, visto que seria necessrio o ajuizamento de ao perante o Poder Judicirio.

Por tudo isso, pelo seu passado e histria e pela bem sucedida poltica de combate ao trabalho escravo, espera-se do Presidente da Repblica que vete o dispositivo em foco. A Nao agradecer.

Walter Nunes da Silva Jnior, doutor em teoria constitucional do processo penal e professor de direito penal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, presidente da Ajufe (Associao dos Juzes Federais do Brasil).

Revista Consultor Jurdico, 23 de fevereiro de 2007

Alterao necessria

Complexidade de ao trabalhista tornou CLT ultrapassadapor Alexandre Lauria Dutra

Tema pouco discutido em razo da maior controvrsia que as inovaes no direito material fomentam, mas de relevncia igualmente inconteste, a absoluta necessidade de alterao da Consolidao das Leis do Trabalho no que pertine ao processo e, em especial, quanto ao prazo e aos procedimentos que esta velha consolidao confere aos litigantes para preparao de suas defesas e para a prtica de atos processuais ligados a esta questo.

Como se sabe, a Consolidao das Leis do Trabalho de 1943, reservando ao tema processo do trabalho o Ttulo X, que tem a denominao Do Processo Judicirio do Trabalho. antiga e tem sido objeto de vrias reformas ao longo das dcadas que nos separam de sua incorporao ao ordenamento jurdico.

Contudo, deixando de lado questes absolutamente relevantes, alm das nomenclaturas ultrapassadas (h menes a Juntas, Presidente e Reclamao por todas as partes), o legislador reformista parece ter privilegiado temas como o das custas processuais, honorrios periciais, justia gratuita e seus requisitos, etc. (Lei 10.537/02). verdade que durante certo perodo inovou com as Comisses de Conciliao Prvia (Lei 9.958/2000) e o Procedimento Sumarssimo (Lei 9.957/2000), mas as alteraes mais pareceram uma tentativa de acabar com a dramtica lentido do Judicirio pela via inadequada.

Alteraes importantes parecem ser mais necessrias e teis aos advogados, jurisdicionados e magistrados. Dentre tantas, uma que considero importante a alterao do caput artigo 841 da Consolidao das Leis do Trabalho, que estabelece:

Artigo 841 Recebida e protocolada a reclamao, o escrivo ou chefe de secretaria, dentro de 48 horas, remeter a segunda via da petio, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer audincia de julgamento, que ser a primeira desimpedida, depois de cinco dias.

A norma entendida como previso de prazo mnimo de cinco dias entre a citao do ru (tratado como reclamado pelo artigo) e a realizao da audincia de conciliao, instruo e julgamento (tratada como audincia de julgamento pelo artigo).

Mesmo que deixemos de lado a necessria alterao das nomenclaturas reclamao, reclamado e outras que se tornaram ultrapassadas em razo da incorporao para a Justia do Trabalho de matrias anteriormente afetas Justia comum (Emenda Constitucional 45), preciso ponderar sobre alteraes mais profundas no contedo da lei.

A reformulao do artigo 841, caput, da Consolidao das Leis do Trabalho, necessria a fim de permitir aos rus um prazo razovel preparao de suas defesas, sem que isto importe em qualquer prejuzo para o princpio da celeridade.

No vejo como compatibilizar o minsculo prazo de cinco dias contemplado pela atual redao do artigo 841 da CLT com a realidade dos dias de hoje, que confirmam no apenas a crescente discusso no mbito da Justia do Trabalho de aes complexas envolvendo relaes emprego (altos executivos demandam na Justia do Trabalho), como tambm complexas relaes de trabalho, conflitos de representao sindical, aes de cumprimento, aes civis pblicas, aes relativas s penalidades administrativas, etc..

Alis, alm do artigo 841 da CLT no se compatibilizar com a atualidade, no se harmoniza com o fundamental direito constitucional da ampla defesa e do contraditrio. Sim, porque conferir ao ru o direito de receber a citao cinco dias antes da audincia de conciliao, instruo e julgamento, por exemplo, em uma Ao Civil Pblica, que pode envolver o direito de toda uma categoria profissional, o mesmo que negar-lhe a ampla defesa e conferir-lhe a restrita defesa, a defesa possvel.

Como juntar documentos (todos devidamente autenticados, pois este formalismo ainda exigido pela CLT), identificar e convocar as melhores testemunhas (estas, ainda limitadas a trs, mesmo nas causas mais complexas), verificar os autos e a documentao produzida pelo autor, investigar os fatos, redigir a defesa, preparar-se para a instruo, estudar o caso e definir as estratgias? Como? Em cinco dias?

verdade que em estados como So Paulo e Rio de Janeiro o acmulo de aes faz gerar espontaneamente prazos mais confortveis para os rus, mas em outras localidades, como Minas Gerais, Par, Amazonas e outras este prazo de cinco dias comum.

A concluso que devemos aproveitar o fortalecimento que a EC 45 trouxe Justia do Trabalho, a ela incorporando a competncia para julgar aes sobre as vrias modalidades que envolvem o tema relao de trabalho, alm de matrias anteriormente discutidas na Justia comum, para fomentar a discusso sobre o necessrio alargamento do prazo conferido pela Consolidao das Leis do Trabalho para o ru se defender, em prestgio ao direito constitucional da ampla defesa.

Revista Consultor Jurdico, 28 de dezembro de 2006

No escravido

Brasil serve de exemplo no combate ao trabalho escravo por Patrcia Audi

O Brasil o melhor exemplo no combate ao trabalho escravo em todo o mundo, reconhecido pela Organizao Internacional do Trabalho (OIT) em seu relatrio Uma Aliana Global contra o Trabalho Forado em 2005. O trabalho coordenado da Conatrae, comisso responsvel pela implementao dessa poltica, a grande responsvel por esse sucesso.

Alm do trabalho incansvel dessa comisso, o Brasil vem demonstrando inovao, coragem e determinao de seu setor produtivo, ou de pelo menos parte dele, quando anunciamos as melhores prticas empresariais conhecidas internacionalmente em busca de solues para a erradicao desse grave problema.

Baseado em estudos da cadeia produtiva do trabalho escravo, a OIT, a ONG Reprter Brasil e o Instituto Ethos coordenaram a elaborao de dois pactos nacionais contra o trabalho escravo. O primeiro firmado pelo setor siderrgico em agosto de 2004 e o segundo assinado em maio de 2005 por mais de 80 grandes empresas nacionais e multinacionais que, dentre as inmeras clusulas, comprometem-se a no adquirir produtos oriundos de fazendas que praticam esse crime.

Queremos destacar ento a exitosa experincia da Associao das Siderrgicas de Carajs (Asica), que assinou o primeiro acordo. A Associao criou em 2004 o Instituto Carvo Cidado (ICC), uma ONG cujo objetivo principal erradicar o trabalho escravo em sua cadeia produtiva. J foram feitas 945 fiscalizaes independentes nas carvoarias que alimentam os fornos das siderrgicas e cancelados 253 contratos de fornecimento de carvo por no cumprirem as normas trabalhistas e as orientaes determinadas pelo instituto.

No satisfeito apenas em inibir a prtica criminosa no setor, o ICC foi mais alm: vem promovendo a integrao de trabalhadores libertados pelo Grupo Mvel de Fiscalizao do MTE, identificando, qualificando e estimulando que as empresas da Asica empregassem 53 pessoas resgatadas em condies de escravos, dando-lhes, pela primeira vez, a oportunidade de uma vida digna e livre. O ICC vem dando inmeros passos frente como exemplo de uma poltica pblica que deveria ser instituda nacionalmente.

Presente em Imperatriz (MA) e Marab (PA), a ONG ainda encontra resistncias internas. No falamos que problemas no existem e que h consenso de todas as siderrgicas quanto importncia do papel do instituto nesse contexto. At mesmo porque vem tratando o assunto com a transparncia e o conhecimento total da Conatrae. Ressaltamos, entretanto, que apesar das dificuldades, o ICC vem exercendo a melhor prtica mundial de responsabilidade social no combate ao trabalho escravo conhecida pela OIT.

Tal exemplo deveria ser seguido por outros setores, principalmente aqueles ligados produo agropecuria, no importa se por motivaes sociais ou at mesmo comerciais. A gravidade do problema do trabalho escravo no Brasil e o descaso de poucos pode de maneira substantiva prejudicar toda uma atividade econmica do pas, que emprega legalmente seus funcionrios, paga impostos, gera divisas e utiliza-se de prticas leais de concorrncia perante seus pares.

Revista Consultor Jurdico, 19 de dezembro de 20066. A Previdncia SocialCONCEITO Previdncia vem do latim pre videre , ver com antecipao as contingncias sociais e procurar comp-las, ou de praevidencia, prever, antever.

No dizer de Wladimir Novaes Martinez previdncia social : a tcnica de proteo social que visa propiciar os meios indispensveis subsistncia da pessoa humana quando esta no pode obt-los ou no socialmente desejvel que os aufira pessoalmente atravs do trabalho, por motivo de maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, priso, idade avanada, tempo de servio ou morte mediante contribuio compulsria distinta, proveniente da sociedade e de cada um dos participantes.

Segundo Nair Lemos Gonalves, o evidente propsito de, antecipadamente, reunir recursos dos interessados e organizar mecanismos que pudessem e possam atender a contingncias sociais provveis e futuras. isso a previdncia social.

Em sntese, a Previdncia Social o segmento da Seguridade Social, composta de um conjunto de princpios, de regras e de instituies destinado a estabelecer um sistema de proteo social, mediante contribuio, que tem por objetivo proporcionar meios indispensveis de subsistncia ao segurado e sua famlia contra contingncias de perda ou reduo de sua remunerao, de forma temporria ou permanente, de acordo com a previso da lei.

O direito Previdncia Social um direito fundamental, pois previsto como Direito Social no art. 6. da CF/88.

Tem previso legal na Lei 8213/91 e Decreto Regulamentador No. 3.048/99. O art. 1. da Lei dispe: que a Previdncia Social, mediante contribuio, tem por fim assegurar a seus beneficirios meios indispensveis de manuteno, por motivo de incapacidade, desemprego involuntrio, idade avanada, tempo de servio, encargos familiares e priso ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. Alm dos arts. 201 e 202 da CF/88.

A vigente lei dispe sobre seus princpios regras e benefcios. No se confunde com assistncia social e seguridade social.

A Previdncia Social um dos segmentos, das partes do Direito da Seguridade Social. Este o gnero, que abrange a Previdncia Social como espcie. Art. 194 da Constituio.Nas palavras do mesmo Wladimir, assistncia social o conjunto de atividades particulares e estatais direcionadas para o atendimento dos hipossuficientes, consistindo os bens oferecidos em pequenos benefcios em dinheiro, assistncia sade, fornecimento de alimentos e outras pequenas prestaes. No s complementa os servios da Previdncia Social, como a amplia, em razo da natureza da clientela e das necessidades providas. Sua definio legal est no art. 4. da lei 8212/91 que dispe: A Assistncia Social a poltica social que prov o atendimento das necessidades bsicas, traduzidas em proteo famlia, maternidade, adolescncia, velhice e pessoa portadora de deficincia, independentemente de contribuio Seguridade Social.

Tambm no se pode confundir Previdncia Social com Seguridade Social. Esta o conjunto de polticas pblicas no mbito da Previdncia Social, Sade e Assistncia Social, conforme previsto no art. 194 e seguintes da CF/88. O direito segurana social direito fundamental, insculpido no art. 6. da CF/88 : So direitos sociais a educao, a sade, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio.

Portanto, Seguridade Social abrange Previdncia Social e Assistncia Social. A idia essencial da Seguridade Social dar aos indivduos e suas famlias tranqilidade no sentido de que, na ocorrncia de uma contingncia (invalidez, morte etc), a qualidade de vida no seja significativamente diminuda, proporcionando meios para a manuteno das necessidades bsicas dessas pessoas. Logo, a Seguridade Social deve garantir os meios de subsistncia bsicos do indivduo, no s mas principalmente para o futurro, inclusive para o presente, independentemente de contribuies para tanto. Verifica-se, assim, que uma forma de distribuio de renda aos mais necessitados, que no tenham condies de manter a prpria subsistncia.

O conceito moderno de Seguridade Social antigo. A famlia romana, atravs do pater famlias, tinha a obrigao de prestar assistncia aos servos e clientes, em uma forma de associao, mediante contribuio de seus membros, de modo a ajudar aos mais necessitados. Em 1344 surge a preocupao do homen em relao ao infortnio. Em 1601 a Inglaterra editou a Poor Relief Act (lei de amparo aos pobres), que institua a contribuio obrigatria para fins sociais, consolidando outras leis sobre assistncia pblica. Em 1883, na Alemanha, Otto von Bismarck introduziu uma srie de seguros sociais para atenuar a tenso existente entre as classes trabalhadoras. Os anos seguintes foram tambm de intensa produo legislativa a respeito do mesmo tema. A igreja sempre esteve preocupada com o trabalhador. As Encclicas Rerum Novarum, de Leo XIII (de 1891) e a Quadragesimo Ano, de Pio XI (de 1931) constituem-se em provas desta preocupao. Em 1898 a Frana promulgou norma criando a assistncia velhice e aos acidentes de trabalho. Em 1897, na Inglaterra, foi institudo o Workmens Compensation Act, que criou o seguro obrigatrio contra acidentes do trabalho.Em 1907 foi estabelecido o sistema velhice e acidentes de trabalho.em 1908, o Old Pensions Act concedeu penso aos maiores de 70 anos, independentemente de contribuio. Em 1911, foi estabelecido o National Insurance Act que determinou a aplicao de um sistema compulsrio de contribuies sociais.

Mas no comeo do sculo passado, comeou a surgir uma nova fase no direito mundial. O denominado constitucionalismo social, em que as constituies dos pases comearam a tratar de direitos sociais, trabalhistas e econmicos, inclusive direitos previdencirios.

A Constituio Mexicana de 1917 foi a 1, do mundo a incluir o seguro social em seu bojo. A Sovitica de 1918 incluiu direitos previdencirios. A Constituio de Weimar de 1919 determinou que ao Estado incumbe prover a subsistncia do cidado alemo, caso no possa proporcionar-lhe a oportunidade de ganhar a vida com um trabalho produtivo (art. 163). A criao da OIT em 1919 teve grande influncia nas constituies do mundo. Esse rgo passou a evidenciar a necessidade de um programa sobre previdncia social em suas convenes. Nos Estados Unidos foi institudo o New Deal, com a doutrina do Wellfare State ( Estado do bem-estar social). Em 1935 o Congresso americano aprovou o Social Security Act para ajudar os idosos e estimular o consumo, instituindo tambm o seguro-desemprego. A Nova Zelndia, em 1938, instituiu lei sobre proteo a toda a populao, implantando o seguro social, acabando com o seguro privado. A Carta Universal dos Direitos do Homem de 1948 diz que a proteo previdenciria um direito fundamental da pessoa humana, dentre outros. A partir da a elaborao de programas de seguridade social mundo afora vem sempre crescendo.

E no Brasil. Como tudo comeou?

O Decreto no. 4.682/23 foi a 1. norma a tratar de previdncia social, estabelecendo um sistema de benefcios para os ferrovirios. A segunda norma a ser ressaltada foi a Lei no. 3.807/60 que estabeleceu a organizao da Previdncia Social, instituindo benefcios, sendo chamada de Lei Orgnica da Previdncia Social.

A evoluo da Previdncia Social no Brasil se deu da seguinte forma. A Constituio de 1891 consagrou as primeiras regras sobre aposentadorias, as quais tinham carter corporativo. Em 1919 e 1923 surgiram as Lei de Acidentes de Trabalho e Lei Eloi Chaves, respectivamente. Pode-se dizer que foram as normas precursoras. A partir de ento o sistema foi evoluindo quando formaram-se as Caixas de Aposentadorias e Penses e os IAPs. Em 1960 houve uma unificao legislativa com a promulgao da Lei Orgnica da Previdncia Social. Em 1966 houve a unificao dos Institutos, com a criao do Instituto Nacional de Previdncia Social. Mas esta unificao no foi suficiente, pois algumas categorias ainda permaneceram desamparadas, tais como os agentes pblicos, apesar de possurem direito aposentadoria porque tinham estatuto prprio. Na dcada de 70 um grande avano aconteceu. Os trabalhadores rurais e os domsticos passaram a ter proteo previdenciria. Mas foi com a atual Carta Poltica Brasileira de 1988 que o povo brasileiro conheceu um maior rol de proteo. Surgiu a noo de Seguridade Social, houve a unificao dos regimes de previdncia, salvo os dos agentes pblicos ocupantes de cargos efetivos e vitalcios na esfera da Adminsitrao (art 39 da CF/88). Para estes h o Regime Jurdico nico. H tambm regras diferenciadas previstas nos arts. 40 e 201 da Constituio.6.1CARACTERSTICAS DO SISTEMA PREVIDENCIRIO NO BRASIL

O sistema previdencirio adotado pelo Brasil o chamado sistema contributivo lastreado em um Pacto de Geraes, mas que tende a um Sistema de Capitalizao (Emendas Constitucionais Nos. 20/1998 e 41/2003 da Reforma da Previdncia), uma poupana individual. Pelo primeiro, para o trabalhador fazer jus a benefcios, tem que contribuir com as contribuies sociais que so a base do Sistema de Seguridade Social no Brasil. o chamado Custeio da Seguridade Social. Essa contribuies tm dupla finalidade: o custeio do sistema e apurao do tempo de atividade e do valor que serve de clculo para os benefcios da Previdncia Social.Detm natureza tributria e so a principal fonte de financiamento da Seguridade Social no nosso pas. Art. 195 da CF/88 e art. 154, I.

O que se entende como fonte de custeio? So os meios econmicos e, principalmente, financeiros obtidos e destinados concesso e manuteno das prestaes da seguridade social. Podem ser fontes diretas e indiretas. As primeiras so contribuies previstas para o sistema. As segundas so os impostos, que sero utilizados nas insufici6encias financeiras do sistema. Logo, o custeio da seguridade social feito diretamente por contribuies da empresa e dos trabalhadores e o financiamento indireto realizado por meio de toda a sociedade, por intermdios de impostos. So fontes de custeio da previdncia social: a dos empregadores, incidentes sobre a folha de salrios, o faturamento e o lucro; b- dos trabalhadores; c sobre a receita de concursos de prognsticos; d do importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a ele a lei equiparar (Lei 10.865/04). Alm dessas, a Constituio prev outras no parg. 4. do art. 195, que se reporta ao inciso I do art. 154.

Pode ser dito que o Sistema Brasileiro de Previdncia Social um modelo de repartio simples (pay as you go system). Os ativos contribuem para o benefcio dos inativos. Existe um contrato entre geraes : a gerao atual financia a gerao anterior.

Logo, o regime previdencirio depende da contribuio por parte do prprio segurado, ao contrrio do regime de assistncia social, em que o segurado no precisa ter contribudo para ter direito ao benefcio. H necessidade de pagamento da contribuio para ter direito ao benefcio.O sistema baseado na solidariedade humana, em que a populao ativa deve sustentar a inatividade, os aposentados. A relao previdenciria sinalagmtica, pois h direitos e obrigaes. O segurado s tem direito ao benefcio do INSS se tiver contribudo para o sistema, ou seja, se tiver havido custeio. O INSS, sujeito passivo da relao, recebe as contribuies para pagar os benefcios. Nesta relao previdenciria, os sujeitos ativos so o segurado ou o dependente, que recebem o benefcio. Esse ltimo s existe se tiver existido o primeiro. No existe dependente se nunca tiver havido em primeiro lugar o segurado. Os dependentes para fins previdencirios diferem daqueles para fins de imposto de renda. Dividem-se em trs classes: 1 cnjuge, companheiro(a) e o filho no emancipado de qualquer condio, menor de 21 anos ou invlido; 2 os pais; 3 o irmo, no emancipado de qualquer condio, menor de 21 anos ou invlido. O rol taxativo. Cabe norma legal incluir ou excluir pessoas na condio de dependente. Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condies para efeitos de dependncia. A existncia de dependente de qualquer das classes mencionadas exclui do direito s prestaes os das classes seguintes. A norma vigente tambm prev a perda da qualidade de dependente. Exemplos: o cnjuge perde a qualidade de dependente pela separao judicial ou divrcio, pela anulao do casamento ou sentena judicial transitada em julgado. Mas assegurada a prestao de alimentos, ele volta a ser dependente; o companheiro (a), pela cessao da unio estvel com o segurado(a), enquanto no lhe for assegurada a prestao de alimentos;para o filho e equiparado e irmo, de qualquer condio, aos 21 anos de idade, salvo se invlidos, ou pela emancipao, no caso dos primeiros.; para os dependentes em geral, pela cessao da invalidez e pelo falecimento.

H vrios tipos de regimes previdencirios no Brasil: 1 O Regime Geral da Previdncia Social RGPS, que obrigatrio, pblico e contributivo, art. 201 da CF/88, gerido pelo INSS, dirigido aos particulares; 2 Regimes Prprio de Previdncia dos Servidores Pblicos RPPS, destinado aos servidores pblicos detentores de cargos pblicos efetivos e vitalcios da Administrao Pblica Direta, autarquias e fundaes pblicas, art. 40 da CF/88 (Unio, Estados, DF e Municpios); esses dois baseados na forma de repartio, pois de carter contributivo, apesar de quanto a esse ltimo o dito carter s foi institudo com a emenda 3 em 1993 3- Regime de Previdncia Complementar RPC de entidades de Previdncia Privada Aberta e Fechada e Fundos de Penso Pblicos, baseado na forma de capitalizao, de carter facultativo, art. 202 da CF/88, regime de natureza privada que visa complementar o regime geral; 4 Regime dos Militares das Foras Armadas.

Os funcionrios pblicos federais so atualmente regidos pela Lei 8.112/90, que tambm trata de questes previdencirias. Contudo, esses funcionrios tm regime prprio, no sendo beneficiados no regime da Seguridade Social descrito nas Leis 8.212 e 8.213, tendo tambm sistema prprio de Previdncia Social.

O Regime Geral da Previdncia Social abrange os: trabalhadores urbanos e rurais; os autnomos de qualquer espcie (profissionais liberais, eventuais etc); empresrios; produtores rurais e artesos; empregados domsticos; trabalhadores avulsos; ocupantes de cargo de provimento em comisso da Administrao Direta, autarquias e fundaes pblicas de qualquer esfera da Administrao.

Os Regimes dos Agentes Pblicos abrangem: Magistrados; Membros do Ministrio Pblico; Servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo (os estatutrios); Militares nos Estados e no DF(art. 142 da CF/88). No existindo no ente da Federao regime diferenciado institudo, passam a ser segurados do Regime Geral. So esses os segurados da Previdncia Social, os quais so ao mesmo tempo beneficirios e contribuintes do sistema.

Os beneficirios da Previdncia social so os segurados e dependentes. O segurado tanto o que exerceu ou exerceu atividade remunerada efetiva ou eventual, como aquele que no exerce atividade remunerada (desempregado) ou que no tem remunerao por sua atividade (dona-de-casa, estudante, desempregado), com ou sem vnculo empregatcio. Sempre pessoa fsica. A pessoa jurdica no segurada, mas to somente contribuinte. Essa definio compreende tanto os que ainda exercem atividade remunerada (que esto na ativa) como os que j esto aposentados. segurado toda a pessoa que usufrui ou pode usufruir de benefcios. Mas no apenas quem recebe benefcio, mas tambm quem paga a contribuio.

No existem apenas segurados obrigatrios comuns ao sistema (empregado, empregado domstico, trabalhador avulso), mas tambm segurados que podem filiar-se facultativamente ao sistema, como a dona-de-casa, o sndico de condomnio, o estudante e o desempregado. Segurados facultativos. Art. 201 da CF/88.h ainda os segurados obrigatrios individuais ou contribuintes individuais (autnomos, equiparados a autnomo, eventuais, empresrios) e segurados obrigatrios especiais (produtor rural).

6.2 CARACTERSITICAS GERAIS DO REGIME GERAL DA PREVIDNCIA SOCIAL QUE O DISTRINGUE DOS DEMAIS (resumo)

A fonte de custeio vem dos recursos oramentrios da Unio, de Contribuies Sociais, dos Empregadores e das Empresas, dos beneficirios (no incidindo sobre aposentadorias e penses).

A contribuio dos segurados incidem no mximo sobre um teto, hoje R$ 2.508,00. No h contribuies de aposentados e pensionistas.

As contribuies patronais incidem sobre a folha, o faturamento e o lucro lquido, sem limite.

H hipteses de iseno de contribuio. Ex. entidades filantrpicas.

O clculo da aposentadoria a mdia de 4/5 dos salrios-de-contribuio, desde 07/1994, corrigidos, com a aplicao do fator previdencirio.

A aposentadoria voluntria requerida por idade ou por tempo de servio. Obedecem ao valor teto, ou seja, o valor mximo atual de R$ 2.508,00. So corrigidos anualmente ( 1. de junho) por ndice fixado pelo MPS.

A penso por morte equivale ao valor da aposentadoria por invalidez que seria devida ao segurado falecido, ou igual ao valor da aposentadoria que j vinha recebendo, com teto de R$ 2.508,00.

As Emendas Constitucionais 41 e 47 trouxeram muitas mudanas quanto aposentadoria voluntria. H vrias situaes a serem consideradas, dependendo da poca dos ingressantes. O que se pode concluir dos textos dessas duas emendas que a tendncia da poltica previdenciria para os agentes pblicos a sua uniformizao com os trabalhadores da iniciativa privada. a preocupao com a criao de fundos de previd6encia complementar, em relao aos novos agentes pblicos que vieram a ingressar aps.

COMO SE D A INSCRIO DO SEGURADO NA PREVIDNCIA?

Inicialmente preciso dizer que inscrio no se confunde com filiao. A filiao o momento em que o segurado passa a integrar como beneficirio o sistema de previdncia. Inscrio o ato administrativo no qual o segurado procede sue registro e de seus dependentes perante o INSS. S as pessoas fsicas so filiadas.

O segurado ser considerado inscrito quando cadastrado no Regime Geral de Previd6encia Social, mediante comprovao dos dados pessoais e de outros elementos necessrios e teis sua caracterizao. Ex. o contrato de trabalho do empregado prova a sua inscrio. J o trabalhador avulso ser considerado inscrito pelo preenchimento dos documentos que o habilitem ao exerccio de sua atividade, formalizados pelo sindicato de classe ou rgo gestor de mo de obra, que o arregimenta, recolhe os valores recebidos das empresas pela prestao de servios e faz o rateio entre os que participam da operao. O empregado domstico est inscrito com a apresentao de documento que comprove a existncia de contrato de trabalho. O contribuinte individual considerado inscrito pela apresentao de documento que comprove a sua condio ou o exerccio de atividade profissional, liberal ou no, como ocorre com o registro no CRC, na OAB, no CREA, no CRM etc. E assim por diante. Cada tipo de segurado ( autnomo ou equiparado, o especial, o facultativo), deve comprovar a sua condio para sua inscrio.

A filiao Previdncia Social decorre automaticamente do exerccio de atividade remunerada para os segurados obrigatrios. Em relao aos segurados facultativos, a inscrio realizada com o pagamento da 1. contribuio.

Quanto ao dependente, ser considerado inscrito quando o segurado o qualificar perante a Previdncia Social e apresentar os documentos necessrios para tanto. Sua inscrio deve ser feita de preferncia no ato da inscrio do segurado.

COMO SE D A CONTRIBUIO PARA O CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL?

A contribuio da Unio constituda de recursos adicionais do Oramento Fiscal, fixados obrigatoriamente na Lei Oramentria Anual (art. 16 da Lei 8.212/91). Para assegurar recursos para o pagamento dos benefcios concedidos pelo Regime Geral de Previdncia Social, em adio aos recursos de sua arrecadao, a Unio poder constituir fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que dispor sobre a natureza e a administrao desse fundo (art. 250 da CF/88).

A contribuio do trabalhador e dos demais segurados da Previdncia Social est prevista no inciso II do art. 195 da CF/88, no incidindo contribuio sobre aposentadoria e penso concedidas pelo RGPS de que trata o at. 201 da Lei maior. A redao constitucional ampliou a possibilidade da exigncia de contribuies. A contribuio previdenciria incidir sobre as verbas de natureza salarial ou sobre remunerao. Incidir sobre as gorjetas, adicionais habituais, abonos, sobre o aviso prvio trabalhado, as etapas (dos martimos), a remunerao relativa a repouso semanal e a feriados civis e religiosos, o pagamento dos 1os 15 dias de afastamento do emprego por motivo de doena ou acidente de trabalho, a remunerao recebida pelo empregado quando no exerccio de mandato sindical, a remunerao paga pelo sindicato a dirigente sindical. No h incidncia de contribuio quando do pagamento de valores de natureza no remuneratria.

A contribuio do segurado empregado e trabalhador avulso varia conforme o valor do salrio-de-contribuio, apurado ms a ms e limitado ao valor tetode contribuio.

A contribuio do tomador de servio urbano incide sobre a totalidade da remunerao de todos os empregados e trabalhadores avulsos ( 20% mais 1%, 2% ou 3% relativos ao seguro de acidentes de trabalho), e em alguns casos, contribuio adicional para custeio de aposentadorias especiais, sem aplicao do valor-teto.

Para o empregado domstico, o seu salrio-de-contribuio ser a remunerao registrada na CTPS. de 20% sobre esse valor, dos quais 12 a cargo do empregador e 8, do empregado. O empregador domstico recolhe com o carn GPS (Guia de Previdncia Social) , no cdigo 1600.

Entenda-se como empregado domstico aquele que presta servios de natureza contnua e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia, no mbito residencial destas. Art. 1. da Lei 5859/72. A este empregado so assegurados os direitos constitucionais elencados no pargrafo nico do inciso XXXIX, art. 7 e mais os dispostos na legislao ordinria prpria, a lei acima citada. Pela sua integrao previdncia social, tem direito a grande parte das prestaes previdencirias.

Exercendo o empregado mais de um emprego, est sujeito ao salrio-de-contribuio em cada um deles, proporcionalmente.

O contribuinte individual e facultativo contribui com uma alquota de 20% sobre o respectivo salrio-de-contribuio. Art. 21 da Lei 8.212 de acordo com a redao da Lei 9.876. o percentual para membros de cooperativa 15%.

O segurado empregador rural pessoa fsica dever recolher obrigatoriamente as contribuies com a alquota de 20%.

O segurado especial se enquadrar como facultativo. Se quiser ter direito a benefcio, dever recolher a contribuio previdenciria na condio de segurado facultativo.

O aposentado por idade ou tempo de servio pelo RGPS que voltar a exercer atividade por este abrangida segurado obrigatrio em relao a essa atividade, ficando sujeito s contribuies previstas na legislao regente, para finda de custeio da Seguridade Social.

O inciso I do art. 195 prev vrias contribuies da empresa. Dispe sobre a contribuio social do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salrio e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio, mesmo sem vnculo empregatcio. As contribuies sociais ali previstas podero ter alquotas ou bases de clculo diferenciadas em razo da atividade econmica ou da utilizao intensiva de mo-de-obra. H tambm contribuio social sobre o faturamento, sobre o lucro, sobre a receita de concursos de prognsticos.

O autnomo se equipara empresa. Se remunerar outro autnomo, inscrito ou no perante a Previdncia, ter que pagar o encargo de 20%.

O empregador domstico contribui com a alquota de 12% e o empregado com 8% do salrio de contribuio.

Contribuem tambm para o custeio o produtor rural, o segurado especial, o empregador rural pessoa fsica, a cooperativa rural, os clubes de futebol, Senac, Sesc, Sesi, Senai e outros terceiros, Sebrae tudo nos termos legais vigentes e pertinentes a cada tipo.

A Seguridade Social tem ainda outras receitas: multas, atualizao monetria, juros moratrios, remunerao recebida por servios de arrecadao, fiscalizao e cobrana prestados a terceiros, receitas provenientes de prestao de outros servios e de fornecimento ou arrendamento de bens etc.

H tambm contribuies obre o faturamento (COFINS) e sobre o lucro lquido (CSLL), e contribuies sociais no destinadas Seguridade Social (como as do chamado sistema S, salrio-educao, etc).

A contribuio do empregador rural, pessoa fsica ou jurdica, incide sobre o valor da comercializao de sua produo, sem valor-teto, e no sobre o total das remuneraes pagas ou creditadas.

O no recolhimento das contribuies sociais por quem de direito incorrer em crime contra a Seguridade Social.6.3 AS PRESTAES DA PREVIDNCIA SOCIAL

As prestaes (gnero) compreendidas pelo RGPS so expressas em benefcios e servios (espcies).

Benefcios so valores pagos em dinheiro aos segurados e dependentes. Servios so bens imateriais postos disposio do segurado, como habilitao e reabilitao profissional, servio social, assistncia mdica etc.

As prestaes podem ser divididas quanto ao segurado (aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuio, aposentadoria especial, auxlio-doena, salrio-famlia, salrio-maternidade, auxlio-acidente); ao dependente (penso por morte e auxlio-recluso) e a ambos (servio social e reabilitao profissional). No se exclui do RGPS as prestaes por acidente do trabalho (auxlio-acidente, aposentadoria por invalidez, acidentria,auxlio-doena acidentrio, penso por morte acidentria).

O que vem a ser perodo de carncia? o tempo correspondente ao nmero mnimo de contribuies mensais indispensveis para que o beneficirio faa jus ao benefcio. observado a partir do transcurso do 1. dia dos meses de suas competncias. o lapso de tempo durante o qual os beneficirios no tm direito a determinadas prestaes, em razo de ainda no haver sido pago o nmero mnimo de contribuies exigidasem lei. Mas h prestaes que independem de carncia . Exemplos: penso por morte, auxlio-recluso, salrio-famlia e auxlio-acidente, auxlio-doena e aposentadoria por invalidez decorrentes de acidente de qualquer natureza ou causa, aposentadoria por idade ou por invalidez, auxlio-doena, auxlio-recluso ou penso por morte aos segurados especiais, salrio-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e a empregada domstica, servio social, reabilitao profissional.

O valor do benefcio previdencirio est vinculado ao que se chama de salrio-benefcio, conceituando-se este como a mdia aritmtrica de um certo nmero de contribuies utilizada para o clculo da renda mensal inicial do benefcio. o valor bsico utilizado para o clculo da renda mensal dos benefcios de prestao continuada, inclusive os regidos por normas especiais, com exceo do salrio-maternidade, salrio-famlia, penso por morte e os demais benefcios da legislao especial. O clculo do salrio-benefcio deve obedecer legislao de regncia. Pargrafo 3. do art. 201 da CF/88. Os benefcios sero reajustados para a preservao de seu valor real na data de sua concesso. Parg. 4. do art. 201 da CF/88 .Ex. quem ganha benefcio razo de um salrio mnimo por ms ter a referida prestao corrigida quando for alterado o salrio mnimo. Nenhum benefcio que substitua o salrio-de-contribuio ou rendimento do trabalho do segurado ter valor mensal inferior ao salrio mnimo. Parg. 2. do art. 201 da CF/88. e o teto mximo aproximadamente 10 salrios mnimos. 6.4 OS REAJUSTAMENTOS DOS BENEFCIOS

Os benefcios sero reajustados para a preservao do seu valor real na data de sua concesso. Previso constitucional no art. 201, parg. 4. O reajustamento conforme critrios definidos em lei.

Quem ganha benefcio razo de um salrio mnimo por ms ter a referida prestao corrigida quando for alterado esse salrio.

Nenhum benefcio reajustado pode ser superior ao limite mximo do salrio-de-contribuio, respeitados, evidentemente, os direitos adquiridos. No poder ser tambm inferior ao salrio mnimo, salvo em relao ao auxlio-acidente e do salrio-famlia.

Quando da apurao para fixao do porcentual do reajuste do benefcio, podero ser utilizados ndices que representem a variao dos preos divulgados pelo IBGE ou de instituio congnere de reconhecida notoriedade, na forma do regulamento. No mais especificado o ndice de correo do benefcio. O governo pode utilizar qualquer ndice que lhe convenha.

6.5 CUMULAO DE BENEFCIOS

Cumulao ou acumulao de benefcios receber mais de um benefcio concomitantemente. Ou seja, auferir mais de um benefcio pago pelo INSS.

Isso proibido em muitos casos, tais como: No pode ACUMULAR

aposentadoria por invalidez com auxlio-doena ou auxlio-acidente.

mais de uma aposentadoria, nem mesmo as acidentrias.

aposentadoria e abono de permanncia em servio (quando este ltimo existia)

salrio-maternidade e auxlio-doena

mais de um auxlio-acidente

mais de uma penso deixada por cnjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opo pela mais vantajosa.

auxlio-doena comum com auxlio-doena acidentrio, prevalecendo a situao mais favorvel

auxlio-acidente com auxlio-doena ou qualquer aposentadoria

aposentadoria por invalidez comum com aposentadoria por invalidez acidentria

Etc.

Tambm no pode haver cumulao de seguro-desemprego com qualquer benefcio de prestao continuada da Previdncia Social, exceto penso por morte ou auxlio-acidente.

H casos de possibilidade de acumulao de benefcios. A penso pode ser acumulada com a aposentadoria

Mas os servios podem ser cumulados com benefcios.

Os dependentes podem ter dois ou mais benefcios decorrentes de sua situaao, bem como pode haver cumulao com benefcios que so inerentes a sua condio de segurado, caso os tenham.

Salvo no caso de invalidez, o retorno ou a permanncia na atividade do aposentado no prejudica a sua aposentadoria, que ser mantida no seu valor integral.

6.6 ALGUNS BENEFCIOS EM ESPCIE

6.6.1 AUXLIO-DOENA Benefcio previsto nos arts 59 a 64 da Lei no. 8213/91. benefcio previdencirio de curta durao e renovvel a cada oportunidade em que o segurado dele necessite. um benefcio pago em decorrncia de incapacidade temporria superior a 15 dias consecutivos, com a suspenso do contrato de trabalho. Mas se a incapacidade for total, ser concedido o benefcio da aposentadoria por invalidez. A empresa no tem obrigao de contar o tempo de servio, nem de pagar salrio a partir do 16. dia de afastamento, quando se inicia o direito ao benefcio. Nos 1s quinze dias de afastamento da atividade por motivo de doena, caber empresa pagar o salrio integral do empregado. Seu contrato fica interrompido, com contagem do tempo de servio Para seu recebimento h necessidade de cumprimento de perodo de carncia de 12 contribuies mensais, salvo nos casos previstos em lei.

Para o empregado domstico inicia-se no 1. Dia de incapacidade, no tendo o empregador domstico de pagar os 15 1 s dias.

Quanto aos demais segurados, o incio do benefcio dar-se- a contar da data do incio da incapacidade e enquanto esta durar. Logo, possvel dizer que esse benefcio no devido apenas quando o segurado se encontra empregado. Basta ele ser segurado, ainda que desempregado.

a percia mdica do INSS quem avalia a incapacidade do segurado.

Se o segurado, aps receber auxlio-doena, voltar ao trabalho na mesma empresa, e, menos de 60 dias depois,requer e obtm novo auxlio pela mesma doena, a empresa fica desobrigada do pagamento dos 15 primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefcio anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso. Mas a legislao previdenciria no esclarece o caso de afastamentos sucessivos do empregado por interregnos inferiores a 15 dias. Portanto, se um empregado se afasta vrias vezes por perodos menores a 15 dias e a soma de todos eles ultrapassa 15 dias, ele tem que esperar o 16 dia aps o ltimo afastamento para requerer o auxlio-doena, pois o auxlio-doena s devido para o segurado que se afastar por mais de 15 dias consecutivos. O empregador deve pagar esses perodos de afastamento inferiores a 15 dias.

O valor do benefcio consiste em uma renda mensal de 91% do salrio-de-benefcio. Atualmente o porcentual da renda mensal um s.

O auxlio-doena cessar quando houver recuperao da capacidade do trabalho, pela transformao em aposentadoria por invalidez, com a morte do segurado, ou auxlio-acidente de qualquer natureza. No h um prazo mximo para a concesso desse benefcio.6.6.2 - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

aquele benefcio devido ao segurado que, estando ou no em gozo de auxlio-doena, for considerado incapaz para o trabalho e insusceptvel de reabilitao para o exerccio de atividade que lhe garanta a subsistncia, sendo o benefcio pago enquanto permanecer nessa condio . , portanto, um benefcio temporrio.

Se o empregado estiver em gozo de auxlio-doena, insusceptvel de recuperao para sua atividade habitual, dever submeter-se a processo de reabilitao profissional para o exerccio de outra atividade, no cessando o benefcio at que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistncia. Caso seja considerado irrecupervel, ser aposentado por invalidez. Mas h necessidade do cumprimento do perodo de carncia de 12 contribuies mensais, salvo em decorrncia de acidente ou para os casos dos segurados especiais e algumas doenas infecciosas.

A concesso desse tipo de aposentadoria depender da verificao da condio de incapacidade, mediante exame pericial mdico a cargo da Previdncia Social. Concluindo essa percia pela existncia de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria ser devida a) ao segurado empregado, a contar do 16. dia do afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias; b) ao segurado empregado domstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado especial e facultativo, a contar da data do incio da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias.

A renda mensal de 100% do salrio-de-benefcio, com percentual nico. devida a contar do dia imediato ao da cessao do auxlio-doena.

A legislao atual considera a aposentadoria por invalidez do tipo provisria, pois o segurado pode, em certos casos, recuperar-se e deve se submeter constantemente a exame mdico a cargo da Previdncia Social. Poder tornar-se definitiva se o mdico assim entender.

Julgando-se o aposentado por invalidez apto a retornar atividade, dever submeter-se a nova avaliao mdico-pericial. Caso a percia conclua pelo retorno atividade, a aposentadoria cessar.

6.6.3 - APOSENTADORIA POR IDADE (VELHICE) o tipo de benefcio que s adquirido quando se atinge a idade especificada na lei.

direito consagrado na Constituio Federal. Art. 201, I.. O inciso II do pargrafo 7. Do mesmo artigo determina aposentadoria aos 65 anos de idade, para o homem, e aos 60, para a mulher, reduzido em 05 anos o limite de idade para os trabalhadores rurais de ambos os sexos, empregado, eventual, avulso e segurado especial e para os que exercem suas atividades em regime de economia familiar, neste includo o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

Mas no s a idade o credenciamento para aquisio dessa aposentadoria. Tem que cumular idade com tempo de contribuio.art. 201, pargrafo 7. Da CF/88.: 35 anos de tempo de contribuio , para o homem, e 30 anos de tempo de contribuio para a mulher. Esses requisitos so cumulativos e no alternativos. preciso cumular a idade com o tempo de contribuio. H necessidade se de cumprir o perodo de car6encia de 180 contribuies mensais.

O segurado empregado, inclusive o domstico, ter direito aposentadoria por idade: a ) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at 90 dias depois dela; b) a partir da data do requerimento, quando no houver desligamento do emprego ou quando for requerida aps o prazo da alnea anterior; c) os demais segurados tero direito a aposentadoria por idade a partir da data de entrada do requerimento.

A renda mensal da aposentadoria por idade ser de 70% do salrio-de-benefcio, mais 1% deste por grupo de 12 contribuies mensais, at o mximo de 30%.

A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o perodo de car6encia e completado 70 anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 anos, se do sexo feminino, ocasio em que ser compulsria.

A aposentadoria por idade poder ser decorrente da transformao de aposentadoria por invalidez ou auxlio-doena, desde que requerida pelo segurado, observada a carncia exigida.

6.6.4 - APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO

Era anteriormente denominada de aposentadoria ordinria. Antes da Emenda Constitucional no. 20/98 era denominada aposentadoria por tempo de servio. Aps a referida emenda a denominao passou a ser aposentadoria por tempo de contribuio.

aquele tipo de aposentadoria adquirida aps uma quantidade determinada de contribuies.

Est regulamentada na CF/88, art. 201, pargrafo 7. inciso I : 35 anos de contribuio se homem e aos 30 anos de contribuio , se mulher. O professor aposenta-se com 30 anos de contribuio e a professora, com 25 , desde que haja comprovao exclusiva de tempo de efetivo exerccio das funes de magistrio na educao infantil e no ensino fundamental e mdio

O segurado pode se aposentar por tempo de servio proporcional ou integralmente.

A aposentadoria por tempo de contribuio ser devida: a) ao empregado segurado, inclusive o domstico: a.1 a partir da data do desligamento do servio quando requerida at 90 dias depois dela; a.2 a partir da data do requerimento quando no houver desligamento do emprego ou quando for requerida aps o prazo do item anterior; b) para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

E o que tempo de contribuio, anteriormente chamado tempo de servio? o perodo, contado data a data, desde o incio at a data do requerimento ou desligamento de atividade abrangida pela Previdncia Social, descontados os perodos legalmente estabelecidos, como de suspenso do contrato de trabalho, de interrupo de exerccio e desligamento da atividade.

Conta-se como tempo de contribuio vrios outros perodos, tais como: - o perodo de exerccio de atividade abrangida pela Previdncia Social urbana e rural, ainda que anterior a sua instituio; - o perodo em que o segurado esteve recebendo auxlio-doena ou aposentadoria por invalidez, entre perodos de atividade; - o tempo de servio militar, observadas as excees legais; - o perodo de percepo de salrio-maternidade; - o perodo de contribuio efetuada como segurado facultativo etc.

A prova do tempo de servio, considerado tempo de contribuio, feita mediante documentos que comprovem o exerccio de atividades nos perodos a serem contados, devendo esses documentos ser contemporneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas de incio e trmino e, quando se tratar de trabalhador avulso, a durao do trabalho e a condio em que foi prestado.

H tambm outras formas de comprovao do tempo de servio, por exemplo, atravs de prova testemunhal em alguns casos. A exemplo, a relao domstica, quando muitas vezes no h qualquer documento que a prove e nos casos de fora maior em que a empresa perdeu a documentao do segurado, como em incndios e inundaes.

Cabe at ao declaratria para reconhecimento de tempo de servio para fins previdencirios

admitida a desaposentao, ou seja, aquela situao em que o aposentado retorna situao anterior, deixando de ter a condio de aposentado. A Constituio no veda esse direito de desaposentar-se. E o que no proibido, permitido. A norma no pode ser interpretada contra o segurado, obrigando-o a permanecer aposentado. A desaposentao tem como objetivo, muitas vezes, o requerimento de outra aposentadoria mais vantajosa, com a utilizao do tempo de servio. Mas a devoluo do recebido necessria para preservar o equilbrio financeiro do sistema.

O aposentado pelo Regime da Previdncia Social que permanece em atividade sujeita a este regime ou a ela retorna somente tem direito, por ocasio do afastamento, ao salrio-famlia e reabilitao profissional, quando empregado, no fazendo jus a outras prestaes.6.6.5 - APOSENTADORIA ESPECIAL

o benefcio previdencirio decorrente do trabalho realizado em condies prejudiciais sade ou integridade fsica do segurado, de acordo com a previso da lei. Trata-se de um benefcio de natureza extraordinria, tendo por objetivo compensar o trabalho do segurado que presta servios em condies adversas sua sade ou que desempenha atividade com riscos superiores aos normais.

O tempo necessrio de 15,20 ou 25 anos de trabalho em condies prejudiciais sade do segurado. O art. 31 da lei que a instituiu, Lei No. 3.807/60 foi alterado pela Lei No. 5.440-A, que suprimiu o requisito idade de 50 anos para a aposentadoria especial. No h exigncia de implemento de idade para a concesso dessa aposentadoria, podendo ser concedida a qualquer idade. Somente o perodo de carncia de 180 contribuies.

devida a qualquer segurado. Art. 57 da Lei no. 8.213. O requisito principal o trabalho em atividades sujeitas a condies especiais que prejudique sua sade e integridade fsica, cuja prova fica a cargo do prprio segurado, perante o INSS. Mas essas condies que so as atividades constantes de regulamento formam um rol exemplificativo e no taxativo. Rol definido por lei. Provando o segurado que trabalha em condies perigosas, insalubres ou penosas, ter direito ao benefcio.

O tempo de servio para os efeitos da aposentadoria especial considerado em relao aos perodos correspondentes a trabalho permanente (dirio ou durante toda a jornada) e habitual prestado em atividades sujeitas a condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica do segurado. Se o trabalho foi ocasional ou intermitente, no d direito a essa aposentadoria, pois o tempo de servio no contado. No computado tambm para tempo de servio desta aposentadoria, o tempo em que o segurado se afasta do trabalho de atividades em condies agressivas sua sade e integridade fsica, e passa a exercer atividade de dirigente sindical. O mesmo ocorre com o segurado que estiver em gozo de auxlio-doena , auxlio-acidente ou prestando Servio Militar.

O segurado que obteve aposentadoria especial ter seu benefcio cancelado, a partir da data do retorno, desde que continue a exercer atividade ou operao que o sujeite aos agentes qumicos nocivos constantes do anexo IV do decreto No. 3.048 (parg. 8. Do art. 57 da Lei No. 8.213). O mesmo ocorre com o aposentado por invalidez que volta a trabalhar, presumindo-se que est apto para tanto.

Para o segurado que houver exercido sucessivamente duas ou mais atividades sujeitas a condies especiais prejudiciais sade ou integridade fsica, sem completar em qualquer delas o prazo mnimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos perodos so somados aps converso .

A converso em tempo de servio comum, do perodo trabalhado em condies especiais somente possvel relativamente atividade exercida at 28/05/98 (art. 28 da Lei 9.711/98). Agora, o segurado s far jus a aposentadoria especial se comprovar o trabalho em atividade prejudicial sua sade por 15, 20 ou 25 anos, sem que haja a converso do tempo de servio.

A renda mensal inicial da aposentadoria especial consiste em 100% do salrio-de-benefcio. Percentual nico.

A data do incio ser: a) para o empregado, a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at 90 dias depois dela; b) a partir da data do requerimento, quando no houver desligamento do emprego ou quando for requerida aps o prazo de 90 dias acima dito; c) para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

6.6.6 - PENSO POR MORTE

o benefcio previdencirio pago aos dependentes em decorrncia do falecimento do segurado e independe de perodo de carncia.

Ser devida ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou no, a contar da data: a) do bito, quando requerida at 30 dias aps este; b) do requerimento, quando requerida aps o prazo acima; c) da deciso judicial, no caso de morte presumida.

O direito a esta penso ocorre com a contingncia morte do segurado, independentemente se estava em atividade ou aposentado.

O valor da penso de 100% (percentual nico) sobre o salrio-de-benefcio, referente famlia, independentemente do nmero de dependentes.

Antigamente era s a mulher que tinha direito penso, que no era devida ao marido, caso houvesse o falecimento da esposa. Hoje, o marido tem direito penso por morte da mulher, podendo at o cnjuge sobrevivente contrair novo matrimnio.

A esposa, que mesmo aps separao judicial, continuou a viver maritalmente com o ex-esposo, na condio de companheira, tem direito penso.

O cnjuge ausente no exclui do direito penso por morte o (a) companheiro (a), somente fazendo jus ao benefcio a partir da data de sua habilitao e mediante prova de dependncia econmica.

O cnjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebia penso de alimentos, concorrer em igualdade de condies com os dependentes (cnjuge, companheira, companheiro e filho, de qualquer condio, menor de 21 anos ou invlido).

Ocorrendo morte presumida do segurado, declarada pela autoridade judicial competente, depois de 6 meses de ausncia, ser concedida penso provisria. Mediante prova do desaparecimento do segurado em conseqncia de acidente, desastre ou catstrofe, seus dependentes faro jus penso provisria, independente de declarao e do prazo j citado. Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da penso cessar imediatamente, desobrigados os dependentes da reposio dos valores recebidos.

Essa penso s ser devida ao dependente invlido se a invalidez for fixada pela percia mdica na data do bito. Ao dependente aposentado por invalidez poder ser exigido exame mdico-pericial, a critrio do INSS. O dependente menor que se invalidar antes de completar 21 anos de idade dever ser submetido a exame mdico-pericial, no se extinguindo a respectiva cota, se confirmada a invalidez.

Cessa o direito parte da penso por morte: a) pela morte do pensionista; b) para o pensionista menor de idade, pela emancipao ou ao completar 21 anos, salvo se for invlido; c) para o pensionista invlido, pela cessao da invalidez, por laudo mdico-pericial do INSS. Com a extino da parte do ltimo pensionista, a penso se extinguir.

6.6.7 - SALRIO-MATERNIDADE

Consiste na remunerao paga pelo INSS segurada gestante durante seu afastamento, de acordo com o perodo estabelecido em lei (120 dias, sendo 28 dias antes do parto e 92 depois. 17 semanas, aproximadamente, podendo ser aumentado em casos especiais) e mediante comprovao mdica. prestao da previdncia social. benefcio previdencirio, pois a previdncia social quem faz o seu pagamento. Requer contribuio.

uma remunerao mensal igual a remunerao integral da segurada empregada e trabalhadora avulsa. Para a empregada domstica, o valor corresponder ao do seu ltimo salrio-de-contribuio.

No caso de empregos concomitantes, a segurada empregada far jus ao salrio-maternidade relativo a cada emprego.

Tendo a criana nascido morta ( nasceu sem vida ou que, tendo nascido com vida, logo em seguida faleceu) , ainda h o direito ao salrio-maternidade.

Inexistindo aborto criminoso, comprovado mediante atestado mdico fornecido pelo SUS (Sistema nico de Sade) ou pelo servio mdico da empresa ou por ela credenciado, a segurada ter direito ao salrio maternidade. Correspondente a duas semanas.

A contribuio previdenciria devida enquanto durar o pagamento do mesmo. A contribuio da parte da segurada em gozo desse salrio ser descontada pelo INSS, de seu benefcio.6.6.8 - SALRIO-FAMLIA

Na realidade no salrio, pois no pago pelo empregador em decorrncia da contraprestao de servios., mas pela Previdncia Social. Independe de carncia. benefcio previdencirio. uma forma de ajuda manuteno dos dependentes dos segurados de baixa renda, no se incluindo nos objetivos dos incisos do art. 203 da Lei Maior.

A Constituio de 1988 concede esse salrio no s ao trabalhador urbano, mas tambm ao rural para os seus dependentes. Tem direito tambm o avulso e o temporrio. Mas o Tribunal Superior do Trabalho, pela Smula 344, entende que o salrio-famlia s lhe devido aps a vigncia da Lei No. 8.213/91.

O empregado domstico no tem direito, pois no previsto no inciso XII do art. 7. Da CF/88. Nem o autnomo, o equiparado a autnomo, o empresrio e o segurado facultativo, que no so empregados.

Os filhos dependentes beneficiados (sem limite de nmero) devem ter no mximo 14 anos de idade ou invlido de qualquer idade.Os filhos podem ser de qualquer condio. Ou seja, no precisa ser decorrente do casamento, podendo o pai ser solteiro, amasiado. Pode tambm ser adotivo, ao filho por equiparao (enteado e menor sob a tutela do segurado, desde que comprovada a dependncia econmica) .

Tendo havido divrcio, separao judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do ptrio poder, o salrio-famlia passa a ser pago diretamente quele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver determinao judicial nesse sentido.

O valor a ser pago aquele divulgado, periodicamente, pelo rgo previdencirio. Tem um valor fixo, que atualizado quando houver alterao dos benficos da previd6encia social. Ser definido o valor da cota do salrio-famlia em razo da remunerao que seria devida ao empregado no ms, independentemente do nmero de dias efetivamente trabalhados. Todas as importncias do salrio-de-contribuiao sero consideradas como parte integrante da remunerao do m6es, exceto o 13. Salrio e o adicional de frias do inciso XVII do art. 7. Da CF/88, para efeito de definio do valor da cota de salrio-famlia devida.

6.6.9 - PECLIO

Em sentido amplo, o peclio uma reserva de dinheiro, fruto do trabalho e de economia do numerrio.

Na acepo previdenciria, peclio vem a ser a devoluo daquilo que foi pago pelo segurado a ttulo de contribuio previdenciria, atendidas certas caractersticas.

Mas a partir da Lei 9.032/95 o benefcio previdencirio do peclio deixa de existir em todos os casos. Com a Lei No. 9.129/95 dissipou-se qualquer dvida a respeito da extino do peclio. Agora, s far jus ao peclio quem tiver direito adquirido.

6.6.10 AUXLIO-NATALIDADE

Diferente do salrio-maternidade.

Este auxlio era prestao de assistncia social, onde na era necessrio o pagamento de contribuio para fazer jus ao benefcio. Era um benefcio de pagamento nico decorrente do parto.

6.6.11 AUXLIO-RECLUSO

Tem previso legal no art. 80 da Lei 8.213. devido nas mesmas condies de penso por morte, aos dependentes do segurado recolhido priso.No tem como escopo tutelar ou indenizar a priso do trabalhador, ou no poder trabalhar por estar detido, mas substituir os seus meios de subsistncia e os de sua famlia.

A condio essencial para o recebimento que o recluso no perceba remunerao da empresa, nem esteja em gozo de auxlio-doena, aposentadoria ou abono de permanncia em servio. A priso, qualquer que seja o tipo, portanto, o requisito para se obter esse benefcio. O que interessa estar preso. No h perodo de carncia.

A renda mensal ser de 100% do valor do salrio-de-benefcio, no podendo ser inferior a um salrio mnimo. O prprio cnjuge ser considerado dependente, se houver.

A data do incio ser a em que ocorrer o efetivo recolhimento do segurado priso e ser mantido enquanto o segurado estiver detido ou preso.

Na ocorrncia do falecimento do segurado detento ou recluso, esse auxlio ser automaticamente convertido em penso por morte, tendo o dependente direito a 100% do salrio-de-benefcio.6.6.12 O ABONO ANUAL

O abono anual aquele devido ao segurado ou ao dependente da Previdncia Social que, durante o ano, recebeu auxlio-doena, auxlio-acidente, aposentadoria, penso por morte ou auxlio-recluso. deferido ao segurado, que inclusive, nunca tenha sido empregado, a exemplo do empresrio e do trabalhador autnomo. devido a qualquer segurado que tenha recebido aqueles benefcios: empregado, domstico, avulso, autnomo, equiparado a autnomo, empresrio e facultativo.

O beneficirio em gozo de auxlio-doena, aposentadoria por invalidez, auxlio-acidente e penso por morte tem direito ao abono anual (13. Salrio dos aposentados).

Ser o abono calculado, no que couber, da mesma forma que o 13. Salrio dos empregados, tendo por base o valor da renda do benefcio do ms de dezembro de cada ano.

Deve ser pago preferencialmente at o dia 15 de janeiro do ano seguinte ao do exerccio vencido.6.6.13 ABONO DE PERMANNCIA EM SERVIO

Foi extinto pela Lei 8.870/1994. Hoje, s podem requer o beneficio os segurados que tinham direito adquirido. E as pessoas que j o recebiam, continuam a receber.6.6.14 AUXLIO FUNERAL

Benefcio que foi extinto quando promulgada a Lei 9.528/97, pelo seu art. 15. Estava previsto no art. 14 da Lei 8.213 art. 14.

Esse benefcio era devido por morte do segurado com rendimento mensal igual ou inferior a Cr$ 51.000,00. seria pago ao executor do funeral, em valor no excedente a Cr$ 17.000,00.6.7 ACIDENTE DO TRABALHO

Seu conceito dado pela Lei no. 8.213 , art. 19 : o que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa ou pelo exerccio do trabalho dos segurados especiais, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause morte ou a perda ou reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho.

A doutrina assim o conceitua: a contingncia que ocorre pelo exerccio de trabalho a servio do empregador ou pelo exerccio de trabalho dos segurados especiais, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho.

preciso que, para a existncia do acidente do trabalho, exista um nexo entre o trabalho e o efeito do acidente. Esse nexo de causa e efeito trplice, pois envolve o trabalho, o acidente, com a conseqente leso, e a incapacidade, resultante da leso. Deve haver um nexo causal