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HABEAS CORPUS N' 27.995 - GUANABARA incurso no art. 2 u , item IIC comhinado de janeiro dl: 1953, alTulalldo, otll'os.",illl, o mInistro Murgel de Resende pediu Vistas dos autos, ficando mais uma vez adiado o encerramento da votação, o qual somente foi rer lugar em sessão de quarta-feira, 10 de serembro. Todas as sessões foram presididas pelo ministro presidente substituto D. B. F. Não é verdade que o ministro R. N. haja presidido qualquer sessão; nem lhe competiria presidir qualquer sessão na falta do presidente do Tribu- nal, pois não é ele vice-presidente. Obs.: Documento manuscrito. ClOOESMIDT RIANI Ementa: Habeas corpus - Concederam a ordem para ser posto em liberdade, sem prejuízo do processo, dando~se a cidade de Juiz de Fora por mCllagem. ficando ao critério do doutor auditor da 4'"R. M. a apresentação diária ou não do réu. em hora e local determinados, na forma do art. 43. preâmbul~. combinado com. o~ 4° do mesmo artigo, mda da lei nO 1.802. de 1953. Relator: Gmaa/ Peri Constant Broilaqua. Pacimu: Clodesmidt Riam', civil. alegando ntar prno preventivammre pela Auditoria da 4a R. M., puLe a concessão da ortkm para $(1' pOItO em libudade, Impuranu: Herde/ira Fontoura Sobral Pinto, advogado. Vistos, relarados e discutidos os autos desre processo, verifica-se que versam eles sobre uma ordem de habeas corpus impetrada em favor do civil Clodesmidt Riani que se acha preso em Juiz de Fora desde 5 de abril de 19G~, tendo sua prisão preventiva sido decretada em 2 de junho do mesmo ano pelo Conselho Público de Jusriça da AUditoria da 4" R. M. (Apreselltação volunl:l. ria .ao comandante da 4" R. M.) A dcm'mcia de fls. 38 declara-o COIII o an.lfu, tlldo &1 lei II U I.H02. de atividades criminosas do acusado na qualidade de presidente do CGT,I4 'lue (I levam para a área do CPM, art. 134, "também por ter usado de sua influência pessoal, do subsídio e de ajuda estrangeira, para prover, promover, insuflar e coor- denar a im~t.i~f~çã9no seio das massas trabalhadoras e do povo brasileiro e a q '. bra da disciplina e da hierarquia no seio das Forças Armadas Brasileiras, usando indevidamente. como confessa. suas liberdades sindicais. ingerindo em outras es- feras de atividades pátrias. como a dos segmentos dos marinheiros e do Congres"" Nacional, pelo menos em setembro de 1963, quando das atividades dos sa'lien os de Brasília.". a dos marinheiros nos últimos dias de março passado,lo inclusive com circular assinada e em nome dos trabalhadores do Brasil ........••. Na decisão do CPJ/Auditoria da 4' R. M. relativa à prisão preventiv:l, decretada a 2 de junho de 1964 - fls. 22/3 -, consra explicitamente "Iuela acusação. Com efeiro, são dessa peça judiciária os seguintes assertos: "0 tratam os autos das pnsoes preventivas solicitadas pelo encarregado de inquérito tenente-coronel Mário Hecksher Filho ao Conselho Permalll'lIh.' de Justiça desta Auditoria e contra os civis - Clodesmidt Riani, Sinyal li. Oliveira Bambirra e José Gomes Pimenta, no interesse da apuração de SU:IS atividades subversivas e comunizantes. v ''- 'v '-./ '".J~••••. 0_. . -.......... _.1 Ouvido o doutor promotor da Justiça Milirar, por este foram solicira- dos os comprovantes exigidos no art. 149 do CJM. _~ Cumpridas as diligências, os autos foram present,s ao conselho para deliberação. '.- Ouvido, pelo conselho, o doutor promotor deu o seu parecer oral, ressalrando que os indiciados no IPM depuseram historiando suas atividades 11 Ctllllalldo_Ç~~;1Ut.QLTra~~Jb-ªdor~~ ..• Qrgão i_l!t.~r~i!!~lca.Ldç_â'.'l~.iIl! .•nacional fundado el1\ 1962, 1Illlarl'tt11 d,l Iq~h1açfio.c_do_c'O.n1IoJLd(LMi!1isJ~r!p.do_Tr~balho. e des.1Cticulado em 1964. or for da rel?reSli~u 'PIC ~c;lluI"'u ~1l1'H' sells_l!der~ap~s~go~pe civil-militar ~lueder~ rresid~ntc.Joiio_Coulau. Ver KOI{N1S. M61,kll, "C"Ul;lI1do Geral dos Trabalhadores", In: ABREU. Alúra Alves c muros (coords,), Didum/du hiJtIJ';fll./Ji"y'I,ljlol 1,,.,I,i/rim pÓJ.J930. Op. cito II Itd,dii1u de c.:lbos,.satf,clltos c. soooficiais.ua Acron;1ulica c.Marinha. dcllagraJa ~ c.. dissulvida ." IIU di.l 11. 11(' ~"l llllorn de_196~,sn Illil.~fli:~ ClI-'._l'*:.(lICSlo..C()llt~a del:ÍS:ll) du STF quec_£!.'!llil!lIUIl ~,illCJ('I',ihjli,llldt' .I,u 1'I,t,lu,"los '':t.\ Fur)~l.!~las p~r!it~(~.!3~~iv~Ver I.AMARÃO. S~rgi(), "R(.hdi:lu 11m S;IlI',rllIO\" 1'11 AllIlElJ, Al/jc...Alves c tlUlCH.\ (cutluk). /)iritmilriu hhll1,.;m.f,h'p,'lljirtl Imuildm !lIfJ.J9JO. OI'. di. l~ Fl'i~l~diu d,' ICliiM~I1l:Ía de lli;ll'Ílllll ..ims ~ unklll dJ l'ds:ln (,llIiti,b I'dn miJlblru ,b f\hriU!',I}l'!;lllilll, , I 'Itolto." ,I" ['(j1h~I:IV:lllI l'l'lll1i,lu., 1111SilltlkulII tlu\ tvh'l.dliq~irm tln ltiu ti," lam'1m (,1I1_~'uIII('!"nl'I~',,, .I" ~••I~I'I•.llill d.1 A\\lIdaç.llllm M.uillh,'h"", F'ui1"il'" N'IVolb. \11l1\;,[I.IUd.1 ilt'l~~l. VI'I'.. 1t(,Vtllt~ 11m M~llLlh •.ílll\", ,.1111 1\ 1\It I':U. Al/il ,I Alvr. t' UIIIIl" !t, 11 ",li. I. I '/"'-,,".I,i,. J,j,M';"II. """.1:1"1/;"0 /'f,Hil,.;,,, 1,,1,. J 'l.W. (11" til.

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  • HABEAS CORPUS N' 27.995 - GUANABARA

    incurso no art. 2u, item IIC comhinadode janeiro dl: 1953, alTulalldo, otll'os.",illl,

    o mInistro Murgel de Resende pediu Vistas dos autos, ficando mais uma vezadiado o encerramento da votação, o qual somente foi rer lugar em sessão dequarta-feira, 10 de serembro. Todas as sessões foram presididas pelo ministropresidente substituto D. B. F.

    Não é verdade que o ministro R. N. haja presidido qualquer sessão;nem lhe competiria presidir qualquer sessão na falta do presidente do Tribu-nal, pois não é ele vice-presidente.

    Obs.: Documento manuscrito.

    ClOOESMIDT RIANI

    Ementa: Habeas corpus - Concederam a ordem para ser postoem liberdade, sem prejuízo do processo, dando~se a cidade deJuiz de Fora por mCllagem. ficando ao critério do doutor auditorda 4'"R. M. a apresentação diária ou não do réu. em hora e localdeterminados, na forma do art. 43. preâmbul~. combinado com.o ~ 4° do mesmo artigo, mda da lei nO 1.802. de 1953.

    Relator: Gmaa/ Peri Constant Broilaqua.Pacimu: Clodesmidt Riam', civil. alegando ntar prno preventivammre pela Auditoria da 4a R.M., puLe a concessão da ortkm para $(1' pOItO em libudade,Impuranu: Herde/ira Fontoura Sobral Pinto, advogado.

    Vistos, relarados e discutidos os autos desre processo, verifica-se queversam eles sobre uma ordem de habeas corpus impetrada em favor do civilClodesmidt Riani que se acha preso em Juiz de Fora desde 5 de abril de 19G~,tendo sua prisão preventiva sido decretada em 2 de junho do mesmo ano peloConselho Público de Jusriça da AUditoria da 4" R. M. (Apreselltação volunl:l.ria .ao comandante da 4" R. M.)

    A dcm'mcia de fls. 38 declara-oCOIII o an.lfu, tlldo &1 lei IIU I.H02. de

    atividades criminosas do acusado na qualidade de presidente do CGT,I4 'lue (Ilevam para a área do CPM, art. 134, "também por ter usado de sua influênciapessoal, do subsídio e de ajuda estrangeira, para prover, promover, insuflar e coor-denar a im~t.i~f~çã9no seio das massas trabalhadoras e do povo brasileiro e a q '.bra da disciplina e da hierarquia no seio das Forças Armadas Brasileiras, usandoindevidamente. como confessa. suas liberdades sindicais. ingerindo em outras es-feras de atividades pátrias. como a dos segmentos dos marinheiros e do Congres""Nacional, pelo menos em setembro de 1963, quando das atividades dos sa'lien osde Brasília.". a dos marinheiros nos últimos dias de março passado,lo inclusivecom circular assinada e em nome dos trabalhadores do Brasil ........••.

    Na decisão do CPJ/Auditoria da 4' R. M. relativa à prisão preventiv:l,decretada a 2 de junho de 1964 - fls. 22/3 -, consra explicitamente "Iuelaacusação. Com efeiro, são dessa peça judiciária os seguintes assertos:

    "0 tratam os autos das pnsoes preventivas solicitadas pelo encarregado deinquérito tenente-coronel Mário Hecksher Filho ao Conselho Permalll'lIh.'de Justiça desta Auditoria e contra os civis - Clodesmidt Riani, Sinyal li .Oliveira Bambirra e José Gomes Pimenta, no interesse da apuração de SU:ISatividades subversivas e comunizantes.v ' '- 'v '-./ '".J~••••.0_. . -.......... _.1

    Ouvido o doutor promotor da Justiça Milirar, por este foram solicira-dos os comprovantes exigidos no art. 149 do CJM. _ ~

    Cumpridas as diligências, os autos foram present,s ao conselho paradeliberação. '.-

    Ouvido, pelo conselho, o doutor promotor deu o seu parecer oral,ressalrando que os indiciados no IPM depuseram historiando suas atividades

    11 Ctllllalldo_Ç~~;1Ut.QLTra~~Jb-ªdor~~..•Qrgão i_l!t.~r~i!!~lca.Ldç_â'.'l~.iIl!.•nacional fundado el1\ 1962, 1Illlarl'tt11 d,lIq~h1açfio.c_do_c'O.n1IoJLd(LMi!1isJ~r!p.do_Tr~balho. e des.1Cticulado em 1964. or for da rel?reSli~u 'PIC~c;lluI"'u~1l1'H' sells_l!der~ap~s~go~pecivil-militar ~lueder~ rresid~ntc.Joiio_Coulau.Ver KOI{N1S. M61,kll,"C"Ul;lI1do Geral dos Trabalhadores", In: ABREU. Alúra Alves c muros (coords,), Didum/du hiJtIJ';fll./Ji"y'I,ljlol1,,.,I,i/rim pÓJ.J930. Op. cito

    II Itd,dii1u de c.:lbos,.satf,clltos c. soooficiais.ua Acron;1ulica c.Marinha. dcllagraJa ~ c..dissulvida ." IIU di.l 11. 11('~"l llllorn de_196~,sn Illil.~fli:~ClI-'._l'*:.(lICSlo..C()llt~adel:ÍS:ll) du STF quec_£!.'!llil!lIUIl ~,illCJ('I',ihjli,llldt' .I,u1'I,t,lu,"los '':t.\ Fur)~l.!~las p~r!it~(~.!3~~iv~Ver I.AMARÃO. S~rgi(), "R(.hdi:lu 11m S;IlI',rllIO\" 1'11AllIlElJ, Al/jc ... Alves c tlUlCH.\ (cutluk). /)iritmilriu hhll1,.;m.f,h'p,'lljirtl Imuildm !lIfJ.J9JO. OI'. di.l~ Fl'i~l~diud,' ICliiM~I1l:Ía de lli;ll'Ílllll ..ims ~ unklll dJ l'ds:ln (,llIiti,b I'dn miJlblru ,b f\hriU!',I}l'!;lllilll, , I'Itolto." ,I" ['(j1h~I:IV:lllI l'l'lll1i,lu., 1111SilltlkulII tlu\ tvh'l.dliq~irm tln ltiu ti," lam'1m (,1I1_~'uIII('!"nl'I~',,, .I"~••I~I'I•.llill d.1 A\\lIdaç.llllm M.uillh,'h"", F'ui1"il'" N'IVolb. \11l1\;,[I.IUd.1 ilt'l~~l.VI'I' ..1t(,Vtllt~11m M~llLlh•.ílll\",

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  • I'0llticas e de ativistas do trabalhismo brasileiro filiado a outros oeganismos tra-I","listas de diversas nações, orientados pelo comunismo internacional.

    E que nestas declarações estavam positivados os uhjl:IÍY:Q~.m\illizantesc subversivos da otd~m si'cial, PJljíIif~_~~cºngl!li

  • I',j('\'f'." I;,i ,ltI" l'iqlll'll's dar seu apoio e incentivá-los a continuar em greve, com as;lllvl,l;ull~s 11;lI';,lis:lt.!as, até que se conseguissem as reivindicações exigidas.....

    Vem a pl"Op

    O CGT que, em manifesto divulgado pela imprensa, deu seu integralapoio à causa dos sargentos após a intentona de Brasília, em setembro de 1963,n:io f:t1tou com sua solidariedade e estímulo aos marinheiros e fuzileiros amoti-nados em março de 1964, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos.

    Em seu depoimento, o acusado disse que quando o senhor DanteI'clac:lIli compareceu à reunião dos marinheiros que se achavam sublevados nasl,(h: dos IIlctall'II'gicos, o depoenle se achava na granja do sogro do doutor

    Silveira Ramos, em Juiz de Fora, perto das granjas Betânia, não tendo compa-recido à dita reuni:io dos marinheiros, mas sabe que tanto ele depoente quanl"o senhor Pelacani, como já foi dito, representam o CGT que sabe ser público cnotório o apoio do [sic] CGT deu à revolta dos marinheiros; disse que o CC;I'apoiou a rebelião dos marinheiros com a presença e o apoio moral do senhor'Dante Pelacani, via presidente do CGT; disse que entre CNTI e o CGT odepoente controla um mfnimo de 1.500 sindicatos dispersos pelo pafs.

    O acusado em seu longo depoimento n:io foge à responsabilidade dosatos ilegais praticados pelo CGT, que reconhece que não tinha existência legal,cuja presidência exercia, havendo declarado "que se empregava mais a fund"como presidente da CNTI no Rio de Janeiro, sendo que no CGT revezava-secom Dante Pelacani, sendo ambos representantes da CNTI no CGT" (fls. 25);não se dá como comunista, mas não desconhecia a existência de vários COI1lU-nistas nas direções dos órgãos de que era presidente: "... que como presidc,"cdo CNTI, CGT e CET sabe da existência de 'comunistas' nas respectivas dirc-ções e que nunca os denunciou e não tomou qualquer outra atitude, porque :t~leis sindicais n:io fazem qualquer restrição a eles; que na CNTI conhecc L,,(sTenório de Lima como 'comunista' declarado e é secrerário da CNTI; 'lue "OCGT conhece Roberro Morena como 'comunista' declarado, e Osvaldo Pacl",coe Rafael Martineli apontados como 'comunistas' e ambos são da direç:io doCGT; que no CET conhece Armando Ziller como comunista declarado; ')UCconfessa 'lue o CGT deu o prazo ao Congresso Nacional para q!te fossem vola-das as Reformas de Base sob pena de paralisaç:io geral ,de~todas as arividadesnacionais, sem que ao CGT assumisse responsabilidade pelas conseqüências ... ".

    Vem a propósito indagar como entendiam os seus maiorais as finalida-des do CGT.

    O trecho seguinte do discurso proferido pelo então deputado do "TilBenedito Cerqueira, em reunião do CGT no Rio de Janeiro, a 9 de janeiro de1963, é elucidativo:

    Quais são os objetivos imediatos da CGT. companheiros? Eu lhes :tril'lllOcoma segurança da minha posição oficial na FSM* e da minh:t longa cxpcriêlll'b

    • FSM é a .Federaçlo S~ndical Mun~i~~ com sede em Praga e cuja fili:llbtilltl.;ullcrican:l d,:Itl);l-,U' erA!._ÇO/lfedcr;1ção dos Trabalhadorcs da Améric.1 1.11i11:1,com sede no México, Q.c()lllu!.li~lIl~lIl("r!I;I(!I.lli.:ll H,II.,III',I!lU meio sh\~licai;lIr:lvés (lcss;1 FSM 1I1Il' é :1 mil 1l1;,inr urg:llli"~l~ãll:llIxili ••r, ~~I'éde~!cl"lUn(';1ti" KlIlI,inl("m 11111'dcsap;\n~c(u nllll a Sq~ulld:l Cllfll';' MIllltii,11. IN ••t:l du nril:in:l1,1

  • nas lutas sindicais - o primeiro objetivo do CGT é a conquista da unidadeda classe operária com a liquidação dos divisionismos e a subordinação disci-plinada de todos os sindicatos e federações a um comando central.

    Somente nestas condições é possível atingir o nosso objetivo principalque é a implanra.ão no BrasiIA;1_Re~úbli.eahpJjlaLSind~ ..

    o acusado, por atos públicos e notórios, praticou o ilícito penal previs.ro no art. 134 do CPM - "Incitat à desobediência, à indisciplina, ou à práticade crime militar: Pena - reclusão de dois a quatro anos".

    Sobte essa grave acusação a denúncia de fls. 39 reza: "... o primeirodenunciado - Clodesmidt Riani - como incurso nas sanções do art. 20, item m,da lei n° 1.802, de 5 de janeiro de 1953, que define os crimes contra o Estadoc a Ordem Política e Social (Lei de Segurança Nacional), combinado com o art.)40 da mesma lei, pelos fatos delituosos seguintes: desde pelo menos 1958,..?. denunci'!.ciQ vem_tentando, contínua, deliber;:tda consciente e confessadamente,•ml!daLLoJ5i~m.p~lü.i.Ç!L~ ..•º-çi;1'-~staJ)elecietL!1:LÇonHimição m!,dian tL'JW!k e\fubsídiº-de.Esrad~,de orienta ão espúria c e~tran-'eira, como também recepção dos chamados técnicos c sindicalistas daquelesP:l(SCS (llIC vinham ao Brasil a título de natureza vária; ainda com a intimidadeque goz;IV:I do cnrão presidente da RClJlíblica,senhor João Belchior Marques

    Goularr, e de comunistas ativos e internacionalmente conhecidos como os se-nhores Armando Ziller e Edson Costa, tealizado inúmeras e incontáveis grevesnacionais de paralisação de todas as atividades, inclusive programadas com aIHe.cedência, por circular assinada, otientando-as pessoalmente, com ajuda de suh.sídio de Estado estrangeiro e de organização estrangeira e de caráter internacio-nal, ptincipalmente, nos últimos tempos do governo deposto". Seguem-se osperíodos já ttansctitos da denúncia, sobte atividades de incitamento à indisçi.p'lina militar por parte do CGT, que ditigia, continuando a caractetizar as res.ponsabilidades do acusado da seguinte forma: "... mais, por tet, pelos mesmosmotivos, no ano passado, confessadamcntc, amea ado o Congresso Nacional,com a paralisação de todas as atjvidaeJ.eL!,.a_ci9.p~j.~,..não assumindo responsabili-dade pelas conseqüências, caso não fossem votadas, dentro do prazo por eleestabelecido, as reformas de base propugnadas sob sua subversiva orientação ede, confessadamente, origem espúria e estrangeira, criando a Frente de Libcrta~ção Nacional," organismo, documentadamente, de orientação de Estado es•trangeiro, de caráter internacional; e por último, mas não finalmente, demons-trando uma vez mais ser o cabeça de toda subyersão,.depois de iniciada aRevolução de 10 de março de 1964, dado ordens, pelo telefone e pelo rádio, asegundo e terceiro denunciados, seus prepostos em Minas Gerais, para colocarem execução os planos [...] preparados em reuniões dos partidos comunistas(Partido Comunista Brasileiro, linha russa, e Partido Comunista do Brasil, linhachinesa), a fim de obstaculat gualguer avanço das tro as milítrres de MinasGerais, usando todos os meios e planos de paralisação geral, iAclusive o de chefiado segundo denunciado, o do envenenamento da água de Belo Horizonte, acomeçat pela do 120 Regimento de Infantaria; bem como de, pelo rádio, :-nação, insuflando mais uma vez os trabalhadores do Brasil, principalmente deMinas Gerais e de Juiz de Fora, a pegar em armas contra as forças militarc.s deMinas e permanecet ao lado do governo deposto".

    No "Termo de perguntas ao indiciado", fls. 23/26 v. e no "Terlllo dereinquirição do indiciado", fls. 27/8, não encontrei, na denúncia de fls.... de '1ueo indiciado viesse, "confessadamente, desde pelo menos 1958", agindo de forma

    21 Movimento surgido da "Campanha da legalidade". em favor da posse do vicc.prcsidclIlC Jo:lu Gnubll li,.presidência da República após a renúncia de Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961. IIIICgróllluI'tII I'Ul(dl .,de Icndênci:t nacionalista. dissolveu-se em fins de 1962. Ver KORNIS, Mônicl. ~hCIIICde LibC:IIJl,'JUNJÓIJllJr.In: ABREU, AI,.ir:l Alves c OUlrus kflunk). lJidm/,/ri" hiJt,lrit'o-lJifl,ff,"lji"1I Iml1ill'im I',ff-/!J,W, ()p. dI,

  • _j ;) jP,7" J i.J)jl'J}~n I( Ir) k.

    {íI.Jom-1

    subversiva, tencando mudar a ordem polirica e social esrabelecida na Consrirui-ção, mediance ajuda e subsídio de Esrado esrrangeiro, de organização esrrangei-ra e de caráter internacional.

    O ilustre advogado do paciente, em alentada defesa, baseia nos seguin-tes fundamentos o pedido de concessão da ordem de soltura do seu constituinte:

    a) em i!Jllmidadeg~p_eçiais_ql!çJhoeriam ..conferidas pela Consti-

    tuiçãº_

    : :)\__I'ossuidores ou não de imunidades, v,g, o presidente da República, governado-fJ\\ ~~ res de Estados, senadores, deputados etc, As revoluções vitoriosasJiun..JlJ]Ldirei-

  • ',.

    Relator: General Pai Bevilaqua, por dependtncia do h. c. n- 27.995.Paciente: Clodesmidt Riani. civil. alegando estar preso, um qualquer fundamento legal, à disposi{'llodo encarregado do IPM corDm/ Ferdinando de Carvalho. pede a conussão da ordnn pari' Ia /111.1/11em liberdade.Impetrante: ljeráclito Fontoura Sobral Pinto, advogado.

    HABEAS CORPUS N° 28.058 - GUANABARA

    Obs.: Documento manuscrito. sem assinatura.

    Superior Tribunal Militar, 29 de setembro dc 1%5.

    No Diário Oficial do Estado da Guanabara. do dia 5 de outllhro d"1965, parre III Poder Judiciário. está publicada a ata da SO' sessão do STMrealizada em 29 de setembro de 1965, na qual consra o habeas corpus li"27.995 do teor seguinte: "no 27.995 - Guanabara. Relator: o Ex."''' sellhmminisrro general Peri Bevilaqua. Pacienre: C10desmidt Riani, civil. Impclr:lIllc:Heráclito Fonroura Sobral Pinto. advogado. - Concederam a ordcm. I" '. S"posto em liberdade. sem prejuízo do processo. dando-se-Ihe a cidadc de Jui"de Fora por menagem. ficando a critério do doutor auditor a :lprCSCIII:l\'.11di~iria ou não do réu, em hora c local determinados, na [orma do :trt. 4~S.pre:'mhlllo, comhinado COI11 o ~ tio do mesmo anigo, llIdo da lei IIU I.H02. dl'I~53,colHr:1 os vOlo ...•dos EX,I"'" senhores ministros lellel1lc-hl'il~adl.'jro Âl'lll:lIldllPenligrío l.~gl~llel'al.dc-l.xércilo Li 111:1Bl':ly"n, que lIl'gavam ;l ord(,1I1. (h Ex!'"''

    que, nessa lei, existe um dispositivo que, explicitamente, limita em sessenta dias

    a duração da prisão preventiva (~ 2° do art. 43), e que a duração da prisão prc-ventiva do acusado já ultrapassa. porém, a soma. dos dois prazos: 95 dias (pr:l-zo normal de um processo na Justiça Militar) e os sessenra dias da lei n" 1.802/53; já ultrapassa mesmo e muito o triplo dessa soma de prazos.

    -acordam_o._mit\is.lJoLde..tc_S.l!perior Tribunal, por maioria de ValOs,co!1,-~d"Lj,-ºrdel]1_p-ª~l1osto em liberdade, sem Rrejuízo do processo. d:lll-do-se a cidade de Juiz de Fora por menagem, ficando a critério do douro r ali-diror da Auditoria da 4' Região Militar a apresentação. diária ou não. doindiciado. em hora e local determinados. na forma do art. 43. preâmbulo. com-binado com o ~ 40 do mesmo artigo. rudo da lei n° I.S02, de 1953.

    ...............................................................................................................................................

    A prisão preventiva do acusado. baseada nos comprovantes exigidos peloarr. 149 do CJM. no qual o CPJ/4' R. M. a fundamentou e decidiu. revestiu-se de perfeita legalidade, conforme se vê às fls. 22 e 23.

    O processo está demorado de forma anormal, "decorrendo a demora naformação da culpa da extensão e complexidade do processo ••.•fls. 45. Em oficiode 14 do corrente. de fls. 38. o juiz auditor da Auditoria da 4' R. M .• doutorMilton Fiúza, informa a este Tribunal que o processo está aguardando cumpri-mento de cartas precatórias de inquirição de testemunhas de defesa, informaainda o dito doutor auditor que o denunciado pediu o relaxamento de sua pri-são preventiva em 15 de julho do ano em Curso, alegando excesso de prazo, eque o dourar promotor titular opinou favoravelmente ao pedido do requerente.Entretanto, o Conselho Permanente de Justiça. em 28 de julho do corrente ano.por maioria de votos, denegou o pedido para manter a prisão preventiva decre-tada em 2 de junho de 1964.

    Vê-se nos autos que houve duas denegações de prisão preventivarequeridas pelo paciente antes de impetrar o presente h. c.: a primeira foidenegada em 2 de junho de 1964. por unanimidade de votos dos membros doConselho Permanente de Justiça; a segunda acima referida, que tinha a opiniãofavorável do doutor promotor militar, foi, em 28 de julho de 1965. denegadapor maioria - três votos contra dois, incluindo nestes dois o voto do doutorauditor. Essa decisão está vazada em seguintes termos: fls. 45.

    É o relatórioIsto posto:

    Considerando que o andamento normal de um processo na JusriçaMilitar. somando-se todos os prazos legais, é de 95 dias;

    Considerando que há casos. porém. que se justifica uma certa demora;Considerando que, embora a prisão preventiva não possa, jamais, substi-

    tuir a pena, pode-se admitir, legalmente, que o acusado continue preso, mas, paraisso. o CJM impõe condições que. bem observadas. impedem arbitrariedades eque os preceitos do art. 149 alíneas a e b e art. 94 alíneas b e c regula espécie;

    Considerando que se pode admitir que o limite dessa risão reventiva •.sem cul ,a formada. seja o da Rena mínimi! a que esteja sujeito o acusado e q~eassim. a pcna cominada pelo CPM para o crime previsto no art. 134 sendo de doisal1os. scria no máximo essa duração admissível para a prisão preventiva do pacien-te, cuja detenção já dura um ano c meio, ou três quartas part~s daquele mínimo;

    Considerando (llIe () paciente está denunciado, também, Como incurso11:1I.ei de Segllrall\'a, k.i 11"J.H02, de 5 dc jallciro de 1953, an. 2". irem 111.c

  • senhores minisrros Murgel de Resende e Ribeiro da Cosra concediam para serposto em liberdade, sem restrições".

    Tendo chegado ao conhecimento desre relaror, por informante de ab-solura idoneidade, o faro grave de não esrar sendo cumprido o h. c. nO27.995e que o paciente, dias antes da decisão desre Egrégio Tribunal de concedê-lonos rermos que acabo de ler, fora rrazido de Juiz de Fora para esra cidade, "j2QIordem do coronel Ferdinando de Carvalho, encarregado do IPM 709", e queaqui se encontrava preso, entendi do meu estrito dever dar conhecimento ime-

    diaramente dessas ocorrências ao Tribunal. Propus naquela ocasião - 6 de ou-rubro - que esre Egrégio STM tomasse a decisão, e a comunicasse a Sua Ex.' osenhor general comandante do I Exérciro para as devidas e urgentes providên-cias, de dererminar que o paciente Clodesmidr Riani permanecesse em Juiz dcFora na siruação do h. c. que lhc havia sido concedido e onde poderia scr ou-vido por qualquer encarrcgado de IPM, pessoalmenre ou por deprecara.

    O Tribunal, embora não pusesse dúvida sobre as informações oriundas defonte dc indiscl'lÍvel idoneidade que revelei, decidiu aguardar informações oficiaisque iriam ser provocadas. Escrevi, então, nos auros do h. c. n° 27.995 o seguintedespacho urgente: "À secreraria para solicirar informações ao douror audiror daAuditoria da 4' R. M. 0uiz de Fora), sobre o cumprimento desre h. c., concedidoem 29 de serembro de 1965 por esre STM e, caso não se encontre o paciente emliberdade, informar onde se acha e o respecrivo morivo. Em 6 de ourubro de1965. Assina: General Peri Bevilaqua, minisrro relaror." (fls. 46).

    Com o oficio n° 1.131, darado de 7 de ourubro de 1965 e prorocoladonesre STM a 1i de ourubro de 1965, o primeiro subsriruto do auditor em exer-cício, dou ror Valdemar Lucas Rego Carvalho, presrou as seguintes informações:

    I - Ofício nO 1.131, de Juiz de Fora, 7 de ourubro de 1965 - Ex.mo

    senhor doutor diretor-geral da Secreraria do STM: Em resposra ao ra-diograma nO 1.483/2',6 do corrente mês, informo a V. Ex.' que o civilClodesmidt Riani foi aprescnrado a csra auditoria, ncsra dara, rendo,conseqüentemente, sido posro em liberdade por esre ju{zo.

    Para melhores esclarecimenros, segue uma cópia aurêntica do des-pacho exarado por esre juízo no processo relarivo ao mencionado civil...2 - Cópia aurênrica. Ofício nO 1.105 - Juiz de Fora (MG). Em 30 deserembro de 1965.Ex.m" senhor general comandante da 4' Região Milirar.Remeto a V. Ex.~,para os devidos fins. o incluso alvará de soltura expe-dido cm l'lvor do civil Clodesmidt Riani, preso no l//i" R. D. - 105 "

    disposição da Jusriça Militar, solicitando a resriruição da primeira viado mesmo logo após o seu cumprimento e depois de devidamente ano.rado por quem de direiro.

    Soliciro a fineza de V. Ex.' fazer apresentar a esre juízo o menciona.do civiL com a possível urgência, após o cumprimento do alvará anexo,

    entre 13 e 17h.Para melhores esclarecimentos, segue, também em anexo, uma cópia

    aurêntica do radiograma expedido pelo Egrégio Superior Tribunal Mili.tar comunicando a este juízo a concessão do habeas corpus ao dito civil.Aproveiro o ensejo etc. Assina: Douror Milron Fiúza - juiz audiror. (fls. 49).3 - Cópia aurênrica. Despacho: Tendo sido apresentado nesra dara eslaAudiroria o acusado Clodesmidr Riani, c em virrude do habeas corpusconcedido pelo Egrégio Superior Tribunal Milirar, conforme rádio re-legramas nO 1.408/2', de 29 de serembro de 1965 e nO 1.418/2", de30 de serembro de 1965, conforme consra das cópias aurênricas dc fls.163 c 166 desres auros, derermino ao mencionado civil que se aprcsen.re a esre juízo diariamente às 14h de rodos os dias úreis, exceção feitaaos sábados e domingos, por não haver expediente nesra audiroria, sohas penas da lei.

    Imime-se o acusado supra e dê-se ciência ao Minisrério Público.

    Juiz de Fora, 7 de o~;ubro de I

  • comunicado no mesmo dia, por via telegráfica, não foi cumprido imediatamen-te e somente a 7 de outubro o foi por provocação do rádio deste Tribunal, nO1.483/2a de 6 de outubro de 1965 (fls. 47) e assim mesmo, simbolicamente,pois que, segundo expressão do rádio de 15 de outubro, de fls. 59, daquelaautoridade judiciária, o acusado C10desmidt Riani foi preso "de imediato", apóssoltura no dia 7 de outubro, havendo aquela auditoria oficiado ao comando da4a R. M. solicitando esclarecimento se o acusado referido se encontra preso noRio de Janeiro. No dia II de outubro foram apensas aos autos as informaçõesque acompanharam o ofício nO 1.131 de 7 de outubro de doutor auditor da 4aR. M. - fls. 48, 49 e 50 - que acabam de ser lidas. No dia 13 de outubro de1965, este Egrégio Tribunal delas tomou conhecimento e teria ficado na ilusãodo acaramento da ordem de habeas corpus nO 27.995, pela informação omissa,para não dizer capciosa do doutor auditor, se novas informações não tivessemvindo ratificar a denúncia de que o h. c. em apreço não fora nem estava sendoacatado: o paciente, Clodesmidt Riani desde o dia 23 de setembro fora trazido

    .0] de Juiz de Fora por uma escolta do lo Batalhão de Polícia do Exército para o

    l Rio e se encontr;va - onde ainda se encontra - no quartel daquela unidade do: Exército, preso à disposição do coronel Ferdinando de Carvalho, encarregadoI de um IPM sobre atividades comunistas.\>' III-\' Com efeito, informações de várias fontes confirmavam o que, pessoal-:,\1'\ mente, a senhora Norma Riani, esposa do paciente do h. c. nO27.995, decla-I:" rou ao relator: O civil Clodesmidt Riani não esrava em Juiz de Fora, cidade,\ \'onde deveria permanecer em liberdade vigiada, sem prejuízo do processo a que

    responde nos termos do h. c. de 29 de setembro, mas preso no quartel da Po-lícia do Exército, no Andara!, aqui na Guanabara, e isso, desde de dias antes delhe ser concedida aquela ordem de soltura, após mais de um ano e meio deprisão. A esposa do paciente estivera na véspera em visita ao seu marido naque-le quartel. O Tribunal, com o conhecimento desses fatos, resolveu que fossemsolicitadas informações tanto ao doutor auditor da 4a R. M.; corno ao coman-dante do 10 Batalhão de Polícia do Exército. Nessa mesma ocasião teve conhe-cimento também da reclamação dirigida pelo advogado do paciente, doutorHeráclito F. Sobral Pinto, na qual denuncia o não cumprimento do h. c. nO27.995 e pede providências, inclusive alterar tal reclamação como novo pedidode habeas corpus.

    Em conseqíiência daquela resolução do Tribunal foi posto, pelo relator,nos :lutos do processo de h. c. nU 27.995, o seguinte despacho urgente,

    À secretaria par:l:

    Solicitar, com urgência, do doutor auditor da Auditoria da 4a R. M. _Juiz de Fora - informações sobre o fato trazido ao conhecimento deste Trihll-nal pela esposa do civil Clodesmidt Riani a quem foi concedido o h. c. nO27.995, de que este não se encontra em Juiz de Fora, tendo sido trazido porpatrulha do 10 Baralhão de Polícia do Exército para o Rio de Janeiro, no dia 7de outubro, logo após ser posto em liberdade naquela auditoria em cllmpri-menta daquela ordem e que ainda aqui se encontra.

    Solicitar também informação ao comandante do Batalhão de Polícia d"Exército (Andara!, Rio), se se encontra preso no quartel da unidade do sencomando o civil Clodesmidt Riani c, em caso positivo, informar sobre a alHo.ridade que determinou essa prisão, o motivo da mesma, a data, local e hora CIIIque foi efetuada, se está incomunicável e desde que dia se encontra nessa situação.

    Rio, 13 de outubro de J 965.

    Assina: General Peri BevilaquaMinistro relator

    Em resposta foram recebidos os documentos de fls. 58 e 59 do h. c. n"27.995, do teor seguinte:

    I - Oficio nO 550/65 - srrc, de 15 de outubro de, 1965, do COIll:III-dante do lo Batalhão de Policia do Exército ao s~~hor diretor-geral daSecretaria do STM - Ref.: Ofício nO 2.01O/2a Secretaria, urgente, de14 de outubro de 1965 desse Tribunal (ver texto a fls. 58).2 - Rádio urgente, de 15 de outubro de 1965, da Auditoria da 4" R.M. do seguinte teor: ... fI. 59.Havendo o Tribunal tornado conhecimento desses dois documentos,

    que acabam de ser lidos, insistiu o ministro relator que fosse a matéria resolvidaconforme a sua proposta inicial, de ser decidido que o paciente dever:1 pel'lna-necer em Juiz de Fora nas condições do habeas corpus nO 27.995 que lhe li,iconcedido em 29 de setembro e onde poderá ser ouvido como testem linha 011indiciado de qualquer IPM, pessoalmente pelo respectivo encarregado, 011 1'01'deprecara, mas terá que permanecer naquela cidade, à disposição da Audillll'iada 4a R. M., enquanto correr o processo em que se acha denullciado.

    O Tribunal resolvcu dirigir-se ao Ex.I1lU senhor general com:m

  • Assim, no dia 19 de outubro de 1965, foi dirigido o seguinte ofício aesse comandante de G. U.: Ofício n° 2.066/2' Seção, de 19 de outubro de1965 (fl. 61).

    o ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

    Havendo decorrido dez dias sem resposta. na sessão de 29 de outubropróximo passado foi, pelo ministro relator, proposto que se desse curso ao pe-dido de habeas corpus constante da "reclamação". prorocolada neste EgrégioTtibunal a 14 de outubro. do advogado do paciente. doutor Heráclito F. SobtalPinto. Tal proposta foi aprovada por unanimidade de votos e, em conseqüên-cia, o ministro relator, determinou, em despacho de fls. 62:

    Baixem os presentes autos à secretaria para ser desapensada a reclama-ção de fls. 54 a 57 e autuada. em separado, como habeas corpus em favor domesmo paciente Clodesmidr Riani, civil. como decidiu o Egrégio Tribunal. emsessão de hoje, solicitando-se a seguir. as informações precisas da data da prisãodo mesmo paciente e os motivos que a determinaram, se processando juntosambos os feitos .•

    Sala das Sessões, em 29 de outubro de 1965.

    Assina: General Peri BevilaquaMinistro relator

    Assim se originou o presente habeas corpus na 28.058 de que sourelator, por dependência do h. c. n° 27.995.

    Passo à leitura do mesmo: ... fls. 2, 3, 4 e 5 do h. c. na 28.058.No mesmo dia - 3 de novembro - em que foram pedidas informações

    à autoridade apontada como coatora - na 2.183/2' Secretaria urgente. de 3 denovembro de 1965, ao senhor coronel Ferdinando de Carvalho, encarregado doIPM na 709, fls. 7, foi prorocolado neste STM o ofício na 1'.140 CP. de 29 deoutubro de 1965. do Ex.mo senhor general comandante do I Exército ao Ex.mo

    senhor presidente do STM em resposta ao seu ofício na 2.066. de 19 de outu-bro de 1965. Está vazado nos seguintes termos: Fls. 64 .

    ..............................................................................................................................................As informações acima de Sua Ex.' o senhor general comandante do I Exér-

    cito permirem prescindir, no julgamento deste h. c.• das informações solicitadasao senhor coronel Fcrdinando de Carvalho, pois que Sua Ex.a o senhor generalCOI1l:lIIc.1anle do I Exérciro

  • Obs.: Documento dati/ograjàdo em papel timbrado do Ministério da Guerra.

    Assina: Luis Gonzaga de Andrade SerpaTenente-coronel encarregado do IPM/CNTI

    Pelo oncio rcfcrência fico intcirado da relevante imporrância do IPMque vos cSI:i confiado, t"]lI:tndo se oficIHa 110sentido de apurar a culpahilidade

    na lndt,stria, Icvantou veementes indícios de culpabilidade do ótgão espúrio _Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), configurada no crime capitulado noart. 20, item 111,da Lei de Segurança. Constatou também ter havido conivência eestimulo, particularmente, da cúpula governamental, de parlamentares da FrenteParlamentar Nacionalista, do Comando dos Trabalhadores Intelectuais, todos em

    _ conluio com comunistas notórios c, através desses, com o Partido Comunista.

    I A Vossa Excelência, quando no comando do 11Exército, em setembrode 1963, coube a prioridade e a honra de alertar a nação sobre os "atos subver-/ sÍvos e impatriódcos", de ajuntamentos de "malfeitores sindicais'\ "ilegais e

    I espúri~s, :erpentário~ ~,e peçonhentos ~ni".'igo~ da democracia, traido.res daI conSClencla democrática. Na mesma, hOJe histórica nota, Vossa ExcelêncIa com

    l' superior entendimento, alerta também que "entrar em conluio com essesmazorqueiros é enveredar pelo caminho do crime".

    Com o objerivo de possibilitar à Justiça ter visão de conjunto da cor-rupção c subversão, dominantes naquela angustiosa época, decidi fossem colhi-dos dados sobre as principais crises provocadas pelo governo deposto. Nesresentido determin.,i fosse inclulda, nos autos do inquérito que presido, a clarivi-dente Nota de Instrução na 7/E3 de 15 de setembto de 1963, de autotia deVossa Excelência. Ainda com o mesmo supetior objetivo, solicito a Vossa Exce-lência se digne informar se remeteu cópia da referida nota ou deu ciência' deseu contexto ao então ministro da Guerra.

    do famigerado CGT (Comando Geral dos Trabalhadores) no processo sul!Y~t-sivo. comuno sindical que ameaçava as instituições político-sociais brasilcir:ls cque foi contido e desbaratado pela contra-revolução restauradora da legalidade,da hierar~uia e da disciplina militares e da democracia, sendo csta, antes 'I""tudQ, um sistema de c vivência com di. nidade.e ortanto com liberdadc.

    Considero cérebro da subversão bolcheviz.alili: que sc cncoll-[fava em franco e ace o processo de desenvolvimento, visando o domílliodo poder político em nosso país, até 31. de março de 1964.

    A atitude que, de viseira erguida, assumi e mantive quando no COIII:III-

    do do li Exército, contra os malfeitores integrantes daquele órgão dc cl'l",I" d"subversão, custou-me o comando daquela G. V., conforme referi em discur,,,que proferi em 15 de dezembro de 1964, na Câmara Municipal de São I'"ul".ao receber o titulo de "Cidadão Emérito da cidade de São Paulo" c 'IUC li,;publicado na íntegra pelo Didrio de São Paulo de 16 de dezembro dc 1']64.

    A Nota de Instrução na 7/E3 de 15 de setembro de 1963, do comaud"do li Exército, que julgastes conveniente incluir nos antas de vosso re'pcit:lvdIPM, visava esclarecer e orientar os meus comandados e foi por mim dada 11 pu-blicidade para que atingisse, também, as fileiras da Aeronáutica e da Força Plí[,li-ca do Estado de São Paulo onde se situava o maior contingente de sargento, COIll-prometidos com a subversão que eclodira no dia 12 de setembro de 1963 CII'Brasília e que ameaçava continuar com apoio do sindicalismo revQlucion:hjo. (N .•noite de 12 para 13 de setembro, ou mais precisamente à 1:30h da madrugadade 13 de setembro, foram presos na área militar de Quira~na, sr, quando CUIatividade revolucionária, três sargentos e dois líderes sindicais que para 1:\fora",em automóvel do Sindicato dos Metalúrgicos e no interior do qual se encontravafarta quantidade de boletins subversivos; esses indivíduos foram processados naJustiça Militar e condenados a quatro anos de prisão, sentença passada cm julga-do, embora reduzida a pena a dois anos e seis meses de prisão.)

    A publicação daquela Nota de Instrução está petfeitamentc justiflcad.1pelo fim que o comandante do li Exército tinha em vista diante da gravc silu,,-ção em que as forças do seu comando tinham de agir. Fi-lo com absolula Con'-ciência da minha responsabilidade. Não a enviei por cópia ao ministro da Gucr-ra de então, general-de-exército Jair Dantas Ribeiro, c sim ao cbcre .luEstado-Maior do Exército, general-de-exército Humberto dc Alcncar Castel"Branco, como normalmente fazia com todos os documentos scmclh;lIlIC,'i.

    Sohre a segunda parte da pergunta do item JlI do vosso ofk:io, se deiciência do sell l'Olllcxlo ;lOelllão llIinistro da Cll

  • Obs.: Documento datado de 14 de maio de 1966.

    HTB381 Tribunal 2/16Sindicales anulacion inicuas sentencias y liberacion inmediataDirigentes presos stopConsejo Cenjal de los Sindicatos

    Tribunal Militar Superiot general Peri Bevilacqua [sic) Rio de JanciroEn nombte tres milliones trabajadores hungaros afiliadosEn nuestra central sindical elevamos indignada protesta contraarbitrária condena latgos anos carcel Clodsmith RianiPresidente CGT Luis Tenoio [sic] de Lima u demas destacadosAbnegados dirigentes elase rrabajadora brasilena stopExigimos respeto derechos democraticos y

    dei. mas Sua Ex.2. dela tomou conhecimento pela imprensa, tanto assim quepretendeu prender-me e exonerar-me do comando do 11Exército naquela oca-sião. tendo me chamado ao Rio para tratar do assunto e me infligido umapública e injusta advertência, com o que o CGT se sentiu muito promovido.certamente.

    Com aquele discurso de 15 de dezembro de 1964 acima referido, deipublicidade à carta que ditigi ao então presidente da República, antes de dei-xar o comando do 11 Exército; é um depoimento para a História, de um co-mandante de G. U. que cumpriu lealmente o seu dever e foi afastado do co-mando por influência do negregado CGT; não tenho a menot dúvida arespeito. Lá se enconttam as razões que me levaram a elaborar e a publicar aNota de Instrução nO 7/E3.

    Junto cópia da carta em apreço, que dirigi a 24 de novembro de 1964,ao Ex.mo senhor presidente da República, doutor João Goulart. bem assim jul-go de interesse anexar um exemplar do folhcto A república sindicalista do Brasil.editado pelo MQvimento Sindical Democrático (Praça da Liberdade, 90 - 5°andar - São Paulo). permitindo-me chamar a vossa atenção para o "trecho dodiscurso do camarada Benedito Cerqueira. na reunião do CGT, Rio, 9 de ja-neiro de 1963", que não deixa a menor dúvida sobte os propósitos que anima-vam o CGT:

    ZCZC JRA958 HTB381BGRO HL HUBU 066BUDAPEST 66 14 1036 l/50

    TELEGRAMA -f7 / '{"//,,d.O ~I ,i 111.~ (~1;.L(/

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    Quais são os objetivos imediatos da CGT, companheiros? Eu lhes afirmocom a segurança da minha posição oficial na FSM e da minha longa cxpe.riência nas lutas sindicais - o primeiro objetivo da CGT é a conquista daunidade da classe operária com a liquidação dos divisionismos e a subordi-nação disciplinada de todos os sindicatos e federações a um comando cen-tral. Somente nestas condições é possível atingir o nosso objetivo principalque é a implantação no Brasil da República Popular Sindicalista... .

    '.~

    VAlÉRIO RÉGIS KONDER

    HABEAS CORPUS N' 28.096 - GUANABARA

    Continuarei sempre pronto a dar a minha cooperação aos fins do IPM,que, em boa hora. vos foi confiado, se assim for julgado de interesse para aapuração da verdade em toda a sua extensão.

    Obs.: Documento datilografado. sem assinatura.

    Nl'IlI/or:Ministro gmeral Peri Bevilaqua. ,1'"f'it'llte:Valério Régis Konder, civil, alegando estar com prisão preventiva dl!cretildaptl(, 2-' A/I(h~((I";" '/fI I" R. M., um justa causa, pede a concessãoda ordem.Im/,rIrl11lu:Raul Lins e Silva Filho, advogado.

    S"o as sC"guintes,•• ra7.õesde defesa apres"ntadas pelo impetrantc: fls. 2 a ("11 fls. 7 sc cllcontra a página do Ditlrio Ofici,tf 'luc p"blicou a ala da sc.". "

    ",:SI" STM, rcali7.ada cm 15 dc sClembro dc 19(,5 lia '1"al foi hOIl",jol',ad", I""

    0000000100000002000000030000000400000005000000060000000700000008000000090000001000000011