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A Cllf SE DA LAVOURA A FALTA DE PEIXE MAL-ESTAR NA INDÚSTRIA HOTELEIRA· ALGARVE PARAÍSO DE BELDADES N. 0 7 AGOSTO DE 1969 5$00 UMA REViSTA DO ALG ,.. f)RN E PARA OS PORTUGUESES DE TODO O MUNDO

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Page 1: Cllf - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/.../AlgarveIlustrado_N7_Ago1969_0004-0005.pdfção dos melhores e o natural acesso aos lugares mais altos da admln1stração.>

A Cllf SE DA LAVOURA A FALTA DE PEIXE

MAL-ESTAR NA INDÚSTRIA HOTELEIRA·

ALGARVE PARAÍSO DE BELDADES

N.0 7 AGOSTO DE 1969

5$00

UMA REViSTA DO ALG,..f)RN E PARA OS PORTUGUESES DE TODO O MUNDO ~~- ~~~~~~~=~-,--~~--~~~~--~~~~~r ,

Page 2: Cllf - Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/.../AlgarveIlustrado_N7_Ago1969_0004-0005.pdfção dos melhores e o natural acesso aos lugares mais altos da admln1stração.>

A CtNTE tfUhOLDE S0,:R.E,U DUUME<N111: A INW'R.MIA P ASSA:DA, ( Sl·, <EM VARIOS ·PONTOS. COMO t:MI QUART~I R,A, MUITO SE ltECIUPEROU IA, :NOUTROS REINA AINDA A DESOL:AÇÃO. S~M UIM •ESFORÇO 6l OESiíNVOLVl'ME:NTO lt'CONóMICO ABRANCE!N·DO O CAMPO, A 11\ESCA <E A Pt:OUARIA, 'I 8.JEVAMDO O 8iíM•·E'STAR: E O :NIVR f>E Vl,DA .DAS POPULAÇÕES, · OS EP.HTOS IDA l'NVftNl:A IDflXARÃO SEMP,RE AS SUAS ORU.15 !MARCAS.

PASSOlJ lM IM'EBNO IJffl SO tE, QUAMDO 1NOVO l·NVE.RNO OHECAR, AORAVA0 L-AS-ÃO.

MtS E PRECISO AlJMENTAB OS BECIJBSOS ECONOMICOS PARA lMl TOTAL HECIJPE :40 DOS ESTRAGOS

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O Inverno de 1968/69 ficará na história do Algarve como um dos mais dolorosos das últimas dezenas de anos. As forcas da Natureza investiram contra a nossa proVincla com toda a sua fúria, como se quisessem experimentar. o poder da resistência dos álgarvlos, à miséria e à destruição.

Em Janeiro, foram as cheias que atingiram Olhão Tavira Faro, Castro Marim, submergindo automóveis, inundando esco.'. las, abrindo fendas, rebentando embarcações. A llnha férrea entre Loulé e Bollquelme, as estradas de todo o lltoral caminhos e ruas estiveram impedidos de trãnsito. Em Tavira, ó comérc10 fechou as portas com barras de gesso, para eVitar preJulzos catastróficos.

A onda de desgraças que desabaram sobre o Algarve, suce­deram-se depois, a falta de peixe (de que vivem muitos milhares de famlllas, quer na pesca, quer na Indústria de conservas) e até o aparecimento de lobos, em regiões como a de Castro Marim onde as feras dizimaram dezenas de ovelhas. '

A 28 de Fevereiro, deu-se o tremor de terra- acontecimento que deixou sem lar e sem haveres centenas de comprovlnvianos nosso?. A situação atingiu as raias do desespero, acorrendo à nossa proVincia, o ministro das Obras Públicas, primeiro, e o Presidente do Conselho, de.pois, para observarem os estragos causados pelo sismo.

A crise na indústria hoteleira agravou-se, armadores e Indus­t riais de conserva defrontaram uma angustiosa crise económica e, por toda a parte, se ouvem lamentos e preocupações pelo futuro.

Na Assemblela Nacional, levantaram-se as vozes dó coronel Sousa Rosal e do almirante Tenreiro, expondo a dolorosa situa­ção que o Algarve atravessa e que urge enfrentar com decisau an tes que os estragos deste doloroso Inverno se possam tomar irreparã veis.

Afirmá-lo, porém, não chega. É precisa passar à acção, dar novas estruturas ao Algarve, garantir aos filhos desta provin­cia, um desenvolvimento ao ritmo das exigências do mundo acual.

Falando, recentemente, à população da Guiné - que defiruu como cum pequeno espaço territorial sem recursos próprios que permitam desenvolver estruturas económico- sociais> -o gover. nadar desta prov!ncia ultramarina, afirmou :

· < ... A Nação canalizou para esta prov!ncla. avultadas verbas que vão permitir ao Governo, construir uma Guiné melhor, com boas estradas alcatroadas, portos fluviais, mais escolas e estabe­lecimentos do ensino liceal e técn1co, possibllltando uma selec­ção dos melhores e o natural acesso aos lugares mais altos da admln1stração.>

E, continuando, disse o brigadeiro Antón1o Splnola. •Uma Guiné com larga rede de hospitais, maternidades e

oostos de socorros, mais aglomerados populacionais u~banlzados à luz das solicitações do progresso. Uma Guiné lndustriallzada para pleno aproveitamento dos recursos agrários, pecuárias e piscatórias ... >

A terminar, disse o governador da provlncla: •A Guiné não se encontra só no Mundo, antes, constitui

parte integrante da Nação Poruguesa, a quem compete o impe­rativo, pela sua própria estrutura constitucional, de fomentar o desenvolvimento no seu todo.>

Leia-se Algarve onde se lê Guiné, e, decerto, · estas belas pala­vras de tão corajoso militar português poderiam ser perfilhadas :~:.tuslasmo por todos os algarvios, de todas as condições

O avanço espectacular que, em certos aspectos turistice, a nossa provincia deu, na sequência de um desenvolvimento obser­vado em todo o Sul de Espanha, precisa de alicerces em que o povo algarvio participe plenamente. Possam eles ser erguidos com decisão e urgência - e os efeitos deste Inverno que fustigou a nossa terra, poderão ser de facto, esquecidos e remediados.

Mas, a continuarem as coisas e as pessoas à mercé das fúrias dos elementos, como até aqui, jamais se estancarão as tendên­cias emigratórias que roubam ano após ano, a esta provincia, milhares d.os seus mais actlvos e sabedores fllhos .

A Guiné .é uma peça fundamental da História da Nação mas o Algarve não O é menos, quer pela sua acção nos descO: br!mentos, na expulsão dos exércitos franceses, no destroçar das tropas espanholas que tentaram a conquista de 1805, quer, ainda, pelo papel fundamental que pode vir a desempenhar no futuro de Port.ugal, pelas suas excepcionais possib1!ldades no conjunto de um Pais que pr.ecisa de fazer cio Turismo, a sua ma,or 10.ça económica.