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23 de agosto de 2012 O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira GOVERNO ESTUDA DESONERAR INDÚSTRIA DA MINERAÇÃO Análise sobre onde e como cortar os impostos deve demorar um ano O governo federal está estudando reduções tributárias para desonerar a mineração e estimular que as empresas do ramo invistam mais. Além de impostos mais baixos, também devem ser criados mecanismos que viabilizem investimentos de risco e que estimulem a inovação tecnológica no setor. As informações são do vice-coordenador do Conselho de Competitividade da Indústria Mineral, Miguel Antônio Cedraz Nery. O órgão é um dos 20 que compõem o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e integram o Plano Brasil Maior. O programa - pacote de medidas de desoneração e apoio à indústria - foi lançado pela presidente Dilma Rousseff em agosto do ano passado. Segundo Nery, já foi elaborada uma agenda com possíveis medidas para o setor mineral, mas ainda não há datas nem detalhes sobre a aplicação das ações. "O trabalho está sendo analisado por um grupo de estudos e precisa ser bem articulado com o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) e com o próprio Ministério da Fazenda, para saber onde desonerar e o que pode e o que não pode", pontuou. Todo esse processo, de acordo com Nery, deve levar cerca de um ano. Etapas. O Conselho da Indústria Mineral foi criado em maio deste ano. Até o momento, foram realizados apenas três encontros com representantes do setor e os trabalhos serão inicialmente divididos em dois projetos. "O primeiro é um grande mapeamento da cadeia produtiva do setor mineral", explica Nery. Ele cita a previsão do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) de que até 2016 o Brasil vai receber US$ 75 bilhões em investimentos neste setor para justificar a necessidade de um diagnóstico completo da cadeia produtiva da mineração. Esse estudo deverá ser viabilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A outra frente de trabalho são levantamentos, que deverão ser financiados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), para a possível criação de zonas de processamento e transformação mineral - que seriam a consolidação de polos regionais de mineração nas áreas em que a atividade já é forte. "A ideia é que essas áreas com potencial produtivo sejam estimuladas a terem em seu entorno uma indústria forte", diz Nery. Fonte: O Tempo Data: 16/08/2012

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23 de agosto de 2012 O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem

A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico

e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira

GOVERNO ESTUDA DESONERAR INDÚSTRIA DA MINERAÇÃO Análise sobre onde e como cortar os impostos deve demorar um ano

O governo federal está estudando reduções tributárias para desonerar a mineração e estimular que as empresas do ramo invistam mais. Além de impostos mais baixos, também devem ser criados mecanismos que viabilizem investimentos de risco e que estimulem a inovação tecnológica no setor. As informações são do vice-coordenador do Conselho de Competitividade da Indústria Mineral, Miguel Antônio Cedraz Nery. O órgão é um dos 20 que compõem o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e integram o Plano Brasil Maior. O programa - pacote de medidas de desoneração e apoio à indústria - foi lançado pela presidente Dilma Rousseff em agosto do ano passado. Segundo Nery, já foi elaborada uma agenda com possíveis medidas para o setor mineral, mas ainda não há datas nem detalhes sobre a aplicação das ações. "O trabalho está sendo analisado por um grupo de estudos e precisa ser bem articulado com o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) e com o próprio Ministério da Fazenda, para saber onde desonerar e o que pode e o que não pode", pontuou. Todo esse processo, de acordo com Nery, deve levar cerca de um ano. Etapas. O Conselho da Indústria Mineral foi criado em maio deste ano. Até o momento, foram realizados apenas três encontros com representantes do setor e os trabalhos serão inicialmente divididos em dois projetos. "O primeiro é um grande mapeamento da cadeia produtiva do setor mineral", explica Nery. Ele cita a previsão do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) de que até 2016 o Brasil vai receber US$ 75 bilhões em investimentos neste setor para justificar a necessidade de um diagnóstico completo da cadeia produtiva da mineração. Esse estudo deverá ser viabilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A outra frente de trabalho são levantamentos, que deverão ser financiados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), para a possível criação de zonas de processamento e transformação mineral - que seriam a consolidação de polos regionais de mineração nas áreas em que a atividade já é forte. "A ideia é que essas áreas com potencial produtivo sejam estimuladas a terem em seu entorno uma indústria forte", diz Nery. Fonte: O Tempo Data: 16/08/2012

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MINERADORAS MENORES FICAM SEM FUNDOS

Pequenas e médias mineradoras estão enfrentando um aperto mundial no crédito, à medida que os preços das commodities caem e investidores e bancos escolhem com mais cuidado onde colocar seu dinheiro. Embora menos conhecidas que as gigantes da indústria da mineração — como Vale SA, Rio Tinto PLC e BHP Billiton — essas empresas menores são uma parte fundamental da cadeia alimentar do setor. Muitas delas são exploradoras minúsculas e especulativas que têm uma produção pequena ou quase inexistente. Mas as companhias maiores há muito as usam como um braço de exploração, comprando-as quando elas anunciam uma grande descoberta. Muitas outras participantes do setor têm uma produção real — o que, no agregado, pode ter um impacto no equilíbrio entre oferta e demanda global. Essas mineradoras menores viram seu valor de mercado engordar durante um boom de commodities que durou quase dez anos. Mas, agora, muitas estão queimando o caixa que levantaram nos mercados de capitais e, com a queda dos preços das commodities, estão tendo dificuldades de obter dinheiro novo para financiar suas operações. No ano passado, a Miranda Minerals Holdings Ltd., uma pequena companhia de carvão da África do Sul, foi forçada a desistir de uma emissão de direitos por falta de investidores. Ela completou há pouco tempo uma outra emissão, arrecadando 6,8 milhões de rands (US$ 817.000) que sustentarão a empresa pelos próximos meses. Mas a Miranda precisará de mais capital este ano, disse seu diretor-presidente, Andrew Johnson. "Nós estamos numa situação precária", disse ele. "Se a [próxima] emissão de direitos não for bem, vamos procurar um comprador para assumir a empresa." Os mercados de títulos de dívida estão cada vez mais difíceis para se obter dinheiro. As mineradoras de médio porte HudBay Minerals, do Canadá, e Coeur d'Alene Mines Corp., dos Estados Unidos, começaram ambas a emitir dívida este ano. E ambas cancelaram suas ofertas por causa da pouca demanda. Com os preços de alguns metais tendo caído até um terço desde meados de 2011, os investidores estão mais hesitantes em apostar de novo. Enquanto isso, os custos de mineração não diminuíram tanto quanto os preços das commodities, pressionando o fluxo de caixa e espantando investidores. Até agora neste ano, as mineradoras levantaram US$ 10,4 bilhões nos mercados mundiais de ações, menos que um terço do que elas conseguiram no mesmo período do ano passado e um quarto do volume de 2009, segundo a provedora de dados Dealogic. "Os mercados de ações estão sendo duros com as pequenas", disse Fiona Perrott-Humphrey, uma consultora de mineração em Londres da firma de serviços financeiros Rothschild Group. "Os investidores estão com medo de pôr seu dinheiro em empresas onde não estão tendo retorno." O índice S&P/TSX Capped Diversified Metals & Mining, que acompanha um grupo formado na maioria por mineradoras de médio porte, caiu quase 50% desde fevereiro do ano passado. Ações em queda tornam mais difícil levantar dinheiro porque as empresas têm que vender ativos por preços menores. Também podem fazer a empresa desistir de vender ações. Se as mineradoras não têm como obter capital, elas podem ter de abandonar projetos ou desativar minas. Alguns analistas receiam uma repetição do declínio acentuado na exploração do final dos anos 90. O aperto de crédito também leva os observadores do setor a prever uma reorganização das mineradoras de pequeno e médio porte.

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"Se elas não conseguirem se financiar [...], algumas terão que procurar alternativas, seja a concordata ou uma consolidação", disse Gilbert Chan, presidente da Nai Interactive Ltd., uma empresa canadense que aproxima investidores chineses de mineradoras canadenses. Algumas mineradoras endinheiradas estão detectando oportunidades. "Estamos olhando essas pequenas companhias de mineração que estão sofrendo, precisam de dinheiro e têm um parceiro de operação forte", disse Andy Davidson, diretor de relações com investidores e desenvolvimento de negócios da Centamin PLC, uma mineradora de Londres que se concentra na exploração de ouro no Egito. "Há um monte de oportunidades neste momento." Por outro lado, a notícia ontem de que a trading Glencore International PLC estaria cogitando encerrar seus esforços para comprar a mineradora anglo-suíça Xstrata levantou temores de que a atividade de fusões no setor possa esfriar ainda mais. (Leia mais sobre o assunto acima.) Diante da dificuldade em se financiar, as mineradoras estão experimentando outras fontes de capital. Um método cada vez mais comum é o "streaming", no qual uma mineradora oferece aos investidores uma porção de sua produção futura em troca de um adiantamento de capital. Em maio do ano passado, a Thompson Creek Metals Co., dos EUA, obteve US$ 350 milhões vendendo títulos de dívida a investidores em uma oferta que ficou aquém da demanda. "Aquele mercado não existe mais", disse Kevin Loughrey, diretor-presidente da Thompson Creek. O executivo disse que os investidores em dívida cobrariam juros mais altos agora. Isso depois de um primeiro semestre difícil e em meio à queda nos preços dos metais. Em maio passado, o preço da tonelada de molibdênio, o produto principal da Thompson Creek, estava pouco abaixo de US$ 36.000. Agora, ele está em US$ 25.000 a tonelada, mas os custos de mão de obra e combustível são praticamente os mesmos. A Thompson Creek está então se voltando para o "streaming". Uma empresa especializada nesse tipo de acordo chamada Royal Gold Inc. concordou na semana passada em emprestar US$ 200 milhões para a Thompson Creek. Em troca, a mineradora venderá com desconto à Royal Gold 12,25% da produção de ouro refinado de uma de suas minas. Na segunda-feira, a Inmet Mining Corp., do Canadá, informou que a empresa de "streaming" Franco-Nevada Corp. lhe daria US$ 1 bilhão em troca da produção futura de uma mina de metais preciosos. Emissões privadas de ações para um grande investidor são agora comuns também. As condições dessas operações são cada vez mais ditadas pelos investidores, afirmam as mineradoras. Em junho, a Rio Verde Minerals Corp., um mineradora canadense que explora potassa e fosfato no Brasil, anunciou que levantou 12,8 milhões de dólares canadenses (US$ 12,9 milhões) através de investimentos privados, inclusive a venda de uma "participação estratégica" para a holding Agroindustrial, Projetos e Participações Ltda., de São Paulo. Mineradoras menores geralmente têm que aceitar os termos impostos pelos investidores, disse Stephen Keith, diretor-presidente da Rio Verde. "Temos que ser realistas sobre nosso lugar no mundo", disse ele.

Fonte: The Wall Street Journal. Data: 22/08/2012

DIANTE DA CRISE, VALE ADIA PROJETO DE US$ 3 BILHÕES NO CANADÁ

Diante da queda dos preços do minério de ferro e da consequente necessidade de cortar custos, a Vale adiou um investimento de US$ 3 bilhões num complexo de produção de potássio (insumo para fertilizantes) no Canadá, afirmou nesta quinta-feira o presidente da mineradora, Murilo Ferreira.

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Previsto no orçamento da mineradora, o projeto de Kronau, posto na prateleira por tempo indeterminado, foi citado por Ferreira como exemplo de empreendimento postergado diante da menor geração de caixa da companhia com a redução dos preços do minério de ferro, principal produto da empresa. O executivo não descarta adiar outros projetos. "Eu citei esse como um exemplo para vocês [da imprensa]. Certamente Kronau não será implementado agora, mas eu quero anunciar isso aos acionistas", disse, em referência também a outros possíveis adiamentos. Indagado sobre cortes de despesas operacionais e de custeio da companhia, Ferreira afirmou que "austeridade" e "disciplina" na alocação de capital fazem parte da rotina da companhia "desde 23 de maio de 2011", data que o executivo assumiu a companhia. PREÇOS Segundo Ferreira, os preços do minério de ferro mais baixos neste ano vão repercutir nos resultados da companhia. Em 2011, diz, a cotação da commodity ficou na faixa de US$ 170 a US$ 180 a tonelada. No primeiro semestre, caiu para a faixa de US$ 135 a US$ 140 a tonelada. Atualmente, a preço está num patamar "inferior a US$ 120" a tonelada. "Evidentemente isso [o recuo das cotações] tem impacto nos resultados da empresa." Ferreira prevê, porém, uma recuperação das cotações do minério de ferro a partir de setembro ou outubro diante da redução dos estoques na China, que estavam na casa dos 30 dias até junho e agora situam-se em 20 dias de produto armazenado em terminais, portos e centros de distribuição do país que é o maior comprador da Vale. CARAJÁS Apesar do cenário de cautela, Ferreira disse que alguns projetos da mineradora são "intocáveis". Nessa categoria, está a ampliação de Carajás, com a abertura da nova mina de Serra Sul, que aumentará a capacidade de produção da província mineral dos atuais 109 milhões de toneladas para 230 milhões de toneladas. Trata-se do maior projeto da história da Vale e "prioridade total" da companhia, segundo Ferreira. O projeto --que inclui a abertura da mina e a duplicação da ferrovia de Carajás (PA-MA) e do porto de Ponta da Madeira (MA)-- consumirá investimentos totais de R$ 40 bilhões. Parte das obras da ferrovia estão paralisadas por força de liminar da Justiça Federal do Maranhão. A Vale recorreu da decisão. "São apenas alguns trechos. Espero que uma decisão favorável ainda nessa semana", afirmou.

Fonte: Folha de S.Paulo Data: 16/08/2012

OPERAÇÃO DESATIVA GARIMPO DE DIAMANTE EM RESERVA DE RONDÔNIA

Três garimpos ilegais de diamante, que funcionavam na Reserva Roosevelt, no sul de Rondônia, foram desativados há dois dias por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e por agentes da Polícia Federal. Dezessete motores e caixas separadoras utilizadas para o garimpo ilegal foram destruídos. Representantes de etnias indígenas da Amazônia confirmaram a nova operação na propriedade onde vivem mais de mil índios da etnia Cinta-Larga, a 500 quilômetros da capital Porto Velho. A área já foi palco de um massacre, em 2004, quando 29 garimpeiros, que exploravam clandestinamente a região, foram assassinados por índios dentro da reserva. Recentemente, segundo relatos da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB) e de alguns indígenas da região, os garimpeiros estariam atuando ilegalmente, com a autorização da etnia. Na véspera da operação, em entrevista à Agência Brasil, o coordenador-geral de Fiscalização do IBAMA, Rodrigo Dutra, antecipou detalhes da ação dos fiscais. Segundo ele, garimpeiros locais

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estariam tentando a reativação da exploração em três áreas. “Estamos adentrando para desmobilizar a retomada, com o apoio da Polícia Federal e da FUNAI [Fundação Nacional do Índio], mas está bem devagar”. O garimpo ilegal em terras indígenas ocorre em, pelo menos, duas situações: a autorização dos índios que buscam retorno financeiro com a atividade, ou a partir da invasão não consentida. “Existem terras indígenas onde os garimpeiros entram sem apoio e estas são mais anunciadas. Mas temos casos significativos em que os índios estão coniventes com os garimpos. Aí complica a segurança da fiscalização lá dentro”, disse Dutra ao explicar que, nestas situações, as operações ganham proporções maiores, como foi o caso de Rondônia. Segundo o coordenador-geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Marcos Apurinã, a intervenção dos fiscais do IBAMA e da polícia não resultou em mortes. A operação teve como saldo, relatado pelo indígena, a queima de barracos, a expulsão de garimpeiros e a retirada de pessoas envolvidas com o crime ambiental. O líder indígena admitiu que, em algumas regiões, as etnias acabam cedendo ao aliciamento de garimpeiros em troca de parcela do lucro da atividade. Segundo ele, o governo tem sido omisso. “Eles estão revoltados com e os empresários aproveitam e estão cooptando alguns indígenas”. Apurinã disse que algumas tribos ameaçam ignorar as leis e explorar diamante, madeira e cobrar pedágios. “Preservamos tanto, defendemos tanto as florestas e o que recebemos hoje são cestas básicas e ajuda assistencial. Queremos que nossos filhos tenham oportunidades, saúde e educação”. Segundo ele, a demarcação de terras e políticas assistenciais não são mais suficiente para os grupos da região. O geólogo e empresário da mineração, Elmer Prata Salomão, critica a falta de políticas para os índios. “A FUNAI age, frequentemente, como se quisesse criar zoológicos humanos, mantendo uma comunidade completamente isolada, o que é impossível com o avanço da sociedade”. Na avaliação do geólogo, os garimpeiros ocupam um vácuo de necessidade para os índios, oferecendo porcentagens em troca da autorização e silêncio das tribos. Salomão acredita que além da política de integração é preciso garantir capacidade de renda aos índios. “Temos uma lei há mais de 20 anos tramitando no Congresso Nacional sobre a regulamentação da exploração de minérios pelos índios nas terras indígenas e não se consegue achar solução para isso porque têm muitos interesses envolvidos”. Apesar de acreditar que a regulamentação em terras indígenas pode atrair empresas mineradoras que teriam maior responsabilidade com a partilha dos lucros com os índios, o secretário executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB), Onildo Marini, critica as leis não cumpridas. “Tem gente que sabe da atividade ilegal e fecha os olhos. Precisa regulamentar a questão nas terras indígenas porque é importante”. Segundo o geólogo, no caso da Reserva Roosevelt, onde o diamante já é comprovadamente de alta qualidade, os índios vivem em condições de luxo, por exemplo, com camionetes com tração 4x4. “Por outro lado, você tem lugares onde os índios não participam do lucro e isso acaba criando conflito. As áreas indígenas na Amazônia são enormes e nestas áreas o garimpo está presente”.

Fonte: Agência Brasil Data: 15/08/2012

ANGLO AMERICAN VAI REATIVAR MINA EM GOIÁS

Em busca do melhor aproveitamento de seus ativos minerais e de uma redução nos custos operacionais, a mineradora Anglo American vai reabrir sua mina de níquel de Niquelândia, em Goiás. As operações começam em 2013 e vão alimentar a unidade industrial Codemin, na mesma cidade. Ao Valor, o presidente do negócio níquel da Anglo American, Walter De Simoni, disse que a reativação da mina é parte da estratégia de otimização das reservas da empresa. Desde 2004, a

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unidade em Niquelândia passou a ser alimentada com o minério vindo da reserva em Barro Alto (GO), cujos teores são mais elevados. A Codemin - que consome 600 mil toneladas por ano de minério, para produzir ferroníquel (aplicado no aço inox) - foi utilizada para testes de metalurgia do minério de Barro Alto, antes do seu início. "Agora, olhamos para as duas reservas [Niquelândia e Barro Alto] como um conjunto. Assim, conseguimos aumentar o tempo de vida das minas e cortar custos com a blendagem [mistura] adequada dos dois minérios", afirmou De Simoni. A mistura de minérios será processada somente na unidade de Niquelândia. A vida das duas minas era de 26 anos, mas, com a estratégia, a da Codemin, passa para 32 anos. Enquanto o teor do minério de Niquelândia é de 1,35% de níquel contido, o de Barro Alto é de 1,6%. A reabertura da mina ocorre em conjunto com o processo de "ramp up" (crescimento) da produção na unidade de Barro Alto. No fim de 2011, a metalúrgica foi inaugurada e as projeções são de atingir o ritmo da capacidade instalada anual de 36 mil toneladas no primeiro trimestre de 2012. Barro Alto consumirá anualmente 2,4 milhões de toneladas de minério. Outro projeto que poderá ampliar a capacidade de produção de níquel da empresa é o que envolve a reserva de níquel de Jacaré, no Pará. Essa área pode significar mais 40 mil toneladas por ano de ferroníquel e 40 mil toneladas de níquel metálico (utilizado na produção de ligas especiais de aço). A conclusão dos estudos de pré-viabilidade está prevista para novembro, quando o conselho definirá se a empresa continua os estudos. "As dificuldades da região envolvem falta e custo de infraestrutura - falta de ferrovias, portos e preço da energia", afirmou. Segundo o executivo, a velocidade dos novos projetos também está relacionada com as condições de mercado. Do início do ano até agora, o preço do níquel já caiu 16%. No primeiro semestre, a produção da unidade de níquel da multinacional cresceu 80% (incluindo as operações da Venezuela), alcançando 22.100 toneladas.

Fonte: Valor Econômico Data: 17/08/2012

MECANIZAÇÃO DE GARIMPOS DIFICULTA REPRESSÃO DA ATIVIDADE ILEGAL

O garimpo, como é praticado hoje na Amazônia, é caracterizado pela presença de grandes máquinas e equipamentos, diferentemente do que ocorria em épocas anteriores. A imagem clássica do garimpeiro romântico deu lugar a estruturas de grande porte, comandadas por investidores, muitas vezes, desconhecidos. “Hoje você tem os empresários garimpeiros, que é gente que tem dinheiro, que domina as áreas e que tem garimpo e usa a mão de obra dos pequenos [garimpeiros]. São grandes escavadeiras, tratores e caminhões. Hoje é uma mineração clandestina”, define o geólogo Elmer Prata Salomão, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Mineral. Na primeira grande corrida do ouro, na época dos portugueses, predominantemente em Minas Gerais, e na segunda corrida, em Serra Pelada, o ouro estava “à flor da terra”, em plataformas mais superficiais de fácil retirada. Os dois eventos, que duraram pouco mais de dez anos, cada, exigiam menos mecanização e contavam com mão de obra mais submissa e menos especializada. A nova faceta do garimpo, movido por estruturas de grande porte, como retroescavadeiras e outras máquinas e equipamentos, além de motores e aviões, e que hoje põe à prova o trabalho de fiscalização e repressão da atividade ilegal, começou a ganhar forma nos anos de 1980. A mudança aconteceu no fim da segunda corrida do ouro, em Serra Pelada, no município de Curionópolis, no sul do Pará. A área de quase 5 mil hectares ficou conhecida como maior garimpo a céu aberto do mundo. Números oficiais indicam que 30 toneladas de ouro foram retiradas da região na época.

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“Os anos 80 *do século passado+ transformaram completamente o garimpo, que deixou de ser uma atividade manual e passou a ser mecanizada”, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Mineral, Elmer Prata Salomão. Apesar da transformação, na época, o garimpo ainda acontecia nos aluviões - depósitos superficiais no leito e nas margens dos rios, que podiam ser explorados com facilidade pelos garimpeiros.

Fonte: Agência Brasil Data: 15/08/2012

GARIMPEIROS CLANDESTINOS SÃO PRESOS EXTRAINDO DIAMANTE EM RIO NO

INTERIOR DE SÃO PAULO

A Polícia Ambiental de Barretos (423 km de São Paulo) flagrou nesta terça-feira (14) extração ilegal de diamantes no rio Grande, no município de Colômbia (467 km de São Paulo), na divisa com o Estado de Minas Gerais. Quatro homens foram multados em R$ 1.500 cada um e vão responder inquérito por prática de crime ambiental, cuja pena prevê detenção de seis meses a um ano. De acordo com a polícia, os acusados trabalhavam em quatro dragas no rio. Foram apreendidos com eles dois barcos, compressores de ar e mangueiras de sucção de cascalho, entre outros equipamentos utilizados na mineração. O material vai ser encaminhado para a Polícia Federal. Outros dois homens se apresentaram durante o flagrante, segundo a polícia, e declararam ser os donos das dragas. Ambos afirmaram que tinham autorização dos órgãos competentes para extrair mineral do rio, mas os documentos que apresentaram foram considerados inválidos pelos agentes ambientais.

Fonte: UOL Data: 16/08/2012

NACIONALIZAÇÃO É RISCO PARA MINERADORAS, VÊ CONSULTORIA

A nacionalização de recursos minerais pelos governos é atualmente o principal fator de risco para as mineradoras, segundo o relatório anual Business risks facing mining and metals 2012-2013 da Ernst & Young. O estudo mostra que a falta de qualificação profissional e o acesso à infraestrutura ocupam as posições seguintes entre os itens de maior risco para as companhias do setor. A consultoria diz que a nacionalização de recursos representa um risco maior do que há 12 meses por conta de medidas instituídas pelos governos, como a proibição da exportação de matérias-primas não processadas, elevação de impostos para o comércio exterior e limitações em participação estrangeira. "Não há dúvidas de que projetos foram adiados, e em alguns casos, investimentos foram cancelados em virtude da equação de risco/benefício", afirmou, em nota, Mike Elliot, líder global da área de Mineração e Metais da Ernst Young. Outros riscos listados no ranking são aumento de custos, execução de projetos de capital, licença para operar, volatilidade cambial e de custos, gestão e acesso ao capital e fraudes e corrupção.

Fonte: Agência Estado Data: 20/08/2012

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MINERADORA SE CONSOLIDA COMO LÍDER EM EXPORTAÇÕES

A Vale consolidou, até o mês de julho, a posição de maior exportadora do Brasil, ampliando a distância da segunda colocada, a Petrobrás. No ano, até julho, as vendas externas da Vale somaram US$ 14,348 bilhões, o correspondente a 10,38% do total exportado pela País no período. A Petrobrás, por sua vez, ficou com a fatia de 9,55%, com US$ 13,199 bilhões exportados. Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Apesar de a Vale seguir em primeiro lugar nesse ranking, as exportações da empresa recuaram em relação ao registrado em igual período do ano passado. Segundo o Mdic, a retração foi de 21,53%. Uma das razões é a queda do preço do minério de ferro no mercado à vista (spot) chinês neste ano em relação a 2011. Segundo dados do próprio ministério divulgados no início do mês, a média do preço do minério em julho foi de US$ 104,3 a tonelada, 23,9% a menos do que o anotado em mesmo mês de 2011. Considerando apenas os números de julho, as exportações da Vale chegaram a US$ 2,431 bilhões, à frente dos US$ 1,755 bilhão da Petrobrás no mês passado. O valor exportado pela mineradora em julho representou um leve aumento de 3,1% em relação ao mês anterior. A última vez que a Petrobrás ficou à frente da Vale no ranking foi em 2009.

Fonte: O Estado de S. Paulo Data: 17/08/2012

TERRAS-RARAS FAZEM ARAXÁ (MG) SER COBIÇADA POR MINERADORAS

O município de Araxá (MG), com 94,7 mil habitantes, virou o queridinho de gigantes do setor de mineração do Brasil, como Vale e CBMM, e da canadense Mbac, que começaram a ver possibilidades de novos lucros na cidade. O motivo vem da China, que concentra 97% da produção de terras-raras do mundo e, em 2010, passou a restringir suas vendas. Terras-raras são elementos químicos essenciais na fabricação de eletrônicos de alta tecnologia, como tablets, smartphones e telas de LCD. Os minerais existem em Araxá e agora são foco de investimentos, afirmou o especialista em recursos minerais Romualdo Paes de Andrade, geólogo do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), do Ministério de Minas e Energia. Embora as reservas de Araxá ainda não tenham sido oficialmente medidas, a atividade é promissora, diz Andrade, pois o nióbio e o fosfato, de onde são extraídas, são abundantes na região. A mineração já é o principal motor da economia local, que movimenta R$ 3 bilhões ao ano só da iniciativa privada, conforme a prefeitura. O PIB araxaense em 2009 (último medido) foi de R$ 1,98 bilhão, 258,6% superior ao de uma década atrás, quando era de R$ 552 milhões. A extração do nióbio, metal que dá mais resistência ao aço, é um dos destaques da economia local. As maiores reservas mundiais estão em Araxá e são exploradas pela CBMM, com cerca de 65 mil toneladas por ano (90% da produção global). Diferencial do Nióbio A companhia afirma que encontrou a solução para obter as terras-raras do nióbio. Em uma fábrica-piloto com capacidade para 1.200 toneladas/ano, produz concentrados de terras-raras e pode elevar a produção para 3.000 toneladas "sem grande esforço", afirmou em nota.

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É pouco diante das 120 mil toneladas/ano de produção mundial. Mas já seria um salto, consideradas as 239 toneladas produzidas pelo Brasil em 2011, segundo o DNPM. A companhia confirma que o diferencial, em Araxá, é a possibilidade de obter as terras-raras dos resíduos. A empresa investiu R$ 50 milhões na nova tecnologia. Outros R$ 12,5 milhões foram do governo de Minas, que tem participação de 25% nos lucros da CBMM. A Vale não dá detalhes dos estudos para a extração das terras-raras, que se encontram em suas minas de fosfato em Araxá e na vizinha Tapira, de 4.200 habitantes. Já a Mbac, segundo a Prefeitura de Araxá, vai investir R$ 280 milhões numa unidade. À Folha a empresa não revelou valores, mas confirmou que prepara a construção de uma planta-piloto em Araxá e que estudos feitos por ela mostram que as terras-raras são viáveis no município. Benefícios a Longo Prazo Embora gigantes da mineração já vislumbrem possibilidades de ampliar seus lucros com a atividade em Araxá, alguns setores da cidade ainda são cautelosos sobre as terras-raras. A situação lembra, em parte, a desconfiança que rodeava o pré-sal, antes de serem confirmadas sua existência e viabilidade. O presidente da Acia (Associação Comercial, Industrial, de Turismo, Serviços e Agronegócios de Araxá), Marcio Antonio Farid, reconhece a importância da mineração para o desenvolvimento do município, mas diz que os benefícios à cidade ainda devem demorar. Para ele, o clima de otimismo está no fato de as mineradoras já estarem trabalhando na cidade. "Mas, no caso das terras-raras, acho que os benefícios devem aparecer mais a longo prazo, e não tão imediatamente." O corretor de imóveis Danilo de Souza afirma que o setor imobiliário já se beneficia da atividade mineradora. "[As mineradoras] geram uma massa salarial expressiva, o que é bom para o setor imobiliário", disse. Souza disse acreditar, porém, que é preciso esperar se consolidar o plano de novas empresas na cidade. O PIB per capita em Araxá, conforme medição do IBGE, é de R$ 21,3 mil. Já é mais do que em BH -R$ 18,1 mil. Centro Internacional de Pesquisa A importância das terras-raras também já foi percebida pelo poder público. O governo diz estimular novos projetos e incluiu o tema no Plano Nacional de Mineração, que trata de questões estratégicas do setor. Para o subsecretário de Política Mineral e Energética do Estado de Minas, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, a exploração dos minerais de Araxá ajudará o país a reduzir as importações da China. Hoje, o Brasil enfrenta dificuldades, por exemplo, para comprar o lantânio, que é um elemento utilizado nos catalisadores para refino de petróleo da Petrobras. Segundo o Ministério de Minas e Energia, as empresas que detêm o direito de explorar ambientes geológicos favoráveis -como ocorre em Araxá- são estimuladas a desenvolver pesquisas ou a extração mineral propriamente dita, de acordo com a pasta. O Serviço Geológico do Brasil, empresa pública vinculada ao ministério, iniciou levantamento em todo território nacional para identificar as áreas potenciais para a ocorrência de terras-raras. Além de Araxá, sabe-se que em Catalão (GO) também existem jazidas importantes. Por enquanto, segundo o DNPM, foram oficialmente dimensionadas apenas reservas nas regiões de Poços de Caldas e Vale do Sapucaí, ambas em Minas, e no norte do Estado do Rio de Janeiro, mas nesses lugares o volume de terras-raras é bem pequeno. A Prefeitura de Araxá iniciou uma série de tratativas para atrair instituições internacionais de pesquisa. Foram programados R$ 40 milhões na construção de um parque tecnológico para incubadoras de empresas e universidades estrangeiras.

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Protocolos de intenção chegaram a ser assinados, segundo Alex Ribeiro, assessor especial para assuntos internacionais da prefeitura. O projeto, no entanto, só será continuado após as eleições de outubro.

Fonte: Folha de S. Paulo Data: 19/08/2012

VALE ESPERA RECUPERAÇÃO NO PREÇO DO MINÉRIO EM SETEMBRO

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse hoje que o preço do minério de ferro, que atualmente está em torno de US$ 114 a tonelada, deverá ter uma recuperação em setembro. “Os estoques caíram”, disse Ferreira, que participou da abertura do seminário The Economics and Econometrics of Commodity Prices, promovido pela FGV. Segundo o executivo, os estoques estão abaixo de 20 dias atualmente. No fim de junho, estavam acima de 30 dias. O mercado já está absorvendo o excesso de oferta do minério, segundo Ferreira. Ferreira também afirmou que trabalhava com um crescimento chinês para este ano acima de 8,5%. No entanto, ele ponderou que será necessário que haja investimento privado e público para que a perspectiva se concretize. Segundo ele, o crescimento atual está em 7%. Segundo Ferreira, a parte de manufatura está “anêmica” e o setor de construção já dá sinais de melhora no segundo semestre do ano. “Ontem recebi alguns dados que mostram melhoras nos manufaturados”, disse. No entanto, destacou que não tem total segurança de que os investimentos públicos e privados irão acontecer. Segundo ele, os empresários tiveram uma redução das margem e ficaram assustados. “Processo de crescimento da Ásia é inexorável”, disse Ferreira. “Quem estiver apostando contra, fará aposta equivocada. Mas que existem solavancos *existem+”, disse Ferreira. Ferreira destacou que o momento da economia internacional é de grande incerteza política e econômica no mundo. O presidente afirmou que a Vale prioriza austeridade e redução de custos. Segundo ele, a companhia está revisando alguns investimentos e citou a unidade de potássio que será construída no Canadá, chamada Kronau. O investimento total na primeira fase é de US$ 3 bilhões. “Certamente não será implementado agora, mas quero anunciar isso para os acionistas”, disse Ferreira. O projeto Serra Azul, que fica em Carajás, é intocável, segundo o executivo.

Fonte: Valor Econômico Data: 16/08/2012

SETOR DE MINERAÇÃO RECLAMA DE ENTRAVES BUROCRÁTICOS

A confirmação dos US$ 75 bilhões de investimento para a mineração nacional, segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), José Fernando Coura, foi um passo importante para o setor, porém não são suficientes para o aumento da produção no Brasil. A precariedade da infraestrutura das estradas, portos e aeroportos, e os atrasos na liberação das licenças de projetos para extração de minério são questões preocupantes, que merecem atenção. “Muitas mineradoras reclamam dos entraves burocrático do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)”, afirmou Coura ontem, garantindo que algumas estão à espera de aprovação desde o ano passado.

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À afirmativa, o vice-presidente da Yamana Gold, Arão Portugal, com três grandes investimentos previstos para este ano e início de 2013 nos estados da Bahia, Goiás e Mato Grosso, ressaltou que os processos de liberação são prolongados e inviáveis quanto à produção. “A demora na liberação impacta significativamente nos custos das empresas de mineração”, enfatizou ontem durante participação na feira de equipamentos para mineração Equipo Mining 2012. Como solução, Portugal aponta a necessidade de rever os processos burocráticos para a liberação. “Alguns processos demoram mais de um ano para aprovação”, garantiu o vice presidente da Yamana Gold, temendo resultados negativos na produção. “Estudos comprovam que os estados com exploração mineral apresentam crescimento do PIB maior que outros estados”, afirmou. A Yamana Gold pretende produzir anualmente cerca de 10 mil toneladas de ouro nas novas minas da Bahia, Goiás e Mato Grosso.

Fonte: Hoje em Dia Data: 16/08/2012

RELATÓRIO DO PROJETO ESTÁ EM FASE FINAL

A mineração em terras indígenas, tema polêmico que se arrasta há anos no Congresso Nacional, parece estar se encaminhando para uma definição. Durante entrevista no programa Agenda da Semana, transmitido aos domingos pela Rádio Folha AM 1020, o deputado federal Édio Lopes (PMDB), que é relator do projeto de lei que visa regulamentar a possibilidade de exploração de recursos minerais em áreas indígenas, informou que a Comissão Especial criada na Câmara Federal para analisar a matéria já está na fase final de elaboração do relatório, que trará parecer favorável a alteração na Constituição Federal para permitir a atividade no país. Esta semana, os deputados envolvidos estarão reunidos com autoridades do governo Federal para tratar da questão. Segundo o relator da matéria, foi fixado o dia 3 de setembro para apresentação do projeto que deverá regulamentar a mineração em áreas indígenas, suspensa há 24 anos desde a promulgação da Constituição Federal. Após a apresentação do relatório, o deputado federal explicou que conta-se prazo de cinco sessões da Câmara para apresentação de emendas à matéria. Caso isso ocorra, o relator analisa as emendas, faz os ajustes necessários e depois o projeto estará pronto para votação. Édio Lopes informou ainda que a matéria é conclusiva na Comissão Especial, ou seja, só deverá ir à plenário caso seja solicitada votação geral. “Pelo trabalho feito, nós queremos acreditar que isso não irá ocorrer”, disse. Como os deputados estão apresentando alterações profundas ao projeto de lei, antes de ir para sanção ou veto da Presidência da República, a matéria retorna ao Senado Federal, de onde teve origem. O parlamentar lembrou que essa é a quarta Comissão Especial criada para analisar a matéria, que chegou a Câmara Federal em 1996 após aprovação unânime no Senado. O projeto de lei é de autoria do senador Romero Jucá (PMDB). Nunca houve, segundo ele, acordo entre os partidos para aprovação. “Atualmente o cenário é diferente. Procuramos a interação com todos os partidos. Ouvimos todos os setores do governo, as comunidades indígenas e as mineradoras. Buscamos trazer ao relatório o que nós acreditamos ser um ponto de equilíbrio, encontrado entre a necessidade do povo brasileiro de ter acesso a esses recursos e os direitos dos povos indígenas”, destacou. Um dos locais onde houve a consulta sobre o projeto de lei foi em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Integrantes da Comissão Especial da Câmara Federal estiveram reunidos com mais de 400 lideranças indígenas promovendo um seminário sobre mineração nas áreas pertencentes aos povos indígenas.

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Junto a outros deputados federais, Édio Lopes esteve recentemente na Austrália visitando por uma semana os povos aborígenes. O país, conforme ele é um dos exemplos mais próximos ao ideal quando se fala em extração mineral em áreas de povos nativos. Dentre várias autoridades, os parlamentares foram recebidos pelos ministros de Minas e Energia e o de Educação e Assuntos Aborígenes. Os benefícios da mineração para as comunidades do país seriam diversos. Livres para negociar diretamente com as mineradoras, algumas comunidades aborígenes tornaram-se até acionistas das empresas. Para o Brasil, a ideia é trazer essa inovação de um processo de licitação simplificado para o desenvolvimento da atividade, informou o deputado federal durante entrevista. O primeiro passo é a habilitação da mineradora interessada e a consulta às comunidades indígenas. Vencida essa fase, há todo o trabalho de órgãos, como a FUNAI, que comporão um conselho que acompanhará todo o processo junto aos indígenas. O deputado federal adiantou ainda que será estabelecido um piso de participação, o mínimo que as mineradoras terão que pagar para as comunidades indígenas. Não será seguido o critério brasileiro para cobrança de compensação que é feita sobre o líquido, mas em cima do faturamento bruto. A tendência do mínimo pretendido é de 2% a 3% do valor bruto da produção. Para fazer um comparativo, Édio Lopes citou que a maior mina de ferro existente em uma comunidade aborígene na Austrália, chamada de Tom Price, tem por ano em royalties cerca de R$ 170 milhões recebendo 0,5% do que é explorado. Mas não é somente a questão econômica que está apontada no relatório. Segundo o relator da matéria, os direitos e garantias das comunidades indígenas foi uma das maiores preocupações. Para Édio Lopes, é necessário que se regulamente de forma clara e objetiva a atividade para que não se tenham dúvidas. “Acreditamos que essa é a alavanca que está faltando para desenvolver os povos indígenas. Nós vimos na Austrália que com recurso econômico ,as comunidades estão resgatando tradições culturais que por falta de meios econômicos já haviam se perdido no tempo”, salientou o deputado federal. GARIMPEIROS – Édio Lopes informou ainda que têm se empenhado para aprovar ainda este ano uma Proposta de Emenda à Constituição que tramita na Câmara Federal regulamentando a inclusão dos garimpeiros no sistema previdenciário. “Se aprovada, os garimpeiros vão ter direito a aposentadoria, salário desemprego e demais benefícios previstos. A matéria já foi aprovada na Comissão Especial criada e agora espera-se aprovação no plenário”, informou o deputado federal.

Fonte: Folha de Boa Vista Data: 19/08/2012

DIANTEIRA DO MINÉRIO

Segmento em que mais se investe em decorrência, sobretudo, do apetite chinês pelo minério de ferro, do crescimento dos países integrantes do bloco do Brics e da demanda por investimentos em infraestrutura e grandes projetos ligados ao Mundial de 2014, a mineração tende a ser o carro-chefe da economia pelos próximos anos. Isso é o que indica estudo de consultoria especializada, o que é muito bom para o Brasil, especialmente para Minas, que tem na exploração mineral uma de suas principais fontes de geração de emprego e renda. Daí a batalha que o Estado vem travando para ver aprovada a legislação dos royalties de forma a distribuir melhor essa riqueza. Para que se tenha uma ideia da força desse setor, basta dizer que apenas de janeiro a julho último foram firmados, na esfera do governo estadual, mais cinco protocolos, que preveem

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investimentos de R$ 1,316 bilhão em projetos que deverão gerar 980 empregos diretos e 2.920 indiretos. Além disso, no encerramento, ontem, da 11ª edição da Equipo Mining, a expectativa era de um giro de R$ 400 milhões em novos negócios, segundo previsão do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), que reclamou da falta de incentivo oficial ao evento, que reuniu empresas de alta tecnologia e prestadores de serviços. Esses são números grandiosos em cenário de retração global. Caso os projetos venham a se juntar a outros em fase de implantação, como é o caso da nova fronteira mineral do Norte de Minas, por certo irão inflar substancialmente o desenvolvimento. Essas observações servem para confirmar a intensa movimentação no setor. A mineração fechou o último semestre com dez operações de fusões e aquisições, conforme pesquisa, em forte recuperação em relação aos três primeiros meses do ano, passando de três para sete negócios concretizados. Os investidores estrangeiros continuam acreditando no país; aliás não há razão aparente para se pensar e dizer o contrário.

Fonte: O Tempo Data: 18/08/2012

JOIAS COM TURMALINA DE MINAS AGORA SÓ SE VIER DA CHINA

Cinquenta metros abaixo do chão, trabalhadores caminham por túneis estreitos, abertos na rocha e cheios de poças de água, para extrair a pedra que caiu no gosto do mercado de luxo da China. Com pás, picaretas e furadeiras, uma centena deles retira todos os dias quilos e quilos de turmalina na Mina do Cruzeiro, no município de São José da Safira, interior de Minas Gerais. As pedras são exportadas em forma bruta, lapidadas na China e também lá transformadas em anéis, brincos e pingentes usados por chinesas endinheiradas. O aumento do interesse chinês por turmalinas e outras pedras preciosas e semipreciosas de cor do Brasil é ainda uma novidade, mas já provoca uma pequena revolução no mercado de gemas. Os chineses tornaram-se mais visíveis como compradores depois da crise financeira mundial de 2008, quando os compradores tradicionais - americanos e europeus - se retraíram. A demanda da China literalmente salvou empregos em algumas cidades do interior de Minas Gerais - o Estado mais tradicional na produção e venda de "pedras coradas" do país - que são centros de exploração ou comércio de pedras. Mas o apetite asiático também é motivo de preocupação. Grandes joalherias brasileiras que usam em suas peças pedras nacionais viram quase de uma hora para outra, compradores chineses arrematando grandes lotes de turmalinas, topázios, águas-marinhas e muito quartzo. A disponibilidade de pedras para o mercado nacional diminuiu, ao mesmo tempo em que os preços explodiram. Algumas pedras estão sendo vendidas a preços 400% superiores aos que eram praticados há quatro anos e muitos produtores acabam privilegiando fazer negócios com os chineses porque eles estariam em geral mais dispostos do que os compradores brasileiros a pagar mais pelas pedras, compram lotes maiores e pagam à vista. Um dos efeitos do aquecimento do mercado pela China se vê nas minas. Segundo o chefe do escritório do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em Governador Valadares, Marlucio Dias de Souza, há um movimento de reabertura de minas na região. Em seu discreto escritório na cidade, Douglas Willian Neves, um dos proprietários da Mina do Cruzeiro, diz que antes da

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crise de 2008 a China representava 20% de suas vendas. Hoje, representa 80%. Neves está à frente também da Nevestones, empresa de compra e venda de gemas. "A China aqueceu o mercado. Eles compram de tudo, pedras para joias e para bijuterias. Antes de 2008, até o cascalho de turmalina [pedras pouco aproveitadas para lapidação, mas que têm valor para coleções e entalhes], que custava US$ 200 o quilo, hoje custa US$ 3,5 mil." Outro comerciante de pedras preciosas e semipreciosas de Valadares, José Henrique Fernandes, dono da Pinkstone International e da Mina de Aricanga, diz: "Se não fossem os compradores asiáticos, nós, pedristas, teríamos quebrado. Exportávamos para o mercado dos EUA e da Europa, mas, com a crise, a tendência dos preços era cair". Não se trata apenas de uma substituição do mercado. Os empresários que produzem pedras dizem que com os chineses - e em menor escala outros novos clientes da Índia e Rússia e de alguns países asiáticos - compram mais do que os americanos e europeus. Em 2009, a China já era o principal destino das exportações de pedras brutas brasileiras. Naquele ano, Hong Kong sozinha comprou US$ 6,5 milhões e a China continental mais US$ 6,2 milhões. Em 2011, as vendas para cada um estavam na casa dos US$ 11 milhões. Para a Índia, as exportações saltaram de US$ 4,1 milhões para US$ 9,5 milhões. No mesmo período as exportações para os EUA ficaram num nível bem inferior: de US$ 3,8 milhões em 2009 para US$ 4,7 milhões no ano passado. Para a Alemanha, a maior economia da Europa, foram de US$ 1 milhão para apenas US$ 1,5 milhão. Quando a China começou a abrir sua economia, o consumo local por pedras preciosas era quase todo limitado ao jade, pedra verde com longa tradição no país e que era usada para joias, estatuetas e talismãs, diz Hécliton Santini Henriques, presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), cujos escritórios ficam em Brasília e em São Paulo. Com a abertura, outras pedras ganharam espaço. Comerciantes de diamantes foram um dos primeiros a se estabelecer. Depois, veio o forte consumo de platina. "De três anos para cá, os chineses começaram a descobrir a cor, a variedade de pedras de cor. E começaram a comprar turmalina, principalmente a vermelha. Daí essa valorização brutal", diz Henriques. "Eles também compram quartzo rutilado e a demanda por esmeraldas está em um processo de crescimento." Esse interesse trouxe à região de Valadares um tipo diferente: o comprador chinês de pedras preciosas. "Os chineses ficam circulando por aqui, nas cidadezinhas menores, como São José da Safira, por exemplo. Estão em todo o lugar. Nos garimpos ilegais, eles dominam", diz Douglas Neves. Em Curvelo e Corinto, municípios da região central de Minas e onde o forte é o quartzo, chineses também passaram a fazer parte da paisagem e da economia locais. Esses compradores são tipos sui generis, segundo a descrição que se ouve entre empresários: andam de chinelo, mal vestidos, dormem em pensão ou às vezes debaixo de lona no mato e falam um português arrevesado (quando falam). E, apesar da aparência, compram lotes de pedras com dinheiro vivo, à vista - muitas vezes pagam adiantado por uma produção. São eles que passaram a concorrer com vários compradores de pedras brasileiros. Parte das pedras sai do subsolo de Minas Gerais de modo ilegal e entra também de modo ilegal no mercado. Não há consenso entre empresários e autoridades, qual o peso da extração e do comércio clandestino no comércio total de pedras no Brasil. Mas até o DNPM em Valadares admite que o número de minas sem autorização de funcionamento deve ser muito maior do que as meras dez autorizadas em todo o leste e nordeste do Estado. Quanto ao envio das pedras para o exterior, o caminho alegadamente mais fácil para quem está no mercado clandestino é o de subfaturar lotes de pedras - algo difícil de ser captado pelas autoridades. Para os produtores e comerciantes de maior porte, como Neves e Fernandes, a porta para o mercado externo costuma ser outra. Como vários exportadores brasileiros, José Henrique Fernandes, participa da feira de joias e gemas de Hong Kong, a Jewellery and Gem Fair. É lá onde faz muito de seus negócios. "Antes participávamos das feiras de Tucson, Nova York e Las Vegas (EUA) e na Basileia (Suíça). Hoje, nos concentramos só nas feiras de Hong Kong, que não atrai só compradores chineses, mas americanos e europeus." Na edição de setembro da feira (são três edições anuais), das 35 empresas no pavilhão do IBGM, 30 são de Minas, segundo Hécliton Henriques.

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O Brasil é, segundo o IBGM, o maior produtor de pedras coradas em termos de variedade. Produz mais de cem tipos de gemas, num mercado que só aqui movimenta entre US$ 250 milhões e US$ 300 milhões. Estimativas citadas pela instituição em seu site apontam o Brasil como a fonte de cerca de um terço do volume das gemas do mundo - sem levar em conta diamantes, rubis e safiras. Dois Estados são grandes produtores e polos de negócios: Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Minas é o maior produtor em termos de valor. De uma lavra de turmalina, topázio imperial ou água marinha no interior de Minas, até a vitrine de uma joalheira brasileira num shopping de São Paulo, por exemplo, o caminho costuma ser mais ou menos o mesmo. Começa com o empresário, o dono da lavra; passa pelos representantes das empresas de joias que vão a campo ver e escolher os lotes de pedras; segue para as mãos de lapidários; dos designers e da equipe de montagem da indústria joalheira e pronto, as peças estão à disposição dos clientes. Se o efeito China é ótima notícia para quem investe e trabalha na ponta inicial dessa cadeia, para os demais é um estorvo. Os lapidários, por exemplo, parecem estar em fase de extinção. "Aqui em Valadares havia há uns 10 ou 15 anos cerca de 2 mil oficinas de lapidação. Hoje são no máximo 50", diz Ronaldo Rodrigues Barbosa, 45, ele mesmo um lapidário. É a velha questão dos custos da mão de obra: enquanto no Brasil o preço do trabalho por quilate oscila de US$ 0,80 a US$ 1,20, na China, fica entre US$ 0,25 e US$ 0,35. Um grama é equivalente a 5 quilates. Barbosa conta que muitos de seus colegas de profissão ficam duas ou três semanas sem trabalho; outros tantos simplesmente abandonaram o ramo porque os clientes que tinham passaram a contratar lapidários na China e na Índia. Mas quem se queixa mais da concorrência asiática são mesmo as empresas de joias que dependem da oferta das pedras nacionais. "Tivemos de rever o tamanho das pedras de algumas de nossas coleções. Antes, podíamos fazer o que quiséssemos com pedras de quaisquer tamanhos, hoje já não é mais assim", diz Rodrigo Robson, designer da Vivara, empresa paulistana, fundada em 1962, que se apresenta como a maior rede varejista de joalherias do Brasil. Segundo ele, a maioria dos fornecedores de pedras da empresa são de Minas Gerais. Topázio e quartzo são as duas mais usadas nas joias de Vivara. "O que estamos percebendo é uma diminuição na oferta de pedra bruta. As pedras maiores vão para a China." Daniel Sauer, diretor da Amsterdam Sauer, sediada no Rio, diz: "Se eu quiser comprar, tenho de pagar o preço que eles [chineses] estão pagando ou mais. E tem pedras que eles estão pagando o dobro e ninguém quer pagar mais". "A China não está apenas comprando commodities. Está consumindo muito produto de luxo e a joia está nesse contexto." A vantagem de sua empresa, diz ele, é estar há 70 anos no mercado, enquanto os chineses ainda não estabeleceram uma base de confiança com muitos fornecedores. Os chineses, no entanto, compram quantidades maiores e pagam valores acima do que as joalherias nacionais estão dispostas a pagar. Em Belo Horizonte, a grife joalheira mais conhecida da cidade, a Manoel Bernardes, desistiu de depender da pedra preciosa de cor brasileira. "Comprávamos mais de Minas Gerais, mas hoje 80% das pedras brutas de cor que compramos vêm da África, de Moçambique e Nigéria. Às vezes também do Paquistão", diz Marcelo Bernardes, que junto com o irmão, Manoel, dirige a empresa fundada pelo pai. A vantagem, diz ele, é que a oferta africana é maior e mais contínua. Segundo Bernardes, a oferta brasileira de pedras é pequena e os produtores preferem vender mais para quem paga mais, que são os chineses atualmente. "É difícil para nós pagarmos o preço que eles pagam. Sai mais barato comprar em Moçambique do que aqui". Nem todos veem assim. Raymundo Vianna, um dos maiores exportadores de joias do Brasil, com vendas para 112 países, é um deles. Dono da Vianna Brasil, ele diz que se fosse depender de pedras importadas para competir mundo afora seria derrubado pela carga tributária do Brasil, que onera pedras preciosas de fora em 40%. "Nossa empresa já está tendo dificuldade de adquirir matéria-prima no Brasil. Se continuar assim, a empresa não terá condições de sobreviver." Presidente do Sindicato da Indústria de Joalheria, Bijuteria e Lapidação de Gemas de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Vianna defende medidas drásticas do governo: estancar a saída de pedra bruta

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do Brasil e motivar empresas de joias e lapidação a se instalarem aqui. "Algo tem de ser feito, senão acaba a indústria da joia no Brasil."

Fonte: Valor Econômico Data: 20/08/2012

AMAZÔNIA COLOMBIANA: SANTOS CRIA ZONA ESTRATÉGICA DE MINERAÇÃO

Durante a Rio+20, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou que converterá 17,6 milhões de hectares da Amazônia e do Pacífico, as regiões mais ricas em biodiversidade do país, em zonas estratégicas de mineração. A decisão alarmou ambientalistas, preocupados com a fragilidade destes lugares. O governo, por sua vez, argumenta que a intenção é acabar com o caos que reina, ordenar a atividade mineradora na região e tornar a exploração sustentável. Depois do anúncio, que se seguiu de uma resolução, Beatriz Uribe, presidente da Agência Nacional de Mineração, deu a entender que a medida também congelou por 10 anos a concessão de novas licenças para mineração na Amazônia colombiana. “Isto é um sinal de que este território não pode ser tocado”, explicou. Segundo ela, o propósito das zonas estratégicas é garantir que estas terras “sejam entregues somente através de uma concessão especial (leilão, por exemplo)”, como se faz com as empresas petroleiras e não entregá-las a qualquer um, como foi feito até agora. “Queremos toda a mineração possível, mas que seja ordenada”, disse Uribe durante reunião com ambientalistas organizada pela Aliança Amazonas 2030, Segundo ela, quando Santos chegou à presidência encontrou uma confusão onde concessões e áreas protegidas se sobrepunham. Ela defendeu a necessidade de estudar melhor a região para compreender sua biodiversidade, as comunidades que a habitam e os impactos ambientais, econômicos e sociais de atividades que sejam ali realizadas. “Vamos fiscalizar todos os aspectos dos títulos de mineração, com revisões em campo que nunca foram feitas”. Além da moratória de novos títulos na região, Uribe afirmou que negou-se 97% de 14.000 pedidos de concessão de mineração, porque não estavam em ordem. Todavia, está previsto a abertura de 212 áreas de mineração, que englobam 17,6 milhões de hectares, nos departamentos de Amazonas, Vaupés, Vichada, Guainía e Chocó. Essas áreas serão outorgadas às empresas que preencham os requisitos financeiros, técnicos e ambientais. Dentro da área coberta pela resolução presidencial existem parques naturais onde é proibida a mineração, e zonas de reserva florestal onde em algumas poderia ser realizada a atividade. Mas há áreas livres, onde poderia ser feita mineração desde que feitos estudos sobre a sua compatibilidade com o desenvolvimento sustentável da região. Isso inclui territórios indígenas, caso seus habitantes o permitam. Nos 24,6 milhões de hectares da Amazônia colombiana, existem 14,2 milhões de hectares categorizados como reservas, e 70 territórios indígenas. Também 4 parques nacionais que somam 2,5 milhões de hectares: Tuparro, mais de 500 mil hectares; Puinaguai, 1,1 milhão; Nukak, 890 mil; e Apaporis, 1,6 milhões. Para Martín Von Hildebrand, diretor da Fundação Gaia Amazonas, o anúncio das reservas estratégicas de mineração é importante porque havia uma desordem enorme na Amazônia do país e pressão de pedidos para novas concessões. Mas ele demonstra preocupação com as omissões no texto da resolução: “Não fala de moratória, não fala de padrões de mineração nem da importância de levar em conta os ecossistemas ou a população civil e suas culturas. Só fala dos benefícios para o Estado, e assim podemos interpretar que só vê o lado econômico”. Hildebrand acredita que regular e controlar a mineração é um passo adiante, porém, não suficiente. “Não temos a institucionalidade, não há governança, não há espaços de diálogo onde se

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sentem todos os atores. Então, falta muito para poder decidir se é possível ou não fazer mineração no Amazonas. Temos que pensar bem para não cometer danos irreversíveis”. Esta posição se alinha a de Mary Lou Higgins, diretora da WWF Amazonas do Norte e Chocó Darién. “É uma resolução que surge antes dos processos de reordenamento da atividade de mineração que o país exige”, diz. Ela aponta que o texto é vago e que o bem-estar das populações locais deveria preceder as concessões. Higgins reconhece que há aspectos positivos na tentativa do governo em pôr ordem na casa, criar um marco regulatório e não entregar títulos a qualquer um. Entretanto, continua, “nesta zona de alta vulnerabilidade e riqueza ecológica o ordenamento deve ser integral, e não se preocupar apenas com a perspectiva do setor mineral. É necessário incluir a opinião das comunidades locais e mensurar os impactos das estradas e da produção energética exigida por estas atividades. Deve-se avaliar se minerar na região é aceitável ou não e em que escala”. Embora pouco se conheça sobre a ecologia e biodiversidade da Amazônia colombiana, sabe-se lá há potencial para extrair ouro, coltan (mistura dos minerais columbita e tantalita), urânio e ferro. Porém, pouco se conhece sobre a ecologia da floresta. Segundo a Agência Nacional de Mineração, neste momento, há 48 títulos de mineração, que abrangem 81 mil hectares. A informação mais alarmante é que existem outras 961 solicitações de concessão sobre um território total de 4,7 milhões de hectares.

Fonte: O Eco Data: 09/08/2012

SOUTH AFRICA: PRESIDENT ZUMA CALLS FOR UNITY AS THE COUNTRY GRIEVES

LONMIN DEATHS

President Jacob Zuma has called on South Africans to unite as a nation as the country mourns the deaths of 34 protestors killed during clashes with police in Marikana, Rustenburg. Reminding South Africans that they had come together to overcome difficult moments in the country's past, Zuma said it was time to grieve together so that the healing and rebuilding process can begin. The President cut short his participation in the SADC Summit in Mozambique to return to South Africa on Friday following the deaths at Lonmin, to be with those affected during the country's hour of mourning. Zuma, flanked by other Cabinet ministers, deputy ministers, police management and provincial leadership, addressed the media after he was briefed about the latest developments in Marikana. Tensions in the area have been high in the past weeks, following a strike by Lonmin Platinum mine employees and subsequent clashes between rival unions. Apart from the 34 protestors killed yesterday, 10 others have also been killed -- including two police officers -- in nearly a week of fighting between rival worker factions. Zuma said the events of the past few days had been both saddening and dismaying, adding that the deaths of the mine workers and members of the SAPS were tragic and regrettable. "These events are not what we want to see or want to become accustomed to in a democracy that is bound by the rule of law and where we are creating a better life for all our people," he said. Such incidents were not expected, particularly in a country where there was a high level of organisation in the labour movement, the President said. Turning to grief of the families, Zuma said the thoughts of all South Africans and government were with the families of those who had lost their lives and those recovering in hospitals.

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"The events of the last few days have unfortunately been visited upon a nation that is hard at work addressing the persistent challenge of poverty, unemployment and inequality. We undertake this work in conditions of peace and stability, working with all sectors in our country." He assured South Africans that government was fully committed to ensuring the country remained a peaceful, stable, productive and thriving nation that was focused on improving the quality of life for all its people. It was against this backdrop that the truth of what had happened at Marikana had to be uncovered, Zuma said, announcing that he had decided to institute a commission of inquiry. "We must get to the truth. This is unacceptable in our country... This is shocking," he said. An inquiry would help get to the "real cause" of what had transpired. "However, today is not an occasion for blame, finger pointing or recrimination. Today challenges us to restore calm and share the pain of the affected families and communities... It is a day for us to mourn together as a nation. It is also a day to start rebuilding and healing," he stressed. Meanwhile, Police Minister Nathi Mthethwa earlier in the day sent his condolences to the families of the victims. Mthethwa and National Police Commissioner General Riah Phiyega, accompanied by North West Premier Thandi Modise and Mineral Resources Minister Susan Shabangu, visited the police officers who have been monitoring the protests at Lonmin.

Fonte: All Africa Data: 17/08/2012

CETEM E VOTORANTIM METAIS AMPLIAM PARCERIA EM PD&I

O Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e a Votorantim Metais têm realizado, continuadamente, ações de PD&I em parceria. Ao longo do ano de 2012, essa interação foi renovada, mediante o compromisso para a execução de quatro projetos, em escala piloto, com enfoque inovador. Além do componente da inovação tecnológica os projetos têm total consonância com os preceitos de sustentabilidade. Dois deles estão focados no desenvolvimento e otimização de processos que visam recuperar e reaproveitar minerais de níquel e zinco depositados nas barragens de rejeitos de suas operações industriais de beneficiamento, respectivamente, de Serra da Fortaleza (MG), cujos ensaios estão sendo feitos no CETEM, e de Vazante (MG) onde está instalada a outra unidade de demonstração. Em paralelo, estão sendo realizados no CETEM outros dois projetos de pesquisa e desenvolvimento de processos de lixiviação, incluindo testes de biolixiviação de minérios de níquel, buscando a minimização do consumo de reagentes, de energia e o aumento da recuperação.

Fonte: CETEM Notícias Data: Julho/Agosto/2012

PROJETO DE LEI PREVÊ INVESTIMENTO MÍNIMO DE MINERADORAS

Um projeto de lei que tramita no Senado Federal, criando a Agência Nacional de Mineração, estabelece, entre outras normas, investimentos mínimos a serem realizados pelas mineradoras detentoras de concessões.

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O texto deve ajudar a compor o novo marco regulatório da mineração, muito aguardado por empresários do setor. O projeto de lei 306/2012, de autoria do senador Gim Argello (PTB), estabelece que a agência deve determinar parâmetros e metas para o aproveitamento dos recursos minerais e regular o acesso dos agentes aos títulos de direitos minerários. O projeto, apresentado ao Senado na semana passada, seguirá para análise das comissões de Constituição e Justiça e de Infraestrutura. O poder executivo também trabalha na elaboração de projetos de lei que basearão o marco do setor, que substituirá o código da mineração vigente desde a década de 1960. Os projetos de lei do executivo tratam da criação da agência, de mudanças nas alíquotas de royalties, além da modernização do código, com o estabelecimento, por exemplo, de prazos exploratórios para as empresas. O projeto de lei de Argello, parlamentar de partido da base aliada do governo, deve ser agregado aos projetos do governo, disse a assessoria de imprensa do senador à Reuters.

Fonte: Reuters Brasil Data: 21/08/2012

IRON ORE RED ALERT: CHINA'S STEEL OUTPUT COULD SHRINK FOR THE FIRST

TIME IN 31 YEARS

Official Chinese reporting on economic growth and other indicators that influences the business climate in the country and the confidence of foreign investors often tend to paint rosier pictures than the facts on the ground would suggest. It is therefore a something of a big deal when a state-backed institution such as the China Iron and Steel Association (CISA) makes a bearish call, which is exactly what the organization did last week. A report by Xue Heping, an analyst, published on CISA’s website argues that zero or negative growth in China's steel production for 2012 is "highly probable" because a significant decline in the second half of the year is a foregone conclusion. Profits in the country's iron and steel industry fell more than 95% year-on-year over the first six months of 2012, but despite the weakening outlook mills continued to forge steel at a record-breaking rate of near 2 million tonnes per day. Australia Financial Review says this is "partly due to the peculiarities of the local steel sector. [J Capital partner Tim] Murray said local governments force many steel mills to keep producing, even when it is uneconomic, to maintain tax revenue, jobs and to show Beijing they are delivering on economic growth targets." The world's number one money manager Pimco has also released a bearish report on the Chinese steel industry. Raja Mukherji, Pimco's head of Asian credit research, writes: In short, we believe that China’s steel demand has reached a near-term peak. As the country’s fiscal focus shifts from public investment

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to tax cuts and consumption subsidies, and property policies remain restrictive, we expect China’s ability to consume incremental steel over the secular horizon to be negatively impacted. For investors, we believe the biggest risk is that iron ore prices may falter… as new iron ore supply ramps up by 2014 and Chinese steel demand weakens. The globe's most active steel future – Shanghai rebar for January delivery – dropped to a record low of Rmb3,614 ($570) per tonne on Friday. If the contract does not improve over the remainder of August it will the fifth straight month of losses. Iron ore prices dropped in tandem with the steel price to fresh multi-year lows with the benchmark import price of 62% iron ore fines at China's Tianjin port sliding 1.5% to $110.20 a tonne on Friday. Iron ore has only enjoyed three up days over the last six weeks of trading according to data provided by Steelindex.

Fonte: Mining.com Data: 20/08/2012

EMPRESA CANADENSE IRÁ DESENVOLVER PESQUISAS MINERAIS NO AMAZONAS Pesquisas serão desenvolvidas em área de 1,4 milhão de hectares.

Reservas de potássio devem atender 60% das demandas, diz secretário.

O titular da Secretaria de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEMGRH) recebeu em audiência, realizada nesta terça-feira (21), executivos e técnicos de um grupo empresarial canadense, que por intermédio da filial brasileira, Potássio Ocidental, detém uma concessão para desenvolver pesquisas minerais, em uma área de 1,4 milhão de hectares, compreendendo uma extensão que irá do município de Itacoatiara à Parintins. De acordo com Daniel Nava, a Western Potash pretende iniciar de imediato pesquisas no Amazonas que serão conduzidas pela instituição Pacific Potash, especializada em prospecções no Canadá e na Rússia. Ainda segundo o secretário, a meta inicial da Potássio Ocidental é captar US$ 25 milhões junto a investidores nacionais e internacionais. “A vinda deles à Manaus também tem por objetivo captar grupos de investidores amazonenses interessados na atividade de exploração de potássio no Estado”, revelou. O gerente da empresa Potássio Ocidental, Luís Carlos Ferreira da Silva, garantiu ao secretário que a empresa está bastante entusiasmada com o projeto de exploração de potássio na bacia amazônica. “Levando em conta nossa experiência em outros países, enxergamos um grande potencial neste projeto”, afirmou. Para Daniel Nava, os resultados já alcançados no município de Autazes, a 113km de Manaus, e a chegada de novos empreendedores canadenses, irão permitir ao Amazonas consolidar sua política de atração de investimentos para agrominerais, tendo em vista o apelo do programa Amazonas Rural, recentemente lançado pelo Governo do Estado. O titular da SEMGRH lembra que o potássio, extraído do minério silvinita, em conjunto com o fósforo e nitrogênio formam o NPK, importante fertilizante utilizado na produção de alimentos. Ainda de acordo com ele, as reservas de potássio do Amazonas serão suficientes para atender cerca de 60% das demandas brasileiras nos próximos dez anos.

Fonte: G1 Amazonas Data: 21/08/2012

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PARÁ LIDERA GERAÇÃO DE EMPREGOS NA MINERAÇÃO

O Pará é o Estado da região Norte que mais gerou empregos no mês de julho de 2012 no setor extrativo mineral, apresentado saldo positivo de 387 postos de trabalho, o que significa um crescimento de 2,13% no comparativo entre admitidos e desligados durante todo o mês, segundo o balanço do emprego formal realizado pelo Dieese no Pará (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O estudo, divulgado nesta segunda-feira (20), mostra que o Estado de Rondônia segue em segundo lugar no ranking, com saldo positivo de 35 postos de trabalho no setor. No mesmo período do ano passado também houve crescimento na geração de empregos formais no setor, porém, menos significativo do que o registrado este ano. Na época, 168 postos de trabalho surgiram, representando um crescimento de 1,09%. Janeiro a julho - Já nos sete primeiros meses do ano, o Pará fez 3.005 admissões contra 1.135 desligamentos, gerando um saldo positivo de 1.870 postos de trabalho. O crescimento, desta vez, foi de 11,22%.

Fonte: ORM Data: 20/08/2012

MINERADORAS APONTAM NACIONALIZAÇÃO DE RECURSOS COMO MAIOR RISCO

A nacionalização de recursos minerais é apontada por mineradoras como principal fator de risco em todo o mundo, mostra um relatório da Ernst&Young divulgado pela consultoria no Brasil nesta segunda-feira. Segundo a consultoria, a nacionalização de recursos representa hoje um risco maior do que 12 meses atrás, com medidas adotadas por diversos governos que vão da proibição da exportação de matérias-primas não processadas à elevação de impostos para o comércio exterior, passando por limitações em participação estrangeira. "Governos, trabalhadores, investidores, comunidades locais e fornecedores sentem que têm direito a um percentual maior do valor gerado pelas empresas", explica o especialista Mike Elliot, líder global da área de Mineração e Metais da Ernest Young, por meio de nota à imprensa. A necessidade de compartilhar ganhos foi citada como um novo risco de negócio pelas empresas, somando-se a problemas como aumento de custos, obtenção de licenças de operação, volatilidade cambial, entre outros. "As empresas são forçadas a equilibrar as expectativas e necessidades de todas as partes. Se não conseguirem, isso pode acabar resultando em greves, interrupções no fornecimento, ativismo de acionistas, agitação da comunidade e governos exercendo seu poder por meio de nacionalização de recursos. OUTORGAS SUSPENSAS. No Brasil, o governo prepara um novo marco regulatório da mineração para modernizar a legislação elaborada há décadas. O código, que ainda não foi enviado ao Congresso, prevê mais controle do governo sobre as reservas minerais, com prazos exploratórios estipulados, aumento do royalty e instituição de leilões de áreas consideradas estratégicas. O Ministério de Minas e Energia (MME), inclusive, suspendeu o processo de autorização de pesquisas e interrompeu a concessão de licenças para lavra conforme antecipou a Reuters em junho. O governo brasileiro planeja ainda indenizar mineradoras que pesquisaram e investiram em pesquisas de áreas consideradas estratégicas e que deverão ir a leilão em vez de automaticamente serem obtidas por empresas que as requisitaram primeiro.

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FALTA MÃO-DE-OBRA. A falta de qualificação profissional e o acesso à infraestrutura ocuparam o segundo e o terceiro lugares em dificuldades citadas pelas empresas, já que mais países têm vivenciado essas limitações. A falta de mão de obra qualificada, antes vista em países como Austrália e Canadá, no último ano passou a atingir também países como Indonésia, Mongólia, Brasil, Chile, Peru e Moçambique.

Fonte: Reuters Brasil Data: 20/08/2012

QUESTÃO AMBIENTAL TRAVA PROJETO DA ANGLO EM MG

Um dos grandes entraves enfrentado pela multinacional Anglo American para viabilizar o projeto Minas-Rio é de cunho ambiental. No final de julho, a direção da companhia informou ao mercado novo atraso no cronograma de entrada em operação do empreendimento, prevendo o primeiro embarque de minério de ferro para o segundo semestre de 2014. Este já é, no mínimo, o terceiro adiamento do projeto, previsto inicialmente para operar a partir de 2011, desde que a Anglo comprou as minas da Serra do Sapo de Eike Batista, em 2007, por US$ 5 bilhões. E pode não ser o último. No comunicado informando sobre a mudança de cronograma, distribuído pela Anglo Ferrous (nome da subsidiária de minério de ferro da Anglo, no Brasil), está escrito que a previsão do novo calendário para o Minas-Rio entrar em operação depende da solução até o final do ano de todos os "desafios não controláveis enfrentados desde o final de 2011" e também "da inexistência de novos eventos incontroláveis". O projeto Minas-Rio é visto pela mineradora como "um dos maiores e mais complexos projetos de mineração do Brasil e do mundo", pois mesmo já tendo obtido as principais licenças para sua implantação, a empresa continua enfrentando uma série de desafios legais. As batalhas jurídicas no plano ambiental entre a Anglo e Ministérios Públicos paralisaram a implantação da linha de transmissão de 230 KV. Essa linha dará suporte energético à extração do minério e à operação que movimentará o mineroduto de mais de 500 quilômetros, que começa em Conceição do Mato Dentro e vai transportar o produto até o Porto Açú, no litoral do Rio, para ser exportado. Também estão paradas parcialmente obras da unidade de beneficiamento situada na região de Conceição do Mato Dentro, onde será erguida a instalação de beneficiamento do minério, porque se trata de uma região de cavernas. Paulo Castellari, presidente Anglo Ferrous, unidade de minério de ferro da Anglo no Brasil, continua trabalhando para resolver as pendência legais o mais rápido possível. O Minas-Rio é importante para a estratégia global da Anglo American, que visa se consolidar como um dos grandes players do mundo no mercado global de minério de ferro. "O projeto envolve recursos minerais da ordem de 5,8 bilhões de toneladas de minério de ferro com grande potencial de expansão", disse Castellari. A Anglo estuda medidas legais para reverter a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que proibiu o Estado de Minas de conceder qualquer licença ou autorização ambiental relacionada a área de instalação do mineroduto, em Conceição do Mato Dentro, onde está sendo construída a unidade de beneficiamento da mina. O TRF-1 justificou a decisão, em resposta a um pedido suspensivo da medida pela mineradora, informando que o objetivo foi de impedir a destruição de uma caverna da região. A mineradora tinha requerido ao Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam) a redução do raio da caverna de 250 para cem metros. A Justiça entendeu que isto causaria danos ao patrimônio espeleológico da região. O juiz determinou que as licenças relativas a caverna só poderão ser concedidas após avaliação da cavidade pelo IBAMA, pois entende que o Copam e a Supram não dispõem de corpo técnico para avaliar os impactos do projeto.

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Já a ação que paralisou a obra da linha de transmissão foi ajuizada pelo promotor Francisco Chaves Generoso, do MP estadual, que pede a suspensão da licença de instalação dada à Anglo pela Supram, por considerar que a área onde será instalada a linha é de Mata Atlântica. Nesse caso, "qualquer ato de supressão do bioma da Mata Atlântica deve ter anuência do IBAMA", disse Generoso ao Valor. A liminar foi dada por juiz da 7ª Vara Federal de Belo Horizonte. A Anglo entrou em meados de maio com recurso para derrubá-la.

Fonte: Valor Econômico Data: 22/08/2012

IMPORTAÇÃO CHINESA DE MINÉRIO DO BRASIL SOBE 12% ATÉ JULHO

O volume de minério de ferro do Brasil desembarcado na China aumentou 12,16 por cento de janeiro a julho deste ano, para 89,43 milhões de toneladas, de acordo com dados da alfândega chinesa divulgados nesta terça-feira. A Austrália lidera a lista de exportadores, tendo desembarcado na China 190,9 milhões de toneladas de minério, alta de 19,82 por cento ante o mesmo período do ano passado. Ao todo, as importações da China (maior comprador global) no ano até julho somaram 423,7 milhões de toneladas, alta de 9,12 por cento. Apesar do crescimento do volume, os preços do produto registraram queda acentuada na comparação com o mesmo período do ano passado, com o agravamento da crise internacional e seus efeitos no país asiático. O preço médio do produto desembarcado na China foi de 134,8 dólares por tonelada em julho, baixa de 22,2 por cento ante o mesmo mês de 2011.

Fonte: Reuters Brasil Data: 21/08/2012

INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO VAI INVESTIR US$ 64,8 BI NO PAÍS ATÉ 2015

A indústria de mineração deverá investir no Brasil cerca de US$ 64,8 bilhões até 2015, de acordo com levantamento da multinacional Grainger, que presta serviços de MRO (manutenção, reparo e operação), a partir de dados divulgados pelo setor. A Grainger iniciou operações no país em abril, a partir da compra da AnFreixo, distribuidora de produtos da cadeia de suprimentos que pertencia ao grupo Votorantim. Conforme a empresa, os investimentos em mineração deverão resultar em vendas adicionais do setor de MRO de R$ 2,5 bilhões no prazo de três anos. Mundialmente, de acordo com a Grainger, foram investidos US$ 33,6 bilhões em mineração e transformação mineral entre 2006 e 2008. Até 2015, esse valor deve chegar a US$ 252 bilhões.

Fonte: Valor Econômico Data: 22/08/2012