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V e t e r i n a r i a n D o c s www.veterinariandocs.com.br 1 www.veterinariandocs.com.br Clínica Médica de Pequenos Animais Distúrbios Gastrointestinais -Manifestações Clínicas: 01-Disfagia: dificuldade em deglutição. Sinais Clínicos: estiramento de pescoço, esforços repetidos de deglutição e alimentos caem da boca. Causas: -Dor (periodontite, abscessos e traumas) -Massas, anormalidades anatômicas, tumor, granuloma eosinofílico, corpos estranhos, sialocele e doenças neuromusculares (Ex.: miosite mastigatória). 02-Halitose: presença de odor desagradável na cavidade bucal. -Causas: -Bacterianas: por retenção de alimentos na boca ou esôfago, cálculos dentários e periodontites. -Alimentares: alimentos necrosantes, odoríficos e fezes. -Outras: diabetes e pacientes nefropatas. 03-Sialorréia: perda de saliva pela cavidade bucal. -Causas: náuseas, encefalopatia hepática, convulsão, produtos químicos (Ex.: organofosforados), hipertermia, hipersecreção da glândula salivar (não é freqüente).

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Page 1: Clínica Médica de Pequenos Animais · -Hemograma e bioquímica sérica; -Tratamento: ... coroa do dente com a gengiva), salivação, inapetência, desidratação, hiperemia em

V e t e r i n a r i a n D o c s

www.veterinariandocs.com.br

1

www.veterinariandocs.com.br

Clínica Médica de Pequenos Animais

Distúrbios Gastrointestinais

-Manifestações Clínicas:

01-Disfagia: dificuldade em deglutição.

Sinais Clínicos: estiramento de pescoço, esforços repetidos de deglutição

e alimentos caem da boca.

Causas:

-Dor (periodontite, abscessos e traumas)

-Massas, anormalidades anatômicas, tumor, granuloma

eosinofílico, corpos estranhos, sialocele e doenças neuromusculares (Ex.: miosite

mastigatória).

02-Halitose: presença de odor desagradável na cavidade bucal.

-Causas:

-Bacterianas: por retenção de alimentos na boca ou esôfago,

cálculos dentários e periodontites.

-Alimentares: alimentos necrosantes, odoríficos e fezes.

-Outras: diabetes e pacientes nefropatas.

03-Sialorréia: perda de saliva pela cavidade bucal.

-Causas: náuseas, encefalopatia hepática, convulsão, produtos químicos

(Ex.: organofosforados), hipertermia, hipersecreção da glândula salivar (não é

freqüente).

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04-Pseudoptialismo: ocorre quando animal não consegue deglutir e há acúmulo

de saliva na cavidade bucal.

-Causas:

-Dor: estomatite ou glossite;

-Disfagia oral ou faríngea;

-Paralisia do nervo facial;

05-Regurgitação: expulsão de material (alimento, água ou saliva) da boca,

faringe ou estômago, com ausência de ânsia (mímica do vômito), o pH é geralmente

próximo a 7 e não tem-se atividade muscular abdominal (processo passivo)

-Causas:

-Disfunção esofágica:

-Obstrução: por neoplasia, corpo estranho ou persistência

do arco aórtico;

-Fraqueza esofágica: congênita ou adquirida;

06-Êmese: expulsão de material do estômago e/ou intestino, com presença de

ânsia (mímica do vômito), náusea prodrômica, o pH varia entre 5 e 8 dependendo do

local de origem e tem-se atividade muscular abdominal (processo ativo).

-Causas: doença do movimento, substâncias eméticas, obstrução,

inflamação e doenças de origem não gastrointestinal (uremia, doença hepática, diabetes,

piometra, hipertireoidismo felino, superalimentação, comportamental e parvovirose).

07-Hematêmese: vômito com presença de sangue.

-Causas: gastrites, doenças esofágicas ou orais, coagulopatias,

administração de AINEs e antiinflamatórios esteroidais e neoplasias.

*Hemoptise: expectoração com sangue, através da tosse de origem na árvore brônquica.

08-Diarréia: aumento anormal do

volume fecal, da freqüência de defecação e do conteúdo líquido nas fezes.

-Causas:

-Aguda: mudanças na dieta, parasitas, doenças infecciosas.

-Crônica: má absorção, parasitas e intolerância alimentar.

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Diarréia

Origem Intestino Delgado Intestino Grosso

Volume Aumentado Igual ou aumentado

Muco Raro +

Melena + -

Hematoquezia - +

Esteatorréia + -

Alimento não digerido + -

Perda de peso + -

Borborigmos + -

09-Tenesmo: esforços improdutivos e repetidos de defecação, animal assume a

postura característica para defecar e, após eliminar pequena quantidade de fezes,

permanece nessa posição.

10-Disquezia: defecação dolorosa.

-Causas (tenesmo e disquezia): processos obstrutivos ou inflamatórios da

porção distal (colite, constipação ou hérnia perineal);

11-Constipação: passagem de fezes dificultada, infreqüente ou ausente,

caracterizada pelo esforço ao defecar e retenção de fezes secas e endurecidas no cólon e

reto.

-Causas: problemas dietéticos, ambientais, obstrutivos e fraqueza de cólon.

12-Obstipação: constipação refratária a tratamentos.

13--Anorexia e Inapetência: pode ser por origem psicológica, fisiológica ou

patológica.

Anorexia: refere-se à completa perda de apetite.

Inapetência: indica a perda parcial do apetite.

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Reposição Hidroeletrolítica:

-Volume de reposição: é aquele que corrige o déficit de fato, ou aquilo que

estimamos ao avaliar o grau de desidratação (com alguma pequena margem de erro

aceitável). É calculado com base no grau de desidratação apresentado e deve ser reposto

de forma rápida, idealmente. Deve ser reavaliado (recalculado) a cada 24 horas de

tratamento. Calcula-se empregando a fórmula a seguir:

-Volume de manutenção: considera a taxa de rotatividade diária de fluidos (ou

de água) do organismo e varia de acordo com a idade do paciente. É um volume

calculado com base nas fórmulas apresentadas a seguir, que deve ser administrado ao

longo das 24 horas de um tratamento. Portanto, ao contrário do volume de reposição, a

sua administração é lenta ou parcelada ao longo do dia.

-Volume de perdas continuadas: considera o volume que continua sendo perdido

ao longo do dia do tratamento iniciado. É uma simples estimativa com uma margem de

erro relativamente grande, e somente possível nos quadros em que a perda é visível

(diarréia e poliúria). Dificilmente mensurável. É impossível estimar nos casos de

seqüestros de fluidos. Tais dificuldades técnicas fazem com que esse volume seja

muitas vezes ignorado.

Reposição de Potássio:

Volume de reposição (L) = peso vivo (kg) x grau de desidratação

100

Cão: 50ml/kg/dia

Gato: 70ml/kg/dia

K+: 1mEq/kg/dia

Vômito: 40ml/kg/dia

Diarréia: 50ml/kg/dia

Ambos: 60ml/kg/dia

K+: 3 mEq/100ml

Indicação: abaixo de 3,5mEq/L

Apresentação: ampola de 10ml (10%)

1g = 14mEq

Velocidade de Infusão:

Pequenos Animais: 0,5 mEq/kg/h

*Equipo macro-gotas: 20gotas = 1ml

*Equipo micro-gotas: 60 gotas = 1ml

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Enfermidades Gastrointestinais

1-Sialocele ou Mucocele:

-Definição: é o acúmulo de saliva no subcutâneo causado por obstrução e/ou

ruptura do ducto salivar.

-Anatomia e Fisiologia: as maiores glândulas salivares do cão e do gato são as

parótidas (pares), a mandibular, a sublingual e a zigomática. A saliva do cão e do gato

não possui atividade enzimática, a saliva apenas amolece e lubrifica o alimento para o

estômago. A saliva também funciona no umedecimento da membrana da mucosa oral,

que é de importância para a perda de calor no cão.

-Causa: traumática ou idiopática.

-Locais: os locais de mucoceles incluem mucoceles cervicais, mucoceles

sublinguais (rânula) e menos comumente, regiões faríngea e orbital.

-Características: edema volumoso e em geral indolor, sob a mandíbula, língua

ou laringe.

-Sinais Clínicos: disfagia, náusea, dispnéia, exoftalmia, estrabismo e inchaço

indolor (mucocele zigomático);

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico (palpação)

-Exames Complementares: aspiração por agulha fina e radiografia

(sialografia contratada).

-Tratamento: drenagem da massa ou excisão cirúrgica (com posterior colocação

de dreno para a não formação de seromas) da glândula salivar. Ocasionalmente, a

sialocele não recidivará após a aspiração.

2-Periodontopatia (gengivite e/ou periodontite)

-Definição: a periodontopatia é a causa mais comum de infecções oral e perda de

dentes em cães. A gengivite é uma inflamação reversível da gengiva e a periodontite

envolve uma inflamação mais profunda, com perda da sustentação dentária e

danificação permanente.

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-Etiologia: a placa dentária é o fator etiológico primário responsável pela

gengivite. A formação da placa supragengival se inicia com a adesão de bactérias a uma

película de ácido glicoprotéico que se precipita da saliva sobre as superfícies do

esmalte. Os microorganismos específicos predominantes nos cães são anaeróbicos

gram-negativos. A periodontite se desenvolve como seqüela de gengivite persistente.

-Agentes Comuns: Bacterioides asaccharolyticus, Fusobacterium nucleatum,

Actinomyces viscosus e Actinomyces odontolyticus.

-Sinais Clínicos: mudança na coloração da gengiva (hiperemia) e pode-se ter

hiperplasia gengival, dentes móveis, abscessos periodontais, inchaço facial, halitose,

disfagia, sialorréia e perda de dentes.

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico: exame oral e periodontal completo;

-Exames Complementares: radiografia;

-Tratamento:

-Cirúrgico (remoção dos cálculos dentários supragengival e subgengival);

-Higiene oral diária;

-Antibióticos:

-Profilaxia:

-Higiene oral diária;

-Lavar a boca do animal com solução de clorexidina a 0,2% (Nolvsan® -

Fort Dodge ou Periogard®) pós-cirurgia por 2 semanas.

-Recomenda-se a extração dos cálculos dentários anualmente ou

semestralmente.

-Espiromicina + Metronidazol (Stomorgyl®)

-Stomorgyl® 2: 1 drágea SID a cada 2kg PV;

-Stomorgyl® 10: 1 drágea SID a cada 10kg PV;

-Stomorgyl® 20: 1 drágea SID a cada 20kg PV;

-Espiromicina + Dimitridazol (Spiraphar®)

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Cálculo dentário

Cálculo dentário

3-Estomatite:

-Definição: úlceras ou erosões presentes na cavidade oral.

-Etiologia:

-Lesão física (corpos estranhos);

-Lesão química (bases fortes, ácidos, destilados de petróleo e fenóis);

-Lesão induzida por drogas ou toxinas (envenenamento com metal

pesado e ingestão de Dieffenbachia – comigo ninguém pode);

-Infecção (herpesvírus e calicivírus felino, estomatite necrosante

ulcerativa e nocardiose);

-FIV e FeLV;

-Distúrbios auto-imunes (lúpus eritematoso e pênfigo);

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-Neutropenia (neutropenia cíclica e leucemia);

-Deficiências nutricionais (deficiência de niacina);

-Idiopáticas (estomatite plasmocítica felina e complexo granuloma

eosinofílico);

-Insuficiência Renal Crônica (uremia);

-Sinais Clínicos: saliva grossa, halitose e anorexia (devido a dor);

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Biópsia;

-Hemograma e bioquímica sérica;

-Tratamento:

-Tratamento da causa primária;

-Uso de clorexidina tópico 0,2% (Nolvsan® - Fort Dodge ou

Periogard®

);

4-Gengivite/Faringite Linfocítica Plasmocitária Felina:

-Definição: inflamação com proliferação gengival acentuada e presença de

úlceras;

-Causas:

-Idiopática;

-Calicivírus, herpesvírus e panleucopenia felina;

-Estímulo inflamatório gengival prolongado;

-Sinais Clínicos:

-Anorexia, halitose, gengivite marginal (linha vermelha na junção da

coroa do dente com a gengiva), salivação, inapetência, desidratação, hiperemia em

faringe, proliferação e sangramento fácil;

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-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Biópsia: encontra-se infiltrado linfo-plasmocitário com número

menor de linfócitos, neutrófilos e histiócitos.

-Laboratorial: hiperglobulinemia (provavelmente indica base

imunomediada para a doença);

-Radiografia dentária;

-Diagnóstico Diferencial:

-Neoplasias orais;

-Causas sistêmicas de perda de peso;

-FIV e FeLV;

-Tratamento:

-Limpeza oral: clorexidina tópica 0,2% (Nolvsan® - Fort Dodge ou

Periogard®

);

-Antibióticos:

-Corticóide: por ser uma doença imunomediada

-Alimentação através de dieta seca ajuda na manutenção da boa sanidade

oral dos gatos (diminuição da proliferação de bactérias nocivas);

-Espiromicina + Metronidazol (Stomorgyl®)

-Stomorgyl® 2: 1 drágea SID a cada 2kg PV;

-Stomorgyl® 10: 1 drágea SID a cada 10kg PV;

-Stomorgyl® 20: 1 drágea SID a cada 20kg PV;

-Espiromicina + Dimitridazol (Spiraphar®)

-Predinisolona: 2,2mg/kg SID;

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5-Miosite Atrófica dos Músculos Mastigatórios:

-Definição: é o miopatia inflamatória focal que afeta seletivamente os músculos

da mastigação. Essa distribuição seletiva pode ser atribuída à diferenças histoquímicas e

bioquímicas entre os músculos mastigatórios e dos membros. Enfermidade

imunomediada com produção de auto-anticorpos contra as proteínas citoplasmáticas do

sarcolema.

-Sinais Clínicos:

-Disfunção mastigatória, disfagia, regurgitação, disfonia, dispnéia,

músculos masseter e temporal podem estar aumentados de volume e com sensibilidade

dolorosa e dificuldade em abrir a boca;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Tratamento:

-Corticóide:

-Imunossupressor:

6-Acalasia ou Disfunção Cricofaringeana:

-Definição: incoordenação entre músculos cricofaringeanos e pausa do reflexo

de deglutição.

-Sinais Clínicos: movimentos de mascar, tosse, movimentos aleatórios com a

boca, espirros, regurgitação e perda de peso;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Predinisolona: 2,2mg/kg SID;

-Azatioprina: 50mg/m²/dia;

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-Exames Complementares:

-Fluoroscopia com contraste (sulfato de bário)

-Tratamento:

-Cirúrgico (miotomia do músculo cricofaringeano);

7-Disfagia Faríngea:

-Definição: incapacidade de formar o bolo alimentar na base da língua

geralmente por lesão nos pares IX e X dos nervos cranianos, também pode ser resultante

de polineuropatias e miastenia gravis.

-Sinais Clínicos: regurgitação, maior dificuldade em deglutir líquidos do que

sólidos, pneumonia aspirativa e perda de peso;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Fluoroscopia com contraste (sulfato de bário);

-Tratamento:

-Tratamento da causa primária;

-Cirurgia;

8-Megaesôfago:

-Definição: é o termo descritivo para o sintoma clínico de dilatação esofágica,

um sintoma comum à um número de entidades nosológicas distintas de causas variadas.

-Causas:

-Congênita:

-Raças Predispostas: Schnauzer, Dogue Alemão, Pastor Alemão,

Setter, Labrador e Dálmata;

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-Adquirida (secundário):

-Neuromuscular (miastenia gravis, lesão vagal, traumatismo,

neoplasia ou acidente vascular troncoencefálico, botulismo e cinomose);

-Obstrução Esofágica (neoplasia, anomalia do anel vascular,

compreesão extraesofágica, estenose e corpos estranhos);

-Tóxica (chumbo);

-Outras (caquexia, hipocortisolismo e hipotireoidismo);

-Raças Predispostas: Pastor Alemão, Golden Retriever e Setter

(geralmente acima de 7 anos);

-Felinos: secundária à hérnia de hiato e refluxo gastroesofágico

freqüente.

-Sinais Clínicos:

-Regurgitação (principal sinal clínico), sialorréia, halitose, dispnéia,

tosse, corrimento nasal, febre, pneumonia por aspiração, traqueíte, perda de peso e

apetite normal.

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Laboratorial: para se diferenciar êmese de um paciente com

insuficiência renal crônica ou de outras causas. Animal com megaesôfago apresenta

bioquímica sérica normal.

-Endoscopia: apenas verificar integridade da mucosa.

-Radiografia: simples ou esofagograma (contrastado) – verifica

esôfago dilatado sem obstrução.

-Tratamento:

-Tratamento para evitar o agravamento da dilatação e regurgitação,

melhorando os sinais sistêmicos, raramente ocorre recuperação da função esofágica;

-Antiulcerogênico/anti-ácido:

-Omeprazol (Petprazol - VETNIL®): 0,7 a 1,5mg/kg SID 20 a 30 dias de uso;

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-Alimentação: fornecimento de comida pastosa, caldos ou dependendo da

aceitação do animal, comida seca à vontade. Fornecer pequenas quantidades,

várias vezes ao dia, mantendo o animal em pé (ação da gravidade) por 5 a 10

minutos após a alimentação.

-Alguns casos são necessário a alimentação via sonda ou parenteral;

-Não é feita a correção cirúrgica;

-Animais com problemas congênitos, devem ser retirados da reprodução;

-Prognóstico:

-Reservado (podendo variar de favorável a desfavorável dependendo da

resposta do animal ao tratamento e do tipo de doença base – congênita ou adquirida);

-Congênito: pode-se ter uma melhora parcial com tratamento, mas há

risco de óbito devido a pneumonia aspirativa;

9-Esofagite:

-Etiologia: refluxo gastroesofágico, vômito persistente, lesão térmica

(superaquecimento de alimentos), corpo estranho ou ingestão de substâncias corrosivas

(agentes cáusticos).

-Sinais Clínicos:

-Regurgitação;

-Depressão;

-Febre;

-Odinofagia (dor na deglutição);

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-Distensão do pescoço;

-Sialorréia;

-Disorexia;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Radiografia cervical (visualização de hérnia de hiato ou corpos

estranhos);

-Esofagoscopia superior;

-Tratamento:

-Evitar a formação de cicatriz com uso de corticóides;

-Oferecer alimentos macios ou fazer a sondagem do animal;

-Tratar causa base;

-Antiácido:

-Protetor de Mucosa:

-Agente Antiulcerogênico/anti-ácido:

Ranitidina

-Cães: 2mg/kg EV ou VO : TID

-Gatos: 2,5mg/kg EV : BID ou 3,5mg/kg VO : BID

Sucralfato

-Cães: 0,5 – 1,0g VO : BID/TID

-Gatos: 0,25g VO : BID/TID

-Omeprazol (Petprazol - VETNIL®): 0,7 a 1,5mg/kg SID 20 a 30

dias de uso;

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-Antibióticos:

-Corticóide:

-Cirúrgico (em casos de hérnia de hiato);

10-Obstrução Esofágica:

-Etiologia: anomalias do anel vascular, corpos estranhos, cicatriz esofágica ou

neoplasias.

-Tipos: obstrução parcial ou completa.

-Localização: os locais afetados mais comumente são a entrada do tórax, base do

coração ou na região cranial ao diafragma.

-Sinais Clínicos:

-Regurgitação (geralmente em neoplasias);

-Traqueíte;

-Pneumonia por aspiração;

-Perda de peso;

-Febre, efusão pleural e pneumotórax (em perfuração esofágica);

10.1-Anomalia do Anel Vascular:

-Amoxicilina:

-6,6 – 20mg/kg VO : BID/TID

-Clindamicina:

-Cães: 11 – 33mg/kg VO : BID ou 10mg/kg EV ou IM : BID

-Gatos: 11 – 33mg/kg VO : SID ou 10mg/kg EV ou IM : BID

Prednisolona: 0,5mg/kg VO : BID;

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-Definição: enfermidade congênita causada pela persistência do arco

aórtico (4º arco aórtico direito) ou da artéria subclávia, enlaçando o esôfago em um anel

de tecido. É mais comum a persistência do arco aórtico direito.

-Sinais Clínicos: geralmente ocorrem no início da alimentação com

alimentos sólidos.

10.2-Corpos Estranhos:

-Definição: obstrução parcial ou total por ingestão de corpos estranhos.

Afeta geralmente caninos, pois felinos são mais seletivos.

-Corpos Estranhos Comuns: ossos, anzol ou corpos não radiopacos.

10.3-Neoplasias:

-Tipos:

-O carcinoma de células escamosas é o tumor esofágico mais

comumente descrito em gatos;

-O tumor esofágico benigno mais comum é o leiomioma;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Esofagoscopia superior;

-Radiografia Contrastada;

-Tratamento:

-Cirúrgico: retirada por endoscopia ou toracotomia.

-Esofagoscopia: deve-se reavaliar a mucosa após a retirada do corpo

estranho.

-Suporte nutricional (enteral ou parenteral);

-Dependendo da lesão residual pode-se fazer o uso de antibióticos,

antiácidos, corticosteróides e agentes pró-cinéticos como já citados no item 9.

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11-Hérnia de Hiato:

-Definição: protrusão do estômago para a cavidade torácica, o esfíncter perde a

sua função. Em casos graves ela facilita a ocorrência de refluxo gastroesofágico. A

condição pode ser congênita ou adquirida.

-Sinais Clínicos:

-Pode ser assintomático;

-Regurgitação é o primeiro sintoma;

-Cães da raça Sharpei são predispostos;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exames Complementares:

-Esofagograma (simples ou contrastado);

-Endoscopia;

-Tratamento:

-Cirúrgico (em casos congênitos e sintomáticos);

-Tratamento para refluxo gastroesofágico com antiulcerogênico/antiácido

em casos de hérnia de hiato adquirida.

12-Gastrite Aguda:

-Definição: inflamação da mucosa gástrica decorrente da quebra da barreira

protetora da mucosa gástrica pelo aumento da produção de HCl, ocorre em episódios

intensos e freqüentes.

-Etiologia:

-Dietética (mudanças na alimentação e alimentos contaminados);

-Doenças infecciosas (bacterianas e virais);

Omeprazol (Petprazol - VETNIL®)

0,7 – 1,5mg/kg VO : SID ou 20mg/animal

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-Tóxica (plantas, agentes químicos ou drogas irritantes);

-Antiinflamatório não-esteroidal (inibidores COX-1) e corticosteróides;

-Doenças metabólicas (insuficiência renal e hepática);

-Sinais Clínicos:

-Anorexia;

-Crise aguda de vômito (vômito amarelado, composto por alimento e

bile);

-Pode ou não apresentar quadro sistêmico;

-Hematemese;

-Melena;

-Raramente dor abdominal na palpação e postura antiálgica;

-Diagnóstico Diferencial:

-Pancreatite;

-Abdômen agudo;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Terapêutico;

-Exames Complementares:

-Radiografia contrastada;

-Endoscopia;

-Ultrassonografia abdominal;

-Hemograma, função renal e hepática;

-Tratamento:

-Deve-se reestabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico;

-Jejum alimentar e hídrico por 24 horas;

-Antieméticos:

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-Manejo alimentar após o controle do vômito;

-Oferecer pequena quantidade de água fria e pequena quantidade de

alimento várias vezes ao dia (alimento pastoso);

-Antiácidos locais:

-Antiácido:

13-Gastrite Crônica:

-Definição: doença inflamatória da mucosa gástrica de causa geralmente

desconhecida. É caracterizada por um infiltrado inflamatório e de distribuição nem

sempre uniforme. Pode ocasionar um aumento na produção de lípase na mucosa

gástrica, ocasionando um aumento na lípase sérica.

-Etiologia:

-Uso crônico de AINEs;

-Imunomediada: linfocítica/plasmocitária;

Metoclopramida:

0,2 – 0,4mg/kg TID : VO, IM ou EV;

*Apenas em cães

Citrato de Maropitant (Cerenia®):

1mg/kg (1ml/10kg) SID: SC;

Ranitidina:

-Cães: 2,0mg/kg VO ou EV : TID

-Gatos: 2,5mg/kg EV ou 3,5mg/kg VO : BID

Hidróxido de Alumínio

-5 – 10ml VO : QID

Hidróxido de Magnésio

-Cães: 5 – 10ml VO: QID

-Gatos: 5 – 10ml VO: BID/TID

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-Erro de manejo alimentar: gastrite eosinofílica (reação alérgica à

antígenos alimentares);

-Insuficiência Renal ou Hepática;

-Neoplasias: linfoma e carcinoma;

-Inflamação: Helicobacter (bactéria espiroqueta que acomete

principalmente felinos) e Physaloptera (nematóide com parte do ciclo em baratas, grilos

e besouros);

-Sinais Clínicos:

-Êmese esporádica;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exames Complementares:

-Hemograma, função renal e hepática;

-Endoscopia;

-Biópsia e histopatológico;

-Tratamento:

-Neoplasias: excisão cirúrgica e quimioterapia;

-Linfocítica/Plasmocitária:

-Gastrite Eosinofílica: fornecer dieta de eliminação que consiste em uma

alimentação com proteínas que o animal nunca ingeriu e corticóide.

-Helicobacter:

-Antiulcerogênico/anti-ácido:

Prednisolona: 2,2mg/kg VO : SID por 2/3 semanas

Prednisolona:1,1 - 2,2mg/kg VO : SID

Omeprazol (Petprazol – VETNIL®): 0,7 – 1,5mg/kg VO : SID ou 20mg/animal

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-Antibióticos: associação de metronidazol e amoxicilina por 10 dias,

eritromicina ou azitromicina.

*Interfere nas enzimas do citocromo P450, inibindo algumas enzimas.

14-Úlcera Gástrica:

-Definição: caracterizada por lesões na mucosa gástrica que alcançam a camada

muscular.

-Etiologia:

-Utilização de AINEs (aspirina, fenilbutazona, ibuprofeno, naproxeno e

piroxicam);

-Corpos Estranhos;

-Choque Séptico ou Hipovolêmico;

-Mastocitomas (pela liberação de histamina, a qual induz a secreção

gástrica ácida);

-Insuficiência Renal ou Hepática;

-Neoplasias Gástricas;

-Estresse;

-Sinais Clínicos:

Metronidazol

-15mg/kg BID EV ou VO;

Amoxicilina

-6,6 – 20mg/kg BID/TID : VO

Eritromicina*

-10 – 20mg/kg BID/TID : VO

Azitromicina*

-Cães: 10mg/kg 1x a cada 5 dias : VO

-Gatos: 10mg/kg 1x a cada 7 dias : VO

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-Anorexia;

-Vômito;

-Hematemese;

-Melena;

-Dor abdominal;

-Postura antiálgica;

-Pode-se ter também peritonite e abdômen agudo em caso de perfuração;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Radiografia simples e contrastada;

-Ultrassonografia (verifica-se espessamento da parede estomacal

ou defeitos/irregularidades na parede)

-Endoscopia juntamente com biópsia;

-Histopatológico;

-Hemograma e Perfil Bioquímico Sérico;

-Tratamento:

-Remover a causa base;

-Manter a perfusão sanguínea da mucosa;

-Antiácidos locais:

Hidróxido de Alumínio

-5 – 10ml VO : QID

Hidróxido de Magnésio

-Cães: 5 – 10ml VO: QID

-Gatos: 5 – 10ml VO: BID/TID

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-Antiulcerogênico/antiácido:

-Protetor de Mucosa;

-Suspensão da alimentação enteral por 24/48 horas;

-Reposição hídrica e eletrolítica;

-Nutrição parenteral;

16-Diarréia aguda:

-Definição: diarréia refere-se a fezes contendo grande quantidade de água.

-Etiologia:

-Dieta (intolerância, alergia, alimentação de baixa qualidade, mudanças

bruscas na dieta e envenenamento alimentar por bactérias);

-Medicamentosa (AINEs, antibióticos e quimioterápicos);

-Parasitas (helmintos e protozoários);

-Infecciosas (virais, bacterianas e riquétsias);

-Extra-intestinal (insuficiência renal, insuficiência hepática, pancreatite e

hipoadrenocorticismo);

-Omeprazol (Petprazol – VETNIL®): 0,7 a 1,5mg/kg SID 20 a 30 dias de uso;

Ranitidina

-Cães: 2mg/kg EV ou VO : TID

-Gatos: 2,5mg/kg EV : BID ou 3,5mg/kg VO : BID

Sucralfato

-Cães: 0,5 – 1,0g VO : BID/TID

-Gatos: 0,25g VO : BID/TID

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-Outras (gastroenterite hemorrágica idiopática, intussussepção, ingestão

de toxinas e substâncias químicas);

16.1-Gastroenterite Hemorrágica:

16.1.1-Parvovirose:

-Etiologia: existem 2 tipos de parvovírus canino, o PVC-1 e o PVC-2. O

PVC-2 é o vírus responsável pela clássica enterite parvoviral.

-Transmissão: fecal-oral e fômites contaminados. O vírus pode se manter

viável no ambiente por vários meses.

*Cloro diluído (1:32) é capaz de destruir o PVC;

-Patogenia: os cães se infectam pela ingestão ou inalação do PVC. O

vírus é ‘capturado’ pelos linfonodos regionais (mesentéricos) onde ocorre a replicação

primária. Então ocorre a viremia com a disseminação primária do PVC até as criptas do

intestino delgado, onde causa destruição destas em divisão. PVC também é capaz de

replicar em outros tecidos como: medula óssea, coração e células endoteliais.

-Raças Susceptíveis: Labrador, Rottweilers e Doberman.

-Sinais Clínicos:

-Diarréia sanguinolenta ou não, com odor fétido;

-Vômito;

-Sangramento intestinal;

-Depressão;

-Anorexia;

-Febre;

-Desidratação;

-Achados Laboratoriais:

-Hipoalbunemia;

-Leucopenia: Linfopenia e Neutropenia transitórias;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

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-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Hemograma;

-ELISA: pode ser negativo se for realizado muito cedo e

podem ocorre falsos-negativos se feito logo após a vacinação.

-Tratamento:

-Terapia hidroeletrolítica: solução eletrolítica balanceada com 20-

30mEq de cloreto de potássio/L e acrescentar 2,5 – 5% de glicose se o cão estiver

hipoglicêmico ou em risco.

*Animais com hipoproteinemia, cuidado com terapia hídrica excessiva. Deve-se

administrar plasma ou hetastarch (colóide);

-Antibióticos: em cães febris ou gravemente neutropênicos.

Cefazolina:

-20 – 35mg/kg EV ou IM : TID

Ampicilina (Ampicilina - VETNIL®)

22mg/kg EV ou IM : TID/QID

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-Antieméticos:

-Antiinflamatório: em caso de choque séptico

-Antiácidos: (em casos de vômito);

-Protetores de Mucosa:

-Dieta leve após o vômito cessar por 24 horas;

-Terapia nutricional enteral ou parenteral;

16.1.2-Coronavirose:

-Etiologia: coronavírus canino (CVC) pertencente à família

Coronaviridae. Relacionado com o vírus da PIF e da gastrenterite transmissível dos

suínos.

-Transmissão: fecal-oral;

Sucralfato

-Cães: 0,5 – 1,0g VO : BID/TID

Clorpromazina

-Cães: 0,5mg/kg IM ou SC : TID/QID

Ondansetrona

-0,1 – 0,2mg/kg EV lento : BID

Flunixin-Meglumine

1,1mg/kg EV, IM ou SC : SID

Ranitidina

-Cães: 2mg/kg EV ou VO : TID

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-Patogenia: o CVC, o qual é um vírus epiteliotrófico invade o organismo

e destrói células maduras das vilosidades intestinais. A destruição, a atrofia e fusa dos

vilos resultantes causam diarréia de severidade variável.

*A maioria das infecções por CVC é subclínica. É mais grave quando associada ao

parvovírus canino.

-Sinais Clínicos:

-Geralmente os animais são assintomáticos;

-Anorexia;

-Depressão;

-Êmese;

-Desidratação e anormalidades eletrolíticas;

-Diarréia (mole a aquosa ou com muco e sangue);

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

*Importante: diferenciar de parvovirose, porque ao contrário da infecção pelo

parvovírus, a infecção por CVC não causa febre, leucopenia, hematoquezia e morte.

-Exames Complementares:

-Microscopia Eletrônica;

-Sorologia;

-Tratamento:

-Terapia com fluido;

-Restabelecer equilíbrio eletrolítico;

-Restrição alimentar até cessar êmese por 24 horas;

-Antieméticos: (em casos de vômito);

Clorpromazina

-Cães: 0,5mg/kg IM ou SC : TID/QID

Ondansetrona

-0,1 – 0,2mg/kg EV lento : BID

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-Antiácidos: (em casos de vômito);

-Protetores de Mucosa:

-Terapia nutricional enteral ou parenteral;

16.2-Helmintos:

16.2.1-Toxocara canis:

-Classificação: pertencente à classe Nematoda, ordem Ascaridida e

família Ascarididae, espécie: Toxocara canis.

-Características:

-Localização: intestino delgado

-Nutrição: produtos pré-digeridos (aminoácidos, vitaminas e

oligoelementos)

-Sinais Clínicos:

-Quando a infecção pré-natal é muito grande, pode haver a morte

do animal, pois a migração das larvas causa lesões hepáticas e focos pneumônicos;

-Em infecções maciças podem ocorrer obstruções no sistema

digestório;

-Vômitos e diarréia podem ser observadas pela ação irritante dos

adultos na mucosa gástrica e intestinal;

-Adultos podem penetrar nos canais biliares ou pancreáticos,

levando à quadros agudos e às vezes fatais;

-Competição alimentar ocorre devido à sua ação espoliadora de

aminoácidos essenciais, vitaminas e sais minerais levando ao enfraquecimento;

Sucralfato

-Cães: 0,5 – 1,0g VO : BID/TID

Ranitidina

-Cães: 2mg/kg EV ou VO : TID

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-Sinais neurológicos vão desde irritação, até crises convulsivas, e

estão associadas com as toxinas parasitárias de vermes vivos ou mortos, irritação das

terminações nervosas intestinais e sensibilização do SNC pelas larvas erráticas;

-Fezes pastosas ou líquidas;

-Hematoquezia;

-Parorexia;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Coproparasitológico: método de flutuação (técnica de

Willis Mollay).

-Presença de vermes nas fezes;

-Tratamento:

*Benzimidazóis: utilizado para cadelas prenhas, mas não utilizar em inicio de gestação.

-Pirantel:

Cães: 20-30mg/kg V.O

Gatos15mg/kg (gatos) V.O.

-Piperazina: 100 – 250 mg/kg V.O.

-Mebendazole (Mebendazole - VETNIL®): 20mg/kg V.O. : SID por 3 dias

-Fembendazole: 50mg/kg V.O : SID por 3 dias

-Dietilcarbamazina: 25-100mg/kg V.O.

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-Controle:

-Recém nascidos: tratar os filhotes com 2/3 semanas (repetir após

21 dias), com princípios ativos de ação menos potente como o mebendazole e

fembendazole, tratar a cadela simultaneamente. Tratar os filhotes novamente aos 2

meses;

-Cães recém adquiridos: administrar 2 doses com intervalo de 14

dias;

-Fêmeas prenhes: tratar 3 semanas antes do parto;

16.2.2-Dypilidium caninum:

-Classificação: pertencem à classe Cestoda, ordem Cyclophyllidae,

família Dipelididae e espécie Dypilidium caninum.

-Características:

-Localização: intestino delgado

-Sinais Clínicos:

-Normalmente cursa de forma assintomática;

-Diarréia;

-Cólica;

-Alterações no apetite;

-Perda de peso;

-Alterações de comportamento;

-Ataques epileptiformes;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Coproparasitológico pelo método de sedimentação;

-Pesquisa de proglótides nas fezes;

-Tratamento:

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*Para Echinococcus granulosus usar 100mg/kg e repetir a dose em 48 horas.

**Vetmax Plus - VETNIL® (febendazole, pirantel e praziquantel)

16.2.3-Ancylostoma caninum:

-Classificação: pequeno estrongilídeo, pertencente à classe Nematoda,

ordem Strongylida e à família Ancylostomidae, espécie Ancylostoma caninum,

Ancylostoma braziliense e Ancylostoma duodenale.

-Características:

-Localização: intestino delgado de carnívoros (A. caninum e

braziliense) e de humanos e cães (A. duodenale).

*Ancylostoma caninum e braziliense: larva migrans cutânea (bicho geográfico).

-Sinais Clínicos:

-Prurido;

-Eritema, principalmente no abdômen;

-Mucosas pálidas;

-Anorexia;

-Diarréia escura;

-Praziquantel: 5 a 10mg/kg

-Fembendazole: 50mg/kg por 3 dias

-Nitroscanato*: 50mg/kg

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-Desidratação;

-Emagrecimento;

-Edema e ascite;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Coproparasitológicos, método de flutuação (técnica de

Willis Mollay).

-Tratamento:

*Utilizado para hematófagos e não é recomendado no final da gestação (causa aborto), e cuidado com

animais de pelagem clara (causa manchas).

*Combinação: Praziquantel (para platelmintos) + Pirantel (para nematódeos) (Drontal®)

Princípio Ativo Toxocara Ancylostoma Trichuris Dypilidium

Pirantel X X

Praziquantel X

Febantel X X X

16.3-Protozoários:

16.3.1-Giardia:

-Classificação: pertencente ao filo Euglenozoa, ordem Diplomanadida,

família Hexamitidae, gênero Giardia e espécie G. lamblia, muris, psittaci, canis, ardeae

e G. agilis.

-Nitroscanato: 50mg/kg V.O. dose única

-Pirantel (Vetmax Plus - VETNIL®): 15mg/kg

-Disofenol*: 7,5mg/kg : S.C. dose única

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-Características:

-Localização: intestino delgado;

-Transmissão: oral-fecal (água, alimentos contaminados).

-Geralmente atinge animais mais jovens, mas pode afetas adultos.

-Sinais Clínicos:

-Poucos sinais em animais;

-Diarréia aquosa;

-Animal não apresenta febre;

-Enterite;

-Perda de peso;

-Inapetência;

-Vômitos;

-Dor abdominal;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Laboratorial: utilizando o método direto (exame a

fresco), para identificar trofozoítos ou cistos. Técnica de Faust e Cols. (flutuação com

sulfato de Zn 33%), imunológico ou molecular.

*Fezes diarréicas encontra-se o trofozoíto e em fezes normais encontra-se o cisto.

-Tratamento:

-Quimioterápico:

-Metronidazol:

-Cães: 15mg/kg VO : BID por 8 dias

-Gatos: 17mg/kg VO : SID por 8 dias

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17-Doença da Má Absorção Intestinal:

-Causas:

-Doença Inflamatória imunomediada (enteropatia inflamatória);

-Reação de Sensibilidade alimentar;

-Inflamação bacteriana, parasitária, viral ou fúngica;

-Neoplasias;

-Doença inflamatória intestinal;

-Má digestão (insuficiência pancreática);

17.1-Enteropatia Inflamatória (EPI):

-Definição: refere-se a um grupo diverso de enteropatias crônicas, caracterizadas

por infiltração idiopática da mucosa e algumas vezes da submucosa do trato

gastrointestinal com células inflamatórias.

17.1.1-Enteropatia Inflamatória Linfocítica-Plasmocítica:

-Etiologia: não determinada, no entanto, sugere-se que fatores genéticos

(Ex.: shar-pei), dietéticos, bacterianos, imunológicos e de permeabilidade da mucosa

exerçam um papel.

-Patogenia: A EPI linfocítica-plasmocítica pode envolver uma reação de

hipersensibilidade a antígenos (bacterianos, alimentares ou autoantígenos) no lúmen

intestinal. Isso pode resultar de um distúrbio primário do sistema imune.

-Sinais Clínicos:

-Vômito intermitente (geralmente em gatos);

-Diarréia de intestino delgado;

-Perda de peso progressiva;

-Ascite, hidrotórax e/ou edema (por perda protéica);

-Diagnóstico:

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-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Biópsia intestinal (mucosa com infiltração de linfócitos e

plasmócitos maduros);

-Colonoscopia;

-Tratamento:

-Manipulação dietética;

-Antiinflamatórios-imunossupressores:

-Quimioterápico:

17.2-Infecções Bacterianas:

-Principais agenets: Salmonella spp, Campylobacter jejuni e Clostridium spp.

17.2.1-Salmonelose:

-Sulfassalazina:

-Cães: 10 – 30mg/kg VO : BID ou TID

-Gatos: 10 – 20mg/kg VO : SID

-Prednisolona:

-Cães: 1-2mg/kg VO : SID

-Gatos: 2-3mg/g VO : SID

-Azatioprina:

-Cães: 1-2mg/kg VO : SID

-Gatos: 0,3 – 0,5mg/kg VO : SID

-Metronidazol:

-15mg/kg VO : BID ou TID

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-Classificação: bacilo gram-negativo pertencente ao gênero Salmonella e

família Enterobacteriaceae.

-Características:

-Transmissão: fecal-oral (ingestão de alimentos ou água

contaminados);

-Principais espécies: S. typhimurium e S. anatum;

-Frequentemente isolada nas fezes de cães e gatos saudáveis;

-Sinais Clínicos:

-Diarréia aquosa ou mucóide;

-Vômito;

-Tenesmo;

-Febre;

-Anorexia;

-Letargia;

-Dor abdominal;

-Desidratação;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Isolamento da Salmonella spp a partir de amostras fecais;

-Hemograma: grave leucopenia

-Tratamento:

-Não é indicado o uso de antibióticos para o tratamento de

salmonelose. Os antibióticos somente são indicados quando a invasão pela Salmonella

spp for severa, causando bacteremia ou endotoxemia. O antibiótico de escolha deve-se

basear em cultura e antibiograma prévios, mas tem-se sucesso com:

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-Deve-se repetir o cultivo das fezes após 1 e 4 semanas do final

do tratamento;

-Reposição hídrica e eletrolítica;

17.2.2-Campilobacteriose:

-Classificação: Campylobacter jejuni é uma bactéria gram-negativa;

-Características:

-Transmissão: fecal-oral (alimentos e água contaminados);

-Pode ser encontrada em animais sadios;

-Geralmente é patogênico em cães e gatos jovens

-Sinais Clínicos:

-Diarréia aquosa à mucóide de duração entre 5 e 15 dias, pode ou

não ter presença de sangue;

-Vômito;

-Tenesmo;

-Febre suave ou ausente;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Microscopia: presença de Campylobacter (bastonete

gram-negativo curvo e delgado e pode ter formato de ‘W’) e leucócitos;

-Isolamento da Campylobacter (difícil);

-Tratamento:

-Enrofloxacino:

-5mg/kg VO : BID por 7 a 10 dias

-Sulfa-trimetoprim:

-15mg/kg VO : BID por 7 a 10 dias

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-Antibióticos:

-Reposição hídrica e eletrolítica;

17.2.3-Clostridiose:

-Classificação: Clostridium perfringens, bactéria anaeróbica normal do

intestino de cães e gatos.

-Patogenia: Clostridium perfringens é uma bactéria produtora de toxinas

que pode se envolver em uma diarréia aguda e crônica. Associa-se a gastrenterite

hemorrágica canina, enterocolite necrosante aguda, diarréia hospitalar aguda e diarréia

crônica.

-Sinais Clínicos:

-Diarréia aquosa ou mole, com ou sem muco;

-Tenesmo;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Microscopia: presença de Clostridium perfringens

(bastonetes gram-negativos) e leucócitos. Considera-se anormal acima de 2/3 esporos

(identificados em coloração Diff-Quick ou Wright);

-Eritromicina:

-10 – 15mg/kg VO : TID por 7 dias;

-Neomicina:

-10mg/kg VO : TID por 7 dias

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-Tratamento:

-Antibióticos:

18-Insuficiência Pancreática Exócrina:

-Etiologia:

-Atrofia acinar idiopática hereditária (cães de porte grande, sendo a

principal raça Pastor Alemão);

-Pancreatite crônica recidivante (cães de pequeno porte, sendo a principal

raça Schnauzer);

-Sinais Clínicos:

-Emagrecimento progressivo;

-Pelame de má qualidade;

-Musculatura pobre;

-Polifagia;

-Parorexia;

-Fezes volumosas, sem forma e brilhantes;

-Esteatorréia;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Concentração sérica e nas fezes de lípases e amilases;

-Amoxicilina:

-20mg/kg VO : TID

-Ampicilina (Ampicilina - VETNIL®)

22mg/kg IM ou EV : TID/QID

-Metronidazol:

-15mg/kg VO ou EV : BID

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-Desafio com triglicerídeos:

-Prova da turbidez plasmática: deve ser feito um jejum

prévio de 12 horas e após isso oferecer 5-20ml de óleo, a amostra sérica torna-se turva

(indicando normalidade);

-Perfil hepático e renal: ALT (pode estar aumentado), AST e

GGT.

-Hipocolesterolemia;

-Ultrassonografia abdominal;

-Biopsia;

-Análise qualitativa fecal: verifica a presença de atividade de

tripsina e presença de alimentos não digeridos nas fezes;

-Mensuração da imunorreatividade ao tripsinóide (exame

específico);

-Tratamento:

-Suplementação com enzimas pancreáticas (em pó ou tecido cru);

-Dose: 5mg/kg

-Manejo dietético:

-Fornecer alimento em pequenas quantidades e várias vezes ao

dia;

-Utilizar ração de alta digestibilidade, restrita em fibras (<2%MS)

que diminui a atividade enzimática. Auxilia no controle do volume fecal, na excreção de

gordura e na diminuição das flatulências;

-Restrição à gorduras;

-Adicionar complexos vitamínicos;

-Antibiótico:

19-Complexo Dilatação-Vólvulo Gástrico:

-Metronidazol:

-15mg/kg VO ou EV : BID

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-Definição: distensão do estômago geralmente após a ingestão de grande

quantidade de água/ar seguido de exercício. Ocorre de forma aguda.

-Etiologia:

-Multifatorial;

-Cães de qualquer idade (geralmente acima de 7 anos);

-Cães de grande porte (Doberman, Dogue Alemão, Setter Irlandês,

Pastores, São Bernardo e Fila), pode ocorrer ocasionalmente em cães de pequeno porte;

-Animais que se alimentam uma vez ao dia;

-Dieta fermentável;

-Motilidade gástrica anormal;

-Exercícios após alimentação;

-Cadelas pós-parto;

-Frouxidão de ligamentos (hepatoduodenais e hepatogástricos);

-Patogenia:

Ocorre primeiramente a dilatação com posterior torção gástrica. Com a

torção gástrica ocorre obstrução do cárdia e do piloro, pode-se ter o baço torcido

também e assim há o comprometimento vascular da região (perfusão sanguínea

inadequada, podendo levar ao choque, taquicardia, arritmias e óbito). A torção pode

variar entre 90 e 360º dependendo do caso, podendo ter o aprisionamento do baço (com

fratura ou ruptura).

-Sinais Clínicos:

-Náusea;

-Vômito não produtivo;

-Sialorréia;

-Dispnéia;

-Dor e distensão abdominal;

-Exame Físico:

-Pulso fraco;

-Mucosas pálidas;

-Distensão abdominal;

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-Percussão digital do estômago com som timpânico característico;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Radiografia abdominal;

-Tratamento:

-Reposição hídrica e eletrolítica;

-Antibióticos:

-Analgésicos:

-Amoxicilina:

-20mg/kg VO : TID

-Ampicilina (Ampicilina - VETNIL®)

22mg/kg IM ou EV : TID/QID

-Enrofloxacina:

-5mg/kg VO : BID

-Dipirona (Algivet - VETNIL®)

-25mg/kg EV e IM : TID

-Tramadol:

-6mg/kg EV e IM : TID

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-Descompressão gástrica com passagem de sonda orogástrica;

-Cirúrgico (reposicionamento do estômago, remoção do tecido necrosado

e gastropexia);

-Antieméticos:

-Antiácidos:

-Protetor de Mucosa:

-Metoclopramida:

-0,2 – 0,5mg/kg EV, IM e VO : BID/TD

-Ondansetrona:

-0,5-1mg/kg EV ou VO : BID

-Citrato de Maropitant (Cerenia®):

1mg/kg (1ml/10kg) SID: SC;

-Ranitidina:

-Cães: 2mg/kg VO, EV : TID

-Gatos: 2,5mg/kg EV : BID

3,5mg/kg VO : BID

-Famotidina:

-Cães: 0,5 – 1mg/kg VO : SID

-Gatos: 5mg/animal a cada 48h

-Omeprazol (Petprazol – VETNIL®)

-0,7 – 2mg/kg VO : SID

Sucralfato

-Cães: 0,5 – 1,0g VO : BID/TID

-Gatos: 0,25g/animal VO : BID / TID

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-Prognóstico:

-15-20% de morte pós-cirúrgica devido a arritmias;

-Prevenção:

-Manejo para evitar recidivas (alimentação dividida várias vezes ao dia

em pequenas quantidades);

-Evitar exercícios próximos à refeições;

-Gastropexia profilática em raças predispostas;

20-Pancreatite Aguda:

-Definição: processo inflamatório agudo do pâncreas com envolvimento variável

de outros tecidos adjacentes ou de órgãos de sistemas remotos. Devido à elaboração

errônea de enzimas digestivas ativas as quais destroem o tecido pancreático.

-Fatores Predisponentes:

-Animais com idade acima de 5 anos;

-Raças: yorkshire e schauzer;

-Machos e fêmeas castrados;

-Doenças gastrointestinais ou de trato biliar;

-Infecção e isquemia;

-Epilepsia;

-Obesidade;

-Diabete mellitus;

-Hiperadrenocorticismo;

-Hipotireoidismo;

-Traumas;

-Intoxicação por organofosforados;

-Fármacos: furosemida, diuréticos de alça, fenobarbital com brometo de

potássio, tetraciclinas e sulfas;

-Patogenia:

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Ocorre a ativação de tripsina devido a causas multifatorais, levando a

uma injúria tecidual, causando um aumento da permeabilidade capilar, gerando um

edema, podendo levar a uma isquemia e necrose local.

-Branda: edema (fácil recuperação);

-Grave: Abdômen agudo;

Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica – sepse;

Falência múltipla dos órgãos;

-Causas:

-Indiscrição alimentar;

-Cirurgia;

-Corticóides;

-Quimioterápicos;

-Organofosforados;

-Traumas;

-Sinais Clínicos:

-Desidratação;

-Anorexia;

-Êmese;

-Letargia;

-Dor abdominal;

-Poliúria e polidipsia;

-Diarréia;

-Febre ou hipotermina;

-Convulsões;

-Distúrbios de coagulação;

-Icterícia;

-Sangramento gastrointestinal;

-Postura em ‘prece’ (antiálgica);

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-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Hemograma e Bioquímica Sérica;

-Teste de Enzimas Pancreáticas;

-Ultrassonografia;

-Análise do fluído abdominal (em casos de efusão);

-Biópsia (histopatologia);

-Tratamento:

-Reposição hídrica e eletrolítica (ringer lactato);

-Repouso ‘glândular’: não oferecer alimentos e água por 1 a 2 dias.

Deve-se fazer o suporte parenteral.

-Analgésicos:

-Buprenorfina:

-0,01 – 0,02mg/kg EV, SC e IM : TID/QID

-Butorfanol:

-0,05 – 0,6mg/kg EV, SC e IM : TID/QID

-Metadona:

-0,2 – 0,4mg/kg SC ou IM : QID

-Tramadol:

-6mg/kg EV ou IM : TID

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-Antieméticos:

-Antibióticos:

-Antiácidos:

21-Quadríade Felina:

-Enfermidades:

-Doença inflamatória intestinal;

-Metoclopramida:

-0,2 – 0,5mg/kg EV, IM e VO : BID/TD

-Ondansetrona:

-0,5-1mg/kg EV ou VO : BID

-Citrato de Maropitant (Cerenia®):

1mg/kg (1ml/10kg) SID: SC;

-Amoxicilina:

-20mg/kg VO : TID

-Metronidazol

-15mg/kg EV ou VO : BID

-Enrofloxacina:

-5mg/kg VO : BID

-Ranitidina:

-Cães: 2mg/kg VO, EV : TID

-Gatos: 2,5mg/kg EV : BID

3,5mg/kg VO : BID

-Omeprazol (Petprazol - VETNIL®)

-0,7 – 2mg/kg VO : SID

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-Nefrite;

-Doença hepática inflamatória;

-Pancreatite;

-Característica anatômica: ducto pancreático e biliar comuns;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Amilase:

-Normal: <1.050 U/L

-Aumento: de 3 a 4 vezes (pancreatite, insuficiência renal,

doenças gastrointestinal, hepatopatias ou neoplasias);

-Lipase:

-Normal: 250 – 1.500 U/L

-Aumento: de 2 a 3 vezes (pancreatite, insuficiência renal,

doença gastrointestinal, uso de corticóides e estresse crônico);

*Animais com pancreatite grave podem ter valores normais;

-Radiografia (deslocamento ou distensão gasosa do duodeno

descendente e cólon ascendente);

-Ultrassonografia (pâncreas hipoecóico >2cm, presença de

abscessos ou cistos no pâncreas e mesentério peri-pancreático hiperecóico);

-Laparotomia ou laparoscopia;

-Hemograma e bioquímica sérica:

-Leucocitose com desvio à esquerda;

-Trombocitopenia;

-Hiperfosfatemia;

-Aumento de ALT e FA;

-Aumento de bilirrubina;

-Aumento do colesterol;

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-Azotemia;

-Hiperglicemia;

-Hipocalemia e hipocalcemia (pior prognóstico);

-Imunorreatividade sérica da tripsina (tripsinogênio):

-Normal: 5 – 35μg/L (cães);

-Aumentado: >100μg/L (positivo);

-Diagnóstico Diferencial:

-Perfusão gastrointestinal;

-Intussuscepção intestinal;

-Peritonites;

-Piometra;

-Abscesso prostático;

-Trauma abdominal;

-Torção esplênica;

-Tratamento:

-Reposição hídrica e eletrolítica (ringer lactato);

-Repouso ‘glândular’: não oferecer alimentos e água por 1 a 2 dias.

Deve-se fazer o suporte parenteral ou enteral distalmente ao duodeno;

-Analgésicos:

-Buprenorfina:

-0,01 – 0,02mg/kg EV, SC e IM : TID/QID

-Butorfanol:

-0,05 – 0,6mg/kg EV, SC e IM : TID/QID

-Metadona:

-0,2 – 0,4mg/kg SC ou IM : QID

-Tramadol:

-6mg/kg EV ou IM : TID

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-Antieméticos:

-Antibióticos:

-Antiácidos:

-Em casos de CID:

-Metoclopramida:

-0,2 – 0,5mg/kg EV, IM e VO : BID/TD

-Ondansetrona:

-0,5-1mg/kg EV ou VO : BID

-Citrato de Maropitant (Cerenia®):

1mg/kg (1ml/10kg) SID: SC;

-Amoxicilina:

-20mg/kg VO : TID

-Metronidazol

-15mg/kg EV ou VO : BID

-Enrofloxacina:

-5mg/kg VO : BID

-Ranitidina:

-Cães: 2mg/kg VO, EV : TID

-Gatos: 2,5mg/kg EV : BID

3,5mg/kg VO : BID

-Omeprazol (Petprazol - VETNIL®)

-0,7 – 2mg/kg VO : SID

-Heparina:

-75 – 100U/kg (profilaxia) EV : TID

-até 250U/kg (em CID) EV : QID

-Transfusão de plasma;

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22-Peritonite:

-Definição: processo inflamatório que envolve toda ou parte da cavidade

abdominal.

-Causas:

-Viral: PIF

-Bacteriana: por perfuração gastrointestinal (bactérias anaeróbicas e

aeróbicas gram-negativas), ruptura de útero com piometra, ruptura abscessos prostático

ou hepático e contaminação cirúrgica;

-Química: ruptura do trato urinário, de vesícula biliar, de quilo ou

pancreatite;

-Traumática;

-Iatrogênica (cirúrgica);

-Corpos estranhos;

-Sinais Clínicos:

-Dor;

-Relutância em se mover;

-Taquicardia e taquipnéia;

-Posição em prece;

-Vômito;

-Exame Físico:

-Febre;

-Desidratação;

-Anormalidades na palpação abdominal;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Hemograma e bioquímica sérica;

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-Radiografia simples ou contrastada;

-Ultrassonografia abdominal;

-Avaliação do líquido abdominal (paracentese ou lavado

abdominal);

-Cultura microbiológica;

-Dosagem de creatinina pareada com soro;

-Laparotomia e laparoscopia;

-Tratamento:

-Reposição hídrica e eletrolítica (ringer lactato);

-Antibióticos;

-Antibióticos:

-Lavagem da cavidade abdominal e drenagem do líquido;

23-Peritonite Infecciosa Felina:

-Etiologia:

-Coronavírus (RNA e envelopado), aparentemente é uma mutação do

vírus causador da enterite felina (FEC);

-Características gerais:

-Vírus sensível aos desinfetantes usuais;

-Sobrevive no ambiente até 7 semanas;

-Ampicilina (Ampicilina - VETNIL®)

-22mg/kg EV ou IM : TID

-Cefalexina:

-30mg/kg VO : BID / TID

-Gentamicina:

-Cães: 2- 4mg/kg SC, IM ou EV : TID

-Gatos: 3mg/kg SC, IM ou EV : TID

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-Predisposição etária (6 meses a 5 anos, mas pode atingir animais de

qualquer idade);

-Raça: Persa;

-Fatores predisponentes:

-Má nutrição;

-Doenças infecciosas crônicas;

-Superpopulação;

-FIV e FeLV;

-Período de incubação: é indeterminado, podendo variar de semanas à

meses;

-Epidemiologia:

-Acomete felinos domésticos e selvagens;

-Transmissão:

-Contato direto;

-Eliminação: fezes, saliva e urina

-Porta de entrada: trato gastrointestinal ou respiratório;

-Transplacentária;

-Patogenia:

Doença imunomediada a qual se tem formação de imunocomplexos

(anticorpo + vírus) que causam vasculite. A viremia é associada ás células, sendo que os

macrófagos os quais fagocitam as partículas virais são os responsáveis por causarem a

disseminação sistêmica, com transporte para os linfonodos. A replicação viral ocorre

nos enterócitos.

-Sinais Clínicos:

-Febre;

-Apatia;

-Anorexia;

-Letargia;

-Dificuldade respiratória;

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-Perda de peso;

-Icterícia;

-Na forma seca há sintomatologia nervosa e uveíte;

-Diagnóstico:

-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Aumento de Proteína Plasmática Total;

-Hiperglobulinemia;

-Análise do líquido abdominal:

-Coloração: amarelo palha/citrino;

-Pode ter presença de fibrina;

-Densidade: 1,017 – 1,047;

-Proteínas: 5 – 8g/dL

-Presença de macrófagos;

-Sorologia (ELISA)

-Imunofluorescência Indireta;

-Tratamento:

-Reposição hídrica e eletrolítica;

-Nutrição enteral ou parenteral;

-Drenagem da cavidade abdominal (PIF efusiva);

-Corticóide:

-Imunossupressor:

-Prednisolona:

-1 – 2mg/kg VO : SID

-Ciclosfosfamida:

-2 – 4mg/kg VO : SID por 4 dias;

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-Imunomodulador:

-Antibióticos (em caso de infecção secundária);

-Controle:

-Isolamento dos filhotes da colônia;

-Isolar doentes e gatos recém introduzidos;

24-Encefalopatia Hepática:

-Principais Causas:

-Insuficiência Hepática Aguda;

-Shunt Porto-Sistêmico;

-Cirrose;

-Patogenia:

-Aumento da amônia;

-Desequilíbrio entre aminoácidos aromáticos e aminoácidos de cadeia

ramificada;

-Aumento da sensibilidade dos receptores GABA e dos receptores

benzodiazepínicos;

24.1-Insuficiência Hepática Aguda:

-Causas:

-Infecciosa:

-Viral: adenovírus;

-Protozoário: toxoplasma;

-Bacteriana: brucelose e leptospirose;

-Fármacos (fenobarbital, cetoconazol, glicocorticóides,

acetoaminofen, carprofeno, mebendazole, sulfatrimetoprim, eritromicina, halotano);

-Toxina (aflatoxina);

-Interferon Recombinante Humano:

-30U/gato VO semana sim semana não

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-Imunomediadas;

-Nutricionais (acúmulo de cobre);

-Neoplásicas;

-Desvio porto-sistêmico;

-Sinais Clínicos:

-Icterícia;

-Anorexia;

-Vômito;

-Diarréia;

-Aumento de volume abdominal;

-Prostração;

-Mudança de Comportamento;

-Hepatomegalia;

-Hipertermia;

-Hipoalbuminemia (levando à ascite);

-Hipoglicemia;

-Diatese hemorrágica;

-Encefalopatia Hepática;

-Doenças Hepáticas Caninas:

-Hepatopatias Reativas: secundária a hipóxia, desnutrição, drogas,

hipercortisolismo e hiperlipidemia;

-Hepatite Tóxica;

-Hepatite Crônica Ativa;

-Cirrose;

-Desvio Porto-Sistêmico

-Doença do Acúmulo de Cobre: em raças Doberman, Dalmata,

West Highland White Terrier e Scotish Terrier;

-Diagnóstico:

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-Anamnese e História Clínica;

-Exame Físico;

-Exames Complementares:

-Hemograma e Bioquímica Sérica: lesão e função

hepática;

-Lesão Hepática:

-Alanino Aminotransferase (ALT): enzima encontrada no citossol de células,

principalmente dos hepatócitos. A enzima é considerada hepato-específica em

carnívoros, mas esta enzima pode estar elevada em casos de lesão muscular grave. (para

se retirar esta duvida, dosa-se em conjunto a CK, que é uma enzima específica para

lesão muscular).

*Em casos mais crônicos, a ALT não necessariamente vai estar aumentada, pois já

houve muito dano nos hepatócitos, não havendo mais extravasamento de ALT.

-Asparatato Aminotransferase (AST): enzima encontrada em células do fígado e

células musculares (coração e músculo esquelético). Portanto não é uma enzima hepato-

específica. Principalmente em mitocôndrias e é geralmente utilizada em herbívoros.

-Fosfatase Alcalina (FA): é amplamente distribuída no corpo, incluindo os ossos

e ductos do fígado (localizada no citossol). A fosfatase alcalina é uma enzima produzida

em vários órgãos, incluindo ossos, fígado e intestinos. As concentrações de fosfatase

alcalina podem aumentar sempre que aumente a atividade das células ósseas (por

exemplo, durante o período de crescimento ou depois de uma fratura) ou como resultado

de doenças ósseas, que incluem a osteomalacia ou o câncer ósseo e também em lesões

de ductos hepáticos (colestase). Em casos de diarréia e de uso de medicamentos (Ex.:

glicocorticóides), também pode-se ter a FA aumentada.

-Gama Glutaminltrasnferase (GGT): é sintetizada por quase todos os tecidos

corporais, com maior concentração no pâncreas e nos rins. Além disso está presente em

baixas concentrações nos hepatócitos, no epitélio dos ductos biliares e na mucosa

intestinal e em altas concentrações nas glândulas mamárias (vacas, cadelas e ovelhas). A

GGT é mais específica, mas menos sensível que a FA.

-Função Hepática:

-Bilirrubina:

-Aumento: pode ser derivada do aumento da produção de hemoglobina

(hemólise – icterícia pré hepática), menor taxa de absorção ou conjugação pelos

hepatócitos (icterícia hepática) ou prejuízo de fluxo biliar (icterícia pós-hepática)

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-Ácidos Biliares:

-Aumento: desvio da circulação portal (shunt porta-sistêmico),

diminuição intrínseca da capacidade de absorção dos ácidos biliares pelos hepatócitos

(Ex.: hepatite, necrose, hepatopatia por glicocorticóides) e menor excreção de ácidos

biliares pelo sistema biliar e conseqüente retorno à circulação sistêmica (Ex.: colangite,

obstrução do ducto biliar e neoplasia).

-Proteínas Séricas Totais: α, β-globulinas e albumina são produzidas pelo

fígado. Α e β-globulinas são proteínas pró-inflamatórias. A γ-globulina

(imunoglobulina) é produzida pelos Linf-B.

-Diminuição: insuficiência hepática, hepatopatia crônica

-Albumina:

*Geralmente não se observa hipoalbuminemia até que ocorra perda de 60-80% da

função hepática.

-Diminuição: doença hepática crônica.

-Colesterol: a bile é a principal via de excreção do colesterol. E o fígado é o

principal órgão de produção de colesterol.

-Diminuição: insuficiência hepática;

-Aumento: distúrbio no fluxo biliar (colestase);

-Amônia: a amônia é produzida no trato digestivo e, após absorção intestinal,

atinge a corrente sanguínea (circulação portal), chegando até o fígado onde é

metabolizada.

-Aumento: alterações no fluxo sanguíneo ao fígado (Shunt porta-

sistêmico) ou diminuição acentuada de hepatócitos funcionais (Ex.: cirrose).

-Uréia: é sintetizada nos hepatócitos a partir da amônia.

-Diminuição: insuficiência hepática.

*Esta diminuição da concentração da uréia se dá juntamente com o aumento da

concentração de amônia.

-Glicose: a glicose é absorvida no intestino delgado e é transportada ao fígado

pela circulação portal e em seguida chega aos hepatócitos para ser transformada em

glicogênio. Os hepatócitos também sintetizam glicose por gliconeogênese.

-Aumento: menor absorção hepática de glicose

-Diminuição: devido à menor atividade de gliconeogênese e

glicogenólise nos hepatócitos.

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*Em insuficiência hepática a glicemia pode estar baixa ou elevada.

-Radiografia;

-Biópsia Hepática;

-Tratamento:

-Manejo dietético:

-Estimular o apetite;

-Fornecer pequenas quantidades distribuídas várias vezes

ao dia;

-Dieta balanceada: proteínas de elevado valor biológico e

restrição de cloreto de sódio;

-Suplementar com vitaminas do complexo B e vitamina C;

-Drenagem do líquido ascítico somente se houver dor,

desconforto e dificuldade respiratório por parte do paciente, pois o líquido apresenta

grande concentração de proteínas. A drenagem pode ser realizada com diuréticos ou por

paracentese. Na paracentese a drenagem deve ser feita em 30 a 60 minutos e deve-se

deixar aproximadamente 20% do volume total.

-Diuréticos:

*A furosemida causa perda de potássio;

-Restrição ao sódio e repouso forçado;

-Reposição hídrica e eletrolítica;

-Protetor hepático: (para reações hepatotóxicas)

-Espironolactona:

1 – 2mg/kg VO : BID

-Furosemida*:

2mg/kg VO : BID

-Silimarina:

20 – 50mg/kg VO : SID

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-Colerético:

-Suplementação com vitaminas C, B, E e K (esta última em casos

de coagulopatias);

-Suplemento nutricional:

-Corticóide: terapia antiinflamatória e antifibrótica;

-Imunossupressor:

*Monitorar o paciente com hemograma a cada 14 dias nos primeiros 2 meses;

24.2-Shunt Porto-Sistêmico:

-Definição: é uma comunicação vascular entre os sistemas venosos portal

e sistêmico, que permitem o acesso do sangue portal à circulação sistêmica sem passar

primeiro através do fígado. O desvio porto-sistêmico congênito é o mais comum.

-Patogenia:

Os sinais clínicos da encafalopatia hepática resultam da

depuração hepática inadequada de toxinas intestinalmente derivadas, como: amônia,

mercapitanos, ácidos graxos de cadeia curta e ácido gamaaminobutírico. A redução do

-Ácido Ursodeoxicólico:

10 – 15mg/kg VO : SID (dividido em 2/3 doses)

-S-Adenosilmetionina (SAMe):

-Cães: 20mg/kg VO : SID

-Gatos: 90mg/animal VO (para gatos acima de 5kg)

-Prednisolona:

2mg/kg VO : SID por 28 dias com redução gradual até 0,5mg/kg

em dias alternados.

-Dexametasona:

0,2 – 0,4mg/kg SID por 28 dias com redução gradual até

0,2mg/kg a cada 3 dias.

-Azatioprina*:

-50mg/m2 VO : SID por 3 a 6 meses.

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fluxo sanguíneo hepático e a ausência de fatores hepatotróficos resultando em atrofia

hepática.

-Sinais Clínicos:

-Anorexia;

-Letargia;

-Perda de peso;

-Poliúria e polidipsia;

-Sialorréia;

-Sintomas hepáticos (ascite e icterícia);

-Sintomas nervosos (headpressing, amaurose, desorientação,

andar em círculos, torpor, coma e convulsões);

-Fatores Predisponentes:

-Aumento da ingestão protéica;

-Azotemia/Uremia;

-Hemorragia gastrointestinal;

-Drogas hepatotóxicas (antifúngicos);

-Infecção;

-Constipação;

-Fatores Complicantes:

-Diuréticos;

-Sedativos;

-Tranqüilizantes;

-Sangue ou plasma estocado;

-Hipoglicemia;

-AINEs e esteroidais;

-Desidratação;

-Catabolismo;

-Supercrescimento bacteriano;

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-Desequilíbrio eletrolítico;

-Tratamento:

-Restrição alimentar;

-Reposição hídrica e eletrolítica (evitar ringer lactato);

-Enema de retenção:

*Mecanismo de ação (lactulose)

-Diminuição do pH do cólon;

-Laxante (aumenta o trânsito gastrointestinal e diminui a absorção de

amônia);

-Fonte de carboidratos (diminui a produção de amônia);

-Antibióticos: (em casos crônicos);

-Antieméticos:

-Lactulose:

-Enema: 20ml/kg (1:2 água morna) QID

-VO: 0,25 – 1ml/kg TID (casos crônicos)

-Metronidazol:

7,5mg/kg EV ou VO : BID ou TID

-Ondansetrona:

-0,5-1mg/kg EV ou VO : BID

-Citrato de Maropitant (Cerenia®):

1mg/kg (1ml/10kg) SID: SC;

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Roca, 2008.

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Roca, 1998.

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MARK P. G. Manual Saunders: Terapêutico Veterinário. 2. Ed. São Paulo: Editora

MedVet, 2009.

THRALL. M.A, et al. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. 1 Ed. São

Paulo: Roca, 2007.