classicismo michelangelo

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Classicismo Tendência artística e literária que resgata formas e valores greco-romanos da Antiguidade Clássica, especialmente da cultura grega entre os séculos VI a.C. e IV a.C. Essa retomada Classicismo acontece várias vezes ao longo da história ocidental, inclusive na Idade Média. Entretanto é mais intensa do século XIV ao XVI na Itália. Nas artes plásticas, na literatura e no teatro, o classicismo coincide com o Renascimento. No século XVIII, a tendência se repete com o nome de neoclassicismo. Na música erudita adquire características próprias e manifesta-se em meados do século XVIII.O classicismo é profundamente influenciado pelos ideais humanistas, que colocam o homem como centro do Universo. Reproduz o mundo real, mas moldando-o segundo o que é considerado ideal. As obras refletem princípios como harmonia, ordem, lógica, equilíbrio, simetria, objetividade e refinamento. A razão é mais importante que a emoção.As adaptações aos ideais e aos problemas dos novos tempos fazem com que o classicismo não seja mera imitação da Antiguidade. Na época renascentista, por exemplo, a alta burguesia italiana em ascensão, na disputa por luxo e poder com a nobreza, identifica-se com os valores laicos da arte greco-romana. RESUMO Maneira de expressar uma época ou sociedade, a arte, espelhou o choque cultural entre os dogmas sacros e o movimento humanista que surgira no Renascimento. Enquanto a Igreja estabelecia padrões, pregando Deus como o centro do universo, os humanistas defendiam o antropocentrismo e à busca pela verdade. Assim, Michelangelo, um dos principais artistas da época, manifestou em obras sacras, os ideais deste movimento, caracterizando uma nova concepção sobre a vida humana. Biografia

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Michelangelo. Miguel Angelo, Renascimento

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Page 1: Classicismo Michelangelo

Classicismo

Tendência artística e literária que resgata formas e valores greco-romanos da Antiguidade Clássica, especialmente da cultura grega entre os séculos VI a.C. e IV a.C. Essa retomada Classicismo acontece várias vezes ao longo da história ocidental, inclusive na Idade Média. Entretanto é mais intensa do século XIV ao XVI na Itália. Nas artes plásticas, na literatura e no teatro, o classicismo coincide com o Renascimento. No século XVIII, a tendência se repete com o nome de neoclassicismo. Na música erudita adquire características próprias e manifesta-se em meados do século XVIII.O classicismo é profundamente influenciado pelos ideais humanistas, que colocam o homem como centro do Universo. Reproduz o mundo real, mas moldando-o segundo o que é considerado ideal. As obras refletem princípios como harmonia, ordem, lógica, equilíbrio, simetria, objetividade e refinamento. A razão é mais importante que a emoção.As adaptações aos ideais e aos problemas dos novos tempos fazem com que o classicismo não seja mera imitação da Antiguidade. Na época renascentista, por exemplo, a alta burguesia italiana em ascensão, na disputa por luxo e poder com a nobreza, identifica-se com os valores laicos da arte greco-romana.

RESUMO

Maneira de expressar uma época ou sociedade, a arte, espelhou o choque cultural entre os dogmas sacros e o movimento humanista que surgira no Renascimento. Enquanto a Igreja estabelecia padrões, pregando Deus como o centro do universo, os humanistas defendiam o antropocentrismo e à busca pela verdade. Assim, Michelangelo, um dos principais artistas da época, manifestou em obras sacras, os ideais deste movimento, caracterizando uma nova concepção sobre a vida humana.

Biografia

Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (Caprese, 6 de

Março de 1475 — Roma, 18 de Fevereiro de 1564), Michelangelo, foi

um pintor,escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores

da história da arte do ocidente.

Ele desenvolveu o seu trabalho artístico por mais de setenta anos entre Florença e

Roma, onde viveram seus grandes mecenas, a família Medici de Florença, e

vários papas romanos. Iniciou-se como aprendiz dos irmãos Davide e Domenico

Ghirlandaio em Florença. Tendo seu talento logo reconhecido, tornou-se um protegido

dos Medici, para quem realizou várias obras. Depois fixou-se em Roma, onde deixou a

maior parte de suas obras mais representativas. Sua carreira se desenvolveu na transição

do Renascimento para o Maneirismo, e seu estilo sintetizou influências da arte

da Antiguidade clássica, do primeiro Renascimento, dos ideais do Humanismo e

do Neoplatonismo, centrado na representação da figura humana e em especial no nu

masculino, que retratou com enorme pujança. Várias de suas criações estão entre as

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mais célebres da arte do ocidente, destacando-se na escultura o Baco, a Pietà, o David,

as duas tumbas Medici e o Moisés; na pintura o vasto ciclo do teto da Capela Sistina e

o Juízo Final no mesmo local, e dois afrescos na Capela Paulina; serviu como arquiteto

da Basílica de São Pedro implementando grandes reformas em sua estrutura e

desenhando a cúpula, remodelou a praça do Capitólio romano e projetou diversos

edifícios, e escreveu grande número de poesias.

Obras de Michelangelo

• Caracteristicas: A Arte Renascentista continuou cristã, porém adaptada à nova realidade moderna. Analisando as obras de Michelangelo, percebe-se os valores estéticos culturais definidos com clareza. Baseado no equilíbrio das formas, em uma nova sociedade, utilizando a perspectiva e a proporção geométrica, destacam-se as formas que traduziam os conceitos humanistas numa poderosa expressão, exteriorizando uma renovada conquista moral. Além de fundir os valores tradicionais do classicismo com uma nova interpretação mais livre e ritmada da linguagem, as figuras se movimentam com imponente naturalidade, acentuando o aspecto dramático e cheio de força expressiva, valorizando sobretudo o homem, ou seja, uma nova “monumentalidade” do ser.

A Capela Sistina

Em 1508 Michelangelo foi incumbido pelo Papa Julio II de pintar a cúpula da Capela Sistina. Ele relutou em aceitar a encomenda por considerar-se um escultor e não um pintor, e é visível nesta obra a transposição da sua linguagem de escultor para a de pintor. A composição é monumental, as figuras humanas são ressaltadas em seus contornos e volume escultural, enquanto as paisagens são tratadas com menor importância. Um dos motivos pode ter sido o fato de Michelangelo ter utilizado os desenhos do projeto do túmulo do Papa como base para esta obra.

O que encontramos aqui não são apenas imitações das formas naturais, mas uma idealização delas na busca de um modelo de beleza clássica. Mesmo partindo de estudos exaustivos e minuciosos sobre o corpo humano, o Belo em Michelangelo já mostra um caráter incorpóreo e espiritualizado, caminho para a contemplação do divino. Com a dramatização nas cenas, o vigor dos corpos se contorcendo e a originalidade da abordagem do tema percebem-se traços anticlássicos em Michelangelo, o início da desintegração dos cânones da Renascença .

A obra foi concebida como uma composição única que apresenta, cenas do Antigo Testamento, como A Criação de Adão, A Expulsão do Paraíso e O Dilúvio. Nela também encontramos sibilas e profetas do Antigo Testamento, que profetizaram a vinda de Cristo. Os profetas são representados como homens e mulheres em postura meditativa, lendo, discutindo ou escrevendo.

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Principais Afrescos da Capela Sistina

Deus separando a Luz das Trevas; Deus criando o Sol e a Lua;

Deus separando a terra das águas;

A Criação de Adão;

A Criação de Eva;

O Pecado Original e a Expulsão do Paraíso;

O Sacrifício de Noé;

O Dilúvio Universal;

Noé Embriagado.

Michelangelo expressa vigorosamente o conceito de Justiça Divina, severa e implacável em relação aos condenados. O Cristo, parte central da composição, é o Juiz dos eleitos que sobem ao Céu por sua direita, enquanto os condenados, abaixo de sua esquerda esperam Caronte e Minos. Há também a ressurreição dos mortos e os anjos tocando

Os afrescos no teto da Capela Sistina são, de fato, um dos maiores tesouros artísticos da humanidade.

Esculturas

David é uma das esculturas mais famosas do artista renascentista Michelangelo. O trabalho retrata o herói bíblico com realismo anatômico impressionante, sendo considerada uma das mais importantes obras do Renascimento e do próprio autor. A escultura atualmente encontra-se em Florença, na Itália, cidade que originalmente encomendou a obra. É uma estátua em mármore e mede 5,17 m (cinco metros e dezessete centímetros). Devido à genialidade que sempre foi atribuída à obra, ela foi escolhida como símbolo máximo da República de Florença. Michelangelo levou três anos para concluir a escultura (começou-a em 1501 e concluiu-a em 1504, revelando-a no dia 8 de setembro). Antes de Michelangelo receber a incumbência dessa obra, o bloco de mármore de carrara que ele usou havia ficado exposto ao tempo por 25 anos no pátio da catedral de Santa Maria Del Fiori. O bloco foi danificado a ponto de diminuir de tamanho. Outros escultores já haviam recebido a incumbência da obra mas, por razões diversas, eles não se interessaram. Esse bloco foi rejeitado por grandes mestres como Duccio, Baccelino e Roselino. Michelangelo é considerado nesta obra uma espécie de inovador, pois retrata a personagem não após a batalha contra Golias (como Donatello e Verrochio antes dele fizeram), mas no momento imediatamente anterior a ela, quando David está apenas se preparando para enfrentar uma força que todos julgavam ser impossível de derrotar. Michelangelo neste trabalho usou o realismo do corpo nu e o predomínio das linhas curvas.

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Pietà Representa Jesus morto nos braços da Virgem Maria. Em 21 de setembro de 1498 o cardeal francês Jean Bilhères de Lagraulas encomendou a Miguel Ângelo uma imagem da Virgem para a Capela dos Reis de França, para a antiga basílica de São Pedro. Juntando capacidades criadoras geniais a uma técnica perfeita, o artista toscano criou então a sua mais acabada e famosa escultura: a Pietá. O tema vem da Europa do Norte, a dor de Maria sobre o corpo morto do filho, mas Michelangelo abandonou o realismo cruel típico do gênero em favor de uma visão idealizada.

Iniciara-se como artista ainda durante o Quatrocento, em Florença, onde trabalhou para os Médicis, mas a Pietá foi a sua primeira grande obra escultórica. Trata-se de um trabalho de admirável perfeição, organizado segundo um esquema em forma de pirâmide, um formato muito utilizado pelos pintores e escultores renascentistas.

Nesta obra delicada o artista encontrou a solução ideal para um problema que preocupara os escultores do Primeiro Renascimento: a colocação do Corpo de Jesus Cristo morto no regaço de Maria. Para isso alterou deliberadamente as proporções: o Cristo é menor que a Virgem, que é para dar a impressão de não esmagar a Mãe e mostrar que é seu Filho, para não “sair” do esquema triangular. A Virgem Maria foi representada muito jovem e com uma nobre resignação: a expressão dolorosa do rosto é idealizada, contrastando com a angústia que tradicionalmente os artistas lhe imprimiam.

Poema que Michelangelo dedicou a Vittoria Colonna, em 1544.

Un uomo in una donna, anzi uno dio

per la sua bocca parla,

ond'io per ascoltarla

son fatto tal, che ma' più sarò mio.

I` credo ben, po' ch'io

a me da lei fu' tolto,

fuor di me stesso aver di me pietate;

sì sopra 'l van desio

mi sprona il suo bel volto,

ch´i' veggio morte in ogni altra beltate.

O donna che passate

per acqua e foco l'alme a' lieti giorni,

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deh, fate c'a me stesso piu non torni.