cje0592 - os estabelecidos e os outsiders (resumo)
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OS ESTABELECIDOS E OS OUTSIDERS Norbert Elias e John L. Scotson Auto-imagem Estabelecidos: humanamente superiores
Outsiders: imagem imputada pelos estabelecidos é responsável
por enfraquecê-los e desarmá-los; inferioridade de poder = inferioridade humana
Construção da imagem As melhores virtudes dos melhores indivíduos do grupo dos
estabelecidos emprestam sua imagem a todo o grupo (minoria nômica - em perfeita conformidade com as normas)
Os piores defeitos dos piores indivíduos do grupo dos outsiders
emprestam sua imagem a todo o grupo (minoria anômica - em desconformidade com as normas)
Freud: imagem do "eu" e ideal do "eu". Imagem do "nós" e ideal
do "nós" têm igual peso na construção da identidade "Sou mexicano", "Sou budista", "Sou da classe trabalhadora":
aspectos da identidade grupal também constituintes da identidade pessoal
Aceitação: a imagem e auto-estima de um indivíduo estão ligados
à imagem que o grupo tem dele Depreciação A linguagem: aristocracia = dominação dos melhores; nobre = ao
mesmo tempo categoria social elevada e atitude humana altamente valorizada
Termos estigmatizantes da língua inglesa: nigger, yid, wop, dike, papist (crioulo, gringo, carcamano, sapatão, papa-hóstia). Desequilíbrio de poder > ausência de termos equivalentes no sentido oposto
Perpetuação do tabu: praise gossip (fofoca elogiosa) e blame
gossip (fofoca depreciativa) Barreira emocional: rigidez extrema dos estabelecidos contra os
outsiders "Medo de poluição": O contato com o outsider leva a um
rebaixamento de status social Outsiders vistos como não observantes de normas e restrições;
indignos de confiança, indisciplinados e desordeiros "Os mal lavados" (the unwashed): a contaminação pela anomia e
pela sujeira tornam-se a mesma coisa As virtudes dos estabelecidos são imputadas como defeitos dos
outsiders Coisificação: um sinal de nascença, a cor da pele ou outro fator
congênito são usados como causa da diferenciação nós-eles, quando na verdade são uma desculpa, um eximir-se da responsabilidade
Construção de fantasias enaltecedoras e depreciativas: o sonho
americano, a missão civilizadora dos países europeus, o terceiro reich
Winson Prava Não havia entre estabelecidos e outsiders diferença nas
habitações, nacionalidade, ascendência étnica, tipo de ocupação, renda, nível educacional. A diferença era o tempo de residência na comunidade
Moradores antigos: coesão grupal, identificação coletiva, normas comuns > garantiam cargos importantes na comunidade (o conselho, a escola, o clube)
Recém-chegados: ameaça ao estilo de vida estabelecido Indivíduo-indivíduo x grupo-grupo O desapreço acentuado entre indivíduos está mais próximo do
preconceito que da estigmatização Em Winston Parva, membros de um grupo estigmatizavam os de
outro, não por suas qualidades individuais, mas por pertencerem a um grupo coletivamente considerado inferior
Estabelecidos e outsiders definem-se por desequilíbrios nas
relações de poder A amenização desse desequilíbrio pode levar a uma contra-
estigmatização dos outsiders
Janaína Castilho Marcoantonio - no USP 3096577
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