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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA) ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA (EST) COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL MASSA ESPECÍFICA DO CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA)

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA (EST)

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL

MASSA ESPECÍFICA DO CIMENTO PORTLAND DE ALTA

RESISTÊNCIA INICIAL

Manaus-Am

Maio/2014

BIANCA GUEDES MOURA

RAFAEL COSTA FERNANDES

MASSA ESPECÍFICA DO CIMENTO PORTLAND DE ALTA

RESISTÊNCIA INICIAL

Manaus-Am

Maio/2014

Trabalho solicitado

para obtenção de parcial

referente à disciplina de

Materiais de Construção Civil

I ministrada pela Profª. Drª.

Valdete Santos de Araújo.

RESUMO

. Este relatório consiste na apresentação do ensaio de massa específica

do cimento Portland de alta resistência inicial (CP-V ARI) realizado no

laboratório de Estruturas, Materiais e Solos do bloco de Engenharia Civil da

Escola Superior de Tecnologia (EST). O ensaio foi realizado no dia 25 de abril

de 2014 tendo início às 15:30 e término às 16:30. O ensaio foi baseado na

ABNT NBR NM 23/2000 – Cimento Portland e outros materiais em pó –

Determinação da massa específica e na ABNT NBR 5733 – Cimento Portland

de alta resistência inicial e adaptando os procedimentos dessas normas com os

materiais que foram disponibilizados no laboratório para a realização do ensaio.

Utilizou-se uma proveta para o ensaio, adaptando-se a NBR NM 23 que

determina o uso do frasco volumétrico de Le Chatelier. Colocou-se a água e

depois o cimento, pausadamente e tendo cuidado não desperdiçar material, pa

na proveta. Agitou-se a proveta para que o ar entre as partículas pudesse sair,

deixando assim o material com seu volume real, então leu-se a medida da

proveta e utilizou-se da fórmula da massa específica para se determina-la.

Encontrou-se uma massa específica do cimento Portland de alta resistência

inicial de 3,125 g/cm³. O valor encontrado não se encontra padronizado em

nenhuma norma, porém está na faixa considerado aceitável, segundo as

literaturas descritas no relatório.

PALAVRAS-CHAVE: cimento; massa específica; ARI; CP-V

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Gráfico resistência à compressão por idade......................................14

Figura 3: Proveta utilizada................................................................................18

Figura 2: Balança utilizada................................................................................18

Figura 5: Estocagem do cimento......................................................................18

Figura 4: Conjunto proveta-funil........................................................................18

Figura 6: Pesagem do cimento.........................................................................19

Figura 7: Colher de plástico utilizada................................................................19

Figura 8: Dosagem da água..............................................................................19

Figura 9: Leitura final da proveta......................................................................19

LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR - Norma Brasileira

UEA – Universidade do Estado do Amazonas

EST- Escola Superior de Tecnologia

Am – Estado do Amazonas

Prof ª. - Professora

Dr ª. – Doutora

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland

SP – Estado de São Paulo

ASTM - American Society for Testing and Materials

EB-2 - High early strength Portland cement – Specification

g – Grama, unidade de massa

cm³ - Centímetros cúbicos, unidade de volume

mm – Milímetros, unidade de comprimento

% - Porcentagem

CP – Cimento Portland

CP-V ARI – Cimento Portland de alta resistência inicial

Ca - Cálcio

Fe - Ferro

Al – Alumínio

Si – Silício

SiO2 - Sílica

(CaO)3SiO2 – Silicato tricálcico

(CaO)2SiO2 – Silicato dicálcico

CaSO4 • 2 H2O - Gesso

ºC – Grau Celsius, unidade de temperatura

ρ = massa específica do material (g/cm³)

m = massa do material ensaiado (g)

V2 - V1 = volume deslocado pela massa do material ensaiado (cm³).

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................7

2. OBJETIVO GERAL...................................................................................8

3. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................8

3.1. HISTÓRIA DO CIMENTO......................................................................8

3.2. DEFINIÇÃO DE CIMENTO..................................................................10

3.3. COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO CIMENTO PORTLAND.....11

3.4. CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL................13

3.5. MASSA ESPECÍFICA..........................................................................15

4. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................16

5. RESULTADOS........................................................................................17

6. CONCLUSÃO..........................................................................................17

APÊNDICE A – MASSA ESPECÍFICA DO CIMENTO PORTLAND V.............18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................20

INTRODUÇÃO

Cimento portland é a denominação convencionada mundialmente para o

material usualmente conhecido na construção civil como cimento.

O cimento portland é um pó fino com propriedades aglomerantes,

aglutinantes ou ligantes, que endurece sob ação da água. Depois de

endurecido, mesmo que seja novamente submetido a ação da água, o cimento

portland não se decompõe mais. (ABCP, 2002)

O cimento portland, misturado com água e outros materiais de

construção, tais como a areia, a pedra britada, o pó-de-pedra, a cal e outros,

resulta nos concretos e nas argamassas usadas na construção de casas,

edifícios, pontes, barragens etc.

As características e propriedades desses concretos e argamassas vão

depender da qualidade e proporções dos materiais com que são compostos.

Dentre eles, entretanto, o cimento é o mais ativo, do ponto de vista químico.

Pode-se dizer que o cimento é o principal responsável pela transformação da

mistura dos materiais componentes dos concretos e das argamassas no

produto final desejado (uma laje, uma viga, um revestimento etc.). (ABCP,

2002)

Portanto, é de fundamental importância utiliza-lo corretamente. Para isto,

é preciso conhecer bem suas características e propriedades, para poder

aproveita-las da melhor forma possível na aplicação que se tem em vista.

(ABCP, 2002)

E para conhecer de forma satisfatória as características e propriedade

do cimento, são realizados uma série de experimentos, entre eles o da massa

específica, pois seu conhecimento segundo Bauer, é de grande importância

para os cálculos de quantidade de produtos nas misturas, por meio de volumes

específicos dos materiais.

.

7

2. OBJETIVO GERAL

Determinar a massa específica do cimento Portland de alta resistência

inicial.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. HISTÓRIA DO CIMENTO

Uma das mais antigas evidências de uso do cimento aparece nas

pirâmides do Antigo Egito. Naquela época, preocupados em erguer as

suntuosas pirâmides, os egípcios desenvolveram um tipo de cimento fabricado

através de uma mistura de gesso calcinado. Entre os gregos, notamos o

emprego de terras vulcânicas que também endureciam quando misturadas à

água. (SOUZA, 2008)

Para construírem o Panteão de Agripa e o Coliseu, os romanos

conceberam um tipo de cimento um pouco mais sofisticado. Possivelmente, os

construtores urbanos de Roma desenvolveram uma mistura de areia, pedaços

de telha, calcário calcinado e cinzas vulcânicas. De fato, as informações

disponíveis sobre essa resistente argamassa criada pelos romanos são

mínimas. A fórmula do cimento romano era um segredo tão importante que

acabou sumindo com a própria desarticulação do império. (SOUZA, 2008)

Somente no século XVIII, no ano de 1758, esse importante material

voltou a ganhar novas características. Naquela data, o engenheiro britânico

John Smeaton foi incumbido da tarefa de desenvolver um cimento que pudesse

resistir à ação erosiva da água do mar. Empregando o uso de uma cinza

vulcânica oriunda da Itália, conhecida como pozolana, Smeaton fabricou um

cimento de excelente qualidade que veio a ser utilizado na construção do Farol

de Eddystone, que durou mais de um século. (SOUZA, 2008)

No ano de 1796, outro britânico chamado James Parker desenvolveu um

novo tipo de cimento obtido pela calcinação de nódulos de calcário impuro

contendo argila. Após vários testes realizados por outras autoridades no

assunto, o cimento de Parker, também conhecido como cimento romano, foi

liberado para construções. Logo que soube da notícia, James Parker vendeu a

patente de sua invenção para membros dos Wyatt, uma tradicional família de

engenheiros e arquitetos da Inglaterra. (SOUZA, 2008)

Em 1824, Joseph Aspdin foi responsável pela elaboração do chamado

“Cimento Por-tland”, que fazia referência a uma cidade britânica detentora de

8

excelentes jazidas de minério utilizado para cimento. Construindo fornos de

alvenaria em forma de garrafa, com doze metros de comprimento, Aspdin

alcançou temperaturas elevadas que imprimiam uma maior qualidade ao seu

cimento. (SOUZA, 2008)

Ao longo do tempo, novas misturas e o aprimoramento dos fornos

determinaram obtenção de novos tipos de cimento. O estudo sistemático dos

mecanismos mecânicos e químicos do cimento abre caminho para que o ramo

de construções possa almejar novas conquistas. Atualmente, os estudiosos

envolvidos nesse tipo de pesquisa buscam materiais de maior resistência e

durabilidade. (SOUZA, 2008)

No Brasil, estudos para aplicar os conhecimentos relativos à fabricação

do cimento Portland ocorreram aparentemente em 1888, quando o

comendador Antônio Proost Rodovalho empenhou-se em instalar uma fábrica

na fazenda Santo Antônio, de sua propriedade, situada em Sorocaba-SP.

Várias iniciativas esporádicas de fabricação de cimento foram desenvolvidas

nessa época. Assim, chegou a funcionar durante apenas três meses, em 1892,

uma pequena instalação produtora na ilha de Tiriri, na Paraíba, cuja construção

data de 1890, por iniciativa do engenheiro Louis Felipe Alves da Nóbrega, que

estudara na França e chegara ao Brasil com novas ideias, tendo inclusive o

projeto da fábrica pronto e publicado em livro de sua autoria. Atribui-se o

fracasso do empreendimento não à qualidade do produto, mas à distância dos

centros consumidores e à pequena escala de produção, que não conseguia

competitividade com os cimentos importados da época. (BATTAGIN, 2009)

A usina de Rodovalho lançou em 1897 sua primeira produção – o

cimento marca Santo Antônio – e operou até 1904, quando interrompeu suas

atividades. Voltou em 1907, mas experimentou problemas de qualidade e

extinguiu-se definitivamente em 1918. Em Cachoeiro do Itapemirim, o governo

do Espírito Santo fundou, em 1912, uma fábrica que funcionou até 1924, com

precariedade e produção de apenas 8.000 toneladas por ano, sendo então

paralisada, voltando a funcionar em 1935, após modernização.(BATTAGIN,

2009)

Todas essas etapas não passaram de meras tentativas que culminaram,

em 1924, com a implantação pela Companhia Brasileira de Cimento Portland

de uma fábrica em Perus, Estado de São Paulo, cuja construção pode ser

9

considerada como o marco da implantação da indústria brasileira de cimento.

As primeiras toneladas foram produzidas e colocadas no mercado em 1926.

Até então, o consumo de cimento no país dependia exclusivamente do produto

importado. A produção nacional foi gradativamente elevada com a implantação

de novas fábricas e a participação de produtos importados oscilou durante as

décadas seguintes, até praticamente desaparecer nos dias de hoje.

(BATTAGIN, 2009)

Hoje, o Brasil é um dos oito maiores produtores de Cimento Portland do

mundo e, detém uma das mais avançadas tecnologias no fabrico desse

insumo. Só no ano de 2000, o Brasil produziu cerca de 39,6 milhões de

toneladas de Cimento Portland.

3.2. DEFINIÇÃO DE CIMENTO

Cimento portland é a denominação convencionada mundialmente para o

material usual-mente conhecido na construção civil como cimento. O cimento

portland é um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligan-

tes, que endurece sob ação da água. Depois de endurecido, mesmo que seja

novamente submetido à ação da água, o cimento portland não se decompõe

mais. (ABCP, 2002)

Por definição, é um “aglomerante hidráulico resultante da mistura

homogênea de clínquer Portland, gesso e adições normatizadas finamente

moídas” (MARTINS et al., 2008).

Aglomerante porque tem a propriedade de unir outros materiais.

Hidráulico porque reage (hidrata) ao se misturar com água e depois de

endurecido ganha características de rocha artificial, mantendo suas

propriedades, principalmente se permanecer imerso em água por

aproximadamente sete dias. (MARTINS et al., 2008).

As matérias primas utilizadas na fabricação de cimento devem conter

Cálcio (Ca), Silício (Si), Alumínio (Al) e Ferro (Fe), pois são estes os elementos

químicos que, combinados, vão produzir compostos hidráulicos ativos

(ROBERTO, 2001). Os materiais corretivos mais empregados na indústria do

cimento são areia, bauxita e minério de ferro. A areia é utilizada quando ocorre

deficiência em SiO2; a mistura de óxidos de alumínio hidratados é utilizada

quando ocorre deficiência em alumínio nas matérias primas; e o minério de

10

ferro (geralmente hematita) é utilizada quando corre deficiência em ferro.

3.3. COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO CIMENTO PORTLAND

Uma das melhores maneiras de conhecer as características e

propriedades dos diversos tipos de cimento portland é estudar sua composição.

O cimento portland é composto de clínquer e de adições. O clínquer é o

principal componente e está presente em todos os tipos de cimento portland.

As adições podem variar de um tipo de cimento para outro e são

principalmente elas que definem os diferentes tipos de cimento.

As adições são outras matérias-primas que, misturadas ao clínquer na

fase de moagem, permitem a fabricação dos diversos tipos de cimento portland

hoje disponíveis no mercado. Essas outras matérias-primas são o gesso, as

escórias de alto-forno, os materiais pozolânicos e os materiais carbonáticos.

• Clínquer

O clínquer é o principal item na composição de cimentos portland. Tem

como matérias-primas o calcário e a argila (ABCP, 2003). É fonte de Silicato

tricálcico (CaO)3SiO2 e Silicato dicálcico (CaO)2SiO2. Estes compostos trazem

acentuada característica de ligante hidráulico e estão diretamente relacionados

com a resistência mecânica do material após a hidratação.

O clínquer em pó tem a peculiaridade de desenvolver uma reação

química em presença de água, na qual ele, primeiramente, torna-se pastoso e,

em seguida, endurece, adquirindo elevada resistência e durabilidade (ABCP,

2003).

• Gesso

A gipsita, sulfato de cálcio di-hidratado, é comumente chamada de gesso

e é adicionada na moagem final do cimento.

O gesso tem como função básica controlar o tempo de pega, isto é, o

início do endurecimento do clínquer moído quando este é misturado com água.

Caso não se adicionasse o gesso à moagem do clínquer, o cimento, quando

entrasse em contato com a água, endureceria quase que instantaneamente, o

que inviabilizaria seu uso nas obras. Por isso, o gesso é uma adição presente

em todos os tipos de cimento portland (ABCP, 2002).

11

O gesso (CaSO4 • 2 H2O) é adicionado em quantidades geralmente

inferiores a 3% da massa de clínquer. É uma adição obrigatória, presente

desde os primeiros tipos de cimento Portland.

• Escória de alto forno

A escória de alto-forno é subproduto da produção de ferro em alto-forno,

obtida sob forma granulada por resfriamento brusco (MARTINS et al., 2008).

São obtidas durante a produção de ferro-gusa nas indústrias

siderúrgicas e se assemelham aos grãos de areia. Antigamente, as escórias de

alto-forno eram consideradas como um material sem maior utilidade, até ser

descoberto que elas também tinham a propriedade de ligante hidráulico muito

resistente, ou seja, que reagem em presença de água, desenvolvendo

características aglomerantes de forma muito semelhante à do clínquer. Essa

descoberta tornou possível adicionar a escória de alto-forno à moagem do

clínquer com gesso, guardadas certas proporções, e obter como resultado um

tipo de cimento que, além de atender plenamente aos usos mais comuns,

apresenta melhoria de algumas propriedades, como maior durabilidade e maior

resistência final (ABCP, 2002).

• Materiais pozolânicos

Os materiais pozolânicos são rochas vulcânicas ou matérias orgânicas

fossilizadas encontradas na natureza, certos tipos de argilas queimadas em

elevadas temperaturas (550ºC a 900ºC) e derivados da queima de carvão

mineral nas usinas termelétricas, entre outros (ABCP, 2002).

Também há possibilidade de se produzir pozolana artificial queimando-

se argilas ricas em alumínio a temperaturas próximas de 700ºC. A adição de

pozolana propicia ao cimento maior resistência a meios agressivos como

esgotos, água do mar, solos sulfurosos e a agregados reativos. Diminui

também o calor de hidratação, permeabilidade, segregação de agregados e

proporciona maior trabalhabilidade e estabilidade de volume, tornando o

cimento pozolânico adequado a aplicações que exijam baixo calor de

hidratação, como concretagens de grandes volumes (MARTINS et al., 2008).

Outros materiais pozolânicos têm sido estudados, tais como as cinzas

resultantes da queima de cascas de arroz e a sílica ativa, um pó finíssimo que

sai das chaminés das fundições de ferro-silício e que, embora em caráter

12

regional, já têm seu uso consagrado no Brasil, a exemplo de outros países

tecnologicamente mais avançados.

• Materiais carbonáticos

São rochas moídas, que apresentam carbonato de cálcio em sua

constituição tais como o próprio calcário.

A adição de fíler calcário finamente moído é efetuada para diminuir a

porcentagem de vazios, porque os grãos ou partículas desses materiais têm

dimensões adequadas para se alojar entre os grãos ou partículas dos demais

componentes do cimento, assim como para melhorar a trabalhabilidade, o

acabamento e até elevar a resistência inicial do cimento. (MARTINS et al.,

2008)

Existem no Brasil vários tipos de cimento portland, diferentes entre si,

principalmente em função de sua composição. Os principais tipos oferecidos no

mercado, ou seja, os mais empregados nas diversas obras de construção civil

são:

• cimento portland comum;

• cimento portland composto;

• cimento portland de alto-forno;

• cimento portland pozolnico.

Em menor escala os consumidos, seja pela menor oferta, seja pelas

características especiais de aplicação os seguintes tipos de cimento:

• cimento portland de alta resistência inicial;

• cimento portland resistente aos sulfatos;

• cimento portland branco;

• cimento portland de baixo calor de hidratação;

• cimento para poços petrolíferos.

Todos os tipos de cimento mencionados são regidos por normas da

ABNT, que dispõe de escritórios ou representações espalhados pelo país, nos

quais poderão ser adquiridas essas normas.

3.4. CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL

O cimento portland de alta resistência inicial (CP V-ARI) embora

contemplado pela ABNT como norma separada do cimento portland comum, é

na verdade um tipo particular deste, que tem a peculiaridade de atingir altas

13

resistências já nos primeiros dias da aplicação. O desenvolvimento da alta

resistência inicial é conseguido pela utilização de uma dosagem diferente de

calcário e argila na produção do clínquer, bem como pela moagem mais fina do

cimento, de modo que, ao reagir com a água, ele adquira elevadas

resistências, com maior velocidade.

Composição do cimento de alta resistência:

Evolução média de resistência à compressão dos distintos tipos de

cimento portland: (ABCP, 1996)

14

Tabela 1: Composição do cimento ARI

3.5. MASSA ESPECÍFICA

A massa específica aparente ou massa específica unitária é definida

como a massa das partículas que ocupam uma unidade de volume, ou seja, é

relativa ao material e a vazios, excluindo-se os vazios. (RIBEIRO, 2000)

De acordo Bauer, a densidade do cimento, em pasta, é um valor variável

com o tempo, aumentando à medida que progride o processo de hidratação. A

densidade absoluta do cimento Portland é usualmente considerada como 3,15;

embora possa variar para valores ligeiramente inferiores. O conhecimento da

massa específica do cimento é importante para cálculos de quantidade de

produtos nas misturas, por meio de volumes específicos dos materiais.

A massa específica do material deve ser calculada pela

fórmula seguinte:

onde:

ρ = massa específica do material, em g/cm³;

m = massa do material ensaiado, em g;

V2 - V1 = volume deslocado pela massa do material ensaiado em cm³.

15

Equação 1: Fórmula da massa específica

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais utilizados neste ensaio foram:

1 Proveta graduada;

1 Balança de precisão;

1 Béquer de vidro;

1 Luva de raspa;

1 Funil de vidro;

500g de cimento Portland de alta resistência inicial;

300mL de água;

1 Colher de plástico;

1 Câmera fotográfica;

3 Folhas de papel.

Primeiramente, colou-se o béquer de vidro na balança de precisão e

tarou-se a balança com uma precisão de 0,01 g. Adicionou-se 500g de cimento

Portland de alta resistência inicial medidas na balança no béquer de vidro com

um auxilio de uma colher de plástico. Então se colocou essa amostra de água

dentro da proveta graduada com um auxílio de um funil de vidro, medindo-se

300 ml. Improvisou-se um funil com folha de papel, e com o auxílio de uma

colher de borracha, colocou-se o cimento contido no béquer dentro da proveta,

pausadamente. Adaptou-se a norma NBR NM 23/2000 usando uma proveta ao

invés de um frasco volumétrico de Le Chatelier, devido a falta desse material

no laboratório.

Então com um auxilio de uma luva de raspa segurando a parte de baixo

da proveta, sendo necessário o seu uso devido ao estado da base do

recipiente, tapou-se com uma mão a parte de cima da proveta e agitou-se o

conteúdo interno da proveta para expulsar o ar que fica entre os grãos da

amostra. Esperou-se o cimento acentuar e repetiu-se o processo de agitação

até que a amostra não tivesse mais ar para se expulsar e tomou-se nota do

volume mostrado na proveta. Com esses dados, se calculou a massa

específica através da equação 2.

16

5. RESULTADOS

Os resultados estão expressos na tabela abaixo:

MASSA ESPECÍFICA

Amostra Massa de cimento (g)Volume de água (cm³)

Volume da proveta (cm³)

Massa específica (g/cm³)

1 500 300 460 3,125

Os resultados expressam a massa específica do cimento Portland de

alta resistência inicial (CP-V ARI) e os valores utilizados no ensaio para a

obtenção desse resultado.

O valor encontrado para massa específica do cimento é aproximado do

real, devida a falta do material necessário para realizar o ensaio piamente

conforme a NBR NM 23/2000, então optou-se pelo uso da proveta graduada

para realização do ensaio.

6. CONCLUSÃO

O ensaio de finura do cimento Portland realizado no Laboratório de

Estruturas, Materiais e Solos da Escola Superior de Tecnologia (EST) seguiu a

NBR NM 23/2000 - Cimento Portland e outros materiais em pó - Determinação

da massa específica.

Conclui-se que a massa específica do cimento Portland de alta

resistência inicial analisado é de 3,125 g/cm³. A NBR 5733 que regula esse tipo

de cimento, não possui parâmetros para massa específica, porém nas

literaturas utilizadas no relatório, a massa específica do cimento está no

intervalo entre 2,8 e 3,2 g/cm³. Logo, a amostra analisada neste relatório está

de acordo com esses valores citados.

A massa específica do cimento está ligada ao quanto de massa de

cimento tem-se em uma medida de volume, retirando o espaço vazio entre os

grãos. Esse valor é de alta importância para se calcular o traço do concreto, e

também pelo fato que o cimento é o elemento principal desse traço. Com isso,

podemos confeccionar um cimento conforme as especificações de projeto.

17

Este tipo de cimento não é vendido no estado do Amazonas, então

buscou-se esse material no estado do Rio de Janeiro, para que assim se

conseguisse realizar o ensaio nesta região do Brasil.

APÊNDICE A – MASSA ESPECÍFICA DO CIMENTO PORTLAND V

18

Figura 3: Proveta utilizada.Figura 2: Balança utilizada.

Figura 4: Conjunto proveta-funil.Figura 5: Estocagem do cimento.

19

Figura 7: Colher de plástico utilizada.

Figura 6: Pesagem do cimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOUZA R. Historia do Cimento, 2008

SIQUEIRA L. V. Materiais de Construção I. Joinville, 2008.

MARTINS, A. et al. Apostila de treinamento de mão de obra para

construção civil: Cimento. Cia. de Cimento Itambé. Curitiba, 2008.

BATTAGIN A. F. Uma breve história do cimento portland. 2009

RIBEIRO, J. C. Materiais de construção: Cimento. Universidade

Federal do Pará – UFPA. Belém, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), NBR

NM 23 — Cimento Portland e outros materiais em pó – Determinação da

massa específica, Rio de Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, Guia básico

de utilização do cimento Portland, 7.ed. São Paulo, 2002.

BAUER, L.A. Materiais de Construção, Vol. 1, 5ª edição revisada São

Paulo, 2000, Editora LTC

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), NBR

5733 — Cimento Portland de alta resistência inicial, Rio de Janeiro, 1991.

20

Figura 8: Leitura final da proveta.Figura 9: Dosagem da água.