ciguapa - joão jose gremmelmaier

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1 João Jose Gremmelmaier Ciguapa Primeira Edição Os 3 Textos da Historia, que o autor demorou mais de 3 anos para acabar! Curitiba Edição do Autor 2010/2013

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Ciguapa, nos depararemos com um militar Brasileiro, mandado a uma aventura na Guatemala, para dar cobertura a retirada de um relatório oculto, o militar se depara com uma moça que lhe vai atravessar a vida, o coração, algo que seria um romance simples, se ela não tivesse sua pela azulada, os pés invertidos, se ela não fosse uma Ciguapa.Este conto teve o primeiro capitulo escrito em 2010, e quando reli ele em 2013, ele ganhou vida, finalmente o terminando. Temos nesta historia personagens de Guerra e Paz, Crônicas de Gerson Travesso e Marés de Sal.

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João Jose Gremmelmaier

Ciguapa

Primeira Edição

Os 3 Textos da Historia, que o

autor demorou mais de 3 anos para

acabar!

Curitiba

Edição do Autor

2010/2013

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Autor: João José Gremmelmaier

Edição do Autor

Nome da Obra; Ciguapa ISBN:

As opiniões contidas no livro são dos personagens, em

nada assemelham as opiniões do autor, esta é uma obra de

ficção, sendo os nomes e fatos fictícios.

É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.

Sobre o Autor;

João Jose Gremmelmaier, nasceu em Curitiba, Paraná,

Brasil no ano de 1967, formou-se em Economia e atuou como

microempresário por mais de 15 anos. Escreve em suas horas

de folga como hobby, alguns jogam, outros viajam, ele faz tudo

isto, mas não abre mão de ficar a frente de seu computador,

viajando em estórias, e nos levando a viajar com elas pelo

mundo da fantasia.

Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz, Mundo

de Peter, Heloise e Anacrônicos, as quais se assemelham no

formato da escrita, por começarem como estórias

aparentemente normais, e logo partem para o imaginário

utilizando de recursos que interligam de forma sutil e

inteligente as diversas estórias entre si, fazendo com que o

leitor crie um certo grau de curiosidade em relação as demais

estórias.

CIP – Brasil – Catalogado na Fonte

Gremmelmaier, João Jose Ciguapa, Romance de Ficção, 464 pg./ João Jose

Gremmelmaier / Curitiba, Pr. / Edição do Autor / 2013 1. Literatura Brasileira – Romance – I – Título

2. Literatura Fantástica – Romance – I - Título

85 – 0000 CDD – 978.000

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Ciguapa 1

J.J.Gremmelmaier

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Um Um militar chega para seu primeiro dia em uma base do

exercito da Guatemala, e um senhor olha o rapaz novo, finalmente livre do problema, olhou o jovem;

— Deve ser Comandante Pablo Gamara!

— Sim, mas tenho de confessar que nunca havia ouvido falar de vocês!

O militar sorriu e falou;

— Ninguém nunca ouviu rapaz, mas eu vivo isto há 30 anos, esta na hora de descansar!

Estavam à beira de uma grande montanha na região de São Cristobal de la Casa, e o mais velho falou;

— Lhe apresento a base!

— Mas o que escondemos aqui?

— Nada que possamos falar aqui fora rapaz! – Fala o senhor olhando ao longe;

O jovem comandante olhou em volta, não entendeu, mas que aquele lugar era uma fortaleza, nunca fora revistado em nenhuma base do país e de repente lhe indicam uma base que ignorava a existência até o dia da indicação;

O senhor olhou para um segurança, pediu um veiculo elétrico pelo radio e o rapaz viu um buraco ao chão se abrir, um elevador surgir com um pequeno veiculo, olhando em volta, se via o portão mais ao longe, e uma pequena construção ao fundo, que até aquele momento o rapaz achava ser a base, entraram no veiculo e começaram a descer, ele não tinha noção de espaço e o general ao lado falou;

— O elevador nos desce os primeiros 80 metros!

O rapaz não via mais que os limites do elevador, até ele abrir e ver um grande túnel com umidade escorrendo por ele, iluminado, altura de mais de 20 metros, olhou ao fundo e via—se uma luz, o general ao lado estava o avaliando, e isto deixava as coisas meio tensas;

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O veiculo começou a andar, o que parecia um túnel curto, pois não se tinha noção de profundidade, o rapaz reparou que andaram mais de mil metros até verem uma porta translúcida, o rapaz estava pensando onde estavam, pois aquilo era dentro de uma montanha, de onde vinha a luz, um militar pediu para Pablo encostar na parede, passou um detector por ele, depois pelo general e somente depois disto liberou a entrada;

— Por que disto tudo general?

— Por que este lugar oficialmente não existe, e continuara assim!

O rapaz viu o que parecia uma parede translúcida, e só entendeu que ela tentava deter a iluminação interna, quando ela começou a abrir, o general alcançou um óculos escuro e o rapaz o pos, com os olhos já lacrimejando, a grande porta se abriu, mais de 8 metros de altura, por 6 de largura, viu que ela era grossa, quando olhada lateralmente parecia metal, não vidro, não entendeu;

— Rapaz, o que temos aqui, não é uma arma, e sim um controle que não existe, mas se mantêm, muitos não sabem de nossa existência, apenas sabem da prioridade da base, não do conteúdo, nada sai desta porta, nem informação, nem foto, nem som, nem um papel sequer!

— Ainda não entendo o que....— o rapaz silenciou—se, viu que existia outro vidro, e dentro, haviam seres que pareciam humanos, mas suas peles tinham duas cores, os homens uma pele acinzentada, e as mulheres, um pele azul escura, no centro daquilo, algo que parecia um cristal, brilhoso, que irradiava aquela luz – o que são estes seres, por que não vestem roupas?

— Este é um segredo do nosso estado maior das forças armadas, comandante, tudo que vê em volta é uma tentativa de aproveitar a energia emanada por aquele cristal, os seres, nós os chamamos de Ciguapa!

— Mas estão nus?

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— Sim, mas toda a tentativa de lhes socializar acabou em roupas queimadas, a temperatura corpórea deles não é alta, mas parece que quando retidas, esquentam e vão queimando o que os toca, mas fazem anos que não interferimos mais!

— Esta falando serio?

— Sim, repare dos pés deles!

— Estranho, os pés são para traz!

— Sim, os joelhos deles também são invertidos, o que os permite correrem bem mais rápido que um humano, e não tem tanto desgastes de articulações, mas este é apenas o começo rapaz!

O general parecia estar se divertindo, e pararam em um grande salão de comandos eletrônicos e placas de absorção, e um senhor chegou a eles e perguntou;

— Quem vem a nós general?

— Este é o Comandante Gamara, ele que vai me substituir depois de 30 anos de trabalhos incansáveis!

— Sabe que todos um dia sonham com este dia!

O general sorriu, e o novo comandante não entendeu;

Adentraram a uma sala ampla e uma moça veio a eles;

— General, algo especifico para hoje?

— Não Mari, este é o candidato a me substituir nos próximos anos, mas como eles estão?

— Calmos como sempre, nunca entendi isto general, quanto mais os observo menos entendo?

— Algum problema? – A feição do general mudou, olhando—a seriamente;

— Não, é que em 3 dias teremos aquela brutalidade, e nunca entendo ela!

— Do que estão falando? – Pablo;

O general olhou—o seriamente e falou;

— Comandante, aqui seguimos regras bem a risca, a maioria aqui nunca teve contato com estes seres, mas eu, a

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29 anos, tive e perdi dois grandes amigos por causa disto, então toda a interação com estes seres é proibida, entendeu?

O rapaz era novo, não entendeu a austeridade, mas reparou o general olhar para a moça e falar;

— Sei que é triste olhar, então não olha, mas não se deixe enganar pela aparência, nada é o que aparenta Doutora Mari!

A senhora desviou os olhos e falou;

— As vezes queria apenas saber por que fazem aquilo?

— Por que eu não sei, Doutora, mas um dos meus melhores homens uma vez tentou salvar uma daquelas crianças, para mim parece que foi ontem – o senhor pareceu recordar – estávamos ainda montando o local, não tínhamos cooperação nem com o pessoal no Brasil e nem do pessoal do Afeganistão, hoje dividimos informação, mas no passado todos sofremos perdas com isto – o comandante olhou, pois nunca soubera do lugar, e estavam falando em cooperação com outros dois países aparentemente sem conexão nenhuma – mas na época relatamos o primeiro dia, e no segundo, um amigo, não conseguiu ver aquilo e entrou lá, os seres se afastaram dele, não o atacaram, não fizeram nada além de um ser mais idoso parar na frente dele, tentou apenas o barrar, mas quando ele saiu, com aquela criança, aparentemente normal nos braços, pés corretos, pele rosada, não como a deles, achamos que poderíamos salvar a segunda, e dois dos nossos foram lá e retiraram a segunda criança, havíamos documentado a morte de uma no primeiro dia, algo que estranhamos profundamente, crianças aparentemente normais, que nunca nos eram visíveis, a vimos minutos antes da execução, que não é nada boa de se ver, — o senhor deu uma pausa, Pablo estava a olhar para dentro, não pareciam preocupados com a estada ali, mas o brilho daquela pedra realmente era incrível, mesmo de óculos, as vezes ele tinha a impressão de que tudo em volta ganhava mais brilho, mesmo que sem olhar para a pedra – mas o que aconteceu nos dias seguintes, foi que vi médicos e outros, pelo menos 10

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pessoas, se apegarem as crianças, e com o tempo, estas pessoas foram ficando doentes, os exames de sangue diziam que estavam bem, tudo indicava que não estavam doentes, mas quando Carlos, o primeiro a tirar a criança lá de dentro morreu dormindo, soubemos que era algo a mais, tivemos depois de cinco mortes a morte da primeira criança, e os outros 5 morreram seguidos da segunda criança, até hoje não entendo o que aconteceu, mas sei que o apego deles as crianças os matou, não tenho como explicar o que sinto quando vejo estas crianças, mas nada de bom vem delas!

Pablo não opinou, mas a doutora embora parecesse sempre ouvir o general achava que poderia fazer algo;

— Sei que pareço descrente general, mas não poderia ser algo que eles carregam, um vírus, uma bactéria não identificada? – O Comandante;

— Eles tentam até hoje descobrir a causa morte, Comandante Gamara, mas nada que indique um caminho a seguir, já fizeram exames ate genético nas crianças, que ainda mantemos congeladas, geneticamente são outros seres, não humanos, segundo a doutora aqui na frente, nunca haveria descendentes numa relação entre humanos e os Ciguapas!

A doutora olhou o novo comandante e falou;

— Geneticamente, eles tem a parte genética que nos dá a aparência, mas são muito diferentes, eles não vivem mais do que 25 anos, mas não sabemos se não é o contato direto com a radiação que os faz isto, mas internamente eles tem um fígado quase insignificante, não tem apêndice, tem 36 dentes, a pele deles, como vê é diferente da nossa, ela absorve a energia desta pedra, que é o nosso estudo mais valioso, temos 3 pedras desta no planeta, aparentemente idênticas, mas como não nos é permitido nem fotografar a mesma, para comparação, ficamos pelo que vemos, observando cada canto, cada ranhura! – A doutora olha para fora. – Eles não tem fome, não se alimentam, nós estamos a olhar isto a mais de 28 anos com toda atenção, e nunca os vimos em uma relação a dois, ou qualquer coisa que parecesse uma relação sexual,

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mas as moças engravidam e dão a luz geralmente a gêmeos, não idênticos, um macho e uma fêmea, pelos relatos, algumas crianças são deixadas mais próximas a pedra, quando isto acontece, não conseguimos observar, sabemos por medição de calor que estão lá, mas não as vemos com os olhos!

— Mas qual a base da pesquisa?

— Energia, genética, sobrevivência em outros ambientes, existe no Brasil um estudo genético que pretende tentar cruzar humanos com esta espécie, seria um ser capaz que com uma pequena pedra no comando de uma nave, sobreviver sem comer por muito tempo!

— Mas e a ética disto?

A doutora sorriu e falou;

— Comandante, isto que falei, não tem em relatórios, não li e nem vi em lugar nenhum, então não aconteceu, mas segundo os relatos, eles conseguiram fecundar in—vitro algo assim, mas segundo os pesquisadores, o feto não sobrevive ainda ao nascer, algo acontece antes e ele morre, não entendem ainda o que acontece, mas tem relação com o que o general descreveu, quem sede a barriga morre antes do parto, tentaram com macacos, e deu no mesmo resultado, morte prematura!

— Esta a dizer que só não existe este ser, que pelo jeito é geneticamente nem humano e nem desta espécie, pois ele não sobrevive ao nascimento?

— Sim, e se falar isto fora desta base, pode ser considerado alguém morto também! – A doutora;

O comandante olhou serio para o general;

— Sei que parece terrorismo Comandante Gamara, mas estamos perto de uma placa de absorção, a energia desta placa mudaria a forma de obtenção de energia, mas isto também nos fez desenvolver uma tecnologia própria para absorção da energia solar, e muitos equipamentos de ultima geração para transmissão e armazenamento de energia!

— Então esta é uma base cientifica do exercito?

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— Sim, somos uma base de cientistas, a observar algo que desconhecemos, mas que já faz 30 anos, não sei exatamente quem, unificou os três problemas e começou este trabalho, estávamos no meio da guerra fria ainda rapaz!

— Mas qual a idéia em si quando os reunirão?

— Dizem que houve uma leva de mortes, no Afeganistão, que ninguém sabia exatar, na época controlado pela URSS, foi quando isolaram o primeiro grupo, nas montanhas de Imaus, lá eles os denominam de Abarimon, a pele das fêmeas são esverdeadas, verde floresta, e os machos parecem os mesmos!

— Falou em um terceiro grupo?

— Estes nem sei onde é, assim como os demais não sabem onde ficamos, mas fica no Brasil, onde não tenho idéia, aquele pais é imenso, mas o ser feminino lá tem uma cor verde oliva, e o macho, chega a um cinza bem mais claro que o nosso, as vezes parecendo um albino, mas com cabelos bem avermelhados, lá o chamam de Curupiras!

— E geneticamente, nunca compararam os seres?

— Temos um exemplar congelado de cada espécie, comandante, e eles são compatíveis geneticamente, mas parecem evitar contatos com os de outras cores!

— Alguma idéia por que?

Os dois balançaram a cabeça negativamente;

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Dois O militar foi apresentado a sua nova casa, uma vila

incrustada na montanha, em uma saída lateral, vê que o local era agradável, mas não se via muito dali, duas montanhas, um vale fechado, com um rio, dentro de uma fenda de milhões de anos, se ajeitou em sua casa, olhando a dos demais, as crianças dos militares, quando foi para aquele local pensou que isto seria vetado a ele, pois fizeram tantas perguntas referente a família, a relações pessoais, que pensou que o ser solteiro, sem irmãos, pais falecidos havia pesado a favor, mas vendo as crianças, ficou na duvida.

Tomou um banho, e voltou a base, existia a oeste da vila, uma grande porta azul metálica, uma porta encravada na rocha, lembra que chegou ali vindo do oeste, então a pseudo—base deveria estar atrás daquela montanha, caminhou os 2 mil metros até ali e um militar falou;

— Comandante Gamara seja bem vindo a base!

O rapaz batel continências, e o comandante leu Silva no nome estampado no bolso;

— Poderia me confirmar se minhas coisas vão chegar quando?

O rapaz olhou o grande helicóptero vindo por cima da montanha e falou;

— Devem estar chegando senhor!

O comandante passou em um detector de metal, em todas as entradas e saídas continham alguns, deixou duas insígnias de sua veste numa gaveta, e adentrou ao local, as pegou novamente e continuou;

Um túnel imenso, de 14 metros de raio, avançava para dentro da montanha, nitidamente escavado, em alguns pontos a infiltração fazia caírem pingos de água, andou por aquele túnel 2 mil metros e outro detector na entrada do elevador, ali houve revista também, a segurança era estrema no local, pegou o elevador, não tinha ainda noção de quantos metros a

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baixo aquele elevador o levava, quando pegou o óculos de proteção e avançou para a sala, viu que havia uma pequena festa de despedida para o General, ele parecia feliz de se livrar do peso, se imaginou saindo dali dentro de poucos anos, para uma base maior, mas não tinha nem noção de quando seria;

O general o cumprimentou, estavam a tomar refrigerante, e muitas lembranças foram trocadas entre os presentes, o senhor estava contente, mas depois de uma meia hora, voltou a feição seria, e olhando para o comandante falou;

— Tenho ainda este dia, Comandante Gamara, para poder sair daqui!

— Estou a disposição!

O general fez um movimento para o rapaz ir a frente, e entrou numa sala onde a cientista Mari os esperava;

— Bem vindo Comandante Gamara!

O rapaz sentou—se e ela começou a passar uma aula referente ao local;

— Comandante, algumas coisas tem de saber antes de assumir o posto de Comandante Geral das Instalações!

— Estou ansioso para isto!

— Primeiro, esta base não existe oficialmente, então tudo que falarmos aqui, não contem em nenhum relatório que saiu destas paredes!

O rapaz estranhou, pois se não tivesse saído nada, não teriam como nem o indicar para lá;

— Mas o principal é a estrutura, estamos a 100 metros do nível do mar, mas sabe que adentrou a base a mais de 600 metros do nível do mar, então estamos em um buraco maciço, com uma caverna que foi formada no dia que estes seres chegaram ao planeta, alguns tentam exatar o acontecido, temos uma estimativa, 65 milhões de anos!

— Afirmam isto baseados no que? – Comandante Gamara;

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— A nave deles, ou com puder determinar aquele ponto brilhante ao centro da caverna, que abriu a fenda do vale, que se estende do atlântico até aqui!

— Esta dizendo que foi isto que causou a extinção dos dinossauros?

— Estamos estudando isto, mas três objetos destes caíram no planeta na mesma época, este parece ter sido o de maior impacto, os demais parecem der simplesmente aterrizado, mas por isto estudamos estes seres, e o que é aquele objeto lá a frente;

— O que preciso saber? – O Comandante;

A senhora sorriu, o rapaz era rápido, nem tudo seria passado para ele, mas era imperativo ele saber de algumas coisas;

— Comandante, este é um laboratório cientifico, mas como algumas coisas as vezes não nos são de total controle, precisamos do exercito, mas somos cientistas em sua maioria!

Gamara ficou quieto e ela apresentou alguns vídeos, e começou a explicar que a intenção ali era de conseguir transformar aquela luz em energia, aquela era a prioridade dela, haviam grupos que estudavam o poder genético dos seres, ele estava achando chato até a senhora falar algo que lhe soou como difícil de acreditar;

— Um pequeno detalha, Comandante, com exceção das crianças que tiramos lá de dentro, e morreram, nós nunca vimos um ser deste morto, assim como não vemos as grávidas, vemos apenas depois de que elas nascem, mas existem cientistas que estão convencidos que eles não morrem!

— Mas como? Eles se reproduzem e não morrem, onde esta indo o excesso de seres?

— Esta parte não é minha parte, mas com certeza, verá que nem todos concordam com esta tese!

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O dia foi longo, apresentando as instalações, e quando no fim do dia o General se despediu, se via que ele deixava para trás uma parte de sua vida;

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Três O general com a esposa, ele deveria ter perto de uns 65

anos, a esposa parecia mais jovem, uns 50, e duas filhas de 16 e 14, e um menino de 12 se despedem na vila, um grande helicóptero, igual ao que trouxera as coisas do Comandante desce e eles sorrindo se vão no sentido de sul no sentido de Tejutla, onde o general havia comprado uma casa nas montanhas, ele queria descansar, mas aposentadoria era algo que militares raramente estavam prontos a encarar.

O grande helicóptero desce a frente de uma casa bem arejada, com uma grande varanda, os deixando lá.

O general estava a entrar pela porta da casa e só ouve o primeiro tiro, olha para trás e vê uma das filhas cair, sem tempo de reação viu a esposa que o abraçava ser atingida por um tiro, a cabeça dela virou sangue, e antes de tudo apagar, viu apenas uma granada ao chão.

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Quatro Comandante Gamara estava a 3 dias aprendendo

quando presenciou o matar de duas crianças aparentemente saudáveis, que pareciam normais, suas peles não eram como a dos seres, olhou aquilo mas não interveio, via na feição dos cientistas que não gostavam daquilo, mas se estava ali para manter as regras as manteria, mas a cena não saiu da mente do rapaz, e Mari chega ao lado dele e fala;

— Sei que é difícil, mas agora vem a parte que estranhamos mais!

O comandante olha que são trazidos outros, estes tinham a cor ou de fêmea, azul, mas não na intensidade das mães, azul bem claro, e os meninos, uma pela branca, não era clara, era branca ao total, até os pelos eram brancos a cabeça das crianças, e viu eles irem com as crianças no sentido do grande cristal, e estes ficarem quase translúcidos, se conseguia ver pois os cientistas se prepararam para esta parte, a anos tentam ver com mais detalhes, pois o brilho do cristal não permitia a vista ver isto, mas estavam filmando com todo tipo de filtro, todo tipo de ondas, os cientistas estavam eufóricos, e um deles ao terminar, chama a senhora;

— Mari, repare nisto!

O comandante chega junto e ele mostra;

— O que conseguiu Rick?

O rapaz reproduziu lentamente a exposição, a tela dele mostrava em paralelo 4 imagens, uma com filtro, mas a imagem normal, outra em raios ultra violetas, uma que controlava a emissão de íons radioativos, e uma que exatificava a temperatura dos corpos naquele momento;

— Alguma teoria para isto?

— Lembra do que o general sempre falava das crianças que saíram de lá?

— Sim, como esquecer uma historia contada milhares de vezes!

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— Olhe o nível de absorção das crianças! – O rapaz apontava a temperatura das crianças subindo abruptamente, e olhando a imagem normal, elas estavam quase translúcidas, tamanha a energia que estavam a absorver – Elas absorvem o calor, a radiação e a luz, senhora!

— Esta a dizer que eles podem se alimentar não só da luz, mas do conjunto total? – A cientista;

— Parece que neste momento isto acontece, não sei se sempre, mas lembre que eles sempre trazem as crianças e fazem este apresentar ao cristal, que chamamos de batismo aqui, mas pode explicar por que matam as demais!

— Por que? – Mari;

— Se você tivesse um filho que tem uma única forma de sobreviver, que é absorver a energia do meio, o que faria se ele nascesse sem esta capacidade!

— Acha que eles os matam para não os verem morrer? – Comandante;

— Acho, mas é apenas uma acho!

— Apenas por que?

— Por que nunca vimos eles esporem uma destas crianças que nascem com a pela mais para o rosado como a nossa, a este batismo!

Gamara ficou a pensar naquilo, e vários cientistas olharam aquelas imagens, depois analisaram outros dados, temperatura total do local, concluíram que quando apresentavam as crianças, nada mudava na temperatura geral, a radiação geral era normal,

Rick olha para a câmera ainda fixada nas crianças, e estranha os dados, e olha para Mari;

— O que aconteceu Rick, não gosto desta cara?

— Olha os dados, parecem inaceitáveis, senhora!

A doutora olha os dados e olha para os demais e fala;

— Todos para a sala de traz!

O Comandante olhou para aquilo, e mesmo que instintivamente, eles recuaram a toda a volta, o laboratório

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estava em uma das laterais do cristal, mas tinha duas linhas de vidro de proteção, depois os laboratórios, depois outras 3 linhas de proteção de vidro, e somente depois daquilo, os escritórios e a base. O comandante viu que algo estava errado, pois a senhora fez todos recuarem, ele fez sinal para os militares recuarem, mesmo sem entender;

— O que esta acontecendo? – Comandante Gamara;

— As crianças estão transmitindo em Micro ondas, radiação eletromagnética, mas estão muito próximas de 2,45 GHz, e isto nós nunca vimos!

— Não entendi?

— Depois falamos!

Rick estava a puxar os dados na maquina ao fundo quando eles vêem os 2 primeiros vidros derreterem, e os computadores internos entrarem em curto, e olhou em volta, já estavam em uma linha fora do alcance, e Mari olhava incrédula aquilo;

— Pode me explicar? – Gamara;

— Explicar não, relatar!

— Então relate!

— Eles vibraram a freqüência de um micro ondas normal, mas numa freqüência próxima a que alguns metais, a água e algumas moléculas vibram, eles emitiram algo variando, — a senhora olha os dados – entre 2,1 GHz, e 4,1 GHz, nós cozinharíamos como um ovo no micro ondas lá perto! – Fala a cientista apontando para o local – mas como algo pode variar assim, com uma variação destas não tenho como saber!

Os cientistas estavam olhando os dados e Rick falou;

— Perdemos quase tudo da observação anterior!

— Mas estamos vivos, rapaz, isto antes da ciência!

O rapaz olhou o computador na peça ao lado e Mari olha para outro ao fundo e fala;

— Vamos precisar de proteção neste sentido!

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Gamara não entendia, vidro para ele não tinha freqüência tão baixa, mas olhou ao chão e viu que embora translúcido quando direcionado para os seres, não o era, era um metal, que derreteu ao chão com a freqüência certa;

A correria se fez, mas o comandante viu que os seres pareceram nem se preocupar em vir naquele sentido, estranhou isto, seria natural olharem ao menos, já que parte teria derretido de seu mundo, olhou para o rapaz e perguntou;

— Consegue verificar por que eles não são atingidos?

Mari olha para o comandante e depois para Rick;

— Vê a freqüência molecular deles, nunca pensei em algo assim!

Rick põem as câmeras a gravar, mas sobrara poucas ligadas naquele ponto, olhou para a doutora e falou;

— Acho que a câmera 3 esta funcionando, deve ter na memória parte das gravações anteriores!

— Já é seguro? – Mari;

— Sim!

Gamara faz sinal para os seus começarem a entrar novamente, e tomarem posição, os cientistas vieram atrás recolhendo os resíduos, recolhendo o material para analise, e finalmente, começaram a por uma placa de proteção, era estranho como depois de 3 minutos absorvendo a energia, esta ficava translúcida, aquilo era parte dos estudos;

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Cinco Em uma base em meio a mata Atlântica, num ponto

afastado de Manaus, Brasil, mais de 300 km a noroeste, um general recebe uma ligação;

O senhor sorri e depois de uma conversa curta, manda chamar dois senhores, pelas insígnias, militares da Marinha do Brasil, e fala;

— Generais, talvez tenhamos acesso ao que precisávamos!

— Como assim?

— Temos alguém infiltrado na Guatemala, e parece que ele vai conseguir desviar uma quantia do material, para estudarmos!

— A pessoa é de confiança? — Um dos generais;

— Sim, parece que lá eles fizeram algo que não fizemos aqui, por isto estão tendo mais sucesso!

— O que aquele general conseguiu?

— O general foi morto a 3 dias senhores, mas eles mantiveram os seres vivos, e parece que parte do controle, vem dos próprios seres!

— Aqueles animais? – O segundo General;

— Aqueles seres estranhos, mas estou mandando alguns dos meus ficarem de olho na base deles!

— Vai mandar quem para lá?

— Tenente Siqueira!

— Não gosto daquele encrenqueiro!

— Também não, mas precisamos de alguém rápido de pensamento e ação!

Os dois generais que haviam sido chamados se olham e um pergunta; — Mas não vai abrir nada para ele?

— Não sou maluco! - O senhor chegou ao grupo e acertaram os detalhes;

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Seis No Pentágono no departamento de Assuntos

Estratégicos, um general olha um técnico a porta e pergunta;

— O que ouve Yuri?

— Acho que depois de 20 anos descobrimos o local da base ―Ciguapa‖!

— Tem certeza? – Fala o general sorrindo;

— Não, mas tivemos uma emissão imensa de energia da região, e estamos colocando os satélites para confirmarem a localização, mas está onde deveria, mas as fotos não mostram muita coisa, uma vila de 20 casas, e uma base bem acanhada!

— Me confirma, mas por que acha que é lá?

— Uma forte emissão de radiação eletromagnética, mas em uma intensidade muito grande, e numa variação impensada!

— Me verifique e comunique!

Dois satélites foram desviados um pouco mais ao sul em suas rotas, e os dados começam a chegar;

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Sete Numa base de treinamentos, 50 km de Manaus, um

tenente especializado em treinar soldados ao meio da selva recebe uma determinação, e uma observação estranha, mas ele não contestava ordens;

―Missão de Averiguação, em conjunto com 3 militares ao norte da Guatemala, comparecer a base de Manaus até a manha do dia 5 de outubro, as 6 horas‖

O tenente pede para falar com seu superior, apresenta a carta, e o mesmo providencia a substituição dele nos treinamentos, pega uma voadora e desce o rio no sentido de Manaus, passando em sua casa antes, Tenente Siqueira fora um militar muito ativo, mas nunca oficialmente em ação, agora com seus 46 anos, já não era um jovem, mas tinha seus músculos sempre exercitados, passou por guerras que para ele não tinham sentido quando jovem no exercito, como a de Angola, a de Moçambique, exercito de Paz da ONU em Serra da Leoa, então embora conhecesse o mundo das guerras, não era especialista em América Central, onde não haviam países de língua portuguesa;

Passou em uma cabana a beira da floresta, deu as ordens para o rapaz que cuidava da casa, um descendente de índio, que a muito trabalhava na região, alguém que gostava de historias que o tenente ria pela crença do rapaz;

Na manha seguinte estava a se apresentar numa base em Manaus, e quando viu o General Rosa a sua frente, sabia que vinha bomba, pois o senhor não gostava de Siqueira, e os motivos não tinham como serem consertados, mas o tenente bateu continência e ouviu, ao lado de dois outros rapazes;

— Rapazes, a missão é simples, temos um informante na região das montanhas São Cristobal de la Casa, a missão é ajudar o rapaz, a tirar uma amostra de um material da região, apenas isto!

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— Qual o risco? – Perguntou o Tenente Souza, 32 anos, negro, um metro de oitenta e cinco, olhando para o general;

— O risco é que estamos em terreno onde não devemos, vocês não estão lá, e o rapaz também não, então melhor não aparecer!

— Partimos quando? – Tenente Siqueira;

— Esta tudo pronto, vocês vão ser inteirados dos detalhes voando para lá, não temos mais de 24 horas para tirar o nosso homem de lá!

— Algo mais senhor? – Souza;

— Não, os detalhes da região terão acesso no caminho!

Os três foram a base e um tenente os recebeu, a porta de um Hangar e falou;

— Poderiam me acompanhar?

Os três caminham ao lado do senhor e adentram a uma sala, cada um sentando a uma cadeira plástica;

— Rapazes, o que vou falar, o general não gosta nem de discutir fora desta base, mas vocês vão precisar usar uma roupa especial, nesta operação!

— Motivo? – Souza;

— O rapaz que vocês vão trazer, pode estar contaminado por radiação, o material que ele traz vai estar bem armazenado e não representa problema, mas ele não sabemos a situação, então vamos lhes proporcionar uma roupa leve, mas com isolamento para alguns tipos de radiações!

Siqueira estranhou, não estavam indo a um lugar que soubesse existir qualquer coisa a nível de energia nuclear, mas ficou a ouvir;

— Outra coisa, se forem capturados, não teremos como os tirar de lá rápido, e se eles colocarem em uma base como a que esta o Tenente Silva, nem temos chances de os tirar de lá, então melhor se cuidarem!

O Tenente Guedes olha para os três e pergunta;

— O que traremos de lá?

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— Tenente, nem eu sei o que vira de lá, mas sei que assim que chegar, terá um avião esperando o Tenente Silva, para o levar a uma base que não sei onde fica, então não sei do que se trata!

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Oito Faziam 16 horas que estavam a voar quando foi dado o

aviso e os três tenentes se jogaram ao ar, Souza e Guedes olhavam para Siqueira como se o que fazia um velho nesta missão, os 3 pularam e desceram nas proximidades de Tejutla, e começaram a caminhar a norte.

A região era montanhosa, e os 3 caminharam mais a noite, tinham o mapa das áreas de floresta natural, e iam beirando montanhas, caminharam mais de um dia, e ao longe de uma base aparentemente sem nada de mais, viram dois grandes caminhões chegarem a região, nada se via do interior dos containeres, mas viram o chão se abrir e os grandes caminhões começarem a sumir como se fossem descendo em um grande elevador, Souza documentava tudo.

Siqueira ficou mais ao fundo, enquanto os dois avançaram, a ordem era ficar o mais invisível possível, então ele estava a cumprir ordens, era fim da tarde, quando um rapaz, saiu pela porta do quartel, olhando para traz como se esperasse que ninguém estivesse ali, realmente não tinha ninguém, Siqueira olhou pelo binóculos e batia com a foto do informante a retornar para casa, Souza e Guedes estavam mais avançados.

Siqueira estava imóvel em uma montanha a mais de dois mil metros da base, Souza e Guedes, estavam a 70 metros dele, uns 40 para baixo, quando ele sente uma pedra lhe cair ao ombro, a experiência o fez mexer—se lentamente no sentido da pedra, não conseguiu ver nada, mas deu dois toques nos sinalizadores portáteis dos dois rapazes a frente, quanto Souza olhou para traz, Siqueira ouviu os tiros, e viu uma bala lhe atravessar a cabeça, olhou para o rapaz a sair da base, que ouvindo os tiros parou e levou 3 tiros certeiros, caindo com a pequena mochila as costas, Guedes se escondeu, mas era obvio que alguém a cima o havia visto, mas este estava longe da vista de Siqueira;

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Os dois ficaram imóveis, e ouviram uma leva de helicópteros virem baixos, do norte, muito rentes as montanhas.

Os disparos dos helicópteros mandaram pelo ar os três prédios visíveis da base, enquanto 3 deles baixavam sobre aquele ponto, outros 3 passaram rente ao topo da montanha a frente e se ouviu mais disparos, Siqueira viu uma fumaça branca erguer do outro lado, se recolheu ao seu canto, e sentiu militares passando por ele, ouviu tiros, mas naquele momento não teria o que fazer, esperou eles afastarem—se, ele lentamente saiu do local onde estava, armou o rifle de precisão e por seu visor olhou primeiro os corpos, 3 mortos que não deveriam nem estar lá, olhou para a base, e viu os militares colocarem explosivo na grande porta que vira abrir anteriormente, olhou o rapaz que saiu, eles não sabiam quem era, não pegaram sua mochila, sem ser percebido no lugar de descer, subiu um pouco mais, e se inteirou de como estava a situação;

Na base os militares estouram a grande porta, e uma leva de militares começa a entrar na base;

Siqueira esperou a primeira leva de militares entrar, se posicionou, e primeiro disparou contra os 3 pilotos, já fora dos helicópteros a olhar o local, achavam que seria tranquilo até aquele instante;

A sua posição ficou visível, começaram a revidar os tiros, mas antes de poderem reagir, os 12 rapazes estavam ao chão, Siqueira desceu lentamente e atento, com o rifle as costas e uma automática a mão, passou pelos companheiros, pegou as credenciais e documentos, e foi até o rapaz com a mochila, a colocou nas costas e foi adentrando com calma a base, pegou 3 granadas e pôs uma em cada helicóptero, e os mesmos explodiram enquanto ele corria para a entrada, agora explodida da base;

Olhou o buraco e viu uma pequena escada em uma das pontas, pensou o que deveria fazer, começou a entrar, as ordens eram para não fazer isto, pegar a mochila e se

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mandar, mas ele não fez isto, começou a descer a escada, atento a cada passo, no primeiro corredor, ele pôs granadas nas duas pontas do mesmo e pôs um pequeno fio a 10 cm do chão entre as duas, fez isto nos 3 corredores superiores, marcando com uma caneta a parede na altura de cada granada.

Siqueira foi descendo, ouvia tiros do outro lado, estava a descer a um bom tempo quanto ouviu o estouro vindo de cima, agora sabia que estava cercado, olhou em volta, colocou mais 3 seqüências de granadas, e recuou, entrando em uma porta, escuridão total, ouviu os militares falarem passando por ele, Norte Americanos, entendeu que as duas operações eram ilegais e irregulares, mas eles estavam muito mais próximos de casa que Siqueira;

Ouviu o rapaz falar para os demais cuidarem com as granadas e continuarem a descer, Siqueira esperou um pouco e saiu pela porta e voltou a descer, passou pelas granadas e tentou deixar que os militares fossem a frente, em um grande corredor, viu ao fundo os militares terminarem de matar um soldado que havia se entregado, e avançou, enquanto eles entraram na base, ele olhou para as portas e antes de entrar, as fechou, viu que tinha uma fresta, provavelmente explodiram um pedaço, um entrou e depois abriram para os demais entrarem, ele fechou a porta mas mesmo assim ficou uma freta de entrada, e estourou os controles.

Os militares estavam descendo pelo elevador quando Siqueira forçou a porta superior de acesso, e jogou 10 granadas para baixo, ele ouviu o estouro e viu os cabos de aço se soltarem, olhou para baixo, era profundo, o elevador começou a acelerar, não gostaria de estar lá dentro quando chegasse ao fundo;

Pegou uma corda, e olhou um rapaz ao fundo escondido, e falou;

— O que faz ai, rapaz? – Em espanhol;

— Quem é você, esta matando os invasores!

— Sabe que nada pode sair daqui, ou não sabe?

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— Sei, mas eles podem sair pelo outro lado!

— Eu faço a minha parte, não posso fazer tudo! – Siqueira;

— Quem é você? – Perguntou de novo o militar;

— Exercito Brasileiro!

— São da outra base igual a esta?

Siqueira pensou, não sabia do que o rapaz estava falando;

— Sabe que segredo é tudo neste mundo! – Respondeu ele;

O soldado sorriu e falou;

— Tem uma entrada lateral!

Siqueira viu onde o rapaz apontava e perguntou;

— Tem corda?

— É muito fundo!

— Quanto?

— 300 metros!

Siqueira chega a outra entrada, olha a descida em caracol e lança ali duas granadas, e vê a entrada desabar, o militar olhou assustado, Siqueira pos a mochila do rapaz que pegara do lado de fora, pos a frente do corpo, tirando uma que carregava ao ombro com o rifle, pos as costas e pulou no buraco, não era tão estreito assim, o para—queda se abriu as costas, e sentiu as pernas tocarem algo ao chão ainda em uma velocidade grande, fazendo um grande barulho, ouviu alguém do outro lado e se postou a parede, viu os tiros que passavam o teto do elevador.

Siqueira nem sabia quem estava atirando, mas com certeza fosse quem fosse não seria amigo muito tempo, armou a automática, e por uma freta lateral entre a parede e o elevador soltou uma granada, quando ela explodiu, o elevador mexeu lateralmente, enquanto ele se ocultava do outro lado, um rombo se fez naquele lado, nem olhou para onde ia o rombo, lembrou de uma vez que ficara entalado em uma operação em Angola, que tiveram de tirar ele de lá

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depois do fim do conflito, mas o que mais perturbou ele não foi as pessoas, e sim, um clarão que tomou o local, todos estavam olhando para ele, mas não por que esperavam ele ali, e sim para desviar a luz, adentrou o elevador e deu alguns tiros, se escondendo ao canto do elevador, sentiu o ombro ser atravessado por algo, provavelmente uma bala, ouviu gritos, ou ruídos, que pareciam ser pessoas sendo mortas, olhou para dentro, pessoas com vestes de cientistas, todos mortos ao chão.

Ele não queria morrer naquele dia, mas nunca se preocupara muito com isto, por isto nunca casara, nunca tivera filho, pois não se preocupava se morreria em uma operação, isto fazia alguns generais odiarem ele, principalmente quando outros morrem, e alguns são filhos de generais.

Siqueira pegou as 4 ultimas granadas, tirou os pinos e contou até 5 e as atirou de uma vez, mal deu para chegar ao chão e estavam explodindo, ele não teria outra chance, se jogou ao chão, sem enxergar nada e começou a dar tiros, a esmo, com variação de 5 graus, quando a ultima das 16 balas da automática saiu, ele puxou um carregador, a dor no braço estava grande, mas sem ver nada deu mais 16 tiros, ouviu um silencio inicial e ouviu alguns dando tiros mais a frente, olhou ao chão e ao lado de um cientista tinha um óculos de proteção, ele colocou e viu logo após isto, corpos nus, azuis e cinzas mortos ao chão, tiros na cabeça, olhou ao fundo os militares avançavam e iam matando estes seres, nunca vira seres assim, inicialmente não soube o que fazer, mas quando viu uma moça ao chão, morta com tiro a cabeça e uma criança também morta a sua mão, re—carregou a arma, se deitou sobre uma mesa, ele sabia que quanto menor o ângulo de ação para eles atirarem, maior seria o estrago.

Os militares viram que estavam sendo abalroados pelas costas e voltaram—se ao ponto de onde estava vindo os tiros, Siqueira não sabia quantos militares tinha ali, mas sempre fora um militar de campo, não de escritório, o ombro começava a

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latejar, ele viu quando um senhor mais velho saiu por trás da grande pedra brilhosa a sua frente e os militares nem pesaram, o fuzilaram, isto lhe deu a visão e posição deles, suficiente para 6 tiros precisos, a automática estava descarregada, pegou o rifle, por reflexo pôs os olhos da lente e sentiu antes de chegar a vista um pedaço da pele do rosto queimar, arrancou a mira e ficou ali a olhar o silencio, sabia que tinham mais, ele com calma avançou, e de longe matou os 6 militares, viu a outra entrada do local, um elevador, foi a ele, mas antes de sair, sentiu alguém tocar em seu ombro, ele por reflexo acertou com o rifle, e virou-se, viu uma moça com o corpo todo nu, pele azul escura, com uma criança aos braços, ele olhou para traz, quantos mortos, deveriam ter mais de 400 corpos em poucos metros, como se foram matando e juntando;

— Fala minha língua?

— Domens Sais! – Foi o que ele entendeu em uma voz aguda;

— Não entendo sua língua!

Ele viu ela tocar sua cabeça e viu a imagem de andando na direção da porta;

Ele estranhou isto, mas entendeu que teriam de sair dali;

— Se mantenha atrás!

A moça não parecia entender, somente nesta hora ele viu que os pés dela eram voltados para traz, e perguntou;

— Você é uma Curupira?

A moça olhou estranhado a pergunta e tocou na cabeça dele e ele viu olhos, alguém como curupira, e uma indagação de positivo ou negativo, ele demorou para entender, e falou;

— Não, mas conheço alguém que jura ter visto!

A moça sorriu, ele estranhou isto;

Siqueira olhou para traz e perguntou;

— Alguém mais?

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A moça sacudiu a cabeça negativamente, não parecia triste, mas a criança olhou para os corpos, a moça viu o pequeno menino, não fazer sinal para por ele no chão, ela o colocou, e o pequeno ser tocou o chão, o cristal ao centro brilhou, os corpos parecerem desmancharem ao chão, como se fossem vela derretida, ficando uma poça estranha, de uma cor estranha, o cristal pareceu diminuir a luminosidade, e ir apagando, estranhou como tudo ficou escuro, não havia uma iluminação no local, o breu tomou toda a volta, nem via mais a rocha, um momento depois o menino, de pele branca acinzentada brilhou um pouco, nem tão pouco, a sala se iluminou.

O militar carregou as armas, era obvio que estes seres que sobrara apenas aquela moça, deveria ser parte da operação, não o total, mas o parcial dela;

Começaram a andar no sentido da outra saída, uma escada e um elevador, ele forçou a porta do elevador, parecia que tudo estava desligado, nem energia, prendeu uma cordinha na porta e fixou 3 granadas nos cabos do elevador, e prendeu a cordinha de forma a qualquer movimento ativar as granadas, fez isto e fez sinal para irem na direção da escada, começaram subir, todo o corredor ele pos granadas como tinha feito antes, não estava com pressa para sair, em uma sala, no terceiro piso, mais de 300 degraus acima, ouviu um pequeno suspiro, fez sinal para a moça e a criança ficarem na parte baixa, e adentrou a sala, viu que tinha alguém escondida naquele lugar e falou em espanhol;

— Tem alguém ai?

Um silencio, não se entregariam;

— Estamos tentando sair daqui, mas nem sei onde vai dar o lugar, lá em baixo sobreviveu apenas esta moça e uma criança, o resto esta morto, os americanos fizeram algo, o cristal parou de brilhar! – Siqueira falou em espanhol sabendo que seu espanhol não era bom, e terminou;

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— Se forem sair, seja para cima ou para baixo, nos corredores estou deixando granadas ativadas, melhor cuidarem!

Siqueira olha a moça e fala;

— Vamos continuar, devem ser cientistas!

A moça parecia entender o que ele falava e começaram a andar pelo corredor e ouviu alguém as costas;

— Parado ai! – Em espanhol;

Siqueira olhou um militar lhe apontando uma arma, e falou;

— Não sou o inimigo senhor, mas quero sair vivo daqui!

— Quem é você?

— Exercito Brasileiro, damos cobertura externa a base, mas com ordem de nunca entrar, meus 3 companheiros foram mortos antes deles entrarem, vim atrás, não gosto de quem mata crianças como eles fizeram lá atrás!

Siqueira vê uma senhora vir as costas e perguntar;

— Você é da base do Brasil?

— Não, nem sabia o que continha na base, mas quase tudo as minhas costas esta morto, mas quero pegar estes desgraçados, o máximo que conseguir!

— Por que esta levando a moça? – O militar;

— Por que só ela e a criança estavam vivos lá embaixo, todo resto morto, em pilhas, nada bom de ver!

— Não confio em você! – O militar;

— Eu não confio nem em mim, por que você deveria confiar! – Siqueira;

A cientista olha o menino, entendeu que somente ele era a luz, pensou nas possibilidades e perguntou;

— Você disse que o cristal esta desativado, mas como sabe que ele era um cristal então!

— Quando sai do elevador, quase seguei com a luz vinda de lá, não foi fácil derrubar todos, mas quando ficou escuro, ficou mais fácil! – Mentiu Siqueira;

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A moça olhou para ele, como se soubesse que ele mentia, uma cara de reprovação, mas não sabia se poderia dizer a verdade;

— E vão para onde? – O militar;

Ele perguntou e ouviu—se uma explosão vindo de baixo, o militar entendeu que alguém vinha por ali, mas Siqueira sabia que poderia não ser isto, fez sinal para o rapaz ficar quieto e encostou na parede onde deveria ter o elevador, a escada ia seguindo na maioria das vezes circulando a mesmo;

Siqueira encostou o ouvido e olhou a moça que parecia entender o que estava acontecendo ali, e todos ouviram como se algo passasse muito rápido com gritos atrás da parede e Siqueira falou;

— Apenas os cabos do elevador que acabam de ceder!

— E se fosse dos nossos!

— Se fosse, foram mal treinados, ou acha que o certo é você sair de um elevador em um caso destes!

O militar não respondeu e a cientista perguntou;

— Mas vão para onde?

— Não sei senhora, a outra entrada esta detonada, o elevador também, então sobrou apenas este caminho, por enquanto, não quero chegar lá e saber que estouraram tudo!

Siqueira fez sinal para a moça recomeçar a andar, e o militar gritou;

— Não lhe autorizei andar!

Siqueira sacou rapidamente a pistola e a arma a mão do militar voou longe, olhou ele e falou;

— Não quero morrer aqui, se quer fica ai!

O militar pareceu sentir—se perdido e viu a cientista ir atrás da moça e falou para ela;

— Vão pelo canto, o menino chama muita atenção, então melhor irem devagar já chego até vocês!

Chegou ao militar e perguntou;

— Como esta a perna!

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— Não preciso de ajuda!

— Para de criancice senhor, não somos mais parte de um exercito, e sim, pessoas tentando sobreviver!

Siqueira pega num dos bolsos da calça um analgésico e falou;

— Tome isto só não tenho água! – Sorrindo;

O militar olhou o comprimido, se tomou Siqueira não ficou para ver, avançou rápido pelo caminho, passando pelos demais e tomando a frente, sabia que deveriam descer pela escada agora, viu que tinha apenas 6 granadas, então parou de por um tempo, sabia pelos seus cálculos que ainda tinha mais de 100 metros quando em uma curva, viu uma sala ao lado do caminho, fez sinal para a moça entrar na peça, olhou para o menino, ele diminuiu a luminosidade, ele sabia que estava em perigo;

Siqueira ficou a porta apontando um canto depois dos armários internos, olhou o menino, ele sorriu, e diminuiu mais ainda a luminosidade, viu o militar vir arrastando a perna e olhou ele o esperando;

— O que vai fazer?

— Enfrentar, mas sem os inocentes no caminho!

— Mas como saberá que eles estão vindo?

— Não saberei, hora de esperar, eles vão descer, mas se eles vierem, pode esquecer todos acima deste lugar!

— Acha que eles vieram fazer o que aqui?

— Senhor, meu nome é Tenente Siqueira, Tropas de Floresta do Exercito Brasileiro, não tenho noção nem o que a moça e o menino ali dentro são, como posso saber o que eles vieram fazer aqui!

— Vem a dar proteção sem saber o que defende?

— Não mato mulheres e crianças, que não estiverem atirando em mim!

— Por que aqui?

— Eles devem estar descendo, a outra escada eu mesmo detonei, então só tem esta, o elevador sem energia, foi

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ativado de alguma forma, mas também não é mais problema, vi que este é bem menor que o outro!

— Este ia aos alojamentos!

— Nem quero saber senhor, se lá tinha mulheres e crianças, pode contar apenas como mais mortes sem necessidade, estranho este tipo de militar, gente que se acha deus, e todo resto é resto, não entrei no exercito para matar crianças, mesmo sobre ordens superiores!

— Por que acha que eles matariam todos acima!

— Por que estavam matando todos abaixo, talvez a moça tivesse morta agora se não tivesse chegado lá!

— Não quer saber o que é a moça?

— Não, melhor não! – Siqueira;

O militar ouviu um ruído vindo da parte superior e viu o senhor deitar—se ao chão, lhe jogar uma arma, e fazer sinal para ficar quieto, agora a mira era útil, ficou estático, até ver os 5 primeiros, quando o sexto apareceu, ele os abalroou, se ouviu um agito mais a escada, teriam de passar por ali, vinham com óculos de visão noturna, mas como vinham apenas descendo a tempo sem nada, relaxaram;

Siqueira avançou silenciosamente fazendo sinal para o senhor ficar ali, no escuro total, daquele corredor foi se posicionando, passou pelo primeiro e pegou o óculos de visão noturna, e encostado a parede, em uma diferença de largura do caminho, se encostou a parede, pôs o rifle nas costas e pegou a automática, ele sabia que a atenção viria a ele quando ele colocasse a munição, deveria ter pensado nisto antes, mas agora enfrentaria;

Os militares recuaram um pouco, mas obvio que iriam avançar, os corpos ao chão estavam uns 4 metros a frente de um grupo de militares se preparando para avançar, olhou o corpo ao chão e viu que estavam de colete;

Um tempo de indecisão tomou o local, obvio que não teriam o tempo todo para isto, Siqueira ouvia os militares, estavam muito próximos naquele silencio geral para não ouvir,

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quando sentiu o ruído de dois rapazes baterem continência, se atirou ao chão sobre um dos corpos e todos olharam o movimento e ouviram o Trac do encaixar do pente da automática, Siqueira foi os derrubando, um a um, e quando o general caiu ao fundo, ele rolou para o lado, sentiu o militar avançar ao fundo, e falou;

— Pega um óculos de visão noturna!

O rapaz ao fundo pegou um e viu que o militar iria avançar um pouco, ele foi verificando as mortes, e confirmando as que ainda não estavam consumadas, Siqueira avançou e novamente ficou quieto a um canto, o rapaz ao fundo viu que aquele militar queria sair vivo dali, mas nem ele sabia o que seria quando chegassem na parte externa, mas viu o senhor abaixar—se e pegar a identificação do general e por no bolso.

Lentamente eles foram avançando, morte atrás de morte, corredor após corredor, quando chegaram a um salão Siqueira viu o militar chegar as suas costas e falar;

— Depois daquela porta, é dia!

— Volta lá, e trás eles! – Siqueira;

— Acha seguro?

— Quando sairmos, saímos todos, podia estar indo para casa, ainda terei de relatar que desobedeci ordens e entrei lá!

— A ordem era não interferir?

— Sempre, outra coisa rapaz, ninguém que sai daqui, fica vivo para contar a historia!

— O que quer dizer com isto?

— Que aposentadoria daqui, é um tiro na cabeça, se não sabe disto, é por que não conhece o local onde serve!

O rapaz recuou, Siqueira sabia pelo uniforme que deveria ser um Comandante, o rapaz ainda arrastava a perna.

Se posicionou na pequena porta, ali as janelas abertas e a porta estourada faziam entrar luz, ele se posicionou no extremo oposto, olhou pela janela, um contingente novo estava se preparando para entrar, viriam mais bem equipados,

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Siqueira pôs uma granada a porta, com outras presas a mesma, pegou um silenciador no bolso de trás, e olhou a porta, abaixou—se e ficou a esperar, quando o primeiro entrou e a cordinha soltou os as travas das duas ultimas granadas, ele se escondeu e viu dois corpos caírem e os demais recuarem, sabia que atacariam com violência, estava na posição oposta pois sabia como eles agiam, viu dois lança mísseis atravessarem um a porta e outro a janela, e detonarem com o local, ficou em silencio, olhou os rapazes por uma fresta, em silencio e inerte, os militares entraram esperando algo mas não viram nada além da região estourada.

Siqueira sabia que se tinha de fazer algo, seria agora, olhou pela fresta, olhou a janela, com o barulho interno e entrada dos militares, olhou para fora e correu na direção da janela, e pulou para fora, com uma automática a mão, e começou a dar tiro, quando 20 estavam ao chão, mirou no piloto do helicóptero e este cai de lado, olhou mais ao fundo, correu no sentido do veiculo aéreo, entrando e acionando os motores, sentiu ele saindo do chão e virou—se para dois que estavam a chegar, estes nem viram o que os atingiu, cada qual caindo já em chamas com outros militares;

Siqueira tinha de dar cobertura, esperava que não demorassem muito, olhou as casas ao fundo, gente trazida para fora e fuziladas, crianças, mulheres, homens, velhos, todos mortos;

A operação não deveria poder ser grande para passar desapercebida, mas sabia que logo os satélites relatariam, teriam de sair dali, viu o militar sair pela porta e fez sinal para eles virem ao helicóptero, mas o que foi estranho foi a reação da moça e do menino quando viram o sol, eles sorriram como se não soubessem que existia isto, o menino pareceu escurecer um tom de cinza, mas quase imperceptível, ainda muito clara aquela pele;

— Vamos, não temos o tempo inteiro!

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A cientista teve de ser arrastada para o helicóptero, viu—se uma lagrima nos olhos dela, e quando entraram Siqueira tirou o helicóptero do chão e sobrevoou a montanha, e vendo dois helicópteros ao chão na outra base, explodiu os dois, metralhou os militares ao chão e começou a descer o rio, bem rente, as vezes tão rente que raspava na água, quando viu uma cidade ao fundo, ele desceu o helicóptero, os demais viram que teriam de andar, ele olhou um lança míssil que estava ali, deveria ser equipamento que seria usado, explodiu o mesmo e a cientista falou;

— Por que disto!

Siqueira não respondeu e fez sinal para eles andarem, em uma casa mais a frente, roubaram um carro e começaram a andar no sentido leste;

— O que vai fazer, temos de relatar aquilo! – O Comandante;

— Você que sabe o que faz rapaz, quero sair vivo, antes de falar para alguém!

— Acha mesmo que ninguém sai vivo de lá?

Siqueira não respondeu e a cientista perguntou;

— O que estão falando?

— Ele disse que ninguém se aposenta naquela base, quando saem são mortos pelo exercito! – Comandante Gamara;

A cientista olhou seria;

— Tem certeza disto rapaz!

— Senhora, quando digo que pretendo não saber nada referente ao que tinham lá, é para defender minha vida, não vão encontrar num relato meu, que entrei na base!

— Quer dizer que até os seus seguem esta regra?

— Não sei nada senhora! – Siqueira desviando para dentro de um posto de gasolina, não tinha dinheiro daquele país, entrou no posto beirando a estrada, viu que seria estranha aquela aventura;

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Entra no posto, estaciona na bomba, pede para um rapaz encher o tanque, adentra uma pequena loja de conveniência, verifica o local, pega algumas coisas para comer, e vai ao caixa, paga com seu cartão internacional, sabia neste momento que a base em Manaus seria acionada, não estava no caminho, mas não estava morto;

Sai com algumas roupa, um boné, das poucas coisas que tinha ali, mais coisas referente a lembranças, estava incomodado com aquela moça nua lhe olhando;

Ele alcançou a camiseta para a moça e falou;

— Coloca, sei que vai ter calor, mas não podemos chamar mais atenção do que já chamamos!

A moça sacode a cabeça, coloca a camiseta, imensa sobre o corpo e põem uma menor no menino, que de boné, não parecia alguém tão estranho assim, mas a moça sim, alcançou para a cientista uma base de maquiagem, a única que tinha naquele lugar, e falou;

— Se puder passar no rosto dela, melhor do que chamarmos atenção!

Siqueira sabia que todos ali estavam se fazendo de fortes, mas não sabiam o que estava acontecendo ainda;

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Nove No Pentágono, um general recebe uma informação e

manda chamar um dos rapazes para lhe explicar;

— Poderia me explicar estes dados?

— Senhor, temos mais de 2 horas sem nenhum contato do local, houveram explosões na região e a foto do satélite mostra claramente 4 helicópteros nossos ao chão, um esta sumido, mas também não esta no ar, o exercito deles não esta mobilizado, o que é estranho, é como se algo tivesse dado errado e não temos nada pronto ainda para verificar, apenas o satélite que passa lá de 15 em 15 minutos!

O general olha as fotos, os relatos e fala;

— Alguém comunicou algo?

— Segundo o ultimo comunicado tinha ainda uma resistência na saída do túnel na região da vila por eles construídas, mas nada mais!

— Será que esta resistência detonou os nossos?

— Não sabemos!

— Prepara uma outra missão, temos no mínimo que recolher os corpos, não queremos que achem os nossos lá!

O rapaz saiu pela porta e o general ficou a olhar para os dados que tinha;

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Dez Em Manaus o General Rosa recebe um rapaz a sua

porta;

— Algum problema?

— Não sabemos ainda, a base parece estar as escuras agora, nosso informante no Pentágono disse que eles perderam uma operação com 5 helicópteros e 80 homens lá hoje senhor!

O general olhou descrente;

— Os filhos da puta resolvem fazer uma operação lá bem hoje?

— Parece que sim senhor!

— Acha que perdemos nossos homens?

— Pelo que acabo de receber, Tenente Siqueira ainda esta vivo!

— Ele entrou em contato?

— Não, mas comprou com um cartão internacional em uma cidade a 400 km do local, ele esta indo para leste!

— Posso não gostar do Tenente Siqueira, mas ele é muito bom em se manter vivo!

O rapaz não falou nada, bateu continência e saiu pela porta;

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Onze Em um motel em Chisec a cientista olha para a moça e

fala;

— Como é seu nome moça?

— Nac Tac! – Falou a moça, a senhora não entendeu se era um nome, mas olhou para Siqueira;

— O que tem com a moça? – Cientista;

— Nada, sabe disto!

— Vamos para onde?

— Eu tenho minha saída por Livingston, vocês não sei, mas quando estiver lá, vocês que sabem o que fazem!

— Sabe onde foi o Comandante Gamara? – Pergunta a cientista;

— Não sei, mas com certeza teremos problemas, tenho quase certeza que ele esta relatando para alguém!

— É a função dele!

— Sei disto, já contatei aos meus que eu estou vivo, mas como eles estão longe, eles não virão tentar me matar! – Siqueira responde olhando para o menino que olhava ele limpar a automática e carregar os pentes que estava a colocar no bolso após cheios;

— Parece que esta esperando uma guerra! – A cientista;

Siqueira não respondeu, mas viu o rapaz voltar, não falou nada, o que era quase uma confirmação de que tinha relatado a alguém, ajeitou o curativo em seu ombro, a bala ainda esta dentro, mas fechara o furo com uma linha e pos um curativo por cima.

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Doze Em uma base em Mixco, região próxima a capital

Guatemala, um general esta reunido com mais 3 generais;

— Senhores, algo aconteceu no projeto ―Ciguapa‖!

— Como algo aconteceu?

— O Comandante local, afirma que foram invadidos por americanos fortemente armados, que destruíram a instalação, temos de verificar, temos muito dinheiro neste projeto!

— Mas onde esta o Comandante?

— Em uma cidade a norte, Chisec, mas ele afirmou que quem o ajudou a sair vivo de lá, com a única sobrevivente, sabem do que falo?

— Sabemos, mas não falamos disto!

— Certo, ele afirma que o exercito Brasileiro tinha homens que vigiavam a base externamente, destes somente um sobreviveu, quando do ataque Americano, e neste ponto que não entendi, a base não era secreta?

— Super secreta, mas parece que tanto os Americanos quanto os Brasileiros sabiam, mas quem é este brasileiro?

— Ele não sabe ao certo, pelo que falou, alguém que apenas observava, entrou lá apenas para vingar os seus que haviam morrido, e saíram de lá, Mari Host, a cientista, o Comandante Gamara, uma moça e um menino, e este militar que se denominou de Siqueira!

— E todo resto?

— Segundo ele, mortos, estou mandando gente para lá, por terra, por ar, mas muito bem armados!

— Manda tudo para lá, eu mesmo vou lá! – Fala um dos generais;

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Treze No Pentágono o general Philco olha o rapaz novamente

a porta e fala;

— O exercito local foi acionado senhor!

— Cancela a operação, não temos autorização para isto!

— Mas e o nosso pessoal?

— Sabe bem que a operação não aconteceu, qual a duvida rapaz?

— Nada senhor, mas relatam que o Comandante da Base sobreviveu com um Brasileiro, uma cientista e dois dos seres!

— Sabe onde estão?

— O exercito local esta fazendo uma operação para pegar estes senhores!

— Eles vão limpar a área, sabe do que falo?

— Sei, não tem como nem afirmar sobre os nossos rapazes sem falar da base, mas ficaremos de olho!

O rapaz bate continência e se retira deixando o general a pensar;

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Quatorze Os demais foram dormir enquanto Siqueira fazia a

primeira guarda, olhou para a moça, estranhava, ela não falava muito mas parecia saber o que ela pensava, ele pensou em os dois irem para o carro, pensando que deixou o carro pronto a porta, mas tinha roubado outro, que estava a frente do local, viu a moça pegar na mão do menino que quando dormia não emitia nenhuma energia, mas os dois saem silenciosamente do quarto, Siqueira arruma um cobertor por baixo do lençol fino, em uma das camas, e ficou a observar, viu ela pelo vidro entrar no carro que ele pensara, não entendia o que estava acontecendo, mas sabia para onde estava indo, e não era para onde tinha falado.

Ficou ali a janela a ver que o local estava sendo cercado, mas se fez de desentendido, fez que tomou um remédio para dormir, e deitou trocando de guarda com o Comandante, olhou a cientista, não sabia como a poupar, sua mochila já estava no carro.

Siqueira ficou a ouvir as coisas de olhos fechados e quando ouviu o vidro estilhaçar, apenas girou para o canto e viu a peça ser tomada por gás, sacou a pistola e escorreu para baixo da cama, ouviu dois tiros, e viu o rapaz cair, ouviu mais dois tiros, e a senhora nem viu quem a matou, alguém falou;

— Onde esta o resto?

Siqueira se atirou pela janela dos fundos, e ouviu os tiros e virou—se atirando, se achavam que ele se entregaria sem lutar não seria assim, quando os 4 primeiros caíram, ele entrou em um quarto vazio ao fundo, e saiu pela porta da frente, com a pistola a mão atirando, mais 12 mortes em sua lista de crimes, sabia que até este ponto ele não tinha problemas para sair, mas agora, com certeza teria, quando viu mais um caminhão chegando, pegou uma arma ao chão e começou a atirar, quando o caminhão parou na parede a

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frente pois até o motorista estava morto, ouviu ao longe sirenes, hora de sair dali.

Siqueira olhou a moça, entrou num quarto, pegou uma camisa, duas carteiras dos rapazes do exercito, e saiu com calma pelo fundo, dando a volta, o tumultuo estava grande, entrou no carro, uma caminhonete, fez sinal para os dois se abaixarem, deu ré com calma, e saiu calmamente no sentido das sirenes, como estavam na entrada de Chisec, atravessaram a cidade e quando em Modesto Mendez pegaram ao norte, o tenente estava a mudar os planos, andou com calma pela estrada, passou por alguns controles de estrada, era evidente que não esperavam ele ir naquele sentido pois pareciam não se preocuparem com a vigilância naquele ponto; A moça e o menino iam quietos, pareciam as vezes nem estarem ali, como se estivessem apenas lhe olhando, ele não se apegava assim tão fácil, embora soubesse que não seria fácil sair com a moça do país, desviou o rumo no sentido de Melchor de Mencos, mas antes de chegar ao cidade pegou uma estrada de chão, e ali deixaram o veiculo, a moça estranhou, estavam a noite novamente, pareciam felizes com o sol, mas moles, meio inertes a noite, que era a melhor hora de passarem desapercebidos, ele queria atravessar o rio Belize e entrar no pais de mesmo nome, olhou a moça e perguntou;

— Conseguem andar? - Ela olhou o menino, Siqueira pegou o menino no colo, e olhou para ela que não respondeu, mas começaram a andar, a moça parecia andar sem forças, como se lhe faltasse alimento, mas não vira nenhum dos dois comer, e quando chegaram a beira do rio, o Tenente olhou em volta e deixou a moça e o menino em uma parte escondida a margem do rio, foi a frente e viu ao fundo uma lancha voadora, um casal estava a namorar no mesmo, ele chegou com a arma em punho e os pôs para correr, pegou a lancha e no escuro da noite, encostou na margem onde deixara a moça e o menino, pôs ele para dentro, e começaram a descer o rio, algumas corredeiras, mas o rio era em si calmo.

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Quinze No Pentágono o general Philco entra em uma pequena

sala, ali dentro 6 militares, 2 rapazes que representavam a parte cientifica, e um senhor muito velho, que olhou o general aos olhos;

— O que aconteceu Philco? – Pergunta o senhor;

— Não sei, a operação parece ter falhado, dois seres de lá parecem ter fugido!

— Mas como, os seus não são mais capazes de algo simples assim?

— Não sabemos, parece que um grupo de militares Brasileiros dava segurança externa, e um deles parece ter feito estragos, odeio não poder nem dar os corpos para as famílias enterrarem!

— E o general James, por que não esta aqui, ou mais uma vez esta empurrando os erros encima de alguém?

— Paul, o general James é um dos mortos na operação!

Os demais olharam para Philco que falou a todos;

— O que tenho de falar não é nada bom, assim como a 2 anos explodimos a base que existia no Afeganistão, matando todos os seres, o que abriu a nova leva de pesquisas de energia com o estudo das peles deles, tentamos desarticular o pessoal que fazia, o projeto secreto chamado ―Ciguapa‖, mas temos dois seres ainda por ai, parecem estar se escondendo em algum pedaço da Guatemala, mas não podemos agir lá tão facilmente, principalmente por que houveram mortes do outro lado, o exercito local já isolou e matou dois sobreviventes, parecem estar limpando a área, mas estranhei, os relatos deles dizem que um dos nossos desativou o cristal, sabem bem que nunca conseguimos nem tocar no Cristal que temos, e parece que lá tem um desativado, gostaria de estudar isto!

Um dos rapazes que apenas ouvia olhou o general e perguntou;

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— Senhor, esta afirmando que alguém conseguiu desativar mesmo que por acidente o cristal?

— Sim!

Um dos outros militares perguntou;

— O que faremos?

— Ficar de olho, com certeza eles vão mudar o lugar da base, estão desmontando as casas, enterrando os mortos, mas temos de ficar de olho, não sabemos bem o que eles farão!

— Alguém se comunicou?

— Não, com certeza eles nem imaginavam que sabíamos, mas isto quer dizer que vão se precaver melhor, o segredo ali era bem não aparecer, o lugar era um nada em meio a uma montanha!

Foi mais de 3 horas de uma reunião interminável;

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Dezesseis Na base na Guatemala o exercito local abria as valas

para enterrar os militares estrangeiros e duas maquinas derrubavam as casas na parte externa, enquanto um legista olhava e separava os corpos dos mortos locais, registrando as mortes.

General Cardoso chega a região do cristal com dois subtenentes e pergunta;

— Quem é este militar Brasileiro?

— Não sabemos senhor, mas fez um estrago e tanto!

— Mas pelo jeito os Americanos ficaram muito tempo aqui!

— Por que senhor?

— Os corpos sumiram, não temos nem sinal dos seres que aqui viviam!

— Não sei do que se trata senhor!

— Estica uma linha de energia e liga toda a base, precisamos de energia aqui!

— Faremos!

O senhor com óculos de visão noturna olha cada canto, vê que os computadores aparentemente estavam sendo substituídos, viu os restos de uma parede derretida ao chão e liga para a base em Mixco;

— General Sanches?

— Sim, qual a situação!

— Achamos 2 corpos que não parecem norte americanos pelas vestes e equipamentos, mais de 80 corpos de americanos, mas nenhum dos Ciguapa!

— Como nenhum?

— Disto que estou falando senhor, sabe se alguém que trabalhou aqui esta vivo senhor?

— Por que?

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— Isto esta uma bagunça, mas parece que tiveram problemas internos a poucos dias, pelo que li dos relatos tinham duas paredes de proteção, mas eles estavam refazendo estas duas, algo as havia derretido!

— Recolhe todos os dados e manda para cá, e o cristal?

Cardoso olha a grande pedra e fala;

— Só vendo para acreditar senhor!

— Acha que consegue uma amostra?

— Sim, consigo senhor!

Cardoso olhava em volta do que todos chamavam de cristal, agora parecia com os óculos de visão noturna, uma grande pedra negra, lisa ao estremo, sem ranhuras, chegou a tocar na mesma, gelada, olhou para cima, parecia ter um buraco escavado em um ângulo reto para cima, e pareciam vários pequenos buracos naquele túnel escavado, olhou o chão em volta daquela pedra e pensou em o que era aquele liquido ao chão, estranho, visguento, pediu para um dos rapazes pegar uma amostra, sentiu quando as luzes voltaram, e viu a bagunça, reparou nos rapazes pondo em sacos plásticos os mortos, e olhou para cima, ficando claro que acima da cabeça havia uma colônia destes seres, fez sinal para um dos rapazes;

— Consegue andaimes, quero ver este buraco mais de perto!

O rapaz olhou para cima, e saiu, o general viu outros abrindo um dos elevadores, mais corpos, chegou perto e viu que eram Americanos, seria um dia interminável, deu ordens de restringir as entradas, ativarem os detectores, e tudo mais, apenas pessoas com a permissão dele teriam acesso ao local;

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Dezessete Em Manaus um dos rapazes chega ao general Rosa e

fala;

— Temos vestígios de espionagens, estão querendo ter acesso aos nossos dados General!

— Quem?

— Não dá para saber, mas melhor evitar telefones e sistemas para as informações!

— Farei, alguma noticia do Tenente?

— Sim, de alguma forma ele conseguiu fugir de uma operação para extermínio de provas e testemunhas, senhor!

— Onde foi isto?

— Na região de Chisec ainda, mas os relatos do exercito deles afirma que ele esta com dois sobreviventes da espécie local!

— Sabe que ele é bem capaz de querer os trazer, mas alguma idéia de onde ele esta?

— Pelo ultimo uso do cartão, que pelo jeito ele faz apenas para sabermos onde ele está!

— Onde?

— Cidade de Belize!

— Ele não estava na Guatemala?

— Isto foi ontem senhor, mas parece que ele já saiu do país, mas os relatos da fuga dele afirmam mais de 30 mortos do exercito da Guatemala, ele iria tentar sair rápido depois disto!

— Não passe isto a ninguém, vamos o deixar agir, quanto menos barulho fizermos mais chances ele tem de conseguir sair de lá!

O rapaz bateu continências e saiu;

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Dezoito Em uma lanchonete no cais de Belize, Siqueira chega a

moça com uma base cosmética para maquiagem a mais e pergunta;

— Tudo bem com vocês, pareciam fracos ontem!

Ela olhou o sol, e fez sinal que sim, o menino também olhou o sol e o militar começou a reparar que o cabelo do menino estava a mudar de cor, para um vermelho, ainda fraco, mas para quem tinha a cor toda branca, os pelos, mesmo sobrancelhas irem para o vermelho davam ao menino uma aparência melhor, enquanto os cabelos da moça, que eram azulados iam para um negro;

O menino olhava o sol e sorria, estranho como o menino parecia feliz com aquilo;

Ele maquiou a moça, com uma base mais para a cor da pele, seu rosto mudou de feição, ela ainda parecia incomodada com a roupa, mas olhava em volta e entendeu que teria de passar desapercebido, Siqueira estranhava que embora a moça não falasse, pareciam felizes, estranho depois de tantas mortes alguém estar feliz;

Siqueira e os dois saíram a andar na direção de uma empresa que locava lanças para voltas turísticas, ele locou uma, com um guia para verem o recife do Faro, foram mais de 4 horas mar a dentro quando avistaram o recife, o militar imobilizou o piloto da lancha e o guia e começaram a descer no sentido da Honduras, mais de 6 horas quando anoitecia e eles encostaram em um pequeno deck, ele comprou combustível, abasteceu a lancha, naquela noite, e pos mais 12 galões de combustível no barco, quando quase de partida, ele deixou naquela madrugada os dois amarrados no cais daquele pequeno porto de Cortês, e voltaram ao mar, o militar olhava para os dois seres e sabia que eles pareciam sem energia a noite, estranho como de dia sentia a moça em sua mente e a noite não, ele sabia que tinha gasolina para 4 dias, mas isto

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não fazia chegar em casa, teria que decidir por onde ir, pois em 4 dias estaria em águas territoriais da Venezuela, e não queria problema, embora fosse um barco de turismo, teria de não chamar a atenção, e com certeza já estariam a procurar a pessoa que roubou o barco, com a descrição dos dois acompanhantes talvez desconfiassem deles, mas não tinha muito o que fazer nesta hora alem de seguir a bússola primeiro a Leste, depois ir a sudeste;

Ele travou o curso e viu a moça chegar ao lado e tocar sua cabeça, estranhava aquilo, era noite, e estavam indo em um rumo totalmente ao mar por 4 dias, ele não forçaria o motor, mas a 22 km por hora em media, deveria completar perto de 2 mil km em 4 dias, para chegar próximo a Puerto Bolívar, não era um rumo certo, mas da região ele conhecia um pouco;

A moça parecia frágil, ele olhou aqueles olhos escuros, negros, não sabia o que era, estranhava se olhasse os pés, mas todo o resto passaria desapercebido, primeiro iria para casa, depois veria o que podia fazer, mas tinha de chegar ao Brasil, ele pensou que não seria mesmo assim seguro, ela não entendeu, mas recuou a mão;

— Calma, agora não temos muito o que fazer!

Ela tocou os lábios de Siqueira, ele afastou a mão, a moça era muito bonita, mas não sabia onde iria chegar com aquilo, era estranho ver os braços dela, azulados, mesmo na pouca luz do barco, se via o azul;

O menino chegou ao lado dela e a esticou a mão, e a mesma desceu a pequena cabine abaixo;

Siqueira sabia que seria uma prova de resistência, mas tirou a camisa, pegou uma pequena tesoura, tinha de limpar a região, abriu o ponto que havia dado, cortou um pequeno pedaço da pele, pegou uma pinça e com uma cara de dor, segurando os sons, pos na ferida, e puxou lentamente a bala, a colocou ao lado, pegou um álcool que havia comprado antes de saírem de Cortês e passou com um algodão na ferida, fez um ponto interno e depois um externo na pele refazendo o

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curativo, tomou um analgésico, mas pouco, não queria ter sono, não sabia onde aquilo o levaria, mas não era hora de relaxar;

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Dezenove O general Rosa, em Manaus recebe uma visita, vinda da

base a 300 km dali, vê a moça adentrar a sala;

— O que traz aqui filha!

— General, ouvi uma noticia por fontes não confirmadas que tivemos perdas na operação de obtenção do material!

— Sim, dois dos homens e o informante morreram!

— Tem como infiltrar outro?

— Não sei, ficou evidente agora que sabíamos onde eles estavam, mas ainda temos chance de obter o material!

— Alguém sobreviveu?

— Tenente Siqueira!

— Mandou ele numa missão destas, não esta sendo racional pai!

— Sei disto, mas ele parece ter sobrevivido, e a ultima noticia que tenho é de uma compra que ele fez em Honduras, não sei como ele vai chegar, mas comprou uma quantidade grande de combustível, se for vir por terra, será uma aventura de pelo menos 10 dias, otimistamente falando!

— Ele esta com o material?

— Não sabemos, mas parece que as pessoas que ele ajudou a saírem vivos da outra base, o exercito local já apagou!

— Ouvi isto, mas ouvi dizer que dois sobreviveram!

— Não sei filha, eles sabem que nós e os americanos estão ouvindo, já não confio nas informações via radio!

— Entendo, mas acha que ele conseguiria?

— Pus meus homens a verificar na entrada da Colômbia, se ele vier pela Interamericana, ele vai estar sendo seguido por tudo que os Americanos conseguirem, já que a entrada neles no Panamá é forte;

— Mas ouvi que ele roubou uma lancha, ele não veria pela Interamericana!

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— Filha, se mandar os meus homens para outro lugar, o exercito deles vai saber!

A moça sorriu e falou;

— Acha que eles descobriram algo lá?

— Não sei, mas os Americanos estão ligados naquilo, parece que confirmam a afirmação de que o cristal lá estava desativado, se eles conseguiram isto, podem ter descoberto a chave de todo este enigma!

— Vou voltar a base, me mantenha informada!

— Sabe que não o farei filha, pois a inteligência esta nos vigiando a todo lado!

A moça sorri e sai no sentido da cidade, ela daria um tempo ali antes de subir o rio;

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Vinte No pentágono o general Philips recebe a informação que

o exercito brasileiro mandou reforço para 4 cidades da Colômbia, discretamente, Aspavé, Pato de Letras, Mangle e Cabo Tiburon;

— Me chama o pessoal do comando, e vê quem esta na região da divisa com a Colômbia, ou mais próximo!

— Acha que ele esta tentando voltar?

— Se ele entrar no país dele, pode nos dar a posição da terceira base, esta para mim é lenda, mas se ―Curupi‖ existir, quero saber onde é, mesmo que tenha de ter mais calma para agir!

— Vamos por o pessoal de olho, acha que fazem parte de um grupo só?

— Lembra do que o rapaz falou no Afeganistão?

— Sim, 3 bases de pouso, mas jurava que seria em qualquer lugar mais rochoso como no Afeganistão ou na Guatemala, se for no Brasil seria onde, mais ao sul?

— Nem idéia! Mas este militar deve estar sendo monitorado, verifica quem o esta monitorando, por que eles sabem de algo que não sabemos, como estão se comunicando!

— Verificamos senhor!

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Vinte Um O silencio nas comunicações eram acompanhados de um

movimento de exércitos no sentido da divisa do Panamá, e uma leva de pessoas e inteligências sendo acionadas, satélites tentando achar algo, enquanto uma lancha em meio ao mar do caribe avançava silenciosamente, o rapaz viu amanhecer e a moça vir de dentro com o menino, ela estava nua, ele a olhou de cima a baixo, aquele azul vivo a pele, dela contratava com o cinza claro da pele do menino, os dois ficaram ao sol, era estranho, pois nenhum parecia mudar de cor ao sol, ele já estava sentindo a maresia a pele, eles pareciam gostar daquilo.

Estavam a mais de 18 horas avançando ao mar, nem sempre a região é tão acolhedora como foi aquele dia, mas olhava por um binóculos em todos os sentidos, não queria ser surpreendido, em meio a mar para todos os lados, tinha de cuidar com os bancos de areia, mas fora eles, não teria problemas, se chegasse mais a leste do que pensava.

Horas passaram e a moça chegou ao lado de Siqueira, ele se mantinha longe, o menino às vezes passava perto, mas ele não se apegava as coisas com facilidade, sabia que toda vez que o fez, chegou muito perto da morte, da tristeza e problemas que não entendia;

A moça tocou sua cabeça e ele viu a imagem de algo que agora se parecia com o menino, mas alguém bem mais velho e uma pergunta de indagação positiva ou negativa;

— Não sei, não fui eu que vi, dizem viver na divisa entre o Brasil, meu pais, e a Venezuela, mas não sei nem se me entende!

Ela olhou para ele e com a mão ainda em sua cabeça, na altura pouco acima do ouvido, viu a figura do sol e uma indagação de existir ou não existir;

— Aquele é o sol ao qual giramos, nunca viram o sol?

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A moça passa a imagem dela em uma grande nave, ele pareceu ver pela visão dela, 6 naves, em 3 levas de dois, e cada qual chegou ao planeta, a dela seguia com uma outra, as duas perdem o contato com a primeira que caiu, e quando são sugadas pela atmosfera a mesma não conseguiu manter a estabilidade, se chocaram com muita força a superfície, demoraram a escavar para fora da nave, e quando chegaram fora, o céu era negro, o ar pesado, o senhor via em sua mente aquilo e não entendeu, viu a moça se recolher a nave com seu povo, tentaram contato com as demais, mas não conseguiram se comunicar, se recolheram por muitos anos;

— Mas o sol sempre esteve ali!

A moça não entendeu, isto que não fazia sentido para ela, pois eles teriam vindo a superfície antes se soubessem que havia uma fonte natural de alimentação;

— Vocês não comem? – Perguntou Siqueira que estava intrigado;

A moça sacudiu positivamente a cabeça tirando a mão de sua cabeça apontando o sol;

Siqueira achou entender mas não conseguia acreditar que os dois se alimentavam pelo sol;

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Vinte Dois No Pentágono o assessor chega ao General Philco e fala;

— Ele esta deixando pistas por compras num cartão do exercito senhor!

— Onde ele esteve por ultimo?

— Honduras, Porto Cortês!

— E o que ele comunicou?

— Não entendemos, mas ele comprou uma quantia de combustível, alimento, um mapa, e algumas coisas que indicam que ele foi ferido na operação!

— Mas quem é este rapaz capaz de matar dos nossos assim, sem os dar grandes chances!

— Tenente Siqueira, militar condecorado que atuou em Angola, Moçambique, tem 46 anos, vinte e oito anos de Exercito, atualmente parece treinar grupos de selva na região de Manaus, no Brasil!

— O que fazia lá?

— Não sabemos senhor, mas temos informações que ele estava a treinar um pessoal a menos de 5 dias numa base a 50 km de Manaus!

— Será que é nosso homem ou estão nos dando pistas falsas?

— Não sei senhor!

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Vinte Três Por 4 dias eles atravessaram o Mar do Caribe, estavam a

sair de uma chuva forte quando Siqueira viu o continente ao longe com o binóculos, tentou reconhecer a costa, não achou inicialmente nenhum ponto de referencia, mas sabia que mais 3 horas estaria chegando perto da costa a ponto de saber onde estava;

Seguiram mais duas horas e meia e ele reconheceu o farol da ilha dos Monges, sorriu, estava com sorte, mudou o rumo do barco entrando no golfo da Venezuela, afastou—se da costa tentando se por bem no meio da baia, indo ao sul, quando avistou a costa se aproximar, mudou a direção pela bússola mais para sudoeste e adentrando ao canal mais estreito, mas mesmo assim imenso viu Maracaibo surgir a sua direita, reduziu a velocidade e entrou no lago de Maracaibo e uma hora a mais estava a encostar na beira da um cais em Cabimas, com o barco, a moça saiu da parte interna com o rosto com maquiagem e com uma camiseta e uma calça, e o menino de mãos dadas para ela, saíram ao cais e Siqueira fez sinal para um veiculo parar e falou;

— Rua Maracaibo, na altura dos quiosques!

O senhor estranhou o espanhol, mas olhava mais a moça, atravessaram no sentido do sul da cidade, e o rapaz pagou e Siqueira fez sinal para a moça o acompanhar, e entrou em uma casa a beira do lado e um senhor olhou Siqueira e falou;

— O que quer aqui animal? – Falou o senhor num tom agressivo;

— Boa tarde Plínio!

— Estava boa, não mais!

— Preciso de um carro Plínio!

— Não posso ajudar, não faço mais parte disto, me abandonaram aqui, e você aparece querendo algo, não sabe o que sofri na mão do exercito local para obterem informação!

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Siqueira olhou para o senhor e falou;

— Tudo bem, dou um jeito!

— Não vai insistir?

Siqueira fez sinal para a moça o seguir, seguiram mais alguns metros e ele quebrou um vidro, fez ligação direta, a moça e o menino entraram, obvio que o senhor viu as pernas e pés da moça andando e pensou no que estava envolvido o Tenente;

Andaram pouco mais de 4 mil metros, ele entrou numa loja de locação de veículos, esperava não precisar ali, mas se não tinha jeito, não poderia atravessar a Venezuela inteira com um carro roubado;

Passou o cartão e quando saiu com o carro locado passou ao lado do outro, a moça entrou no carro e ele seguiu

já saindo da cidade a sudeste no sentido de Valera;

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Vinte Quatro Em Manaus o general Rosa vê o relato que o sargento a

sua frente lhe entrega a mão e fala;

— Ele já esta em Cabimas, este é o Siqueira, mas por que ele locou um veiculo, só pode ser por nos querer informar, pois lá teria como conseguir o veiculo sem chamar atenção!

— Não sabemos como esta o pessoal em Cabimas senhor!

— Entendo, mas muda o pessoal para Caracas e Barcelona!

— Tem certeza senhor?

— Tenho!

O general pensou em como o Tenente chegaria ao Brasil, tinha alguns caminhos bem intrigantes a percorrer;

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Vinte Cinco No Pentágono o general olha o relato e fala;

— Onde o pessoal do exercito Brasileiro esta agora?

— Temos divisões indo a Caracas e a Barcelona na Venezuela!

— Pelo jeito eles receberam eles lá, e não olhamos direito uma quinta linha de espera, mas das duas cidades ele pode pegar um avião e se mandar para o Brasil, fiquem de olho!

— Senhor, temos quem esta controlando os movimentos, uma base do Exercito em Manaus, eles que estão coordenando os acontecimentos!

— Acha que ele esta indo a Manaus?

— Pode ser, mas temos de olhar direito as bases lá, sabe que na mata fechada tudo parece apenas arvore e grama quando fotografado por satélite!

— Dêem uma olhada! Como estão as coisas na Guatemala?

— Parecem estar confusos, mas não tiraram o cristal de lá ainda, estamos olhando de perto agora!

— Fiquem de olho, seria mais fácil se eles escolhessem não mudar o cristal, nem conseguimos erguer aquele que temos no Afeganistão, nada que entra em contato com o cristal ativado se mantêm ligado, parece entrar em curto, mas vamos ficar de olho!

O rapaz sai e o general liga para um general no Brasil;

— General Marques?

— Quem?

— General Philco!

— O que esta acontecendo general, a anos não me liga!

— Como esta Brasília?

— Seca como sempre, mas o que esta acontecendo general!

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— Nem sei se poderia me responder uma única indagação?

— Faça, se souber podemos ver um preço pela informação!

Philco sorriu e falou;

— O que sabe sobre uma operação chamada ―Curupira‖!

— Curupira, não sei nada, mas posso averiguar se tiver interesse!

— Tenho, sei que as coordenadas vem de Manaus, mas sabe que pagamos bem por uma informação desta!

— Verifico para o senhor!

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Vinte Seis Escureceu na estrada entre Valera e Mérida, e Siqueira

para a beira de uma estrada, sabia que a subida seria longa no dia seguinte, compra algumas coisas com o cartão a beira da estrada, se hospedou em um hotel de beira de estrada.

Esperou a madrugada, olhou para fora, saiu do quarto e foi a um carro esportivo, era madrugada, arrombou, deu partida e fez sinal para a moça e a criança entrarem, pouco a frente, no trevo pega no sentido de Barinas, a subida foi bem cansativa, sabia que não poderia ir com este carro muito longe, mas era hora de despistar;

Passou Barinas e mais 200 km a frente entrou em uma estrada secundaria a direita da estrada, parou em uma casa bem simples a beira do rio Apure e viu um senhor olhar ele e falar;

— O que faz aqui?

— Apenas saber se teria como me ajudar, se não puder, tudo bem!

— Em que o exercito quer ajuda?

— Não é ao exercito que estaria ajudando Paulo!

— Onde estava?

— Sabe aquelas missões que lhe falam assim, vai lá e só da cobertura para tal pessoa sair de lá e voltar para casa?

— Sei, sem explicações sem nada!

— Isto!

— Pensando em que?

— Perder 3 ou 4 dias em um espaço que não teria como perder tanto tempo!

— Fugindo, quem é a moça e a criança?

— Complicado de explicar Paulo!

— Certo, nem quero saber mais, mas o que precisava?

— Um barco, gasolina e que deixasse o carro em El Amparo!

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— Vai querer descer o rio e quer os despistar, mas quem?

— Exercito Americano, não sei exatamente quem, mas o General esta deixando tudo bem claro e a disposição deles, pois já poderia ter me recolhido!

— Quem esta coordenando?

— General Rosa!

— Como esta Clarisse?

— Não vejo a 3 anos Paulo!

— Soube que ela esta em uma destas bases de experimentos que não acontecem, falaram coisas assustadoras do que se faz nestes lugares!

— Como o que?

— Criam seres que tem os pés invertidos, tem pele estranha, mas parece que morrem rápido demais ainda!

— Não sabia que ela estava metida nestas coisas!

— Parece que esta, mas consigo a lancha, mas onde conseguiu o carro?

— Roubei antes de chegar a Mérida!

O rapaz sorriu e viu quando a moça saiu do carro e caminhou até onde eles estavam, ele olhou os pés voltados para trás e olhou para o amigo e perguntou;

— Para quem esta trabalhando João?

— Esquece que nos viu Paulo!

— Mas é seguro?

— Paulo, estou fugindo desde a Guatemala, então preciso apenas conseguir chegar em casa!

— E vem com esta moça desde lá?

Ele balança a cabeça afirmativamente e Paulo fala;

— Então melhor ir rápido, não quero problemas!

Entraram na voadora e saíram descendo o rio, Siqueira pediu para a moça por um colete salva—vida e por um no menino, ele começou a descer ignorando as pequenas quedas no caminho, voando rio abaixo, quando mais a frente entrou

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no Orinoco, já faziam mais de 14 horas voando rio abaixo, encostou em Caicara ao lado do rio, e pegou um carro em um mercadinho, voltou a beira do rio, puxou o barco para a beira e deixou por baixo da ponte da rodovia, entraram no carro e foram no sentido de Ciudad Bolívar e lá entraram na Trans Americana, estrada melhor, em um posto trocaram de carro, prendendo um senhor no banheiro amarrado e amordaçado, pegaram a caminhonete do rapaz e mandaram—se ao sul, dormiram em El Dorado, e quando na manha seguinte, viram o veiculo ser achado do outro lado da estrada e apreendido pela policia.

Um agito se fez no sentido da divisa do Brasil e da Venezuela, alguém alertou que algo valioso estava a ser mandado para o Brasil, e o exercito local entrou na busca;

Os três ficaram ao quarto por um dia inteiro, quando no fim do segundo dia viu uma leva de carros parar no mesmo hotel, vindos do sul, fez sinal para a moça não sair do quarto, desceu e pediu outro quarto, e o senhor estranhou mas não tinha nada contra, lhe alcança a chave e quando ele se volta para subir, vê alguém as suas costas e fala;

— Tenente Rosa, o que faz aqui?

A moça sorriu e perguntou;

— Tem a entrega?

— Sim! – Fala ele tirando a mochila das costas e entregando a moça – Só não sei o que é, o rapaz nem viu a bala que o matou!

A moça faz sinal para subirem, ele abriu o quarto que havia pego a chave e adentra nele, os dois rapazes as costas revistam tudo;

— Nada, esta sozinho!

— Onde estão a moça e o menino?

— Não fazia parte da entrega, ficaram no caminho!

— Pensei que não matava coisas com cara de gente inofensiva!

— Clarissa, eu não lhe matei, por que os mataria?

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— E os deixou onde?

— Na margem do rio, nunca havia visto um ser destes correr, mas são rápidos!

— Não lhe entendo, por que os deixaria?

— Paulo me alertou que esta no ramo de torturar seres para fazer experiências, resolvi os poupar, mais o menino que a senhora!

— Senhora, ela era muito velha!

— Não sei a idade dela, não falava minha língua!

A moça aciona o código de segurança e abre a caixa, e ela vê uma gelatina e pergunta;

— Isto que pegou lá?

— Sabe que não tinha como abrir isto daí, nem sei o que esperavam com isto!

Os rapazes se mexeram e ela falou;

— Deixa ele pessoal, fez um bom trabalho, mas como vai sair do país é um problema dele!

Os dois sorriram e saíram pela porta, mas teria de sair dali rápido, ela pode não o ter matado, mas os demais não seriam fieis a uma historia complicada, e agora com justificativa, eles o fariam;

Olhou pela janela e viu os militares locais encostarem a frente do pequeno hotel, e um dos rapazes apontar a janela onde ele estava, olhou para trás e pensou em sair correndo, mas não seria uma boa idéia.

Saiu da janela e ouviu a correria na parte baixa, ele desceu rápido pela escada, abriu a porta onde a moça e o menino estavam e viu o menino brilhando, olhou a moça que não falou nada, mas veio a ele e lhe tocou a cabeça, Siqueira sentiu o corpo como se estivesse leve, olhou as próprias mãos, translúcidas, a moça ficou translúcida e o menino apenas sumiu, nem um minuto depois viu alguém entrar no quarto lhe atravessando, viu Clarissa a olhar o quarto;

— Nada!

— Mas ele entrou aqui!

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— O senhor do hotel confirmou que eles estavam hospedados a um dia neste quarto! – Falou Paulo entrando pela porta;

— Esperto, mas onde eles se esconderam?

Siqueira ouvia aquilo, olhava aos olhos daquela que ele amou um dia e de uma outra que considerava um amigo, mas desconfiou quando ele falou que sabia no que Clarissa estava trabalhando, e viu a moça o chamar translúcida a porta, eles desceram as escadas com muitos militares atravessando eles, foram a rua e viram mais militares chegarem no lugar;

Caminharam calmamente pela beira da estrada, teriam de achar um lugar para ficar, seria um trecho longo até chegar ao Brasil, viu a saída a cidade e a moça correr a frente apontando o por do sol, se escondendo naquele estado translúcido e Siqueira viu o corpo voltar a forma, olhou as mãos e se notou nu a beira da estrada, e correu no sentido da moça, e viu o menino ao lado dela, que sorria mas já sem toda a energia, andaram pelo mato, cortando em alguns tipos de mato e viram uma casa ao fundo, o militar se aproximou e roubou algumas roupas no varal e alcançou para a moça, para o menino e vestiu uma, foram mais internamente a mata e quando chegaram a uma vila a frente.

O senhor olhou os bolsos vazios, não entendia o que acontecera naquele dia, mas sem dinheiro, sem arma, sem documentos, como ele entraria no Brasil, fácil, pelo mato, mas teriam de chegar até lá, entrou em um estacionamento de mercadinho, viu um carro de portas abertas, entrou, a moça entrou atrás e ela e o menino se encolheram no banco de trás e começaram a ir mais o sul, quando Siqueira viu a placa anunciando que estavam chegando em Santa Elena de Uiarén ele encostou o carro, e começaram a andar pelo mato, ele escolheu andar a sua esquerda da estrada, mantendo a cidade a vista a sua direita, entraram no mato e começaram a andar, sabia que estariam em meio a floresta quando anoitecesse, mas não tinha saída, estavam a mais de 6 horas caminhando quando chegam ao topo de uma pequena formação

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montanhosa, olhou para o sul, o sol se pondo a oeste, sabia que já estava no Brasil, mas em uma reserva indígena, agora era chegar a Boa Vista, e de lá, só deus sabia onde ele iria;

A moça viu que a natureza em volta era muito produtiva, os seres pareciam fortes, mas ainda não acostumara este fator de alimentação, eles precisavam de comida que ou produziam ou conseguiam e tocou na mente do Siqueira e ele viu a figura do Curupira e falou;

— Calma, vamos chegar lá!

Sentiu a mão dela gelada, estava frio, não se tocara que ela perdia tamanha quantidade de calor, estavam a subir, ele suava, mas eles não, pareciam fracos, sentaram—se em uma depressão e os dois chegaram perto, esquentando os corpos no dele, a moça nem reclamava da roupa nesta hora, entendeu o por que dela, pelo menos foi isto que Siqueira pensou.

Os 3 dormiram abraçados naquele dia, esperando o sol aparecer, e mesmo no frio da manha, viu que os dois esquentaram, como se a freqüência de ondas que os alimentasse, não o calor que ele sentia do sol, começaram a descer a montanha, lá abaixo, sabia que seria abafado, estavam indo por uma trilha, de carro era rápido, mas poderiam perder 3 ou 4 dias assim naquela trilha, mas ele não tinha pressa de chegar, nem sabia como seria recebido mais;

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Vinte Sete Em Manaus a Tenente se apresenta a sala do General,

seu pai;

— Como foi filha?

— Ele nos entregou a encomenda!

— E onde ele está?

— Nem idéia, para conseguir o material havia feito um acordo com o exercito Venezuelano para o deter, mas ele parecia estar nos esperando lá, e assim como apareceu, sumiu!

— E a moça e a criança que dizem que ele estava conduzindo?

— Não vi, e não sei como ele fez, mas pareceu um truque de magia, ele nos chamou atenção de um lado, e quando parecia que iríamos o pegar ele desapareceu!

— E a encomenda é o que esperava?

— Não sei, mas teremos de fazer um teste, nunca havia pensado em uma enzima para absorção daquela radiação e a transformar em energia, mas parece que foi o caminho que eles seguiram!

— Mas e o Tenente?

— Nem quero saber pai, sabe disto!

— Queria acreditar nisto!

A moça sorriu sem graça e saiu voltando a sua base;

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Vinte Oito No Pentágono um relatório chega ao General e ele

aciona um grupo de fuzileiros e começa a armar uma operação, uma operação se forma, os grandes do exercito americano dão apoio, caças em porta aviões parados nos mares do Caribe, na costa do Panamá decolam e sobrevoam alto sobre a Colômbia, e descem de altura, bem baixo quando entram na altura de Cucui no Amazonas no território do Brasil, sobrevoando baixo, bombardeiam uma base 50 km a leste de São Gabriel da Cachoeira, com muitas bombas, dão meia volta e retornam, quando o general Rosa recebe a informação de que foram atacados na base de codinome ―Curupira‖ se preocupa, manda reforço para a região e caças ao ar.

Quando o General chega ao local, viu que da base pouco havia restado, viu os imensos buracos ao chão e mandou averiguar quem havia vazado a informação, abrem a base e uma leva de pessoas saem atordoadas do interior;

— Onde esta a Tenente Rosa?

— Lá dentro! – Falou um rapaz tossindo e saindo com uma leva de cientistas, ele adentra ao local e viu o grande rombo ao teto, bombardearam um ponto especifico com tamanha precisão que abriram um buraco ao chão de 30 metros e as ultimas bombas caíram sobre o cristal que parecia agora brilhoso, mas tudo em volta parecia queimado;

Ele olhou alguns cientistas mortos ao canto, alguns laboratórios queimados ao total, anos de pesquisas destruídas, e olha a filha debruçada sobre uma mesa, olhando para o cristal com um óculos de proteção, e chega a ela;

— Relate Tenente!

— Alguém deve ter nos monitorados depois desta operação!

— Não duvido Tenente, mas qual os estragos?

— Pelo menos 30 anos de pesquisas vão ao lixo!

— Salvou algo?

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— Sempre salvamos, mas quem fez isto, general, quem nos atacou, e por que esta gana em destruir isto, destruir o de Guatemala, o que eles descobriram que não sabemos?

— Não sei, mas lembro daquele general, Osório, ele quando viu que eles mantinham seres a nossa semelhança como reprodutores, mandou matar todos, mas não entendo até hoje o que aconteceu com aquele pessoal?

— Morreram, eles não comiam, não tinham estomago, nem sistema digestivo, o general mandou eles como seres a recuperarem—se para a base de Manaus, aquela a saída do Rio Negro, e parecem ter chego todos fracos, internaram, mas viram todos morrer, aqui poderiam ser reprodutores mas viviam, lá, morreram todos!

— Eram como eles?

— Sim, aparentavam com seres como nós, mas em nada eram, eles morreram como se definhassem, nada que foi aplicado neles funcionou, mas isto nem eu gosto de falar! – Clarisse;

— E o que pretende fazer agora?

— Quero descobrir quem nos bombardeou!

— Mas será que eles sabem o que estão fazendo?

— Não sei, mas entra em contato com alguém na Guatemala, eles sabiam onde ficava a base no Afeganistão, com certeza estão lá fazendo algo e querem nos tirar disto!

— Vou verificar!

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Vinte e Nove Na base na Guatemala o general consegue após 3 dias

construindo um andaime a volta do cristal negro ao chão, ter acesso as grutas acima do cristal e anda acompanhado de dois militares por um caminho estreito em subida a volta, olhando para baixo, a grande pedra negra que diziam brilhar como um sol, adentraram a primeira gruta e vêem duas moças e um rapaz nus, escondidos em um canto, tremendo de frio, e o general passa um radio para baixo e fala;

— Temos humanos aqui, parecem humanos!

— Senhor, temos um general Brasileiro no telefone, ele quer falar com o senhor!

— Adiantou o motivo?

— Parece que os Americanos atacaram lá também, ele quer lhe falar!

— Mas um homem dele matou dos meus!

O rapaz não respondeu, e o general fez sinal para que tirassem aquelas pessoas dali, e outros subiram com roupas, e começaram a descer as pessoas;

— Com quem falo?

— General Rosa, Exercito Brasileiro!

— Em que posso ajudar?

— Me informaram que vocês têm uma informação que estamos dispostos a pagar por ela!

— Pagar?

— Sim, onde fica a base no Afeganistão!

— Quer revidar?

— Vamos revidar, ou este general do Pentágono, que deve estar monitorando nossas ligações acha que vai nos tomar isto e sair com a tecnologia para eles!

— Entendo, mas um homem de vocês matou dos nossos senhor!

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— Ele nem chegou aqui ainda senhor, parece que resolveu morrer caminhando entre a Venezuela e o Brasil, uma floresta e tanto para se andar!

— Posso fazer uma pergunta senhor?

— Fale general?

— Vocês sabem algo sobre humanos na região das bases?

— Sei, mas não vou dar o serviço por telefone senhor, mas não os tirava de onde estão senhor, eles morrerão!

— Por que?

— Parecem humanos, mas não são senhor, não têm sistemas digestivos, se afastar eles do cristal, morrem!

— Tem certeza disto senhor?

— Um cemitério com 300 deles é minha certeza senhor! – Falou Rosa;

O general fez sinal para pararem para os militares a sua frente;

— Mas acha que eles vão permitir revidar?

— Senhor, eles não vão saber como e quando, mas revidaremos, se eles acham que vai ficar barato, nem para o governo da Colômbia que os deixou sobrevoar o espaço aéreo deles vai sobrar!

Em Brasília o General Marques entra em contato com o Pentágono passando as dicas do que viu da operação de retaliação, quando ele volta—se a porta, desligando o telefone vê o general Rosa a olhar para ele e falar para os rapazes;

— Prendam ele, vai responder pelas mortes na base hoje!

— Do que estão falando?

O general não falou nada, mas viu os militares tirarem ele dali e o levarem para uma base e o prenderem, sem testemunhas, sem processo, não iria deixar barato;

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Trinta O Tenente Siqueira depois de 4 dias chega a Boa Vista,

e bate em uma casa e um senhor olha ele a porta, o mediu de cima a baixo e perguntou;

— João, o que faz aqui?

— Preciso de um barco, Iaé! – Um descendente de índios que vivia na região, não na reserva, e sim na periferia da cidade;

— O que aprontou, parece fugido, que roupas são estas?

— Fugindo do exercito dá nisto!

— Você sempre disse que o exercito é seu mundo!

— Continua sendo, mas queria saber se nos ajudaria!

— Quem mandou esperar lá atrás?

— O problema, Iaé!

— Eu consigo um barco, mas comeram?

— Eu não, eles sim!

— Você dando prioridade a quem escolta, o que mudou?

Siqueira fez sinal para os dois chegarem perto e o senhor recuou, olhou o menino e falou;

— Você é um Curupira? – Pergunta em Xavante;

O menino não falou, mas sorriu, a moça tocou na cabeça do senhor que viu a imagem de uma afirmativa, cada um via isto de uma forma;

— Por isto esta se escondendo? – Pergunta Iaé olhando João;

— Tem de ver que é difícil passar desapercebido!

— Vem de onde?

— Estou trazendo estes dois de uma base na Guatemala, estavam presos lá, mataram muitos deles lá!

— Então vem de longe, e o seu querido exercito?

— Parece que fazem pesquisa com eles, precisava chegar a serra dos Curupira!

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— Agora entendo por que esta aqui, mas ajudo!

Siqueira sentou—se um pouco e depois de dias relaxou um pouco e conseguiu dormir profundamente;

Sonhou coisas estranhas, ele não queria se apegar aos seres, mas sentia que algo tendia a aproximar ele dos seres, sonhou com ele num caixão e os seres sorrindo vivos pois eles estavam vivos, depois lhe passou muitas indagações na mente, e quando acordou assustado olhou em volta e viu o senhor a lhe olhar e falar;

— Problemas em sonhos?

— Sim!

— Dizem que eles sempre defendiam os seres da floresta, mas nunca era possível os capturar, mas faziam os caçadores como você se perderem pelo caminho amigo João!

— Onde eles estão?

— Tomando sol nos fundos onde ninguém os verá, não entendi por que eles precisam de sol?

— Eles se alimentam pela pele, pelo que entendi, pegamos uma chuva, vi que eles absorvem pela pele umidade, então tendo umidade e sol, eles vivem!

— E acha que vai nisto até onde?

— O exercito me deixou na Venezuela para ser preso, não sei o que ganham com isto!

— Nem eu amigo, mas passei algumas mensagens aos meus, rio abaixo, quando ver uma leva de guerreiros a margem do rio depois de uma grande curva, é o rio Catrimani, eles vão lhe ajudar a subir o rio!

— Acha seguro?

— Ali é para gente como você amigo, e nós índios, gente da terra, não gente da cidade!

— O que tem de especial naquele rio?

— Ele acaba na serra de Curupira, de um lado nasce o Catrimani, do outro o Orinoco!

— Se conhecesse o outro lado olha que ia direto!

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O senhor sorriu e Siqueira foi a parte do fundo e fez sinal para a moça que iriam sair, ela se levantou, pos uma roupa, ajudou a passar a base no rosto dela e entraram num barco e começaram a descer o Rio Branco, ele manteve o barco o mais próximo do leito direito do rio, e quando depois de uma imensa curva, se via um imenso banco de areia ao meio do rio viu os índios a beira do caminho, quando os três desceram os demais olharam para a moça e o menino e entenderam sem falar nada onde iriam, alguns viram os olhos brilharem, para muitos índios locais, a religião dos brancos foi imposta, e as deles transformadas em crendices, ver um Curupira era como saber que em parte a crença deles era real, a pele azulada da moça contrastava;

Um rapaz veio a frente e perguntou;

— Deve ser João Siqueira?

— Sim!

— Quer ir a montanha dos Curupira pelo jeito?

Siqueira deu de ombro sorrindo, começaram a trilhar um caminho ora alagadiço, ora de arvores imensas, a moça viu que na mata fechada não tinha o sol, estranhou isto, arvores tão altas que escureciam o chão, mas foram lentamente quando pararam Siqueira viu a moça parar ao seu lado e lhe tocar a cabeça;

Viu os seres e indagação de positivo ou negativo, era assim que ela expressava perguntas;

— Seres da mata, eles crêem na existência de vocês aqui a milhares de anos, mas tinha uma pergunta a fazer!

Ela fez como se estivesse ouvindo;

— Você me mostrou duas naves caindo, não uma, onde esta a outra lá?

Ela tocou a cabeça dele e viu que em uma iam os reprodutores, aparentavam com eles, e na outra os como ela e o menino, os comandantes, mas ambos caíram próximos e juntos fizeram os buracos;

— Os outros são seres como eu?

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Ela balançou a cabeça negativamente;

— E por que vejo que olha eles estranho?

Ela o tocou e ele sentiu um cheiro e viu a imagem dela a mente;

— Eles tem o cheiro de vocês, é isto?

Ela balançou a cabeça afirmativamente, eles descansaram um pouco e depois voltaram a andar, acompanhando o rio ao longe, sem muita interação com o mundo, mas na segunda parada a moça parou ao lado dele e lhe tocou a cabeça e ele viu a imagem dela e dele e uma indagação que não entendeu;

— Não entendi?

Ela o tocou novamente, ele viu uma imagem de copula a mente e ela a sorrir, e pensou como responder, nem ele sabia o que seria de sua vida ainda;

— Quando chegarmos lá vemos isto!

Ela sorriu e o menino também sorriu, estranhou mas estava muito cansado quando pararam e os índios fizeram uma pequena fogueira e ficaram a volta dela;

Logo sedo eles começaram a andar novamente, o menino estava andando ao lado da moça quando eles foram cercados por outra tribo e um guerreiro veio a frente e falou para o rapaz que ia a frente;

— Onde pensam que estão indo, longe de casa!

Pediu permissão para passar sem incomodar, e os demais viram o menino e o líder falou;

— Se deixar o Curupira podem seguir!

— Se fosse para o deixar aqui não estaríamos indo o deixar em casa!

— Estão conduzindo ele para a casa dele, quem pensam ser?

— Sabe quem somos, mas o que fariam com um Curupira, se nem entendem as vontades deles!

Os índios estavam cercados, e o rapaz falou;

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— Então deixem este branco, não gostamos de brancos vendo nossos locais sagrados!

O rapaz olhou para Siqueira e falou;

— O que acha?

— Se me garantirem que vão achar o lugar certo eu fico!

— Sabe que não temos esta garantia! — O rapaz olhou os que o cercavam e falou alto – Pelo jeito vamos passar a força mesmo!

Os índios ergueram suas lanças, e o outro viu que algo não estava certo, precisavam do branco para algo, ou era algo mais valioso que o menino, mas falou;

— Vai lutar para defender este daí?

— Prometi para meu pai, que o levaria lá, sabe bem o que é isto!

O clima ficou hostil e o rapaz fez sinal para os que os cercavam acalmar;

— Vamos os vigiar de perto, enquanto avançam!

Siqueira segurou o riso, mas avançaram, viam os demais os acompanhando, eles tinham algum motivo para estar ali, e quando saíram da área daquela tribo, viram eles ficar para trás e começar a subida, foi uma subida difícil pela lateral do rio.

Dois dias a subir pela encosta e viram quando em uma manha a moça acordou e olhou em volta, pareceu sentir o cheiro do ar, olhou uma pequena fresta ao lado de duas grandes arvores, e os demais a seguiram, o menino primeiro e depois os demais, e viram ela entrar se espremendo, e depois uma gruta, por trás de uma grande pedra que a água escorria, e seguiram a moça, o menino quando viu o escuro, os demais viram ele brilhar, entenderam que era alguém especial, e caminharam por aquela gruta não mais de 10 minutos e viram um grande salão, não se via nada olhando para um cristal brilhoso, os índios entenderam rápido que deveriam andar de costas, pois não conseguiam olhar para frente, um índio alcançou para Siqueira uma mascara e ele pos as costas da

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cabeça, e começaram a andar de costas acompanhando a moça, o menino sorriu, e viram que a moça chegou a frente e falou algo, um tumultuo se fez e uma moça veio de dentro, a pele dela era verde oliva, e Siqueira viu que os que deixavam as costas olhavam para eles, e sorriam;

Siqueira estranhou parecer entender o que eles falavam, pois parecia que a ligação com a moça ficara forte aos poucos, mas ouviu ela falar algo;

— Como estão os Curi?

— Irmã dos Cigua, o que a trás aqui?

— Todos mortos!

— Todos, como assim?

— Os primatas de lá entraram em guerra e estávamos no meio!

— E estes que traz com você?

— Duvida!

— Qual?

— Tem o nosso cheiro, por que?

A moça sentiu o cheiro e falou;

— Tivemos levas de defeituosos, mas eles parecem conseguir viver lá fora, comer, uma coisa nojenta!

A moça sorriu e falou;

— Como estão os daqui?

— Bem, veio apenas nos comunicar?

— Ver se alguém ainda vivia, agora que sei que vivem, tenho a minha missão maior!

— Vai escolher um ser e recomeçar?

— Sim, mas sabe que tem que ser alguém que resista ao sexo sem apego!

— Escolheu já, pelo jeito!

— Sim, mas estamos saindo, mas queria saber se cuidariam de meu irmão!

A moça olha o menino, olha a cor dele e fala;

— Um mestiço, cuidamos dele!

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O menino abraçou a irmã e nada falou, mas foi a moça e sorriu lhe dando a mão;

Siqueira fez sinal para o rapaz que estavam saindo e os índios começaram a sair e a moça falou ao fundo;

— Não podemos os deixar sair!

Siqueira olhou para a moça e a que veio com ele respondeu;

— Assim que eles acabaram com tudo lá, prima!

— Mas sabe as regras!

— Vocês os espalharam pelo mundo, agora querem vedar a volta, estranho!

Siqueira ouviu na mente o que deveria fazer, e pediu para os demais chegarem perto, eles se deram a mão, e todos os índios ficaram translúcidos e Siqueira fez sinal para eles saírem, virou-se translúcido para a moça que falou a olhando, sentiu a energia do cristal, conseguia enxergar assim ali, e olhou para a moça que não sabia o nome, a acompanhara desde bem longe, olhou o menino e falou;

— Seja inteligente menino, eles precisam de novos lideres!

Olhou a moça e ela sorriu, pegando em sua mão, e a que estava a frente, naquela cor verde oliva olhou Siqueira e falou;

— O que pensa que esta fazendo?

— Morrendo, o que mais!

O menino sorriu, estranhou mas sorriu, ele abraçou a moça ao lado e falou;

— Vamos!

Ela sacudiu a cabeça afirmativamente e os dois saíram dali andando, do lado de fora os índios se depararam com a noite e voltaram a forma de seus corpos e o rapaz veio a frente e falou;

— Pensei que iriam ficar lá!

— Vamos subir um pouco mais, não queremos que quem nos segue saiba onde fica, ou queremos?

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O rapaz sorriu e subiram mais dois dias a montanha, quando no topo dela, e no final de dois dias, estavam a moça e Siqueira sentados ao topo da montanha quando ele tocou ela e pensou, perguntando seu nome e ouviu em sua mente ―Ciguapa II, da família Cigua filha de Ciguap e Ciguaa, segunda a nascer‖

— Ciguapa é você?

Ela sorriu olhando o senhor nu abraçando ela, os índios olhavam mais ao fundo e o líder veio a ele e perguntou;

— Esta frio aqui, vamos descer?

— Sua aldeia é mais no sentido de Tului Tuloi, ou não?

— Sim!

Siqueira apontou a direção e falou;

— Por ali, mas se conseguir uma roupa para nos quando chegarmos lá seria bom!

O índio sorriu e fez sinal por onde desceriam e começaram a caminhar por outro trecho, quando chegaram a primeira vila o rapaz entrou primeiro, providenciou uma roupa para os dois e foram seguindo o rio, no sentido do Negro, agora em uma canoa, quando ele parou no barranco de sua casa, olhou para a moça e pediu que esperasse um pouco, entrou e viu Clarissa sentada a sala e olhou para ele entrando e perguntou;

— Pensei que não viria mais!

— Quase fiquei entre eles! – Siqueira;

— João, ficou bravo por ter lhe deixado lá?

— O que faz aqui?

— Não soube pelo jeito!

— Do que?

— Os americanos bombardearam a minha base, agora vão demorar um ano para a reformar e sabe que para desviar recursos para projetos que não existem é complicado!

— O que faz aqui, não respondeu?

— Meu pai quer você numa operação no Afeganistão!

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— Tenho de pensar se quero ir!

— Por que?

— Por que no meu tempo o exercito protegia os seus e não os deixava para traz para morrer!

— Eles não tinham nada contra você!

— Mas conheço bem os métodos do Chaves!

— Posso dizer a ele que vai?

— Vou pensar, e se ele não me mandar principiantes junto, posso pensar!

A moça levantou—se e olhou nos olhos de Siqueira e perguntou; — Me esqueceu?

Siqueira a encarou e falou;

— A dois anos, por que duvida!

A moça estava acostumada a ele desviar o olhar, quando ela perguntava isto, ficou seria, pegou sua bolsa e saiu pela porta, o amigo que cuidava da casa olhou para ele e perguntou;

— O que houve senhor, nunca a mandou embora?

— Lembra aquela idéia de levantar uma cerca?

— Você nunca quis, dizia que os animais não usam cercas, que iriam se machucar!

— Estou falando na altura da estrada, um portão com uma sineta para se abrir!

— Por que disto senhor? – Iune;

Siqueira olhou a porta e falou;

— Queria lhe apresentar alguém, Ciguapa!

A moça estava a porta e o senhor olhou ela, sua cor, suas pernas e falou; — Você se envolveu com uma Curupira?

— Uma Ciguapa, prima de uma Curupira! - O senhor sorriu, e a moça chegou ao lado de Siqueira que a beijou, e por 2 meses ninguém viu o senhor naquelas paradas, ele estava a cuidar dela, mas ainda não sabia o que faria, sabia que a historia estava começando, mas não sabia onde iria acabar;

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Continua ...

Vamos avançar dois anos, ampliando os rumos da

história.

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Ciguapa 2

J.J.Gremmelmaier

Ciguapa 2 é a fusão de personagens de

Ciguapa, Crônicas de Gerson Travesso

e Marés de Sal. Veremos Pedro Rosa,

auxiliar o comandante afastado

Siqueira, em uma aventura

diferenciada em si, mas que é anterior a

Marés de Sal, e posterior em dois anos

a Crônicas de Gerson Travesso 7.

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Trinta e Um Um Tenente do exercito Brasileiro e um Almirante

esperam a porta de uma base secreta da Guatemala, olham em volta e sabem que estão cercados pelo exercito da Guatemala.

O Almirante a 2 anos tentava conversar mas os senhores pareciam mais a serviço dos seres que das descobertas. Mais a serviço do matar sem perguntar e sem saber o porquê do que para conversar.

Parte da guerra era por informação e isto gerava mortes que passavam longe dos olhos dos demais, em meio a uma floresta na América Central.

— Deve ser o General Rosa.

— Almirante, sou da marinha.

— E o que veio fazer aqui, sabe que não deixamos saírem segredos daqui.

— Senhor, não sou contra vocês, mas estou a 2 anos tentando vir conversar, e parecem ainda querer apagar o que não se apaga.

— Um dos seus matou dos nossos.

— Tentaram o matar, idiotas, sabem que todos os que tem contato com aqueles seres diretamente morrem, não sei se estou falando com alguém que entenda do problema.

— Fala bem o espanhol.

— Digamos que um sobrinho insistiu que viesse.

— Um sobrinho?

— Os Rosa são poucos, mas sempre muito ativos, e ele acredita que teremos problemas com seres que podem aparentar com os que tiveram contato, mas que em quase nada o são.

— E por que ele acharia isto?

— Ele teve acesso a um estudo que os Norte Americanos fizeram baseados no que havia no Afeganistão, e

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acha que estes são apenas a linha perdida dos seres que por lá chamam de Claues.

— Claues?

— Esta crença deles, deixar claro, é dado deles, dizem que somos Claues Magenta, estes ai, Claues Azuis, mas nossa vista não vê o tom azul nas pelas dos machos, mas existem na Amazônia Claues Verdes, todos da linhagem Ciguapa!

— Linguagem Ciguapa?

— Pés invertidos senhor!

O rapaz sorriu, parecia não saber de nada, sinal que estava falando com a pessoa errada, e olha um senhor vir da parte interna da base, ainda estava a uns 80 metros da entrada.

— Deixa eu adivinhar, os Brasileiros que vieram sabotar nossos planos.

— Digamos que sim, e o senhor é quem? – Almirante Rosa.

— Acha que sai vivo se não autorizarmos?

— Acha que vale a guerra senhor.

— Não tememos o seu país.

— Não estou falando do meu país, estou falando da minha família, não precisamos muito para os enfrentar.

— Mas fala demais para alguém que sabe algo.

O Almirante toca na lapela e fala;

— Me confirmem se vim ao lugar certo, acho que eles nem sabem mais o que esta acontecendo.

O senhor a frente olha para ele e pergunta;

— O que acha que pode ajudar?

— Como falava, eu nada, mas meu sobrinho pode.

— E o que ele poderia fazer?

— Reativar o cristal para que entendam, que parte dos seres ainda estão lá.

O senhor riu.

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Trinta e Dois Um rapaz de 16 anos olha para um senhor a beira de

um rio, no estado do Amazonas no Brasil e fala;

— Podemos conversar senhor.

— Quem é você que vem com indicação destes animais.

— Digamos que eles cansaram de tentar me matar e resolveram me ouvir.

— Ouvir?

— Me convida a entrar? – Pedro, o rapaz de 16 anos, estava do lado da porteira, poderia ter passado ao lado, mas não queria invadir.

— Sabe que não vou deixar.

— Então esquece Comandante Siqueira. – O rapaz dá as costas e começa a caminhar novamente no sentido do rio, onde pegaria uma lancha.

— Não vai insistir, não me conhece mesmo!

Pedro olhou para o senhor e fala;

— Quando perder tudo, não reclama, pois vim como amigo!

Siqueira viu que o menino o encarou, parecia estar ali por algum motivo, não tinha idade e nem tamanho para dizer que era do exercito, olhando aquele corpo franzino diria que não aguentaria um dia na mata.

Pedro passa uma mensagem para sua Tia e fala;

— Nada feito Clarissa, mas o que esta acontecendo?

— Estão enrolando o seu tio na Guatemala, sabe que ele está em campo minado.

— Levou o aparelho de proteção pessoal?

— Sim, ele levou.

— Me confirma quando ele precisar de ajuda.

— Não entendo o que quer sobrinho, nunca nos procurou antes.

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— Diria que por dois anos, vi as coisas mudarem de lado, de sentido, mas estamos a poucos momentos de uma grande guerra, e no lugar de aprendermos a conviver, estamos exterminando e isolando.

— Eles são mortais.

O rapaz olhou o comunicador e pensou;

―Eu sou mortal!‖

Pedro andava no sentido do Rio quando um senhor parou a sua frente e falou;

— Quem pensa que invade e dá nossa situação referente ao Comandante Siqueira.

Siqueira olhava ao longe, e repara na formação militar junto ao rio, o menino veio o alertar, ele corre para dentro e olha aquele ser todo azulado, ela não falava, mas toca sua cabeça e sente a imagem que ele viu e apenas assovia leve, se viu duas meninas com a cor dela, e um menino acinzentado, olharem para ela.

Um senhor entrou e falou;

— Estamos cercados.

— Merda, esqueci que um dia nos perturbariam.

A moça olhou para o céu, fim de dia, energia em baixa, seres que se alimentavam da energia solar, no fim da tarde já estavam se preparando para dormir.

— Temos de os esconder Siqueira. – Fala o senhor que era descendente de índio Xavante.

A moça olha para Siqueira e coloca a mão em sua cabeça e sente a pergunta, sobre o que o rapaz queria, ele não sabia, mas era obvio, ele viera para ele notar, estavam os cercando a pelo menos dois dias para estarem nas posições que estavam.

— Por que quer saber? – Siqueira sabia que ela entendia, mas não falava.

Ele vê a forma que a moça via o rapaz, uma aura de proteção intensa, alguém com uma força invisível aos olhos,

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mas que na visão deles, que viam energia, a absorviam, sentiam.

— Acha que ele pode ajudar?

O rapaz que barrou Pedro olha para a casa e fala;

— Preparem a invasão.

— Deus os proteja, pois – Pedro olha os rapazes – o pior do exercito, mandar treinados de Siqueira para o pegar, mas sinal que alguém está no desespero.

— Quem é você?

— Não lhe interessa, vai me barrar, o que quer Tenente – Pedro olha no uniforme do rapaz – Pereira, que está entregando a situação para Siqueira, me acusa do que está fazendo.

— Acha que ele escapa?

— Não me preocupava com ele, mas com os seus.

— Por que?

— Por que todos os que viram o que tem lá dentro, ou estão em grupos especiais, ou estão mortos, apenas por ter olhado para o que eles não querem que olhem, mas querem capturar.

— E sabe o que tem lá?

— Não vai me deixar sair?

— Está... – O rapaz foi tocar no ombro de Pedro e sente o choque que lhe jogou longe, Siqueira chegava a porta, quando viu o tenente ser lançado para trás, o rapaz tocou o peito e tudo num raio de 50 metros foi jogado no chão, até arvores de mais de 50 metros de altura caíram se afastando da energia que vinha do rapaz.

A moça chega a porta e olha para o menino, sentia a energia e olha para Siqueira, ele entendeu, o rapaz olhou para trás, e a moça tocou nas crianças, no senhor e em Siqueira, que ficaram invisíveis aos olhos, começam a caminhar no sentido que o menino ia, ele tinha a energia que os deixaria saírem dali.

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Pedro sentiu eles vindo, não olhou mais, apenas sentiu a energia vindo, chegou a beira do rio e um senhor esperava ele.

— Já vamos? – O senhor.

— Esperamos um pouco, depois saímos.

— Quem é você rapaz, que vem ver Siqueira em meio a uma invasão do Exercito.

— Alguém que se falar o nome, perde credibilidade, mas alguém queria me usar para distrair o senhor Siqueira.

— Muitos dizem que ele defende as terras e energias desta parte do rio, dizem que a dois anos saiu do exercito para se dedicar a terra.

Pedro se mexeu na lancha, sentiu os seres entrarem, o senhor ao fundo viu o barco ficar mais fundo e perguntou;

— O que está acontecendo rapaz?

Pedro sentiu todos dentro e falou;

— Tem combustível para ir até a pousada?

— Deixo você lá, não vai esperar para ver se pegam ele?

Pedro olha para o senhor e fala;

— As vezes queria que as pessoas respeitassem quem lhes deu tanto, mas parece que até os descendentes desta terra querem ele mal. – Pedro olhando o senhor.

— Eles pagam bem!

— Dinheiro lhe serve para algo? – Pedro.

— Sim, muito! – A malicia nas palavras fizeram Pedro sorrir e olhar em volta e falar.

— O problema senhor, é que o senhor Siqueira sempre me poria para correr, mesmo eu tentando ajudar, mesmo contrariando as ideias de uma tia, de um tio, de um avô, mas não posso explicar para eles que não sou um militar, e que o que priorizo não é dinheiro, isto tenho, priorizo informação e ciência, mas como um Rosa vai ser levado a serio nestas terras.

— Você é parente do General Rosa?

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— Filho do filho que ele mesmo chama de Ilegítimo, sou filho de um repórter e de uma pistoleira, uma boa definição, e que por infelicidade, carrega o sobrenome Rosa, mas minhas filhas vão carregar este sobrenome também.

— Muitos temem seu avô aqui.

— Diria que quem não o teme, é burro, pois todos sabem que ele não regula bem, temer loucos é salutar as pessoas.

— E veio fazer o que ali?

— Eu sei que meu outro tio vai estar em mal bocado hoje na Guatemala, e sabia que sempre que eles vão para lá, é por que iriam desviar a atenção para uma ação, sabe quando sua tia liga para você e fala, vai lá e tenta conversar.

— Acha que eles fariam isto com um sobrinho.

— Eles não sabem com quem mechem, mas eu tento saber, eu tomei a força a base no Afeganistão e eles nem sabem que foi um grupo de represaria.

— Afeganistão? – O senhor estava muito interessado, mas o rapaz estava querendo falar o que veio fazer ali a Siqueira, que segurava a mão da moça, ele sentia onde cada um deles estava, mas não falaria.

— Lá haviam Claues Verde Oliva, aqui Claues Verdes e os que caíram na Guatemala, eram as mulheres dos Claues Azuis e as crianças dos Brancos, todos da linha Ciguapa.

— Não entendi nada.

— Senhor, quando invadimos a base do Afeganistão, foi triste, eles mataram os seres para tirarem a pele, para desenvolver uma forma de reter energia, mas sabe quando algo é criado e no 12° mês, o que era um tecido de absorção vira agua, foi o acontecido.

— De que seres está falando menino.

— Extraterrestres senhor, gente que veio de longe, achando que este era o Planeta Agua, mas acredito que estamos longe de ser Água.

— Mas temos muita agua.

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— Ele levaram azar, quer dizer, não sei se tanto azar assim, mas quando eles passaram pela linha de asteroides que ficam depois de Marte, uma primeira nave deles, se despedaçou num asteroide, na entrada no sistema, muita energia jogada sobre um ponto único, deslocando um imenso meteoro no sentido da terra, quando os demais chegaram fazia 88 dias que o meteoro havia caído, o céu negro, era a única coisa que eles viam da terra, o ar pesado, mas no desabar na terra, tiveram suas naves danificadas, não teriam como procurar outro lugar e se esconderam em suas naves.

— Mas a quanto tempo foi isto?

— 13 milhões de anos!

— E como você saberia?

— Uma espécie de cristal, dizem que eles usam ele para passar os conhecimentos de um para outro, o que nasce acredita que viveu tudo aquilo, tamanha a realidade da informação em sua mente.

— Você parece acreditar nisto rapaz, mas não estendi nada.

— Me deixa ali na frente, encosta na parte baixa, vou subir e já trago seu dinheiro.

— Pensei que pagaria amanha.

— Se quiser receber só amanha, tudo bem.

— Eu espero, uma boa noticia finalmente no dia de hoje.

Pedro sorri e o senhor prende o barco e olha o mesmo balançar como se alguém tivesse saindo e o menino olha para ele;

— Quer me derrubar, fica sacudindo o barco! – Pedro olhando o senhor.

O senhor sorriu, e viu o menino subir pela escada, entrou em um quarto, pegou o dinheiro, pós em um envelope e desceu, sentiu quando passou pelos seres e olhou para trás, chega ao barco, passa o envelope para ele e sobe se despedindo.

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Pedro sobe calmamente até o quarto, senta-se a cama e pensa no que poderia fazer, não dera certo o que ele pretendia, mas obvio, nada do que ele achava ser era real, existiam ali 3 crianças, sentia suas energias, sabia que não eram seres humanos pelo cheiro de maresia no ar, embora estivesse muito longe do mar.

Pedro olha para o computador pessoal e o liga, estava esperando a tela inicial do seu sistema quando vê aquele ser surgir a sua frente, uma moça, na aparência, não mais de 22 anos, olha para as crianças surgirem, o senhor indígena, e por ultimo Siqueira.

Pedro olha a moça e fala;

— Desculpa, não nos apresentamos, Pedro Rosa.

Siqueira olha para o rapaz e fala.

— O que os Rosa querem desta vez?

— Eu não quero nada especifico ainda, mas desculpa, se não quer conversar em suas terras, aqui quem não fala sou eu!

— Acha que fala com quem criança franzina.

— Com um guerreiro preso a uma casa a dois anos, com uma pessoa que deveria estar furiosa, impaciente e está calma, muito calma para alguém tido como o mais impaciente dos Guerreiros.

— E quem teria me definido assim?

— Digamos que uma coisa que não escolhemos, é a arvore que nasceremos, então não se pode escolher as tias, como Clarisse.

— Dizem que seu pai matou seu bisavô, o que sabe disto?

— Nada a declarar, estava neste dia bem longe de Brasília, então não sei, mas o que isto tem de importância Siqueira, o que faz aqui ainda?

— Você me parece conhecido.

— Sou apenas um rosto comum em meio a multidão.

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Pedro acessa o sistema, sorri ao ver a confirmação que o governo da Guatemala negociaria e olha para as coordenadas do celular de seu tio, faz a triangulação dispondo dois satélites focando os locais, uma passagem a cada 12 minutos, tempo do giro do satélite na orbita do planeta.

Pedro olha para Siqueira e fala;

— Se quiser conversar, sem família, apenas futuro, volto em questão de horas, ninguém vem no quarto do dono da pousada, então se quiserem descansar, já está anoitecendo.

Pedro sente as energias, e o senhor vê ele tocar o peito, uma aura de energia concentrada surgir a sua volta, teve a sensação de ver a entrada da base na Guatemala e o menino atravessar aquela porta difusa.

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Trinta e Três O Almirante Rosa olha para o comandante que viera

com ele e fala;

— Sabe do risco?

— Estamos todos tensos senhor, sabe disto, mas o que quer perguntar?

— Não se impressione, mas com certeza vamos entrar.

— Tem certeza senhor.

— Certeza, o que é isto?

Os militares começaram os cercar e o Almirante Sergio Rosa olha para o senhor do outro lado e fala;

— Nunca entendi por que mataram os cientistas que saíram de lá?

— Não deixamos testemunhas.

— Sinal que nem sabe o que tem lá dentro, deve achar que é uma grande coisa, mas nem desconfia o que é.

— Prendam eles! – Grita o senhor, os demais começam a chegar com suas armas prontas para lhes dar tiros, era começo de noite, e veem o senhor tocar o peito e brilhar, a linha de proteção afastou os demais, e parou os poucos tiros que uns deram acidentalmente;

O comandante local iria falar algo, mas vê uma porta abrir ao ar, nunca vira algo assim, talvez mesmo as guerras que travou, não o preparara para aquela tecnologia.

Vê um rapaz jovem passar pela porta que se fecha as costas, o senhor olhou para a porta e fala alto;

— De onde você vem?

— Lá de dentro, deve ter visto seres estranhos as minhas costas.

O senhor por um momento ficou na duvida;

— Tô mentindo, não entende uma brincadeira simples? – Pedro olhando o senhor.

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— Quem é você!

— Seu pesadelo se não me ouvir.

— Qual patente tem no exercito?

— Não sou do exercito senhor!

Um dos rapazes chega ao comandante e fala ao seu ouvido;

— É Pedro Rosa, dono da ePtec, dizem ser muito rico.

— O que quer rapaz, aqui não tem nada para a iniciativa privada.

— Eu não vim perguntar o que você quer senhor.

Pedro toca o peito e o senhor vê ele brilhar, e os militares começarem a ser empurrados para longe.

— Acha que ganha o que com isto?

Pedro olha para o ar e fala;

— Minha base secreta na Guatemala.

— Não pode fazer isto sobrinho.

Sergio Rosa, o tio distante de Pedro olha em volta e vê a leva de helicópteros chegarem pelo vale ao fundo, os militares pensaram ser reforço até eles chegarem perto, sem identificação, com suas armas pesadas apontadas para eles.

Pedro olha para o tio e fala;

— Hora de sair tio, agora não é hora de principiantes em campo.

— Está brincando?

Pedro olha um helicóptero descer e os soldados foram sendo desarmados e postos em fila, a proteção começa a encolher Pedro olha para o comandante da proteção externa da base;

— Uma chance, nome e patente.

— O que acha que está fazendo rapaz? – O comandante local.

— Senhor, todas as matanças que aconteceram aqui, é resultado do segredo não sair daqui, mesmo os militares Norte

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Americanos que fizeram a operação aqui, não conseguiram exatificar o local da base.

— Não entendi.

— Aquele cristal, ativado, faz os demais acalmarem, ele desativado, faz todos os demais pensarem apenas numa coisa, nada sai da base com vida, sei de um comandante no Afeganistão que se matou apos matar todos os demais.

— Esta dizendo que estamos sobre controle.

— Senhor, qual a logica de vocês matarem todos, quem ganha com o matar dos cientistas, dos soldados, de tudo que saiu de lá?

— Ninguém, mas não sei o que se esconde lá.

— Senhor, hoje vamos religar o cristal e vamos recomeçar o trabalho aqui.

O Almirante vê Priscila de Sena sair de um dos Helicópteros e olhar para Pedro;

— Como estão as coisas rapaz?

— Mantem o perímetro, faz um deles passar a mensagem que está tudo normal, e reforça a proteção.

— Espera o que?

— Quando religarmos aqui, com certeza os Americanos saberão, não pode sair meu nome em texto nenhum Priscila.

— Certo, não os quer atrapalhando lá.

— Lá e em nenhum lugar.

Pedro começa a entrar e olha para o tio;

— Hora de voltar tio, aqui quem entra, tem grande probabilidade de morrer!

O senhor começou a sair, os militares estavam estranhando quando Pedro para a frente do Comandante da Região.

— Escolhe agora, Dentro ou Fora do projeto.

O senhor olhou o rapaz, viu que estavam tomando a base, sabia que sair dali era morrer, e fala;

— Em que condições?

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— As mesmas.

Pedro foi entrando e olha o grande elevador de carga e vê os rapazes acionarem e o mesmo começara a descer, o chão por um grande trecho começou a descer.

Pedro olha para os demais e fala;

— Sabem o que vamos fazer aqui?

— Tem dois cientistas novos chegando, e os da casa, mas eles vão estranhar.

Pedro olha para o comandante e fala;

— Você que escolhe, sabe que mesmo você morreria, acho triste gente sem honra, lembro dos relatos da morte do comandante desta base, 30 anos servindo a causa, matam até o filho de 12 anos dele.

— Regras.

— Animais, isto sim, pois quem atira na cabeça de uma criança, não é homem, e não espere que respeite senhor.

— Segredo é parte desta instalação rapaz a mais de 30 anos.

— Senhor, eu sou uma criança comparado a vocês, a trinta anos nem tinha nascido, mas posso lhe garantir, não sou bonzinho.

Pedro olha para um cientista que olha para o menino, e depois para o comandante;

— O que este civil está fazendo aqui?

Pedro olha para o comandante e fala;

— Manda ligar os medidores, manda reforçar a parede três, e chega de folga!

O cientista não entendeu, viu novos militares e o menino chegar a região que era controlada, apenas rapazes que tentavam tirar uma amostra da pedra, mas conseguiam apenas lascas.

Pedro olha para os rapazes, estavam sem óculos de proteção, estavam ali a tentar uma pequena lasca a mais daquela rocha, que deveria ter uns 20 metros de raio.

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Pedro pôs um óculos de proteção e fez sinal para saírem, eles não entenderam, mas viram o menino encostar as duas mãos no cristal e o cientista olha o comandante;

— O que ele vai fazer?

— Registra tudo, sei que pode parecer estranho, mas ele disse que iria reativar o cristal.

— Como?

— Se eu soubesse já teria feito senhor.

— Quem é o jovem?

— Alguém que não quer que esta informação saia pelas portas, mas que tem recursos próprios e tecnologia para nos ajudar a evoluir.

Os cientistas registram o toque do menino com a pedra e um grita do fundo;

— O que vai acontecer?

— Óculos de proteção, tudo o que vamos ver agora, quem havia visto morreu.

Os cientistas começam a pegar seus óculos de proteção, embora estivessem a 3 proteções da pedra, alguns apenas colocaram a mesa os óculos;

Rene era um cientista com especialidade em Física, estava olhando o menino pela câmera e olha os dados, registrando o aumento de energia do menino.

Pedro toca a pedra e a sente, sente sua energia interna, e sua estrutura, e olha em volta, olha para cima, seres sem força, que pareciam ainda viver, mas fracos, olham para baixo, como se sentissem a energia do menino.

Ele ouve um som vindo das bocas, não entendeu, mas pareceu algo em uma frequência, Pedro pensou na frequência do som deles e o computador pessoal que controlava a sua proteção pessoal, emite a energia naquela frequência, Pedro sente a energia aumentar e afasta um pouco a mão da pedra que começa a esquentar, não mais gelada como do primeiro toque.

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O cientista olha os óculos e o coloca, outros estranham, mas Rene olha para o comandante que apenas pega seus óculos, ali ninguém havia vivido isto, a historia triste da morte de todos ali, era uma lição para não baixarem as proteções.

Pedro sente quando a energia começa a se reproduzir por si, olha para cima e sente os seres todos a olhar para a pedra, deveriam ter alguns ali, e viu algo que não saberia explicar facilmente.

Pedro olha para o chão, agora com o cristal começando a brilhar, e uma espécie de cera, grossa, que estava ao chão, começa a tomar a cor azulada, e o que era um piso irregular começa a absorver energia e aquela cera tomar a forma de seres azulados, que pareciam se recompor.

Pedro dá os passos para a parte externa e uma moça olha para ele e emite um som audível, frequência tão alta, que as paredes estremeceram com o som.

Rene olha para a parede absorvendo energia, as câmeras mostravam a primeira parede começando a ficar translucida, o menino vindo de costas, pois olhar para o cristal era realmente algo muito difícil, os demais cientistas que antes pegavam amostras, olham aqueles seres se erguerem do nada e segundos depois não conseguiam mais olhar, tamanho o brilho, e começam a olhar para a parede de proteção, dois minutos e estavam vendo os rapazes do controle, três paredes de proteção depois.

Pedro olha para o Comandante e fala;

— Marca uma reunião com todos, retomamos hoje a condição de dois anos atrás.

O senhor sorriu, pois os cientistas estavam a olhar para o cristal, para os seres, sem saberem o que estava acontecendo.

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Trinta e Quatro Siqueira olha para a moça que lhe tomou a vida, entrara

nela a dois anos, em uma missão na Guatemala, aquela pele azulada e lisa ao toque, ainda lhe fazia a admirar, de uma relação a 2 anos, a primeira, a moça teve não gêmeos como os demais falavam que deveria ser, e sim trigêmeos, duas meninas e um menino, olhando eles, olhando ela, sente quando o pequeno menino, que falava com ele raramente por sons que não entendia, os agudos de suas cordas vocais, em grande parte não eram audíveis, as vezes os via conversando, mas seus ouvidos não ouviam nada.

Sente quando o pequeno ser brilha, o olhar de Ciguapa para ele foi primeiro de espanto, depois um sorriso, ele pergunta olhando para ele assustado, lembra do pequeno ser que deixou na serra com os seus, que ele brilhava assim.

— O que aconteceu.

Siqueira sente a moça chegar a ele e lhe tocar a cabeça e ele vê o cristal voltar a brilhar, o brilho pareceu dar energia a moça e ao menino, mas sinal que algo estava acontecendo, algo que aquele rapaz jovem deveria saber o que era.

Siqueira olhava em volta, tentava não se apegar ao nome do rapaz, sabia que era uma guerra de anos, de amor e ódio entre ele e aquela família.

Siqueira abraça eles e sente uma paz que a muito não sentia, algo que não entedia, aqueles seres lhe passavam uma paz que nunca tivera antes daquele dia.

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Trinta e Cinco Em Washington um senhor chega a sala e pergunta:

— Por que me chamam?

— Os registros apontam para uma grande energia em São Cristobal de la Casa general! – Fala uma moça olhando os relatórios e passando para o general Carter.

— Quando aconteceu?

— A quinze minutos senhor, os dados apontam para a energia que emana o cristal do Afeganistão.

— Não me explicaram como perdemos o laboratório do Afeganistão, agora volta a operar o de São Cristobal de La Casa, o que não estou entendendo?

— Mandei focar na região, pois me afirmavam que a instalação estava quase desativada por falta de utilidade e surgem estes dados general.

— Quem estava no Afeganistão?

— Ninguém que estava lá voltou senhor.

— Quem pode nos informar sobre o que aconteceu, dizem que o tecido só tem valor de mercado próximo ao cristal, agua longe dele, quantos milhões jogados fora, em operações para manter com nós a tecnologia e agora não temos nada, me ache alguém que tenha como ajudar.

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Trinta e Seis Pedro chega ao auditório local, escavado a rocha, a mais

de 100 metros do cristal, o cristal de proteção dele estava em carga total, absorvendo aquela energia.

Pedro olha para os engenheiros e fala;

— Bom dia, não devem me conhecer, mas vim me apresentar e ao meu lado está o General pois descobri uma coisa e não quero este fim para os próximos.

— Não entendi.

— Eles ignoram o que a radiação do cristal pode gerar no ser humano, e no lugar de estudar ele, matam todos os que tiveram contato próximo ou não com ele.

— Está falando serio?

— Sim, por isto estou mudando as diretrizes da casa, e esta base passa a iniciativa privada, com residências dos familiares a mais de mil quilômetros daqui.

— Acha necessário? – Uma senhora.

— Quer arriscar a vida dos seus por algo que não estudamos ainda senhora.

— Mas como vamos poder viver longe dos nossos.

— Uma informação, todos os que em teoria trabalharam nesta base, não vivem, então para mim isto não era uma base de pesquisa, não conseguiria olhar nos olhos de quem trabalha aqui, sabendo que o exercito lá fora os mataria quando achasse que vocês não servem mais.

— Mas eles ainda estão lá fora.

— Primeiro vamos afastar as famílias, depois vamos reduzir a leva de pessoas, depois melhorar as proteções, e por ultimo, acertar o quanto cada um vai fazer, estudar, e ganhar para cada observação que vamos fazer deste cristal e desta forma de vida que vocês veem caminhando ao lado do cristal.

— Por que disto?

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— Senhores, no planeta, como alguns falam, existem 3 cristais destes, se eu colocar os 3 a vibrar na frequência do ferro, em atividade, podemos acabar com a vida do planeta em horas, pois os três cristais entrariam em frequência de derretimento de toda a crosta terrestre e em questão de horas estaríamos caindo no magma do planeta.

— Acha que é tão perigoso assim?

— Se não achasse, não estaria assumindo aqui, no Brasil e no Afeganistão, declarar guerra a aliados sem motivo não é minha forma de agir senhores.

— E baseado em quem você tirou esta conclusão.

— Os relatórios deste laboratório, dizem que o cristal brilhando em sincronia por 10 segundos, derreteu 2 proteções as transformando em liquido, se os cientistas não tivessem percebido rapidamente e evacuado, teriam morrido cozidos ali dentro, mesmo por trás de 3 proteções. – Pedro olha para os dados e liga o projetor – Quando ele emitiu esta linha de energia, o exercito americano através de dois satélites que tentavam descobrir onde vocês estavam, os acharam, e se fez a operação, calculando a profundidade, chegam a conclusão de que teria de ser invadido por terra, e se fez a operação que matou todos os integrantes.

Pedro põem as cenas externas e fala;

— Vamos criar 3 linhas de defesa, não quero ser morto por falta de defesa.

— Não disse que não éramos mais parte do exercito?

— Senhores, quem está assumindo a base, é a ePTec, minha empresa, vamos estudar e ligar vocês ao mundo, mas em cada um dos alojamentos, que vamos dispor aqui dentro, teremos medidores de radiação, alarme de invasão e saídas de emergência lentas, onde eles possam entrar, achar que está vazio e quando os demais chegarem para nos defender, sairemos vivos.

Pedro põem uma linha de defesa interna e fala;

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— Esta linha é feita para proteger a mente de vocês da inferência da frequência do cristal, que emite energia nas frequências que todos terão acesso, protegera também vocês contra a radiação, e instalaremos uma linha de proteção que vai cercar o cristal, os seres se alimentam pelo que estudamos, pela pele, e pode ser pela luz, se tirarmos a radiação, teremos de fornecer umidade, mas isto lhes garantira mais tempo de vida, e um crescimento mais lento.

— Teve acesso a outros?

— Digamos que mesmo a contra gosto, protejo uma leva de 4 seres, que caminham ao sol, onde eles precisam apenas da frequência da luz e da umidade para sobreviver, mas as noites eles hibernam, não é dormir, eles conseguem simplesmente desligar seus corpos.

— E como sabe que são como estes? – Rene.

— Por que as três crianças, são filhos diretos de algo que os relatos daqui diziam impossível, o gerar de descendentes entre os humanos e os seres.

— Esta dizendo que existem seres híbridos.

— Diria que diante da genética deles, os nossos mais resistentes genes, viram recessivos.

— E acompanha isto em um laboratório no Brasil?

— Não, o laboratório do Brasil, era superficial, e no bombardear dele a 2 anos pelos Americanos, o cristal se desfez em milhares de pedaços, matando todos os seres, que ainda viviam lá.

— Mas de onde saiu então este espécime?

— É o ser que saiu andando deste laboratório, dizem que saíram dois, mas sei apenas onde um está.

— Certo, mas então vamos nos proteger antes de continuar a pesquisa.

— O general aqui não sabe, mas o governo da Guatemala, nos vendeu o laboratório que nada gerava, certo que ele os queria longe daqui, e como ninguém consegue

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erguer o cristal, preso a gravidade do planeta de forma tão intrínseca que não sai do lugar.

Os senhores começam a fazer perguntas, e depois de um tempo Pedro os dispensa e ouve a pergunta;

— Poderia me confirmar quem dá a segurança lá fora?

— Pelo jeito já conheceu Priscila de Sena.

— Sim, uma lenda para quem ouve, um pesadelo para quem enfrenta.

— Senhor, todos nós queremos ganhar com isto, mas toda a ameaça que nos pode tirar a vida, desativamos.

— Certo, vocês não querem arriscar, mesmo apenas com dois cristais.

— Senhor, o que vou fazer no Brasil é mais complicado, agora sei que os seres ainda estão lá, foram derretidos, não tinham o cristal para os proteger, mas se aqui liguei ele, lá pretendo desenvolver o nosso cristal.

— De onde saiu menino.

Pedro sorriu e passa as instruções, via a segurança ser substituída, quem queria sair, ele não iria proibir, mesmo sabendo o fim que teriam.

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Trinta e Sete O general Carter estava a sua sala quando ouve o

telefone tocar;

— Senhor Carter?

— Sim.

— General Dallan, Novo México.

— Os malucos da área 51!

— Que ajuda ou não senhor?

Carter olha para a porta, a secretaria entrava, e fala;

— Me dá um minuto.

Carter pensa se levantando e olhando para o centro da formação do Pentágono;

— O que tem a oferecer Dallan?

— Nada que de para falar por telefone senhor, mas estamos relatando que com ajuda de uma empresa, acabamos de ter acesso ao laboratório de Imaus.

— Uma boa noticia, teremos acesso ao que sobrou?

— Teremos acesso aos dados, não quero ter de morrer por que vi o que não preciso ver senhor.

— Mas pode ajudar?

— Um dos nossos parceiros pediu uma audiência com o senhor, ele disse que consegue esperar o fim da sua reunião.

— Onde?

— Na sua sala.

— Acha que é fácil liberar alguém tão facilmente a entrar aqui Dallan.

— Senhor, estamos perguntando se quer, não se vamos entrar ou não, em uma hora em sua sala.

— Está onde que acha que consegue entrar aqui?

— Estou quase tirando a oferta de ajuda senhor. – Dallan olhando para Sabrina, a programadora dele, que lhe dava as coordenadas de algo incrível.

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Carter fala;

— Certo, em uma hora, na minha sala aqui no pentágono, se não aparecer entenderei.

Dallan ainda estava no Novo México, em Los Alamos, e olha para Sabrina que fala;

— O que descobriu.

— Os dados que o sistema está recebendo do cristal na Guatemala, deveriam existir mais senhor.

— Acha que o menino tem razão?

— 6 destes no mínimo, pois é o gerador de fusão em forma de cristal das naves que vinham.

— Qual o pulo que elas realizaram para precisar de algo assim?

— Senhor, quando se fala em Galáxias, ainda me bato, mesmo com toda esta historia de outros seres.

— Suposições?

Sabrina não era de suposições, coloca o calculo que ela tentara fazer e fala;

— Algo capaz de abrir um pulo daqui a Galáxia de Andrômeda.

Dallan sorriu e falou;

— E ninguém nem sabe de onde vem os ganhos e o manter deste empresa.

— Fazer o que senhor, ninguém sabe o que é real aqui.

Os dois sorriem.

O general Carter recebe a sua sala o secretario de segurança que o olha;

— O que está acontecendo que me acordam de madrugada Carter?

Carter olhou para o senhor, uma pergunta que não responderia a qualquer um. Secretario de segurança, secretario de estado, segurança nacional, tudo cargo eletivo, indicado pelo presidente.

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— Carter, o presidente pediu para verificar algumas coisas.

— O que precisa secretario?

— Dizem que Dallan da área 51 esta com contatos perigosos, capazes de gerar problemas sérios, dizem que eles tem planos para assumir dois laboratórios que passaram para o presidente ser importante, um seria São Cristobal de la Casa, pelo nome deve ser no Novo México, pois não conheço esta cidade, e o outro, em uma cidade no Afeganistão.

Carter segurou a rizada, mandaram o senhor ali descobrir algo que não entendiam, mas sinal que este Dallan estava fazendo barulho alto.

— O presidente sabe a área que eles estão envolvidos senhor, fica mais fácil, as vezes não é o nome de uma cidade, mas de um laboratório.

— Dizem que eles seguraram uma tecnologia por que a CIA pressionou, eles queriam estar vendendo e desenvolvendo tecnologia de ponta e os protocolos estão segurando o andamento, mas como a CIA não passa ao presidente o que eles querem vender, e sabendo que grandes armas saíram de Los Alamos, o presidente ficou preocupado.

Carter se despede do senhor e olha para a tenente que lhe servia de secretaria;

— Me confirma com quem o General Dallan esta envolvido.

— Aquele Brasileiro, da ePTec!

— Como sabe?

— Senhor, todos no pentágono queriam aquela parceria, Dallan parou de pedir dinheiro, por isto todos olham para lá.

— Estão se auto financiando?

— Dizem que o sistema eP é em parceria da engenheira chefe de Dallan com a empresa Brasileira, o que gera uma entrada de recursos fixa, e aumenta os rumores.

— Acha que ele tem como nos ajudar?

— Ele ofereceu ajuda?

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— Sim, disse que tentaria vir conversar, se ele chegar, me avisa!

— Acha que eles seriam malucos de tentar entrar no pentágono com todos os monitorando?

— Pelo que entendi, já estão aqui!

A moça sorriu, Carter sentou-se, ele olhava para fora quando sente a claridade as suas costas, vira-se e olha duas passagens surgirem, por uma vê o General Dallan e uma moça passar e por outra um rapaz jovem, muito jovem para ser do exercito.

Carter ainda estava vendo aquela energia sumir as costas deles quando ouve;

— Desculpa o atraso General.

Carter olha para Dallan e fala;

— Que tecnologia é esta?

— A CIA nos proibiu de por no mercado senhor, mas este é Pedro Rosa, nosso parceiro no descobrir o funcionamento daqueles cristais.

— Estão dividindo informação com estrangeiros, sabe as consequências disto Dallan.

— Senhor, o governo da Guatemala estava tentando vender os restos e instalações daquilo que chamam de cemitério de São Cristobal de la Casa a mais de 2 meses, o rapaz ai o comprou, ele a 1 hora reativou o cristal e me passou uma mensagem e estamos aqui.

— Qual o problema? – Carter.

Dallan olha para Pedro que fala;

— Desculpa o incomodo senhor, mas quando avaliamos a pouco o sistema de informação pelos dados que estão chegando em Los Alamos, direto da base na Guatemala sem ninguém ver, nos deparamos com duas informações e estamos aqui para explicar o por que estamos nos mexendo.

— Esta dizendo que a base na Guatemala esta conectada a base que temos em Los Alamos?

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— Com a base que a ePTec tem em Los Alamos, mas como divido toda a informação de lá com a engenheira de programação Sabrina, é como se tivéssemos conectados sim ao seu sistema. – Pedro pensou – Sei que alguns acham que Dallan divide informação com outras nações, mas estamos preocupados senhor, o que está registrado nos registros internos do cristal, é uma programação básica que Dallan havia retirado de um cristal esverdeado, não sei a procedência, mas esta programação nos deixou ver a sequencia dos relatos, eles não estão lá a pouco senhor, eles estão ali a mais de 13 milhões de anos, eles não vieram sós, pelo menos 6 pedras daquelas vieram ao planeta, mas se alguém as puser em frequência, emitem em sincronia, e podem nos lançar num planeta em destruição senhor.

— Estão malucos, 13 milhões de anos não havia nada aqui.

Pedro olhou para Dallan e fala;

— Acha que isto nos dará algo Dallan?

— Viemos conversar Pedro, sabe que nem eu entendi tudo ainda, mas estamos relatando, se estiver certo e eles entrarem em sincronia, temos de ter como os deter.

Pedro olha para Carter e fala;

— Carter, sei que pode não entender, não acreditar, mas existem 5 cristais ativos no planeta, isolamos 2 deles, o da Guatemala e o do Afeganistão, os dados do Afeganistão não chegam ainda por erro de um engenheiro de lá, mas o que nos faz se mexer é a possibilidade destes cristais virarem arma de um maluco, temos de achar o ponto de impacto de outros 3 deles, Dallan nos informou que o senhor saberia como saber onde estão os demais. Ou verificar.

Carter não estava entendendo e olha para Dallan.

—Qual o perigo Dallan, sei que não sou de meias palavras, sabe que não gosto de traição.

— Senhor, estamos falando de Planeta, não de país, algo assim destruiria tudo que conhecemos.

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Dallan olha para Sabrina que fala;

— Senhor, o que achávamos ser uma fonte de energia a ser estudada, parece um reator de transporte de uma nave, começamos achar tanto na Guatemala quanto no Afeganistão os restos das mesmas, eles usaram os reatores para se manterem vivos e se proliferando, mesmo sem luz e sem comida, mas os relatos da programação diz que 8 naves saíram, uma se chocou no caminho, uma nunca chegou, então 6 delas chegaram a terra, aquilo não é tecnologia nossa, mas de um povo capaz de fazer um salto de galáxia a galáxia senhor, e esta energia, é tão grande, que se as três entrarem em sintonia, um maluco pode as achar e conectar, o planeta vai virar liquido, tudo vai reagir como se estivéssemos num grande micro-ondas, morreríamos cozidos antes do planeta voltar a ser uma bola incandescente.

Carter olha a moça e fala;

— Isto baseado no que viu do primeiro cristal?

— Senhor, mesmo os retalhos do cristal que despedaçamos no Brasil, transmitem a mesma frequência, o senhor vive em um mundo de coisas que se fala, o que estamos falando, se evitado, será como as coisas que fazemos, os demais nunca sabem, nunca aconteceu, mas esta é a nossa função senhor. – Sabrina.

— Mundo maluco de vocês!

— Senhor, em 12 horas, os cristais na Guatemala e no Afeganistão vão sumir do sistema de satélites, por que a proteção sobre eles estará totalmente carregada, teremos isolado os 2 primeiros, estamos recolhendo os cacos no Brasil, e vamos isolar, mas temos de descobrir onde estão os outros 3 senhor. – Sabrina.

— Me passem a frequência destes cristais, pensei que o problema era outro, mas pelo que entendi, vamos ter acesso aos dados dos três laboratórios? – Carter.

— Senhor, o bombardear da base no Brasil e o invadir da base na Guatemala, foi uma perda de informação incrível, eles na Guatemala haviam descoberto este perigo a 2 anos, e

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no Brasil, eles descobriram que estes seres, são compatíveis geneticamente aos humanos, seria criar seres capazes de saltar ao universo e sobreviver a uma viagem espacial sem precedentes senhor. – Pedro.

Carter olha para o rapaz e fala;

— Desculpa rapaz, mas o meu contato é com os meus, não gosto de você, dos seus, por mim não estaria aqui.

Pedro olha nos olhos do senhor, aperta um botão a mão e dá dois passos atrás, se o senhor não estava confortável com ele ali, não ficaria.

Pedro some as costas, o senhor não sabia que tecnologia era aquela, viu que o rapaz não era de meios atos.

— Não gosto de dividir com estrangeiros o que estamos falando, por que o trouxeram.

Sabrina olha para Dallan e fala;

— Vou voltar, ainda tenho de estudar os dados!

— Pode voltar Tenente Sabrina.

Dallan vê a moça sumir e fala olhando para Carter;

— Pensei que os generais do pentágonos usassem a cabeça, se puder nos ajudar, tudo bem Carter, mas se quer por os aliados para correr, dou um jeito de outra forma.

— Ele é estrangeiro.

— Estamos todos sobre um planeta, que quando foi ativado o cristal a 2 anos, no lugar de olharem e observarem, mandaram destruir, então se fizer algo que vai nos levar a morte senhor, melhor eu não saber, odeio idiotas que destroem por que ignoram a importância, como alguns dizem, se foi o homem que deu as ordens da execução na Guatemala, não é homem e não merece ser chamado de homem, pois matar crianças de colo, é coisa de bicho e estes, se me perguntarem se quero deixar no caminho, com certeza.

— Acha que fala com quem!

— Um covarde que acha que fala alto, mas se é para faze burrada de novo, esquece-nos Carter.

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Dallan olha a porta e a tenente olha o senhor ali, não o vira entrar e fala;

— O secretario voltou.

— Manda esperar, mas pelo jeito ele está certo!

— Manda ele entrar Tenente James, se é para falar com alguém que entenda, que seja com o verdadeiro problema.

— Acha que ele vai lhe ouvir?

— Senhor, eu vou tentar, está dando uma de intocável, se tudo desandar, não cozinharei sozinho nesse planeta.

O secretario entra e vê o General Dallan e fala;

— Sabe que o presidente pode o tirar do cargo por esta aliança ai Carter.

Dallan esperou a ofensa, mais um irracional, ele era assim, ele sabia como pensava o exercito ao qual trabalhava, já fizera coisas ruins, e talvez voltasse a fazer.

— O que faz aqui traidor.

— Existe acusação formal contra mim secretario, ou está em pânico diante de alguém que não está no cargo por que beija a bunda do presidente?

— Sabe que todos os demais o monitoram.

— Senhor, estou aqui dividindo minhas preocupações com o senhor Carter, mas ele pensa como o senhor, quando estivermos todos cozinhando no planeta, não esquece, tentei.

— Mas qual o perigo.

— O perigo é operações que não nos dão tecnologia, nos tiram ela, nos levam a beira de uma crise sem precedentes, mas o que faz aqui Secretario, já que segurança nacional é minha área, não a sua.

— Não respondeu?

— Temos 3 cristais, altamente poderosos, perdidos por ai, sem ninguém procurando, precisamos os isolar, e com isto evitar o problema.

— Muito superficial está sua informação.

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— Desculpa senhor, mas o exercito Norte Americano não divide com civis os seus segredos mais íntimos.

— Mas devo ao presidente esta resposta.

— Diz para ele não atrapalhar, que damos um jeito, mas se ele quiser atrapalhar, cruzo os braços e que Deus nos proteja.

Carter olha para Dallan e fala;

— Não terá minha ajuda.

— Sem problema Carter, a próxima vez que mandar matar crianças, todos os seus saberão o animal que é, e secretario, se confia em gente que manda matar criança de colo, com as mães, por algo que elas nem sabiam, acho que quem está no lado errado sou eu.

O secretario olhou a porta e viu dois militares, Dallan tocou o peito e apertou o botão que tinha a mão, o campo de passagem surge as costas e ele dá dois passos sumindo dali.

Os demais veem ele sair como entrou, até a secretaria viu e Dallan olha para Sabrina.

— Esquece a ajuda direta.

Sabrina sorri e fala;

— Sabe bem que eles vão tentar achar Dallan.

— Sei disto, mas isola a região, eles vão vir sobre nós.

— O que podemos fazer?

— Como estão os sistemas baseados no jogo?

— Avançando, agora já temos uns 30 mundos, devemos começar a ganhar uns trocados. Mais de 30 milhões de jogadores on-line neste momento.

— Recursos, é isto que eles não entendem, como estamos nos financiando.

Sabrina sorri e vê o senhor entrar na sala ao lado e ir dar ordens de segurança.

Carter olha para o secretario de segurança e fala;

— Isto que a CIA não o deixou vender?

— Não sei, o que ele queria?

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— Ajuda para monitorar um conjunto de dados, mas nada que realmente se divida com civis senhor.

— Então existe risco?

— Los Alamos vai desativar os dois Cristais, na Guatemala e no Afeganistão, desculpa, não sabe do que estou falando, mas ele tem medo de dados que não pesquisei ainda.

Carter olha para a Tenente James e fala;

— Consegue monitorar se temos algo naquela frequência, em algum lugar do planeta?

— Qual a profundidade a procurar senhor?

— Passa a frequência do da Guatemala, eles estão incrustrados a mais de 300 metros de profundidade.

Carter pensou, a moça o olhava e pergunta;

— Consegue os dados da descoberta da base na Guatemala a dois anos, algo me diz que algo aconteceu, e tudo isto nos trouxe ao dia de hoje.

O secretario olhava para Carter;

— Não vai relatar Carter?

— Secretario, eu não espalho fofocas, alguém veio e me ofendeu, mas ele sabe que se o perigo é eminente, ou pelo menos existir, vou investigar.

— Por que a CIA não quer a tecnologia que eles desenvolveram?

— Eles querem a tecnologia, não a difusão dela, algo como viu aqui senhor, colocaria alguém diante de nosso presidente com uma bomba e não teríamos como evitar.

— E por que os demais o dão cobertura? – Secretario.

Carter vira a moça sair e olha para o senhor;

— Eles são a área 51 senhor, tudo que eles descobrem, um dia virá ao mundo, mas não enquanto não precisarmos disto.

— Mas não entendi o problema.

— Nem eu senhor, não ainda.

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Trinta e Oito Pedro olha para a sala interna ao quarto em seu hotel a

beira do Rio Negro, e olha o senhor lhe olhar;

Pedro olha os demais e vê que estão bem quietos, mas viu a moça olhar para ele, abrindo o olho.

— O que a faz lhe olhar rapaz? – Siqueira.

Pedro olha para o peito, abre um pequeno botão na altura do peito, na camisa, e coloca sobre a mesa, abre a pequena tampa sobre ele e se vê o brilho tomar a peça.

— Siqueira, temos um problema, e não sei se pode me ajudar.

— Os Rosa tem problemas, quando foi isto?

— Diria que quando um Rosa assina como Travesso, deixa de ser um Rosa e passa a ser um problema.

Siqueira lembrou do cronista do ano, agora sabia quem era o rapaz a sua frente, o menino que todos falaram a dois anos que estava transformando o pais em um grande buraco, que era um destruidor da natureza.

— Qual o problema que tem de enfrentar?

Pedro abre seu computador pessoal, via os demais abrirem os olhos e se disporem perto, como se dormir não fosse importante, se tinham energia, sentiam-se acordados.

Pedro acessa o sistema que puxou de um satélite a dois anos e falou;

— Quando a dois anos, um incidente que não compreendo, por que aconteceu, desencadeou na Guatemala uma reação do cristal, foi com tamanha intensidade, que as paredes de dois metros de proteção em ferro, da base na Guatemala derreteram como se fosse agua, este emitir de frequência por 10 segundos, derreteu as proteções, se tivesse alguém no interior da proteção, este ser teria sido cozida, mas o gerar disto, nos fez pensar em o que aconteceu, pois puxando os dados do Brasil e do Afeganistão, as duas pedras

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entraram em sincronia, como se tivessem trocando informação.

— E que risco tem nisto?

— Sei onde estão 5 das 6 que existem, mas se uma delas sozinha for posta em frequência igual a que registramos ela vai começar derretendo tudo a volta, e seu peso a levaria cada vez mais ao fundo, se chegar ao núcleo do planeta, ele vai vibrar e tudo que conhecemos, vira magma vivo.

— E quer saber onde está este cristal?

— Sim, mas não sei quem poderia me ajudar, não sei se eles nos entendem, se eles entenderiam o perigo de algo assim.

— Eles não parecem aceitar a situação, a informação inicial é que viriam para o planeta água, depois se deparam com uma terra morta, o que falou no barco é o que acha que aconteceu?

— O cruzar das informações que temos e que eles tem, do planeta, da posição que estão, o cristal no momento daquele acontecido, desceu alguns centímetros. Então eles pareciam ter mais recursos quando chegaram que agora, eles definharam tecnologicamente, culturalmente, mas não entendo o que eles pensaram.

— Sabe do cristal na Serra de Curupira.

— Sim, tem um dos seres lá que parece ser adorado pelos demais, mas que parece muito jovem, parece com seu menino ali.

— E como estão?

— Dentro de uma reserva, protegidos até da curiosidade dos índios.

— E o que fez com eles?

— Nada de mal ainda, o que fiz na Guatemala, eles vão envelhecer mais lentamente agora.

— Certo, mas como eles reagiram ao que fez?

— Eles sentiram a mudança, mas não me viram fazer Siqueira, mesmo eles, não olham diretamente a pedra, sem as

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retinas internas fechadas, então eles não olham o cristal, mas sentiram a redução de certas energias.

— E quer saber onde está o ultimo?

— Eu acho que juntos, podemos os trazer a uma vida, sozinhos, serão sempre experiências num buraco sem ninguém ver.

— E o que os demais acham disto?

— Como disse para alguns, terei minha área 51 em mais 3 países, vim convidar vocês a conhecerem a nova base na nascente do Rio Negro.

— O que tem lá?

— Ainda em estudos, comprei do exercito Brasileiro a 15 dias Siqueira, está em meio a uma área de preservação de propriedade do Exercito, mas que agora me pertence.

— O que pretende lá?

— Estamos em meio a mata, existirão cientistas, mas quero entender a função dos seres humanoides, que tem nas terceiras bases, e por que todos eles tem marca de terem tido o coração arrancado.

— Não entendi! – Siqueira olhando a moça.

— Sei disto, você nunca trabalhou em um laboratório, apenas entrou e saiu de lá, mas em teoria, eles matavam seres que pareciam com nós, tirando seus corações, e deixando junto a pedra os corpos, os cientistas sempre tentavam entender, mas todas as tentativas de salvar as crianças, mataram tanto os seres como outros que estavam envolvidos na operação.

— E acha que os seres não os matavam?

— Sei que eles estão vivos na Guatemala, no Afeganistão e no Brasil, mas não vivem longe do cristal.

Pedro aponta a moça e fala.

— Ela vive absorvendo ondas curtas ou longas, os seres, sobrevivem apenas sobre uma dose alta de radiação e de ondas curtas de luz muito forte.

— Outro espécime?

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— Estes são os reprodutores no sistema fechado deles, não entendo o que acontece no inicio, mas com certeza, como eles absorvem muita mais energia que os demais, um detector de radioatividade neles, dá zero Siqueira, e sabemos que mesmo nós, vivemos sobre uma leva de radiação.

— E o que acontece quando os isolam?

— Eles absorvem todo tipo de energia, até o pouco da radiação de nosso corpo, que começa a adoecer sem explicação, as pessoas próximas simplesmente morrem, pois não conseguem manter a energia das células.

— Muito estranho.

— Acredito que eles – Pedro aponta os que os olhavam - nem tem noção disto, lá dentro eles não tinham noção de dia, mas aqui fora, recebendo ondas longas, eles vivem mais, lá dentro, envelhecem com uma frequência assustadora, mas como eles não deixam os velhos visíveis, não os vemos definhar. Aqui fora eles também dão as células chance de descansar as noites recuperando água e hidratando todo o sistema, eles tem problemas de diarreia, nos primeiros dias fora do contato com a pedra Siqueira.

— Isto eu sei. – Fala Siqueira olhando a moça, que sorri

— Melhor descansarem, amanha vemos se querem ou não ir lá. — Pedro guarda o cristal no botão e sai pela porta, reduzindo a iluminação a quase nada.

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Trinta e Nove Dallan olha para a Tenente Sabrina e pergunta;

— Eles acharam?

— O que o menino não nos falou ainda Dallan?

— Ele não divide antes, sabe disto, não acostumou, 2 anos cheios de novidades, uma atrás da outra, o que acha que está acontecendo.

— Ele está tomando 3 pontos e está prestes a dizer que tem suas 3 áreas 51!

— Algum perigo?

— Não gosto destes seres Dallan, mas o menino, ele cresceu mas ainda tem aquela cara de criança, parece querer algo que precisa ser feito com eles vivos.

— E Carter se mexeu?

— Está estudando os dados, e se depara com duas afirmativas que ele não esperava, até eu não esperava.

— O que? – Dallan olhando a moça.

— O nosso cristal de 10 cm³ desenvolvido ali na ePtec produz energia na mesma frequência, mas 12 vezes mais potente, mas sem oscilar.

— Esta dizendo que se entendermos esta tecnologia deles, podemos saltar de uma galáxia a outra?

— Como disse antes general isto é teoria.

— Mas acha que podemos conseguir.

— Sabe bem que o cristal que desenvolvemos, pode dependendo da cor, abri um tipo de reação, ele colocou colado ao cristal tanto no Afeganistão, na Guatemala e os dados do Brasil, nos dando posição referente aos cristais, nenhum deles é igual ao outro, eles tem padrão semelhante, mas mesmo a composição é diferenciada. – Sabrina.

— O que Carter esta descobrindo?

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— Esta conseguindo rastrear os cristais em descanso, mas realmente a energia deles parece com a posição desligado para o sistema, e começa a olhar para o lado.

— E algo que devemos nos preocupar.

— Sim, viagem marcada para Los Alamos as 08 horas da manha.

Dallan sorriu;

— Mas acharam algo diferente?

— Sim, uma base abandonada a mais de 60 anos, nas montanhas, entre Azerbaijão e Irã.

— O que acharam lá, região difícil, estão em que lado?

— Os relatos ficaram confusos, pois parece que está sob a divisa, abaixo dela, fotogravado pelo Sint42 – se referindo ao satélite – dá Irã, pelo NeoSat2 dá Azerbaijão, a diferença é dada pelo ângulo que ambos fazem a varredura. – Fala Sabrina olhando para os dados.

— De quando é a base?

— Iniciada em 1934 e abandonada ao termino da segunda guerra senhor.

— Nazistas?

— Não temos estes dados senhor, poderia ser dos Russos, poderia ser do Irã, mas ninguém assumiu estes dados.

— Quem poderia me confirmar estes dados?

— Senhor, está abandonado a 60 anos, se a pessoa tivesse idade para estar no exercito, deve ter no mínimo 78 anos, se foi exposto aos índices de radiação, morto a mais de 40 anos.

— Acha que é isto que Carter vem fazer aqui?

— Acho que ele ficou curioso, todos dizem não ter os dados e de repente afirmamos ter os dados que todos dizem não existir.

— Lá vem bomba, acha que podemos nos defender.

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— Tira os engenheiros principais daqui senhor, vamos defender o que importa, a informação.

Dallan olha a aproximação feita da região pelo satélite NeoSat2, estava querendo desviar a imagem e olhar a região em si, mas não poderia neste momento, Sabrina lida no painel ao lado e começa a dar as coordenadas aos 26 satélites que passavam na região, e começam a fotografar toda a região.

— O que procuramos General?

Dallan olha para a formação na Guatemala e aponta para ela e fala;

— Uma marca na terra de duas quedas bem pesadas.

Sabrina nunca pensara daquela forma e pergunta;

— Onde acharam as demais pedras senhor?

— No Brasil não ficou nada visível depois de 18 milhões de anos, num pantanal na região, mas tanto no Afeganistão ao lado como na Guatemala, o que caiu deixou o rastro da queda.

O monitor foi montando o grande painel e olha para o dado e fala.

— Se entendi, eles tinham seis bases na região senhor! – Sabrina.

— Não entendi.

Sabrina joga no sistema a linha de bases abandonadas, duas antes da que emitia energia, ainda no Irã, e 3 depois desta já no Azerbaijão.

— O que eles procuravam lá?

— O que acharam lá é a pergunta senhor, mas podemos ter o epicentro do acontecimento a 2 anos, neste lugar.

— Não entendi?

— A dois anos nesta região, um terremoto de 7 graus na escala Richter derrubou quase tudo que tinha de pé.

— Na mesma data?

— Sim, na mesma data senhor.

— Tem como confirmar se está mesmo desativada?

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Sabrina aproxima a saída no Azerbaijão e fala;

— Não senhor, apenas estão usando a saída ao norte, para não chamar atenção.

Dallan pega o telefone e disca para Carter.

— O que quer Dallan? – Carter.

— Apenas alertando, manda segurar a operação até nos falarmos, a base não esta abandonada como parece, observa os dados, são 6 bases interligadas, mais de 100 quilômetros de tuneis, mas estão usando a saída da ultima ao norte.

Carter olha para as câmeras, não sabia se o senhor o monitorava, mas olha a moça;

— Observa mais Tenente, Dallan me liga e fala que a paz é apenas aparente.

A moça vê os dados que Sabrina levantara surgirem em sua tela e olha atenta e fala;

— Eles estão observando como nós senhor, mas eles tem razão, 6 bases, todas aparentemente inativas, mas a ultima da linha, tem entrada de equipamentos, comida, e agua semanalmente.

Dallan desliga e Carter olha os dados e pergunta;

— Como eles podem nos monitorar Tenente.

— Eles são a área 51 senhor, aquela engenheira chefe dele Dallan, muitas organizações já tentaram comprar, mas ela parece fissurada em um projeto próprio.

A moça olha para os satélites e fala;

— Não os ajudamos, eles invadiram nosso sistema e desviaram as câmeras e identificadores de mais de 30 satélites para a região senhor.

— Estes dados então são os dados reais.

— Estão chegando ainda, não sei como, mas me conectaram aos dados senhor, estão vindo todas as informações de uma vez, o computador as está separando.

— Conseguiu os dados referente ao achar da base a dois anos?

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A moça olha para o monitor e passa para o senhor que fala;

— O que é esta mancha vermelha ao centro?

— O local exato onde o cristal está, se considerar que está a 300 metros de profundidade, diria que eles não morreram lá no dia por sorte senhor.

Carter olha os dados, os níveis de radiação e fala;

— Me confirmou o voo?

— Sim, confirmei senhor.

— A que temperatura chegou o local próximo do cristal?

— Ele cozinhou de dentro para fora, como se tivesse na frequência de vibração do ferro senhor, as casas que estavam a mais de mil metros, tiveram as luzes queimadas.

— Quantos segundos durou isto?

— 9,54 segundos senhor, ninguém saberia o estrago se durasse mais, talvez eles tenham razão, poderia desencadear algo assim, estava olhando os dados do Afeganistão, no exato momento, a pedra começa a vibrar, se considerar o terremoto que sofreu a região nos segundos seguintes, podemos dizer que ainda bem que durou apenas 9 segundos senhor.

— E os demais cristais?

— Não tenho – a moça iria dizer que não tinha os dados e vê surgir a sua frente o dado de outros 5 pontos e fala – eles estão nos monitorando senhor, mas eles tem os dados dos demais, todos os cristais vibraram e transmitiram ao meio o tremor, a diferença é que – A moça ia falar algo e afasta a câmera de dois anos e o senhor olha o ponto surgir mais ao sul e fala – senhor, este segundo ponto era outro cristal, olha o índice de calor que se espalhou nesta linha entre os dois.

Carter olha os dados e fala;

— Aterrorizador, algo assim nos destruiria e nem saberíamos o que aconteceu.

A tenente fica vendo os dados e fala;

— Eles tem os dados de 4 dos cristais senhor, todos estabilizados e controlados por sistema, parecem estar

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mantendo eles abaixo do nível anterior de emissão, mas lidados senhor.

— Eles tem todos os dados?

— Sim, e pelo que entendi, tudo indo a eles pelas linhas de fibra óptica da ePtec!

— Não gosto disto Tenente, eles terem esta informação para mim é algo impensável.

— O menino está dividindo informação senhor, ele poderia estar escondendo, sinal que ele está apenas preocupado, ele não tem um exercito, ele não faz parte nem do exercito Brasileiro, nem idade para isto ele tem.

— Mas não gosto, mas sinal que enquanto corríamos atrás de duas pedras, eles sabiam da existência de 6 destas e foram as isolando.

— Eles estão nos informando senhor onde cada uma delas fica, com seus cristais e posições.

— Mas quem toca isto, aquele menino Brasileiro?

— E empresa dele senhor, onde a Universidade da Califórnia tem pelo que entendi, mais de 30%.

— Não entendo por que ele divide, algo ele pretende.

— Senhor, o menino sempre foi olhado com desconfiança, ele tem poder de fogo, isto faz todos olharem para ele, mas sabemos que ano que vem, o acelerador de partícula, o terceiro do mundo, será inaugurando no Novo México e quem abriu o buraco foi a empresa do menino.

— Sempre falam do risco disto, mas pelo jeito eles trabalham em todos os ramos, isto me confunde.

— Senhor, eles são cientistas tentando entender o universo dentro das regras impostas por militares, CIA e FBI, desviando as interferências da Casa Branca, eu não gostaria de trabalhar lá senhor. – A moça numa firmeza que fez Carter pensar.

— Me confirma os dados, e me determina onde e como são todos os pontos que tem este cristal.

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— Sim senhor. – Fala a tenente batendo continência enquanto o senhor saia da sala dela, onde um computador ligado ao mundo dava as coordenadas.

O senhor vai a sua sala, vendo os dados, pensando neles, no que falaria, liga para alguns comandantes e arma uma operação na divisa de dois países que não os queriam por perto.

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Quarenta Amanhece calmamente na Amazônia, Siqueira olha a

moça olhando para ele, ela tentava falar as vezes, mas ele não conseguia entender, ela entendera que eram seres muito diferentes.

A moça chega perto e toca a cabeça dele perguntando onde iriam?

Ele pensa e ela fica indecisa.

— Se não quiser ir, tem de ficar protegida.

―O que vamos fazer lá?‖ – A pergunta veio a mente dele.

— O menino quer tentar trazer a vida e entender o que nunca entendi, para ir a uma aventura no Azerbaijão.

―Onde é isto?‖

— Algo referente aos Abarimon‖

A moça sorriu, ele soube que os nomes vieram inspirados por eles, lembra quando ele falou em Curupira, ela a dois anos, lembra como ontem do sorriso.

O rapaz, não sabia nem a idade do rapaz, mas parecia muito frágil e ao mesmo tempo determinado, chega a porta e olha para eles já prontos;

— Vão ou não?

A moça sorriu e Pedro entendeu, iriam, começa a sair, para a parte alta, não para a entrada baixa e os demais viram o helicóptero chegar ao local, era um helicóptero civil, entraram e começam ir a oeste.

O senhor olha a floresta, já fizera treinamento na região, lembra da base antiga abandonada a frente, por momentos pensou se era abandonada, viu o helicóptero descer e um rapaz lhes fazer sinal para chegarem, o olhar do rapaz para a moça e as crianças foi de espanto.

Pedro caminha até um barracão, tudo aparentemente em construção, como se de um dia para outro, estivessem

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trazendo casas pré-moldadas, via os helicópteros descendo uma a uma, enquanto aguardavam.

Siqueira olha para a farte frontal e vê o barracão abandonado andar lateralmente, e o chão se abrir.

Aquilo ali fora refeito, a pouco tempo, sobem em um grande piso metálico e Siqueira e a moça sentem que o chão começa a descer.

Pedro estava olhando os dados e vê o sinal ficar difuso e fala olhando para Siqueira.

— Próximo ao cristal, voltamos a era da telefonia por cabo, por energia que não vier dele, a cabo, a lâmpadas a base de radiação, pois os filamentos metálicos vibram e queimam no ligar da tomada.

Pedro vê o elevador imenso parar e olha uma porta se abrir a frente e olha para a proteção, cientistas novos tentando entender, mas ele não viera ainda pessoalmente, estava tentando não chamar atenção errada.

Pedro olha para os olhos da moça para o chão, se via aquela cera ao chão. Olha ela tocar a cabeça de Siqueira que lhe pergunta;

— O que aconteceu aqui?

Pedro aponta para cima, Siqueira olhou e viu que era aberto, estava apenas coberto a uns 40 metros acima.

— Bombardearam com tudo que tinham.

— E vai fazer o que? – Siqueira.

— Vim hoje começar este ponto, mas poderiam me esperar?

O senhor fez que sim, via as pessoas instalando placas de metal grosso entre os restos do cristal e aquele local, olha para um rapaz e fala;

— Engenheiro Ribas?

— Sim, o famoso Pedro Rosa em pessoa.

— Como estão as instalações?

— Não entendi, não tem energia.

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— Seguiram as indicações?

— Sim, o que pretende aqui rapaz?

Pedro olha para cima, ali não tinham os seres de reprodução, não sabia como seria ali, mas os que estavam a cabeça estouraram antes dos ao chão.

— Isola a região central, põem atrás das proteções todo pessoal, quero verificar uma coisa.

O engenheiro não entendeu;

— Mas estamos ainda juntando os cristais.

— Calma, puseram para cá os que estavam atravessados as paredes?

— Sim! – Os engenheiros em sua maioria tinham problemas com o pequeno Pedro, mesmo ele já com 16, ele ainda era uma criança e os demais o analisavam pelos olhos que o viam. Ele tentava não fazer o mesmo, mesmo sabendo que não teria saída. As vezes cometeria um erro.

Um rapaz veio a Pedro e perguntou;

— Pedro Rosa?

— Sim.

— As ligações e monitoramento esta pronto, as câmeras estão nas baterias, que teremos de recarregar após, mas prontos para monitorar.

— Certo, estou esperando o montar da ultima parede, ali a frente, para começar!

O rapaz olhou para os rapazes fixando a parede e vai aos demais preparar o monitorar.

Todos olhavam para a moça como se perguntando quem era, quando Siqueira ouve uma voz feminina;

— Comandante Siqueira voltando a ativa.

Siqueira olha para trás e se depara com Clarissa Rosa, e fala;

— Viva ainda?

A senhora olha a moça e as crianças e pergunta;

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— Estes tirou de onde, soube que meu sobrinho esteve ontem na Guatemala novamente.

Siqueira sorriu e falou;

— O que ele vai fazer?

— Se alguém soubesse, por 2 anos a inteligência tentou tirar algo daqui, mas o cristal aqui é vidro, analisamos em Brasília e não tem valor nenhum, dai resolveram vender a área inteira ao meu sobrinho.

— Ele parece especial.

— Dizem que a CIA o defende e odeia, deve ser bem pelo que reparou.

— Defende e odeia, uma combinação perigosa.

— Dizem que ele tem duas proteções que não se entende, uma tecnológica e uma por carma.

Pedro ao centro da peça, pega do bolso um pequeno cristal, se viu ele clicar numa ponta e um teclado holográfico se materializar, algo que Pedro sabia que se desse certo, não teria acesso com os olhos, apenas pelo tato.

Pedro aciona o cristal a sua frente e todos veem uma leva de energia sair do cristal, o cientista olha aquilo sem entender o que era, a energia atravessa eles e depois pareceu ir selecionando os cristais as paredes altas, as baixas, e ao chão e os atraindo, o cristal começou a chegar perto, Pedro afasta com a mão o teclado virtual do centro da peça onde estava o cristal que trouxera ao bolso, via os pedaços começarem a se refazer, um imenso quebra cabeça de vidro se montando, e quando com mais de 30 metros de altura, Pedro olha para o teclado virtual, olha para o rapaz a porta e fala;

— Me alcança óculos de proteção.

O rapaz não entendeu, mas Clarissa fez sinal para os demais porem os óculos, embora o que viam era uma parede de metal, já vira aquilo, se funcionasse seria um grande avanço, sinal que seu sobrinho entendera o funcionamento.

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Pedro coloca o óculos, ele não olhava o teclado mas deu um comando e os dados monitorados mostravam por duas telas o cristal começar a se compactar, quando havia reduzido no tamanho mais de 10 metros, Pedro dá um comando e vira-se de costas, o rapaz a porta demorou para entender, mas ele deve ter demorado para enxergar algo a mais por horas, Pedro sentia a energia lhe atravessar, era diferente, sai do lugar olhando para o chão novamente começar a absorver a energia e os seres começarem a se erguer, Clarissa olhava pela câmera e sorri, um laboratório novamente, sem se tocar que não era mais do exercito aquilo, agora era daquele menino que estava a entrar na peça, que olha a moça azul e fala, sem saber se ela entenderia;

— Estes precisam de reprodutores, todos morreram!

Pedro apontando para cima.

A moça toca na cabeça de Siqueira que fala;

— Ela agradece por todos os Claues de descendência Ciguapa.

Clarisse não entendeu, alguém que tinha a informação do que eles pensavam, olha para Siqueira, olha para o sobrinho e pergunta;

— Você omitiu a verdade sobrinho.

— Logico, acha que eles me venderiam isto se soubessem a verdade Clarissa?

Siqueira sorriu;

— Acha que eles vão lhe deixar tocando isto aqui agora?

— Comandante Rosa, se eles quiserem problemas, no centro daquele cristal esta o meu cristal, é só dar ordem de estilhaçar e tudo volta a antes, quer ver isto?

A ciguapa olha o menino, ele colocara algo no centro do cristal, eles achavam em suas crenças que aquele era a forma dos seus transmitirem de longe o que precisava ser feito, ela não gostara da frase, mas Pedro não mentiria, não gostava da ideia de alguém preso a ignorância.

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Pedro olha para os seres se recompondo e fala para o engenheiro.

— Abre a proteção.

Clarissa não entendeu, mas viu a cobertura sobre suas cabeças começar a abrir, bem acima e o sol entrar por aquele lugar com o cheiro da mata, e sua humidade, os seres olharam para o menino, eles sabiam que ele o fizeram a moça azulada a frente olha para o céu se abrindo e sente a pedra que não transmitia as ondas tão compridas, retidas numa proteção, a que as comprimiu, olha Siqueira sem entender;

Os seres estavam tocando a pedra, depois de se recomporem, ação de quem vira tudo estourar, estavam confusos, mas o surgir de um sol amarelado ao céu, sentindo as ondas curtas, fez eles olharem para cima.

Clarissa olha para a reação pelos monitores e pergunta;

— Por que eles parecem perdidos.

— Uma coisa Clarissa, é achar que o cristal lhes informava o que precisavam, mas ele é apenas um cristal de informação passada, que quando caiu, retêm a informação anterior a queda, e nela não existe um planeta vivo lá fora, não existe um sol para lhes fornecer energia.

A moça olha para o menino e lhe toca a cabeça, Pedro sente a duvida e ele fala;

— Vocês sobreviveram graças a estes reatores, por mais cruel que pareça, mas ele tem a ciência da existência de vocês, e ele lhes fornece a energia para isto.

Siqueira olha os demais assustados e um senhor chega a ao menino e pergunta;

— O que são estes seres?

— Alguns índios os chamavam de Curupiras, do lugar que vinham, Claues Ciguapa.

— Por isto a leva de profissionais da área de biologia e medicina?

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— Sim, mas o cristal continua a ser parte dos estudos senhor e não sabemos ainda se é seguro lá fora para eles, mas estamos construindo uma vila para eles.

— Sabe que vão tentar lhe proibir! – Clarissa.

— Não entendi, o que lhe chateia Tia, estar diante de seres vivos e inteligentes, diante da pedra novamente, ou o que lhe chateia que está querendo me tirar daqui.

— Isto é segredo de estado sobrinho.

— Acho que esqueceu onde está tia, acho que esquece que poucos passam aqui, que não temos linhas de transmissão, que não seja via satélite, que não temos energia que não seja do cristal, que estamos a 300 quilômetros em linha reta da vila mais próxima, sem uma estrada sequer, apenas o rio e os helicópteros.

— Os Índios da região vão os ver!

— Sempre o viram, ou acha que está é a única pedra perdida neste lugar tia?

— Existem outros?

— Acha mesmo que se não tivesse reprodutores fora daqui, teria pedido a moça ali reprodutores?

Clarissa olha a moça, lembra da primeira frase do menino e pergunta;

— E ela veio de lá? De onde ela veio?

— Desculpa, este é um segredo da ePtec!

Siqueira viu que o menino estava em uma briga familiar, mas que ficava cômico de olhar.

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Quarenta e Um Em Los Alamos Sabrina olha os dados vindos via satélite

do Brasil e põem no sistema de decriptação, olha as imagens e olha para a moça ao lado de fora, sorri.

Começa a estudar os dados e vê Dallan chegando com o senhor Carter, sabia que esta informação poderia complicar mais ainda e olha para o general.

— Problemas?

— Não sei ainda senhor! – Sabrina olhando o senhor Carter, Dallan entendeu que estavam com alguém a mais ali.

— O que o trás a região de Los Alamos senhor? – Dallan.

O senhor olha em volta, muito apertado, mas tudo monitorado e a sala que entrara, tinha dados vindos de muitos lugares, ele não sabia o que faziam ali.

— Informar que sabemos que a base está ativa, e que vamos fazer uma operação lá amanha Dallan, pode não gostar dos meios, mas não gostamos de ter uma tecnologia destas na mão de alguém que não seja nós.

— Quer dizer, não ter a tecnologia que eles também não tem, mas não viria aqui apenas por isto senhor.

— Me disseram que vocês tem acesso ao banco de dados da ePtec, e gostaria de saber se é verdade.

— Não nesta sala senhor, mas temos.

— Me confirmariam isto?

Dallan olha para a movimentação externa, olha para os rapazes a sala e fala;

— Sem problemas senhor.

Dallan sabia que estavam entrando rendendo os soldados da base, estes nem resistiam, não estavam em guerra com o exercito norte americano.

— Vamos lá então.

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Dallan sabia que da tecnologia própria, apenas o botão ao meio da sua blusa estava ali com ele, olha Sabrina, tendo a impressão que ela não tinha nem isto.

Descem para a parte baixa, se via os comandos do grande computador que tinha ali, e se direcionam a um elevador, o senhor estranhou, o elevador desceu, mas estavam ao nível da rua.

Depois de um tempo, o elevador se abriu e caminharam por um corredor, mais de mil metros em linha reta, por um corredor que se iluminava e se apagava sozinho.

O senhor deveria esperar chegar a uma grande sala, mas aquela era para confundir mesmo, dois cristais ao meio da sala, e uma leva de cabos chegavam a eles, milhares deles, um sistema de interceptação de dados e um servidor ligado aos cabos.

Dallan aponta o aparelho, obvio que Carter sorriu, pensou ser uma pegadinha, viu os militares vindo pelo corredor e um falou;

— Tomamos a base senhor.

— Me confirmem os nomes dos engenheiros, e como está a operação na sede ao lado senhor.

— Sede vazia, apenas um prédio de vidros, nada além de aparência senhor.

Dallan olhou intrigado para Sabrina que falou;

— Sabe que nunca vamos lá mesmo.

— Querem que acredite que isto ai é um comunicador de dados entre vocês e eles?

Carter bate na mesa e se ouve o estalar dos cabos, micro contatos entrando em contato um com o outro, e a fumaça da conexão.

— Detenham estes dois, sem comunicação com os demais.

Dallan sorriu e olhou para Sabrina.

— Não deveria ter uma linha de proteção contra isto?

— Eles são aliados senhor. – Sabrina.

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Carter sorriu, a moça não o via como um inimigo, e olhou para ela;

— Não tem medo de mim, sinal que não me conhece.

— Não tenho medo do senhor, pois não me é parte saber o que o senhor faz, não por que não o conheço, diria que 99% dos que estão no exercito não o conhecem.

Carter quis por medo, mas a moça o encarava;

— Sabe a encrenca que está metida senhorita.

— Estou em alguma encrenca se não for quem diz ser, o recebemos por bem, o tratamos com respeito, o senhor batendo naquela mesa, estragou um cristal único, que vale mais que aquela merda do Pentágono inteiro, parede a parede, espero mesmo que o senhor saiba o que está fazendo.

Estavam sendo afastados, quando o cristal entra em curto, estavam já a mais de 200 metros e foram atirados ao chão pela onda de impacto da explosão.

Carter olha para trás após levantar-se e vê o rombo as costas, talvez não fosse mesmo qualquer coisa aquilo, mas estava se achando e não recuaria.

O cristal destruído, o sistema de monitoramento de um jogo on-line que eles vendiam, sai do ar, com milhares de pessoas começando a reclamar na rede.

A tenente olha os dados sumirem e disca para Carter que chegava a parte superior;

— Senhor, estamos sem as informações dos satélites, caiu tudo, não sei se eles se precaveram ou desligaram para não serem monitorados.

Carter vê deterem o Comandante e um outro chegar a eles;

— A quem me direciono senhor?

— General Carter, relate comandante.

— Estamos pedindo informações sobre sua operação oficialmente senhor Carter, acaba de destruir uma base do exercito para prender duas pessoas que não ofereceram

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resistência, pode nos prender, mas respondera por todos os crimes cometidos, e será cobrado de sua divisão os recursos para reconstruir o que foi destruído.

— Acha que fala com quem Comandante.

— Com o general responsável pela desmoralização de uma base militar Norte Americana senhor, que não está olhando os próprios atos.

— Prendam este ai também.

Quando os soldados ao fundo veem prender o comandante Gutierrez, um olha para o outro e os que estavam se entregando começam a revidar, Carter vê um dos rapazes brilhar ao fundo e este apenas tocar no rapaz que o prendia e o mesmo cair, desacordado, os demais começam a reagir, e quando o ultimo estava ao chão, eles apenas se encostam a parede e olham para o senhor, toda a tropa de fuzileiro usada para a operação estava ao chão, desacordada e imobilizada, e eles se postam como se tivessem ainda esperando ordens.

Dallan olha para Gutierrez e fala;

— Disse para ficar longe Comandante.

— Tinha de os distrair senhor, os últimos engenheiros ainda não haviam saído da cidade, e sabe que eles são o objetivo da operação, não nos.

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Quarenta de Dois Em meio a tarde, no Pentágono, outros Generais que

não gostavam de interferência direta, em seus planos e projetos começam a pedir explicações e dados sobre os acontecimentos em Los Alamos, alguns sistemas mantidos pelo local começam a cair, e uma leva de reclamações não tinham Dallan como destino, e sim o General Carter, que tentava entender, o sistema que tinha a sua frente, era o de um projeto de jogo, e não um de defesa, olhava os dados, dois programadores vieram do Pentágono, mas nada estava aberto a eles, e nada das tentativas de invasão davam resultado, estavam enfrentando o programa de segredos da área 51, como Pedro falava brincando, mas era a forma fechada do programa eP2 – 1.4, uma versão feita para se fechar em caso de invasão.

Carter chega a sala de programação e pergunta ao comandante da operação.

— Onde estão os engenheiros da base comandante.

— Pelos relatos da cidade ao lado, foram tirados daqui na noite anterior a nossa invasão senhor, eles sabiam e não reagiram.

— E por que eles não conseguem entrar?

— Se o sistema de encriptação deles fosse fácil não seria o usado aqui e no pentágono senhor.

— E a cede em Los Angeles, conseguiram algo?

— Fechada e sem ninguém lá senhor.

Pedro olha para o sistema da sede da empresa no Rio de Janeiro e aciona o sistema de respostas aos usuários e põem na linha um pedido de desculpas, pois estavam fora do ar por determinação do Governo Norte Americano que lhe fechou as duas sedes e danificou o servidor de Los Alamos.

Carter olhava a tela e vê a desculpa passar por eles, e piscar em todas as telas dos consoles a baixo, estavam todos vazios, mas deu o impacto sobre o senhor que falou;

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— Tira isto do ar.

— Não temo como senhor, não foi enviado daqui, e o sistema de proteção de dados da internet apensa repassou.

Carter estava olhando os dados quando o celular dele toca e o secretario de defesa fala do outro lado;

— O que temos Carter, o presidente está me pressionando, parece que vazou que os fechamos.

— O que temos, nada, me pressionou para a operação aqui, agora espero que a operação da tarde dê resultado.

O secretario se fez de importante, mas não tinha ideia do que estava acontecendo. Muitas vezes as pessoas leem a noticia e acreditam mesmo que quando um Presidente fala, ele sabe do que está falando, mas muitas vezes está apenas lendo o que lhe foi passado, nada mais que isto.

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Quarenta e Três Uma operação com navios no Mediterrâneo, no Mar

Persa, e com duas bases ainda ativas no Iraque, começam a sobrevoar a região baixo, os antimísseis do Irã achando que era um ataque sobre suas terras começam a focar nos caças, que voavam baixo e no sentido da divisa norte do país, um chega a ser abatido no ar, bombardeiam as bases com tudo que tinham, e a leva de poeira estava ao ar quando uma leva de paraquedistas que saíram do Mar Negro, haviam sobrevoado a Geórgia, a Armênia, começam se lançar no ar para atingirem a região da base.

Em terra os exércitos do Irão e do Azerbaijão começam a se mexer para a região, os relatos de bombardeio na região fez alguns oficiais do Irã mandarem aviões para a região.

Os paraquedistas que caíram em território Iraniano nem viram o que os atingiu, mortos em campo sem nem terem relatado nada.

Os que caíram mais ao norte, se escondem em meio as pedras e observam uma das bases, relatando que a região de impacto da bomba, em nada alterou o local, parecia abandonado, mas se via a imensa marca de onde os misseis atingiram um concreto antigo, de mais de 2 metros de espessura, levantando uma poeira fina em toda a região.

O cabo Honey havia servido em varias guerras, põem a mascara e começa a olhar para a região, ele sempre se afastava dos rapazes com os rádios, alguém tinha de dar cobertura, olha para o local e faz sinal para os rapazes chegarem, veem um elevador lateral surgir do nada, como se brotasse da terra e um grupo de soldados saírem e olharem o estrago, eles olhavam em volta.

Cabo Honey faz sinal para outro e quando o outro confirma, acertam dois deles ao mesmo tempo, e os dois outros voltam ao elevador, e o radio passa que a base não foi atingida.

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Os misseis antiaéreos estavam agora todos focados sobre o sentido que vieram os caças, não teriam como fazer outro sobrevoo perdendo pouco, mas o comandante olha para a missão, não sabia o que tinha ali, mas as imagens de uma base de concreto que aguentou o que jogaram, deixa ele intrigado.

— O que eles escondem não sabemos, mas com certeza, escondem.

As ordens e imagens atravessam o globo e os soldados que verificaram a situação, chegam a base e olham os demais;

— Sobre ataque senhor.

— Quem?

— Norte Americanos, pelo jeito esperavam isto.

— Eles destruíram quem pesquisava isto em outros 3 pontos do globo, por que não esperar que fizessem aqui.

As frases em Azerbaijano, faziam os demais entenderem, olhavam para os comandos e um fala;

— Acha que devemos montar as bombas senhor.

— Prepara, se eles entrarem, vamos trazer todo este andar a baixo.

— E os equipamentos?

— Desenterramos depois, mas dá as coordenadas as 6 bases, vamos defender a área.

Um oficial Iraniano olhava da montanha ao fundo, o lugar do ataque, não sabia da existência de uma base ali, mas olhando no sentido, viu um imenso antiaéreo vir de baixo, como se tivesse escondido, olhou ele mirar na montanha onde os rapazes descreveram ter vindo os tiros, e a artilharia descarrega na montanha ao lado, o senhor ao longe vê uma leva de americanos tentando recuar e caindo mortos, não estavam reagindo com raciocínio, estavam exterminando mesmo.

O senhor olha para o lado do Azerbaijão e vê a leva de resistência vir de baixo e começar a se posicionar, se ouvia os tiros, vê viu uma leva de caçar passarem a cabeça e serem

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atingidos e caírem ao fundo, uma guerra não declarada por uma base que nem o senhor sabia existir.

— Que base é aquela?

— Não sei, mas esta bem sobre a fronteira, e deve ter algo de valor, pois estão defendendo, achava que estas bases estivessem abandonadas a anos.

— Pelo jeito não estão. – O iraniano sorrindo, acostumado a não ter resposta a altura aos ataques norte americanos a região.

O corpo de Honey estava ao chão quando uma leva de militares saem das bases e recolhem os corpos, o comandante Iraniano apenas registrou, não interviu.

Os imensos antimísseis começam a descer e somem em meio ao chão, enquanto os comandantes Norte Americanos tentam descobrir o que aconteceu, não tiveram noticias de sobreviventes, não tiveram noticias depois de um tempo, estavam passando os satélites sobre o lugar, tinham apenas as imagens anteriores e muita fumaça, tinha algumas imagens passadas pelo pessoal em terra, mas depois algo aconteceu, pois perderam toda a comunicação.

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Quarenta e Quatro Sabrina é levada a uma sala de interrogatório, ela não

entendia desta parte triste do exercito, ela era uma engenheira de software, quando um senhor olha para ela na mesa e fala agressivamente;

— Senhorita James, o que sabe da traição do General Dallan, onde esconderam todos os dados referente a base em Los Alamos.

O general acompanhava por trás do vidro, viu o rapaz agredir Sabrina, ele parecia gostar de ver aquilo, quando uma leva de generais entra na sala e um olha para dentro.

General Kirnten olha para o rapaz e fala;

— Parem isto agora.

O general olha para Kirnten e grita;

— Pensa que esta lidando com quem General Kirnten?

— Bem me disseram que além de Idiota e Arrogante, era um burro mesmo!

— Estou no comando, não autorizei o fim!

— General, enquanto você tortura uma Norte Americana, inteligente, que não traiu a pátria, não tem nada contra ela, a operação que você indicou, me resultou em 12 caças abatidos, mais de 100 fuzileiros sumidos, 24 pilotos sumidos, o que pretende General, afundar o país, nos passou que era um alvo civil em meio a uma área de confronto já difícil de chegar, mas pelo jeito, é uma área militar.

— Incompetentes! – Carter.

Kirnten dá um soco em Carter que vê o nariz estourar em sangue;

— Prendam este senhor, e me coloquem em contato com o presidente, ele autorizou isto ou esta apenas de férias e o secretario de segurança esta assumindo o posto.

O rapaz saiu e o general olha a tenente e fala;

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— Minhas desculpas Tenente, não deveria ter passado por isto.

Sabrina não falou nada, bateu continência e ficou ali, estática, não falaria do que não sabia, e não tinha como explicar que a proteção que ela escolhera, era a que manteria seu corpo sem dor, sem sequelas após todo o confronto.

Dallan é solto e olha para o General esperando a posição dele;

— Tem de entender as ordens General Dallan.

— Quais não entendi, já que relatei, não resisti, não enfrentei, protegi a informação, e tudo sem ter levantado a voz senhor.

— Carter deve achar que lida com crianças.

— Ele se irritou comigo senhor, mas quais as ordens?

— Volta ao trabalho, o secretario de segurança deve chegar dentro de meia hora.

Dallan olha para Sabrina e a mesma bate continência e vai aos alojamentos, ela toma um banho, troca de roupa e se posta a frente do servidor, destruído no fim do corredor, e olha em volta.

Vai a parede e desliga todas as ligações do cristal, desliga a energia e o mesmo começa a parar de brilhar, quando chega a uma temperatura aceitável, retira ele da bancada jogando em uma caixa de chumbo ao lado, a lacrando, pega outro cristal a parede, põem no lugar, liga os introdutores de contatos, e vê o cristal sofrer milhares de micro incisões e logo após os contatos foram colocados conjuntamente, ela liga a energia, pega a caixa de chumbo e coloca em uma espécie de cestinha metálica com rodas, e empurrando aquilo pelo corredor volta a parte de comando.

Dallan olha ela já pronta e com a caixa ao lado, e pergunta;

— Acha que demoramos quanto tempo para voltar!

Sabrina olha para a câmera e fala;

— Está esperando o que Pedro?

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Pedro no Brasil olha ela e sorri, embora ela não parecia estar bem, parecia furiosa, liga a mensagem que em 5 minutos estariam novamente em operação.

Sabrina liga os comandos e o servidor de backup começa a retransmitir os dados para o cristal do servidor, a velocidade da luz.

O general entra e olha a moça e pergunta:

— Quais os danos Tenente?

Sabrina abre a caixa de chumbo e fala;

— Um servidor de mais de 4 bilhões de dólares!

— Isto é um servidor?

— A NASA mandou o primeiro destes para o ar a dois meses senhor, mais estável, sem problemas de resistência a baixíssimas temperaturas, mas realmente, sensível a ignorância humana. – Sabrina.

O general olha para a porta e ouve o secretario falando alto;

— O que estes dois fazem livre?

— Me relate uma acusação formal contra a base de Los Alamos que não seja autorizada e monitorada pela casa branca senhor Secretario.

— Eles mantem parcerias com a iniciativa privada.

— Todos queriam esta parceria, mas responderá por tortura Secretario, de uma tenente que somente cumpre ordens nesta instalações, respondera por tirar o sistema de Los Alamos do ar em meio a uma investida no oriente Médio, não temos os dados dos satélites, não sabemos nem se nossos homens estão vivos, se estiverem mortos, respondera pelas mortes.

— Não pode me culpar por sua incompetência.

— Outra coisa Secretario, o General Carter, sobre sua pressão, tomou esta base, e torrou um servidor de 4 bilhões de dólares, avisa o presidente que a secretaria de defesa vai pagar este estrago, ou tiramos todo o apoio da secretaria.

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O general não vira os demais funcionários, mas com o voltar dos militares locais aos comandos, foi liberada a saída da parte subterrânea da cidade de Los Alamos, e os mesmos começavam a entrar pela porta como se nada tivesse acontecido.

O general sai dali e olha para a sala, não diria que tinha algo importante ali, talvez a impressão de ser apenas aquela, sem saber que boa parte não era regido naquela sala, que os testes foram transferidos para a sede da ePTec, mas eles não falariam isto, poderiam dai os complicar.

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Quarenta e Cinco Siqueira olha para Ciguapa entrar na parte protegida, ela

olhou para os filhos, eles vieram junto, as vezes Siqueira tinha duvida se eram seus os filhos, ou uma consequência, do que acontecera, ele os sentia seu, mas ao mesmo tempo, sabia que eles interagiam com a mãe de foram incrível, as crianças sorriram ao sentir a energia do cristal, era uma energia pura, viciante.

Uma moça para a frente de Ciguapa e fala algo, não era registrado o que, mas se via os lábios se mexerem, o som inaudível, mas ficaram ali trocando informação, pareciam inertes uma diante da outra e o pessoal registrava os sons, tentando entender o que falavam.

Siqueira vê um dos cientistas chegar ao lado e perguntar;

— Você que dava proteção a estes espécimes?

Siqueira estranha o termo espécimes, mas sabia que diante de cientistas, era uma forma de manifestação, ele olha para dentro, Ciguapa olha para ele, como se soubesse que ele se afastaria um tempo.

Siqueira chega a parte externa e olha em volta, olha uns soldados chegando a região, era um dos pontos de passagem para a prova de resistência do exercito brasileiro.

Siqueira sente o ombro ser atravessado por algo, pega no ombro e sente o sangue nos dedos, olha em volta, não era um treinamento, era uma invasão.

Os soldados foram chegando enquanto Siqueira se abaixava, tentava se manter firme, mas dois anos o amoleceram por dentro.

A moça do lado de dentro sente a dor no ombro e olha para os demais que se aproximam do cristal, os cientistas estranham, mas a segurança começa a atirar do lado de fora.

Pedro estava no Rio de Janeiro, ouve o alarme e aciona o sistema de defesa da base e esta começa a se fechar, e uma

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leva de proteção sobe do chão, atravessando as pessoas, as desarmando.

Siqueira sente aquela luz lhe passar ao corpo, sente o machucado fechando e olha em volta, faz sinal para o segurança recuar e aponta ao ar.

Vinham do sul helicópteros, e não sabiam se aliados ou não, então recuam e os cientistas internos, começam o procedimento de retirada do pessoal, salvam os dados e começam a entrar em uma peça ao fundo, onde o corredor lhes levaria para a região mais ao fundo, a moça olha para o comando e faz sinal para eles acalmarem.

A moça sente a energia do cristal se ampliar e a atravessar, sente as ondas e radiação do cristal, olha para ele e faz sinal para os filhos ficarem bem juntos ao cristal.

Siqueira olha para a linha de defesa da base começar a se erguer, bateria antiaérea, que subia por tuneis que se destampavam e os seguranças se armam.

Pedro pega o celular e liga para o pai;

— Pai, ouve.

— Fala Pedro.

— Protege os nossos, inimigo os Rosa!

Gerson, olha para a esposa, com o filho de dois anos ao colo e olha para as crianças a sala, e fala;

— Desce todos Patrícia.

— O que aconteceu.

— Um pai atacando o filho novamente, Pedro me ligou pedindo para proteger todos.

As moças ouvem os celulares tocarem, leem o recado de Pedro e começam a caminhar calmamente para a região baixa da casa.

Pedro pega o telefone e liga para o tio;

— O que está acontecendo Sergio?

— Sabe o que sobrinho, não é burro.

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— Sempre na traição, triste estes pseudo Rosa, pois os que conheço, tem honra.

— Sabe que não adianta ofender, as ordens vem de Brasília, retomar a base, somos o exercito, cumprimos ordens.

— Boa sorte tio, vai precisar. – Fala Pedro desligando e passando uma mensagem para toda a linha de contatos, que apenas dizia;

―Estamos sobre ataque dos Rosa!‖

Priscila de Sena pega o celular e disca para os seus, arma a defesa de todos os seus e liga para Pedro;

— Onde começou Pedro?

— Na base que haviam me vendido, quando viram que teríamos novamente o cristal e os seres, querem de novo!

— E como está a defesa lá.

— Subindo agora! Mas alerta o pessoal na Guatemala, para levantar tudo.

— Acha que são malucos?

— Não esquece Priscila, levantar as duas levas de segurança, aqui o cristal na serra do Curupira vai afastar todos também.

Na base uma linha de energia baseada no cristal, se levanta e se vê as arvores ao fundo caindo e sendo afastadas, surge um descampado de 5 km de raio, e uma bolha de segurança, invisível durante o dia, mas que tinha mais de 400 metros de altura, quando os caças que vinham de Manaus se deparam com a barreira, foi bater em uma parede, se vê os 4 caças se despedaçar, explodindo na proteção.

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Quarenta e Seis O General Mariano olha para o General Rosa e fala:

— Por que não temos respostas dos aviões.

— Disse que era uma péssima ideia General, não estamos falando de um qualquer, estamos falando de um menino, pode ser meu neto, mas é um dos maiores detentores de tecnologia do globo.

— Acho que está dando valor demais a propaganda deles General.

— Respondendo a pergunta senhor, não sei o que acontece, mas sei que se o cristal foi reativado, por estar muito a superfície, gera uma linha sem comunicação nenhuma, quem entrar lá, ou vence ou perde, e saberemos apenas depois de tudo.

O senhor olha para o general e dá a ordem de bombardearem a base;

Clarissa olha para o pai e fala;

— Mas vão destruir tudo!

— Sua ideia filha, sabia que eles fariam isto, espera o que, Pedro levantou a base do nada, em dois meses, agora vão a transformar em cacos novamente.

— Mas não tem como desautorizar?

— Sabe que estas ordens não passarão por esta mesa, sou um Rosa, e não sou meu pai, ele e o irmão eram respeitados, nós, apenas números no exercito.

A moça olha para fora, ela alertara da existência novamente do cristal lá, pensando em voltar a administração, mas não pensara em bombardear a área.

Siqueira olha os barcos do exercito vindo pelo rio, subindo a toda, mais de 30 deles, barcos rápidos com metralhadoras, nem tiveram tempo de saber no que bateram, a proteção os barrou, os barcos amassaram a entrada da barreira, que barrava até o correr da agua naquele ponto.

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Os rapazes começam a entrar e olha para os comandos, e vê um rapaz chegar a ele.

— Senhor, tem um pedido de contato.

— Põem na tela.

Siqueira a muito não via a irmã e os sobrinhos, e um general olha para ele e fala;

— Vai escolher se quer eles vivos ou mortos Comandante.

Pedro olha para a comunicação e alerta Priscila, que triangula o sinal e olha para a residência na região de Belém, não teria como chegar rápido, mas o menino tinha.

Pedro aciona a porta e olha para o destino, surge com sua porta já ouvindo os tiros contra a barreira de proteção e olha para os soldados.

Pedro alarga a proteção e os militares foram sendo jogados na parede, e Pedro olha para Siqueira e fala;

— Arruma um lugar para eles! – Pedro olha para as crianças e para uma senhora e fala – Por aquela porta senhora, agora!

Pedro estava olhando para um, e ouve o tiro e se vira para o portal, a senhora estava atravessando ele e recebe o tiro, Siqueira que os recebia do outro lado, vê a irmã cair em seu colo, baleada no peito.

O guerreiro voltava ao coração de Siqueira que pega uma arma e atravessa a porta, o rapaz vê Siqueira lhe mirar entre as pernas e atirar, ele foi atirando nas genitálias e travando as armas, quando o ultimo estava baleado e gritando de dor, Pedro olha para Siqueira e fala;

— Não precisava disto Siqueira.

Siqueira viu o menino atravessar a porta, atravessou atrás e viu a mesma se fechar, e o menino chegar a senhora, uma criança chorava a abraçando, ele pega um cristal avermelhado no bolso, todos viram ele brilhar, pareceu correr pelo corpo dos seres a frente, e Siqueira viu a bala começar a

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sair, e a senhora pareceu sentir uma dor, se viu uma lagrima nos olhos dela, e no fim, ela olhou para o filho e sorriu.

Siqueira não entendia quem era o menino, mas era obvio, ele estava em guerra, e todos que ele ajudasse, estariam na guerra dele.

Siqueira abraça a irmã e fala;

— Desculpa irmã, não pensava no exercito desta forma.

— O que foi isto?

— Sei lá! – Fala Siqueira que vê o menino entrar na base e chegar aos comandos e olhar para as ações do exercito.

Pedro fecha os dados da base, poderiam estar usando esta saída de dados para se posicionar e olha pra o sistema, arma tudo que tinha, e se preparar para a defesa, dois cientistas que ainda salvavam a informação chegam a ele;

— Podemos ajudar?

— Não deveriam ter se recolhido?

— Estávamos salvando as informações.

Pedro passou os olhos e fala;

— Podem se recolher, a vida antes, principalmente de quem pensa, depois a base e por ultimo pessoas como eu, que tem de monte por ai. – Pedro indicando onde deveriam ir.

Os dois saem no sentido que os outros foram antes, a mais de meia hora e o menino faz que não estava interessado no caminhar dos dois, quando os mesmos somem no corredor ele dá o comando e o mesmo se fecha.

Calmamente vai a mesa que estavam, e olha o que salvavam e onde, se depara com um sistema que salvava o que faziam ali e retransmitia via radio, para fora.

O sistema ainda estava decodificando, por isto que eles perderam tempo, ele desconfiara pois o servidor que colocara ali processava a velocidade da luz, e não tinham mais que um terabit para processar, não demoraria pelo sistema 20 segundo.

Pedro olha para os dados passados e começa a projetar as mudanças do local e passa os dados pelo sistema que eles

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deixaram aberto e operante, todos diferenciados. Não saberia quem estava do outro lado, mas saberia quando o usassem.

Pedro estava ainda se informando, os servidores de Los Alamos não pegaram a operação do ultimo ponto, estava olhando quando viu que o sistema de backup de Moreira conseguiu os dados e puxa para ele, e fica a olhar os grandes canhões antiaéreos, ficou a olhar os dados, tanto das explosões como dos inimigos, pareciam bem alertas, mas colocou a frequência dos seres no sistema, tentando detectar alguém dos Ciguapa naquela base, mas não tinha nada além do cristal, a base não estava em nenhum sistema conhecido, estava procurando câmeras de instalação pelo sistema de Moreira, e se depara com mais de 100 câmeras internas, todas dando dados, passariam desapercebidas, pois eram corredores vazios, eram dados imprecisos, local que nada tinha, movimento baixo, nada salvo, pois não era tido como câmera importante.

Pedro aciona as mesmas e começa a salvar no seu servidor em Nazareno, sabia que somente avaliando o andar dos sistemas em paralelo dariam o local exato e o que faziam ali.

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Quarenta e Sete Dallan olha para Sabrina e pergunta;

— Por que o menino não responde?

— O exercito Americano está numa operação sobre a Guatemala, sobre duas regiões sobre o Afeganistão e o Brasileiro sobre a base deles no Rio Negro.

— Ele fechou o sistema?

— Parou de transmitir, e não sei o que ele está fazendo, mas os índices de informação no sistema dele estão altos, ele esta procurando algo senhor.

— Ou usando o sistema para se defender.

— Também, o pessoal dele se protegeu antes dele isolar as áreas, alguém em Washington ainda vai ficar bravo senhor, mesmo os aliados, vão nos olhar atravessado.

— Como está Sabrina?

— Querendo atirar um pouco, e não posso largar o sistema para me distrair em campo, nem jogar um pouco.

— Lhe devo desculpas, deveria ter lhe posto para a área de segurança.

— Foi bom senhor, eu duvidava que os militares chegariam a este nível de interação interna ao nosso sistema, o que seria de toda a linha de segurança, se hoje, eles soubessem onde fazemos os testes, onde os cientistas estão, poderiam ter matado alguém para obter uma informação que aquele cientista nem teria.

Sabrina olhava os dados, os jogadores entrando, o sistema de jogos voltando a funcionar integralmente quando recebe os dados e as imagens e fica sem entender;

Sabrina coloca os dados na câmera e olha, ouve as conversar e olha para Dallan.

— Chama o Mickael senhor.

— O que são estas imagens?

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— Pedro esta nos mandando, ficam no interior da base que o exercito atacou, parecem russos senhor.

Dallan olha para Sabrina e pergunta;

— Como ele faz isto?

— Ele não está feliz senhor, deve estar com tanta raiva como eu, então desviamos para o trabalho para não descontar em ninguém.

Sabrina separa as áreas comuns, só tinha 8 delas e começa a olhar, uma área de refeição, uma de armamento, via ao fundo o grande antiaéreo, mas parecia estarem em uma base subterrânea, uma em especial dava a imagem de um brilho, se via na lateral da mesma os dados obtidos pela câmera, como temperatura, como frequência de brilho, de radioatividade, mas estes dados pareciam nem estarem sendo salvos.

Sabrina ve Mickael chegar a ela, ele era russo de nascença, sua formação em objetos aero espaciais, quando não conseguiu seguir na NASA, a própria o indicou para a área de Los Alamos, o chefe da época não confiava em um Russo para o cargo que estava em aberto.

— De onde é a imagem! – Mickael.

— Da base que deve estar recebendo os rádios da operação que não deu certo, entre Azerbaijão e Irã.

O rapaz fica ouvindo e fala;

— São azerbaijano e não russos.

— Entende o que estão falando?

— Se gabando da operação, que tinham vencido um grande confronto.

— Conseguiria nos relatar isto Mickael.

— Qual a importância?

— Precisamos saber se é apenas uma base com armamentos da época da guerra fria, ou eles escondem algo perigoso lá, como o secretario de justiça afirmou que nós escondíamos lá.

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— Esta foi a base que fez o exercito local desconfiar de nós, mas nem temos ligações com eles?

— Nós sabemos disto, mas segurança nacional é um bando de paranoico! – Sorri Sabrina com um tom de desgosto.

Dallan apenas observava e vê o rapaz começar a relatar, estavam a gravar, e quando perto das 18 horas o general Kirnten chegando a Dallan;

— Conseguiu algo?

Dallan coloca as imagens no telão e fala;

— Estas imagens estamos roubando do sistema deles, eles mataram todos general, e – Dallan coloca a imagem deles recolhendo os destroços dos caças – estão limpando a área senhor, pelo que o nosso tradutor falou são Azerbaijanos, eles não parecem nem se preocupar mais com estas 12 câmeras, o sistema deles não salva as imagens e nem os dados senhor.

O senhor olhou os brilhos e perguntou;

— O que são estas imagens, parecem apenas luz e dados?

Dallan coloca as demais imagens e fala:

— A da direita é do Afeganistão, onde os seus fizeram uma segunda operação desastrosa, mas lá não vou ceder nossa imagens de defesa, a ao centro, o mesmo cristal brilhoso na Guatemala, se olhar, os dados deles, batem com a frequência dos que monitoramos, mas eles não controlam a radioatividade interna, se olhar os dados dos satélites, eles tem um grande cemitério a oeste da base, onde o índice de radiação é alto.

— Mas o que são estes cristais, por que mandam nós atacarmos bases que temos acesso aos dados.

— Os dados não são tirados por norte americanos e eles acham que podem os destruir por isto.

— Segurança nacional é isto General! – Kirnten.

— Segurança nacional na Guatemala, Azerbaijão, Afeganistão e Brasil, deveria ser a resposta deles, não nossa.

— E oque são estes cristais?

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— Ai entra o problema senhor, temos acesso por sermos da área 51, mesmo eles ignorando que não estamos na verdadeira área 51, deve entender que o local é secreto.

— Compreendo isto, mas o que quer dizer com tem acesso por serem da área 51?

— 6 Cristais destes caíram no planeta a 13 milhões de anos senhor. – Dallan coloca a imagem dos seres na tela ao fundo – Junto com estes seres.

— E monitoram isto a quanto tempo?

— Nós a apenas 2 anos, era um segredo do Pentágono que atravessamos ao acaso, quando investigamos mortes na região do Afeganistão a dois anos.

— Atravessaram os planos de Carter, por isto ele está furioso.

— Senhor, ele não olhou os dados e mandou fazer na Guatemala o que mandou fazer agora na área que perdeu os seus, mas o que era para ser uma operação para silenciar o local, eles queriam trazer tudo a baixo explodindo o local, mas em algum momento, eles ignoraram o risco, e muitos morreram.

— Esta dizendo que aquela operação na Guatemala a dois anos, que muitos dos nossos foram mortos em teoria por um único militar brasileiro, foi para apagar um cristal como este, que emite radiação mortal?

— Sim, mas o perigo é se ele for usado como arma, não se ficar lá como um cristal inerte o resto da vida do planeta.

— Não entendi o problema.

— Senhor, não saímos por ai falando nada, apenas agimos, Carter quer o poder daquilo na mão, mas não se consegue mexer naquilo, e se aquilo vibrar como a dois anos, pode tirar nosso planeta da condição de saudável a vida, para impossível a vida.

— E o que estão fazendo?

— Isolamos 5 dos cristais, mas no lugar de os deixar lá quietos e inertes, já que o colocamos em uma redoma que

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não vibra, Carter manda atacar todos os pontos, gerando vibração nos cristais.

— E o que pretende fazer?

Dallan põem a imagem do cristal tirada da câmera de segurança do sistema da base no Azerbaijão e fala;

— Se reduzirmos a iluminação, veremos que tudo a volta do cristal, parece um metal derretido, mas não temos os seres ali, devem os ter matado ou separado da pedra o que num buraco daqueles seria a morte deles, mas estamos observando os dados, sem eles perceberem, e os cientistas não gostaram dos dados.

— Por que?

— Se ouve o vibrar das paredes, deve ter algo grande lá que está em funcionamento, pode ser um sistema antimísseis, ou antiaéreo, como na imagem ao lado, mas isto faz o cristal vibrar, ele pelos dados, é da mesma composição do da Guatemala, se ele voltar a vibrar espero que pare por si, enquanto não conseguimos o isolar.

— E como pretende o isolar sem bombardearmos?

— Senhor, considere que levamos sorte, quando bombardearam o do Brasil, se depararam com o menos denso, se o fizessem com o da Guatemala o mesmo, poderiam não ter mais a Guatemala, o sul do México, Honduras, São Salvador, e teríamos uma região ainda instável até hoje. As ondas provocadas pelo afundar da região teriam acabado com todo o litoral sul de Nossa nação senhor.

— E eles tem estes relatórios?

— Ter e os lerem é diferente.

O general olha para as imagens e pergunta;

— E como estão conseguindo estas imagens!

— Invadimos o sistema de segurança da nação deles senhor, mas ninguém precisa saber disto.

O general teria de pensar, passa uma instrução a Marinha, iriam conversar antes de outra ação.

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Quarenta e Oito Pedro olha para os seres e olha para Siqueira;

— Por que tem algo que não me agrada nisto?

— A sensação de paz para guerreiros é confusa! – Siqueira.

— Não sinto paz Siqueira, sinto a queda de minhas resistências, não a paz, você deve ter relaxado com o baixar das resistências, eu fico tenso.

— Acha que é um controle?

— Sei que o do cristal está isolado, mas não gosto de desconfiar da sombra.

— Acha que eles poderiam nos influenciar mentalmente?

— Pode nem ser voluntario, consigo lidar com números senhor, mas me bato com sentimentos, não solto os sentimentos facilmente, mas também não quer dizer, que não me permito sentir, solto para o viver, não para o prender.

— E por que desconfia deles?

— Sabe quantos deles ainda viviam na Guatemala, por trás de tuneis escavados acima do cristal, e que es espalha por toda a região?

— Não, pensei que haviam matado todos.

— Todos os que viram, o mesmo no Afeganistão, mataram o que viram, mas ainda haviam seres lá, escondidos por trás de seres aparentemente mais humanos, para nos distrair, buracos que aparentemente não passaria ninguém, mas sabe como eu, eles não precisam de um espaço maior que a cabeça para se localizarem, para atravessar algo.

— E aqui?

— Estou chegando aqui hoje, os que nos atacam, nem tem ideia da verdade, e mesmo assim, vão nos atacar, antes de entrar, pensei nas possibilidades, mas mesmo elas, as vezes são superadas pelo desespero.

— Acha que tem mais?

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— O que os proibiu de sair, é a informação do cristal que lá fora é inviável viver, mas eles foram abrindo tuneis, a toda volta, em rocha, e se alojando, acredito que em volta, devam existir mais de 30 mil seres ainda.

— E quantos existem no total?

— Um único grupo saiu para fora, este grupo ignorava onde os demais estavam, sabia que eles estavam por perto, pois os cristais se comunicam por vibração própria.

— Acha que esta vibração própria que é o problema?

— Siqueira, se você não pudesse nos convencer a lhes aceitar, poderia bem antes mandar um grupo para abrir espaço, acredito que o vibrar pode ser parte de algo do passado, um plano para caso de desespero.

— Por que não sinto a vibração que tinha antes, como a que senti na Serra do Curupira?

— O cristal que coloquei ali controla grandes manifestações, mas isto vai interromper a conversa entre os cristais, temos apenas um sem controle, mas se for como aqui, os seres ainda estão lá, mas ocultos pelo brilho do mesmo dos militares, que nem devem saber o que é o cristal, devem pensar que faz parte da geração de energia, mas acredito que exista lá o sexto grupo sim.

— E se o cristal em reação, por não ter comunicação começar a vibrar.

— É o risco que corremos, pois seria a prova que dentro do cristal existe uma programação de alto destruição, para atingir o planeta em cheio, mesmo matando os seres que lá ainda devem existir.

— E teria um plano para isto?

— Plano não, mas ainda temos de nos manter firmes.

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Quarenta e Nove Pedro isola a região, deixa os dados e vai aos

alojamentos, os cientistas voltaram e ele simplesmente tocou uma parede, a reprogramou e surgiu a frente de Dallan em Los Alamos.

— Não deveria estar aqui Rapaz! – Dallan.

— Sei disto senhor, mas preciso dos dados que estamos computando na base ao lado, eles pelo jeito nem entenderam a complexidade daquilo.

— Como se fala, se dá um grande auditório para eles que param de olhar para o obvio.

Pedro olha para Sabrina e pergunta;

— Está bem?

— Precisando acalmar, mas o que pretende?

— Verificar as operações não oficiais que vão jogar sobre nós, eles nem sabem metade da verdade, e estão em pânico.

— Existe então razão para pânico? – Dallan.

— Vamos ao laboratório ao lado, quero verificar os dados.

Os três foram a um dos tuneis, atravessaram o grande corredor, e depois de quase quinze minutos estavam em uma sala subterrânea na base ao lado da ePTec.

Pedro acessa o sistema e confirma com os programadores em Paris, Los Angeles, Tóquio e Rio de Janeiro as coordenadas, os cálculos.

Pedro olha o vibrar e olha para Dallan.

— Dallan, isto é um comunicador com 6 cristais ativos, e não sei o objetivo desta comunicação.

— Os cristais se comunicam?

— Sim, mas primeiro pensei que eram os seres que se comunicavam, mas não, são os cristais, e não trocam informação, apenas dados de população interna.

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— Como tem certeza? – Sabrina.

— Os seres na serra do Curupira, andam a floresta a volta, tentando não chamar a atenção, mas vi a surpresa nos olhos dos demais ao ver o sol.

— Dedução que pode ser falha. – Sabrina.

— Sei disto, mas quando verifiquei os dados, os cristais transmitem não para dentro os valores, eles transmitem para fora os valores de população.

— Não entendi.

— Os cristais, em si, se localizam de acordo com um sinal fraco que vem de um sentido indefinido, poderia apontar para o espaço, mas não sei o que daria, este sinal gera a resposta como a que tivemos a dois anos, num dos cristais, o que estiver voltado mais para o sentido do sinal, emite uma resposta, tão forte, curta, mas que não consegui determinar o significado.

Pedro joga no ar o sinal e Sabrina olha para a afirmação, e pergunta;

— Acredita no que falou?

— Sabrina, descobrira que posso não falar o que tenho duvida, mas não pretendo esconder fatos, o sinal saiu, está ainda caminhando, não sei a velocidade e distancia disto, mas para emitir o sinal, todos os cristais brilharam e vibraram na mesma sintonia, apenas um parece servir como comunicador externo, não sei o que definiu entre os dois cristais na Guatemala, mas devem ter visto o resultado.

— Sim, mas estávamos avaliando a região do cristal do Azerbaijão e parece ter sofrido um derretimento semelhante.

— Não discordo, mas estou tentando entender a programação dos cristais, o cristal que vocês tinham, dá uma dica, parece a mesma base, mas ai que me perco, estamos falando de algo que está aqui a mais de 13 milhões de anos, e como pode ter a mesma programação de um povo que não sei de onde é, mas que ainda usa esta programação.

— Tem certeza que é a mesma base? – Sabrina.

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Pedro coloca o esquema de programação dos cristais e Sabrina olha para o cristal e fala;

— Se não tiverem a mesma procedência Dallan, é da mesma base de ideias.

— E o que fala a informação dos cristais? – Dallan.

— Está é a parte que me parece encrenca senhor! – Pedro.

— Encrenca? – Dallan estranhando o termo, não usava ele em inglês.

— Senhor, quando se fala em comunicação com os seres, o cristal parece os querer manter calmos e não dão a situação interna do planeta para eles, mas o gráfico de transmissão de dois anos atrás, ainda gravado no cristal da Guatemala por sorte, nos define como Planeta Água, planeta com estrutura para 4 bilhões de seres, com reservas em deterioração mas com sistemas de produção avançados, mas o que me incomoda, afirma que existem quase 8 bilhões de Claues Magentas, mas eles transmitem dados que tive de conferir para ter certeza, e não sei como os cristais os conseguem senhor.

— Como o que?

— Total de produção de energia global, total de área cultivável, total de proteína animal disponível para consumo.

— E transmite isto em 9 segundos?

— Em três segundos, os 3 primeiros segundos são de protocolo de identificação, os últimos segundos são o situar deles no espaço.

— E por que parece que eles transmitem de todos os pontos, tendo sinais de derretimento no Azerbaijão? – Sabrina.

— Por que a transmissão se repete, a cada 3 voltas da terra ao redor do sol, eles transmitem, tenho acesso apenas as ultimas transmissões, 5 delas, a sexta ainda não tenho.

Pedro coloca as coordenadas e horários das transmissões e olha para o sistema tentar calcular a posição do planeta no espaço, e olha para Sabrina.

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— Este seu sistema está fazendo o que Pedro.

— Decifrando os comunicados, estranho pois não consigo identificar nos cristais o conteúdo de um comunicado vindo, somente saindo, como se fossem apenas para passar nossa situação ao espaço.

— Mas parece querer determinar algo.

— Ele está dando a situação de cada um, tenho os últimos contatos, mas parece que os do Brasil transmitiram apenas a mais de 2 milhões de anos, os dados eram de riqueza e estabilidade de seres, mas falavam da existência de Claues Verdes a superfície, maluquice isto.

— Não entendi! – Dallan olhando Sabrina.

— O polo da terra altera com os anos, e a inclinação da terra, mas ele tem razão, como os cristais no Brasil estão abaixo da linha do Equador, parecem não ser bons para transmitir para onde precisam, então o que mais transmitiu foi o do Afeganistão.

— Então acho que o derretimento, é causado pela transmissão, que quando chega a graus altíssimos de vibração, derrete tudo a volta, mas os seres resistem a isto.

— Seres que foram projetados para viagem espaciais, diria eu! – Fala Sabrina – Pois eles absorvem radiação de qualquer espécie como alimento, não morrem como nós por uma doze alta, ficam forte, não precisam de comida normal, não precisam de quase nada.

— Dai vem minha grande pergunta Sabrina.

— O que lhe passou?

— Se eles são tão bons nisto, por que os cristais transmitem dados que parecem mais referente a nossa sobrevivência, coisas que nós precisaríamos para sobreviver.

— Acha que quem vem precisa de nossas reservas?

— Os dados transmitidos da base no Rio Negro a dois milhões de anos, já determinava numero de animais e reservas naturais, por isto me pergunto, como os cristais conseguem os dados, e qual a função deste seres?

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— Desconfia?

— Dallan, eles são altamente mortais se espalhados, eles tiram a vontade de interação dos demais, eles matam quando querem matar, tem poder para isto, mas não sei se não estou sendo extremista.

— Quantos deles existem ainda. – Dallan esperando uma resposta que não lhe preocupasse.

— Acredito que os dados vão apontar para mais de 180 mil deles senhor! – Pedro.

Dallan olha descrente da afirmação e pergunta;

— Mas onde?

Pedro joga os gráficos dos locais e Sabrina vê o quanto aqueles seres estavam escondidos.

— E como vamos enfrentar isto? – Dallan.

— Primeiro confirmar a informação, depois se inteirar de quem vem a nos e de onde, se eles estão a mais de 13 milhões de anos evoluindo tecnologia, acho que não quero enfrentar, quero sair correndo! – Pedro – Mas os seres, diante do sol, parecem perder um pouco do poder mental, já quando induzidos pelas altas dozes de radiação e ondas curtas e intensas, parecem ser viciados na energia, a ponto de morrerem prematuramente.

— Acredita que podemos os afastar dos cristais?

— Quero os estudar Sabrina, vão ver as recomendações para todos os engenheiros usarem o cristal de proteção pessoal, vamos falar em radiação para eles usarem, mas estou querendo as mentes deles vendo a verdade.

Dallan olha os cálculos do computador chegarem a uma conclusão maluca;

Pedro não parecia acreditar e Sabrina olha para os dados e olha para Dallan;

— O que ele não acredita que parece que você entendeu Sabrina? – Dallan.

— Lembra quando me perguntou por que se usaria algo tão potente assim?

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— Lembro, disse que daria para saltar de galáxia a galáxia.

Sabrina levanta e aponta o destino do sinal, Andrômeda.

— E por que alguém mandaria uma nave destas 13 milhões de anos antes, o que querem? – Pedro.

— Acredita mesmo que podem vir de tão longe? – Sabrina.

— Não ainda, mas como o que acreditava há dois anos, não me vale de nada.

Pedro olha pelas câmeras e fala;

— Hora de eu ir Dallan!

O senhor viu a formação militar chegando e pergunta;

— Vai onde?

— Voltar para casa, tenho de pensar, e não sei se gosto do que vejo, não vejo saída, não entendo o que alguém ganha com isto, ou ignoro a verdade, pois parece que somos um pulo para dentro da galáxia, mas não acredito que alguém viria apenas para nos invadir.

Pedro dá dois cliques e olha para Sabrina;

— Os dados estão liberados para você, cuidado com os acessos, mas sabe que vai pedir senha de acesso.

— Sim, é bom verificarmos antes de darmos o serviço.

Pedro toca o peito, olha para a porta as costas e passa para a Base no Rio Negro.

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Cinquenta Dallan caminha até a base com Sabrina, e no caminho

fala.

— Só não se assusta com o que ouvir.

— O que fez Dallan?

— Estão me monitorando Sabrina, de perto, querem o que o menino controla, e sabe que a pressão é pesada.

— Pressionaram quem?

— Meus filhos da Marinha.

— Odeio esta visão do exercito.

— Não temos como ir contra o sistema Sabrina.

Sabrina fica quieta, o menino a 2 anos abria mercados para a empresa que existia em parceria com eles, foi de sistema, a processador, de rede de armazenamento a tecnologias baseadas no cristal, como tratamento de câncer, o transporte que eles usam, a proteção pessoal aos cientistas, aos aliados, agora pelo jeito o exercito que achava que ganhava com a parceria, estava mudando de lado.

Sabrina olha para Carter ao lado de Kirnten, apenas sobe, ela fora torturada por aquele senhor, e agora sabia que Dallan deveria ter feito um acordo para terminar aquilo.

— O que temos aqui, o traidor! – Carter.

Dallan olha para Kirnten e pergunta;

— Se ele falar isto mais uma vez, que meu sistema pegar, esquece o acordo Kirnten.

Kirnten olha para Carter e fala;

— O que lhe esta tirando do serio Carter, o que estavam fazendo no Afeganistão que está lhe chateando, vendeu o que não consegue entregar?

Sabrina sentia que algo estava errado, vê que o sistema estava diferente e vê Pietro, um programador antigo da casa, olhar para ela e falar;

— Vai voltar aos programas básicos Sabrina.

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Sabrina olhou para baixo, Dallan não lhe falou nada, apenas pediu calma, mas ela nem descontara em alguém e viu uma moça vir junto, tida como um gênio na programação, chamada Any que lhe olha.

— A engenheira chefe está caindo!

Sabrina sorriu e falou;

— Desculpa, estou saindo, sei que não é mais minha área, vim apenas pegar minha carteira e coisas, mas fiquem a vontade.

Sabrina sai dali, olha para a câmera, não sabia se o menino estava olhando, mas ela tinha quase certeza que ele teria acesso aquilo, fosse quando fosse.

Sabrina pega suas coisas, e olha apenas os demais conversando, ninguém nem falou com ela, como se todos soubessem, isto a chateou, chega a entrada e vê Jack a olhar e falar;

— Vamos beber onde.

— Lhe afastaram também ou apenas alguém para me pagar a cerveja que não tenho dinheiro para pagar! – Sabrina.

— Disto duvido, dizem que economicamente você é quem mais se defende ali dentro.

— Pseudônimos não ajudam a ganhar dinheiro rápido.

Jack sorriu e os dois foram a cidade ao lado, sentaram a um café e pediram duas cervejas, cada um pegou uma e virou, mas Sabrina não era burra, viu dois seguranças chegarem e ouviu Jack falar;

— Eles vão nos vigiar!

Sabrina virou a garrafa, pediu mais uma e falou;

— Só vou ao banheiro.

Sabrina foi a ele e viu Jack fazer sinal para uma moça, que entrou logo atrás, ela estava mesmo em um caminho difícil, o dia começou torto e terminaria torto.

Sabrina entrou no reservado, ficou lá um momento e saiu, sorriu para o espelho e foi a mesa, a garrafinha dela não estava lá e gritou com a moça do balcão.

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— E minha cerveja.

Jack sorriu, eles pensaram que ela passaria para qualquer lugar, que teriam de a procurar pelo identificador nas vestes dela.

Sabrina toma mais uma e olha para Jack.

— E você, vai ficar nas pesquisas?

— Não entendi o problema?

— Nem eu, foi afastado por aqueles que nunca se meteram com a programação geral, nem sei se terei emprego amanha.

— Eles precisam de você Sabrina.

— Acreditava que sim, mas todos desviaram os olhos quando eu saia, todos me olharam como traidora, todos me condenaram por algo que nem fiz, sigo ordens, bem exatas, não penso por mim, e sim pelas parcerias, sejam elas com a Universidade, com aquela empresa desta Any em Londres, com aquele menino Brasileiro, mas não tenho como trair, o que não existe traição, vou ter de procurar um lugar para trabalhar e se duvidar, vão fazer comigo o que fizeram com outros, jogam a um juiz com uma acusação bem fundamentada e me proíbem chegar perto do que sei fazer.

— Acha que o menino se mantem na parceria.

— Nem sei o que está em jogo Jack, nem sei se é o menino, acho que o problema é que registraram a tecnologia com aquele cristal verde, e sabe que eles não tem a patente dos demais, isto gera uma entrada direta a base, não passando por Any que sempre atrasava os repasses para se manter ali.

Sabrina pede mais uma e a toma, estava tomando uma cerveja quando vê Dallan entrar na lanchonete, sabia que era para ela, pois ele não iria ali.

Jack se levanta e se afasta, vendo o senhor sentar-se;

— Bebendo em serviço?

— Qual serviço estou perdendo Dallan?

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— Sabe que as pressões foram fortes, mas tínhamos de sair de lá vivos.

— Eles nem sabem o que vale e o que não vale, mas a pergunta que tenho Dallan, tenho emprego ou tenho de entregar a casa, a patente e procurar emprego.

Sabrina falou alto, estava diante de Dallan, um dos generais mais temidos dali, mas ela queria uma resposta, se era para perder o respeito por aquele senhor seria nesta hora.

— Lhe transferiram para a parte dos estudos do Cristal Verde.

— Então ainda não estou bêbada o suficiente!

Dallan sabia que a moça estava chateada, ela estava querendo descontar em alguém e se vê trocada do que melhor fazia, ela toma mais uma garrafinha e olha para Dallan.

— Por que, dei minha juventude, minha vida social, minha vida quase inteira por aquela base, e na primeira chance, me jogam fora, por uma pseudo programadora, que não sabe a diferença da programação básica daquela base, e por um senhor que tem mais segredos que eu e você juntos Dallan, e olha que somos pessoas com segredos de sobrenome.

— Tem de acalmar a alma Sabrina, não tínhamos outra saída.

— Sei que tinha, mas pelo jeito os homens de Washington vão demorar para nos ouvir.

— Do que está falando, está alcoolizada?

— Quando em 4 semanas, esta cidade estiver com um terço das pessoas na rua, quando os laboratórios estiverem sem gente, quando os projetos começarem a parar por falta de olharem os pequenos detalhes diários Dallan, não adianta me chamar para o cargo.

Sabrina levanta-se, bate continência e sai pela porta, Dallan olha para o pessoal, talvez ele não soubesse dos planos do menino, de Sabrina, de um sistema que ela se dedicava como ninguém naquela base.

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Cinquenta e Um Pedro olha para Siqueira e fala;;

— Teria coragem de desafiar a morte novamente Siqueira?

— Por que?

— Algo está errado, não quero acreditar que a traição veio de onde veio, mas os dados que estavam roubando daqui, estavam indo para a base em Los Alamos.

— Não eram aliados?

Pedro põem, a imagem de Sabrina olhando a câmera e fala, após reparar nos dois que estavam ali;

— Nesta moça eu confiava, ela pensa como programadora, isto quer dizer, ligado ou desligado, para nós não existe meio termo.

Pedro tinha um engenheiro em Los Angeles que também se chamava Pietro, ele tocava sua empresa em território Americano, ele abre uma vídeo conferencia e fala;

— Pietro, me faz uma coisa?

— Fala?

— Tem 12 horas para tirar todo o pessoal importante das 3 sedes nos Estados Unidos, transferindo para Paris, eles vão pressionar e invadir, então vamos terminar de transferir o pessoal e os proteger.

— Por que disto Pedro?

— Acabam de trocar a direção de Los Alamos, não teremos mais dados, não teremos mais entrada, junto a direção, pois afastaram Dallan e Sabrina.

— E os engenheiros?

— Eles são Nacionalistas idiotas, aquele nacionalismo para justificar arbitrariedades, não por amor.

— Certo, vou passar os dados, sabe o impacto em Los Alamos Pedro?

— Sim, 3 mil alugueis a menos para pagar!

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Pietro sorriu e começa a dar as coordenadas, Pedro passa os dados para Paris, reservando hotéis, começando a pensar como os acomodar, mas daria um jeito.

Pedro passa a ordem de venda do prédio da ePTec de Los Angeles para um corretor da cidade, olha os dados e vende as suas ações preferenciais por ninharia naquele fim de tarde.

Siqueira estava olhando o menino sem entender;

— O que esta fazendo?

— Dando apoio a quem me apoiou Siqueira, eu sou assim, apoio meu é enquanto você achar que quer o apoio, eu como amigo sou amigo, como inimigo, não me verá, me afasto e sumo da sua vida.

— Mas o que está fazendo, parecia estar fazendo dinheiro, vendeu aquelas ações, deve ter colocado mais de um bilhão de reais, no bolso.

— Siqueira, aquelas ações me geravam isto por ano de distribuição de lucros, mas vendi muito a baixo do preço, todos vão olhar para a empresa amanha, pois a fatia dos Estados Unidos foi torrada.

— Não entendi.

— Minha parceria era com duas pessoas, elas não estão mais lá, parcerias como a que tínhamos, só se faz por confiança, eles não me querem lá, pois eles tiraram quem estava conseguindo o apoio financeiro aos gastos com experimentos.

— E por que me perguntou se tenho coragem de desafiar a morte?

— Eu vou a uma operação no Azerbaijão, seja por bem ou por mal, entrarei naquela base, mas para isto preciso da sua ajuda, e da sua eficiência em descobrir quantos dos Ciguapa existem lá.

— Acredita que eles ainda estão lá?

— Sim, mas para isto, o pessoal vai lhe passar um cristal como aquela do meu botão, para você poder não levar um tiro

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tão fácil, desafiar a morte sim, morrer não. – Fala Pedro sorrindo, pensando em como seria este fim de aventura.

— Acha que ela sabe sobre eles?

— Eu sei talvez mais que ela, mas o que vou falar Dallan não sabe em Los Alamos.

— O que?

— Siqueira, os guerreiros resistem ao lado deles, mas os fracos, acabam ficando em pesquisas sem função, ou dentro daquela ideia de matar todos para ninguém sair.

— Mas como os vai defender disto?

— Se os Ciguapa não entenderem que podemos ser aliados a uma vida saudável e longa, como poderemos vencer Siqueira.

— Acha que eles sabem?

— Não sei tudo, mas quero partir num voo que vai parar no Azerbaijão dentro de dias.

— E por que vai voando?

— Talvez por que eles estejam lá a muito tempo, as emissões da região não aponta para seres normais!

— Como não?

— Sei lá, quando se vê algo com oito patas se pensa em que?

— Aranhas!

— Mas os seres que vemos aqui em nada tem de Aranha.

— E vamos lá com reforço?

— Quem poderia me ajudar, nesta vida ainda é uma criança, e numa outra, está em uma maldição, então vamos com calma, e não adianta tentar entender, eu sigo uma regra Siqueira, não chego a uma conclusão antes de olhar para trás, no fim de tudo.

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Cinquenta e Dois Amanhece em Los Alamos, Sabrina se apresenta a

região de testes de cristais, um senhor olha para ela, como se fosse bom ter alguém tão renomada ali, mas sabia que a moça não estava feliz.

— Tenente Sabrina, sei que não esperava estar aqui, mas para nós é uma honra ter alguém que finalmente nos faça caminhar no desvendar do sistema que temos aqui.

— Desculpa a cara de perdida senhor, mas deve entender que não entendi todas estas mudanças, cumpro ordem, mas se vou ser útil, menos mal, estou precisando trabalhar mesmo.

O senhor lhe indica uma sala, olha para o servidor interno, muito primário, aquela era a região onde o Any e Pietro enchiam a boca falando que tinham o melhor sistema, mas antes de acessar entra em seu e-mail, a criptografia foi toda desafiada, sorriu.

— Algo engraçado? – O senhor que se chamava Sergio.

— Alguém invadiu me e-mail, e esvaziou tudo que tinha, tem acesso a rede?

— Precisa de algo externo?

— Não, apenas sou de trazer comigo os meus aplicativos de uso, todos meus senhor, não são da empresa, eu os desenvolvi e os registrei, não dá dinheiro, mas facilita no salvar de dados, no armazenar e analisar dados.

— Finalmente uma programadora! – Sorri o senhor.

Sabrina abre o e-mail, vindo de Pietro, e o abre;

―Desculpa estarmos encerrando nossa parceria assim Sabrina, mas diante dos acontecimentos, o senhor Rosa me transferiu para Paris, a base em Los Alamos, deve estar vazia, sabe que o menino confia nesta parceria em Los Alamos em apenas duas pessoas, pelo que senti ontem, ele sentiu-se traído. Passar bem!‖

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―Ps.: Se precisar um emprego consigo uma vaga em Paris, sabe que bons programadores sempre são bem vindos!‖

Sabrina sorriu e deletou o e-mail e olhou para o senhor e falou;

— Onde consigo um relatório do ponto que está a programação, vou ter de estudar um pouco este novo ponto, para não refazer o que outros já fizeram.

Ela estava falando quando viu um e-mail de Pedro Rosa, entrar na caixa de entrada, o pessoal na central que antes ela tocava, sabe no momento do recebimento que ela o recebeu, o titulo em Português, fez os demais olharam para um Mexicano e perguntarem, o que está escrito aqui;

O rapaz sobe e olha e fala;

— Isto não é espanhol!‖

— Mas entende algo?

— Diz algo como ―Aos amigos o Céu, aos inimigos o Inferno! Se for amigo, não abra, se for inimigo, lhe desafio a abrir!‖

Dallan estava ali, mas o comando estava com Carter, que olha para Dallan;

— Tem de entender, você me deve isto Dallan.

Dallan sorriu e saiu, não era mais seu lugar, ele sai pelo portão, olha para a cidade e estranhou, deveria do ponto que olhou, ver mais de 20 caminhões de mudança.

Olha para a base ao fundo e apenas ouviu o estampido, todos olharam e viram a poeira subir, Dallan olha em volta, por baixo da região tinha um túnel de 22 quilômetros de raio, e viu por todas as saídas de ar fumaça e pós sair.

Segurou-se, pois o chão tremeu, olhou para a base a frente e o que era o antigo laboratório da ePTec, afundar para dentro.

Todos a cidade sentiram o balançar e o barulho das explosões.

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Dallan não gostava disto, mas se uma coisa aquele menino sabia fazer era desmontar o que montara, ele achava infantilidade.

Kirnten chega ao lado de Dallan e pergunta;

— O que está acontecendo Dallan?

— Pedro Rosa já sabe que nossa parceria acabou e está demolindo as bases dele na região.

— Mas quem vazou isto?

— Se duvidar, ele deve ter tentado falar com o comando hoje, se conheço Carter um pouco, ele não respondeu nenhuma vez, ele deve ter olhado os dados, sobre ataque em todas as bases, não foi difícil deduzir que mudamos de diretrizes.

— Quanto ele tinha em equipamento a toda volta?

— Mais que nós senhor.

Kirnten não pareceu acreditar, mas entrou, Sabrina em sua sala ouviu os demais se distraírem com a confusão e abriu o e-mail de Pedro, ela não o considerava um inimigo.

Depois de 3 encriptação, uma sequencia de programação, Sabrina fica olhando para ela e começa a digitar no seu computador pessoal, ela sorri e fala para Sergio que passava;

— O que aconteceu, que tremor foi este Sergio.

— Da cidade vem a informação de que todos os funcionários da ePTec foram transferidos para Paris, e que a base foi desativada, literalmente.

— Não estão exagerando senhor?

— Acho que sim, mas como estão as coisas?

— Teria acesso ao cristal senhor?

— Quer começar a testar?

— Nada como trabalhar para mostrar nosso valor.

Um rapaz olha para Sabrina e pergunta;

— Bom dia, veio para nossa praia? – Mickael.

— Sim, faz o que aqui?

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— Dou apoio aos testes, Sergio mandou lhe dar o que pedisse, acho que eles não sabem o que perdem lá em cima.

— Consegue uma sequencia de 4 monitores e um cristal destes que tanto falam Mickael?

— Vai fazer o que?

— Transformar isto em algo genial!

O rapaz sorriu e foi conseguir, Sabrina tinha um botão extra, entra na peça de micro contatos e naquele cristal amarelado que tirou do bolso, fixou os contatos e estes foram ligados a uma serie de comandos, e deste saia mais uma serie de contados que ligou a seus computador por rede.

O rapaz trouxe os monitores, ele os foi ligando em um computador com placas de divisão de vídeo, e Sabrina prendeu os comandos no cristal e olhou para Sergio que veio olhar, a moça no primeiro dia iria começar a bagunçar;

— Pelo jeito acha que descobriu algo.

— Me chama os programadores deste sistema e vamos trocar uma ideia avançada, mas ainda Sergio, é uma ideia, não quero ser empurrada mais para baixo ainda.

Sergio entendeu, eles não a transferiram para ali por que ali era útil, e sim para a tirar da parte alta.

— Certo, mas o que está fazendo?

— Senhor, não sei o ponto que tudo isto parou, mas minha vida é números – Sabrina liga os comandos e dá as coordenadas no seus computador e olha para as telas ligarem e lhe darem coordenadas diferentes em cada ponto de comando – mas o que os programadores locais veem quando olham para estes dados?

Um rapaz olhava ao fundo e olhou Sabrina, muitos nem sabiam que ela estava ali, pensavam alguns em uma visita, não numa transferência.

— Nós de sistema que não passamos, toda vez que passamos nos perdemos na programação e temos de voltar ao ponto do nó. – Jonathan.

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— E como algo pode se perder, se estamos entrando em um sistema que desconhecemos onde sai, não seria nosso objetivo avançar e descobrir a saída.

— Nossos esforços foram mais a frente, mas Sergio sempre pede para nos prendermos ao nós que numerou com o numero 12, pois parece nos levar a vídeos interativos, onde jogamos os sistemas de jogos.

Sabrina lembra da programação que Pedro e falou;

— Quantos nós chegaram aos vídeos?

— Por que quer saber? – Sergio.

— Se não podem falar tudo bem! – Sabrina olhando para o novo chefe, sabia que ele deveria estar tenso com a estada ali dela.

— Por que nos deram como objetivo 3 nós, os que Pietro diz levar a vídeo, os demais, ele afirma não levar a nada.

Sabrina apenas altera a programação e cada tela ficou com 8 pequenos quadrados, ela avançou a programação para o cristal e controlou a saída dela por filtros no cristal amarelado e os demais começaram ver a programação avançar por cada um dos quadrados, e a primeira, mais próxima, surgiu com uma imagem, o segundo logo após, 2 minutos, ela tinha imagem de trinta e dois nós.

Jonathan chega perto e olha o sistema de programa e fala para Sabrina;

— Bem vinda, não sei quando volta a seu lugar, mas se vier auxiliar assim uma vez por mês, avançaremos anos luz.

— Jonathan, o problema que vejo, é que se passamos por um corredor, - Sabrina foi desviando a programação da saída 12 para as telas, e ali tinha apenas uma imagem – e nele se apresenta mais de 90 saídas como aquele nó, e seguimos apenas a frente, não estamos deixando passar algo?

— Como assim? – Sergio.

— Como digo, gosto da programação por ser exata e não preciso ser falsa para ela me responder, ela me dá a cada

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caminho, uma infinidade de nós, seguimos reto, mas se as abrirmos o que teríamos?

— O ampliar dos jogos baseados neste modelo que não entendo ainda a complexidade.

Sabrina dá o comando de abrir as portas e Jonathan fica vendo o programa tentar em cada nós abrir, e quando surge a segunda imagem da porta 12, já era uma evolução, mas uma atrás de outra, uma após a outra, e quando somou as trinta e duas imagens, as telas começam a subdividir para mostrar mais entradas, e cada um dos monitores se dividiu em vinte e dois pequenos quadrados e quando o primeiro se completou, e o programa continua Jonathan sorri.

— Isto que falo Sergio, ninguém tá lá em cima por acaso.

Sergio olha para Sabrina e transforma em oficial aquilo;

— Bem vinda a divisão de jogos da Universidade da Califórnia.

Jonathan olha descrente, a moça viria para aquela divisão, mas ouviu ela olhar para Mickael e falar;

— Vamos precisar ter mais telas, para cada mundo que abrirmos, pelo menos 90 delas, para depois começarmos a mudar a programação do jogo.

— E o que podemos fazer neste sentido?

— Teremos de ter mais desafios, mas alguém me explica de onde vem estas imagens? – Sabrina.

— Do cristal. – Sergio.

Sabrina chega ao comando e põem 4 imagens na tela, parecia uma base de operações, se via grandes seres metálicos, como se fossem vestes metálicas ao fundo, olha os detalhes e a base e fala olhando Jonathan.

— Vamos transformar os avatares e fazer neste ponto um desafio de entrada nos mundos, onde dependendo do avatar que ele conquistar, mandamos a um mundo?

Jonathan olha os detalhes e fala;

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— Com certeza um avatar destes é mil vezes melhor que aquele que Any desenhou!

Sabrina pensou em falar algo, mas apenas olhou para Sergio que falou;

— Autorizo vocês irem a frente, pelo jeito Sabrina vai por todos vocês para trabalhar pesado.

— Pelo jeito ela vai transformar o jogo em algo que vai tomar mercado senhor, estamos estagnados em poucos milhões de usuários, tem jogo que está chegando perto de 400 milhões de usuários, e nós não conseguimos 10% disto.

Sergio sorriu, como Jonathan sempre falava para ele, precisavam de grandes programadores, mas Any e Pietro não pareciam concordar com as contratações, quando na tarde anterior todos os demais fecharam as portas para a moça, ele lembrou que Any e Pietro iriam acima, e quando lhe perguntaram se aceitaria ela como programadora, nem pensou duas vezes, pensando no que Jonathan falava.

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Cinquenta e Três Dallan estava sentado a lanchonete a frente da base,

tomando um café e vê Sergio sentar-se a mesa;

— Podemos falar General?

— Podemos, problemas com Sabrina?

— Querendo entender, por que vocês se desfizeram dela, ela parece saber que estão a querendo jogar fora.

— Eu agradeci quando você a recebeu Sergio, os demais compram a propaganda e usam a inveja para não absorver pessoas como ela.

— O que ela fez de tão grave.

— Por incrível que pareça, nada, mas parece que Pietro tinha um acordo de tecnologia com Carter, e quando perderam a base ficou visível que a tecnologia não era aplicável.

— E resolvem tirar o lugar de quem trabalhava?

— Sergio, estou naquela posição incomoda, vou dar segurança a uma base, que eu tocava, e sei que quando algo der errado, eu voltarei a toda, apenas para que a culpa seja minha.

— Mas agradeço o ceder dela, ela avançou em uma tarde, mais do que Pietro e Any avançaram nos últimos 4 anos.

— Ela chegou a que, que está impressionado.

— Lembra que tínhamos uma imagem do grande planalto que chamamos de Axur?

— Sim.

— Ela ampliou para 90 imagens locais, e está tentando ampliar para 180 pontos.

— Mas como, diziam não existir isto lá.

— Sei disto, repeti isto por anos para os programadores para não perderem tempo com isto, lembra?

— Pietro nos convenceu disto, mas o que mais ela fez?

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— Temos imagens de 32 mundos, e ela pretende abrir pelo menos 180 câmeras por mundo, e daqui a uma semana, estar lançando um desafio novo no programa.

— Ela queria bater em alguém e resolveu programar para distrair, ela esta me vendo como um traidor, mas não poderia perder uma programadora como ela numa tortura demorada da CIA, sobre algo que ela não tinha culpa.

— Eles a torturaram?

— Cuidado com este Carter, ele não regula.

— Bom saber, mas então o negocio foi pesado.

— É só olhar em volta Sergio, ontem uma ação da ePTec valia 12 dólares, hoje não vale 3 dólares.

— Nunca conheci este rapaz que todos falam.

— Uma criança Sergio, ele tem hoje 16 anos, o conheci com 14, mas o problema é que ele sentiu-se traído, e tudo o que vê em volta, é o que ele sentiu.

— Mas e as empresas dele?

— A cede de Los Angeles, tem hoje uma faixa de 10 metros de altura, vendendo o prédio.

— Esta eles não esperavam.

— O menino tem mais dinheiro que consegue gastar, e quando quer fazer o que fez a volta, nosso acelerador de partícula, ele financiou sozinho do bolso isto.

— E assim como financiou, não teve medo de implodir pelo jeito.

— Verdade.

Dallan olha para a porta e fala vendo Carter chegar;

— Nos falamos depois Sergio, mas se tiver problemas com ela, me fala.

Sergio olha a porta e fala;

— Nos falamos General.

Sergio olha para o senhor, o cumprimenta e sai;

Carter senta-se a mesa e olha serio para Dallan.

— Está muito calmo para não ser um traidor.

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— Imagino quantos inocentes matou apenas para saírem do seu caminho.

— Preciso de um contato com o menino.

— Ele lhe ligou 12 vezes pela manha Carter, você que não atendeu, por que eu vou fazer este trabalho, para depois me chamar de traidor, esquece.

— Mas acha que ele viria conversar?

— Obvio que não, acha que alguém que sabe que você torturou uma moça por programar, que nada sabe além de trabalhar, vai poupar um Brasileiro?

— Mas ele parou de nos fornecer os dados.

— Discordo, ele passa um dado triplamente codificado, está chegando, mas não quer que peça a quem você me fez afastar, para ensinar dois excepcionais programadores a desencriptar uma informação.

— É função dela!

— A função dela, se fosse por sua pressão, seria sair daqui sem emprego, ou esqueceu o que pediu para todos os seus conhecidos, só para ninguém saber que você é um covarde que aprecia torturar pelo prazer de ver o sofrimento, não pelo resultado.

— Mas poderia falar com ela.

— Desculpa senhor, mas minha função é dar segurança a sua base, que você me tirou ontem, a partir de amanha, sabe como eu, não tenho nem autorização de entrar nas instalações, então estou fazendo minha obrigação.

Carter olha para Dallan e fala auto;

— Vai me pagar isto Dallan?

— Sei que pode piorar, mas lembre, quando tudo desandar, tudo for cobrado de você, não estarei aqui para assumir a culpa, será você e os demais, não mais eu, não mais os incompetentes, todos verão que você é o que é, um covarde incompetente.

Carter sai e olha para a instalação ao fundo ainda soltando poeira, olha para um militar e pergunta;

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— Onde falo com aquela moça, Sabrina?

— Nem ideia senhor, fala da programadora chefe?

— Ela não é mais a programadora chefe!

— Então não sei senhor.

Dallan olha para o celular e pensa:

―Vamos a guerra!‖

Dallan sai pela porta e se ouve o ultimo grande estouro vindo do buraco que o menino abrira mais a leste, e uma coluna se fumaça negra se ergue, sente o chão tremer e vê uma poeira vindo ao ar a todo lado.

Se olhasse de cima, todo o circulo de 22 quilômetros de raio, do laboratório, nos poucos 100 metros de largura, a toda volta, afunda 20 metros, a estrada fica interditada, o susto na cidade foi grande.

Carter chega ao comando e olha para Any.

— Vai dizer que não sabem desencriptar um arquivo básico, Pietro me falou maravilhas de você.

Pietro olha os dados, não poderia dizer que não sabiam trazer a luz aqueles dados.

Os dois começam a trabalhar, mas problemas de uma base ao meio do Lago Seco, ainda no Novo México chegavam e o senhor tentava se inteirar, mas lá não teria entrada, teria de passar outro comandante para trás.

Estavam a tarde quando um senhor vem a base e pede para falar com o responsável;

— Quem precisa falar com o responsável?

— Sou o representante legal dos negócios da base na cidade, e gostaria de saber quem vai assumir os custos inerente a acomodação, alimentação e gastos gerais dos funcionários da base.

— Não falo destas coisas, sou quem comanda, não quem assina o cheque.

— E quem seria esta pessoa, que vai arcar e nos acertar as contas do próximo mês senhor, já que pelo contrato, firmado entre nós e a base, sempre acertam os gastos

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antecipadamente, para nunca, jamais exceder o que podem pagar.

Carter olha em volta, todos os que eram parte da estrutura de Dallan, os mais dentro dela, ele pessoalmente afastou, olha para a parte da divisão de recursos e lembra que colocara lá um rapaz, que não conhecia, mas foi uma alternativa que nem lembra quem lhe indicou.

— A divisão de recursos está ali a frente, poderia me deixar trabalhar senhor?

O senhor se direciona a parte de recursos, e Carter vê um rapaz dos dele, chegar e falar.

— Todas as estradas de acesso estão interrompidas senhor.

— Como, o que aconteceu?

— Pelas imagens aéreas, todo o circulo onde estava o acelerador de partícula, cedeu 20 metros e isto interrompeu todas as estradas.

— A parte aérea?

— A ponta do aeroporto, que ficava na ponta do circulo cedeu senhor, entradas e saídas apenas por helicóptero.

— Menos mal, deixa um sempre pronto para sair.

O senhor olha os comandos, imensos comandos, sem saber o que fazer, quando um técnico anuncia;

— Nossa comunicação com o Lago caiu! – Se referindo ao Lago Seco, onde parte da área 51 tinha uma pequena área de testes.

— Que merda está isto aqui, me disseram que isto ia me dar respostas, está um lixo.

Os demais estavam perdidos, e Pietro chega a Any e pergunta;

— Conseguiu algo?

— Nada, está encriptação é a daquele rapaz com seu nome, que trabalhava para a ePTec, não conseguiria falar com ele Pietro.

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— Esta em voo para Paris, esvaziaram a empresa em Los Angeles, dizem que as ações estão puxando tudo para baixo, pois gerou desconfiança na estrutura.

— Não entendi o que aconteceu Pietro, por que disto?

— Sabe que seu pai sempre quis a programação daqui, ele parece ter comprado dois senadores e pressionado enchendo a conta de Carter.

— Mas não temos nada assim.

— Disto não discordo, mas o que posso fazer, precisava acesso ao protótipo que eles conseguiram a 2 anos.

— Vai conseguir isto pelo menos, aqui eu enrolo, vou começar a por dados na tela, e ver o que acontece.

Pietro sorri e a moça começa a abrir outros arquivos, o general Carter nem conhecia a região, como iria desconfiar de algo assim.

Any começa a repetir os vídeos da operação na base que não tinham, com repetição total a cada 22 horas, que era o que tinham de gravação livre no sistema.

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Cinquenta e Quarto Pedro prepara toda a viagem e se depara com um

pedido de se cuidar, de sua pequena menina, que já estava quase com 2 anos.

Siqueira olha Pedro falando com duas crianças, e encara o menino;

— Tens filhos?

— Duas meninas incríveis.

— Tem quantos anos, com esta cara diria que não tem 18!

— 16 anos senhor, a toda velocidade depois dos 14.

— E vamos como?

— Partimos daqui para Paris, e de Paris vamos a Telavive, onde falamos com o apoio e vamos a base.

— Tem apoio em Israel?

— Os Yaduts são todos irmãos senhor.

— Judeu, com duas meninas, com uma fortuna, não seio o que está acontecendo em Los Alamos, mas sei que parou de transmitir, está apenas tirando informação de lá.

— Aliados fragueis são assim.

Os dois pegaram um avião para Paris, Manaus-Paris direto, sem escalas.

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Cinquenta e Cinco Sabrina sai para o refeitório e olha um senhor a sua

porta e estranha;

— Lhe conheço? – Sabrina.

— Digamos que meu nome é Ygor, trabalho para um sistema de segurança e estrutura, que Carter acha fazer parte do Pentágono, mas pertencente a Priscila de Sena, a empresaria que mais cresce no Alasca senhora.

— E o que tenho haver com isto.

— Você e 55 pessoas do grupo de Sergio, serão mantidos por esta estrutura, mas todo resto, está sobre estrutura e proteção de Carter, que não tem ideia do quanto esta base custa, muito menos quanto as 8 bases anexas e integrantes do sistema gastam.

— Por que esta empresaria ajudaria?

— Diria ela que conheceu um menino a 2 anos, e o tem como parceiro em muitas empreitadas.

Sabrina sorriu e perguntou;

— Mas por que está me avisando.

— Por que se eu avisar Sergio, todos ficarão sabendo, ele é daqueles que tudo relata, isto dificulta mais do que facilita a vida por aqui. – O rapaz estica um cartão e termina – Se precisar, o melhor caminho ainda, é ligar para este numero direto.

Sabrina agradeceu e entrou, quando olhou para a porta, o rapaz não estava mais lá, as ruas estavam muito calmas naquele fim de tarde naquele lugar.

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Cinquenta e Seis Dois dias se passaram e enquanto Sabrina foi para a

parte que ela gostava, programar, criar desafios de um jogo que achava incrível, estava sendo jogado fotograficamente no cristal esverdeado, mas os locais, as estruturas, estavam todas lá, as vezes queria perguntar mais sobre o cristal, mas como não era sua praia, e aquele senhor e a moça Any pareciam ser os únicos a saber tudo, evitou perguntar.

Jonathan chega a ela e olha os esquemas e pergunta;

— O que aconteceu, não se tira os competentes como a tiraram?

Jonathan viu ela olhar para câmera e falar;

— Aqui dentro, as paredes tem ouvidos Jonathan, e todos os que me ajudaram, foram penalizados por um sistema que não calcula fidelidade, e sim, medo.

— E vai aceitar assim?

— Jonathan, sem a parceria com a ePTec, não tenho função lá, pois eu era a programadora, metade do meu dia, é controlar para que este jogo, não dê problemas, acredito que me colocando aqui, podemos resolver alguns problemas, mas nenhum será levado a serio antes de dar problema no atual.

— E porque esta é a única parte deste laboratório que parece funcionando hoje?

— Por que não sei, mas desconfio.

— Desconfia? – Sergio chegando.

— Apenas desconfio.

— Todos os laboratórios estão com o pessoal parado, você veio a 3 dias, a base parece sem utilidade, não estamos mais isolados, mas parece que tudo está parando.

— Senhor Sergio, eu não quero saber, quando digo desconfio, é por que já vi isto acontecer antes, mas estou querendo fazer a minha parte, pois se não der certo aqui, com certeza, estarei fora do exercito.

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Os demais foram chegando ao trabalho, e estranhavam o desarticular dos demais projetos, e uma vez parado, para recomeçar demorava um tempo.

Sabrina se perdia nas interações, reparava que existiam para cada ponto, pelo menos 20 câmeras de visão, que filmavam de dia e de noite, mas começou a reparar que cada ponto, tinha um dia com horas diferenciais, começa a separar eles como se fossem planetas, como se cada um fosse um desafio em um mundo diferente, ela estava começando a criar um jogo muito mais complexo do que o que ficava a monitorar, um jogo muito mais interativo e dinâmico, estava ali criando a primeira faze quando Sergio passou por ali e perguntou;

— Como está o projeto.

— Senhor, tive uma ideia maluca.

— Mais uma?

Sabrina começa a por as imagens no monitor e explicar que o projeto, poderia ser separado em fases e ir evoluindo, ir encarando cada um dos pontos que ela determinou com Passagens de Sal, pois tudo a volta parecia feito de cristais de sal, e mostra os protótipos de inimigos, ela se baseou em imagens que tinha do fundo, como se existissem estes protótipos lá aos milhares.

— Acha que tem um protótipo deste novo interagir em quantos meses.

— Em 15 dias teremos mais do que oferecemos hoje senhor, em 2 meses, um sistema com 6 planetas, com 20 missões por planeta.

Sergio aponta o avatar e fala.

— Parece bem mais real.

— Parece vivo, e pode ter certeza. Mas poderíamos por uma sala ao meio, onde puséssemos o sistema em operação, e nós programadores verificarmos os defeitos, e começarmos a colocar desafios a mais, prêmios a mais, produtos a mais para se comprar senhor.

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— Não é atoa que você coordenava todos os projetos, agora entendo o medo de Carter, ele não domina um computador, você pegou um projeto que diziam ser incrível, e em 3 dias, evoluiu mais do que no ultimo ano.

Sabrina sabia que estava passando a programação por um servidor contido em um cristal mínimo, que acelerava toda a programação, usando a ideia que Pedro lhe passou por ultimo, lhe permitiu ir muito mais longe.

— Mas pense nas ideias, estou pedindo que cada um pense em algo, se cada um dos 50 programadores criar uma sala de interação por saída, que achei interessante chamar de planeta, vamos ter um programa que poderá quando tivermos os 6 planetas, e tivermos ele instalado nos 100 servidores de serviço, poderemos chegar a um milhão e duzentos mil usuários ao mesmo tempo no sistema senhor. Podendo ter capacidade de aceitar até 15 milhões de usuários dia, sabe que se cada um destes, gastar a media de gastos atuais, teremos entradas diárias a nível de 10 bilhões mês, começamos a entrar de cabeça no mercado.

Sergio sorriu, o sistema era incrível, mas parecia realmente olhando agora, que a ideia de descer a moça um ponto da escala, ou 10 pontos exatos na escala, parecia ao ver de Sergio, um avanço sem precedentes naquele jogo.

Sabrina sabia que todo seu trabalho estava encriptado, deixara a dica para todos os demais o fazerem, via que alguns estavam usando a conexão dela com o cristal, eles não entendiam por que aquele computador dela conseguia interagir com tamanha velocidade, ela ia salvando assim cada um dos programas, quando passava pelo cristal, o que lhe permitia fazer um backup do sistema, todo dia desconectava o cristal e o seu computador pessoal e levava para casa.

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Cinquenta e Sete Pedro desce com Siqueira no aeroporto de Telavive, e

olha para o senhor Maximus olhar para ele e falar;

— O menino cresceu.

A frase em hebraico, e respondido em hebraico fez Siqueira ao lado ficar perdido, as crianças cobertas da cabeça aos pés e uma moça igualmente, como se fosse uma burca, fez Maximus olhar para Pedro.

— Mudou de religião?

— Não, mas podemos ir a um lugar que possamos conversar Maximus?

Siqueira soube que era um general pois os demais se postaram e fizeram continência, eles passaram ao meio e o olhar de curioso de todos, as burcas longas, a arrastar ao chão, era para não destacarem os pés, a cor poderia se disfarçar, mas os pés dificilmente.

Entram em um carro e no lugar de ir no sentido de Telaviv, pegam o caminho no sentido de Ramla, Siqueira nem reparou nisto, estranhava o tratamento, estavam em um país que poucos do exercito brasileiro poriam pé pedindo apoio.

Pedro chega a uma sala, suas malas chegam após trazidos por uma moça que bate continência ao senhor Maximus que dispensou os demais e olhou para a moça e perguntou;

— O que está acontecendo Pedro?

— Senhor, sabe que meu caminho nem sempre é fácil?

— Sei, mas... – o senhor estava falando quando a moça tira o capuz e olha para Pedro, Maximus parou na imagem daquela pela azulada e viu as crianças e olhou Pedro – o que são estes seres.

— Se denominam de Ciguapa senhor, nós no Brasil chamamos de Curupira!

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O senhor olha para Pedro pedindo uma explicação, Pedro foi a sua mala, e começou a explicar ao senhor a historia, o perigo, e o que não sabia, mas que poderia ser uma guerra contra algo que desconhecia.

— E o que veio pedir?

— Senhor, lembra de uma operação que o exercito local deu ao americano, a uns 5 dias, entre o Irã e o Azerbaijão.

— Lembro, alguns ainda se perguntam o que tem lá.

— Isto que tem lá, mas o que interessa lá, é um cristal como o que esta – Pedro põem um protótipo na tela do computador – neste protótipo, capaz de transformar nosso planeta em inabitável se usado irregularmente.

— E querem fazer o que lá, sabe que a região é complicada.

— Maximus, tudo que vermos lá, é segredo, e não gosto do método americano, dos demais, que matam os que tiveram acesso a isto, mas não podemos deixar isto sem controle, se estou sendo claro.

— Qual o poder de um cristal deste?

— Se ele explodir, teríamos um mar cáspio a mais em buraco, se ele vibrar, depende da intensidade, não sobraria Telavive para contar a historia depois de 2 minutos de vibração senhor.

— Mas o que faria este vibrar?

— Derreteria tudo que o vibrar atingisse, e quanto maior a duração, maior o perigo, temos um exemplo de 9 segundos senhor, qualquer coisa superior a isto, não sobra provas próximas do acontecido.

— E nos escolheu por que?

— Por que o exercito Americano está do outro lado senhor, e todos os que tiveram acesso do outro lado, estão mortos, preciso de um grupo que saiba guardar um segredo, um grupo que não existe.

Maximus sorriu e olhou a moça.

— E por que eles vivem lá.

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— Senhor, eles se alimentam do brilho do cristal, não quero eles comparados a servos de Deus.

A conversa em hebraico, fez Siqueira não entender, a energia do menino não parecia ruim, então a moça se mostrou, parecia saber se era seguro ou não.

— E eles são perigosos?

Pedro sorri e falou;

— Senhor, temos de falar depois daquela proteção.

— Conseguiu?

— Só não vim antes, pois a CIA está querendo me proibir distribuir isto, e talvez para uma operação destas seja bem saudável.

— Por que?

— Isolamos da radiação do cristal senhor.

Maximus olhou para Siqueira e perguntou;

— Por que o trouxe?

— Senhor, talvez ele seja a chave que não entendi, todos os que tiveram contato sem proteção com estes seres mais de 6 meses, perderam toda a vontade de interação, se isolando em seus trabalhos, ou morrendo.

— Acha perigoso!

Pedro olha para Siqueira e fala em Português;

— Vamos agilizar as coisas, mas saímos assim que voltarmos.

— Certo, pelo jeito tem de explicar tudo aqui.

Pedro olha como se isto não fosse novidade.

Maximus viu que o menino, queria falar algo longe, e saem pela porta, e Maximos pergunta;

— Não confia nele?

— Senhor, ele teve uma relação de proteção com a moça, e tem carinho com os seres, mas acredito que o usam para saber se é perigoso.

— E o risco?

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Pedro começa a explicar sobre a proteção do cristal, e como ele poderia os isolar e os deixar livres da interação mental, que ele acreditava que existiriam no local, mais de 30 mil destes seres, todos escondidos, mas que assim como na Guatemala, ele isolou a pedra e com a redução da radiação, os demais começaram a se aproximar, para obter luz.

Pedro passa por um treinamento nos dois dias de preparo da operação, e em meio a entender o poder de certas palavras na pronuncia certa, ele depois de dois dias recebe o titulo de Dragão de Abraão.

Pedro não era de se impressionar com títulos, o senhor viu que para o menino, mesmo que agora com um metro e setenta e cinco, de muitos ossos, estatura mediana, não era no poder da palavra que ele demonstraria seus dons.

Pedro estranha, pois ele tinha certeza de que ali obteria apoio, e que os Norte Americanos o abandonariam no meio do caminho, as certezas eram algo que quando lhe vinha a mente, ele não duvidava.

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Cinquenta e Oito Sabrina chega a região que trabalhava e olha para sua

mesa desfeita e olha para Sergio;

— Eles a afastarão Sabrina.

Sabrina olha em volta, os programadores a olhavam como os demais a poucos dias, como uma traidora, olha para Any entrando na sala e falando.

— Quem pensa que é para distorcer todo o nosso cristal e nossa programação.

— Nada, apenas sugeri, algo que a chateou, Any, a programadora que não sabe desencriptar um arquivo com 64 bits.

Sergio sorriu, sabia que era pessoal e ouviu a moça falar;

— Pode passar na parte de pessoal, pegar suas coisas e se apresentar amanha no Pentágono.

— Sem problemas, lá eu vou para treinamento de novo!

— Sabe que não será bem recebida, por que parece tranquila.

— Desculpa senhorita Any, você de pentágono não sabe nada, nunca entrou lá, e nunca entrará, se acha que vou ser mal recebida lá, é por ignorar o que acontece lá.

— E se pedir para não lhe aceitarem! – Fala o General entrando pela porta.

— Sinal que terei de falar com o secretario de segurança e pedir para ele avaliar onde e o que o senhor quer, reduzindo a região de Los Alamos a um laboratório desnecessário, eles abrem sua conta Carter, quando me torturou, sabia que eu não tinha nada a informar, pois sabe bem quem são os traidores, mas como um senhor um dia falou, de amor, receberá amor, de ódio, receberá ódio, no seu caso, como só dá merda, não espere mais que merda.

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Sabrina apenas acionou o dispositivo a sua volta, no meio daquela luz era invisível aos olhos, viu os rapazes entrarem na peça e o general falar;

— Para a detenção.

Sabrina olha para a porta e olha para Kirnten.

— E você General Kirnten, vai dizer que acredita na mentira destes dois também, que não sabem nada, que tudo na conta deles é apenas dinheiro do pai, dela eu entendo, um pai empresário Inglês querendo a tecnologia, mas o que Carter e o senhor ganham com esta traição a pátria.

— Não sei do que está falando?

— Não tem olhos, 36 dos 37 laboratórios desativados, e agora entram neste para que, o desativar também, e não sabe, não vê, fala serio General.

— Sabe que se continuar nos ofendendo vai a corte marcial.

— Duvido, iria a uma sala de tortura, não a corte marcial, pois os dois não deixariam eu chegar lá, sei demais, a pergunta ainda não foi respondida, o que os 3 ganham reduzindo a base de Los Alamos, e a base 51 do exercito Norte Americano a nada?

— Acha que sabe o que está acontecendo?

Os soldados não conseguiam avançar, os programadores que receberam a informação por Sergio que ela era uma traidora, olham para Sergio, descrentes, pois eles sabiam que a base estava desativando.

— Você nos traiu e quer dizer que eles são o problema? – Sergio olhando para a moça.

— Trai, como, o que fiz que saiu deste laboratório, o que me acusam novamente, apenas para se apoderar do que os seus rapazes fizeram e depois esta Any sei lá o que, assumir como ela tivesse feito.

— Eles acusam você de ter repassado a aquele rapaz do Brasil uma tecnologia que permite ele se defender de um ataque direto de uma bala.

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— Tentaram o matar e não conseguiram e a culpa é minha General Carter, você mais do que todos sabe que esta tecnologia foi cedida por ele ao Presidente Norte Americano no ano passado, você não queria que chegasse ao presidente, ou vai negar que chegou a negar ao presidente a existência desta tecnologia, pois querem ele frágil a uma bala, não sem medo de generais cagões mas com poder.

— Esta mentindo.

— Certo, me acusa de ter passado para o menino uma tecnologia que por regra, fora destas paredes, assinei que não declararei a existência, mas pode ter certeza, me processariam no pentágono por quebrar a regra que assumi aqui em dinheiro, mas não com minha vida.

— Acha que eles acreditam em você.

— Carter, a conversa é com você, por que está falindo, fechando, arruinando mais de 70 anos de pesquisas, por que, para quem vendeu isto, está jogando sobre mim, e se estes que ouvem acreditam em você, tenho pena deles, pois estão jogando pesquisas na sua mão e daquele Pietro, que foram feitas antes de eu nascer, e agora vão me culpar de tudo?

Os programadores olham para Sergio, ele sabia que ela falava a verdade, e mesmo assim a estava acusando;

Jonathan olha para o general Kirnten e pergunta;

— O senhor nos garantiu a uma semana, para todos os funcionários desta faculdade, que teríamos nossos trabalhos apoiados e nada pararia, o que mudou senhor, já que estão acusando uma programadora, do que ela não fez, e o senhor que nos prometeu que teríamos estrutura, está apoiando quem vai terminar de fechar este projeto.

— Quer ser preso também rapaz? –General Carter.

Jonathan olha para Carter e fala friamente.

— Não encara meu pai de frente no pentágono senhor, então não me dirija a palavra, e não estou aqui por você, ouvi o general assumindo esta parte, o senhor cuidaria da que tirou Dallan, mas a pergunta não é para o senhor.

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Nitidamente Carter não sabia quem era o pai do rapaz, e nitidamente a reação de Kirnten de olhar firme para Carter, fez ele recuar, o senhor olhou para Any, reação errada e ouviu;

— Senhor, a Tenente Sabrina pode até sair escoltada para o Pentágono, mas se não chegar em duas horas, todos lá saberão que os senhores deram fim nela para encobrir o que fazem aqui. – Jonathan.

Any olha para Jonathan e grita irritada.

— Ela destruiu meu programa e vai a defender.

— Seu programa, desculpa, isto está dentro do cristal, o que ela nos mostrou, foi que você não tinha chego a interpretar o cristal, mas tudo que ela fez, foi abrir o que esta dentro dele, se você diz que ela estragou o seu programa, sinal que nada do que você e Pietro, dizem ter feito, foram vocês, não sei de onde veio o cristal, mas com certeza, roubaram de alguém!

Sabrina estava vendo a defesa de onde não esperava, sabia que Jonathan era filho de general, não fora para a vida militar, pois dois dos filhos do pai dele estavam naquela vida, mas foi o que faleceu a 5 anos que deu espaço ao rapaz de seguir o que gostava, não o que fora imposto aos demais irmãos.

— Vai dizer que acredita que ela é capaz de criar tudo aquilo, ela com certeza esta usando algum artificio deixado por aquele moleque brasileiro, e esta desviando tudo para ele. – Carter.

— Senhor, com todo respeito que não lhe devo, o que Any esta fazendo aqui, o senhor não colocou ela no lugar de Sabrina, não a rebaixou não a posição de Any, mas a programadora do projeto de Any, abaixo do diretor geral que comanda-nos, o que ela faz aqui, o que vocês que a mandaram para cá querendo a inferiorizar, fazem aqui, o que a programadora chefe deste projeto, que se eu liberar o programa que vendemos hoje, que em nada é parecido com o

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projeto que ela apresentou para Sergio a dois dias, e que ela não domina 10 linhas, faz aqui.

Jonathan olha para Sergio e fala;

— E o senhor, o que faz jogando os programadores que fazem o trabalho que lhe dá o salario, contra quem mostrou todo um projeto incrível, a todos, o que teme nela, perder o emprego que ela nunca almejou, desculpa, um bando de crianças, uma coisa é certa, se Sabrina sair deste projeto neste momento, sinal que vamos voltar ao ponto que Any quer, avatares que nos deixam inferiores a todos os programas de mercado, sistemas que não conquistarão o mercado que ela lhe mostrou possível, por que Sergio Clark? – Jonathan que estava colocando o senhor na mesma conspiração.

— Sabe que relato tudo Jonathan, eles me colocaram como se fosse um programa do rapaz que não faz mas parte da parceria.

— Ela mesmo lhe falou, que usava os seus programas próprios, que são dela, sabe que ela tem seus programas, pois se eu sei que ela tem patentes anteriores a ser Tenente, o senhor sabe também, não é criança Sergio, mas a pergunta, o que ganha jogando todos contra alguém, que mesmo que tivesse trazendo algo como disse, estaria fazendo o inverso, não uma traição.

O olhar de Sergio para Any foi acompanhado por Jonathan e por outros.

Jonathan olha a moça e fala;

— A respeitei Any, pois dizia ter feito algo que até a 5 dias, achava incrível, mas o que esta fazendo, o que querem dela seria a pergunta, pois o eP 3.0, não faz parte do acordo com este lugar, é parceria dela com Pedro Rosa, um programa que Sergio e a senhorita sabem, foi aperfeiçoado e criado por vinte e duas mentes brilhantes, isto não está em jogo, tecnologia de passar de um lugar para outro, eu tenho acesso pelo sistema aberto nosso, sistema de cristais que põem o seu cristal como apenas uma interação com um jogo incrível,

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tenho acesso, está tudo ai, então não é isto, ou não entenderam nada, enquanto vocês foram deixando os demais sistemas parar, nos deram a capacidade de usar toda a velocidade do cristal local, mas o que além disto vocês querem, por que querem apagar a moça da historia, o que ela sabe, que Any e Carter querem general Kirnten, que dá apoio a isto, e não adianta negar, os três estão aqui, então os três querem algo, mas o que, não seria mais fácil perguntar Kirnten!

— O sistema parou de ter os dados e parece que esta tudo encriptado, e... – Kirnten.

— E ninguém teve a humildade de perguntar algo simples assim para ela, sei que não vieram, estava ali ao lado programando senhor, isto não transforma ninguém em traidora.

— Mas é uma encriptação de 268 bits, impossível de decifrar. – Any.

Sabrina sorriu, pois sabia que nisto Jonathan era bom, e ouviu ele falar;

— Senhor, não sei o que esta acontecendo aqui, mas acredita mesmo que a encriptaçao é de apenas 268 bits, que somos crianças brincando de programação, todo o sistema de programação foi baseado no eP 3.0 por que permite o encriptar em 8040 bits, mas se sua programadora não sabe decifrar em 268, desculpa, não vou ensinar o que ela falou para mim milhares de vezes que tinha ajudado Sabrina a programar.

Any pega na mentira, no básico do programa que passava por todos os computadores locais. Sabrina estava seria e viu Kirnten olhar para ela;

— Não lhe perguntaram as linhas de segurança.

— O senhor sabe que nem deixaram eu tirar todos os meus pertences pessoais de lá, mas qualquer um dos antigos rapazes de lá saberia a sequencia, nem pensei que tivessem se dado ao trabalho de isolar todos, pensei que era pessoal,

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não incompetência total, e medo de que vissem que nada entendiam daquilo.

— E qual a base para decifrar aquilo? – Any.

— O sistema pede que você cadastre as 8 pessoas de segurança, 8 por que tem de ter sempre duas pessoas ali, 24 horas por dia, pede o sistema para cadastrar o e-mail destas 8 pessoas, e a cada 12 horas o sistema calcula uma senha e passa para as pessoas que tem acesso.

— Então teria no seu e-mail as especificações.

— Não, o conjunto de e-mail era coordenado por Dallan, ele deve ter os 8 contatos de e-mail que são acessados apenas do sistema principal.

Kirnten olha para Carter e fala austero;

— E com certeza não falou mais com Dallan.

— Sabe que o transferimos para Virginia ontem senhor.

Jonathan pega suas coisas e fala olhando para Kirnten;

— Desculpa, estou pulando fora deste empreendimento, um lugar que era bom de trabalhar, mas que se as coisas forem evoluir assim, um General Cagão mandando bons homens para Virginia, e os programadores ameaçando de cadeia, não é mais lugar para quem precisa pensar, para trabalhar.

Jonathan olha para Sabrina e fala;

— Foi um prazer entender como pensa uma verdadeira programadora sênior.

Sabrina viu o rapaz sair e os olhos de Kirnten virem a ela;

— Mesmo assim sua transferência para o Pentágono está confirmada, se apresenta lá no inicio da tarde.

— Sem problemas senhor!

Sabrina estava com o controle ligado, todos viram ela esticar a mão, uma porta surgir as suas costas e ela a atravessar, com dois passos para trás, se via a entrada do Pentágono as costas.

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Jonathan que estava a porta sorri, a moça não estava ali por que precisava, mas obvio, o trabalho voltou a estaca muito anterior com a saída de dois dos programadores.

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Cinquenta e Nove Carter volta a sala de comando, revoltado, pendurado ao

telefone, pedindo para alguém fazer algo contra aquela moça, quem ela pensava ser que usava tecnologia fechada, quando viu que o rosto de Kirnten que falava com um tenente que chegara afobado, olha para ele.

O Caminhar de Kirnten para seu lado, o fez cala, estava nos olhos do senhor que algo não saíra como eles queriam.

— Mais bomba? – Carter.

— Como autorizou Pietro sair daqui com a única amostra real daquele monstro de metal.

Carter olha par ao senhor, Pietro pedira, ele não via problemas nisto, o que estava acontecendo.

— Ele falou que tentaria o testar na pratica.

— Carter, vou ter de por alguém aqui que saiba o que está acontecendo, me faz passar por idiota por que esta ai – Any entrava na peça – acusa a ex programadora sem prova, mas ela vai responder por isto, agora entendi, nos distraiu para tirar o protótipo daqui.

— Mas por que está furiosos senhor, ele apenas disse que iria testar o exemplar. – Carter.

— Carter, com cobertura da CIA, Pietro pulou no Pacifico para segundo ele verificar algo, e nada dele foi encontrado, os aparelhos de controle estouraram, quando ele chegou a 3 mil metros de profundidade, então perdemos Pietro, perdemos o protótipo, e pelo jeito, perdemos a única pessoa que estava ciente de como obtemos aquele aparelho.

— Acha que ela saberia?

— Agora sei que sim, odeio passar de bobo Carter, abre o jogo, por que disto? – Kirnten.

Carter faz muitas justificativas, plausíveis, mas evidentes mentiras para se livrar, Kirnten talvez pela primeira vez tenha olhado em volta, tudo parado, sai para fora e olha para a

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cidade ao longe, deserta, olha para um dos rapazes que saia e pergunta;

— De que área você era?

— Área de testes de cristais, mas estamos sendo dispensados, os gastos com nosso setor em Los Alamos foi suspenso, vamos voltar a faculdade em Santa Clara.

Kirnten olha em volta, olha para dentro, nem segurança tinha mais, não precisava, não estavam mais em um serviço importante.

Kirnten pega o celular e liga para sua secretaria no Pentágono e pede para confirmar onde cada pessoa estava sendo alocada, e a moça confirma que as entradas de recursos de Los Alamos estavam todas na conta, nada foi projetado de gastos, mas as entradas estavam caindo, pois faziam 22 horas que o sistema de jogos estava fora do ar, e os usuários estavam largando o jogo.

Kirnten liga para os responsáveis pela segurança e começa a chamar reforços próprios para o local.

O general entra na sala e olha para Any e depois para Carter e pergunta;

— Agora que não estão nos olhando general Carter, poderia me responder convincentemente os seus planos, já que realmente, parou toda a região, e mais de 60 laboratórios.

— Não fiz isto, não fala absurdo.

— Quem comanda toda esta base senhor, disse que conseguia, que não era para me preocupar, dei minha palavra que o senhor fez questão de não considerar.

— Mas não mandei ninguém embora, estão armando contra nós, e você esta caindo Kirnten.

— A pergunta Carter requer respostas, não desvio, a base está parada, a área 51 esta parada, os profissionais saem a cada dia mais daqui, como se fosse um buraco sem saída, e vai dizer que não está acontecendo.

— Sabe como eu que todos estes laboratórios são desnecessários.

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— Acabo de ver um dos engenheiros que desenvolveu o cristal de proteção saindo da cidade, deve ser tecnologia que não quer mesmo.

Carter não sabia o que estava acontecendo quando o celular de Kirnten tocou.

— O que esta acontecendo Mary?

— Todos os custos foram reduzidos, não existe um contrato de abastecimento em operação na base, mesmo a área de software, não tem estes recursos, estão sobre bandeira de proteção do pentágono que cobriu as pesquisas, mas todos estão deixando a cidade e as bases, todos sabemos que são lugares perigosos sem a devida manutenção, ninguém quer morrer ai por falta do básico, como a troca dos filtros de ar e agua da usina nuclear que os abastece.

— E qual a determinação de ação do pentágono?

— Apoio a Carter senhor.

— Então eles querem mesmo que lacremos tudo isto?

— Pelo jeito, muita gente desviou recursos que sumiam dai para outras operações senhor.

— Suspende as operações contra os cristais na Guatemala e no Afeganistão, e me descobre onde esta este Pedro Rosa, parece que somente ele se interessava nisto.

— Dallan também parece ter tentado, mas quando soube que transfeririam Sabrina, apenas parou de reclamar, e deu dois telefonemas, o que nos deu a posição do rapaz senhor.

— Onde ele está?

— Já ouviu falar numa divisão do Mossad chamada Dragões de Abraão?

— Nunca.

— Ele está lá senhor, em pleno território de Israel, protegido pelo Mossad, e segundo relatos, com o comandante que tirou os dois espécimes da Guatemala, e mais três seres.

— Ele transportou a Israel 3 seres, mas como, o que ele pretende ai?

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— Todos os relatos falam isto senhor, isolar o sexto cristal senhor, e parece que um general desta repartição do Mossad tem uma reunião com dois ex militares Soviéticos e dois grupos de Curdos, ele não vai bombardear senhor, ele vai invadir mesmo, pelo que diz os relatos.

— Consegue que ele fale comigo Mary, esquece este pessoal do Pentágono, em duas semanas eles estarão mudando de ideia.

— Sabe que eles são pedras ambulantes general.

— No ponto que está Mary, em uma semana não terá mais uma entrada de recurso, as ações da empresa em nosso país não valera um centavo de dólar, e vai ouvir eles perguntar, como se não soubessem, quem fez isto, quem tirou os recursos. – Kirnten olhando para Any, ela parecia feliz com aquilo, mas em parte parecia preocupada, parecia olhar para o comando.

Carter olha para Kirnten desligar o telefone e fala;

— Realmente Carter, volta para o pentágono, não tem mais o que fazer aqui, já fez o trabalho sujo deles.

— Eu não fiz isto.

— Se não tem refeitório, não tem aluguel pago, não tem os custos de manutenção pagos, e não fez de proposito, é pior Carter, é um incompetente então.

O senhor olha em volta e olha para o comando vazio, olha para os dois e pergunta;

— Pelo que entendi, para manter o jogo 24 horas no ar, precisávamos de duas pessoas ali agora, e só me confirmem, mandaram todos embora, e não puxaram ninguém no lugar.

Carter olha para Any, mas era função dele, não dela;

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Sessenta Pedro estava sentado a olhar o mar, em uma lanchonete

em Telavive e vê Maximus chegar a ele e falar;

— Existe um general Norte Americano saber o que vamos fazer, por que estamos dando apoio a você.

— Nome?

— General Kirnten.

— Outro cagão do Pentágono, mas quando ele ligar, me passa a ligação.

Maximus clica no numero que discara para ele, não queria brigas com os Norte Americanos, eles facilitavam a entrada deles em alguns lugares.

— Senhor Kirnten, Maximus.

— Em que pode me ajudar senhor Maximus.

— O menino lhe quer falar.

Kirnten estava olhando a instalação e com algumas pessoas a sua frente esperando para falar, pensa no que estava acontecendo e ouve.

— Boa noite General! – Pedro.

— Pedro Rosa em pessoa, precisamos falar.

— Se for para dizer para não ir ao Azerbaijão senhor, perde tempo, pode me tirar o apoio do Mossad, mas vou lá nem que a pé.

— Por que precisa ir lá.

— Já expus a Dallan o porque, se vocês não querem um planeta estável, eu quero.

— Dallan não comanda nada mais menino.

— Outro sinal que perco tempo falando com você, pois assim que falar, lhe tiram do comando e jogo palavras ao ar.

— Você destruiu uma instalação militar em Los Alamos.

— Vai me dizer que destruíram minhas instalações, bom saber, assim não me preocupo em ir ai, recolher os restos.

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— Acha que ganha o que com isto rapaz?

— Enquanto vocês me tratarem como inimigo, não terão de mim a verdade general, está como aqueles que assumiram Los Alamos, uma verdadeira pena ver um projeto daqueles, realmente bom, parar de dar dinheiro por que invejosos lá da casa que lhe criou, lá na Virginia, resolveram por a mão nos trocados.

— Sabe que podemos interferir ai contra você menino.

— Espero que sim, para eles verem, quando usarem aquilo contra eles, quem realmente são vocês.

— Nem sabe o que fala rapaz.

— Com respeito General Kirnten, se ligou para eles, pedindo para falar comigo, apenas para falar isto, sinal que não me conhece, sinal que não entendeu o problema ou é cego, se desconfiava de Dallan, que foi correto referente ao que tratamos, imagina de torturadores e pseudo amigos que apunhalam pelas costas.

— Pelo jeito é serio que não cede a pressões.

— Esta onde Kirnten, Los Alamos, olha em volta, poderia ter deixado a empresa ai, mas vocês a invadiriam, torturariam inocentes, ou grampeariam e pressionariam, resolvi por a correr mais de 2 mil cientistas, para os poupar de mim, fiz o mesmo com mais de 600 em Los Angeles, 300 em Santa Clara, 450 em San Mateo, e 120 em São Francisco, acha mesmo que alguém que se desfaz de algo que lhe gerava entradas a base de bilhões em tecnologia ano, se preocupa com pressões, vivo nela, aprendi a pressionar cedo, para não morrer, mas ainda não falou o que quer senhor.

— Por que acha que devemos lhe ouvir.

— Expus isto a Dallan, ele falou pessoalmente o que descobrimos para Carter, que não me ouviu por ser um estrangeiro, um estrangeiro que gerava somente no vale do Silício mais de 3500 empregos de altíssimos salários, mais do dobro em outros cargos, mas sou estrangeiro para vocês, então para que expor novamente, se quem deveria ouvir, pelo jeito tirou Dallan de lá.

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— O que quer levando espécimes roubados de nós para ai?

— Não roubei espécimes, e sim seres inteligentes que tem um dom muito interessante, daria para comparar com aquela base que vocês tem no Alasca, mas eles fazem com as mãos a criação de vórtices de vibrações, com as próprias mãos.

— Esta falando serio?

— Acha mesmo Kirnten que se o perigo fosse apenas o derreter do planeta, estava aqui?

— Apenas o derreter do planeta, o que pode ser pior.

— Estar no pentágono na sua cadeira se não souber quem lhe apunhalara pelas costas.

— E acha que o vão fazer?

— Senhor, Dallan me ligou, ele conseguiu voltar a ativa, vai para um dos departamentos de segurança, ele odeia isto, mas ele disse que quando acabar o dinheiro, eles vão querer os dados de Los Alamos, não esquece, eram eles que monitoravam os vórtices, eles que faziam as escutas ilegais, eles que davam apoio as operações, eles que sem ninguém saber, identificavam seres com potencial militar e deixavam os nomes a disposição do exercito.

— Pelo jeito criou bem suas raízes lá, mas sabe que somos nacionalistas.

— Se falir uma base que lhe dá estrutura é nacionalismo, melhor ser nacionalista ai e não na minha pátria.

— Vai mesmo lá?

— Eu vou, pois vocês não entenderam o problema, e quando entenderem, talvez seja tarde.

— Sabe que eles não acreditam em você.

— Sei que acreditam demais em mim, por isto que tem medo, mas é bom saber que o Pentágono tem medo de um menino de 16 anos, sinal que estão velhos demais para o que vem por ai.

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Sessenta e Um Dallan olha Sabrina entrar na divisão de proteção do

Pentágono, não sabia se sorria ou não, as vezes as pessoas ignorando que o Pentágono fica na Virginia, e não em Washington D.C. se perdem em tamanha estrutura.

— Lhe devo desculpas Sabrina.

— Você que me puxou para cá?

— Se quiser sair pela porta, ela está aberta.

— Não foi o que perguntei.

— Sim, preciso de ajuda para salvar todas as pesquisas antes que sumam.

— E para que salvar algo, que eles nos fizeram assinar que não existe?

— Diria que Pietro usou um recurso de pular ao oceano com uma estrutura metálica que sabe de onde tiramos, para que fosse dado como morto, ele tem um contrato com uma empresa Inglesa, e esta empresa está tentando desviar os testes de 2 anos atrás, para ela.

— Tudo por dinheiro.

— Lembra que não podemos nem falar disto, e se não podemos falar, e alguém lançar a tecnologia, como fica?

— Com uma nova tecnologia, a mão.

— E ainda tem aquele rapaz, Pedro Rosa, ele vai a uma operação que provavelmente não volta, na divisa do Azerbaijão e do Irã.

— Por que acha que ele não volta?

— Porque alguém aqui, deixou escapar para pessoas no Irã e no Azerbaijão referente a operação.

— E Pedro vai do mesmo jeito.

— Ele sabe que fizeram isto, e afirmou para o general Kirnten que vai mesmo.

— Este é outro traidor.

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— Acho que eles nem sabem o que estão fazendo, pois os daqui estão monitorando até ele, e quando o rapaz afirmou que se o General era nacionalista, e estava desativando uma base que lhes dava apoio, não queria ele como nacionalista nas suas terras, isto esta girando de boca em boca de secretaria, não dá uma hora está no ouvido do Secretario de Defesa, Kirnten acaba caindo antes de Carter, que é amigo pessoal do Secretario.

— E por que precisa de mim?

— Sabe que não tinha outra forma de a tirar viva de lá, leva apenas a proteção de cristal de saúde, não sabe o risco de uma sala daquela.

— Agora sei,

Dallan olha para ela serio e pergunta;

— Vai ajudar aqui ou pular fora?

Sabrina olha para a porta e olha para o sistema e fala;

— Ajudo, ainda tem alguém na sede do servidor?

— Não, mandaram desativar tudo!

Sabrina acessa o sistema e puxa os dados para os do Pentágono, sempre incriptados, e o cristal começa a concentrar energia.

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Sessenta e Dois Num barracão em anexo do sistema de servidor, dois

rapazes começavam a abrir uma parede de divisa do sistema, estavam tentando entrar escondidos na região do servidor, não sabiam o que era, apenas receberam ordens para invadir silenciosamente e retirar dois cristais do local, um verde e um amarelado, ambos presos em uma sala com milhares de contatos e sistemas de proteção de dados.

Os programadores dispensados sedo, olhavam para a base ao longe, quando sentem o tremer do chão.

Os rapazes chegam a sala e não conseguem olhar para o cristal, ele brilhava intensamente, sentem o local vir pelo ar, os atravessando com tamanha energia, que os dois rapazes queimaram instantaneamente, se tornando pó, as paredes dilataram e os demais de fora, viram o barracão desabar, como se implodisse, muitos olham-se, estavam lá a menos de duas horas, estariam lá se não tivessem desativado o projeto.

Carter sai para fora e olha para o prédio em anexo sumir, como se estivesse se dobrando para um buraco que se abria e comia tudo dentro, olha o brilho rápido e depois o desabar de tudo, olha para os sistemas e o pouco que ainda funcionava, cai por terra.

Any olha para o local e fala baixo para ela, pensando que os rapazes fizeram alguma burrice; — Incompetentes!

Carter ia falar algo, mas sente a luz piscar e o alerta de incêndio disparar e as pessoas começarem a sair daquele trecho, ele não tinha ideia que por baixo, os barracões eram todos unidos, e o fogo que se alastrava pelo corredor de ligação disparou automaticamente aquele alarme, os sistemas de resfriamento começam a cair sobre tudo, sem tempo de os tirar ou proteger daquela umidade.

Carter estava vendo o fim de um projeto, não conseguia ver como sua responsabilidade aquilo, mas no fundo, sentia-se

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culpado, ele reduzira anos de esforços e recursos a fogo, agua e sabia que muitos iriam lhe cobrar aquela situação.

Era estranha a sensação de frágil que um projeto que todos invejavam estava demonstrando. No Pentágono Sabrina olha para Dallan e pergunta;

— Onde está o rapaz?

— Ele vai ao Azerbaijão, em um comboio que não entendo, algo entre pessoas que pensei não falarem, como os Judeus, os Curdos e antigos militares Russos.

— Ele leva a serio quando fala de alienígenas?

— Ele os viu andando, nós não Sabrina, ele parece querer entender o que está acontecendo, e nem sabe o que Pietro pensava sobre estes cristais.

— Nunca falamos nisto Dallan, o que ele imaginava ser?

— Mundos que foram habitados e largados a sorte, mundos que um dia foram habitados por seres que bem poderiam ter a imagem destes que o menino chama de Ciguapa.

— Nunca entendi por que ele entrou nesta coisa de Ciguapas, ele não tem mineradoras no Brasil.

— Sim, mas quando ele analisou duas regiões se depara com a afirmação que ali existiam indícios de diamante, ou um cristal semelhante, mas que dispendia energia.

— E ele resolveu verificar e descobriu tudo isto?

Dallan sorriu, lembrando daquele menino entrando pela porta da base, como o olhou, era uma criança, mas quando viu os projetos, os gastos, os níveis de retorno, não pode se deixar enganar pelo tamanho.

— Ele é especial Sabrina, sabe disto.

— Mais que estes generais, que o matariam e perderiam a genialidade de alguém assim.

— A CIA era pela mortem de Einstein, eles sempre temeram os gênios, pois mostram ao mundo o quanto são defeituosos, mas não sei o que sobrara dele desta aventura no Azerbaijão, não é coisa para criança.

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Sabrina estava salvando os dados, quando Dallan saiu pela porta pois o telefone dele estava tocando.

Dallan olha para o corredor e começa a se afastar do escritório que estava e atende. — Sim.

— Precisamos conversar Dallan. – Kirnten.

— Vai conversar agora Kirnten, por que teria de ouvir.

— Aquele brasileiro vai desafiar mais gente e não entendo o todo deste problema.

— Não entende ou não acredita senhor.

— Não acredito em parte, duvido de outras, é minha função.

— Eu duvidava que me tirariam de lá, e fechariam, mas em meses, quando os mesmos babacas aqui do Pentágono precisarem de operações de tempo com o Vórtice do Alasca ou de Porto Rico, ou quando precisarem monitorar as ligações de sujeitos que na teoria estão mortos, como alguns na Alcaida, eles vão lembrar quem o fazia senhor.

— Mas não fechamos Dallan, apenas o tiramos de lá e seu acesso, sabe disto.

— Melhor assim, não vamos precisar de anos para refazer, pois apenas estão me antecipando a minha aposentadoria.

— Mas poderíamos conversar Dallan?

— Sim, tem um café na entrada do Aeroporto Regan, mas ainda não estou ai Kirnten.

— Mas não deveria estar?

— Dever nunca foi meu forte, mas marque o lugar Kirnten, pois vou tentar ir.

— Aquela sua pupila continua andando por ai com tecnologia que nos pertence Dallan.

— Ela não gosta de morrer por que generais cagões tem de culpar alguém, e não a culpo por isto.

— Nunca entendi esta tecnologia.

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— Estávamos apenas começando senhor, mas se não estou mais lá, deixa eles quebrarem a cabeça.

— Vamos marcar as 18 horas neste café no Aeroporto Ronald Regan, mas não atrase.

— Sabe que se eu atrasar, sinal que não vou aparecer General, então nem precisa esperar.

Dallan desliga, volta pelo corredor e entra na sala, Sabrina olha para o senhor e pergunta;

— Problemas?

— Sim, esta coisa de se esconder nunca foi meu forte.

— Vai precisar de ajuda Dallan?

— Você vai me oferecer ajuda?

Sabrina apenas olhou, não falou nada;

— Aceito ajuda, mas de onde viria a ajuda?

Sabrina tira da carteira, poderia não dar em nada, mas olha para o senhor e pergunta;

— Que tipo de ajuda precisa Dallan?

— Algo que nos desse estrutura e nos garantisse a vida, e preciso de uma proteção para sair solto hoje de uma reunião com Kirnten.

Sabrina acessa o sistema e Dallan olha as imagens, os grandes laboratórios ligando e pergunta;

— Mas é a região do acelerador de partícula, como, todos falam que o circulo ruiu todo.

— Dallan, o menino quando abriu o corredor, ele fez 3 círculos, um com 20 de raio, um com 22, e um com 26, o que desabou foi o de 26, o que era uma linha de defesa, não um laboratório, então ainda existe a linha de 22 que tem o laboratório, e a de 20, além de Raton.

— Raton? – Dallan surpreendido, haviam lhe escondido algo sobre seus olhos.

— General, a pergunta, acredita que aquele servidor em Los Alamos daria conta de toda a linha de processamento e de armazenamento que tínhamos?

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— Eles não saibam disto, querem nosso coro sem isto!

Sabrina pega o celular e disca para Jonathan;

— Sabrina me ligando, problemas?

— Boa tarde, ainda bravo com o sistema ou ainda disposto a voltar Jonathan.

— Não soube Sabrina, os laboratórios desabaram, alguém deve ter tentado tirar ele de lá e desabou tudo, foi uma implosão e tanto.

— Quer ou não?

— Mas onde, como, o que vamos fazer?

— Mostrar nosso valor e remontar a base de Los Alamos, mas agora mais sigiloso que antes.

— E por que me liga?

— Dois favores.

— Se estiver a alcance.

— Fala com os programadores para não saírem de Los Alamos, não fala nada para Sergio, não queremos Any nisto Jonathan, e preciso que pergunte a seu pai se apoiaria você e sua equipe, continuarem as pesquisas que faziam nos Laboratórios, em Los Alamos.

— Quer uma posição oficial para não sermos tachados de traidores?

— Bem isto, tem gente querendo roubar tecnologia, não sei ao certo quem os comprou, mas se me ligar ainda hoje, considerarei que estará nos planos e que seu pai topou, dai vamos reabrir os laboratórios em meio a noite.

— Vou falar com eles.

Sabrina se despede e passa uma mensagem para o pessoal que fora afastado e era parte do projeto Los Alamos, o que Carter desmanchou. Dallan olhava a moça quando por fim ela pegou o telefone e falou;

— Por gentileza, Priscila de Sena?

Dallan deu dois passos atrás, pareceu temer, mas ficou olhando para a sua assistente, programadora chefe de um

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grupo de pessoas altamente qualificada, que não usavam palavreados fáceis, tudo técnico em mais de 6 especializações.

— Fala moça o que precisa? – Sena.

— Yuri me disse que estava me dando estrutura, e liguei para saber se nos dariam estrutura para reerguer a área 51.

— Sabe os riscos disto moça?

— Se não reerguermos, não sei as consequências, evitávamos dali mais de 12 atentados por mês, agora está lá a se deteriorar e fechar.

— Lhe dou cobertura, qual a abrangência da cobertura.

— Três lugares, Raton, onde instalarei o pessoal do Lago Seco, Los Alamos onde usaremos os laboratórios anexos ao Acelerador de Partículas, e Santa Monica, onde vamos concentrar a distração. E uma proteção apenas para um encontro entre o General Kirnten e o general Dallan.

— E vai proteger qual dos dois trastes?

— Dallan. – Responde Sabrina sorrindo.

— Onde?

— Aeroporto Ronald Regan hoje as 18 horas locais.

— Vou providenciar o que pediu, mas espero que não estejam aprontando com o menino Sabrina, minha proteção ao grupo, é por ele.

— Temo perder ele, por insegurança de generais Sena, mas não posso dar mais que meu sangue por este projeto.

Sabrina desliga e olha para o general;

— Esta se metendo em encrenca Tenente! – Dallan.

Sabrina soube que algo estava errado, mas iria a frente, começou a passar e-mail criptografados para as pessoas que queria no projeto.

Dallan saiu para a reunião e Sabrina ligou para Sena novamente;

— Poderia me fazer apenas um favor a mais Sena?

— Fala moça?

— Consegue ouvir de que lado Dallan está?

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— Por que disto.

— Acha que vou abrir o laboratório certo para quem estiver do outro lado Sena, eles querem fechar e lacrar mais de 70 anos de pesquisa.

— Sabe o agito que esta provocando?

— Sei, mas dá cobertura aos programadores em Santa Monica, e vou encarar o problema, talvez a corte marcial.

— Digo que este seu país é feito de mulheres de força, embora elas muitas vezes fiquem a sombra da verdade criada pelos comandos operantes dai.

Sabrina sorriu e ouviu o celular tocar.

— Fala Jonathan.

— Meu pai concorda, mas ele não confia de Dallan a este ponto Sabrina.

— Jonathan, eu não sei quem vai ser o ultimo rato a pular do barco, mas 6 helicópteros de transporte vão os pegar ai, e os levarão até a base aérea de Ventura, de lá vão ser levados a um laboratório, que somente quem estará ao volante sabe onde é.

— Mas tem estrutura para voltarmos ao trabalho?

— Eu nunca estive nesta base Jonathan, mas foi onde Pedro Rosa desenvolveu a ultima versão do eP.

— Um servidor de altíssima qualidade pelo jeito, mas que ninguém sabe onde é.

— Temos 3 chances, vamos com calma, mas seu pai apoiou?

— Sim.

— Diz para ele que assim que tiver a posição do local, o comunica.

— Acha seguro?

— Se entendi, eles podem tirar a Califórnia do ar e estaríamos lá, protegidos.

— O que tem a este ponto?

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— Pelo que entendi, uma base de operação que resistiria ao dobrar da falha geológica.

Jonathan sorri e desliga.

Dallan chega ao café e olha em volta, não via nada, e não sabia se era uma boa a ideia inicial.

Kirnten chega a Dallan e pergunta;

— E dai, vai conseguir descobrir onde é esta base de servidores que a CIA diz que o rapaz montou em nosso país para nos monitorar.

— Não gosto disto Kirnten, estão jogando um aliado do outro lado do campo.

— Se ele falar muito alto, o transformando em terrorista e o caçamos, mas descobriu algo?

— Sabrina realmente sabe de algo, ela vai tentar reabilitar uma base secreta em Los Alamos, ela falou que o menino fez três círculos concêntricos e quando ele desabou o primeiro, foi para parecer que havia destruído, mas não o fez, foi jogo de imagens senhor.

— E ela sabia?

— Senhor, ela não vê perigo no menino, este é o problema, ela não o vê como inimigo, nem eu o vejo assim, vocês que estão querendo destruir algo, por que alguém da CIA acha que é perigoso, passou para o secretario de segurança e começou esta caça as bruxas.

— Conseguiu que ela salvasse no servidor do Pentágono os dados?

— Sim, estamos com todos os dados de Los Alamos e da Área 51 no servidor do Pentágono.

— Quem vai dar cobertura a ela, não gosto de ter de fazer represaria, mas se tem alguém dando cobertura tenho de saber Dallan,

— Priscila de Sena a dá cobertura senhor.

Kirnten olha em volta e fala;

— Merda, por que esta sua tenente tem de conhecer gente tão eficiente.

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— Ela é uma destas pessoas que jamais poria no campo adversário senhor, mas vendo o caminho que você e aquele Carter estão indo, vão inevitavelmente a por no campo adversário, e quando isto acontecer, espero que alguém saiba realmente o que está fazendo.

— Por que aquela Any ficou tão furiosa com sua programadora Chefe.

— Estava olhando os dados senhor, pelo que entendi, ela abriu em dois dias, o que Pietro dizia ser impossível, aquele é um segredo que não gosto de dividir nem com o pentágono, mas se vão mesmo fechar os laboratórios de Los Alamos, o que posso fazer.

— Se você visse hoje o estado que está o laboratório que trabalhava, daria um soco em Carter com razão.

— Imaginei que ele conseguiria, ele consegue coisas incríveis a nível destrutivo. Mas estou colaborando e lhe passando os dados que ela me passou Kirnten, espero que considere como uma carta de boas vindas.

A conversa foi sendo passada por mensagem para Sabrina que olha para a porta e vê uma leva de militares entrar na sala e um olhar para ela em particular.

Sabrina pensou que seria presa quando viu Yuri ali, como ele tinha acesso ela não sabia, mas viu ele a olhar e falar;

— Hora de sair, se estava lendo os relatos sabe por que.

— Sim, mas preciso de mais meia hora.

— Motivo?

— Deixar todos os dados que eles puxaram de Los Alamos e Área 51 encriptados, seguros.

Yuri olha para o rapaz ao lado e este e dois se colocam a porta, o rapaz olha para ela e pergunta;

— E como podemos acelerar isto?

— Não temo como, uma vez colocados em estado de encriptação, temos de deletar o arquivo base anterior, e deixar tudo como se estivesse normal.

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— Vamos daqui para onde?

— Área 51, e de lá, Raton, fim do dia, Santa Monica.

Yuri sai pela porta e Sabrina fica ali a olhar os dados, e quando tudo estava encaminhado e protegido, vê Dallan entrar pela porta, Yuri não estava na porta, estranha, mas olha para Dallan e pergunta;

— Como foi a conversa.

— Eles acham que conseguem atrapalhar o rapaz no Azerbaijão.

— O pai de Jonathan não apoiou a ideia, então não teremos segurança, e o menino tirou o poio, e recebi uma ligação de Priscila de Sena que não nos daria cobertura mais.

— Mas por que ela mudou de ideia.

— Não sei Dallan, não sei.

Sabrina ouviu dois rapazes baterem a porta e um veio a frente, era Yuri, mas ele entregou a Dallan uma determinação de prisão de Sabrina, ele a olhou como se não pudesse fazer nada e falou;

— Lhe tiro de lá assim que souber quem pediu isto Sabrina. – Sabrina olhou nos olhos de Dallan descrente, mas saiu acompanhando os rapazes no sentido de um carro a parte de saída, onde entrou e sumiu, nos vidros protegidos.

Sabrina viu um menino sentado a sua frente e estranhou;

— Não estava em Israel?

— Amanha estarei, lá é madrugada.

Sabrina olha para trás e fala;

— Achou que ele estava por trás?

— Nacionalismo é isto Sabrina, mas eu a coloquei nisto, e não lavo minhas mãos assim.

— O que acha que temos de fazer?

— Reprograma todos os protetores pessoais e de transporte, devem existir no sistema 32 deles ativos, pensei que era isto que estava indo fazer nos Lagos Secos.

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— Pensei em verificar, preciso saber como estão as regiões, estou colocando uma bala a cabeça, mas acha que vale a briga?

— Eu sempre vou na briga por muito tempo, então não sei viver na paz, isto geralmente gera mais problemas que soluções.

— E veio fazer o que?

— Vamos a Santa Monica primeiro Sabrina, depois entendera o que pode ou não fazer, a área 51 esta sobre toque de recolher e com efetivo militar altíssimo.

— Eles vão desativar lá?

— Sim, mas as bases em Los Alamos estão um terror, o cristal do servidor de distribuição explodiu, e quando o fez, sabe que ele chega a 8 mil graus Celsius, os corredores espalharam fogo muito rápido por todo o sistema.

— Desculpa, não podia deixar aquilo ativo! – Sabrina.

Pedro sorriu e entram em um jato particular que decola no sentido da Califórnia, destino, base aérea de Ventura.

— Quem é Yuri?

— Diria que o braço direito de J.J. na América, amigo pessoal de Sena e Loco.

— E eles não sabem nem o rosto que ele tem pelo que entendi?

— Sabrina, eu acredito que o J.J. que eu conheço, é apenas uma peça colocada lá para chamar atenção, nem o real ser deve ser.

Sabrina olha para o rapaz no banco da frente e fala. Naquele voo que iria parar em uma base área do exercito, algo impensável para a moça era usar as bases deles como estrutura.

— Não tem medo de ser preso ou morto Pedro?

— Talvez quando for a hora, não agora.

— E o que vai me mostrar?

Pedro silenciou-se, enquanto iam ao sul, e uma leva de perguntas se faziam.

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Sessenta e Três Enquanto Sabrina foi a oeste, Carter voa a leste, ele

para na base aérea anexa ao aeroporto internacional Ronald Regan. Um carro o esperava, e se direciona diretamente ao Pentágono.

O senhor entra em uma sala e olha para outros generais olhando para ele.

— O que querem que me chamam urgente para cá.

— Uma operação conjunta do governo de Israel, com apoio Russo e Curdo, vão em direção a base que perdemos pessoal, e me deparo com uma afirmativa do departamento de defesa Carter.

— Qual?

— Que não temos mais as transcrições dos rádios de Israel, não temos mais as transmissões de Grosni de onde vai sair a operação, que não temos nem as imagens de satélites, que esta tudo parado por que o sistema caiu.

— E o que querem que faça, vocês decidem desativar uma base, me forçam a isto tirando de lá alguém que tocava o lugar para conseguirem vender a tecnologia, para ficar com os recursos, e querem o que? – Carter.

— Não fizemos isto Carter, você o fez.

— General Klemer, eu tenho todas as ligações e registros desta pressão, não vou ficar com a corda no pescoço, pois vocês ficaram com a verba dos satélites que eles monitoravam, vocês ficaram com a entrada de recursos do programa de jogos deles, que amanha para de ter recurso, pois não está mais no ar, querem o que com isto?

— Uma solução, não podemos deixar um estrangeiro se apoderar desta tecnologia, e parece que ele consegue aliança onde nem temos entrada. – Klemer.

— Sabem que sou adepto de tirar toda a tecnologia de lá, pois era dividida com estrangeiros, mas não decidi pelo fechamento, era para manter e operar, mas parece que no

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meio, alguém daqui mudou de ideia quando viu os bilhões na conta deles sem uso, agora pegue os bilhões que desviaram e resolvam, pelo menos a tecnologia não esta mais na mão deles, nem na nossa.

— Por que as operações pararam? – Klemer.

— Senhores, sem dinheiro, não temos satélites, sem dinheiro não temos programadores, sem dinheiro temos armas mas todas paradas em terra.

— E por que devemos aceitar manter desativada a base de Los Alamos Carter? – Klemer.

— Isto não foi escolha minha, queria controlar a tecnologia, me indicaram alguém que não entende nada de programação, tivemos influencia da CIA lá para se apoderar de tecnologia, e sem manutenção, não existe mais Los Alamos senhores, um segundo processador de 4 bilhões de dólares, foi pelos ares, os corredores se tivessem com os cientistas teríamos perdido todos, não o perdemos por estar vazio, mas ou dados que ainda existe uma base lá, mas para mim, isto é teoria de conspiração, não mais fato.

— Como se detona uma base daquelas em dias? – Outro General.

— Sem dinheiro, não tem manutenção, pelo que um cientista falou, o servidor deles era o mais rápido que existia, em estudo, mas sem refrigeração ele implodiu, os poucos instrumentos que registraram, o sistema de evacuação e anti incêndio, afirmam que a explosão do servidor de lá, espalhou para todos os lados, um núcleo de calor a mais de 8 mil graus célsius, que foi derretendo tudo que tinha no caminho senhores, alguns acreditam que se tinha alguém naqueles tuneis, vamos achar apenas o pó deles.

— E por que mesmo assim espalham que existe ainda uma base lá?

— Não sei senhor, esta informação não me chegou ainda.

Dallan entra na sala e olha para o general e fala;

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— Por que talvez tivesse razão, o menino estava se preparando para fazer algo grande lá, as poucas imagens de satélites que ainda temos General Carter, afirma que o que desmoronou, tem 26 quilômetros de raio, o laboratório da ePTec tem 22 quilômetros de raio senhor.

— E quem lhe passou os dados que desconfiou?

— Senhor, esta informação fez com que pedisse a prisão de Sabrina James, que não sei onde se encontra neste momento, mas foi presa após eu denunciar que ela sabia de um laboratório secreto em Raton e duas linhas de laboratórios a mais ainda ativos em Los Alamos.

— Quer que verifique, seria isto?

— Sim! Estou apenas ajudando para aliviar a minha culpa de ter deixado um estrangeiro se infiltrar tanto nos projetos senhor.

— Bom ver você vir a consciência Dallan, mas acha que eles realmente tem uma base em Raton?

— Acabamos de invadir e tomar a base senhor, mas todos os que lá estavam acreditavam trabalhar para a Universidade da Califórnia, eles ainda tem os dois sinais de satélites que estamos monitorando, mas pelo que entendi, o projeto deles é algo referente a transformar o sinal que os cristais transmitem ao espaço, em nulo.

— Eles transmitem mesmo?

— Sim senhor, isto é real, mas não sabemos se alguém o recebe, mas fazem isto monitorando temperaturas, umidade, e quantidade de carbono ativo em meio ao meio.

— Não entendi?

— Os cristais captam informação diariamente armazenando neles, e quando um dos pontos fica alinhado com o ponto de recepção, envia um sinal que não dura 10 segundos, mas que gera uma energia de transmissão imensa.

— Do que os dois estão falando? – Klemer.

Dallan olha para Carter que lhe sede a palavra;

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— O rapaz que é proprietário da ePTec, desconfiou do vibrar violento dos cristais, fazendo uma varredura no sistema, se descobriu que os do hemisfério norte eram muito mais ativos, os laboratórios fizeram o levantamento de quando e onde estavam os cristais e se chegou a uma conclusão que os cristais transmitiram sempre para o mesmo ponto, não sabemos para onde, mas a região onde eles apontam, em 3 meses, todos os 6 cristais terão posições de transferência com intervalos de 16 horas entre o primeiro e o ultimo, um transmitindo, tem a capacidade de gerar um terremoto violento, como o registrado a dois anos na Guatemala, agora teremos uma sequencia de 6 vibrações em pouquíssimo tempo, e isto pode gerar um grande evento que não temos ainda como calcular.

Carter olha para Dallan, o menino estava indo para o ponto do ultimo cristal e pergunta;

— O que acha que o menino vai fazer lá Dallan?

— Não sei, o sistema de Raton, diz que eles tem como redirecionar o vibrar para um sistema de captação, mas os estudos dizem que mesmo assim, parte do vibrar tende sair, pelo que entendi do que chegou de Raton Carter, eles estão querendo reduzir para evitar que o planeta vibre com isto.

— O planeta? – Klemer.

— Alguns lugares não tremeriam, mas poderíamos ter vulcões em toda a América Central vibrando, ter o erguimento do Himalaia em mais de 14 centímetros, isto seria o tremer de toda a região, não sobraria uma prédio de pé num raio de 3 mil quilômetros, começaria no Afeganistão, com um entrando em vibração e outro entraria logo em seguida, seriam segundos de uma vibração, quando a primeira tivesse terminado, 11 minutos depois, ainda com a primeira difundindo os seus estragos, o segundo vibraria, este sim, geraria uma imensa vibração, pois a terra não teria parado de tremer, o medo é o desencadear de uma sequencia, 32 minutos depois, o terceiro vibraria, e talvez nenhuma casa do Irã ao Afeganistão devem ficar em pé numa Linha que se

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estende em toda a divisa de algumas placas, a placa Euroasiática entraria em atrito forte com a Indo australiana, podendo desencadear mesmo que longe dali, em meio ao Mar Indico, um deslizamento, o sistema deles tenta evitar isto senhor, mas esta seria a parte longe daqui, a próxima seria o deslocamento para Oeste da placa do Caribe, podendo gerar explosões de vulcões na Guatemala, a tsunamis tanto no Pacifico quanto no golfo do México.

— Acredita que ele tem tecnologia para parar isto?

— Senhor, acha que os generais de Israel e da Rússia ouviram por que, eles seriam afetados, cidades como Grosny, poderiam sumir mapa, Baku no Azerbaijão seria provavelmente a que mais sofreria, mas estes não vão ouvir antes de ser tarde senhor.

— Israel seria atingido?

— Se a placa se mexer mesmo que pouco senhor, toda a Europa seria, pois uma placa empurra outra, que empurra outra, dai vulcões ativos como o Etna entram em ação, sempre tem o risco de desencadear algo a mais, como os eventos ainda lembrados no Haiti senhor.

— O que me indicaria nesta hora Dallan.

— Estou apenas relatando senhor, minha programadora acreditava na sinceridade do rapaz da ePTec, mas não acredito que ele investisse tantos recursos em algo assim, pois ele não tem tirado tecnologia disto senhor.

— Como não? – Carter.

— Senhor, a tecnologia que ele usa nos processadores que tem, é muito semelhante ao cristal de transmissão, e ele tinha isto antes mesmo de descobrir estes cristais em si.

— E ele poderia usar isto como arma?

— Senhor, os cristais são uma arma, mas nada posso relatar sobre isto, assinei que jamais declararei isto fora da base de Los Alamos, como a base não existe mais, não posso quebrar e nem relatar o que lá foi descoberto senhores.

— Mas é segurança nacional.

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— Assinei em detrimento da segurança nacional senhor, a minha parte, eu deixei lá, quando Sabrina James entrou novamente nesta base, foi lhe tirado todo equipamento que fora descoberto lá, então nada posso relatar ou mostrar senhores. – Dallan.

Carter sabia disto, não teria como obrigar o senhor a falar, já que ele estava ali tentando colaborar.

— Mas sabe se algo existem em Raton que poderia nos ajudar a tomar uma posição referente a isto? – Klemer.

Dallan sorriu, Raton não estava em seu depoimento, sobre lá poderia falar quase tudo.

— Sim, mas em Raton temos algo mais mortal que os cristais, em Raton temos a base de dados e de segredos sobre todos os seres que já vieram a este planeta senhor, e nada do que tem lá, deveria existir segundo nossos cientistas.

— Esta dizendo que parte da área 51 fica em Raton?

— A parte de dissecação e manter seres de outros locais vivos, sim.

Alguns generais presentes nunca haviam ouvido aquilo e um falou descrente;

— Vai dizer que existem planetas habitados com seres inteligentes? – Um general.

— Acredito que o que mais se perdeu neste fechar dos Laboratórios de Los Alamos, foi um exemplar robótico de soldado, de um destes planetas, tirado de Los Alamos por determinação da CIA e perdido em meio ao Pacifico com um dos cientistas malucos de lá.

— Estudavam um soldado totalmente robótico?

— Começávamos estudar senhor!

— Mas Raton teria como nos prover alguma informação senhor Dallan?

— Desculpa, tive acesso apenas aos dados iniciais, depois da tomada da base, nem tive mais acesso, não esqueça Klemer, que você, Carter e Kirnten, me tomaram todos os

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comandos, estou apenas ajudando, mas coordenando, nada, não tenho além dos dados básicos.

— Quem está no comando? – Klemer olhando para Carter.

— Não sei senhor, sai vindo de lá por que me chamaram com urgência, vejo que existe urgência agora, mas não sei quem está no comando em um laboratório que ignorava existir.

Klemer não tinha ali Kirnten, mas sabia que as coisas estavam muito sobre o muro, e marca uma reunião para madrugada a dentro, quando amanhecesse na região onde seria a operação.

Dallan parecia desconfortável com aquele grupo, mas uma coisa que aprendeu naquele lugar, primeiro salva-se, depois tenta salvar mais alguém.

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Sessenta e Quatro Um carro pega Sabrina e Pedro no aeroporto e se

manda por uma via larga, estavam indo no sentido de Malibu, ainda na parte pertencente do Distrito de Ventura, estavam indo ao condado de Malibu West, a moça viu quando saíram da avenida principal e começaram subir por uma estrada estreita, Pedro as vezes olhava para trás, Sabrina via um carro a frente e outro as costas, mas parecia que o olhar do menino estava mais distante.

— O que lhe preocupa?

— Sabrina, estamos chamando a atenção para cá!

— Não entendi.

Pedro estava com o computador sobre o colo e falou;

— Não sei o que falou para Dallan, mas tomaram a base em Raton, e estão olhando as duas linhas de laboratórios a mais que tinha em Los Alamos.

— Ainda tem gente lá?

— Não, mas vão descobrir que foi armação, e isto só me complica, se não tiver algo a oferecer no fim de tudo para gerar paz.

— E acredita que tem?

Pedro sorriu e falou;

— Estamos chegando!

Sabrina olhou a imensa casa ao topo de um terreno e olha em volta, estavam numa colina alta de Santa Monica, se via o sol se colocando ao mar no Pacífico, bonita imagem, se via a calma, nada aparente além do carro deles.

Entram na casa e um rapaz olha para eles e fala;

— Bem vindo senhor Pedro.

— Prepara a sua saída e dos demais, não queremos ninguém aqui amanha pela manha Pablo.

Sabrina não entendeu, mas acompanhou o menino que chega a um elevador, estavam no térreo, mas viu que o

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elevador começou a descer, e Sabrina olhou o comando, não havia botão para baixo, apenas para cima, mas estavam descendo, e perguntou;

— Como algo pode descer se não tem botão para baixo?

— Sabrina, se eu apertar o mesmo botão 3 vezes sequenciais, ele desce, seja para onde eu apertar.

— E vamos onde?

O elevador desceu uns 20 metros e a moça viu se abrir uma porta, estavam em um antigo túnel de lançamento de misseis do exercito, mas viu uma espécie de veiculo elétrico, sobre um trilho, e um buraco a frente, entram, o rapaz dá os comandos e começa a andar.

— Vamos para onde?

— Um ponto sobre o Parte Local de Charmlee!

— Um local que não existe?

— Sim, um local que não é os pontos que ficam as costas, desabilitados, em um elevador que eles não vão desconfiar.

— E os projetos?

— Feitos por quem ainda trabalha para a empresa, e estão em Paris agora.

O veiculo para e a moça ve abrir um grande local, iluminado, com milhares de computadores e viu Jonathan olhar para Sabrina.

— Quem é ele?

— O dono do lugar!

— Meu pai não gosta disto Sabrina.

— Quer sair Jonathan, qualquer um, podem sair, não existe problema, mas vocês que decidem se querem o fim de tudo, ou o manter da estrutura que tínhamos e partir dali para algo que mantenha e reestruture Los Alamos.

— Acha que eles não querem mais nós lá?

— Jonathan, eles provavelmente tiraram o cristal das ligações sem tempo de perder calor, e sabe o que viu.

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— Acha que podemos começar de onde?

— Acho que poderíamos ver se o sistema comporta uma mudança de servidor de distribuição, e colocarmos o jogo no ar o mais rápido possível, perderíamos os contratos e perderíamos as entradas, mas não me adiantaria isto se o dinheiro continuar disponível para eles gastarem. – Sabrina olhando para Ygor, um dos programadores.

— Criamos um subterfugio, eles não verão as entradas.

— Bom, quem quer tentar mostrar o nosso valor? – Sabrina olhando os demais.

Jonathan olha para ela e fala;

— Meu pai vai me matar depois disto.

— Não duvido, e me matar junto! – Sabrina assumindo o local, Pedro gostava da forma de agir dela, não ficava olhando para ele e perguntando se podia.

Sabrina senta-se a um computador, acessa o sistema criptografado do Pentágono e começa a puxar para aquele todos os dados.

Sabrina olha para as imagens de um laboratório no sistema, parecia imagens do cristal e olha para Pedro.

— Por que estas imagens de um laboratório com estes seres presos parece tão mais real que os do cristal normalmente?

— Esta é a base de Raton Sabrina, quer usar o projeto dela no jogo?

— Seria bom, algo assim seria ótimo para determinar os inimigos e contar uma historia, e todos achariam ser apenas um lugar inventado.

Pedro senta-se e passa para ela os projetos de 4 laboratórios e a moça sorri.

— Você é rápido rapaz! – Jonathan olha para o projeto e começa a ver a moça programar 20 desafios para aquele laboratório, põem mais 20 para outros laboratórios e olha para Jonathan.

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— Põem na entrada que vamos voltar em 5 minutos no ar.

— Eles vão perceber.

— Jonathan, isto é inevitável eles notarem, mas uma coisa é eles acharem que estamos fazendo burrada, outra, salvando os recursos que nos permitiam trabalhar.

— Nem sei onde estamos na verdade. – Jonathan olhando o rapaz.

— Se bombardeassem tudo lá em cima, não sentiria, se a fenda de San Juan ruísse, as paredes se manteríamos rapaz.

— Construiu uma capsula para que?

— Acredito que se um dia, tudo der errado, tenho de ter onde defender a continuidade com tecnologia, odeio a ideia de voltarmos a era da pedra, por que não nos precavemos.

— E por onde vai entrar o sinal no sistema, onde acharão que estamos?

— Sei lá, todo dia em um lugar, espero em 3 dias ter acabado este mal entendido, se não acabar, saio do seu pais por um bom tempo.

— Acha que eles o perdoarão?

— Eu propus a um laboratório de tecnologia uma parceria tecnológica, nada mais que isto rapaz, não sou militar, não sou nada que se deva ter medo.

Pedro olha para Sabrina e fala;

— Agora tenho de ir, existem refeitórios, alojamentos, e toda a estrutura, para se manterem pelos primeiros 60 dias, mas espero não termos que nos esconder muito tempo.

— Vai lá?

— Azerbaijão, lá vou eu! – Pedro sorrindo e voltando ao veiculo.

Jonathan chega a Sabrina e pergunta;

— Confia neste rapaz?

Sabrina olha para a câmera e Jonathan sorriu, e falou;

— E por que estamos aqui?

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— Jonathan, este rapaz, aos 14 anos, fez a base do eP1, sabe que aquilo é coisa de gênio, mas este gênio, não é recluso, este gênio não fala tudo que pensa, e principalmente, se previne a ponto de ter lugares como este, prontos para usar.

— Quem dá segurança a eles, automaticamente a nós!

— Pelo que entendi, Priscila de Sena ofereceu a seu pai para lhe tirar de Los Alamos seguro, sinal que se conhecem?

— Sim, meu pai respeita esta moça como poucos, mas o que tem haver?

— A Guerra Seguranças é quem nos dá proteção Jonathan.

— Menos mal, pensei que eram atiradores particulares, são profissionais, meu pai disse que Priscila conseguiu reunir todos aqueles que não tiveram sorte no exercito, em seu próprio exercito, mas o menino está pagando isto para ela?

— Não sei o acordos dos dois, mas acha que conseguimos algo aqui?

— O lugar é incrível, não sei a profundidade que estamos, mas é incrível.

Sabrina clica no projeto que lhes apontava onde estavam e fala.

— Vamos usar isto como bases de reconhecimento do esquadrão ―Tides of Salt‖, onde haverá treinamento, alojamentos, onde cada um pode deixar parte de sua historia na base, vamos fazer disto uma base que possa ter ser o começo de tudo.

— Não entendi?

— Jonathan, temos já encaminhados 30 planetas, vamos usar estas três bases que temos os projetos e as imagens, como base, como usamos as imagens do cristal, mas aqui começa, se a pessoa for avançando, retorna a base apenas ao fim de sua missão, se for perdendo, usamos aquela base que tem no cristal, como uma forma de reciclagem do jogador,

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somente passando lá um tempo terá direito a voltar a esta base.

— E vamos usar coisas reais, sabe que mesmo que se contássemos existir, ninguém acreditaria mesmo.

— Acho que conseguimos um enredo que pode prender os aficionados, com milhares de desafios, mas estou numa duvida Jonathan, precisamos trocar ideias.

— Sobre?

— Se usamos os avatares maiores como desafios ou colocamos uma equipe em cada tipo de avatar, gerando luta entre dois ou três grupos.

— Gosto desta ideia! – Jonathan olha para outro rapaz olhar para os dois e falar.

— No ar em 30 segundos, acha que está pronto para isto Sabrina?

— Sim, coloca o padrão e a propaganda que vou por em anexo, quero ver como isto vai funcionar.

O rapaz sorri e sai para o comando, Sabrina prepara o retransmitir, e Jonathan olha para ela e pergunta;

— Como vamos fazer para manter o sistema operando?

— O código já foi repassado para a região do servidor, a cada 12 horas será baseado em um servidor, e vamos trabalhar nos demais detalhes, quero ele totalmente operacional em 4 semanas.

— Esta falando serio?

— Sempre falo serio Jonathan, e se sai hoje livre do pentágono foi por seu pai ter feito vistas grossas dos rapazes de Priscila Sena dentro do Pentágono, senão estaria em uma cela, então estou bem a vontade neste buraco.

— Tem alguma coisa com aquele rapaz? – Jonathan.

— Fala serio Jonathan, ele é uma criança.

Sabrina olha para Jonathan, ele não sorriu, pois ele pensou que se ela achava o rapaz uma criança, ele também seria aos seus olhos.

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Sessenta e Cinco Maximos chega a Pedro e pergunta;

— Sabe o que vamos fazer?

— Mantem o pessoal calmo Maximos, talvez não tenhamos baixa se mantermos a calma.

— O que aprontou?

— Falei com uma moça que conhece Yuri Romanov, máfia Russa, e nos conseguiu uma reunião com um dos diretores da base em Baku.

— Você fala de nomes que me põem medo menino.

— Sei disto, mas Yuri é um rapaz sem rosto, alguns dizem que ele sofreu com a radiação em Pripvat e não se recuperou, outros falam que é um nome falso diante do mundo para que qualquer pessoa o possa ser, o transformando em imortal.

— E ele nos vai receber?

— Sim, avisa os oficiais Russos que tentaremos o acordo, mas que ainda não é certo se temos ou não um acordo. Tenho uma base quase em Baku e qualquer coisa nos agrupamos lá.

— E vamos para lá quando?

— Em 10 minutos, vou deixar os demais aqui, consegue a segurança deles Maximos.

— Nem gosto da ideia de saberem que seres assim existem, prefiro eles longe dos olhos.

Maximos olhou os rapazes entrando e falou;

— Saindo, como estão as coisas?

O rapaz olha o menino e fala;

— Complicadas, temos ordens de não deixar ele ir senhor, e sabe que teremos problemas se os desafiarmos.

Pedro pensa em Siqueira e sentiu a mente da moça e viu eles cercados, e apenas acionou o dispositivo que tinha dado a Siqueira, e este brilhou, com força, a moça sentiu aquilo a

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atravessando, protegendo as crianças enquanto soldados miravam neles as armas.

Pedro olha para Maximos e fala;

— Pensei que mandava em alguma coisa.

— Eles não vão fazer mal aos demais, mas sabe que a pressão é sobre você Pedro.

— Maximos, de que me adianta um acordo, se voltar e tudo tiver sido em vão, de que me adianta levar um de vocês a uma base que oficialmente esta desativada, se no fim, me querem morto, e sabe, como poucos, eu saio de lá vivo, mas eles estão prontos para isto?

Maximos olha um senhor entrar pela porta e olhar Maximos.

— Que traição é esta Maximos.

— Não temos traição aqui senhor.

— Os Americanos nos pediram para prender um terrorista que estava sobre proteção nossa, duvidei, vim e olha ele ai.

— Ele não é terrorista senhor.

O senhor olha para os rapazes e fala alto;

— O que estão esperando para o prender.

Um dos rapazes olha para o general Mickael e fala;

— Senhor, por que acusa um brasileiro de terrorismos, sem provas, diante dos Dragões, acha que está onde? – O rapaz a porta.

O comandante olha para o rapaz e fala;

— Vai me desafiar, não sabe com quem fala.

— Eu sei, o senhor sabe quem é o rapaz, pois vem como cordeiro de Norte Americanos, e não como um Yadut como deveria ser.

Pedro olha para o rapaz e fala;

— Não se queima rapaz, este ai não sabe o que come no almoço, como vai saber o que é ser um Yadut. – Pedro toca o peito e Maximos vê a barreira o afastar, afastou tudo, até um

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armário mais para a parede, Pedro olha para o senhor e termina – Eu vou a Baku, depois não reclama senhor, pois se não der certo, e em 3 meses, todos os prédios de Israel estiverem no chão, eu pelo menos tentei, mas não será um pau mandado dos Norte Americanos que vai me parar.

O menino sai, o senhor foi prensado contra a parede, e viu o menino sair, e olhar para Siqueira, ele caminhou com calma até o menino, que apertou um dispositivo na mão, uma porta surgiu dentro da redoma, a moça e as crianças passaram e Pedro passou por ultimo.

Maximos olha para aquela tecnologia, e sorri;

— Não teve graça.

— Falava o que General Mickael? – Maximos o encarava esperando que ele falava.

— Trás terroristas a nossa casa, vou relatar.

— O aliado de uma semana agora é terrorista, bom saber como os Norte Americanos consideram os amigos.

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Sessenta e Seis Um Grupo de militares fecha a rua L quase na 4 Leste,

para um senhor sair de um carro, alguns olham aquele senhor entrar num café e olhar com calma para dentro.

A porta dois rapazes apenas cumprimentam o general que olha para dentro, encara Priscila de Sena, natural do Brasil, dubla nacionalidade, empresaria, e temida atiradora, fez sua fama na bala e na inteligência, muitos a admiravam, pois ela tinha a capacidade de aliar pessoas inimigas, os mantendo um longe dos olhos do outro.

O senhor a cumprimentou, ela o apertou firme a mão e foi direta.

— Podemos parar de perder dinheiro General, ou aqueles rapazes ali, depois do Patomac – se referindo ao Pentágono – vão continuar a perder tecnologia e dinheiro?

— Vim conversar Sena, soube que deu proteção a meu filho, depois me ligou, e não entendi o por que o envolveu? – Fala o General McLinn.

— Paul, — Priscila foi para o primeiro nome, não queria uma conversa formal, não estava diante do general, mas do pai de um gênio – seu filho sempre esteve na lista de contratações que minhas empresas gostariam de ter, e lhe garanto, para um salario maior que 99% dos que trabalham para o governo Americano ganham, mas não estou no momento falando da genialidade de seu filho e sim da burrada que estão fazendo em Los Alamos.

— Gostaria de agradecer primeiro por o proteger, nem sabia que ele havia desafiado aquele maluco do Carter, mas este eu nunca me dei mesmo, mas nem sei o que está acontecendo lá.

— Um grupo dentro do Pentágono, que controlava os recursos provenientes de lá, começaram a ver os montantes, e resolveram usar para outros fins.

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— Sabe que sempre priorizam recursos, qual a novidade?

— Os recursos entravam enquanto a base estivesse funcionando, não sei você, mas mesmo para mim, 4 bilhões de dólares mês, é muito dinheiro, é o que vai deixar de entrar em pesquisa, em apoio, em dados por que eles resolveram fechar e ficar com apenas 4, já que o recurso para de entrar com a saída de Los Alamos do ar.

— E por que fizeram isto?

— Por que a CIA não quer que a tecnologia que eles desenvolveram lá, venha a publico, alguém de dentro quer apenas para eles, usam uma frase de impacto, pois falar que esta tecnologia não pode pertencer a um estrangeiro, é falácia, eles estão prestes a deixar ela escapar para a Rainha, e se fazendo de cegos.

— E por que acha que devo me meter nisto, minha parte é segurança no Oriente Médio.

— Devem ter mandado um pedido para você interceder contra um rapaz Brasileiro, Pedro Rosa, que está neste momento no Oriente Médio. Este rapaz descobriu uma forma de transporte pessoal incrível, e a CIA não quer que ninguém fale disto, os Generais que tiveram contato, por regra, assinada, não podem citar a existência disto, dai começa uma caçada, tiram Dallan que coordenava a pesquisa, que a dois anos está sobre responsabilidade e presa a Los Alamos, um pedido de Prisão para Sabrina James, a engenheira de software que fez isto, em conjunto com um conjunto de programadores, entre eles, seu filho.

— E o que eles estão fazendo com os demais programadores?

— Sei de oito deles que sumiram, não sei onde está, quando soube resolvi transferir todos os programadores de Los Alamos para uma base minha em Santa Monica, Califórnia, secreta com certeza senhor, mas foi pensando em não perder a genialidade deles.

— E como os vai manter Sena?

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— Eles vão colocar o sistema que gera entradas novamente a funcionar, deve receber ligações perguntando o que seu filho está fazendo, seja enfático, mantendo os recebimentos que todos querem.

— O que eles estão fazendo, é ilegal?

— Não Paul, eles estão ampliando um jogo, ele é dos menos lucrativos, se eles alcançarem o que me falaram, eles passam em um ano, a gerar receita que pode manter o pentágono inteiro.

— Quanto acha que nos geraria, acho que não tem esta noção.

— Pode ser que não, mas eles vão gerar 10 vezes o que geram hoje, e não gastam um bilhão para manter a área 51 e mais Los Alamos.

— Esta falando que eles tem capacidade de gerar 39 bilhões de sobra e eles fecharam isto?

— Sim, eles acham que estão vendendo a tecnologia, e quiseram ser eles os vendedores, sem nem saber de onde vinha o recurso.

— E que tecnologia eles vendem que poderia ter valor imenso de mercado, pois eles não estão falando de trocado.

Sena pega uma caixa no bolso e alcança para o senhor que a abre desconfiado, vê numa caixa um cristal em um minúsculo botão e mais 32 pontos que pareciam enfeites.

O senhor olhou, pegou o botão na mão e perguntou;

— E o que faz isto?

Sena sorriu e falou;

— Aqui não senhor, tem muitos olhos.

— Certo, mas faz algo?

— Senhor, com um destes, nosso presidente está protegido de qualquer bala de calibres médios a grandes.

— Não entendi?

— Paul, este dispositivo, é uma soma de 4 tecnologias, se olhar o cristal, são 4 deles, um amarelado, um avermelhado, um azulado e um translucido, três sistemas em

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um, controlado pelo cristal translucido, proteção pessoal, transporte e controle de todos os seus movimentos.

— Por isto tiraram tudo da moça quando deu entrada no Pentágono?

— Sim.

O senhor pareceu pensar e perguntou serio;

— E como você tem acesso a isto Sena?

— Senhor, eu acompanhei cada passo deste projeto, ou acha que se financia um projeto e não se tem respostas as suas perguntas diretas.

— Você que financiou?

— Eu e o rapaz Rosa!

— Mas então eles tem razão em achar que ele vai vender esta tecnologia?

— Senhor, ele não desenvolveu isto para vender, ele sofreu antes dos 14 anos, 4 atentados contra a vida, e o mundo dele, é de venda de diamantes senhor, onde se paga a morte de alguém em milhões de dólares senhor.

— Então o menino não precisa do dinheiro.

— Diria que a reserva que ele tem de Diamantes, o poria a ponta da Forbs, mas ele não a vendeu senhor.

— Pelo jeito um menino que quer viver bem no futuro, mas sabe que eles tem medo deste menino.

— Paul, uma pergunta, alguém com dinheiro vai e procura os rapazes de Israel, aliados nossos, e no lugar de o manter no nosso lado, forçam ele procurar a máfia Russa, acha que é uma boa senhor?

— Esqueço que a máfia se vende por dinheiro.

— Eles não se vendem, eles colocam preço em cada coisa que o menino quer, e vocês o estão forçando para fora, odeio a ideia de criar um novo Terrorista por que simplesmente o tratamos como.

Sena falava como norte americana, para evitar a discriminação, mas ela não sentia-se norte americana.

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O general olha para a caixa e pergunta;

— Para mim?

— Sim, eles não tem um destes senhor, e posso dizer que não existe preço para o que tem a mão.

— Por que diz isto?

— Por que conheço empresários no mundo que pagariam milhões para o que tem na mão, mas foi investido ai, mais de 3 anos de estudos em Los Alamos, digamos que mais de 20 bilhões em pesquisas.

— E tem o seu?

— Me defendo na bala mesmo Paul, sabe disto, e tenho sempre as costas cobertas.

O senhor sai pela porta como entrou, olha para Sena a mesa antes de entrar no carro, pensando no que faria.

O rapaz a porta fez sinal que estavam se afastando, e Sena levanta-se e olha para o dono e fala;

— Posso usar a saída dos fundos?

— Sabe que é de casa senhora.

Sena olha para a saída e olha em volta, sai no sentido de uma casa a duas quadras. Calmamente caminha a rua, com uma toca a cabeça.

Entra num sobrado na Rua K quase na Avenida New Jersey, entra sem olhar em volta.

Sena olha para o celular e disca para Pedro;

— Menino, se cuida.

— Problemas?

— As vezes queria respeito de quem salvamos a vida, mas sabe que eles nem sempre seguem a regra.

— Estou chegando na muralha interna de Baku, acha que Yuri é de confiança?

— Calma Pedro, você conhece Yuri.

A frase entrou na cabeça do menino, conhecer Yuri, um membro da máfia russa, como?

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Pedro olhava para o lado, Siqueira, as crianças e a moça estavam invisíveis aos olhos, não teria como passar desapercebido, mesmo ele chamava atenção naquele lugar.

Olham uma casa antiga, paredes grossas, e apenas tocam a campainha, um rapaz olha para Pedro, olha em volta e fala em Russo.

— Entre.

O menino viu o rapaz verificar se ele estava armado, Pedro estica a arma que tinha as costas para o rapaz invertida, e o mesmo olha a marca e sorri.

Ele falou algo, mas o indica o lugar com a mão, foi uma dica, ouvia conversas as portas, e as vezes alguém armado a porta olhava para ele que passava.

Pedro chega a uma sala e vê um senhor calvo ao telefone, o que Moreira estaria fazendo ali.

Pedro viu o senhor fazer sinal para não falar e continuou uma discussão em russo no telefone, não sabia o que estavam falando, mas o senhor estava sendo enfático.

Pedro olha ao lado, pois sentiu Siqueira chegar ali, sentia mais por sua mente invadida pela moça que por qualquer outra coisa.

Moreira olha para o menino e fala antes de qualquer coisa em português;

— Aqui todos me conhecem como Yuri Romanov.

Pedro sorriu e falou;

— E todo resto foi encenação?

— Nunca sabemos quem está ouvindo rapaz, esta crescendo rápido.

— Sim, mas acha que eles me receberiam?

— Lhe levo lá, mas não sabia que aquela sala existia no complexo, quando Sena falou tive de ir ver.

— Você que está naquela base?

— Eu tenho bases militares das empresas, que podem gerar uma linha de proteção rápida para ela.

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— O que tem lá?

— Vai ver, deveria ter escolhido outra, mas esta ali, tão próxima e tão fácil de manipular, foi uma tentação.

— Sabe o índice de radioatividade que o lugar tem Mo.. Yuri.

— Sei, mas não imaginava de onde vinha, acha que existem seres como estes ai, lá. – Moreira deixando claro que sabia que os demais estavam ali.

— Acredito que algo está errado, pois deveriam ser seres em 2 pernas, e não 8!

— Não entendi.

— Yuri, o que sabe das Lendas sobre Amazonas?

— Maluquice.

— Dizem as lendas, que existe um túnel que passa do Lago Van na Turquia até as margens do Mar Cáspio.

— E por que acha que tem haver?

— Diria um maluco dum velho em Mendoncino, condado de Comptche que são uma maldição, imposta a seres na antiguidade, por se atreverem a desafiar a deusa serpente.

Moreira sorriu e falou;

— Em Comptche só tem maluco.

— Malucos e uma pirâmide de ouro de 3 metros.

Moreira sorriu e falou;

— Verdade, mas se tiver isto lá, por que não atacam?

— Não disse que teria um povo agressor lá, quando pensei em trazer a moça, foi para identificar se por trás de um ser estranho, pode existir seres como ela.

— E se não forem?

— Será uma perda a mais, não destruímos tudo Moreira?

— Não, mas estamos apenas esperando o pessoal chegar e vamos de carro para lá.

— E o pessoal lá fora, sabe o rosto que tem?

— Não, mas já vamos a este detalhe.

Pedro não entendeu.

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Sessenta e Sete General McLinn chega a sua sala na Região do Capitólio,

onde tinha um departamento que funcionava ligado ao Congresso, dando segurança, preparando investidas, quando vê seu telefone tocar.

— Como está filho?

— Preocupado em não estar fazendo a coisa errada pai.

— Calma, se mantem onde está, mesmo não sabendo onde é, mas como estão as coisas ai?

— Sabrina James é uma destas pessoas incríveis pai, pena me ver como uma criança.

— Filho, é novo para isto.

— Pai, estou ligando para saber se não estou lhe atrapalhando.

— Pôs o sistema para funcionar filho?

— Sim, é apenas um jogo, mas pelo jeito é importante.

— Renda é sempre importante, mantem a calma, soube que 8 programadores de Los Alamos sumiram sem ninguém saber onde estão, então melhor ficar por ai, pelo menos sei que está seguro.

— Queria apenas dividir pai.

— Por telefone não filho, por enquanto, saiba que está em boas mãos.

— Te amo pai.

— Se cuida filho.

O senhor deligou e viu a porta dois senhores. Dallan olha para p General McLinn e fala;

— Seu filho pode estar se metendo em encrenca.

General McLinn olha para Carter ao lado e fala;

— Posso saber por que estão jogando dinheiro pela janela, ou apenas eu sei o que faziam naquela base?

Carter olha o senhor e fala;

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— General McLinn, sei que seu filho estava lá, mas não tínhamos ganhos de lá.

— Conta outra General, eles arrecadaram nos últimos 8 meses, 4 bilhões por mês, com um eles pagam o funcionamento de 60 bases de pesquisa, sobra 3, e agora, não vai entrar os 3, quem vai compensar ao pentágono esta desastrosa ideia sua e de Klemer.

— Eles estavam vendendo tecnologia que não podemos deixar no mercado.

— E resolvem dar de brinde para os Ingleses, e fechar uma fonte de dinheiro, não estou entendendo esta operação, o que tem de pessoal nisto Carter, pois fui informado a pouco que 8 dos engenheiros que trabalhavam junto com Sabrina James sumiram, e ninguém sabe onde estão, espero que sejam encontrados vivos, bem e sem um arranhão, senão você e Klemer vão responder pela morte de Americanos.

— Não pode nos acusar.

— Os dois foram os responsáveis pelo afastamento deles, somente os dois sabem o destino dado a eles, e se não tiverem em Washington amanha, vai responder sim General Carter.

O senhor não sabia o que falar e resolveu atacar;

— Seu filho esta de conluio com Sabrina James, que fugiu da prisão e esta com ele em algum lugar.

— Meu filho não esta de conluio com Sabrina James, ele está a serviço da nação colocando um jogo em operação, mas se achava que iria por a mão no dinheiro disto, esquece, agora não vou permitir nem passar perto de você, já que não tem interesse naquele jogo.

— Sabe onde estão?

— Quer saber para que Carter, para mandar matar como provavelmente matou os 8 que saíram de lá?

— Esta me acusando.

— Perguntando, pois mandaria meu filho para um buraco e mentiria na minha frente com a mesma cara de pau,

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já vi fazer isto com outros pais, jurando nunca ter visto os filhos deles, que tinha torturado pessoalmente.

Carter olha para Dallan e fala;

— Disse que tinha parte da segurança nisto.

— Carter, sou seu motorista por seu capricho, esqueceu que me tirou do comando, não tenho mais haver com isto.

Carter sai dali e fala gritando para McLinn.

— Vamos ver quem vai responder um inquérito.

Carter sai dali voltando para o pentágono e entra na sala de Klemer que olha a secretaria fazendo sinal para sair;

— O que houve Carter.

— McLinn vai pedir abertura de inquérito pelo sumiço dos 8 programadores.

— Por que ele faria isto?

— Acha que estão mortos Klemer.

— Quem manda você detonar tão rápido, era para fechar, não para explodir o lugar.

— Confirmaram a existência de duas linhas de laboratórios, mas está tudo abandonado e desligado em Los Alamos.

— Faz um dos rapazes aparecer em casa, mas não faz burrada Carter.

— Vou tentar conter minha raiva.

— Se tem raiva, melhor se tratar, pois se pretendia fazer com os programadores o que estava fazendo com a chefe de programação, precisa de tratamento Carter.

— Sabe que precisávamos de um bode expiatório, mas por onde eles colocaram o programa a operar?

— Não sabemos ainda, mas parece que ele está instalado em um servidor no Alaska.

— Não temos como parar isto Klemer?

Klemer estranha;

— Parar o que Carter?

— Esta transmissão.

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— Não entendi por que a parar Carter.

— Estamos mostrando fraqueza.

— Estamos mostrando o que, para quem, o que foi o combinado, parece que cada um aqui quer uma coisa diferente, como vamos chegar a mesma coisa.

— General Klemer, estamos próximos de saber o comando principal do programa eP2, se conseguirmos, temos como gerar um sistema seguro, que seja apenas nosso, isto é muito mais importante que um programa de jogo.

— Não discordo, mas por que tirar o outro do ar?

— Ele é baseado no programa do Brasileiro, ele pode saber o que estamos ganhando, e monitorar nossos gastos.

— Ouviu o que falou Carter?

— Não gosto da ideia desta parceria desde o começo, tem de entender Klemer, que segurança nacional passa por um sistema fechado, nosso, não com um brasileiro podendo saber os nossos planos de defesa.

— Carter, ou abre o jogo, ou lhe isolo, o jogo em nada tem haver com a segurança nacional, sabe disto, esta querendo os tirar do ar por algum outro motivo, qual?

O general parou olhando para Klemer, era evidente que cada um estava em seus próprios planos.

— Você não entende nada mesmo Klemer.

— Explique, você não está tirando um jogo do ar, estava se vingando de algo, contra Dallan conseguiu, agora quer o que, destruir as linhas de recebimento?

Como Carter iria assumir a incompetência, as vezes se pensa que um general tinha algo a mais, ambos tinham contatos, interesses que desandaram, talvez ambos quisessem em parte o sistema para o vender.

Carter sai da defesa;

— Tô vendo que não terei apoio aqui, esperava mais compreensão.

— Mais, acho que ninguém esperava que o dinheiro parasse de vir, e sim, que controlasse ele.

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— Eles nem sabiam quanto era, agora vi que um general da segurança sabe, sinal que vazou em meio a esta confusão, e no lugar de me apoiar vai me por na parede.

— Carter, para mim pareceu incompetência, lhe conheço, sei que não faz nada impensado, por isto não acredito no que está querendo aparentar, então não está me dando outra alternativa, terei de indicar alguém para os restos da área 51 e de toda a bagunça que deixou lá.

— Vai me afastar?

— Se quer saber, estou segurando isto a mais de 12 horas, muita pressão, e não está me dando os resultados Carter, estava lá se fazendo de morto, sei, mas tem de ver que precisamos de resultados e sem mortes e torturas, não estamos falando de gente que trabalha com os braços, estamos falando de cabeça, não podemos os torturar, não podemos os forçar muito, mas precisamos de resultados Carter.

— Entendi, vai me afastar de lá, para pararem de olhar para mim, mas odeio a ideia de os deixar na folga.

— Carter, folgado é você, por folga, por não se dar ao trabalho de olhar para o lado, poderia ter matado mais de 300 pessoas se aquele servidor tivesse estourado horas antes, e responderia por estas mortes, pois pode ter certeza, McLinn iria lhe esfolar vivo.

Carte sai pela porta e se direciona ao norte, pouco depois estava entrando em uma base, onde servidores estavam sendo usados por oito programadores, sobre armas, e olha para dentro, os rapazes estavam mortos de cansaço.

— O que temos aqui? – Carter para um Soldado.

— Estamos de olho, nada sai daqui senhor sem sua autorização.

— Espero que não os matem, fui claro.

— Eles não comem a 12 horas senhor, e não dormem a 2 dias.

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Carter sorriu, não estava nem ai para eles, mandou chamar um deles e fez sinal para um soldado e falou;

— O deixa em casa por 4 horas, depois o trás de volta.

O soldado não entendeu por que, mas fez sinal para o rapaz andar.

Se via o cansaço e a tensão nos olhos do rapaz, não esperava sair vivo, e com a cabeça estourando, não estava conseguindo pensar em nada.

Priscila estava a porta da base que Carter entrara e olha para o celular e fala;

— Achei eles McLinn.

— Onde?

— Uma base ao norte do Pentágono, 15 minutos dai, mas não fala nada, vou invadir e assim que os tiver solto, lhe ligo.

— Vê se não se complica!

— Verifica quem consegui a liberação de soldados para esta base, pois este está por trás do sequestro e da operação em Los Alamos.

— Vou verificar, me informe! – McLinn olhando a porta, onde a secretaria olhava para ele.

— O secretario de segurança está ai.

— Pede para entrar.

A secretaria saiu e um senhor entrou logo após;

— Como está Carl? – McLinn.

— Confuso, por que me chamou.

— Preciso saber o que faço, já que sabe que não gosto de meter-me em assuntos locais.

— Problemas?

— Preciso saber se ganhamos ou perdemos com o fechar da Área 51 senhor.

O senhor olhou em volta como se procurando se havia câmeras.

— Por que quer saber McLinn.

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— Por que tenho dados contraditórios, dados que não fazem sentido, não agimos assim.

— Dados, quais?

— A sequencia pode estar errada, mas se não me engano, afastam Dallan, 8 anos na área 51, nunca aquilo nos gerou tanto retorno, Carter vai a Los Alamos e começa por torturar a Programadora Local, depois a afastam, ela é recebida por uma subdivisão interna, a única que ainda estava operando, o resto, foi sendo desarticulado e os engenheiros mandados em bora, mas nisto, os 8 programadores que davam estrutura a Dallan, somem. Dai eles me pedem operações desastrosas contra pessoas que eram aliados a um mês, gente investindo no que acaba ficando com nós. Em meio a isto, Any, a programadora que colocaram no lugar de Sabrina James, some com 20 placas de cristal verde, e mais de 80 amostras de outros cristais, Pietro, o programador que auxiliava Any, diziam ser o mentor da moça, some com um protótipo, dizendo que ele pulou no Pacifico, em teoria ele teria morrido, mas acabo de receber a informação que o protótipo chegou a Londres a 40 minutos. Carter em poucas horas, consegue parar o programa de um jogo desenvolvido em Los Alamos que nos gerava uma entrada muito confortável, que nos dava independência em algumas operações. O que tudo isto tem haver com nós, nunca agimos assim secretario, pois a operação gerou, perda de tecnologia, de pessoal competente, de estrutura física e de dinheiro, e pelo jeito, de Americanos.

O secretario olha os papeis que McLinn lhe alcança e olha par ele;

— Eles tinham estas estimativas?

— Acredito que seja retaliação senhor, e não é nacionalismo por trás, pois estes recursos, nos faria melhores e mais competentes, não o contrario.

O secretario olha os dados e fala;

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— Me falaram que estavam vendendo tecnologia, que não podiam deixar isto acontecer, mas estes números indicam que não era isto, mas o por que não entendi.

— Secretario, é um acho, mas em um ano eles não poderiam afirmar o que estão afirmando, sabe como eu, que se eles tivessem a entrada confirmada que a estimativa declara, não teriam como se apoderar daquilo.

— Eles se apoderaram do que exatamente. – Secretario.

— Estão tentando senhor, está tudo encriptado, quando da tortura da Programadora, acredito que o que eles queriam eram os segredos internos a área 51, não sei quem está por trás, mas deve ser uma empresa de tecnologia.

— Gosto de sinceridade General McLinn, por que se meteu nisto.

— Meu filho trabalhava nos laboratórios de Los Alamos senhor, ele poderia ter morrido lá com aquela explosão.

— Sabe que estes dados são sigilosos?

— Não os quer passo para outros senhor! – McLinn vendo que o senhor sabia mais do que ele.

— Tem de entender que nem tudo é politica, nem tudo é dinheiro.

— Sim, vivo no exercito, muito é burrice politica e loucura tática.

O secretario parecia não falar nada, achava que estava sendo gravado, McLinn reparou que ele olhava em volta.

— E o que está pretendendo fazer com isto? – Secretario.

— Estou fazendo, amanha estou voltando ao Oriente Médio, apenas relatando, meu filho já está em casa, mesmo que Carter fale o contrario, sei onde ele está, e estou relatando antes de viajar senhor.

— Certo, vou passar suas preocupações a frente, mas saiba que existe sempre um bom motivo para tudo.

— Sabe senhor, bom motivo, é sempre sinônimo de mortes para quem está em campo, eu vivo lá.

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O senhor apertou a mão do secretario que sai pela porta.

Priscila faz sinal para se posicionarem, e quando um carro vinha no sentido do portão, um caminhão parou a frente do portão, atravessado, dois seguranças vieram armados falar que não poderia ficar ali.

Uma das velhas contradições, eles vieram violentamente, mas quando viram uma moça, abrir a porta e olhar para eles, com uma roupa justa, com um shorts que deixavam suas coxas bem aparentes, se perdem na frase;

— Poderiam me ajudar, estou perdida.

Os soldados se olham, o carro vinha ao longe, mas antes dos dois entenderem o que aconteceu, já tinham sido atingidos por soníferos.

Um estrondo se ouviu no muro do fundo, e toda a segurança se volta para lá, se via os seguranças indo no sentido do fundo enquanto os dois soldados desabavam ao chão.

Uma lateral do caminhão cai ao chão e 3 carros disparam no sentido da base, atirando. As balas atravessam o motor do carro que vinha no sentido da portaria, os rapazes saem pensando em reagir, e sentem as picadas na altura do peito, um tira o dardo tranquilizante antes de cair.

Os seguranças foram sendo imobilizados.

Carter ouve a explosão e pega o celular, iria pedir reforço, mas uma grande antena sobre o caminhão frontal, cortava qualquer sinal, os fios cortados do telefone, e uma retroescavadeira a duas quadras, que tirou o cabo de fibra ótica do lugar, isolavam a região.

Carter viu 3 rapazes armados entrarem e um aponta para ele e fala gritado;

— Todos no chão.

Um soldado atirou do fundo e foi baleado no braço, e o rapaz repetiu a frase, os programadores deitaram no chão, o general olha para o rapaz encapuzados e fala;

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— Eu vou acabar com vocês, não pensem que não vou descobrir quem foi.

Como o general continuava de pé, o rapaz sacou a arma e atirou no joelho dele e repetiu alto;

— Pro chão agora, a próxima é na cabeça de quem não largar a arma.

Os rapazes deram sinal e outros entraram, foram selecionando os programadores, amarrando os soldados e colocando em uma pequena peça ao fundo.

Dois minutos de operação, os programadores entravam em uma van na entrada do prédio, os seguranças e soldados eram colocados todos nus e amarrados em uma peça.

6 minutos de operação, um rapaz termina de por os explosivos.

8 minutos, o caminhão sai da porta da base já com os três carros, trocando a imagem lateral e a placa do caminhão.

10 minutos, todos dentro de uma peça sentem o sacudir do local com uma explosão ensurdecedora, que trouxe ao chão tudo o que os cercava.

Os programadores embarcam em um helicóptero comercial saindo da região, para oeste.

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Sessenta e Oito Pedro vê Moreira por um capuz a cabeça, e olhar para

Pedro.

— Vamos de helicóptero para lá, mas não sei se vai gostar do lugar.

— Pelo jeito ajeitou o lugar da sua forma.

— Gosto de mudar as coisas!

O senhor olhou para um rapaz e falou em Russo que estavam saindo;

Pedro olhou no sentido que estavam os demais, e começam a sair, e veem um helicóptero a porta, imenso helicóptero que entraram pela parte de trás, sentaram-se junto as paredes e Moreira olhou para o rapaz a frente e falou algo referente a Pedro que ele não entendeu, mas o rapaz olhou serio para o menino, e fez uma pergunta.

Moreira olhou Pedro e perguntou;

— Ele quer saber como é ser um representante de mal encarnado.

Pedro sorriu e falou;

— É muito bom ser um Anti-Deuses humanos.

Moreira olha para o menino e pergunta;

— Vai desafiar todos eles?

— Moreira, sabe que se soubesse que estaria aqui, não estava falando em trazer os Dragões para cá.

— Não sei como você consegue menino, mas os Dragões são algo que nunca chegarei perto, embora do Mossad já estive muito próximo.

— O que eles acham de você falando Português?

— Devem pensar que estou falando tudo errado! – Moreira.

Pedro sorriu e olhou para o rapaz e perguntou em Russo, isto era algo que estava dentro do menino, a capacidade de aprender rápido, a praga de Beliel.

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— E como aguenta este Yuri?

O rapaz sorriu, Moreira olha para Pedro intrigado;

— Você cada dia mais misterioso e inteligente, mas o que acha que teremos lá?

— Como disse, uma passagem, que vai terminar em Van!

A frase em Russo fez o rapaz olhar para Pedro;

— Fala serio?

— Dizem as lendas, que os locais se reproduziram com uma linha de mulheres lindas que conquistaram os seres que aqui caíram, desta mistura, surge as primeiras Amazonas, seria interessante se não fosse apenas lenda! – Pedro sorrindo.

— Por que seria interessante? – O rapaz.

— Mulheres, mais de um e oitenta, músculos e corpos perfeitos, não sei você rapaz, mas eu aprecio! – Pedro.

O rapaz sorriu, ele olhava em volta e fala;

— Por que eu acho que tem mais gente aqui, coisa estranha e confusa;

Pedro olha para Siqueira e fala em Português;

— Estamos quase lá Siqueira, pode aparecer!

O rapaz olha o senhor surgir do nada, mas a visão de uma moça de pele azulada, o fez encarar o menino, pois existiam mais duas crianças naquela cor e um menino de pele acinzentada.

— E eu achando que estava falando de lendas?

— Não nos apresentamos rapaz, sou Pedro Rosa, um brasileiro encrenqueiro, caminhando no sentido de um destino incerto.

— Acha que teremos lá uma Amazonas mesmo?

— Não, teremos o resultado de uma maldição eterna, e desta maldição, se entendi, surgiram as Ami!

— Ami? – O rapaz.

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— Aranhas com mais de 3 metros, alguém que se não souber o que vai responder, não responda.

— Não entendi.

— Invadindo uma historia, que não é minha.

— Mais misterioso que a maioria das vezes! – Moreira.

— Yuri, não sei ainda o que tem aqui, mas obvio, cada um corre por um ponto.

Pedro vê o celular dar um alerta e olha para Moreira;

— Tem sistema neste seu buraco?

— Logico.

— Preciso concertar um desalinhamento de transmissão e não tenho internet nesta parte do mundo.

Moreira sorriu;

— O que aconteceu?

— Se estamos em guerra, os Americanos estavam mantendo o grupo de 8 programadores para derrubar a segurança do eP1, são burros mesmo, eu mudaria toda a linha de comando e eles perderiam anos de pesquisa e bons programadores.

— E o que tem de ajeitar?

— Priscila acaba de soltar os 8 programadores, preciso avisar Sabrina, e verificar a linha básica e a reformular, estava propositadamente frágil para que os localizássemos.

— E agora quer apenas levantar as defesas?

— Hora de ganhar dinheiro Yuri, eu joguei no buraco o preço das ações, como estavam se livrando de Los Alamos, venderam 35% das ações, que vão para uma única pessoa, uma que terei de me afastar, e odeio me afastar da programação.

— Tinha 50%?

— Sim!

— E eles nem viram isto ainda.

— Ações ao portador é isto Yuri, uma via na mão da sonegação pregada pelos Norte Americanos.

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Pedro vê o helicóptero aproximar-se de uma grande laje de concreto e vê aquele chão correr lateralmente, abrindo um imenso buraco ao chão, olhou para o norte e viu que era uma pista oculta, viu o helicóptero que era grande entrar naquela abertura, como se fosse folgada, depois de 20 metros sentiu o mesmo tocar o chão e apenas olhou para Siqueira, o olhar acompanhado pelo rapaz que viu os demais sumirem dos olhos.

— Segredos estranhos estes. – O rapaz.

Pedro olha para os lados e vê uma leva de helicópteros e caças de guerra, não era apenas uma base abandonada, era uma reserva de armamento pesado.

— Por onde? – Pedro olhando para Moreira (Yuri).

Pedro viu os demais baterem continência para Yuri e voltarem aos afazeres.

Moreira olha os caças destruídos ao fundo e falou para o rapaz que vinha com eles;

— Nick, verifica se dá para aproveitar algo.

— Estamos desmontando, mas sabe que eles ainda querem a festa.

— Providencia vodca e uma peixada, eles vão gostar.

— Consigo, e aquele papo de índice de radiação.

— Eles engolira a armação Nick, mas não vamos abrir a todos isto.

O rapaz sorriu e olhou para Pedro;

— Vamos ver esta pedra?

Pedro olha para o rapaz, pega na mochila um óculos e lhe alcança.

— Vamos.

O rapaz pôs nos olhos e não viu nada, não entendeu, mas era obvio, camada tripla de proteção para tentar olhar diretamente para o cristal, e mesmo assim, por poucos segundos.

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Começam a entrar, a moça parecia saber o sentido que iriam, como se sentisse aquela energia, a proteção de Pedro depois de um tempo brilhou e Nick perguntou;

— Também brilha?

— Isto é uma proteção, mas como ela se alimenta de energia, verá que Siqueira não conseguira ficar invisível, verá a redoma dele andar.

— Quem é este senhor?

— Uma ligação com os seres, não entendo de tudo, mas com certeza, uma ligação.

Pedro olhava para Siqueira que vinha quieto e pergunta;

— O que ela sente?

— Ela está receosa, o cheiro ela chama de Ami.

— Ela chama de Ami? – Pedro curioso.

O senhor tocou o peito e surgiu em meio ao corredor e viu a moça tocar na cabeça dele e Siqueira viu a imagem de uma imensa aranha, de mais de Três metros, e relatou a Pedro o que vira;

— Interessante, muito interessante! – Pedro em Russo.

— O que descobriu. – Nick que via Yuri chegar a eles novamente.

— Que uma lenda local, é a imagem de uma lenda de sei lá de onde ela veio. – Pedro olhando Moreira (Yuri) – Conseguiu um sistema.

— Aqui não instalamos os novos servidores ainda, mas acho que dá para usar.

Pedro seguiu Moreira e chegam a uma sala, olha para o teclado, sorriu, não entendia aquelas teclas, pega na mochila um teclado que ele odiava, pois as teclas eram duras, mas com a vantagem de ser em Português, ele dá os comandos iniciais com o teclado que trouxe, altera o sistema de letras do teclado, e começa a digitar no da mesa, ele não olhava mesmo as teclas, mas Nick fica olhando para o menino, quem seria este rapaz, que sabia interagir com computadores a

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ponto de mudar configurações que eram básicas, mas que para Nick era algo o qual ele ignorava totalmente com fazer.

Pedro abre uma linha com Sabrina:

―Como está Sabrina!‖

―Confusa, as coisas estão correndo muito rápido, este servidor é melhor que aquele que usávamos em Los Alamos‖

―Estou na base no Azerbaijão, vou verificar o cristal, podemos estar próximos de isolar isto, mas preciso daquela programação de separação magnética, desconfio que fosse atrás disto que eles estavam.‖

―Faz sentido, sem ela não conseguiriam mexer nos cristais, estou preocupada com uma coisa que Jonathan me falou‖

―Pergunte!‖

―Primeiro queria saber, é aliado de Joaquim Moreira?‖

―Estamos os dois em campo, não somos aliados, mas não nos atacamos!‖

―Dizem que isto aqui é parecido com uma base que dizem que ele tem, em Curitiba!‖

―A minha em Curitiba é melhor que a dele Sabrina, bem maior e mais eficiente, mas não falo disto!‖

―Esqueci que conhece ele de sua pátria!‖

―Diria da minha cidade natal, não da minha Pátria, tem gente que não sabe onde fica, mas sabem bem quem somos!‖

―Ele me disse que os programadores que me ajudavam em Los Alamos estão sumidos, o pai dele desconfia que o mataram.‖

―Informa ele que Priscila de Sena os resgatou de uma base próxima ao Pentágono a pouco!‖

―Menos mal!‖

―Preciso de uma coisa Sabrina!‖

―Fala!‖

―Eu alterei a diretriz de segurança da linha 67 e 1678 do programa de inicialização do eP1, não tenho como ativar o

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restaurar daqui, fiz isto pensando em ajudar Priscila a localizar os programadores, mas preciso que feche para mim esta porta!‖

―Fecho o sistema, mas como entrou ai na base?‖

―Um acordo com a Máfia Local, já que a pressão foi para toda a parte legalizada e com exercito.‖

―Volta quando?‖

―Não sei, vou verificar aqui ainda!‖

Os dois se despediram e Moreira olha para Pedro;

— Tinha facilitado a segurança para eles pensarem que entraram, e os localizar?

— Priscila levou mais sorte, seguiu Carter e chegou a base, mas estávamos dando a sensação a eles que estavam avançando.

— E eles nem tem ideia disto?

— Não!

Pedro restituiu o teclado na língua local e olhou para Nick.

— Agora vamos a parte divertida!

— Divertida? – Moreira.

— Consegue uma arma Moreira, não quero matar todos a volta para vencer.

Moreira sorriu e perguntou;

— Praticando?

— Pouco, não tenho muitos alvos.

O rapaz estranhou, pois viu Yuri pegar duas armas e olhar para o rapaz, e perguntar;

— E esta atirando com qual mão? – Moreira esticando duas armas, Pedro pega as duas, e sente o peso, inverte de mão e fala esticando as duas armas.

— Bem me disseram que tinha bom gosto para armas Yuri.

Siqueira não estava entendendo, mas o menino pôs as armas as costas e olhou para Nick.

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— E dai, sabe se defender?

— Quem é você menino, que Yuri respeita como um dos nossos.

— Digamos que meus pais contam parte da minha historia, filho de Gerson Rosa e Siça Guerra, mas não sei se conhece.

— Não! – Nick olhando para Yuri.

— Digamos que J.J. aprendeu a atirar com a mãe do menino Nick.

— A sombra das florestas da Angola. – Nick.

Pedro estranhou a frase, mas ouviu;

— Mas não esquece, ele é protegido de Beliel, e atira como a Sombra das Florestas.

O rapaz olhou com respeito para Pedro;

Pedro ficou pensando, Sombra das Florestas, deveria ser uma historia contada por Moreira.

Começam a entrar por um corredor, atravessam por ele por mais de uma hora caminhando, quando chegam a uma subdivisão, se via tanques, um imenso Antiaéreo, que estava sobre uma estrutura que parecia subir, e mais gente, um verdadeiro exercito por baixo da terra. Pedro vê que mudam o sentido da caminhada, e começam a caminhar a leste e pouco depois de uma porta, Pedro viu os demais desviarem o rosto, mas ele apenas pegou o óculos, alcançou um para Siqueira e começaram a entrar, Nick veio logo atrás, entendera agora para onde era aquele óculos que não dava para enxergar nada, mas tinha de olhar para o chão ou para as paredes, que em parte pareciam translucidas.

Pedro sentia o rapaz ao seu lado e fala:

— Evita olhar direto para o cristal antes de reduzir o brilho.

Pedro chega perto e encosta o cristal que trouxe no outro, o pequeno cristal ficando a centímetros do outro, Pedro virou de costas, pegou um visor a mão, parecia um controle, e começa a reduzir o brilho, a moça que Siqueira chamava de

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Ciguapa, chega ao lado e toca a cabeça de Pedro que sente a pergunta.

―O que está fazendo?‖

Pedro olha para Moreira chegando e fala;

— Prepara as armas.

Pedro olha a moça e aponta o chão, uma cera azulada, pareciam seres como os que vira, mas como o cristal estava ativo, deveriam estar vivos, o que acontecera, era a pergunta que passava pela mente de Pedro.

―A praga das Ami!‖

Pedro olha para Moreira que pergunta;

— Qual o problema?

— O que sabe sobre Ami?

— Dizem as lendas, Aranha que não faz teias, faz perguntas!

— Este é o problema!

Nick viu Yuri (Moreira) puxar as duas automáticas, e puxou sua arma, não sabia o que vinha, mas era algo violento, o menino estava ajeitando o comando, reduzindo o brilho, extinguindo a emissão de radiação, quando se ouviu os ruídos vindos de cima do cristal, mal se via as pequenas entradas, centenas de buracos, o ruído estranho aos ouvidos, parecia um som alto, um vibrar do ar.

Provocava um ruído estranho, todos ficaram a olhar para cima, Pedro se mantinha calmo, e viu a moça recuar pelo caminho que vieram com as crianças, Siqueira soube que era algo violento;

— Mantenham a calma! – Em Russo – Mantenha a calma Siqueira. – Em português.

— Nunca a vi tremer.

— O que tem aqui, temos de estudar Yuri.

— Qual o motivo.

— Este cristal não transmitiu nenhuma vez para fora, o que veio nele, não foram apenas Ciguapas.

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— O que quer dizer?

— Uma pergunta que fiz aos cientistas, por que se mandaria uma espécie e um controle sobre o nosso mundo.

— Qual seria a função destes seres.

— Eles deveriam estar todos na mesma área, mas os demais não sabiam disto, eles não se preocuparam em perguntar aos seres o que sentiam, e sim, transmitir o que querem, este cristal é menos potente, não gera uma linha de vida nova, um surgir, mas alimenta um ser maior, mais faminto, mas não se preocupe com as aranhas que ver, e sim com o que não vê Moreira.

— Esta enigmático.

Pedro aponta para as paredes, enquanto um grande ser pula a uns 12 metros dali, as paredes pareciam vivas.

Pedro olha para a Ciguapa do lado de fora, com os pequenos e olha para o rapaz a porta e fala;

— Fecha a porta! – Em Russo fala Pedro.

O rapaz olha para Yuri que confirma.

— Mantem todos perto.

Os rapazes veem aquele ser imenso, mais de três metros, se via ele se importunar com as pequenas aranhas a parede, a grande aranha parecia não se preocupar com as pequenas ao chão.

Pedro toca o peito e sua aura atravessa todos e começa a afastar as pequenas aranhas, e depois as espremer a parede, ele anda com calma, e olha para a grande aranha, ela não falava, emitia um som que era estranho aos ouvidos por aquelas antenas, mas parecia olhar para o cristal, não entendia o que estava acontecendo.

Pedro estava com os demais dentro da proteção e olhou para cima, outras imensas aranhas estavam descendo pelas paredes, olhara para aquele buraco, que naquele ponto deveria ter mais de 30 metros depois do topo do cristal.

Pedro sentiu a frequência do som e olhou para o ser a frente e sua proteção repetiu o som que ela transmitia.

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Os seres pararam de descer e o ser abaixou-se ficando muito próximo da cabeça de Pedro, sem conseguir entrar na proteção, mas Pedro sentiu o som na pele, ela estava querendo saber o que estava ali.

Pedro olha para a pedra e a toca;

O imenso ser parece sentir aquele toque e lhe olha, Pedro sente a energia que era emitida e começa a interpretar os sons e ouve em sua mente;

―Quem é você?‖

―Minha definição não lhe serve a nada!‖ – Pedro olhando o ser, não sabia que estava na frequência certa.

―E por que está aqui?‖

―Vim entender que cristal é este.‖

―E como alguém tão jovem saberia?‖

―Nunca entendi, o que é uma Ami, como explicar para algo que é uma lenda para mim, como explicar para uma lenda, o que ele é?

―Sabe como nos chamam, o que fez com o cristal, consegue o tocar.‖

―Nada que consiga explicar nestes termos básicos!‖

―Não está sendo claro em nada!‖

Pedro faz sua proteção atravessar o ser, que vê as pequenas aranhas sobre ela se tornaram pó e olha o menino de frente, Moreira tinha a mão a arma, Nick estava tenso, outros dois não sabiam como sairiam dali.

―Não tem medo de mim!‖

Pedro fica translucido, e olha para o ser, Moreira viu isto, ele não era qualquer um, o ser olha para o brilho dele se espalhar e todas as pequenas aranhas que tentavam avançar se desmancharem em pó.

―Por que mata a essência de nós!‖

Pedro sente a pergunta e olha para Moreira, para Siqueira e Nick, aquela pergunta sem emoção, essência sendo morta e não tendo sentimento algum, não fazia sentido.

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Moreira olha as demais aranhas recuarem, algo estava gerando nelas medo, estranho pois eles estavam tensos, e as imensas aranhas recuavam, Pedro olha para os olhos de Moreira, sente a energia e olhando para o ser e a proteção faz a pergunta em forma de um frequência que o ser ouve.

―Tem certeza que estes pequenos seres são a essência de vocês?‖

―Por que não seria!‖

O cristal reduz brutalmente a iluminação, os olhos demoraram a acostumar, as arranhas como não tinham olhos, não teriam o tempo de recomposição, mas Pedro desconfiava de algo, e mesmo com Moreira e os rapazes tirando as mascaras, o ser ficou ali, olhando para o rapaz e para o cristal.

As demais Ami, deveriam sentir que algo estava errado pois continuavam a recuar, Moreira via que o menino estava indeciso, talvez esperando que o ser lhe desse o caminho.

A grande aranha, quando Pedro virou as costas, tentou dar o bote, mas o menino estava translucido, e o ser sentiu atravessar o menino, o grito foi ensurdecedor, as demais ficavam na duvida se continuavam recuar ou avançar, vendo a grande líder cair, e se desmanchar em pó.

Moreira olha para cima e pergunta;

— Qual o perigo disto Pedro?

— As pequenas são o problema, as grandes são rápidas, grandes, mas bem mais mortais, e em muito menor numero.

Pedro ainda translucido olha para cima e fala um texto baixo, que Moreira não conseguiu entender, mas viu seres translúcidos surgirem e o menino olhar para os rapazes.

— Apenas não se mexam.

O pequeno ser de asas para a frente do rapaz que lhe baixa a cabeça, o toque pareceu ser algo normal entre aquele ser de asas que Pedro chamava de Beliel, algo que lhe transmitiu onde estavam.

O menino de asas olhou em volta e outros foram surgindo, as aranhas pequenas a parede pareceram tentar

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fugir rápido, pelo caminho, elas começam a fugir, enquanto os seres começam a flutuar levemente, Pedro olha para as paredes, e para o topo, onde os seres angelicais entravam e ruído semelhante ao do ser que caíra ao tentar atacar Pedro começa a surgir em todos os buracos, as pequenas aranhas, pareciam cair em pó, e Moreira olha para Pedro.

— O que é isto?

— Como se diz, uma coisa é ser protegido por Beliel, outra, é saber como o trazer as suas lutas, e dividir com ele suas duvidas e conquistas.

— O que estão fazendo.

— Moreira, quando senti o toque de Beliel, me veio uma certeza, estes seres vieram de longe, um planeta muito distante, de onde saíram alguns cristais como este.

Moreira olha para o cristal, e fala, parecia um grande diamante de mais de 22 metros de diâmetro.

— E saíram muitos destes de lá?

Pedro sorriu, Nick olha para o menino e fala;

— Pelo jeito é mais perigoso que sua mãe.

— Digamos que cada qual aqui, tem seu perigo, mas vamos sair, não querem estar aqui quando os seres se desfizerem dos espíritos dos seres.

— Não entendi.

— Anjos, ou seres angelicais, mantem sua jovialidade, se alimentando da alma de seres fortes. – Pedro.

Os seres recuam e Nick fala.

— E os chama assim, tá maluco.

— Eu enfrentaria Beliel por minha vida, você não? – A pergunta direta de Pedro fez o rapaz olhar para ele.

— Sim, mas pelo jeito eles não o querem enfrentar.

— Digamos que evitamos o que não sabemos as consequências.

— E o que faremos agora? – Yuri (Moreira).

— Temos uma hora para comer algo.

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Moreira sorriu, pois o menino não parecia preocupado com o fato dos seres estarem ali, e parecia querer algo a mais.

Começam a sair, Siqueira passou a mão na cabeça da Moça que sorriu, não sei o que ela sentiu, mas Pedro os observava.

— Por que não confia neles. – Moreira em Russo.

— Digamos que nada que não conheço, confio totalmente, talvez tenha tamanha dificuldade em confiar, pois não conheço quase nada.

— E o que pretende com aquele cristal?

— Moreira, aquele buraco sobre mais de 70 metros, sinal que ele entrou por ali, sinal que deve ter uma laje superior, quando a determinarmos, implodimos e vamos tirar aquilo dali, logico, bem protegido dos olhos.

— Vai precisar de um cargueiro.

— Não sei se alguém é maluco para pousar naquela pista lá encima.

— Não viu nada Pedro! – Nick.

Pedro sorriu, era um desafio, mas Pedro nunca imaginaria como eles sairiam dali.

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Setenta e Nove Sabrina olha ao corredor um rapaz abrir o corredor e viu

os programadores entrando na peça.

Os mesmos pareciam cansados, exaustos, as olheiras, nitidamente estranhando onde estavam.

— Sabrina, finalmente um rosto conhecido! – Mick.

— Como estão?

— Não sei onde estamos, o que esta acontecendo!

— Digamos que uma amiga esta nos cedendo a instalação dela para nos esconder antes de entendermos quem é o inimigo.

Mick olha os demais e fala;

— Pensamos que morreríamos lá.

Jonathan olha para Nick e pergunta;

— O que eles queriam?

— O que nunca tivemos acesso, a base de programação do eP1.

— Idiotas! – Sabrina olhando revoltada, vendo os demais, depois acalmou, indicou um quarto para cada um, e passou a informação na rede para Priscila que eles estavam acolhidos.

Jonathan olha para Sabrina voltando ao sistema e pergunta;

— Perguntou para este Pedro o que lhe perguntei?

— Sim, mas soube que a base dele em Curitiba é maior que esta e maior que a de Moreira.

— Acredita nisto?

— Jonathan, este servidor é mais rápido que tudo o que vi na vida, sabe disto.

— Vi, mas acha que eles os matariam?

— Eles não sabem o que foi a estrutura do programa, quando a mais de 2 anos me deparei com a programação

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Jonathan, a palavra era, simples, para quem olha e lê a programação, impossível antes de a ler.

— Você ajudou a fazer ele?

— Não, mas ele abriu o projeto com nós para fazermos uma parceria a dois anos, dois anos de aplicativos, mas a parte interna, mudou apenas no numero de entradas, não na estrutura, é algo que somente quem fez, sabe a genialidade.

— E eles não sabem, morreriam pois não sabem, e Carter nem imagina isto.

— Agora entendo por que Dallan fez aquela burrada, eles me torturariam até saber o que sei, nunca soube de alguém que não falasse quando deles querem que falemos.

— Sabe que Dallan está do outro lado?

— Jonathan, posso estar errado, mas vamos ter de enfrentar um rapaz que deve sair de cooperador com a segurança nacional, para adversário da segurança nacional.

— Por que acha isto.

— Ele neste instante, esta numa antiga base Russa, era para estarmos lá, mas se o menino tiver entrada no Mossad, e na Máfia Russa através de Baku no Azerbaijão, esquece, chutaram um senhor aliado para o campo adversário.

— E fala com ele mesmo assim?

— Jonathan, olha em volta, estamos na nossa nação, num buraco profundo, que aguentaria uma explosão nuclear na superfície, num servidor que é o mais complexo que já trabalhei, e não é o servidor do menino ainda.

— Então por que estamos aqui?

Sabrina sorri e fala;

— Por que tenho de garantir a vida da minha família, ela não tem paizinho no exercito. – Sabrina foi grossa, mas o menino ficava na acusação, e ela apenas querendo salvar os demais.

— Não precisa apelar.

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— Esta me acusando Jonathan, eu quero sobreviver, e como você disse, o único que conheço no exercito, esta do outro lado.

Sabrina liga o sistema, e tenta se concentrar.

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Oitenta Pedro olha para Nick e pergunta;

— Por que parecem falar outra língua.

— Eles são da região. Falam uma língua local, eu nasci em moscou, então falo russo.

— E o que faz tão longe de casa.

— Acho um pulo ir para casa, mas o que um adolescente faz tão longe de casa?

— Digamos que quando se fala em guerra financeira, alguns me temem, mas quando me veem, deixam de temer e acham que podem me matar.

— E veio fazer o que aqui?

— Digamos que estou segurando este projeto a mais de um ano, está na hora de tentar.

Moreira (Yuri) chega aos dois e pergunta;

— Para onde?

— Khazar!

Nick olha par ao menino.

— O que tem em Khazar.

— Quando o sistema me indicou a 2 anos a possibilidade, comprei o complexo das ilhas e a terminei, Yuri sabe que estou sempre procurando lugares para investir.

— E o que faremos lá?

— Só vendo para entender! – Pedro olha para Moreira e pergunta – E dai Yuri, como vamos tirar aquilo dali?

Pedro olhava para o senhor e fala.

— Sabe o peso de algo como aquilo?

— Umas 30 toneladas!

— Se pesa apenas isto, por que ninguém as tirou do lugar ainda?

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— Por que ninguém sabe inverter a frequência magnética delas, algo tão poderoso que as prende ao planeta! – Pedro olhando para Moreira.

— E sabe como o fazer?

— Acha que viria aqui se não tivesse como?

— Pensei que queria apenas a isolar! – Nick.

— Nick, agora eles sabem onde está, então temos de tirar daqui, logo depois esvaziar, ou acha que em poucos dias eles não tentam de novo, e de novo, até entrar?

— Infelizmente sei que sim, mas vamos para onde?

— Eu acho que existem muitos lugares melhores que este para fazer uma base. – Pedro provocando Moreira, que pelo jeito, assumira aquilo de alguém, nem deveria ter noção do cristal e seu valor, apenas assumiu como parte do que comprou do antigo regime Russo, quando o Azerbaijão conseguiu independência.

Estavam conversando quando o menino olha para a moça ao fundo, estava assustada ainda, mas viu que ela recuou, estranhou, pois sabia quem chegava, os demais poderiam se assustar, mas Pedro olha aquela luz atravessar o corredor, talvez dos presentes, somente Pedro tivesse visto Beliel tão de perto, o menino de asas mais temido daquele planeta, o ser que desafiou Deus em defesa do que acreditava, um menino em espectro com lindas asas brancas, que andou direto a Pedro, sem olhar os demais.

Siqueira olha a reação de Ciguapa, estranha, ela estava com medo daquele ser, que parecia uma criança, mas Pedro entendeu quando aquele menino chegou perto, pois um cheiro horrível vinha da porta ao fundo, que se abrira, a que o cristal estava, quase apagado nesta hora.

Pedro sentiu o ser lhe esticar as mãos, todos a base pararam diante da imagem, uma coisa é falar de anjos, de espíritos, uma coisa é ver um anjo, com suas asas dobradas as costas, como se estivessem abraçando as costas, encostando as pontas das asas nos ombro daquele pequeno ser.

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Pedro sente o toque e olha para Beliel, sabia que ele não lhe falava, não por que não queria, mas por que seus ouvidos não foram para ouvir um som tão agudo.

O silencio foi cortado pelos estalos vindos da peça as costas, mas Beliel olhava nos olhos de Pedro que ouve em sua mente.

―Nem todos os segredos do universo, são para os Rosa, estes tem de entender, que certos caminhos, são apenas para os demais!‖

— Não me quer em que caminho, Beliel?

―Está base eu fecharia pequeno Rosa, pois tudo que vem dela, é algo ruim, sei que pretende tornar algo em dinheiro, mas saiba, a verdade não ajuda pequeno Rosa, quando o importante é seguir as cegas.‖

— Por que nasci tão ruim em charadas?

Pedro o vê sorrir, afastar a mão e abrir suas asas que estavam as costas e fazerem um gesto leve entre a frente a as costas, e sumir da sua frente.

Moreira iria perguntar sobre aquilo, mas Pedro foi a porta aberta, e caminha naquele corredor, muitos vieram as costas, e a pedra estava quase sem brilho, se via o grande cristal, parecia um diamante esférico de 22 metros de altura, mas coberto de um liquido visguento e fedorento, Pedro olha para Nick e pergunta.

— Teria como limpar isto?

— Agua aqui é raro, mas damos um jeito.

Nick olhava para o menino que volta a sala e olha para Siqueira.

— Como estão.

— Ele pareceu feliz quando sentiu a pedra, depois receosa com o cheiro que vem por ali, agora parece se perguntar o que é você?

— Pedro Rosa, mas ela parece ainda com medo.

— O cheiro parece não a trazer boas recordações.

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— Uma pergunta Siqueira, se tivesse como a devolver ao seu mundo, acha que ela gostaria de voltar?

— Acha possível.

— Não sei se ela quer, isto que não me faz preocupar-me com isto.

— E o que acha que tem ali?

— Eles vão limpar.

Nick olha para uns e fala algumas coisas em Azerbaijano que ele não entendeu, mas viu eles começarem a passar um grande tubo pelo corredor, pareceu ouvir um barulho ao fundo do corredor, um motor e depois o rapaz olhar para ele.

— Vamos ver se conseguimos abrir aquela porta lá em cima?

— Porta?

— Este túnel é largo, foi usado no passado para abrigar ogivas nucleares.

— E o cristal não atrapalhava?

— Sei lá, isto foi na década de 70, eu era uma criança. – Fala o rapaz sorrindo.

Eles começam a subir por uma lateral, as pessoas olhavam desconfiados para aquela moça que os seguia, depois de um tempo, pegam uma espécie de elevador de carga, e Pedro vê eles chegarem a uma parte mais alta, se via a parte a uns 100 metros, que fora bombardeada, a uns 20 metros abaixo do ponto que estavam, ele olha para um local e o rapaz olha para longe, Pedro vê aquele imenso avião chegando ao longe, imenso mesmo, olha para os rapazes ao chão começarem a aparecer e a sinalizar, tinham jogado algo sobre os buracos dos misseis soltos, parecia uma espécie de piche, e vê o imenso Antonov começar a tocar o chão, com todas aquelas rodas traseiras na parte inicial da pista encoberta a uns 2 mil metros, viu o mesmo passar por eles e parar, ainda sobraram uns 20 metros de pista, mas vê o piloto com maestria chegar ao fim da pista a usando para fazer a volta.

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Loucura seria fazer aquilo, pensou Pedro;

— Nosso transporte até Baku.

Pedro sorriu pensando que eles iriam entrar naquilo e subir na mesma pista curta e estreita.

Vê chegar alguns ao avião e vê a parte frontal começar a se abrir.

Outro rapazes chegavam ali e Pedro viu que era uma grande tampa a frente, não sabia se iria direto, mas viu os rapazes chegarem com macacos hidráulicos e aquilo começou lentamente abrir para o norte.

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Oitenta e Um Os bombeiros na base ao norte do Pentágono, depois de

mais de 3 horas de explosões e controle, com o exercito protegendo a entrada, os bombeiros chegam a região central do barracão de onde tiram homens nus e intoxicados com a fumaça, tudo a volta queimado.

— Quem está comandando aqui? - General Klemer para um soldado a porta.

— Ainda não entramos, estão tirando soldados e pessoas da parte central da base, não entendemos o acontecido, mas temos mais de 20 mortos na parte externa senhor.

— Alguém viu algo?

— Ninguém relatou ainda, as câmeras estão todas destruídas, o serviço interno, implodido, mas estamos apenas protegendo o local, mas ainda não existe ninguém no comando.

General Klemer liga para Carl Frost e fala;

— Secretario, estamos segurando uma informação, e preciso de ajuda para a esconder.

— Fala.

— Parece que a base que Carter mantinha os programadores, que os demais achavam estar sumidos, e estavam apenas trabalhando para ele, foi implodida, não sei o que falar, diria terroristas senhor, mais de 20 mortos, estamos tirando pessoas ainda intoxicadas da base.

— Vai dizer que estava apoiando Carter general Klemer?

— Ainda tentava descobrir o que ele pretendia senhor, mas faz referencia a um sistema seguro, que nos desse toda a proteção de dados.

— Estou acionando o pessoal, em que base aconteceu?

— Na 12 da Virginia.

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— Klemer, versão oficial, para todos, acidente de gás gera a explosão, em um barracão de combustível de aviões da Aeronáutica, entendeu?

— Entendi senhor, o que mais?

— Estou acionando alguns, e vamos isolar a base, se afasta dai e se apresenta ao Pentágono, quero conversar, sabe onde está Carter?

— Entre os intoxicados senhor.

— Manda ele para o ambulatório do Pentágono, se tiver alguém de patente maior, faz o mesmo.

— Certo, estou saído.

Klemer olha para o rapaz do exercito que dava segurança e fala.

— Segura todas as informações, a base é da aeronáutica, e vão assumir.

— E os mortos?

— Segura as informações, segredo militar soldado.

O soldado entendeu, nada do acontecido sairia dali, e a discrição nesta hora era essencial.

As ordens de isolar e mudar a direção de proteção fez um agito na rua, mas segurou-se toda a linha de carros a mais de 10 quadras dali, isolando tudo.

A fumaça baixou, e não se tinha a verdade dos fatos daquela operação ainda, os técnicos da Aeronáutica isolam e começam a fazer uma varredura fina no lugar, estranho a única bala encontrada no local, ser as dentro dos corpos e no joelho de Carter.

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Oitenta e Dois Norman era um Azerbaijano que a 12 meses trabalhava

no restaurar e terminar o projeto das Ilhas Khazar e olha para o engenheiro.

— Como está o projeto?

— Estava quase tudo pronto, mas não entendi, estão instalando aquelas dois imensos cristais sobre os dos teatros nas pontas ilhas, onde era para ser dois pequenos museus.

— Como está a instalação das linhas de fibra ópticas? – Norman.

— Prontas?

Estavam em um prédio de 30 andares, estavam no topo, e a frente se via os dois guindastes tirarem do imenso cargueiro aquele segundo cristal e começar a ajeitar sobre uma das estruturas do domo superior de um dos museus, olhando de cima, era algo que ganhava destaque naqueles dois braços que se estendiam a frente, acabando rente ao mar Cáspio.

Norman olha um rapaz chegar a sala e perguntar;

— Vai verificar o andamento da obra Norman?

— Instalaram o sistema?

— Sim, mas não entendi o que faremos?

— Também não sei! – Olhando uma armação nova que colocavam bem a frente do prédio. – Sabe quando chega o ultimo cristal?

— Nem sei o que é isto?

— Diria que o proprietário é meio lunático, não tenho como discutir com as excentricidades do dono, dizem que ele deve surgir entre hoje e amanhã aqui, e não quero saber de atrasos, dizem que vem junto com o ultimo cristal.

— De onde vem estas imitações de diamante? – O engenheiro Russo que fazia aquela obra.

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— Dizem que parte veio do Afeganistão, e este vem sei lá, do Irã.

— Por que ele está estragando o projeto inicial Norman?

— Diria que ele parece nem saber onde ficamos, ele vem do outro lado do planeta, Brasil, para mim lá só tinha índio, mas dizem que ele vende diamantes, e quer usar o local para ser representação de seus diamantes nesta região.

O engenheiro olha os cristais ao sol e fala;

— Talvez isto explique, se ele vai por 3 cristais de mesmo tamanho ali fora, talvez seja bem para representar o que ele vende, mas sinal que ele vai investir pesado nisto.

— Dizem ser um dos maiores produtores do mundo! – Norman.

— Mas por que os cabos ligando eles e servidores a eles?

— Quer ver algo incrível senhor? – Norman ao engenheiro.

— Algo incrível?

Norman fez sinal e subiram para uma parte acima, tinha-se um imenso vidro que dava visão do mar Cáspio a frente, mas tinham alguns servidores e um teclado a frente.

O senhor chega ao teclado e liga o cristal que estava instalado, e aquilo começa a absorver energia, e o engenheiro olha para aquilo e fala;

— O que é isto?

— Os cristais são de acumulo de energia senhor, eles tem uma capacidade de absorver energia durante o dia inteiro, e brilhar durante a noite, não vi isto ainda, mas segundo a previsão, algo incrível, mas não sei ainda, mas os níveis de absorção destes cristais são incríveis.

— Pelo jeito este senhor vai fazer historia na historia?

— Este jovem, ele 16 anos senhor.

— E acha que os níveis de absorção ele vai usar para que, iluminar as ruas, o que acha?

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— Não sei, mas ele depois de anos, assumiu este projeto e outros 22 no país, que estavam abandonados, agora vamos ver onde ele pretende chegar.

Ficam conversando e ajeitando os últimos detalhes daquela central de comando, que não entendiam, viam o projeto e as telas começando a ser instalar, na parede as costas, o servidor e o conjunto de informação capaz de gerir aquele servidor, confirmando o funcionamento das câmeras externas, e tudo mais.

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Oitenta e Três Sabrina vê dois rapazes chegarem a ela e perguntam;

— Como vamos ficar Tenente James, acha que eles vão considerar como uma fuga?

Sabrina olha para uma tela e coloca as Imagens da CNN falando do incêndio;

— Estamos aqui na região de Maryland, onde um incêndio em um estoque da Aeronáutica de combustível, o prédio veio a baixo, e locais afirmam que algumas pessoas saíram do barracão intoxicadas, não me confirmaram, mas parece que na explosão ouve mortes, mas como ainda não foram identificados, pois estavam carbonizados na parte que não dá para ver daqui, estão ainda fazendo o rescaldo e depois que for seguro, vão começar a tirar os corpos.

— Não entendi? – Jony.

— Estou acompanhando, mas no barracão, existia uma parte ao fundo, que parece que haviam mais de 20 corpos, estes foram carbonizados, poderíamos ser nós lá! – Sabrina.

Jony olha as imagens e fala;

— Falaram algo de nós?

— Nem citaram, não estavam lá para eles.

— E o que o pentágono declara, deve ter acesso. – Jonathan que estava meio num gato e rato, que Sabrina não havia entendido.

— Não tenho como olhar, mas queria falar com vocês dois! – Olhando para Jony e Dalton.

— O que quer?

— O rapaz me passou que vai tentar fazer uma experiência fechada em Baku, com o cristal, não sei onde fica, mas ele daqui a duas horas vai fazer as ligações para cá e vamos receber as imagens, gostaria que conseguissem registrar o máximo que puderem.

— O que ele vai fazer? – Jonathan.

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— Pelo que entendi, ele dispôs em um complexo a beira do mar Cáspio, replicas dos cristais, quero ver se ele conseguiu chegar perto dos valores dos mesmos – Sabrina olha para Jony – Compara os níveis de radiação e brilho – olha para Dalton – Verifica os dados de absorção e brilho, não entendi ainda o que ele quer, mas disse que dispôs um novo tipo de placas de absorção a toda volta do prédio que ele fez sua base em Baku, de frente ao Mar, e quer ver os níveis de interação, de energia, e se dá para atalhar isto.

— Atalhar? – Jony.

— Sabe do que falamos Jony, a CIA nos proíbe de vender isto, mas se um cristal de um cm³ abre um portal para perto, se ele conseguir acumular energia num cristal semelhante, qual o portal que ele abriria.

— Acha que ele conseguiu?

— Não sei, mas se conseguiu, ele vai estar perto do que ele quer, descobrir de onde veio isto, e se entendi direito, quer mandar de volta para casa está praga.

— De que praga está falando? – Jonathan.

Sabrina sorriu e olhou para os três e falou;

— Segredo de estado, que um estrangeiro sabe, não é bem segredo de estado! – Fala ela colocando as imagens dos Ciguapa a tela.

— Está falando serio que tem alienígena lá?

— Lá, no Afeganistão, na Guatemala e no Brasil!

— Isto é parte do segredo que querem saber? – Jonathan.

— Não Jonathan, o que eles querem, é o conjunto de programação, junto com o cristal verde, que gera os números que estamos conseguindo.

— Não entendi.

Sabrina havia colocado o primeiro novo projeto no jogo, e os números estavam assustadores, estava conseguindo naquele meio dia de funcionamento, mais de 2 bilhões de dólares em entradas, comprando novas armas, de todo lugar

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do mundo, ela aponta a tela e joga o esquema de pagamentos para o jogo na tela e fala;

— Tanto o cristal verde que desenvolvemos o jogo, quanto estes seres não são do planeta, talvez todos saibam, ou desconfiem, mas todos os pontos que interagimos no jogo, é um holograma criado a partir do cristal referente a lugares existentes.

— Fala serio?

— Sim, mas o cristal não é um criador de holograma, ele é um projeto pelo que entendi, sobre mais de 30 planetas habitados, quando o rapaz viu a descrição de Ciguapas em um dos planetas como parte extinta, ele comparou as historias, pois estamos falando em um planeta que nós não sobreviveríamos, mas seres que precisam de apenas sol e humidade para viver, sim.

Dalton olha para Sabrina;

— Por isto sabia que poderia se abrir mais?

— Não, sabe que antes de poucos dias, as determinações do sistema colocados lá por Pietro e aquela Any, nos proibiam até tentar uma interação maior.

— E qual o risco?

— Este é o problema, o rapaz acha que existe perigo, e que se não tivesse, eles não retransmitiam.

— E o que quer que tentamos a nível de se ele conseguir abri o portal? – Dalton.

— Verificar se bate com qualquer coisa que conhecemos, com qualquer planeta que interagimos.

— Pelo menos um alivio! – Jony.

— Alivio? – Jonathan.

— Ele vai tentar abrir isto no Azerbaijão, não estarei na sala ao lado se algo passar.

Sabrina olha para Jony, muita criatividade as vezes fazia as pessoas sonharem com algo muito terrível e sorriu da ideia em si.

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Oitenta e Quatro Pedro olhava aquele cristal e chega ao lado, põem dois

cristais em três pontos específicos, e os mesmos começam a absorver a energia daquelas pedras, gerando uma carga de oposição ao eletromagnetismo que ela tinha.

Pedro olha para a câmera e olha para Moreira;

— Colocou repetindo as imagens?

— Sim, 7,5 dias e começa de novo.

— Sabe que os dragões vão estar por perto!

— Acho que até um general vai estar por perto?

Pedro olha para Moreira e pergunta;

— Quem lhe pagou para chegar perto Yuri?

— General McLinn!

— Tô encrencado, segurança Norte Americana para o Oriente Médio, o que ele quer?

— Disse que precisava entender o todo.

Pedro sacode a cabeça, toda vez que este pessoal sabia de algo, complicava, mas o que poderia fazer agora.

— Como vamos erguer algo assim! – Moreira (Yuri).

Pedro olha em volta e fala.

— No Afeganistão tivemos de abrir o buraco, aqui já tem ele.

— Você tirou o do Afeganistão?

— Moreira, isto nem o pessoal no Afeganistão sabe, em teoria reduzimos o brilho e o escondemos lá mesmo.

— E vai fazer o que com isto?

— Em Khazar lhe mostro.

Os mínimos cristais começam a brilhar e sente-se o magnetismos deles puxar todos os metais e a porta de ferro ao fundo bater e Nick olhou aquilo, aquela imensa pedra começar a flutuar, poucos centímetros, mas era incrível algo como aquilo, flutuar, diminuía todo o trabalho.

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— Se pode tocar na pedra? – Nick.

— Não, mas passa uma haste por baixo em 4 sentidos e começamos a erguer.

Os rapazes começaram a prender as cordas que vinham de cima, de onde se via a mais de 70 metros a luz.

O trabalho foi demorado, mas não pesado, depois de uma hora, estavam terminando de prender o cristal na parte interna do Antenov, Pedro viu a parte para passageiros, muito pequena, diante de um monstro de avião, mas realmente, entrou facilmente naquele, respirou fundo vendo o mesmo minutos depois ligar os motores e Siqueira olhar para ele.

— Por que está tirando daqui o cristal?

— Por que um dia teria de assumir o meu destino, assim como estou fixando três pedras em Baku, estou fixando outras 3 em Londrina, no Paraná, dois fluxos de energia nos pontos que não estavam, dois pontos de discordância, preciso ver se os cristais mudam suas versões sobre os acontecimentos.

— Ciguapa, perguntou o que pretende?

— Ela tem saudade de casa Siqueira?

— As vezes parece que nem lembra de onde veio.

— Se for seguro, pretendo lhes dar um caminho para casa, mas isto não sei se é bom ou ruim.

— E os demais?

— Parte esta chegando em Baku daqui a pouco, 20 voos de Antenov, vindos do Afeganistão, 12 da Nicarágua e um que saiu do Rio Negro logo após nós.

— Os está querendo dar um lar?

— Estou dispondo de um local fechado por enquanto, para tentar entender o que vou fazer.

— Quantos comporta o lugar?

— Complicado de saber, não sei como eles vivem nas cavernas Siqueira, tenho alguns prédios, milhares de quartos, mas não sei quantos se adaptam a vidas assim.

O avião vê a grande avenida e que ligava um conjunto de sobrados em uma ilha redonda vazada ao meio, e o

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complexo de prédios, Pedro passa o cinto, maluquice, Siqueira não entendeu, não conhecia o lugar, mas não parecia uma pista.

O Avião sobrevoa o inicio do circulo reduzindo a velocidade, e chegando muito perto da avenida, vazia ainda, não mais de dois mil metros, ele toca o chão logo após um canto de flores o chão, e sente-se o inverter dos motores, Pedro sorri, a adrenalina estava a toda.

Pedro olha para a outra ponta, onde havia a outra ilha e vê dois Antonov parados sobre a avenida, deveriam ter descido vindos de outro lugar, mas viu o avião quase parando, sentindo os 8 eixos de rodas do avião no chão, tocar a frente ao mesmo e parar.

Siqueira levanta-se e olha para fora, viu Moreira parar mais a trás com um helicóptero, olhando o grande avião atravessado em meio os prédios novos.

Pedro vê o rapaz do avião chegar a ele e falar;

— Aqui é até bem boa a pista para descer!

Pedro riu, e viu a frente começar a se erguer.

Sai para fora e vê os outros dois cristais, e olha para o pessoal começar a transportar o terceiro cristal.

Moreira olha os outros dois e chega ao lado;

— Eles nem imaginam a verdade.

— Moreira, nem você ainda!

— Vai fazer o que?

Pedro vê um helicóptero vir do fundo e fala;

— Depois falamos, que tal o capuz Yuri.

Moreira põem o capuz e Nick entendeu que iriam ao personagem, alguém que não sorria com a mesma frequência que o senhor ali quando podia relaxar.

Moreira foi no sentido de um helicóptero e Pedro olha para Siqueira e fala;

— 25° Andar, tem um quarto para vocês! – Pedro passando uma chave para o senhor que olha em volta e começa a caminhar no sentido do prédio que Pedro apontou.

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Pedro sentiu o telefone ao bolso, olha para o numero e atende;

— Fala Máximos.

— E dai, qual o risco ainda?

— Consegue uma autorização para conversarmos aqui em Khazar?

— Já está ai?

— Máximos, preciso lhe falar, e com poucos, vou fazer uma encenação hoje, mas pode ser, que se tudo der certo, abra uma fronteira que não sei ainda com quem dividirei, mas é algo entre Pedro Rosa e os Dragões, não tem nada haver com outros.

— Vou falar com um grupo, que horas vai começar os fogos? – Máximos se referindo a encenação.

— Os fogos começam assim que cair a noite, mas o que vou querer mostrar, perto da meia noite.

Pedro desliga e olha ao longe, olho para Nick que lhe faz sinal para manter a calma, lhe indicando onde estavam os demais, ele toca um botão a mão, mesmo invisível naquele dia de sol, levantou sua proteção pessoal.

Pedro olha para a imagem de Rita e Carolina, seus amores, olhou a imagem de suas filhas e sorriu, ele estava tentando manter a calma, mas no peito parecia que algo estava fora do lugar.

Sabia que toda a encrenca e olha para o prédio frontal, vê Norman chegar a ele;

— Como estão as coisas Norman?

— Não entendi, você isolou os prédios, vi que chegaram pessoas, mas quem está escondido ali? – Apontando os prédios.

— A noite Norman, quando não tiver tantos olhos, talvez entenda, pois eu também preciso entender.

— O que aqueles militares fazem no fundo?

— Exercito Norte Americano, pressionando pela Máfia, para ter acesso a mim, mas calma.

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— E vai mesmo me explicar para que tudo isto, vi que chegou o terceiro cristal.

— Norman, o que verá hoje, é nosso segredo, esta empresa vive de segredos, não de declarações, já tem muita gente olhando, mesmo sem que possa proibir.

— Pensei que a ideia era eles olharem.

— Não hoje, mas calma, eles instalaram os cabos?

— Sim.

Pedro olha para o prédio, as placas de absorção de energia a toda volta do prédio, pensa um pouco e caminha no sentido de Yuri.

Pedro não gostava de ficar as escuras e chega a Yuri.

— Problemas Yuri?

— Pedro Rosa, este é o General McLinn, ele gostaria de lhe falar.

Pedro olha para o general e lhe estica a mão;

— Problemas senhor?

— Você é o encrenqueiro que esta colocando o Pentágono em polvorosa?

— Que saiba não.

O general olha a instalação do cristal ao fundo e pergunta.

— O que vai fazer aqui?

Pedro olha para Yuri e pergunta;

— Vamos conversar um pouco lá em cima Yuri, precisando de alguma coisa me liga.

Yuri (Moreira) soube que o menino estava tentando se manter firme, vendo ele olhar para o senhor e falar em inglês, não em Russo.

— Poderia ser num lugar onde os demais não ouvissem?

McLinn olha para o menino e pergunta;

— Onde?

— A base disto fica na cobertura do prédio em frente.

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O senhor fez sinal para dois soldados que o acompanharam e chegam ao elevador e sobem, Pedro foi observando e quando chegou a sala olhou para o senhor e fala;

— Vamos a minha sala, não estou entendendo o que posso ser útil.

O senhor viu que da sala dava para ver a sala de comando onde eles saíram do elevador e para fora, onde instalavam aquele cristal.

Pedro olha pelo vidro, o senhor pôs os dois soldados a porta, e falou;

— O que pretende rapaz?

— Não sei no que posso ajudar senhor?

— Estava conversando com uma amiga, ela me aconselhou não lhe jogar na oposição, mas está metido com estes que estão lá em baixo.

— Quem lhe indicou não me ter como inimigo, já que não me acho tão essencial assim.

— Priscila de Sena, me recomendou não lhe transformar em um terrorista.

— Senhor, eu nunca seria um terrorista, eu preso a vida.

— Mas está de acordo com a máfia.

— Eles são como os seus, se fendem, e me entregam, acha mesmo que estou com eles?

— E o que vai fazer aqui?

— Uma tentativa de reprodução do que tem espalhado por outros pontos, mas ainda estou em acordo com alguns de seu país, pois não tenho como calcular tudo aqui, mas vou transmitir para Santa Monica direto, hoje a noite.

— Alguns tem medo do que você representa.

— Eu ter medo deles tudo bem senhor, mas eles de mim, não entendo, eu colaboro, minhas pesquisas estão sempre antes com eles do que me relatarem, estou sempre apenas dividindo a fatia de acionistas dos projetos, enquanto eles ficam e movimentam o bruto, não entendo isto que falam

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ser medo, para mim é desculpa para algo que não consegui entender ainda.

— Estava falando com meu filho, ele acha que pessoas como você são um perigo.

— Não conheço seu filho, senhor?

— Ele é parte dos engenheiros de software de Los Alamos.

— Esta dizendo que ele era, já que acabaram com aquilo tão rápido que não entendi ainda o que pretendem.

— Ele está no seu buraco em Santa Monica com Sabrina, e achou que não se deve deixar alguém de fora com tamanho poder de processamento em nossa nação.

— E veio fazer o que aqui senhor, não estou lá, me puseram para correr, ainda não cassaram meu visto, mas vejo que em breve nem poderei pisar em território Norte Americano, quando fizerem isto, vou vender tanto o terreno em Santa Monica como em outros 2 mil endereços, mas o que vaio fazer aqui, já que se deu o trabalho de pagar para a Máfia Russa para ter acesso a mim.

— Queria entender o problema.

— O problema é que toda vez que desenvolvi algo em Los Alamos me proibiram de comercializar, agora que desenvolvemos um jogo que pode gerar dinheiro, os mesmos que não veem com bons olhos comercializar os produtos, resolverem me cortar as pernas, por que duvida senhor?

— Eles parecem ter algum interesse a mais.

— Obvio, gostariam de ter acesso a programação básica do eP2, meu sistema, para fazer o deles, então o que eles querem é roubar a estrutura de programação do meu sistema, mas eles não entenderam, se eles entrarem e fizerem, no dia seguinte, eu altero o meu produto, lanço o eP3 e vou em frente, ou acha mesmo que vou ficar chorando migalhas.

— Sabe que tem uma ordem de prisão para você vinda do Pentágono.

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— Sei, ordem não declarada, oculta e protegida, para prender um cidadão Brasileiro, sem acusação, sem declarar que o prenderam, sem direito a defesa, e eu que sou o terrorista né.

— Defendemos nossa pátria.

— Vocês defendem a pátria, eu a existência, vocês falam em Democracia, mas democracia sobre alicerces mentirosos, não é democracia.

— Seu país também não o é.

— Não estou lá, estou na capital do Azerbaijão, Baku, de frente ao Mar Cáspio, para dividir algo que acho ser verdade, mas somente provando para que acreditem, e vou provar isto para o sistema que temos em Santa Monica, não para um bando de Soldados, que matariam a mãe se o presidente e a mídia a acusasse de Terrorista.

— Mas o que vai provar?

— Quero tentar fazer o mesmo que acredito que os cristais fazem, mas com estas replicas, mas pode dar tudo errado senhor.

— Por que aqui?

— Digamos que se a costa oeste do mar Cáspio sumir, minha casa estará lá no Brasil da mesma forma.

— E se não sobreviver a experiência.

— Vão saber que o poder dos cristais era muito maior do que calculei, muito maior do que a soma de tudo que pensei possível.

O senhor olha para o menino, não sabia o que falar;

— E por que não vai mostrar isto a todos.

— Senhor McLinn, se quiser ver, está convidado, mas estarão naquela sala, ali em baixo, Yuri, Máximos dos Dragões, eu e os técnicos, todos os demais, vão de folga assim que estiverem acabado a instalação.

— Quer vender isto?

— Senhor, se um dia souber quem é Yuri, CIA em pessoa infiltrada na máfia russa, sinal que vai entender por

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que ele lhe deu acesso, mas como toda CIA, poucos sabem o que os demais fazem, somente a direção tem alguma ideia.

— E Máximos?

— Senhor, eu me considero um Dragão de Abraão, então ele é minha ligação com os dragões.

O general olha para baixo e fala;

— E o que trouxe nestes aviões?

— As vezes é complicado trazer coisas passando por alfandega, imagina uma pedra destas senhor.

McLinn olha a pedra e pergunta.

— Qual a composição disto?

— Carbono prensado! – Sorri Pedro vendo Norman entrar pela porta.

— Vai querer testar o equipamento?

— Sim, embora ainda seja sedo para todo teste.

Pedro olha na parte baixa um Antonov manobrar e começar a acelerar e subir por um dos lados, olhando de cima, dava a sensação que as asas iriam atingir os sobrados no extremo daquela reta que acabava na agua, mas saem do chão e Pedro vê outro começar a manobrar e olha para o general.

— O que vai ser General McLinn?

— Não entendi nada ainda, o que você pretende?

— Eu tinha um receio, este, já neutralizei, agora tenho um segundo, vou enfrentar.

— Que horas vai ser a demonstração?

— Começa as 20 com o inicio das transmissões, depois vou a meia noite iniciar os preparativos, se tudo indicar seguro, vamos avançando, mas se tudo der certo, não dura mais de uma hora de testes extremos.

— Testes extremos?

— Somente vendo.

Pedro desce 4 andares e foi descansar um pouco, enquanto Norman terminava a instalação.

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Oitenta e Cinco General McLinn se afasta e olha para um cabo;

— Me liga com o Pentágono, me pergunta como estão as ordens lá.

— Sabe as ordens senhor.

— Saber é uma coisa, mas quando o fazemos em locais com câmeras, com testemunhas cabo, somos nós que respondemos pelos crimes, não os que mandaram e estão esquentando a cadeira no Pentágono.

O rapaz se afasta, McLinn viu que existia alguns que olhavam para o prédio de onde saíra e foram conversar com os dois soldados que subiram com ele.

McLinn já vivera isto, não era sua região, mas como Irã fazia parte de sua região, e ninguém ligado as novas republicas, que fizeram parte da antiga União Soviética quis se meter, lá estava ele.

Se afasta e chega a um carro e fala ao rapaz;

— Disfarça e tira todos que não precisarem estar aqui.

— Até quando senhor.

— Hoje estará cheio, e com gente de Israel que está chegando ali, e não temos como pressionar estes, melhor deixar para depois.

Os rapazes passam a posição e alguns começam a se direcionar ao hotel reservado na entrada de Kabu, um rapaz chega a ele esticando um telefone via satélite;

— General Carl Frost da segurança nacional.

Paul pega o telefone e fala;

— Carl, como estão as coisas?

— Pensei que você me relataria.

— Eu estou vendo um menino do Brasil fazer uma operação tecnológica para fazer um experimento em Baku, e fiquei na duvida.

— Qual a duvida?

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— Se quando as cenas de um brasileiro ser detido no Azerbaijão por um militar, for as mídias não serei eu apenas com as corda no pescoço.

— Muitos olhando?

— Estou tentando achar um melhor momento, mas com máfia Russa, com parte do Mossad, com uma porção de técnicos, e milhares de câmeras, isto vai vazar Secretario.

— Recomenda o que?

— Eu esperaria o experimento, ele afirmou que estará transmitindo para a base dele dai, então teremos dados sendo monitorados em solo Americano, verifica se o laboratório em Raton não consegue monitorar isto, coloca os satélites sobre o lugar, pois ele deixou bem claro, quando perguntei por que aqui, ele falou que se a costa leste do Mar Cáspio desaparecer, pelo menos a casa dele estará intacta no Brasil.

— Entendi, acha que podemos observar este evento, mas acha que consegue o prender?

— Acho que quem me mandou para cá, é para me ferrar, mas tudo bem Carl, estou aqui para isto.

— Acha que não consegue?

— Ele se denominou um Dragão de Abraão, sabe o que significa Carl?

— Não.

— Que ele se considera um Judeu, de uma das organizações mais mortais que conheço no Oriente Médio, que toda aquela operação que mandamos fazer, se desse resultado, iria feder.

— O que mais acha?

— Que ele está tentando algo que desconheço, a sala de transmissão dele, no prédio em frente de onde ele colocou três imensos cristais parecidos com aqueles, que tem no Afeganistão e na Guatemala, mas se for isto, acredito que ele vai tentar ativar eles senhor, e se ele reproduzir aquela linha de energia, sei que muitos vão o querer vivo.

— Acha que ele está experimentando algo único?

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— Senhor, esta ligação é fechada, mas lembra aquela sala de placas que temos na base de Tampa?

— Sim!

— Posso estar enganado, mas o prédio em frente aos cristais, parecem ter sido revestidos com aquele material.

— Mas como, temos poucas placas.

— Senhor, o prédio tem 30 andares, e a sensação é que é inteiramente revestido com isto, assim como um outro prédio as costas.

— Digo que alguém esta nos escondendo a verdade McLinn, fica de olho, vou verificar o que podemos fazer.

— Aguardo, já que tenho de ficar olhando, mas tenho a sensação de que a CIA vai tentar algo antes, outra coisa que o menino me falou que não sei se é verdade, mas ele afirmou que aquele Yuri Romanov, é um agente disfarçado da CIA, que matou o primeiro Yuri.

— Verifico, mas se for isto, eles realmente vão tentar algo.

McLinn fica olhando para fora, e olha para os rapazes, os dispensa e caminha no sentido da rua e dispensa os outros dois que poderiam voltar cedo, pois era para uma operação no dia seguinte.

Alguns rapazes que pareciam ainda querer se infiltrar, olham para o general e chegam perto.

— Quais as ordens senhor?

— Me ordenaram observar o que ele vai fazer antes de qualquer coisa, mas como eles estabelecem como perigoso, o que vai acontecer aqui, e mandaram os demais se recolherem.

— Sabe as ordens finais senhor.

— O levar sem deixar a prova que fomos nós.

— Vivo ou morto?

— Se der certo a experiência, eles o vão querer bem vivo senhores, pois ele pode estar prestes a mudar toda a forma de captação e emissão de energia.

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— Entendemos senhor, nos retiraremos, quando devemos fazer uma nova operação.

— Primeiras horas do dia, vamos tentar ser discretos e eficientes desta vez.

Os rapazes sorriram, mas pareciam olhar para alguns rapazes da máfia, como se conhecessem os demais.

Os rapazes se retiraram, McLinn estava a observar o ultimo Antonov decolar, assustador, encantador a qualidade daqueles pilotos, capazes de decolar estas imensas maquinas em algo que não parecia possível, viu aquele senhor com capuz, e entendeu as ordens em Russo, dispensando os demais, alguns insistiram, mas o senhor ficou ali com um rapaz apenas, a olhar eles saírem, não entendeu.

Viu ele olhar para o rapaz que estava com ele e falar;

— Apoia o pessoal do Mossad, estaremos isolados aqui por mais de 6 horas, então sinaliza e entrada, barra tudo, lá na estrada, nada de chegar tão longe.

— O que vai acontecer Yuri.

— Pelo que entendi, um enfrentamento, entre os seres que estão nos apartamentos e os seres que tomaram seus mundos.

— E como são estes seres?

— Lembra daquelas pequenas aranhas?

— Sim.

— Ajuda o pessoal a derramar sobre as duas pistas de acesso uns galões de gasolina, espero não ser necessário usar.

— E vai ficar?

— Sim, talvez neste existência exista uma forma de alguns seres se entenderem.

— Sabe que alguns nunca pensam, apenas agem! – Nick olhando para McLinn que continuava a ouvir, seu Russo não era tão bom, mas pareceu entender que existiria perigo, e não entendeu nada sobre as aranhas.

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Oitenta e Seis Dallan é chamado a operação do Pentágono e olha para

secretario de segurança Carl Frost;

— General Dallan, preciso de você e se mostrar-se fiel a uma ideia, posso conseguir apagar todas as besteiras que alguns escreveram sobre o senhor.

— No que posso ajudar senhor? – Dallan que estava sem função, burocracia não era seu forte.

— Estou lhe mandando a Raton, se conseguir se entender com Any e fazer com que salvemos os dados no sistema da experiência que aquele rapaz vai fazer no Azerbaijão pode ter certeza, estará com um problema, reerguer Los Alamos.

— Mas qual a prioridade?

— Segundo o general McLinn, o rapaz vai transmitir para uma base no País, quero saber onde, o que, e por que alguém está nos traindo.

— Já pensou senhor, que algumas pessoas não estão traindo, mas usando o contato com o rapaz para obter a informação e assim poder a ter, não apenas deixando com o rapaz, o rapaz nunca teve a informação antes de nós, ele não era de experimentos, ele nos deixava fazer, tudo isto, em si, está acontecendo por que ele não pode fazer aqui.

— Acredito que mesmo que tivesse algo aqui ainda, ele faria lá, mas acha que consegue?

— Verifico senhor!

Dallan olha para o celular, pega um novo chip e coloca no seu celular entrando em um carro que o levaria para o aeroporto ao lado.

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Oitenta e Sete Pedro no comando olhando para fora aciona o sistema e

coloca a imagem de Sabrina James na tela;

— Como estão as coisas Sabrina?

Sabrina na sala, estava conectando as linhas, tentando ter o máximo de linha livre, quando vê a imagem de Pedro surgir em 4 telas, que antes davam dados do programa, um rosto formado pelos 4 painéis a parede.

— Onde está?

— Estou começando a liberar as câmeras Sabrina, as 4 a direita do seus comando, vão transmitir a pedra um, o conjunto na sala posterior, o segundo, e os da esquerda o terceiro, estarei neste conjunto.

Sabrina vê Jonathan olhando as instalações por trás e as pedras e fala.

— O que são aquelas pedras? – Jonathan.

Pedro olha o rapaz e mente descaradamente;

— Cristais de Carbono prensados. – Pedro olhando ainda para Sabrina.

— Quanto vale uma pedra destas? – Sabrina.

— Muito, pois é mais de 20 metros cúbicos de algo que é vendido e dado o preço a partir da quinta parte da grama. – Pedro a olhando aos olhos.

— O que pretende?

— Lhes devolver a legalidade, o que mais, eu os coloquei no problema.

— Sei, o que pretende ai?

— Sabrina, Dallan deve estar chegando em Raton, ele vai lhe ligar, e pede para ele liberar as linhas para ter o máximo de informação possível, teremos um satélite com imagens aéreas a cada 3 minutos, dá para os colocar no sistema através de Raton, mas o principal, mostrei os seus valores, eu espero que saia vivo disto.

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— O que vai fazer Pedro, parece se despedindo.

— Se der certo, Baku vai olhar para nós, se não der certo, pode esquentar e tudo explodir, mas uma explosão na frequência da minha proteção, o que quer dizer, morte, mas tenta registrar, mesmo que seja triste, cada segundo é importante.

— Não estou entendendo. – Jonathan.

Pedro olha para Jonathan e fala;

— Rapaz, seu pai estará nesta sala de comando daqui a pouco, é o único ser do exercito que vai registrar isto, aqueles vidros frontais, resistem a um míssil, mas não sei o perigo, mas existem 3 possibilidades, Sabrina sabe quais, mas acredito na saída três, mas seria uma maluquice se for.

— Por que seria uma maluquice? – Sabrina.

— Por que dai as pedras estariam transmitindo, e o não transmitir dos seres, não seria por que não queriam transmitir e sim, não queriam comunicar os demais a sobrevivência e quantidade deles.

— Não entendi.

Pedro olha para Sabrina e fala;

— Observa, pode ser algo frustrante, mas não acredito em frustrações.

Pedro se levanta e deixa as imagens aberta, Jonathan olha para o lugar e para os cristais e pergunta;

— Os demais cristais tem o mesmo tamanho?

— Pelo jeito ele estava planejando fazer isto, pois não se acumula e não se prensa algo assim facilmente. – Sabrina que começa a pedir a cada um para monitorar radioatividade, luminescência, e os demais começam a se posicionar, estava conversando quando seu celular toca.

— Como está Sabrina? – Dallan.

— O que precisa Dallan?

— Preciso saber o que tem de valor nisto, para que voltemos ao ponto que estávamos?

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— Sabe que vamos ter de engolir aquela Any sem falar nada senhor?

— Sei, mas me mandaram para Raton, para tentar descobrir o que aquele Pedro Rosa vai fazer no Azerbaijão.

— Consegue liberar linhas de transmissão de lá para cá Dallan, sei que não existem muitas ligações na região, internet controlada.

— Pelo que entendi, o menino esticou um conjunto de fibra óptica que vai do local onde ele está até Yerevan na Armênia, e de lá esta ligado a 4 saídas de fibra, uma para cada lugar, um pela Geórgia, um pela Turquia, uma pela Síria e outra pelo Iraque. – Dallan.

Dallan olhava para um técnico que fala;

— Conseguimos religar as ligações com os satélites, demorou mas está operacional.

Dallan olha para as câmeras e ouve Sabrina falar;

— Vou liberar para ai 4 linhas de transmissão que vem de lá Dallan, tenta salvar tudo.

— Tem as frequências? – Dallan.

— Estou lhe passando os IPs de entrada, não tem proteção, mas como não é fácil descobrir um IP no Azerbaijão iria perder tempo.

Dallan olha os números na sua tela e começa liberar os números e os projetos e fala olhando para os demais.

— Pessoal, atenção, vamos salvar cada vídeo que conseguirmos disto, não sabemos a urgência, mas me alertaram que os vídeos podem ser interrompidos, preciso deles o máximo que conseguirem.

Os dados dos satélites começa a chegar e começam a isolar por outro lado.

— Acha que ele não desconfia Sabrina?

— Acho que ele não esta em guerra com nós Dallan, mas sabe que podemos ainda colher as consequências.

— Sei que estamos com a corda no pescoço, daqui a pouco deve chegar Any, sabe disto.

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— Uma boa programadora, mas temos de saber nosso lugar Dallan.

Dallan olha para a moça e fala;

— McLann me mostrou os números do dia, tem gente querendo entrar de cabeça na grana.

— Sei que não tenho nada haver com isto General, eu faço apenas a minha parte.

Sabrina olha os dados e começa a salvar, seria uma tarde longa, pois começava a escurecer em Baku, mas ali, ainda era sol a pique.

Pedro olha para o general entrar e lhe fala;

— E o que está pensando General, quando vai me levar a força a sua terra?

— Sabe a missão, mas não entendi por que fizeram questão de que subisse.

Começava a noite, e o menino aciona os três cristais, os mesmos começam brilhar, cada um a sua vez e o rapaz alcança o óculos para o senhor e fala;

— Para não perder o foco senhor.

O senhor olha com o óculos e viu que aquele prédio começou a brilhar, os dados de absorção das placas eram passadas para o sistema e Norman fala;;;

— As placas estão absorvendo mais do que vamos precisar de energia para manter todos os prédios ao fundo.

Os Siguapas, os Curupiras e os Abarimon começam a sair a rua, sentindo os cristais, estavam a um dia escondidos, alguns tomaram sol as janelas, mas aqueles 3 cristais começaram a brilhar e Sabrina passa a mensagem para Dallan;

―Repara nas sombras a andar, dá para ver pouco, por causa da luz, mas verifica!‖

Dallan olha as imagens vendo que mesmo as câmeras foram preparadas para filmar com toda a iluminação dos cristais e vê os seres a rua e olha para Any ao lado;

— Por aqui?

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— O que é isto?

— Seres azuis e acinzentados, que viviam em 3 pontos do globo, pelo jeito o menino os reuniu no Azerbaijão.

O general Carl Frost entrava pela porta e pergunta;

— Quem são estes, que cristais são estes?

— Pelo que entendi, o menino reproduziu os cristais, e estes são os seres que ninguém fala que existem senhor.

Dallan olhava as cenas, vendo famílias inteiras, era estranho ver como eles ficavam próximos da pedra, mas como estas estavam a mais de 4 metros do chão, não era como nas cavernas, eles chegavam próximos, não a ela.

Sabrina passa uma mensagem para Pedro;

— Os reuniu todos?

— Não, tem um grupo que não tenho acesso, - Pedro sorriu – desculpa, não havia dividido isto, mas reuni os que consegui.

Siguapa chega ao lado de Siqueira ao local, os seus em um local aberto a séculos não via, e olha para os cristais e toca a cabeça de Siqueira;

―O que ele pretende?

―Ele quer fazer algo, mas não entendo o que!‖

As placas de energia estavam a absorver e retransmitir para um sistema de acumulo de energia abaixo dos cristais, Pedro acompanhava aquilo, ele parecia querer realmente fazer isto.

―Pedro, o que pretende?‖ – Sabrina.

―Eles aparentemente fugiram de lá Sabrina, nunca havia sentido o medo neles, mas algo precisa ser feito!‖

―Por que?‖

―Se o cristal que vocês tem, é a mesma base da tecnologia deles, eles são de mesma origem, e se um local foi atacado por algo que chamo de Ami, não temos como abrir os demais mundos e nos deparar com estes seres.‖

―Acha que terá risco?‖

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―Acho!‖

―Não iria falar dos cristais que criou?‖

―Não deveria lhe falar isto Sabrina, mas não criei cristais, não tenho como fazer algo assim, é uma bola de carbono prensado de mais de 22 metros, precisaria de mais de 70 toneladas de carbono para fazer isto, e uma pressão altíssima que não sei se consigo neste planeta!‖

―Tirou os cristais do lugar!‖

―Sim, e se os danificar, será minha culpa, não sua!‖

―Nos usou?‖

―Sabrina, nem tudo que fazemos, pretendíamos para agora, mas é que a posição de vocês, me forçaram acelerar, mesmo o cristal que repus no Rio Negro, era por saber da existência de um outro no Peru, que não sei quem pôs lá, mas é emprestado.‖

Sabrina olhava os cristais, quando Pedro inverteu os polos, alimentando os cristais com energia, Siguapa ao lado de Siqueira deu as mãos aos pequenos e começou a andar de costas, pelo caminho que viera.

Siqueira sentiu o medo, os demais foram se afastando dos cristais, o general olhava aquilo e Máximos perguntou;

— O que os está pondo medo!

Pedro olhou para Moreira e falou;

— Levanta as proteções Yuri.

Moreira sorriu e acionou uma linha de energia que os seres passavam, mas que cercava toda a região, se viu aquilo formar um circulo perfeito, onde o prédio que estava logo a frente, e os seres ao passar pela proteção paravam, como se tivessem segurança ali.

No centro da formação, com muita agua nos intervalos, agua salgada do Mar Cáspio, uma bola de energia, Pedro olha para Norman e fala;

— Vou lá, de forma alguma desliga a energia, não antes de ver-me.

— Certo, mas o que vai fazer? – Norman.

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— Não sei.

Pedro olha para Yuri que se posta ao lado dele no elevador, Máximos ficou com o outro general, viam as pessoas a rua, Pedro tocou no peito, a proteção se ergueu, mas com tamanha luz vinda dos cristais, não havia como verem ela, Moreira olha para o Rapaz e aciona a sua e fala;

— Qual o verdadeiro perigo?

— Abrirmos e não fecharmos a porta!

— Acha mesmo que algo vem por ali?

— Pelos meus cálculos Moreira, se eu passasse ali hoje, somente saberia do resultado, em mais de 36 horas, mas hoje estamos apenas estudando isto.

Os seres foram abrindo o caminho para os dois passarem, o general estava olhando de cima e olhou para Máximos.

— O que eles vão fazer?

— Pelo que entendi, ele está abrindo um portal, que se levar a algo, teríamos de esperar mais de 36 horas para saber, pois é algo muito distante.

— Acha seguro?

— Senhor, estes seres a rua, ele não quer por perto, não sei o medo dele, mas eles interferem em nossas mentes, eu odeio a ideia de os ter por perto, eles estão ali, e começo a me simpatizar com eles, sei que não é o que penso, mas o que eles querem que pense.

— E de onde saíram tantos?

— Quando ele apostou que era este o tamanho do problema, os seus ridicularizaram ele, ontem ele deixou de temer um tipo de fim, e começou a se defender de outro.

Pedro caminhava com calma e passa pela proteção, olha para a câmera e Sabrina ouve no outro lado do planeta;;

— Não se distrai, em dois minutos, terá a imagem chegando de mais de 6 mil câmeras a volta, registra tudo, não perde, pode ser minha chance de volta.

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Sabrina não entendeu, por que alguém faria isto, mas ela estava vendo as imagens, cada uma em uma tela quando viu uma leva de seres translúcidos surgir ao lado de Pedro, os generais olhavam de cima, não sabiam o que eram aqueles seres, mas viram os demais olharem descrentes para Pedro e Yuri.

Logo após passarem a proteção, os dois viam uma imensa nevoa ao centro da formação, negra, crescendo, parecia formar um imenso corredor com varias bocas, Pedro não sabia se poderia passar, não queria, ele olha para Beliel e este chega ao lado e Pedro vê o outro lado, cheio de pequenas aranhas, cheio daquela praga, olha as cidades vazias, elas comendo umas as outras, diante de um cristal esverdeado ao chão. Pedro troca o endereço. E sente Beliel a sua mente sorrir.

Pedro arremessa ao portal um comunicador, e olha para Norman e apenas fala no comunicador.

— Começa a inverter a energia Norman.

A energia parou de ser fornecida e passou a ser recombinada, Pedro deu as costas e começou a voltar, estava caminhando quando seus olhos foram para a Siquapa ao lado de Siqueira, ela continuava a recuar de costas, correndo sem olhar para onde, Siqueira as vezes olhava, mas a acompanhava, não entendeu, os demais seres pareciam normais, e passou uma pergunta para Norman.

— O que tem de diferente Norman?

Norman olha para o menino, não entendeu os segundos seguintes, o que estava as costas de Pedro encolheu de vez, e uma fagulha de energia, que se comprimiu no ponto, pareceu brilhar e explodir, Norman viu o menino e o senhor ao lado serem jogados no sentindo dos demais, a energia atravessar os seres e eles começarem a se desfazer e aparentemente sumirem, Pedro é jogado na fachada do prédio com muita força, o prédio tremeu com o toque da explosão, se não fossem as placas de absorção, teriam queimado.

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Sabrina olhava o ponto ampliar e ir reduzindo quem estava as costas a cinza, e viu quando a energia atingiu os dois cristais, e o que era uma explosão, se extinguindo, se espalhou, para se ter ideia, com exceção dos dois prédios frontais protegidos com placas de energia e uma aura de proteção provocada por elas, os demais prédios foram se desmanchando, com a explosão de cada um dos cristais, o que era um conjunto de prédios, virou um conjunto de restos aos pedaços, o que era uma experiência de retorno, gerou milhares de mortes, o que era um teste de energia, foi um fim sem precedente, o impacto atingiu um estaleiro a uns 6 mil metros e nada sobrou, em todo sentido surgiu uma onda saindo dali, com mais de 5 metros, afastada com violência, o que era um fim de dia quente em Baku, virou uma noite de terror em toda a região.

Pedro e Moreira, protegidos pelo artefato, apenas desacordam com o impacto a parede do prédio, uma desaceleração capaz de matar alguns, não aqueles dois.

Nick vendo a explosão, deu ordem de afastar, sentiu os carros serem jogados na avenida, milhares de restos arremessados no sentido deles, se protegeu, um rosto de duvida, algo muito errado havia acontecido.

O rapaz pega o carro após ver o desastre, dá sinal para os demais começarem a ajudar os demais, e sai em meio a desviar restos no sentido do único prédio que parecia ainda brilhar, a imagem do local sem os prédios como se tivesse sumido dali, deixou ele intrigado, mas agora era hora de tirar de lá algo.

Os demais estavam assustados, quando Nick sai do carro, olha os restos, era outro lugar, ele ajudou a por Yuri e o menino ali, viu o militar se escondendo ao fundo do prédio com aquela moça azul. Estavam assustados para reagir, o senhor parecia não querer ninguém por perto, parecia que não tinha ciência do que acontecia. Nick ajuda o menino a entrar no carro, estava muito tonto, e sai dali, sentia o chão tremer, parecia que não havia acabado ainda, embora, não se

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via mais nada além daquele prédio, dois restos de prédios a direita e o resto, eram apenas restos, não parecia com o mesmo lugar de horas antes, olhou ao longe e viu a pequena onda ainda se afastando

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Oitenta e Oito As noticias vindas do Mar Cáspio falavam de Tsunami,

num mar calmo, sem as explicações, sem as imagens de destruição sendo associadas a experiência, Dallan era chamado ao pentágono, enquanto Sabrina tentava entender o acontecido, sem a certeza que o menino estivesse vivo.

O mundo apenas compra a catástrofe, não o fato, algumas pessoas começam a estudar os dados e Sabrina fica revendo a imagem do menino falando para não perder nada, ela fica depois horas olhando as imagens, Jonathan não entendeu, o menino primeiro no que ele acreditava, parecia parecer fazer cena, mas quando a explosão foi destruindo e eles vendo aquilo pelas câmeras dos prédios que não caíram, ficou pensando o que ele queria, o que não tinha entendido.

Sabrina no fim do dia desliga o servidor e olha em volta, não estava querendo ver mais, muitas mortes, muitas coisas que não sabia se não poderia ter parado.

Continua...

Avançaremos mais dois meses para ir ao terceiro texto desta

historia.

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Ciguapa 3

J.J.Gremmelmaier

Ciguapa 3, é o encerrar de uma

aventura, agora estamos em meio a

sobrevivência dos últimos espécimes,

agora Pedro vê a verdade, que a moça

não lhe passava antes.

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Oitenta e Nove General McLinn olha para os demais, ainda perdido,

olhando o filho a sua frente, entre as testemunhas do inquérito do pentágono, ao qual os dois estavam envolvidos.

— Senhor Paul, poderia narrar os acontecimentos depois destas luzes que descreveu?

— As coisas são complicadas de explicar, estranho ver seres que não conhecia, e de um segundo para outro, aquela imensidade de seres, se transformar em pó, sei que estão dizendo que não tem como provar que aquele pó seja mais que pó, mas lembro de ligar para o esquadrão, estávamos sem luz, descemos os andares, ao chão, tudo destruído, estávamos olhando o helicóptero chegar, quando a luz do local falhou de vez, a proteção do prédio se desfez, e ele ruiu com os cais a frente, corremos ao helicóptero, dois rapazes que estavam ao prédio, afundaram com o prédio, pois não haviam chego ali ainda, se olharem por satélite, o que era um imenso local com prédios, com tudo para um grande evento, hoje é restos de uma ilha.

— Acredita que o rapaz de nome Pedro Rosa morreu?

— Não o vi depois da luz, assim como não vi o rapaz que denominavam de Yuri Romanov, alguns dizem que ele ainda toca a região, mas sinceramente, qualquer um com o mesmo tamanho, e um capuz a cabeça se passaria pelo senhor.

— Acredita que os cristais fundaram?

— A impressão que eu tive, era que haviam explodidos. Sei que os dados que chegaram a Raton afirmam que os mesmos explodiram, assim como a luz foi vista por todos a beira do Mar Cáspio, a onda provocada pela explosão foi catastrófica, mas não tenho todos os dados, sabe que me afastaram para achar um culpado, não que tivesse.

— Considera que fez o correto.

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— Senhor indagador, eu não posso lhe revelar segredos de segurança nacional, não posso revelar como minha defesa o que fui fazer lá.

— E observava ao lado do rapaz?

— Eu estava ao comando, não ao lado do rapaz, se estivesse lá, estaria morto senhores.

— Por que mandou nosso pessoal se afastar? – Outro senhor.

— Senhores, as táticas e o objetivo da minha ida lá não está em jogo, todos os superiores sabem o que aconteceu, eu a eles me relatei, mas sabem como eu que não posso usar isto nem a favor e nem contra mim.

McLinn olha em volta, estava fora de sua posição no exercito a dois meses, processos administrativos demorando mais que guerras.

Ele fazia as explanações, já repetira aquelas coisas na primeira e segunda estancia, agora ou eles engavetavam ou achavam contradições das versões.

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Noventa Dallan olha para Sabrina James chegando ao prédio da

Universidade da Califórnia, em Los Alamos, e olha e fala;

— Podemos conversar?

Sabrina olha em volta, estudantes, pessoas que não conhecia;

— Onde senhor?

— Vamos entrar!

Sabrina apenas acompanhou e viu que o elevador desceu e foram a um grande espaço que pareciam estar reorganizar as coisas, se via que fora parte do estacionamento do prédio, mas ela apenas vê o senhor parar e perguntar;

— Sabrina, senta ai!

Fala o senhor apontando uma cadeira;

Sabrina olhava em volta, apenas os dois;

— Tenente James, estamos com nossos cargos relocados, mas não temos os recursos que tínhamos, e preciso fazer algumas perguntas?

— Fala?

— Acha que consegue manter o sistema de jogos no ar?

— Sim senhor! – Sabrina estava sendo seca.

— Sabe se as entradas estão indo para quem?

— Pentágonos senhor, nem ideia onde.

— Precisamos falar sobre aqueles dados que você retransmitiu para Raton, sabe que vão fazer perguntar sobre aquilo.

— Qual a determinação senhor? – Sabrina sabia que pelo jeito iriam vetar tudo o que aconteceu.

— Algumas pessoas parecem ter pulado fora, mas preciso saber Sabrina, acha que o menino morreu?

— Senhor, não sei, não entendi nada do que aconteceu.

— Por que acha que não entendeu?

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Sabrina olha em volta, poderiam estar gravando tudo, não queria mais problemas.

— Senhor, achava que aquela demonstração era uma armação, o menino parecia inseguro, e nunca o havia visto inseguro, ele transportou gente do mundo inteiro fora dos olhos, para lá, gente que ninguém nem, poderia ver, confirmamos, ele transferiu para lá os dois cristais do Afeganistão e o da Fronteiro do Irã, sem que ninguém visse, não tem como ele ter feito tudo isto sem que ninguém visse.

— Por isto que estão interrogando o General McLinn!

— Senhor, MacLinn é Oriente Médio, mandaram ele para lá para ter alguém a culpar, pois nem Afeganistão nem Azerbaijão são áreas dele Dallan, sabe disto!

— E acha que todos fizeram vistas grossas?

— Senhor, pensa, qual o objetivo de tudo isto, algo saiu errado, pois eles fizeram de tudo para perdermos os satélites, eles fizeram tudo para nos tirar do controle, e alguém me diz que aquilo foi armação de alguém, nada explode daquela forma.

— Acha que tinha o que lá?

— O menino afirmou com todas as palavras de Yuri era alguém da CIA, se ele era, pode ser uma forma de transferir culpa, mas qualquer um que preparou, não tinha ideia do poder que estaria sendo testado ali senhor.

— E acha que o rapaz teria como sair vivo?

— Somente se a proteção dele foi desfeita pela explosão, não sei, mas qualquer coisa que tenha acontecido, não foi relatado como morte pela família dele.

— Não entendi Tenente?

— O pai dele é cronista, ele no dia seguinte não publicou uma crônica de criticas ou de pesar, ele apenas alertou que seu filho resolvera ficar um tempo sem escrever as crônicas.

— E se for para pensarmos que ele está vivo?

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— Senhor, a parte que ele havia comprado das ações, foram colocadas a venda, como se não quisessem mais, não parece que o rapaz fizesse isto se estivesse bem.

— Os rapazes da CIA afirmam que ele não retornou, e que as pessoas próximas dele, estão muito quietas, como se querendo que ele volte.

— Senhor, já pensou que Yuri pode dar cobertura para ele lá, mas não saberemos.

— E os demais cristais?

— Todos sumiram senhor.

— O menino pretendia algo maior, ou estou enganado.

— Eu olhei a imagem dele dando as costas para o experimento e começar a se afastar, ele sentiu algo, os seres sentiram algo, mas o poder de impacto sobre os dois foi grande e eles foram arremessados a frente, a mais do que a velocidade do som senhor.

— As ordens é tentarmos reconstruir a base, dizem que vão reerguer os sistemas.

Sabrina olha para o senhor e fala;

— Senhor, não gostaria de fazer parte da parte anterior, gostaria apenas da parte da divisão de jogos, não quero voltar a passar pelo que passei.

Dallan olha para ela e fala;

— Pensarei no seu pedido Tenente, dispensada.

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Noventa e Um Em uma fazenda, a beira do Rio Tibagi, quase na divisa

de Tamarana, ainda no município de Londrina, do outro lado do rio, São Jeronimo da Serra, Pedro olha em volta, olha os três cristais dispostos no terreno, naquele declive do terreno, onde não se via dos demais terrenos, talvez visíveis de alguns pontos do rio, mas estavam ali, como pedras soltas sobre armações. Dois meses haviam se passado, e Pedro olha para aquela formação e sorri.

Ao fundo a casa da fazenda, a toda volta, soja plantada, a perder de vista, Pedro evitava a muito falar com alguns, mas sabia que deveria ser monitorado, soube da catástrofe e se culpava por aquilo, para ele a manifestação seria a nível do portal, não a nível de tudo que investira naquele lugar, bilhões de sonhos e planos jogados fora.

Uma garota sai da casa, Rita, com uma criança de dois anos ao lado e olha para Pedro;

— Quando vamos voltar Pedro?

— Não sei, fazem dois meses, não tenho posição daqui se deu certo, estou apenas esperando, e nem sei o que, pode ser que tenha de esperar muito ou pouco, mas preciso pensar amor, não gostei do fim daquela experiência.

— E mantem estes cristais ai?

— Talvez seja nossa única saída, quando não sei.

Pedro pega a pequena menina e a gira falando;

— Ainda temos muito a fazer Rita, mas ainda não sei quando, mas pelo jeito está entediada.

— Muito entediada.

Pedro a beija e voltam para dentro da casa.

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Noventa e Dois General Dallan fora chamado ao Pentágono e não sabia

se mudaria algo, ainda era recente as ordens.

Dallan entra em uma sala e olha sentado esperando General MacLann, senta-se e olha o senhor e pergunta;

— Tudo bem General, como estão as coisas?

— Não sei, estou esperando o General Carl Frost, para me posicionar, mas pelo jeito, eles já traçaram seus planos. – MacLann olhando para Dallan.

O Secretario Geral de Segurança entra na sala com um senhor ao lado, CIA, e o senhor olha os dois e fala;

— Para quem não me conhece, Phill, Direção geral da CIA, e estamos aqui para uma diretriz que não vai sair por esta porta.

Os dois apenas concordaram com a cabeça e Carl toma a palavra;

— General Dallan, embora alguns apontem sua Tenente como uma Traidora, vai continuar ouvindo alguns falando isto aqui dentro, ela em uma ação independente, manteve os recursos que não esta nem interessada em saber para onde vai, vendo os esquemas que ela montou, poderia ter mudado os destinos de recursos e não mudou, ainda ampliou em 135% os recursos mensais.

— Qual a novidade nisto General Frost? – MacLinn.

Dallan estranha, MacLinn em defesa da sua Tenente era algo que não esperava.

— Preciso saber se dermos estrutura para ela, MacLinn, ela consegue chegar aos números que tinha nos indicado antes, teríamos recursos para 10% de todas as operações do exercito, vindas de recursos próprios, não de negociação com o congresso.

Dallan olha em volta e fala, não queria por a cabeça na forca, mas teria de deixar claro certas coisas.

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— Senhores, tenho de ser honesto, mesmo alguns fora desta sala não gostando.

— Não esperamos menos General! – Phill.

— Los Alamos tinha 50% das ações do projeto do Jogo, outros 50% eram do rapaz, mas Carter quando viu os dados caindo, vendeu 35% das ações, estamos segurando os números, pois General Frost, o que está vendo entrar nas contas, é 15% dos recursos, não os 50% de antes da operação que me tirou de lá.

Phill olha para Frost e pergunta;

— O que este Carter queria, se for serio, o recurso que estamos achando incrível, poderia nos gerir mais de 40% dos recursos que usamos quando em estado de alerta total.

— Tenho de verificar isto, mas qual a saída que indicaria Dallan?

— Senhor, as ações do jogo ainda estão abaixo do preço de quando eu estava lá, mas não havíamos comprado isto, tínhamos montado isto, eu gostaria de ter mais que 15% daquilo, mas minha parte é direção e tecnologia, não tenho nem a pratica de mercado, e nem a de guerra como MacLinn, sou apenas um General que estuda como ganhar guerras, não entendo de recursos.

— Imagina se entendesse Dallan, você mantinha uma base que era das que em teoria se alto sustentavam, da próxima vez que forem o afastar, melhor escolherem um economista para tocar! – MacLinn.

Phill olha para Frost e fala;

— Frost, vou desviar parte dos recursos da CIA para recomprar a parte da empresa, não sei se alguém vai querer vender, melhor nós com estes recursos que alguém de fora, mas não haviam me alertado disto, vou verificar, mas acho que podemos retomar e pressionar juntos o reconstruir das Bases em Los Alamos.

Frost olha para Dallan e pergunta;

— O que acha que aconteceu como o rapaz?

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— Não sei senhor, as imagens que temos, não o tem depois da explosão, o que indica que ele sobreviveu, é a calma nos negócios dele, mas não temos a informação, a CIA deveria ter a informação.

— E o que conseguiram das imagens?

Dallan pensa, poderia por a corda no pescoço neste momento e pular, mas precisava fazer, ele olha para Phill;;

— Senhor Phill, qual a intenção da CIA em destruir aqueles cristais, pois as imagens que temos, mostram os rapazes colocando explosivos abaixo da estrutura dos cristais, o menino estava prestes a mostrar ao universo que tínhamos como pular de galáxia para galáxia, e em meio a uma energia incrível, tudo explodiu. – Dallan olhando Phill.

Frost entendeu o que acontecera, esperavam uma grande experiência e acabaram por ter todos os incidentes, e a destruição dos ditos cristais.

Phill olha para Dallan, sabia que se ele tinha esta informação, toda a parte alta do pentágono tinha, olha para os demais e fala;

— Espero que saiba ocultar informação?

— Sabe que esta conversa não aconteceu Phill.

— Me indicaram o General MacLinn, não era para o prejudicar general, mas tinha de ser alguém que não conhecesse os nossos lá, mas me indicaram que o rapaz estava fazendo uma nova arma de guerra, sabe que destruímos e depois pensamos.

— Senhor, aquilo poderia ser uma arma, mas quando perguntei para Carter por que fez vistas grossas, ele induziu que queria ver se funcionava, e se iriam testar, melhor longe de nós, quando os dados que chegaram a Raton começavam a fazer sentido, tudo veio a baixo.

— Que dados.

— O menino jogou um objeto no portal, um rastreador, que cruzou algo que os cientistas acham uma impossibilidade pela quantidade de energia necessária, mas o rastreador já

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estava em questão de segundos, mais de 500 anos luz, quando perdemos o sinal, o menino iria ver para onde os seres iriam, ele queria os mandar para casa, melhor que ter de sustentar eles, e ficar com os dados da tecnologia, seria como se focássemos um planeta a 50 anos luz, e simplesmente passássemos para lá, mas tudo que ele queria provar morreu naquele segundo.

— Esta dizendo que o sinal se perdeu onde. – Frost.

— O sinal disparou para onde deve estar Andrômeda hoje, olhando, lá não tem nada hoje, mas é que como sabemos, estamos olhando o céu e vendo onde elas estavam a milhões de anos, não hoje.

— Esta dizendo que novamente ele queria algo para muda de planeta, sabe que já proibimos isto Dallan. – Phill.

— Senhor, vocês da CIA podem não gostar, mas sei, que se um dia alguém vier a nos invadir, ou nos ameaçar, como um meteoro, são os primeiros que vão querer pular fora, mas o que estávamos estudando, e querendo entender, é quem mandou 6 transmissores, pois estes cristais que explodiram eram transmissores, para onde transmitiram, e qual a possibilidade deles usarem estes cristais para vir direto, já que é evidente para nós que já mandaram alguns, a pergunta que queríamos responder, existe risco, se existe, qual, e de onde vem.

— Mas isto é maluquice, por que acha que algo assim nos ameaçaria?

— O rapaz tinha 3 teorias, e queria saber qual a verdadeira, pois tínhamos na nossa base, um cristal esverdeado que é procedente do carbono, mas da compressão de um ser que nunca foi da nossa camada evolutiva, embora pareça com algumas bactérias básicas, que nos dá por meio de sistema, o visualizar de pelo menos 30 mundos habitados, mas que não temos como saber onde estão. E por ultimo aquela armadura de um ser robótico, que os senhores da CIA em conjunto com um grupo Inglês fizeram questão de tirar da base em Los Alamos, o que os fez apoiar Carter para aquela

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operação que nos tirou recursos, uma base e por fim, 3 cristais únicos. – Dallan não estava pegando leve, ou ele trabalharia com apoio da CIA ou não iria por a cara dele a tapa, talvez a Tenente James tivesse razão.

Phill não gostou do tom e falou;

— Acha que está falando com quem?

— Com alguém que agora que vê a merda que fizeram, esta a fim de por a CIA nos nossos pés, como dona de parte daquilo que dá lucro, mas Phill, de que me adianta levantar aquilo, se vocês vão por gente lá e mandar tudo pelo ar?

— Tem de entender as prioridades.

Dallan olha para Frost e fala;

— Se a condição para reerguer é novamente por a vida na mão de gente que em nada presa a ciência, e sim poder sem sentido, pode me devolver a cadeia Frost, pois se é com isto ai que o Pentágono vai a frente, estou fora.

Frost sabia que Dallan estava pondo a corda no pescoço, ainda não tivera informação para dividir, e fala;

— Sabe o que está fazendo Dallan?

— Frost, estes ai que se fazem de amigos, colocaram Carter lá, detonaram os cristais em operação os transformando em pó, mataram no Cáspio mais de 300 mil pessoas, se é com estes que vai me por a trabalhar, esquece, eles vão fazer o mesmo em meio ao Novo México, explica para estes cara da CIA, que Novo México fica no Estados Unidos da América, não no México.

Phill olha para Dallan e fala;

— Acha que ganha o que me desafiando?

— Senhor, me responderia com sinceridade, por que a CIA vendeu um protótipo obtido de um povo mais evoluído, e o vendeu a uma empresa Inglesa?

— Não fizemos isto!

— Como digo, não gosto de trabalhar com pessoas sem palavra e que mentem olhando em meu olhos, pensei que Frost queria mesmo os recursos, mas querem apenas

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novamente me por lá para depois por toda a culpa sobre nós, e referente a Pedro Rosa, provavelmente, se não morreu, esta bem mal, um Brasileiro como falam por ai como se isto desmerecesse alguém, mas um gênio capaz de decifrar o que os nossos engenheiros demoraram mais de 3 anos e não conseguiam, uma perda, o alvo de vocês, matar mentes brilhantes, odeio gente que acha que matar gênios é parte do serviço, para mim, animais, que apenas tem poder, senhor Phill.

Dallan se levanta e olha para Frost.

— Algo mais General Frost?

Frost olha para Dallan e para MacLinn e fala;

— Poderiam nos deixar a sós. Dispensados.

Os dois saem e Frost olha para Phill e fala;

— Vocês estavam por trás de Carter Phill?

— Vai acreditar nele?

— Não quero uma pergunta senhor Phill, e sim uma resposta, já que vi que temos um problema serio, se foi a CIA que resolveu detonar Los Alamos, sinal que achavam que já tinham o que precisavam de lá.

— Sabe que muitos queriam os recursos, mas ignoramos a incapacidade de Carter de manter algo simples em funcionamento, não era para detonar, ele é um idiota, pensei que fosse um General, não um idiota.

— Phill, controla os seus, agora entendo por que a CIA se afastou da região nos dias posteriores, por que tantos morreram lá, mas odeio perder gente por isto, terá de relatar as ações da CIA Phill, temos de saber que lado vocês estão.

— Esta o levando a serio.

— Phill, Carter prendeu e torturou Norte Americanos que trabalhavam em Los Alamos, ele vai responder por isto, agora entendo que eles queriam algo a mais, e nada tinha haver com segurança nacional, vou acionar todos os seus na região para depor.

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— Acha que vamos ferrar com os nossos assim, facilmente Frost.

— Quer guerra Phill, não sabe mesmo com quem está se metendo, MacLinn, se ele pedir para os fieis dele detonarem com os seus, pode ter certeza, perde todos os homens no Oriente Médio, não mexe, aquele senhor que apenas ouvia, foi acusado pelo jeito por uma ato da CIA, e vocês levantaram as provas contra ele, acha isto correto Phill?

— Nos defendemos.

— Phill, se amanha não tiver todos os nomes dos que estavam no Azerbaijão e os relatos dos mortos, estará encrencado, pois se você resolveu limpar a área, para não assumir a merda que fez, pode ter certeza, vou lhe mergulhar na sua própria merda.

Dallan olha para MacLinn que fala;

— Vamos tomar um café Dallan?

Os dois caminham a uma lanchonete quase no centro da formação, onde se via o pátio interno do Pentagono.

— Como está sua situação.

— Pelo que entendi, estou a dois meses sendo acusado pela CIA, por uma operação que eles fizeram, estou tentando pensar para não fazer burrada Dallan.

— E o que precisa saber?

— Quais as 3 desconfianças do rapaz, vi que ele fez uma estrutura e tanto em Baku, ele não a faria se esperasse aquele fim.

— Existia a possibilidade de os seres estarem se escondendo aqui, existia a possibilidade deles serem uma estrutura abandonada ao espaço, e um deles estarem vindo aos poucos, onde mandavam os seres aos poucos para esta parte do universo.

— E por que ele desconfiou da ultima?

— General, quando nós tomamos a base no Afeganistão, os cientistas de lá, diziam existir perto de dois mil seres, o mesmo vai ver nos relatórios que nos apropriamos do Brasil e

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da Guatemala, não somariam nos 6 pontos, mais do que 12 mil seres, mas o menino nos provou que existiam já, escondidos, mais de 200 mil seres.

— Acha que eles morreram? – MacLinn.

Dallan olha em volta, sorri para a câmera e fala;

— Sim.

MacLinn olha para a câmera focada neles e fala;

— E como se mata algo assim?

— Eles são fáceis de matar, mas eles podem ter seres ao nosso lado, e não o vermos, o rapaz que acho que está se escondendo, provou que eles conseguem interagir sem serem vistos, e pior, forçar nossos cérebros a os aceitarem.

— Não entendi.

— Os humanos tem a tendência de ver todos como ameaça a eles, mas depois de horas na presença destes seres, não os achamos perigosos, todas as nossas desconfianças sobre eles desaparece.

— Acha que o menino os queria matar? – MacLinn.

— Acho que ele os quer mandar para casa, seja onde isto fique.

— ―Quer?‖

— General, pensa, todos aqui dizem que os seres se tornaram pó, mas o senhor os viu em pó ou apenas sumirem?

— Sumirem como se tivessem se desfeito no ar.

— Se eles se tornaram pó, estão ao meio do Cáspio dissolvidos na água, nós temos os relatos genéticos destes seres, seria o pó de mais de 200 mil seres, e lhe digo, não estão lá.

— E o que acha que aconteceu?

Dallan olha para a câmera e fala voltando os olhos para o General;

— Parte voltou para casa!

— Mas disse que perdeu o sinal, pensei que o sinal tivesse se desfeito.

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— Disse que o perdi, pois quem o monitorava era o prédio que o senhor estava, lembra como ficou ele?

— Desapareceu, se desfazendo e sumindo ao mar.

— Sim, acho que uma vez aberto, eles vão surgir do lado de lá, mas como perdemos a comunicação, levantamos os dados, mas sabe, estou sobre judice militar, então todos me olham como um traidor. – Dallan.

— E mesmo assim não baixa a guarda.

— MacLinn, através do sistema, conseguimos a um ano, no pré jogo, que dois jogadores entrassem num dos mundos e nos trouxessem o que a CIA se apropriou, algo que parece muito pesado para nosso mundo, mas que tem um sistema de energia interno, estávamos começando a estudar isto quando nos foi roubado, quando forço a porta, é para que nos devolvam o que nos roubaram.

— Esta dizendo que o que o menino estava demonstrando vocês já sabiam?

— Sabemos como funciona com os endereços preestabelecidos por eles MacLinn, e estes são todos dentro da nossa Galáxia, o rapaz estava querendo entender isto através de uma tecnologia que como ele provou, tem mesma origem, seria como provar que alguém em Andrômeda caminhou na nossa Galáxia, e se isto é possível aos demais, para nós seria um incentivo a correr atrás desta possibilidade.

— E pelo jeito a CIA os proibiu de estudar isto.

— Idiotas, pense MacLinn, quem nos apresentou a possibilidade foi o rapaz, quando ainda uma criança, 14 anos, obvio que ele continuaria em outro lugar, se não queríamos desenvolver aqui, ele o faria, e resolvem que ele deveria morrer, foi isto que eles fizeram.

— Ele provou isto?

— Ele parece ter uma proteção pessoal que queria entender, alguns dizem que ele é protegido por anjos, duvido disto, mas ele provou em uma tarde incrível MacLinn, que o tele transporte era possível, que a viagem a outros mundos

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era possível e que poderíamos desenvolver uma proteção pessoal que defende qualquer um de balas de médio calibre.

— Por isto acha que ele está vivo?

— Mas não quer dizer que ele não tenha sofrido na carne esta proteção General, não esquece, aquilo desintegrou prédios ao fundo como se soprasse poeira ao ar, e viu o que aconteceu ao prédio, assim que a proteção falhou, ele não aguentou e se desfez.

— Mas aquele militar Brasileiro e a moça sobreviveram.

— Senhor, eles se desfazem do corpo, e deixam a vibração passar, o menino desconfiava daquela moça, algo que não entendo.

— Pelo jeito ele desconfiava de todos.

— Com razão.

— E acha que isto vai dar no que?

— Senhor, nós militares respondemos aos mesmos que eles, mas eles acham-se independentes, sabe do que falo.

— Mantenho as proteções ativadas! – MacLinn.

— Proteções?

— Dallan, acha mesmo que apenas o Presidente tem uma daquelas proteções pessoais?

— Estava com ela ativada?

— Dallan, olha o nível de deterioração muscular dos cientistas que saíram daquele prédio, eles sofreram como o prédio, eu fui o único a sair de lá inteiro, por que acha que me processam, eles me queriam ou morto ou perto disto.

— Sabe que não deveria estar falando disto aqui General.

— Se nossos homens tivessem este tipo de proteção ao campo, não teria enterrado tantos com queimaduras, ou mesmo, visto alguns sobreviverem, mas que parecem qualquer coisa, menos humanos.

— Sei disto, mas sabe o custo que algo assim teria na mão de alguém de fora General?

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— O que achei incrível deste projeto que vocês desenvolveram lá Dallan, é a praticidade, o quanto passa desapercebido, nem tem metal para ser barrado em um detector.

— Disto que falo quando falo de custo, e tudo isto foi baseado em uma mente genial que eles querem matar.

— As vezes compreendo eles, mas como disse, se alguém assim é capaz de provar em uma tarde, o que me falou, coloca os incompetentes sempre com as armas a mão.

— O rapaz quando bem mais jovem, sofreu 3 atentados a sua vida que chegaram perto de o matar General, foi isto que o colocou a pensar e a trabalhar suas ideias, quando o vi a primeira vez, ele era uma criança em si, alguém que sozinho, desenvolveu o sistema que protege todos os nossos segredos, ele pode ser qualquer coisa, menos descartável senhor.

— Vejo medo dele nas palavras de meu filho Dallan, tem de relevar.

— Acho que seu filho o vê como adversário em outro campo, mas minha Tenente sabe diferenciar as coisas, e o menino aos 14 anos já havia deixado seus descendentes, alguém prematuro em tudo.

— Acha que ele voltaria a colaborar?

— General, quando ele se achar pronto, volta a aparecer, ele é alguém que põem medo em gente bem mais violento que a CIA, por mais que estes pareçam assustadores.

MacLinn olha para Phill chegar a eles e olhar para Dallan.

— Me paga por estes problemas!

— Assim que devolverem o que roubaram, pode ser Phill, mas antes, não, pensar em gente da CIA como violentos, como descontrolados tudo bem, mas como Ladrões eu não estava acostumado. Já que inconsequentes sempre foram, é só ver o LSD por ai para ver o quanto são idiotas.

— Acha que venceu, esta enganado. – Phill.

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— Phill, acorda, eu não sou seu inimigo, mas não vou morrer e fazer de conta que não sei quem atirou, quer me matar, a vontade, todos saberão que foi a CIA.

Phill olha em volta, as câmeras voltadas a mesa, e fala;

— Quer aquela coisa imprestável, devolvemos!

— Quero, é nosso, nos trabalhamos para conseguir, não um bando de engravatados que nem sabem de onde veio.

— Mas estaremos de olho!

MacLinn olha para o celular e o atende;

— Fala Sena.

— Certo, estamos gratos, mas se cuida.

— Só você para achá-los criança.

— Certo, dou o recado.

MacLinn olha para Phill e fala;

— Priscila de Sena lhe mandou recordações, e avisar que Dallan, e todos os envolvidos na operação em Los Alamos são protegidos do Exercito Norte Americano, e dela, e que se acontecer algo, você é o primeiro a pagar pelas mortes ou torturas.

Phill olha para MacLinn;

— Vai se bandear para o lado deles?

— Tentou me ferrar levantando dados que agora sei serem falsos contra mim Phill, para encobrir sua burrada, quer mesmo me desafiar?

O olhar do general de 50 anos, para Phill o fez recuar;

— Agora entendo por que não gostaram quando o Rapaz doou alguns protetores pessoais, perderam medo de vocês, mas saiba Phill, Sena não usa proteção pessoal, ela lhe mata com as mãos, para não deixar prova.

— A conhece!

— Ela que tirou meu filho da mira dos seus, e se tentar de novo, saiba, nem seu corpo vão achar para atestar morte.

— Me ameaçando?

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— Dizendo que se acontecer ao meu filho algo, melhor ter certeza que não foram os seus antes de sair a rua Phill.

O senhor sai pela porta e Dallan sorri;

— Você pelo jeito também não esta contente.

— Dallan, sou das poucas pessoas que estão no cargo que quero, mas que tem coragem, de todos estes a volta, de sentar a uma mesa com Priscila de Sena, eles a temem, e eles nem sabem o quanto ela pode ser violenta.

— Então você foi um escolhido para ter a proteção, interessante! – Dallan.

O rosto de indagação de MacLinn fez Dallan sorrir;

— O que quis dizer com isto Dallan?

— Dizem que o rapaz sempre passa a Priscila para intervir e distribuir a proteção pessoal, nosso presidente foi agraciado com a proteção quando teve coragem de sentar-se com ela a uma mesa, mas dentro de nomes que eles parecem confiar, eu nunca fui de confiança a este ponto MacLinn.

— E por que não confiam em você Dallan?

— Eles sabem que entre um projeto de evolução humana e um de supremacia Norte Americana, eu sempre preferi a Supremacia.

— E como eles sabem disto?

— Isto nem eu tenho acesso, Sabrina tentou me explicar algo assim, mas não entendo, o menino fez um paradoxo entre grandes mentes preguiçosas e parece que jogou no sistema mundial uma procura, e não pense que ele quer marxistas, cristãos, judeus, ele pareceu que conseguiu uma lista de pessoas que tinham projetos que facilitariam o futuro, não o presente, e diante disto, algumas pessoas foram agraciadas ou serão, de acordo com este parâmetro.

— E o que o menino, como você fala, queria com isto?

— Ele queria ajudar as ideias a enfrentarem o futuro, poucas mentes nos transformaram no que somos, mas hoje existem mais mentes destinadas a manter o que somos do que dar um passo a frente.

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— E pelo jeito, não fez resistência a tomada da base em Los Alamos.

— Se o fizesse, seria um traidor e não estaria em condição de levantar os fatos, Phill nos queria todos mortos, não sei o que tem contra o senhor, mas se ele forçou para lá, sinal que não o queria vivo.

— Acha que é pessoal?

— General, seu filho esta na lista de proteção de Priscila de Sena a mais de 3 anos, mas eles não sabem disto, nem o senhor deveria saber, ele só não tem um cristal de proteção por que ele continua sendo mais pela hegemonia que pela evolução.

— Mas eles pelo jeito o monitoram de perto!

— Quem indicou o nome dele para o laboratório, para poder fazer pôs e trabalhar no sistema, foi um rapaz que ele acha ser seu inimigo, por ser estrangeiro.

— E não teria como recusar?

— Se o sistema dele o coloca como Imperialista Americano, e o indica, desculpa, eu o passei afrente de todos os evolucionistas. – Sorri Dallan.

— E onde vai acabar isto?

— Senhor, se vamos recomeçar lá, isto virou uma incógnita.

— Por que?

— O rapaz nos dava acesso a cristais de carbono prensados, que valiam se fossem apenas diamante, mais de 60 milhões cada, mas ele o fornecia com o sistema interno, tem um, sabe do que estou falando.

— E vocês transformavam algo assim em proteção pessoal.

— Senhor, ele tem minas de diamante, ele fornece a custo de pedras baratas, agora vamos ter de comprar isto, prensar, e não sei se conseguimos a mesma qualidade.

— E como vão manter o programa de jogos então?

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— Este é baseado em um cristal que o rapaz nunca teve acesso, algo que não gosto quando some alguns em meio a uma crise como a que aconteceu em Los Alamos.

— E estes cristais são muito importante?

— Senhor, a composição de cada um, que dá a cor, determina cada um dos efeitos, podemos ter um cristal feito avermelhado e não ter os mesmos índices de componentes internos e não funcionar, vamos voltar ao zero em alguns testes, então se tem um protetor, o esconde, ou o usa, mas não esquece, são poucos que o tem.

MacLinn lembra de Sena falando que não existia preço por aquilo, soube que aquele diamante prensado de 4 cores, valia só ele mais de 60 milhões de dólares.

— E vai brigar com a CIA? – MacLinn.

— Primeiro quero o protótipo de novo, depois os cristais esverdeados que eles nos roubaram.

— Pelo jeito somente quem estava lá dentro teve acesso a tudo.

— MacLinn, tinha uma Tenente que achava conseguir fazer tudo, hoje ela não quer se dedicar a parte bélica ou de desenvolvimento de tecnologia, quer ficar apenas no sistema do jogo, pois viu a parte mais estranha e negra de nosso exercito, quando transformamos aliados em inimigos, do dia para a noite.

— Pelo jeito quando fala em partir do zero, está falando serio.

— Sim, estou falando serio.

Dallan e MacLin continuam aquela conversa, que era monitorada por outros, mas que parecia servir a Dallan como um informante aos demais, não queria ter de bater em todos para que eles soubessem de sua versão dos dados.

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Noventa e Três Siqueira olha aquela moça, ainda linda aos seus olhos

olhar em volta, como se faltasse algo, ela não queria dividir nada com ele, se isolara, lembra dela recuando, como se algo muito ruim fosse acontecer, lembra dela com suas memorias, não com aquela sensação gostosa da versão que ela geralmente lhe dava.

Parecia não ter para o acontecimento de dois meses antes uma versão boa, ela e as crianças o isolaram, como se ele não fizesse mais parte da família.

Estava sentado a sala quando viu um rapaz bater ao portão, olhou para o portão e apenas fez sinal para entrar, era Sergio Rosa, ele não parecia feliz, mas não sabia o que viria a ele, talvez uma agitação fosse boa.

O rapaz olha para dentro, não viu ninguém e perguntou;

— Foram embora?

— È como se tivessem ido, não falam, não interagem, ficam invisíveis aos olhos a maioria do tempo.

— Precisamos que retorne ao exercito Siqueira.

— Por que, se vocês me afastaram?

— Sabe por que o afastamos, não se faça de inocente, mas nem sei se meu sobrinho sobreviveu.

— Não saiu de lá com nós, se é o que esta perguntando, os militares americanos me deixaram em Telavive, aquele General Máximos conseguiu nos mandar para casa, mas não sei, tudo a volta virou restos, sabe disto.

— Todos sabemos, mas não temos acesso a base no Rio Negro, e achamos que você consegue entrar.

— Senhor, a base foi fechada pelo seu sobrinho, ele de alguma forma, tirou de lá o cristal e mandou para o Azerbaijão com todo aquele pessoal, a sensação de morte de todos, é o que os fez me isolar, não sei se posso lhe ajudar.

— Esta dizendo que o cristal não está mais lá?

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— Algo os explodiu, não sei o que, mas estávamos em meio a uma demonstração incrível do abrir de um portal para outra galáxia, a de origem dos seres, quando tudo explodiu.

— Não nos tiraria esta duvida?

Siqueira depois de dias viu a moça chegar a porta e olhar para ele e balançar a cabeça positivamente.

— Eles lhe ajudam!

A moça olhou descrente a Siqueira, ela o isolara, mas não queria uma ação que não pudesse controlar e chega e lhe toca a cabeça.

Siqueira viu um planeta muito distante, onde imensas construções existiam, uma leva de fome, de dor sentia-se mas olhando para o céu, não existia um sol brilhoso, parecia um cristal ao longe, que mal emitia luz, mas sentiu por ela a radiação a pele, e lhe olhou.

— De quando é esta imagem?

Siqueira viu em sua mente a terra das pouco mais de duas voltas em volta do sol, não entendera, mas sabia agora que ela não estava ali a muito tempo, ou eles se comunicavam.

A duvida em sua mente fez a moça olhar para ele, era uma decepção, talvez ela não entendesse, eram sentimentos, coisas que eles pareciam não sentir.

Siqueira olha para o Almirante a sua frente e fala;

— Vamos lá, mas vamos por terra.

— Por que?

— Senhor, por ar, batemos na proteção e nos despedaçamos, por rio, o mesmo, tenho de tocar a proteção, não me espatifar nela. – Siqueira.

— Pelo jeito perdemos um grande gênio.

— Se nem nos parentes distantes o rapaz podia confiar, como esperar que ele confiasse em alguém que vem de outra galáxia. – Siqueira fala olhando para a moça, ele sabia agora que ela viera recentemente, como ele não sabia, mas mostrava que o menino tinha razão em algo.

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Eles saem dali com dentinho a Manaus, onde pegam uma voadora e chegam o mais próximo da barreira, viam o rio barrado por metade do caminho, sinalizaram o lugar com boias, para os demais barcos não passarem naquele ponto, mesmo parecendo apenas um alerta de perigo.

Chegam a margem e andam em meio a floresta, se via o ponto que tudo virara um descampado com as arvores afastadas, aquelas que eles tiveram dificuldade de passar, pois estavam caídas sobre a floresta lateral.

Siqueira lembra do rapaz e toca na proteção e em sua mente vem uma pergunta;

―Grandes Amores‖

Siqueira sorriu, o menino pusera uma senha de entrada, mas talvez somente ele a pudesse responder, mas ele esperou a moça tocar a mesma, queria ver a reação, sentiu ela tirar a mão como se lhe desse um choque e olhar para Siqueira.

Siqueira toca a mesma e pensa, não revelaria a senha.

―Rita Ribeiro e Carolina Frota‖

Em meio a base, o sistema analisa a resposta, parece analisar o DNA de quem estava a divisa e em segundos fala na mente de Siqueira.

―Comandante Siqueira, és bem vindo, seu DNA lhe dá acesso, mas a resposta é incompleta, teria de a ter completa para abrir a base senhor‖

Siqueira olha para o Almirante, para a moça e pensa;

―Ele achava seguro abrir a base?‖

O sistema interpreta a pergunta e fala;

―Sabe se ele ainda vive?‖

―Atrás desta resposta que vim, não de dados, sei que apenas o sistema dele protege esta base, pois vi o cristal em outro lugar explodir!‖

―Se a sua busca é respostas, e não sabe se ele sobreviveu, acredito que ele ache que não teria perigo em abrir a base, já que se ele não está ai, a mais de 2 doze avos

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de uma volta ao redor da estrela, sinal que pode ser importante a vinda de gente a base.‖

―Requer uma ordem ou os quatro nomes podem estar em ordem aleatória?‖

―A resposta pode ser aleatória, pois sinal que sabe a resposta senhor‖

―Rita Ribeiro, Joseane Ribeiro, Carolina Frota e Camila Frota‖

O Almirante ao lado não viu o que fora feito, mas viu o grande brilho que tinha a frente, se desfazer, e começam a entrar, viram uma leva de rapazes apontarem as armas para eles e Siqueira falar;

— Relaxa rapaz, tivemos de vir por terra!

O rapaz lembra de Siqueira saindo com os rapazes a dois meses, estavam em si presos ali sem saber o que fazer.

— Quais as ordens Comandante Siqueira!

— Protege o perímetro, a entrada está liberada para entrada por 15 minutos a cada 24 horas, por aquele – Fala apontando o ponto que entraram – ponto.

Os rapazes veem a moça surgir ao lado de Siqueira, ele que estava arisco agora, não sabia o que ela queria ali, mas obvio, ela omitira algo, e obvio, o sorriso nos lábios dela ali dentro, não eram o que ele esperava.

Siqueira chega a base e olha para o cientista base e fala;

— Me relatem o acontecido.

Uma senhora olha para o senhor e fala;

— Senhor, por 60 dias não vimos nada de anormal, sobre o que quer relato?

— Sobre o sair e o que sentiram aqui, após as poucas horas do afastar dos seres?

— Como sabe que sentimos algo?

A moça olhou para Ciguapa e Siqueira olhou Ciguapa se falou;;

— Não me force ao lado oposto Ciguapa!

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Ciguapa olha para a seriedade de Siqueira, e não consegue chegar perto dele, para o tocar, sentiu a proteção a sua volta, ela gostava da energia, mas soube que ele queria a verdade, não alguém que lhe fora agradável, apenas quando queria ser agradável, ou quando achou que ele lhe indicaria o caminho.

A cientista sentiu sua mente ser largada e fala;

— Isto que sentimos, nossas mentes soltas, capazes de analisar os dados que tínhamos.

— E o que conseguiram?

— Acha seguro. – Fala a moça olhando os militares que vieram junto.

— Moça, se não tivesse desligado a proteção que o rapaz lhe dera nunca teria sentido o que sentiu agora ou antes, a interferência deles.

— Então para isto que servia aquilo.

— Ele precisava de respostas e preciso saber se ele precisa de ajuda, se está vivo, onde, e como o podemos ajudar.

— Acham que ele morreu?

— O que me assusta moça, é que não sinto sentimentos nestes seres, mas a morte dele, parece algo agradável a eles.

— E por que eles teriam esta alegria?

— É o que preciso saber.

Ciguapa olha para Siqueira, se ela o isolara se fazendo de atingida, ele sentia-se usado, e parecia não entender, talvez na ideia de procriação sem emoção, talvez na ideia errônea de que toda a evolução tendesse a destruição, uma ideia muito difundida entre os que estudam a vida fora deste planeta seriamente, não se falando em Ufólogos.

— Mas por onde começaríamos, sabemos que os dados foram parados, que não existem os dados finais.

— Se entendi a ideia, acho que não sei nada moça, sou um militar, mas ele deve lhe ter dado algo para monitorar.

— Um sinal, mas não entendo, para onde está indo.

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— Por que?

— Não sou astrônoma, parece olhando ao espaço, qualquer coisa num sentido sem nada.

Siqueira olha em volta, e perguntou;

— Por que parece mais limpo?

— Ele pediu que limpássemos as cavernas, com roupa especial, e tiramos de lá mais de 6 toneladas de um micro cristal verde, ele havia trazido um imenso compressor, e transformamos como nas dicas, nas pilhas ao fundo, de cristais esverdeados.

— E algo mudou com isto?

— Não sei, as vezes acho que estou maluca, fico pensando numa coisa e parece que algo me puxa a outro assunto, coisas muito malucas.

Siqueira não entendeu, a olhou, não tinha como saber o que estava acontecendo, mas ficou a olhar os dados e passou uma mensagem em português para o sistema que tinham com o antigo sistema de Los Alamos.

Sabrina estava olhando o sistema quando vê o sinal, pensou no rapaz, mas quando abriu o vídeo, se decepcionou primeiro por ser um rapaz que não era Pedro, mas soube que o senhor sobreviveu, não teve acesso a estes dados.

―Qual a urgência senhor?‖

―Pedro Rosa pediu para que esta base monitorasse um sinal ao espaço, mas parece ter chego lá 32 horas depois de ter sido emitido, mas não sabemos onde fica isto no espaço, parece bem longe!‖

Sabrina olha para Jonathan e fala;

— Chama o Kleber, ele tem pôs em astronomia se não me engano.

— Sim, por que?

— Não sei, mas chama ele.

Sabrina olha para a mensagem e pergunta;

―Teria como nos passar o sentido e os dados do sinal emitido!‖

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―Estou enviando, se pudesse nos ajudar, queremos saber se Pedro Rosa esta vivo, aqui ou em outro lugar!‖

A engenheira de software lê aquilo, poderia ser, era uma das possibilidades, começa a analisar os dados e vê Jonathan olhando pra ela quando ela calculava.

— O que está fazendo?

— Salvando em nosso sistema dados que não temos, como o da massa que foi transposta para o outro lado.

— Não entendi.

— Se tivesse passado para o outro lado, apenas a energia, ou apenas as pessoas, que acho que não passaram, se fosse só energia, não teríamos a massa de arremesso, se fossem os seres ao chão apenas, teríamos perto de 10 mil toneladas, mas parece que arremessamos pelo portal, mais de 10 milhões de toneladas.

— Está dizendo que a explosão dissolveu e enviou para o outro lado?

— Parece, os dados indicam isto Jonathan.

— Sempre desconfio de você!

— Mostra que ainda tem de crescer Jonathan, enquanto vemos fantasmas em todos não crescemos ainda.

Jonathan não gostava de quando ela o chamava de criança.

— Por que precisa de Kleber?

— Estou colocando as coordenadas do sistema, e o fazendo calcular, e quero saber se o que penso é real.

Siqueira desliga e olha para a cientista;

— Qual o sistema de calculo ela começou a fazer?

A moça olha para Siqueira, ele não deveria ser qualquer um, pois ele sabia que estavam interligados.

— Ela primeiro pôs uma incógnita sobre a massa disparada ao espaço, mais de 10 milhões de toneladas, estranho estes dados.

— Estranhos?

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— O sistema separa 10 mil toneladas de massa orgânica em 201687 seres, mas define cada objeto que ele calculou o lançamento, mas não entendi.

Siqueira olha para Ciguapa e pergunta;

— Por que não queria voltar? – Siqueira pareceu finalmente entender o que o menino queria com aquilo.

Ele a olhava quando a moça fala;

— Eles tem vídeos bem interessantes do por que não deu certo senhor!

— Quais?

Siqueira fica vendo os rapazes que deveriam estar fazendo segurança do local instalar explosivos plásticos nas duas armações frontais.

Siqueira sente a moça tocar sua proteção e sente em sua mente, que aquele mundo que ele viu estava morrendo, que precisavam de uma nova casa.

Siqueira mostra para o Almirante o porque dera tudo errado e começam a conversar, embora aquilo pelo olhar de Sergio Rosa perdera todo interesse, não tinham o cristal.

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Noventa e Quatro Sabrina estava debruçada no comando, vendo os

cálculos, quando Dallan chega ao local com MacLinn.

Sabrina não os percebeu, estava entretida nos dados que conseguira quando se assusta com o senhor e se posta e faz continência;

— Pode voltar ao que estava lhe entretendo. – Dallan.

Sabrina olha para ele e fala;

— Acabo de descobrir o que o rapaz fez com aquela operação em Baku.

— O que descobriu.

— Tive de passar cada segundo, duas mil imagens por segundo senhor.

— O que descobriu.

Sabrina para o quadro no momento que o menino é tocado por aquele ser translucido. Os dois ficaram vendo ali, MacLinn vira isto rapidamente, não assim, bem lentamente, mas quando o ser tocou a cabeça do menino, se via ao fundo a imagem de imensas aranhas se devorando. Somente em 2 mil quadros Sabrina conseguiu a imagem, era muito rápido.

— Ele abriu a passagem, mas o ser o fez ver o que tinha do outro lado senhor.

Sabrina foca na mão do menino trocando o endereço e por um instante se viu uma imensa cidade ao fundo, com milhares de seres, ele não parou naquele endereço, mudou um ponto e se viu um planeta virgem com milhares de seres a correr ao fundo, eram imagens rápidas, Sabrina acelera e eles veem ele sorrir e arremessar o controle ao negro.

— Está é a parte interessante Dallan.

— Interessante?

— Sim, assim que o controle entra no campo, ele dispara ao espaço, muito rápido, parecia estar uma hora ali, um milésimo de segundo depois a 100 anos luz dali.

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— Mas o que descobriu?

Sabrina passa um pouco para frente e se vê o menino perguntando o que estava errado, não se tinha o que ele olhava, mas se viu o grande brilho, e quando isto aconteceu, o menino sorriu, não pareceu surpreso, mas sim quando foi jogado para longe, atravessando tudo.

Não se vê mais o rapaz, mas se vê as câmeras tremerem, mais de 300 das câmeras pararem de transmitir e apenas as frontais mostrarem ao longe a luz chegando nos cristais, este era o ponto que ela não havia notado antes, a energia começa a reduzir, e depois a ampliar, se nota que ela tendia a ser absorvida pelo cristal quando estes explodem juntos.

— Senhor, os cristais iriam absorver toda esta energia, mas foram explodidos, não haveria a leva de mortes provocadas pelo tsunami, apenas os presentes que pelo que os relatos falam, não morreram.

— Como não? – MacLinn que estava no local e vira pessoalmente.

— Eles foram desintegrados e lançados ao espaço.

— Tem certeza?

— Os prédios foram lançados junto senhor, estava vendo a estrutura que o menino montou, os prédios no fundo eram todos colocados sobre uma estrutura de concreto, acredito que ele sabia que iria acontecer, mas não como aconteceu.

— Por que acha isto? – Dallan.

— Era para os cristais reabsorverem a energia, garantindo que não se perderia nada, existe uma segunda leva de energia, que parece ser protegida abaixo da parte que ficou lá de pé, que manteve todos a mais de 4 km de raio seguros, isto considerando que ele mandou retirar todos os demais, e os afastar.

— Acha que ele pode ter sido arremessado para lá?

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— Sim, acredito que esta seja uma das possibilidades, e quem me abriu isto foi a base desativada no Rio Negro senhor.

— Eles procuram o menino?

— Sim, mas pelo que entendi, ele arremessou a um planeta com vida em uma estrela parecida com a nossa, todos os seres de uma vez.

Jonathan olha o pai ali e chega a eles;

— Por aqui pai?

— Vendo que mesmo nossos olhos não são capazes de entender o que este rapaz sabia, mas se ele está tão distante, por que a calma deles? – MacLinn.

— Senhor, isto é um talvez, mas acredito que ele queria analisar os dados e passar para o outro lado, ele já sabia quando conversamos que a viagem duraria 36 horas, acredito que o que ele não esperava era destruírem os cristais.

— Acha que ele queria ir e voltar? – Dallan.

— Senhor, esta energia captada, esta superior ao que os cálculos apontam para o que precisa para abrir uma curva espaço tempo, mas ele talvez tenha desconsiderado alguns pontos, que não achou importante, como o vácuo.

— Imagina por que ele fez isto?

— Todos acreditam que se precisa estar no espaço para criar uma fenda destas, mas ele acreditava que a lei de Einstein estava certa, e que o que lhe ajudaria a dobrar o espaço-tempo, era a massa.

— A maioria fala que é impossível.

— Ele já havia nos mostrado Dallan, que com energia Neutra se conseguia, mas elas nunca nos deixariam pular para mais que 700 anos luz.

MacLinn viu que o assunto era serio.

— Acha que ele foi então?

— A pergunta senhor, é se chegaram vivos, ele queria manter o portal ativo para saber, mas obvio, ele não perguntou para eles se queriam, pois ele não queria eles aqui.

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— Nunca entendi isto.

— Nem eu senhor, nunca estive diante de um.

— Algo mais?

— Sim, algo mais! – Sabrina olhando para MacLann.

MacLann olha para a moça, ela mostrara o que ele vira de outro ângulo, mas nada de novo, se iria falar algo a mais, não seria com ele ali.

O senhor se despediu e saiu pela porta, Sabrina olhava pelas câmeras e as desligou;

— O que a perturbou?

Sabrina coloca imagens na tela e fala;

— Senhor, vou dividir com o senhor uma preocupação, mas vi que algo mudou.

— Senhor, estes seres – ela mudou as câmeras passando do Afeganistão e do Brasil – estão com a temperatura corpórea a 23 graus, mal se alimentam, estão emagrecendo, estão ativos mentalmente como nunca estiveram, algo os infectou.

— Como pode ter certeza.

— Não tenho, estou trocando ideias senhor, mas se foram, algo lá os infectou, e desconfio o que.

— O que o rapaz achou que você parece ter desconfiado.

— Ele mandou pessoas com as barreiras erguidas lavar e desinfetar todos os tuneis, mas obvio, não o fizeram como ele pediu, com a barreira erguida, mas – Sabrina mostra as pilhas – ele mandou um compressor de diamante para cada lugar, e comprimiu pequenos cristais que estavam as cavernas.

— E?

Sabrina põem a imagem dos cristais verdes e Dallan olha para ela;

— Eles produzem isto de alguma forma?

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— Senhor, não temos os corpos dos que morreram, e se eles não apenas morrerem, eles implodirem e lançarem cristais de reprodução ao espaço.

— Acha que devemos interceder?

— Passei a pouco o pedido de alerta para o Afeganistão, onde os nossos retomaram o lugar, sem resistência nenhuma.

— Se for isto explicaria o que o menino temia.

— Senhor, se for isto, pode se dizer que os mais animais métodos do exercito de manter isto sobre sigilo, nos protegeram do problema nos últimos 50 anos.

— O que recomenda?

— Senhor, nem temos o lugar pronto para estudar isto.

— E o que indicaria?

— Observar, isolar, evitar jogar pessoas lá antes de sabermos o que está acontecendo.

— Mas por que desconfiou?

— As pessoas começaram a falar sobre ouvir coisas a mente, pensei em se haviam mais seres ali, descobri que os satélites estão voltando as nossas mãos, não tem mais gente ali, existem ainda na serra do Curupira, mas senhor, se for real o problema, não queria falar assim, mas teremos de os isolar e destruir.

— Finalmente falando como uma militar Tenente.

— A evolução passa por estarmos aqui para viver senhor.

— Um ponto de convergência finalmente!

Sabrina sorriu sem graça.

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Noventa e Cinco Siqueira estava em uma sala do complexo do Rio Negro

quando vê a moça entrar pela porta, ela olhava-o com uma duvida, ela não entendia o que ele queria, para um povo que nunca sentira emoções, o medo já foi terrível, para quem nunca vira outros seres, aquele planeta era incrível, milhares de formas de vida.

Ela toca a cabeça dele, estava sem o cristal ativado, ele as vezes queria acreditar que ela apagaria sua memoria e voltaria a confiar cegamente;

―Não lhe quero cego!‖

Siqueira olha para ela, geralmente ela se comunicava por imagens, evitava palavras, entendia em parte, evitava mal entendidos, uma coisa é dizer, é ali, outra mostrar onde quer chegar.

―Eu me enganei com você Ciguapa, e sei que a culpa não é sua, é minha!‖

―Tem de ver que não entendo esta coisa de sentimento, sei que você pensa nisto, mas não sei o significado‖

―Alguns diriam que você só entende um humano, quando entende seus sentimentos, pois é o que o faz forte, é o que o faz fraco‖

―Como pode existir algo que lhe torne forte e fraco‖

―Quando se ama, se morre pelo que se acredita‖

―Não entendo algo que possa ser mais importante que a própria vida Siqueira, sei que vocês consideram os descendentes acima de tudo, mas para isto não precisa desta palavra, é sobrevivência da espécie‖

―Vi que não queria voltar, por que veio?‖

―Não viemos por que queríamos vir, de tempos em tempos eles escolhem alguns e os enviam, mas parece que não virão mais, pois o menino destruiu o caminho!‖

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―Ele os queria longe, ele não acredita em pessoas que não sentem, não se emocionam, não se preocupam com os demais, apenas com a própria sobrevivência!‖

―Os seus são assim também Siqueira‖

―Sei que alguns são, mas os poucos que não são nos forçam ir a frente, não os muitos apenas nascem e morrem‖

―Acredita que o menino era destes que forçam a evolução‖

―Não sei se ele está vivo‖

A moça toca na cabeça dele, e ele vê a imagem de Nick ajudando ele a entrar no carro antes dos demais chegarem, e Siqueira a olha.

―Então sabia que ele não morrera‖

―Você confunde tudo com estes sentimentos, sorri por que ele não havia morrido, você já interpretou por outro lado, vocês são tudo ou nada‖

―Entendeu o que ele fez?‖

―Me bato com esta tecnologia‖

―Ele abriu o portal, aquele pequeno anjo o mostrou que estava focado em um planeta apenas e Ami, ele mudou a programação, viu o seu mundo, viu que estavam superlotados, dai ele focou em um mundo virgem como um dia foi este, e os lançou naquele sentido‖

―Pensei que ele lhes havia lançado para Claueses‖

―O que é Claueses?‖

Siqueira viu em sua mente dois planetas habitados girando em torno de uma estrela, dois mundos prósperos, por séculos e séculos, dai eles tem as primeiras infecções por cristal e a tecnologia se ampliou, não se perdia mais o que se aprendera, iam sempre a frente, mas o sol deles estava cada ano mais fraco, alguns cientistas afirmavam que quando ele chegasse ao fim de sua vida ele explodiria, começam a se lançar ao espaço em vários sentidos, mas quando o maior projeto de retirada, o das luas Claues 1 a 10 no quarto lançamento se desfez por uma explosão não acidental, os

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seres em terra, sem ter para onde ir, começam a guerrear, o ódio cresce neles, guerras que devastaram Claues, forçando Claueses isolar eles.

Siqueira via as imagens, vê pela mente dela o dia que era tido como o fim deles, mas algo nos últimos dias da explosão adulterou a bactéria que estava dentro deles, ela não era resistente a certas radiações como eles, muitos morreram pelo morrer da bactéria, mas alguns ainda sobreviveram para ver que o sol não explodira, ele encolhera e parara de emitir luz, apenas radiação por anos, depois voltou a ter um brilho, mas agora muito mais fraco que quando um sol, eles como mais próximos da estrela quase apagada, conseguem manter alguma coisa, mas Claues vira uma pedra de gelo, Siqueira olha as imagens do planeta vizinho deles congelando totalmente, a atmosfera inteira vindo a superfície congelada.

―Porque nunca me mostrou isto?‖

―Você não entende, não temos saída, quando jogados aqui não podemos voltar‖

―Não entendeu, quando se esconde o perigo, nos parece que estão articulando contra nós, mas os rapazes da CIA sabotaram o rapaz, pensei que ele havia ido ao planeta, pelo menos ele esta por aqui, mas pode ter sofrido da pele‖

―Isto é real, o impacto foi violento‖

―Ainda estão lá?‖

―Dizem que as Ami estão no subsolo de Claues, daí nos isolamos, usando uma tecnologia de radiação, estamos lá mas não somos vistos‖

―Por que enviaram as Ami para cá?‖

―Posso lhe garantir que em Claueses não existe Ami, não sei quem as mandou‖

―Pelo menos sei que o rapaz sobreviveu, pelo menos ao impacto, mas por que não queria voltar?‖

―Siqueira, ninguém vem por que quer, existe um sistema de contagem do povo, e uma ordem de nascimento, quando isto por algum motivo não dá o resultado que eles querem,

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eles enviam a este endereço, que nem sei se sabem onde fica, os que acham estar sobrando.‖

―Enviam crianças para a morte?‖

―Defendem a existência de todos, mantendo o numero seguro de habitantes em um mundo lotado de gente e que não comporta mais‖

Siqueira a olha e fala;

— Vamos sair daqui!

―Por que?‖

— Não sei, estes cristais por toda parte, é o que?

―Nossa forma de manter a informação segura‖

Siqueira não gostou da resposta, sabia agora que estava infectado, e que ela não o alertara, parecia o querer infectado.

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Noventa e Seis Siqueira chega ao comando e apenas passa uma

mensagem para Sabrina;

―Sabrina, estou saindo daqui, acabo de saber algo que não sabia, eles veem de um sistema bem distante, nem sabem o local, eles se denominam de Claues, mas os cristais esverdeados que estão a toda volta, são contagiosos, eles são de uma espécie de bactéria parasita, não sei o que fazer, mas dizem ser algo muito infeccioso, eles usam a mesma para manter o conhecimento, mas não entendi isto, pelo que soube, altamente resistente a radiação, se alimenta de luz de qualquer forma‖

Siqueira sai dali e se embrenha a floresta, não sabia o que aconteceria, mas sabia que algo assim não seria deixado ali, e havia motivo para isto, mas se a infecção era resistente a radiação de uma estrela morta, o que a mataria?

Dallan olha a mensagem na caixa de Sabrina e a olha, ela estava tomando um café.

— Problemas? – Sabrina.

Dallan não tinha como abrir a caixa de mensagem da moça, mas fica ali a olhar para a mensagem piscando, depois a traduz, e olha para Dallan.

— O rapaz chegou a isto como? – Dallan.

— Não esquece, ele está lá com a ultima espécime que temos contato deste povo, mesmo sabendo da existência de mais.

— Vou a Washington relatar isto, me consegue os dados, e me vê o que posso levar junto, quero provas, eles parecem não acreditar em boatos, mas matam por fofoca.

— Vou levantar, estão jogando em um super microscópio no US Intrepid, e estão me passando os dados.

— Quanto tempo.

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— Vai para lá Dallan, vou lhe mandando as informações, se antes não tínhamos motivos, agora temos, pior, detonaríamos os locais e espalharíamos os cristais.

— Me verifica os habitantes da outra região na Serra de Curupira, pois se eles não estiverem infectados, algo naquele floresta também segurou a infecção.

— Verifico senhor, outra coisa, a radiação não era dos cristais, e sim destes pequenos cristais verdes.

— Os nossos não tinham radiação.

— Verdade senhor, mas se a estrela deles esta definhando, ela vai os encher cada vez mais de radiação altamente mortal.

— Faz sentido, são milhões de anos de evolução lá.

— Verifica também onde os demais exércitos enterravam os corpos dos trabalhadores, vamos ter de isolar General.

Sabrina levanta-se e pega uma caixa com um cristal verde todo em pó e fala;

— Eles não sabem que aqui é vidro, mas vai lá e os faz ouvir senhor.

Dallan pega o involucro com tarja de altamente contagioso e sai pela porta sorrindo.

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Noventa e Sete Siqueira volta a sua casa, vê alguém que a mais de dois

anos não via, o menino que tirou da base na Guatemala a lhe olhar e emitir um som muito baixo para a moça, ele odiava ver eles conversando, e não ouvir nada, mas obvio, estavam falando algo que não entendia.

Ele prestava atenção quando uma das meninas chega e lhe toca a mão e ele parece ouvir os sons, não entravam por seus ouvidos, mas pela mente, não lhe fazia sentido, mas sentiu na mente.

―Ele esta tentando a convencer de lhe desinfetar.‖

―Existe como?‖

―Sim, mas nunca fizeram em um humano!‖

Siqueira olha para a menina e sorri.

―Sabe que não somos humanos, nem misto disto, mas tem de saber, é um bom pai!‖

O menino, crescera um pouco, com aquela pele branca, olha para a menino segurando a mão de Siqueira, como se reprovando isto, mas ela lhe encara, os dois se olham muito sem falar, mas como se fosse um desafio, mas a menina ficou ali e o menino viu os outros dois chegarem e ficarem ao lado de Siqueira, não queria uma guerra, mas algo estava errado.

―Por que ela não me quer desinfetar?‖

―Algo sobre esperar você entender o problema para ai sim tirar isto de você!‖

―Continuo sem entender.‖

―Com o tempo, teria a memoria dos seres que tiveram esta infecção, lhe dando a ciência, e o conhecimento do que está acontecendo!‖

―Mas se tem cura tenho de avisar os demais!‖

―Ele não vai ensinar como curar pai, ele está propondo o salvar, não os demais!‖

―Veriam os demais morrerem sem problema?‖

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―Pai, este ser dentro de nós, um dia vai nos matar para passar a frente o que aprendeu com nós, quem sabe você ensina um o que é sentir, não entendemos disto!‖

―Não sei se gosto desta ideia!‖

Siqueira não falava, apenas trocava pensamentos, então o ser estava apenas olhando aquela família torta, o menino não parecia o querer na família, somente isto.‖

―Ele é possessivo, ele quer sempre ser o centro.‖

―Pelo jeito ele os pôs nisto!‖

―Ele convenceu a mãe que todos nós viveríamos melhor aqui, ela lá duvidava, mas uma vez aqui, ela olha para o planeta de vocês como um paraíso, o que todos lá juram não existir, lá se acredita que somos jogados as aranhas, por isto tememos o passar pelo portal, quem sabe um erro nos lance nas aranhas realmente.‖

Siqueira pensa em quantas vezes eles não falaram o que sentiam, o que viveram, por medo, ou por acharem estar no lado certo, não por que queriam lhe enganar.

―E por que vocês se infectam?‖

―A infecção é somente após o primeiro ano, ela nos força o crescer, o saber falar corretamente, o entender com toque as coisas, evoluímos em dias o que algumas espécies demoram séculos a evoluir‖

―Mas disse que a bactéria o vai matar!‖ – Siqueira olha a menina.

―Não temos medo da morte, temos medo de ser comidos vivos!‖

―De onde veem estas aranhas?‖

―Dizem que algo nos primeiros testes de saída de Claues, isto é a mais de milhão de anos, no lugar das pessoas passarem pelo portal, apenas a deixaram aberta a um mundo, e por este portal vieram alguns insetos, eles estudaram estes insetos como possibilidade de comida, mas assim que a nossa estrela começou a definhar, estas aranhas, já eram normais, pequenas e sem nada além de um veneno que nunca nos fez

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mal, elas foram adulteradas pela radiação da estrela definhando e começam a surgir outros tipos de aranhas, uma maior que outra, estas que chamamos de Ami, as aranhas que não fazem teias, elas antes de lhe comer, parecem emitir um som como se querendo uma resposta, não entendemos o que é este som, e logo depois elas avançam, sempre em grupos.‖

―Ami, para os habitantes desta floresta, são Aranhas que não fazem teias, fazem perguntas, uma vez respondida corretamente elas lhe deixam em paz, não as satisfazendo a resposta, lhe devoram!‖ – Siqueira.

―Como um povo tão recente saberia do que vivemos do outro lado deste seu imenso‖

―Não entendi esta parte ainda filha!‖

A menina sorriu e o menino a frente pareceu ficar mais furioso e falar algo alto, pois até Siqueira como seus ouvidos ouviu o ruído. Ele sentiu ela lhe apertar a mão;;

―Ele não lhe quer mesmo na família, uma criança!‖

Ciguapa chegou a Siqueira se abaixando a sua frente, já que as duas meninas estavam cada uma sentada em um lado;

―Ele afirma que não posso lhe trazer a família, que não saberia o que poderia acontecer com você!‖

―O que acha?‖

―Que ele é possessivo!‖

―Na verdade ele é precavido, ninguém sabe o que pode acontecer, mas pelo jeito, não era o que os demais queriam!‖

―Temos estudado vocês, deve saber disto!‖

―Sei que nem tudo foi falado Ciguapa!‖

―Sabe que meu nome não é este!‖

―Se um dia eu conseguir falar seu nome, lhe chamarei com todo aquele agudo!‖

A moça sorriu e olhou para as filhas que entraram e o menino pareceu ficar mais calmo.

―O que ele sabe que não sei?‖ – Siqueira.

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―Que espero algo que todos diziam impossível em meu mundo, que os seus cientistas afirmavam ser impossível‖

A moça coloca a mão de Siqueira em sua barriga;

―Sabe que elas nunca foram suas filhas, mas as trata como sendo, as viu nascer, mas elas foram geradas antes de eu vir a este mundo Siqueira, agora vamos a algo que não entendo, e ele tem razão, talvez fosse a hora de tentarmos nos livras disto, mas teria de ver, prefiro que seja em um ou dois meses, pois você saberia o que sinto, e quero depois do nascer de nosso filho tentar o mesmo.‖

―Por que se desinfetaria?‖

―Siqueira, os seus vivem de 60 a 100 anos, quero ver meus filhos correrem por este planeta, mesmo o ser dentro de mim falando que não devo.‖

―Ele não pode lhe matar para evitar isto?‖

―Siqueira, se ele me matar agora, eu e ele morremos, ele não tem idade para formar os cristais, então tanto o meu como o seu caso, eles podem espernear, mas não se matariam de proposito.‖

―Terrível a ideia de saber quando se vai morrer!‖

―Acho o oposto terrível, é forma de pensar Siqueira!‖

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Noventa e Oito Dallan chega a sala de reuniões e viu ali mais de 12

generais, não saiba que todos estariam ali, mas parecia que o General Carl Frost não queria esperar, isto deixou o Dallan preocupado, pega o celular e olha uma mensagem e Sabrina, guerra foi o que passou pela mente do senhor.

Carl fez sinal para Dallan vir a frente e falou;

— Senhores, como falávamos, estamos pretendendo retomar todas as bases que tiveram estes que é sigilosa a informação que pisaram aqui.

Dallan olha para Carl como se perguntando sobre o que falavam;

— Senhores, consegui autorização para a investida ponto a ponto, não sei ainda como entrar em algumas, mas vamos estudar este problema. Queria passar a palavra para Dallan, que vem como os motivos de tal operação.

Dallan olha os demais e fala;

— Antes de qualquer coisa, gostaria de ressaltar, que informações que saem de Los Alamos, faladas porta a fora é crime contra o estado. – Dallan olha para Carl e pega a caixa a mão e fala – Temos um problema, não esperava falar assim em um auditório, nunca fui didático, para isto tenho minha engenheira chefe, mas ela está ainda estudando as possibilidades.

— Qual a urgência destes ataques se antes você mesmo defendeu o não atacar. – Carter.

Carter que entrava pela porta:

Dallan põem a caixa ao bolso e olha para a porta, e vê outros chegando e fala para Carl;

— Isto está aberto demais para o que vou revelar, se quer circo novamente, Carl, esquece, mas depois não reclama. – Esta parte ele falou baixo.

— Não vai responder!

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Dallan olha os demais e fala;

— Desculpem, não confio em quem acaba de entrar, torturador de norte americanos, assassino de norte americanos, se vocês já o soltaram e querem atacar, meus pêsames, não vou detonar um lugar para este ai, vender para outros.

Dallan olha para Carl, não estava entendendo, e sai pela porta como entrou.

Carl olha para Carter e pergunta;

— Quem o chamou a esta reunião.

— Sou parte disto Secretario de Segurança!

Carl olha para a porta e olha para um rapaz que a muito não via ali, e fala;;

— Talvez Dallan esteja certo, pensei em antecipar algo, mas não vou abrir isto com traidores presentes.

Um outro general olha para Carl e pergunta;

— Dando ouvidos a Dallan, já o afastamos uma vez, o afastamos novamente se não nos der ouvido.

— Se o vão afastar, só me sobra uma coisa a fazer, e senhores, se não sabem que segurança nacional é em prol de nosso povo, não me adianta vocês, se querem segurança para vocês e morte ao povo, aos soldados, ao mundo, esquece, talvez esteja na hora de detonar todos vocês!

Carter olha Carl e pergunta;

— O que acha que pode fazer, não manda no Pentágono, volta para Washington General Carl Frost!

Dallan olha para Yuri a porta e para a sua frente;

— O que faz aqui?

— Vim falar com o senhor, mas parece que estão em reunião formal de guerra.

Carter olha para Dallan ao fim do corredor, não via dali quem era o rapaz, mas viu Dallan o seguir, e quando Frost foi no mesmo sentido, entendeu que iriam mesmo a Washington.

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Os três entram em um carro, se dirigindo a Avenida Independência, ao Departamento de Segurança.

Dallan não sabia mais onde pisava, estava batendo e criando inimigos, mas não sabia como ficar sobre o muro neste momento.

Os três entram na sala do secretario que olha para a moça a porta;

— Sabe se terminaram de redigir aquela petição.

— Sim!

— Me traz, vou assinar, manda para o Senado ainda hoje!

Dallan vê o senhor assinar um papel e a moça levar para a outra sala e olhe olhar;

— Dallan, estou dando autonomia a Los Alamos e a Universidade da Califórnia no desenvolvimento de tecnologia e estudos, mas tem muitos adendos que fazem se relatar a mim, desculpa aquilo, mas era uma provocação, mas quando vi que eles começaram a encher o lugar, com generais de terceira linha, queria ver até onde eles iriam.

— Senhor, não é hora de brigar com eles, mas também não é hora de ceder!

— Por quê?

— Descobrimos um perigo real, ainda consequência do que aquele brasileiro estava estudando destes lugares, os seres quando morrem, geram cristais como este que tenho neste recipiente senhor.

— Não entendi.

— Isto é altamente contagioso, mas não sabemos ainda quais os efeitos em seres humanos, mas a Tenente James estava fazendo uma analise dos sintomas nos técnicos e pessoas que fizeram a limpeza das bases e se deparou com pessoas com confusão mental, com a temperatura abaixo do padrão humano, e uma intolerância a comida e a agua.

— Altamente contagioso?

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— Sim, estávamos dividindo informações e chegamos a conclusão que temos de isolar tanto as bases como os cemitérios usados para enterrar as pessoas que tiveram acesso a estes lugares.

Carl olha para Dallan serio;

— Mas por que?

— Senhor, não sabemos o risco a nossa saúde, e sabemos que muitos nos últimos meses passaram nestas bases para olhar, temos de ver se todos pegaram, acabo de receber a confirmação do Brasil, que os cientistas lá estão todos infectados, mas todos os que tiveram contato com eles na serra do Curupira, não estão, talvez uns sejam mais tóxicos que outros, mas confirmaram que a radiação não vinha dos cristais, e sim dos micro cristais que estavam a toda a parede.

— Como desconfiaram?

— O menino mandou para cada base imensos aspiradores, e todo este material, foi prensado, ai esta algo que me surpreendeu, o material, estes micro cristais prensado em uma prensa de diamantes, alta pressão, transforma eles no cristal que tínhamos em Los Alamos e que fora roubado nesta operação de desativar, mas os nossos não tem radioatividade alta, estes tem.

— Recomendaria o que?

— Tomada de todas as bases, sem uso de armas químicas ou nucleares, pois não sabemos como reagiriam e não quero jogar algo assim no ar senhor.

— Acha que faríamos algo assim!

— Senhor, estou tentando decifrar por que a região a volta do Rio Negro não foi atingida, por isto, pois os cientistas foram, mas quando os bombardeamos, jogamos muito disto ao ar e parece não ter atingido nada, estamos ainda estudando.

— Ou não vimos ainda?

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— Sim, ou não vimos ainda! Mas acredito que os próprios governos locais, se mostrarmos o problema, são capazes de nos abrir os locais para estudo!

Carl olha para Yuri que fala;

— Ligo para Romanov e ele fala com quem manda, se existe o risco de parte dos nossos estar infectada, queremos saber como e se tem cura!

Carl olha para Dallan e pergunta;

— Como souberam do todo?

— Aquele Comandante Siqueira, o que tirou os dois espécimes da Guatemala abriu o sistema entre Rio Negro e Los Alamos, ele que passou os dados ainda sigilosos que estão todos infectados, e que o menino prensou o máximo de cristais que conseguiu, parece ficar inerte na forma mais densa.

— Mas ele quer algo?

— Quer saber se o rapaz está vivo ou não, parece que até parte da família duvida disto.

Carl olha para Yuri e perguntas;

— Vai me dizer que Romanov esta vivo, então o menino está também?

— Lá dizem que sim, que Nick contrariando as ordens, entrou com um carro lá desviando todos os destroços e os resgatou, mas o estado físico de Romanov não foi legal nos dias seguintes, pois parecia com um hematoma frontal no cérebro, dizem que a proteção pessoal os defendeu, mas a desaceleração os desacordou.

— E estão bem?

— Senhor, se o que falou é real, os dois podem estar entre as pessoas infectadas.

Dallan olha para o rapaz e fala;

— A logica afirma isto, e não esqueçam, não sabemos o que isto faz as pessoas, mas se o rapaz esta vivo, pode não estar bem para nos gerar problemas.

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Carl gostava desta forma pratica de pensar de Dallan, pois as vezes eles esqueciam de detalhes e estes que lhes complicavam.

— Dallan, vou colocar sobre comando de Los Alamos as 12 bases do exercito que temos no estado, estou lhe indicando para Comandante Geral do Exercito no Novo México.

Dallan não esperava isto, mas sabia que tudo mudava para cima ou para baixo, com muita facilidade, quanto mais alto, mais a responsabilidade.

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Noventa e Nove O General Rosa em Brasília lê as primeiras ordens do

dia, e chama o filho a sua sala;

Sergio que estava na base da Marinha da cidade se direciona a sede do exercito;

— Em que posso ajudar General! – Um tratamento formal em meio a muitos presentes entre pai e filho.

O general olha para outros dois presentes e fala;

— Temos ordens diretas de dar apoio a um grupo que chega dos Estados Unidos, na região de Rio Negro.

— Quais as diretrizes de apoios senhor? – Sergio.

— Suspeita de infecção generalizada em todos que estiveram lá, vamos dar apoio a um grupo de cientistas que devem isolar a área e começar a desinfecção e os exames médicos.

Sergio olhou para o pai, ele olhou-o, não falou nada, mas ele sabia, deveria passar por uma leva de testes.

Os demais saíram e o Almirante fica e olha para o pai;

— Qual o perigo Pai?

— Não sei, ache o pequeno Pedro, se tem perigo, precisamos saber.

— Sim senhor.

O almirante olha para as mãos ainda não sentia nada.

Os rapazes saem no sentido de suas bases onde passariam aos demais as orientações enquanto Sergio senta-se a explanada e pega o telefone;

— Sena, é Sergio Rosa.

— Um Almirante me ligando, algum problema senhor?

— Soube a pouco que as bases dos seres é contaminada por uma bactéria, e gostaria de sinceridade Sena.

— Estranho seres que nunca usam sinceridade pedirem isto, mas o que precisa rapaz?

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— Se os locais são infectados, o menino pode ter se infectado.

— Uma preocupação digna, mas o que mais quer saber rapaz?

— Se sabe onde ele está e se ele não saberia se tem cura?

— Sergio, isto é sigiloso, mas alguns humanos não se contaminam com esta bactéria, se for mesmo da linha genética do menino, não se preocupe, toda a linha dele é protegida, mas existem outros que não são e me preocupo com pessoas importantes que o menino pôs nisto, vou verificar com ele se me autoriza ajudar!

— Sabe onde ele está, está o escondendo?

— Senhor, poder falar com alguém hoje em dia, não quer dizer saber onde ele está, ele fala comigo através de um IP que sei ser de um servidor dele, mas ele não está lá.

— Mas tem certeza da minha linha ser protegida.

— A dele é, se a sua é não sei.

Sena desliga e olha para Carlos;

— Consegue para mim o nome de todas as pessoas que tiveram contato com as bases, tem muita gente boa nisto.

— Consigo, mas qual o problema Pri?

— Sei que eu e Moreira não vamos pegar isto, mas os locais tinham uma bactéria altamente infecciosa, mas tem gente de bem como Nick, e outros que estiveram lá que podem estar em uma encrenca e tanto.

Sena senta-se ao computador pessoal e passa uma mensagem para Pedro, não sabia onde ele estava, mas soube por Moreira que os dois passaram uns mal bocados nos dias seguintes aquela experiência.

―Pedro, preciso saber se está olhando os dados!‖

Sena passou a mensagem 3 vezes, para três endereços e viu sua tela abrir com a imagem do menino, se via um servidor as costas, se ouvia o choro de uma criança ao fundo,

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mas o que mais chamava a atenção, era o rosto ainda roxo, como se tivesse se esborrachado em algo bem pesado.

―Como está Sena?‖ – Pedro.

―Esta olhando os dados?‖

―Estou em silencio, pois acabo de ouvir algo que não entendi, um dos seres que Siqueira tirou da Guatemala o ofereceu uma cura, ele não o quer contaminado, não entendi, mas estava demorando para traduzir, Siqueira não falou nada que pudesse ser gravado, mas o rapaz que trabalha para ele, falou em Xavante isto para outro rapaz‖

―Tem cura então?‖

―Não sei, coisas feitas para os seres podem ser mortais para nós Sena!‖

―O que pretende fazer?‖

―Fechar Rio Negro assim que estiverem com auxilio Medico, não quero eles sendo cobaias fora do país, eu os coloquei lá, mas defende Dallan, ele vai odiar nós o defendendo, mas existe um grupo ligado a Carter e Klemer, que o quer matar para encobrir os erros.‖

―Sabe que Dallan está do outro lado Pedro?‖

―Sei que ninguém é neutro 100%, mas ele tem importância estratégica Sena, ele sabe onde fica cada laboratório da área 51, cada laboratório estranho daquele país‖

―Certo, pessoas que os demais deveriam nunca pedir a morte, mas o que acha da posição de Klemer.‖

―Este é uma criança querendo brincar de General‖

―Mas está bem menino, sei que falam que você é imune, mas sempre duvido disto!‖

―Sena, não é que eu seja imune, talvez meu tio tenha pego, minha tia tenha pego, mas eu não baixei minha proteção pessoal nos últimos 2 anos, nem que no mínimo, sempre estava ativa.‖

―Tecnologia ajudando a saúde!‖

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―Isto me deu uma ideia, consegue me por naquela base sem ninguém me ver Sena?‖

―Sim, mas o que vai fazer, e de onde vai sair!‖

―Preciso o sistema de lá isolado, não consigo mais isolar de onde estou, estando isolado chego lá.‖

―Isto é fácil, mas sabe os riscos!‖

―Morrer, qual o maior, sei o que passei Sena, eu fui arremessado 512 metros em meio segundo, e senti a parede, ainda a sinto no meu corpo Sena.‖

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Cem Sabrina estava em sua sala, não confiava em quase

ninguém e Jonathan por ali não facilitava, os rapazes anteriores a ePtec absorveu e transferiu com as famílias para a França, estranho pessoas que adoravam aquele lugar sair felizes do país, mas ela imaginava o que eles passaram.

Estava olhando as imagens e as pessoas colocando um servidor antigo ao fundo, com a base nos cristais verdes quando um rapaz chega a ela e fala;

— Sabrina Jones?

Ela olha o rapaz da empresa de correio com um pacote a mão e fala;

— Sim!

Ela assinou a entrega e olhou o rapaz sair pela porta, enviado para ela no Alasca, estranhou e abriu, sorriu ao ver três cristais do servidor principal e abriu a carta.

Sabrina viu as câmeras virem sobre ela e abre o papel.

―Deve ser Sabrina James, se não for, melhor não mexer com isto, ela entende disto, você não.

Mas se for, estes cristais foram me mandado não sei por quem, com o pedido e a instrução de reenvio, o senhor que me mandou passou apenas a mensagem.

Não acredite na minha morte, pois demônios não morrem, não acredite na morte dos seres, pois os seres dentro deles não os deixariam morrer, e cuidado, nem tudo que ouvir, é real, pois sabe como eu, que alienígenas, somente na área 51, inteligência, apenas em Los Alamos, e gente maluca, Virginia com certeza.

Como não gosto de demônios, passei isto rápido,‖

Sabrina sorri e olha para Jonathan e pergunta;

— O incisor de micro cabos ópticos já chegou?

— Sim, mas acha que vamos fazer o que?

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Sabrina olha para uma gaveta a frente e caminha a ela, depois de colocar os três cristais juntos no bolso.

Sabrina tirou a gaveta do lugar e por baixo dela tinha o ultimo cristal verde de um cm³, Jonathan sorriu e viu ela caminhar no sentido de onde no ultimo dia lavaram e refizeram as linhas de comando, o lugar ainda cheirava a queimado, um cheiro forte de plástico queimado parecia vir das paredes, mas depois de um ponto, onde já haviam jogado novamente uma camada de tinta isolante nas paredes, o cheiro mudava.

Sabrina liga na tomada o incisor e olha para os cabos e começa a colocar no programa, um rapaz chegou com um teclado e com os comandos de tela, enquanto ela foi colocando os comandos, ele foi instalando a parte de cabos e de ligações, passaram todos cabos novos, da base para ali, se considerar que acima deles estava tudo reconstruído, que na base estavam colocando servidores de informação e telas de comando, ela ficou ali a fazer a parte de engenharia por mais de 5 horas naquele dia.

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Cento e Um O almirante chega junto como outros a casa de Siqueira,

ele se isolara, mas evidentemente, ele era a pessoa que poderia abrir aquele lugar.

Siqueira faz um gesto para os demais não saírem, algo não estava certo, fez sinal para Iune e viu as crianças e a moça sumirem da sua frente.

Siqueira sai lentamente, vendo que a casa estava cercada, que o exercito vinha avançando lentamente no sentido da casa.

— O que fazem aqui?

— Estamos sobre ordem de Brasília Comandante Siqueira, e eles mandaram isolar todos que tiveram contato com os seres.

— Isto sei, fui eu que os alertei, qual o problema Almirante Rosa, Comandante Milton?

— Sabe o problema, vamos levar todos para lá e vamos os isolar.

— Vocês e mais quantos? – Siqueira olhando para o soldados o cercando.

Os comandantes ficaram tensos, Siqueira não era de brincar, sabiam as ordens, em si Brasília deu a ordem, os comandantes interpretaram o que queriam da ordem.

Siqueira aperta o dedo e uma proteção lhe cercou, com toda a luminosidade daquele fim de manha, invisível aos olhos, o olhar dos soldados foram para ele, estava firme;

— Sabe que não estou contaminado Almirante Rosa, e se tiver, estou a dois anos contaminado e não apresentei sintomas, mas manda homens armados para cá, quer o que, matar mais alguém para sentir-se o homem que não é?

— Acha que vamos deixar seres que nos infectam soltos por ai? – Comandante Milton.

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— Espero mesmo que não, por que este contaminado ai do seu lado esta ainda andando por ai Milton, ele e a irmã, estiveram naquele laboratório mais que quase todos os demais brasileiros juntos, ou esta regra só vai ser para quem não tem papai em Brasília?

— E como saberia que estou infectado?

Siqueira sorriu e olhou para os soldados e falou, ouvia o celular via satélite tocar dentro da casa, os demais viram o celular vir a altura da mão, de alguém, mas não se via o ser, apenas o telefone, Siqueira olha para o telefone, não olhou nos olhos da filha, pois entregaria que ela estava esticando o braço para ficar na altura da mão dele.

Siqueira olha para o telefone e atende;

— Apareceu menino?

— Como está Siqueira?

— Sabe que não gosto do que se apresenta.

— Não sei o que está acontecendo Siqueira, senão não estaria ligando.

— Pelo jeito o exercito vai querer isolar todos os infectados e seres da floresta.

— Vai ser engraçado.

— Não vejo graça Pedro.

Sergio a frente soube neste instante que o menino estava vivo e falava com Siqueira.

— Siqueira, relaxa, quem está ai?

— Dois comandantes do exercito Brasileiro, querendo me prender.

— Desculpa, pensei que os demais já tivessem chego.

— Os demais?

— Proteção oferecida por um favor que ofereci, mas pregunta alto, se o Comandante Alcântara não está ai?

Siqueira olha em volta e fala alto;

— Comandante Alcântara, está por ai?

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Os soldados ouvem o destravar de armas a toda volta e um senhor sai dentre a mata e olha para Siqueira;

— Deve ser Siqueira?

A frase em espanhol, deixou claro que eles não estavam em uma missão oficial, o que fez os comandantes e soldados ficarem tensos, não existiria aquela operação.

— Sim.

Pedro ao telefone fala;

— Sei que não acha graça, Siqueira, mas olha para o comandante que quer lhe prender e pergunta, se ele vai por os soldados a mata, armados, para caçar mais de 20 mil curupiras, eu acho isto engraçado, imagina os generais em Brasília dando esta ordem e a escrevendo.

Siqueira riu, e olhou para o Almirante e perguntou;

— Vão querer prender todos, é o que entendi?

— Cumprimos ordens!

Siqueira olha os militares e fala;;

— Sabe qual a ordem que ele vai lhes dar, entrarem na mata, e subir até a serra do Curupira, e aprisionar, pois não podem os matar, todos os mais de 20 mil curupiras da região.

Siqueira riu, o Almirante Rosa fez cara de poucos amigos e olhou para ele;

— Eles cumprem ordens.

— Talvez o único Rosa que respeite, não seja do exercito por que vocês não são confiáveis e nem racionais, e se ele me mandou um tipo de proteção, sabe o que faço com ela?

O senhor não entendeu mas ouviu Siqueira falar em espanhol;

— Senhor Alcântara, peço que mantenha distancia, não queremos mortes aqui, e sabe que eles são idiotas capazes de lhes atingir.

— Tem certeza?

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Ele sacudiu a cabeça e olhou para o Almirante e falou ao telefone;

— Qual a ideia Pedro?

— Vou estar na base, eles não sabem até agora, mas acho que tem cura, para eles, sei que a sua será quando quiser Siqueira.

— Tem cura?

— Se tivesse com o cristal avermelhado erguido 100% do tempo, não estaria infectado Siqueira.

— Ele me manteria saudável?

— Aquele cristal não mantem a saúde, mas a condição que se estava, ele isolaria o cristal por não fazer parte de ti.

— Certo, mas vai para lá por que?

— Por que preso os que lá estão, está na hora de os curar e lhes tirar dai, hora de nos livrar da base Siqueira.

— Certo, que horas?

— Depois do almoço.

Siqueira desliga e olha em volta, os soldados Guatemaltecos se afastam e Siqueira sabia que os Curupiras estavam por ali, ele sentira eles desde o momento no dia anterior quando o menino chegou a casa.

— E vai por bem assim? – Rosa.

— Eu não disse que vou, mas eles não estão aqui por que eu pedi, foi um pedido de seu sobrinho, mas eu me defendo como poucos, posso ir, mas sabe que não vai ser fácil, e que não vou entregar ninguém que ame.

— Você acha que aquilo sente algo, está enganado Siqueira, são animais. – Rosa.

— Animais, sei que entende disto, vem de uma família de animais, mas não falei que eles sentem, disse que eu sinto, não vou entregar para um filhinho de papai, quem amo, e sabe como poucos, que não preciso da ajuda que tem por tras das arvores.

— Cuidamos deles depois! – Almirante Rosa.

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Siqueira olha em volta, o exercito da Guatemala, que entrara ilegalmente via Venezuela, começam ver seres de vários tamanhos, passar por eles, peles num tom de cinza, vários tons deste cinza, e cabelos esverdeados, olhavam os pés invertidos, eles usavam roupas básicas, mas eram muitos, e quando o menino surgiu na clareira, os olhos de Siqueira estavam nele.

Siqueira sabia que este menino as vezes queria lhe destruir, as vezes parecia amigo, não entendia o que ele queria, mas os soldados viram aquela leva de seres a toda volta, o menino olha para Siqueira e estende a mão a frente, dois a seus lado fizeram o mesmo, um vórtice de energia chegou a ele, afastando os militares daquele vórtice, Siqueira olha para Ciguapa e faz sinal para ela ir, a segurança dela era o que importava ali, e a viu andar calmamente, invisível aos olhos até os seres, os soldados viraram suas armas para os mesmos, e viram que eles apenas viraram as palmas das mãos para eles a toda volta, e quando o primeiro idiota do exercito atirou, a bala parou naquele vórtice de energia, e os demais apenas soltaram o vórtice que acertou os soldados como uma parede, os derrubando, quando o ataque chegou a proteção de Siqueira a mesma voltou, ele olha em volta e olha para o menino e fala;

— Vou lá para evitar problemas, cuida dela, eles devem vir com mais gente, evita a serra estes dias.

O menino fez que entendeu, e os rapazes saem, e Siqueira olha para o Comandante Alcântara surgir e olhar para ele;

— Se retire Alcântara, teremos um enfrentamento, mas talvez a base em suas terras precise ser protegida, devo chegar lá, mas não sei quando ainda.

Ele olhou os soldados caídos e fala aos demais;

— Retornando.

Siqueira olha para Iune e fala;

— Fica junto a sua tribo, não quero ninguém por aqui nestes dias Iune.

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— Vou lá, mas está encrencado pelo jeito.

— Aprendi com um menino, apenas o vendo, que não podemos apenas ficar inertes quando todos nos querem destruir.

O senhor se retira e Siqueira aperta o cristal a mão e vê o caminho se abrir as costas, ele nunca entendeu isto, era seu pensamento que dava o lugar, não um comando, mas atravessa o corredor e some dali.

Siqueira olha para os militares internos e para os a toda volta;

— Mantem a calma, alguns vão entrar, mas preciso falar com todos.

Siqueira chega ao grupo e marca com eles no auditório interno, vê que alguns não entendera, mas quando eles estavam ali, pediu para os demais fecharem a porta e para os militares entrarem e fala;

— Pessoal, o que vou falar é serio, mas como Pedro Rosa que deve estar aqui dentro de minutos, falou, não os vamos abandonar como cobaias destes que estão lá fora.

— Cobaias? – Carla, uma das cientistas.

— O que vocês veem ao fundo em cristal, agora prensado, não é mais perigoso, mas dele vem dois problemas, o índice de radioatividade, e que estes cristais minúsculos infectaram todos os que tiveram contato com esta base.

— Tem cura? – Um senhor.

— Sim, mas o menino quer os isolar e curar, não os usar como cobaias, se estou sendo claro.

— E como vamos resistir se eles querem invadir?

Os presentes viram uma passagem surgir do nada as costas de Siqueira e por ela passar Pedro.

Pedro olha para o pessoal e fala;

— Boa tarde, em que ponto estamos?

— Como vamos resistir a todos estes a volta.

— Senhores, como sabem, trabalham para a ePtec e vamos abrir uma linha de tratamento em uma base que temos

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em Paris, esta base está sendo preparada hoje para os receber, vamos também terminar de limpar isto antes de liberar o local.

— Mas qual o risco do tratamento? – Carla.

— Carla, sabe esta confusão mental que alguns estão sentindo?

— É da infecção?

— Sim, parece que nossos pensamentos nem são nossos, mas vamos primeiro os transferir, e depois vemos o tratamento.

Pedro troca o endereço da porta as costas e o pessoal viu uma base do outro lado, com pessoas os esperando e fala;

— Sei que alguns querem pegar suas coisas, mas assim que vocês forem para a base em Paris, um grupo de desinfecção vai entrar aqui e tudo que têm vai passar por esta desinfecção.

As pessoas entenderam, iriam direto, as pessoas se olham e começam a passar, Pedro chega aos seguranças, e fala;

— Lá vamos ter um grupo de segurança, primeiro vamos fazer os testes para ver quem foi ou não infectado, depois voltamos as condições anteriores.

— Não tenho visto para sair do pais, nem passaporte! – Um dos seguranças.

— Antes que notarem que estamos lá, já estaremos de volta. – Pedro que olha para Siqueira e pergunta – E como está a moça e as crianças?

— Os Curupiras vão as proteger!

— Se soubesse que tinha proteção, não tinha pedido o favor ao pessoa da Guatemala.

— Sempre digo que você usa os meios que consegue, mesmo que extremos, mas não entendi o que aconteceu aquele dia.

— Enquanto os demais se alojam, vamos desinfetar.

— Como se livra disto?

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— Os cristais são sensíveis a humidade, próximos da região do cristal com tudo seco, mas parte da reação que detonou esse lugar foi pela acides que correu pelos corredores enquanto bombardeavam em plena tarde de chuva.

— E ainda o querem matar! – Siqueira.

— Siqueira, mesmo que você queira ficar infectado, tem de saber se tem ou não cura, as vezes o que pensamos ser algo bom, pode nos ser apenas nossa forma errônea de ver as coisas.

Siqueira vê a passagem mudar novamente e vê um grupo de pessoas com roupas de proteção, mas que primeiro tiraram dali os cristais prensados, depois trouxeram mangueiras e grande tanques pelo portal e começaram a lavar peça por peça do lugar.

Siqueira viu que cantos aparentemente inofensivos do auditório começarem a ferver, Pedro lhe alcançou uma mascara pois o ar começava ficar mais acido e oxido do que o saudável a alguém.

O lugar foi sendo limpo em cada canto, coisa demorada.

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Cento e Dois Dallan estava chegando em Los Alamos, em um jato de

linha que ligava Washington a Los Alamos, poucas pessoas ali, duas moças e uma criança, dois técnicos, os pilotos e duas aeromoças.

Estavam a fazer a curva para esquerda para sobrevoar a cidade e descer no aeroporto quando sentem um dos motores explodir do nada, o susto dos demais, fez Dallan olhar para aquela criança, uma pena se morresse tão jovem, mas quando o piloto conseguiu estabilizar, com a nave já em reta para a pista, com o piloto pedindo para abrirem a pista que desceria direto quando Dallan olha para a outra asa, vê aquele material pendurado na asa, não deu tempo de falar nada, viu o explosivo plástico estourar o segundo motor, levando parte da asa, o piloto sente o avião inverter e olha para o copiloto e fala;

— Esquece o trem de pouso.

— Por que?

— Acionei a reduzida do motor direito para terminar a curva, ele explodiu, quando o da esquerda acionou a reduzida, ela explodiu, não é acaso.

— Mas pode ser maluquice.

— As únicas coisa que qualquer piloto tem de fazer para descer em Los Alamos, reduzir o motor direito, o esquerdo e soltar o trem de pouso, todo o resto, muda de sequencia, pode ser maluquice, mas vamos descer de barriga.

— Vão lhe tirar a autorização de voo.

— Se estiver vivo, que tirem.

O piloto com dificuldade olha para a pista, estava quase nela, quando ouve a torre falar;

— Torre para piloto, nos informaram que algo esta por baixo da nave, não parece algo bom, parece explosivo.

O copiloto olha para o piloto e fala;

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— E agora.

— Não temos motor, para ir longe, não temos como nos manter no ar, e não podemos pousar.

Os segundos seguintes o piloto demoraria para entender, viu uma moça olhar pela porta e falar;

— Consegue levantar o bico?

O piloto não conhecia a moça, mas apenas levantou o bico e falou;

— Mas não vamos longe.

A moça olha para os passageiros e olha para Dallan e fala;

— Vamos sair por ali.

A moça aponta um corredor no fundo da nave, algo que não estava ali, um corredor de passagem, se via o saguão do aeroporto como se fosse ali, as aeromoças começam a induzir a saírem por ali, Dallan viu quando a criança passou com a mãe, não sabia quem tinha colocado ali, mas viu os demais irem, a moça o ajudar a chegar lá, o avião estava subindo, então para aquele corredor, era quase cair.

Dallan atravessa e a moça chega a cabine e fala;

— Hora de deixarmos o avião cair, vamos senhores!

O piloto olha para o corredor de passagem, não sabia o que era aquilo, mas a moça ajudou o copiloto, que correu no sentido do portal, era mais fácil que andar naquela inclinação perto agora de 50 graus.

A moça estica a mão para o piloto que a olha;

— E se cair em alguém?

— Não podemos pensar em todos.

A moça vê o rapaz passar e vai atrás, surge no saguão do aeroporto com o barulho que vinha do oeste, da explosão do avião no ar.

O piloto olha para a senhora e fala;

— A quem agradeço.

— Agradece a Deus, pois levamos sorte!

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Dallan olha a moça olhar para ele e falar;

— Precisamos saber quem ordenou isto Comandante Dallan.

— Acha que era para mim?

— Acha que se põem explosivo por fora de um avião e ninguém vê em Washington?

Dallan olha para ela e pergunta;

— E quem vem como proteção.

— Comandante Dallan, pode não ter recebido um cristal de proteção, mas todos os sistemas de segurança sabem que o senhor é uma peça importante no funcionamento de Los Alamos.

— Mas você tem?

— Algo temporário para uma ajuda, não para uma vida.

Dallan pega o celular e disca para Sabrina.

— Sabrina, a linha é segura?

— Sei lá, nada está 100%!

— Acabo de pousar em Los Alamos, mas se alguém ligar perguntando se cheguei, anota quem e quando, eles não precisam saber que cheguei.

— Problemas?

— Liga a TV local e vai saber.

Sabrina na sala liga uma das telas e vê o plantão de noticias entrar e afirmar que um voo que vinha de Washington para Los Alamos havia estourado a poucos minutos no ar.

Sabrina olha em volta e pensa se novamente iriam tentar algo, mas acabara de saber que Dallan virou alvo, agora ele deveria parar para pensar.

A informação da explosão vinha ao ar com nomes que deveriam estar no avião e o secretario olha para fora e fala;;

— Quem é maluco a este ponto!

Carl Frost sente o telefone e vê que era MacFinn;

— Fala MacFinn.

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— Quem ordenou isto Carl, não quero entrar em um avião e ele explodir no ar.

— Não sei ainda, sabe se Dallan estava neste voo?

— Não sei, mas se estava, toda a manobra para o por para cima, não deu em nada Secretario.

Frost estava ao telefone quando viu Carter entrar em sua sala, mesmo a secretaria tentando o barrar.

— Não pode entrar senhor...

Carter olha para a imagem na tela e fala;

— Quem é maluco a ponto de matar um indicado do Secretario de Segurança?

— O que quer Carter?

— Avisar para tomar cuidado, tem maluco demais por ai.

Carter sai e a secretaria olha para o senhor e pergunta;

— O que ele quer dizer?

— Esta no desespero, então põem matadores em campo, sabe que perdeu os programadores, que perdeu a confiança de muitos, mas ainda é um general temido no Pentágono, todos os processos contra ele, foram desqualificados pelos demais.

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Cento e Três Siqueira sai com Pedro pela entrada da base, o pessoal

estava se retirando, fechando os portais quando o rapaz olha para Siqueira e pergunta;

— Acha que vale a briga?

— Sei que pode ser apenas meu o sentimento rapaz, mas é o que me mantem ativo, querendo um futuro.

— Um guerreiro querendo viver é sempre complicado.

— O que vamos fazer?

Pedro pega um comunicador a mão e Siqueira olha para fora, em todos os sentidos mais de duas levas de soldados brasileiros, alguns médicos e uma leva de soldados estrangeiros, se via o Almirante Rosa ali, não se ouvi nada pois estavam dentro da proteção.

Siqueira estranhou, pois a leva de proteção começou a encolher, e com isto, os exércitos começam a avançar, quando a maioria já estava no descampado, Pedro inverteu a proteção e esta atravessou os exércitos, com violência tal que os jogou ao chão, os desacordando, Pedro sorri olhando para Siqueira e desativando o portal.

— Me ajudaria um pouco na Guatemala?

— Vamos nesta.

Os dois se olham e atravessam um corredor ao fundo e surgem em uma entrada de base subterrânea, Siqueira não tinha uma boa recordação da ultima vez que estivera ali não fora agradável.

No Brasil os exércitos acordavam no chão enquanto Pedro olha para um técnico e fala;

— Temos de conversar.

— Veio um alerta do governo para aceitarmos ajuda, veio por isto rapaz?

A conversa em espanhol era acompanhada por Siqueira com facilidade.

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— Temo em ver bons homens e suas famílias serem transformados em cobaias, então estou preparando 3 lugares para desinfecção e tratamento, longe dos olhos dos demais.

— Mas eles falaram ter a cura.

— Senhor, eu os vendi a cura, como falo, quem quiser ficar está livre a ficar, mas não me venham reclamar depois, sei o que é estar do outro lado, sei mais do que queria saber, mas a escolha é de vocês, estou prestes a reabrir um laboratório que tinha em Los Angeles, mas como estava fechado, ninguém olha para lá, e não vamos entrar pela porta e sim por um portal de passagem.

— Portal de passagem.

— Senhor, todos os seres que estavam aqui, foram para casa, e garanto, a casa deles é bem longe daqui.

— Mas quando vamos?

Pedro chama todos para dentro, liga o cristal que estava no comando e todos ouvem um estrondo do lado de fora, onde a proteção ia afastando tudo da mesma, derrubando e afastando tudo.

Pedro libera um corredor de passagem e o pessoal de limpeza veio logo atrás, o dia foi corrido, longe dos olhos, mas cheio de metas que precisavam ser feitas, mesmo que a contra gosto da maioria.

Pedro passa com Siqueira nas Bases dali, do Afeganistão e do Azerbaijão, oferecendo tratamento.

Um dia corrido, onde a operação, estava em dois dias, pois no Afeganistão já era madrugada do dia seguinte quando as pessoas começam a ser tratadas com o cristal avermelhado em Los Angeles.

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Cento e Quatro Dallan olha para os dados, chegando a base em Raton,

ele desviara a base de Los Alamos e foi ao norte para saber o que estava acontecendo.

A nova posição no exercito fez o general local o receber, e falar;

— Seja bem vindo senhor, bom ver que as noticias são falhas.

— General Floys, estou aqui, mas a minha sobrevida ainda não foi anunciada, quero saber quem foi que me quis por no chão, e preciso de discrição aqui.

— Acha que foi contra o senhor?

— Não havia mais pessoas importantes naquele voo, e não pode dizer que é normal um avião explodir em nosso país.

— E o que faremos?

— Poucos saberão que estou aqui, o senhor é dos poucos, vou para a parte baixa, prepara três contingentes, para a base em Los Alamos e se posiciona na região.

— Vai a guerra contra os nossos?

— Não, mas com certeza, preciso de pressão, e de participação dos que estão neste estado. Se estão explodindo aviões no estado, temos de tomar providencias, outra coisa, isola o local da queda do avião.

— Providencio, o que mais senhor?

— Põem todas as bases em alerta, manda 3 grupos para o Lago Seco, e uma linha de proteção nas 3 bases subterrâneas, amanha quero voltar a ativar as bases de pesquisa do país.

— É bom ver alguém reerguer isto, eles destruíram tudo.

Dallan passa uma mensagem para Sabrina no comando;

―Em segurança, providenciando a segurança dai, estão chegando em horas!‖

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Sabrina olha para os comandos e fala para um senhor na parte baixa.

— Vamos terminar de instalar estes painéis, que amanha quero voltar a operar aqui.

— Mas o comandante morreu, dizem que vão mandar outro para cá.

— Sabe quem?

— Carter!

— Este eu quero pessoalmente por na parede, mas vamos preparar as coisas, quero ver se este senhor tem coragem de por o pé aqui novamente.

— Sabe que ele vai tomar senhora.

Sabrina olha para o rapaz e fala;

— Se faz parte deste grupo que quer ver o país afundando rapaz, sai daqui, e qualquer um que quer o mesmo, com pessoas irresponsáveis como Carter no comando melhor sumir daqui hoje.

Alguns olharam para Sabrina e o rapaz fala;

— Quero ver quem vai sair correndo amanha cedo.

Sabrina acompanhava os olhares e viu quem sorriu e olhou para a porta e um senhor veio a ela;

— Tenente Jones?

— Sim!

— Estamos nos relatando a senhora, quais as ordens.

— Mantenham a segurança, vamos ver se colocamos esta base nos eixos.

O rapaz bate continência, Sabrina não olhou, mas o rapaz na parte baixa olhou para ela sem entender, alguns se olharam e um rapaz da parte baixa perguntou;

— Por que eles se relatam a você!

— Leis do estado, enquanto não acharem o corpo de Dallan, vale o que ele determinou antes de sair de Washington, sei que Carter quer acelerar isto, mas ele não tem permissão de entrada em nenhuma das bases de Los

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Alamos, ou do Novo México, enquanto não acharem o corpo de Dallan o considerando morto.

Sabrina olha para os técnicos e pergunta;

— Cabos ligados?

O rapaz acenou positivamente com a cabeça e a moça começa a testar os cabos, e quando o ultimo dá como com corrente, ela aciona o servidor e todos viram os painéis começarem a dar posição, Sabrina coloca os programas de recebimento dos dados dos dois Vórtices, tanto no Alasca quanto em Porto Rico, aciona os comandos dos 22 satélites que eles controlavam, aciona os sistemas de Tsunami no Pacifico e toda a leva de comandos que estavam desativados, os demais começam a ver os dados vindo a cada um dos monitores, a moça sabia o que fazia, eles viram ela puxar para o servidor o jogo que fora desenvolvido ali, e erguer todas as proteções de dados do eP 3.0.

Os dados começam a ser salvos e um rapaz na parte baixa olha para o que falara antes.

— Podem falar mal dela, mas é uma engenheira de software como poucos que conheço.

— Ela em horas colocou o que diziam ser impossível em meses, novamente a documentar, sabe que ninguém esperava isto, e pelo jeito, vai por em ordem antes de darem como oficial a morte de Dallan.

— Acha mesmo que ele estava naquele avião?

— Todos falam que sim, mas parece que o pessoal da torre não confirmou isto, e se esquivaram de respostas logicas.

— Dizem os que estavam perto que o avião estava com os motores explodindo quando no lugar de descer abaixou os flats e começou subir.

Sabrina estava ali quando vê uma imagem na tela e sorri;

— Onde se esconde Pedro Rosa.

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Sabrina vê o rosto todo roxo, entendera que ele sofrera na pele aquela experiência e ouve;

— Sabrina, bom ver alguém de palavra no comando, mas preciso lhe informar uma coisa.

— Pelo jeito quer deixar algo oficial.

— Sim, desci as proteções dos 6 pontos que estava instalado, que isolei os técnicos e iniciei a descontaminação deles, se perguntarem por que, por que eu posso dar fim a quem não existe e ninguém será acusado.

— Fala serio.

— Sabrina, lembra do cristal vermelho?

— Sim.

— Funciona para tirar os seres do corpo.

— Uma boa noticia, soube do acontecido?

— Que acontecimento?

— O avião que Dallan estava parece ter caído.

— Vou tentar achar os vídeos internos e dados da caixa preta, lhe passo assim que tiver os dados Sabrina, é sempre bom saber o que aconteceu em um caso deste.

— Sei disto, dizem que Carter vem amanhã sedo para a cidade, sabe o que quer dizer.

— Espero que ele não queira vir com a mesma empresa aérea, estes aviões explodem sem razão aparente.

Sabrina sorriu e viu o rapaz sumir da tela;

Sabrina passa uma informação para o secretario de segurança, afirmando que todas as barreiras das antigas bases da Guatemala, Afeganistão e Brasil estavam baixadas.

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Cento e Cinco Amanhece em Los Alamos, os exércitos estavam a rua

quando um voo chega escoltado por dois caças, vindos de Washington, o avião para lentamente enquanto colocam uma escada de descida do lado externo.

Carter olha para o exercito a toda região, e olha para a torre de comando.

Calmamente desce a escada como se mandasse, se direciona a região de controle aéreo e pede para falar com o responsável.

— Bom dia senhor, em que podemos ajudar!

— Gostaria de saber por que não confirmaram a morte dos passageiros do avião.

O senhor olha para Carter, e olha para o operador de controle e fala;

— Se vocês em Washington não confirmaram quem entrou, por que eu que não os vi dentro tenho de confirmar General.

Os dois jatos descem na pista, fazendo um imenso barulho.

— Também não relatou mesmo depois de ter acesso aos destroços.

— Desculpa senhor, mas os federais isolaram a área, não sou agente de campo, quem vai lhe confirmar os dados é o FBI.

— Quem colocou o FBI nisto. – Fala alto e agressivo.

— Desculpe senhor, não estamos em sua base, melhor conter seus impulsos, e Norte Americanos morreram naquele voo, e tudo indica pela explosão, que alguém colocou explosivos plásticos no avião, como não é na sua base, não é fora do Pais, é caso do FBI e da Justiça Local.

O general olha para a cidade e pergunta;

— Sabe quem está no comando da base de Los Alamos?

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— Que saiba, alguém que vocês queriam que estivesse naquele avião, mas ainda não temos esta informação.

Carter sorri e sai no sentido da Universidade, mas quando chega no portão de acesso é barrado.

— Não podem me barrar, quem está no comando.

— Comandante Geral Dallan!

— Dallan morreu, me chama o responsável!

O soldado olha para o outro como se não tivesse entendido e fala;

— O Comandante Gutierrez chega quando?

— Deve estar chegando.

Carter olha para o soldado e fala alto;

— Não vou esperar um comandante qualquer para entrar!

O soldado faz sinal e um leva de soldados aponta das guaritas e da parte do fundo para o carro do senhor.

— Aqui não é área de acesso rápido senhor, sabe disto, não nos obrigue a ensinar a um Comandante que existem ordens, e que as cumprimos.

O soldado olha os rapazes que vinham com o Comandante e fala;

— Melhor baixarem as armas, não somos inimigos, mas o Comandante Carter sabe que tem de esperar, ele sabe que não tem mais poder nesta base.

— Não fale absurdos!

O carro do Comandante Gutierrez parava aos fundos e desce passando pelos soldados que lhe fazem continência.

— Qual o problema aqui soldado.

— Cumprindo ordens senhor, o comandante insiste em entrar na marra.

Gutierrez olha para Carter e fala;

— Faz o que aqui, veio ver por que estamos com satélites, com informações, mesmo você detonando a base?

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Carter não sabia disto, mas olha para o senhor com autoridade;

— O pentágono mandou eu verificar os dados pessoalmente em Los Alamos.

— Manda eles mandarem alguém a Washington, esta base não é aberta a soldados, a cientistas e nem a estudantes, pois o reator nuclear graças a um comandante incompetente, ficou 12 horas sem manutenção e parece que não saímos do mapa de vez, por sorte.

— Mas por que ir a Washington?

— Sabe como eu Carter, que vocês induziram a engenheira chefe daqui a passar para vocês lá, todos os dados daqui, não se faz de criança, e referente ao acidente de ontem ali no aeroporto, o FBI vai lhe chamar a depor.

— Não tenho nada haver.

— Está aqui, afirmando uma morte que ninguém confirmou, o FBI quer lhe ouvir, o secretario de segurança afirmou que o ameaçou pessoalmente, e enquanto não acharem o corpo do Comandante Dallan, continua valendo a ordem dele, isolar a área e controlar a liberação de radiação, pois se estourar, a cidade ali do lado, vira área inabitável por 700 anos.

— Tenho de verificar os dados que me passaram no Pentágono.

— Senhor, está área não é mais parte dos desmandos do Pentágono, determinada passada pelo senado e assinada pelo presidente, e se alguém perguntar por que, assuma senhor, sou um incompetente, mas torce para Dallan estar vivo Comandante Carter, pois senão, faz um bom seguro de vida para sua esposa.

— Me ameaçando.

— Não, comunicando, ouvi de Priscila de Sena, que se Dallan morreu, 3 pessoas estariam mortas na hora seguinte da confirmação, pode achar que a empresaria do Alasca não é

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nada, mas garanto, todos estes ai, estariam mortos juntos, somente por lhe defender.

— Acabo com aquela falsa americana.

— Queria ver você falar isto sem estes rapazes as costas, pois sei que cheira a merda Carter, um torturador de mulheres e crianças, uma vergonha a nós Americanos.

O Comandante Gutierrez entra e Carter fica gritando, varias coisas, mas não avançou, quando outros carros entraram, todos com vidros escuros, os soldados não viam os técnicos entrarem, não via nada além de carros blindados a passar por eles.

Gutierrez chega ao comando e olha os painéis funcionando e olha para Sabrina;

— Que hora chegou?

— 5 minutos antes de Carter, ainda bem.

— O que temos?

— Senhor, estamos colocando os dados no sistema, alguns satélites voltaram a funcionar, os comandos diretos de alguns lugares, eu coloquei como padrão manter dois ou três lugares como comando, para não parar mais.

— Como esta o Lago? – Em referencia ao lago seco.

— Voltou ao normal, alguns cientistas estão com medo de voltar, estamos catalogando o que este pessoal queria, pois algumas coisas sumiram senhor.

— Poderia me confirmar uma coisa Tenente James? – Gutierrez.

— Fala.

— Sabe se eles conseguiram o que pretendiam?

— Nem na invasão a alguns dias, nem ontem senhor!

Gutierrez sorriu, Dallan vivo mudava toda a conjuntura daquilo.

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Cento e Seis MacLinn chega ao mesmo café que esteve a poucos

dias, e entra, olha Priscila sentada ao fundo e olha para um senhor sentado ao seu lado;

— Problemas Sena?

— Bom dia Paul, como estão as tensões?

— Fortes, o secretario de segurança não sabe se mataram ou não Dallan.

— Pedi para lhe falar por isto MacLinn.

— Fala.

— Dallan está vivo, o tiramos do avião antes da explosão, mas não posso entrar lá na Secretaria de Segurança sem que os demais vejam, então quero pedir que acalme o Secretario, para ele não desfazer nada do que havia feito, pois é o que eles vão tentar, afirmando a morte de Dallan.

MacLinn olha para o senhor ao lado de Priscila e pergunta;

— Ele pode ouvir?

— MacLinn, quando vocês pararem de olhar aquele menino como inimigo, voltam a não precisar de minha pessoa para resolver estas coisas, mas é para entenderem por dentro de suas instituições, quem é contra, quem quer as pessoas frágeis, morrendo.

— Não respondeu.

— Paul, este é Joaquim Jose Moreira, todos por aqui o chamam de terrorista mesmo, eu de amigo.

— E por que está ao lado de um terrorista?

— Queria saber quem fez, e sabe que se usaram C4 como tudo indica, temos de saber de onde saiu, e obvio, não foi de uma base dos seus.

— Certo, descobriu quem?

— Já comuniquei a eles que se Dallan foi morto eles estão mortos, quero ver quem vai se mexer mais.

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— E se for para o outro lado?

— MacLinn, sou uma empresaria, eu não ganho com mortes, eu não ganho com destruição, eu quero é consumo e crescimento sustentado.

— E este ai? – MacLinn olhando para Moreira.

— Adora por medo em covardes, mas tem de ver que a CIA não fez parte deste atentado, mas também estão querendo a tecnologia apenas para eles.

— Aviso o Secretario, mas então Dallan está onde?

— Ele está em tramite, ele não vai me comunicar isto MacLinn, ele não confia em mim.

O senhor se despediu e saiu;

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Cento e Sete Pedro olha para Pietro, o programador em Paris, na cede

nova ao centro, ao lado do Sena, e fala;

— Como está o sistema Pietro?

— Cada dia mais inovador, quando a 2 anos, me convenceu a vir a este projeto, pensei que era maluquice.

— Sei que eu era uma criança, sonhando alto.

— Ainda é.

Pedro sorriu e olhou em volta;

— Alguém desconfiou?

— Não, as pessoas estão na parte baixa, nos 3 últimos andares de estacionamento.

Pedro olha e fala com alguns, estava tentando aparentar normalidade, quando viu os dados da empresa, e viu a manobra de compra da CIA, olha para os dados e compra o que consegue, mas parte da empresa de software indo para a CIA, tirava o interesse do menino de estar lá.

Depois de um tempo, vai aos estacionamentos e vê as pessoas em camas isoladas por divisórias, e uma aura avermelhada a volta de cada pessoa.

Chega a um senhor e pergunta;

— Como eles estão?

— Assustados, mas estão melhorando.

— Assustados?

— Pode parecer maluquice, mas eles quando chegam a um nível próximo de se livrar da infecção, parecem se convencer que tem de sair da cama, de reagir, de fugir.

— Se precisar os anestesiar na parte final senhor, só pede aos rapazes que eles conseguem o que precisar.

— Mas não entendo por que?

— Bom que está apenas com esta duvida! – Sorri Pedro, pois estavam induzindo as pessoas a melhora total, através de

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um cristal de conservação, mas este cristal apresentava alguns problemas, ele tendia a deixar apenas o DNA indicado, eliminando os demais, em uma varredura minuciosa a cada 12 segundos, deveriam fazer isto pelo menos 24 horas, mas temos muitos outros seres em nosso corpo, e a falta de alguns no estomago e no intestino, gerava as vezes diarreia ou outras reações estranhas.

Pedro olha para Siqueira e este fala;

— Sabe que eles podem estranhar eu me desinfetar sozinho.

— Disse que a escolha é sua Siqueira, sabe que conviver com seres contaminados, tem de manter as proteções em alta, eles podem lhe infectar de varias formas.

— Estou aprendendo como funciona, quem sabe não faça de uma forma diferente.

— Quem sabe.

— E o que falta ainda Pedro? – Siqueira.

— Boa pergunta. – Pedro sorri e sai dali, subindo no ultimo piso daquele prédio de 20 andares, olha para o comando e olha para os dados e pensa, o que fazer.

Pedro olha para Sabrina no comando, ela não o via, olha para Dallan, não conhecia aquela base, mas era obvio, uma base de segredos reais, os espécimes as costas, não eram Ciguapas, embora tivessem a pele azulada.

Pedro pega o telefone e disca.

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Cento e Oito Uma serie de construções no interior de Pernambuco, no

Brasil, estava uma correria, as pessoas andavam e um lado ao outro, e se via ao chão a toda volta um metal estranho, que parecia absorver energia, se via três prédios baixos.

Um carro 4X4 chega a sede mais baixa e olha para os demais correndo e atende o telefone.

— Em que posso ajudar Pedro Rosa?

— Acha que fica pronto?

— Desde ontem está tudo no lugar, mas estamos limpando as placas, para ter uma absorção maior, os três cristais, estão absorvendo a mais de 3 dias energia solar.

— Devo passar ai no começo da tarde, mas prepara tudo, o que vamos fazer hoje, ninguém nunca fez.

— O que vamos fazer.

— Manter um portal aberto por 3 dias senhor.

— Portal?

— Sim, quero ver se deu certo, ou se foi teoria falha.

— Não entendi.

— Esquece!

Pedro olha para Paris aos pés e fica pensando em que caminho correria e liga para Dallan;

— Dallan, pode falar.

Dallan olha para o sistema e faz um sinal para o rapaz ao lado.

— Fala Pedro, onde está escondido?

— Paris.

— Não quer que acredite nisto.

— Dallan, estou prestes a sair do seu pé, apenas quero a garantia de vida para quem estava me ajudando, como você e Sabrina, o resto que se mate.

— Como saindo do meu pé!

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— Eu não faço parte de uma empresa que tem a CIA como parceira e acionista, tem gente que gosta de os ter ao lado, eu não sou assim, preso por minha vida, então estarei em breve me desfazendo da minha parte da empresa.

— Sabe que perderemos maioria se você vender.

— Dallan, não me adianta montar uma empresa e ela ser usada para me matar.

— Certo, e está ligando para isto?

— Estou lhe informando, que vou por Sabrina em problemas, e espero que a tire da encrenca, mas se não tirar, sabe que assim como minha mãe o tirou ontem do avião, ela poderia ter deixado todos morrerem.

— Mas por que quer fazer isto?

— Digamos que quando tudo parar de gerar morte, alguém pode ganhar dinheiro, o cristal de transpasse, é a união de mais de 20 metros cúbicos do mesmo material que você achou aqueles planetoides, e se tiver nele a composição de mais de 1 bilhão de planetas em 22 galáxias.

— E por que existiria isto?

— Ele não faz apenas uma transmissão, o próprio sistema recebe as informações do que os cristais transmitem, se ainda estou nisto, é por não saber se quem ouve é do bem ou do mal, mas sabe que com a CIA eu não mexo, sou mortal Dallan.

— Tem certeza?

A tela em frente de Dallan muda de imagem para a do menino, se via os prédios ao fundo e a torre Eiffel ao fundo;

— Acha que foi fácil sair de lá Dallan?

Os olhos de Dallan foram para o rosto do rapaz, ainda com a marca de uma forte pancada e o rapaz fala;

— Sede de Paris.

Dallan olha o rapaz e olha para Pedro.

— Jurava que estaria aqui por perto.

— Não posso fazer o que quero dai Dallan.

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— E vai fazer o que?

— Me ausentar da galáxia, por umas horas ou para sempre, depende do que acontecer.

— Vai fazer de novo.

— Sim, mas agora é apenas olhar e ver se aqueles seres se foram.

— E vai fazer Sabrina monitorar isto?

— Digamos que confio nos que vocês não confiam, então só posso complicar pessoas.

— Vou tentar a proteger!

Pedro sacode a cabeça e Dallan fala;

— Talvez você fosse uma proteção melhor, salvou inocentes ontem.

— Dallan, o que é tirar alguém de um avião caindo, comparado a atravessar de uma galáxia a outra pelo dobrar da curva cósmica entre duas galáxias, em meio a matéria escura.

— Diria que provar o impossível.

— Até dois anos atrás Dallan, o que viveu ontem, era tido como impossível, hoje é tecnologia que tentaram tirar da base de Los Alamos, mas como eles vão entender algo tão simples como aqueles rabiscos ao quadro verde e dizer, é isto.

— Tem gente que nem sabe que o quadro queimou a parede.

— E tentaram roubar o resto, mas que valor tem o resto Dallan.

— Sabe que o sistema tem valor.

— Dallan, se um dia me roubarem tudo que tenho, posso sentar-me e contar a meus filhos como podem chegar lá, mas sabendo que não se confia nas pessoas como eu o faço, isto só gera tiros e mortes.

Dallan vê o rapaz sumir e um dos comandantes chegar ali e perguntar;

— O que este rapaz quer agora?

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— Ele está prestes a largar uma fortuna por que não quer a CIA em seu pé, conheço gente que morreria por este dinheiro, ele morreria para terminar de descobrir o que esta acontecendo, mas foca dois satélites sobre a França, quero saber onde ele vai fazer desta vez, desconfio que bem longe da água desta vez.

O rapaz não entendeu mas deu as coordenadas, Dallan olha para o sistema e vê algumas coisas a cada segundo ficar operante e fala para o rapaz na direção.

— Como ela pôs Los Alamos para funcionar tão rápido rapaz.

O rapaz sorri e fala;

— A engenheira Tenente Jones sabe como fazer senhor, mas ela isolou os dados de Washington, usando algo que nunca pensaria.

— O que ela fez?

— Eles transferiram para lá todos os dados senhor, deve saber disto.

Dallan não falou, esperou o rapaz terminar;

— Quando Carter soube que Sabrina Jones estava reassumindo seu posto em Los Alamos, pediu para os programadores do Pentágono, isolarem Los Alamos, ela parece estar apenas transmitindo para eles, mas como a ordem é não abrir as portas para Los Alamos, os dados parecem bater apenas na porta e se perder, mas eles ficam ali, a fazer uma barreira de fluxo, onde nada consegue buscar nada no sentido oposto, pois as linhas estão lotadas de dados tentando entrar.

— Ela não barrou eles, apenas encheu de dados as linhas?

— Apenas a encriptação básica do eP 3.0. – Fala o rapaz no controle, com um sorriso no rosto.

— Apenas isto, esqueço que temos um sistema defendido por um sistema que podemos perder, e quem vê aquele rapaz, nem imagina ele programando.

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— Sabe que poucos acreditam que foi ele senhor.

— Ele mesmo não se colocou como autor, ele paga direitos de projeto a 36 pessoas, que nem sabem ao certo o que eles colaboraram para aquilo sair do papel, embora alguns saibam muito.

Os dois começam a fuçar os dados e os satélites começam a dar dados.

Pedro liga o sistema e coloca uma encriptação e olha para Sabrina e fala;

— Podemos conversar Sabrina?

— Sim, podemos!

Sabrina sabia que sempre que o menino falava isto, ele vinha com algo, e não adiantava o barrar, pois ele apenas não falaria e iria a outro projeto.

— Quando ai for meio dia, estarei liberando pela fibra óptica uma leva de informações, estou em Paris, mas o teste será feito em Issoudun, região central da França, ao Sul de Paris 200 quilômetros em linha reta. Os satélites pegarão a energia mas não vou os deixar olhar desta vez, apenas será transferido para você, pois alguém tem de ter os dados, e sei que tem de ser alguém competente para isto.

— O que vai fazer?

— Manter o portal aberto 3 dias, é o tempo que preciso para ir e voltar, mas desta vez, sem bombas.

— Se cuida, sabe que sozinhos por aqui, não vamos ter a tecnologia livre.

— Sei disto, mas estou saindo agora de Paris, e ao meio dia ai, estarei novamente tentando, se esta pensando que sou maluco, digamos predestinado, teimoso, mas não maluco.

— Sabe o risco a partir deste ponto?

— Sabrina, desta vez se eles me atacarem, vou revidar, acho lindo um chefe da CIA fazer algo que matou milhões e me apontar como causador, se é para matar alguém, vai ser quem tentar sabotar o sistema.

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— Me colocando em encrenca de novo? – Pergunta Sabrina com um sorriso.

— Sim, os demais não entendem por que você Sabrina, mas sabe por que, preciso de gente rápida, gente que saiba a logica de tudo, que tenha atravessado um portal, que saiba como ele funciona, que entenda de programação, mas o que vou pedir é simples.

— O que quer que verifique?

— Salva os dados das transmissões, foca em para onde vai as retransmissões, não estou falando do planeta.

— Acha que isto transmite para mais um lugar?

— O prédio em Baku estava transmitindo o numero de pontos que receberam o teste quando o prédio veio a baixo, mas isto que não entendi, números superiores a um bilhão de retransmissão não faz sentido para mim.

— Está falando que aquilo foi transmitido para a galáxia? Isto é maluquice.

— Estou dizendo que foi transmitido para mais de 1 bilhão de pontos, não sei onde, mas a impressão é que saiu em todos os sentidos, não apenas para Andrômeda, mas sim para o conglomerado de galáxias que fazemos parte. Mas cada endereço está salvo naquelas pedras imensas, como os endereços que estão no cristal verde que você tem a mão Sabrina.

— Está dizendo que os endereços estão fixados, e se tivermos como ver para dentro deles.

— Alguns podem demorar para surgir Sabrina, tempo de transmissão, mesmo a velocidade da luz, temos coisas a mil anos Luz.

— Bem mais que isto! – Sabrina.

— Sim, mas se os endereços estiverem nas pedras, podemos estudar os pontos e começar fazer com o cristal o que estão fazendo com o outro, mas com outra função, achar locais para sair daqui se um dia precisarmos.

— E esta dividindo isto comigo por que?

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— Por que independente do que acontecer, da sociedade referente ao Jogo, saio assim que voltar.

— Vai mesmo abandonar o barco.

— Tenho uma empresa de tecnologia e uma mineradora para tocar Sabrina.

— Eles nem sabem que faz isto por tecnologia.

— Monitora tudo Sabrina, os dados serão de Los Alamos, sabe o que quero dizer, não faço mais parte.

— Monitoro, mas eles sempre tentam algo.

— Eles vão tentar algo, mas não sei o que, mas em 3 dias nos falamos.

Pedro some da tela e Sabrina olha para Jonathan e fala;

— Liga para seu pai.

— Ele não gosta deste menino.

— Cresce Jonathan, ou terei de ou lhe afastar, ou como é mais provável, me afastar, pois como você mesmo fala, não tenho como me manter aqui.

Jonathan olha com desgosto e não liga, Sabrina pega o celular e disca para o General MacLinn e fala;

— Bom dia General, podemos conversar?

— Quem?

— Tenente Sabrina Jones novamente se colocando em encrenca.

— O que está acontecendo Sabrina?

— Deixa eles atentos em retomar Los Alamos Comandante, pois o fazer vai fazer uma operação, diz que vai ser ao sul de Paris, não conheço a região, mas se puder não alertar muitos, seria bom, o rapaz vai fazer de novo, mas desta vez não quer explodir outra cidade.

— Por que este rapaz não para?

— Senhor, isto não se fala por telefone e Los Alamos está fechada para qualquer interação por 10 dias, enquanto não confirmarem a morte de Dallan.

— Não sabe da verdade tenente?

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— Senhor, boatos para mim, são boatos, estou em meio a uma tentativa de um rapaz, de mostrar que se pode pular de galáxia para galáxia, mais fácil do que chegamos ao fim do nosso sistema planetário.

— E ele vai fazer onde?

— Senhor, ele não me passou isto, mas ele vai liberar para Los Alamos os dados, somente nós os teremos.

— Acredita nele.

— Senhor – Sabrina pensa, outro cabeça dura, todos poderiam ter conversado e continuavam batendo – se vai apoiar a morte minha e de Dallan, melhor parar de fazer-se de aliado, vocês se fazem de nacionalistas e estão todos ajudando a CIA e o Pentágono a dar sumiço em tecnologia de ponta.

— Modere as palavras Tenente.

Sabrina desliga e olha para Jonathan e fala;

— Sabia que seria assim, como sempre, vocês colocando a corda no pescoço de quem quer entender o que está acontecendo.

— Tem de se desarmar contra nós e ver que este rapaz é um perigo.

Sabrina olha para todos a olhando e fala;

— Verdade, tenho de passar a ser idiota como Carter, pois todos aqui querem ele torturando programadores, ser inconsequente como aquela Any, que vendeu ao pai Inglês o que descobrimos aqui, ser como os que tentaram matar Dallan ontem, realmente, estou no lugar errado.

Sabrina estava se fazendo de irritada, em parte esta era a parte fácil, mas todos queriam ela fora dali, pareciam pelo menos.

— Gostava de trabalhar aqui, perdi amigos daqui, me empurraram vocês, não pensem que gosto de quem tomou o lugar de gente que foi torturada e forçada a pular fora, podem me olhar como alguém que não querem aqui, pois – Sabrina olha para os rapazes na parte baixa – os que mereciam os

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cargos, estão fugindo do governo Norte Americano, odeio a ideia de Americanos com medo de gente como Carter, se acham que devo sai, é fácil, é só falar.

Sabrina se levanta e apenas dá o comando travar, e todas as telas foram ficando em modo de espera, todos os sistemas gravando mas encriptando e olha para as pessoas.

— Foi um bom lugar para trabalhar, não é mais.

Sabrina se levanta e vai a uma sala particular, as vezes dormia ali, quando estava muito entretida, uma sala para aqueles dias que não se tinha tempo a perder entre ali e a cidade ao lado, fecha a porta enquanto os demais olhavam o sistema sair das mãos deles.

Jonathan olha para o comando pedindo a senha, e olha para os demais, e um fala na parte baixa;

— Ela sabe que vai ser tirada dai, por isto está chateada.

Jonathan olha para o pessoal que apoiou a ideia, ele apoiava a ideia de manter o rapaz longe.

O celular sobre o comando de Sabrina tocava, sem ela por perto para atender.

O celular de Jonathan toca e ele ouve;

— Fala pai?

— Onde está esta arrogante Tenente?

— Ela esta trancada no quarto senhor, o que está acontecendo?

— Vai a defender filho.

— Ela não me ouve pai, mas ela parece querer descobrir algo, que não adianta falar, acho que no fundo, ela desconfia de algo que somente quando vermos entenderemos.

— E por que ela não falaria?

— Pai, sabe como eu – Jonathan falou olhando os demais mais abaixo – que o Comandante Geral do Exercito do Novo México, saiu de um avião sem ninguém saber como, a maioria ainda acha que ele está morto, e isto não facilita, ela mesmo parece não acreditar que ele está vivo.

— Dallan não vai aparecer ainda filho.

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— Pai, os sistemas em Los Alamos estão travados em uma operação que não teremos acesso, o sistema está travado em receber, mas ou o recebemos ou o paramos, mas está travado.

— Ela travou tudo nisto.

— Senhor, eu vi o rosto do menino pela tela de comunicação hoje, ele parece estar com o rosto todo em hematomas, ele não estava se escondendo, ele estava se recuperando, mas se não fosse importante, ele não estaria já em guerra, algo ele e ela desconfiam, algo que ninguém vai acreditar.

— Alguma desconfiança?

— Senhor, estamos sobre ordens dadas ontem antes de Dallan entrar no avião, não achando ele, que poderia mudar as ordens, todos os comandantes estão dando carta de ação a moça, Dallan também desconfia de algo, pois não iria fazer algo assim, pelo menos acho que não, apenas para salvar uma programadora.

— Sabe o que ela iria pedir?

— Sei lá senhor.

A formalidade fazia os demais olharem para Jonathan, a informação que Dallan estava vivo foi escancarada, mas talvez eles não soubessem ainda, o prédio estava fechando, e somente depois do fim do dia se abriria, o Comandante Gutierrez não iria facilitar.

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Cento e Nove Pedro olha para a cidade aos pés e dá o comando de

sistema, iriam transmitir os dados para o mundo, via um servidor em Issoudun, a partir do ponto que os cristais estivessem ligados, pois não se queria que a posição do sol lhes desse a informação que não estavam na Europa, e com o brilho dos cristais, todos os demais brilhos seriam secundários.

Pedro liga seu transportador e surge em meio ao sertão árido de Pernambuco, os cristais estavam começando a se erguer, ele entra calmamente na base e olha para todos.

— Bom dia senhor Pedro.

— Bom dia, sabem o que vamos fazer?

— Abrir algo e manter aberto, se entendi.

— Sim, as barreiras de proteção vão proteger a região, mas não sei se teremos alguém olhando, estamos distantes de todos.

— E por que disto senhor? – Um segundo técnico.

— Talvez a resposta seja, por que não, eu vejo isto como uma possibilidade, um sol como o nosso, gera aproximadamente, 1 trilhão de anos, para a vida se desenvolver, 500 bilhões já foram, mas é bom saber se outros podem vir, se podemos sair daqui a qualquer hora e principalmente, se podemos semear nossas sementes no universo.

— Acho isto uma loucura!

— Carlos, estamos falando de física, toda vez que vejo o universo, e vejo alguém querer aplicar as leis de Einstein, lembro que antes de Einstein, era Newton que ninguém desafiava, acredito que existem leis superiores as de Einstein, ele não conseguia ver o que vemos hoje, ele fez leis para o que enxergava, não para serem universais. E sim do universo que ele via, Newton fez para o mundo que ele conhecia, mas Einstein viveu numa época que achava-se que éramos a única galáxia, que existiam poucos planetas do universo, ele não

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sabia nem que existia um segundo cinturão de asteroides no nosso sistema solar.

— A ciência evoluiu muito.

— Muito ainda confunde os cientistas, eles falam em certa hora uma coisa, e se contradizem em outras, as leis de Newton e de Einstein não se aplicam as teias de matéria negra, que lingam o universo, pois eles não entendiam disto, nem sabiam da existência.

— Mas discorda que da lei de Einstein?

— Eu a posso usar, e distorcer a mesma lei, pois se eu andar 700 anos luz em um quarto de segundo, pode me dizer que é uma curva espaço tempo, mas estou andando em um quarto de segundo, mais que 700 anos luz, muito acima da velocidade da mesma.

— E as leis das cordas?

— Se Einstein tivesse as imagens que se tem hoje, ele refaria a lei das cordas a exatificando, nunca fui um gênio, adoro o experimento, não a teoria.

— E vai para onde?

— Um planeta que vou ter facilidade de andar, mas que tem algo que não entendo, não ainda, pois ele tem um campo gravitacional forte, e uma atmosfera rala, temperatura fria, mas com muita vida.

— E tem certeza onde ele fica?

— Carlos, se eu não voltar, em dois dias, desliga, desativa e inventa uma historia.

— E se eles não lhe deixarem voltar em x horas?

— Ficarei por lá, não posso deixar isto aberto muito tempo.

— Certo, sabe do risco.

— Mais do que queria.

Pedro vai para a parte interna e olha para alguns rapazes e um olha para Pedro, que caminha até ele, e o mesmo o acompanha a um traje leve, mas com oxigênio, com proteção para a pele, e em meia hora estava pronto, olhava

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para as proteções, e arrasta um pequeno carrinho de mão, onde havia uns tanques a mais de oxigênio, alguns equipamentos e uma leva de apetrechos, para deixar um sinal de radio, para chegar a alguém, nem que mil anos luz depois.

Pedro sai dali e vai ao meio da praça que se esvaziava, as pessoas ao fundo saiam dali de ônibus, Pedro viu o ultimo se mandar no sentido da cidade mais próxima, mais de 30 quilômetros dali, Pedro olha para Carlos e dois cientistas e faz sinal para eles ligarem, se vê os três cristais serem erguidos a sua volta, o chão a volta era de um material condutivo, que ele achara em uma das expedições de sua vida curta, um material que ainda não entendia, mas que absorvia com poucos a energia solar a retransmitindo aos cristais, Pedro vê os cristais travarem no lugar e faz sinal para Carlos ligar, Pedro viu a proteção vir sobre eles, e depois os cristais começarem a brilhar.

— Liga as transmissões Carlos.

Carlos olha para o rapaz, os dados de energia estavam a toda, quando Pedro pega um comando a mão e dá uma coordenada, estava prestes a abrir o portal quando aquele ser translucido surge ao seu lado, e lhe estica a mão, o ser sorria, mas Pedro estava tenso.

Carlos olhava de longe, com a proteção do vidro frontal abaixando uma imensa placa de metal, depois os óculos, e mesmo assim, parecia que aquela luz atravessava tudo, se via tudo a volta como translucido.

Pedro fixou o endereço e um espaço negro de mais de 6 metros de altura, por um raio de 3 metros surge a sua frente, Pedro caminha calmamente, e atravessa o portal.

Carlos olha para o auxiliar e fala;

— Cronometra, põem gente em alerta, não sabemos se ele volta, e se quando voltar, como estará.

— Onde ele foi? – Muitos perguntavam.

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Cento e Dez Sabrina estava em seu cubículo quando ouve uma batida

em sua porta e ouve;

— Tenente James?

A voz era do Comandante Gutierrez. Sabrina se ajeitou e abriu a porta já saindo. Bateu continência ao Comandante e perguntou;

— Em que posso ajudar Comandante?

— Me informe, alguns pediram seu afastamento.

— Quem senhor?

— Os programadores internos, e se Dallan não vai intervir por enquanto, preciso que me relate.

— Eu fechei o sistema, mas em breve o próprio Dallan vai pedir para me afastar Comandante.

— Porque ele faria isto Tenente?

— Insubordinação, descontrole, traição, eles adoram esta palavra, e ter me bandeado para o outro lado.

— E qual destas acusações cometeu Tenente.

— Comandante, se mandarem eu matar Dallan, eu serei insubordinada, embora não sei se ele cometeria uma insubordinação desta, não sei ser hipócrita, todos ali não me querem aqui, traição é ponto de vista, eu defendo o que acredito, o direito de todos terem acesso ao que descobrimos, acho que a única coisa que não fiz, foi me bandear para o outro lado, como os demais programadores, mas começo a duvidar que foi uma boa escolha.

— Dallan me ligou e perguntou por que não consegue as imagens da França?

— Comandante, se ninguém olhar, conseguimos chegar ao fim da operação, se olharem por satélite, não vai dar certo, deixa eles fazerem uma operação em toda região, não quero entregar o ponto exato.

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— Veio a guerra pelo jeito, mas o que falo para os demais?

— Comandante, se não estou enganado, estamos isolados por 10 dias, teria ido para casa se duvidasse disto, mas com certeza estamos, preciso de 3 dias, não de dez.

— E o que eles vão achar?

— Já chego lá, uma vez ativado, não se terá a posição, será apenas um clarão e dados.

O comandante olha para Sabrina e fala;

— Como vamos dar o troco neste Carter?

— Se mantem longe dele Comandante, este já esta encomendado, melhor não estarmos perto para não inverterem a historia.

— Com quem mais ele mexeu?

— Não sei se conhece as lendas das guerras de Moreira em Angola?

— Não.

— Dizem que uma menina aos 7 anos fugiu de casa, e foi acolhida numa pequena vila de Angola, esta menina, quando os exércitos Nacionalistas invadiram as vilas forçando os homens e adolescentes a aderir a causa, quem fosse em idade de guerreiro, como eles chamavam e não aderia, eles decapitavam e deixavam ao centro da vila, para todos os demais saberem o que acontecia a quem era contra a independência, esta menina, viu a vila depois de esvaziada dos homens, começar a ser usada como de diversão pelos demais exércitos, ela e uma amiga, com uma arma de caça de um mortos, começa a treinar tiro, e quando os exércitos avançavam pela floresta para aquele lugar, esta menina, agora com nove anos, ganha o apelido de Sombra da Floresta, ela matava com tiros certeiros, as vezes pendurada pelas pernas sobre as arvores, as vezes no descampado, mas poucos a viam, esta menina, vira lenda, e os dois lados que apoiavam, um a independência, financiada pela União Soviética, e o manter do que era, por Portugal e com soldados

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Brasileiros, em ajuda não formal, começam a recuar e evitar a região, ela em 6 meses, fez os dois lados recuarem, eles não sabiam quem era, mas a lenda da sombra da floresta, depois dela chegar a uma base do exercito Português, e sem ninguém ver nada, matou os 12 militares e soltou os habitantes das 3 vilas próximas dela, eles voltam para suas casas, e a moça conhece um senhor, Moreira para alguns, Loco para outros, J.J. o empresário para outros, mas na época, um militar sobre bandeira Brasileira em teoria como mediador, mandado sobre um grupo de rebeldes, para morte, este senhor não era bem quisto por alguns militares de alta patente, a moça ajuda o senhor a avançar, a vencer, e por 15 dias, ela encima para aquele rapaz, sem escolaridade, como ela atirava, como ela fazia, como ela não mirava, dai vem a técnica de tiro de Moreira, de uma lenda, que ainda corre nas Florestas a leste de Angola, alguns locais a transformaram em um espirito de proteção, e muitos não entram em certas vilas da região, se não tiver a autorização do chefe da tribo.

— O que tem esta lenda haver com o que estamos vivendo?

— Esta senhora, pois hoje é uma senhora, tirou ontem Dallan do avião, esta mulher, é a mãe de Pedro Rosa.

— Ciça Guerra é mãe de Pedro Rosa? – Gutierrez.

Sabrina sorriu, o senhor conhecia a fama, e apenas sorri.

— Sim, Maria Cecilia Guerra é a mãe de Pedro Rosa!

— Pelo jeito este tem de quem puxar o ser encrenqueiro.

— Sim, mas não se mete, Siça disse para Sena para não se meter, então sabe que o negocio esta encomendado.

— Siça conhece Sena?

— Isto não sei, mas não duvido, ambas conhecem Pedro, e sabe como eu, que Sena protege o menino também.

— Carter nem tem ideia da encrenca.

— Comandante Gutierrez, saberemos pelo método quem o matou, mas dificilmente provaremos.

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Gutierrez olha para a Tenente e fala;

— E não vai olhar?

— Eu preciso dos dados, não dos curiosos que vão estar com celulares ligados a Washington assim que eu acessar, eles querem a posição, e não vou facilitar, não antes de um dia.

Gutierrez sai dali e olha em volta, estavam em meio a uma calma aparente.

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Cento e Onze Já era noite e Carter estava em um hotel no centro de

Los Alamos, quando ouve um barulho ao corredor, um barulho surdo, como se alguém tivesse desabado, mas o silencio apos isto fez o senhor continuar a falar na internet.

Carter estava escrevendo quando a luz do quarto caiu, olhou a porta, um soldado bateu e perguntou;

— Todo em ordem comandante?

— Sim, o que aconteceu?

O rapaz olhou pela janela e falou;

— A cidade está as escuras, somente a universidade e alguns laboratórios ao longe estão acesos.

— Verifique rapaz.

Carter não saiu da posição, não abriu a porta, estava olhando o monitor quando vê a tela estilhaçar, o único barulho foi o do estilhaçar do computador, olha para trás e não vê quem estava ali, mas sabia que tinha alguém.

Foi gritar algo e sente algo lhe atravessar a bochecha, de lado a lado, o gosto de sangue, a dor e um tapa ao rosto, que o fez desacordar.

A senhora olha para o quarto, põem o senhor na sacada, acende o gas de um botijão e prendeu o senhor ao balão, que começa a encher, os demais viram aquele balão começar a encher e foram as sacadas ou a rua, mas virão apenas ele subir, enquanto Ciça se apoiava na sacada e pulava em sua roupa negra para a outra sacada. Troca de roupa e com o cabelo esvoaçante sai pela porta, como se não tivesse feito nada, o soldado olha para aquela senhora e a mede, e até se perde com aquele sorriso, a senhora desce pelas escadas, tudo parado.

Ciça olha para o GPS, pega um carro a frente e começa a acompanhar no sentido do vento.

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Cento e Doze Numa rua no centro de Washington um ônibus buzina ao

entrar na rua 12, vendo quatro carros parados e olha parados trancando a rua, o motorista para o carro para pedir para tirarem os carros dali, era perto das 5 da manha, e se depara com um corpo estendido no chão, e uma cabeça enfiada a uma este metálica, presa ao bueiro ao meio da rua.

O senhor olha assustado e chama a policia.

A imprensa começa a chegar, enquanto a informação da morte de Carter, atravessa todos os telejornais, todas as rádios, e todos os meios de comunicação, mesmo Carter, apos morto foi transformado em santo pela imprensa.

Os habitantes de Washington olhavam aquela morte com o terror que significava, alguém havia degolado um dos mais altos homens do exercito Norte Americano.

MacLinn liga para Sena e pergunta;

— Por que disto Sena?

— Isto o que General?

— Por que o matou assim?

— Sabe bem general que não o matei, sabe bem que não sou de matar assim.

— Mas quem foi?

— Quando os seus mexem com lendas, com mundos que desconhecem, tem de os avisar, as mortes são simbólicas, não deveríamos estar conversando isto pelo telefone MacLinn.

— Mas é um absurdo Sena, quem o fez?

— Diria que alguém que a lista de passageiros do voo de Dallan, diz ser uma das mortes naquele voo.

MacLinn olha para fora e pergunta;

— Vocês as vezes pegam pesado.

— Nem entrei em campo ainda MacLinn.

Sena desliga o telefone olhando para o mar do lado de fora e o contêiner com dois senhores gritando do lado de

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dentro, contêiner cheio de furos, descer lentamente na costa Oeste da Califórnia, a mais de 3 quilômetros da costa.

Sena faz sinal para a lancha voltar, enquanto o contêiner terminava de afundar, uma coisa Sena sempre soube, não deixar vestígios ou provas, pessoas que não seriam procuradas tão longe de casa, ela não gostava mais tanto deste tipo de solução, mas quando as pessoas começam a se superar, as vezes os demais tem de saber que não se pode fazer tudo, e todos sabiam, quer Dallan estava vivo, Sena estava limpando a área, embora no fim, muitos falariam que foi Dallan, não teriam como provar algo que o Comandante não colocou a mão.

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Cento e Treze Pedro olha a porta, para ele, pareceu apenas o passar

de um corredor curto, não tinha noção que estava ha um dia e meio do dia que saíra, pareceu muito rápido, como o passar dos portais.

Pedro olha alguns prédios de pé, alguns caídos, olha em volta e vê aquele povo olhando para ele, não sabiam onde estavam, mas se via que alguns estavam felizes, olhou o céu e viu um sol amarelado, e um senhor chega a ele e lhe toca, eles não falavam.

―Onde estamos!‖

Pedro pensou em uma casa, mas o senhor não entendeu então pensou em um novo planeta, onde poderiam começar tudo de novo, um novo existir dos Ciguapas.

Pedro olha em volta e olha para os prédios e caminha calmamente até um deles, abre uma comporta lateral a parede e coloca ali um sinalizador, um transmissor que iria ditar todo o caminho, pega alguns dados, mas não sabia o que tudo aquilo o indicaria, ele pensa nos seres, viu que poucos ficaram por perto, estavam tentando entender aquele lugar, que era verde para todo lado, um bom lugar para se viver.

Se via ao fundo ruinas parecidas com as da Guatemala, ele fotografou, ele verificou, e quando deu 30 minutos, ele deu o passo para traz e passou novamente pelo portal.

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Cento e Quatorze Sabrina ficou no seu cubículo, pensando em o que

aconteceria, estava a 24 horas lá quando alguém bate a porta;

Sabrina viu que ninguém falou nada, com calma abriu a porta e olha para Jonathan.

— Sim?

— Podemos conversar? – Jonathan.

— Entra.

Jonathan olha a bagunça, entra reparando, e fala;

— Não queria deixar uma impressão errada Sabrina.

Sabrina voltou a sentar, olhou para Jonathan sem falar nada.

— Sabrina, o que está fazendo, parece querer que o rapaz se de bem.

— Não, apenas não quero morrer, se Carter vai voltar, melhor eu não investigar, as vezes quero fazer o certo, mas me deparo com a verdade, eles não querem o certo, apenas o que eles autorizam.

— Carter faleceu ontem Sabrina.

— Faleceu? – Sabrina que se isolara para pensar.

— Foi encontrado decapitado em Washington, toda a policia local está investigando e não acharam pistas.

Sabrina olha em volta, não poderia falar, mas olha para o rapaz e pergunta;;

— Dallan já resolveu parar de se esconder?

— Muitos acham que foi Dallan, que está fazendo a limpa dos inimigos.

— Não acredito nisto, mas o que quer falar Jonathan?

Jonathan olhou para o chão, e Sabrina entendeu, ele segurou as mãos, como se não soubesse como falar;

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— As vezes confundo as coisas, e não gosto de discutir com você, mas você não facilita, tem este rapaz sempre no caminho.

Sabrina olha para Jonathan, não queria nada com o rapaz, mas teria de contornar;

— Jonathan, não confunda as coisas, não tenho nada de pessoal com Pedro Rosa, por sinal, este menino tem duas mulheres na vida dele, não sei como ele define, mas ele é pai de duas meninas, com duas mulheres diferentes, não tem conotação sexual no que faço referente a ele, é apenas a possibilidade, todos a volta estão contra mim, gente colocada por outros, todo o pessoal que confiava daqui, foi chutado daqui, mas se estou aqui e não na ePTec, não é por falta de convite, e sim, por que acho que temos aqui a independência financeira para achar algo, lá tenho de gerar lucro, aqui, é ciência, e pode ser que não acreditem Jonathan, mas sempre sonhei em poder pular de um planeta para outro, imagina ver outra Galáxia, todo um céu que não conheço.

Jonathan olha para Sabrina e fala;

— Desculpa, pensei que tinha algo com ele.

— Jonathan, quando coloquei os sistemas ontem para funcionar, o que eles estão reclamando, é a forma normal que eles operam, ou acha mesmo que os painéis ficam dando fatos aos operadores, fatos como números fiscalizados e controlados no país e no mundo?

— Nem sei tudo que fazem aqui, não esquece, eu era da parte do jogo.

— Acho que vamos ainda aprender muito, mas tem de saber que nem tudo é fácil, e baixar a cabeça, nem sempre dá certo, nosso isolamento nos tira da suspeita dos assassinatos, o que já é uma boa.

— O rapaz volta quando?

— Em 12 horas deve estar por ai.

— E somente depois disto vai ver os dados?

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— Sempre dizem que os dados em si falam mais que os olhos, então não me adianta ficar olhando os dados, se não tenho eles completos, e não olhar vai permitir ele prover possível ir e voltar, pois se ele apenas for, não prova nada Jonathan.

— Acredita que ele vai e volta?

— Pelo que entendi, a ordem dele é apos 38 horas, se ele não voltar, fechar o portal.

— Ele ficaria para lá?

— Ele é estranho, você vê ele hoje como rapaz, eu o vi como criança, um menino raquítico que não aparentava ter os 14 anos que tinha, daria no máximo 12 anos para ele, um menino capaz de olhar para Dallan e o por na parede, ele não queria um sistema, ele queria uma tecnologia, que precisava do sistema, mas obvio, com o sistema dele, entramos muito mais fácil nestes mundos ocultos no cristal.

— Acha que se ele ficasse lá, ele daria um jeito de voltar?

— Acho que ele não é maluco como alguns falam Jonathan, ele pensa muito antes de cada passo, ele esta por trás da sobrevivência de seu pai naquele lugar em Baku, ele está por trás de uma fortuna em diamantes, vi eles venderem um diamante Rosa estes dias por 85 milhões de dólares, ele doou mais de 30 diamantes maiores que estes para o nosso laboratório, ele concedeu uma prensa de alta pressão para formar um diamante de 4 cores, se o sistema está no ar, é por não saberem como ele funciona Jonathan, este sistema, a NASA comprou, e a CIA não sabe, um sistema de caber numa caixa pequena, e resistente a todo tipo de radiação.

— Acha que ele levaria algo que o permitisse voltar?

— Quase certeza.

— Por que?

— Disto falamos quando ele voltar.

Jonathan olha para a moça, ela não lhe dera chance de chegar mais perto, mas ficou feliz de conversar com ela.

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Cento e Quinze O FBI revela a presença de explosivos plásticos em todo

o avião, mas não tem nenhum corpo, nenhum sinal de morte, estavam a levantar dados quando um senhor chega a eles.

— Posso ajudar senhores?

— Quem é que acha que pode nos ajudar? – Investigador Kevin do FBI.

— Dizem que eu estaria ai dentro, Comandante Dallan, exercito do Novo México.

Os dois investigadores se olham e um pergunta;

— Por que o senhor não apareceu antes?

— Não gosto de morrer rapazes, e pelo que vejo, temos provas de um atentado terrorista.

— Tudo indica isto senhor, mas estranhamos a falta de qualquer prova de morte, temos as ultimas conversas internas, mas nada conclusivo.

— Senhores, o retirar das pessoas de dentro do avião, é uma técnica militar, segredo de estado, posso lhe afirmar que o piloto, copiloto, as duas aeromoças e as 8 pessoas a mais que estavam no avião estão vivas.

— Mas como saíram?

— Segredo militar senhor, mas é bom saber que não estávamos paranoicos quando desconfiamos e o piloto ergueu o bico, para não explodir no chão.

— Vamos verificar, então todos estão vivos.

— Estávamos apenas tentando entender, agora parece que as coisas acalmaram, então estamos liberando eles, foi um susto e tanto senhores.

Dallan sai da região e chega a Área da Universidade da Califórnia na cidade de Los Alamos.

Comandante Gutierrez sorri ao ver Dallan ali e pergunta batendo continência;

— Ordens senhor.

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— Como estão as coisas Comandante.

— Programadores reclamando da posição firme da Tenente Jones, mas ela a quase 3 dias se isolou senhor.

— Quais as reclamações comandante?

— Que ela tirou acesso de todos referente aos dados obtidos nos satélites, nos sistemas, nas operações.

Dallan sorriu e falou;

— Quem eles pensam ser para ter acesso a isto?

Gutierrez sorriu e falou;

— Representantes indicados do Pentágono para tocar o sistema de informação em Los Alamos.

Dallan olha em volta, sabia que haviam perdido tempo, tecnologia, e muito pessoal nesta investida torta do Pentágono, olha o comandante e fala;

— Comandante, perdemos mais aliados e tecnologia do que deveríamos, temos de dar graça pela Tenente Jones não ter pulado fora, uma engenheira de software que todos os sistemas de segurança do mundo gostariam de a ter lá.

— Ela parece deslocada, este pessoal parece a enfrentar o tempo inteiro, e ela não parece disposta a ceder.

— Calma, vamos por as coisas em dia, teremos de trabalhar com o sistema assim por 3 meses, para depois começarmos a reformar os laboratórios.

Dallan entra na operação e vê o servidor trabalhando, assume seu lugar, pega o código de acesso e acessa os comandos, viu os dados vindos e sendo salvos, sabia que o menino não havia voltado ainda, faltavam pela contagem regressiva dos dados que vinha a eles, não mais de 3 horas para ele retornar.

Dallan olha as demais informações, e quando viu que os demais observavam muito, fechou os comandos e olhou para os demais e falou;

— Reunião no auditório, em 15 minutos.

Dallan olha para Jonathan e fala;

— Avisa Sabrina.

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Jonathan bate a porta de Sabrina que apenas lhe olha a porta;

— O que foi agora Jonathan?

— O comandante Dallan acaba de chegar a base, reunião no auditório em 15 minutos.

Sabrina olha como se não querendo fazer parte, ela parecia longe, talvez precisasse de uma motivação, a perdeu, em momentos pensava em sair dali e nunca mais voltar.

— Certo, em 15 minutos estou lá.

A cara de desanimo de Sabrina, fez Jonathan a olhar, sabia que todos pegaram pesado, a moça era genial em tudo que fazia, mas todos duvidaram dela, e isto parecia ainda estar lhe doendo.

Jonathan olha para ela fechar a porta e com calma vai ao auditório, e olha as pessoas, Dallan não estava ali, mas o rapaz fica ouvindo os comentários de um rapaz as costas;

— Pedi a minha transferência, não vou ficar aqui sobre ordens de um Dallan da vida.

O outro ao lado fala;

— Pensei que Carter tinha costas mais quentes, ele se deixou matar por estes ai.

Um terceiro olha para a parte frontal e viu o exercito se posicionar em todas as entradas, e o fala;

— Acha que Dallan vai fazer o que?

— Sabrina fechou os dados, não parece nem ai para estar aqui, acho que ela vai antes de nós.

Jonathan olha para os militares e olha para seu pai entrar pela porta do auditório, e olhar para ele. Calmamente ele caminha no sentido do pai enquanto os rapazes as suas costas falam que o Papai deveria ter vindo tirar o filho dali.

Jonathan chega ao pai que fala;

— O que está acontecendo filho?

— Como saber pai, a 3 dias ninguém aparece, ninguém fala nada, e de repente, tudo se agita.

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— Dallan parece querer algo, não sei oque, mas com certeza, algo está acontecendo.

— Por que do reforço do exercito?

— Temos confirmado o sumiço de mais dois dos grandes do Pentágono, sabe algo a respeito filho?

— Sabe que este não é meu mundo pai.

— Alguns querem complicar Dallan, mas não tem prova contra ele.

— E quem fez pai?

— Uma lenda parece ter surgido, uma que não conheço.

— Uma lenda?

— A Sombra das Florestas, agindo nos Estados Unidos, mas parece que muitos seres respeitam este ser, que parece um assassino frio.

Sabrina chega a parte do auditório e senta-se bem ao longe, penúltima fila, tudo vazio a volta, MacLinn olha para ela e pergunta;

— Acha ela de confiança filho?

— Vocês quase estão conseguindo perder das melhores programadores que existem no planeta, e única que ainda se mantem nos exércitos, já que os salários e limites são desafios que a maioria não se adapta.

— Se ela pular fora, muitos falam que vão tirar o direito dela chegar perto de um computador.

— Pai, ela pega um avião para qualquer lugar e meus pêsames aos que a ferraram.

— Pelo jeito continua encantado.

— Pai, olha a base, em 3 dias ela pôs para funcionar o que os demais diziam ser impossível em menos de 6 meses, dando previsões que poderiam chegar a 3 anos.

— Soube que os satélites voltaram a nos dar dados, que o laboratório da Lagoa Seca está a toda, mas acha que ela é imprescindível?

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— Acho que se continuarem a bater, ela vai pular fora, pois ela vê o mundo não como uma Tenente, e sim como alguém que acredita em algo maior pai.

— Não entendi.

— Ela se isolou, depois de por isto para funcionar, ela isolou destes que se dizem programadores, que se dizem os nomes do Pentágono, mas não sabem nem chegar aos sistemas básicos, se via o pessoal do Lago Seco, de Raton, retirando dados, desencriptando, e este pessoal aqui, nem sabiam o que faziam aqui.

— E o que ela fez referente aos dados que o menino passou?

— Nem olhou.

— Como tem está certeza filho.

— Pai, os dados foram sendo recebidos e encriptados, os dado estão em algum lugar, mas a moça queria apoio, se ninguém apoiou, nem Dallan, pois ele aparece somente agora que os dados estão quase completos e abre o sistema de informação, sinal que não iria apoiar.

— E ela segurou-se.

— Ela se isolou para não brigar com ninguém pai.

— Ela foi rude.

Jonathan olha para ela, para o pai e fala;

— Todos a isolaram, todo o grupo que era daqui, sumiu, ou está em outro país trabalhando, para não sofrer com o exercito nosso.

— E ela mesmo assim reergueu tudo?

— Pai, estes que estão ai, furaram a fila, não são nomes que eu colocaria ai, imagina ela.

— Ela lhe indicaria para cá filho.

— Não entendo por que, eu desconfio dela, não deveria, mas aquele brasileiro não me parece de confiança.

Os dois param de conversar e Jonathan sobe as escadas e senta-se ao lado de Sabrina e pergunta;

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— Me responderia uma coisa Sabrina?

— Se souber.

— Por que me indicou para está base?

Sabrina sorriu e olha para o rapaz e fala;

— Quer sinceridade sobre isto?

— Sim.

— Vai ficar se for sincera?

— Quem sabe.

— Um dia, a mais de 2 anos, sentados neste auditório, eu, Dallan, Any e Pietro, me perguntaram quem indicaria, os demais haviam indicado mais de 5 pessoas cada, tinha de indicar 5 pessoas também, e enquanto Dallan apontou pessoas ligadas ao controle do exercito, Any indicou cabeças jovens e imaturos, Pietro um grupo de programadores fechado que fariam parceria com Los Alamos, eu tinha uma lista de 10 nomes, 5 que já estavam trabalhando para a ePTec, o que sobrou os 5 mais desconfiados, os que pus na lista, porque o sistema de informação do ePTec os colocava como inconstantes, nacionalistas e encrenqueiros.

— Você colocou 5 nacionalistas, mas por que?

— Se um dia chegar ao ponto de interpretação do eP 3.0, verá que eles definem isto como pontos a excluírem, pois o projeto é universal, não nacional, e o que eu queria aqui, eram pessoas focadas no que precisamos, não no que os demais países querem.

— E eu desconfiando de você.

— Confirmando a eficiência do sistema de analisar pessoas Jonathan, não se envergonhe.

Dallan chega ao palco e nitidamente com as luzes nele, não viu onde Sabrina e Jonathan estavam.

Olha para o Comandante Gutierrez e pergunta;

— Onde está a Tenente James?

— Nas ultimas fileiras, a luz atrapalha a visão Comandante.

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— E por que ela não veio falar comigo.

— Senhor, ela sabe mais do que esta acontecendo quieta do que falando com o senhor.

— Ela sabe o que aconteceu com Carter?

— Senhor, não se fala em publico sobre a Sombra das Florestas de Angola.

Dallan olha para o Comandante e pergunta;

— Não entendi.

— Senhor, como alguém me falou, saberíamos quem foi pelo método da morte, dois foram por um, um por outro.

Dallan pega o microfone e fala;

— Bom dia a todos, estamos aqui para por Los Alamos sobre observação, alguns podem não gostar, mas temos um risco no reator nuclear, e não podemos arriscar cientistas de renome, como vocês, nisto.

MacLinn olha para Dallan, não sabia do que ele estava falando;

— Temos um perigo eminente, estamos começando a conter os problemas, mas estarei indicando alguns para outras bases, e o contingente local momentâneo ficara em poucos funcionários, e alguns militares, mas peço a descrição, não queremos isto na imprensa, e não gostaria de ter de pressionar alguns a ficarem quietos.

Um dos rapazes olha para Dallan e pergunta;

— Por que se fez de morto senhor?

— Não me fiz de morto, alguém espalhou que eu estava morto, mas eu não me passei por morto.

— Mas não veio direto a base.

Dallan olha o rapaz e olha para os demais;

— Não discutimos fofocas neste ambiente, esta é uma base de pesquisa, com mais de 300 laboratórios destruídos, teremos de reerguer cada passo e cada pesquisa, mas no momento, vou priorizar as vidas, e como uma explosão no reator, mataria todos que aqui tivessem, estou momentaneamente deixando no automático a base.

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— Nos indicara para onde? – Sabrina na penúltima fileira, Dallan ouviu a voz, mas as luzes não o permitiam a ver.

— Alguns ainda não tenho a resposta, estamos com laboratórios no Alasca, em outras partes, mas quero a segurança dos que aqui estão.

Sabrina sorriu e Jonathan não entendeu, mas Dallan continuou.

— Obrigado ao pessoal que estava no comando, vejo que fizeram um belo trabalho nos últimos 6 dias, vejo que tenho um grupo bom, mas que momentaneamente, terei de proteger.

Jonathan olha para Sabrina e fala baixo;

— Vai os deixar levar o mérito?

Sabrina chega perto de Jonathan e fala em seu ouvido;

— Não existe aquecimento no reator Jonathan.

— Como sabe?

— As vezes as pessoas acreditam muito em uma encenação, o que está vendo ali a frente, é uma encenação, uma com um único objetivo, esvaziar a base.

— Por que, vão terminar de tirar tudo.

— Eles acham que não tem mais nada para tirar.

Sabrina fala baixo e faz sinal para Jonathan ouvir o resto.

Dallan olha para os demais e fala;

— Os militares serão os últimos a sair, primeiro vamos priorizar os civis, para lhes dar as melhores condições, esperamos controlar isto e chamar os que estiverem dispostos a enfrentar os desafios de Los Alamos, no menor tempo possível.

Os demais começaram a sair e os rapazes olharam para Sabrina e um falou alto;

— Manda uma foto do Alasca.

— E você do saco do major que tiver pendurado! – Sabrina olhando para o rapaz.

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Os do lado riram e o rapaz saiu, mas o olhar de Sabrina para Dallan era de poucos amigos.

— Ainda por aqui Sabrina, pensei que estaria na França.

— É uma dica senhor?

Dallan sabia que a moça estava numa tensão e olhou para os demais e fala;

— Jonathan, tem de escolher se quer ficar, vou o indicar a ficar, mas a escolha é sua. – Dallan.

O olhar sobre os demais, fez Sabrina começar a sair, Jonathan acelera o passo para sair junto e olha para dentro antes de saírem de vez.

— Não entendi o que está acontecendo, me explicaria? – Jonathan olhando para Sabrina.

— Sim, mas vamos a um lugar calmo.

— Os demais pareciam querer sair rápido. – Jonathan.

— Eles acham que Dallan deu fim em três grandes Generais do Pentágono, como não têm prova, não tem os acontecimentos, eles ficam apenas com o medo.

— E sabe quem os matou?

— Jonathan, antes de me isolar, 3 generais estavam com seus nomes nos relatórios de prováveis vitimas, está nos documentos que enviamos ao Pentágono, e que Carter bloqueou.

— E por que estes senhores estariam na lista?

— Posso estar enganado Jonathan, estes são os que sabemos, não o total, acredito que mais de 50 pessoas sumiram, todos os documentos indicavam isto.

— Os alertou?

— Nem seu pai me ouve, de que adianta, transmiti o que o sistema calculou, mas se alguém leu, não posso saber, pois fazemos relatórios, não tiramos conclusões.

— Sabe a forma que encontraram Carter, dizem ter chocado todos em Washington.

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— As vezes as pessoas deveriam saber com quem se metem, as vezes respeitar outras nações, outros seres, mesmo você Jonathan, faz parte do bom senso, de nossa saúde física, e o problema é que quando Pedro Rosa quase morreu em Baku por uma ação de 3 generais de alto escalão, 22 de baixo escalão, e um grupo da CIA aparecem como executores, surge em uma lista de mortes programadas, dai Carter ameaça o secretario de segurança, e este lavou as mãos.

— Vai dizer que o rapaz mandou matar eles?

— Não, mas ele não segurou quem deveria, ou acha mesmo que Dallan não estava dentro daquele avião?

— Não entendi como ele escapou?

— A resposta está nos relatórios que não chegam ao Pentágono, uma moça que é uma sombra, uma existência que poucos conseguem dizer onde ela está, uma senhora, que hoje deve ter uns 36 anos, que a máfia Russa chama de Sombra das Florestas, o exercito do Brasil, de Ciça Guerra, e Pedro Rosa de mãe.

— Esta dizendo que a mãe do rapaz é o que, um fantasma? – Sorri Jonathan.

— Ela sozinha com 9 anos, nas florestas de Angola na África, defendeu 6 vilarejos dos dois lados da guerra, que queriam eles como soldado forçados.

— Aos 9 anos ninguém defende nada.

— Acha que ela é uma lenda entre os apoiadores Russos dos grupos de independência por que?

— E está moça é mãe do rapaz?

— Jonathan, os invasores das aldeias em meio a guerra em Angola, decapitavam os mais velhos, das aldeias, para os demais saberem o que aconteceria com os demais que se recusassem a guerrear.

— Ela usou uma imagem para deixar claro, fui eu, e se mexerem com meu filho, volto a atividade.

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— E os demais, pode esquecer, ninguém nem vai achar o corpo, isto se chama ―Métodos Moreira‖ de sumiço de corpos, eles nunca aparecem, e não se sabe onde acabam.

— Está falando do empresário Brasileiro?

— Sim, mas todos os que falar, são aliados do Rapaz, pessoas que desconheço, mas que mandaram ficar de olho nas operações do exercito, em prol do rapaz, pessoas como a primeira ministra Alemã, Yuri Romanov, Joaquim Moreira, Priscila de Sena, alguns nomes da Yakusa, alguns da máfia Chinesa e Coreana, temos relatórios cheios de nomes, todos se comunicando para pedir um favor, ficar de olho nos exércitos Norte Americanos, para evitar outra calamidade como a que aconteceu no Mar Cáspio.

— E ninguém olhou.

— Acha que vão culpar quem quando eles se tocarem que os dados estavam lá, que as coisas estavam sendo encaminhadas, e não estavam sendo lidas?

— Você, e não se preocupa?

— Queria um fim diferente, mas vejo que não terei um fim diferente.

— Então ele tem aliados em quase todo o mundo?

— Ele tem uma empresa, que esta entre as 100 maiores mineradoras do mundo, e uma que esta entre as 100 maiores empresas de tecnologia do mundo, ele tinha com nós de Los Alamos, uma parceria no fazer e desenvolver do jogo, e ele antes de ir, deixou as ordens de venda, então hoje ele não tem nada deste pequeno projeto.

— Ele a complica e sai da sociedade.

— Jonathan, se eles acham que nacionalismo é mandar Americanos a morte e eles ganharem medalhas, eles não sabem o que é ser nacionalista.

— Mas você não facilita apoiando o rapaz.

— Sei que não facilito, eu e Dallan tivemos de segurar mais de 6 mil produtos, mais de 5 mil parcerias, por que a CIA não queria que nós vendêssemos, eles querem o dinheiro,

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agora a CIA é parte da empresa que vai prover o jogo, não sei ainda se quero ficar Jonathan.

— Quer dizer que o que acham um valor incrível, é apenas uma pequena fatia do que poderíamos estar fazendo aqui?

— Acredito que podamos tantos projetos, que eles se perderam, quando Carter veio fechar, era o fim de uma época, de uma parceria, pior, tudo que acham que passamos para o rapaz, não é um por cento do que descobrimos, e se tivéssemos continuado e vendido, tudo o que consigo pensar que paramos, seria um por cento do que poderíamos ter feito, então estamos em um projeto que morreu a dois anos, e insistimos em tentar por dois anos.

Estavam os dois chegando a parte do café, embora ali tinha apenas o nome de Café, não serviam café, apenas refrigerantes em maquinas automáticas, algumas porcarias em outras maquinas automáticas e algumas cadeiras e mesas.

Sabrina sentou-se e olhou os demais indo aos alojamentos particulares e saindo, ela parecia não acreditar que aquilo sobreviveria, olha para Jonathan e pergunta;

— Vai ficar?

— O que me atrai aqui é você Sabrina.

— Não confunda as coisas Jonathan, não confunda.

— E se confundir?

— As coisas sempre se complicam mais, as coisas saem do plausível, entram em analises que não deveriam pesar quando nesta área, onde a vida do todo vale mais que a de um.

— Esta me dando o fora? – Jonathan sorrindo.

Sabrina sorriu e falou;

— Sabe que o que é ser um militar, vive em uma família de militares Jonathan, sabe o que é ser profissional, trabalha em uma base do exercito, como civil, sabe o que é segredo contratual, eu vivo dentro dos três, e mesmo assim acha que quer isto?

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Jonathan quase que sorriu, ele pensou antes, e olhou serio para Sabrina, uma militar, engenheira de software, sobre contrato de sigilo absoluto, e que ainda tinha um projeto particular, anterior ao ser Tenente, e um posterior a isto, como programadora, como parte do eP, o sistema, que estava em sua versão 3.0, mas que mudara os sistemas de segurança de muitas empresas, que usavam este para segurança de dados, e um para interagir com os demais sistemas, ou Mac ou Windows, mas quando se falava em segurança, era o eP que se aplicava.

— E como fica sua sociedade com Pedro Rosa?

— Nunca fui sócia de Pedro Rosa, temos uma parceria de ideias, ele paga direitos autorais a pessoas que nem sabiam do que ele falava, ele paga direitos sobre uso de linhas que o pessoal de Linux nunca pagou, dizendo que foram colaboradores independentes e livres que fizeram aquelas linhas, mas Jonathan, isto não tem haver com nacionalismo, tem haver com direitos autorais, sabe que depois do eP muitos dos ditos defensores do Linux passam a ter de responder pelo uso irregular de programas com autoria.

— Quando se fala em eP, muitos ainda acham genial, sabe disto.

— Eles nem viram o pré-projeto, o que me fez sorrir, pensar em como uma ideia simples daquelas, não fora pensada por mim.

— Dizem ser simples, mas como algo simples pode ser tão solido e quase impossível de invadir.

— Esta é a genialidade do sistema, este é o segredo que o menino conseguiu enxergar, em programações que outros achavam básicas, e ele as uniu e transformou no eP, lógico que quando se programa uma união, deixa de ser o programa anterior, mas o menino, pois ele era uma criança, quando o fez, e lançou a 2 anos na internet com o desafio de invasão, pensa em alguém desafiar todos os hackers do mundo a invadir seu sistema, um desafio de mais de meio milhão de dólares por invasão.

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— Lembro, eu era um programador em fase de aprendizado entrando e vi muitos amigos de faculdade tentarem por dias invadir aquele sistema.

— Poucos não tentaram, pouquíssimos passaram das reservas, eu mesmo somente depois de ver o programa, entendi que não consegui, e mesmo assim, fui das que mais cheguei perto.

— Mas dizem que você conseguiu.

— Jonathan, eu sempre digo que não o fiz, e mesmo assim, todos dizem que o fiz, por que todos sabem, meio milhão na conta.

— E por que ele pagaria se não conseguiu?

— Digamos que fui a única pessoa que começou uma interpretação de linhas, mesmo sem ter como invadir, fui a única pessoa a desviar os interpretadores de teclado, fui das poucas pessoas que fizeram um caminho e manteve ele aberto, mesmo sem conseguir interagir com o sistema.

— Dizem que um francês também conseguiu.

— Pietro Martin foi o que mais conseguiu chegar perto, mas como ele trabalhava para um escritório Inglês na França, o seu superior tentou assumir a autoria do acontecimento, embora os demais nem saibam por onde Pietro entrou até hoje.

— E sabe pois teve acesso depois.

— Pietro a 2 anos trabalha para a ePTec, ele administrava a parte aqui em Los Angeles, até um mês, quando o menino tirou tudo que tinha das nossas terras.

— E acha que a empresa se mantem sem os contratos nossos?

— Jonathan, eu não vi ninguém do Pentágono falar que quer cancelar o contrato com a ePtec, nem deixar de usar o programa da eP com os adendos de encriptação e segurança de dados.

— Então por que de tudo isto?

Sabrina olhou para o rapaz e falou;

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— Por que o rapaz desconfia que tudo que fizemos aqui, foi monitorado por fora.

— Quem nos monitorava, Franceses, Ingleses, Chineses, quem?

— Este é o problema, os cristais transmitiam algo para fora, que era conseguido dentro destes laboratórios, não deveriam ter acesso, mas o cristal que usávamos aqui, tinha integração com os cristais do Brasil, Guatemala, Azerbaijão e Afeganistão.

— Esta falando que a Alcaida teve acesso?

— Não Jonathan, estamos no laboratório que dá estrutura ao que chamamos de Área 51, os cristais destes países retransmitiam em sinal de radio, que anda quase a velocidade da luz, para mais de um bilhão de endereços, como aqueles que temos no cristal verde.

— Esta falando de vigias externas, esta falando serio Sabrina?

— Acha que o menino está onde agora Jonathan?

— Dizem que em um mundo em Andrômeda, a galáxia.

— Não, o que ele se preocupava, é que em qualquer momento da volta, se fechassem o portal, ele não tinha certeza que chegaria de volta.

— Esta dizendo que ele não está nem lá nem aqui, e sim no meio do caminho?

— Sim, mas isto não posso falar fora destas paredes, e toda a tecnologia que me permite ir ao Pentágono a um decimo de segundo, é a mesma que me permite no mesmo decimo de segundo, ir a planetas que não estejam a mais de 700 anos luz daqui, mas isto, estou por contrato, proibida de fazer, de discutir, de falar, então se eu morrer, morre comigo Jonathan.

— Então o que vocês querem saber é o que, como pular mais para longe?

— Digamos que estamos ligados a todas as demais galáxias do aglomerado, por linhas que chamam de teias de

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matéria escura, ele está provando ser possível dobrar as Teias de Matéria Escura e pular para uma galáxia a um milhão de anos luz daqui.

— Transformando 700 anos luz em nada?

— Tentando prever nosso futuro Jonathan.

— Não entendi?

— Ele quando fez a operação em Baku, era para mandar um povo que ele chama de Ciguapa, estes seres, são infectados por uma bactéria, que toma o corpo dos seres, crescendo no seu interior, ele acreditava que tinha de se livrar dos seres, mas dai ele construiu uma região, com prédios transferíveis, para que os seres fossem transpostos com os prédios.

— Não entendi.

— Junto com os prédios, foram 6 grandes observatórios astronômicos, agora ele foi lá colocar um sinalizador, para se abrir os portais e recebermos em períodos pré determinados as informações espaciais deles.

— Não vejo a importância?

— Jonathan, o que eles estão olhando, é nós como fomos no passado, estaremos vendo o nosso passado astronômico, mas principalmente, registrando de onde e para onde vão os sinais em uma galáxia longínqua.

— Acha importante?

— Se os seres estiverem lá e pretenderem vir para cá, é muito importante.

— Acha que podem querer vir?

— Os seres que estavam aqui, achavam o sol incrível, mas os nossos rios e mares horríveis, muita oxidação para eles.

— Visões de mundo diferentes.

— Formas de vida diferente, mas o menino quer manter algo ligado, mas sem passar nossas informações, por isto o encriptar das informações, os que estão lá, receberam as informações, mas receber e conseguir entender é outra coisa.

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— Digo que o rapaz sabe não ser de confiança, nem os alienígenas vão confiar nele.

Sabrina sorriu e falou olhando Dallan chegar ao longe;

— Mas acha que vale o risco ficar ao meu lado Jonathan?

— Acho que sim!

Dallan se aproxima com MacLinn e fala;

— Podemos conversar Tenente?

Sabrina levantou-se e bateu continência;

— Sim senhor.

— A vontade Tenente.

Sabrina sentou-se e o senhor MacLinn olha para Sabrina e fala;

— Tem de conter suas ofensas tenente.

— Cumpro ordens senhor, me mandam ser intransigente, me verá intransigente.

Dallan sorriu e falou;

— Pegou pesado Tenente, não era para desligar na cara de um Comandante.

— Então desculpe-me Comandante MacLinn. – Sabrina sorria por dentro, mas estava firme.

Jonathan viu que a postura da moça seria diferente quando tivessem patentes maiores a mesa.

— Poderia me relatar o que aconteceu a Carter, Tenente Jonas.

— Como previsto senhor, passamos o alerta de perigo para o Comandante Carter referente a inimigos, ele se recusou a abrir nossos alertas, e pagou com a vida.

— Quem fez aquela barbaridade. – MacLinn.

— Com respeito senhor, Carter foi tarde, mas quem fez aquilo, é em teoria, uma sombra sem rosto senhor, uma moça de 36 anos, conhecida pela inteligência Russa por Sombra das Florestas, apelido conseguido aos 9 anos, depois de matar um

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grupo de militares Russos que apoiavam os que queriam a independência de Angola, na África.

— E o que temos referente a esta moça?

— Formou-se no Brasil em Engenharia Civil, e por 14 anos ficou longe de todos os demais, foi condenada por matar um grupo de extermínio no Brasil e fugiu da cadeia.

— O que este ser tem haver com a historia? – Dallan.

— A genética aponta para mãe de Pedro Rosa senhor.

Dallan encosta na cadeira e olha para Sabrina, ela aparentemente parada sabia o que ele não conseguira.

— E quantos acha que vão morrer? – MacLinn.

— Senhor, como falava com seu filho, mais de 50 pessoas estão desaparecidas, apenas uma foi usada como exemplo, para nossa sorte, seria de gerar medo se alguém vier a saber as patentes dos mortos e tivéssemos locais montados como o em Washington.

— Quem confirmou?

— Senhor, o Chefe da CIA, Phill Dracs, está sumido com 22 dos assessores mais próximos para operações na Europa e países da ex URSS, a 3 dias.

Dallan olha para MacLinn e falou;

— Disse para eles não se meterem, nunca me ouvem, mas se foi quem penso que deu cobertura, não acharemos nem os corpos.

— Métodos Moreira senhor! – Sabrina.

MacLinn olha a moça, ela estava provocando, mas fazendo um caminho, os demais estavam perdidos.

— Temos como afirmar isto? – MacLinn.

Sabrina sacode a cabeça lentamente e olha para Dallan.

— MacLinn, a CIA sempre usou este senhor, como fornecedor em locais que não poderiam ligar a eles, dizem que quem apresentou a Phill, Yuri Romanov, foi Moreira em pessoa.

Dallan olha para Sabrina e pergunta serio;

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— O que acha que vai abranger a limpeza?

— Dizem que Priscila de Sena, foi a Baku ontem e colocou Yuri na parede senhor, sobre o apoio a operação que quase matou o general a seu lado, e deformou o rosto do rapaz.

— Sena põem medo até nestes e Carter queria a ameaçar, mas como chegamos a esta Sombra que você afirma ser mãe do menino.

— Senhor, qualquer soldado de alta patente que foi a Angola, sabe o quanto os Russo temiam a região que a senhora defendeu, os Portugueses para invadir o lugar, cortaram as arvores de toda uma divisa. Mas o nome dela, oficial, é Maria Cecilia Guerra.

— E como saberíamos como a encontrar, sabe o rosto dela? – Dallan.

— Até o senhor sabe senhor. – Sabrina.

— Sei, a conheço?

— Ela estava no voo que saiu de Washington para Los Alamos, alguém capaz de abrir uma porta ao fundo de um avião para o saguão de entrada do Aeroporto. – Sabrina.

Dallan lembra da moça e olha para Sabrina;

— Pensei em uma Afrodescendente.

— Filha de Brasileiros que foram a Angola e se deparam em meio a uma guerra de independência.

Dallan lembra da moça e olha para MacLinn e fala;

— Como querem que vá atrás de quem me tirou daquele avião lotado de explosivos.

— Pelo jeito sua assessora e Tenente chefe deste seu projeto levanta muito mais coisas quando eles acham que ela está inerte do que quando está em operação.

— Competência não se compra ou aprende senhor, ela é das engenheiras de software que não gostaria de perder, mas o exercito as vezes nos afasta mais do que aproxima. – Dallan.

Dallan olha para a moça que olha para o relógio e fala;

— Vamos lá, ainda não vimos estes dados.

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Sabrina fica quieta, ela com seu transportador, todos os dias que esteve isolada, se transportou para o complexo de computadores de Santa Monica e ficou a observar os dados, os fatos, mas tentara parecer indiferente, mas sabia que não era.

— Vamos senhor, é difícil entender os dados assim rápido, mas acredito que algumas coisas sejam apenas confirmação de dados.

Os Quatro se levantam e vão no sentido do comando, vazio, e Sabrina destrava o sistema e as telas começam a ascender.

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Cento e Dezesseis Pedro sai da parte e olha para Carlos e para o relógio a

parede ao fundo, o tempo passara, quase três dias, olha para as câmeras, e para o lugar, ainda deserto.

— Fecha o portal Carlos.

Pedro com aquela roupa anda calmamente, olha para o chão e vê cristais verdes, que vieram presos ao sapato e fala para a direção.

— Desinfecção.

Pedro caminha para uma sala isolada, e jatos de agua o cercam, depois uma área de descompressão, e uma de vácuo, para por fim, tirar aquela veste e colocar seu tênis, camiseta e jeans, olhando em volta e pensando.

Pedro chega ao comando e olha Rita, com rosto de preocupação e a abraça.

Rita o abraça e fala;

— Não para nunca?

— Vou poder me acalmar agora amor, agora tenho um sistema que nos permita ter onde se esconder, em caso de precisão.

— O que fez desta vez?

— Apenas confirmei que os seres sobreviveram e estão lá, a começar suas vidas.

Carlos chega a Pedro e pergunta;

— O que são os dados que recebemos Rapaz?

— 6 Sinais diferentes, quero os mesmos separados e salvos, os técnicos chegam quando Carlos?

— Em dois dias.

— Como foi a absorção destas placas?

— Divinas, não sei o que são, mas com certeza, algo que nos gerou uma quantidade imensa de energia.

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— Hora de ocultar os dados, de abaixar os cristais, de falar com os engenheiros, desativar as câmeras externas e começar a estudar o que aconteceu.

— Vai começar por onde?

Pedro tira uma espécie de Pen Drive do bolso, ele tirara daquele mundo, onde 6 imensos telescópios, filmaram o céu por 2 meses, por dois meses tinha estudos de onde era aquele lugar, de uma galáxia, que viam ao céu como ela fora a um milhão de anos.

Pedro coloca os dados, e cada vídeo começa a passar em um dos monitores, viu que uma das cúpulas, de um dos telescópios, travou com a mudança de mundo, então colocou ali as imagens dos demais seres, a surgirem e a começarem a olhar para tudo, sem saberem onde estavam, um misto de susto e de encanto a olhar o céu, se via alguns animais estranhos ao fundo, Pedro fica a olhar para as imagens, um novo mundo, diria que para cada passo, teria uma leva de seres que não poderia estudar como queria, requeria uma leva tão imensa de gente que teria de criar seus métodos.

Pedro abraça Rita e fala;

— Estas imagens são de um mundo ainda sem nome, eu o Chamarei de Ciguapa, pois não tenho outro nome, o sistema o coloca como Terra 23, então Terra 23 eu estou nomeando de Ciguapa.

— Onde fica isto? – Um cientista ao fundo.

Pedro sorri, como explicar onde, como saber onde, tudo que ele tinha, ao olhar Andrômeda hoje, era uma imagem da galáxia a mais de um milhão de anos, quando a imagem da Galáxia Via Láctea vem em uma tela, ele sorri e fala;

— Um milhão de anos atrás estávamos aqui rapaz, como podemos saber onde em meio a galáxia.

Pedro olha para uma das Telas e vê Dallan nela;

— Boa tarde Comandante.

— Como está Rapaz?

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— Ainda me recuperando de um choque em uma parede de um prédio, mas bem.

— E o que temos agora, o que está nas telas?

— Cada Telescópio pegou um trecho do céu, mas temos que ver que estamos em um dos hemisférios do planeta, não sabemos nada deles ainda, mas acho que a imagem 3, da nossa galáxia, vista de um ponto onde estávamos a mais de um milhão de anos, nos dá o ponto desta imagem, nossa casa, como era num passado onde nenhum humano caminhava sobre o planeta ainda.

Sabrina olha a imagem, ela abre a comunicação com Banneker, chefe de operações da NASA, Dallan não sabia o que a moça estava fazendo, mas viu o senhor olhar para Sabrina e fala;

— De onde vem estas imagens, não as localizamos? – Banneker.

— Banneker, o rapaz provou ser possível pular para o outro lado, por 2 meses foi filmado o espaço em 5 pontos, e estou lhe passando as imagens para analise, o que temos na tela dois, é como era a Via Láctea, vista de Andrômeda a mais de um milhão de anos.

Banneker olha a imagem e sorri;

— Sabe que esta imagem em si, vale a vida de muitos, pois nunca pensamos em tê-la.

— A resolução pode não ser muito grande senhor, pois foi tirada do solo. – Dallan entendeu, Sabrina não pedira, mas estava abrindo os estudos com quem entendia, não lhe adiantava aquilo a nada.

Jonathan sorriu, viu a cara de indignado de seu pai, ela não perguntara, apenas liberara as imagens.

— Estes dados são reais Rapaz?

— Estou ainda os analisando, para mim, que passei pelo portal, não se passou mais que uma trinta minutos, estanho não ter vivido isto, e ter acontecido, agora estou mais tranquilo por um lado, mais preocupado por outro.

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— O que o tranquilizou?

— Medo que as leis da velocidade da luz de Einstein se aplicasse a mim, voltaria com minha aparência, e teriam se passado mais de 6 milhões de anos.

— E foi mesmo assim.

— Se isto acontecesse, não existiria o risco Dallan, as leis de Einstein os deixariam lá, eles não iriam querer voltar e ver os seus mortos.

— Certo, uma viagem feita através de tecnologia deles, para um mundo distante não se pode dizer que é algo que os secretários de segurança gostem.

— Dallan, secretario de segurança é cargo politico, você estará ai ou em outro posto, independente do que a politica ai faça, não estou avisando os políticos, estou alertando da possibilidade, mas se eles não vierem, não pode negar que podemos um dia usar para sair, se vier algo que nos ameace.

— Sabe que tudo que nos mostrou eles censuram.

— Dallan, eu vendi as minhas ações da empresa que tinha o contrato com o laboratório de Los Alamos, não estou falando mais de dinheiro, pois provavelmente eles nem entendem o que provamos, estou apenas alertando, que se um dia, em um dia bem distante, precisar de um pulo para o espaço, com um endereço fixo, temos um em Andrômeda, desativado até que seja necessário.

— E por que está nos mostrando então? – MacLinn.

— Desculpa senhor, não estou lhe mostrando, e sim a base de dados secretos de Los Alamos, onde os segredos são guardados para um dia se preciso ser usado.

Dallan viu o menino desligar e olha para Sabrina;

— Acha coerente mandar as imagens para a NASA.

— Senhor, estas imagens não nos servem para nada, é papel de parede, não me adianta uma imagem de como fomos antes de nascermos, eles fazem testes e cálculos, para nós, nada.

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Dallan olha para Sabrina, ela era rápida, realmente ali falavam de futuro, e não de passado.

— Como está o sistema do jogo?

— Estável, mas não estou muito a vontade para voltar a programar ainda senhor, quando for a hora retomamos o assunto.

— E que dados são estes que vem em anexo?

— A confirmação do que o Rapaz não queria.

— Como a confirmação.

— Senhor, mesmo nossos cristais, recebem e transmitem dados para aqueles cristais imensos, tudo o que falamos aqui, acaba como informação dos cristais.

— Ele desconfiou por quê? – Jonathan.

— Jonathan, dentro do cristal verde, podemos ter mais de 800 endereços, não investigamos mais que um decimo do cristal, mas os números do desastre em Baku pararam na explosão, confirmando a transmissão para fora em mais de um bilhão de endereços, mas nossos endereços no cristal são próximos, então não precisamos de um sistema de acumulo de energia para enviar, os destes são longos, então é como ter um emissor, um acumulador que abre por dentro do cristal os caminhos e envia os recados, o rapaz provou que ele tem de exatificar qual endereço quer antes de passar, a energia é grande, não por que é longe, mas por ter um bilhão de endereços abertos em um portal único.

Dallan ouve aquilo e olha para MacLinn.

— Espero que saiba que isto não sai pela porta.

— Estão dizendo que o menino mandou para o outro lado o que estava naquelas ilhas, ele não estava preocupado com o clarão, com o aparente desmanchar das coisas, e sim, com as portas?

— Em parte, mas ele provou que é possível passar para lá, mas os dados que ele passa senhor – Fala Sabrina olhando o General seria – é que a transmissão se abre para as 22

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galáxias mais próximas, mais de 45 milhões de endereços fixos por galáxia senhor.

— E de quem é esta tecnologia?

— Se alguém soubesse senhor, não estávamos estudando, mas o rapaz não divide tudo, sabe disto, e quando não respondo algo que ele não falou, desconfiam que eu estou escondendo, mas pode ser que ele também não saiba, mas obvio, quem desenvolveu isto, o fez a mais de 65 milhões de anos senhor, que é a data que os primeiros cristais se chocaram com a terra.

— Anterior a tudo que conhecemos, acha que eles analisam o que aqui?

— Senhor, pense, se um dia chegarmos a isto, todos os planetas vivem um tempo de acordo com seus sois, mas cada povo procura algo que lhes é fundamental, estes extraterrestres que tivemos acesso, tem vida curta, mas em uma característica única, eles sobrevivem de absorção de luz, de radiação e podem viver melhor com um pouco de umidade no ar, mas todos são infectados, esta infecção os mata aos 35 anos nosso, e com ela, leva para outro ser todos os conhecimentos que o anterior aprendeu, diria que são seres feitos para viver no espaço, uma fonte de calor, um sol, e vão semeando os mundos. – Sabrina.

— Mas não pareciam querer nos invadir. – MacLinn.

— Senhor, a quantidade de seres era grande, mas os estudos indicam que estavam não em acréscimo de seres e sim em redução, vieram de um mundo onde outros seres adulterados viraram mortais a eles.

Sabrina põem as imagens das aranhas gigantes na base na divisa do Azerbaijão.

— Estes seres vieram atrás deles, o ultimo cristal a cair, a mais de dois milhões de anos, levamos sorte que eles também são viciados na luz do cristal, e também se infectam com esta bactéria que os faz acalmar.

— Isto que tinha no Azerbaijão.

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Sabrina coloca a imagem do rapaz a dissolver uma e o senhor olha para ela;

— E não fala sobre isto?

— Isto não aconteceu senhor, não lhe disseram que nada do que ver ou presenciar nestas bases aconteceu?

— E o que dizer, o que acha que eles estão fazendo?

— Senhor, planetas como o nosso, vivem no máximo, em condição de vida, não mais de um trilhão de anos, já vivemos os mais conturbados 500 bilhões, e se tiver alguém por ai, olhando os planetas que tem condição de vida, e aos poucos, se apoderam dos sistemas, apenas quando precisam, sei que se nós tivéssemos esta tecnologia, alguém teria feito um plano assim, o caminhar diante dos fins, e ir avançando e se espalhando, como uma semente ou uma praga, depende em que lado estiver.

— Um sistema de analise, mas se for isto, quando viriam?

— Senhor, aos poucos eles vinham, estes que vieram, segundo o menino, mandam excluídos para cá, mas não quer dizer que um dia não pudessem escolher vir.

— E o que o rapaz fez para evitar isto? – MacLinn.

— Por que ele teria de fazer algo? – Sabrina desafiando, ela não era de aceitar esta forma de culpar e depois retalhar.

— Ele que os está devolvendo para casa.

— Ele nos livrou de uma infecção, não entendi a forma, mas os exames de sangue dos cientistas a 3 dias dava como infectados, hoje como curados.

— Então o menino tem uma cura! – Dallan.

— Sabe que sim Dallan, segredos da base de Los Alamos. – Sabrina deixando claro que eles tinham, mas que não falaria para qualquer um.

— Deram tecnologia para ele? – MacLinn.

Sabrina não respondeu, o senhor esperava uma resposta, mas Dallan queria é respostas.

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— E descobriu onde fica a base que ele montou na França?

— Desconfio que não está na França senhor, mas não sei onde, mas apostaria no Brasil.

— Por que?

— Todos os envolvidos do hangar que ele transmitiu, estão falando português.

— Nada conclusivo. – MacLann.

— Concordo, mas os satélites não apontaram para nenhuma atividade na França, ele deve ter usado uma cortina de informação para fazer a operação, não esquecendo que pode ser também em um país de língua Portuguesa, não esquecendo que a mãe do rapaz viveu na Angola.

— Qual o índice de Negros entre os técnicos? – Dallan.

— 4 em 10, mas não é conclusivo senhor.

— Parece mais Brasil mesmo. – Dallan.

— Mas onde for, não está no visual senhor, tivemos uma atividade num dos estados do Brasil, mas focamos os satélites e não pareceu nada.

— Mesmo de noite?

— Mesmo a noite.

— Mas o menino deve ter funcionários, gente que ele mande para um lugar, grande quantidade de gente! – MacLinn.

— General MacLinn, Pedro Rosa tem mais de dois mil pontos de extração de algum tipo de minério no Brasil, mais de 6 milhões de empregados, mais de 100 laboratórios técnicos a volta do mundo, mais de 100 grupos de extração fora do Brasil, os dados não nos indicaram nada, parece que o rapaz deu folga para mais de 4 milhões de funcionários no país dele, como se querendo que olhássemos para lá.

MacLinn olha a moça e pergunta;

— E o que mais este rapaz tem?

— Coragem, eu não passaria por aquele portal. – Sabrina.

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Dallan sorriu, ele também não gostava da ideia de passar em um lugar que poderia fechar e deixar todos perdidos no caminho.

— E o que mais ele transmitiu?

— Não vi ainda senhor.

— Estava dormindo no serviço.

— As vezes mesmo eu durmo senhor.

Dallan viu que Sabrina não baixou a guarda, ela ainda estava áspera;

— E quando vai olhar.

— Nos próximos 20 anos, mas talvez esteja velha para isto quando terminar.

— Muitos dados?

— Senhor, temos um jogo disposto em 30 planetas, não temos como fazer isto chegar a um bilhão de mundos, mas se eles estiverem registrados no cristal, é uma forma de sabermos se alguém está se mexendo.

— E como teremos um cristal daquele?

Sabrina apenas olha para MacLinn e fala;

— Não sei. – O sorriso de Sabrina, falava que teriam um, mas que ela não falaria.

— O que mais temos?

— Pressões sobre o secretario, para termos na base de Los Alamos 10 rapazes da CIA, que agora é parte, e um representante do Senado.

— E quando voltamos ao trabalho? – Dallan.

— A minha parte está em dia senhor, mesmo tendo dormido bem nos últimos 3 dias.

— E quem o Senado vai por aqui? – Dallan.

— O previsível, Any e Pietro, a CIA e aqueles pseudo técnicos deles.

— O que acha que podemos fazer Tenente?

— Como disse Comandante, gostaria de cuidar apenas do desenvolvimento do jogo, sabe que mesmo com todo resto

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aparentando normal, não é muito minha praia, sou engenheira de software, não em Engenharia Reversa.

— Entendo, acha que os demais laboratórios estão bem?

— Eles nem sabem como é o laboratório no Vale da Morte na Califórnia Dallan, não conhecem o Lago Seco, não conhecem os espécimes em Raton, como podem querer controlar o que eles ignoram existir.

— Falar nisto, como está o Vale da Morte?

— Lá!

Dallan sorriu, uma resposta direta, lá, a 85 metros abaixo do nível do mar, em uma região seca, as vezes inundável, mas raramente, uma base sobre camadas de mais de 12 metros de sal compactado, dos laboratórios mais geniais e bonitos que Dallan já administrara.

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Cento e Dezessete Na margem do Rio Negro, Siqueira chega em casa, olha

em volta, estava com uma mochila e olha para os demais ao longe, sentiu alguns correndo no sentido da mata.

Siqueira chega a casa, senta-se e uma leva de seres se aproximava da casa.

O senhor não sabia o que esperar, mas sabia que era o jovem Ciguapa que ele tirara do laboratório, a prova viva que continuavam a mandar pessoas a Terra, ele aperta o peito e a sua proteção se ergueu, olha para o senhor que cuidava da casa entrar pela porta lateral e falar;

— Estamos cercados.

— Calma, eles veem me falar.

— Não gosto disto Siqueira.

— Estes que estão ai, não são problema, se olhar os mais jovens, nem infectados são.

— Nunca entendi isto.

— Humidade não deixa os cristais em ponto de infecção, e sim em ponto acido, mas vamos a guerra.

Siqueira sai pela porta e o rapaz o olha com desconfiança, pois o rapaz veio com a proteção erguida.

— O que quer?

O ser não falaria, mas olha para Siqueira, algo estava diferente, foi ali para o convencer a se desinfetar, mas ele já estava desinfetado, como ele não sabia, mas obvio, fez sinal para os demais recuarem.

O ser chega perto de Siqueira e lhe toca o peito, Siqueira sentiu a moça e as crianças chegando, a informação que ele estava desinfetado correr a floresta ao fundo e ouviu em sua mente;

―Como se livrou do mestre sem nossa ajuda!‖

―Mestres criam aprendizes, o que me infectava não queria aprendizes, queria aprender e me matar‖

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―São os custos do passar tudo a frente‖

―Não quero o todo, o tudo, quero viver a emoção do desconhecido, a aventura sem guia, talvez um rapaz tenha razão, sou um guerreiro, e levo a Guerra aos dias, odeio dias ditados, adoro os enfrentar‖

―Por que alguém viveria o desconhecido‖

―Rapaz, eu descobrir por minha inteligência, não tem custo, o ser dentro de você, lhe responde, mas não lhe da o direito a duvida, eu gosto de aprender pela duvida‖

O rapaz se afastou e Siqueira viu a moça vir a ele, ele a olhou aos olhos, não estava feliz, ela sempre lhe olhava firme, mas desviou os olhos, ele olhou sua barriga e ela apenas virou-se e se afastou, ali acabava algo, ou nascia, mas Siqueira a olha como se não entendesse e fala.

— Quem fez um faz Dez! – Siqueira a olha aos olhos - Nac Tac, sei que não entende o que sinto, mas estes que nos cercam, não falam por eles, e sim pelo que vive dentro deles, sabe como eu, que é verdade, mas não posso ensinar o ser a amar, mas você posso tentar!

A moça olha para ele, ele lembrava seu nome, mesmo não falando, ela olha a criança ao lado e a mesma olha para Siqueira, lhe toca a mão e ela sente a emoção, sabia que era o que ele transmitia, um apego, algo que fazia aquelas 3 crianças verem nele um pai, algo que não existia na sociedade deles, apenas reprodutores e viventes, nem as mães eram valorizadas, pois o conhecimento valia mais que as posições sociais.

A moça olha para a criança que tirara do laboratório, seu irmão, aquela criança que assumira o destino de ser um reprodutor vindo das terras, não um ser adulterado dos locais, mas ela não queria brigar com ele, e fala algo que fez o rapaz olhar para ela decepcionado.

Ela caminha até Siqueira e vê as crianças chegarem, o olhar do menino parecia não gostar daquilo, ele pensou em algo e Siqueira viu os demais começarem retornar.

Siqueira olha para o rapaz e fala;

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— Sei que entende, sei que sabe a verdade, quer a morte deles para que?

Siqueira olha para os demais e fala;

— Não sou inimigo, não me façam um inimigo, os seus estão longe e felizes, vocês ainda vivem aqui por que não acreditam, não confiam, mas em um mundo longínquo os seus começam uma nova vida, se querem vir como amigos, são bem vindos, se querem vir como inimigos, tenho pena do ser dentro de vocês que morrera sem deixar seus conhecimentos.

Siqueira olha o menino e este fala;

— Acha que deixarei você criar uma família dos nossos?

— Acho que tem muito a se preocupar menino, para ficar com ciúmes, pois possessão é algo que mostra não sentimento, mas doença mental.

Siqueira via nas palavras do ser o quanto eles podiam entender.

— Não virei como amigo!

— Não venha então.

O menino olhava as crianças como se tivessem de ser dele, algo que um dia geraria guerras, mas que naquele momento, Siqueira sentia como sendo sua família.

O campo de proteção de Siqueira se amplia e as crianças correm para ele.

Nac Tac chega e ele e lhe beija, os 4 entram e naquela tarde, Siqueira deu um colar de presente a todos, e mesmo sem eles sentirem, viu que foram mudando de cor, indo a um azul mais vivo, marcas nos rostos, os diferenciavam, agora não mais como um ser, mas como uma família.

Por 3 dias Nac Tac e Siqueira conversaram, ela olhava meio perdida para fora mas olhava as mãos e sabia que mudaram, olhava para fora e em meio a palavras estranhas, toca em Siqueira que sente ela perdida e contente, entre o desafio de não ter respostas.

Siqueira sente em sua mente a pergunta;

―Como vive com tantas duvidas?‖

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―Não precisamos de todas as respostas, precisamos apenas da existência, nos apegamos a outros por que eles nos completam, não por que sabemos tudo‖

Ela o abraçou e ficaram a olhar as crianças brincando, e aprendendo com pequenas coisas.

Elas tinham em suas mentes as experiências, mas agora tinham a liberdade de viverem.

Os Ciguapas se afastaram, e os consideravam como não sendo dos seus.

Uma família diferente, que nos anos seguintes, geraram os primeiros seres entre as duas espécies, seres que ainda vivem na fazenda a beira do Rio Negro, esperando o dia que as coisas serão diferentes.

Felizes em meio a floresta, felizes em meio a uma família diferente.

Fim.