cientistas comprovam: existe vida fora do laboratório

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Cientistas comprovam: existe vida fora do laboratório InFormação O InFormação surge para ser um novo espaço de intera- ção entre os alunos de todos os campi do IFRJ. Esta primeira edição, em formato de revista digital, é o começo de um pro- jeto que, nos próximos meses, será continuado em uma pági- na na internet. Com uma abordagem que combina as pesquisas científi- cas, as expressões artísticas e culturais e as ações de caráter social, este canal procura mon- tar o mosaico dos diversos cenários que formam uma das mais tradicionais instituições de ensino do Rio de Janeiro, refe- rência no ensino profissional e tecnológico do país. A nova página vai reunir o que acon- tece nos onze campi do IFRJ, além de trazer informações que interessem à comunidade acadêmica do Instituto. Feito para você, aluno, o InFormação também será feito por você. Queremos ouvi- lo. Mande suas sugestões de pauta, de colunas, de novas ações. Este é um espaço em construção e queremos que você faça parte dele. Envie suas sugestões e críticas para [email protected]. Arquétipo do cientista louco é desafiado no século 21. Leia nas páginas 4 e 5 o diálogo entre ficção e realidade sobre a imagem do cientista Maior gênio científico do século 20, o físico alemão Albert Einstein foi a um tempo brilhante, excêntrico e divertido Divulgação Informativo produzido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ InFormação Agosto de 2013

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Page 1: Cientistas comprovam: existe vida fora do laboratório

Cientistas comprovam: existe vida fora do laboratório

InFormação

O InFormação surge para ser um novo espaço de intera-ção entre os alunos de todos os campi do IFRJ. Esta primeira edição, em formato de revista digital, é o começo de um pro-jeto que, nos próximos meses, será continuado em uma pági-na na internet. Com uma abordagem que combina as pesquisas científi-cas, as expressões artísticas e culturais e as ações de caráter social, este canal procura mon-tar o mosaico dos diversos cenários que formam uma das mais tradicionais instituições de ensino do Rio de Janeiro, refe-rência no ensino profissional e tecnológico do país. A nova página vai reunir o que acon-tece nos onze campi do IFRJ, além de trazer informações que interessem à comunidade acadêmica do Instituto. Feito para você, aluno, o InFormação também será feito por você. Queremos ouvi-lo. Mande suas sugestões de pauta, de colunas, de novas ações. Este é um espaço em construção e queremos que você faça parte dele. Envie suas sugestões e críticas para [email protected].

Arquétipo do cientista louco é desafiado no século 21. Leia nas páginas 4 e 5 o diálogo entre ficção e realidade sobre a imagem do cientista

Maior gênio científico do século 20, o físico alemão Albert Einstein foi a um tempo brilhante, excêntrico e divertido

Divulgação

Informativo produzido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ

InFormaçãoAgosto de 2013

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Desde dezembro do ano passa-do, 82 mulheres estão frequentando o curso de Cuidador Infantil ofereci-do pelo campus Volta Redonda, por meio do Programa Mulheres Mil. Com idades entre 19 e mais de 60 anos, as alunas da primeira turma do cam-pus esperam se formar até novembro deste ano. O Programa Mulheres Mil foi criado no ano de 2008, inicialmente nos Es-tados do Norte e Nordeste do Brasil, com o objetivo de aumentar a renda e melhorar a qualidade de vida de mu-lheres em situação de vulnerabilidade social. Em 2011, o programa esten-deu-se para todo o país, e o governo brasileiro lançou a meta de atender 100 mil mulheres até o ano de 2014. O IFRJ abriu as primeiras turmas do programa já em 2011, nos campi Paracambi, Pinheiral e São Gonça-lo. Hoje, são oferecidos cursos nos campi Engenheiro Paulo de Frontin, Paracambi, Pinheiral, Realengo, Rio de Janeiro e Volta Redonda. Até o momento, 295 alunas já foram foram formadas em cursos de formação ini-cial e continuada. A oportunidade de entrar em con-tato - ou voltar a ter contato - com a edução formal é, na opinião das gestoras do programa no campus Volta Redonda, Andrea Tunin e Aline Moraes, o maior canal para o desen-volvimento da cidadania no país. Um dos principais objetivos anunciados pela proposta do programa é a inclusão destas mulheres no mercado de traba-lho formal, mas o conceito vai além. “A experiência vem nos mostrando que estar em contato com o outro, viven-ciar novamente o ambiente de apren-dizado e de troca e o sentimento de

Trabalho e cidadaniaPrograma Mulheres Mil oferece formação profissional a mulheres no campus Volta Redonda

Presidente da RepúblicaDilma Rousseff

Ministro da EducaçãoAloizio Mercadante

ReitorFernando Cesar Pimentel Gusmão

Pró-Reitor de Ensino Médio e Técnico

Armando Maia

Pró-Reitora de Ensino de Graduação

Mônica Romitelli

Pró-Reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação

Marcos Tadeu Couto

Pró-Reitor de ExtensãoRafael Almada

Pró-Reitor de Administração, Planejamento e

Desenvolvimento Institucional (interino)Jorge Maximiano

O jornal InFormação é uma publicação da Assessoria de Comunicação do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ.

ReitoriaRua Pereira de Almeida, 88. Praça da Bandeira

Rio de Janeiro/RJ .

Assessor de ComunicaçãoJorge de Moraes

Equipe AsComFelipe Zava

Juliana CalmonLuís Costa

Camila Ferreira (estagiária)Patrícia Brunharo (estagiária)

ColaboraçãoAyrton Costa | Aline Moraes

(Campus Volta Redonda)Camila Baião (Campus Duque de Caxias)

Greici Sousa (Campus Pinheiral)Tatiana Ribeiro (Campus São Gonçalo)Verônica Marques | Sabrina de Oliveira

(Campus Nilópolis)Ygor Marinho (Campus Realengo)

Interessados em sugerir pautas devem entrar em contato pelo e-mail

[email protected]

As relações entre o trabalho e os gêne-ros textuais vêm sendo estudadas por alunos do campus São Gonçalo. O pro-jeto “Leituras do Trabalho”, coordenado pela professora Ângela Maria Coutinho, procura encontrar paralelos entre gêne-ros artísticos e a temática do trabalho. Com leituras possíveis, interpretativas, da música popular e de curtas-metra-gens, o trabalho empreende uma con-versação com textos da legislação tra-balhista e com normas de Segurança do Trabalho. “Essas estratégias permitiram a discussão a respeito dos sentidos éticos, sociais, políticos e ideológicos expressos nos textos dos diferentes gêneros.Tais discussões, creio, ajudam a compreender o trabalho no Brasil contemporâneo”, diz a professora Ângela Coutinho. O projeto teve início no 2º semestre de 2011, com recursos do PROCIÊNCIA, adquiridos por meio do projeto “Encon-tros de leitura e escrita”. Foram realiza-dos dois cursos de curta duração, com a participação dos três professores de Língua Portuguesa do campus São Gon-çalo. Os cursos foram destinados aos alunos do Curso Técnico em Segurança do Trabalho. Além da professora Ângela Coutinho, os professores Hayla Tami da Silva e Marcelo Pacheco Soares minis-traram aulas sobre leitura e escrita com objeto de estudo textual de interesse dos alunos do curso. Após essa ação educa-tiva, surgiu o subprojeto “Leituras do Tra-balho”. Para a aluna Miriam Greice Santiago Maranhão, a articulação entre Língua Portuguesa e Segurança do Trabalho foi uma das motivações para concorrer a uma bolsa de iniciação científica no pro-jeto. “Foi muito bom, porque eu aprendi muito com todo o trabalho. Eu comecei a

me interessar mais ainda pela matéria de Português a partir desse projeto. Ele mo-tivou a ler mais, principalmente sobre o trabalho, porque não era somente focado na Literatura, mas relacionando com a matéria de Segurança do Trabalho tam-bém, porque fala do trabalhador”, conta Míriam. Participante das rodas de leitura pro-movidas pelo projeto, o aluno Claudio Luís Conceição Coelho conta que as ati-vidades de leitura o ajudaram a escrever melhor. “Aprendemos que tínhamos que entender o texto em partes. Eu não con-seguia escrever muito bem, sempre a-marrava meu texto na introdução. Com as rodas de leitura, aprendi a fazer uma introdução, um bom desenvolvimento e uma boa conclusão”, conta o aluno. A também aluna Stephanie Lopes Ribeiro da Silveira avalia que aprendeu, com as rodas de leitura, a fazer um texto mais or-ganizado. “Nós tivemos informações ex-tras, além da sala de aula, pois trocamos experiências com outros alunos que já estavam estagiando. Elaboramos textos dentro da nossa área, o que nos possibili-tou ter uma estrutura melhor de redação”, diz Stephanie. “Tenho observado que, para os alunos, foi uma boa surpresa a possibilidade de realizar uma conversação entre textos artísticos e textos da legislação trabalhista de interesse do técnico de Segurança do Trabalho”, comenta a professora Ângela Coutinho. “Isso motivou-os a pesquisar sobre as condições do trabalho na atuali-dade, e a constatar a necessidade de com-preender, profundamente, diferentes dis-cursos relativos ao trabalho, para poder melhor relacionar-se com os trabalhadores em suas atividades de técnicos de segu-rança”, completa.

Gêneros do trabalhoCampus São Gonçalo aborda gêneros textuais para compreensão do universo do trabalho

AsCom

Os alunos Vinicius Vieira, Lourdes Magalhães e Miriam Maranhão apresentaram o pro-jeto “Leituras do Trabalho” durante o II Fórum Mundial de EPT (2012), em Florianópolis (SC)

Com alguns prêmios no currículo, o Laboratório de Informáti-ca, Sociedade e Educação (LISEDUC) do campus Engenheiro Paulo de Frontin tem aliado pesquisa e inovação na formação de profissionais de tecnologia da informação, um dos potenciais da região Centro-Sul Fluminense. O polo permite que alunos do Curso Técnico em Informática para Internet empreguem a práti-ca e a teoria trabalhadas em sala de aula. Formado em 2008, ainda no campus Paracambi, o LISEDUC desenvolve principal-mente projetos ligados à criação de jogos na área educacional, com foco em meio ambiente, petróleo, negócios e saúde. Aluno do 4º período do Curso Técnico em Informática para Internet, Rodrigo de Oliveira Gonçalves participa do projeto de jogos educativos “Nature is in Danger – Natureza em perigo: um estudo de caso no ensino fundamental da escola CENEC – Paracambi”. O projeto ficou entre os dez melhores do X En-contro Internacional de Iniciação Científica FAMINAS da Zona da Mata (MG), que ocorreu em outubro do ano passado, em Muriaé (MG). Segundo Rodrigo, o laboratório permite a troca de experiên-cias com outros pesquisadores, em eventos como o realizado em Muriaé, e a JIT (Jornada de Iniciação Científica e Tecnológia do IFRJ), realizada este ano no campus Pinheiral. “A participa-ção no grupo de pesquisa nos propicia conhecimento, experiên-cias múltiplas que vão desde o desenvolvimento de sistemas até a forma com a qual devemos nos portar em uma empresa ou em um evento”, diz Rodrigo, segundo quem o trabalho em equipe e a ética são temas também muito discutidos dentro do grupo. “Acredito que tudo isso tenha uma relação com a sigla de nosso grupo: Laboratório de Informática, Sociedade e Educação”, co-menta o aluno. Para o professor Ricardo Kneipp, vice-líder do grupo de pes-quisa, o LISEDUC trabalha a busca contínua da pesquisa como instrumento de formação de um profissional capacitado para a-tender as demandas de um mercado cada dia mais globalizado. “No grupo de pesquisa, os alunos são condicionados a trabalhar em equipes de forma construtiva e colaborativa, o que propor-ciona um alinhamento com o que eles vão encontrar no mercado de trabalho”, avalia o professor. Monitora on-line do projeto “Identificando o Estilo de Apren-dizagem de alunos e professores do IFRJ e Jogo de Negócios Empresarial”, a aluna do 4º período Nathane Rodrigues diz que o laboratório é importante para o seu crescimento educacional. “O LISEDUC proporciona novas experiências a partir do desen-volvimento de projetos e a possibilidade de aprender assuntos novos e de grande interesse”, diz a aluna.

AsCom

Tecnologia e sociedadeDiálogo entre informática, sociedade e educação no campus Engenheiro Paulo de Frontin

pertença a um grupo, especialmente um grupo que se forma dentro de uma instituição pública federal de ensino, eleva a autoestima destas mulheres, contribuindo para a percepção de-las como capazes de mudarem sua situação de vida, com seus próprios méritos”, avaliam as gestoras, em en-trevista por e-mail. “Percebemos que a empregabilidade é importante, mas secundária como objetivo de grande parte das alunas”, completam.

Monitores do curso são alunos de licenciatura do próprio campus

Organizado em parceria com as secretarias municipais de Ação So-cial e de Políticas para as Mulheres de Volta Redonda, o curso é ofertado em bairros menos favorecidos eco-nomicamente do município. O perfil das alunas aponta, em sua maioria, mulheres com baixa renda familiar e afastadas há algum tempo da educa-ção formal. Na sala de aula, o monitor Vitor Santos, aluno de Licenciatura em Ma-temática do campus Volta Redonda, ensina conteúdo matemáticos e con-ceitos que contribuam para a forma-ção profissional, intelectual e pessoal das alunas. “Essa experiência dentro de minha formação foi muito gratifi-cante. Tive a oportunidade de traba-lhar com um grupo de pessoas que, em sua maioria, estava fora da escola há algum tempo. Nós monitores tive-mos de ter o cuidado de elaborar ati-vidades que despertassem interesse e ao mesmo tempo tivessem conexão com a realidade dentro e fora da pro-fissão”, comenta o monitor. Segundo Fábio, a experiência do-

cente no Programa Mulheres Mil foi enriquecedora e desafiadora. “Atuar neste programa foi uma experiência única, inovadora, pois permitiu que pudéssemos fazer uma contribuição mesmo que pequena para a vida dessas mulheres que tanto se empe-nharam, se esforçaram e se compro-meteram, tendo sempre como meta se formarem no curso de Cuidador Infantil”, afirma Fábio. A aluna Ana Mara Vicente, do CRAS Três Poços, que já pensou em seguir a carreira do magistério, encontrou no curso de Cuidador Infantil uma alter-nativa. “Essa é minha chance”, pen-sou Ana, quando soube do curso no campus Volta Redonda. “Quero muito trabalhar como cuidadora em uma creche ou escola, ajudando o profes-sor a educar os alunos, ensinar no-vas brincadeiras, sempre interagindo com respeito aos outros e, além dis-so, com carinho e dedicação. Quero muito ajudar a formar crianças, para que sejam adultos de bem”, conta a aluna. Tamires de Souza e Silva, ca-pacitadora no mesmo CRAS, acredita que o programa contribui, ao mesmo tempo, para a emancipação feminina e para a atividade docente. Segundo ela, o programa é um caminho para emancipá-las em reação à desigual-dade de gênero e a preconceitos ain-da presentes na sociedade brasileira. “A resposta que me faz acreditar na qualidade do meu trabalho é a assi-duidade das alunas, a dedicação e a participação das mesmas nos de-bates das aulas”, opina Tamires. A entrada no mercado de trabalho foi uma das motivações da aluna Rita de Cássia Silveira, do CRAS Santo Agostinho. Mas não se resu-

miu a isto. “Está sendo muito proveitoso. O curso está bem elabo-rado, me capacitando e melhorando a cada dia minha auto-estima”, avalia. A troca de ex-periências nas aulas e o entusiasmo das alu-nas são algumas das impressões da capa-citadora Gisilaine Amiti, também do CRAS San-to Agostinho. “Reacen-dendo em cada aluna uma nova percepção de vida, fazendo com que sua auto-estima se eleve e mostrando-lhes que apesar de todas as dificuldades, nunca é tarde para recomeçar e fazer uma nova história”, afirma.

Rita de Cássia Silveira e Mara Vicente, alunas do Programa Mulheres Mil

Equipe do LISEDUC no X Encontro Internacional de Iniciação Cientí-fica, em outubro de 2012, no município de Muriaé (MG)

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“Eureka!”, gritou Arquimedes ao pular da banheira e sair correndo nu pela cidade grega de Siracusa. Ele acabara de intuir um princípio segundo o qual seria pos-sível calcular o volume de um corpo ao submergi-lo em água. A anedota passada no século 3 a.C. (e a mais conhecida so-bre o matemático grego) ajudou a formar a figura do cientista no imaginário popular – um gênio excêntrico, um “doido de pedra”. O ideário do “cientista louco” durante décadas estigmatizou aqueles que dedi-cam horas em laboratórios e bibliotecas à procura da fórmula ideal, da resolução inequívoca . O cientista - na literatura, no cinema e na TV - já foi o responsável por planos complexos de conquistar o mundo ou de bolar uma máquina super-poderosa capaz de fazer voltar no tempo. O sujeito contava com um cérebro privilegiado e ne-nhuma ou pouca habilidade social. Quan-do vilão, tinha de derrotar o herói bonito e forte, a quem bastavam os bíceps. Essa imagem parece ter ficado no sé-culo passado. Nomes como Carl Seagan e Stephen Hawking, dois dos mais impor-tantes físicos da nossa época, ajudaram a traduzir para o homem comum conceitos como os da mecânica quântica e da teoria

Estigma de cientista louco ficou na história e na ficção do século passado. O novo cientista prova que existe vida fora do laboratório

Entre laboratórios e ensaios da banda cover dos Beatles, Hiram Araújo divide com a música a paixão pela ciência

AsCom

Divulgação / YouTube

Johann Konrad Dippel

Nascido no castelo de Fran-kenstein, na Alemanha, Dip-pel tornou-se famoso por ter inventado uma das pri-meiras tinturas sintéticas, o Azul Prussiano. Mais famoso ainda ficou pelos trabalhos de alquimia, sobretudo por sua procura incansável pelo elixir da longa vida, que daria origem ao Óleo de Dip-pel. Os rumores de que Dip-pel fazia experimentos em corpos humanos podem ter inspirado a clássica novela de Mary Shelley, que tinha o mesmo nome do castelo onde o cientista nascera.

Chefe do Projeto Manhattan, que desenvolveu a bomba atômica nos anos 1940, Robert Oppenheimer nunca escondeu pendores para o socialismo e sentimentos conflitantes com relação ao uso de bombas nucleares. Pelas suas posições, perdeu seu poder seu poder político e acadêmico. “Oppie”, como é lembrado ainda hoje pelos seus alunos de graduação, aprendeu holandês e sâns-crito por vontade própria e citou um texto sagrado do hindu no primeiro teste da bomba atômica.

Robert Oppenheimer Richard Feynman

O físico Richard Feynman, um dos mais importantes cientistas do século 20, fez parte da equipe responsá-vel pelo projeto Manhattan, que desenvolveu a bomba atômica. Pioneiro na área de computação quântica, o excêntrico professor Feyn-man explorou a música e a natureza, debruçou-se sobre hieróglifos maias e arrombava fechaduras no seu tempo livre. No livro “O senhor está brincando, Sr. Feynman”, ele conta a ex-periência com a percussão e o samba brasileiros.

Wenher von Braun tinha 12 anos quando fez seu trem de brinquedo disparar pela movimentada rua German Street, depois de enchê-lo com bombinhas. Um dos heróis do projeto espacial americano, Braun aper-feiçoara os foguetes V-2 de Hitler antes de chegar aos EUA como prisioneiro de guerra. Em solo ameri-cano, foi um dos gênios do programa de exploração es-pacial e lunar. Além de ter ajudado o homem a pisar na lua, Braun dominou o mergulho e a filosofia.

Wernher Von Braun Freeeman Dyson

Freeman Dyson, físico nuclear e autor de ficção científica, criou a ideia de que, no futuro, poderia haver a necessidade de se construir uma redoma ar-tificial – depois chamada de Esfera de Dyson – que cobriria todo o sistema so-lar para tirar o máximo da energia do Sol. A ideia, pu-blicada em 1960, foi trata-da em um dos episódios da série Star Trek. Dyson é defensor da hipótese de que há vida extraterrena e acredita que em breve te-remos contato com ela.

Teoria da Relatividade no século 21

das cordas, antes herméticos nos meios universitários. O interesse pela Química, Física e áreas afins hoje faz parte da rotina de jovens que não se enquadram no velho estigma. O professor Hiram da Costa Araújo Filho, coordenador do curso de Química do cam-pus Rio de Janeiro, é um exemplo do cien-tista de uma nova era. “Sempre vi a figura do cientista como a de um profissional que tem a habilidade para usar bem os dois la-dos do cérebro, e que, no máximo, pode-ria ser um excêntrico”, diz. Observação, imaginação, trabalho e obstinação são, na opinião dele, os requisitos necessários a qualquer um que queira ingressar na área. “Costumo dizer que a imaginação não é algo que você aprende na escola”. Sobre o poder de observação, Hiram faz referên-cias aos grandes avanços que ocorreram a partir desse princípio e sem os quais não existiriam a penicilina nem a noção de que a Terra jamais foi o centro do universo.

O palco ou a sala de aula?

Durante a adolescência Hiram foi inte-grante de bandas como a Pimenta Mala-gueta e a Zona Proibida. Na época, ele se viu frente a grandes decisões. Gostava de música, tinha uma queda pela Química e flertava com a Psicologia. Em nossa máquina do tempo estamos nos anos 80, mais precisamente em 1985. Hiram acaba de tomar uma decisão da

qual nunca irá se esquecer: ele não vai ao Rock in Rio - o festival que se tornaria lenda e colocaria a cidade maravilhosa no cenário mundial da música. Ele opta por estudar para seu exame de mestrado (ele já fizera licenciatura em Química). No ano seguinte, Hiram teve uma re-caída. “Larguei tudo, montei uma banda com uns amigos e decidimos gravar uma fita demo”. Eles queriam conquistar o Rio, o Brasil, fazer sucesso e ganhar a vida com a música. Nada disso aconteceu. Mas, cantava Cazuza, quem tem um sonho não dança. Hiram tinha vários. Voltou aos estudos, procurou emprego, deixou currículo na antiga Escola Técnica Federal de Química. Havia uma vaga de professor de análise instrumental, ele a assumiu e, em 1988 conseguiu sua per-manência na instituição devido às mudan-ças na Constituição brasileira. “Hoje sou um homem feliz, tenho certeza de que estou no lugar certo, numa excelente insti-tuição, fazendo o que gosto e tendo à dis-posição tudo de que preciso”. Hoje o professor concilia suas paixões. Além de cientista, ele faz os vocais e é tecladista de uma banda que já começa a ser vista na noite carioca, a Super Beatles, cover do quarteto de Liverpool.

O cientista também ri

Ex-aluno do curso de Química do cam-pus Rio de Janeiro, Bruno Maia enxergava

a ciência como “algo intangível, distante, coisa de maluco”. Depois de entrar no IFRJ - onde ajudou a desenvolver um dos projetos vencedores da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia de 2011 -, aquela impressão inicial foi desfeita. “A ciência é próxima da sociedade, mesmo que ela não veja e nem sinta isso. Uma grande parte dos avanços da ciência ocorre de acordo com as necessidades da população, para solucionar um problema ou ao menos re-duzi-lo”, ele explica. Bruno acredita que o senso comum ain-da encara o pesquisador - sobretudo o de ciências Exatas e da Terra - como alguém à parte da sociedade, de intelectualidade su-perior, que passa seus dias recluso no la-boratório, sério e pontuando o silêncio com assuntos de ciências. Quem desmente a imagem é o próprio Bruno, cientista desta nova geração. “O cientista ri. O cientista se diverte. O cientista vai a festas! Fala boba-gens, conta piadas, assiste a jogos de fute-bol, namora e faz todas as outras coisas normais que todo ser humano faz”, ele diz. Há quem pense que um cientista tenha mais tato com tubos de ensaio e livros de cálculo do que com pessoas. Bruno faz piada com a hipótese - e prova que sen-so de humor não passa longe da ciência. “Existe a hora do trabalho e a hora da vida social. A diferença é que as pessoas di-zem tchau quando vou embora, enquanto os bécheres, tubos de ensaio e balões de fundo azul nada fazem”, ele brinca.

Clássico de Stevenson, “O médico e o monstro” conta a dupla personalidade do Dr. Jekyll

O ratinho gênio Cérebro quer apenas conquistar o mundo

A série The Big Bang Theory: gênios da ciência e social-mente inábeis

Dos clássicos às séries de TV, o cientista louco tem lugar cativo na ficçãoFotos: Divulgação

Jack Parsons

Inventor do mundo como super-organismo – a hipó-tese Gaia –, o cientista ambiental James Lovelock fez previsões catastróficas sobre mudança climática, muitas delas aparente-mente comprovadas. Se-gundo o cientista, será in-evitável o desaparecimento de cerca de 80% dos hu-manos até 2100. Ele diz que o mundo já ultrapas-sou o ponto de não retorno com relação às mudanças climáticas, o que inviabi-lizava a sobrevivência da civilização tal como a con-hecemos.

Mesmo sem educação for-mal, John Whiteside Par-sons co-fundou o Jet Pro-pulsion Laboratory, centro de desenvolvimento de son-das especiais do programa espacial americano. Ocul-tista praticante de mágica e auto-intitulado anticristo, o cientista bad-boy de-senvolveu combustível de foguetes que levaria os EUA ao espaço e à Segunda Guerra Mundial. Em 1952, Jack Parsons morreu depois de explodir seu laboratório e a si mesmo durante um experimento.

James Lovelock Nikola Tesla

Tesla é o tipo de pessoa que você imagina puxando uma chave elétrica gigante em meio a uma chuva de fagu-lhas brilhantes. Reconheci-do por ter inventado o rádio e os geradores de corrente alternada que deram início à era da eletricidade, Tesla nasceu, apropriadamente, durante uma violenta tem-pestade elétrica em 1856. Ele ficou famoso pelas suas habilidades mágicas e pelos espetáculos públicos de ele-tricidade que produzia, u-sando o próprio corpo como condutor.

Leonardo da Vinci

Autor de algumas das mais reverenciadas obras de arte da história, o renascentista Leonardo da Vinci encon-trava tempo para explorar sua personalidade excên-trica. Em seus cadernos de anotação, escritos de forma espelhada, o gênio múlti-plo esboçava uma terra de fantasia, com máquinas esquisitas e projetos bri-lhantes, muitos dos quais ficaram no papel. Outros, como um rudimentar es-boço de um helicóptero, se-riam feitos realidade mais tarde.

Ele certamente tinha o ca-belo de um cientista malu-co. Um dos mais celebrados cientistas do século passado - somente comparável, na história, a Isaac Newton - Albert Einstein virou a física de cabeça para baixo com suas teorias da relatividade e fez enormes contribuições às áreas de gravitação e teoria quântica. Símbolo de genialidade criativa e imortalizado em uma foto na qual exibe a língua, ele também gostava de velejar em dias sem vento, “só pelo desafio”.

Albert Einstein

Entre os que se dizem o anticristo e os que eletrificam o próprio corpo, estão os dez principais cientistas excêntricos da história, eleitos pela revista New Scientist.

Fonte: Portal TerraFotos: Divulgação

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Para problemas digestivos, plectran-thus barbatus. Chá calmante pode ser feito com cymbopogon citratus. Conheci-das popularmente como boldo brasileiro e capim-limão, essas plantas são algumas das espécies cultivadas no Projeto Farma Horto, do campus Realengo. Coordenado pela professora Meriane Pires Carvalho e parte do programa de extensão “A Farmá-cia na promoção da saúde: Incentivando o Uso Racional de Medicamentos”, o projeto tem o objetivo de capacitar os futuros pro-fissionais farmacêuticos para atuarem na fitoterapia popular. O processo de implantação do Farma Horto foi constituído por diversas etapas, incluindo votações em rede social para que os alunos decidissem qual seria o modelo de Horto mais adequado para a realidade da Instituição. Definido o modelo, os pro-fessores e alunos iniciaram o cultivo do horto de plantas medicinais. O local esco-lhido foi área verde nos fundos do campus. Além dos boldos brasileiro e japonês, e do capim-limão, a horta abriga ainda a cana--do-brejo (costus spicatus), além de outras espécies em fase de adaptação. “A comunidade ao redor do campus é muito carente de informação e um projeto como esse auxilia no melhor uso e entendi-mento das possibilidades e poder das plan-tas medicinais, disse o aluno, um dos seis estudantes envolvidos com o projeto. Para Angélica Cardoso, o projeto irá contribuir para maior compreensão da medicina po-pular e capacitação para orientar a popula-ção. “Acredito que o projeto contribui muito para minha formação pois os conhecimen-tos adquiridos me tornarão capaz de orien-tar a população quanto ao uso racional e adequado das plantas medicinais, visando a manutenção da saúde e da qualidade de vida”, diz Angélica. Para ela, o impacto será muito positivo, pois a população será capaz identificar corretamente as plantas medicinais e conhecerá as indicações te-rapêuticas corretas, além de evitar danos à saúde quanto ao uso incorreto. “A troca de saberes, científicos e empíricos, será muito enriquecedora para alunos, mestres e co-munidade”, diz Angélica. A professora Meriene Pires Carvalho explica que é fundamental a conscientiza-ção da população sobre os cuidados com o uso de plantas medicinais e fitoterápicos, para tentar acabar com o lugar-comum de que “se é natural, não faz mal”. “A planta medicinal e o medicamento fitoterápico po-dem ter efeitos colaterais e até interações com outros medicamentos já usados pelo paciente. Podem ser comercializados de forma errada, principalmente no mercado informal. Há casos de plantas tóxicas sen-do confundidas e comercializadas no lugar de plantas medicinais. A população sem conhecimento pode ingerir um produto de má qualidade, ou pior, uma espécie errada, que pode trazer conseqüências nada bené-ficas”, alerta a professora. Entre as atividades até agora realizadas pelo Projeto Farma Horto, estão a partici-pação em oficinas de capacitação dos alu-nos e professores envolvidos no projeto;

Medicamentos no campusCampus Realengo desenvolve projeto de fitoterapia popular

o plantio de mudas certificadas, adquiri-das em parcerias com empresas externas como a BioErvas Plantas Medicinais; estu-dos de adaptação dessas mudas às con-dições climáticas e de solo; caracterização botânica das espécies com elaboração de placas explicativas a fim de informação para a comunidade interna e externa ao campus; aquisição e adaptação de mudas usadas tradicionalmente pela população e trazidas pelos alunos/moradores da comu-nidade do entorno do campus. “Até o momento, estamos em fase de implantação e otimização do cultivo das mu-das adquiridas. Com o fato de sermos con-templados com a verba do edital PROExt, no final de dezembro de 2012, poderemos criar sistemas de irrigação, sombreamento e adquirir ferramentas para o manejo dos cultivares”, diz a coordenadora.

No Brasil, são produzidos anualmente três bilhões de óleo vegetal comestível. O produto é um dos mais usados na culinária, mas muitos não sabem como devem descartar o material após serem utilizados. Seu descarte inadequado acarreta danos gravíssimos ao meio ambiente: ape-nas um litro de óleo é capaz de contaminar e esgotar o oxigênio de até 20 mil litros de água. Por não saber como jogar fora o óleo saturado, muitos jogam nas pias e vasos sanitários, o que provoca entupimento nas instala-ções internas e aumenta em 45% o custo de tratamento na rede de esgo-to. No município do Rio de Janeiro são consumidos 20 milhões de litros de óleo por ano, e apenas 2,5% são reciclados e descartados corretamente. Foi pensando em como tornar o produto útil de maneira simples que os professores do campus Duque de Caxias Sérgio Thode Filho e Marcelo Fonseca Monteiro de Sena, juntamente com os alunos de Petróleo e Gás Bruno Freitas de Oliveira, Luiz Gustavo Brandão da Silva e Felipe Bezerra, criaram o Núcleo de Tratamento e Reutilização de Óleo Vegetal Residual, com o objetivo de conscientizar alunos e comunidade sobre os impactos causados pelo descarte inadequado. “Além de evitar o impacto ambiental causado pelo descarte inadequado, o projeto gera uma ação empreendedora local, desenvolve a educação ambiental e o sequestro do carbono, caso este material fosse queimado”, avalia o professor Sérgio Thode Filho. “Participar do projeto é uma oportunidade excelente, tanto para forma-ção acadêmica quanto para minha conscientização sócio-ambiental”, diz Felipe Bezerra. “A reciclagem do óleo é de suma importância para que o meio ambiente não sofra ainda mais com os prejuízos que o descarte do mesmo ocasiona. Por isso pretendo continuar no projeto, e ainda con-scientizar mais pessoas quanto ao descarte inadequado do óleo usado”, revela o aluno. A expectativa, segundo o professor Sérgio Thode, é o desenvolvimento de uma tecnologia social, a consolidação de um processo produtivo mais econômico e tecnicamente viável. “Além de gerar trabalho e renda para a comunidade de Duque de Caxias, o projeto, em colaboração com o Projeto PFRH Prospecção de Novas Fontes de Biocombustíveis, já está produzindo biodiesel a partir do óleo usado”, diz o professor. O projeto tem como produto um sabão adequado para limpeza pesada, de simples processo de fabricação, pois a equipe tem como projeto futuro ensinar para donas de casa que almejam aumentar a sua renda fazendo seu próprio sabão. O produto ainda está em fase de aprimoramento e em processos de análise química, para posteriormente aumentar a linha de produto, po-dendo ser feitos detergentes, sabonetes e outros materiais à base do óleo já utilizado. O projeto funciona no campus Duque de Caxias do IFRJ, que recebe os materiais através de doações. Outra vontade dos idealizadores do projeto é, futuramente, utilizar água pluvial na fabricação do produto para, assim, diminuir custos. O posto de coleta de óleo saturado fica na Avenida República do Para-guai, 120, no bairro Sarapuí, em Duque de Caxias.

Felipe Bezerra é orientado pelo professor Sérgio Thode: núcleo de tratamento transfor-ma óleo utilizado em sabão para limpeza pesada

Tudo se transformaÓleo de cozinha utilizado é matéria-prima para novos produtos no campus Duque de Caxias

Alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e da rede munici-pal de Pinheiral participam semanalmente de atividades de equitação lúdica no cam-pus Nilo Peçanha – Pinheiral em busca de superação de limites que podem lhes pro-porcionar uma melhor qualidade de vida. O projeto é desenvolvido pelo campus Pinheiral, em parceria com a APAE do mu-nicípio, desde maio de 2012, e faz parte das atividades do Núcleo de Apoio às Pes-soas com Necessidades Específicas (NAP-NE) do campus. A equipe técnica das atividades, com-posta por um psicólogo, fisioterapeuta e um veterinário, conta com o apoio de estudan-tes dos cursos técnico em Agropecuária e Meio Ambiente, entre monitores, bolsistas e voluntários. Os estudantes trabalham auxiliando o atendimento aos participantes das atividades e cooperam com os traba-lhos de cuidados e treinamento do animal. Rafael Pedroso, do 3º ano do Curso téc-nico em Agropecuária, está há cerca de um

ano no projeto. Ele confessa que quando iniciou, como monitor, seu principal objeti-vo era obter horas de estágios. Após um ano no projeto, com o alcance das horas exigidas pelo curso, Rafael optou por per-manecer no trabalho. O estudante afirma que os benefícios são recíprocos entre os participantes das atividades e os alunos que auxiliam o projeto. Segundo Rafael, a prática fez com que se aproximasse, com mais desenvoltura, de crianças com deficiência. “Antes, eu não sabia me comunicar com elas,” diz. Habili-dade que ele afirma que desenvolveu com a experiência. O estudante analisa que a prática permitiu o aprendizado e o conheci-mento de uma realidade, pilares importan-tes que ele utilizou para a desconstrução de preconceitos. “Não se julga pelas apa-rências, é preciso conhecer para julgar,” alerta. Júlia de Souza Mathias Serra é estu-dante do primeiro ano do Curso de Agro-pecuária e é voluntária no projeto há cerca

de quatro meses. A estudante revela que a experiência tem apresentando a ela um mundo sem limites para o amor, o respeito e a superação. Ela relata experiências de incentivo entre as crianças participantes do projeto, em que uma criança desce do ca-valo e convida a outra, mais tímida, a par-ticipar. “Elas nos ensinam muito”, analisa a estudante. A diretora administrativa da associa-ção, professora Maria do Rosário Carelli, revela que o desenvolvimento do trabalho de equitação lúdica no campus Pinheiral representa a realização de um sonho anti-go. A professora destaca que espera que o projeto se desenvolva e que o campus possa oferecer aos alunos tratamentos de equoterapia. O campus Pinheiral vem trabalhando na busca de recursos e no treinamento de profissionais para a oferta do tratamento. Em 2013, o veterinário res-ponsável pelas atividades, Nelson Osca-ranha Gonsales da Costa, participará de treinamento.

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Equitação lúdica em Pinheiral

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Campus Pinheiral recebe alunos da APAE para atividades de equitação lúdica

Receber o público visitante, realizar o atendimento nas atividades itinerantes, ela-borar e realizar oficinas, construir e fazer a manutenção de equipamentos e experi-mentos. Estas são algumas das atribuições de alunos de graduação do IFRJ nos tra-balhos de mediação realizados no campus Mesquita. Segundo o professor Chrystian Carletti, atualmente os alunos podem atuar como mediadores de três diferentes manei-ras: mediador bolsista, aluno de iniciação científica e mediador voluntário. “Para ser um mediador o aluno preci-sa desenvolver sua capacidade de comu-nicação”, explica o professor Carletti. Isso ocorre, segundo ele, porque na atividade de mediação é necessário realizar transpo-sições de linguagem durante todo o tempo, pois o público é bastante heterogêneo. Essa habilidade comunicativa foi perce-bida pelo aluno Rennan Papaleo, do 6º pe-ríodo de Licenciatura em Química do cam-pus Nilópolis, como um dos aprendizados na mediação. “É uma experiência muito produtiva, pois, trabalhando em um museu, aprendemos a lidar com todos os tipos de público, melhorando cada vez mais nossa capacidade de transferir informações”, diz Rennan.

Além da capacidade de comunicação, diz o professor, a mediação contribui muito para o desenvolvimento da criatividade. “O aluno precisa pensar em novos aparatos e oficinas que tratem o tema da exposição, bem como precisa pensar rápido para criar maneiras de fazer os visitantes percebe-rem os erros conceituais que trazem con-sigo e ajudá-los a compreender as exposi-ções de modo que a mediação não pareça uma aula”, explica o professor. O mediador Volnei Cipriano, aluno do 6º período de Licenciatura em Física do cam-pus Nilópolis, acredita que a experiência tem contribuído para a sua formação aca-dêmica. “As práticas realizadas na monito-ria e no desenvolvimento da pesquisa de iniciação científica têm aprimorado bastan-te minha formação pedagógica, e com isso posso levar essas práticas para dentro de sala de aula”, considera Volnei. Aluna do 8º período de Pedagogia da UERJ, Lillian Mascarenhas diz que a práti-ca de mediação tem contribuído para a sua formação docente. “Tem fornecido uma grande ‘bagagem’ tanto para a graduação quanto para depois dela”, comenta Lillian, também aluna de iniciação científica do campus Mesquita.

Ciência para todos

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Divulgação científica no campus Mesquita: alunos das licenciaturas do IFRJ atuam como mediado-res para a popularização da ciência

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Licenciaturas e popularização da ciência no campus Mesquita

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Page 5: Cientistas comprovam: existe vida fora do laboratório

Acendem-se as luzes, abrem-se as cor-tinas... Sluchem Cherem, aluna do Curso de Produção Cultural, do campus Nilópo-lis, desde pequenininha ficava escondida atrás das coxias do teatro. Foi o pai, Li-

machem Cherem, quem acabou sendo o estopim para a sua vida artística. Aos 10 anos, Sluchem já estava trabalhando no circo, fazendo um número chamado “Pano Mexicano”. A apresentação, que consiste

em equilibrar uma vareta de madeira ao mesmo tempo em que o artista faz movi-mentos giratórios com um pano, era a única maneira de saciar seu desejo pelo palco. “Sempre quis trabalhar com o circo. Desde pequena perturbava meus pais para

me colocarem no palco, estar lá era a única maneira de me deixar quietinha e feliz”. Quem vê Sluchem na rua ou no próprio IFRJ nem imagina qual é a sua história e a sua profissão – Pa-lhaça. Até seu nome foi mais uma das ideias mirabolantes de seu pai, e foi com a família que Sluchem teve a sua grande escola de circo, não esquecendo, claro, da in-fluência de Carequinha em sua formação artística. “Carequinha foi um ser extrema-mente profissional e maravilhoso. É o único artista que conheci que chegava duas horas antes do show”, diz. Sluchem foi partner do palhaço, ajudando-o nos espetáculos cir-censes Brasil afora; já sua irmã, Slanny, trabalhava como palhaça, e sua mãe era figurinista do circo. Hoje ela e a irmã formam a dupla de palhaças “Repita e Carequita”.

Para a artista, ser palhaço é uma maneira de extravasar o que não se pode fazer no dia-a-dia, intensifi-cando emoções que são pequenas e

fazendo antônimos das características pessoais. Por meio da parceria, as irmãs

“Repita e Carequita” trabalham em shows por todo o Rio de Janeiro. A criação da

dupla foi uma maneira de homenagear o maior palhaço do Brasil, morto em

2006. “Depois que fiquei mais velha, fui entendendo a im-portância do Carequinha, mas quando era pequena tudo parecia normal, o con-siderava como um tio.”

Segundo Sluchen, existem al-gumas oficinas que hoje ajudam

a criar a figura do palhaço, porém a maioria dos artistas circenses está

indo para a Europa, trabalhando em cru-zeiros, parques, shows e etc. “Quando fiz intercâmbio de línguas, via-jando para o Canadá e França, conheci diversos artistas circenses que eram pro-fissionalmente mais valorizados do que no Brasil”, ela relata. Sluchen Cherem acredita que muito ainda deve ser feito pela manutenção da “cultura de lona” no Brasil e, por isso, a aluna do campus Nilópolis pretende traba-lhar pesquisando a área do circo. Em 2011, ela foi premiada na V Jornada Interna de Iniciação Científica e Tecnológica do IFRJ (JIT) com um documentário sobre circo. Segundo ela, essa é uma maneira de dis-seminar a cultura circense, que possui uma bibliografia escassa no Brasil: “Infelizmente os artistas circenses aca-bam não tendo tempo de estudar e por esse e outros motivos não há praticamente nenhum material sobre o circo no Brasil”.

Atualmente Sluchen Cherem também trabalha no teatro, atuando com um grupo chamado “Perambulando”. Formado tam-bém por alunos do curso de Produção Cul-tural do campus Nilópolis, o grupo teatral trabalha com crianças, fazendo danças cir-culares e apresentando contos populares que envolvem todo o folclore brasileiro. Hoje Sluchen trabalha na divulgação do documentário “Itinerante Retorno”, lançado ano passado no Cine Glória, no Rio de Ja-neiro. “O documentário foi uma idealização minha, resultado da pesquisa ‘Uma es-tória que precisa ser contada - A migração de Artistas Circenses por um viés cultural e econômico’, apoiado pelo IFRJ/CNPq/FAPERJ e realizado por mim, Daniele Di-onisio e Cintiene Monfredo”, conta a aluna de Produção Cultural. O filme tem direção e argumento do professor do campus Nilópo-lis Tiago Monteiro, pesquisa de Sluchem Cherem e Danielle Dionisio, câmera e e-dição de Leo Diniz e Leandro Luz. Realizado em parceria com Núcleo de Criação Audiovisual do campus Nilópolis do IFRJ (NUCA), o documentário tem o objetivo de divulgar a arte circense e mostrar o fluxo migratório de artistas circenses para fora do país a trabalho, sobretudo para a Europa. “As pessoas demonstraram gostar bas-tante da temática e do como foi enquadra-da”, comenta Sluchen.

George Savalla Gomes: Carequinha é conside--rado o maior palhaço brasileiro de todos os tempos

Sluchem Cherem como Repita

Produzindo culturaAluna de Produção Cultural do IFRJ, Sluchem Cherem tem história na arte circence

Itinerante Retorno: documentário mostra o êxo--do de artistas circenses brasileiros

Divulgação / YouTube

Divulgação

Um estudo sobre biodiesel, re-alizado no campus Paracambi do IFRJ, caminha no sentido do de-senvolvimento sustentável de re-cursos naturais, reaproveitando po-tenciais poluentes e minimizando desperdícios. Coordenado pelo professor Fernando Luiz Barbuda de Abreu, no âmbito do Programa de Formação de Recursos Hu-manos (PFRH/IFRJ/Petrobras), o projeto alia o treinamento teórico à prática de laboratório e conta hoje com 13 alunos. Desde 2012, são ministrados teoria de segurança do laboratório, desenvolvimento de equações matemáticas no Excel aplicadas em viscosidade, estudo de es-tatística básica, introdução ao cál-culo do erro relativo e incerteza de medição; e na prática, em função do equipamento viscosímetro digi-tal, acessam-se módulos de testes, números de amostras injetadas e temperaturas diferentes, Na produção, os alunos já fize-ram um treinamento de purificação do biodiesel após a reação - lava-gem, filtragem e secagem. Hoje os alunos estão sendo orientados por quatro professores. Além do profes-sor Fernando, estão envolvidos no projeto os professores Lívia Lopes Mauro, Rafael de Souza Dutra e Cláudia Ferreira. Segundo o coordenador do projeto, na fase atual, o aluno já pode e deve perceber que todas as grandezas que estão sendo

estudadas e as outras que serão ensaiadas têm influência direta em áreas técnicas diferentes, tais como o armazenamento do produ-to (no caso atual o biodiesel para ser injetado no Motor Diesel ao longo do tempo), a instrumentação dos equipamentos, o controle de temperatura e umidade da sala, a importância de fazer gráficos e trabalhar na planilha do Excel de forma organizada, metodologia de lavagem, de preparação das amostras e de responsabilidade para executar os testes e deixar o equipamento limpo e estável antes de se retirar do ambiente de traba-lho, além do bom relacionamento e comunicação com o grupo. Para a aluna Ana Luiza Wan-dekolk Vieira Ferreira, que participa do projeto, a pesquisa está sendo uma oportunidade de ter experiên-cia com uma área específica do curso Técnico em Mecânica. “A ex-periência tem sido ótima, pois estou aprendendo muitas coisas sobre a mecânica, e também muitos outros assuntos que temos que abordar para o bom desenvolvimento do projeto. O impacto em minha car-reira profissional e acadêmica é muito grande, pois a pesquisa é uma marca muito forte em um cur-rículo e na universidade eu poderei entrar em outra pesquisa, já que eu já tive essa experiência no ensino médio, o que abrirá mais portas no mercado de trabalho” avalia Ana Luiza.

No caminho da sustentabilidade

Viscosímetro digital

Biodiesel é tema de projeto desenvolvido no cam-pus Paracambi

Arquivo pessoal

Aliar o conteúdo das disciplinas do núcleo comum Arte e Língua Portuguesa com a riqueza cultural de cidades históricas mineiras é um dos objetivos do projeto de extensão do campus Arraial do Cabo “Diálo-gos com o Barroco”. Coordenados pelo professor Jefferson Machado de Assunção, alunos do projetos - que procura discutir temas da arte e li-teratura brasileiras, em especial o barroco e o árcade, - viajaram no ano passado a cidades como Ouro Preto, Mariana e São João Del Rey, mar-cos do barroco brasileiro. Em março passado, fotos do percurso histórico feitas pelos alunos foram exibidas na Casa de Cultura de Arraial do Cabo. Para o professor Jefferson, o projeto ressignificou o olhar dos discen-tes sobre o objeto de estudo da arte e da literatura. “O projeto promoveu a vivência em locais onde fatos históricos contribuíram para a consolida-ção da nossa arte, da nossa literatura e da nossa independência política”, avalia o professor, um dos coordenadores do projeto nascido no Instituto Federal do Maranhão (IFMA). A oportunidade de conhecer alguns dos principais monumentos históri-cos do país foi uma das razões que levaram Ronaldo Miranda, aluno do 4º período do Curso de Suporte e Manutenção em Informática (PROEJA), a participar do projeto. “Os aprendizados foram muitos, como o valor do barroco para o Brasil, que não é apenas na literatura, mas também como marco de nossas artes”, diz Ronaldo, que destaca as obras arquitetôni-cas, a participação da mão-de-obra dos negros, a rota de Estrada Real e suas cidades históricas. Para o aluno Naílson dos Santos, do 3º período do Curso Técnico em Informática, a participação em “Diálogos do Barroco” permitiu o conheci-mento dos saberes históricos desse movimento artístico-literário. “O de-senvolvimento do meu olhar crítico à arte e à literatura, o conhecimento aprofundado das lições e características do barroco, principalmente o barroco mineiro, os estudos, as estruturas e arquitetura das igrejas bar-rocas foram alguns dos principais aprendizados com a participação no projeto”, conta Naílson. Letras e Artes já eram duas das disciplinas preferidas de Naomi Sole-dad, aluna do 4º período do Curso Técnico em Informática e integrante do projeto. Ela acredita que, com o “Diálogos do Barroco”, se pôde fi-xar o conteúdo de Arte e Literatura na área do barroco. “Principalmente porque, quando se tem contato direto com o objeto de estudo, o con-teúdo é assimilado melhor. Conseguimos também um ótimo resultado, com trabalhos em equipe, e pudemos fortalecer os laços de amizade que já tínhamos. Foi uma ótima experiência!”, diz Naomi.

Arquivo pessoal

Fotos dos alunos, feitas nas cidades históricas mineiras, foram exibidas na Casa de Cultura de Arraial do Cabo em março passado

Literatura, arte, história“Diálogos com o barroco”, do campus Arraial do Cabo, alia ensino, pesquisa e extensão para con-tar a história da arte brasileira

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Page 6: Cientistas comprovam: existe vida fora do laboratório

Quem somos, de onde viemos, para onde vamos? Estas perguntas podem pa-recer mero devaneio existencial ou conver-sa de botequim. Para um grupo de profes-sores e alunos do campus Nilópolis, são a própria razão da ciência que estudam. Coordenadas pelo astrônomo e pro-fessor de Física Eduardo Seperuelo, as atividades de astronomia no campus têm ganhado espaço a cada dia. Para quem se interessa pela ciência de Copérnico e Gali-leu, o campus Nilópolis oferece uma série de possibilidades. Além do curso preparatório para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e As-tronáutica (OBA), os alunos encontram espaços como as oficinas de vídeos, de telescópios, projetos de iniciação científica e monitoria, além do Projeto Erastótenes, uma interação entre diversas escolas da América do Sul para a medição do raio da Terra. Adquirido ano passado, um telescópio de 14 polegadas dará a chance, segundo o professor Seperuelo, para o desenvolvi-mento de projetos com níveis de publi-cação de artigos. “Com ele, poderemos medir com maior precisão a variação no brilho das estrelas, determinar a órbita de asteróides, de cometas, fazer imagens de galáxias e nebulosas e monitorar as varia-ções que ocorrem nos planetas do sistema solar”, explica o professor Eduardo Sepe-ruelo. Aluna do 4º período de Licenciatura em Física, Bruna Mayato conta que desde cri-ança já se interessava por “coisas do espa-ço sideral” e afirmava, convicta, que seria cientista ou astronauta quando crescesse. “Lembro também de um episódio em minha infância, que foi quando vi, pela primeira

vez, a faixa reluzente da Via Láctea no céu, em uma viagem a Minas Gerais. Foi algo muito marcante e, até hoje, me emo-ciono quando me recordo dessa visão”, diz Bruna, que só aos 15 anos decidiu que se-guiria profissionalmente a astronomia. Bruna já foi monitora do planetário in-flável, desenvolveu projeto de iniciação científica com o professor Seperuelo, par-ticipou do Eratóstenes e hoje é monitora na Oficina de Vídeos, além de participar como colaboradora nas edições da OBA realizadas no campus. “Esse envolvimento tem contribuído muito em minha formação acadêmica. Todo o conhecimento e a ex-periência que tenho adquirido com as ativi-dades só ajudam a complementar minha formação”, diz Bruna. O céu de Minas é provavelmente um in-dutor de novos talentos da Astronomia. Ain-da criança, o aluno de Controle Ambiental Felipe Avena foi apresentado ao estrelado firmamento do interior mineiro. “Isso mexeu muito comigo, principalmente quando en-tendi que cada pontinho era uma estrela, como o sol. Daí para a frente, o interesse só cresceu”, conta Felipe, medalhista de ouro e prata na OBA, e um dos constru-tores do projétil do campus na Olimpíada Brasileira de Foguetes. “Eu chamaria de maturidade acadêmica esse conjunto de aspectos e situações que pude desenvol-ver e viver”, diz o estudante, que destaca o trabalho em equipe e a preparação de longa duração para as competições como alguns dos aprendizados no IFRJ. Hoje, além de monitor, Felipe auxilia na monta-gem de telescópios para aulas práticas de astronomia. Se a paixão pelas coisas siderais já nasce com alguns, em outros o prazer pela

A Astronomy publicou uma lista com alguns mitos comuns quando o assunto é o espaço.

As estações ocorrem por causa da mudança da distância da Terra em relação ao Sol

As estações mudam em razão da inclinação de 23,5º da Terra em relação a seu plano orbital. Será verão em determinado hemisfério quando o seu pólo se inclinar em direção à Terra, e será inverno quando se afastar.

Mais crimes ocorrem durante a lua cheia

Um dos mais ouvidos mitos da astronomia diz que mais crimes ocorrem no período da Lua cheia, mas jamais houve comprovação. Cien-tistas acreditam que as pessoas apenas ten-dem a lembrar mais de fatos ocorridos durante a Lua cheia, quando a memória relaciona mais facilmente um acontecimento com a mais lu-minosa das fases lunares.

Gravidade é uma força criada por qualquer órgão que tem massa. Isaac Newton (1643-1727) provou que a força gravitacional di-minui à medida que a distância de qualquer objeto aumenta. Mas nunca se desvanece. Assim, a atração gravitacional do Sol em re-lação à Mercúrio (o planeta mais próximo) é mais forte do que em qualquer outro planeta. Se há gravidade no espaço, por que parece que os astronautas estão flutuando? Os obje-tos no espaço estão em um estado contínuo de queda livre. Este termo descreve um es-tado de movimento sem aceleração diferente do previsto pela gravidade. Sem gravidade, tudo dispararia em linha e o caos governaria.

A largura aparente da Grande Muralha da distância da Lua é a mesma que a de um cabelo humano visto a 3,2 km de distância. A partir da distância média da Lua, o olho humano só poderia distinguir um objeto com cerca de 113 km de largura. A Grande Mura-lha tem pouco mais de 9 m.

Não há gravidade no espaço

A Muralha da China pode ser vista da Lua

Desafio: Esta questão caiu na primeira fase da Olimpí-ada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) de 2012 (Prova Nível IV - Ensino Médio). Veja a resolução em www.oba.org.br, na aba “Provas e Gabaritos”.

No mundo da LuaAstronomia atrai alunos de diferentes níveis de ensino no campus Nilópolis

astronomia pode vir mais tarde. “Alguns deles se interessam tanto que decidem se-guir carreira na área de astronomia. Para aqueles cujo interesse é apenas curio-sidade, o benefício é uma formação mais completa, com uma outra visão do mundo que nos cerca. Isso pode ter um impacto muito mais profundo em nossas vidas do que podemos imaginar”, opina o professor Seperuelo, para quem o ensino de astro-nomia na graduação torna possível a dis-seminação desse conhecimento para mais alunos. Esta expansão de horizontes foi uma das razões que levaram o aluno do 6º período de Licenciatura em Química Felipe Góes a participar do projeto de iniciação científica sobre o estudo das propriedades de gelos astrofísicos. “O gosto por ciências, aliado ao interesse em enriquecer minha gradu-ação e também aliado à grata experiência de amigos que haviam cursado a disciplina me fez tomar a decisão de participar da dis-ciplina”, explica Felipe. Para o aluno Tiago Souza, do 8º período de Licenciatura em Química, faltava ape-nas com quem compartilhar o interesse pelos corpos celestes e os fenômenos do céu. “Todas essas atividades das quais par-ticipo me estimulam cada vez mais a atuar nessa área, que sem dúvida nenhuma foi a principal influência em cursar mestrado em Astrofísica”, conta Tiago, hoje um dos organizadores da oficina de construção de telescópios. Ele também participou da edição do projeto Eratóstenes na edição de 2012 e agora escreve um trabalho de conclusão de curso voltado a um desenvol-vimento de um mini-curso de Astronomia para formação de professores, sob a ori-entação do professor Eduardo Seperuelo.

A Lua tem um lado escuro

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Com a procura crescente por alimentos mais saudáveis, um dos desafios dos produtores de ali-mentos tem sido encontrar formas de harmonizar as exigências dos consumidores e as normas de se-gurança necessárias. Uma linha de pesquisa desenvolvida no campus Rio de Janeiro tem investigado a aplicação de tecnologia inovadora de controle antimicrobiano em ali-mentos processados sem a adição de conservantes químicos. Coordenada pela professora Janaína Nascimento, a pesquisa “Estudo potencial de aplicação de bacteriocinas de bactérias Gram-negativas na preservação de ali-mentos” divide-se em dois projetos, com a participação de três alunos de iniciação científica. A professora explica que os meios tradicionais de controle de deterioração micro-biana e dos riscos de segurança em alimentos estão sendo substituídos por combinações de tecnologias inovadoras que incluem sistemas biológicos antimocrobianos, como bactérias do ácido láctico e as bac-terioricinas - substâncias antimicro-bianas produzidas por bactérias e que inibem outras bactérias. “Nos-sos resultados vêm mostrando que, muitas vezes, a inibição de patóge-nos alimentares pode ser feita por bactérias produtoras de substâncias antimicrobianas encontradas na própria microbiota do alimento, e que essas substâncias podem constituir uma potente arma no arsenal dos biopreservativos”, diz a professora Janaína. E por que estudar as bacté-rias Gram-negativas? Segundo Janaína, um dos problemas atuais colocados em pauta pela literatura especializada consiste no fato de que diversos alimentos minima-mente processados, ou “naturais”, são susceptíveis à contaminação por um grupo particular de patóge-nos: as bactérias Gram-negativas, em especial, aquelas pertencentes à família Enterobacteriaceae. “A maioria das bacteriocinas produ-zidas por bactérias Gram-positivas, as mais estudadas atualmente, inibem em sua quase totalidade o crescimento de outras bactérias Gram-positivas. Agentes infeccio-sos Gram-negativos são dificil-mente inibidos por bacteriocinas Gram-positivas, podendo, inclusive, carregar genes de resistência a an-tibióticos, tornando o tratamento dos casos, quando necessário, mais difícil”, explica a professora. Aluno do 7º período do Curso Técnico em Alimentos, Jean Soares é bolsista PIBITI da pesquisa e diz

que a experiência já tem influência direta na vida acadêmica. “Atual-mente vejo a carreira que quero seguir devido à influência da pes-quisa, pelo conhecimento envolvido me proporcionar uma visão maior da microbiologia e, de uma forma geral, da Biologia”, ele diz. Segun-do Jean, o amadurecimento pro-fissional é visível. “Toda a respon-sabilidade e foco que uma pesquisa requer me fizeram amadurecer bas-tante academicamente, trazendo mais concentração e praticidade dentro de um laboratório, por e-xemplo”, comenta. “A experiência de ver o resultado do que você fez é satisfatória e me motiva sempre a buscar mais, a querer alcançar novos horizontes dentro da minha pesquisa, e a gostar mais daquilo que eu faço. Além de todos esses fatores a pesquisa traz comprome-timento, que é muito importante em toda a vida”, completa. Recém-formada no Curso Téc-nico em Alimentos e contratada pela multinacional Coca-Cola, Ana Beatriz Rangel foi bolsista PIBICT da pesquisa. “A participação nesse programa de iniciação científica, tanto na prática laboratorial quanto na participação em eventos e con-gressos da área, foi uma experiên-cia única e de muita importância na minha carreira acadêmica e profissional”, conta Ana, que diz ter obtido amadurecimento, res-ponsabilidade, comprometimento e conhecimento. “Atualmente tra-balho em laboratório de desen-volvimento de produtos de uma empresa multinacional, onde utilizo bastante os fundamentos da área de ciências biólogicas e sem dúvida alguma essa experiência enrique-ceu o meu currículo profissional e contribuiu para a minha ocupação da vaga”, conta a ex-aluna. Claudinei Freitas, aluno do 8º período do Curso Técnico em Ali-mentos e bolsista do PIVICT, acre-dita que o projeto é uma inovação na área biológica. “A experiência que estou adquirindo contribui para o meu currículo e pode facilitar minha inserção no mercado de tra-balho de alimentos”, diz Claudinei. Para Hugo Damaceno, também do 8º período do Curso Técnico em Alimentos, a pesquisa contribui para ampliar o conhecimento na área de Microbiologia. “Escolhi esta pesquisa, pois está relacionada ao campo em que pretendo atuar pro-fissionalmente”, comenta o aluno. “A participação dos alunos na pesquisa é primordial para o an-damento e o sucesso da mesma”, avalia a professora Janaína Soares.

Saúde no microscópioArquivo pessoal/Janaína Soares

Estudo de bactérias no campus Rio de Janeiro procura novas formas de conservação de alimentos

A OBA é realizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), pela Agência Es-pacial Brasileira (AEB) e ELETROBRAS FURNAS entre alunos de todas os anos do ensino fun-damental e médio em todo território nacional. A OBA tem por objetivos fomentar o interesse dos jovens pela Astronomia e pela Astronáutica e ciências afins, promover a difusão dos conhe-cimentos básicos de uma forma lúdica e coope-rativa, mobilizando num mutirão nacional, além dos próprios alunos, seus professores, coorde-nadores pedagógicos, diretores, pais e escolas, planetários, observatórios municipais e particu-lares, espaços, centros e museus de ciência, as-sociações e clubes de Astronomia, astrônomos profissionais e amadores, e instituições voltadas às atividades aeroespaciais.

Em um dado momento, metade da Lua está na escuridão. Mas o lado escuro é sempre o lado que fica de costas para o sol. Esse é também o caso da Terra. Metade do nosso planeta experimenta dia enquanto a noite ocorre na outra metade. Como a Terra e a Lua giram, algumas áreas estão se moven-do para a luz solar enquanto outras áreas se movem em direção à escuridão.

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Em sentido horário, a partir de cima: equipe no campus Rio de Janeiro; Janaína Soares; Hugo Damasceno; Jean Soares e Ana Beatriz Rangel; Claudinei Freitas

Observação do céu no campus Nilópolis

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