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FABDEC - FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE DERMOPIGMENTAÇÃO ESTÉTICA E CORRETIVA CIÊNCIAS, NORMAS, CUIDADOS E INFORMAÇÕES RELACIONADAS À DERMOPIGMENTAÇÃO Guia para realização de teste de convalidação de diploma de Dermopigmentador para afiliação à FABDEC PRESIDENTE DA FABDEC: Cláudio Inove VICE PRESIDENTE DA FABDEC: Gisele de Paulo MARÇO - 2015

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FABDEC - FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE DERMOPIGMENTAÇÃO

ESTÉTICA E CORRETIVA

CIÊNCIAS, NORMAS, CUIDADOS E INFORMAÇÕES RELACIONADAS À

DERMOPIGMENTAÇÃO

Guia para realização de teste de convalidação

de diploma de Dermopigmentador para afiliação à FABDEC

PRESIDENTE DA FABDEC: Cláudio Inove

VICE PRESIDENTE DA FABDEC: Gisele de Paulo

MARÇO - 2015

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Esta apostila tem por objetivo promover a reflexão do profissional da

Dermopigmentação na importância do conhecimento anatômico, biológico,

dermatológico, de biossegurança, dentre outros, para as responsabilidades

de seus procedimentos para o desenvolvimento seguro das suas atividades

profissionais, através de elementos teóricos e práticos necessários à

sistematização do processo de aprendizagem, tais como as normas

regulamentadoras do Ministério da Saúde (ANVISA) frente às principais

doenças infecto-contagiosas, prevenção através de vacinações; utilização

dos equipamentos de proteção individual e coletiva (EPIs e EPCs),

procedimentos de limpeza, desinfecção, esterilização, estocagem de

material, bem como manuseio, descarte e destino de resíduos gerados

considerando a prevenção e redução de riscos à saúde e ao meio ambiente.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................6

2 O CORPO HUMANO................................................................................8

2.1 Anatomia Da Face............................................................................8

a. Ossos da face ..............................................................................8

b. Músculos da face e do pescoço..................................................9

c. Circulação arterial e venosa da face..........................................10

d. Inervação da face.......................................................................11

2.2 Aplicação da Dermopigmentção no Complexo Areolar................11

a. Simetrização da Aréola e Mamilos............................................12

3 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A PELE...........................................13

a. Epiderme...................................................................................14

b. Derme........................................... ............................................16

c. Hipoderme........................................... .....................................16

3.1 Tipos de pele........................................... .......................................17

a. Normal........................................................................................17

b. Seca...........................................................................................17

c. Oleosa........................................................................................18

d. Mista...........................................................................................19

e. Pele envelhecida.......................................................................19

3.2 Classificação de Fitzpatrick............................................................20

3.3 Doenças de Pele.............................................................................22

a. Vitiligo.........................................................................................22

b. Estrias.........................................................................................25

c. Alopécia Areata..........................................................................27

d. Melasma.....................................................................................30

e. Dermatite Atópica......................................................................31

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4 MELANINA...........................................................................................32

5 PELO E FOLÍCULO PILOSO..............................................................33

6 CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO..............................................34

6.1 Macrófagos.........................................................................................35

7 BIOSSEGURANÇA.............................................................................36

a. Higienização das mãos.................................................................38

b. Equipamentos de proteção individual............................................39

c. Limpeza...........................................................................................39

d. Esterelização..................................................................................40

e. Acondicionamento de artigos........................................................40

8 MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS.............................................41

8.1 Vítima Inconsciente............................................................................41

8.2 Convulsão...........................................................................................41

8.3 Hemorragia.........................................................................................43

8.4 Intoxicação..........................................................................................46

8.5 Parada Cardiorrespiratória.................................................................47

8.6 Traumatismo Musculo-Esquelético....................................................49

8.7 Queimaduras.......................................................................................53

8.8 Choque Elétrico..................................................................................54

9 BACTÉRIAS PATOGÊNICAS...............................................................55

9.1Tuberculose.........................................................................................55

9.2 Hanseníase.........................................................................................58

9.3 Cólera..................................................................................................62

9.4 Tétano.................................................................................................64

9.5 Distúrbios do Sistema Nervoso .........................................................66

9.6 Difteria.................................................................................................68

9.7 Leptospirose.......................................................................................69

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9.8 Hepatite..............................................................................................70

9.9 Esquistossomose...............................................................................70

9.10 Distúrbio do Sistema Respiratório...................................................72

9.11 Coqueluche......................................................................................72

9.12 Pneumonia.......................................................................................73

9.13 Tuberculose.....................................................................................73

9.14 Gonorreia.........................................................................................73

9.15 Sífilis.................................................................................................75

9.16 H1N1.................................................................................................76

9.17 HPV (Papilomavírus Humano) ........................................................78

9.18 Herpes Oral, Herpes Genital e Herpes Zoster................................80

9.19 Diabetes............................................................................................81

9.20 HIV....................................................................................................84

9.21 Trombo Venosa...............................................................................85

9.22 Hemofilia..........................................................................................86

10 BIBLIOGRAFIA..................................................................................88

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1 INTRODUÇÃO

Os cuidados com a aparência e o culto ao corpo sempre estiveram

presentes na existência humana. O ato de tatuar e perfurar o corpo para a

implantação de adornos é comum desde a antiguidade. Existem evidências

de práticas como a tatuagem desde os períodos paleolítico e neolítico, como

o homem de gelo, cinco mil e trezentos anos antes de Cristo, que tinha

linhas, cruzes e faixas tatuadas.

Os ideais de beleza se tornaram indissociáveis da idéia de prestígio e

sucesso. A forte influência da sociedade, principalmente da mídia, tem levado

a população a buscar incessantemente os padrões estabelecidos.

No Brasil, a indústria de produtos de higiene pessoal, perfumaria e

cosméticos ao longo dos últimos anos tem demonstrado crescimento bem

mais vigoroso que o restante da indústria geral, sendo o país, o terceiro maior

mercado consumidor de produtos para beleza no mundo, perdendo apenas

para Estados Unidos e Japão. Tal fato demonstra a valorização e o cuidado

do brasileiro com seu corpo e sua aparência.

A maquiagem definitiva, também chamada de dermopigmentação, é

definida como a implantação de pigmentos (corantes) na derme com auxílio

de agulhas apropriadas e um aparelho denominado dermógrafo, sendo uma

modalidade da tatuagem.

O micropigmentador não é contemplado pela Classificação Brasileira

de Ocupações do Ministério do Trabalho, além disso, também não existem

cursos oficiais para a formação deste profissional.

Os microrganismos patogênicos, muitas vezes camuflados na equipe

da dermopigmentação aparentemente sã, representam riscos inexoráveis de

transmissão para o paciente com baixa imunidade, comprometendo o grupo

mais atingido, por procedimentos inadequados no atendimento ao paciente

como todo o pessoal envolvido. (NESI, 2000) .

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em sua norma

regulamentadora NR-32, que trata da segurança e saúde em serviços de

saúde, diz que “os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e vestimentas utilizadas em suas

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atividades laborais”. O mesmo assunto ainda é tratado nas normas de

número 6, sobre EPI, e 9 sobre programa de riscos ambientais.

A biossegurança na prevenção e minimização de transmissão de

patógenos pelo pessoal da saúde ainda constitui fato de banalização na

rotina das atividades ocupacionais.

Todos que atuarem diretamente e indiretamente no procedimento de

dermopigmetação, deve estar imunizados com as vacinas BCG

(tuberculose), hepatite B, tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) e dupla

bacteriana (difteria e tétano), influenza e antipneumocócica.

Este guia tem como objetivo geral, despertar no profissional o

conhecimento da área de atuação, principalmente no que diz respeito à

doenças contagiosas, como evitar contaminação cruzada e primeiros

socorros.

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2 O CORPO HUMANO

Nos dias atuais, o culto ao corpo e a busca de uma forma perfeita

assumem importância cada vez maior. Padrões estéticos passam a nortear

condutas e mudar hábitos, criando estreita ligação com os padrões de saúde.

Para que possamos entender o corpo humano e seu funcionamento, faz-se

necessário partir de um ponto em evidência. Observe seu próprio corpo.

Como pode perceber, ele é composto por uma cabeça, constituída por crânio

e face; um tronco, onde encontram-se o pescoço, o tórax e o abdome; dois

membros superiores, que são os braços e as mãos e, finalmente, dois

membros inferiores, representados pelas pernas e pés.

2.1 Anatomia Da Face

A face é a parte anterior da cabeça, também denominada de rosto,

onde se encontram o nariz, os olhos e a boca. Compreende os espaços entre

a fronte e o mento e de uma orelha externa até a outra. O formato da face é

determinado pelos ossos subjacentes. Os corpos adiposos situados nas

bochechas e os músculos faciais contribuem para o formato final da face.

Além das importantes funções fisiológicas que exerce, a face também

cumpre importante papel sobre o contato e relacionamento humano, uma vez

que é o elo entre nosso interior e o meio em que vivemos. Por meio dela

expressamos sentimentos e nos comunicamos com nossos semelhantes.

a. Ossos da face

O esqueleto da face é formado por 14 ossos irregulares que dão forma

à parte anterior do crânio contendo as órbitas, cavidades nasais, maxila e

mandíbula. São eles: maxila, concha nasal inferior, zigomático, palatino,

nasal, lacrimal, mandíbula e vômer. A mandíbula forma o queixo e, o vômer

forma o septo nasal. O lacrimal localiza-se no interior da órbita.

O zigomático é o osso proeminente da face e o palatino compõe o

palato junto com o maxilar.

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As maxilas e a mandíbula formam cavidades e são os ossos de

suporte para os dentes maxilares e mandibulares. As maxilas formam o

esqueleto do maxilar superior, que está fixado na base do crânio.

Em geral, as maxilas contribuem para a maior porção da parte superior

do esqueleto da face. A mandíbula forma o esqueleto do maxilar inferior, que

é móvel porque se articula com a base do crânio nas articulações

temporomandibulares.

b. Músculos da face e do pescoço

Os músculos da face podem ser divididos em músculos da mastigação

e músculos da expressão facial. Os músculos mastigatórios são responsáveis

pelo processo de mastigação. Entre eles estão: músculo têmpora, músculo

masseter, pterigóideo medial e lateral.

Os músculos da expressão facial são subcutâneos. Ao se

movimentarem, alteram as expressões faciais transmitindo nosso estado de

espírito e sentimentos: alegria, tristeza, preocupações, ansiedades. Estes

músculos situam-se nas partes anterior e posterior do escalpo, face e

pescoço.

São eles: epicrânio, auricular anterior e superior, orbicular do olho,

abaixador e corrugador do supercílio, prócero, nasal, abaixador do septo do

nariz, levantador do lábio superior, levantador do lábio superior e da asa do

nariz, levantador do ângulo da boca, zigomático menor e maior, risório,

abaixador do lábio inferior, abaixador do ângulo da boca, mentual e

transverso do mento, orbicular da boca e músculo bucinador.

Os músculos do pescoço movem a cabeça e o osso hioide. Os que se

encontram atrás da coluna vertebral são chamados músculos da nuca e os

demais são os músculos do pescoço propriamente dito e dividem-se em

quatro regiões:

Anterior: platisma e supra e infra-hióideos;

Lateral: esternocleidomastóideo e escalenos anterior, médio e

posterior.

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Pré-vertebral: anterior maior e menor da cabeça, longo do pescoço e

reto lateral da cabeça;

Posterior: esplênio da cabeça e do pescoço, semiespinhal da cabeça e

do pescoço, reto posterior maior e menor da cabeça e oblíquo superior

e inferior da cabeça.

c. Circulação arterial e venosa da face

A face é ricamente suprida por artérias. A maioria delas são ramos da

artéria carótida externa. Somente partes da cavidade nasal e as partes

superiores da face recebem ramos da artéria carótida interna. A artéria

carótida externa é também denominada carótida facial e supre as estruturas

superficiais e profundas da face.

A carótida interna é também denominada carótida cerebral, pois leva o

sangue quase que exclusivamente para o cérebro. As artérias carótida

interna e externa partem de uma divisão da artéria carótida comum, ao nível

da cartilagem tireoide. Os ramos da artéria carótida externa são:

Ramos anteriores: artéria carótida superior, artéria lingual e artéria

facial.

Posteriores: artéria occipital e artéria auricular posterior.

Mediais: artéria faríngea ascendente.

Ramos terminais: artérias temporal superficial e maxilar.

A artéria carótida interna localiza-se posteromedialmente e a carótida

externa é situada anterolateralmente. Na divisão, a artéria carótida interna é

ligeiramente alargada para formar o seio carotídeo, importante na regulação

da pressão sanguínea. Os ramos da artéria carótida interna são:

Ramo cervical: parte sem ramos e curva, para que possa seguir o

movimento do pescoço sem ser estirada.

Ramo cranial: irriga a calota craniana.

A irrigação venosa da face é superficial e inclui as veias:

Jugular interna: drena o encéfalo, face e pescoço.

Jugular externa: drena o crânio e a face.

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Veia vertebral: drena as estruturas profundas do pescoço (vértebras e

medula cervical e alguns músculos do pescoço).

d. Inervação da face

Os músculos da face são inervados pelo nervo facial (VII par

craniano). O nervo facial possui fibras motoras (mobilidade da musculatura

facial), sensitivas (sensibilidade geral e de órgãos de sentido) e

parassimpáticas. É formado por duas raízes que seguem juntas por longo

trajeto dentro do crânio:

Nervo facial propriamente dito: raiz motora responsável pela inervação

dos músculos da mímica facial e do músculo estapédio (relacionado à

audição).

Nervo intermediário de Wrisberg: composto por fibras sensitivas

somáticas (controlam a sensibilidade de parte do pavilhão auricular),

fibras sensitivas especiais (controlam a gustação dos dois terços

anteriores da língua) e fibras do sistema nervoso autônomo (controlam

as glândulas lacrimais e salivares).

O nervo trigêmio é um nervo misto, com uma raiz sensitiva e uma

motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos

neurônios sensitivos, situados no gânglio trigemial no osso temporal. Os

prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal

formam os três ramos do nervo trigêmio: oftálmico, maxilar e mandibular,

responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça. A

raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo

mandibular.

2.2 Aplicação da Dermopigmentação no Complexo Areolar

Após a reconstrução da mama seguem-se as etapas de refinamento

que consistem na simetrização das mamas e a reconstrução da aréola

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mamilar. O complexo areolopapilar é parte essencial da mama, de grande

significado simbólico, e sua reconstrução completa a reconstrução mamária.

Quando a aréola e o mamilo não foram preservados na mastectomia,

há várias maneiras de refazê-los. Geralmente o mamilo é reconstruído com a

pele do próprio local e a aréola com enxerto de pele da região inguinal. A

pigmentação da aréola é feita com a ajuda da dermopigmentação,

procedimento que pode ser realizado a nível ambulatorial. (ONCOGUIA,

2014)

a. Simetrização da Aréola e Mamilos

No conceito de beleza e normalidade das mamas, a simetria é um fator

fundamental. A intervenção cirúrgica na mama oposta visa melhorar a

simetria e consequentemente contribui para a melhoria da autoestima, tão

fragilizada com a ocorrência do câncer.

A escolha da técnica de simetrização está atrelada aos conceitos

básicos da mamoplastia convencional, acrescida da avaliação da mama a ser

reparada. Na avaliação pré-operatória é importante caracterizar o biótipo e a

expectativa da paciente, além de analisar simetria da forma e volume do cone

mamário, posicionamento do complexo areolopapilar e o tipo histológico

predominante, se glandular ou gorduroso, a fim de relacioná-los com a mama

acometida pelo tumor e as possibilidades de reparação. (ONCOGUIA, 2014)

A marcação pré-operatória dos pontos de referência das mamas, o

peso e as medidas do produto da ressecção tumoral são úteis na tentativa de

posicionar, mensurar e simetrizar de forma mais precisa as mamas. A análise

subjetiva dada pela experiência do cirurgião é o determinante final do bom

resultado da simetrização.

Cuidados com a cicatrização devem ser lembrados, especialmente

para os casos que serão submetidos à terapia complementar. Tensão

excessiva na sutura ou manipulação inadequada da borda da pele deve ser

evitada. O uso preferencial de fios absorvíveis no parênquima mamário é a

técnica com menor descolamento aparentemente e proporciona menor

incidência de alterações encontradas nas mamografias no pós-operatório

tardio.

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O primeiro passo é buscar a simetrização entre as duas aréolas, o que

na grande maioria das vezes encontram-se já prontas para

micropigmentação, principalmente nos casos de mastectomia onde é previsto

o uso da técnica. A medição se realizará em posição semi-sentada, se

verificará com uma régua passando pelos pontos A e A`, observando

rigorosamente a boa horizontalidade, para evitar um resultado inestético das

aréolas. Antes de efetuar o traço nas aréolas inspecionar detalhadamente as

imperfeições assim como as cicatrizes periareolares, enxertos cirúrgicos e

outros. Os dois círculos devem ser simétricos e situados no cone mamário.

(MAG ESTÉTICA, 2011)

3 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A PELE

A pele reveste todo o nosso corpo protegendo contra as agressões

externas. É uma grande “capa de proteção” contra fungos, bactérias,

produtos químicos, físicos e mesmo fatores ambientais, como o sol. No

entanto, ela tem também funções imunitárias, é o principal órgão

da regulação do calor, protegendo contra a desidratação. Tem também

funções nervosas, constituindo o sentido do tato e metabólicas, como a

produção da vitamina D. É formada por três camadas bem unidas, epiderme,

derme e hipoderme que são importantes para o corpo, e cada uma tem

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características e funções diferentes. Há ainda vários órgãos anexos, como

folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas.

a. Epiderme

É a camada mais externa da pele, aquela que você pode ver a olho

nu. A principal função da epiderme é formar uma barreira protetora do corpo,

protegendo contra danos externos e dificultando a saída de água (do

organismo) e a entrada de substâncias e de micróbios no organismo. Na

epiderme estão os melanócitos, as células que produzem melanina, o

pigmento que dá cor à pele. A epiderme também origina os anexos da pele:

unhas, pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas.

A epiderme, ou cutícula, não é vascularizada, consiste de epitélio

estratificado, composta essencialmente de queratinócitos, amolda-se

perfeitamente sobre a camada papilar da derme, e varia de espessura em

diferentes partes. Em alguns lugares como na palma da mão e planta dos

pés, ela é espessa, dura e de textura córnea. Sua espessura varia de

0,04mm (nas pálpebras) a 1,5mm (nas palmas das mãos e plantas dos pés).

O epitélio estratificado da epiderme compõe-se de várias camadas

denominadas de acordo com diversas categorias, tais como o aspecto das

células, textura, composição e posição. Essas camadas são, de superficial

para profundo: estrato córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato

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espinhoso e estrato basal. O estrato córneo é remanescente das células que

contém uma proteína fibrosa, a queratina.

A camada basal de queratinócitos, repousando sobre uma “membrana

basal”, é conhecida como a camada germinativa, cujas células se dividem

garantindo a renovação da epiderme. A medida que as células se separam

da membrana basal e avançam para a superfície, o seu corpo contém cada

vez mais filamentos de queratina, aumentando assim a sua resistência

mecânica.

A camada mais externa, a camada córnea, é composta de células

mortas, que descamam progressivamente, sendo substituídas por novas

células que migram a partir da camada basal. Assim, calcula-se que a

epiderme humana se renove integralmente a cada 20 a 30 dias.

Além dos queratinócitos, junto à membrana basal, encontram-se os

melanócitos, as células responsáveis pela cor da pele. Os melanócitos

sintetizam o pigmento natural da pele, a melanina, que é progressivamente

transferida aos queratinócitos. As características genéticas do individuo e a

exposição ao sol determinam a quantidade da melanina incorparada e,

consequentemente a cor da pele. Os defeitos de melanócitos e da sua

capacidade de produzir a melanina resultam em regiões ou manchas claras

na pele, tais como observadas no albinismo ou vitiligo.

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b. Derme

O limite entre a epiderme e a derme, pricipalmente na pele espessa, é

bastante irregular, devido a projeções da derme para a epiderme (papilas

dérmicas) e de projeções da epiderme para a derme (cristas epidérmicas).

Essas projeções aumentam a zona de contato entre a derme e a epiderme,

dando maior resistência à pele.

A derme contém uma densa malha de fibras de colágeno e elastina,

produzidas por células específicas, os fibroblastos cutâneos. Essas células

participam também na regeneração da pele e na renovação da trama fibrosa

da derme. É subdividida na derme papilar, que corresponde às papilas

dérmicas e é constituída por tecido conjuntivo frouxo, e na derme reticular, a

maior parte da derme, de tecido conjuntivo denso não modelado.

A membrana basal que separa a epiderme da derme é produzida por

ambas as camadas, e contém as moléculas de adesão e as fibrilas

perpendiculares que penetram profundamente na derme, garantindo a

continuidade física entre as duas camadas. A derme contém vasos

sanguíneos linfáticos que a irrigam e garantem a nutrição da pele, e assim

como os nervos, que informam o organismo sobre a sua interação com o

ambiente. A interface entre a epiderme e a derme normalmente não é plana,

e sim papilar (ondulada), aumentando a superfície de contato e permitindo

que a pele se estique sem se romper. Dentro da derme encontram-se

também as estruturas que são derivadas da epiderme, como pelos, glândulas

sudoríparas e sebáceas.

c. Hipoderme

Embaixo da derme encontra-se a hipoderme, a camada frouxa de

tecido conjuntivo que une a pele aos órgãos subjacentes. Ela permite, por

exemplo, que a pele deslize sobre os músculos.

É a terceira e última camada da pele, formada basicamente por células

de gordura. Sendo assim, sua espessura é bastante variável, conforme a

constituição física de cada pessoa. A hipoderme mantém a temperatura do

seu corpo e acumula energia para o desempenho das funções biológicas.

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3.1 Tipos de pele

a. Normal

Menos frequente dentre todos os tipos de pele, a pele normal tem

textura saudável e aveludada. Além disso, possui elasticidade ideal e produz

gordura natural em quantidade adequada. Normalmente, a pele normal

apresenta um aspecto rosado, com poros pequenos e pouco visíveis, e é

pouco propensa ao desenvolvimento de espinhas e manchas.

b. Seca

A perda de água em excesso caracteriza a pele seca, que

normalmente tem poros poucos visíveis, pouca luminosidade e é mais

propensa a descamação e vermelhidão. A pele seca também pode

apresentar maior tendência ao aparecimento de pequenas rugas e fissuras. A

pele seca pode ser causada por fatores genéticos e hormonais, e também

por condições ambientais, como o tempo frio ou seco, o vento e a radiação

ultravioleta. Banhos demorados e com água quente podem provocar ou

contribuir para o ressecamento da pele.

Características clínicas:

Pele frágil e fina

Descamativa com tendência a rugas

Diminuição da secreção sebácea e sudorípara

Características histológicas:

Epiderme fina

Vasodilatação capilar

Diminuição das glândulas sebáceas

Patologias associadas:

Queratose: espessamento patológico da camada córnea da epiderme.

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Melanose: depósitos anormais de melanina na pele e em outros

tecidos.

Ictiose: mal formação cutânia que se caracteriza por um

espessamento de fuso e generalizado da pele, que lhe dá um aspecto

seco e rugoso, fazendo lembrar as escamas dos peixes e seu

desenvolvimento geralmente ocorre desde o nascimento.

Dermatite atópica: é resultado de uma reação hipersensível

(semelhante a uma alergia) na pele que causa inflamação prolongada

da pele.

Telangiectasia: dilatação que pode ser adquirida ou congênita de um

pequeno vaso cutâneo.

c. Oleosa

A pele oleosa tem aspecto mais brilhante, úmido e espesso, por causa

da produção de sebo maior do que o normal. Além da herança genética,

contribuem para a oleosidade da pele fatores como alterações hormonais,

excesso de sol, estresse e uma dieta rica em alimentos com alto teor de

gordura. A pele oleosa apresenta os poros dilatados, e maior tendência à

formação de acne, cravos e espinhas.

Características clínicas:

Pele espessa e de poros dilatados

Aparência oleosa com tendência a formar comedões

Aumento na produção de sebo

Formação tardia de rugas

Características histológicas:

Espessura da epiderme alterada e hipertrofia das glândulas sebáceas.

Patologias que podem ocorrer:

Acne

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Rosácea: distúrbio vasculomotor no rosto com hiperplasia das

glândulas sebáceas.

Dermatite seborreica: doença crônica, frequente, não contagiosa, que

se localiza em áreas em que há maior número de glândulas sebáceas.

Hiperplasia sebácea: proliferação anormal das células sebáceas.

Hirsutismo: crescimento excessivo de pêlos

d. Mista

É o tipo de pele mais frequente, e apresenta aspecto oleoso e poros

dilatados na “zona T” (testa, nariz e queixo) e seco nas bochechas e

extremidades. A pele mista tem espessura mais fina, com tendência à

descamação e ao surgimento de rugas finas e precoces.

e. Pele Envelhecida

A pele envelhecida é ressecada associada à sensação tátil de

ondulação, rugas, flacidez, alteração da pigmentação.

Na aparência desse tipo de pele há dois componentes distintos:

envelhecimento intrínseco e fotoenvelhecimento:

Envelhecimento intrínseco: A primeira manifestação ocorre através

de alterações na estrutura química das proteínas, proteoglicanas e

ácido hialurônico dérmicos. Com o passar dos anos o colágeno III vai

sendo substituído por colágeno I, o que leva a fragilidade cutânea.

Fotoenvelhecimento: Ocorre pelo excesso de exposição aos raios

ultravioletas. A pele apresenta sulcos e rugas, textura espessa,

manchas e coloração amarelada. Pode vir acompanhada por flacidez

muscular e cutânea, rosácea, nevos rubis. Lesões pré neoplásicas ou

mesmo neoplásicas podem estar presentes.

Características clínicas:

Perda de elasticidade

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Marcas de expressão

Rugas finas

Flacidez cutânea e muscular

Diminuição da secreção sebácea e sudorípara

Características histológicas:

Perda das pontes dermoepidérmicas

Diminuição do número de melanócitos e das glândulas sebáceas

Atrofia das fibras de colágeno e elastina

Patologias associadas:

Ictiose

Fragilidade capilar

Carcinoma

Queratose ou melanose

3.2 Classificação de Fitzpatrick

A mais famosa classificação dos fototipos cutâneos é a escala

Fitzpatrick, criada em 1976 pelo dermatologista e diretor do departamento de

Dermatologia da Escola de Medicina de Harvard, Thomas B. Fitzpatrick.

Fitzpatrick classificou a pele em fototipos a partir da capacidade de

cada pessoa em se bronzear sob exposição solar e sua sensibilidade e

tendência a ficar vermelhas sob os raios solares. Ele elaborou sua escala a

partir de visualizações empíricas e classificou a pele de cada um como sendo

potencialmente de uma das seis classificações listadas a seguir (grupo,

eritema, pigmentação e sensibilidade ao Sol).

A cor da pele está relacionada a uma série de fatores. Segundo o

dermatologista Thomas B. Fitzpatrick, a cor natural da pele pode ser

classificada de duas formas.

7 Constitutiva: nesse caso, os fatores genéticos determinam e atuam em

todas as etapas da melanogênese, fornecendo as características

específicas aos melanossomos pelos genes de pigmentação.

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Facultativa: aqui, a cor natural da pele é dependente da exposição ao

Sol, dos hormônios e do processo de envelhecimento.

Assim, dois componentes de pigmentação constituem a cor da pele. A

cor constitutiva da pele é a melanina básica herdada geneticamente e sem

interferência da radiação solar – e, portanto, constante. A síntese deste tipo

de pigmentação é controlada pela tirosinase.

A cor facultativa da pele é reversível e pode ser induzida. Resulta da

exposição solar, pode ser por bronzeamento imediato ou tardio e inclusive

pode alterar a cor constitutiva da pele.

Ilustração da cor de pele e seu fototipo determinante

Classificação dos Fototipos – Escala de Fitzpatrick

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3.3 Doenças de Pele

a. Vitiligo

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele.

As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as

células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à

pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente

estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao

vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os

fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

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A doença é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou

seja, manchas brancas na pele com uma distribuição característica. O

tamanho das manchas é variável.

O vitiligo possui diversas opções terapêuticas, que variam conforme o

quadro clínico de cada paciente. O dermatologista é o profissional mais

indicado para realizar o diagnóstico e tratamento da doença.

Importante: o vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos a saúde

física. No entanto, as lesões provocadas pela doença não raro impactam

significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Nesses

casos, o acompanhamento psicológico pode ser recomendado.

Sintomas

A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma

além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns

casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada.

A maior preocupação dos dermatologistas são os sintomas emocionais

que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença. Por isso,

em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode

ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento.

Quando o vitiligo é detectado, o dermatologista pode classificá-lo por

dois tipos:

Segmentar ou Unilateral: manifesta-se apenas uma parte do

corpo, normalmente quando o paciente ainda é jovem. Pelos e

cabelos também podem perder a coloração.

Não segmentar ou Bilateral: é o tipo mais comum; manifesta-se nos

dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos.

Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como

mãos, pés, nariz, boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença

se desenvolve, e depois há períodos de estagnação. Estes ciclos ocorrem

durante toda a vida; a duração dos ciclos e as áreas despigmentadas tendem

a se tornar maiores com o tempo.

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Diagnóstico

O diagnóstico do vitiligo é essencialmente clínico, pois as manchas

hipopigmentadas têm geralmente localização e distribuição características. A

biópsia cutânea revela a ausência completa de melanócitos nas zonas

afetadas, exceto nos bordos da lesão, e o exame com lâmpada de Wood é

fundamental nos pacientes de pele branca, para detecção das áreas de

vitiligo.

As análises sanguíneas deverão incluir um estudo imunológico que

poderá revelar a presença de outras doenças autoimunes como o lupus

eritematoso sistémico e da doença de Addison. O histórico familiar também é

considerado. Portanto, se há pessoas na família com vitiligo, é importante

redobrar a atenção.

É bom salientar que o diagnóstico deve ser feito por um

dermatologista. Ele irá determinar o tipo de vitiligo do paciente, verificar se há

alguma doença autoimune associada e indicar a terapêutica mais adequada.

Tratamento

O tratamento deve ser discutido com um dermatologista, conforme as

características de cada paciente.

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Dentre as opções terapêuticas está o uso de medicamentos que

induzem a repigmentação das regiões afetadas. Também pode-se empregar

tecnologias como o laser, bem como técnicas de cirúrgicas ou de transplante

de melanócitos.

O tratamento do vitiligo é individualizado, e os resultados podem variar

consideravelmente entre um paciente e outro. Por isso, somente um

profissional qualificado pode indicar a melhor opção.

É importante lembrar que a doença pode ter um excelente controle

com a terapêutica adequada e repigmentar completamente, sem nenhuma

diferenciação de cor.

Prevenção

Não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30%

dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos

afetados devem realizar uma vigilância periódica da pele e recorrer ao

dermatologista caso surjam lesões de hipopigmentação, a fim de detectar a

doença precocemente e iniciar cedo a terapêutica.

Em pacientes com diagnóstico de vitiligo, deve-se evitar os fatores que

possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já

existentes. Evitar o uso de vestuário apertado, ou que provoque atrito ou

pressão sobre a pele, e diminuir a exposição solar. Controlar o estresse é

outra medida bem-vinda.

b. Estrias

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As estrias são cicatrizes atróficas que se formam quando há

destruição de fibras elásticas e colágenas na pele. Formam-se, normalmente,

quando há aumento do volume corpóreo por causa de gravidez, aumento de

peso, colocação de prótese mamária, uso de anabolizantes; ou por fatores

hormonais como o uso de estrógeno e hormônios adrenocorticais. O uso

prolongado de tratamentos com corticoides também podem desencadear

estrias. Fatores genéticos também podem estar envolvidos.

Formam-se, então, as linhas atróficas na pele por causa da diminuição

da espessura da derme e epiderme. Essas linhas quando são recentes são

de cor rósea ou púrpura; as antigas ficam esbranquiçadas.

Como Se Manifesta

Em mulheres é mais comum encontrar estrias nos flancos, coxas,

glúteos, abdômen e nos seios. Acontece muito quando a mulher entra na

puberdade, cresce muito rápido, ou ganha peso em um curto espaço de

tempo. Na fase adulta, durante a gravidez podem aparecer estrias no

abdômen e nos seios. Outra causa comum, hoje, é o aparecimento após a

colocação de próteses de silicone, por causa da distensão dos tecidos de

forma abrupta.

Já em homens é mais comum nos ombros, braços e costas. Os que se

submetem a musculação excessiva ou abusam de anabolizantes são os mais

propensos. Em homens o ganho de peso e o crescimento abrupto também

são causas de estrias.

As estrias róseas ou arroxeadas são recentes, podem apresentar

discreta coceira e são acompanhadas por um processo inflamatório local; já

as brancas como são mais antigas, já ocorreu uma atrofia mais intensa das

fibras colágenas e elásticas, e não há inflamação envolvida. Em pessoas de

pele morena ou negra as estrias podem aparecer com uma coloração mais

escura do que seu (o) tom de pele.

Tratamento

A eficácia do tratamento irá depender da fase da estria, o local em que

ela se encontra e sua espessura. É importante lembrar que não há cura total,

mas há significativa melhora em sua aparência. A genética do paciente, a

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raça, a idade e a produção de colágeno individual são fatores que também

influenciam no sucesso do tratamento.

Além disso, quanto mais cedo iniciar-se o tratamento, maiores as

chances de que os resultados sejam positivos. Há vários tipos de tratamento,

desde cremes tópicos, aplicação de ácidos, lasers epeelings. O

dermatologista é o profissional mais indicado para diagnosticar e prescrever

os tratamentos, ele irá avaliar qual ou quais os tratamentos irão lhe trazer

melhores resultados.

Prevenção

A melhor prevenção é evitar os fatores que podem fazer com que ela

apareça. Manter o peso constante, evitar o uso prolongado de corticóides

tópicos ou sistêmicos e evitar o uso de anabolizantes.

É importante manter a hidratação adequada da pele com o uso de

cremes a base de uréia, lactato de amônio, óleo de semente de uva e

amêndoas, rosa mosqueta, ácido hialurônico.

c. Alopecia Areata

Alopecia areata é uma doença que provoca a queda de cabelo. A

etiologia é desconhecida, mas tem alguns fatores implicados, como a

genética e a participação auto-imune. Quando isto acontece, o cabelo da

pessoa começa a cair formando pequenas ou grandes áreas sem cabelo.

A extensão da perda de cabelo varia. Em alguns casos, é apenas em

alguns pontos. Em outros, a perda de cabelo pode ser maior. Há casos raros,

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em que o paciente perde todo o cabelo da cabeça, alopecia areata total; ou

caem os pelos de todo o corpo, alopecia areata universal.

Acredita-se que uma pré-disposição genética desencadeie a reação

autoimune, entretanto, outras causas desconhecidas podem também ser

desencadeadoras. A alopecia areata é imprevisível. Em algumas pessoas, o

cabelo cresce de novo, mas cai novamente mais tarde. Em outras, o cabelo

volta a crescer e não cai mais. Cada caso é único. Mesmo que perca todo o

cabelo, há chance de que ele crescer novamente.

Estima-se que nos Estados Unidos cerca de cinco milhões e pessoas

tenham a doença. E apenas 5% delas perdem todos os pelos do corpo. A

Alopecia Areata não é uma doença contagiosa. Fatores emocionais, traumas

físicos e quadros infecciosos podem desencadear ou agravar um quadro de

alopecia areata.

Sintomas E Diagnóstico

Além da perda de cabelo, a alopecia areata não possui nenhum outro

sintoma. Na alopecia areata ocorre perda brusca de cabelos, com áreas

arredondadas, únicas ou múltiplas, sem demais alterações. A pele é lisa e

brilhante e os pelos ao redor da placa saem facilmente se forem puxados. Os

cabelos quando renascem podem ser brancos, adquirindo posteriormente

sua coloração normal. A forma mais comum é uma placa única, arredondada,

que ocorre geralmente no couro cabeludo e barba, conhecida popularmente

como pelada.

Isto ocorre porque a doença não mata os folículos pilosos, apenas os

mantêm inativos. Quando esta ação de inatividade cessa, há nova produção

de pelos.

O principal dano aos pacientes é o psicológico. Alguns pacientes ficam

abatidos por causa desta condição. Em crianças, o tratamento psicológico

precisa ser levado a sério, pois por causa de possível descriminação dos

colegas, as crianças podem se sentir excluídas de seu meio.

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Tratamento

Os tratamentos não acabam com a alopecia areata, eles estimulam o

folículo a produzir cabelo novamente, e precisam continuar até que a doença

desapareça. Os tratamentos são mais eficazes em casos mais leves. Um

dermatologista qualificado saberá diagnosticar a doença e indicar a melhor

forma de tratamento. Eis alguns tratamentos que podem ser usados para

este fim.

Prevenção

Não há formas de prevenir a doença uma vez que suas causas são

desconhecidas. Mas uma vez com alopecia, há algumas dicas para que você

se sinta melhor.

Usar maquiagem para minimizar a aparência da perda do cabelo.

Investir em perucas, ou chapéus e lenços para proteger a cabeça.

Além de serem itens estilosos, deixam o visual mais moderno.

Reduzir o estresse. Embora não seja comprovado cientificamente,

muitas pessoas com início recente de alopecia areata tiveram tensões

recentes na vida, tais como problemas no trabalho ou na família,

mortes, cirurgias, acidentes etc.

Embora a doença não seja clinicamente grave, pode afetar as pessoas

psicologicamente. Os grupos de apoio estão disponíveis para ajudar as

pessoas com alopecia areata a lidar com os efeitos psicológicos da doeça.

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d. Melasma

Melasma é uma condição que se caracteriza pelo surgimento de

manchas escuras na pele, mais comumente na face, mas também pode

ocorrer nos braços e colo. Afeta mais frequentemente as mulheres, podendo

ser vista também nos homens.

Não há uma causa definida, mas muitas vezes esta condição está

relacionada ao uso de anticoncepcionais femininos, à gravidez e

principalmente à exposição solar. O fator desencadeante é a exposição à luz

Ultravioleta e mesmo à luz visível. Além dos fatores hormonais e da

exposição aos raios solares, a predisposição genética e histórico familiar

também influencia no surgimento desta condição.

Sintomas

Começam a aparecer manchas escuras ou acastanhadas na face,

principalmente nas maçãs do rosto, testa, nariz, lábio superior (o chamado

“buço) e nas têmporas, lateral dos braços e colo. As manchas têm formatos

irregulares e bem definidos, sendo geralmente simétricas (iguais nos dois

lados). Muitas vezes as pessoas relacionam o surgimento da mancha ao uso

de algum creme, um procedimento de depilação com cera, acidentes

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domésticos com calor ou forno, mas todas essas possibilidades são apenas

“mitos”, não comprovados cientificamente.

Tratamento

O dermatologista é o profissional mais indicado para diagnosticar e

tratar esta condição. Os tratamentos variam, mas sempre compreendem

hábitos de proteção contra os raios ultravioleta, a luz visível e o uso de

medicamentos tópicos e procedimentos para o clareamento. É importante

salientar entretanto que o tratamento do melasma sempre prevê um conjunto

de medidas para clarear, estabilizar e impedir que o pigmento volte.

e. Dermatite Atópica

A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é um

dos tipos mais comuns de dermatite. É definida como uma doença crônica da

pele que apresenta erupções que coçam e apresentam crostas, cujo

surgimento é mais comum nas dobras dos braços e da parte de trás dos

joelhos. A dermatite atópica pode também vir acompanhada de asma ou

rinite alérgica.

Causas

A causa exata da dermatite atópica ainda é desconhecida, mas os

médicos acreditam que uma combinação de pele seca e irritável com um mau

funcionamento no sistema imunológico do corpo esteja entre as causas mais

prováveis.

A maioria dos especialistas também acredita que a dermatite atópica

tenha uma base genética. Dessa forma, as causas deste tipo de eczema

estariam atreladas às causas da asma e da rinite alérgica. Porém, com

manifestação clínica variável, ou seja: nem todas as pessoas com dermatite

atópica apresentam asma ou rinite alérgica, e nem todas as pessoas com

essas doenças desenvolvem dermatite atópica. É relevante para o

diagnóstico o fato de essas doenças estarem presentes em conjunto em

famílias de pessoas afetadas.

Sintomas

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Dermatite atópica é caracterizada pelo surgimento de pele muito seca com prurido

importante que levam a lesões escoriadas, além de outros sintomas, a exemplo de:

Secreção ou sangramento da orelha

Áreas esfoladas da pele causadas por coceira

Alterações na cor da pele

Pele mais clara ou escura que o seu tom normal

Vermelhidão ou inflamação da pele ao redor das bolhas

Áreas espessas ou parecidas com couro, que podem ocorrer após irritação e coceira

prolongadas

4 MELANINA

A pele é praticamente idêntica em todos os grupos étnicos humanos.

Nos indivíduos de pele escura, os melanócitos produzem mais melanina que

naqueles de pele clara, porém o número de melanócitos é relativamente

equivalente.

A melanina é responsável pela cor da pele, dos olhos, dos pelos

humanos e atua também em outros animais. Porém, a cor da pele não

depende apenas dos pigmentos da melanina, também do caroteno, que se

localiza no tecido adiposo subcutâneo, que tem a cor alaranjada.

Além da melanina e do caroteno, os vasos sanguíneos também

influenciam na cor da pele, pois quanto mais ligeiros e dilatados, mais a pele

fica escura.

Quanto mais melanina a pessoa tiver em seu corpo, mais escura será

a pele. Quanto menos melanina, mais clara a pele será.

Existem dois tipos de melanina:

Eumelanina: onde predomina a cor azulada, esverdeada ou preta

(FRIA).

Feomelanina: que constitui a cor avermelhada e amarelada

(QUENTE).

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Mas, além desses tons que vemos, existe também o sub tom de pele e

o sub tom é definido pela cor que predomina em nossa mistura de cores de

pele. Temos dois tons de melanina na face, vermelho e azul que sobressaem

e tem papel importante na hora de optar por uma cor a ser implantada.

Do meio da face para cima, na área das sobrancelhas, temos sub tom

de pele ou melanina QUENTE ou FRIA, determinadas pelo FOTOTIPO

específico.

Do meio da face para baixo, na área dos lábios, temos sub tom de

pele ou melanina FRIA, onde predomina a cor azul em todas as pessoas.

Todos os lábios são frios!

Disposição dos melanócitos na epiderme

5 PELO E FOLÍCULO PILOSO

O pelo é um filamento de queratina morta e flexível que é dividido em

duas partes, a raiz e a haste. A raiz é a parte inferior do pelo, constituída por

uma bolsa derivada da epiderme denominada folículo piloso.

A parte inferior do folículo piloso produz ininterruptamente células cujo

empilhamento e queratinização dão origem à haste parte, que é a região

aparente do pelo.

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Essa zona de divisão celular é chamada de matriz do pelo. Entre as

células matrizes encontram-se os melanócitos, que transferem melanina ao

pelo.

A papila pilar, que está na cavidade do bulbo juntamente com os

capilares arteriais, venosos e terminações nervosas, é a responsável pela

nutrição.

Junto ao folículo piloso temos uma ou mais glândulas sebáceas e um

feixe de músculo liso chamado eretor do pelo, responsável pela sua ereção.

6 CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO

O tecido conjuntivo propriamente dito se apresenta de muitas formas,

as quais são caracterizadas pelos tipos de células que as compõe. Tais

células podem ser permanentes e transitórias:

Permanentes: Fibroblastos, Mastócitos, Macrófagos, Adipócitos,

Pericitos;

Transitorias(células de defesa): Plasmócitos, Neutrofilos,

Eosinófilos, Linfócitos.

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6.1 Macrófagos

O macrófago é uma célula originada dos monócitos que são células do

sangue. Sua principal função está relacionada á fagocitose e pinocitose de

elementos estranhos ao organismo e de células mortas. Possui morfologia

muito variada, podendo ser fixo, chamado de histiócito ou móvel, movendo-se

por emissão de pseudópodos.

Processo de implantação do pigment

A profundidade da derme fica em média de 1mm abaixo da parte mais

externa da pele. Ao penetrar na derme, a tinta é reconhecida pelas células do

nosso sistema imunológico como invasores do corpo. Logo que a tinta é

deposita, milhares de células que fazem o primeiro combate contra

patógenos (bactérias e vírus), os macrófagos, são recrutados e englobam as

gotículas da tinta. Na derme existem muitas fibras extracelulares que formam

o tecido conjuntivo, como o colágeno.

Após fagocitar as gotas de tinta, os macrófagos ficam presos nesta

rede de fibroblastos e colágeno, tornando-se eterna, apenas apagando

levemente depois de muito tempo de ser feita, bastando pequenos retoques

durante a vida para ficar bem bonita, porque os lisossomos destas células

não conseguem digerir a tinta com suas enzimas.

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Para retirar uma tatuagem é muito mais difícil e dolorido do que fazer.

Isto acontece porque para eliminar a tinta, é preciso bombardear a região

pintada com raios laser. O laser trabalha agitando as moléculas de tinta que

acabam rompendo os macrófagos que aprisionavam ela. Para remover estas

partículas tem que ficar bem pequeninas. Por isso é mais fácil retirar

tatuagens escuras, pois estas são muito mais suscetíveis aos raios laser e se

desintegram mais facilmente.

Lembrando que a tatuagem não faz mal a saúde. Porém, decidir por

fazer uma é de grande responsabilidade, afinal, é muito difícil e caro apagar.

Outra coisa importante é fazer a sua tatuagem em um estúdio confiável e

limpo. Por trabalhar com materiais perfurantes, as exigências sanitárias

devem ser máximas para evitar a contaminação por doenças como hepatite e

HIV.

7 BIOSSEGURANÇA

A biossegurança é um processo funcional e operacional e, pode ser

definida como um conjunto de ações de extrema importância nos serviços de

saúde e também nos serviços de interesse à saúde. Aborda medidas de

controle de infecções visando à proteção de trabalhadores e usuários desses

serviços. Exerce ainda um papel fundamental na promoção da consciência

sanitária na comunidade onde atua, sobre a importância da preservação do

meio ambiente, na manipulação e no descarte de resíduos químicos tóxicos e

infectantes e da redução de risco à saúde.

A biossegurança enfatiza suas ações na prevenção, diminuição ou até

mesmo na eliminação dos riscos inerentes a cada atividade. Para isso, inclui

o uso de barreiras ou equipamentos de proteção individual, a prevenção de

acidentes com materiais perfurocortantes e procedimentos adequados de

descontaminação, esterilização e destino dos resíduos. Contempla desde

infra-estrutura até a qualificação de profissionais.

É um processo progressivo que não inclui conclusão em sua

terminologia, devendo ser sempre atualizado e supervisionado.

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O conceito de precaução-padrão parte da premissa de que todo cliente

pode estar potencialmente infectado, sendo assim, o profissional deve se

prevenir com medidas de barreira sempre que houver possibilidade de

contato com sangue ou fluidos corporais. No entanto, as medidas de

precaução-padrão podem minimizar, mas não eliminam o risco ocupacional.

De modo geral, pode-se afirmar que as medidas de precaução-padrão

estão inclusas dentro da biossegurança e que, devem ser observadas por

profissionais de embelezamento, que em seu trabalho entram em contato

com sangue ou fluidos corporais de clientes.

Sabemos que quando se trata da relação de contato profissional-

cliente os riscos de serem transmitidas doenças que vão desde um simples

resfriado até uma micose, hepatite e AIDS existem. É importante que todo

profissional da área de saúde e beleza se previna tomando a vacina de

Hepatite C, pelo menos.

Em razão da crescente demanda do segmento de beleza, a vigilância

sanitária mobiliza-se a fim de verificar e garantir a qualidade e segurança do

serviço prestado.

Para quem entende que Beleza está ligada diretamente com o bem-

estar e este com a saúde, inserir tais atitudes no ambiente de trabalho é

contribuir também pela credibilidade na atuação da esteticista ou do

profissional de beleza.

A fundamental assepsia das mãos, a lavagem com sabonete líquido

antes e depois de cada procedimento, antes de colocar luvas e após retirá-

las e, o uso de anti-sépticos que destroem as bactérias e, que inclusive várias

empresas de cosméticos na área de estética possuem, com ativos

hidratantes que higienizam e não deixam as mãos ressecadas, ou o próprio

álcool em gel.

A apresentação do profissional também é super importante, não

somente por questão visual, mas pela higiene, unhas compridas acumulam

sujeiras, cabelos soltos é fonte de transmissão, sapatos abertos não

protegem o profissional e o uso do avental é justamente para que haja uma

separação, entre o ambiente externo e do trabalho, preservando a

integridade higiênica do contato profissional-cliente.

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A limpeza do ambiente é essencial, um ambiente limpo, aromatizado e

obrigatoriamente arejado, com toda estrutura organizacional, lixeiras de

pedal, para que não se tenha contato com o lixo, mantendo os materiais

pérfuro-cortantes como a agulha de micropigmentação, acupuntura ou

tatuagem, separado do lixo comum, descartados na DESCARPACK, evitando

até mesmo por em risco a saúde daquele que realiza a coleta, além do uso

de lençol, espátula e materiais de apoio descartáveis, e os que não forem,

realizar a limpeza correta, desinfecção primeiramente com água e sabão,

depois adequando de acordo com o material, a esterilização com soluções

como álcool a 70% ou autoclave.

O pigmento utilizado deve ser disponibilizado em batoque descartável,

e todo material usado contaminado deve ser despejado em local específico,

ou seja, uma empresa coletora. Caso sua cidade não tenha, basta levar até

um posto de saúde ou farmácia mais próxima.

O uso imprescindível dos chamados EPI's (Equipamentos de proteção

individual), que são as máscaras que protegem da inalação, protetores

oculares, aventais e toucas que protegem de respingos, e as luvas que

devem ser sempre usadas em procedimentos que entrem em contato com

secreções, devendo ser descartadas após o uso.

Devemos nos atentar também aos cosméticos que utilizamos nos

procedimentos, prestando atenção nas datas de validade e armazenando-os

em local seco, limpo e arejado.

a. Higienização das mãos

As mãos constituem a principal via de transmissão de

microorganismos durante o serviço prestado, pois a pele é um possível

reservatório de diversos micro-organismos que podem se transferir de uma

superfície para outra, por meio de contato direto, pele com pele, ou indireto,

através do contato com objetos e superfícies contaminados. A higienização

das mãos é uma medida simples para prevenção das infecções relacionadas

à assistência à saúde.

As mãos podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão,

preparação alcoólica e antisséptico.

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De acordo com o Regulamento Técnico para planejamento,

programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos

assistências de saúde, a provisão de recursos para a higienização das mãos

por meio de lavatórios ou pias para uso da equipe de assistência é

obrigatória sempre que existir paciente examinado, manuseado, tocado,

medicado ou tratado.

b. Equipamentos de proteção individual

O Ministério do Trabalho, por meio de Portaria 3214, de 1978,

estabeleceu as Normas Regulamentadoras, conhecidas NRs. A NR 06

regulamenta os Equipamentos de Proteção Individual e considera-os como

sendo todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo

trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a

segurança e a saúde no trabalho.

Portanto, é aconselhável, no atendimento aos clientes, o uso de luvas

descartáveis combinadas com outros equipamentos de proteção individual

que se façam necessários, como óculos, máscara e avental, caso exista a

possibilidade de contato com sangue, fluidos corporais, secreções e

excreções, pois eles funcionam como barreira protetora prevenindo a

contaminação grosseira das mãos; assim como o uso de luvas de borracha

para a realização de limpeza e desinfecção de materiais.

c. Limpeza

É o procedimento de remoção de sujidade e detritos de qualquer

superfície para manter em estado de asseio os artigos, reduzindo a

população microbiana. Ela deve preceder os procedimentos de desinfecção

ou de esterilização, pois reduz a carga microbiana através da remoção da

sujidade e da matéria orgânica presente nos materiais.

A limpeza pode ser realizada por meio de: fricção mecânica, utilizando

produtos para esta finalidade, escova ou esponja; por meio de máquinas de

ultrassom com detergentes/desincrostantes ou imersão completa do artigo

em solução desinfetante; ou ainda, por meio de máquinas de limpeza com

jatos de água quente ou detergente.

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É importante ainda ressaltar alguns cuidados como o enxágue dos

instrumentais usando água potável e a realização da secagem de modo a

evitar interferência da umidade.

d. Esterelização

É o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana, ou

seja, bactérias na forma vegetativa e esporuladas, fungos e vírus, mediante a

aplicação de agentes físicos e químicos.

Os métodos de esterilização podem ser físicos e químicos. Dentre os

físicos há o calor, sob a forma úmida e seca, que são os mais comumente

utilizados nos serviços de embelezamento. São eles:

Vapor Saturado Sob Pressão (autoclave) - é o processo de esterilização

mais seguro, eficiente, rápido e econômico disponível. O mecanismo de

esterilização pelo vapor saturado sob pressão, está relacionado com o calor

latente e o contato direto com o vapor, promovendo a coagulação das

proteínas. Calor latente é o calor que um corpo “recebe” sem variação de

temperatura e sim de estado físico. O vapor sob pressão, ao entrar em

contato com a superfície fria dos materiais colocados na autoclave, se

condensa liberando o calor latente, que é o responsável pela desnaturação

dos microorganismos. A esterilização está fundamentada nesta troca de calor

entre o meio e o objeto a ser esterilizado.

É necessário o estabelecimento de rotinas e procedimentos no

preparo e no acondicionamento dos artigos a serem esterilizados, além do

perfeito funcionamento do equipamento.

A combinação do tempo de exposição e da temperatura adotados nos

ciclos de esterilização também é condição essencial para a garantia da

eficácia deste processo.

e. Acondicionamento de artigos

O acondicionamento dos artigos deve ser feito com embalagens

permeáveis ao vapor, além de resistentes a condições úmidas e secas,

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flexíveis e que não permitam a penetração do microorganismo após o

processo de esterilização. Devem favorecer o fechamento ou selagem e

apresentarem facilidade na abertura sem ocasionar risco de contaminação do

seu conteúdo. É de extrema importância registrar o seu conteúdo, a data de

esterilização e o prazo de validade desta.

8 MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS

8.1 Vítima Inconsciente

A Primeira medida que devemos tomar diante de uma vítima que não

se comunica é verificar o grau de consciência.

Para isto devemos saber se ela:

Consegue se comunicar;

Responde ao toque;

Responde à dor.

Se a vítima está inconsciente, não responde nem ao toque nem à dor,

devemos perceber se ela respira.

Se a vítima está inconsciente e respirando, a musculatura fica relaxada

e a língua pode "escorregar" para trás e impedir a passagem do ar; podem

ocorrer vômitos ou eliminação de mucosas.

Para evitar que isto aconteça, devemos deixar a vítima na posição "de

bruços".

Se a vítima está inconsciente e sem respiração, devemos estendera

cabeça dela para trás; se não voltarem os movimentos respiratórios, inicie a

Respiração Artificial.

8.2 Convulsão

É a perda súbita da consciência, acompanhada de contrações

musculares bruscas e involuntárias. Acontece repentinamente.

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Causas:

Pode ser causada por febre muito alta, epilepsia, traumatismo na

cabeça e intoxicações.

Sintomas:

A pessoa perde a consciência e cai no solo, agita todo o corpo, com

batimentos na cabeça, braços e pernas, e a sua face fica com expressão

retorcida, como se estivesse fazendo expressões faciais agressivas, com

olhos revirados para cima e salivação abundante. Após a convulsão, a

pessoa entra em sono profundo.

Conduta:

Evitar, se possível, a queda da vítima contra o chão;

Colocar um pano entre os dentes para que a vítima não morda a

língua;

Não se deve impedir os movimentos convulsivos; devemos afastar os

objetos próximos para que ela não se machuque, batendo contra eles;

Afrouxar a roupa da vítima;

Evitar estímulos como sacudidas, aspiração de vinagre, álcool ou

amoníaco;

Não ficar com medo da salivação abundante. Ela não é contagiosa;

Durante a convulsão, observar as partes do corpo que estão

apresentando movimentos convulsivos para relatar ao serviço de

saúde.

Quando as contratações desaparecem acomode a vítima de forma

confortável, orientando-a quanto ao tempo e espaço e confirmado se

ela respira bem;

Encaminhar, em seguida, à Assistência Qualificada.

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8.3 Hemorragia

Hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso

sanguíneo, veia ou artéria, alterando o fluxo normal da circulação. A

Hemorragia abundante e não controlada pode causar morte de 3 a 5 minutos.

Classificação:

Segundo o Local:

Externa: Origem visível, o sangue verte para o exterior.

Interna: quando se produz numa cavidade fechada. Ex: fígado, baço,etc.

Mista: Interna no momento de produzir-se, e externa quando verte para o

exterior.

Segundo a espécie:

Arteriais: Mais perigosas; o sangue é vermelho vivo e sai em jato forte, rápida

e intermitentemente.

Venosas: O sangue é mais vermelho-escuro, e sai de forma contínua e

lentamente.

Capilares: O sangue é de cor intermediária, e brota como pequenas gotas.

Fatores que interferem e modificam o efeito de uma hemorragia.

Idade: menor tolerada nas crianças e velhos.

Sexo: menor tolerada nas mulheres.

Estado de saúde anterior.

O que fazer diante de uma Hemorragia?

As providências que você deve tomar para estancar a hemorragia vão

depender da parte do corpo em que ela se localiza.

a. HEMORRAGIA INTERNA

Uma colisão, um choque com objeto pesado pode acarretar ao

trabalhador, muitas vezes, uma hemorragia interna. A hemorragia se traduz

pelo rompimento de vasos internamente ou de órgãos importantes como o

fígado ou o baço.

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Como não vemos o sangramento, temos que prestar atenção a alguns sinais

externos, para podermos diagnosticar e encaminhar ao tratamento médico

imediatamente e evitar o estado de choque.

Verificar:

Pulsação: - Se o pulso está fraco e acelerado;

Pele: - Se está fria, pálida e as mucosas dos olhos e da boca estão

brancas;

Mãos e dedos (extremidades): - Ficam arroxeados pela diminuição da

circulação sanguínea.

O que fazer:

Deitar o acidentado, com a cabeça num nível mais baixo que o do

corpo, mantendo-o o mais imóvel possível;

Colocar uma bolsa de gelo ou compressas frias no local do trauma;

Tranquilizar o acidentado se ele estiver consciente;

Suspender a ingestão de líquidos;

Observar rigorosamente a vítima para evitar parada cardíaca e

respiratória;

Providenciar auxílio médico.

b. HEMORRAGIA EXTERNA

Nos membros Superiores (Braços) e Inferiores (Pernas): São casos

que você encontra com facilidade. Acidentes que podem acontecer a

qualquer momento quando lidamos com materiais cortantes ou mesmo

quando se leva um tombo e há sangramento na ferida.

O que fazer:

Deitar a vítima imediatamente;

Levante o braço ou a perna ferida e deixe assim o maior tempo

possível;

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Coloque sobre a ferida um curativo de gaze ou pano limpo e

pressione;

Amarre um pano ou atadura por cima do curativo;

5. Se continuar sangrando, faça compressão na artéria mais próxima da

região;

6. Providenciar auxílio médico.

Ao cessar a hemorragia, evitar os movimentos da parte afetada.

c. HEMORRAGIA NASAL

De todas as hemorragias que podem acontecer, esta é a mais comum

em crianças ou adultos; causada pelo rompimento dos vasos sanguíneos do

nariz devido a esforços físicos, excesso de sol, trabalhos expostos a altas

temperaturas, diminuição de pressão atmosférica, saídas bruscas de

câmaras pneumáticas de submersão, ou ainda em consequência de algumas

doenças, o que requer uma investigação imediata.

O que fazer:

Tranquilizar a vítima;

Afrouxar a roupa que esteja comprimindo o pescoço e o tórax da

vítima;

Sentar a vítima em local fresco, verificando o pulso (se estiver cheio e

forte, deixar sair certa quantidade de sangue);

Comprimir a narina sangrando com os dedos (5 a 10 minutos);

Usar um chumaço de algodão tampando a narina sangrando;

Colocar compressa de pano frio ou bolsa ed gelo no nariz, testa e

nuca;

Se não cessou desta forma, encaminhar a vítima imediatamente ao

médico.

Recomendações:

Peça à vítima que respire pela boca;

Não deixe que assoe o nariz.

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8.4 Intoxicação

Vivemos diariamente cercados por substâncias tóxicas, seja no

ambiente de trabalho, como no caso dos Farmacêuticos, ou no nosso lar,

onde existem produtos variados: desinfetantes, inseticidas, tintas, água

sanitária, remédios, etc., e trabalhamos com elas diariamente.

Saiba que todas podem causar sérias intoxicações, pois:

"Qualquer substância pode ser tóxica, dependendo da dose e maneira de

usá-la."

Vias de penetração:

Boca: ingestão de qualquer tipo de substância tóxica, química ou

natural.

Pele: contato direto com plantas de substâncias químicas tóxicas.

Vias respiratórias: aspiração de vapores ou gases emanados de

substâncias tóxicas.

Contaminação dos olhos: Por contato com substâncias tóxicas ou

naturais.

Sinais e Sintomas:

Os sinais e sintomas normalmente variam conforme a substância

tóxica e via de penetração.

Porém, de maneira geral podemos observar:

Sinais evidentes na boca ou na pele de que a vítima tenha mastigado,

engolido, aspirado ou contato com substâncias químicas ou naturais

(medicamentos, plantas, etc.);

Hálito com odor estranho, no caso de ingestão ou inalação de um

tóxico;

Modificação na coloração dos lábios e exterior da boca;

Dor, sensação de queimação na boca, garganta ou estômago;

Sonolência, confusão mental, torpor; Delírios, alucinações e estado de

coma;

Lesões na pele, queimaduras intensas com limites bem nítidos;

Depressão respiratória.

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8.5 Parada Cardiorrespiratória

Vários são os acidentes que provocam uma parada da respiração:

asfixia, afogamento, intoxicação por medicamentos e monóxido de carbono,

sufocamento, choque elétrico. Se as funções respiratórias não forem

restabelecidas dentro de 3 a 5 minutos, as atividades cerebrais cessarão

totalmente ocasionando a morte.

Assim sendo, a manutenção da oxigenação dos tecidos à custa da

respiração artificial tem possibilitado a recuperação de muitas pessoas.

Alguns sinais de que houve parada respiratória são a ausência de respiração

(expansão do tórax) e a dilatação das pupilas.

O que fazer?

Afastar a causa ou a vítima da causa se for necessário;

Verificar nível de consciência;

Retirar da vítima a dentadura, pontes, restos de alimentos;

Abrir e manter desobstruída a passagem de ar;

Iniciar imediatamente a Respiração Artificial (boca a boca):

Levantar a nuca da vítima com uma das mãos e com outra inclinar a

cabeça para trás ficando a ponta do queixo voltada para cima.

Tampar as narinas da vítima com o polegar e o indicador, e abrir

completamente a boca da vítima.

Encher bem os pulmões e colocar a sua boca sobre a da vítima, sem

deixar nenhuma abertura, assoprando com força até perceber que o tórax da

vítima está se elevando.

Iniciar novamente a operação, repetindo-a de 12 a 18 vezes por

minuto, uniformemente e sem interrupção.

Encaminhar a vítima para um Pronto-Socorro, mas continuar a técnica

durante todo percurso.

Se não houver pulsação efetuar ao mesmo tempo a massagem

cardíaca.

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Respiração Boca a Nariz

É usada quando a vítima sofreu fratura de mandíbula, cortes (com

Hemorragia) na boca, ou quando não se consegue abrir sua boca.

Levantar a nuca da vítima com uma das mãos e com a outra, inclinar a

cabeça para trás, ficando a ponta do queixo para cima.

Apertar os maxilares para evitar a saída de ar pela boca.

Colocar sua boca em contato com as narinas da vítima e soprar com

força.

Afastar a boca.

Abrir a boca da vítima o quanto puder e observar o esvaziamento

natural dos pulmões.

Recomeçar a operação e prosseguir num ritmo de 12 a 18 vezes por

minuto.

Encaminhar a vítima para um Pronto Socorro e continuar a técnica no

percurso.

Parada Cardiorrespiratória:

Parada cardíaca é a cessação repentina dos batimentos cardíacos.

Nos ambientes de trabalho onde se encontram trabalhadores expostos

a determinados agentes químicos, como monóxido de carbono, defensivos

agrícolas, etc. há o perigo de ocorrer a parada cardíaca.

Esta situação também pode ocorrer em choques elétricos,

intoxicações, acidentes graves e outros.

Sinais de que houve parada cardíaca:

Pulso Ausente;

Insuficiência Respiratória;

Dilatação nas pupilas dos olhos;

Perda da Consciência;

Cianose (Coloração arroxeada da pele e lábios);

Ausência de batimentos cardíacos.

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O que fazer:

Colocar a vítima deitada de costas em uma superfície rígida;

Apoiar a metade inferior da palma da mão no terço inferior do osso

esterno e colocar a outra mão por cima da primeira (os dedos e o

restante da palma da mão devem encostar-se ao tórax da vítima);

Esticar os braços e comprimir verticalmente o tórax do acidentado;

Fazer regularmente compressões curtas e fortes (cerca de 60 por

minuto);

Concomitantemente, associar a respiração artificial, seguindo um ritmo

de cinco compressões para cada respiração aplicada.

Técnica de massagem Cardíaca

Nos casos de parada cardíaca e respiratória iniciar a reanimação

cardiopulmonar - massagem cardíaca e respiração artificial. Se tiver apenas

um socorrista, este deverá aplicar após cada 15 compressões cardíacas, 2

insuflações de ar boca a boca, alternadamente, até que chegue outra pessoa

para auxiliá-lo ou até que a vítima se reanime.

Nos casos em que houver dois socorristas, fazer 5 compressões

cardíacas, e uma insuflação de ar boca a boca, alternadamente até que seja

providenciado assistência médica ou até que a vítima se reanime.

ATENÇÃO: Este é o socorro mais urgente e importante que você deverá

aplicar para salvar uma pessoa.

8.6 Traumatismo Musculo-Esquelético

a. Entorse

É uma lesão que ocorre quando se ultrapassa o limite normal de

movimento de uma articulação. Normalmente, ocasiona uma distensão dos

ligamentos e da cápsula articular.

Sinais e Sintomas:

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Dor intensa ao redor da articulação;

Dificuldade de movimentação em graus variáveis;

Pode haver sangramentos internos.

Conduta:

Aplicar frio intenso no local (bolsa de gelo, toalhas frias, etc.). Não

fazer massagens ou aplicações quentes (apenas 24 horas após o

entorse).

Imobilizar a articulação atingida e não movimentá-la;

Procurar um serviço de saúde para avaliação e tratamento adequados.

b. Contusão

É o resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode causar

uma lesão nos tecidos moles da superfície, nos músculos ou em cápsulas ou

ligamentos articulares. Algumas vezes a lesão é profunda, tornando difícil

determinar a sua extensão.

Sinais e Sintomas:

Coloração roxa da pele. (Hematoma);

Dor na área de contato.

Conduta:

Aplicar gelo no local imediatamente;

Não massagear ou aplicar calor (apenas 24 horas após a contusão);

Procurar um serviço de Saúde para avaliação e tratamento adequado.

c. Luxação

É o deslocamento de um osso da articulação, geralmente

acompanhado de uma grave lesão de ligamentos articulares. Isso resulta no

posicionamento anormal dos dois ossos da articulação. A luxação pode ser

total ou parcial (os dois ossos da articulação ainda permanecem em contato).

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Sinais e Sintomas:

Deformidade e movimento anormal da articulação;

Cavidade entre as superfícies articulares;

Dor intensa;

Sangramento intenso;

Conduta:

Cuidadosamente colocar os dois ossos numa posição de conforto que

permita a imobilização e o transporte com o mínimo de dor. A

articulação só deve ser recolocada no lugar por profissionais médicos;

Não fazer massagem ou aplicação de calor;

Procurar imediatamente um Serviço de Saúde para avaliação e

tratamento adequado.

d. Fratura

É o rompimento total ou parcial de qualquer osso.

Classificação quanto à relação do osso como o meio externo:

Fechada: Quando a pele não é rompida pelo osso quebrado;

Aberta ou Exposta: Quando o osso atravessa a pele e fica exposto. A

possibilidade de infecção neste tipo de fratura é muito grande, e deve

ser observada com atenção.

Quanto à extensão da fratura:

Completa: Abrange toda a espessura do osso;

Incompleta: Abrange parte da espessura do osso.

Sinais e Sintomas:

Dor intensa no local e que aumenta ao menor movimento;

Inchaço no local;

Crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de um

papel);

Hematoma (rompimento de vaso, com acúmulo de sangue no local);

Paralisia por lesão de nervos.

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Conduta:

Não tentar colocar o osso no lugar, pois isto poderá causar complicações.

Colocar os ossos numa posição mais próxima do natural, lentamente, junto

ao corpo;

Só movimentar o segmento do corpo fraturado após sua imobilização.

Esta pode ser feita com um pedaço de madeira, cabo de vassoura,

guarda-chuva, jornal enrolado ou outro material estável. Deve-se

imobilizar as articulações acima e abaixo do local fraturado;

Evitar limpar qualquer ferida; qualquer movimento desnecessário

poderá causar complicações (exposição da fratura, corte de vasos ou

ligamentos, etc.);

Aplicar gelo para reduzir a inflamação;

Procurar um Serviço de Saúde para avaliação e tratamento

adequados.

IMPORTANTE: Se existe dúvida se o osso está ou não quebrado, agir como

se realmente houvesse uma fratura e imobilizar.

e. Fraturas na Coluna Vertebral

A Coluna Vertebral é feita de vários ossos pequenos (vértebras),

empilhados uns sobre os outros. Num canal interno passam os nervos

(medula) que levam e trazem mensagens do cérebro para o restante do

organismo, para que se realizem todas as atividades do corpo humano

(respiração, movimentação, etc.). Uma fratura da coluna vertebral pode

causar lesões na medula, levando a danos irreversíveis ou não à saúde da

pessoa (exemplo: paralisia das pernas).

Sinais e Sintomas:

Dor nas costas ou pescoço;

Formigamento de parte do corpo, geralmente nas pernas;

Dificuldade ou impossibilidade de movimento, ou de sentir alguma

parte do corpo (geralmente as pernas);

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Conduta:

Não deixar a vítima se movimentar, ou não tentar remover a pessoa do local

sem ajuda;

Imobilizar a pessoa (sem movimentá-la bruscamente) completamente

de tal forma que ao levá-lo a um Serviço de Saúde NÃO haja

movimento da coluna ou da cabeça.

8.7 Queimaduras

Queimaduras são ferimentos produzidos nos tecidos pela ação de

agentes:

Físicos (Frio, Calor) Ex: Eletricidade, raios solares, fogo, vapores, etc.

Químicos (Produtos Corrosivos) Ex: Ácidos ou Bases Fortes.

Classificação:

Quanto à profundidade:

Primeiro Grau: Quando a lesão é superficial, provocando apenas o

vermelhidão da pele, sem formar bolhas. Geralmente ocorre muita dor

pela irritação das terminações nervosas da pele.

Segundo Grau: Quando a lesão é mais profunda, provocando a

formação de bolhas.

Terceiro Grau: Quando a pele é destruída e são atingidos músculos

e/ou órgãos internos do corpo.

Quanto à extensão:

As queimaduras são classificadas quanto à área do corpo atingida.

Quando a área afetada é maior que a da palma da mão, a vítima deve

receber assistência qualificada depois que lhe forem prestados os primeiros

socorros.

Conduta:

Retirar a pessoa do contato com a causa da queimadura. Exemplos:

Agentes Químicos: Lavar a área queimada com bastante água,

retirando a roupa se ainda contiver alguma substância.

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Fogo: Apagar de forma adequada (extintor apropriado, areia, água ou

outro). Pode-se abafar com cobertor ou rolar o acidentado no chão.

Não correr.

Verificar se a respiração, o batimento cardíaco e o nível de

consciência estão normais. Se não proceder ao atendimento conforme

explicação anterior.

Aliviar ou reduzir a dor e prevenir a infecção:

Mergulhar a área afetada em água limpa ou em água corrente até

aliviar a dor. Não romper as bolhas ou retirar roupas queimadas que

estiverem aderidas à pele. Se as bolhas estiverem rompidas, não

colocar em contato com a água.

Não aplicar pomadas, líquidos, cremes e outras substâncias sobre a

queimadura. Estas podem complicar o tratamento e necessitam de

indicação médica.

Se a pessoa estiver consciente e sentir sede, deve ser-lhe dada toda a

água que deseja beber, lentamente e com cuidado.

Encaminhar logo à assistência de saúde, para avaliação e tratamento.

8.8 Choque Elétrico

Acidentes com eletricidade oferecem perigo também a quem presta

socorro. Não deixe ninguém se aproximar.

Lembre-se: nunca tente soltar alguém preso a um fio de alta tensão. A

primeira coisa a se fazer é desligar a corrente elétrica. Se isto não for

possível, separe a vítima do contato usando algum material que seja mal

condutor de eletricidade: Madeira, couro, pano ou borracha, sempre seco e

resistentes. Se a pessoa não estiver respirando aplique a respiração artificial.

Se constatar a parada cardíaca, inicie a massagem cardíaca.

OBS: NÃO CESSE A REANIMAÇÃO CARDIO RESPIRATÓRIA

(MASSAGEM CARDÍACA E RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL), ATÉ QUE A

VÍTIMA SEJA CONDUZÍDA PARA UM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA,

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MESMO DURANTE O TRANSPORTE, 03 A 05 MINUTOS SEM

OXIGENAÇÃO, PODE SER FATAL PARA A VÍTIMA .

Choques elétricos podem provocar queimaduras com vários graus de

intensidade. Elas devem ser lavadas delicadamente com água fervida fria,

cuidando-se para não deslocar a pele queimada.

Não retire coágulos para não provocar hemorragia. Quando o local

atingido for um membro, imobilize-o. Se a vítima estiver consciente e com

sede, molhe seus lábios e língua com compressas úmidas.

Orientação final

Procure permanecer o mais calmo possível em uma situação de

emergência; seja ágil, mas não apavore, não perca a lucidez. Correria sem

raciocínio pode ser fatal para a vítima. Pense somente nos atos necessários

para resolver a situação, conduza a vítima para um serviço médico o mais

rápido possível.

9. BACTÉRIAS PATOGÊNICAS

As bactérias patogênicas são aquelas que causam doenças, como a

tuberculose e a lepra, além de outras que você estudará a seguir.

Os antibióticos são medicamentos utilizados no combate às doenças

causadas por bactérias; porém, o seu uso não deve ser indiscriminado, isto é,

sem receita médica ou por períodos de tempo incorreto. Isso acaba por

selecionar e favorecer linhagens de bactérias resistentes, dificultando a cura

de várias infecções.

9.1Tuberculose

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium

tuberculosis ou bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor, o

bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882.

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Bacilos que da tuberculose

Normalmente, associa-se o termo tuberculose com

doença pulmonar. Na realidade, apesar de a

tuberculose pulmonar ser a mais comum, ela pode

afetar outros órgãos, como rins, órgãos genitais,

intestino delgado, ossos, etc. Apesar das inúmeras

localizações possíveis da doença, em cerca de 90%

dos casos, inicia-se pelos pulmões.

Nos adultos, é mais comum a tuberculose pulmonar,

contraída pelo sistema respiratório, diretamente

(gotículas de escarro) ou pela poeira contaminada.

Nas crianças, via de regra, a transmissão ocorre

pela ingestão de leite de vaca contaminado,

podendo aparecer a tuberculose pulmonar, a renal, a

óssea, na pele, etc.

Por que nos pulmões?

Como o bacilo de Koch se reproduz e desenvolve rapidamente em

áreas do corpo com muito oxigênio, o pulmão é o principal órgão atingido

pela tuberculose.

Modo de contágio

1º passo - apesar de também atingir vários

órgãos do corpo, a doença só é transmitida por

quem estiver infectado com o bacilo nos

pulmões.

2º passo - A disseminação acontece pelo ar. O

espirro de uma pessoa infectada joga no ar

cerca de dois milhões de bacilos. Pela tosse,

cerca de 3,5 mil partículas são liberadas.

3º passo - Os bacilos da tuberculose jogados

no ar permanecem em suspensão durante

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horas. Quem respira em um ambiente por onde

passou um tuberculoso pode se infectar.

Sintomas:

Tosse crônica (o grande marcador da doença é a tosse durante mais

de 21 dias);

Febre;

Suor noturno (que chega a molhar o lençol)

Dor no tórax;

Perda de peso lenta e progressiva;

Quem tem tuberculose não sente fome, fica anoréxico (sem apetite) e

com adinamia (sem disposição para nada).

Tratamento

A prevenção usual é a vacina BCG, aplicada nos primeiros 30 dias de

vida e capaz de proteger contra as formas mais graves da doença. Se houver

a contaminação, o tratamento consiste basicamente na combinação de três

medicamentos: rifampicina, isoniazida e pirazinamida. O tratamento dura

em torno de seis meses. Se o tuberculoso tomar as medicações

corretamente, as chances de cura chegam a 95%. É fundamental não

interromper o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam.

Tuberculose resistente

Atualmente, consiste na principal preocupação mundial em relação à

doença. O abandono do tratamento faz com que os bacilos tornem-se

resistentes aos medicamentos e estes deixam de surtir efeito. A tuberculose

resistente pode desencadear uma nova onda da doença virtualmente

incurável em todo o mundo.

Incidência da doença

1/3 da população mundial está infectado com o bacilo da tuberculose;

45 milhões de brasileiros estão infectados;

5% a 10% dos infectados contraem a doença;

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30 milhões de pessoas no mundo podem morrer da doença nos

próximos dez anos;

6 mil brasileiros morrem de tuberculose por ano.

9.2 Hanseníase

O Brasil é o segundo país com maior número de casos de Hanseníase

do mundo, perdendo apenas para a Índia. Para reverter esta situação, você

precisa saber mais a respeito da doença.

Hanseníase é uma doença infecciosa que atinge principalmente a pele

e os nervos (em especial os da face e extremidades, como braços e mãos;

pernas e pés). Ela é causada por uma bactéria, chamadaMycobacterium

leprae, descoberta em 1873. Esta bactéria é mais conhecida como Bacilo de

Hansen, em homenagem ao seu descobridor, o cientista norueguês Gehard

Amauer Hansen.

Há registros de Hanseníase desde a Antiguidade. A doença era

conhecida como Lepra. As pessoas infectadas eram discriminadas e

obrigadas a viver fora da sociedade, além de sofrer as consequências da

própria doença. Na época sem cura e sem tratamento, a Lepra causava

deformidades.

Hoje, a situação é muito diferente. Hanseníase tem cura e, se tratada

nos estágios iniciais, não deixa sequelas. Além disso, o paciente com

Hanseníase, quando tratado precocemente, pára de transmitir a doença já

nas primeiras doses dos medicamentos. Por isso mesmo não há mais razão

para estigmas ou exclusão social. De toda forma, é recomendável evitar o

uso do termo Lepra, devido a sua alta carga de preconceito.

É importante ressaltar que os casos diagnosticados e tratados

tardiamente poderão apresentar danos neurológicos e sistêmicos (em todo o

corpo) irreversíveis.

Formas de transmissão

A Hanseníase pode ser transmitida por contato físico, mas é

normalmente propagada pelas vias aéreas, após contato frequente com a

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pessoa doente. Ou seja, não basta uma conversa ou um encontro eventual

para pegar a doença. É mesmo necessário convívio íntimo e prolongado com

os doentes. Para você ter uma idéia, uma pessoa é considerada suspeita de

possuir Hanseníase após um contato mínimo de 5 anos com o indivíduo

doente. Isso geralmente acontece quando o doente faz parte da família e

mora na mesma casa.

Isso mostra que nem todas as pessoas que entram em contato com o

Bacilo de Hansen contraem a doença. A bactéria penetra com frequência no

organismo humano, mas é eliminada, já que a maioria dos indivíduos tem

algum grau de resistência. Com o contato permanente, a bactéria vence o

organismo “pelo cansaço”. Assim, após ser inalado, alcança a mucosa

respiratória das vias aéreas superiores. conseguindo penetrar na corrente

sanguínea e disseminando-se na pele e nervos.

Quando procurar o médico

Procure um Dermatologista ou vá até o Posto de Saúde mais próximo

se você notar nódulos no corpoou manchas claras ou avermelhadas em

sua pele, que podem inclusive formar camadas mais elevadas. Isso não

significa que você esteja com Hanseníase, pois outras doenças de pele têm

características semelhantes. Você só deve suspeitar de Hanseníase se, além

das lesões, você tenha contato permanente com pessoas portadoras da

doença. De toda forma, é importante procurar um Dermatologista para o

tratamento adequado das manchas, de acordo com o diagnóstico.

A Hanseníase também provoca perda de sensibilidade, uma vez que

atinge os nervos condutores das sensações. Portanto, fique atento se as

áreas com manchas respondem a estímulos térmicos, dolorosos e táteis. Ou

seja, verifique se você sente diferença entre frio e quente, se consegue sentir

dor ou mesmo se percebe o toque de alguém.

É bastante raro, mas existem casos nos quais o Bacilo de Hansen

atinge apenas o nervo. Ou seja, não há lesões na pele, mas a pessoa tem

perda de sensibilidade, além de formigamento no corpo e dor nos nervos dos

braços, mãos, pernas e pés. Tendo qualquer um destes sintomas, procure o

médico.

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Resumindo, são sintomas frequentes da Hanseníase: formigamento,

dor nos nervos e perda de sensibilidade às temperaturas, à dor e aos

estímulos táteis, além das manchas brancas ou avermelhadas. Dependendo

do nervo afetado, há outros sintomas:perda de visão por lesão da córnea;

paralisia da mão, que fica em forma de “garra”, alterações no suor;

impossibilidade de flexão do pé (fica “caído”).

Tipos de Hanseníase

Existem diferentes formas clínicas de Hanseníase, umas mais graves

que outras, que se desenvolvem de acordo com a resposta do sistema

imunológico de cada pessoa. Você não precisa decorar os nomes, mas é

importante que conheça a aparência das lesões.

Hanseníase indeterminada: forma

mais benigna. Geralmente, encontra-

se apenas uma mancha, de cor mais

clara que a pele normal, com

diminuição da sensibilidade. Mais

comum em crianças.

Hanseníase Paucibacilar: forma

também benigna e localizada, ocorre

em pessoas com alta resistência ao

bacilo. Caracteriza-se por poucas

manchas ou apenas uma,

avermelhada, levemente elevada

(como uma placa) e com limites bem

definidos. Há ausência de

sensibilidade, dor, fraqueza e atrofia

muscular.

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Hanseníase Multibacilar: neste

caso o bacilo se multiplica muito,

levando a um quadro mais grave. Há

atrofia muscular, inchaço das pernas

e surgimento de nódulos na pele. Os

órgãos internos também são

acometidos pela doença.

Diagnóstico da Hanseníase

Quando você estiver em consulta com um médico ou agente de saúde,

mostre as lesões. Para o diagnóstico da Hanseníase, é preciso um exame

clínico cuidadoso. O profissional de saúde pode também solicitar testes

complementares, todos bastante simples. Dentre eles, estão:

Pesquisa da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil.

Prova da histamina – feita para verificar se seus nervos foram

atingidos. Será pingada uma gotinha em sua pele, seguida de uma

picada para punção.

Prova da pilocarpina – para verificar se há alteração na inervação das

glândulas sudoríparas. É uma injeção intradérmica (daquela

pequenina, que alcança apenas as camadas superficiais da pele).

Baciloscopia – exame para detectar a presença do Bacilo de Hansen,

após análise no microscópio.

Biópsia da pele

Tratamento da Hanseníase

O tratamento da Hanseníase inclui uma medicação específica, além de

reabilitação física e psicossocial nos casos mais graves (estágios mais

avançados da doença, quando há deformidades e, em alguns casos, perda

de membros). O importante é não deixar a Hanseníase chegar aos estágios

em que haja necessidade de reabilitação. Lembre-se que não ficam sequelas

quando a Hanseníase é detectada e tratada precocemente.

Há medicamentos diferentes, utilizados de acordo com o grau e a

forma da doença. Trata-se de um coquetel de antibióticos, distribuídos

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gratuitamente nos postos de saúde. São pílulas de cores diversas, em

cartelas. Todos estes medicamentos podem ser utilizados por gestantes e

por portadores de HIV.

O tratamento dura de seis meses a dois anos. O que determina a

duração é o estágio e forma da doença. A pessoa fica curada. Quem começa

o tratamento deixa rapidamente de ser contagioso, não constituindo mais

perigo para as pessoas próximas. Portanto, não há necessidade de

isolamento social.

Atenção: não interrompa o tratamento! O uso irregular dos remédios, ou de

doses insuficientes, aumenta a chance de o paciente tornar-se resistente às

drogas e aumenta a chance de progressão da doença para estágios mais

avançados.

9.3 Cólera

A cólera é uma doença infecciosa aguda, transmissível e perigosa,

pois caracteriza-se por uma infecção intestinal grave, podendo levar à morte

em decorrência da desidratação. A bactéria causadora é o vibrião colérico

ou Víbrio cholerae, em forma de vírgula, móvel, que se desenvolve no

intestino humano e produz a toxina responsável pela doença.

O agente etiológico da cólera é encontrado nas fezes das pessoas

infectadas, doentes ou não. O homem, único reservatório do vibrião, chega a

eliminar 10 milhões de bactérias por grama de fezes. O contágio é direto,

pela água e pelos alimentos contaminados. As moscas e outros insetos

podem funcionar como vetores mecânicos, transportando o vibrião para a

água e para os alimentos.

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Vibrio cholerae ao microscópio eletrônico

Sintomatologia

O período de incubação é de 6 a 10 horas até 2 a 3 dias. Após a

incubação, aparece subitamente a diarreia, acompanhada de dor de cabeça,

cãibras musculares (na panturrilha), dores abdominais, vômitos e

desidratação. A evolução da doença é provocada, também, pelo estado de

desnutrição do indivíduo. A duração dos sintomas é de 3 a 4 dias, em média.

Caso o doente não seja tratado com urgência, a morte acontece num prazo

de 14 a 48 horas.

Profilaxia

A prevenção da cólera é feitas por medidas básicas de higiene:

lavar as mãos com água e sabão sempre que se preparar qualquer

alimento, antes das refeições, após o uso do sanitário, após trocar

fraldas, e após chegar da rua;

desinfetar, com água sanitária, pias, lavatórios e vasos sanitários;

usar sacos de lixo nas lixeiras e mantê-las tampadas;

frutas, verduras e legumes devem ser bem lavados e deixados de

molho, por meia hora, em um litro de água com uma colher de sopa de

hipoclorito de sódio (água sanitária);

as carnes vermelhas devem ter controle sanitário.

Tratamento

O tratamento é simples e deve ser realizado o mais próximo do local

onde o sintoma se iniciou. A cólera requer pronto-atendimento médico. Os

antibióticos, sempre sob orientação médica, podem ser usados por via oral

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ou venosa. É importante que a hidratação se inicie o mais rápido possível. O

soro por via oral deve ser dado enquanto se providencia o atendimento

médico.

São muito importantes as campanhas educativas de higiene pessoal

entre as populações mais carentes.

Importante: as temperaturas baixas (geladeira) NÃO matam o vibrião; ele se

conserva bem no gelo. Todo medicamento deve ser apenas consumido sob

orientação médica.

9.4 Tétano

É uma infecção grave causada pela toxina de uma bactéria chamada

clostridium que entra no organismo por lesões de pele tais como cortes,

arranhaduras, mordidas de bicho. O tétano não é doença contagiosa.

Como se adquire?

A bactéria é encontrada nas fezes de animais ou humanos que se

depositam na areia ou na terra. A infecção se dá pela entrada das bactérias

por qualquer tipo de ferimento na pele contaminado com areia ou terra.

Queimaduras e tecidos necrosados também são porta de entrada para a

bactéria.

Materiais enferrujados são grande transmissores do tétano

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O que se sente?

A toxina da bactéria causa espasmos musculares, inicialmente nos

músculos do pescoço e da mastigação, causando rigidez progressiva, até

atingir os músculos respiratórios.

As complicações são graves e a pessoa infectada necessita de

internação em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

O tempo de incubação varia de 2 a 21 dias; quanto menor o número

de dias, maior a gravidade.

Como é feito o diagnóstico?

Pelos sintomas clínicos e história de lesões de pele sem tratamento

adequado.

Como se trata?

O tratamento consiste em:

cuidados gerais para não estimular o paciente mantendo-o na

penumbra e com pouco ruído,

utilização de antibióticos, sedativos e relaxantes musculares,

limpeza dos ferimentos e

aplicação de soro antitetânico.

Como se previne?

A prevenção é feita principalmente pela vacinação da população, pela

rotina e pelos reforços a cada 10 anos.

A população também deve ser ensinada de que todos os ferimentos

sujos, fraturas expostas, mordidas de animais e queimaduras devem ser bem

limpos e tratados adequadamente para não proliferar a bactéria pelo

organismo.

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9.5 Distúbios do Sistema Nervoso

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

O acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como

derrame cerebral, pode ser de dois tipos:

1. acidente vascular isquêmico – falta de circulação numa área do

cérebro provocada por obstrução de uma ou mais artérias por

ateromas, trombose ou embolia. Ocorre, em geral, em pessoas mais

velhas, com diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial,

problemas vasculares e fumantes.

2. acidente vascular hemorrágico – sangramento cerebral provocado

pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, em virtude de

hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue,

traumatismos. Pode ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução é

mais grave.

Sintomas

1. acidente vascular isquêmico

perda repentina da força muscular e/ou da visão;

dificuldade de comunicação oral;

tonturas;

formigamento num dos lados do corpo;

alterações da memória.

Algumas vezes, esses sintomas podem ser transitórios – ataque

isquêmico transitório (AIT). Nem por isso deixam de exigir cuidados médicos

imediatos.

2. acidente vascular hemorrágico

dor de cabeça;

edema cerebral;

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aumento da pressão intracraniana;

náuseas e vômitos;

déficits neurológicos semelhantes aos provocados pelo acidente

vascular isquêmico.

Tratamento

Acidente vascular cerebral é uma emergência médica. O paciente

deve ser encaminhado imediatamente para atendimento hospitalar.

Trombolíticos e anticoagulantes podem diminuir a extensão dos danos. A

cirurgia pode ser indicada para retirar o coágulo ou êmbolo (endeterectomia),

aliviar a pressão cerebral ou revascularizar veias ou artérias comprometidas.

Infelizmente, células cerebrais não se regeneram nem há tratamento que

possa recuperá-las. No entanto, existem recursos terapêuticos capazes de

ajudar a restaurar funções, movimentos e fala e, quanto antes começarem a

ser aplicados, melhores será os resultados.

Recomendações

Controle a pressão arterial e o nível de açúcar no sangue. Hipertensos

e diabéticos exigem tratamento e precisam de acompanhamento

médico permanente. Pessoas com pressão e glicemia normais

raramente têm derrames;

Procure manter abaixo de 200 o índice do colesterol total. Às vezes, só

se consegue esse equilíbrio com medicamentos. Não os tome nem

deixe de tomá-los por conta própria. Ouça sempre a orientação de um

médico;

Adote uma dieta equilibrada, reduzindo a quantidade de açúcar,

gordura, sal e bebidas alcoólicas;

Não fume. Está provado que o cigarro é um fator de alto risco para

acidentes vasculares;

Estabeleça um programa regular de exercícios físicos. Faça

caminhadas de 30 minutos diariamente;

Informe seu médico se em sua família houver casos doenças

cardíacas e neurológicas como o AVC;

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Procure distrair-se para reduzir o nível de estresse. Encontre os

amigos, participe de atividades culturais, comunitárias, etc.

Fatores de risco

Os fatores de risco para AVC são os mesmos que provocam ataques

cardíacos:

hipertensão arterial

colesterol elevado

fumo

diabetes

histórico familiar

ingestão de álcool

vida sedentária

excesso de peso

estresse

9.6 Difteria

A difteria é uma doença

provocada pela bactéria

Corynebacterium diphteriae que é

transmitida por contato físico com um

doente ou por respirar suas secreções.

Permanece incubada por até seis dias

multiplicando-se na faringe. Apesar de

se manifestar o ano todo, a doença

ataca principalmente nos períodos de

outono e inverno.

A doença pode ser mortal se

suas toxinas forem liberadas no sangue,

pois provoca a morte celular do fígado,

rins, glândulas adrenais, coração e

nervos, fazendo com que estes se

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tornem insuficientes e ainda paralisem.

Quando contagia crianças menores de

quinze anos, pode matar em cerca de

20% dos casos. Também pode ocorrer

em adultos, mas sua maior

manifestação ocorre em crianças.

Sintomas

Náuseas, vômitos, dor de garganta, dificuldade para engolir, calafrio, tosse,

fadiga, febre alta, inchaço nos gânglios linfáticos e pressão baixa.

Tratamento

O tratamento contra a doença é feito com medicamentos antitoxinas e

bactericidas. É importante que o doente não faça esforços físicos, pois a

recuperação é bastante lenta. Em alguns casos é necessário locomover o

doente para uma unidade de terapia intensiva, pois pode haver dificuldade

em respirar, parada cardíaca, paralisia de alguns órgãos e dos músculos do

aparelho respiratório.

Prevenção

Previne-se a doença através da vacina tríplice dada a bebês a partir

do segundo mês de vida. Também pode adquirir imunidade quando os

anticorpos maternos são inseridos no organismo do bebê pela placenta.

9.7 Leptospirose

A leptospirose é uma doença bacteriana, que afeta humanos e

animais, causada pela bactéria do gênero Leptospira. É transmitida pela água

e alimentos contaminados pela urinas de animais, principalmente o rato. É

uma doença muito comum depois de enchentes, pois as pessoas andam sem

proteção em águas contaminadas.

Em humanos a leptospirose causa uma vasta gama de sintomas,

sendo que algumas pessoas infectadas podem não ter sintoma algum. Os

sintomas da leptospirose incluem febre alta, dor de cabeça forte, calafrio, dor

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muscular e vômito. A doença também pode causar os seguintes sintomas:

olhos e pele amarelada, olhos vermelhos, dor abdominal, diarreia e erupções

na pele. Se a leptospirose não for tratada, o paciente pode sofrer danos nos

rins, meningite (inflamação na membrana ao redor do cérebro e cordão

espinhal), falha nos rins e problemas respiratórios. E raras ocasiões a

leptospirose pode ser fatal. Muitos desses sintomas podem ser confundidos

com outras doenças, de modo que a leptospirose é confirmada através de

testes laboratoriais de sangue ou urina.

9.8 Hepatite

É uma inflamação no fígado que pode

ser provocada por vários tipos de vírus. Os

sintomas são parecidos com os da gripe e há

também icterícia (coloração amarelada da

pele causada pelo depósito de uma

substância produzida pelo fígado). A pessoa

precisa ficar em repouso e seguir as

orientações médicas.

Algumas formas de hepatite são

transmitidas por água e alimentos

contaminados por fezes (Tipo A e E). Outros

tipos são transmitidos por transfusão de

sangue (B, C) ou por relações sexuais.

Quem já teve hepatite não pode doar sangue, já que o vírus às

vezes continua no organismo, mesmo que não haja sintomas da doença.

Para algumas formas de hepatite (A e B) há uma vacina que pode

ser aplicada em crianças e adultos

9.9 Esquistossomose

É também chamada Xistosa, ou doença do caramujo. Ela é

provocada por um verme chamado esquistossomo. Os vermes vivem nas

veias do intestino e podem provocar diarreia, emagrecimento, dores na

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barriga, que aumenta muito de volume

(barriga-d'água), e problemas em vários

órgãos do corpo.

Os ovos do esquistossomo saem

junto com as fezes da pessoa

contaminada. Se não houver fossa ou

rede de esgotos, eles podem chegar a

água doce (lagos, lagoas ou riachos,

margens de rios, etc.). Na água, os ovos

dão origem a pequenas larvas (animais diferentes dos vermes adultos)

chamados miracídios. As larvas penetram em um tipo de caramujo chamado

planorbídeo. No interior do caramujo, elas se reproduzem e se transformam

em outras larvas, as cercarias, que saem do caramujo e ficam nadando livres

na água.

A cercaria pode penetrar, através da pele, nas pessoas que usam a

água de lagos, lagoas, riachos e outros locais para tomar banho, lavar roupa,

trabalhar, pescar ou outras atividades.

Além de tratar o doente com medicamentos, é necessário instalar um

sistema de esgotos para impedir que os ovos atinjam a água. As pessoas

precisam também ter acesso a água de boa qualidade e ser informadas

sobre as formas de transmissão da doença.

É preciso também combater o caramujo que transmite a

esquistossomose com produtos químicos e com a criação de peixes que se

alimentam do caramujo, como a tilápia, o tambaqui e o piau. Esses peixes

podem ser consumidos pelas pessoas sem risco de contaminação.

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9.10 Distúrbios do Sistema Respiratório

Sinusite

A sinusite é uma inflamação de

cavidades existentes nos ossos da

face, o seio da face ou sinus. Essas

cavidades têm comunicação com as

fossas nasais e podem ser invadidas

por bactérias, que desencadeiam um

processo infeccioso. Na sinusite

aguda, a pessoa tem dor em diversas regiões da face e há corrimento nasal

mucoso e, às vezes, purulento (com pus).

Resfriado

O resfriado comum pode ser causado por diversos tipos de vírus e é

mais propício no inverno, época em que as células do corpo se tornam mais

susceptíveis a infecções. Os vírus se instalam nas células da cavidade

nasal e da faringe, provocando inflamações. A coriza (corrimento de líquido

pelas narinas durante o resfriado), é consequência dessas inflamações.

Além da coriza, podem aparecer outros sintomas, tais como sensação

de secura na garganta, espirros, olhos lacrimejantes e febre.

9.11 Coqueluche

É uma das mais famosas doenças da infância, causada pela

bactéria Haemophilus pertussi, que se instala na mucosa das vias

respiratórias (laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos).

A proliferação das bactérias causa forte irritação, com grande

produção de muco (catarro). Toxinas produzidas pelas bactérias irritam

terminações nervosas, desencadeando acessos de tosse, típicos da doença.

A coqueluche é prevenida pela vacina tríplice, que protege também

contra a difteria e o tétano. Essa vacina é administrada em três doses, uma a

cada trinta dias, a partir do segundo mês de vida.

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9.12 Pneumonia

A pneumonia é uma infecção pulmonar causada por diversas espécies

de bactérias e, às vezes, por fungos. A bactéria se instala nos pulmões,

provocando aumento da secreção de muco e ruptura das paredes dos

alvéolos. Os sintomas da doença são febre alta, falta de ar, dores no peito e

expectoração de catarro viscoso e, às vezes, sanguinolento. Em geral, atinge

pessoas que estão com sua resistência orgânica debilitada.

9.13 Tuberculose

Tuberculose é uma infecção causada pela bactéria Mycobacterium

tuberculosis que se instala geralmente nos pulmões. Os alvéolos

pulmonares inflamam-se e sofrem necrose (morte celular). A região

necrosada é circundada por um tecido fibroso que limita e isola o foco

infeccioso. Em geral, as lesões de uma primeira infecção tuberculosa

regridem espontaneamente. No caso de uma reinfecção, pode ocorrer de os

focos infecciosos atingirem, além dos pulmões, outros órgãos, causando

lesões nos tecidos.

Os sintomas da tuberculose pulmonar são febre, sudorese noturna,

fraqueza e perda de apetite e de peso.

A prevenção consiste em evitar o convívio com pessoas doentes e só

consumir leite pasteurizado ou adequadamente fervido, pois a bactéria pode

estar presente no leite. O tratamento é feito com antibióticos.

9.14 Gonorréia

Doença infecto-contagiosa que se caracteriza pela presença de

abundante secreção purulenta (corrimento) pela uretra no homem e vagina

e/ou uretra na mulher. Este quadro frequentemente é precedido por prurido

(coceira) na uretra e ardência ao urinar. Em alguns casos podem ocorrer

sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os sintomas são mais brandos

ou podem estar ausentes (maioria dos casos).

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Sinônimos

Uretrite Gonocócica, Blenorragia, Fogagem.

Agente

Neisseria gonorrhoeae

Complicações/Consequências

Aborto espontâneo, parto de bebê morto, parto prematuro, baixo peso,

endometrite pós-parto. Doenças Inflamatórias em geral.

Transmissão

Relação sexual. O risco de transmissão é superior a 90%, isto é, ao se

ter um relacionamento sexual com um(a) parceiro(a) doente, o risco de

contaminar-se é de cerca de 90%. O fato de não haver sintomas (caso da

maioria das mulheres contaminadas), não afeta a transmissibilidade da

doença.

Período de Incubação

2 a 10 dias

Tratamento

O tratamento é feito por antibióticos, mas só o médico pode orientar.

Remédios caseiros não adianta. Vergonha de ir ao médico é bobagem: só

piora as coisas.

Como os sintomas não são, em geral, claros nas mulheres, é

importante consultar o ginecologista, pelo menos uma vez por ano. O

parceiro de uma pessoa que está com gonorréia, ou qualquer outra doença

sexualmente transmissível, também deve procurar um médico para verificar,

se contraiu a doença e fazer o tratamento adequado.

Prevenção

Camisinha. Higiene pós-coito.

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9.15 Sífilis

É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema

pallidum. Manifesta-se em três estágios: primária, secundária e terciária. Os

dois primeiros estágios apresentam as características mais marcantes da

infecção, quando se observam os principais sintomas e quando essa DST é

mais transmissível. Depois, ela desaparece durante um longo período: a

pessoa não sente nada e apresenta uma aparente cura das lesões iniciais,

mesmo em casos de indivíduos não tratados. A doença pode ficar

estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem

complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral, problemas

cardíacos, podendo inclusive levar à morte.

Sinais e Sintomas

A sífilis manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos

órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas, que

surgem entre a 2ª ou 3ª semana após a relação sexual desprotegida com

pessoa infectada. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e

não apresentam pus. Após certo tempo, a ferida desaparece sem deixar

cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não

for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias

partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de

cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias. Caso ocorra em grávidas,

poderá causar aborto/natimorto ou má formação do feto.

Transmissão da sífilis

A sífilis pode ser passada de uma pessoa para outra por meio de

relações sexuais desprotegidas (sem preservativos), através de transfusão

de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle

do sangue doado), e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o

bebê).

Prevenção

Como não há perspectiva de desenvolvimento de vacina, em curto

prazo, a prevenção recai sobre a educação em saúde: uso regular de

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preservativos, diagnóstico precoce em mulheres em idade reprodutiva e

parceiros, e realização do teste diagnóstico por mulheres com intenção de

engravidar.

Tratamento

O tratamento mais indicado para a sífilis é a utilização do mais antigo

dos antibióticos: a penicilina. O maior problema do tratamento é o seu

diagnóstico, visto que a sífilis pode ser confundida com muitas outras

doenças. Os pacientes devem evitar ter relação sexual até que o seu

tratamento (e do parceiro com a doença) se complete. A gestante deve

realizar controle de cura mensal.

Se não tratada, a sífilis progride, torna-se crônica e pode comprometer

várias partes do corpo ou levar à morte.

9.16 H1N1

A gripe H1N1, ou influenza A, é provocada pelo vírus H1N1 da

influenza do tipo A. Ele é resultado da combinação de segmentos genéticos

do vírus humano da gripe, do vírus da gripe aviária e do vírus da gripe suína,

que infectaram porcos simultaneamente.

O período de incubação varia de 3 a 5 dias. A transmissão pode

ocorrer antes de aparecerem os sintomas. Ela se dá pelo contato direto com

os animais ou com objetos contaminados e de pessoa para pessoa, por via

aérea ou por meio de partículas de saliva e de secreções das vias

respiratórias. Experiências recentes indicam que esse vírus não é tão

agressivo quanto se imaginava.

Segundo a OMS e o CDC (Center for Deseases Control), um centro de

controle de enfermidades, nos Estados Unidos, não há risco de esse vírus

ser transmitido através da ingestão de carne de porco, porque ele será

eliminado durante o cozimento em temperatura elevada (71º Celsius).

Sintomas

Os sintomas da gripe H1N1 são semelhantes aos causados pelos

vírus de outras gripes. No entanto, requer cuidados especiais a pessoa que

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apresentar febre alta, acima de 38º, 39º, de início repentino, dor muscular, de

cabeça, de garganta e nas articulações, irritação nos olhos, tosse, coriza,

cansaço e inapetência. Em alguns casos, também podem ocorrer vômitos e

diarreia.

Diagnóstico

Existem testes laboratoriais rápidos que revelam se a pessoa foi

infectada por algum vírus da gripe. No caso do H1N1, como se trata de uma

cepa nova, o resultado demora aproximadamente 15 dias. No entanto, nos

Estados Unidos, já foram desenvolvidos “kits” para diagnóstico, que aceleram

o processo de identificação do H1N1.

Vacina

A vacina contra a influenza tipo A é feita com o vírus (H1N1) da

doença inativo e fracionado. Os efeitos colaterais são insignificantes se

comparados com os benefícios que pode trazer na prevenção de uma

doença sujeita a complicações graves em muitos casos.

Existe ainda uma vacina com ação trivalente, pois imuniza contra o

H1N1e o H3N2 da influenza A e contra o da influenza B.

É bom lembrar que a vacina contra gripe sazonal que está sendo

distribuída atualmente no Brasil foi preparada a partir de uma seleção de

subtipos de vírus que representavam ameaça antes de aparecer o H1N1,

uma variante nova de vírus influenza tipo A.

Tratamento

É de extrema importância evitar a automedicação. O uso dos remédios

sem orientação médica pode facilitar o aparecimento de cepas resistentes à

medicação Os princípios ativos fosfato de oseltamivir e zanamivir, presentes

em alguns antigripais (Tamiflu e Relenza) e já utilizados no tratamento da

gripe aviária, têm-se mostrado eficazes contra o vírus H1N1, especialmente

se ministrados nas primeiras 48 horas, que se seguem ao aparecimento dos

sintomas.

Recomendações

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Para proteger-se contra a infecção ou evitar a transmissão do vírus, o

Center Deseases Control (CDC) recomenda:

* Lavar frequentemente as mãos com bastante água e sabão ou desinfetá-las

com produtos à base de álcool;

* Jogar fora os lenços descartáveis usados para cobrir a boca e o nariz, ao

tossir ou espirrar;

* Evitar aglomerações e o contato com pessoas doentes;

* Não levar as mãos aos olhos, boca ou nariz depois de ter tocado em

objetos de uso coletivo;

* Não compartilhar copos, talheres ou objetos de uso pessoal;

* Suspender, na medida do possível, as viagens para os lugares onde haja

casos da doença;

* Procurar assistência médica se surgirem sintomas que possam ser

confundidos com os da infecção pelo vírus da influenza tipo A.

9.17 HPV (PAPILOMAVÍRUS HUMANO)

O HPV (papilomavírus humano), nome genérico de um grupo de vírus

que engloba mais de cem tipos diferentes, pode provocar a formação de

verrugas na pele, e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais, etc.), anal,

genital e da uretra. As lesões genitais podem ser de alto risco, porque são

precursoras de tumores malignos, especialmente do câncer do colo do útero

e do pênis, e de baixo risco (não relacionadas ao aparecimento de câncer).

Transmissão do Papiloma Vírus Humano (HPV)

A transmissão se dá predominantemente por via sexual, mas existe a

possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto), de auto-inoculação e de

inoculação através de objetos que alberguem o HPV.

Diagnóstico

As características anatômicas dos órgãos sexuais masculinos

permitem que as lesões sejam mais facilmente reconhecíveis. Nas mulheres,

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porém, elas podem espalhar-se por todo o trato genital e alcançar o colo do

útero, uma vez que, na maior parte dos casos, só são diagnosticáveis por

exames especializados, como o de Papanicolau (teste de rotina para controle

ginecológico), a colposcopia e outros mais sofisticados como hibridização in

situ, PCR (reação da cadeia de polimerase) e captura híbrida.

Sintomas

A infecção causada pelo HPV pode ser assintomática ou provocar o

aparecimento de verrugas com aspecto parecido ao de uma pequena couve-

flor na pele e nas mucosas. Se a alteração nos genitais for discreta, será

percebida apenas através de exames específicos. Se forem mais graves, as

células infectadas pelo vírus podem perder os controles naturais sobre o

processo de multiplicação, invadir os tecidos vizinhos e formar um tumor

maligno como o câncer do colo do útero e do pênis.

Tratamento

O vírus do HPV pode ser eliminado espontaneamente, sem que a

pessoa sequer saiba que estava infectada. Uma vez feito o diagnóstico,

porém, o tratamento pode ser clínico (com medicamentos) ou cirúrgico:

cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia

convencional em casos de câncer instalado.

Recomendações

* Lembre-se que o uso do preservativo é medida indispensável de saúde e

higiene não só contra a infecção pelo HPV, mas como prevenção para todas

as outras doenças sexualmente transmissíveis;

* Saiba que o HPV pode ser transmitido na prática de sexo oral;

* Vida sexual mais livre e multiplicidade de parceiros implicam eventuais

riscos que exigem maiores cuidados preventivos;

* Informe seu parceiro/a se o resultado de seu exame para HPV for positivo.

Ambos precisam de tratamento;

* Parto normal não é indicado para gestantes portadoras do HPV com lesões

genitais em atividade;

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* Consulte regularmente o ginecologista e faça os exames prescritos a partir

do início da vida sexual. Não se descuide. Diagnóstico e tratamento precoce

sempre contam pontos a favor do paciente.

9.18 Herpes oral, herpes genital e herpes zoster

Existem oito diferentes vírus da família Herpes que podem causar

doença em humanos. Dentre eles, os Herpes tipo 1, 2 e 3 provocam quadros

semelhantes de lesões de pele que podem reaparecer após um período

variável de ausência de sintomas.

O Herpes tipo 1 é responsável pelo quadro de herpes oral, que se

caracteriza por vermelhidão, ardor e pequenas bolhas preenchidas com

líquido claro, comumente na região do lábio ou na parte interna da boca.

Geralmente, o primeiro contato com o vírus ocorre durante a infância, através

de secreções orais. Em seguida, o vírus se aloja em um neurônio e lá pode

permanecer durante toda a vida do indivíduo sem causar qualquer sintoma,

em um estado que chamamos de latência.

O Herpes tipo 2, por outro lado, é o principal responsável pelo quadro

de herpes genital. Observamos também vermelhidão, ardor e pequenas

bolhas com líquido claro na região da vulva, pênis ou ânus, ou ainda em

regiões como nádegas e virilha. Em geral, o primeiro contato com o vírus

ocorre na adolescência ou início da vida adulta e as lesões podem ser

intensas a ponto de provocar ardor para urinar e desconforto que impede as

relações sexuais. Além disso, a presença de lesões pelo Herpes tipo 2

aumenta o risco de contágio por outras doenças sexualmente transmissíveis,

incluindo o HIV.

Depois do primeiro contato, algumas pessoas apresentam repetidos

quadros de herpes, o que caracteriza o herpes oral ou genital recorrente. Há

inclusive quem relate desencadeantes bem identificados para essa

manifestação, tais como exposição ao sol, estresse, período perimenstrual,

etc.

Nesses casos, o que ocorre é uma

reativação do vírus que se encontrava

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latente, sua multiplicação e transporte a partir do neurônio até a pele e o

aparecimento de lesões.

Esse quadro é considerado benigno e pode resolver-se em cerca de 5-

7 dias sem necessidade de tratamento específico. Entretanto, o uso de

medicações que combatem o Herpes tipo 1 ou tipo 2 logo no início do quadro

pode abreviar os sintomas, ou até bloquear o aparecimento das bolhas. Além

disso, para pessoas que apresentam episódios de herpes muito frequentes, o

uso diário e contínuo de medicações contra o vírus pode prevenir a recidiva

da doença e reduzir sua transmissão.

O Herpes tipo 3 é mais conhecido como vírus da varicela, ou vírus da

catapora. A infecção inicial ocorre frequentemente durante a infância, através

do contato com secreções orais, e é seguida pelo quadro clássico da

catapora, com lesões avermelhadas espalhadas pelo corpo e pequenas

bolhas com líquido claro.

O vírus da varicela também estabelece latência em neurônios e pode

reativar-se anos depois, dessa vez com vermelhidão, dor intensa e bolhas

restritas ao território correspondente ao nervo acometido. A distribuição das

lesões na pele é bastante característica dessa doença, popularmente

conhecida como “cobreiro”, ou Herpes Zóster.

Nesse caso, o tratamento antiviral é prontamente indicado para

acelerar a cicatrização e reduzir a dor. Entretanto, mesmo com tratamento,

há pessoas que permanecem com dor de difícil controle vários meses ou

anos depois da resolução das lesões de pele.

Existem vacinas para prevenir tanto a varicela quanto o Herpes Zóster.

Infelizmente, elas ainda não estão disponíveis na rede pública de saúde do

Brasil. Quanto ao Herpes tipo 1 e tipo 2, até o momento, não há vacinas que

protejam contra a infecção.

9.19 Diabetes

Diabetes Mellitus é uma doença do metabolismo da glicose causada

pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e

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cuja função é quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em

energia a fim de que seja aproveitada por todas as células. A ausência total

ou parcial desse hormônio interfere não só na queima do açúcar como na sua

transformação em outras substâncias (proteínas, músculos e gordura).

Na verdade, não se trata de uma doença única, mas de um conjunto

de doenças com uma característica em comum: aumento da concentração de

glicose no sangue provocado por duas diferentes situações:

a) Diabetes tipo I – o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. A

instalação da doença ocorre mais na infância e adolescência e é

insulinodependente, isto é, exige a aplicação de injeções diárias de insulina;

b) Diabetes tipo II – as células são resistentes à ação da insulina. A

incidência da doença que pode não ser insulinodependente, em geral,

acomete as pessoas depois dos 40 anos de idade;

c) Diabetes gestacional – ocorre durante a gravidez e, na maior parte dos

casos, é provocado pelo aumento excessivo de peso da mãe;

d) Diabetes associados a outras patologias como as pancreatites alcoólicas,

uso de certos medicamentos, etc.

Sintomas

* Poliúria – a pessoa urina demais e, como isso a desidrata, sente muita sede

(polidpsia);

* Aumento do apetite;

* Alterações visuais;

* Impotência sexual;

* Infecções fúngicas na pele e nas unhas;

* Feridas, especialmente nos membros inferiores, que demoram a cicatrizar;

* Neuropatias diabéticas provocada pelo comprometimento das terminações

nervosas;

* Distúrbios cardíacos e renais.

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Fatores de risco

* Obesidade (inclusive a obesidade infantil);

* Hereditariedade;

* Falta de atividade física regular;

* Hipertensão;

* Níveis altos de colesterol e triglicérides;

* Medicamentos, como os à base de cortisona;

* Idade acima dos 40 anos (para o diabetes tipo II);

* Estresse emocional.

Recomendações

O tratamento do diabetes exige, além do acompanhamento médico

especializado, os cuidados de uma equipe multidisciplinar. Procure seguir as

orientações desses profissionais;

A dieta alimentar deve ser observada criteriosamente. Procure ajuda

para elaborar o cardápio adequado para seu caso. Não é necessário que

você se prive por toda a vida dos alimentos de que mais gosta. Uma vez ou

outra, você poderá saboreá-los desde que o faça com parcimônia;

Um programa regular de exercícios físicos irá ajudá-lo a controlar o

nível de açúcar no sangue. Coloque-os como prioridade em sua rotina de

vida;

O fumo provoca estreitamento das artérias e veias. Como o diabetes

compromete a circulação nos pequenos vasos sangüíneos (retina e rins) e

nos grandes vasos (coração e cérebro), fumar pode acelerar o processo e o

aparecimento de complicações;

O controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicérides

deve ser feito com regularidade;

Medicamentos à base de cortisona aumentam os níveis de glicose no

sangue. Não se automedique;

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O diagnóstico precoce é o primeiro passo para o sucesso do

tratamento. Não minimize seus sintomas. Procure logo um serviço de saúde

se está urinando demais e sentindo muita sede e muita fome.

Tratamento

O diabetes não pode ser dissociado de outras doenças glandulares.

Além da obesidade, outros distúrbios metabólicos (excesso de cortisona, do

hormônio do crescimento ou maior produção de adrenalina pelas supra-

renais) podem estar associados ao diabetes.

O tipo I é também chamado de insulinodependente, porque exige o

uso de insulina por via injetável para suprir o organismo desse hormônio que

deixou de ser produzido pelo pâncreas. A suspensão da medicação pode

provocar a cetoacidose diabética, distúrbio metabólico que pode colocar a

vida em risco.

O tipo II não depende da aplicação de insulina e pode ser controlado

por medicamentos ministrados por via oral. A doença descompensada pode

levar ao coma hiperosmolar, uma complicação grave que pode ser fatal.

Dieta alimentar equilibrada é fundamental para o controle do diabetes.

A orientação de uma nutricionista e o acompanhamento de psicólogos e

psiquiatras podem ajudar muito a reduzir o peso e, como consequência, cria

a possibilidade de usar doses menores de remédios.

Atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da

glicose nos dois tipos de diabetes.

9.20 HIV

A transmissão do HIV está longe de ser um acontecimento relâmpago.

O intervalo de tempo necessário para que o vírus recém-transmitido consiga

estabelecer um foco no organismo, a partir do qual a infecção se tornará

crônica, é suficientemente longo para proporcionar a oportunidade de

combatê-lo com antivirais capazes de destruí-lo.

1 – Exposição ocupacional

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Os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas

infectadas são baixos: em média 0,3%. Nos contatos acidentais de líquidos

corpóreos infectados com as mucosas dos olhos e da boca ou com a pele

ferida do profissional, mais baixos ainda: em média 0,09%.

Alguns fatores, no entanto, aumentam o risco: Aids avançada no

paciente-fonte da infecção, agulhas que foram utilizadas como cânulas de

veias no paciente-fonte, ferimentos profundos e a presença de sangue visível

no instrumento.

A maioria dos clínicos usa como critério para indicar a profilaxia, o

aparecimento de sangue no local da picada acidental.

9.21 Trombose Venosa

Ciryllo Cavalheiro Filho é médico, especialista em hemostasia, e faz

parte do corpo clínico do Incor de São Paulo e do Hospital Sírio-Libanês.

Cada um de nós tem de 5 a 6 litros de sangue circulando pelo

organismo. O coração bate, o sangue é impulsionado pelo sistema arterial e

vai levar oxigênio para todas as células do corpo. Depois, retorna pelas veias

até os pulmões onde é oxigenado e volta para o coração que, no pulsar

seguinte, o espalha pelo corpo inteiro outra vez. Se não houvesse um meio

de deter os pequenos orifícios que possam surgir nas artérias e veias, o

sangue jorraria por eles provocando uma hemorragia permanente, porque o

coração não para de bombeá-lo.

Por que, então, quando sofremos um corte, o sangue escorre um

pouquinho e para? Porque é dotado de um sistema de coagulação altamente

sofisticado e possui uma série de substâncias, por exemplo, as plaquetas,

que convergem para o local e formam um trombo para bloquear o

sangramento. Decorrido certo tempo, esse trombo se dissolve, o vaso é

recanalizado e a circulação volta ao normal.

Há pessoas que, por alguma razão, apresentam distúrbios no

mecanismo de hemostasia e formam trombos (coágulos) num lugar onde não

existia sangramento. Como a estrutura desses trombos é sólida e mole, um

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fragmento pode desprender-se e seguir o trajeto da circulação venosa que

retorna aos pulmões para o sangue ser oxigenado. Nos pulmões, o trombo

provoca um entupimento - a embolia pulmonar - uma complicação grave e

uma das raras causas de morte súbita.

Tromboses venosas constituem uma doença grave que pode levar a

desfechos fatais por causa das embolias pulmonares.

9.22 Hemofilia

Hemofilia é uma doença genético-hereditária que se manifesta quase

exclusivamente no sexo masculino. Caracteriza-se por desordem no

mecanismo de coagulação do sangue que pode resultar em hemorragias

difíceis de serem controladas.

Existem dois tipos de hemofilia identificados: A e B. O que diferencia

um do outro é o fator de coagulação do sangue que os portadores da doença

deixam de fabricar. A hemofilia A ocorre por deficiência do Fator VIII, e a B,

por deficiência do Fator IX.

A ideia corrente é que os hemofílicos estão sujeitos a hemorragias

intensas e sangram até morrer se sofrerem um pequeno ferimento. O mais

comum, porém, são os sangramentos espontâneos e frequentes que ocorrem

dentro dos músculos ou das articulações e são responsáveis por sequelas

que afetam a mobilidade dos membros atingidos.

No passado, hemofilia era causa de morte precoce. Hoje, desde que

recebam os cuidados necessários, os portadores da doença têm condição de

levar vida saudável por muitos e muitos anos.

CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA

O que caracteriza o transtorno genético conhecido como hemofilia?

Hemofilia é uma doença que se caracteriza pela falta de um dos

fatores de coagulação do sangue. Em termos didáticos, pode-se dizer que

todos os fatores de coagulação participam da formação do cimento do

sangue e que, na falta ou diminuição dos fatores VIII e IX, a cadeia é

interrompida e a hemorragia não para, pois são eles que ajudam a formar a

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casquinha que estanca o sangramento quando nos machucamos, por

exemplo.

Vamos comparar as plaquetas a tijolos que empilhamos para construir

uma parede. Ninguém ergue uma parede firme sem cimento e, se usar

apenas cimento, o processo de secagem será muito lento. É mais ou menos

isso que acontece, quando os fatores VIII e IX, responsáveis pela coagulação

do sangue, estão ausentes ou em níveis muito baixos: os sangramentos são

frequentes e muitos prolongados.

Existem basicamente três apresentações clínicas de hemofilia

classificadas segundo a quantidade de fator deficitário. Na forma grave da

doença, a porcentagem é baixíssima, menor do que 1%; na forma moderada,

varia de 1% a 5%, e a forma leve, às vezes, passa despercebida até a idade

adulta. A curiosidade a respeito dessa doença é que, embora seja uma

desordem genética e hereditária, afeta praticamente só os meninos.

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http://www.magestetica.com.br/_csi/areolomamilar.pdf

Dermatite atópica; http://www.minhavida.com.br/saude/temas/dermatite-atopica

Saúde Ocupacional e Primeiros Socorros - CSS/CECOM - UNICAMP

Doutor Dráuzio Varella. http://drauziovarella.com.br/

Autora: Dra. Vivian Iida Avelino-Silva, médica infectologista do Hospital Sírio-

Libanês.