ciências

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Reconhecer a importância da água, do alimento, da temperatura e da luz nos ambientes. Para compreendermos como um ser vive é necessário saber mais sobre as relações que ele mantém com o ambiente. Alguns fatores importantes a serem observados nos ambientes são aqueles relacionados ao clima, como por exemplo, as temperaturas e regime de chuvas e ventos em diferentes épocas do ano. Outro fator ambiental importante e determinante é a disponibilidade de alimento. Muitos fatores variam entre ambientes diferentes. Mesmo se pensarmos apenas na Mata Atlântica, podemos identificar variações de fatores ambientais. Essas variações se referem aos tipos de abrigo e alimentos encontrados em diferentes locais. Além de variações nesses aspectos existem outras variações relacionadas à quantidade de luz disponível, aos ventos, à umidade e à temperatura. Podemos entender, portanto, que as condições ambientais variam entre locais próximos ao solo e na altura da copa das árvores de uma mesma mata, por exemplo. Cada espécie de ser vivo está adaptada a uma determinada condição ambiental, que inclui todos os fatores citados anteriormente. Se os seres vivos estão adaptados a determinadas condições ambientais, as espécies são encontradas onde as condições do ambiente são adequadas para sua sobrevivência, para seu crescimento e sua reprodução. As adaptações são características que favorecem a sobrevivência e a reprodução dos seres em determinados ambientes. Portanto, dizemos que um ser vivo está bem adaptado ao ambiente quando ele possui características que aumentam suas chances de sobrevivência e de reprodução neste ambiente. Os animais podem apresentar comportamentos alimentares e reprodutivos que favorecem a sua sobrevivência. Além de comportamentos alimentares e reprodutivos, outras características, tais como a capacidade de se defender, de

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Page 1: Ciências

Reconhecer a importância da água, do alimento, da temperatura e da luz nos ambientes.

Para compreendermos como um ser vive é necessário saber mais sobre as relações que ele

mantém com o

ambiente. Alguns fatores importantes a serem observados nos ambientes são aqueles

relacionados ao clima, como

por exemplo, as temperaturas e regime de chuvas e ventos em diferentes épocas do ano.

Outro fator ambiental

importante e determinante é a disponibilidade de alimento.

Muitos fatores variam entre ambientes diferentes. Mesmo se pensarmos apenas na Mata

Atlântica, podemos

identificar variações de fatores ambientais. Essas variações se referem aos tipos de abrigo e

alimentos encontrados

em diferentes locais. Além de variações nesses aspectos existem outras variações relacionadas

à quantidade de luz

disponível, aos ventos, à umidade e à temperatura. Podemos entender, portanto, que as

condições ambientais

variam entre locais próximos ao solo e na altura da copa das árvores de uma mesma mata, por

exemplo. Cada espécie de ser vivo está adaptada a uma determinada condição ambiental, que

inclui todos os fatores citados

anteriormente.

Se os seres vivos estão adaptados a determinadas condições ambientais, as espécies são

encontradas onde as

condições do ambiente são adequadas para sua sobrevivência, para seu crescimento e sua

reprodução.

As adaptações são características que favorecem a sobrevivência e a reprodução dos seres em

determinados

ambientes. Portanto, dizemos que um ser vivo está bem adaptado ao ambiente quando ele

possui características que

aumentam suas chances de sobrevivência e de reprodução neste ambiente.

Os animais podem apresentar comportamentos alimentares e reprodutivos que favorecem a

sua sobrevivência. Além

de comportamentos alimentares e reprodutivos, outras características, tais como a capacidade

de se defender, de

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fugir ou se esconder também podem significar adaptações dos animais ao ambiente em que

vivem. Insetos que são

muito parecidos com folhas das plantas das quais se alimentam estão bem adaptados, pois

podem obter seu

alimento sem serem facilmente percebidos por seus predadores.

Existem diversas adaptações relacionadas à coloração ou forma do corpo

dos animais que favorecem a sua sobrevivência, pois mantêm esses

animais quase imperceptíveis aos olhos dos predadores.

Podemos perceber também entre as plantas

características adaptativas. As plantas de

ambientes muito secos apresentam características que favorecem a economia de água,

como por exemplo, folhas transformadas em espinhos, que diminuem a superfície de

evaporação. Outras plantas apresentam folhas bem grandes para captar a luz solar nos

estratos mais baixos das florestas fechadas. Entre as plantas com flores também

podemos perceber várias adaptações que favorecem a reprodução, tais como a forma, a

coloração e a posição das flores que podem atrair insetos, pássaros e morcegos

polinizadores.

Os 5 reinos

Considerando todos os seres vivos, estão descritos e catalogados quase dois milhões de

espécies. Mas esse número está longe do total real: segundo algumas estimativas, pelo menos

50 milhões de espécies ainda não teriam sido descritas. O sistema de classificação usado hoje

distribui os seres vivos em cinco grandes reinos: Monera, Protista, Fungi, Animalia (ou

Metazoa) e Plantae (ou Metaphyta). A distribuição das espécies entre os reinos segue critérios

específicos, como o tipo de organização celular, o número de células e a forma de obtenção de

alimento.

O reino Monera inclui seres unicelulares (com só uma célula) e procariontes (sem membrana

nuclear, ou seja, sem núcleo definido), como as bactérias e as algas azuis. No reino Protista

estão organismos unicelulares e eucariontes (com membrana nuclear), como protozoários e

outros tipos de algas unicelulares. Já o reino Fungi abrange organismos uni ou pluricelulares

(com mais de uma célula) e eucariontes que obtêm seu alimento por absorção, como os fungos

(mofos, leveduras e cogumelos). O reino dos animais (Animalia) inclui organismos

pluricelulares e eucariontes que se alimentam por ingestão. Finalmente, o reino vegetal

(Plantae) reúne os organismos pluricelulares e eucariontes que sintetizam seu alimento.

Page 3: Ciências

Nem sempre se utilizou o sistema de cinco reinos. Na antiga classificação, os seres vivos eram

divididos em dois grandes reinos: animal (protozoários e animais) e vegetal (vegetais, fungos,

bactérias e algas). O sistema atual foi proposto em 1969 por R. H. Whittaker e é bastante

aceito. Novas propostas têm sido feitas por cientistas, incluindo três, quatro e até mais de cinco

reinos, mas com Os demais grupos de algas, incluindo as pardas e as vermelhas, fazem parte

do reino Protista. O reino Plantae é monofilético (ou seja, todos os integrantes têm um

ancestral comum), enquanto o reino Protista é polifilético (os grupos que o compõem têm

ancestrais diferentes). Estão incluídos entre os protistas os eucariontes – flagelados, amebas,

algas (exceto as verdes) e vários parasitos – que não pertencem aos reinos dos animais, dos

fungos verdadeiros ou das plantas.

Solos: formação, fertilidade e conservação

Solo é um corpo de material inconsolidado, que recobre a superfície terrestre emersa, entre a litosfera e a atmosfera. Os solos são constituídos de

três fases: sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (solução do solo) e gasosa (ar).

É produto do intemperismo sobre um material de origem, cuja transformação se desenvolve em um determinado relevo, clima, bioma e ao longo de

umtempo.

O solo, contudo, pode ser visto sobre diferentes óticas. Para um engenheiro agrônomo, através da edafo/pedologia, solo é a camada na qual pode-se

desenvolver vida (vegetal e animal). Para um engenheiro civil, sob o ponto de vista da mecânica dos solos, solo é um corpo passível de ser escavado,

sendo utilizado dessa forma como suporte para construções ou material de construção. Para um biólogo, através da ecologia e da pedologia, o solo

infere sobre a ciclagem biogeoquímica dos nutrientes minerais e determina os diferentes ecossistemas e habitats dos seres vivos.

Técnicas de conservação dos solos

Quando falamos em técnicas de conservação do solo, temos por hábito acreditar que elas são

direcionadas sòmente para a agricultura, é óbvio que não. As técnicas de conservação do solo são

importantíssimas também no perímetro urbano, nas margens das rodovias e estradas intermunicipais e

vicinais, quintais e jardins. Por exemplo as curvas de nível e as microbacias são técnicas de prevenção de

erosão que devem ser adotadas na manutenção de ruas e estradas.

Iremos abordar hoje, uma parte das técnicas de conservação do solo:

1 - Manutenção da Cobertura do solo

1.1 Adubação verde: prática pela qual se cultivam determinadas plantas, com a finalidade de

incorporá-las ao solo, proporcionado melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do

solo e também promovendo o enriquecimento de elementos minerais. As plantas utilizadas neste

tipo de adubação impedem o impacto direto das gotas de chuva sobre o solo, evitam o

deslocamento ou a lixiviação de nutrientes do solo e também inibem o desenvolvimento de ervas

daninhas.A eficiência da adubação verde é comprovada também no controle de nematóides,

quando se utilizam leguminosas específicas, problema para o qual os produtos químicos, além de

caros, não apresentam resultados satisfatórios.No sul do Brasil, são muito utilizadas plantas

leguminosas como Mucunaspp, Crotolariaspp, Cajanuscajan, entre outras, visando principalmente

à fixação simbiótica do nitrogênio. Também são utilizadas gramíneas como a aveia (Avena spp) e o

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azevém (Lolliummultiflorum) e espécies descompactadoras do solo, como é o caso do nabo fora

benéfica em termos de preservação e recuperação de ambientes.

1.2 Reflorestamento: vários são os efeitos benéficos desta prática: filtragem de sedimentos;

proteção das barrancas e beiras de rio; grande profundidade e volume de raízes favorecendo a

macroporosidade do solo; diminuição do escoamento superficial da água no solo; criação de

refúgios para fauna e, ainda, fonte de energia (lenha). O reflorestamento também pode ser feito em

faixas intercalando-se com culturas anuais (tipo consórcio), favorecendo o incremento de matéria

orgânica ao solo.

Ação de microrganismos na produção de alguns alimentos

1 – Deterioração microbiana - Se refere diretamente a alterações decorrentes da deterioração dos

alimentos causando alterações na cor, sabor, na textura e na aparência dos alimentos. Ex: modificações

na cor de um alimento quando contaminado por Pseudomonaaeruginosa; Alterações na textura dos

alimentos quando estes sofrem alterações ocasionadas por leveduras.

2 – Patogênese – É termo usado sempre que o microorganismo traz risco potencial à saúde humana. Ex:

Botulismo alimentar recorrente da ingestão de alimentos em conserva contaminados por Clostridium

botulinus; Salmonelose decorrente da ingestão de maionese contaminada por bactérias do

gênero Salmonellasp.

3 – Efeitos benéficos – É quando a presença do microorganismo num dado alimento traz modificações

pertinentes ao alimento. Ex: Maturação de queijos pela presença do Fungo Filamentoso (bolor) do

gênero Penicillium; Produção de vinhos e cervejas através do uso de leveduras do

gênero Saccharomyces; Uso de bactérias do gênero Lactobacyllus na fabricação de leites fermentados

(Yakult, Chamito).

Ação de microrganismos na reciclagem de materiais

Com as plantas a relação com os microorganismos não é diferente. Por serem autótrofos estes

organismos necessitam captar nutrientes do seu meio. Os microorganismos contidos no solo e na água

assim como em associação com as raízes das plantas são capazes de reciclar e disponibilizar muitos

nutrientes necessários para a sobrevivência dos vegetais. Um nutriente vital para os seres vivos é

o nitrogênio, o qual as plantas utilizam em forma de nitrato (NO3-) e amônia (NH3), e, mesmo sendo o

elemento mais abundante na atmosfera, este se encontra na forma de nitrogênio gasoso (N2) que é uma

molécula inerte. Certas bactérias do solo são capazes de reduzir o N2 em NH3, processo chamado

de fixação do nitrogênio, fornecendo ao meio uma forma assimilável deste nutriente. Porém, existe uma

relação simbiótica entre algumas bactérias, sendo as principais dos gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium,

as quais invadem as raízes de plantas da família das leguminosas (soja, feijão, alfafa) e assim suprem a

planta com nitrogênio em forma de que estas possam sintetizar suas proteínas, por outro lado, a planta

fornece energia para que o processo possa ser realizado por estes microorganismos. Outra associação

vantajosa, denominada micorriza, ocorre entre alguns fungos que circundam ou mesmo penetram nas

raízes da maioria das plantas, favorecendo a absorção de nutrientes como zinco, manganês e cobre, mas

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principalmente de fósforo. Estes processos evidenciam a ação dos microorganismos na reciclagem de

material, mesmo inorgânico, na natureza.

Os vegetais tão pouco são poupados da ação de microorganismos patogênicos. Muitas culturas sofrem

perdas significativas por infecções virais, bacterianas e fúngicas, levando ao uso de grandes quantidades

deagrotóxicos, que não somente encarecem a produção, como também causam danos aos

consumidores e ao meio ambiente.

Disponibilidade e qualidade de água

A qualidade da água usada nos processos de produção de leite pode representar riscos para

a saúde do animal, qualidade do produto e saúde do consumidor. Há estimativas de que

grande parte das fazendas leiteiras utilize, em seu processo de produção, fontes de água

sem tratamento prévio, comprometendo a qualidade do leite e a saúde dos animais. A água

utilizada no ambiente de ordenha para limpeza, tanto das tetas dos animais como dos

equipamentos de ordenha, pode atuar como via de transmissão de microorganismos para a

glândula mamária, bem como comprometer a qualidade do leite, uma vez que a água com

alta contagem de bactérias possibilita a veiculação da população bacteriana diretamente para

o leite. São considerados critérios de qualidade da água os aspectos físicos, químicos e

microbiológicos. A qualidade da água se apresenta como elemento chave para o sucesso e

rentabilidade dos sistemas de produção de leite, assim como, para a garantia da sanidade

animal, segurança alimentar e sustentabilidade ambiental.

Doenças de veiculação hídrica

ndiretamente, a água pode ainda estar ligada à transmissão de algumas verminoses, como esquistossomose, ascaridíase, taeníase, oxiuríase e ancilostomíase. Além disso, a água pode provocar alterações na saúde, caso não possua certos minerais na dose necessária. O bócio ou “papo” se adquire quando a água utilizada não tem iodo. O índice de cáries dentárias pode ser reduzido com a adição do flúor na água. Também pode ocorrer intoxicação se a água utilizada contiver algum produto tóxico, como, por exemplo, o arsênico. Para evitar os males que podem ser veiculados pela água destinada ao consumo, é necessário que ela seja sempre convenientemente tratada. Doenças de Veiculação Hídrica Amebíase

A Entamoebahystolitica e a Entamoeba coli são parasitas minúsculos, que só podem ser vistos com o auxílio do microscópio. Geralmente, fala-se de ameba (Entamoeba) sempre que há diarréias persistentes. A Entamoeba coli é um parasita que se localiza no intestino do homem, mas que não o prejudica e, portanto, não precisa ser tratada. A Entamoebahystolitica é prejudicial e precisa ser eliminada. Transmissão Esses parasitas são eliminados com as fezes. Quando uma pessoa defeca, as fezes, deixadas nas proximidades de córregos, valas de irrigação ou lagoas, contaminam suas águas. Num quintal pequeno, se a fossa for construída a poucos metros de distância da cisterna, as fezes contaminadas por amebas podem contaminar a água. Moscas e baratas, ao se alimentar de fezes de pessoas infectadas, também transmitem a parasitose a outras pessoas, defecando sobre os alimentos ou utensílios. Outra forma de transmissão é através do contato das patas sujas de fezes. Pode-se ainda contrair a ameba comendo frutas e verduras cruas, que foram regadas com água contaminada ou adubadas com terra misturada a fezes humanas infectadas. A ameba pode ficar agarrada nas verduras durante três semanas, mesmo expostas à chuva, ao frio e ao calor. Muito freqüente é a contaminação pelas mãos sujas de pessoas que lidam com os alimentos. Sintomas Os portadores da doença, em geral, queixam-se de: . dores abdominais . febre baixa . ataque de diarréia, seguido de períodos de prisão de ventre, disenteria aguda com fezes sanguinolentas etc. Somente através do exame de fezes, as pessoas ficam sabendo se têm ameba ou outros parasitas. Como evitar

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. Fazer com que todos da casa usem a privada. Se as crianças menores usarem penicos, as fezes devem ser jogadas na privada; . Proteger todos os alimentos contra moscas e baratas; . Conservar os alimentos e utensílios cobertos ou dentro dos armários; . Proteger as águas das minas, cisternas poços, lagoas, açudes e valas de irrigação, não permitindo que sejam contaminadas por fezes humanas; . regar as verduras sempre com água limpa, não aproveitando nunca a água utilizada em casa ou água de banho; . lavar bastante as verduras em água corrente, principalmente as que são comidas cruas; . lavar as mãos com sabão e água corrente, todas as vezes que usar a privada; . lavar muito bem as mãos antes de iniciar a preparação dos alimentos ou antes de iniciar a limpeza de alguns utensílios – lavagem de filtro, por exemplo. Giardíase ou criptosporidíase

A giardíase é causada pela Giardialamblia e a criptosporidíase, pelo CryptosporidiumParvum. Ambos vivem nas porções altas do intestino, sendo mais freqüentes em crianças. Transmissão A transmissão se faz pela ingestão de cistos, podendo o contágio efetuar-se pelo convívio direto com o indivíduo infectado, pela ingestão de alimentos e água contaminados, pelo contato com moscas etc. Sintomas A infecção pode ser totalmente assintomática. Outras vezes, provoca irritabilidade, dor abdominal, diarréia intermitente, estando, em certas ocasiões, associada com quadro de má absorção e desnutrição. Como evitar A infecção é adquirida com extrema facilidade, sobretudo pelas crianças. Devem-se seguir as mesmas recomendações para a prevenção da amebíase. Gastroenterite

A gastroenterite é uma infecção do estômago e do intestino produzida principalmente por vírus ou bactérias. É responsável pela maioria dos óbitos em crianças menores de um ano de idade. Incidência A gastroenterite ocorre mais freqüentementenos locais onde não existe tratamento de água, rede de esgoto, água encanada e destino adequado para o lixo. Sintomas A doença causa diarréia, vômitos e febre. A principal complicação é a desidratação. O tratamento é realizado com a reposição de líquidos, soro de reidratação oral e manutenção da alimentação da criança. Como evitar A prevenção se faz pelo saneamento, higiene dos alimentos, combate às moscas e uso de água filtrada ou fervida. O uso do leite materno é importante na profilaxia, pois é um alimento isento de contaminação, além de apresentar fatores de defesa na sua composição. Febres tifóide e paratifóide

A febre tifóide é uma doença grave, produzida pela bactéria Salmonellatyphi. Evolui, geralmente, num período de quatro semanas. Do momento em que a pessoa adquire a infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas, decorrem de cinco a 23 dias (período de incubação). A fonte de infecção é o doente, desde o instante em que ingeriu os bacilos até muitos anos depois, já que os bacilos persistem em suas fezes. A febre paratifóide é mais rara que a tifóide. Produzida pela Salmonellaparatyphi dos tipos “A”, “B” ou “C”, sua fonte de infecção é a mesma da febre tifóide: doentes e portadores. Transmissão A doença se transmite pelas descargas do intestino (fezes), que contaminam as mãos, as roupas, os alimentos e a água. O bacilo tifóide é ingerido com os alimentos e a água contaminada. Sintomas A doença se manifesta pelos seguintes sintomas: dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios, indisposição gástrica, diarréia e aumento do baço. Como evitar . destinar convenientemente os dejetos humanos em fossas ou redes de esgoto; . tratar a água; . combater as moscas; . efetuar exame de vacinação e promover a educação sanitária dos manipuladores de alimentos; . examinar os convalescentes para a descoberta de portadores; . higienizar os alimentos; . vacinar os indivíduos preventivamente. O diagnóstico é feito pelo exame de sangue e pelas pesquisas de bacilos nas fezes. O tratamento é à base de clorafenicol. A incubação da paratifóide “A” varia de quatro a dez dias, enquanto a paratifóide “B” resulta de envenenamento alimentar e caracteriza-se por náuseas, vômitos, febre, calafrios, cólicas, diarréias e prostração.

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As medidas preventivas da febre paratifóide, bem como o tratamento específico, são as mesmas da febre tifóide. Hepatite infecciosa

A hepatite infecciosa é produzida mais comumente por dois tipos de vírus: “A” e “B”. Transmissão Hepatite “A”: período de incubação: 15 a 50 dias. A transmissão pode ocorrer através da água contaminada. Os indivíduos doentes podem transmiti-la pelas fezes, duas semanas antes até uma semana após o início da icterícia. A transmissão poderá ocorrer também pela transfusão de sangue, duas a três semanas antes e alguns dias após a icterícia. É uma doença endêmica no nosso meio. Hepatite “B”: período de incubação: 45 a 160 dias. A transmissão é mais comum por via perenteral (instrumentos contaminados que perfuram a pele, como, por exemplo, injeções), principalmente pelo sangue. Sintomas A hepatite apresenta dois períodos: Anictérico: ocorrência de mal-estar, náuseas e urina escura, alguns dias antes do aparecimento da icterícia. Muitas vezes, o paciente é assintomático. Ictérico: ocorrência de náuseas e dor abdominal, aumento do fígado e icterícia. Dura em média duas a três semanas. Como evitar As principais medidas profiláticas são: . higienização dos alimentos; . tratamento da água – os vírus “A” resistem aos métodos de cloração da água, porém a água fervida durante 10 a 15 minutos os inativa; . isolamento do doente – após aparecer a icterícia, a transmissão do vírus “A” pelas fezes ocorre na primeira semana e, pelo sangue, nos primeiros dias; . destino adequado dos dejetos humanos; . uso de seringa descartável; . uso adequado de sangue e derivados. Cólera

A cólera é uma doença causada pelo micróbio VibrioCholerae, que se localiza no intestino das pessoas, provocando, nos casos graves, diarréia e vômitos intensos. Em decorrência da diarréia e dos vômitos, o indivíduo perde grande parte dos líquidos de seu organismo, ficando desidratado rapidamente. Se não for tratada logo, essa desidratação poderá levar o doente à morte em pouco tempo. Transmissão A doença é transmitida, principalmente, através da água contaminada pelas fezes e vômitos dos doentes. Também pode ser transmitida por alimentos que foram lavados com água já contaminada pelo micróbio causador da doença e não foram bem cozidos, ou pelas mãos sujas de doentes ou portadores. São considerados portadores aqueles indivíduos que, embora já tenham o micróbio nos seus intestinos, não apresentam sintomas da doença. Sintomas O principal sintoma é uma diarréia intensa, que começa de repente. As evacuações do doente de cólera são de cor esverdeada com uma espuma branca em cima, sem muco ou sangue. A febre, quando existe, é baixa. Junto com a diarréia, podem aparecer, também, vômitos e cólicas abdominais. A pessoa doente chega a evacuar, desde o início, uma média de um a dois litros por hora. Dessa maneira, a desidratação ocorre rapidamente, o que pode levar o doente ao estado de choque em poucas horas. Tratamento Toda pessoa que apresentar os sintomas da doença deve ser levada imediatamente para o serviço de saúde mais próximo. A recuperação do doente de cólera depende, em grande parte, da rapidez com que a doença for diagnosticada e tratada. O tratamento é simples e bastante eficaz e consiste na reposição dos líquidos perdidos pela diarréia e vômitos. Dependendo do estado do paciente, faz-se uso da reidratação oral ou da intravenosa e administram-se antibióticos indicados pelo médico. Como evitar A cólera pode ser evitada através da adoção de três ações básicas: . controle da qualidade da água; . destino adequado das fezes; . adoção de bons hábitos de higiene.

Transformações e transferências de energia

A energia transfere-se entre os corpos, por exemplo quando um candeeiro está aceso a energia eléctrica da tomada é transferida para o candeeiro transformando-se depois em energia luminosa e térmica.

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Numa transferência de energia há sempre uma fonte e um receptor. Princípio da conservação de energia

"A energia não se cria, não se destrói, mas transforma-se e transfere-se."

Calor

O calor é a transferência de energia térmica entre dois corpos a temperaturas diferentes que ocorre até

ambos os corpos estarem em equilíbrio térmico, ou seja, à mesma temperatura.

Temperatura

A temperatura é uma propriedade dos corpos medida com termómetros em graus Celsius (ºC). A medida

no S.I. é o Kelvin (K).

Obtenção de energia pelos seres vivos: fotossíntese

Como as plantas aproveitam a energia solar para se desenvolverem ?

Pode-se dizer, de uma maneira simples, que as plantas absorvem uma parte da luz solar e a utilizam na

produção de substâncias orgânicas, necessárias ao seu crescimento e manutenção.

As plantas verdes possuem uma substância, a clorofila, capaz de absorver a radiação luminosa. A

energia absorvida é usada para transformar o gás carbônico do ar (CO2) e a água (absorvida pelas

raízes) em glicose (um açúcar), através de um processo chamado fotossíntese. O açúcar produzido é

utilizado de várias maneiras. Através do processo conhecido por "respiração", a glicose sofre muitas

transformações, nas quais ocorre liberação de energia, que o vegetal utiliza para diversas funções.

Pode-se dizer que a energia solar fica "armazenada" nas plantas. Quando necessitam de energia,

substâncias como a glicose se transformam, fornecendo a energia que a planta necessita.

Os seres vivos que não são capazes de "armazenar" a energia luminosa dependem exclusivamente do

uso de energia envolvida nas transformações químicas. De maneira geral, esses seres utilizam os

compostos orgânicos fabricados pelos organismos que fazem fotossíntese, alimentando-se desses

organismos.

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Dessa forma, as plantas estão na base da cadeia alimentar, pois delas dependem a sobrevivência dos

animais herbívoros, que, por sua vez alimentam os animais carnívoros.

São enormes as quantidades de energia que as plantas "armazenam" através da fotossíntese. Florestas

tropicais, por exemplo, "armazenam" durante um ano, cerca de 8 mil quilocalorias por metro quadrado de

floresta, ou seja 8 trilhões de quilocalorias por quilômetro quadrado (8.109 kcal/km2). Comparando com a

capacidade de produção de energia de uma usina hidrelétrica como, por exemplo, a de Barra Bonita, no

Rio Tietê, cuja capacidade é de cerca de 140 MW (megawatt), verifica-se que quantidade equivalente a

essa seria armazenada por 1 km2 de floresta absorvendo energia luminosa por duas horas e meia.

Fábricas de energia - As folhas contém um pigmento chamado clorofila, responsável pela

fotossíntese

Todo ser vivo precisa de energia para continuar existindo. É por isso que nos alimentamos. O alimento

fornece o "combustível" necessário para nosso corpo realizar atividades fundamentais, como respirar,

manter os ritmos dos batimentos cardíacos etc. Com as plantas acontece o mesmo. Elas precisam de

energia para crescer e continuar vivas. Só que, ao contrário dos animais, as plantas são capazes de

produzir seu próprio alimento. Isso é feito pela fotossíntese.

Na fotossíntese, as plantas absorvem uma parte da luz do Sol, que é armazenada pela clorofila, pigmento

verde existente nas folhas. Mesmo as plantas que possuem outras cores, como vermelho ou amarelo,

também possuem clorofila. Essa energia luminosa "estocada" é usada para transformar o gás carbônico

presente no ar e a água absorvida pelas raízes em glicose, um tipo de açúcar usado como alimento pelas

plantas.

As etapas da fotossíntese

Podemos resumir o mecanismo da fotossíntese da seguinte maneira:

1) Os pêlos existentes nas raízes das plantas absorvem a água e os sais minerais do solo. Esse material

é chamado de seiva bruta.

2) A seiva bruta percorre os minúsculos vasos que saem da raiz, seguem pelo caule e chegam até as

folhas.

3) Enquanto a seiva bruta faz esse trajeto, o gás carbônico existente na atmosfera penetra na planta

através de poros microscópicos (estômatos) existentes na superfície das folhas.

4) Na folha, graças à energia solar acumulada pela clorofila, a água e o gás carbônico reagem entre si,

produzindo alimento (glicose).

5) A glicose é conduzida ao longo dos canais existentes na planta para todas as partes do vegetal. Ela

utiliza parte desse alimento para viver e crescer; a outra parte fica armazenada na raiz, caule e sementes,

sob a forma de amido.

Respiração e transpiração

Depois de fazer a fotossíntese e fabricar glicose, a planta realiza outro processo: a respiração.

Durante a respiração, os vegetais absorvem o oxigênio do ar e eliminam gás carbônico e liberam energia.

A liberação de energia ocorre porque a quantidade de energia contida nas moléculas de glicose e de

oxigênio é maior do que a energia armazenada entre os átomos que formam o gás carbônico e a água.

Assim, quando respira, a planta libera a energia da glicose por ela fabricada.

Este é o mesmo processo que acontece nos animais e nos seres humanos. Nós não fabricamos glicose,

mas respiramos, transformando o alimento em energia.

O terceiro processo realizado pelas folhas dos vegetais é a transpiração, que nada mais é do que a

eliminação de vapor d'água. A transpiração é importante, pois facilita a obtenção de água pelas raízes,

reiniciando o ciclo da fotossíntese.

Page 10: Ciências

As plantas como fonte de energia

Os seres vivos que não são capazes de "armazenar" energia do Sol dependem da energia obtida em

outros tipos de reações químicas. Os animais, por exemplo, retiram energia dos alimentos que

consomem. Alguns animais se alimentam de plantas. São os herbívoros. Outros animais, os carnívoros,

alimentam-se de herbívoros. Outros animais ainda, chamados onívoros – entre eles, o homem –, retiram

sua energia tanto de vegetais quanto de outros animais. Essa relação entre os seres vivos que se

alimentam uns dos outros é a chamada cadeia alimentar. Portanto, as plantas estão na base da cadeia

alimentar, que mantém os grandes animais, entre eles, o homem.

Exemplos de cadeias alimentares

capim preá jaguatirica

papéis

tecidos traça aranha lagartixa

A descoberta da fotossíntese

Até o século XVII, os cientistas imaginavam que o solo era o responsável pelo fornecimento de todos os

nutrientes necessários para o crescimento dos vegetais.

Foi nessa época em que o médico e alquimista Jan Baptist van Helmont (1580-1644) concluiu que essa

idéia não era verdadeira. Durante cinco anos, ele forneceu água a um pequeno salgueiro. Passado esse

tempo, verificou que a terra perdeu 57 gramas, enquanto a planta saltou de 2 para 75 quilos. Van Helmont

concluiu que era a água que fornecia os nutrientes necessários para o crescimento da planta. Em 1777, o

químico inglês Joseph Priestley (1733-1804) descobriu que as plantas poderiam "restaurar o ar que havia

sido danificado pela queima de uma vela". Ao colocar uma vela coberta por um jarro, percebeu que a

chama apagava rapidamente. Em seguida, Priestley colocou um camundongo no mesmo recipiente em

que estava a vela.

Resultado: o animal morreu. Num terceiro momento, ele colocou um ramo de hortelã no jarro e dez dias

depois conseguiu acender a vela. Finalmente, ele pôs um camundongo no recipiente onde já estavam a

vela e a hortelã. Desta vez, o ratinho sobreviveu. Graças a essas experiências, o químico concluiu que

"nenhum vegetal cresce em vão, pois limpa e purifica nossa atmosfera". O físico Jan Ingenhousz (1730-

1799) confirmou o trabalho de Priestley em 1778. Ele observou que a luz era responsável pela

"restauração do ar"; descobriu que somente as partes verdes da planta "restauram" o ar. Anos mais tarde,

ele formulou a hipótese de que a planta trocava "ar de má qualidade" por "ar de boa qualidade". Ele

sugeriu que, na presença da luz solar, uma planta consumia gás carbônico, eliminava oxigênio e

guardava o carbono como fonte de alimento. O cientista Nicholas Theodore de Saussure (1767-1845)

demonstrou que há troca de volumes iguais de oxigênio e gás carbônico durante a fotossíntese e que a

planta retém carbono e ganha peso.

Amazônia: o pulmão do mundo?

Você já ouviu dizer que a Amazônia é o pulmão do mundo? Até algum tempo atrás, acreditava-se que,

pelas dimensões da floresta, a região Amazônica seria a grande responsável pela manutenção dos níveis

de oxigênio da Terra.

Pesquisas recentes, no entanto, descobriram um novo "pulmão": as algas marinhas.

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Apesar de existirem nas cores azul, verde, marrom, amarelo e vermelho, todas as algas têm clorofila e

fazem fotossíntese. Esses organismos são tão numerosos, que se atribui à sua fotossíntese a maior parte

do oxigênio existente no planeta.