ciência da legislação

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1 Ciência da Ciência da Legislação Legislação Introdução Introdução

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Ciência da Legislação. Introdução. Introdução. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Ciência da Legislação

1

Ciência da LegislaçãoCiência da Legislação

IntroduçãoIntrodução

Page 2: Ciência da Legislação

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IntroduçãoIntrodução O que existe de especial em O que existe de especial em fazerfazer boas boas

leis? Trata-se de um talento natural, que leis? Trata-se de um talento natural, que somente alguns possuem, de alguma somente alguns possuem, de alguma forma uma forma uma artearte, como a poesia? Ou de , como a poesia? Ou de uma uma técnicatécnica, susceptível de , susceptível de desenvolvimento e de apuramento, desenvolvimento e de apuramento, como a culinária? Ou, ainda, de uma como a culinária? Ou, ainda, de uma verdadeira verdadeira ciênciaciência, regida por princípios , regida por princípios e regras específicas, que pode e deve ser e regras específicas, que pode e deve ser ensinada e aprendida? ensinada e aprendida?

Page 3: Ciência da Legislação

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IntroduçãoIntrodução

Numa visão tradicional, ainda presente Numa visão tradicional, ainda presente em sociedades tribais, a ideia de lei não em sociedades tribais, a ideia de lei não tinha um sentido necessário de dever, de tinha um sentido necessário de dever, de conduta imposta ou proibida, reflectindo conduta imposta ou proibida, reflectindo antes o comportamento antes o comportamento normalnormal,, constituindo parte não autónoma da constituindo parte não autónoma da cultura e do discurso comunicacional.cultura e do discurso comunicacional.

Page 4: Ciência da Legislação

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IntroduçãoIntrodução Quando a ideia de lei ganhou o sentido de Quando a ideia de lei ganhou o sentido de

comandocomando, mais do que de norma, nem por isso , mais do que de norma, nem por isso deixou de ser mais um comando de conduta deixou de ser mais um comando de conduta reveladorevelado e não ditado e não ditado estatuídoestatuído (o costume, (o costume, a a common law common law e ae a statute law statute law))..

Nesta época, o conceito de lei não implicava a Nesta época, o conceito de lei não implicava a ideia de regra (generalidade e abstracção): ideia de regra (generalidade e abstracção): lei, lei, decisão, sentença decisão, sentença eram essencialmente eram essencialmente imposições do poderimposições do poder, fundadas na autoridade , fundadas na autoridade do soberano do soberano

Page 5: Ciência da Legislação

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IntroduçãoIntrodução

A ideia de A ideia de lei como regralei como regra, distinta , distinta de outras manifestações do poder,de outras manifestações do poder, somente se implanta com as somente se implanta com as revoluções americana e francesa; revoluções americana e francesa; são estas revoluções que consolidam são estas revoluções que consolidam a ideia de a ideia de ordenação social pela lei.ordenação social pela lei.

Page 6: Ciência da Legislação

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IntroduçãoIntrodução É também por esta altura que nasce a ideia de É também por esta altura que nasce a ideia de

legitimação orgânicalegitimação orgânica e e formalformal da lei: a lei da lei: a lei parlamentar, única legítima e a forma de lei, parlamentar, única legítima e a forma de lei, sujeita a rituais impostos pela Constituição sujeita a rituais impostos pela Constituição (aprovação, promulgação, publicação).(aprovação, promulgação, publicação).

E, ainda, a concepção da E, ainda, a concepção da superioridade da leisuperioridade da lei sobre as outras estatuições do(s) poder(es) – sobre as outras estatuições do(s) poder(es) – sentenças judiciais e decisões administrativas; sentenças judiciais e decisões administrativas; é a consolidação da ideia de Estado de direito.é a consolidação da ideia de Estado de direito.

Page 7: Ciência da Legislação

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IntroduçãoIntrodução Note-se que, até esta época, já havia quem há Note-se que, até esta época, já havia quem há

muito tivesse escrito sobre a qualidade das leis muito tivesse escrito sobre a qualidade das leis positivas; mas a legitimidade destas confundia-positivas; mas a legitimidade destas confundia-se com a legitimidade do soberano que as se com a legitimidade do soberano que as ditara, não exigindo qualquer análise de mérito.ditara, não exigindo qualquer análise de mérito.

A ideia de A ideia de legitimidade substancial da leilegitimidade substancial da lei é é muito mais recente, do século XX; assenta na muito mais recente, do século XX; assenta na avaliação dos resultados obtidos com a avaliação dos resultados obtidos com a aplicação da lei (aplicação da lei (análise retrospectivaanálise retrospectiva) ou na ) ou na prognose dos resultados pretendidos (prognose dos resultados pretendidos (análise análise prospectivaprospectiva). ).

Page 8: Ciência da Legislação

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Ciência da LegislaçãoCiência da Legislação

A autoria da leiA autoria da lei

Page 9: Ciência da Legislação

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A autoria da normaA autoria da norma

Normas e leis: produção normativa e Normas e leis: produção normativa e competência legislativacompetência legislativa

Leis em sentido material e leis em sentido Leis em sentido material e leis em sentido formal: competência legislativa e competência formal: competência legislativa e competência regulamentarregulamentar

Todas as leis são iguais, mas algumas são mais Todas as leis são iguais, mas algumas são mais iguais do que outras: leis constitucionais e leis de iguais do que outras: leis constitucionais e leis de valor reforçadovalor reforçado

Page 10: Ciência da Legislação

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Autoria da norma 2Autoria da norma 2 A Assembleia da RepúblicaA Assembleia da República O GovernoO Governo Os órgãos próprios da União EuropeiaOs órgãos próprios da União Europeia As assembleias regionais dos Açores e da MadeiraAs assembleias regionais dos Açores e da Madeira Os governos regionais dos Açores e da MadeiraOs governos regionais dos Açores e da Madeira As assembleias municipais e as câmaras As assembleias municipais e as câmaras

municipaismunicipais As assembleias de freguesiaAs assembleias de freguesia Os órgãos das associações públicas e dos Os órgãos das associações públicas e dos

institutos públicos institutos públicos

Page 11: Ciência da Legislação

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Ciência da LegislaçãoCiência da Legislação

O conteúdo da leiO conteúdo da lei

Page 12: Ciência da Legislação

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Problemas Problemas da produção normativada produção normativa

Os princípiosOs princípios

Os problemasOs problemas

Os instrumentos técnicosOs instrumentos técnicos

Page 13: Ciência da Legislação

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Os princípiosOs princípios

IgualdadeIgualdade – Ex: distribuição de seringas a tóxico-– Ex: distribuição de seringas a tóxico-dependentes – e os diabéticos?dependentes – e os diabéticos?

Adequação (ou proporcionalidadeAdequação (ou proporcionalidade)) – – exclusão dos exclusão dos procedimentos de contratação pública dos concorrentes procedimentos de contratação pública dos concorrentes que tenham dívidas à segurança social? O CCP?que tenham dívidas à segurança social? O CCP?

Protecção da confiançaProtecção da confiança – – Ex: DL n.º351/93, de 14 de Ex: DL n.º351/93, de 14 de Novembro, e DLn.º61/95, de 7 de Outubro – caducidade de Novembro, e DLn.º61/95, de 7 de Outubro – caducidade de licenças urbanísticas incompatíveis com regras de um PROT licenças urbanísticas incompatíveis com regras de um PROT superveniente superveniente

Densidade suficienteDensidade suficiente InteligibilidadeInteligibilidade

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As preocupaçõesAs preocupações

Coerência internaCoerência interna

Compatibilidade jurídicaCompatibilidade jurídica Ex: a participação do Ex: a participação do ministério público em rusgas policiaisministério público em rusgas policiais

Coerência externaCoerência externa – Ex: aumentar o investimento – Ex: aumentar o investimento e reduzir os benefícios fiscaise reduzir os benefícios fiscais

Respeito pelos princípiosRespeito pelos princípios

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Instrumentos técnicosInstrumentos técnicos

Prescrições – imposições e proibiçõesPrescrições – imposições e proibições DirectivasDirectivas Estímulos:Estímulos:- VantagensVantagens- Redução ou eliminação de encargosRedução ou eliminação de encargos LicenciamentosLicenciamentos Formas de coordenação e colaboraçãoFormas de coordenação e colaboração ContratosContratos

Page 16: Ciência da Legislação

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PrescriçõesPrescrições

Artigo 26º da LBAArtigo 26º da LBA: - Em território nacional ou área sob : - Em território nacional ou área sob jurisdição portuguesa é proibido lançar, depositar ou, por jurisdição portuguesa é proibido lançar, depositar ou, por qualquer outra forma, introduzir nas águas. no solo, no qualquer outra forma, introduzir nas águas. no solo, no subsolo ou na atmosfera efluentes, resíduos radioactivos e subsolo ou na atmosfera efluentes, resíduos radioactivos e outros e produtos que contenham substâncias ou outros e produtos que contenham substâncias ou microrganismos que possam alterar as características ou microrganismos que possam alterar as características ou tornar impróprios para …tornar impróprios para …

Artigo 27º, nº.1, alínea i), da LBAArtigo 27º, nº.1, alínea i), da LBA: São instrumentos da : São instrumentos da política de ambiente e do ordenamento do território:política de ambiente e do ordenamento do território:

i) A redução ou suspensão de laboração de todas as i) A redução ou suspensão de laboração de todas as actividades ou transferência de estabelecimentos que de actividades ou transferência de estabelecimentos que de qualquer modo sejam factores de poluição;… qualquer modo sejam factores de poluição;…

Page 17: Ciência da Legislação

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EstímulosEstímulos

Redução ou eliminação de Redução ou eliminação de encargos:encargos:

Artigo 19.° da Lei nº.33/96, de 17 Artigo 19.° da Lei nº.33/96, de 17 de Agostode Agosto

(Incentivos fiscais) Serão objecto (Incentivos fiscais) Serão objecto de incentivos fiscais as acções de incentivos fiscais as acções com vista a estimular:com vista a estimular:

a) O associativismo das a) O associativismo das explorações florestais;explorações florestais;

b) As acções de emparcelamento b) As acções de emparcelamento florestal;florestal;

c) As acções tendentes a evitar o c) As acções tendentes a evitar o fraccionamento da propriedade fraccionamento da propriedade florestal;florestal;

d) O auto financiamento do d) O auto financiamento do investimento florestal, investimento florestal, nomeadamente no domínio da nomeadamente no domínio da prevenção activa dos incêndios prevenção activa dos incêndios florestais. florestais.

Vantagens:Vantagens: Artigo 29º, nº.1, da Lei dosArtigo 29º, nº.1, da Lei dos Solos: Solos: A Administração cederá, mediante A Administração cederá, mediante

acordo directo com os respectivos acordo directo com os respectivos promotores ou interessados, o promotores ou interessados, o direito de superfície sobre direito de superfície sobre terrenos destinados:terrenos destinados:

a) A edifícios ou instalações de a) A edifícios ou instalações de interesse público;interesse público;

b) A empreendimentos relativos a b) A empreendimentos relativos a habitação social;habitação social;

c) A edifícios para habitação c) A edifícios para habitação própria, ainda que em regime de própria, ainda que em regime de propriedade horizontal. propriedade horizontal.

Page 18: Ciência da Legislação

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DirectivasDirectivas

Artigo 14º da LBAArtigo 14º da LBA: A exploração dos recursos do : A exploração dos recursos do subsolo deverá ter em conta:subsolo deverá ter em conta:

a) Os interesses de conservação da Natureza e dos a) Os interesses de conservação da Natureza e dos recursos naturais;recursos naturais;

b) A necessidade de obedecer a um plano global de b) A necessidade de obedecer a um plano global de desenvolvimento e, portanto, a uma articulação desenvolvimento e, portanto, a uma articulação a nível nacional;a nível nacional;

c) Os interesses e questões que local e mais c) Os interesses e questões que local e mais directamente interessem às regiões e directamente interessem às regiões e autarquias onde se insiram.autarquias onde se insiram.

Page 19: Ciência da Legislação

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Condicionamentos /licenciamentosCondicionamentos /licenciamentos

CondicionamentosCondicionamentosArtigo 9º, nº.1, da LBAArtigo 9º, nº.1, da LBA::d) Os anúncios luminosos só são d) Os anúncios luminosos só são

permitidos nas áreas urbanas permitidos nas áreas urbanas e são condicionadas as suas e são condicionadas as suas cor, forma, localização e cor, forma, localização e intermitência por normas a intermitência por normas a fixar especificamente. fixar especificamente.

Artigo 37º, nº.2, da Lei dos Solos:Artigo 37º, nº.2, da Lei dos Solos:). Nos aglomerados urbanos não ). Nos aglomerados urbanos não

incluídos no número anterior, incluídos no número anterior, a demolição [de imóveis a demolição [de imóveis urbanos] pode ser autorizada urbanos] pode ser autorizada por qualquer motivo por qualquer motivo socialmente justificado. socialmente justificado.

LicenciamentosLicenciamentos Artigo 11º, nº.1, da LBAArtigo 11º, nº.1, da LBA: :

Todas as utilizações da água Todas as utilizações da água carecem de autorização carecem de autorização prévia de entidade prévia de entidade competente, devendo essa competente, devendo essa autorização ser acompanhada autorização ser acompanhada da definição dos respectivos da definição dos respectivos condicionamentos. condicionamentos.

Page 20: Ciência da Legislação

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Formas de coordenação e colaboraçãoFormas de coordenação e colaboração

Artigo 68º do DLnº.236/98, de 1 de Agosto:Artigo 68º do DLnº.236/98, de 1 de Agosto: Com vista à promoção da melhoria da qualidade das águas e da protecção Com vista à promoção da melhoria da qualidade das águas e da protecção

do meio aquático através da redução gradual da poluição causada pela do meio aquático através da redução gradual da poluição causada pela descarga de águas residuais no meio aquático e no solo, e conforme o descarga de águas residuais no meio aquático e no solo, e conforme o disposto no n°.2 do artigo 35.° da Lei n°.11/87, de 7 de Abril, poderão ser disposto no n°.2 do artigo 35.° da Lei n°.11/87, de 7 de Abril, poderão ser celebrados entre as associações representativas dos sectores, por um lado, celebrados entre as associações representativas dos sectores, por um lado, e o MA e ministério responsável pelo sector da actividade económica, por e o MA e ministério responsável pelo sector da actividade económica, por outro, contratos de promoção ambiental.outro, contratos de promoção ambiental.

Artigo 1º, nº.3, do DL nº.384/87, de 24 de Dezembro:Artigo 1º, nº.3, do DL nº.384/87, de 24 de Dezembro: Os contratos-programa têm por objecto a execução de um projecto ou Os contratos-programa têm por objecto a execução de um projecto ou

conjunto de projectos de investimentos que, envolvendo técnica e conjunto de projectos de investimentos que, envolvendo técnica e financeiramente um ou mais municípios e departamentos da financeiramente um ou mais municípios e departamentos da administração central, resultem de um processo de decisão colegial dos administração central, resultem de um processo de decisão colegial dos órgãos municipais e respeitem as regras e condições fixadas no presente órgãos municipais e respeitem as regras e condições fixadas no presente diploma. diploma.

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Ciência da legislaçãoCiência da legislação

A densidade da lei A densidade da lei

Page 22: Ciência da Legislação

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Uma lei fluída?Uma lei fluída?

Motivação principal:Motivação principal: adaptabilidade às adaptabilidade às circunstâncias da vida socialcircunstâncias da vida social

Objectivo principal:Objectivo principal: norma flexível e adaptável norma flexível e adaptável (papel da autonomia da vontade, da (papel da autonomia da vontade, da discricionaridade, da jurisprudência, etc.).discricionaridade, da jurisprudência, etc.).

Formulações:Formulações: conceitos vagos e indeterminados, conceitos vagos e indeterminados, atipicidade, enumerações exemplificativasatipicidade, enumerações exemplificativas

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Ou uma lei rígida?Ou uma lei rígida?

Motivação principalMotivação principal: : segurança jurídica segurança jurídica (condicionamento estrito da vida social – ex.: (condicionamento estrito da vida social – ex.: respeito pelos direitos fundamentais)respeito pelos direitos fundamentais)

Objectivo principal:Objectivo principal: norma estável, aplicada norma estável, aplicada uniformementeuniformemente

Formulações:Formulações: conceitos precisos, tipicidade, conceitos precisos, tipicidade, enumerações taxativasenumerações taxativas

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Artigo 48º CPAArtigo 48º CPA Fundamento da escusa e suspeição Fundamento da escusa e suspeição

O titular de órgão ou agente deve pedir dispensa de O titular de órgão ou agente deve pedir dispensa de intervir no procedimento quando ocorra intervir no procedimento quando ocorra circunstância pela qual possa razoavelmente circunstância pela qual possa razoavelmente suspeitar-se da sua isenção ou da rectidão da sua suspeitar-se da sua isenção ou da rectidão da sua conduta e, designadamente: conduta e, designadamente:

……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………

d) Se houver d) Se houver inimizade grave ou grande intimidadeinimizade grave ou grande intimidade entre o titular do órgão ou agente ou o seu entre o titular do órgão ou agente ou o seu cônjuge e a pessoa com interesse directo no cônjuge e a pessoa com interesse directo no procedimento, acto ou contrato. procedimento, acto ou contrato.

Page 25: Ciência da Legislação

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Artigo 56º CPAArtigo 56º CPAPrincípio do inquisitórioPrincípio do inquisitório

Os órgãos administrativos, mesmo que o Os órgãos administrativos, mesmo que o procedimento seja instaurado por iniciativa dos procedimento seja instaurado por iniciativa dos interessados, podem proceder interessados, podem proceder às diligências que às diligências que considerem convenientesconsiderem convenientes para a instrução, ainda para a instrução, ainda que sobre matérias não mencionadas nos que sobre matérias não mencionadas nos requerimentos ou nas respostas dos interessados, requerimentos ou nas respostas dos interessados, e decidir coisa diferente ou mais ampla do que a e decidir coisa diferente ou mais ampla do que a pedida, quando o interesse público assim o exigir. pedida, quando o interesse público assim o exigir.

Page 26: Ciência da Legislação

2626

Ciência da legislaçãoCiência da legislação

Participação dos interessados no Participação dos interessados no procedimento legislativoprocedimento legislativo

Page 27: Ciência da Legislação

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Conceito de participaçãoConceito de participação

Participação – interacção entre o Participação – interacção entre o legislador e os cidadãos ou grupos legislador e os cidadãos ou grupos interessados na leiinteressados na leiInfluência – os grupos de interesses Influência – os grupos de interesses ((lobbieslobbies))Negociação – as leis concertadas Negociação – as leis concertadas (CES, CPCS)(CES, CPCS)

Page 28: Ciência da Legislação

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Objectivos da participaçãoObjectivos da participação

Antecipação dos efeitos indesejáveis Antecipação dos efeitos indesejáveis da leida leiTomada em consideração dos Tomada em consideração dos diversos interesses envolvidosdiversos interesses envolvidosGarantia de melhor aplicação da leiGarantia de melhor aplicação da lei

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Efeitos perversosEfeitos perversos

A “sobre eficiência” da participação – A “sobre eficiência” da participação – os poderes políticos os poderes políticos de factode factoO efeito de capturaO efeito de capturaO arrastamento do processo O arrastamento do processo legislativolegislativoAs incoerências da leiAs incoerências da lei

Page 30: Ciência da Legislação

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Grupos de interessesGrupos de interesses

A.A. O aumento de importância dos O aumento de importância dos grupos (a diferenciação social)grupos (a diferenciação social)

B.B. A perda de importância das A perda de importância das instituições tradicionais – vg. instituições tradicionais – vg. sindicatossindicatos

C.C. A globalizaçãoA globalizaçãoD.D. A catálise mediáticaA catálise mediáticaE.E. Do Estado prestador ao Estado Do Estado prestador ao Estado

reguladorregulador

Page 31: Ciência da Legislação

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Participação legislativa - ARParticipação legislativa - AR Forma – audição (física ou virtual)Forma – audição (física ou virtual) Regra geral – participação facultativaRegra geral – participação facultativa Participação obrigatória:Participação obrigatória: Legislação de trabalho – sindicatos (artigo Legislação de trabalho – sindicatos (artigo

146º do Regimento)146º do Regimento) Autarquias locais e Regiões Autónomas Autarquias locais e Regiões Autónomas

(artigos 151º e 152º do Regimento)(artigos 151º e 152º do Regimento) Eleições, associações e partidos políticos – Eleições, associações e partidos políticos –

partidos com representação parlamentar partidos com representação parlamentar (artigo 7º do Estatuto da Oposição)(artigo 7º do Estatuto da Oposição)

CES, CPCSCES, CPCS

Page 32: Ciência da Legislação

3232

Participação legislativa - GOVParticipação legislativa - GOV RAs – audição obrigatória - artigo 19ºRAs – audição obrigatória - artigo 19º ““Outras audições previstas na lei” – Outras audições previstas na lei” –

artigo 20ºartigo 20ºOBS. A aprovação do diploma na OBS. A aprovação do diploma na

generalidade antes de decorrido o generalidade antes de decorrido o prazo – artigo 20º, nº.3 prazo – artigo 20º, nº.3

Page 33: Ciência da Legislação

3333

Momentos participativosMomentos participativosOpções:Opções:1.1. Logo no início do procedimento Logo no início do procedimento

legislativo, na elaboração do legislativo, na elaboração do anteprojecto?anteprojecto?

2.2. Entre a conclusão do anteprojecto e a Entre a conclusão do anteprojecto e a aprovação do projecto?aprovação do projecto?

3.3. Perante um projecto já pronto?Perante um projecto já pronto?Quando é mais útil e eficiente a Quando é mais útil e eficiente a

participação?participação?Provavelmente, só perante um projecto já Provavelmente, só perante um projecto já

concluídoconcluído..

Page 34: Ciência da Legislação

3434

Dificuldades da participaçãoDificuldades da participação

O tradicional secretismo do O tradicional secretismo do procedimento legislativo procedimento legislativo governamentalgovernamentalA identificação dos principais A identificação dos principais interessados na lei (falta de interessados na lei (falta de associações)associações)A falta de empenho dos interessadosA falta de empenho dos interessadosAs participações “de sinal oposto”As participações “de sinal oposto”

Page 35: Ciência da Legislação

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Para uma boa participaçãoPara uma boa participação

Uma boa lista das entidades a contactarUma boa lista das entidades a contactarUm prazo razoávelUm prazo razoávelUma nota explicativa da consulta: Legislar Uma nota explicativa da consulta: Legislar para quê? Porquê? Em que sentido?para quê? Porquê? Em que sentido?Um questionário sobre os pontos de maior Um questionário sobre os pontos de maior relevorelevoEnvio da informação disponível e da Envio da informação disponível e da avaliação prospectiva de impacto da leiavaliação prospectiva de impacto da leiPublicitação dos resultados da consulta e Publicitação dos resultados da consulta e acesso público aos pareceresacesso público aos pareceres

Page 36: Ciência da Legislação

3636

O sistema de actos normativos 1O sistema de actos normativos 1

1. Sistema de actos normativos e hierarquia 1. Sistema de actos normativos e hierarquia das fontes de direito.das fontes de direito.

2. Actos normativos e actos legislativos – 2. Actos normativos e actos legislativos – sentidos da palavra sentidos da palavra leilei::

- a lei como norma jurídica;- a lei como norma jurídica;- a lei como norma jurídico-pública;- a lei como norma jurídico-pública;- a lei como acto da função legislativa em - a lei como acto da função legislativa em

sentido próprio;sentido próprio;- a lei como acto normativo parlamentar (a - a lei como acto normativo parlamentar (a

reserva de lei);reserva de lei);- a lei em sentido formal.- a lei em sentido formal.

Page 37: Ciência da Legislação

3737

O sistema de actos normativos 2O sistema de actos normativos 2

Constituição e leis de revisão Constituição e leis de revisão constitucional;constitucional;

O direito internacional público comum e O direito internacional público comum e convencional – o convencional – o jus cogensjus cogens

Leis de valor reforçado (artigo 112.º, n.º3, Leis de valor reforçado (artigo 112.º, n.º3, da CRPda CRP))

Leis da AR e decretos-leis do Governo Leis da AR e decretos-leis do Governo Regulamentos administrativos - o artigo Regulamentos administrativos - o artigo

112.º, n.ºs 6 e 7, da CRP;112.º, n.ºs 6 e 7, da CRP; Contratos normativos Contratos normativos

Page 38: Ciência da Legislação

3838

O sistema de actos administrativos O sistema de actos administrativos – relações entre normas– relações entre normas

Relações entre normas: concurso aparente e Relações entre normas: concurso aparente e concurso real.concurso real.

Critérios de prevalência:Critérios de prevalência:a) O primado do direito comunitário a) O primado do direito comunitário (o artigo 8.º, n.º4, da CRP);(o artigo 8.º, n.º4, da CRP);b) Hierarquia;b) Hierarquia;c) Especialidade e excepcionalidade;c) Especialidade e excepcionalidade;d) Subsidiariedade e proximidade;d) Subsidiariedade e proximidade;e) Favorabilidade.e) Favorabilidade.

Page 39: Ciência da Legislação

3939

A execução da lei -1A execução da lei -1 Fazer uma lei e não velar pela sua execução é o Fazer uma lei e não velar pela sua execução é o

mesmo que autorizar aquilo que queremos proibirmesmo que autorizar aquilo que queremos proibir – –   ArmandArmand RichelieuRichelieu

Quando vou a um país, não examino se há boas leis, Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis há por toda a parteleis há por toda a parte – – MontesquieuMontesquieu

As leis de difícil execução em geral não podem ser As leis de difícil execução em geral não podem ser boasboas – – Thomas PaineThomas Paine

Não há leis tão justas e leves que não necessitem de Não há leis tão justas e leves que não necessitem de quem as faça executar e guardarquem as faça executar e guardar – – Padre António Padre António VieiraVieira

O desprezo pelas leis é o mais seguro presságio da O desprezo pelas leis é o mais seguro presságio da decadência de um governo, pois que a ordem decadência de um governo, pois que a ordem apenas existe quando se executamapenas existe quando se executam – – Padre Manuel Padre Manuel BernardesBernardes

Page 40: Ciência da Legislação

4040

A execução da lei - 2A execução da lei - 2 Aplicação, cumprimento e execução da lei Aplicação, cumprimento e execução da lei Execução por via regulamentar, por via Execução por via regulamentar, por via

administrativa e por via judicialadministrativa e por via judicial Execução e exequibilidadeExecução e exequibilidade Condições de execução:Condições de execução:- Condições financeiras;Condições financeiras;- Recursos humanos;Recursos humanos;- Recursos técnicos.Recursos técnicos.

Page 41: Ciência da Legislação

4141

Recursos indispensáveis à Recursos indispensáveis à produção de efeitos da leiprodução de efeitos da lei

Recursos financeiros bastantes para fazer Recursos financeiros bastantes para fazer face às despesas causadas pelo início da face às despesas causadas pelo início da aplicação da leiaplicação da lei

Recursos materiais indispensáveis à Recursos materiais indispensáveis à aplicação da lei (equipamentos, etc.)aplicação da lei (equipamentos, etc.)

Recursos humanos com a qualificação Recursos humanos com a qualificação necessária para garantir a aplicação da leinecessária para garantir a aplicação da lei

Page 42: Ciência da Legislação

4242

Ciência da legislaçãoCiência da legislação

A avaliação da leiA avaliação da lei

Page 43: Ciência da Legislação

4343

Porquê avaliar a lei?Porquê avaliar a lei?

Porque a avaliação constitui um instrumento Porque a avaliação constitui um instrumento essencial de apoio às decisões legislativasessencial de apoio às decisões legislativas

Porque sem avaliar prospectivamente os efeitos Porque sem avaliar prospectivamente os efeitos da lei não se pode assegurar a utilidade e a da lei não se pode assegurar a utilidade e a eficiência destaeficiência desta

Porque a legitimidade (legitimação) da lei Porque a legitimidade (legitimação) da lei depende cada vez mais de tais utilidade e depende cada vez mais de tais utilidade e eficiência.eficiência.

Page 44: Ciência da Legislação

4444

Possibilidade da avaliaçãoPossibilidade da avaliação

Existência dos recursos que operam como Existência dos recursos que operam como condições à produção de efeitos da leicondições à produção de efeitos da lei

Capacidade de antecipação das reacções dos Capacidade de antecipação das reacções dos destinatários da leidestinatários da lei

Análise de custos-benefícios do incumprimento Análise de custos-benefícios do incumprimento da leida lei

Page 45: Ciência da Legislação

4545

O que é avaliar prospectivamente?O que é avaliar prospectivamente?

É prever as consequências da aplicação da lei, É prever as consequências da aplicação da lei, com base na informação e no conhecimento da com base na informação e no conhecimento da realidade existentes à data do início de tal realidade existentes à data do início de tal aplicaçãoaplicaçãoÉ antecipar os possíveis obstáculos aos efeitos É antecipar os possíveis obstáculos aos efeitos pretendidos pelo legislador e eventuais pretendidos pelo legislador e eventuais consequências indesejadas da aplicação da leiconsequências indesejadas da aplicação da leiA avaliação tenta calcular as hipóteses de êxito A avaliação tenta calcular as hipóteses de êxito da intervenção, as resistências que contra ela se da intervenção, as resistências que contra ela se podem opor, os efeitos perversos que ela corre o podem opor, os efeitos perversos que ela corre o risco de provocar - MORANDrisco de provocar - MORAND

Page 46: Ciência da Legislação

4646

Antecipação da reacçãoAntecipação da reacçãodos destinatários da leidos destinatários da lei

O inevitável juízo individual formulado pelos O inevitável juízo individual formulado pelos destinatários da lei sobre a legitimidade substancial destinatários da lei sobre a legitimidade substancial desta – objecções éticas, ideológicas, religiosasdesta – objecções éticas, ideológicas, religiosas

Reacções maximalistas: o aproveitamento das Reacções maximalistas: o aproveitamento das vantagens decorrentes da lei para além do quadro vantagens decorrentes da lei para além do quadro previsto pelo legisladorprevisto pelo legislador

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