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ESTUDOS CGD # 1 Síntese das principais conclusões do estudo CIDADES E DESENVOLVIMENTO: Um domínio de potencial estratégico para a economia Portuguesa

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ESTUDOS CGD # 1

Síntese das principais conclusões do estudo

CIDADESE DESENVOLVIMENTO:Um domínio de potencial estratégicopara a economia Portuguesa

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CIDADES E DESENVOLVIMENTO: Um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa

Síntese das principais conclusões do estudo | Julho 2011

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Abreviaturas

ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses

AIP-CE – Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial

CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional

ComUrbs – Comunidades Urbanas

DES – Desenvolvimento Económico e Social

DGAL - Direcção Geral das Autarquias Locais

DGOTDU – Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano

GET – Gabinete de Estudos da CGD

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

OCS – Órgãos de Comunicação Social

POCAL – Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais

SaeR – Sociedade de Avaliação Estratégia e Risco, Lda.

SIG – Sistemas de Informação Geográficos

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CIDADES E DESENVOLVIMENTO: Um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa

Síntese das principais conclusões do estudo | Julho 2011

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ESTUDOS CGD # 1 CIDADES E DESENVOLVIMENTO: Um domínio de potencial estratégico para a economia Portuguesa

Síntese das principais conclusões do estudo

JULHO 2011

FICHA TÉCNICA

Título

«Cidades e Desenvolvimento: Um domínio de potencial

estratégico para a economia portuguesa» | Julho 2011

Autoria

SaeR – Ernâni Rodrigues Lopes e José Poças Esteves

(coordenação)

GET – Gabinete de Estudos da CGD

Cláusula de Salvaguarda

As informações externas referidas foram obtidas junto de fontes

consideradas fiáveis, não se garantindo, porém, a sua

exactidão.

As opiniões expressas são da SaeR, sendo da sua exclusiva

responsabilidade, não vinculando a CGD.

Paginação

Sónia Sequeira, Direcção de Comunicação e Marca da Caixa

Geral de Depósitos.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Paulo Fallen da Direcção de Banca

Institucional da Caixa Geral de Depósitos.

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CIDADES E DESENVOLVIMENTO: Um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa

Síntese das principais conclusões do estudo | Julho 2011

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Índice

Prefácio .............................................................................................................................................................5

O papel das cidades na Economia portuguesa .............................................................................................7

A Cidade: funções e mecanismos ..................................................................................................................7

O(s) novo(s) conceito(s) de espaço estratégico ............................................................................................8

A política e a estratégia das cidades ..............................................................................................................8

Governança, gestão e financiamento dos municípios portugueses.............................................................9

Situação actual dos municípios portugueses: Uma mentalidade distributiva............................................10

A eficiência, o crescimento e a geração de riqueza não têm constituído prioridades para a gestão dos municípios.................................................................................................................10

Fraca autonomia dos municípios e forte dependência do Estado.......................................................11

Um enquadramento institucional desadequado....................................................................................12

Uma atitude, organização e escrutínio insuficientes ............................................................................12

Uma nova perspectiva para os municípios portugueses: Uma mentalidade de promotor-investidor ............................................................................................................................13

Instrumentos e métricas de avaliação da Gestão das Cidades .................................................................14

O Perfil de Excelência.............................................................................................................................14

A Matriz de Posicionamento Estratégio.................................................................................................15

Uma nova missão e uma nova visão para as cidades portuguesas ..........................................................16

Os objectivos estratégicos.............................................................................................................................16

Plano de Acção ..............................................................................................................................................17

Duas propostas de base .........................................................................................................................17

Um Novo Modelo de Financiamento/Risco ....................................................................................17

Um Novo Modelo de Gestão ...........................................................................................................18

Políticas, medidas e acções propostas .................................................................................................18

Acções de boa Governança e Boa Gestão ....................................................................................18

Adequação do enquadramento Jurídico-Administrativo................................................................21

Adequação do Sistema Financeiro ................................................................................................22

Programas para a mudança ..................................................................................................................22

Anexo I - Perfil de Excelência (grelha ilustrativa)...........................................................................23

Anexo II - Matriz de Posicionamento (grelha ilustrativa e ponderação dos factores) ................24

Bibliografia e Fontes ......................................................................................................................................25

ANEXOS

Programas para a mudança do estudo "Cidades e Desenvolvimento: um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa" ..............................................................................31

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Prefácio

Tendo a CGD tradicionalmente uma posição significativamente relevante na designada Banca Institucional na

Economia Portuguesa, com especial destaque na quota de crédito junto das Autarquias, tem observado,

sobretudo nos últimos 3 anos, sinais expressivos de alteração de tendências no mercado/ambiente sócio

económico das autarquias.

Estas alterações são, por um lado, derivadas de toda a turbulência financeira que abalou em 2008 basicamente

os países da Zona OCDE e, por outro, tem origem na análise do actual modelo económico e financeiro, aliás

vigente no mercado autárquico nos últimos 35 anos, que foi um sistema que teve efeitos e méritos altamente

positivos no desenvolvimento autárquico, regional e interior do país. Tal constatação e verdade são indiscutíveis.

Mas, neste momento, por força das mudanças já aduzidas, o referido modelo já não pode dar um contributo

válido na criação da riqueza material, social e cultural, atributos estes e funções que fazem intrinsecamente

parte do desígnio do poder autárquico.

Neste quadro, a CGD solicitou então à SaeR um trabalho com vista a aprofundar o diagnóstico no actual

contexto do mercado autárquico em sentido amplo e o apontamento de um conjunto de princípios e linhas de

acção concretas, no sentido das autarquias e as cidades poderem continuar a serem um factor decisivo na

geração de riqueza económica, na qualidade de vida das populações e sustentabilidade, bem como no

conhecimento, na inovação e criatividade, de forma a poderem contribuir também para o choque positivo na

competitividade da Economia Portuguesa.

Como síntese principal deste trabalho da SaeR/CGD enfatizo quando o mesmo salienta que a gestão das

autarquias, em oposição a uma óptica basicamente distributiva, actualmente vigente, deve assumir uma cultura

promotor-investidor traduzida no seguinte:

Visão estratégica integradora – identifica os factores fundamentais de competitividade e será o mecanismo

orientador fundamental a actividade de todos os agentes envolvidos;

Investimento selectivo e direccionado para os factores fundamentais de competitividade, num contexto de

escassez de financiamento;

Optimização da despesa – buscar economias de escala e tomar opções consistentes com a visão

estratégica definida;

Aumento da rentabilização do seu activo;

Aumento da previsibilidade e estabilidade das suas receitas e autonomia fiscal – menos imobiliário, mais

criação de riqueza e maior estabilidade fiscal;

Adopção de novas formas de financiamento que não impliquem aumento do endividamento publico e até

atraiam novas classes de investidores (ex: obrigações municipais e fundos de investimento imobiliário, etc.);

Reforço da credibilidade da unidade urbana junto de todos os seus stakeholders – mais e melhor

informação (rigorosa, auditada, consolidada, atempada), mais discussão e participação;

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Síntese das principais conclusões do estudo | Julho 2011

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Promover alianças e parcerias estratégicas entre municípios e entre municípios e actores privados em volta e

com base em projectos de desenvolvimento concretos e estruturantes dirigidos à geração de valor. Um

exemplo de boa prática que pode ser apontado é o Projecto do Centro de MAR “Cidade Náutica do Atlântico”,

que reunião à sua volta 6 municípios integrantes da ComUrb Valimar e os agentes económicos da região.

Igualmente nesta linha de acção, mas mais ampla, os especialistas em economia regional referem que o

desenvolvimento integral e auto-sustentado se realiza quando se opera em conjunto os determinantes “internos” da

região, os “externos” e os mecanismos associados ao “sistema urbano”. O papel destas três componentes pode

resumir-se da seguinte forma (vide, por exemplo, a sugestão de STÖHR, W, no seu livro “Regional Development”):

i) Desenvolvimento “a partir de dentro”, entendendo assim

O equilíbrio entre a especialização e a diversificação das actividades regionais que conduza a

aumento da produtividade e à formação de capital para investimento em serviços e infra-estruturas;

A interacção das actividades regionais, seja através da sua concentração espacial ou por meio de

uma rede eficiente de transportes e comunicações dentro da região, ou seja, através de uma rede

logística no sentido mais geral;

A criação de elevado potencial de inovação tecnológica e “social” dentro da região;

ii) Desenvolvimento “a partir de fora”, devendo aqui entender-se:

A procura externa para os recursos naturais e a capacidade da região em recursos humanos;

O bom acesso à informação exterior, a matérias-primas e a mercadoras, ou seja, logística, mais uma vez;

A capacidade da região para internalizar factores económicos externos, tais como a procura e a

formação de capital;

A capacidade social para adoptar inovações, para mobilizar e usar recursos regionais e para se

organizar com vista ao desenvolvimento;

Um grau mínimo de autonomia na tomada de decisões.

iii) Organização do sistema urbano, de que se espera:

A transmissão da inovação, bem como o exercício de funções de controlo e de tomada de decisões

e a mobilidade de factores, tanto pelos vários degraus da hierarquia como dos centros para as suas

áreas envolventes;

A interacção dos determinantes económicos, sociais e políticos do desenvolvimento aos níveis local e

regional;

A interrelacionação dos determinantes externos do desenvolvimento (procura externa, capital externo,

etc.) com os internos à região (recursos naturais, recursos humanos, etc.) aos níveis local e regional;

O incremento das economias de urbanização de forma a conseguir menores custos e/ou maior

eficiência nas actividades da região.

Agora o mais importante é perceber que o actual modelo autárquico vai ter de ser orientado numa perspectiva

promotor-investidor, promovendo, assim, um crescimento económico sustentado. Mas para promover e operar

esta mudança tem de haver o contributo empenhado das autarquias e da sua sociedade civil, pois, como é

óbvio, são os elementos fundamentais na definição, implementação e sucesso de tal desiderato. Condição

necessária para o almejado desenvolvimento.

Jorge Tomé

Caixa Geral de Depósitos, 8 de Julho de 2011.

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Síntese das principais conclusões do estudo | Julho 2011

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Síntese das Principais Conclusões do Estudo

“Cidades e Desenvolvimento: um domínio de potencial estratégico para

a economia portuguesa”

O papel das cidades na Economia portuguesa

1. As cidades terão um papel determinante na mudança do modelo de desenvolvimento da

economia portuguesa que será imposto, inevitavelmente, pela insustentabilidade do modelo actual.

2. Os constrangimentos impostos pelas condições macroeconómicas – actuais e previsíveis no

contexto dos novos modelos económicos emergentes – vão levar a que a Administração Central

tenha cada vez menor capacidade de ser agente da mudança necessária; terão que ser outros

os seus promotores, nomeadamente as cidades.

3. Historicamente, as cidades são os grandes factores de mudança, de enriquecimento e de geração

de riqueza e qualidade de vida, actuando como motores de transformação das sociedades e

economias nacionais.

4. Em Portugal, a forma como os sistemas urbanos surgiram e se desenvolveram produziu

realidades que não são portadoras de futuro, não assumindo as unidades urbanas portuguesas

a plenitude de funções que devem ser desempenhadas pelas cidades.

A Cidade: funções e mecanismos

5. Milenarmente, as cidades têm vindo a cumprir cinco funções básicas, constituindo-se como um

espaço de encontro (pessoas, bens, culturas); um factor de bem-estar, segurança e qualidade de

vida; um factor de acumulação de riqueza; um factor de acumulação de conhecimento e de

factores de mudança e um factor de acumulação de poderio.

6. As cidades portuguesas actuais desenvolveram-se numa lógica político-jurídico-administrativa e

não numa lógica de auto-sustentabilidade, em termos competitivos no quadro global, e têm

estado dependentes, para o seu dinamismo, das transferências do orçamento de Estado e da

existência de serviços públicos, e não da criação e produção endógena de riqueza assente nos seus

próprios activos e potencialidades de desenvolvimento, não constituindo, por isso, um verdadeiro

factor de inovação e de desenvolvimento.

7. As dinâmicas da globalização e da competitividade e as pressões demográficas e sociais exigem das

cidades novas atitudes, novas estratégias e um novo posicionamento, no que respeita à atracção

dinâmica e permanente das actividades que podem vir a estar na base da sua prosperidade.

8. Hoje, e no futuro, a Cidade com capacidade de afirmação tem que ser capaz de gerar (e acumular):

• Qualidade de vida e sustentabilidade, mas também

• Economia e Geração de Riqueza; e

• Conhecimento, Inovação e Criatividade, para garantir a sustentabilidade e desenvolvimento futuros.

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9. Para corresponder a esta exigência, a Cidade deve posicionar-se estrategicamente de forma a

ganhar dimensão crítica; racionalidade económica (na dupla vertente de custos e de receitas);

racionalidade financeira (planeamento e execução de médio e longo prazo); e competitividade

no quadro global.

O(s) novo(s) conceito(s) de espaço estratégico

10. As cidades constituem a unidade central de mudança e evolução das sociedades, mas a

globalização competitiva vem alterar a natureza da escala dos espaços urbanos, passando a exigir

a separação entre os espaços das cidades globais e o que continua a ser o espaço tradicional das

cidades locais e das redes das cidades nacionais.

11. As unidades urbanas que criam os espaços estratégicos urbanos com escala e condições

competitivas para operarem numa perspectiva e mercado globais são as que vão estabelecer as

condições de acção e sobrevivência no modo de desenvolvimento da globalização.

12. Os espaços urbanos com poder de iniciativa são os que atraem os fluxos de capitais e

competências, adquirindo escala e actuação globais. Os espaços urbanos que não se consigam

afirmar como um centro primário de atracção e de racionalidade, podem apenas aspirar a ser

espaços secundários e de complementaridade dos primeiros, participando em projectos e funções

que servem de apoio a estratégias lideradas por esses outros espaços urbanos.

13. O novo conceito de cidade/sistema urbano:

• As cidades/municípios actualmente existentes em Portugal não correspondem a modelos e

sistemas urbanos com capacidade atractiva e competitiva, nomeadamente por, na sua grande

maioria, não terem escala para reunir os recursos necessários para se constituírem como

pontos de atracção de novas actividades, competências e investimentos concebidos para os

mercados globais.

• Será necessário integrar as actuais unidades urbanas em novas configurações e centros

de racionalidade – nova organização do território e novos sistemas urbanos que…

Não necessitam corresponder a espaços físicos fechados e determinados: podem ser

concebidos como espaços virtuais ou unidades espaciais de projecto;

Serão definidos em função das actividades que acolhem, pelo que terão geometria variável

para se poderem adaptar à evolução e à racionalidade das actividades que aí se localizarem; e

Corresponderão à reunião, organização e regulação dos factores que sejam necessários e

convenientes para que as actividades económicas se possam aí localizar e encontrar as

condições da sua viabilidade.

A política e a estratégia das cidades

14. A análise de benchmarking efectuada concluiu que as cidades que constituem casos de sucesso

na sua actuação e posicionamento global têm:

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• Uma visão e uma estratégia claramente definidas e assumidas;

• Objectivos claros e gerem a sua concretização;

• Uma estratégia de actuação política com base em quatro áreas-chave: conhecimento,

sustentabilidade, bem-estar e criação de condições competitivas de atractividade económica;

• O quadro global competitivo como referência;

• Uma estrutura de governança clara e adequada, incluindo cooperação entre o sector público e

o sector privado e integrando os actores estratégicos;

• Enquadramento em redes ou estruturas de desenvolvimento com dimensão e visibilidade globais

• Atitude de benchmarking permanente e procura de melhoria contínua.

15. Cada cidade tem de proceder a um exercício de reflexão estratégica, com base numa análise

da sua microgeopolítica, que lhe permita o desenho e a concretização efectiva das suas próprias

política e estratégia de desenvolvimento e afirmação, isto é, que lhe permita assumir específica e

estrategicamente:

• Uma razão de ser;

• Uma vocação/um perfil/um carácter;

• Uma diferenciação;

• Um posicionamento competitivo;

• Uma capacidade de oferta articulada de serviços sociais e qualidade de vida, geração de

riqueza e poder e geração de conhecimento e inovação;

• Um espaço em rede de geometria variável.

Governança, gestão e financiamento dos municípios portugueses

16. A perda de competitividade do sistema urbano português é reforçada por ambientes

institucionais claramente desfavoráveis à iniciativa.

17. A política de ordenamento territorial top-down e focalizada na limitação da acção, sem visão

prospectiva ou consideração de opções de desenvolvimento futuro, traduziu-se numa multiplicidade

de instrumentos de gestão sobrepostos e com múltiplas tutelas que não permitem cumprir os

requisitos de informação clara, agilidade na decisão e eficiência nos resultados que os mercados e

as economias exigem.

Toda a cidade está em competição global.

Existe afirmação ou existe marginalização

Cada cidade tem a sua microgeopolítica.

Importa conhecê-la e potenciá-la.

» Cada cidade tem de ter a sua política e a sua estratégia de afirmação e desenvolvimento.

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18. Mantêm-se processos de consolidação e reforço de institutos de poder administrativo de

carácter difuso, não escrutinável e em desfavor da responsabilização, instrumento decisivo na

criação de valor.

19. O desenvolvimento de cidades e regiões em Portugal mantém-se prisioneiro da distribuição de

fundos do Estado central a governos locais, filtrado por estruturas desconcentradas do Estado

e justificado por sofisticados e burocráticos processos de natureza administrativa, mantendo o

apagamento e diluição da cooperação entre unidades urbanas.

20. A gestão das unidades urbanas portuguesas terá que abandonar a sua lógica distributiva, onde

o desenvolvimento está dependente da distribuição de fundos da Administração Central a

governos locais, e adoptar uma lógica de promotor-investidor, norteada pela identificação,

optimização/racionalização dos seus activos e recursos estratégicos (nomeadamente pelo recurso

a soluções partilhadas entre diferentes municípios) e pela aplicação e gestão dos mesmos em

projectos que garantam eficiência e sustentabilidade económica e social, numa perspectiva de

médio e longo prazo.

21. Torna-se, assim, necessária a adopção de uma agenda para uma governança competitiva que

vise uma governança adequada à competitividade emergente da globalização, no âmbito da qual

há que considerar, entre outros, os seguintes aspectos:

• O desenvolvimento de uma visão estratégica integradora;

• A promoção da identidade da cidade, da região, do conjunto urbano;

• A consideração de fronteiras funcionais flexíveis;

• A constituição de redes regionais de inovação e criatividade;

• A importância do sector privado na governança competitiva; e

• A formulação de projectos estruturantes e o estímulo à cooperação entre cidades.

Situação actual dos municípios portugueses: Uma mentalidade distributiva

A eficiência, o crescimento e a geração de riqueza têm constituído prioridades de difícil implementação para a gestão dos municípios.

22. Existem 4.251 freguesias, 308 Municípios e um número alargado de estruturas com outras formas

de organização: comunidades intermunicipais (23)1, associações de municípios (para fins específicos –

40), áreas metropolitanas (2), serviços municipalizados (33) e empresas municipais e intermunicipais

(247), tudo isto num território com 92 mil km2, 10 milhões de habitantes e parco em recursos.

23. A esmagadora maioria dos municípios portugueses tem sistematicamente assumido

compromissos de despesa muito superiores ao valor da receita liquidada. O recurso líquido a

empréstimos tem sido relativamente diminuto, ascendendo a 28 M em 2008, o valor mais baixo

do período analisado (2005-2008), pelo que o financiamento desse diferencial tem sido realizado

fundamentalmente pelos fornecedores. A assumpção sistemática de compromissos de despesa

1 Dados oficiais disponibilizados pela ANMP, e Direcção Geral das Autarquias Locais (DGAL).

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superiores à receita liquidada e o financiamento do défice pelos fornecedores constituem

situações insustentáveis.

24. Em 2008, apenas 14,9% dos municípios portugueses (46) registaram um saldo orçamental

positivo, ainda que 56,2% (173) tenham apresentado um saldo corrente na base dos

compromissos positivo. O saldo orçamental na base dos compromissos do agregado dos

municípios portugueses foi de – 1,3 mil M 2.

25. O défice da administração local e regional registou um aumento dos 0,3 mil M em 2008 para

1,0 mil M em 2009, em resultado do acréscimo de despesa face a uma forte redução da receita,

sendo praticamente proporcional ao aumento do défice global nacional.

26. Em 2008, os pagamentos de despesas ascenderam a 7,9 mil M , representando apenas 78,4% do

valor efectivamente comprometido. No final de 2009, quase um terço dos municípios

portugueses (100) estavam em situação de desequilíbrio financeiro conjuntural, e destes

metade estava em situação de desequilíbrio financeiro estrutural.

27. O balanço agregado dos municípios portugueses apresentava no final de 2008 um valor de activo de

36,7 mil M , que se encontra subestimado por efeito da falta de inventariação completa dos activos, e

sendo de salientar que na sua grande maioria estes não são factores de geração de rendimento.

Fraca autonomia dos municípios e forte dependência do Estado

28. Embora, legalmente, o Estado não possa assumir responsabilidades pelas obrigações dos

municípios e das freguesias, nem assumir os compromissos que decorram dessas obrigações, o

factor político e o perigo de contágio têm condicionado significativamente a sua actuação concreta.

29. A forte dependência financeira das autarquias face ao Estado e o poder legislativo que o Estado

detém levam a que a autonomia das autarquias locais seja claramente inferior à que deriva do

princípio geral constitucional.

30. Verifica-se uma significativa redução do apoio do Estado ao investimento dos municípios,

demonstrada pelo decréscimo das transferências do Estado e da União Europeia (42,7% em 2005 para

37,5% em 2008), concentrado nas transferências de capital (21,2% em 2005 para 15,1% em 2008).

31. O indicador de independência financeira3 apresenta uma dispersão muito grande entre os

municípios portugueses, sendo que, em 2008:

• 74 municípios (20 grandes municípios, 41 municípios médios e 13 pequenos municípios)4

apresentaram um nível de independência financeira igual ou superior a 50%; e

• 91 municípios (1 de dimensão média e 90 de pequena dimensão) registaram um nível de

independência financeira abaixo dos 20%.

2 Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2008, Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC), Abril 2010. Os valores

sobre a situação financeira das autarquias foram retirados dos anuários publicados pela OTOC. 3 Definida como a relação entre as receitas próprias e as receitas totais. 4 Conceitos arbitrados pelos autores.

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32. No final de 2008 as dívidas dos 35 municípios mais devedores, representava cerca de 53%

do total das dívidas dos municípios.

33. Em 2008, dos 7,1 mil M de dívidas a terceiros, 65,8% são passivo de médio e longo prazo.

34. As dívidas a terceiros de curto prazo (2,4 mil M ) são significativamente superiores aos

activos de curto prazo considerando o total das dívidas a receber e as outras disponibilidades.

35. O limite de endividamento líquido5 para o total dos municípios em 2009 ascendia a 5,8 mil M , mas

existiam 71 municípios com excesso de endividamento líquido face ao legalmente permitido,

representando um excesso de 438,7 M de endividamento.

Um enquadramento institucional desadequado

36. A Lei das Finanças Locais permite uma sistemática sobre-estimativa das receitas, dado que o

princípio do equilíbrio orçamental é cumprido apenas aquando da elaboração do orçamento (em

2008 o desvio das receitas liquidadas face ao valor orçamentado atingiu os 26,1%).

37. Os limites de endividamento são calculados, como prática corrente, com base nos valores de

receitas de anos anteriores (endividamento líquido é limitado a 125% das receitas de impostos

municipais, derrama, participação no Fundo de Equilíbrio Financeiro, IRS e resultados das entidades

do sector empresarial local), não ponderando o efeito estratégico e a relevância dos projectos.

38. A Lei das Finanças Locais prevê mecanismos de reequilíbrio financeiro e não de reequilíbrio

económico-financeiro, ou seja, mecanismos que se mostram totalmente centrados na vertente

financeira, extremamente estereotipados e limitativos e, mais relevante, omitem (ou, na melhor das

hipóteses, deixam muito implícita) a componente económica, única forma de garantir a verdadeira

sustentabilidade financeira do município.

39. A insuficiência do normativo do POCAL tem vindo a permitir aos municípios uma justificação para a

não apresentação de contas consolidadas, mesmo nos casos em que existe esta obrigação legal.

Uma atitude, organização e escrutínio insuficientes

40. Existe uma cultura instituída de que se tem que proporcionar tudo a todos, uma impossibilidade

dado o nível de recursos do país, que deriva não só da lei constitucional, mas também da lista de

competências prevista na Lei, que induz uma preocupação de curto prazo para cumprimento

dessa lista, uma espécie de check-list, sem visão estratégica de médio e longo prazo.

41. O actual enquadramento institucional (leis, normas, atitudes e comportamentos) não favorece, nem

incentiva os municípios a serem mais pró-activos na criação de condições para a geração de

riqueza e o desenvolvimento económico, antes condicionando/obstruindo respostas aos desafios da

5 Definido como a diferença entre o valor do passivo total do município e o valor dos seus activos financeiros. Dados

provisórios 2009. Fonte: DGAL

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globalização competitiva, promovendo o desfasamento entre a evolução da economia em cada

momento e as disponibilidades financeiras concedidas aos municípios e dispersando recursos.

42. A maioria dos municípios não tem uma inventariação completa dos seus activos.

43. A disponibilidade e a qualidade da informação autárquica são muito limitadas:

• Não existe obrigatoriedade de auditoria na maioria dos casos;

• Não é realizada a consolidação das contas municipais, nomeadamente no que respeita às

empresas municipais;

• A DGAL não tem desempenhado a função de compilação e disponibilização de informação de

qualidade num tempo razoável.

44. Outras formas de organização autárquica (associações municipais, áreas metropolitanas,

empresas municipais) têm virtualidades, muitas vezes desaproveitadas, mas também por vezes

mal utilizadas (por exemplo, para esconder dívida e défices).

45. Uma tentativa de realizar uma análise mais aprofundada do papel e impacto das empresas

municipais e serviços municipalizados revelou-se impossível por falta de informação necessária à

sua realização. A informação que foi possível obter revelou que:

• Apenas um de entre os doze casos6 estudados (Sines) não tem participações empresariais

relevantes (ou serviços municipalizados autónomos);

• Também apenas um (Porto) produz contas consolidadas, com os devidos anexos e auditoria. Os

restantes dez municípios analisados ou omitiram a questão ou justificaram a ausência desta

elaboração com o facto do POCAL ainda não ter definido as normas necessárias para a

elaboração de contas consolidadas;

• É ainda de assinalar que muitos municípios não tornam públicas as contas das suas empresas

municipais e serviços municipalizados (nomeadamente através da solução mais prática e óbvia –

o seu sítio na Internet) e mesmo quando solicitados directamente para fornecerem esta

informação, recusaram-no.

Uma nova perspectiva para os municípios portugueses: Uma mentalidade de promotor-investidor

46. A gestão das autarquias, em oposição a uma mentalidade distributiva, actualmente vigente, deve

assumir uma mentalidade de promotor-investidor traduzida no seguinte:

• Visão estratégica integradora – identifica os factores fundamentais de competitividade e será o

mecanismo orientador fundamental da actividade de todos os agentes envolvidos;

• Investimento selectivo e direccionado para os factores fundamentais de competitividade,

num contexto de escassez de financiamento;

• Optimização da despesa – buscar economias de escala e tomar opções;

6 Utilizaram-se como referência os 12 casos seleccionados para os testes realizados aos instrumentos de gestão

propostos (cfr. N.º 47)

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• Aumento da rentabilização do seu activo;

• Aumento da previsibilidade e estabilidade das suas receitas e autonomia fiscal - menos

imobiliário, mais criação de riqueza e maior estabilidade fiscal;

• Adopção de novas formas de financiamento que não impliquem aumento do endividamento

público e até atraiam novas classes de investidores (ex.: obrigações municipais e fundos de

investimento imobiliário, etc.);

• Reforço da credibilidade da unidade urbana junto de todos os seus stakeholders - mais e melhor

informação (rigorosa, auditada, consolidada, atempada), mais discussão e participação.

Instrumentos e métricas de avaliação da Gestão das Cidades

47. O relatório propõe dois instrumentos de avaliação da Gestão das Cidades, suportada em

indicadores dinâmicos e de inovação: Perfil de Excelência e Matriz de Posicionamento

Estratégico, ambos definidos ao nível teórico e testados para 12 unidades urbanas nacionais7

representativos da realidade nacional em função de quatro parâmetros seleccionados: capacidade

de agregação; dimensão; potencial intrínseco; e posicionamento microgeopolítico.

48. O Perfil de Excelência

• Instrumento de avaliação da qualidade da gestão das unidades urbanas numa lógica de

“balanced scorecard”, que constitui também um enquadramento prepositivo para a formação

de uma matriz de critérios para um financiamento competitivo (ver Anexo I).

• Composto por um conjunto de indicadores agrupado em quatro áreas identificadas como

estratégicas na actuação das unidades urbanas (Governança, Planeamento e Gestão; Economia

e Geração de Riqueza; Conhecimento e Inovação; e Qualidade de Vida e Sustentabilidade) que

permite tirar ilações sobre os resultados e desempenhos das políticas e acções tomadas

pelos responsáveis das unidades urbanas

• O exercício de teste (12 casos) efectuado permitiu concluir que:

– É evidente uma ampla disparidade estrutural em Lisboa e Porto, face às restantes cidades.

Aveiro e Braga encontram-se num segundo patamar. O interior do país é o mais desprotegido,

apresentando graves lacunas ao nível das várias vertentes;

– Os aspectos decorrentes da qualidade de vida e sustentabilidade ambiental são descurados

pela generalidade das unidades urbanas;

– Não existe um patamar de exigência para valências fundamentais como a saúde, cultura e lazer,

eficiência energética e habitação, em particular nas unidades urbanas de menor dimensão;

– A presença de importantes pólos académicos fomenta um espírito de inovação, empreendedorismo

e de desenvolvimento educacional – embora, em certos casos, ainda ténue;

7 Foram seleccionados para o efeito doze municípios nacionais: Aveiro, Braga, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Lisboa,

Ponta Delgada, Portimão, Porto, Sines e Viseu. O estudo completo poderá ser consultado em www.cgd.pt.

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– A dimensão, proximidade ao litoral ou enquadramento em grandes pólos urbanos são factores

decisivos para a melhoria dos resultados na quase totalidade dos indicadores, com excepção

para os aspectos relacionados com segurança, cujos valores são superiores nas pequenas

unidades do interior do país.

• No que respeita ao desempenho por áreas estratégicas, foi possível concluir que:

– Governança e Planeamento – não puderam ser objecto de avaliação, por falta de informação;

os indicadores propostos constituem uma inovação do estudo, considerada indispensável

num quadro de globalização competitiva em que os municípios têm de mostrar rácios de

desempenho que justifiquem as suas decisões de financiamento.

– Gestão Económica e Financeira: é elucidativa a deficiente gestão económica e financeira

dos recursos disponíveis pelos municípios.

– Economia e Geração de Riqueza: verifica-se uma dimensão média e/ou baixa dos

municípios face aos municípios europeus; apenas no que respeita às questões relativas ao

emprego assumem uma posição mais favorável.

– Conhecimento e Inovação: verifica-se uma necessidade premente de melhorar os níveis de

Conhecimento e Educação, bem como incentivar investimentos em áreas de Tecnologia e

Inovação.

– Qualidade de Vida e Sustentabilidade Ambiental: verifica-se uma preocupação com a

qualidade de vida dos munícipes, bem como com a segurança. Já no que respeita ao Meio

Ambiente, Eficiência Energética, Cultura e Saúde a grande maioria dos municípios encontram-

se pior classificados face aos padrões exigidos a nível europeu.

49. A Matriz de Posicionamento Estratégico

• Instrumento de avaliação e gestão baseado em 2 vectores principais – Factores de

Contribuição para o Desenvolvimento Económico e Social [DES] e Factores de Competitividade

– com o objectivo de determinar o posicionamento de cada unidade urbana numa matriz

estratégica do tipo “atractividade/ competitividade” (ver Anexo II).

• O exercício de teste (12 casos) efectuado permitiu concluir que surgem quatro grupos de

unidades urbanas com condições diferentes:

– Um grupo que se posiciona no melhor quadrante;

– Em oposição, um segundo grupo avaliado como tendo uma baixa contribuição para o DES e

uma fraca capacidade competitiva;

– Um terceiro grupo com condições competitivas actuais fracas, mas com capacidade para

contribuição para o DES acima da média;

– Finalmente, um quarto grupo com condições competitivas ligeiramente acima da média mas com

uma baixa contribuição para o DES.

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Uma nova missão e uma nova visão para as cidades portuguesas

50. Uma nova missão para as cidades portuguesas:

51. Uma nova visão para as cidades portuguesas:

Os objectivos estratégicos

52. Foram identificados os seguintes objectivos estratégicos:

• Criação de boas iniciativas e práticas de governança e gestão, nomeadamente nos domínios

económico e financeiro;

No final de 2009 quase um terço dos municípios portugueses estavam em situação de desequilíbrio financeiro conjuntural e destes 50%

estava em situação de desequilíbrio financeiro estrutural.

A perda de competitividade do sistema urbano português é reforçada por ambientes institucionais desfavoráveis à iniciativa.

» O Perfil de Excelência e a Matriz de Posicionamento Estratégico são dois instrumentos inovadores para a boa

gestão dos municípios que podem provocar a mudança de atitude e de actuação.

As cidades, enquanto sistemas urbanos dotados

de racionalidade económica, são actores básicos de

desenvolvimento, assumindo um papel activo na dinamização e

potenciação dos seus activos estratégicos e na organização do

espaço, para produção de riqueza e bem-estar, com vista ao

desenvolvimento económico e social sustentável,

e à afirmação, de si próprias e do país, no quadro global.

As cidades portuguesas, enquanto sistemas urbanos, devem constituir-

se como os motores da transformação e os centros de

racionalidade do desenvolvimento económico e social sustentável

e de afirmação da economia portuguesa e de Portugal no Mundo.

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• Criação de enquadramento institucional, de modelos de ordenamento e de bases jurídico-

administrativas que apoiem a nova missão das cidades;

• Criação das condições para uma adequada gestão da mudança e para a liderança do processo

de transformação.

Plano de Acção

53. Duas propostas de base:

• Um Novo Modelo de Financiamento/Risco

– O objecto central do processo é o projecto competitivo identificado e a concretizar;

– A organização do financiamento dependerá da avaliação que for feita das competências

para concretização do projecto;

– Implica uma nova organização da estrutura de decisão e concretização:

Centros de Racionalidade Estratégica – nível político de acção e responsabilidade,

concentrando em si o risco institucional das operações (ex.: municípios ou redes de

municípios),

Unidades Estratégicas – nível operacional de gestão (ex.: empresas específicas com

organização adequada ao projecto), de forma a garantir a racionalidade e a eficiência na

concretização;

Novo Modelo de Financiamento/Risco –

– Este novo modelo terá que ser implementado não só em novos projectos, mas também servir

de base à necessária mudança no sentido da optimização / racionalização na gestão dos

activos e recursos autárquicos.

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• Um Novo Modelo de Gestão

– Reflecte a necessidade de uma procura sistemática de concatenação e alinhamento entre

as necessidades das populações, as potencialidades e as condições de desenvolvimento

económico e social, a estratégia definida para esse desenvolvimento económico e social e

sustentabilidade estrutural, do sistema urbano, e a implementação de tal estratégia

– Os novos instrumentos de gestão propostos obrigam a uma tomada de posição e de

consciência quanto às prioridades seleccionadas e aos caminhos a percorrer para se atingir

determinada posição estratégica, ao mesmo tempo que permitem uma avaliação sistemática

do impacto dos programas de acção, funcionando como ferramentas de planeamento mas

também de controlo estratégico, permitindo proceder a ajustes sempre que necessário.

Novo Modelo de Gestão

54. Políticas, medidas e acções propostas

• Acções de Boa Governança e Boa Gestão

# 1. Criar Conselhos Estratégicos municipais/ intermunicipais (referenciados ao sistema urbano)

compostos pelos diferentes actores/agentes com interesses na região que sejam o garante da

definição, assumpção e implementação de uma Visão Estratégica integrada e integradora,

independentemente dos ciclos e resultados eleitorais. Os municípios de Viana do Castelo e de Oeiras,

por exemplo, têm já em funcionamento estes conselhos, constituindo por isso boas práticas a imitar.

# 2. Constituir think tanks ou redes ad hoc de produção de pensamento estratégico com visão

prospectiva de nível regional, com actores criativos e inovadores, sempre que possível,

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regionais, onde se reúnam competências internas e externas, públicas e privadas (agentes

económicos relevantes, mas também personalidades escolhidas por mérito/valor/contributo),

capazes de, com permanência, consistência e conhecimento, avaliar o percurso e construir em

permanência a prospectiva estratégica, a mudança portadora de futuro, ultrapassando a

ausência de inovação regional.

# 3. Promover alianças e parcerias estratégicas entre municípios e entre municípios e actores

privados, em volta e com base em projectos de desenvolvimento concretos e estruturantes

dirigidos à geração de valor. Constitui uma das razões que justificam o reconhecimento mútuo de

actores, agentes e instituições regionais, de partilha de objectivos e sucessos, de articulação de

interesses convergentes, da formulação de acordos e aproximações sucessivas, da

ultrapassagem de preconceitos, da oportunidade de inventário de iniciativas de mérito. Um

exemplo de boa prática que pode ser apontado é o do Projecto do Centro de Mar “Cidade

Náutica do Atlântico”, que reuniu à sua volta 6 municípios8 integrantes da ComUrb Valimar e os

agentes económicos da região.

# 4. Dinamizar o Pensamento Estratégico pela utilização da Matriz de Posicionamento

Estratégico pelos municípios/unidades urbanas, pois permite identificar, mais facilmente, a

trajectória para melhores performances de contribuição para o desenvolvimento económico e

social e/ou competitividade de cada unidade/sistema urbano. Além disso constitui uma das bases

para cada município/unidade urbana definir o Sistema Urbano/Centro de Racionalidade Estratégica

em que quer estar integrado, em relação biunívoca com o respectivo Plano Estratégico.

# 5. Implementar e dinamizar, em cada município, o Perfil de Excelência, como instrumento

corrente de Planeamento e Gestão, aplicando esta grelha de avaliação e comparação do

desempenho das medidas e políticas praticadas pelos gestores/responsáveis das unidades

urbanas, de forma a que o município possa verificar em cada momento a concordância dos

resultados obtidos com a estratégia e visão que definiu para si próprio e avaliar a situação face

aos objectivos e a benchmarks fixados.

# 6. Criar/Reconfigurar instituição para a implementação dos novos instrumentos de

Planeamento e Gestão. Para adquirir alcance institucional, é necessário definir a instituição que

liderará o processo de implementação em Portugal destes novos instrumentos e métricas de

avaliação, e que será o garante da transversalidade e comparabilidade destes instrumentos a

nível nacional e da sua adequação à evolução deste tipo de ferramentas a nível internacional.

# 7. Consolidar e auditar sistemática e regularmente as contas dos municípios, integrando

todas as empresas e outras entidades municipais (condição fundamental para permitir o

conhecimento e avaliação real da situação de partida e para um melhor controlo da situação

económico--financeira municipal, possibilitando assim a avaliação global do risco municipal).

8Comunidade Urbana Valimar (Valimar ComUrb) foi constituída a 11 de Março de 2004 pelos municípios de Arcos de

Valdevez, Caminha, Esposende, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo.

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# 8. Criar mecanismos para uma maior racionalidade económica e financeira dos municípios,

optimização da despesa e potenciação das receitas, sendo essencial procurar soluções

integradoras (redes/parcerias) que permitam a partilha de risco entre municípios, ao mesmo

tempo que permitam ganhar escala e dimensão suficiente para garantir sustentabilidade dos

projectos e estratégias.

# 9. Promover a inserção em redes regionais e inter-nacionais de cooperação e desenvolvimento

de municípios cujas afinidades sócio-económicas, demográficas ou sociais permitam criar

sinergias, mesmo que entre estes se dê uma separação geográfica, desde que essas redes

ofereçam melhores condições de dimensão (geográfica, populacional, de capacidade de

investimento e sua atracção).

# 10. Consolidar/reestruturar político-administrativamente o território, assumindo a necessidade de

reavaliar a viabilidade económico-financeira de alguns municípios, numa perspectiva intra e

intermunicipal, sendo necessário favorecer a consolidação/reestruturação político-administrativa do

território, num movimento bottom-up, em que a consideração de vantagens competitivas e sinergias

cria afinidades e novas identidades entre espaços, num processo que poderá/deverá conduzir à

reestruturação e/ou eliminação de alguns dos actuais municípios portugueses.

# 11. Fortalecer os processos identitários e reforçar a identificação intraregional e

supramunicipal, enquanto factor decisivo na partida para o reconhecimento internacional, numa

inserção atractiva e durável no palco das relações e fluxos globais.

# 12. Reorganizar e, quando necessário, consolidar as estruturas de gestão de serviços e

equipamentos públicos, de forma a racionalizar a gestão, criando entidades gestoras com

dimensão e massa crítica que permitam o desenvolvimento de melhores práticas de gestão num

mercado global, e a sustentabilidade dos próprios equipamentos.

# 13. Instituir e reforçar a articulação entre empresas e a investigação nas universidades, afirmando a

liderança institucional do sistema urbano na resolução de bloqueamentos e constrangimentos

observados à promoção de novos nichos económicos, particularmente os inseridos em redes

internacionais, de produção cultural, tecnologias de informação e comunicação e novas tecnologias.

# 14. Identificar e divulgar boas práticas e sucessos concretos na melhoria dos indicadores

económicos, sociais, culturais e ambientais, sobretudo as actuações que sejam, ou tenham sido,

resultado da cooperação, com vista à implementação de maior número de iniciativas deste género

e a promover as melhores práticas, os melhores desempenhos, os exemplos de maior eficiência e

eficácia na gestão.

# 15. Criar redes regionais/intermunicipais de recolha de informação útil e adequada, que responda

aos instrumentos de gestão a aplicar, inserindo e articulando os actores locais, coordenando

processos e atitudes na produção e divulgação de informação útil, abrangente, de qualidade, com

consistência e permanente actualização, e permitindo a acessibilidade dos agentes económicos a

essa informação.

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# 16. Criar cadastros integrados, actualizados e informatizados nomeadamente no que respeita

aos Sistemas de Informação Geográficos (SIG) associados a bases de dados on-line, por exemplo,

que permitam à gestão das cidades/municípios gerir também os recursos, a ocupação do solo e os

serviços oferecidos à população com base em informação adequada e actualizada. Nas redes de

infra-estruturas urbanas, é necessário encontrar alternativas de gestão, dentro da estrutura da

administração municipal ou em instituição privada que se responsabilize por manter actualizada

uma base georeferenciada do subsolo da cidade e de suas redes, conforme modelos já utilizados

noutras cidades de registo competitivo e de maior eficiência.

Adequação do Enquadramento Jurídico-Administrativo

# 17. Estabelecer tensão competitiva nas estruturas de decisão de nível nacional e regional,

nomeadamente por uma avaliação de desempenho orientada para os resultados produzidos no que

respeita à criação de riqueza e aproveitamento de oportunidades de desenvolvimento, apoiando uma

revisão de factores de bloqueio e atraso na decisão e, porventura, proporcionando ocasião para

reequacionar a existência ou funcionamento actual de estruturas e processos consolidados, cujos

resultados são, frequentemente, associados a perdas de valor e de oportunidades.

# 18. Criar modelos e regimes de gestão mais flexíveis e adaptados à boa gestão de projectos

municipais e da relação com os munícipes que facilitem a promoção de investimento e a

rápida resposta às solicitações dos projectos e dos munícipes.

# 19. Promover modelos de geometria variável de gestão através da criação de novos sistemas

urbanos e Centros de Racionalidade Estratégica (CREs) fundados na vontade de cooperar e

instituídos por um quadro de regras de participação e saída.

# 20. Adoptar uma perspectiva integrada e consistente na estratégia de ordenamento do território na

revisão dos seus principais instrumentos, a traduzir em documento único, assegurando flexibilidade

de forma a manter capacidade de resposta a inovações e a acompanhar a evolução das realidades.

# 21. Adequar a Lei das Finanças Locais com vista a uma economia competitiva e da boa

governança e gestão municipal, nomeadamente:

a. No sentido de estabelecer mecanismos que permitam a discriminação positiva, premiando

a gestão adequada ao desenvolvimento e penalizar o seu incumprimento;

b. No sentido de diferenciar e evitar a universalização de soluções, respeitando assim a

diversidade de realidades;

c. No sentido de reconhecer e promover a importância da existência de uma visão estratégica

integrada e integradora, incentivando o financiamento a investimentos estruturantes e

com factores de competitividade concordantes com a Visão definida; e

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d. No sentido de os programas de reestruturação constituírem não apenas programas de

reequilíbrio financeiro, mas sim programas de reequilíbrio económico-financeiro, só

assim garantindo a sustentabilidade futura do município.

# 22. Aumentar (ou diferenciar) a autonomia e a flexibilidade fiscais dos municípios, instituindo,

por exemplo, a derrama diferenciada por sector, estimulando por esta via também os sectores

concordantes com os domínios estratégicos da economia portuguesa e a visão estratégica da

unidade urbana.

Adequação do Sistema Financeiro

# 23. Criar mecanismos reguladores, de forma a exigir informação económico-financeira de

qualidade, consolidada e auditada, como pré-requisito imprescindível para a concessão de

crédito aos municípios. Tal exigência deve ser imposta pelo quadro regulador, de forma a prevenir

procedimentos de concorrência desleal.

# 24. Exigir notação de rating para as operações de financiamento com dimensão relevante,

aumentando significativamente o grau de exigência sobre os municípios e instituindo maior rigor,

credibilidade e confiança entre os agentes económicos, devedor e credor e os mercados em geral.

# 25. Privilegiar o financiamento de projectos concretos, dotados de racionalidade económica e

financeira, em detrimento de financiamentos para fins genéricos, tornando as relações de

financiamento a ser mais de promotor/investidor/financiador, o que muito provavelmente exigirá uma

abordagem e dimensão multi e supra municipal de decisão, gestão e risco.

# 26. Dinamizar mecanismos e boas práticas de investimento e financiamento municipal, através

da criação de veículos de financiamento especiais e, na medida em que se tornar necessário, a

criação de uma entidade dedicada pelos principais bancos e pela Associação Portuguesa de

Bancos, com o envolvimento de universidades nacionais de economia, gestão, arquitectura,

urbanismo e engenharia.

# 27. Dinamizar novos instrumentos de financiamento municipal, nomeadamente Fundos de

Investimento Imobiliário; Obrigações Municipais e Concessões e Parcerias Público-Privadas.

Programas para a mudança

55. Como forma de promover e organizar o processo de transformação e a implementação das políticas,

medidas e acções propostas, o Relatório do Estudo “Cidades e Desenvolvimento: um domínio de

potencial estratégico para a economia portuguesa” apresenta um plano e programas de mudança,

que poderá integrar a Caixa Geral de Depósitos como instituição catalizadora dos processos, mas

convocando parcerias estratégicas com a Sociedade Civil, as Universidades e Centros de

Investigação, e entidades de referência, como por exemplo a Associação Nacional dos Municípios

Portugueses, as Ordens profissionais, a Associação Portuguesa de Bancos, entre outras.

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Anexo I – Perfil de Excelência (grelha ilustrativa)

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Anexo II – Matriz de Posicionamento

(grelha ilustrativa e ponderação dos factores)

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Estudos CGD # 1

CIDADES E DESENVOLVIMENTO: Um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa

Síntese das principais conclusões do estudo | Julho 2011

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IMF Government Finance Statistic Yearbook, FMI. Dept Estatística 2008

INE, Estatísticas Demográficas, 2000 a 2009, Instituto Nacional de Estatística, Lisboa (2000-2009)

INE, Atlas das Cidades de Portugal, Instituto Nacional de Estatística, 2004

LaSalle Investment Management, European Regional Growth Index (E-REGI) 2008, London, 2008

Manchester’s State of the City Report. 2006/2007. Manchester Partnership in conjunction with Manchester City Council and KPMG, Sept.2007

OCDE, Competitive Cities in the Global Economy, OECD Territorial Reviews, Nov.2006

Oportunidades de negócio e inovação no concelho de Tavira elaborado por Espaço e Desenvolvimento para a Câmara Municipal de Tavira

Plano de Urbanização de Tavira. Sujeição a Avaliação Ambiental e Estratégica (AAE) – Relatório de Análise e Fundamentação, Câmara Municipal de Tavira, Fevereiro de 2009

Population Reference Bureau, World population Data Sheet 2000 a 2010, PRB, Washington, (2000-2010)

Proposta Model Metropolità 2020, PEMB, Julho de 2008

Prosperity for all: The Greater Manchester Strategy, AGMA, August 2009, http://neweconomymanchester.com/

Relatório Anual do Sector de Águas e resíduos em Portugal (RASARP), ERSAR, 2008

Vancouver 2020. A Bright Green Future. An action plan for becoming the word’s greenest city by 2020, Greenest City Action Team, Abril 2009

World Population Prospects: the 2008 revision, Nações Unidas, 2009

Decreto-Lei nº 90/2009, de 9 de Abril, Estabelece o regime das parcerias entre o Estado e as autarquias locais para a exploração e gestão de sistemas municipais de abastecimento público de água, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos

Decreto-Lei n.º 41/2010, de 29 de Abril, que Cria o sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Noroeste e constitui a sociedade Águas do Noroeste, S. A., em substituição do sistema multimunicipal de captação, tratamento e abastecimento de água do norte da área do Grande Porto, do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Minho-Lima e do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Vale do Ave

Lei n.º 23/2004, de 22 de Junho, que Aprova o regime jurídico do contrato individual de trabalho da. Administração Pública

Lei 46/2008, de 27 de Agosto, que Estabelece o regime jurídico das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto

Lei n.º58/2007, de 4 de Setembro, que aprova o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território

The Economist, 22.ABR.2010

Blade Runner, 1982, Director: Ridley Scott, http://www.imdb.com/title/tt0083658/

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CIDADES E DESENVOLVIMENTO: Um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa

Síntese das principais conclusões do estudo | Julho 2011

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Outras fontes

Sites das diversas câmaras municipais nacionais;

Documentos de Prestação de Contas relativos a 2008 dos municípios de Aveiro, Braga, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Lisboa, Ponta Delgada, Portimão, Porto, Sines e Viseu;

Informação de prestação de contas dos municípios portugueses disponibilizada pela Direcção Geral das Autarquias Locais;

Sites do Instituto Nacional de Estatística, Eurostat, Tribunal de Contas, Direcção Geral das Autarquias Locais (Portal Autárquico), Diário República Electrónico, Ministério das Finanças e Associação Nacional de Municípios.

Outros sítios Internet

www.citypopulation.de

www.wikipedia.org

www.stockholm.se

international.stockholm.se

www.stockholmregion.org

www.manchester-review.org.uk/

www.manchesterpartnership.org.uk

www.intelligentcities.net

www.bcn.es

www.amb.es

www.durban.gov.za/durban

www.zulu.org.za

www.docstoc.com

ippucnet.ippuc.org.br

www.curitiba.pr.gov.br

www.curitiba-parana.net

www.vancouver.ca

www.intelligentcities.net

www.bcstats.gov.bc.ca

www.bcstats.gov.bc.ca

www.vancouvereconomic.com

www.cm-tavira.pt

www.applaneadores.pt

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ESTUDOS CGD # 1

ANEXOS

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CIDADES E DESENVOLVIMENTO: Um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa

Síntese das principais conclusões do estudo | ANEXOS – Programas para a Mudança | Julho 2011

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Programas para a mudança do estudo “Cidades e Desenvolvimento: um domínio de potencial estratégico

para a economia portuguesa”

Como forma de promover e organizar o processo de transformação e a implementação das políticas,

medidas e acções propostas, o Relatório do estudo “Cidades e Desenvolvimento: um domínio de potencial

estratégico para a economia portuguesa” apresenta um plano e programas de mudança, liderados pela

Caixa Geral de Depósitos como instituição catalizadora dos processos, mas convocando parcerias

estratégicas com entidades de referência, como por exemplo a Associação Nacional dos Municípios

Portugueses e a Associação Portuguesa de Bancos, entre outras.

1. Programa de comunicação, divulgação e promoção do presente estudo e respectivas conclusões

e recomendações, considerando cinco grandes grupos de destinatários: Estrutura política formal

(Presidência da República; Governo; Assembleia da República e Partidos Políticos com assento

parlamentar); Municípios (Associação Nacional dos Municípios Portugueses; ComUrbs; outras

associações de Municípios e Municípios individuais); Sistema financeiro (Associação Portuguesa de

Bancos; Banco de Portugal; outros bancos); Órgãos da Administração Pública Central e Local

(nomeadamente as Direcções Gerais pertinentes e as CCDRs); e Sociedade civil, incluindo as

empresas privadas, por um lado, e os cidadãos individual ou colectivamente (associações de

cidadãos) considerados.

2. Avaliação da situação actual dos municípios portugueses e das suas condições de

desenvolvimento, face aos novos parâmetros propostos. Num primeiro passo pode, por exemplo,

circunscrever-se o exercício aos municípios com população superior a 50.000 habitantes.

3. Educação e formação em novos processos de Gestão Municipal, em quatro níveis, com públicos-

alvo distintos: Nível 1 – Informação/Divulgação Geral, dirigida à sociedade civil; Nível 2 – Formação de

Base, direccionada aos técnicos municipais; Nível 3 – Formação Intermédia, dirigida aos quadros

intermédios da administração local e regional, e do sistema financeiro; Nível 4 – Formação Superior,

dirigida a altos dirigentes da administração local, regional e central, e do sistema financeiro.

4. Criação de um sistema de informação centralizada da gestão municipal – EXCELURBE –

constituindo um Centro de Informação Estratégica, utilizando uma plataforma de informação e

consulta a disponibilizar na Internet, onde seja possível consultar e adquirir guias informativos e que

apoiem o preenchimento dos documentos de avaliação e gestão e submeter os formulários desses

documentos on-line. O sistema poderá definir patamares de qualificação, correspondendo ao nível e

qualidade da informação disponibilizada. Pretende-se que a praxis e os resultados entretanto obtidos

incentivem todas as autoridades competentes a tornar mandatória a utilização destes instrumentos.

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Estudos CGD # 1

CIDADES E DESENVOLVIMENTO: Um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa

Síntese das principais conclusões do estudo | ANEXOS – Programas para a Mudança | Julho 2011

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5. Criação do prémio Cidade de Excelência para premiar a actuação, desempenho e gestão de

excelência, tendo em conta os resultados obtidos pelos municípios nos novos instrumentos de

gestão dos municípios, no seguimento da entrada em funcionamento pleno da plataforma

EXCELURBE em 2013. A primeira edição do prémio “Cidade de Excelência”, a atribuir aos

municípios com melhores indicadores obtidos no ano 2013, poderá assim ocorrer em 2014.

6. Criação e promoção de novos processos e produtos de financiamento municipal que contemplem as

preocupações da verificação da boa governança e da boa gestão, assumindo uma postura proactiva de

sensibilização/educação, nomeadamente pelo recurso a mecanismos de prémio/valorização das

propostas de financiamento que cumpram determinados requisito.

7. Promoção da inserção dos municípios portugueses em redes de cooperação internacional de forma a

– pelo menos – facilitar o arranque dos processos de integração dos municípios portugueses nestas redes.

8. Identificação de novas fontes de financiamento internacional para os municípios pelo levantamento

dos programas de apoio ao desenvolvimento existentes a nível europeu e global, assinalando aqueles

aos quais os municípios portugueses se poderão candidatar, podendo ainda ser facilitado/promovido o

acompanhamento das candidaturas que os municípios queiram submeter a estes programas.

9. Avaliação sistemática do impacto dos programas de mudança e mastering devendo ser

constituído um processo de acompanhamento e avaliação da implementação dos programas e das

propostas, incluindo reports periódicos de resultados e impactos obtidos, que permitam a

permanente validação e, se necessária, correcção de estratégias/acções.

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