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TEMA: Modos de Habitar PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DOS ESPAÇOS DE MORAR: avaliação pósocupação do Residencial Parque Univille – Uberaba – MG Ana Paula Seabra Marega Zago a Simone Barbosa Villa b (a,b: Mestranda em Arquitetura e Urbanista, Universidade Federal de Uberlândia, ana- [email protected]; Professora doutora em Arquitetura e Urbanismo, Universi- dade Federal de Uberlândia, [email protected]) Resumo As avaliações da qualidade dos espaços de morar, no campo da arquitetura, possuem conotação de valoração do ambiente construído, expondo percepções objetivas ou subjetivas, tanto de usuários como de especialistas, podendo ser aplicadas em dife- rentes fases do ciclo de vida da construção. No caso da Avaliação Pós-ocupação (APO) para habitação, torna-se mais eficaz o uso da interdisciplinaridade, trazendo maior coerência dos resultados, com abordagem em três escalas: o entorno (local de inserção do objeto), a unidade (“edificação como unidade”) e os cômodos (“ambientes específicos”). O artigo aqui apresentado faz parte da Dissertação de Mestrado intitulada “Aspectos Contemporâneos do Morar para avaliação da Qualidade na Habitação: piloto Uberaba – MG” [1], que tem por objetivo a identificação e classificação de aspectos contempo- râneos, atuantes na percepção da qualidade dos espaços de morar pelos indivíduos usuários, a fim de estabelecer banco de dados para avaliações pós-ocupações em

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  • TEMA: Modos de Habitar

    PERCEPÇÃO  DA  QUALIDADE  DOS  ESPAÇOS  DE  MORAR:  avaliação  pós-‐ocupação  do  Residencial  Parque  Univille  –  Uberaba  –  MG  

    Ana Paula Seabra Marega Zagoa Simone Barbosa Villab

    (a,b: Mestranda em Arquitetura e Urbanista, Universidade Federal de Uberlândia, [email protected]; Professora doutora em Arquitetura e Urbanismo, Universi-

    dade Federal de Uberlândia, [email protected])

    Resumo As avaliações da qualidade dos espaços de morar, no campo da arquitetura, possuem conotação de valoração do ambiente construído, expondo percepções objetivas ou subjetivas, tanto de usuários como de especialistas, podendo ser aplicadas em dife-rentes fases do ciclo de vida da construção. No caso da Avaliação Pós-ocupação (APO) para habitação, torna-se mais eficaz o uso da interdisciplinaridade, trazendo maior coerência dos resultados, com abordagem em três escalas: o entorno (local de inserção do objeto), a unidade (“edificação como unidade”) e os cômodos (“ambientes específicos”). O artigo aqui apresentado faz parte da Dissertação de Mestrado intitulada “Aspectos Contemporâneos do Morar para avaliação da Qualidade na Habitação: piloto Uberaba – MG” [1], que tem por objetivo a identificação e classificação de aspectos contempo-râneos, atuantes na percepção da qualidade dos espaços de morar pelos indivíduos usuários, a fim de estabelecer banco de dados para avaliações pós-ocupações em

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    habitações de quaisquer tipologias regulares urbanas recorrentes, que poderão contri-buir para fomentar futuros processos de APO na habitação. Esse artigo pretende apresentar uma parte dessa pesquisa maior, apontando os resul-tados da aplicação de um pré-teste, usando dois instrumentos de pesquisa – questio-nário e análise de levantamento de dados, em um empreendimento habitacional verti-cal (Residencial Parque Univille), localizado na cidade de Uberaba – MG, Brasil. O questionário foi elaborado considerando os aspectos objetivos, identificados como elementos físicos, vinculados aos aspectos subjetivos, relacionados aos modos de vi-da das pessoas, traduzindo valores, interesses e necessidades de um grupo ou indiví-duo. Também buscou analisar a percepção da qualidade dos espaços coletivos e pri-vados, pelos usuários, com foco nos aspectos funcionais, comportamentais e ambien-tais do morar, a fim de identificar e classificar os aspectos que influenciam nesta avali-ação. A aplicação de um questionário pré-teste se fez necessário para verificar se o instrumento adotado sofreria alteração, possibilitando seu ajuste para uso na disserta-ção de mestrado. Palavras-chave: avaliação pós-ocupação, habitação, aspectos do morar, qualidade da habitação. Introdução Este artigo pretende apresentar reflexões preliminares, em desenvolvimento na Dis-sertação de mestrado, intitulada “Aspectos Contemporâneos do Morar para avaliação da Qualidade na Habitação: piloto Uberaba – MG”, em desenvolvimento no Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Curso de Mestrado, junto à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design da Universidade Federal de Uberlândia [2]. Des-ta maneira tem por objetivo identificar e classificar aspectos contemporâneos, atuantes na percepção da qualidade dos espaços de morar pelos indivíduos usuários, através da aplicação de um pré-teste, bem como averiguar possíveis alterações da ferramenta utilizada, antecipando problemas à aplicação final na dissertação de mestrado. Este trabalho também se insere no grupo de pesquisa [MORA] pesquisa em habitação – grupo de pesquisa registrado no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Ci-entífico e Tecnológico) - Brasil, que tem como meta principal, em suas pesquisas, a busca por avanços metodológicos na área de APO. A desconsideração das novas composições familiares, a posição da mulher como ar-rimo de família, a noção de privacidade, as novas tecnologias, o uso da casa como local de trabalho, entre outros, são aspectos que não se encaixam de forma qualitativa em projetos baseados nos modelos da tripartição burguesa, de meados do século XVIII, onde considera a divisão dos espaços de acordo com sua função social, íntimo e serviços, atualmente com dimensões bastante reduzidas. A partir da matriz de des-cobertas, apresentada no final do artigo, é possível identificar uma grande sobreposi-ção de funções, mostrando que a divisão dos ambientes a partir das funções social, íntimo e serviços já não atende mais a demanda dos usuários moradores da contem-poraneidade. Portanto, a identificação e organização destes aspectos em gráficos, a partir de infor-mações coletadas pelo questionário, ressaltam a importância da APO na aproximação dos agentes desenvolvedores do projeto e os usuários moradores, contribuindo de forma positiva no desenvolvimento de novos projetos com maior qualidade, onde os desejos e necessidades dos usuários moradores da contemporaneidade sejam consi-derados em novos projetos e futuros processos avaliativos.

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    A estrutura do artigo baseia-se em: a) anotações acerca do termo qualidade das habi-tações; b) levantamento da evolução dos principais aspectos que interferem na noção da qualidade pelos usuários; c) apresentação dos dados da pesquisa aplicada no Re-sidencial Parque Univille - Uberaba MG; d) apresentação das considerações a respeito dos aspectos que influenciam a percepção da qualidade das habitações na contempo-raneidade. 1. O termo qualidade empregado às habitações O termo qualidade é bastante abrangente e segundo o dicionário online [3] pode de-signar uma (i) “característica particular de um objeto ou de um indivíduo (bom ou mau)”, ou ainda, (ii) “traço distintivo; aquilo que diferencia (algo ou alguém) dos de-mais”. No dicionário Aurélio a definição indica, numa escala de valores, “qualidade que permite avaliar e consequentemente aprovar, aceitar ou recusar qualquer coisa”. [4] Para Voordt e Wegen [5], qualidade significa “até que ponto um produto atende às exi-gências que lhe são feitas”. Assim, cabem várias interpretações para o significado do termo “qualidade”, pois ela depende do interesse de quem o utiliza. [6] Dentro do processo de produção do edifício, o conceito de qualidade pode ser empre-gado em várias etapas do seu ciclo de vida, desde o projeto até a sua análise pós-ocupação, sendo que este pode variar, pois, como destaca Picchi [7], “o conceito de ‘qualidade’ é dinâmico e varia com o tempo e com os interesses das pessoas ou orga-nizações em que é empregado”. Segundo Villa [8] o conceito de qualidade pode estar centrado no objeto ou nas rela-ções do sujeito com o lugar, podendo ser separado também, conforme Toledo [9], em dimensões objetivas e subjetivas, onde a primeira relaciona-se às propriedades físicas do edifício e a segunda refere-se à percepção do indivíduo em separar estas duas ca-racterísticas em relação ao objeto. Palermo também coloca três dimensões (físico-espacial, antropológica e funcional), onde considera: a dimensão físico-espacial como local de abrigo e proteção que levam a “segurança física e induz a permanência”; a dimensão antropológica, caracterizada por uma relação dimensional do espaço, aspecto objetivo, vinculada às relações fami-liares, que proporcionam segurança emocional, sentimento de pertencimento e lugar de realização pessoal, também chamado por ela de “dimensão simbólica”, estes últi-mos considerados aspectos subjetivos; e a dimensão funcional, o espaço privado de dimensão utilitária, “onde a família expressa cultura, crenças, aspirações”, definido também como “local de repouso, devendo favorecer a reposição das energias e facili-tar as atividades domésticas”. [10] Pode-se perceber que nas dimensões citadas pela a autora os aspectos objetivos e subjetivos estão intimamente ligados, sendo difícil um aspecto não ter influência sobre o outro. Na contemporaneidade, além dos vários significados da habitação, as relações esta-belecidas pelas variadas composições sociais trazem uma teia complexa de perguntas envolvendo a qualidade atual deste ambiente construído. A busca de respostas para esta questão vai além das vedações do abrigo, ela leva em consideração o espaço de morar com o espaço da cidade e esta percepção não se relaciona apenas ao que sen-te (como calor, frio, sede), ou como se sente no meio em que se vive (relações soci-ais), elas são dependentes. Uma das grandes dificuldades do entendimento da qualidade da habitação é a intensi-dade da subjetividade na relação pessoa-ambiente onde a análise baseada na Psico-logia Ambiental se faz necessário, pois

    (...) a moradia conecta pessoas (indivíduos e gerações), tempos (passado e futuro dos ocupantes) e vários elementos do contex-to socioambiental em que está inserida, sendo considerada uma

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    das fontes que contribuem para a definição da identidade do in-divíduo e da família. [11]

    Com isso, torna-se importante a avaliação da qualidade da habitação baseada nos princípios da análise da qualidade ambiental, pois ela não é, “uma propriedade nem do ambiente construído nem do homem, mas uma experiência – ou uma relação – produ-zida no processo de interação do ‘observador-sujeito’ com o ambiente”. [12] Estas relações, considerando os aspectos objetivos, identificados como elementos fí-sicos “(tais como: localização, disposição no lote, configuração formal, época de cons-trução, técnicas e materiais construtivos utilizados, dentre outros)”, vinculados aos as-pectos subjetivos, relacionados aos modos de vida das pessoas (como: apropriação e uso, habitabilidade, entre outros), traduzem valores, interesses, necessidades de um grupo ou indivíduo [13, 14] O entendimento desta relação pode ser mais fácil quando o cliente é o usuário final, – como é o caso daqueles que procuram profissionais de arquitetura – pois eles expõem nas entrevistas suas vontades, interesses e anseios. No caso de projetos que são so-licitados por clientes que não serão futuros usuários do espaço, como é o caso de in-corporadoras e construtoras, estes parâmetros se tornam, na maioria das vezes, dis-tantes dos padrões idealizados pelos moradores finais. [15] No Brasil, por volta de 1970, a execução de habitações para classes menos favoreci-das foi impulsionada pelo regime militar, produzindo em larga escala habitações, com soluções de projeto repetitivas, que desconsiderava a opinião dos possíveis usuários destas unidades, fato que se repete na política atual. Juntamente com as habitações de interesse social, as construções destinadas às classes médias, beneficiadas pelos financiamentos disponibilizados pelo BNH, entre os anos de 1970/80, também sofreram com a qualidade da produção, podendo ser vinculada a desqualificação da mão-de-obra da época e ao barateamento da execução devido a ser em sua grande maioria casas para venda e aluguel [16], o que também pode ser percebido atualmente. Com a criação do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, a possibilidade do con-sumidor em exigir melhor qualidade dos produtos adquiridos, mesmo que a princípio relacionado apenas ao desempenho de sua função, fez com que, no campo da habita-ção, as incorporadoras aprimorassem e buscassem executar construções com melho-res qualidades. [17] E foi com alteração do quadro político, em 1985, que proporcionou um salto na área de habitação, pois, com o fim da ditadura, o fortalecimento da democracia e dos mo-vimentos sociais, as reivindicações relacionadas à qualidade da habitação, fizeram com que o governo federal criasse, em 1990, o Programa Brasileiro de Qualidade de Produtividade no Habitat (PBPQ-H), entre outros, criados nos âmbitos estaduais, vi-sando instrumentos para melhoria da qualidade das habitações populares pelas em-presas de construção. [18] Com a criação do Programa de Tecnologia da Habitação (Habitare), em 1994, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia do governo federal, pesquisadores de universida-des vinculados a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública tam-bém ligada ao mesmo ministério e com o apoio da Caixa Econômica Federal (CEF), que substituiu o BNH na parte de financiamentos de habitações, buscam soluções pa-ra melhoria das moradias brasileiras através de pesquisas em habitações de interesse social [19]. Este programa tem nove linhas de atuação e uma delas está relacionada à APO. As primeiras APOs tinham como foco a análise da qualidade construtiva e técnica dos materiais empregados na edificação, visto que atualmente também evidenciam aspec-tos psicológicos e culturais que influenciam diretamente na qualidade da habitação,

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    além de fatores como desempenho físico, relacionados ao conforto ambiental, funcio-nalidade, condições de uso, condições de acabamento entre outros. Estas avaliações levam em consideração a opinião de especialistas e também dos usuários, proporcio-nando uma coleta de dados mais coerente. [20] É importante compreender que o homem tem expectativas diferentes um dos outros, com percepções e experiências individuais, onde dimensões cognitivas influenciam na vivência deste lugar, ora retratando a função propriamente dita, ora funções mais sub-jetivas como: aconchego, status entre outros. Necessário entender também que, em relação aos modos de vida dos indivíduos, o local, o tempo e alguns conceitos, como: intimidade, privacidade, qualidade e conforto, influenciaram e ainda influenciam as transformações dos espaços, sejam eles públicos ou privados [21, 22]. Um aspecto objetivo, relacionado ao dimensionamento dos espaços de morar, levan-tado por Palermo, envolve as características antropométricas dos usuários que interfe-rem em “atributos espaciais que importam às atividades domésticas (...) considerando que o brasileiro ‘típico’ é fruto de uma mistura de etnias”, [23] não sendo possível es-tabelecer um padrão antropométrico para o homem brasileiro. Ainda para a autora a importância da antropometria aplicada aos espaços da habitação, relaciona-se, além das questões de dimensões, aspecto objetivo relacionado à percepção da qualidade, uma busca por “reposição das energias física e mental, incluindo apropriação e fixação da família, traduzindo-se na possibilidade de controle do estresse e na garantia de pri-vacidade” [24], fatores que são intimamente ligados aos aspectos subjetivos do morar. Outro aspecto, relacionado à percepção do espaço pelo indivíduo, é o tempo, ponto substancial à capacidade de adaptação do ser humano, onde se deve a permanência no local, interferindo de certa forma em sua análise crítica em relação ao ambiente. A carga emocional envolvida, também se torna ponto de extrema importância na avalia-ção da qualidade da habitação, que, segundo Martins [25], leva em consideração “(...) o atendimento à satisfação das necessidades sociais, do bem-estar e da qualidade de vida do ser humano em relação à habitação”, pois grande parte do tempo é gasto nes-te espaço perpassando fases de vida, gerando lembranças afetivas (boas ou ruins) vinculadas a este lugar. A partir do exposto e tendo em vista a produção em larga escala de habitações para classes menos favorecidas, impulsionada pelo regime militar, com soluções de projeto repetitivas, no qual desconsidera a opinião dos possíveis usuários destas unidades, fato que se repete na política atual, torna-se importante a avaliação da qualidade des-tas habitações, identificando a percepção do usuário em relação a estes aspectos ob-jetivos e subjetivos do morar. [26] 2. Aspectos de Avaliação da Qualidade do Morar A avaliação da qualidade da habitação leva em consideração vários aspectos que in-terferem na percepção da qualidade destes espaços pelos indivíduos usuários, sejam eles aspectos objetivos ou subjetivos. Este percepção da qualidade foi mencionada em um artigo, publicado em 2013, por Reis e Lay, onde discorrem sobre avaliação es-tética de empreendimentos habitacionais de interesse social, abordando os conceitos de percepção e cognição, onde o primeiro “refere-se às reações ao ambiente construí-do imediato baseadas nos sentidos”, enquanto o outro “diz respeito ao ambiente cons-truído baseadas nos valores de conhecimento, personalidade etc”. [27] Importante, portanto, entender esta diferença entre percepção e cognição, pois influ-enciam no entendimento de aspectos, principalmente aqueles considerados subjeti-vos, como é o caso dos aspectos envolvidos na qualidade estética das habitações, visto que ora abrangem um campo mais objetivo, ora mais subjetivo.

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    O intuito desta pesquisa é abranger de forma generalista os vários aspectos contem-porâneos que influenciam na percepção da qualidade dos espaços de morar, onde às vezes permeiam, ao mesmo tempo, a subjetividade e objetividade, sendo, portanto, posteriormente necessário o aprofundamento de cada aspecto, como tem sido feito nos trabalhos de Reis e Lay, no caso da qualidade estética. Além da característica generalista dos aspectos envolvidos na avaliação da qualidade habitacional, outro ponto a ser destacado é a não definição de uma tipologia a ser es-tudada na pesquisa, pois o foco é o levantamento de vários aspectos que influenciam em qualquer tipologia habitacional, onde se ponderarão todas as classes sociais, ex-cluindo os extremos (extrema pobreza – favela cortiço, habitações irregulares e extre-ma riqueza – casa ou apartamentos com área superior a 250 m²). Para este artigo foi selecionado um conjunto habitacional vertical, em condomínio fe-chado, que se enquadra no programa de habitação Minha Casa Minha Vida (PMCMV), faixa dois. Já para a pesquisa maior, de mestrado, será selecionado mais um condo-mínio habitacional fechado, porém horizontal, para análise e conflito dos dados coleta-dos. As técnicas escolhidas para essa primeira avaliação pré-teste foram as de Levan-tamento de Dados e Questionário. Consoante ao proposto neste artigo, os aspectos a serem avaliados, para obtenção da qualidade foram levantados e adaptados ao questionário que foi aplicado no condomí-nio habitacional mencionado.

    2.1 Levantamento de dados

    Esta técnica é desenvolvida pelo próprio pesquisador (respondente) e possui o objeti-vo de levantar dados inicias do objeto a ser avaliado, como: informações do empreen-dimento, onde conseguir o material técnico (plantas, cortes, informações técnicas), quais são as possíveis pessoas chaves que auxiliarão na viabilidade de aplicação da APO e quais instrumentos serão necessários para esta avaliação (registros fotográfi-cos, equipamentos específicos, etc.) [28, 29]. Os atributos avaliados com esta técnica podem ser relacionados aos aspectos proje-tuais, dados sobre o programa habitacional; localização; restrições urbanísticas e de-mais legislações; infraestrutura urbana instalada; aspectos relacionados à mobilidade urbana; informações gráficas sobre os projetos (plantas e demais desenhos técnicos); dados gerais sobre os conjuntos (número de unidades; ano de construção e entrega; profissionais e empresas responsáveis pela concepção, construção e manutenção dos empreendimentos; entre outros); e sistemas relativos à eficiência energética e susten-tabilidade. Esta técnica possui vantagens como: não incomodar os usuários com abordagens di-retas; ter um custo mais acessível; facilidade de organizar; sendo ainda possível abar-car muitas informações, porém com o inconveniente de não ter o material disponível para análise. [30]

    2.2 Questionário

    Outra ferramenta utilizada nesta pesquisa foi o questionário, constituído por perguntas fechadas (questionário estruturado), no qual o respondente (entrevistado) é o usuário (morador). Com esta técnica é possível identificar informações gerais do entrevistado; nível de satisfação dos usuários em relação às três escalas do empreendimento (bair-ro, conjunto/quarteirão e unidade); comparação com condição anterior de moradia; forma de uso dos espaços; e nível de consciência ambiental dos moradores [31, 32].

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    A aplicação de questionários pode ser considerada uma técnica prática e barata, pois consegue coletar, a partir de várias pessoas, um número maior de informações, po-dendo ser empregado apenas por um pesquisador ou um grupo maior. As desvanta-gens desta ferramenta, além do tempo despendido em seu uso, são: a possibilidade de poucas respostas; respostas direcionadas, em sua maioria vinculada à desmotiva-ção; discordar em participar do exercício, por se sentirem invadidas em sua privacida-de ou até mesmo por insegurança. Desse modo, deve-se ter atenção, na preparação de um questionário, nos seguintes pontos: “a construção lógica, a adequação das perguntas ao nível de conhecimento dos possíveis entrevistados, evitar perguntas que sugiram a resposta e verificações internas de coerência e confiabilidade”. [33] Os atributos avaliados pelo questionário, aplicado no Residencial Parque Univille, fo-ram organizados em síntese no Quadro 1 abaixo. Quadro 1 - Síntese de aspectos avaliados pelo questionário.

    Aspectos Primários / Aspectos Secundários

    Questão Conceito

    Car

    acte

    rístic

    as d

    o U

    suár

    io

    - Perfil do Usuário; - Grau de parentesco na composição familiar; - Número de Moradores; - Perfil Sócio Econômi-co.

    - Gênero, - Idade, - Grau de escolaridade, - Papel no grupo familiar, - Tipo de família anterior, - Tipo de família atual, - Renda, - Fonte de renda principal, - Número de moradores, - Grau de parentesco dos moradores, - Funcionários,

    - Diversidade (Social, Cul-tura, étnica, etc.), - Segregação sócio espa-cial; - Convívio; - Habitabilidade; - Densidade, - Perfil econômico.

    Mor

    adia

    ant

    erio

    r

    - Localização, - Tempo, - Mobilidade, - Satisfação / Convívio, - Tipologia (padroniza-ção / originalidade), - Dimensão dos espa-ços, - Qualidade construtiva, - Financeira, - Uso, - Satisfação.

    - Tempo de moradia, - Localização, - Relação com vizinhança, - Participação no projeto da residência, - Estética, - Qualidade das áreas livres, - Segurança, - Qualidade de construção, - Dimensão, - Tipo de moradia, - Estado de aquisição, - Despesas com a moradia, - Satisfação geral.

    - Apropriação, - Mobilidade, - Hierarquia (centro x peri-feria) - Sociabilidade, - Padrão da vizinhança, - Ludicidade, - Estímulos emocionais, - Agradabilidade, - Padrão da moradia, - Densidade - Perfil econômico, - Percepção estética.

    M

    orad

    ia a

    tual

    - Localização, - Tempo, - Mobilidade, - Satisfação / Convívio, - Tipologia (padroniza-ção / originalidade), - Dimensão dos espa-ços, - Qualidade construtiva, - Financeira, - Motivação, - Uso, - Satisfação.

    - Tempo de moradia, - Localização, - Relação com vizinhança, - Estética, - Satisfação em relação a equipamentos públicos, - Participação no projeto, - Segurança, - Qualidade de construção, - Dimensão, - Tipo de moradia, - Estado de aquisição, - Despesas com a moradia,

    - Relação com o entorno, - Apropriação, - Mobilidade, - Hierarquia (centro x peri-feria) - Sociabilidade, - Padrão da vizinhança, - Ludicidade, - Estímulos emocionais, - Agradabilidade, - Padrão da moradia, - Densidade - Padrão da moradia

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    - Atividades realizadas, - Conservação dos espaços coletivos, - Satisfação em relação as áreas e equipamentos de uso coletivo - Satisfação geral.

    - Perfil econômico, - Convívio; - Percepção estética.

    Uni

    dade

    - Privacidade, - Acessibilidade, - Uso, - Satisfação, - Convivência, - Áreas ajardinadas, - Dimensão dos ambien-tes, - Acessos e circulações

    - Significado da moradia, - Dimensão da unidade, - Divisão da unidade, - Mobiliários, - Qualidade da construção, - Manutenção - Áreas verdes, - Insolação, - Privacidade, - Satisfação geral.

    - Diversidade (Social, Cul-tura, étnica, etc.), - Segregação sócio espa-cial; - Convívio; - Habitabilidade; - Densidade, - Apropriação, - Ludicidade, - Estímulos emocionais, - Agradabilidade, - Padrão da moradia, - Dimensão, - Qualidade construtiva,

    Côm

    odos

    - Privacidade, - Acessibilidade, - Uso, - Satisfação, - Convivência, - Áreas ajardinadas, - Dimensão dos ambien-tes, - Acessos e circulações

    - Dimensão, - Facilidade de mobiliar, - Conforto térmico e acústico, - Reformas ou alterações, - Uso dos espaços, - Satisfação em relação às atividades realizadas, - Frequência das atividades realizadas.

    - Convívio; - Habitabilidade; - Densidade, - Apropriação, - Ludicidade, - Estímulos emocionais, - Agradabilidade, - Padrão da moradia, - Dimensão.

    Fonte: Quadro baseado em VILLA, SARAMAGO, GARCIA (2015)

    Este quadro foi usado para construção do questionário, onde vincula: aspectos (primá-rios e secundários), questões e conceitos envolvidos. Após a construção do questioná-rio, sua aplicação e coleta de informações tanto o quadro quanto o questionário pode-rão sofrer alterações. 3. Análise de dados da pesquisa aplicada no Residencial Par-

    que Univille – Uberaba MG. O Residencial Parque Univille é um condomínio residencial vertical fechado, que se enquadra no programa de habitação Minha Casa Minha vida (PMCMV), faixa dois, do Governo Federal, situado na cidade de Uberaba – MG, no Bairro Aeroporto, conside-rado um bairro antigo, com implantação de pequenas indústrias, com muitas áreas não edificadas, pois se tratava de loteamentos de chácaras (Fig. 1). Entregue em Outubro de 2012, o empreendimento situa-se à Rua Carlos Salge, no qual faz parte do loteamento Hyléa Parque, destacando as BR-050 (linha em vermelho na Fig. 1) que divide o Bairro Aeroporto do Bairro Morumbi. Os acessos disponíveis ao empreendimento, ilustrados no mapa a seguir (Fig. 2), são poucos, a destacar como principais dois acessos por vias locais (2 e 3, indicados na Fig. 2), que partem de uma arterial, Avenida Dona Maria de Santana Borges, que além de dividir os bairros Distrito Industrial II e Grande Horizonte, é uma via de interligação rápida ao centro da cidade. Existem também dois outros acessos menos utilizados: uma via arterial (1, também indicado na Fig. 2), que também parte da Avenida Dona Maria de Santana Borges e

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    um acesso direto pela Rodovia BR-050. Todos os acessos são pavimentados e os serviços de infraestrutura urbana (fornecimento de água, energia elétrica e tratamento de esgoto) também existem no bairro.

    Fig. 1 – Localização do Residencial Parque Univille e indicação de equipamentos no entorno.

    Fonte: Imagem capturada Google Earth. Jun/2016 Intervenção autora

    Fig. 2 – Localização do Loteamento Hylea Parque, com destaque dos principais equipamentos

    do entorno. Fonte: Imagem capturada Google Earth. Jun/2016 Intervenção autora

    Em relação aos equipamentos públicos, já indicados em um mapa anterior (Fig. 1), destaca-se a presença de uma escola municipal e um Hospital. Considerando o per-curso a pé, a Escola Municipal Professor José Geraldo Guimarães distancia-se do empreendimento estudado cerca de 674m; já o Hospital Universitário Mário Palmério, inserido no Bairro Santa Maria, a distância percorrida é de 3.221m. De acordo com implantação (Fig. 3), disponibilizada no site da incorporadora, que rea-lizou o empreendimento, identifica-se a organização de seis blocos agrupados dois a dois criando um formato H, possibilitando, no pavimento térreo, a criação de unidades de habitação com área privativa (Fig. 4) (total de 12 unidades das 96 disponíveis). Ca-da bloco possui quatro pavimentos com quatro apartamentos por andar (Fig. 5), sendo 16 unidades de habitação por bloco. A distribuição das vagas de estacionamento (um por apartamento) e das áreas comuns se dá entre os agrupamentos de blocos, sendo

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    possível a identificação de área coletiva na porção leste do terreno com alguns equi-pamentos de uso coletivo: playground, gazebo e espaço fitness.

    Fig. 3 – Implantação do Residencial Parque Univille, com agrupamento de blocos dois a dois.

    Fonte: MRV EMPREENDIMENTOS

    Fig. 4 – Apartamento tipo com área privativa.

    Fonte: MRV EMPREENDIMENTOS

    Fig. 5 – Apartamento Tipo com dois dormitó-

    rios e área útil de 45m². Fonte: MRV EM-PREENDIMENTOS

    Pela análise da planta da unidade o projeto desconsidera a variedade de perfis familia-res da contemporaneidade, no qual a tipologia (Fig. 5) se repete com dois quartos, sa-la, cozinha e área de serviço reduzida, totalizando uma área útil 45 m² por unidade. Observa-se também que a flexibilidade da planta é dificultada não só pela disposição dos cômodos, mas pelo sistema construtivo utilizado, em parede estrutural com blocos de concreto. No que se refere à funcionalidade dos espaços, Palermo indica uma “relação entre es-paço, conjunto de equipamentos necessários a cada atividade e o usuário desta”. [34] Além disso, as circulações, acessos, operações dos mobiliários no interior de cada cômodo, quando considerados, segundo a autora, “leva a uma relação viável mínima de m²/habitante”. [35] O parâmetro colocado por ela é de 11 a 14 m²/leito, consideran-do dois leitos por dormitório, no qual, segundo Silva [36] atenderia tanto as questões de conforto quanto funcionais, e uma metragem acima do parâmetro citado aumentaria o custo, sem necessariamente aumentar a satisfação dos usuários.

  • Tema: Modos de Habitar

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    Considerando o exposto acima mesmo usando o parâmetro mínimo, 11m²/leito, a di-mensão dos apartamentos deveria refletir uma satisfação, em relação ao dimensiona-mento, o que não foi visto no decorrer do trabalho. A aplicação de um questionário como pré-teste foi importante para a pesquisa de mes-trado, citada no início do artigo, pois poderá ser usada como meio de verificação desta ferramenta. Depois do levantamento de dados, mostrado anteriormente, a segunda etapa foi aplicar os questionários in loco, através de entrevistas com os moradores nas suas residências. [37] Foi entrevistado um total de oito unidades de um universo de 96 unidades. [38] O questionário objetivou uma abordagem ampla, considerando o perfil dos usuários, moradia anterior e atual, mobilidade urbana e disponibilidade de equipamentos urba-nos, questões ambientais, renda, nível escolar entre outras questões, sendo que todos estes itens levantados podem interferir nos aspectos envolvidos, de certa forma na percepção da qualidade da habitação. Assim, conforme o levantamento de dados levantados, através dos questionários, foi possível verificar a predominância de mulheres, correspondendo 62% contra 38% de homens. Em relação à faixa etária a maioria tem entre 21 e 40 anos, sendo 62% entre 21 a 30 anos e 38% de 31 a 40 anos. A maioria das unidades possui apenas dois (62% dos casos) ou três moradores (38% dos casos). A predominância de duas ou três pessoas por apartamento e faixa etária homogênea pode estar relacionada aos gráficos a seguir: família anterior e atual. Observa-se que as famílias pertenciam, em sua grande maioria, à composição de família nuclear (pai + mãe + filhos) (Fig. 6) e a constituição atual permeia em família nuclear e DINC (casal sem filhos) (Fig. 7) supondo que esta pode ser a primeira moradia destas famílias.

    Fig. 6 – Composição familiar anterior. Fonte: Organizado pela autora.

    Fig. 7 – Composição familiar atual. Fonte: Organizado pela autora.

    Como o Residencial Parque Univille faz parte do PMCMV, Faixa 2, que estabelece que as unidades habitacionais deste grupo são destinadas a famílias com renda entre R$ 2.351,00 e 3.600,00 (de 2,6 a 4 salários mínimos) [39], verifica-se o não cumprimento do estabelecido acima por algumas famílias, em que 63% têm de 3 a 6 salários (R$

    62%  12%  13%  

    13%  

    Família  anterior  Família  nuclear  (pai+mãe+filhos)  família  nuclear  expandida  (pai  +  mãe  +  filhos  +  parente)    família  monoparental  (pai  ou  mãe  +  filhos)      família  monoparental  (pai  ou  mãe  +  filhos  +  parente)    pessoa  só  casal  de  idosos                                      coabitação  (sem  vínculo  familiar)  DINC  (casal  sem  filhos)  

    50%  

    12%  

    38%  

    Família  atual  Família  nuclear  (pai+mãe+filhos)  família  nuclear  expandida  (pai  +  mãe  +  filhos  +  parente)    família  monoparental  (pai  ou  mãe  +  filhos)      família  monoparental  (pai  ou  mãe  +  filhos  +  parente)    pessoa  só  casal  de  idosos                                      coabitação  (sem  vínculo  familiar)  DINC  (casal  sem  filhos)  

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    2.640,01 a R$ 5.280,00, contra 37% com renda entre 1 a 3 salários mínimos (R$ 880,00 a R$ 2.640,00). Segundo a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios – PNAD, realizada pelo IB-GE [40], observa-se que no Brasil a desigualdade de renda é maior que a desigualda-de de escolaridade, o que no caso da pesquisa indica o contrário: uma maior homoge-neidade na renda do que no grau de escolaridade, onde apresenta uma variação de Ensino Médio incompleto até Pós-graduação, com predominância de Ensino Superior Completo. (Fig. 8) Cruzando esta análise com as anteriores (idade, perfil familiar atual e número de moradores) reforça ser um empreendimento no qual e prevalecem, até a presente quantidade de amostra, casais no início da carreira profissional com investi-mento em sua primeira residência.

    Fig. 8 – Grau de escolaridade da amostra de moradores do Residencial Parque Univille. Fonte:

    Organizado pela autora. Conforme apresentado na primeira parte do trabalho, no qual é analisada a implanta-ção do empreendimento, em relação aos acessos, equipamentos disponíveis e inte-gração com a cidade, observa-se, com a aplicação do questionário, que existe uma satisfação em relação ao novo bairro. Em relação à localização 100% dos entrevista-dos consideraram-na boa e estão felizes com o novo bairro, apesar de alguns conside-rarem o bairro abandonado e inseguro (ambos com 16% dos entrevistados). Contudo, é interessante destacar que esta unanimidade pode ter relação com um não entendi-mento da questão, resposta automática ou pela fase do ciclo de vida dos moradores indicado no tópico anterior da pesquisa. Além da percepção em relação aos aspectos acima citados a disponibilidade e quanti-dade destes equipamentos públicos também foram avaliadas e a conclusão é que o bairro não satisfaz os usuários no que se refere: à Cultura, onde 75% consideram in-satisfatório; 62,5% entrevistados consideram insatisfatório o número de Creches e Es-colas; em relação a equipamentos de saúde 50% acha insatisfatório e Transporte pú-blico a insatisfação fica entre 37,5% dos moradores. Apesar da insatisfação com a falta de equipamentos públicos disponíveis, a localiza-ção periférica e a consideração de insegurança no bairro, 75% dos respondentes indi-caram a segurança como um dos principais motivos de escolha para morar no Resi-dencial Parque Univille (os respondentes poderiam nesta questão escolher mais de um motivo), 50% indicou gostar do bairro, ter uma localização privilegiada, 37,5% indi-cou ser investimento imobiliário e 25% optaram por ficar perto do trabalho e ter fácil manutenção. Outra questão da escolha do item segurança pelos moradores é o fato do empreendi-mento estar em condomínio fechado e ser tipologia apartamento. Contudo, quando são indagados em relação aos pontos negativos de morar em apartamentos ou con-

    12%  

    25%  

    12%  38%  

    13%  

    Grau  de  escolaridade  Nunca  fui  a  escola  Ensino  Fundamental  incompleto  Ensino  Fundamental  completo  Ensino  Médio  incompleto  Ensino  Médio  completo  Ensino  Superior  incompleto  Ensino  Superior  completo  Pós  Graduação    

  • Tema: Modos de Habitar

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    domínios os moradores mostraram-se insatisfeitos pela falta de privacidade em rela-ção aos vizinhos e ter uma vida social controlada pelas regras do condomínio. (Fig. 9)

    Fig. 9 – Pontos negativos de morar em apartamentos ou condomínios. Fonte: Organização

    própria. Por outro lado, a existência de espaços coletivos em condomínios é um ponto positivo em relação aos loteamentos abertos, visto que nem sempre os bairros possuem equi-pamentos de lazer como praças, playgrounds, entre outros, próximo às moradias e em boa qualidade. Os equipamentos de uso coletivo disponíveis no Residencial Parque Univille são: playground, espaço fitness e gazebo, sendo que, os moradores que responderam o questionário, não estão satisfeitos com a quantidade destes equipamentos (Fig. 10), mesmo que a maioria não use ou raramente utilize (Fig. 11). Entretanto, apesar do pouco uso, os moradores estão satisfeitos em relação à manutenção e conservação destes espaços, mas gostariam que se existissem outros equipamentos, além dos já existentes, conforme indicado na Fig. 12.

    Fig. 10 – Equipamentos coletivos são suficientes. Fonte: Organização própria.

    Fig. 11 – Frequência de uso dos equipamentos coletivos. Fonte: Organização própria.

    22%  

    15%  

    19%  

    22%  

    19%   3%  

    Pontos  negaLvos  de  morar  em  apartamentos  ou  condomínios  

    Falta  de  privacidade  em  relação  aos  vizinhos  

    Ausência  de  jardim  privaUvo  (quintal)  

    Limitação  em  relação  as  reformas  

    Vida  social  controlada  pelas  regras  do  condomínio  

    Espaço  reduzido  da  residência  

    Convívio  social  coleUvo  

    Outros  

    29%  

    71%  

    Equipamentos  coleLvos  são  suficientes  

    Sim  

    Não  

    50%  37%  

    13%  

    Frequência  de  uso  destes  equipamentos  

    Não  uUlizo   Raramente  

    Uma  vez  por  mês   Uma  vez  por  semana  

    2  vezes  por  semana   3  vezes  por  semana  

    4  vezes  por  semana   5  vezes  por  semana  

    6  vezes  por  semana   Todos  os  dias  

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    Fig. 12 - Gostaria de quais outros equipamentos coletivos em seu condomínio? Fonte: Organi-

    zação própria. O Residencial Parque Univille é um condomínio residencial vertical fechado, com uni-dades habitacionais de 45m², conforme indicado no Levantamento de Dados. A di-mensão da unidade é pequena, confirmada pela pesquisa através do questionário. (Fig. 13)

    Fig. 13 – Tamanho da residência. Fonte: Organização própria.

    A divisão dos cômodos segue a tripartição burguesa separando a habitação em três áreas: íntima (dormitórios, banheiros), social (sala) e serviços (cozinha e área de ser-viços). Esta divisão, como já analisada por vários autores, [41, 42, 43] pode ser inte-ressante para construções com grandes áreas disponíveis para desenvolvimento das funções nos espaços pré-determinados, o que não acontece no empreendimento ava-liado (Fig. 14). As atividades são sobrepostas devido à falta de flexibilidade e área pa-ra realiza-las, conforme Fig. 15 e Fig. 16.

    Fig. 14 – Sobre a divisão dos cômodos. Fonte: Organização própria.

    Além da sobreposição de atividades, a má divisão e a redução do tamanho dos cômo-dos indica a dificuldade de aproveitar os mobiliários existentes, onde 63% indicaram não ter conseguido aproveitar os móveis antigos, pois não couberam, contra 25% que

    9%  9%  

    16%  

    14%  9%  

    14%  

    3%  12%  

    3%  2%   9%  

    Gostaria  de  quais  equipamentos  coleLvos  em  seu  condomínio?  Piscina  adulto  Piscina  infanUl  Área  para  churrasco  Salão  de  festas  Quadra  Espaço  Gourmet  Salão  de  jogos  Academia  Playground/brinquedoteca  Sauna  Quiosques  Outros  

    87%  

    13%  

    Tamanho  da  residência  

    Muito  grande  Grande  Média  Pequena  Muito  pequena  

    12%  

    63%  

    25%  

    Sobre  a  divisão  dos  cômodos  

    Muito  bem  dividida  

    Bem  dividida  

    Médio  

    A  divisão  é  ruim  

    A  divisão  é  muito  ruim  

  • Tema: Modos de Habitar

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    disseram que os móveis antigos couberam e 12% indicaram que couberam parcial-mente, ou seja, alguns móveis precisaram ser trocados. Porém a maioria dos morado-res afirmou ser fácil mobiliar os apartamentos e os existentes são suficientes. (Fig. 16 e Fig. 17)

    Fig. 15 - Planta com sobreposição de atividades. Fonte: Baseado em Villa, Saramago, Garcia,

    2015 – Produção e adaptação: autora.

    Fig. 16 – Sobreposição de atividades em um cômodo de uma unidade. Fonte: Foto tirada

    pela autora no dia da aplicação do questioná-rio. Autora 05/2016.

    Fig. 17 – Móveis planejados. Fonte: Foto tira-da pela autora no dia da aplicação do questi-

    onário. Autora 05/2016.

    O questionário abordou algumas questões de percepção da qualidade dos materiais utilizados na construção da unidade e sua facilidade de manutenção, sendo indicada, pelos moradores participantes da pesquisa, de média a baixa qualidade com uma faci-lidade boa de manutenção. Alguns moradores optaram pela troca do revestimento an-tes mesmo de se mudarem. Quando questionados se tinham privacidade, entre os vizinhos e os próprios morado-res, a maioria respondeu ter uma privacidade média, dependendo em qual cômodo se

    Legenda de atividades. Fonte: Baseado em Villa, Saramago, Garcia, 2015 – Organização autora (íco-nes: http://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/pessoas)

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    encontravam. (Fig. 18). Os moradores dos primeiros pavimentos sentem menor priva-cidade devido às janelas dos blocos serem voltadas diretamente para as áreas de cir-culação de acesso aos blocos, garagens e áreas coletivas. (Fig. 19)

    Fig. 18 – Sobre a qualidade dos materiais utilizados na unidade e a privacidade em relação aos

    vizinhos e moradores da mesma unidade. Fonte: Organização própria.

    Fig. 19 – Janelas do pavimento térreo voltadas para garagem e área coletiva. Fonte: MRV EM-

    PREENDIMENTOS A partir do levantamento dos dados foi possível desenvolver uma matriz de descober-tas, que é uma síntese dos resultados da pesquisa. (Fig. 20)

    0   1   2   3   4   5   6  

    ÓUmo  Bom  

    Médio  Ruim  

    Muito  ruim  ÓUmo  Bom  

    Médio  Ruim  

    Muito  ruim  ÓUmo  Bom  

    Médio  Ruim  

    Muito  ruim  ÓUmo  Bom  

    Médio  Ruim  

    Muito  ruim  

    Qualidade  do

    s  materiais  de

     construção  

    uUlizados  na  

    sua  resid

    ência  

    Facilidade  de

     manuten

    ção  e  

    limpe

    za  de  sua  

    resid

    ência  

    Nível  de  

    privacidade  em

     relação  aos  

    vizin

    hos  

    Nível  de  

    privacidade  em

     relação  aos  

    moradores  da  

    unidade  

  • Tema: Modos de Habitar

    17

    Fig. 20 – Matriz de Descobertas. Fonte: Baseado em Villa, Saramago, Garcia, 2015 - Organi-

    zação autora. 4. Considerações finais Conforme apresentado no início do trabalho, as Avaliações pós-Ocupação (APO) tor-nam-se mais eficazes quando se utiliza da interdisciplinaridade e combinação de vá-rios métodos e ferramentas [44, 45, 46]. A presente pesquisa limitou-se, por questão do tempo escasso, à aplicação apenas do método quantitativo com duas ferramentas: Levantamento de Dados e Questionário. A partir dos dados obtidos pelo do questionário notou-se necessidade de reavaliar a ferramenta, visto que algumas respostas mostraram-se automáticas, invalidando a amostra coletada. Alguns pontos podem ser destacados para justificar o não cumpri-mento do objetivo proposto: questionário longo e cansativo; perguntas mal formuladas e/ou repetidas que causavam desmotivação; interpretação equivocada pelos morado-res que responderam posteriormente sem a presença da pesquisadora; sentimento de invasão de privacidade; pressa para terminar o questionário; e desconforto com algu-mas perguntas. Para que estes problemas possam ser resolvidos será necessário rever a ferramenta e sua aplicação, acreditando ser possível assim alcançar o objetivo estabelecido anteri-ormente. Os pontos salientados no parágrafo anterior já foram identificados no traba-lho de Villa, Saramago e Garcia, [47] no qual, para contorna-los, desenvolvem e tes-tam uma ferramenta digital, em formato de Game, tornando a pesquisa mais interativa e interessante. Em relação aos dados obtidos pelo questionário eles foram tabulados e analisados, observando-se que a maioria das habitações de interesse social, dentro do PMCMV, carregam problemas repetitivos vinculados: ao dimensionamento reduzido dos espa-ços, que acarreta dificuldades de mobiliar os ambientes, desencadeando a falta de área de estocagem, além de provocar sobreposição de atividades; falta de privacida-de; sistema construtivo escolhido prejudica ou anula a flexibilidade dos ambientes; má

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    qualidade dos materiais utilizados na construção, ocasionando problemas de estan-queidade, principalmente acústica; entre outros pontos indicados na matriz de desco-bertas. Portanto, é de suma importância à aplicação de APOs no sentido de gerar informa-ções baseados em variados aspectos, tanto objetivos quanto subjetivos, relacionando-os a fim de realimentar o processo de projeto, na busca da qualidade da produção dos espaços de morar. Referências Bibliográficas

    [1] Dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, do Programa de Pós-

    Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Uberlândia (FAUeD/UFU). Esta pesquisa de mestrado integra uma pesquisa maior intitulada “[COMO VOCÊ MORA?] Sistema Interativo de Avaliação Pós-Ocupação da Qua-lidade do Habitar em Meios Digitais, do grupo [MORA], pesquisa em habitação da FAUeD/UFU.

    [2] A pesquisa aqui relatada também faz parte de uma pesquisa maior intitulada “[COMO VOCÊ MORA?] Sistema Interativo de Avaliação Pós-Ocupação da Qua-lidade do Habitar em Meios Digitais”, em desenvolvimento no [MORA] pesquisa em habitação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design da Universida-de Federal de Uberlândia, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimen-to Científico e Tecnológico. Seu objetivo principal é o desenvolvimento de um sistema interativo de avaliação pós-ocupação em meios digitais (tablets e smarts phones), que permita identificar a qualidade das habitações produzidas e cuja viabilidade, testada em estudos de caso na cidade de Uberlândia (MG), possa fundamentar sua replicação futura em território nacional.

    [3] Dicionário Online. Disponível em: http://www.dicio.com.br/qualidade/ Acesso em: 29/01/2016

    [4] Ferreira, A. B. de H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Positivo, 2004, 3ed. p.1165.

    [5] Voordt, T. J. M.van der; Wegen, H. B. R. Arquitetura sob o olhar do usuário. Pro-grama de necessidades, projeto e avaliação de edificações São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2013. p.11.

    [6] Fabrício, M. M.; Ornstein, S. W.; MELHADO, S. B.. Conceitos de qualidade no projeto de edifícios. In: Qualidade no projeto de edifícios / org. Márcio Minto Fa-brício e Sheila Walbe Ornstein – São Carlos: RiMa. Editora, ANTAC, 2010.

    [7] Picchi, 1993, apud Fabrício; Ornstein; Melhado op. cit., p.6. [8] Villa, S. B.. “Morar em apartamentos: a produção dos espaços privados e semi-

    privados nos edifícios ofertados pelo mercado imobiliário no século XXI em São Paulo e seus impactos na cidade de Ribeirão Preto. Critérios para Avaliação Pós-Ocupação”, Dissertação de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, FAUUSP. São Paulo: Fevereiro, 2008.

    [9] Toledo, 1993 apud Villa, op. cit., 2008. [10] Palermo, C. Sustentabilidade social do Habitat. Florianópolis: Ed. da autora,

    2009. p. 55. [11] Arías, 1993; Certeau; Giard; Mayol, 1966, apud Elali, G. A.; Pinheiro, J. Q. Ana-

    lisando a experiência do habitar: algumas estratégias metodológicas. In: Villa, S. B.; Ornstein, S. W. (orgs). Qualidade ambiental na habitação: avaliação pós-ocupação. -- São Paulo: Oficina de Textos, 2013. p.15.

  • Tema: Modos de Habitar

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    [12] Fletcher, 1963 apud Rheingantz, P. A. A dimensão humana do Habitat. Confe-rência proferida no Office Solution ArquiShow 2002, São Paulo, Anais – CD-Rom, São Paulo: Câmara de Arquitetos e Consultores. Disponível em: http://www.fau.ufrj.br/prolugar/arq_pdf/diversos/dimens%E3o_humana_hab_mod.pdf Acesso: 07/03/2015, p.17.

    [13] Elali, G. A.; Pinheiro, J. Q. Analisando a experiência do habitar: algumas estraté-gias metodológicas. In: Villa, S. B.; Ornstein, S. W. (orgs). Qualidade ambiental na habitação: avaliação pós-ocupação. -- São Paulo: Oficina de Textos, 2013..

    [14] Villa, op. cit. 2008. [15] Elali, G. A.; Pinheiro, J. Q. Edificando Espaços, Enxergando Comportamentos:

    Por Um Projeto Arquitetônico Centrado na Relação Pessoa-Ambiente. In: Proje-tar: desafios e conquistas da pesquisa e do ensino de projeto. Org.: Sonia Mar-ques e Fernando Lara. Rio de Janeiro: EVC, 2003. (p. 75 – 90)

    [16] Galvão, W. J. F.; Ornstein, S. W.; Ono, R.. A avaliação pós-ocupação em em-preendimentos habitacionais no Brasil: da reabilitação aos novos edifícios. In: Ornstein, S. W.; Villa, S. B. (orgs.). Qualidade ambiental na habitação. São Pau-lo: Oficina de Textos, 2013. p. 37 – 52.

    [17] Fabrício; Ornstein; Melhado, op. cit.. [18] Ibid. [19] Galvão; Ornstein; Ono, op. cit.. [20] Villa, op. cit., 2015. [21] Villa, op. cit., 2011. [22] Rybzynski, W. Casa: pequena história de uma ideia. Rio de Janeiro: Record,

    1999. [23] Palermo, op. cit., p. 45. [24] Ibid. [25] Martins, 2001:01, apud: VILLA, op. cit., 2008, p.138. [26] Galvão; Ornstein; Ono, op. cit.. [27] Reis, A. T. L.; Lay, M. C. D. Avaliação estética de empreendimentos habitacio-

    nais de interesse social. In: Villa, S. B.; Ornstein, S. W. (orgs). Qualidade ambi-ental na habitação: avaliação pós-ocupação. -- São Paulo: Oficina de Textos, 2013. p 93 – 112. (p. 93)

    [28] Villa, op. cit., 2008. [29] Villa, op. cit., 2015. [30] Voordt; Wegen, op. cit. [31] Villa, op. cit., 2008. [32] Villa, op. cit., 2015. [33] Voordt; Wegen, op. cit., p. 204. [34] Palermo, op. cit., p. 49. [35] Ibid. [36] Silva, 1982, apud Palermo, op.cit. [37] A aplicação dos questionários ocorreu no dia 26 de Maio de 2016, e envolveu

    uma moradora e uma das autoras do artigo. [38] Como a amostragem representa 8,33% do total de unidades do conjunto, não

    pode ser utilizada para demonstrar dados de todo o empreendimento, mas ape-nas dos entrevistados.

    [39] BRASIL. Governo Federal. Ministério das Cidades. Programa Minha Casa Minha Vida. Disponível em: http://www.minhacasaminhavida.gov.br/sobre-o-programa.html Acesso em: Jun/2016.

    [40] IBGE, 2008, apud Villa, op. cit., 2015. [41] Tramontano, M.. Novos modos de vida, novos espaços de morar. São Carlos,

    EESC-USP, 1993.

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    [42] Villa, S. B. Apartamento metropolitano: habitações e modos de vida na cidade de São Paulo. Dissertação (Mestrado), Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Escola de Engenharia de São Carlos, USP. São Paulo: out., 2002.

    [43] Villa, op. cit., 2008 [44] Villa, op. cit., 2015 [45] Villa; Ornstein, op. cit. [46] Rheingantz op. cit. [47] Villa, op. cit., 2015 Ana Paula Seabra Marega Zago – Mestranda em Arquitetura e Urbanismo pela Facul-dade de Arquitetura, Urbanismo e Design (FAUeD) da Universidade Federal de Uber-lândia (UFU/MG) (início 08/2015). Especialista em Gerenciamento de Obras e Projetos de Edificações pela Faculdade Arthur Thomas (2013). Arquiteta e Urbanista pela Fa-culdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Uberaba (Uniube – 2008). Ar-quiteta na Universidade de Uberaba desde 2012. Professor horista N2 na Universida-de de Uberaba (Uniube) na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Atualmente parti-cipa de pesquisas relacionadas à Habitação, dentro do grupo [MORA] Pesquisa em Habitação – CNPq – na Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design (FAUeD) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU/MG) Simone Barbosa Villa - Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arqui-tetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP-2008). Professor Adjun-to IV da Universidade Federal de Uberlândia (UFU/MG) na Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design (FAUeD). Professora do Programa de Pós-Graduação em Arqui-tetura e Urbanismo da FAUeD/UFU. Coordenadora do [MORA] Pesquisa em Habita-ção - CNPq. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo / EESC / Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (2002). Parecerista ah doc da FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), FAPEMIG (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais), CNPq (Conselho Nacional de De-senvolvimento Científico e Tecnológico) e de revistas e eventos científicos da área. Tem experiência na área de Habitação, Processo de Projeto, Avaliação Pós-Ocupação. Autora dos livros “Qualidade Ambiental na Habitação: avaliação pós-ocupação” e “Avaliação Pós-Ocupação no Programa Minha Casa Minha Vida: uma experiência metodológica".