charo washer - testemunho

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  • 8/6/2019 Charo Washer - Testemunho

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    TESTEMUNHO DE CHARO WASHER

    Por Charo Washer

    Em 24 de setembro de 2004, minha esposa Charo setornou uma filha de Deus. Estou certo de que a notcia umchoque para muitos de vocs que a conhecem. Ela fez suaprofisso de f em Cristo quando jovem, formou-se em umaFaculdade Bblica e serviu como missionria no Peru por quasedez anos. Apesar do impecvel "currculo cristo" de Charo, elacomeou a perceber que algo estava errado. O Esprito de Deuscomeou a trabalhar em sua vida e ela viu sua grandenecessidade de converso. A seguinte redao o seu testemunhoem suas prprias palavras.

    Paul Washer

    Quando eu tinha 14 anos de idade, meus paismatricularam minhas irms e eu em uma Escola Batistaliderada por missionrios americanos, em Lima, Peru. Suamotivao no tinha nada a ver com religio. As aulas eramdadas em Ingls e meus pais achavam que seria benfico parans, aprendermos outro idioma.

    Meus pais no estavam particularmente interessados em qualquer coisa "crist". A nicarazo que frequentavam a Igreja catlica, mesmo esporadicamente (ou seja, Natal e Pscoa), erapara agradar meus avs que eram catlicos praticantes. O fato de que nossa nova escola era"evanglica" incomodou terrivelmente os meus avs, mas meus pais achavam que um pouco dereligio no seria prejudicial independentemente de qual religio era!

    Antes de freqentar a Escola Batista, eu tinha muito pouco conhecimento religioso.Minha me tinha sido associada com as Testemunhas de Jeov por um curto perodo de tempo.Lembro-me de uma senhora que vinha a nossa casa uma vez por semana para estudar a Bbliacom a minha me. Uma outra senhora sempre vinha com ela para me ensinar as histrias daBblia. Qualquer conhecimento de histrias da Bblia que tive enquanto criana veio dessasreunies.

    Na escola Batista, decorvamos captulos inteiros da Bblia em Ingls e em Espanhol,participvamos do culto uma vez por semana, e ouvia falar do Senhor regularmente. No final decada culto, um convite era dado, mas eu no sentia nenhuma necessidade de "receber Jesus

    como meu Salvador". Eu pensei, j que eu no "deio" Jesus, Ele deve estar no meu corao.Pouco a pouco, a maioria dos meus amigos foram para a frente e os professores

    persuadiu-os a orar com eles para serem salvos. Me sentia desconfortvel com a a coisa toda,mas um dia durante o convite eu levantei a minha mo para simplesmente acabar com isso!Muitos dos meus amigos e professores estavam me pressionando para fazer isso e eu noqueria ser um estranho no ninho. Orei com um professor que me puxou de lado aps o culto esentiu-me aliviada. Eu no estava aliviada do meu pecado, porque eu no tinha convico depecado. Eu simplesmente estava aliviada por estar segura do inferno, e no mesmo grupo com oresto dos meus amigos.

    A partir desse momento, eu estava ativa na igreja, participava de grupos de jovens, dos

    acampamentos de jovens, e a maioria dos meus amigos eram cristos ou crianas missionrias.Eu gostava de todas as actividades "crists" e servia na igreja, tanto quanto possvel.

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    Tendo crescido em um lar onde meus pais eram disciplinadores e nos ensinaram o certodo errado, eu no tive nenhum problema em seguir as regras de "fazer e no fazer"da vidacrist. Nunca questionei minha salvao, porque eu estava exatamente como as outras crianascrists em torno de mim. Eu sempre tinha sido uma "boa criana", que no usa drogas, lcool,freqenta festas ou tm amigos selvagens. Eu estava muito bem quando me comparei quelesao meu redor, mas eu nunca me comparei a Cristo.

    A igreja em que participava era pequena e no havia nada parecido com o discipulado. Osjovens cristos simplesmente aprendiam o que podiam dos cultos de domingo e grupo de jovens. Ns no fomos ensinados a estudar as Escrituras e eu nunca perguntava nada aningum, porque eu sentia muita vergonha.

    Quando eu tinha dezesseis anos, eu senti que Deus estava me chamando para sermissionria. Eu tinha lido sobre Mary Slessor, missionria escocsa junto a Calabar, frica e meucorao foi agitado! Eu estava apaixonada pela histria de uma mulher solteira arriscando a vidapara ir para um lugar abandonado para contar aos outros sobre Deus! Eu li tudo o que chegavaem minhas mos que tinham a ver com os missionrios: Hudson Taylor, William Carey, AmyCarmichel, etc. Entrei para um grupo de cristos da Igreja do Salvador e comecei a ministrar paracrianas de rua. Gostvamos de aliment-los, lhes trazer roupas, e dizer-lhes sobre Jesus. Eupensei que tinha encontrado o meu lugar na vida, e que era a vontade de Deus que fosse umamissionria. Eu sempre gostei de aprender lnguas, e eu at pensei que me tornaria umatradutora, e usaria minha habilidade para traduzir vrios bons livros cristos, que estodisponveis apenas para os cristos que falam Ingls. Olhando para trs em tudo, agora eupercebo que fui impulsionada pelo pensamento romntico de misses. Que foi tudo uma obrada carne e nada mais.

    Quando Eu tinha dezessete anos, nos mudamos para o Paraguai, e eu permaneci forte nomeu desejo de servir a Deus. Eu participei de vrios acampamentos cristos e ajudei como umaconselheira. Eu era discipulada por uma mulher piedosa e cresci no meu conhecimento do "fazere no fazer" da vida crist. Eu era ativa na igreja e no meu grupo de jovens. Agora, eu percebo

    que era motivada para continuar na vida crist, pelo amor ao grupo em que eu estava. Era umtimo lugar para estar, com boas pessoas e bons amigos.

    Tal como o meu desejo de ser missionria crescia, tambm crescia a turbulncia na minhacasa. Meus pais estavam em antagonismo com a idia, mas eu orei para que Deus abrisse asportas para que eu estudasse no Instituto Palavra da Vida da Argentina. Por providncia deDeus, quando eu tinha 18 anos de idade, me foi concedida uma bolsa para a Escola Bblicaem Mayfield, Kentucky. Eu estava animada por finalmente ser capaz de treinar como umamissionria!

    Quando eu vim para os Estados Unidos, tinha a noo tola que cada cidado era um supercristo. Meu pensamento errado veio do fato de que a maioria dos missionrios piedosos que eu

    tinha conhecido na Amrica do Sul vieram dos Estados Unidos. Para minha surpresa, descobrique frequentar uma faculdade crist no era o que eu esperava que fosse. Fiquei chocada comforma como alguns dos alunos viviam. Fiquei muito decepcionada e simplesmente olhei para afrente para terminar a escola e voltar para o Peru como uma missionria.

    Quando que eu tinha vinte anos, Paul e eu nos casamos e fomos novamente para o Perucomo missionrios. As coisas no poderiam ter sido melhores! Ns estvamos trabalhando

    juntos no lugar que eu amava. Mas aps um ano, ou assim que o romantismo da vida missionriacomeou a se desgastar. Me sentia fora do lugar, desajeitada, e ineficaz, mas eu no podiacolocar o dedo sobre o que estava errado. Eu pensei que era simplesmente a luta e fadiga davida missionria. Eu pensei que eu estava sendo imatura e precisava crescer.

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    Depois de alguns anos, Paul precisava de uma prtese total de quadril e as portas seabriram para que eu terminasse a faculdade. Pensei comigo mesmo: " isso! Se eu terminarmeus estudos eu vou ser uma missionria mais eficiente e tudo ficar bem". Eu terminei a escolaem seu tempo, mas a luta continuou. Vi que no tinha nenhuma habilidade para ministrar comoos outros cristos em torno de mim. Vi que no fundo do meu corao havia pouco desejo para ascoisas de Deus, nenhuma alegria ou paz verdadeira, e nenhuma habilidade para vencer opecado. Coisas que esto presentes na vida da todo cristo verdadeiro, mas no estavam

    presentes na minha. A nica maneira que eu posso descrever a minha vida naquele momento,era completa frustrao para se encaixar no molde de um verdadeiro cristo... mas eu estavacega para a minha verdadeira necessidade - converso! Eu lia a Bblia, mas no porque eu sentiauma profunda necessidade ou desejo pela Palavra de Deus. Eu orava para que os outrosconhecessem a Cristo, pelo trabalho no Peru, e pelas necessidades dos outros, mas eu noconseguia ter comunho com Deus.

    Eu ficava muito incomodada quando ouvia outros compartilharem sobre a sua comunhocom Deus. Eu perguntava: "Por que no posso me sentir assim?" Eu desculpava a falta destarealidade em minha vida, dizendo que outras pessoas eram apenas emocionais e que eusimplesmente no era esse tipo de pessoa. Eu tinha desculpas suficientes para aquietar minhadvida, e ainda assim eu desejava ter o que outros cristos pareciam ter - uma relao especialcom Deus, e no apenas uma lista pronta de faa e no faa.

    Depois de vrios anos no campo, no Peru, Paul e eu nos mudamos para os EstadosUnidos. Isso s aumentou a minha frustrao. Eu amava a nossa igreja e amigos no Peru, e euno queria viver nos Estados Unidos. Eu sabia que era a vontade de Deus para ns, e jamais meoporia a Paul sobre isso, mas ele sabia que isso me deixava triste. Conforme o tempo passava,eu me retirei mais e mais. Me escondia no escritrio do Heartcry e tinha pouco contato compessoas tanto quanto possvel. Como causa disto, eu responsabilizei o fato de que eu no queriamorar nos Estados Unidos. Eu pensei que as coisas seriam diferentes se estivesse no Perunovamente. Minha mente sossegava ao pensar desta maneira, mas era apenas uma desculpa.

    Paul e os outros me pediam para ministrar ou ensinar, mas eu sempre escapava. Eu atmesmo usava desculpas que soavam muito piedosas, tais como, "Eu no sou simplesmentedigna!"ou "Eu me esforo muito, eu no deveria estar ensinando a ningum!"

    Pouco a pouco, comecei a ficar cansada das outras pessoas que eu conhecia que eramcristos piedosos. Eles simplesmente me faziam sentir desconfortvel, porque eu sabia que sepassassem bastante tempo comigo, eles seriam capazes de ver que Eu era vazia que havia algoerrado comigo! Algo que eu no podia encobrir com meu dedo!

    Finalmente, cerca de trs anos atrs, comecei a questionar a minha salvao. Dvidasentravam na minha cabea sempre que ouvia a pregao de Paul sobre a certeza da salvao, apartir do livro de I Joo. No incio, eu era capaz de rapidamente descartar qualquer dvida, mas

    com o tempo, as dvidas comearam a me oprimir. Eu me sentava no banco edesesperadamente tentava "convencer a Deus" que eu era um cristo verdadeiro. Eu no tinhapaz sobre a eternidade, e ainda assim, eu no fui golpeada com o medo como deveria. Eu eracega. Eu era cega para o fato de que eu havia me tornado um pessoa crtica e com raiva, quetinha uma desculpa para tudo o que era errado na minha vida.

    Eventualmente uma pequena luz ligava em minha cabea: E se eu no era realmente umcristo? E se eu tivesse sido enganada todos esses anos? E se eu tivesse tentado me encaixar emum molde cristo e, finalmente, ficar sem fora nem vontade de ficar em conformidade comeste modelo? Por que eu estava lutando tanto? Um verdadeiro cristo cresce e muda, mas euestava piorando. Um verdadeiro cristo pode se arrepender dos pecados e vencer, mas apesarde que eu me odiava e chorava por libertao, eu no tinha fora ou poder para vencer! E se euno fosse realmente um cristo?

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    No final de setembro, Paul foi convidado para pregar em uma misso no interior dacidade de San Antonio, Texas. Tal como ele faz em muitos lugares, Paul ensinou sobre a garantiabblica da salvao a partir do livro de I Joo. Eu comecei a fazer o meu habitual contorcimentoem minha cadeira e perguntando, por que ele no prega outra coisa! Novamente, a mesmapergunta surgiu no meu corao. E se eu no sou um cristo? Um cristo no se sentiria desse

    jeito! Um cristo no estaria se contorcendo sobre seu assento sobre tais coisas! Uma vez portodas, eu tinha que saber. Eu sentei l todas as noites e apliquei todo e qualquer teste de I Joo

    para a minha vida sem desculpas. No meio da pregao, eu sabia que estava perdida.

    A igreja era pequena ento ns estavamos reunidos sob uma tenda no exterior. Era denoite, e sobre o outro lado da rua, uma prostituta estava subindo e descendo a calada. Eu olheipara ela e olhei para mim, e eu sabia que diante de Deus no havia nenhuma diferena entre elae eu. L estava eu, a esposa do missionrio, vestida como uma mulher piedosa, sentada naigreja, tendo servido no campo, tendo ensinado, aconselhado, testemunhado, trabalhado, sedoado, orado, e at mesmo chorado pela obra... E ainda estava to longe de Deus, e to carentecomo a prostituta outro lado da rua.

    Eu queria correr para fora da tenda gritando. Eu queria ficar sozinha, eu queria correr eme esconder, mas o culto logo acabaria. Eu era como um zumbi. eu andava e falava com aspessoas, mas eu s queria ir para casa. Naquela noite eu tinha que ir para casa com a esposa dopastor e com todas as crianas, porque os homens ficaram para trs para ministrar aps o culto.Quando chegamos no carro, ela me pediu para compartilhar com ela como me converti! Euqueria pular para fora do carro! Nesta noite eu fiquei sabendo que eu estava perdida, mas eucompartilhei com ela a histria da minha converso, quando eu tinha quatorze anos.

    Mesmo aps daquela noite em San Antonio, eu ainda queria outra confirmao, querealmente tinha ouvido isso da parte de Deus. Eu lutei com o meu orgulho e as consequnciasde dizer aos outros que eu no era convertida: "Que mau testemunho vai ser perante todos osque nos conhecem e obra. As pessoas vo pensar que eu era mentirosa e vou arruinar a obra.

    Poucos dias depois, Paul comeou a compartilhar comigo sobre a sua alegria desimplesmente estar no meio da vontade de Deus. Naquele momento, eu no podia suportar acarga por mais tempo. Eu disse a ele tudo que eu tinha em meu corao e tudo o que eu sentia.Depois que eu acabei, a nica coisa que ele disse foi: Com base no que voc me disse, eu noposso te dizer que voc um cristo". Era exatamente isso que eu precisava ouvir! Eu precisavade algum para confirmar o que eu sentia em minha corao. Eu precisava de uma confirmaoda parte de Deus. Eu no era um cristo e pela a primeira vez eu vi o meu pecado como eu nuncatinha visto antes. Eu estava realmente arrependida. Eu tinha uma necessidade urgente de Cristoe da vida que s Ele pode dar.

    Naquela noite, me puz at as 12:30, em orao a ler atravs do livro de I Joo. Eu pedi aDeus para me mostrar minha vida de uma forma muito clara, como nunca antes. Em um

    momento, isso aconteceu. Veio sobre mim uma grande convico do pecado, e experimentei umarrependimento de pecados como nunca tinha conhecido antes. Muitas vezes antes, eu tinha"me sentido mal" e queria "fazer melhor da prxima vez", mas eu nunca tinha experimentado overdadeiro arrependimento, como naquela noite. Clamei a Deus para me salvar e me mudar.Reconheo que eu era incapaz de viver a vida crist, porque eu no tinha a vida de Cristo.Enquanto eu clamava a Deus, aconteceu algo maravilhoso - Deus derramou o Seu amor em meucorao e me concedeu paz. Eu fui convertida pelo poder de Deus e recebi uma forte garantiade salvao no meu corao.

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    Eu estremeo de medo quando olho novamente para minha vida anterior. Como fcilser enganada e estar na estrada para o inferno! Moralidade e atividade religiosa isolada, mesmoa atividade missionria, no so suficientes para comprovar a validade da nossa salvao, se nohouver o reconhecimento da depravao, genuno arrependimento, a f em Cristo,vitria sobre o pecado, e um desejo sincero de conhecer e ser conhecido por Deus. Tremo s depensar em como muitos pastores, esposas de pastores, e obreiros cristos dedicados estoagarrados uma falsa esperana, e ainda no serem convertidos. Meu nico conselho aquele

    que vem das Escrituras:

    Examinem-se para ver se vocs esto na f; provem-se a si mesmos. No percebem queCristo Jesus est em vocs? A no ser que tenhamsido reprovados!

    II Cotntios 13:5

    Portanto, irmos, empenhem-se aindamais para consolidar o chamado e a eleio devocs, pois se agirem dessa forma, jamaistropearo.

    II Pedro 1:10

    Por: Charo Washer. HeartCry. Website: HeartCry

    Traduo:Eliel Fernandes

    Permisses: Voc est autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este materialem qualquer formato, desde que adicione as informaes supracitadas, no altere o contedooriginal e no o utilize para fins comerciais.

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