10 acusações contra a igreja moderna paul washer

10AcusaesContra a Igreja Moderna

PAUL WASHER

10AcusaesContra a Igreja Moderna

10 Acusaes contra a Igreja ModernaTraduzido do original em inglsTem Indictments against the Modern ChurchCopyright 2008 by Paul Washer

Impresso originalmente porChapel Library2603 West Wright StreetPensacola, FL, 32505 USA

O texto deste livro a transcrio de uma mensagempregada por Paul Washer no dia 22 de outubro de 2008na conferncia Revival, Atlanta, GA.

Copyright 2011 Editora FielPrimeira Edio em Portugus: 2011

Todos os direitos em lngua portuguesa reservados porEditora Fiel da Misso Evanglica Literria

Proibida a reProduo deste livro Por quaisquermeios, sem a Permisso escrita dos editores,salvo em breves citaes, com indicao da fonte.

Presidente: James Richard Denham IIIPresidente Emrito: James Richard Denham Jr.Editor: Tiago J. Santos FilhoTraduo: Francisco Wellington FerreiraReviso: Tiago J. Santos Filho Diagramao: Layout Produo GrficaCapa: Rubner DuraisISBN: 978-85-99145-99-9

Caixa Postal 1601CEP: 12230-971

So Jos dos Campos, SPPABX: (12) 3919-9999

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Sumrio

Introduo ........................................................................ 7

1 Uma negao da suficincia da Escritura ............. 15

2 Uma ignorncia a respeito de Deus....................... 21

3 Um fracasso em abordar o mal do homem ............ 27

4 Uma ignorncia quanto ao evangelho

de Jesus Cristo ....................................................... 33

5 Um convite antibblico ao evangelho ................... 43

6 Uma ignorncia quanto natureza da igreja ........ 59

7 Uma falta de disciplina eclesistica

amorosa e compassiva........................................... 73

8 Um silncio a respeito da separao ...................... 79

9 Uma substituio das Escrituras referentes famlia

por psicologia e sociologia .................................... 87

10 Pastores mal nutridos na Palavra de Deus ........... 95

Ora, o Esprito afirma expressamente que, nos ltimos tempos, alguns apostataro da f, por obedecerem a espritos enganadores e a ensinos de demnios.

1 Timteo 4.1

Busquemos o Senhor em orao:

Pai, chego tua presena em nome do teu Fi-lho, Jesus Cristo. Senhor, tu sabes todas as coi-sas. Todas elas esto diante de ti como um livro aberto. Quem pode esconder seu corao de tua

Dez

Acusaes

contra a

Igreja

Moderna

Introduo

8 Dez Acusaes contra a Igreja Moderna

presena e de teus olhos? Os atos dos homens mais sbios esto expostos diante de ti. Tua onis-cincia no conhece limites e, se no fosse por tua graa, eu seria o mais aterrorizado de todos os homens. Mas, h graa, abundante e gloriosa, derramada sobre o mais frgil dos homens, graa que transborda para tua glria. Pai, eu te louvo e te adoro. Agradeo-te por tudo que tu s e tudo que fazes. No h semelhante a ti nos cus, ou na terra, ou debaixo da terra. Tu s Rei, e no h outro. Tu s Salvador e no compartilhas essa glria com ningum.Pai, neste dia, tu me conheces e sabes quanto necessito de graa. Por que estou aqui, seno pelo fato de que chamaste o mais frgil entre os homens, o mais ignorante entre os irmos, e, por tua graa, o menor ensina o maior? Essa sem-pre a minha condio, e te louvo por isso. Eu te adoro.Pai, ajuda-nos agora. Fora a eloqncia! Fora o intelecto brilhante! Manifeste-se a verdade, Pai. Muda-me para que o estado de tua igreja seja mais glorioso. Peo-te graa sobre graa,

Introduo 9

misericrdia sobre misericrdia para mim mesmo e para os que me ouvem. Ajuda-nos, Deus, e seremos ajudados, e nos gloriaremos nessa ajuda, em nome de Jesus. Amm.

Oferecer esta palavra um grande privilgio para mim. um privilgio extraordinrio tratar sobre assuntos como avivamento, reforma, a obra de Deus entre seu povo e entre os homens. Mas nesta reflexo, desejo comparti-lhar com vocs uma acusao mas uma acusao de esperana.

Enquanto eu orava sobre o assunto que abordaria, cheguei a uma grande concluso, uma grande preocu-pao que foi colocada em meu corao: precisamos de avivamento. Precisamos de um despertamento. No en-tanto, no podemos esperar que o Esprito Santo ve-nha e arrume toda a baguna que temos feito. Temos instruo clara da Palavra de Deus sobre o que ele fez por meio de Cristo, como ele espera que vivamos, como espera que organizemos sua igreja. H pouco proveito para os homens em clamarem por manifestaes extra-bblicas, quando os princpios bblicos so violados ao nosso redor.


Quero que vocs saibam isto: h pouca necessidade de o Diabo e os homens maus se oporem a um homem que ora por avivamento, se este homem no est, tam-bm, labutando por reforma. Deus nos deu a verdade, e no podemos apenas fazer o que certo aos nossos pr-prios olhos e esperar que o Esprito Santo venha e abenoe nossos labores.

Quando examinamos o Antigo Testamento, vemos que Moiss recebeu uma explicao detalhada, bem de-talhada, de como construir o Tabernculo. Ora, a expli-cao foi dada por causa de Moiss ou por causa do povo de Deus? Creio que tal explicao foi dada a Moiss para revelar que Deus especfico em sua vontade, e no de-vemos imaginar que podemos pegar o menor detalhe e ignor-lo.

Sei que sou um homem fraco, golpeado por minha fraqueza, mas tenho uma acusao. No posso cham-la de minha acusao, pois quem sou eu para acusar algum? No ouso cham-la de acusao de Deus, pois como posso me aproveitar do seu nome? Mas direi isto: quando olho ao redor, vejo a igreja e a comparo com a Escritura, perce-bo que h certas coisas que tm de mudar.

No sou Martinho Lutero. Estas no so as minhas

Introduo 11

95 afirmaes pregadas na porta da igreja de Wittenberg. Mas isto tem sido um fardo em meu corao e tenho de compartilh-lo. Tenho de compartilh-lo! O que lhes direi enfurecer alguns de vocs, mas permitam-me adverti-los. Talvez possam acusar-me de arrogncia. Talvez no gos-tem da maneira como apresento o assunto. Muitas vezes tenho sido arrogante e apresentado a verdade de maneira errada; mas no permitam que isso seja uma desculpa para vocs. A pergunta esta: o que estou dizendo verdadei-ro, embora seja apresentado por meio de um mensageiro imperfeito?

Outros de vocs se regozijaro no que ouviro e de-sejaro dizer: Amm; talvez at levantem os braos. Mas, por favor, no faam isso, porque todos ns possumos uma medida de culpa. Se voc j chegou a algum estado espi-ritual, eu diria o que meu irmo j disse: Que tens tu que no tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglo-rias, como se o no tiveras recebido? (1 Co 4.7). No melhor adorar a Deus com humildade?

Se voc um pastor novo, no desejo que voc pe-gue estas verdades e as leve de volta sua igreja, para bom-bardear sua igreja, sem amor. Cuide em que seus joelhos sangrem antes de voc comear qualquer tipo de reforma.


E, se voc um pastor velho, que tem servido ao Senhor por muitos anos, rogo-lhe que no seja arrogante. Um rei velho e tolo pode aprender do menor de seus servos.

Tambm lhes peo isto: tenham coragem de mudar tudo, ainda que seja o ltimo dia de sua vida. Pelo menos vocs podem ir para a glria cientes de que tentaram uma reforma bblica.

Direi isto como uma advertncia aos homens mais velhos. Por favor, ouam-me com ateno. Conheo a ad-moestao dada em 1 Timteo 5 sobre a maneira como devo dirigir-me a vocs. Por isso, dirijo-me a vocs daque-la maneira. Hoje, um grande despertamento est aconte-cendo neste pas! E no somente neste pas, mas tambm na Europa, Amrica do Sul e muitos outros lugares. Vejo homens jovens voltando-se para a rocha da qual foram cortados. Esto lendo Spurgeon e Whitefield. Esto ou-vindo Ravenhill, Martyn Lloyd-Jones, Tozer e Wesley um movimento grande, incrvel! Visto que a mdia popular e Christianity Today no descobriram o que est acontecen-do, quero que saibam que eu jamais teria sonhado, 15 anos atrs, que veria o despertamento que estamos vendo, no por meio de meu ministrio, mas por meio do que Deus est fazendo sem qualquer dos nossos ministrios.

Introduo 13

Quer seja na Holanda, onde milhares de homens jo-vens declaram: As coisas tm de mudar e clamam toda a noite, em orao, pelo poder de Deus e a verdade da Escri-tura; quer seja na Amrica do Sul, onde reconhecem que tm sido grandemente influenciadas por psicologia e todos os tipos de tcnicas de evangelizao superficiais proce-dentes dos Estados Unidos agora, quebrantados e en-tristecidos, eles esto voltando atrs e evangelizando suas igrejas. Ou tambm nas cidades dos Estados Unidos, onde tenho ficado, s vezes, at duas ou trs horas da manh discutindo teologia com jovens afro-americanos, os quais Deus levantar para fazer mais pregao do que algum pode imaginar. H um despertamento!

Direi isto com ternura: muitas pessoas de mais de 40 anos no tm sequer um indcio deste despertamen-to. Muitos homens jovens esto retornando aos grandes ensinadores dos sculos anteriores, aos velhos caminhos e s verdades que trouxe tempos de despertamento a este mundo. A maioria desses homens jovens so bem jovens. Eles procuram seus lderes e lhes dizem: Vejam o que des-cobrimos! Vejam o que aconteceu no Pas de Gales! Vejam o que aconteceu na frica! Vejam isto! Vejam aquilo! Ve-jam este ensino! totalmente admirvel!


E a maioria dos homens velhos de nossos dias ou re-jeitam isso ou dizem: No nada diferente do que tenho pregado nestes 25 anos. Mas, de fato, totalmente diferen-te do que eles tm pregado nos ltimos 25 anos. Portanto, precisamos ser muito, muito cuidadosos para entender que Deus est fazendo uma grande obra. Aquele que comeou boa obra em vs h de complet-la at ao Dia de Cristo Jesus (Fp 1.6).

Muitas pessoas tm a idia de que traro um aviva-mento por meio de orao. E outras pessoas dizem: O avivamento vir, quer oremos, quer no. No defendo nenhum desses pontos de vista, porque sei isto: quando vejo homens, mulheres e jovens em todo o mundo orando por um avivamento, para mim isso as primcias do aviva-mento! E posso levar em conta o fato de que aquele que d as primcias dar tambm a colheita plena.

Agora, quero considerar as dez acusaes coisas que creio tm de mudar na igreja moderna.

E que, desde a infncia, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sbio para a salvao pela f em Cristo Jesus. Toda a Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justi-a, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

2 Timteo 3.15-17

O primeiro erro que afeta muitas igrejas em nossos dias: uma negao prtica da suficincia da Escritura. Vejo isso especialmente em minha denominao. Duran-te as ltimas dcadas, tem havido uma grande batalha

E que, desde a infncia, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sbio para a salvao pela f em Cristo Jesus. Toda a Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justi-a, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

2 Timteo 3.15-17

O primeiro erro que afeta muitas igrejas em nossos

Uma

negao da

sufi cincia

da Escritura

1Acusao

16 Dez Erros da Igreja Contempornea

relacionada inspirao da Escritura. claro que alguns de vocs no tm sido parte dessa batalha. Todavia, mui-tos dos que esto em denominaes mais liberais tm vis-to, muito certamente, essa batalha em defesa da Bblia.

No entanto, h um problema. Quando vocs che-gam a crer, como um povo, que a Bblia inspirada, ganham somente metade da batalha, porque a questo no somente a Bblia inspirada?, ou seja, ela inerrante? A maior questo que a acompanha isso, e tem de ser respondida, esta: a Bblia suficiente ou temos de introduzir toda suposta cincia social e estudo cultural para sabermos como conduzir uma igreja? Essa a questo principal! Em minha opinio, as cincias sociais tm tomado a precedncia sobre a Palavra de Deus, de tal modo que a maioria de ns no pode nem mesmo perceber isso. E se introduziu tanto em nossas igrejas, em nossa evangelizao e em nossa missiologia, que dificilmente podemos chamar de cristo o que es-tamos fazendo. Psicologia, antropologia e sociologia se tornaram influncias primarias nas igrejas.

Lembro que, h alguns anos, quando eu estava no seminrio, um professor veio frente da sala de aula e co-meou a desenhar pegadas no quadro negro. E, enquanto

1 - Uma negao da suficincia da Escritura 17

as desenhava ao longo do quadro negro, ele se voltou para todos ns e disse: Aristteles est andando pelos corredo-res desta instituio. Acautelem-se, pois ouo os seus pas-sos mais claramente do que os passos do apstolo Paulo, do grupo de homens que estavam com ele e at do prprio Senhor Jesus Cristo.

Chegamos a crer que um homem de Deus pode lidar com reas simples da vida da igreja. Mas, quando as coi-sas ficam realmente complicadas, precisamos recorrer aos peritos sociais. Isso pura mentira! A passagem bblica que abriu este captulo afirma que as Escrituras foram dadas para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (v. 17).

O que Jerusalm tem a ver com Roma? E o que temos a ver com todas essas cincias sociais modernas que foram realmente criadas como um protesto contra a Palavra de Deus? E por que a evangelizao, misses e o chamado crescimento de igreja so mais moldados pelo antropo-logista, pelo socilogo e pelo estudante de Wall Street que conhecem bem cada tendncia cultural? Toda a atividade de nossas igrejas tem de ser baseada na Palavra de Deus. Toda a atividade de misses tem de ser baseada na Palavra de Deus.

18 Dez Erros da Igreja Contempornea

Nossa atividade missionria, nossas atividades na igreja e tudo que fazemos devem fluir do telogo e do exe-geta o homem que abre a sua Bblia e tem uma nica per-gunta: Deus, qual a tua vontade? No devemos enviar nossos questionrios a pessoas carnais para descobrir que tipo de igreja elas freqentariam. Uma igreja deve ser agra-dvel aos interessados, mas a igreja tem de reconhecer que existe um nico interessado. Seu nome Deus! E, se vocs querem ser agradveis a algum, se querem acomodar-se a algum, acomodem-se a ele e sua glria, ainda que sejam rejeitados pelos demais. No somos chamados a construir imprios. No somos chamados a ser excessivos. Somos chamados a glorificar a Deus. E, se vocs querem que a igreja seja algo diferente de um povo peculiar (Tt 2.14; 1 Pe 2.9), esto querendo algo que Deus no quer.

Gostaria de considerar Isaas 8, por um momento. Veja o que diz o profeta: Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmu-ram? (Is 8.19a). Isso uma descrio perfeita dos gurus de crescimento de igreja, porque a cada dois ou trs anos todas as suas principais teorias mudam no somente a respei-to do que o homem e como consert-lo, mas tambm a respeito do que a igreja e como voc pode faz-la crescer.

1 - Uma negao da suficincia da Escritura 19

A cada dois ou trs anos, h uma nova tendncia que baixa o nvel do que pode tornar sua igreja em algo extraordinrio aos olhos do mundo. Recentemente, um dos mais famosos especialistas em crescimento de igreja disse que descobriu estar totalmente errado em todas as suas teorias. Mas, em vez levar as pessoas de volta s Escrituras, em quebranta-mento e lgrimas, ele saiu em busca de uma nova teoria.

Eles no trazem uma mensagem clara! Como disse Isaas: acaso, no consultar o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultaro os mortos? (Is 8.19b-20). Deve-mos ns, como lderes de igreja, como pregadores, como pastores, como cristos, devemos ns procurar e consultar os espiritualmente mortos em favor daqueles que o Esprito Santo vivificou? claro que no!

Uma

ignorncia

a respeito

de Deus

Ora, no levou Deus em conta os tempos da ignorncia; agora, porm, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam.

Atos 17.30

s vezes, pessoas me pedem: Irmo Paul, por favor, venha aqui e pregue uma extensa srie de sermes sobre os atributos de Deus. E, muitas vezes, eu respondo: Bem, meu irmo, voc pensou bem nisso?

Lembro uma conversa especfica em que o pastor replicou: O que voc quer dizer com voc pensou bem nisso?

2Acusao


Bem, o assunto que voc props que eu ensine em sua igreja muito controverso.

O que voc acha controverso? O assunto Deus. Somos cristos. Isto uma igreja. O que voc est dizendo que controverso?

Eu respondi: Querido pastor, quando eu come-ar a ensinar as pessoas de sua igreja sobre a justia de Deus, a soberania de Deus, a ira de Deus, a suprema-cia de Deus e a glria de Deus, alguns dos melhores e mais antigos membros da igreja se levantaro e diro algo assim: Esse no o meu deus. Eu nunca poderia amar um deus como esse. Por qu? Porque eles tm um deus que criaram com sua prpria mente e amam o que criaram.

Assim diz o senhor: No se glorie o sbio na sua sabedoria, nem o forte, na sua fora, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o senhor e fao misericrdia, juzo e jus-tia na terra; porque destas coisas me agrado, diz o senhor

Jeremias 9.23-24.

2 - Uma ignorncia a respeito de Deus 23

Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te argirei e porei tudo tua vista. Considerai, pois, nisto, vs que vos esqueceis de Deus, para que no vos despe-dace, sem haver quem vos livre

Salmos 50.21-22.

Ora, qual o problema apresentado nesses verscu-los? H uma falta de conhecimento de Deus. Muitos de vocs talvez pensem: Oh! falar sobre os atributos de Deus e teologia uma coisa to isolada que no tem aplicaes prticas.

Oua voc mesmo, dizendo: O conhecimento de Deus no tem aplicao prtica. Voc sabe por que todas as livrarias evanglicas esto cheias de livros de auto-ajuda ou de livros que falam sobre cinco maneiras de fazer isso ou aquilo, seis maneiras de ser piedoso e dez maneiras de no fracassar? Porque as pessoas no conhecem a Deus. E, por isso, todos os tipos de artif-cios da carne lhes tm sido oferecidos, para mant-las andando como ovelhas devem andar! Tornai-vos so-briedade, como justo, e no pequeis; porque alguns ainda no tm conhecimento de Deus; isto digo para


vergonha vossa (1 Co 15.34). Por que o pecado to irrestrito mesmo entre o povo de Deus? uma falta de conhecimento de Deus!

Ora, permita-me fazer uma pergunta: qual foi a lti-ma vez que voc assistiu a uma conferncia sobre os atri-butos de Deus? Qual foi a ltima vez que voc, como pas-tor, ensinou por um ano inteiro sobre a natureza de Deus? Quanto de todo o ensino ministrado nas igrejas dos Esta-dos Unidos, toda semana, tem algo a ver com o carter de Deus? No to fcil seguir a correnteza, seguir a multi-do? Ento, um dia voc ouve algo como isto e, inespera-damente, admite: Nem mesmo lembro quando algum me ensinou sobre os atributos de Deus. No surpreendente que sejamos o povo que somos!

Conhecer a Deus tudo se resume nisso. Isso a vida eterna. E a vida eterna no comea quando voc passa pelas portas da glria; a vida eterna comea com a converso. A vida eterna conhecer a Deus. Voc pen-sa sinceramente que ficar emocionado em passar pelas portas de prola e andar pelas ruas de ouro, durante uma eternidade? L, existe Um que infinito em glria, e voc passar uma eternidade das eternidades e nunca chegar nem mesmo ao contraforte do monte de Deus!

2 - Uma ignorncia a respeito de Deus 25

Comece agora. H tantas coisas diferentes que voc quer saber e fazer e tantos livros que voc quer ler. Consiga um livro sobre Deus este livro, a Bblia e estude-o para conhecer a Deus, conhecer a Deus!

Nos Estados Unidos, o culto matinal de domingo em muitas igrejas a maior hora de idolatria em toda a se-mana, porque a grande maioria das pessoas no est ado-rando o Deus nico e verdadeiro. Em vez disso, elas esto adorando um deus que formaram de seu prprio corao, seguindo sua prpria carne, artifcios satnicos e inteli-gncia mundana. Elas fizeram um deus semelhante a elas mesmas um deus que parece mais com Papai Noel do que com Jeov. No pode haver temor do Senhor entre ns, porque no h conhecimento do Senhor entre ns!

Um fracasso

em abordar

o mal do

homem

Como est escrito: No h justo, nem um sequer, no h quem entenda, no h quem busque a Deus; todos se ex-traviaram, uma se fizeram inteis; no h quem faa o bem, no h nem um sequer.

Romanos 3.10-12

A Epstola aos Romanos um dos meus livros fa-voritos da Bblia. No uma teologia sistemtica. Mas, se pudssemos dizer que algum dos livros da Bblia uma teologia sistemtica, o mais prximo disso seria a Epstola aos Romanos. No admirvel que Paulo tenha escrito os trs primeiros captulos desse livro para fazer uma coisa:

3Acusao


colocar todos os homens sob condenao? Mas condena-o no o grande summum bonum na teologia de Paulo. No o seu propsito ou objetivo final. um meio de trazer salvao aos seus leitores, porque os homens tm de ser trazidos ao conhecimento de si mesmos, antes de se renderem a Deus. Os homens esto cados de tal maneira, que temos de remover deles toda esperana na carne, an-tes de serem trazidos a Deus.

Isso importante em tudo, mas especialmente impor-tante na evangelizao. Eu tinha 22 anos e acabara de ser chamado a pregar, quando me dirigi at uma velha loja em Paducah (Kentucky), onde eles vendiam ternos para pastores pela metade do preo. Eles faziam aquilo havia 50 ou 60 anos. Inesperadamente, a porta se abriu. Ouvi o tilintar do sininho, e a porta se fechou. L havia um homem velho. Nunca guar-dei o seu nome, mas ele se encaminhou at mim e me fitou. Ele disse: Rapaz, voc foi chamado a pregar, no foi?

Eu disse: Sim, senhor.Ele era um velho evangelista. E disse: Voc pode ver

aquele prdio em frente a esta loja?Respondi: Sim.Ele disse: Eu costumava pregar l. O Esprito de

Deus vinha, e almas eram salvas.

3 - Um fracasso em abordar o mal do homem 29

Eu lhe pedi: Senhor, por favor, fale-me sobre isso.Ele continuou: No era nada semelhante evan-

gelizao de nossos dias. Pregvamos por duas ou trs semanas e fazamos um convite aos pecadores. Arva-mos constantemente o corao dos homens, at que o Esprito de Deus comeava a agir e quebrantava o co-rao deles.

Perguntei: Senhor, como vocs sabiam que o Espri-to de Deus vinha e quebrantava o corao deles?

Ele respondeu: Bem, permita-me dar um exem-plo. Vrias dcadas atrs, vim a esta loja para comprar um terno. Algum me dera trinta dlares e dissera: Pregador, v comprar um terno amanh. Quando pas-sei pela porta, o jovem vendedor que cuidava da loja se virou e olhou para mim. E, quando ele olhou para mim, caiu no cho e clamou: Quem pode salvar um homem mpio como eu? Eu sabia que o Esprito de Deus havia descido sobre aquele lugar.

Hoje, apenas chegamos e falamos com os peca-dores, ns lhes fazemos trs perguntas explanatrias e, depois, lhes perguntamos se querem fazer uma orao e pedir que Jesus entre em seu corao. Fazemos um filho do inferno duas vezes, uma pessoa que nunca mais se


abrir para o evangelho por causa da mentira religiosa que, como evanglicos, proferimos com nossos lbios.

Quando tratamos o pecado de maneira superficial, estamos antes de tudo lutando contra o Esprito Santo. Quando ele vier, convencer o mundo do pecado (Jo 16.8). H muitos pregadores populares em nossos dias que esto mais preocupados em dar s pessoas a me-lhor vida agora do que preocupados com a eternidade. E se gabam do fato de que no mencionam o pecado em sua pregao. Posso dizer isto: o Esprito Santo no tem nada a ver com o ministrio deles, pois, se tivesse, estaria agindo contra si mesmo. Por qu? Quando um homem diz que no tem um ministrio que lida com o pecado dos homens, o Esprito Santo tem. Um minist-rio fundamental do Esprito Santo vir e convencer o mundo do pecado. Ento, saiba isto: quando no lida-mos com os homens e sua condio depravada de ma-neira especfica, fervorosa e amorosa, o Esprito Santo no est conosco.

Somos enganadores quando lidamos levianamente com o mal do homem, como os pastores nos dias de Je-remias. Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando no h paz (Jr 6.14).

3 - Um fracasso em abordar o mal do homem 31

No somos apenas enganadores. Somos tambm imorais. Somos como um mdico que nega seu juramento de Hipcrates, porque no quer dar a algum ms notcias, pois acha que a pessoa ficar irada com ele ou ficar triste. Por isso, ele no conta pessoa as notcias mais necessrias para salvar a sua vida.

Tenho ouvido pregadores dizerem: No, no! Voc no entende, irmo Paul. No somos como as pessoas dos dias de John e Charles Wesley. No somos como a cultura para a qual pregaram Whitefield e Edwards. No somos to duros de corao como as pessoas daquela cultura. Somos contritos. No temos muito auto-estima. Somos frgeis no podemos suportar essa pregao. Ouam--me: vocs j estudaram a vida desses homens? A cultura em que eles viveram tambm no podia suportar o que eles pregavam. Ningum jamais foi capaz de suportar a pregao do evangelho. Ou as pessoas se voltaro contra o evangelho com a fria de um animal, ou sero converti-das. Nosso mundo est tomado por esta molstia chamada auto-estima. Nosso grande problema que estimamos o eu mais do que estimamos a Deus.

Tambm somos ladres quando no falamos muito sobre o pecado. Somos ladres! Gostaria de perguntar:


nesta manh, para onde foram todas as estrelas? Algum gigante csmico veio com uma cesta, pegou-as, colocou--as na cesta e levou-as para algum outro lugar? Para onde foram todas as estrelas nesta manh? Eles estavam no mes-mo lugar, mas no podamos v-las. No entanto, medida que o cu ficou cada vez mais escuro e se tornou negro como piche, as estrelas apareceram na plenitude de sua glria. Quando nos recusamos a ensinar sobre a depra-vao total do homem, impossvel que glorifiquemos a Deus, a Cristo e a cruz porque a cruz de Jesus Cristo e sua glria so mais exaltadas quando colocadas diante do pano de fundo de nossa depravao. Perdoados lhe so os seus muitos pecados, porque ela muito amou (Lc 7.47). Essa mulher sabia quanto lhe fora perdoado, porque sabia quo mpia ela era.

Oh! temos medo de falar aos homens sobre a sua impiedade! Por causa disso, eles no podem conhecer o amor de Deus. Temos roubado dos homens a oportunida-de de gloriarem-se no em si mesmos e de seguirem a ad-moestao: Aquele... que se gloria, glorie-se no Senhor (2 Co 10.17).

Uma

ignorncia

quanto ao

evangelho de

Jesus Cristo

Mas Deus prova o seu prprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por ns, sendo ns ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.

Romanos 5.8-9.

Gostaria de sugerir que meu pas, os Estados Uni-dos, no endurecido em relao ao evangelho; ele ignorante quanto ao evangelho, porque muitos prega-dores o so. Vou repetir isto. O mal deste pas no so os polticos liberais, a raiz do socialismo, Hollywood ou qualquer outra coisa. O problema deste pas o suposto

4Acusao


pastor, evangelista ou pregador evanglico de nossos dias. Esse o mal de nosso pas. No conhecemos o evange-lho. Pegamos o glorioso evangelho de nosso bendito Deus e o reduzimos a quatro leis espirituais e a cinco coisas que Deus deseja que voc saiba, com uma pequena orao su-persticiosa no final. E, se algum repete a orao depois de ns, com muita sinceridade, declaramos prontamente que ele nasceu de novo. Temos trocado regenerao por deciso.

Fico admirado com a quantidade de crentes piedosos de 30 ou 40 anos que andam na f e que, depois de me ouvirem falar sobre isso, vm a mim, com lgrimas, dizendo: Irmo Paul, nunca ouvi isso antes em minha vida. No entanto, isso a doutrina histrica da redeno e propiciao.

Procuremos definir o problema com bastante cla-reza. O evangelho comea com a natureza de Deus. Par-tindo disso, o evangelho trata da natureza do homem e de seu estado cado. E, com base nessas verdades, essas duas grandes colunas do evangelho estabelecem para ns o que deve ser conhecido por todo crente como o grande dilema. Qual esse dilema? O maior problema em toda a Escritura este: se Deus justo, ele no pode perdoar o pecado dos homens. Como Deus pode ser justo e, ao mesmo tempo, o justificador de mpios, quando

4 - Uma ignorncia quanto ao evangelho de Jesus Cristo 35

toda a Escritura diz (citarei especialmente um versculo extrado de Provrbios): O que justifica o perverso e o que condena o justo abominveis so para o senhor, tanto um como o outro (Pv 17.15). Apesar disso, todas as nossas canes crists proclamam como Deus justi-fica o mpio!

Este o maior problema! a acrpole da f crist, disseram Martyn Lloyd-Jones, Charles Spurgeon e qual-quer outro mais que tem lido Romanos 3. Vocs percebem: temos de apresentar isso s pessoas. O grande problema que Deus verdadeiramente justo, e todos os homens so verdadeiramente mpios. Para ser justo, Deus tem de condenar o homem mpio. Mas Deus, tendo em vista sua prpria glria e demonstrando um grande amor por ns, enviou seu Filho, que viveu nesta terra como homem per-feito. E, depois, em harmonia com o plano eterno de Deus, o Filho morreu naquela cruz, no Calvrio. E, naquela cruz, ele levou o nosso pecado e, permanecendo ali como nosso substituto legal e assumindo a nossa culpa, se tornou mal-dio por ns. Maldito todo aquele que no permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para pratic-las (Gl 3.10). Cristo nos redimiu da maldio, tornando-se maldio em nosso lugar (gl 3.13).


Muitas pessoas tm uma viso romntica e pobre do evangelho: que Cristo estava l, pendurado na cruz, so-frendo as aflies imposta pelo imprio romano, e o Pai no teve a fortaleza moral de suportar o sofrimento de seu Filho, ento, ele se retirou. No, o Pai se retirou porque seu Filho se tornou pecado!

Assim, quando pessoas lem que o Filho esteve no jardim e clamou: Meu Pai, se possvel, passe de mim este clice (Mt 26.39), elas especulam: Bem, o que havia nesse clice? Ora, era a cruz dos romanos. Era o aoite. Eram os cravos. Era todo aquele sofrimento. No quero ignorar o sofrimento fsico de Cristo na cruz, mas o clice era o clice de Deus a ira do Pai que tinha de ser derra-mada sobre o Filho. Algum tinha do morrer, levando a culpa do povo de Deus, abandonado pelo Pai, por causa de sua justia, e esmagado sob a ira de Deus pois ao senhor agradou mo-lo (Is 53.10).

H algum tempo estive em um seminrio na Ale-manha e vi um livro intitulado A Cruz de Cristo (no era o livro escrito por John Stott; era outro). Peguei-o e co-mecei a l-lo. E o livro dizia isto: O Pai olhou do cu e contemplou o sofrimento infligido ao seu Filho pelas mos dos homens e considerou isso como pagamento por nossos


pecados. Isso heresia! Aquele sofrimento fsico, aquela crucificao tudo fazia parte da ira de Deus. O sacrifcio tinha de ser um sacrifcio de sangue. No tirarei nada dis-so. Mas, meu amigo, se voc parar nesse ponto, voc no tem o evangelho.

Quando o evangelho pregado hoje e compartilha-do na evangelizao pessoal, ouvimos algo sobre a justia e a ira de Deus? Quase nunca. A evangelizao contem-pornea raramente deixa claro que Cristo foi capaz de redimir-nos porque foi esmagado sob a justia de Deus e, satisfazendo com sua morte a justia divina, Deus agora justo e o justificador do mpio.

Isso reducionismo do evangelho! No admiramos que no tenha poder. O que aconteceu? Eu direi: quando deixamos o evangelho para trs, e no h mais nenhum poder em nossa suposta mensagem evanglica, temos de usar todos os truques que so usados to predominante-mente em nossos dias para converter os homens e todos conhecemos a maioria desses truques. Mas nenhum deles funciona!

H alguns anos, quando me graduava no semin-rio, tive de tomar uma deciso quanto a prosseguir os es-tudos em direo ao Ph.D. A fim de proteger minha vida


espiritual, Deus me enviou s florestas do Peru to distante quanto ele poderia me colocar do mundo aca-dmico. L comecei a compreender algo. Como disse Spurgeon: Homens maiores do que eu, com mentes mais brilhantes, tm abordado esta doutrina da Segun-da Vinda, mas sem qualquer proveito. Ele disse: Eu me dedicarei a isto: procurar compreender algo sobre Jesus Cristo e ele crucificado.

Fico com raiva quando os homens tratam o glorioso evangelho de Cristo como se fosse o primeiro passo para o cristianismo e o passo que exige apenas 10 minutos de aconselhamento e, depois disso, a pessoa prossegue para as coisas mais importantes. Isso nos mostra quo patticos somos em nosso conhecimento das coisas de Deus.

Meu amigo, no dia da Segunda Vinda, voc enten-der tudo sobre a Segunda Vinda, mas na eternidade das eternidades, no cu, voc nem mesmo comear a com-preender a glria de Deus no Calvrio. Tudo se refere a isso. Homem jovem, pregador jovem, oua-me. Assimile a verdade sobre aquela cruz, o que ela significa. Voc no precisar de nada para produzir fogo estranho em seu for-no (Lv 10.1-3), se voc to-somente captar um vislumbre do que Cristo fez naquela cruz.


Gosto de dizer isto. J o disse milhares de vezes. Abrao levou Isaque at montanha seu filho, seu ni-co filho, que ele amava. Voc acha que o Esprito Santo estava tentando dizer-nos algo sobre o futuro? E aquele filho no ofereceu qualquer resistncia e deitou-se no al-tar. E, quando aquele pai entregou sua vontade vontade de Deus, desceu aquele cutelo para penetrar o corao de seu prprio filho. Mas, sua mo foi detida, e foi dito ao ve-lho homem que Deus tinha provido um carneiro. Muitos cristos pensam: Oh! que final lindo para essa histria! Isso no o final; apenas um intervalo. Milhares de anos depois, Deus, o Pai, colocou sua mo sobre o rosto do Fi-lho, seu nico Filho, que ele amava, e tomou o cutelo da mo de Abrao e imolou o seu Filho unignito, com toda a fora de sua ira.

Agora voc sabe por que o evangelho insignificante que voc prega no tem poder? Porque no o evangelho! Conhea o evangelho; passe sua vida de joelhos. Afaste-se dos homens; estude a cruz!

O quarto erro comum s igrejas de nossos dias , realmente, uma ignorncia da doutrina da regenerao. Sei que entre os que me ouvem h tanto calvinistas como arminianos. E sei que no meio h os que tm todo


tipo de idias esquisitas. Acho que posso chamar a mim mesmo de Spurgeonista de cinco pontos. Mas quero que voc saiba isto: o calvinismo no a questo. No, eu lhe direi qual a questo: a regenerao! Essa a ra-zo por que posso ter comunho com Wesley, Ravenhill, Tozer e os demais porque, apesar da posio deles so-bre outros assuntos, eles acreditavam que a salvao no pode ser manipulada pelo pregador, que a salvao uma obra magnfica do poder do Deus todo-poderoso. E me posiciono ao lado deles.

Na obra de regenerao, h uma grande manifes-tao do poder de Deus operada pelo Esprito Santo, uma manifestao maior do que aquela demonstrada na criao do mundo ou mesmo do universo, porque ele criou o mundo ex nihilo: do nada. Mas ele regenera um homem a partir de uma massa de corrupo. corres-pondente com a prpria ressurreio de nosso Salvador dentre os mortos.

Entendo que na pregao h mestres, pregadores e expositores. Todos eles so necessrios para a sade da igreja. Mas temos de entender isto. Ouvi dizer que o falecido G. Campbell Morgan (1863-1945), quan-do subia ao plpito para pregar, citava para si mesmo:


Como cordeiro foi levado ao matadouro e como ovelha muda perante os seus tosquiadores (Is 53.7). Ele sabia que, sem uma manifestao poderosa da obra de regenera-o do Esprito Santo, tudo que ele dissesse seria nada. o Esprito que d vida (Jo 6.63).

Nesse sentido, todos ns que proclamamos a verdade da Palavra de Deus temos de proclam-la como um profe-ta. O que isso significa? Somos sempre como Ezequiel no vale de ossos secos, e os ossos so sequssimos (Ez 37.1-2)! Caminhamos entre os ossos, e o que fazemos? Profetiza-mos. Dizemos: Ouam a Palavra do Senhor. E sabemos que o Esprito de Deus tem de soprar nesses mortos, pois, do contrrio, eles no ressurgiro. E, quando compreen-demos plenamente isso, no mais ntimo de nosso ser, no mais nos entregaremos manipulao que to freqen-temente realizada em nome da evangelizao. Em vez disso, proclamaremos a Palavra de Deus a doutrina da regenerao.

Pense nos Wesleys. Considere o que eles tiveram de enfrentar. Pense tambm no amado Whitefield. Na-quele tempo, todos acreditavam que eram cristos, to-talmente cristos. Por qu? Porque haviam sido batizados como criancinhas, introduzidos na aliana e confirmados.


Mas viviam como demnios! A regenerao era trocada por um tipo de aceitao formal de credos que recebia au-toridade dos lderes religiosos da poca.

Ento, aparecerem os Wesleys! No, eles disseram, a alma de vocs no est correta diante de Deus. Vocs no so nascidos de novo. No h evidncias de vida es-piritual. Examinem-se a si mesmos. Provem a si mesmos, para verificar se esto na f (2 Co 13.5). Assegurem-se de sua vocao e eleio (2 Pe 1.10). Importa-vos nascer de novo (Jo 3.7).

Aqui, nos Estados Unidos, por causa das vrias lti-mas dcadas de evangelizao moderna, a idia de nascer de novo est totalmente perdida. Agora, nascer de novo significa apenas que, em algum momento, numa cruzada de evangelizao, a pessoa tomou uma deciso e acha que foi sincera. Mas no h evidncia de uma obra de recria-o sobrenatural da parte do Esprito Santo na vida da pessoa. Se algum, e no se algumas pessoas, est em Cristo, nova criatura (2 Co 5.17).

Um

convite

antibblico

ao evangelho

O tempo est cumprido, e o reino de Deus est prximo; arrependei-vos e crede no evangelho.

Marcos 1.15

Ora, o que aconteceu no tempo dos Wesleys e de Whitefield tambm est acontecendo hoje! O que vemos? No necessariamente um batismo infantil na maioria das vezes. No uma confirmao da parte de Igreja Alta por meio de uma autoridade eclesistica. O que vemos hoje a orao do pecador. Se h algo contra o que declarei guerra, isso a orao do pecador.

Sim, da mesma maneira como a dependncia do

5Acusao


batismo infantil para a salvao foi, em minha opinio, o bezerro de ouro da Reforma, a orao do pecador o be-zerro de ouro contemporneo para os batistas, os evangli-cos e todo aquele que os tem seguido. A orao do pecador tem mandado mais pessoas para o inferno do que qualquer outra coisa na face da terra!

Algum diz: Como voc pode dizer isso? Eu res-pondo: vamos s Escrituras e mostre-me ali, por favor! Gostaria muito de que voc me mostrasse nas Escrituras algum que foi evangelizado dessa maneira. As Escritu-ras no nos dizem que Jesus Cristo veio para a nao de Israel e proclamou: O tempo est cumprido, e o reino de Deus est prximo; agora, quem gostaria de pedir--me que entre em seu corao? Levante a mo. No foi isso que ele disse. Ele disse: Arrependei-vos e crede no evangelho (Mc 1.15).

Hoje os homens esto confiando no fato de que pelo menos uma vez em sua vida eles fizeram essa orao e algum lhes disse que eram salvos, porque foram bastante sinceros. Portanto, se lhes perguntamos: Voc salvo? Eles no di-zem: Sim, sou salvo porque estou olhando para Jesus e h grande evidncia me dando certeza de ser nascido de novo. No! Em vez disso, eles dizem: Uma vez em minha vida

5 - Um convite antibblico ao evangelho 45

eu fiz uma orao. Ora, eles vivem como demnios, mas fizeram uma orao! Ouvi um evangelista que estava per-suadindo um homem a fazer isso. Por fim, o homem se sentiu to inquieto, e o evangelista disse: Bem, eu lhe direi uma coisa. Orarei a Deus por voc, e, se isso o que voc quer dizer a Deus, aperte minhas mos. Contemple o poder de Deus.

Decisionismo, a idolatria do decisionismo. Os ho-mens pensam que esto indo para o cu porque julgam a sinceridade de sua prpria deciso. Quando Paulo escre-veu igreja em Corinto, ele no lhes disse: Vejam, vocs no esto vivendo como cristos. Ento, vamos retornar ao momento de sua vida em que fizeram aquela orao e vejamos se foram sinceros. No, ele disse isto: Examinai--vos a vs mesmos se realmente estais na f; provai-vos a vs mesmos (2 Co 13.5).

Quero que vocs saibam, meus amigos, que a salva-o somente pela f. uma obra de Deus. graa sobre graa sobre graa. Mas a evidncia da converso no apenas o exame de nossa sinceridade no momento da con-verso. o fruto permanente em nossa vida.

meus queridos amigos, olhem para o que te-mos feito! Uma rvore no conhecida por seu fruto


(Mt 7.20)? Hoje 60% ou 70% dos americanos acham que so convertidos, nascidos de novo. Mas quantos bebs ma-tamos todos os dias? E somos odiados ao redor do mundo por nossa imoralidade. Apesar disso, pensamos que somos cristos.

Lano a culpa por essa situao aos ps dos prega-dores. Tenho visto isso em todos os grupos. Calvinistas, arminianos, muitos deles compartilham algo em comum. isto: o mesmo convite superficial. Eles falam muito sobre muitas coisas e, depois, chegam ao convite, que quase como se todos fossem tolos.

Aproxime-se de algum e lhe diga: Deus tem um plano maravilhoso para sua vida. Voc pode imaginar-se dizendo isso a um americano?

Amigo, Deus o ama e tem um plano maravilhoso para sua vida.

O qu? Deus me ama? Bem, isso timo porque eu tambm me amo. Oh! isso magnfico! E Deus tem um plano maravilhoso? Eu tambm tenho um plano maravilhoso para a minha vida. E, se eu aceit-lo em minha vida, terei o melhor de minha vida. Isso total-mente maravilhoso.

Mas isso no evangelizao bblica. Gostaria de


apresentar algo em lugar disso. Deus veio at Moiss e disse: Passando o senhor por diante dele, clamou: senhor, senhor Deus compassivo, clemente e lon-gnimo e grande em misericrdia e fidelidade; que guarda a misericrdia em mil geraes, que perdoa a iniqidade, a transgresso e o pecado, ainda que no inocenta o culpado, e visita a iniqidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, at terceira e quarta gerao (x 34.6-7). Qual foi a reao de Moiss? Imediatamente, curvando-se Moiss para a terra, o adorou (x 34.8).

A evangelizao comea com a natureza de Deus. Quem Deus? Um homem pode reconhecer alguma coisa sobre o seu pecado, se no tem padres pelos quais pode comparar a si mesmo? Se falamos aos homens somente coisas triviais sobre Deus, coisas que agradam a mente carnal, os homens sero trazidos genuinamente ao arre-pendimento e f?

1. No comeamos com: Deus ama voc e tem um plano maravilhoso. Temos de comear com um discur-so sobre todo o ensino a respeito da natureza de Deus. E temos de dizer pessoa, desde o incio, que isso pode lhe custar a vida (Mt 16.24)!


2. Em seguida, depois desse comeo, temos pergun-tas esclarecedoras: Voc sabe que um pecador, no sabe? Isso semelhante a algo que aconteceu com minha me, que estava morrendo de cncer. O mdico veio e lhe disse: Ol, Brbara, voc sabe que est com cncer, no sabe? Ns tratamos o pecado to superficialmente. No h importncia, no h solenidade.

Em vez disso, devemos dizer aos pecadores: Ami-go, h um mal terrvel em voc, e o julgamento est vindo. Se apenas dissermos a algum: Amigo, voc sabe que pecador?, no atingimos a convico do corao. Perguntem ao diabo se ele sabe que um pe-cador. Ele dir: Sim, eu sou. Eu sou um pecador muito bom ou um pecador muito mau, dependendo de como voc considera isso. Mas sou um pecador. Sei que sou um pecador.

A pergunta no voc sabe que um pecador? A pergunta : O Esprito Santo est agindo de tal modo em seu corao, por meio da pregao do evangelho, que uma mudana est sendo operada, resultando em que ago-ra voc odeia o pecado que antes amava e quer fugir do pecado que antes voc desejava abraar, como se estivesse fugindo de um drago?


3. Hoje as pessoas perguntam: Voc quer ir para o cu? Essa a razo por que no deixo meus filhos irem a 98% das escolas dominicais e das escolas bblicas de f-rias em igrejas evanglicas, porque alguma pessoa bem--intencionada se levanta e diz: Jesus no maravilhoso?, depois da exibio do filme Jesus. Sim, respondem as crianas.

Quantos de vocs amam a Jesus? Oh! eu amo!Quem quer aceitar Jesus em seu coraozinho?

Oh! eu quero!E depois so batizados. Podem at viver como cris-

tos por um tempo porque foram bem ensinados. Esto sendo criados em uma cultura crist, um tipo de cultura de igreja. Mas quando chegam aos 15 ou 16 anos, quando tm fora de vontade, comeam a romper os laos. Come-am a viver em impiedade. Vamos at eles e lhes dizemos: Vocs so cristos. Apenas no vivem como cristos. Pa-rem com seu desvio.

Em vez disso, temos de falar com eles biblicamente e dizer: Voc fez uma confisso de f em Cristo. Professou a Cristo at por meio do batismo, mas agora parece que se afastou dele. Examine-se a si mesmo. Prove a si mesmo. H pouca evidncia de converso verdadeira em voc!


Depois da faculdade, quando eles tm 24, 25 ou 30 anos, voltam igreja e dedicam novamente sua vida. Eles se unem membresia com a falsa moralidade crist que envolve o igrejismo nos Estados Unidos. E, no ltimo grande dia, eles ouvem isto: Nunca vos conheci. Apartai--vos de mim, os que praticais a iniqidade (Mt 7.23).

Voc diz: Irmo Paul, voc to bravo. No te-nho direito de ser? Algum deve estar clamando por avi-vamento. Mas no lanamos os fundamentos certos. Oh! que haja um avivamento e corrija os nossos fundamentos. Mas, enquanto temos olhos e ouvidos abertos, temos a Es-critura diante de ns, no devemos corrigir essas coisas referentes ao convite do evangelho?

Ento, por que perguntamos: Voc gostaria de ir ao cu? Meu querido amigo, todos querem ir ao cu s no querem que Deus esteja no cu quando eles chegarem l! A pergunta no : Voc quer ir ao cu? A pergunta esta: Voc quer Deus? J parou de odiar a Deus? Cristo se tornou precioso para voc? Voc deseja a Cristo?

A teoria poltica consiste nisso, meu querido ami-go. Todos querem ir para o cu, mas os homens odeiam a Deus. Ento, a pergunta no se os homens querem ir para um lugar especial onde no se ferem e tm tudo que


desejam. A pergunta : voc quer Deus? Cristo se tornou precioso para voc?

Freqentemente: para levar uma pessoa a fazer a orao do pecador, pergunta-se a ela: Voc gostaria de ir para o cu? E a resposta : claro que sim. Ento, voc gostaria de orar e pedir que Jesus venha e entre em seu co-rao? Ora, meu querido amigo, deixe-me dizer isto. H pessoas que foram salvas usando esse mtodo, mas no foi por causa do mtodo, e sim apesar do mtodo.

Em vez disso, temos de perguntar: Amigo, voc de-seja a Cristo? Voc v o seu prprio pecado?

Sim, sim.Ento, examinemos algumas passagens bblicas que

explicam para ns o que o arrependimento, para verifi-carmos se o Esprito est dando testemunho de que isso acontece em sua vida. Voc v quebrantamento em sua vida? V a desintegrao de tudo que voc pensava, e ago-ra sua mente est cheia de novos pensamentos sobre Deus, novos desejos e nova esperana?

Sim, vejo isso.Amigo, isso pode ser os primeiros frutos do arre-

pendimento. Agora, entregue-se a Cristo. Confie nele. Creia nele.


Ouam-me. Temos autoridade para anunciar aos ho-mens o evangelho. Temos autoridade para dizer-lhes como podem ser salvos e autoridade para ensinar-lhes princpios bblicos de segurana. Mas no temos nenhuma autorida-de para dizer aos homens que eles so salvos. Isso obra do Esprito Santo de Deus!

Mas, em vez de agir desse modo, o pecador condu-zido quela coisa insignificante: Voc convidou Jesus a entrar em seu corao?

Sim, ele responde.Voc acha que foi sincero?Sim.Voc acha que Cristo o salvou?No sei. claro que ele o salvou porque voc foi sincero. E

ele prometeu que, se voc lhe pedisse que entrasse em seu corao, ele entraria. Portanto, voc est salvo.

Eles saem da igreja depois de cinco minutos de acon-selhamento. O evangelista vai almoar. E o homem evan-gelizado est perdido. O homem est perdido!

Isso um convite antibblico. E, se as pessoas evangelizadas duvidarem de sua salvao, voc faz tudo de novo. Voc diz: J houve um momento em sua vida


em que voc orou e pediu a Jesus que entrasse em seu corao?

Sim.Voc foi sincero.Acho que sim.Ento, o Diabo est perturbando voc agora.E, se eles vivem sem crescimento, mesmo no con-

texto de uma igreja sem crescimento, e permanecem em carnalidade no tema. Dizemos que a culpa da falta de discipulado pessoal e amenizamos isso chamando-o de doutrina do crente carnal.

O mitO dO crente carnal

A doutrina do crente carnal tem destrudo mais vidas e enviado mais pessoas para o inferno do que podemos imagi-nar! Os crentes lutam com o pecado? Sim. Um crente pode cair em pecado? Sim. Um crente pode viver em um estado permanente de carnalidade, todos os dias de sua vida, no produzindo fruto, e ser um verdadeiro crente? No, de modo algum pois, se assim fosse, toda promessa de preservao dada no Antigo Testamento em referncia aliana do Novo Testamento falharia, e tudo que Deus falou sobre


disciplina, em Hebreus, seria uma mentira (Hb 12.6)! Cada rvore conhecida pelo seu prprio fruto (Lc 6.44).

Tenho visto pregadores que entendem muito das coi-sas de Deus, mas, no que diz respeito a uma apresentao exemplar do evangelho, eles empregam, novamente, este mtodo antibblico.

Contarei um histria, uma histria que um dos mo-mentos mais preciosos de minha vida crist.

Eu estava pregando no Canad, a apenas 30 qui-lmetros do Alaska. Havia mais ursos cinzentos do que pessoas na cidade! A igreja era pequena, tinha umas 15 ou 20 pessoas; e eu seria o pregador. Quando acabei de subir ao plpito, um homem enorme entrou. Ele estava no alto de seus 60 anos ou no comeo dos 70 anos. Ele poderia ter surrado todos ns naquele prdio. Enquanto eu pregava, olhei para sua face, deixei o assunto de lado e comecei a pregar o evangelho. Ele era o ser humano mais triste que eu j tinha visto. Preguei apenas o evangelho e mais evangelho. E, quando terminei, desci do plpito e fui diretamente at ele.

Eu lhe disse: Amigo, o que est errado com voc? O que atormenta a sua alma? Nunca vi um homem to triste e to abatido em toda a minha vida? Ele mostrou


um envelope pardo que continha algumas radiografias, que eu no podia entender. Mas ele disse: Acabei de vir do mdico. Eu vou morrer em trs semanas. Isso foi o que ele me disse. Vivi toda a minha vida como um criador de gado. Voc s pode chegar onde moro por hidroavio ou de cavalo, atravs das montanhas. Ele disse: Nunca estive em uma igreja; nunca li a Bblia. Creio que h um Deus, e uma vez ouvi algum falar algo sobre um homem chamado Jesus. E continuou: Nunca tive medo de nada em minha vida estou apavorado.

Eu perguntei: Amigo, voc entendeu a mensagem, o evangelho?

Ele respondeu: Sim.Ora, o que teria feito a grande maioria dos prega-

dores naquele momento? Bem, voc gostaria de pedir a Jesus que entre em seu corao? isso o que eles teriam feito.

Eu disse: Amigo, voc entendeu a mensagem?Ele respondeu: Entendi, mas o evangelho aquilo

mesmo? Disse mais: Uma criana poderia ter entendido a mensagem. O evangelho s aquilo, para que eu enten-da e ore ou...?

Eu disse: Amigo, voc vai morrer em trs semanas.


Tenho de partir amanh. Cancelarei minha passagem de avio e ficarei aqui, com as Escrituras, lutando e clamando a Deus at que voc seja convertido ou que morra e v para o inferno.

E assim comeamos. Comecei no Antigo Testa-mento, no Novo Testamento, lendo cada versculo da Escritura que continha uma promessa de Deus quanto redeno e salvao, repetidas vezes, vez aps vez. Le-mos Joo 3.16, oramos por um pouco, clamamos a Deus, fizemos perguntas ao homem sobre o arrependimento, a f e a certeza de salvao trabalhando at que Cristo fosse formado nele.

Por fim, estando eu exausto naquela noite, no hou-ve nenhum progresso. No houve nada. Ento, eu disse: Amigo, vamos orar. E oramos.

Eu disse: Vamos ler novamente Joo 3.16.Ele respondeu: J lemos isto milhares de vezes.Disse: Sim, eu sei, mas esta uma das maiores pro-

messas de salvao. Leia esse texto novamente.Nunca esquecerei o que aconteceu. Ele tinha a mi-

nha Bblia em seu colo, naquelas suas mos enormes, e falou: Tudo bem. E leu: Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu... eu estou salvo. Estou salvo! Irmo


Paul, todos os meus pecados se foram! Eu tenho a vida eterna! Estou salvo!

Eu perguntei: Como voc sabe?Ele respondeu: Voc nunca leu este versculo antes?O que estava acontecendo? Uma obra do Esprito

de Deus, em vez daqueles truques insignificantes que pessoas tentam usar. Ento, agora voc quer ir comer? O qu? Voc acha que pregar um espetculo e que, depois disso, voc volta para o hotel? No, a obra co-mea depois da pregao. a obra de lidar com almas. As pessoas aparecem nas reunies para receber aconse-lhamento de quem no deveria estar aconselhando. E, depois de cinco minutos, elas fazem aquela orao do pecador e recebem um carto que devem assinar. E, ra-pidamente, do o carto ao pastor, e este diz: Gostaria de apresentar a todos um novo filho de Deus. Recebam--no na famlia de Deus. Que ousadia!

Se vamos apresentar algum igreja, digamos isto: Hoje noite este homem fez uma profisso de f em Je-sus Cristo. E, por causa de nosso temor de Deus e nosso amor pelas almas dos homens, continuaremos a trabalhar com ele para assegur-lo de que Cristo foi realmente for-mado nele, de que ele tem um verdadeiro entendimento


bblico do arrependimento e da f, bem como grande alegria e segurana no Esprito Santo. Isso o que faremos.

Vejam o que temos feito no cristianismo moderno. Rogo-lhes: vejam o que estamos fazendo. E no estou fa-lando de uma seita estranha. Estou falando do que ns estamos fazendo. Rogo-lhes: acabem com isso. Por favor, parem de fazer isso!

Para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade.

1 Timteo 3.15

Deus tem somente uma instituio religiosa: a igreja. O nosso alvo crucial e o resultado essencial de um avivamento neste mundo a implantao de igre-jas bblicas. Tenho grande receio de que a igreja local desdenhada em nossos dias. Diga s pessoas que voc um pregador itinerante, que voc tem um ministrio de alcance mundial, e todas o honraro. Diga-lhes que

Para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade.

1 Timteo 3.15

Deus tem somente uma instituio religiosa: a igreja. O nosso alvo crucial e o resultado essencial de um avivamento neste mundo a implantao de igre-jas bblicas. Tenho grande receio de que a igreja local

Uma

ignorncia

quanto

natureza

da igreja

6Acusao


voc um pastor de um grupo de 30 indivduos, e elas o faro assentar-se l atrs durante a conferncia. Jesus Cristo no o Prncipe de pregadores itinerantes. Ele o prncipe de pastores.

Alguns anos atrs, Bill Clinton teve um slogan durante a campanha eleitoral: a economia, estpido! Meu pastor, Jeff Noblit um dos presbteros de nossa igreja, o principal pastor e ensinador disse-me certo dia: Sabe, eu gostaria de ter uma poro de camisetas padronizadas.

O que elas diriam, irmo Jeff? a igreja, estpido!Jesus deu sua vida pela igreja, uma igreja pura, linda

e imaculada. Se voc quer dar sua vida por algo no minis-trio, d a sua vida igreja: a igreja, uma comunho de crentes, uma congregao local. Isso a igreja.

Quero que voc atente-se para isto. No h um remanescente de crentes na igreja. Todos sabemos sobre a teologia do remanescente, de que no decorrer de toda a histria de Israel houve Israel, o povo de Deus, e um remanescente de verdadeiros crentes. Isso no verdade quanto igreja. No h um remanescente de crentes ou um grupo menor de crentes dentro de um grupo maior chamado a igreja. A igreja o remanescente.

6 - Uma ignorncia quanto natureza da igreja 61

Se pastores j chegaram bem perto de blasfemar, eles o fizeram neste assunto. Ouo telogos, pregadores itinerantes e pastores dizerem coisas assim: H tanto pecado dentro da igreja como fora da igreja. H tanto divrcio na igreja como h fora da igreja. H tanta imo-ralidade e pornografia na igreja como h fora da igreja. E os pregadores dizem: Sim, a igreja est agindo como uma prostituta. Quero que vocs saibam isto: temos de ser bastante cuidadoso em chamar a noiva de Jesus Cristo de prostituta.

Eu lhe direi qual o problema: pastores e pregadores no sabem o que a igreja. Quero que voc saiba que a igreja de Jesus Cristo linda. Ela frgil s vezes. fraca. atribulada. No perfeita. Mas quero que voc saiba: ele contrita. Est andando humildemente com seu Deus. O problema que no sabemos o que a igreja.

Hoje, por causa da falta de pregao bblica, a suposta igreja est cheia de pessoas carnais e mpias identificadas com o cristianismo. E, por causa de to-dos os bodes no meio dos cordeiros, os cordeiros so acusados de todas as coisas que os bodes esto fazendo. Assim, o nome de Deus blasfemado entre os gentios por causa de ns (Rm 2.24).


Eis a vm dias, diz o senhor, em que firmarei nova aliana com a casa de Israel e com a casa de Jud. No conforme a aliana que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mo, para os ti-rar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliana, no obstante eu os haver despo-sado, diz o senhor. Porque esta a aliana que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, tambm no corao lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles sero o meu povo. No ensinar jamais cada um ao seu prximo, nem cada um ao seu irmo, dizendo: Conhece ao senhor, porque todos me conhecero, desde o menor at ao maior deles, diz o senhor. Pois perdoarei as suas iniqidades e dos seus pecados jamais me lembrarei (Jr 31.31-34).

No quero retirar nada do povo chamado Israel, mas essa passagem tambm se aplica igreja. Entenda isso. No quero entrar em conflitos sobre escatologia, mas na Bblia, no Novo Testamento, essa passagem aplicada ao povo de Deus. No conforme a aliana que fiz com seus


pais, no dia em que os tomei pela mo, para os tirar da terra do Egito (v. 32).

Tenho ouvido com freqncia pregadores dizerem: Bem, se voc olha para trs e examina Israel, percebe que havia ali um grande nmero de pessoas mpias e id-latras. E no meio deles havia um pequeno remanescente de crentes verdadeiros. Isso verdade, mas no se aplica igreja no Novo Testamento, porque Deus diz: Farei algo diferente, no semelhante aliana que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mo, para tir-los da terra do Egito. Eles anularam a minha aliana, embora eu os hou-vesse desposado, declara o Senhor. Mas esta a aliana que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, tambm no corao as inscreverei (cf. v. 33).

Se voc convertido, Deus no lhe deu uma tbua de pedra contendo leis. Ele inscreveu, sobrenaturalmente, por meio da doutrina da regenerao, as leis em seu co-rao. E, porque ele fez isso, Eu serei o seu Deus, e eles sero o meu povo (v. 33).

E veja o que a passagem bblica diz: No ensina-r jamais cada um ao seu prximo, nem cada um ao seu irmo, dizendo: Conhece ao senhor, porque todos me


conhecero, desde o menor at ao maior deles, diz o se-nhor. Pois perdoarei as suas iniqidades e dos seus peca-dos jamais me lembrarei (v. 34).

Outra vez, isso a doutrina da regenerao. Deus est fazendo uma nova obra nestes ltimos dois mil anos. No te-mos uma grande quantidade de igrejas nos Estados Unidos. Temos realmente uma grande quantidade de prdios de ma-teriais excelentes, em gramados bem tratados. S porque al-gum diz que pertence a uma igreja ou que um cristo, isso no o torna um cristo. Veja o que Deus diz: No ensinar jamais cada um ao seu prximo. Isso no significa que no haver pregadores e ensinadores, mas haver um conheci-mento notvel de Deus entre todos eles, especialmente em relao ao fato de que seus pecados foram perdoados.

Veja o que diz Jeremias 32.38-40:

Eles sero o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um s corao e um s caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. Farei com eles aliana eter-na, segundo a qual no deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu corao, para que nunca se apartem de mim.


Eles sero o meu povo, e eu serei o seu Deus. Deus no diz: Espero que, se eu tiver sorte, talvez, e se tiver muitos evangelistas para trabalharem comigo, tudo isso se torne realidade. No, em vez disso, ele diz: Eu formarei um povo para mim, um povo que eu darei ao meu Filho. E diz mais: Eles sero o meu povo, e eu serei o seu Deus.

Agora, veja isto: Dar-lhes-ei um s corao e um s caminho. Voc percebe o contraste? As dcadas de 1970 e 1980 tiveram muitas marchas para Jesus, e mi-lhares de pessoas choravam e lamentavam coisas assim: A igreja est to dividida. A igreja no uma s. Meu querido amigo, deixe-me dizer algo: se a igreja no uma s, esta promessa da nova aliana atacada violen-tamente. E houve uma orao que o Pai no respondeu ao Filho:

Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como ns... No rogo somente por estes, mas tambm por aqueles que vierem a crer em mim, por intermdio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como s tu, Pai, em mim e eu em ti, tambm sejam


eles em ns; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glria que me tens dado, para que sejam um, como ns o somos (Jo 17.11, 20-22).

Portanto, gostaria de sugerir-lhe isto: a igreja uma! Ele sempre foi uma.

Voc j esteve em um avio ou num supermercado e encontrou algum que voc no conhecia antes. E voc, sendo verdadeiramente evanglico, um cristo verdadeiro, conversa com tal pessoa no mais do que cinco minutos e descobre: Ele um crente. Isto a coisa real. E, naquele momento, voc sabe que daria a sua vida por aquela pes-soa, se fosse necessrio. Voc daria a sua vida por ela.

Lembro certa ocasio em que estvamos nas montanhas do Peru. Foi no tempo de uma guerra ci-vil. Viajamos 22 horas na traseira de um caminho de gros, debaixo de uma lona preta. Por volta da meia--noite, o caminho parou, abrimos a lona e pulamos para a floresta. Passamos aquela noite na margem da floresta e subimos em direo a uma pequena cidade que havia na montanha. Na metade do caminho, eu e meu querido amigo Paco nos perdemos na escurido.


Por isso, oramos: Deus, d-nos direo. Estamos per-didos. Se formos achados aqui, os terroristas so os donos deste lugar. Os militares no viriam para nos achar. Cla-mamos: Deus, d-nos alguma direo. Ajuda-nos.

Ouvimos um sino. E ouvimos que algum conver-sava. Era uma conversa estranha a princpio, pensamos. Ento, compreendemos que era um rapazinho que vinha dos campos com seu burro e falava com seu burro. Fica-mos atrs dele e o seguimos. Ficamos nos limites de uma pequena vila, que tinha choupanas e casas de adobe. Eu disse: Paco, voc sabe, se este lugar pertence aos terroris-tas estamos mortos.

Sim, mas chegamos a algum lugar. Ento, samos e caminhamos at um homem que estava bbado, na es-curido. Perguntamos: H irmos aqui? porque todos sabiam o que isso significava nas montanhas: significava um cristo verdadeiro.

Ele respondeu: A velha naquela casa. Ento, fomos at l. Ali morava uma mulher idosa da Igreja do Nazare-no. Eu bati na porta. E disse: Sou um pastor evanglico. Por favor, ajude-nos!

A mulher idosa veio at ns com uma lanter-na. Ele me agarrou e puxou para dentro. Agarrou Paco.


A casa daquela mulher era cortada de um tipo de despe-nhadeiro no barro; e ela nos levou a um poro onde havia feno, galinhas e coisas. Ela nos acomodou ali e acendeu uma lamparina. Ento, um menino chegou; ela o chamou e dis-se: V chamar os outros irmos. E os homens comearam a chegar, trazendo galinhas, mandioca e tudo mais arris-cando a sua vida por ns! Por qu? Porque a igreja uma s!

Pare de dizer todas essas coisas tolas que voc diz: que o corpo de Cristo est dividido, que uma baguna e est cheio de pecado. Eu no falaria dessa maneira sobre o corpo de Cristo, se eu fosse voc.

O que existe hoje em muitas igrejas uma quanti-dade de joio e bodes em meio s ovelhas (Mt 25.31-46; 13.24-30). E, pelo fato de que pouca disciplina bblica e amorosa praticada, tais pessoas vivem entre as ovelhas, alimentam-se das ovelhas e destroem as ovelhas. E aqueles de vocs que so lderes nessas igrejas pagaro um preo muito alto quando comparecerem diante daquele que ama as ovelhas porque no tiveram coragem suficiente para se levantarem e confrontarem os mpios.

Agora, ouam-me. O cenrio referente s igre-jas, em sua maior parte, que as igrejas so demo-cracias. No quero tratar dos prs e contras disso.


Mas eis o que acontece. Visto que a pregao do evange-lho to pobre, a maioria da igreja constituda de pes-soas perdidas e carnais, e a igreja uma democracia, essas pessoas governam, no geral, a direo da igreja. Visto que o pastor no quer perder o maior nmero de pessoas e que ele tem idias erradas sobre a evangelizao e a verdadeira converso, ele satisfaz os mpios de sua igreja. E o peque-no grupo de ovelhas genunas, que pertencem verdadeira-mente a Jesus Cristo, esto sentadas ali, no meio de todo o teatro, mundanismo e multimdia, clamando: Queremos apenas adorar a Jesus. Queremos algum que nos ensine a Bblia! Queridos amigos, esses pastores pagaro pela ter-rvel condio de suas igrejas.

Muitos pastores esto tentando manter juntos um bando de mpios, enquanto o pequeno rebanho no meio dos mpios est morrendo de fome e sendo levado a seguir rumos que no querem seguir. So levados a acompanhar a maioria carnal!

Oua-me. Se minha esposa estivesse em uma loja tar-de da noite, e, como homem, voc entrasse, visse alguns homens abusando dela, mas abaixasse a cabea e, em nome da preservao, sasse, quero dizer-lhe algo, meu amigo: eu no procuraria aqueles homens eu procuraria voc.


A igreja a noiva de Cristo. Ela to preciosa para Cristo. Haver um custo para voc servir a Jesus. Pode custar a sua igreja, a sua reputao, a sua denominao pode custar-lhe tudo. Mas a noiva de Cristo digna disso!

Veja o que o texto diz. Amo esta afirmao: Dar--lhes-ei um s corao e um s caminho. E o que esse caminho? Cristo e sua santidade. Todos os verdadeiros crentes que tenho conhecido falam muito de Cristo e tm um grande desejo de ser mais santos do que o so, mais conformados a Cristo.

Dar-lhes-ei um s corao e um s caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. Farei com eles aliana eterna, segundo a qual no deixarei de lhes fazer o bem. Ora, muitas pessoas perdidas vo igreja no domingo e ouvem este versculo. E dizem para si mesmas: Sim, Deus fez uma aliana eterna comi-go. Ele nunca se afastar de mim nunca, nunca. Estou seguro por causa da graa de Cristo. Mas elas no lem a segunda parte.

Veja o que o texto diz: Farei com eles aliana eterna, segundo a qual no deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu corao, para que nunca se apartem de mim. A evidncia de que Deus fez uma aliana eterna


com voc, amigo, que ele ps o temor de Deus em seu corao, para que voc no se afaste dele. E, se voc se afastar, e ele no disciplin-lo, e voc continuar se afas-tando dele, isso evidncia de que ele no ps o seu temor em voc. Isso evidncia de que voc no foi regenerado no tem nenhuma aliana com Deus! Queridos amigos, isso verdade bblica.

Uma falta de

disciplina

eclesistica

amorosa e

compassiva

Irmos, se algum for surpreendido nalguma falta, vs, que sois espirituais, corrigi-o com esprito de brandura; e guar-da-te para que no sejas tambm tentado.

Glatas 6.1

Hoje, muitos pastores evanglicos deveriam pegar Mateus 18 e arranc-lo de sua Bblia. Mas voc no pode fazer isso. Precisa ter a Bblia inteira e no apenas parte dela. Muitos pastores deixam a sua teologia de lado quan-do saem de seu escritrio de estudo. So teolgicos na conversa; so teolgicos no escritrio. Mas, quando saem do escritrio, conduzem a igreja por meios carnais.

7Acusao


No sou um pastor em minha igreja, ento, posso di-zer isso sem vangloriar-me. Nossa igreja pratica a discipli-na eclesistica. uma igreja bem grande, freqentada por cerca de 1.000 pessoas. Os pastores estimam que ajudaram a salvar 30 casamentos nos ltimos anos, por meio da dis-ciplina eclesistica, amorosa e compassiva a disciplina eclesistica no comea com a excluso. Comea com: Vs, que sois espirituais, corrigi-o...

Voc diz: No podemos praticar disciplina somos muito amveis! Vocs so mais amveis do que Jesus? ele quem ordena a disciplina!

Mas isso nos causa muitos problemas. verdade. Talvez essa seja razo por que no h muitos problemas en-tre a igreja e a cultura mundana hoje, porque no estamos confrontando a cultura ao nosso redor. E no confronta-mos a cultura apenas por irmos at Hollywood e fazermos protestos l. Confrontamos a cultura por obedecermos a Deus! No construiu a arca e condenou o mundo. Voc no precisa ter um sinal de protesto. Apenas ande em obe-dincia e o mundo o odiar.

Se teu irmo pecar [contra ti], vai argi-lo entre ti e ele s. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmo (Mt 18.15). Oh! que coisa maravilhosa! Se, porm, no te ouvir, toma

7 - Uma falta de disciplina eclesistica amorosa e compassiva 75

ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoi-mento de duas ou trs testemunhas, toda palavra se esta-belea (Mt 18.16). Amigos, as testemunhas no devem estar do seu lado. No, elas entram no caso para ouvir objetivamente e proferir um julgamento. Talvez voc seja a pessoa que est errada: talvez o seu irmo no esteja em pecado talvez voc esteja sendo crtico demais e legalis-ta. Quem sabe?

E, se ele no os atender, dize-o igreja; e, se recusar ouvir tambm a igreja, considera-o como gentio e publi-cano, ou seja, algum de fora ou um coletor de impostos. Meu querido amigo, creio que precisamos ouvir isso. Ou comeamos a obedecer a Deus e disciplinamos a ns mes-mos, ou podemos receber a disciplina de Deus. E talvez a hora j chegou e agora seja o tempo em que isso vai acontecer!

No estou falando sobre pessoas crticas, legalistas e odiosas existem muitas delas. Estou falando sobre um pastor, um grupo de presbteros, lderes que amam muito o colocar sua vida em ordem, porque sabem que isso no uma brincadeira. Isso no algo que fazemos apenas para esta vida, mas a eternidade que est em jogo a salvao de almas. Examine os velhos livros dos Spurgeons e dos


Whitefields, dos puritanos e da Reforma. Muitos desses livros lidam com o que o evangelho, como o pregamos, como trazemos algum a Cristo, como discernimos a ver-dadeira converso, como nos tornamos mdicos de almas.

Temos nos unido a Roma neste assunto. Na Igreja Catlica Romana, o beb batizado e declarado cristo. Da em diante, o beb pertence a Roma. Nunca mais eles lidam com a converso. Apenas criam todos os tipos de meios mundanos para manter pessoas na igreja!

Mas oua: os evanglicos tm feito a mesma coisa! Faa uma pequena orao com eles, depois de dois ou trs minutos de aconselhamento, depois de meia hora de pre-gao da qual 25 minutos foram histrias engraadas e, em seguida, voc puxa a rede nos cinco minutos finais. Aconselhe-os por um pouco e os declare salvos. Ento, voc passa o resto de seus dias discipulando-os e se per-guntando por que eles no crescem.

Creio no discipulado pessoal, um a um. Mas, que-rido amigo, a igreja se saiu bem por mais de mil anos sem isto, sem o que chamamos de discipulado pessoal e todos os livros e materiais disponveis hoje. Quero que voc pense sobre isso. O discipulado um a um se tornou proeminente nos anos 1970 e permanece assim at hoje.

7 - Uma falta de disciplina eclesistica amorosa e compassiva 77

Qual o clamor? Eles dizem: H tantas pessoas saindo das igrejas quanto as que esto entrando. E a razo por que isso est acontecendo que no estamos discipulando as pessoas. No, a razo por que isso acontece que elas no esto sendo convertidas. Elas mostram que no so convertidas porque as ovelhas de Cristo ouvem a voz dele e o seguem (Jo 10.3), quer voc as discipule, quer no.

Ns devemos discipular, mas a falta de discipulado no a razo por que as pessoas saem da igreja. Eles sa-ram de nosso meio; entretanto, no eram dos nossos (1 Jo 2.19). E no tiveram chance de ser dos nossos porque no ouviram o evangelho verdadeiro ningum nunca li-dou com a alma dessas pessoas. Portanto, gastamos uma fortuna disciplinando bodes, na esperana de que eles se tornem ovelhas. No podemos ensinar um bode a se tor-nar uma ovelha. Um bode se torna uma ovelha somente por meio da obra sobrenatural do Esprito do Deus todo--poderoso.

Mudei minha famlia para a igreja em que estamos porque ela pratica a disciplina eclesistica e porque eu precisava estar sob disciplina eclesistica o cuidado vigilante de presbteros e outros membros que levam isso a srio. Se meus filhos, que so todos pequenos


agora, fizerem uma profisso de f e depois se desvia-rem, quero que sejam trazidos diante da igreja, se ne-cessrio, para a salvao de sua alma.

Alguns de vocs ficariam to furiosos se um pastor viesse e lhes dissesse: Sinceramente, tenho orado por seu filho e temo que ele no seja convertido. Vocs ficariam to furiosos, que reuniriam um grupo para exonerar aquele pastor em vez de admitir: Oh! louvado seja Deus, temos um homem de Deus aqui!

Um

silncio

a respeito

da separao

No vos ponhais em jugo desigual com os incrdulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justia e a ini-qidade? Ou que comunho, da luz com as trevas?

2 Corntios 6.14

Hoje, h uma carncia de ensino srio sobre san-tidade na vida. claro que h um ensino geral sobre a santidade no qual todos concordam. Sejamos santos, alguns dizem, precisamos ser mais santos. Realizemos uma conferncia sobre santidade. Mas, quando somos especficos a respeito do que isso significa, a questo fica mais sria.

8Acusao


O autor de Hebreus nos diz: Segui a paz com to-dos e a santificao, sem a qual ningum ver o Senhor (Hb 12.14). Algum cr nisso? Um pastor disse: Irmo Paul, tenho sido acusado to freqentemente de ensinar, voc sabe, religio de obras. Ouam-me. Ouam. Isso nos remete outra vez ao assunto da regenerao e da provi-dncia de Deus. Se Deus converte verdadeiramente uma pessoa, ele continuar agindo nessa pessoa, por meio de ensino, bno, admoestao e disciplina. Deus cuidar para que a obra que ele mesmo comeou seja terminada. Essa a razo por que o autor de Hebreus diz: Sem san-tidade ningum ver o Senhor. Por qu? Porque, se voc no est crescendo em santidade, Deus no est agindo em sua vida. E, se ele no est agindo em sua vida, isso acontece porque voc no filho de Deus!

Veja a diferena entre Jac e Esa. Amei Jac, po-rm me aborreci de Esa (Rm 9.13). Mas Deus cumpriu as suas promessas para ambos. Jac foi abenoado. Esa foi abenoado. Como Deus demonstrou seus juzos e ira con-tra Esa e seu amor para Jac? Primeiramente, Deus per-mitiu que ambos seguissem seu caminho. Mas, para Esa, no houve nenhuma obra de disciplina, nenhuma obra de correo divina, nada isso foi a ira de Deus sobre Esa!

8 - Um silncio a respeito da separao 81

Mas Deus disciplinou severamente a Jac, quase todo dia de sua vida isso foi expresso do amor de Deus sobre ele! Era a amorosa disciplina divina, a correo de Deus, para trazer Jac santidade. E isso tambm verdade no que diz respeito a todos os crentes verdadeiros em nossos dias.

Rogo-vos, pois, irmos, pelas misericrdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrif-cio vivo, santo e agradvel a Deus, que o vosso culto racional. E no vos conformeis com este sculo, mas transformai-vos pela renovao da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus.

Romanos 12.1-2

Por que Paulo disse: Apresenteis o vosso corpo? Acho que a razo era evitar toda a super-espiritualidade de nossos dias. Voc diz: J dei meu corao a Jesus, e voc no pode julgar um livro por sua capa. Voc no pode julgar minha condio interior por minhas obras exteriores. Mas, na ver-dade, podemos julgar um livro por sua capa. Jesus nunca disse que no podemos; pelo contrrio, ele disse especificamente que podemos: Pelo fruto se conhece a rvore (Mt 12.33).


Ora, se voc pensa que deu seu corao a Cristo, ele tambm ter o seu corpo. Eu lhe digo por qu. O corao, meu amigo, no um msculo que bombeia sangue ou uma inveno da imaginao de um poeta. Na Bblia, o corao se refere prpria essncia ou mago de nosso ser. No me diga que Jesus possui a essncia ou mago de seu ser e no afeta todo o seu corpo e a sua vida. Isso no verdade!

Portanto, precisamos examinar a Escritura no de modo legalista, no apenas para extrair inferncias. No, em vez disso, examinamos a Escrituras e nos firmamos nos seus mandamentos claros. Mandamentos sobre o qu? Que tipos de mandamentos nos guiam em nossa famlia? No concordo com tudo que os puritanos disseram, mas amo os puritanos, e uma das razes por que os amo que eles fizeram tentativas sinceras de colocar tudo em sua vida sob o senhorio do Senhor Jesus Cristo. Tudo!

Tudo, como a sua mente! Eles escreveram livros de 800 pginas sobre o que devemos pensar, conforme as Escrituras. E o que no deve entrar em nossa mente, conforme as Escri-turas. O que devemos fazer com nossos olhos. O que deve e o que no deve entrar em nossos ouvidos. Como a lngua deve ser governada. Qual deve ser a direo de nossa vida.


E, sim, deixarei voc apavorado: como devemos nos vestir! Serei cuidadoso neste ponto. No quero apenas es-pecular. Meu querido amigo, minha esposa expressa isso desta maneira: se a sua roupa uma estrutura para a sua face da qual a glria de Cristo resplandece, ento, a sua roupa de Deus. Mas, se a sua roupa uma estrutura para o seu corpo, se sensual, Deus a odeia. A natureza de Deus guia as nossas decises em todos os detalhes de nossa conduta.

No posso falar de tudo que diz respeito santidade; e santidade no apenas expresso exterior, mas nos tor-namos um povo que usa a obra interna do Esprito Santo como desculpa para dizer que nada precisa acontecer no exterior. E isso no verdade! Talvez alguns rapazes cla-mam ao Esprito Santo, mais do que eu mesmo o faa, que os encha e opere neles, mas precisam apenas de meia hora de televiso para que o entristeam e o Esprito fique a quilmetros de distncia. Se a gua 99% pura e 1% suja, eu no a bebo!

Certa vez, eu estava em conflito, e Leonard Rave-nhill soube disso, por um amigo meu, e me enviou um fo-lheto. Ainda tenho aquele folheto. Nunca, nunca me des-farei dele. O folheto dizia: Outros podem, voc no pode.


Rapaz, oua-me: no vou a shoppings. No vou! E no por-que sou mais santo do voc. No vou porque sei o que sou!

H uma histria sobre um dos maiores e mais ex-celentes violonistas da Europa que tocava seu concerto final. Ele j estava bem idoso. E, quando ele terminou, um jovem, um violonista, se aproximou dele e disse: Senhor, daria a minha vida para tocar como voc. E o velho vio-lonista disse: Filho, eu tenho dado a minha vida para tocar como eu toco.

Voc diz: Quero o poder de Deus em minha vida ento, algo tem de ser feito. Eu quero conhecer a Deus ento, alguma separao do mundo tem de acontecer!

Jovem leitor, gostaria de dizer-lhe algo. Todos os ou-tros esto se divertindo em seus pequenos retiros e con-ferncias, unindo-se em grupos, cantando canes super-ficiais e tudo mais. Talvez voc precise ficar sozinho no deserto com Deus, jejuar por sete dias, em orao, estu-dando o livro de Salmos apenas ficar sozinho com Deus, pertencer a Deus.

Para ser um homem de Deus, tem de haver um senso de que s vezes sua prpria esposa, que da sua prpria carne, uma com voc, olha para os seus olhos e reconhece: ela no pode ir aonde voc est indo.


Hoje, em nossas igrejas, h um silncio sobre a sepa-rao do mundo. No vos ponhais em jugo desigual com os incrdulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justia e a iniqidade? (2 Co 6.14) nenhuma! Ou: Que comunho, da luz com as trevas? nenhuma! Tre-vas so o oposto da revelao de Deus. Ou que harmonia, entre Cristo e os demnios? (v. 15) nenhuma! Ou o que o crente tem em comum com o incrdulo? (v. 15) nada!

O Senhor diz: Retirai-vos do meio deles (v. 17). Retirai-vos do meio de qu? Retirai-vos do meio da ini-qidade, das trevas, dos artifcios satnicos, da vida e do mundanismo do incrdulo. Retirai-vos!

Cuidado que ningum vos venha a enredar com sua filosofia e vs sutilezas, conforme a tradio dos homens, con-forme os rudimentos do mundo e no segundo Cristo.

Colossenses 2.8

H um nono erro comum em muitas igrejas, e ele muito importante para mim como um homem mais velho que tem uma famlia nova. S me casei aos 30 anos de ida-de. Minha esposa teve algo como um pequeno tumor no crebro nos primeiros oito anos. No podamos ter filhos e, ento, louvado seja Deus, nasceu o primeiro filho; e, depois, outro; e, depois, outro; e, depois, quem sabe?

Cuidado que ningum vos venha a enredar com sua filosofia e vs sutilezas, conforme a tradio dos homens, con-forme os rudimentos do mundo e no segundo Cristo.

Colossenses 2.8

H um nono erro comum em muitas igrejas, e ele muito importante para mim como um homem mais velho que tem uma famlia nova. S me casei aos 30 anos de ida-de. Minha esposa teve algo como um pequeno tumor no

Uma

substituio

do ensino bblico

sobre a famlia

por psicologia e

sociologia

9Acusao


Meus queridos amigos, pastores e lderes, pensem so-bre isso. Nossos cultos matinais de domingo so to lindos. Apenas porque parece haver uma adorao bonita, o ser-mo bem apresentado, e as pessoas parecem ser comovi-das, isso no evidncia de verdadeira espiritualidade. Eu lhes direi qual a evidncia: o lar, o casamento, a famlia.

Naqueles dias, no havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto (Jz 17.6). Quando viajo e encontro todos os tipos de pessoas, tento achar um ho-mem piedoso que criou filhos piedosos; vou e me apego a ele. Contudo, em muitas situaes, sabem o que descubro? A maioria das pessoas com quem converso nas igrejas que-rem falar sobre fbulas velhas, sociologia e todas as outras coisas. Tudo que correto aos olhos delas, e no podem citar para mim um versculo bblico. Mas, de vez em quan-do, acho um homem e uma mulher que resolveram criar sua famlia de acordo com a Escritura e a diferena impressionante!

Quando estou no avio, gosto de fazer isto. Homens se assentam ao meu lado e perguntam: O que voc faz? Respondo: Oh! sou um marido!

Eles perguntam: O que mais voc faz? Eu sou um pai.

9 - Uma substituio do ensino bblico sobre a famlia por psicologia e sociologia 89

O que mais voc faz? Bem, se sobra algum tempo, prego um pouco.

Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua prpria famlia? Eu o direi deste modo: sobre que base voc est criando seus filhos e amando sua es-posa? Baseado em qu? Se voc no pode ir s Escrituras agora mesmo e mostrar-me como a sua famlia est alicer-ada nelas, asseguro-lhe que voc cativo da psicologia, da sociologia, dos caprichos e das mentiras desta poca. Voc no tem o direito de seguir todas essas outras coisas. Voc no tem autoridade parte da Palavra de Deus.

Considere Gnesis 18.19: Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justia e o juzo; para que o senhor faa vir sobre Abrao o que tem falado a seu respeito. Que caminho maravilhoso este!

Rogo-vos, pois, irmos, pelas misericrdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus, que o vosso culto racional. E no vos conformeis com este sculo, mas transformai-vos pela re-novao da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus (Rm 12.1-2). O versculo 2 nos diz que a vontade de Deus perfeita.


Se, como homem de Deus, voc me apresentar esta idia: Estou sacrificando minha famlia por amor ao minist-rio, eu lhe direi: voc um mentiroso ousado. Est sacri-ficando sua famlia por amor do pequeno reino que voc est tentando construir. Posso dizer-lhe isso porque a von-tade de Deus perfeita. Isso significa que no tenho de violar a vontade dele em relao minha famlia, para que a vontade dele se cumpra em relao ao meu ministrio. Deus no precisa de voc! Contudo, ele exige que voc seja obediente.

Isso semelhante ao caso de uma pessoa que me perguntou certa vez: Irmo Paul, voc contra a evan-gelizao? Eu respondi: sim e no. No sou contra a evangelizao bblica. Sou contra a maneira como voc est evangelizando. Voc contra a Escola Dominical e grupos de jovens? Sim e no. Quero dar-lhes dois exemplos para explicar algo. O que direi no ser bas-tante forte para alguns, mas para outros eu serei bas-tante forte. Quero usar estas duas coisas apenas para ressaltar o que est errado conosco.

Escola Dominical. No importando a que denomina-o voc pertena, se faz parte de uma denominao que organizada, posso garantir-lhe que sua denominao gasta

9 - Uma substituio do ensino bblico sobre a famlia por psicologia e sociologia 91

muito dinheiro em materiais para escola dominical, em congressos, em aulas para professores sobre como ensinar na escola dominical e em fazer tudo para promover a esco-la dominical. Sei disso com certeza.

Deixe-me perguntar-lhe: quanto dinheiro sua deno-minao gasta, quantas conferncias e quantas horas de trabalho so investidas em ensinar os pais a ensinar os fi-lhos? Deus

10 acusações contra a igreja moderna paul washer

Spiritual